Vamos então completar a série, trazendo a 4ª Sinfonia de Brahms, outra obra prima do genial alemão, o maior dos compositores do romantismo alemão.
E mais uma o que ouvimos aqui é uma aula de interpretação de Bernard Haitink, regendo a London Symphony Orchestra ao vivo, no Barbican Theater em Londres. Já comentamos essa sinfonia em outras ocasiões, por isso nem perderei o seu e o meu tempo com maiores detalhes. Só direi o seguinte: vale cada minuto gasto com o download. Aqui temos uma versão mais contida, não tão intensa como a que Bernstein gravou com a Filarmônica de Viena no final de sua vida, mas Haitink é macaco velho nesse repertório, e nos oferece uma visão mais intimista, eu diria.
E vamos que vamos, pois o tempo urge.
1. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – I. Allegro non troppo
2. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – II. Andante moderato
3. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – III. Allegro giocoso
4. Symphony No.4 in E minor, Op.98 – IV. Allegro energico e passionato
London Symphony Orchestra
Bernard Haitink – Conductor
Mesmo tendo vivido bastante tempo,86 anos, Camile Saint-Saëns é um compositor um tanto quanto negligenciado e esquecido nas salas de concertos, com exceção talvez de alguns destes concertos que ora vos trago. O selo inglês EMI montou uma caixa muito interessante para se conhecer melhor a obra do francês, trazendo então seus cinco concertos para piano, os três concertos para violino entre outras obras.
São cinco cds ao todo. Neste momento trarei os três primeiros, e posteriormente, os dois últimos. Os intérpretes são talvez um tanto quanto desconhecidos para a maior parte das pessoas, mas garanto que são de primeiríssima qualidade.
Gosto destas caixas pois elas ajudam a melhor conhecer as obras, mostrando a evolução do artista enquanto compositor.
Espero que apreciem.
Nestes três primeiros cds teremos os cinco concertos para piano com o ótimo pianista italiano Aldo Ciccollini, e o divertidíssimo Carnaval dos Animais. Ah, não podemos esquecer do belíssimo Concerto pour Violloncelle, imortalizado por Jacqueline Du Pré, e aqui nas mãos de Paul Tortelier.
Aldo Ciccolini – Piano
Orchestre de Paris
Serge Baudo – Conductor
CD 2
01. Piano Concerto No.3 op.29 1 – Moderato assai – Piú mosso – Allegro maestoso
02. Piano Concerto No.3 op.29 2 – Andante
03. Piano Concerto No.3 op.29 3 – Allegro ma non troppo
04. Piano Concerto No.5 op.103 1 – Allegro animato
05. Piano Concerto No.5 op.103 2 – Andante – Allegreto tranquilo – Andante
06. Piano Concerto No.5 op.103 3 – Molto allegro
Aldo Ciccolini – Piano
Orchestre de Paris
Serge Baudo – Conductor
7-15 – Le Carnaval des animaux
Aldo Ciccolini & Alexis Weisenberg – Pianos
Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire
Georges Prêtre – Conductor
CD 3
01. Concerto pour violoncelle et orchestre op.33
Paul Tortelier – Cello
City of Birmingham Symphony Orchestra
Louis Frémaux – Conductor
02. Septuor pour trompette 2violons alto violoncelle contrebasse and piano 1
03. Septuor pour trompette 2violons alto violoncelle contrebasse and piano 2
04. Septuor pour trompette 2violons alto violoncelle contrebasse and piano 3
05. Septuor pour trompette 2violons alto violoncelle contrebasse and piano 4
06. Quintette pour piano 2violons alto and violoncelle op.14 1
07. Quintette pour piano 2violons alto and violoncelle op.14 2
07. Quintette pour piano 2violons alto and violoncelle op.14 2
08. Quintette pour piano 2violons alto and violoncelle op.14 3
09. Quintette pour piano 2violons alto and violoncelle op.14 4
Juro que essa enxurrada de postagens com obras de Mozart está sendo um puro acaso, nada planejado. Simplesmente encontrei esse cd largado em um canto na minha estante e resolvi postá-lo.
Por algum motivo inexplicável os concertos para Flauta de Mozart apareceram poucas vezes por aqui. Com certeza um caso de esquecimento, afinal são obras belíssimas, apesar de não tão gravadas.
Quando adquiri este CD fui primeiro me informar de onde era essa orquestra, e descobri que é finlandesa. A solista é israelense, porém vive na Suécia. O regente, segundo informações apuradas, é um dos fundadores da orquestra, que é muito conceituada, diga-se de passagem. Nós aqui do sul do Equador infelizmente não temos muito acesso a estas orquestras, o que é uma pena.
O libreto em anexo passa informações úteis sobre as obras e os solistas.
Uma curiosidade: as cadenzas foram escritas pelo compositor finlandês Kalevi Aho. Com certeza vão soar estranhas aos seus ouvidos, principalmente dos que não tem muita familiaridade com a música moderna.
01. Concerto in G major K313 – 1. Allegro maestoso
02. Concerto in G major K313 – 2. Adagio ma non troppo
03. Concerto in G major K313 – 3. Rondo. Tempo di Minuetto
04. Andante in C major K315
05. Rondo in D major K184
06. Concert in D major K314 – 1. Allegro aperto
07. Concert in D major K314 – 2. Adagio ma non troppo
08. Concert in D major K314 – 3. Rondeau. Allegro
Dia desses fui baixar aqui no PQP as outras duas obras de Brahms que mais amo: os trios para trompa-violino-piano e para clarinete-cello-piano – e aí pensei: quantas versões será que temos aqui no blog da terceira integrante da trinca? – me referindo à Rapsódia para Contralto, Coro Masculino e Orquestra, Op.53. Fui verificar, e para meu choque encontrei nenhuma!
Aí surge o mistério: onde foi que eu consegui, há uns anos, o arquivo que compartilho aqui com vocês? De alguma uma postagem do próprio PQP, retirada do ar? Ou de outra fonte? Bem, na verdade isso pouco importa, desde que a Rapsódia passe a estar disponível – e não será numa versão qualquer: é com o belo timbre e interpretação sensível ao texto de Jessie Norman.
A esta altura os senhores devem estar se perguntando por que estou falando só dessa obra “menor”, de 12 minutos, e não da sinfonia. O fato é que a expressividade concisa da tal rapsódia me encanta: acho que ela dá o seu recado com intensidade e sem nenhum desperdício de meios. Já a sinfonia… bom, eu também acho bonita, mas… tem uma coisa engraçada que talvez tenha a ver com a aproximação dos 60 anos deste monge: já não experimento o mesmo encanto em massas sonoras como quando era jovem. Inclusive, no caso específico de Brahms, às vezes a movimentação frenética de massas de violinos em tessitura muito aguda parece ter passado a me cansar mais que encantar. E aí não tenho como não me lembrar da seguinte passagem de Hermann Hesse:
Na planície vimos um ancião de aspecto respeitável, de longa barba, e rosto aflito, que conduzia um exército poderoso de uns dez mil homens todos vestidos de preto. Parecia estar confuso e desesperado, e Mozart disse:
— Veja, é Brahms. Aspira à redenção, mas custará muito a alcançá-la.
Soube que aqueles milhares de homens vestidos de preto eram seus cantores e executantes daquelas vozes e notas que, segundo o juízo divino, haviam sido desnecessárias e supérfluas em suas partituras.
— Orquestração demasiado pesada, vasto material desperdiçado — observou Mozart.
Em seguida vimos à frente de um grande exército, igualmente numeroso, Richard Wagner empurrado pela multidão, fatigado, arrastando-se com passos vacilantes.
— Em minha juventude — observei com tristeza — esses dois músicos eram tidos como os mais extremos contrastes que se podia conceber.
Mozart sorriu.
— Sim, é sempre assim. Tais contrastes, vistos a certa distância, sempre tendem a apresentar sua crescente similitude. A instrumentação excessiva não foi, na verdade, uma falha pessoal de Wagner ou de Brahms; era um defeito de sua época.
