J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Jean-Guihen Queyras)

J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Jean-Guihen Queyras)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Dizem claramente meus ouvidos que esta talvez seja a melhor das gravações das célebres suítes. No mínimo, o extraordinário trabalho de Queyras fica no mesmo nível de outras grandes gravações. E, por favor, não me falem em Rostropovich e Yo-Yo Ma. É óbvio que são notáveis violoncelistas, mas em outro gênero de repertório. Falta-lhes o senso de estilo que sobra ao francês Queyras. Ouço a custo os Concertos para Violoncelo de Shosta por outro que não seja Rostrô. Mas ele ou Ma com Bach não dá.

Bem, nesta espetacular gravação da Harmonia Mundi, Queyras mostra o que se deve acentuar, onde se deve acelerar, o momento de desacelerar, quando brecar, etc. E tudo com o som do caraglio, limpinho, limpinho, de seu cello feito em 1696 por Goffredo Cappa.

E, ah, aquela gravação fantástica dos concertos de Haydn com a Freiburger Barockorchester é com ele também… Tá explicado.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Jean-Guihen Queyras)

CD 1
1. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 1. Prélude
2. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 2. Allemande
3. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 3. Courante
4. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 4. Sarabande
5. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 5. Menuets 1 & 2
6. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 6. Gigue

7. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 1. Prélude
8. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 2. Allemande
9. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 3. Courante
10. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 4. Sarabande
11. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 5. Menuets 1 & 2
12. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 6. Gigue

13. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 1. Prélude
14. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 2. Allemande
15. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 3. Courante
16. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 4. Sarabande
17. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 5. Bourrées 1 & 2
18. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 6. Gigue

CD 2
1. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 1. Prélude
2. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 2. Allemande
3. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 3. Courante
4. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 4. Sarabande
5. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 5. Bourrées 1 & 2
6. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 6. Gigue

7. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 1. Prélude
8. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 2. Allemande
9. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 3. Courante
10. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 4. Sarabande
11. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 5. Gavottes 1 & 2
12. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 6. Gigue

13. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 1. Prélude
14. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 2. Allemande
15. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 3. Courante
16. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 4. Sarabande
17. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 5. Gavottes 1 & 2
18. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 6. Gigue

Jean-Guihen Queyras, violoncelo

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Music Abstract Painting Image Suite No. 1, by Carmen Guedez - Copyright © www.carmenguedez
Music Abstract Painting Image Suite No. 1, by Carmen Guedez – Copyright © www.carmenguedez

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Serenade Nr. 1 D maior, Op. 11

Johannes Brahms (1833-1897): Serenade Nr. 1 D maior, Op. 11

Estava pensando no que postar. Decidi ouvir esta peça de um dos meus compositores favoritos, Brahms, e aí a dúvida cessou. O primeiro movimento é extraordinário, leve, suave. É diferente, por exemplo, do Concerto no. 1 para piano e orquestra e o primeiro movimento da Terceira Sinfonia. Ah! Já ia esquecendo! O regente é o grande Claudio Abbado à frente da Filarmônica de Berlim, numa gravação de 1983. Não é das principais composições de Brahms, mas é música de primeira linha. Brahms é Brahms.

Johannes Brahms (1833-1897) – Serenade Nr. 1 D maior, Op. 11

01 Allegro molto [13:16]
02 Scherzo. Allegro non troppo – Trio. Poco piu moto [8:13]
03 Adagio non troppo [14:49]
04 Menuetto I – Menuetto II [4:08]
05 Scherzo. Allegro – Trio [2:40]
06 Rondo. Allegro [5:52]

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado, regente

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Abbado em procedimento de decolagem.
Abbado em procedimento de decolagem.

Carlinus

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg

Esta é a milésima vez que posto as Variações Goldberg. Já postei até em versão para metais, acordeón e quarteto de vielas de rodas. Não, não, a última foi mentira. É a obra que mais amo neste mundo. Então, foda-se, azar é o do goleiro, vai mais um post. A gravação da bonitinha Christine Schornsheim fica no nível da primeira gravação que ouvi, a de Karl Richter. Coincidentemente, ambos a fazem em duplos, Richter num álbum de 2 LPs e Christine num duplo CD, pois ultrapassou o número mágico dos 80 minutos. Boa gravação? Sim sem dúvida um belo registro, mas que não chega aos pés do campeão absoluto.

