Alfred Schnittke (1934-1998): Symphony No. 2 “St. Florian” — The Ten Symphonies

coverO mundo hoje é um turbilhão sem fim de pluralidades, especialmente na música. A quantidade de estilos, gêneros, subgêneros, escolas e tendências é desafio para qualquer artista, seja na música popular ou erudita.

Pensando de um ponto de vista que olha a história em suas transformações, nada mais previsível do que num tempo onde não existe nada como paradigma de um campo artístico, que surja alguém que tente abraçar todas essas correntes ao mesmo tempo. Pois bem, esse alguém surgiu e, mesmo não sendo o único, com certeza foi o mais bem sucedido, criando um estilo que, assimilando-se ao ideal mahleriano do fazer sinfônico, “quer ser um mundo, quer conter tudo”.

Aqui, diferentemente da primeira sinfonia, não há nada daquela vulgaridade da técnica de colagem, ou seja, mesclas diretas de temas de obras de outros compositores. Podemos sentir um ar romântico e clássico ali, outro barroco ali, mas nada que fosse já conhecido. Ou seja, o próprio compositor cria aspectos nestes diferentes estilos e insere em sua obra. É o nascimento de algo belo, vindo de algo tão tragicômico como foi a primeira sinfonia.

Mas o foco aqui não poliestilismo, que encontrará melhores exemplos em obras futuras. O foco acredito estar na fascinação que Schnittke tem pela música sacra, e esta sinfonia é um dos melhores exemplos desta fascinação. Escrita em 1979, foi feita em homenagem de Anton Bruckner, que foi enterrado abaixo do órgão do Monastério de St. Florian próximo a Lins. Segundo a Wikipedia, numa visita ao monastério, Schnittke teria ouvido uma “missa invisível” e teria se fascinado por isso, surgindo daí a ideia de sua segunda sinfonia, cujo título alternativo é “Missa Invisível”.

O conteúdo sacro da “missa” que é executada na sinfonia é constantemente subvertida pelo tom tenso e pessimista da orquestra. O resultado disso é uma tensão que ora desemboca em explosões de dissonâncias, ora em uma calmaria “cristã”. Isso é engraçado pois é o oposto da primeira sinfonia, que desembocava no caos e vulgaridade em momentos de tensão. O caos ainda está presente, mas de forma muito mais sutil, talvez pelo próprio conteúdo cristão da obra.

Schnittke: The Ten Symphonies

CD 2

Alfred Schnittke (1934-1998):

Symphony No. 2 “St. Florian”
01 I. Rezitando (Kyrie)
02 II. Maestoso (Gloria)
03 III. Moderato (Credo)
04 IV. Peasante (Crucifixus)
05 [IV.] Coda: Agitato (Et resurrexit) – Maestoso
06 Introduction to V. Andante (Sanctus)
07 V. Andante
08 VI. Andante (Agnus Dei)

Royal Stockholm Philharmonic Orchestra
Leif Segerstam, conductor
Mikaeli Chamber Choir
Anders Eby, chorus conductor
Malena Ernman, alto (3)
Torkel Borelius, bass (3,5)
Mikael Bellini, countertenor (3,5)
Göran Eliasson, tenor (3,5)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

É importante ir bem vestido para a missa.
É importante ir bem vestido para a missa.

Luke

2 comments / Add your comment below

  1. Hola Luke..!!

    Por Favor :
    Você tem CD’s Trevor Pinnock & The English Concert
    “Pachelbel – Canon & Gigue”
    Archiv Produktion – Catalogue 415 518-2 (Ano 1985)

    Mas quando eu baixá-lo, há apenas baixas o tracks
    Nº 01 – 02 – 11 – 12 – 13 – 14 – 15 – 16 y 17

    Bem, eu não incomoda mais y muito obrigado..!!

Deixe um comentário