— Como? E tiveram de pagar tão duramente por isso? — exclamei em tom de protesto.
— Naturalmente. A lei segue seu curso. Depois de pagar a culpa de seu tempo, ver-se-á se a culpa pessoal merece alguma redenção.
— Mas nenhum dos dois teve culpa?
— Certamente que não. Não tiveram culpa, como tampouco Adão teve culpa de haver comido a maçã e nem por isso deixou de pagar pelo pecado.
— Mas isso é terrível.
— Sem dúvida, a vida é sempre terrível. Nada podemos fazer em contrário e, não obstante, somos responsáveis. Mal se nasce já se é culpado. O senhor deve ter recebido instrução religiosa muito particular para desconhecer tais dogmas. (…)
Hermann Hesse, O Lobo da Estepe. Tradução de Ivo Barroso, Editora Record, p.209.
E já que enveredamos por literatura, nossa rapsódia tem texto. E, se tem texto, do que é que ele fala? O texto são três estrofes de Goethe que devem ter falado pessoalmente ao sujeito pouco social e às vezes depressivo que Brahms parece ter sido. São extraídas da “Viagem ao Harz no Inverno”, poema que Goethe escreveu depois de visitar um jovem que vivia nessa região montanhosa e inóspita da Alemanha, e teria entrado em depressão depois de ler o seu romance Os sofrimentos do jovem Werther. Transcrevo aqui uma tentativa de tradução das 3 estrofes em questão – enquanto o poema original e na íntegra vai em PDF no download:
[5] Mas esse, ali à parte, quem é?
No matagal a sua trilha se perde,
Atrás dele os arbustos
Se juntam,
O capim se re-ergue,
O ermo o engole.
[6] Ah, quem sanará as dores daquele
para quem bálsamo virou veneno?
Que da plenitude do amor
se embebeu de ódio pela humanidade?
Antes desprezado, agora desprezador,
Em egoísmo insaciável
Consome secretamente
Seu próprio valor.
[7] Se houver no teu saltério,
Ó pai do amor,
Um tom que seu ouvido perceba,
Renova, então, o seu coração!
Abre seu olhar obnubilado
Para as mil fontes
Ao lado dos que passam sede
No deserto!
JOHANNES BRAHMS: SINFONIA Nº 3 Op.90 (1883) RAPSÓDIA PARA CONTRALTO, CORO MASCULINO E ORQUESTRA Op.53 (1869) sobre trechos do poema Harzreise im Winter, de J.W. von Goethe
01. Symphony No.3 In F, Op.90: 1. Allegro con brio
02. Symphony No.3 In F, Op.90: 2. Andante
03. Symphony No.3 In F, Op.90: 3. Poco allegretto
04. Symphony No.3 In F, Op.90: 4, Allegro
05. Rhapsody for Contralto, Male Chorus And Orchestra (Alto Rhapsody) Op. 53
Philadelphia Orchestra & Choral Arts Society of Philadelphia
Riccardo Muti, regente. Jessye Norman, soprano dramático.
Sean Deibler, maestro do coro.
Gravado em abril de 1989. CD lançado em 1990.
O Segundo volume das gravações que Karl Richter gravou com as Cantatas bachianas traz as obras compostas para o período da Páscoa. São cinco cds ao todo neste volume.
Como comentei na postagem anterior, Richter para estas gravações conseguiu reunir os principais solistas da época, então temos a oportunidade de ouvir Peter Schreier e Ernst Häefliger, duas lendas do canto lírico. Peter Schreier, depois de se aposentar como cantor, tornou-se um excelente regente, com ótimas gravações em seu currículo.
CD 1
01 – Cantata for Septuagesima Sunday – Chor BWV 92
02 – Cantata for Septuagesima Sunday – Rezitativ und Choral (Bab) BWV 92
03 – Cantata for Septuagesima Sunday – Arie (Tenor) BWV 92
04 – Cantata for Septuagesima Sunday – Choral (Chor-Alt) BWV 92
05 – Cantata for Septuagesima Sunday – Rezitativ (Tenor) BWV 92
06 – Cantata for Septuagesima Sunday – Arie (Bab) BWV 92
07 – Cantata for Septuagesima Sunday – Choral und Rezitativ (Chor) BWV 92
08 – Cantata for Septuagesima Sunday – Arie (Sopran) BWV 92
09 – Cantata for Septuagesima Sunday – Choral BWV 92
10 – Cantata for Sexagesima Sunday – Chor BWV 126
11 – Cantata for Sexagesima Sunday – Arie (Tenor) BWV 126
12 – Cantata for Sexagesima Sunday – Rezitativ (Alt, Tenor) BWV 126
13 – Cantata for Sexagesima Sunday – Arie (Bab) BWV 126
14 – Cantata for Sexagesima Sunday – Rezitativ (Tenor) BWV 126
15 – Cantata for Sexagesima Sunday – Choral BWV 126
16 – Cantata for Quinquagesima Sunday – Duett (Sopran, Alt) BWV 23
17 – Cantata for Quinquagesima Sunday – Rezitativ (Tenor) BWV 23
18 – Cantata for Quinquagesima Sunday – Chor BWV 23
19 – Cantata for Quinquagesima Sunday – Choral BWV 23
01 – Cantata for the 1st Day of Easter – Sinfonia BWV 4
02 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 1 BWV 4
03 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 2 BWV 4
04 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 3 BWV 4
05 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 4 BWV 4
06 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 5 BWV 4
07 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 6 BWV 4
08 – Cantata for the 1st Day of Easter – Versus 7 BWV 4
09 – Cantata for the 2nd Day of Easter – Chor BWV 6
10 – Cantata for the 2nd Day of Easter – Arie (Alt) BWV 6
11 – Cantata for the 2nd Day of Easter – Choral (Chor-Sopran) BWV 6
12 – Cantata for the 2nd Day of Easter – Rezitativ (Bab) BWV 6
13 – Cantata for the 2nd Day of Easter – Arie (Tenor) BWV 6
14 – Cantata for the 2nd Day of Easter – Choral BWV 6
15 – Cantata for the 3rd Day of Easter – Rezitativ (Bab) BWV 158
16 – Cantata for the 3rd Day of Easter – Arie und Choral (Bab, Chor-Sopran) BWV 158
17 – Cantata for the 3rd Day of Easter – Rezitativ (Bab) BWV 158
18 – Cantata for the 3rd Day of Easter – Choral BWV 158
19 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Chor BWV 67
20 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Arie (Tenor) BWV 67
21 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Rezitativ (Alt) BWV 67
22 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Choral BWV 67
23 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Rezitativ (Alt) BWV 67
24 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Arie (Bab, Chor) BWV 67
25 – Cantata for the 1st Sunday after Easter – Choral BWV 67
CD 4
01 – Cantata for the 2nd Sunday after Easter – Chor BWV 104
02 – Cantata for the 2nd Sunday after Easter – Rezitativ (Tenor) BWV 104
03 – Cantata for the 2nd Sunday after Easter – Arie (Tenor) BWV 104
04 – Cantata for the 2nd Sunday after Easter – Rezitativ (Bab) BWV 104
05 – Cantata for the 2nd Sunday after Easter – Arie (Bab) BWV 104
06 – Cantata for the 2nd Sunday after Easter – Choral BWV 104
07 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Sinfonia BWV 12
08 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Chor BWV 12
09 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Rezitativ (Alt) BWV 12
10 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Arie (Alt) BWV 12
11 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Arie (Bab) BWV 12
12 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Arie (Tenor) BWV 12
13 – Cantata for the 3rd Sunday after Easter – Choral BWV 12
Busquei as informações abaixo na Wikipedia. Na verdade, procurei este disco — que é consistentemente bom e bem interpretado — por causa dos muitos filmes que imortalizaram sua música. Acho que vocês vão gostar ou, no mínimo, achar curioso ouvir Rota fora daquilo que parecia ser seu habitat, o cinema.