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg

CD 1:
1. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Aria
2. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 1
3. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 2
4. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 3. Canone all’Unisono
5. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 4
6. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 5
7. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 6. Canone alla Seconda
8. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 7
9. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 8
10. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 9. Canone alla Terza
11. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 10. Fughetta
12. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 11
13. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 12. Canone alla Quarta
14. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 13
15. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 14
16. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 15. Canone alla Quinta. Andante

CD 2:
1. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 16. Ouverture
2. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 17
3. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 18. Canone alla Sesta
4. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 19
5. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 20
6. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 21. Canone alla Settima
7. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 22. Alla breve
8. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 23
9. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 24. Canone all’Ottava
10. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 25
11. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 26
12. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 27. Canone alla Nona
13. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 28
14. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 29
15. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 30. Quodlibet
16. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Aria

Christine Schornsheim, cravo

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Christine Schornsheim
Christine Schornsheim

PQP

A história dos 40 anos (e vários séculos) do Museu da Música de Mariana, MG

(Repostagem de 13.07.13)

Colegas,

Para quem estiver em Minas Gerais nessa ocasião, convido-os para os eventos comemorativos dos 40 anos do Museu da Música de Mariana (MG), que serão realizados nessa cidade nos dias 6 e 7 de julho próximos.

O Museu da Música foi a primeira instituição criada especialmente para reunir e preservar manuscritos musicais brasileiros, de maneira ainda informal na década de 1960, mas oficializado em 6 de julho de 1973 pelo então Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira. Centro do maior projeto conjunto de edição e gravação de música antiga brasileira (o Projeto Acervo da Música Brasileira, patrocinado pela Petrobras, entre 2001-2003), o Museu da Música de Mariana desenvolve atualmente vários projetos artísticos e sociais, e recebeu, do Programa Memória do Mundo da UNESCO, em 2 de dezembro de 2011, o Registro Regional para a América Latina e o Caribe (MOWLAC), tornando-se, assim, a primeira instituição brasileira do gênero com esse tipo de distinção.

Segue abaixo o texto publicado na revista portuguesa de música Glosas, sobre a história e as atividades atuais do Museu da Música, e seu respectivo link.

Abraço,

Paulo Castagna
[email protected]
http://paulocastagna.com/

A HISTÓRIA DOS 40 ANOS (E VÁRIOS SÉCULOS) DO MUSEU DA MÚSICA DE MARIANA

Prof. Paulo Castagna

.História de uma solução

O Museu da Música de Mariana, como tem sido popularmente chamado o Museu da Música do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (Minas Gerais), celebra 40 anos de uma contribuição que, de várias maneiras, vem participando da construção cultural de brasileiros e portugueses. Sua história, no entanto, exibe uma complexa teia de relações, que fez desta instituição um centro pioneiro de recepção, preservação e difusão do patrimônio histórico-musical luso-brasileiro, que se encontra em franco desenvolvimento.

A origem do Museu da Música está associada a um problema inicialmente observado pelo musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange (1903-1997), que realizou as primeiras investigações histórico-musicais em território brasileiro nas décadas de 1940 e 1950: a falta de pessoal especializado e, principalmente, de instituições locais destinadas ao cuidado e estudo de acervos de manuscritos musicais. A primeira solução adotada por Curt Lange foi, no entanto, discutível: o musicólogo obteve muitos manuscritos musicais com os quais se deparou nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, por compra ou por métodos obscuros, levando-os à sua residência, nessas décadas no Rio de Janeiro e em Montevidéu (Uruguai).

Mas se, nesse período, não havia no Brasil nenhuma instituição especificamente dedicada a esse tipo de acervo, ao menos nos moldes defendidos por Curt Lange, os manuscritos por ele recolhidos estavam sendo cada vez mais referidos no Brasil, principalmente a partir da primeira publicação de uma coletânea desse repertório (LANGE, 1951) e de sua primeira gravação, em 1958. Por outro lado, praticamente nenhum especialista, além dele próprio, tinha acesso a tais documentos, antes de sua transferência para o Museu da Inconfidência (Ouro Preto – MG) em 1983 e sua disponibilização pública na década seguinte.

Foi nesse contexto que se destacou o trabalho do terceiro arcebispo da Arquidiocese de Mariana, Dom Oscar de Oliveira (1912-1997). Desde o início de sua função arquiepiscopal, em 1960, Dom Oscar vinha tomando várias medidas referentes à preservação e acesso ao patrimônio histórico e artístico de sua região: em 1962 instituiu o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e em 1965 o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Até o final de sua atuação à frente da arquidiocese, em 1988, Dom Oscar fundou também o Museu do Livro (com o acervo da antiga Biblioteca dos Bispos de Mariana), o Museu dos Móveis, a Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana e a Fundação Marianense de Educação.

Mariana (figuras 01 a 03) é sede episcopal desde 1748 e a sexta diocese brasileira, depois das dioceses (ou bispados) da Bahia (1555), Rio de Janeiro (1676), Olinda (1676), Maranhão (1677) e Pará (1719), tendo sido elevada a arquidiocese em 1906. Primeira vila, cidade e capital de Minas Gerais, Mariana começou a se desenvolver economicamente em função da mineração aurífera, tornando-se região agropastoril no século XIX e, na recente fase industrial, um centro minerador de ferro.

A herança urbanística e eclesiástica de Mariana fez com que lá se concentrassem muitas reminiscências da antiga arte sacra (especialmente dos séculos XVIII e XIX), incluindo muitos manuscritos musicais e o conhecido órgão Arp Schnitger construído em Hamburgo (Alemanha) na primeira década do século XVIII e transferido para a catedral de Mariana em 1753.

Mudanças litúrgicas do século XX, no entanto, acarretaram uma sensível diminuição das atenções em relação ao repertório dos séculos anteriores, até o momento em que essa música começou a ser vista não apenas como componente litúrgico, mas também como patrimônio histórico. Quem pela primeira vez percebeu isso em Mariana foi Dom Oscar de Oliveira.

Desde sua consagração como arcebispo em 1960, Dom Oscar de Oliveira (figura 04) já manifestava especial interesse pela música sacra. Nesse mesmo ano publicou uma série de treze artigos com o título “Música sacra e liturgia” (OLIVEIRA, 1960), embora sem qualquer menção ao passado musical marianense. Em meio a tais iniciativas e sentindo a necessidade de uma ação também dirigida ao patrimônio histórico-musical, o arcebispo fundou em 1973 o Museu da Música, como parte do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Principalmente constituído de manuscritos musicais, apesar de também contar com alguns instrumentos musicais, o Museu da Música acabou recebendo esse nome em decorrência das instituições anteriormente fundadas por Dom Oscar para a proteção do patrimônio histórico marianense, como o Museu de Arte Sacra e o Museu do Livro.

A fundação do Museu da Música foi uma solução criada por Dom Oscar para a falta de instituições brasileiras destinadas à preservação e estudo de manuscritos musicais. Tal solução, entretanto, foi o resultado de uma longa série de ações anteriores à sua oficialização, que inclui a tradição dos mestres da capela do século XVIII e a acumulação de manuscritos musicais na cidade durante o século XIX.

Quando assumiu a arquidiocese, ou talvez mesmo antes disso, Dom Oscar de Oliveira percebeu que a cúria marianense, à época instalada na igreja de São Pedro dos Clérigos (figura 05), guardava um precioso acervo de manuscritos musicais, muitos deles bastante antigos. O arcebispo manifestou publicamente o interesse por esse acervo em 1966, quando convidou o irmão marista Wagner Ribeiro a publicar o artigo “Visita ao maravilhoso reino da música antiga mariananese” no jornal O Arquidiocesano, texto que se tornou a mais antiga notícia hoje disponível sobre o acervo que deu origem ao Museu da Música.

Entre outros impressos e documentos, Wagner Ribeiro (1966) descreveu dezenove manuscritos musicais do acervo da cúria, chegando a apresentar o incipit musical (figura 06) da Antífona de Nossa Senhora Regina Cæli lætare de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805), a partir de uma cópia de 1779 (figuras 07 e 08), o mais antigo manuscrito musical datado desse acervo. No ano seguinte, um artigo do mesmo jornal (VASCONCELLOS, 1967) já mencionava a existência de dois arquivistas musicais trabalhando na cúria: Aníbal Pedro Walter e Vicente Ângelo das Mercês. A partir desse período, o arcebispo estava firmemente decidido a cuidar desse acervo.