Nino Rota (Milão, 3 de Dezembro de 1911 — Roma, 10 de Abril de 1979) foi um compositor italiano, célebre por suas composições executadas no cinema.
Ficou conhecido por ter composto música para filmes de Federico Fellini, Luchino Visconti e Francis Ford Coppola.
Biografia
Nascido em Milão em 1911, no seio de uma família de músicos, Nino Rota foi inicialmente estudante da Orefice e Pizzetti. Ainda em criança, mudou-se para Roma onde terminou os seus estudos no conservatório de Santa Cecília em 1929 com Alfredo Casella. Entretanto, tornou-se num ‘enfant prodige’, famoso tanto como compositor, quanto como maestro. A sua primeira actuação, ‘L’infanzia de San Giovanni Battista’, foi realizada em Milão e Paris no ano de 1923, e a sua comédia lírica, ‘Il Principe Porcaro’ foi composta em 1926.
De 1930 a 1932, Nino Rota viveu nos Estados Unidos da América. Ganhou uma bolsa de estudos no Curtis Institute of Philadelphia, onde frequentou as aulas de composição de Rosario Scalero e as aulas de orquestra dadas por Fritz Reiner.
Regressou à Itália onde se licenciou em literatura na Universidade de Milão. Em 1937, iniciou a sua carreira docente que o levou à direcção do conservatório de Bari, um título que manteve desde 1950 até a data do seu falecimento em 1979.
Carreira
Após as suas composições ‘juvenis’, Nino Rota escreveu as seguintes óperas: ‘Ariodante’ (Parma, 1942), ‘Torquemada’ (1943), ‘Il cappello di paglia di Firenze’ (Palermo, 1955), ‘I due timide’ (RAI, 1950, Londres, 1953), ‘La notte di un neurastenico’ (Premio Italia, 1959, La Scala, 1960), ‘Lo scoiattolo in gamba’ (Veneza, 1959), ‘Aladino e la lampada magica’ (Nápoles, 1968), ‘La visita meravigliosa’ (Palermo, 1970), ‘Napoli milionaria’ (Spoleto Festival, 1977).
Escreveu também os seguintes ballets: ‘La rappresentazione di Adamo ed Eva’ (Perugia, 1957), ‘La Strada’ (La Scala, 1965), ‘Aci e Galatea’ (Roma, 1971), ‘Le Molière Imaginaire’ (Paris e Bruxelas, 1976) e ‘Amor di poeta’ (Bruxelas, 1978) para Maurice Bejart.
Para além destes, há uma quantidade infindável de trabalhos seus para orquestra, interpretados antes da Segunda Grande Guerra, que ainda hoje se fazem ouvir em todo mundo.
Cinema
O seu trabalho no mundo do cinema data desde os anos 40. A filmografia inclui nomes de practicamente todos os realizadores notáveis da sua época, dos quais se eleva incontornávelmente o nome de Federico Fellini. Rota compôs para todos os filmes de Fellini, desde o ‘The White Sheik’ de 1952, até ao ‘The Orchestra Rehearsal’, de 1979. A lista dos outros realizadores inclui os nomes de Renato Castellani, Luchino Visconti, Franco Zeffirelli, Mario Monicelli, Francis Ford Coppola, King Vidor, René Clément, Edward Dmytryk e Eduardo de Filippo. Também compôs a música de várias produções teatrais de Visconti, Zefirelli e de Filippo.
Nino Rota: Música de Câmara
1.Piccola Offerta Musicale for wind quintet (1943)
2.Sarabanda e Toccata per Arpa (1945) – 1 Sarabanda
3.Sarabanda e Toccata per Arpa (1945) – 2 Toccata
4.Trio per flauto, Violino e Pianoforte (1958) – 1 Allegro ma non troppo
5.Trio per flauto, Violino e Pianoforte (1958) – 2 Andante sostenuto
6.Trio per flauto, Violino e Pianoforte (1958) – 3 Allegro vivace con spirito
7.Ippolito gioca per Pianoforte (1930)
8.Il Presepio for soprano and string quartet (1958)
9.Catilena (1971)
10.Intermezzo per Viola e Pianoforte
11.Puccettino nella giungla (1971)
12.Nonetto (1959) – 1 Allegro
13.Nonetto (1959) – 2 Andante
14.Nonetto (1959) – 3 Allegro con spirito
15.Nonetto (1959) – 4 Canzone con Variazioni
16.Nonetto (1959) – 5 Vivacissimo
Kremerata Musica:
Anna Maria Pammer: soprano
Felix Renggli: flute
Sharon Bezaly: flute
Markus Deuter: oboe
Heinz Holliger: oboe
Bernhard Zachhuber: clarinet
Elmar Schmid: clarinet
Radovan Vlatkovic: horn
Volker Altmann: horn
Klaus Thunemann: bassoon
Lorelei Dowling: bassoon
Maria Graf: harp
Hanna Weinmeister: violin
Gidon Kremer: violin
Gérard Caussé: viola
Firmiam Lermer: viola
Howard Penny: cello
Erich Hehenberger: double bass
Alena Chernushenko: piano
Mascha Smirnov: piano
Marino Formenti: piano
Oleg Maisenberg: piano
Hagen Quartet: string quartet
Eu acompanho o Oregon há mais de 30 anos e, mesmo que sinta a falta de Colin Walcott (morto em 1984), parece que o grupo chegou a seu auge em 1995, com este notável Beyond Words. Eles ainda estão em atividade e continuam evoluindo como um dos mais importantes agrupamentos de jazz contemporâneos. As composições deste disco são originalíssimas — apesar de algumas não serem inéditas — e fundem elementos do jazz, folk, música clássica e world music em uma voz completamente original. Gravado em estúdio, mas sem nenhum remendo posterior, o CD é um show de esplendor sonoro.
Beyond Words traz o grupo de volta a um território familiar, cultural e musicalmente. Outra vez há a sofisticação na interpretação da música — já toda preparada e finalmente estabelecida para a ausência da percussão de Walcott. “Pepe Linque”, “The Silence of a Candle”, “Les Douzilles”, “Green and Golden” e a zombeteira e insone “Leather Cats”, só elas já valem a audução e a compra do CD. A maioria dos temas, como sempre, é de Towner, mas o que fazem também seus dois companheiros é inacreditável. Glen Moore chega a sobrar, tal o virtuosismo que demonstra em muitos momentos.
Oregon – Beyond Words (1995)
01.- Rewind
02.- Ecotopia
03.- Green and Golden
04.- Pepe Linque
05.- Les Douzilles
06.- The Silence of a Candle
07.- Sicilian Walk
08.- Leather Cats
09.- Witchi-Tai-To
10.- Silver Suite I
11.- Silver Suite II
12.- Silver Suite III
Personnel:
* Paul McCandless : sopranino & soprano saxophones, bass clarinet, oboe, English horn, penny whistle
* Ralph Towner: piano, synthesizer, classical guitar, 12-string guitar
* Glen Moore: bass
This is truly one of the great classics of hard bop, with drummer Art Blakey leading arguably his greatest Jazz Messengers lineup through a driving program that never lets up. Tenor saxophonist Benny Golson (whose composition “Along Came Betty” is heard here, subsequently becoming a jazz classic), brilliant trumpeter Lee Morgan, and funky pianist Bobby Timmons (who wrote the hit title cut) each take some of the best solos of their great careers, and Blakey was never greater. No jazz record collection should be without this disc. It remains one of the premier items in Blue Note’s catalog, and rightfully so. As part of Blue Note’s 1999 60th anniversary celebration, original session producer Rudy Van Gelder’s done a smash job remixing Moanin’, adding warmth in the low end and far greater color across the spectrum (…). –Skip Heller
Este texto acima foi escrito pelo editorialista da amazon, e concordo com ele em gênero, número e grau, usando uma expressão que eu ouvia quando era criança. Já ouço esse disco clássico da Blue Note há mais de vinte e cinco anos e não consigo encontrar um ponto negativo sequer nele. É tudo perfeito. O sensacional riff que abre o clássico, “Moanin” (gemendo, traduzindo para o português) já mostra a que veio o disco. Foi lançado em 1958 e nunca mais deixou de ser um dos discos mais vendidos do selo Blue Note. A marcação da bateria de Blakey é precisa, nervosa quando necessária, delicada nos momentos em que precisa ser delicada, enfim, coisas de gênio.