Mas qual foi a origem dos manuscritos musicais preservados na cúria de Mariana? A existência de uma tradição musical do século XVIII (CASTAGNA, 2004b) na matriz e depois catedral de Mariana (figura 09), associada à presença de várias cópias desse período no acervo encontrado por Dom Oscar, sugeriram a hipótese de que o acervo musical da cúria fosse o remanescente do antigo arquivo musical da catedral de Mariana, suposição apoiada pela existência de várias cópias com a indicação de propriedade “catedral” na página de rosto (figura 10).

De fato, vários documentos atestam a relação entre o arquivo musical catedralício e o acervo encontrado por Dom Oscar de Oliveira na cúria, como a “Lista das músicas pertencentes à Catedral”, de 1832 (figura 11), embora seja evidente que boa parte do repertório acumulado nessa igreja nos séculos XVIII e XIX tenha se perdido. Paralelamente, em 1882, o arcediago José de Souza Teles Guimarães (figura 12) doou à catedral de Mariana 164 músicas “dos melhores autores conhecidos, para uso da Catedral”, encaminhando “a lista nominal de todas as peças” e solicitando que “as ditas músicas sejam acondicionadas e zeladas de modo que se prestem ao fim proposto” (CASTAGNA, 2010). Essa “lista nominal” parece corresponder à “Lista Geral de Todas as Músicas” (figura 13) localizada no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, a qual exibe muitas correspondências com o antigo acervo musical da cúria e nos ajuda a esclarecer a origem de uma parte dos manuscritos preservados.


Não são conhecidos registros sobre a transferência do arquivo musical da catedral para a cúria, mas isso deve ter ocorrido após a promulgação do Motu Proprio Tra le sollecitudini (22 de novembro de 1903) do papa Pio X, que acarretou o desuso da maior parte do repertório sacro dos séculos XVIII e XIX, decorrente da depuração do “funesto influxo que sobre a arte sacra exerce a arte profana e teatral” solicitada pelo pontífice. Essa determinação foi amplamente conhecida pelo clero marianense, pois além de ter sido transcrita nas atas do cabido, foi impressa em Mariana poucos meses após sua assinatura em Roma (PIO X, 1904).

Pelo menos trezentas obras devem ter sido transferidas da catedral à cúria de Mariana no início do século XX, a julgar pelo atual conteúdo da seção mais antiga do Museu da Música. Entre elas, estão principalmente composições de autores afro-mineiros dos séculos XVIII e XIX, mas também algumas obras de autores portugueses mais antigos, com destaque para as quatro Paixões da Semana Santa escritas por Francisco Luís no século XVII. Fica assim evidente que, embora instituído há 40 anos, o Museu da Música de Mariana partiu de um repertório acumulado ao longo de três séculos – obviamente com muitas perdas e substituições – mas cujas raízes remontam à história musical portuguesa, europeia e católica. Nesse sentido, o acervo do Museu da Música é a reminiscência, no Brasil, de uma rede de difusão musical que iniciou-se na Europa e cruzou várias vezes o Atlântico, reunindo e mesclando estilos, tendências, origens, formas e funções.

A visão planejadora de Dom Oscar de Oliveira

Interessado em preservar toda essa documentação musical, o arcebispo Dom Oscar de Oliveira tomou duas medidas, ainda no final da década de 1960: a primeira delas foi convidar, para a função de arquivista musical, a professora Maria Ercely Coutinho (figura 14), que trabalhou na cúria, ainda na igreja de São Pedro dos Clérigos, de 1968 a 1972 (em substituição aos primeiros arquivistas Aníbal Pedro Walter e Vicente Ângelo das Mercês, que lá atuaram em 1967). A segunda foi solicitar às famílias de músicos que o arcebispo encontrava, durante as visitas episcopais às paróquias da arquidiocese, a doação de músicas à cúria de Mariana, o que ocorreu várias vezes a partir dessa época: o primeiro desses acervos foi oferecido em 1969 por José Henrique Ângelo, descendente de uma família de músicos da cidade de Barão de Cocais (MG)

O tamanho e a complexidade do acervo de Barão de Cocais tornou necessária a intervenção de um musicólogo com experiência na área, o que representou novo desafio ao arcebispo. Francisco Curt Lange, que já tinha conhecimento do acervo musical da cúria de Mariana, começou a oferecer seu trabalho a Dom Oscar de Oliveira em 1967 (CASTAGNA, 2005), mas este acabou aceitando a colaboração do padre José de Almeida Penalva (1924-2002) (figura 15), que já vinha trabalhando com manuscritos musicais em Campinas, sua cidade natal: o primeiro trabalho de Penalva como pesquisador havia sido impresso em 1955, mas a catalogação, em 1970, das obras de Carlos Gomes (1836-1896) no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas (SP), foi a iniciativa que diretamente o conectou à pesquisa que realizaria em Mariana dois anos mais tarde (PROSSER, 2000: 227).

Em Mariana, José Penalva organizou e elaborou um catálogo do arquivo de José Henrique Ângelo, parcialmente publicado no jornal O Arquidiocesano em 1972 (figura 16), porém impresso em sua forma integral no ano seguinte na revista Cadernos, periódico do Studium Theologicum de Curitiba (PR), cidade na qual o padre Penalva passou a residir.

Com o encerramento do trabalho de Maria Ercely Coutinho e do Padre José de Almeida Penalva, em 1972, surgiu novamente a necessidade de contar com alguém que continuasse o trabalho por eles iniciado. Dom Oscar de Oliveira, em nova ação planejadora, aceitou a colaboração de Maria da Conceição de Rezende, então professora de História e Estética Musical na Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte (MG), que assumiu as tarefas de organização, catalogação e estudo do acervo por doze anos ininterruptos.

Conceição Rezende conviveu pouco tempo com Penalva e Coutinho em Mariana e logo passou a desenvolver praticamente sozinha sua tarefa, às vezes contando com o auxílio de músicos e professores de Mariana e de Belo Horizonte (CASTAGNA, 2004a). Poucas semanas após o início do trabalho de Conceição Rezende, naquele agitado ano de 1972, a catalogação dos manuscritos musicais da cúria (especialmente do século XVIII) motivou constantes reportagens na imprensa diária (figura 17), o que acabou dando ao acervo, a partir desse período, uma notoriedade nacional e internacional.

Foi depois de tudo isso que Dom Oscar de Oliveira fundou o Museu da Música, inaugurado em uma sala do novo edifício da Cúria e Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (figura 18) em 6 de julho de 1973 (figura 19), paradoxalmente sem a presença do arcebispo, cuja mãe havia falecido nessa mesma época. A partir de então, as notícias sobre o Museu da Música tornaram-se frequentes e as doações de manuscritos musicais aumentaram consideravelmente.

Utilizando a metodologia desenvolvida por José de Almeida Penalva, Maria da Conceição de Rezende passou a separá-los pela cidade de origem e por seis categorias funcionais: 1) Te Deum; 2) Ladainhas; 3) Ofícios e Novenas; 4) Missas; 5) Semana Santa; 6) Fúnebres. Assim, o acervo encontrado na cúria por Dom Oscar tornou-se a seção “Mariana”, enquanto o acervo estudado por José Penalva tornou-se a seção “Barão de Cocais”, cada um deles divididos em seis seções referentes à categorias acima mencionadas.

Na década de 1980, os papéis de música já eram procedentes de cerca de trinta cidades mineiras – felizmente registradas por Conceição Rezende – e sua organização estimulou várias ações relacionadas ao patrimônio histórico-musical brasileiro. Uma delas foi a microfilmagem de parte dos manuscritos do Museu da Música (cujos fotogramas encontram-se na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), para a elaboração do catálogo O ciclo do ouro, que relaciona manuscritos musicais e outros documentos históricos de onze acervos mineiros e cariocas (BARBOSA, 1978).

Conceição Rezende, no entanto, encerrou seu trabalho no Museu da Música durante o I Encontro Nacional de Pesquisa em Música (Mariana, julho de 1984), ocasião na qual Dom Oscar providenciou o registro jurídico da instituição, abrindo-o finalmente à pesquisa. Em função da falta de espaço, o Museu da Música acabou sendo transferido para o recém-inaugurado Palácio Arquiepiscopal, na Praça Gomes Freire (figura 20), em 1988 (mesmo ano em que Dom Oscar de Oliveira encerrou sua atuação como arcebispo de Mariana) e, ao lado do Museu do Livro, continuou recebendo pesquisadores e estimulando ações semelhantes nos anos seguintes (figuras 21 a 23).