Ouçam e depois em digam que não tenho razão.
01 – Moanin’
02 – Are You Real
03 – Along Came Betty
04 – The Drum Thunder Suite
05 – Blues March
06 – Come Rain Or Come Shine
07 – Moanin’ (alt. take) (bonus track)
08 – Blues March (alt. take) (bonus track)
Benny Golson – Tenor Saxophone
Lee Morgan – Trumpet
Bobby Timmons – Piano
Jymie Merritt – Bass
Art Blakey – Drums
Como já disse, reduzi o ritmo mas não vou parar. Volto hoje com mais outra contribuição inédita aqui pro blog.
Não tinha visto até agora nenhum post com obras corais à capela de compositores brasileiros (acho que nem de estrangeiros, fora peças renascentistas). Tenho poucas coisas dignas nesse campo e o presente CD nem é a melhor delas, particularmente pela qualidade do coral, mas vale bastante pelo repertório.
Minhas peças preferidas neste álbum são, nessa ordem, as de Jorge Antunes (Folia de Reis), José Vieira Brandão, Ronaldo Miranda (Autopsicografia), Kilza Setti, Camargo Guarnieri e Amaral Vieira.
***
Canto Brasilis – Madrigal de Brasília
01. Ave Maria – Camargo Guarnieri
02. Pater Noster – Antonio Vaz
03-07. Opuscula Sacra, op. 227 – Amaral Vieira
Kyrie Eleison
Judas Mercator Pessimus
Ave Verum
Christus Factus Est
Panis Angelicus
08. O Magnum Misterium, op. 20 – Marco AB Coutinho
09. Gloria – Cláudio Ribeiro
10. Yemanjá-ôtô – Kilza Setti
11-13. Três Cânticos Breves – Ronaldo Miranda (sobre poemas de Fernando Pessoa)
Canção
Pobre e velha música
Autopsicografia
14. Pingos d’Água – Henrique de Curitiba
15. Trem de ferro – José Vieira Brandão
16. Acalanto – Flávio Gontijo
17-18. Das quatro pequenas peças de povo – Jorge Antunes
Se ela nua fosse minha
Folia de Reis
19. Nascente – Murilo Antunes e Flávio Venturini (Arr.: Joaquim França)
20. Preciso aprender a ser só – Paulo e Sérgio Valle (Arr.: Radovir Filho)
21-22. Faixas bônus
Regência: Éder Camúzis
PS.: Basta escutar até a faixa 18. Depois não tem mais graça.
Franck e Chausson são dois compositores da escola francesa. O disco traz dois trabalhos importantes desses compositores, sendo que a obra de Franck é mais conhecida. A Sinfonia em D do compositor de origem belga, e radicado na França, se constitui em algo singular entre tudo aquilo que foi escrito no século XIX. Possui uma linguagem à parte. Destoa do romantismo beethoveano ou brahmsiano; anda por caminhos diversos e possui, esteticamente, um encanto oriundo de um compositor que foi/é grande, mas que acabou sendo ofuscado por circunstâncias históricas à semelhança de Saint-Säens. O outro trabalho do disco é de Chausson. Inclusive este último foi pouco postado aqui no PQP Bach nos seus oito anos de febricitante atividade. Ainda não conhecia a Sinfonia do francês. Um ótimo disco não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
César Franck (1822-1890) –
Symphony in D minor
01. I. Lento – Allegro non troppo
02. II. Allegretto
03. III. Allegro non troppo
Ernest Chausson (1855-1899) –
Symphony in B-flat op.20
04. I. Lent – Allegro vivo
05. II. Tres lent
06. III. Anime – Tres anime
Orchestre de la Suisse Romande
Marek Janowski, regente
Há uns anos atrás mano PQPBach se propôs a postar as setenta e cinco cantatas que Karl Richter gravou. Cinco caixas, totalizando vinte e seis cds. Iniciou exatamente no dia 28 de julho de 2012, data de morte de Bach, e curiosamente também de Vivaldi. Porém, devido aos seus inúmeros compromissos profissionais, a agenda do cara não é brincadeira, enfim, ele postou apenas uma das caixas, deixando todos os fãs destas gravações na mão. Cadê as outras caixas, perguntavam desesperados os fãs de Richter. Para piorar, os links do falecido rapidshare já sumiram no espaço virtual.
Descobri essa lacuna, e imediatamente pedi-lhe autorização para encarar o desafio. Já é fato sabido que gosto de encarar estas grandes coleções. Trata-se de uma postagem épica, não apenas devido ao seu tamanho, mas principalmente pela importância de tais gravações.
Enfim, esta primeira caixa é dedicada às Cantatas do Advento e de Natal. Os solistas são os principais solistas de sua época. Nomes como Edith Mathis, Dietrich Fischer-Dieskau, Peter Schreier serão comuns por aqui.
J. S. Bach (1685-1750): Bach Kantaten – Vol. 1 – Adventen und Weihnachten
CD1
1 BWV 61 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’ I. Coro ‘Nun komm, der Heiden Heiland’
2 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’ II. Recitativo (Tenore) ‘Der Heiland ist gekommen’
3 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’ III. Aria (Tenore) ‘Komm, Jesu, komm zu deiner Kirche’
4 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’ IV. Recitative (Basso) ‘Siehe, ich stehe vor der Tür’
5 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’ V. Aria (Soprano) ‘Öffne dich, mein ganzes Herze’
6 ‘Nun komm, der Heiden Heiland’ VI. Choral ‘Amen’
7 Kantate, BWV 132 ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’ I. Aria (Soprano) ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’
8 ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’ II. Recitativo (Tenore) ‘Willst du dich Gottes Kind und Christi Bruder nennen’
9 ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’ III. Aria (Basso) ‘Wer bist du frage dein Gewissen’
10 ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’ IV. Recitativo (Alto) ‘Ich will, mein Gott, dir frei heraus bekennen’
11 ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’ V. Aria (Alto) ‘Christi Glieder, ach bedenket’
12 ‘Bereitet die Wege, bereitet die Bahn’ VI. Chorale ‘Ertöt uns durch dein Güte’
13 Kantate, BWV 63 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ I. Coro ‘Christen, ätzet diesen Tag’
14 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ II. Recitativo (Alto) ‘O selger Tag! o ungemeines Heute’
15 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ III. Aria (Duetto Soprano, Basso) ‘Gott, du hast es wohl gefüget’
16 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ IV. Recitativo (Tenore) ‘So kehret sich nun heut das bange Leid’
17 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ V. Aria (Duetto Alto, Tenore) ‘Ruft und fleht den Himmel an’
18 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ VI. Recitativo (Basso) ‘Verdoppelt euch demnach, ihr heißen Andachtsflammen’
19 ‘Christen, ätzet diesen Tag’ VII. Coro ‘Höchster, schau in Gnaden an diese Glut gebückter Seelen!’
O terceiro CD do ciclo das Sinfonias de Brahms regidas por Bernard Haitink traz uma obra que pouco apareceu por aqui, a Serenata nº 2 e a maravilhosa Sinfonia nº 3, uma das mais belas sinfonias já compostas. Já comentei em postagem anterior que sou suspeito para falar destas sinfonias, as considero o supra sumo do gênero. Alguém também comentou que considera as quatro sinfonias como sendo uma só sinfonia, sendo cada uma delas um movimento. Vejo uma certa lógica nesta colocação. Para melhor exemplificar sugiro ouvir as quatro de uma só vez, assim podem entender melhor o que estou dizendo. A estrutura da escrita musical brahmsiana possui uma lógica que mantém uma unidade entre todas as suas obras. As sinfonias seriam uma prova disso.