Felizmente, Dom Oscar foi sucedido por Dom Luciano Mendes de Almeida (1930-2006), que não apenas manteve o acervo aberto à pesquisa no Palácio Arquiepiscopal, como também, à frente da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana, aceitou novas ações referentes à modernização e desenvolvimento do Museu da Música.

O Museu da Música de Mariana no século XXI

Um trabalho decisivo foi realizado no Museu da Música entre 2001 e 2003: o projeto “Acervo da Música Brasileira / Restauração e Difusão de Partituras”, da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana, financiado pela Petrobras e administrado pelo Santa Rosa Bureau Cultural (Belo Horizonte – MG). Nessa fase, foi constituída uma equipe de pesquisadores para continuar a organização do acervo (figuras 24 a 29) e elaborar um instrumento de busca eletrônico, além de editar nove álbuns de partituras e coordenar sua gravação por coros e orquestras de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

O projeto Acervo da Música Brasileira gerou novo interesse e maior visibilidade em relação ao Museu da Música, que passou a contar com outras ações e projetos destinados a aumentar a difusão social de seu acervo. Após a restauração do antigo Palácio dos Bispos de Mariana, entre 2004 e 2007 (figura 30), o Museu da Música foi para lá transferido, onde se encontra atualmente (figura 31). O novo espaço tornou a instituição apta a desenvolver atividades diferentes, como a recepção de grupos de visitantes e o oferecimento de aulas e apresentações musicais, o que ampliou consideravelmente seu significado cultural e social.

Desde então, além de continuar o trabalho técnico (figuras 32 e 33) e de receber pesquisadores, o Museu da Música de Mariana têm realizado projetos destinados não somente ao desenvolvimento da pesquisa musicológica, mas também ao desenvolvimento musical, com a manutenção de espaços para exposições (figuras 34 e 35), aulas e apresentações musicais, e a realização de projetos de apresentações públicas com obras de seu acervo em várias cidades mineiras. Além disso, o Museu da Música mantém o projeto “Aperfeiçoamento de Maestros e Regentes de Coro”, destinado a desenvolver localmente a prática da música coral e a multiplicar ações nessa área.

Em reconhecimento à importância de seu acervo de manuscritos musicais, mas também por conta dos projetos acima referidos, o Museu da Música de Mariana recebeu, do Programa Memória do Mundo da UNESCO, em 2 de dezembro de 2011, o Diploma do Registro Regional para a América Latina e o Caribe (MOWLAC), tornando-se, assim, a primeira instituição brasileira do gênero com esse tipo de distinção.

Apesar dos projetos anteriores de edição e gravação, a maior parte do acervo do Museu da Música de Mariana é desconhecido do público. Bastante variado, esse acervo inclui instrumentos musicais, documentos históricos, recortes de jornais, livros cerimoniais, bibliografia musicológica, manuscritos e impressos musicais. Entre os manuscritos – que constituem a maior parte do acervo – estão obras sacras de vários períodos históricos e uma grande seção de música dos séculos XIX e XX para banda, ainda em processo de catalogação. É grande o número de autores de música sacra representados no acervo, entre eles muitos brasileiros, como José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805), Manoel Dias de Oliveira (c.1735-1813), Francisco Gomes da Rocha (c.1754-1808), João de Deus de Castro Lobo (1794-1832) e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), e vários europeus, como os portugueses Francisco Luís (?-1693), Antonio Leal Moreira (1758-1819) e Marcos Portugal (1762-1830).

Por outro lado, a herança portuguesa e africana da maior parte dos compositores brasileiros representados no acervo – sem contar a música dos autores europeus que se transferiram para o Brasil – torna o Museu da Música de Mariana uma instituição de significado internacional. Os projetos nele desenvolvidos não afetam apenas a cidade de Mariana e nem somente o meio musicológico brasileiro, mas difundem pelo mundo, especialmente de língua portuguesa, uma herança cultural que vem participando de nossa vivência cultural por via direta ou indireta.

O Museu da Música de Mariana tem estimulado o surgimento de instituições semelhantes em outras cidades brasileiras – como o Museu da Música de Timbó (SC),[2] inaugurado em 2004, e o Museu da Música de Itu (SP),[3] inaugurado em 2007 – e seu desenvolvimento foi importante na elaboração de outros projetos de conservação, organização, catalogação, edição e gravação de obras, no Brasil e fora dele. Mesmo assim, as ações dessa instituição estão longe de serem encerradas: o Museu da Música planeja, atualmente, a digitalização e disponibilização eletrônica de seu acervo e outras iniciativas igualmente impactantes relacionadas ao patrimônio histórico-musical brasileiro.

Vivemos, entretanto, em um período bastante diferente das décadas de 1940 a 1980, nas quais a falta de informações, de instituições e de oportunidades mobilizou centenas de pessoas para o trabalho técnico e acadêmico relacionado ao patrimônio histórico-musical. Na atualidade, os desafios são quase opostos aos daquela época, estando entre os principais o excesso de informações e que circula nas sociedades e a falta de significado humano de boa parte das ações institucionais.

Em virtude da total reconfiguração do Museu da Música de Mariana e dos projetos nele desenvolvidos nos últimos treze anos, essa instituição vem se preparando para uma nova atuação junto à sociedade, que não se restringe somente à abertura de seu acervo aos especialistas (o que será permanentemente mantido), mas que visa também o desenvolvimento cultural e social, com ações de interesse público relacionados ao seu acervo. Se o Museu da Música foi, no passado, uma instituição pioneira no cuidado de antigos acervos musicais por especialistas, seu futuro aponta agora para o cuidado de pessoas por meio da música antiga.

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Os links para baixar os 9 CDs produzidos pelo MMM com músicas inéditas, em arquivos FLAC e MP3 320 kbps, com os respectivos encartes, podem ser encontrados AQUI, conforme forem sendo repostados.

Avicenna

Johannes Brahms (1833-1897): The Piano Concertos (Live)

Johannes Brahms (1833-1897): The Piano Concertos (Live)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD vai direto para o rol das gravações clássicas. Dia desses estive criticando Dudamel na Sinfonia Nº 4 de Brahms, mas o que dizer desta associação com Barenboim? Ora, que é perfeita, impecável, sensível, musical e arrasadora. O senso de estilo demonstrado aqui foi poucas vezes alcançado. O curioso é que Barenboim é o regente titular da Staatskapelle Berlin e, nestes concertos, ele desce do pódio, senta no piano, e dá lugar a Dudamel. E o resultado é estupendo.

Johannes Brahms (1833-1897): The Piano Concertos (Live)

Brahms: Piano Concerto No.1 In D Minor, Op.15
1 – 1. Maestoso – Poco più moderato (Live) 23:24
2 – 2. Adagio (Live) 14:25
3 – 3. Rondo (Allegro non troppo) (Live) 13:20

Brahms: Piano Concerto No.2 In B Flat, Op.83
4 – 1. Allegro non troppo (Live) 18:40
5 – 2. Allegro appassionato (Live) 9:45
6 – 3. Andante – Più adagio (Live) 12:31
7 – 4. Allegretto grazioso – Un poco più presto (Live) 9:57

Daniel Barenboim, piano
Staatskapelle Berlin
Gustavo Dudamel

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Barenboim + Dudamel: dois craques e fácil entendimento
Barenboim + Dudamel: entendimento fácil entre dois supercraques

PQP

D. Shostakovich (1906-1975): Trios Nros. 1 e 2 e Sonata para Viola

D. Shostakovich (1906-1975): Trios Nros. 1 e 2 e Sonata para Viola

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As três obras deste álbum abrangem uma vida inteira. E tudo é de primeira linha. É incrível a qualidade deste repertório. O primeiro trio de piano foi escrito por Shostakovich aos 17 para uma namorada. Era o ano de 1923. O domínio dos meios já era inegável e as impressões digitais de Shosta são instantaneamente reconhecíveis: o ceticismo, o sarcasmo e a justaposição de opostos. Esta não é a maneira como a maioria de nós iria cortejar uma moça, mas Shostakovich foi sempre um original e eclético. Tudo o que ele escreve pode ser interpretado igualmente como seu oposto, um dispositivo que se tornou a chave para a sobrevivência do compositor na Rússia Soviética.

O segundo trio de piano, escrito em 1943, aos 37 anos do compositor, é finalizado por uma dança klezmer muito mórbida que alguns consideram o reflexo dos assassinatos de judeus na Alemanha de Hitler, enquanto outros a entendem como um protesto contra o crescente anti-semitismo stalinista. Independentemente da forma como você se aproxima dele, os ritmos cáusticos grudam na consciência do ouvinte. Esta composição está evidentemente ao lado das vítimas.