Não canso de chamar Haitink de maestro lendário e mítico, e é difícil encontrar uma gravação sua que possa ser considerada de menor qualidade. O homem é um fenômeno quando falamos em consistência e coerência.
Então sugiro para esta audição que os senhores sentem-se em suas melhores poltronas para melhor apreciar essas duas obras absolutamente magníficas.
01. Serenade No.2 in A major, Op.16 – I. Allegro moderato
02. Serenade No.2 in A major, Op.16 – II. Scherzo. Vivace
03. Serenade No.2 in A major, Op.16 – III. Adagio non troppo
04. Serenade No.2 in A major, Op.16 – IV. Quasi menuetto
05. Serenade No.2 in A major, Op.16 – V. Rondo. Allegro
06. Symphony No.3 in F major, Op.90 – I. Allegro con brio
07. Symphony No.3 in F major, Op.90 – II. Andante
08. Symphony No.3 in F major, Op.90 – III. Poco allegretto
09. Symphony No.3 in F major, Op.90 – IV. Allegro
London Symphony Orchestra
Bernard Haitink – Conductor
Ainda dentro da proposta de lhes mostrar compositores contemporâneos de Beethoven, Mozart, Haydn, porém não tão conhecidos, estou trazendo mais Louis Spohr, com belíssimas obras compostas para Harpa e Flauta. Não sei o que os senhores acham, mas adoro essa combinação, desde que conheci o Concerto para Flauta e Harpa de Mozart. Como comentei em postagem anterior, Spohr foi um compositor prolifico, e este CD mostra um pouco mais seu talento. Uma curiosidade: entre 1805 e 1819 Spohr compôs 15 obras com a harpa em destaque. Sua esposa era uma exímia harpista, e se apresentava em toda a Europa. Lembro aos senhores que o próprio Spohr também era um virtuose, mas do violino, e era o grande rival de Paganini naquela época. Realizava então recitais acompanhado por sua esposa. Mais um belo CD do selo alemão ORFEO.
Vamos deixar felizes alguns corações apaixonados… As melodias mais conhecidas de Tchaikovsky estão reunidas aqui neste belo CD, que deve ter sido produzido para o Dia dos Namorados, ou algo assim.
Rostropovich foi um dos maiores violoncelistas do século XX, isso é ponto facultativo, e ninguém discute. Já no final da vida, enveredou para o lado da regência e o resultado foi bem positivo. Esse cd que ora vos trago é uma prova do que digo. Um russo regendo um russo, mas com uma das maiores orquestras do mundo, e que na verdade deve tocar esse repertório de olhos fechados, isso não pode dar errado. E com certeza não dá. Seu Tchaikovsky é bem russo, com certeza.
Alguém se aventura a sair bailando pela sala quando esse CD começar a tocar?
Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Suites from the Ballets “Swan Lake”, “The Sleeping Beauty”, “The Nutcraker” – Berliner Philharmoniker, Rostropovich
01 – Swan Lake, Op.20 Suite – 1. Scene – Swan Theme
02 – Swan Lake, Op.20 Suite – 2. Valse in A
03 – Swan Lake, Op.20 Suite – 3. Danse des petits cygnes
04 – Swan Lake, Op.20 Suite – 4. Scene
05 – Swan Lake, Op.20 Suite – 5. Danse Hongroise (Czardas)
06 – Swan Lake, Op.20 Suite – 6. Scène finale.
07 – The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Introduction – The Lilac Fairy
08 – The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Pas d’action- Rose Adagio
09 – The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Pas de caractère- Puss in Boots
10 – The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Panorama (andantino)
11 – The Sleeping Beauty, Suite, Op.66a – Valsef
12 – Nutcracker Suite, Op.71a – 1. Miniature Overture
13 – Nutcracker Suite, Op.71a – March
14 – Nutcracker Suite, Op.71a – Dance of the Sugar-Plum Fairy
15 – Nutcracker Suite, Op.71a – Russian Dance (Trepak)
16 – Nutcracker Suite, Op.71a – Arabian Dance (Coffee)
17 – Nutcracker Suite, Op.71a – Chinese Dance (Tea)
18 – Nutcracker Suite, Op.71a – Chinese Dance (Tea)
19 – Nutcracker Suite, Op.71a – 3. Waltz of the Flowers
O tema do intróito deste réquiem, tocado de cara duas vezes pela trompa e então entregue ao coral, é daqueles tão simples e sinceros que se fixa de imediato em sua cabeça. Penso que o Avicenna vá gostar desse primeiro movimento pela eloquência e pela beleza da escrita coral de Jenkins. O Piu Jesu também é magnífico nesse sentido.
Já o segundo movimento, o Dies Irae, deve empolgar o Strava graças à batida hip hop. Do jeito que a peça está orquestrada, dá para botar sem nenhum acréscimento em uma pista de dança e se embalar no ritmo. Do terceiro movimento pra frente começam uma intervenções de hai kais dentro de uma atmosfera new age que já não me agradam (nesse pé eu acabaria postando Vangelis em breve).
A outra obra deste CD é uma cantata sobre poemas galeses de três poetas amigos de Jenkins – vale a pena pela segunda parte da abertura (faixa 15). Saiba mais aqui e dê uma olhada no clipe do YouTube.
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Karl Jenkins – Requiem
1. Requiem: Introit
2. Requiem: Dies Irae
3. Requiem: The Snow of Yesterday
4. Requiem: Rex Tremendae
5. Requiem: Confutatis
6. Requiem: From Deep in my Heart
7. Requiem: Lacrimosa
8. Requiem: Now As A Spirit
9. Requiem: Pie Jesu (Reqiuem)
10. Requiem: Having Seen The Moon
11. Requiem: Lux Aeterna
12. Requiem: Farewell
13. Requiem: In Paradisum
14. In These Stones Horizons Sing: Agorawd [Overture] Part I: Cân yr Alltud [The Exile Song]
15. In These Stones Horizons Sing: Agorawd [Overture] Part II: Nawr! [Now!]
16. In These Stones Horizons Sing: Grey
17. In These Stones Horizons Sing: Eleni
18. In These Stones Horizons Sing: In These Stones Horizons Sing
Performed by Marat Bisengaliev, West Kazakhstan Philharmonic Orchestra
with Clive Bell, Sam Landman, Nicole Tibbels, Gary Kettel, Tim Thorne, Catrin Finch, Gavin Horsley
Conducted by Karl Jenkins
Segundo as toscas linhas na Wikipédia em português:
“Karl William Jenkins (17 de fevereiro de 1944) é um músico galês mais conhecido por seus trabalhos Adiemus e Palladio. Este último utilizado em uma campanha publicitária da De Beers nos Estados Unidos, posteriormente utilizado também em uma campanha publicitária por uma joalheria brasileira. Foi membro do grupo de rock Soft Machine e foi homenageado pela rainha da Inglaterra em 2005 pela atuação no meio musical.”
Nas salas de concerto europeias, particularmente nas britânicas, sua obra mais conhecida é esta ora postada: um oratório sobre o texto ordinário da missa criado a partir de uma melodia folclórica renascentista chamada l’homme armé (o homem armado), prática que vários outros compositores daquele período já faziam (como vocês podem conferir aqui).
Neste segundo link, dá para saber mais sobre como nasceu The armed man. Acima tem outro CD de Jenkins, mais empolgante.
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Karl Jenkins – The armed man: A mass for peace
1. The Armed Man
2. The Call To Prayers (Adhaan)
3. Kyrie
4. Save Me From Bloody Men
5. Sanctus
6. Hymn Before Action
7. Charge!
8. Angry Flames
9. Torches
10. Agnus Dei
11. Now The Guns Have Stopped
12. Benedictus
13. Better Is Peace
Orchestra: London Philharmonic Orchestra
Conductor: Karl Jenkins
Existem alguns compositores no classicismo que ficaram meio que no esquecimento simplesmente por terem sido contemporâneos de gênios como Mozart, Beethoven e Haydn. Hummel com certeza foi um deles. Felizmente, o pianista Howard Shelley retirou do limbo os concertos para piano que este excelente compositor escreveu. E o rapaz tinha um círculo de amigos privilegiado, incluíndo aí o próprio Beethoven, Haydn, Schubert e o grande poeta alemão, Goethe, entre outros.
Estes concertos para piano que vou trazer nas próximas postagens seguem a estrutura dos concertos do classicismo. São de difícil execução, e de rara beleza. Ecos de Mozart e do próprio Beethoven podem ser ouvidos, sem dúvida alguma, mas pode-se identificar uma linguagem própria. Hummel foi um pianista virtuose em sua época, e acompanhou a própria evolução do instrumento e obviamente, da escrita pianística. Pouco antes de morrer, escreveu um Manual sobre execução em pianoforte que lhe rendeu um boa fonte de renda no final de sua vida.
Howard Shelley é o grande nome do piano nas terras da rainha nas últimas décadas. Esse seu trabalho de recuperação das obras de Hummel é admirável e deve ser apreciado devidamente. Além de ser o solista, também dirige o excelente London Mozart Players. Mais uma admirável gravação do ótimo selo inglês Chandos.
01 – Concertino for piano & small orchestra in G major 1 – Allegro moderato
02 – Concertino for piano & small orchestra in G major 2 – Andante grazioso
03 – Concertino for piano & small orchestra in G major 3 – Rondo
04 – Piano Concerto in A flat major, Op. 113- No. 1, Allegro moderato
05 – Piano Concerto in A flat major, Op. 113- No. 2. Romanze: Larghetto con moto
06 – Piano Concerto in A flat major, Op. 113- No. 3. Rondo alla Spagniola – Allegro moderato
07 – Gesellschafts Rondo for piano & orchestra in D major, Op. 117
London Mozart Players
Howard Shelley – Piano & Conductor
Já declarei inúmeras vezes aqui no PQPBach que música contemporânea não é muito a minha praia, parei em Stravinsky e Prokofiev, e não me arrisco muito mais no repertório mais recente. Mas confesso que me rendi a este CD logo no início do Concerto para Orquestra do Lutoslawski. Um pouco com certeza pela condução segura de Mariss Jansons e pela execução como sempre impecável da Orquestra da Rádio Bávara. Mas ainda se trata de obra audível para os meus parâmetros.
Szymanowski não é tão novo assim, e essa terceira sinfonia talvez seja sua obra mais conhecida. O Tchaikowski que não é o Piotr, e até onde li não tem nenhum parentesco com aquele, me era um compositor totalmente desconhecido até então. Nunca tinha ouvido nada dele.
Mas volto a ressaltar o primor de execução desta orquestra espetacular, e Mariss Jansons com certeza é um dos grandes regentes da atualidade. Trata-se de um CD para ser ouvido com atenção e diversas vezes, se possível, para se acostumar os ouvidos com a sonoridade dessas obras.
1 (Witold Lutoslawski) Concerto for Orchestra I. Intrada
2 (Witold Lutoslawski) Concerto for Orchestra II. Capriccio notturno e arioso
3 (Witold Lutoslawski) Concerto for Orchestra III. Passacaglia, toccata e Corale
4 (Karol Szymanowsky) Symphony No. 3, Op. 27, ‘Piesn o nocy’ (The Song of the Night) 1 – Moderato asai
5 (Karol Szymanowsky) Symphony No. 3, Op. 27, ‘Piesn o nocy’ (The Song of the Night) 2 – Vivace scherzando
6 (Karol Szymanowsky) Symphony No. 3, Op. 27, ‘Piesn o nocy’ (The Song of the Night) 3 – Largo
Rafal Bartminski – Tenor
Andreas Röhn – Solo Violine
Sei que os senhores de vez em quando devem se encher o saco desta nossa classificação IM-PER-DÍ-VEL, mas fala sério, o que mais eu poderia dizer dessa pérola do Bill Evans, que reuniu um timaço para realizar algumas gravações lendárias, lá no longínquo ano de 1962? Esse que vos escreve ainda não era nem um projeto de gente.
Apenas a presença de Bill Evans já seria garantia de qualidade, mas o cara ainda chama o então jovem trompetista Freddie Hubbard, o saxofonista Zoot Sims, os baixistas Ron Carter e Percy Heath, o guitarrista Jim Hall, e para fechar o grupo, o baterista Philly Joe Jones! Só tem lenda nessa banda.
Desde os primeiros acordes de “You And The Night And The Music” a gente já tem uma idéia do que vem pela frente. Para os fãs do gênero, e que admiram o talento de Bill Evans, trata-se de um prato para ser apreciado aos poucos, sentados em suas melhores poltronas, tranquilos, para melhor poderem usufruir do talento destas verdadeiras lendas do jazz do século XX.
01 – You And The Night And The Music
02 – When You Wish Upon A Star
03 – I’ll Never Smile Again
04 – Interplay
05 – You Go To My Head
06 – Wrap Your Troubles In Dreams
07 – Loose Bloose
08 – Time Remebered
09 – Funkallero
10 – My Bells
11 – There Came You
12 – Fudgesickle Built For Four
13 – Fun Ride
Bill Evans – Piano
Ron Carter – Bass
Jim Hall – Guitar
Percy Heath – Bass
Freddie Hubbard – Trumpet
Philly Joe Jones – Drums
Zoot Sims – Sax
Clica antes aqui, malandro! Depois clica ali embaixo no melhor disco de 2014 na categoria Baroque Vocal da revista Gramophone. Ah, pois é, né?
Que disco espetacular, que disco maravilhoso, que interpretações, que coral, que orquestra! Papai Johann Sebastian foi insuperável, mas seu filho Carl Philipp Emanuel Bach foi um imenso compositor. E hoje ele veio trabalhar comigo. Foram minutos gloriosos de fones de ouvido e caminhada junto com o Magnificat e as outras peças do CD. Querem saber? Fiquei dando voltas nas quadras próximas de meu trabalho para não chegar tão cedo. Mas não contem para a minha chefe, tá?
Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788):
Magnificat / Motet “Heilig ist Gott” / Sinfonie in D major, Wq 183/1
Magnificat, Wq 215
1. Chor. Magnificat anima mea Dominum 2:54
2. Arie. Quia respexit humilitatem 5:32
3. Arie. Quia fecit mihi magna 3:59
4. Chor. Et misericordia eius 3:59
5. Arie. Fecit potentiam in bracchio suo 3:37
6. Duett. Deposuit potentes de sede 5:52
7. Arie. Suscepit Israel puerum suum 4:43
8. Chor. Gloria Patri et Filio 1:49
9. Chor. Sicut erat in principio 5:27
Heilig ist Gott, Wq 217
1. Ariette. Herr, wert, daß Scharen der Engel 1:44
2. Chor der Engel und Völker. Heilig, heilig, heilig ist Gott 6:08
Sinfonie in D major, Wq 183/1
1. Allegro di molto 5:47
2. Largo 1:34
3. Presto 2:51
Contribuição inestimável do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Sem preço, sem valor que pague.
(não achei no Amazon)
Alberto Nepomuceno, cearense de Fortaleza, foi um dos mestres da música erudita brasileira, lançou bases para a modernidade musical brasileira nas salas de concerto, inseriu ritmos e instrumentos populares na sala orquestra, e está completando 150 anos em 2014!
Personagem tão basal que é de nossa música, não poderia ficar sem menção ou homenagem aqui no PQPBach. Iniciaremos, a partir desta, uma série de postagens de sua música, para que conheçamos melhor sua bela, importante e rica obra!
Salve, Nepomuceno!
Se Carlos Gomes foi o maior compositor brasileiro do século XIX, Alberto Nepomuceno é, sem duvida, a figura máxima da música brasileira da virado do século.
Nascido em Fortaleza em 1864, começa seus estudos de música com o pai e, aos 19 anos, atua como violinista no Teatro Santa Isabel no Recife, onde inicia intensa atividade abolicionista e republicana.
Em 1885 encontra-se no Rio de janeiro como professor de piano do Club Beethoven, datando desta época sua amizade com Machado de Assis.
Parte para a Europa, em 1888, em viagem de estudos que vai se prolongar por sete anos, divididos entre Roma, Berlim, Viena e Paris, mantendo, a partir de então, contato com grandes personalidades musicais do seu tempo como Grieg, Mahler, Richard Struss, Saint-Saëns, D’Indy, Debussy e Milhaud.
Regressa ao Brasil em 1895, fixando-se no Rio de Janeiro, onde atuará como compositor. regente, professor e diretor do Instituto Nacional de Música.
Compôs ópera, música sinfônica, vocal e de câmara e foi incansável divulgador de música de seu tempo, apoiando e estimulando novos talentos como Glauco Velásquez, Heitor Villa-Lobos, Luciano Gallet e Lorenzo Fernandez.
É autor da mais importante coleção de canções da história da musica brasileira, pela quantidade, qualidade e pela associação feita com os mais expressivos poetas seus contemporâneos. Foi, acima de tudo, um pioneiro: suas canções apresentam textos em italiano, alemão, francês, sueco mas, principalmente, português, numa época em que nosso idioma era con siderado inadequado ao canto lírico ou de câmara.
(Extraído do encarte do álbum)
O cara era foda!
Ouça! Ouça! Deleite-se!
Alberto Nepomuceno (1864-1920)
Canções
01. Ora dize-me a verdade (João de Deus)
02. Amo-te muito (João de Deus)
03. Mater Dolorosa (Gonçalves Crespo)
04. Tu és o Sol (Juvenal Galeno)
05. Medroso de Amor (Moreninha, Juvenal Galeno)
06. Madrigal (Luís Guimarães Filho)
07. Coração triste (Machado de Assis)
08. Xácara (Orlando Teixeira)
09. O sono (Gonçalves Dias)
10. Dolor Supremus (Osório Duque-Estrada)
11. Soneto (Coelho Neto)
12. Turqueza (Luís Guimarães Filho)
13. Hidrófana (Luís Guimarães Filho)
14. Trovas 1 (Osório Duque Estrada)
15. Trovas II (Magalhães de Azeredo)
16. Coração Indeciso (Frota Pessoa)
17. Canção (Fontoura Xavier)
18. A Grinalda (Magalhães de Azeredo)
19. A Despedida (Magalhães de Azeredo)
20. Sempre (Afonso Celso)
21. Dor sem Consolo (Afonso Celso)
22. Anoitece (Adelina Lopes Vieira)
23. A jangada (Juvenal Galeno)
Anna Maria Kieffer, mezzo-soprano
Achille Picchi, piano
Para fechar essa espetacular coleção teremos obras menos conhecidas de Debussy, com dois cds belíssimos. Sim, como eu disse, são dois cds. A DG nos premiou no final com um cd bônus. Como eles são legais, né?
Talvez “Le Martyre de Saint Sébastien ” não seja tão desconhecida assim. Já foram realizadas diversas gravações, e eu mesmo já trouxe uma versão, lá nos primórdios do PQPBach, e claro que o link já deve ter sumido. O cd bônus traz uma bela versão de “La Boite a joujoux”, além de outras pequenas peças para piano.
E a coleção não poderia terminar de melhor forma. A gravação que a DG trouxe de “Le Martyre de Saint Sébastien” é com o lendário maestro suiço Ernest Ansermet, que realizou históricas gravações com a Orchestre de La Suisse Romande, São gravações antigas, com certeza, mas tem uma qualidade única. Um belo trabalho dos engenheiros de som da gravadora.
CD 17
01. Le martyre de Saint Sébastien, incidental music for soloists, chorus & orchestra – La Cour des lys
02. La Chambre Magique
03. Le Concille des faux dieux
04. Le Laurier blessé
05. Le Paradis
Suzanne Danco – Soprano
Nacy Waugh – Contralto
Marie-Lise de Montmollin – Contralto
Union Chorale de La Tour de Peilz
Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor
06. Chansons de Charles d’Orléans (3), song cycle for chorus, L. 92 1. Dieu! qu’il la feit bon regarder!
07. 2. Quant j’ay ouy le tabourin
08. 3. Yver, vous n’estes qu’un vilain
Nicola Jenkin – Soprano
Suzanne Flowers – Soprano
Frances Jellard – alto
Neil McEnzie – Tenor
Julian Clarkson – bass
The Monteverdi Choir
John Eliot Gardiner – Conductor
CD Bonus
01. La boite à joujoux – 1 Le magasin des jouets
02. Le champ de bataille
03. La bergerie à vendre
04. Apres fortune faite
05. L’isle joyeuse
Friedrich Gulda
06. Masques
07. Valse romantique
08. Ballade
09. The little nigar
10. Mazurka
11. Nocturne
12. Dans bohémienne
Daniel Éricourt – Piano
13. Ballade que Villon feit à la requete de sa mere pour prier Nostre-Dame
14. La grotte
15. Mandoline
Gérard Souzay – Baritone
Orchestre de La Societé des Concerts du Conservatoire
Édouard Lindenberg – Conductor
Este é um vinil hoje raríssimo que fazia a alegria de quem frequentava o Instituto Goethe quando este era voltado para as artes. Ele, a coletânea, dava uma passada pelos grupos de música de vanguarda alemães dos anos 80. Bem, e era uma loucura absoluta. Eu adoro! A produção era do Goethe de São Paulo e o nome era “Uma Amostragem da Música Alemã Pós-Moderna”. E, bem, na minha opinião é rock n` roll… Inicia até calminho, mas e depois? Há, Beethoven e Power Rangers, corais e motores. Leiam abaixo a história das 2.950 cópias deste disco surpreendente que trago para vocês neste domingo. O meu exemplar está aqui em casa guardadinho. Vale muito. É a música ideal para torturar vizinhos e pessoas convencionais em geral. Ex-esposas e ex-maridos de ouvidos pouco alongados são alvos preferenciais.
Muito cuidado, convém usar moderadamente! Você pode acabar agredido!
.oOo.
Very important 80s compilation gathering the best experimental acts of the German scene of this time. Limited edition of 2950 copies pressed in Germany for the Goethe Institute, Sao Paulo, Brazil. Only 150 copies remained for sale in Europe. The other 2800 copies were sent to the Goethe Institute & went lost there. I suppose the LPs were distributed among the people in Brazil, which were highly interested in avant-garde music after the great success of the EUROPEAN MINIMAL MUSIC PROJECT presentation in Brazil. It is known that Kodiak Bachine in collaboration with Elmar Brandt, director of the Goethe Institute of São Paulo at that time, participated of the launching of the LP Neue Deutsche Post-Avantgarde in São Paulo at “Cri Du Chat” record store.
The Portuguese title is “Uma Amostragem Da Musica Alemã Pós-Moderna”.
Musicians:
1. S.B.O.T.H.I. (Swimming Behavior Of The Human Infant)
Real Name: Achim Wollscheid. Achim Wollscheid is a media artist whose work over the past 20 years has been at the forefront of experimental music. His work in sound has led to an interest in the relation between sound, light and architectural space, which he pursues through public, interactive and electronic projects.
2. Cranioclast
Cranioclast is a duo from Hagen, Germany, which produce various artistic endeavors, most commonly music. Usually those two identify themselves as Soltan Karik and Sankt Klario. They have their own label called CoC and were working with a number of like-minded bands, including Kallabris, Fetisch Park and A.B.G.S..
3. P16.D4
P16D4 was a German band whose music bordered on the industrial and on the cacophonous. On their debut album “Kühe In 1/2 Trauer” (Selektion, 1982) they managed to fuse the playful irrationality of Dadaism and the oppressive tones of expressionism. Roger Schönauer and Ewald Weber focused on an austere art and technique of loop and tape manipulation. Stefan E. Schmidt joined the ensemble on Distruct (Selektion, 1995), a deconstructed remix of sound sources provided by friends in the industrial scene. The double album Nichts Niemand Nirgends Nie (1985) delved into musique concrete and electronic improvisation. Tionchor (Sonoris, 1987) collects revised rarities.
4. Gerechtigkeitsliga
Members: Till Brüggemann & Ragnar. Gerechtigkeitsliga was formed in 1981. At that time, there were four German artists involved. The centre of operations was moved from Germany to London. Throughout the 1980’s and the early 90’s, the group was self-sufficient in producing music, films and videos. Multimedia Performances took place throughout central Europe and the USA. Gerechtigkeits Liga participated in many tape and some vinyl compilations in Europe, Brazil and the USA. (Gerechtigkeits Liga “Hypnotischer Existenzialismus” was also released as 12″ red vinyl on U.S.A label Thermidor records. G.L`s first 12″ was released on their own Zyklus records label in 1984).
5. Graf Haufen
Real Name: Karsten Rodemann. Started during the early days of the “tape revolution” in the early 1980’s at age 14 to release audio tapes of his own music under different names. The label was called GRAF HAUFEN TAPES. Later he added other musicians to the rooster as well. The label was stopped around 1985. Later he released books and booklets for art exhibitions held at his own apartment – some of the artists involved are also musicians such as John Hudak, G.X. Jupitter-Larsen aka THE HATERS, Andrzej Dudek-Dürer, Das Synthetische Mischgewebe.
6. Mullah
7. H.N.A.S.
HNAS (Hirsche Nicht Auf Sofa or Moose Without a Sofa), emerged in the 80’s German post avant garde industrial scene. The group was founded by Achim P. Li Khan and Christoph Heemann They are known for their radically eclectic sound and their sophisticated studio work. The work of HNAS is marked especially by an absurd sense of humor (their name being the first indication). . H.N.A.S.’s sound experimentation started in 1984 with a series of limited cassettes made for demonstration purpose or personal use. Their first LP, 1985’s Abwassermusik reflected an interest in collages of samples, tape loops and found sounds, often repeated ad infinitum. The group then recorded “Melchior” with Steven Stapleton (of Nurse with Wound). The group released two more LPs during 1986-87, Im Schatten Der Mhre and Kuttel im Frost (both on Dom).
8. Cinéma Vérité
Noise, experimental, minimal Members: Andreas Hoffmann, Klaus Hoeppner
9. Frieder Butzmann / Thomas Kapielski
Thomas Kapielski German author, artist & musician.
Frieder Butzmann, Veteran German musician amongst others on Zensor label.
10. Werkbund
Enigmatic industrial/experimental band from Hamburg, Germany. The sound deals mainly with marine tales and myths from Northern Germany. So far, it is not known who the artists are. It has been guessed that Felix Kubin and Uli Rehberg and other artists from Hamburg might be involved. Some people pretend that both Werkbund and Mechthild Von Leusch involve the collaboration of Asmus Tietchens and Uli Rehberg, though Asmus Tietchens repeatedly and vehemently denied any participation in the band.
Tracklist
A1. S.B.O.T.H.I. – Meio 1
A2. Cranioclast – “… And Even When They Are Shadowing the Skies …”
A3. P16. D4 – Driesbach
A4. Gerechtigkeits Liga – Zyklus Beats / In Excelsis Zyklus
A5. Graf Haufen – Scanning / Nature Is Noise Enough
A6 Mullah – Starve to Death
B1. H.N.A.S. – Quietschend, laut und ungestüm (Es war nicht mein Tag)
B2. Cinema Verite – Gebetsmhlen
B3. Frieder Butzmann / Thomas Kapielski – Rausch, Leiden und Gesang des B. und des K.
B4. Werkbund – Unter der Stadt 3
B5. S.B.O.T.H.I. – Meio 2
José Carlos do Amaral Vieira Filho, ou simplesmente Amaral Vieira, é daqueles músicos que – a despeito da quantidade de prêmios conquistados (10 como intérprete e 16 como compositor), da extensão de seu catálogo (no qual constam mais de 500 obras) e do reconhecimento de público e crítica – fazem muito mais sucesso no exterior do que aqui. (É bem provável que ele tenha se apresentado mais no Japão do que na cidade onde nasceu, São Paulo.) Com isso, já tava na hora de ele aparecer em nosso blog, inclusive em resposta a pedidos educados e conscientemente desprendidos de qualquer expectativa – que nosso SAC falhou em registrar. Hoje e daqui a 15 dias disponibilizarei dois dos vários álbuns que possuo de Amaral Vieira. Só não tenho, por ora, como me estender nas palavras.
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Amaral Vieira (1952): Fantasia coral In nativitate Domini
1. Choral-Fantasy ‘In Nativitate Domini’ Op.260 – Eloisa Baldin/Amaral Vieira/Selma Asprino/Norma Rodrigues/Coral Pro Musica Sacra/Luiz Roberto Borges
2. Tecladofonia Op.104: Allegro Moderato-Attacca
3. Tecladofonia Op.104: Non Troppo Lento
4. Tecladofonia Op.104: Scherzando-Attacca
5. Tecladofonia Op.104: Finale: Maestoso
6. Magnificat Op.254 – Eloisa Baldin/Sao Paulo State Chor/Jose Ferraz De Toledo
A partir daqui entramos certamente no mais importante conjunto de obras que um compositor jamais escreveu. O “Razumovsky Nº 3” é muito bom, extraordinário até, mas está ainda dentro da tradição do século XIX. Já o Op. 127 é o primeiro dos grandes quartetos finais de Beethoven, aqueles que apontam para o futuro, sendo não somente o germe dos quartetos de Bartók, mas os verdadeiros pais da música moderna. E não cessam de nos surpreender.
Se você um dia quiser entender a música erudita do século XX, é quase obrigado a conhecer o elo de ligação entre ela e a música anterior. Certo, há Wagner, Stravinsky, e todos aqueles que criaram obras revolucionárias na virada do século, mas todos foram beneficiários deste Beethoven final que dizia escrever música para o futuro. Ele tinha razão. O que seus contemporâneos não compreendiam, nós podemos entender e gostar. Precisamos disso se quisermos avançar nossa concepção musical alguns centímetros à frente dos museus que se tornaram nossas salas de concerto.
Eu amo por motivos diversos os dois quartetos deste CD. Se o terceiro “Razu” é um dos ápices do formato clássico, o Op. 127 é notável por sua novidade. A sonoridade torna-se áspera, a polifonia instrumental mais dura, a expressão enigmática. Seus contemporâneos consideravam estas obras incompreensíveis e as explicavam pela surdez, então completa, do mestre. Mas a verdade é que o pensamento musical abstrato de Beethoven só foi materializado completamente através destes quartetos de cordas. Os seis últimos quartetos são, na opinião deste que vos escreve, as melhores obras que ele escreveu.
Se você achar estranho o Op. 127, não desista, insista com ele e com os próximos que virão. Um mundo se abrirá para você a partir destas obras. Será uma especie de reformatação de sua cabeça e nesta nova configuração caberá Bartók, Debussy, Ravel e grande parte daquela música difícil que tantos evitam.
Sim, PQP Bach tem viés pedagógico!!! Temos a nada imodesta missão de abrir novas perspectivas para dois ou três de nossos “ouvintes”. Não estamos para brincadeiras!
String Quartet No. 9 in C major, Op. 59, No. 3, “Rasumovsky”
1. Introduzione: Andante con moto – Allegro vivace 10:57
2. Andante con moto quasi allegretto 09:18
3. Menuetto: Grazioso 05:07
4. Allegro molto 06:01
String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127
5. Maestoso – Allegro teneramente 06:33
6. Adagio ma non troppo e molto cantabile 14:42
7. Scherzando vivace 08:48
8. Finale: Alla breve 06:34