A Sonata para Viola, opus 147, é um trabalho escrito no leito de morte, em julho de 1975. Shosta tinha 69 anos. Inesperadamente, dadas as alternâncias de tristeza e agitação de seu quarteto de cordas final, a sonata emana uma tranquila beleza que cita a Sonata ao Luar de Beethoven. Cada seção termina com a palavra ‘morendo’ na partitura. É uma música estarrecedora, por assim dizer.

O pianista nesta gravação, Vladimir Ashkenazy, tocou para Shostakovich e cresceu em seu mundo. Os outros artistas são húngaro (Zsolt-Tihamér Visontay), sueco (Mats Lidström) e norueguês (Ada Meinich). A mistura de conhecimentos subjetivos e objetivos funciona bem. Há tensão. Como deve ser.

De Norman Lebrecht, com pequenas adições. Traduzido livremente por PQP.

Dmitri D. Shostakovich (1906-1975): Trios Nros. 1 e 2 e Sonata para Viola

1. Piano Trio No. 1 in C minor Op. 8 13:08

Piano Trio No.2, Op.67
2. 1. Andante – Moderato – Poco più mosso 7:13
3. 2. Allegro con brio 2:52
4. 3. Largo 5:22
5. 4. Allegretto – Adagio 10:15

Vladimir Ashkenazy, Zsolt-Tihamér Visontay, Mats Lidström

Sonata for Viola and Piano, Op.147
6. 1. Moderato 9:50
7. 2. Allegretto 7:33
8. 3. Adagio 15:31

Vladimir Ashkenazy, Ada Meinich

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Shostakovich, música de três fases diferentes da vida e fumadinha com Bernstein
Shostakovich, música de três fases diferentes da vida e fumadinha com Bernstein

PQP

.: intermezzo :. The Gary Burton Quartet — Live In Tokyo

.: intermezzo :. The Gary Burton Quartet — Live In Tokyo

Um belo CD de jazz. Gravado durante um show em 1971, o quarteto de Burton aparece com um guitarrista de peso roqueiro, antecipando um pouco do que seria o fusion. O som é bem mais encorpado do que o do também extraordinário quarteto formado por Burton em 1967, com Larry Coryel na guitarra e o grande Steve Swallow no baixo. Mas não se apavore: não há excessos nem mau gosto, apenas um bom perfume setentista. Eu botei para ouvir no mp3 sem saber da data do CD. Logo comecei a achar que, puxa esses jazzistas também morrem de saudades dos anos 70 e querem refazer aquele som. Foi mesmo uma época muito criativa para a música. Logo depois consultei e soube que a origem do CD era um LP de 41 minutos. Um LP glorioso, acreditem.

The Gary Burton Quartet — Live In Tokyo

1 Ballet
2 On The Third Day
3 Sunset Bell
4 The Green Mountains
5 African Flower
6 Portsmouth Figurations

The Gary Burton Quartet:
Drums – Bill Goodwin
Electric Bass – Tony Levin
Guitar – Sam Brown
Vibraphone – Gary Burton

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A contracapa do LP/CD: bem 1971
A contracapa do LP/CD: bem 1971

PQP

Heinrich Schütz (1585-1672): Italian Madrigals (Il primo libro de madrigali, Op. 1, SWV 19)

Heinrich Schütz (1585-1672): Italian Madrigals (Il primo libro de madrigali, Op. 1, SWV 19)

Heinrich Schütz foi foda. Músico e compositor, é geralmente considerado o mais importante compositor alemão antes de Johann Sebastian Bach e também considerado um dos mais importantes compositores do século XVII junto com Claudio Monteverdi. Iniciou sua carreira musical quando foi selecionado, ainda menino, por sua bela voz, para o coro do Landgrave Maurício de Hesse-Kassel, e ali recebeu seu primeiro treinamento. Mais tarde seu patrono o matriculou na Universidade de Marburg, e depois o enviou para estudar com Giovanni Gabrieli, na Itália. Ao retornar, em 1613, com os ensinamentos recebidos, introduziu importantes inovações no vocabulário musical da Alemanha. Passou os quatro anos seguintes exercendo a função de organista em Kassel, e foi liberado deste serviço para assumir a posição de Kapellmeister na corte de Dresden. Ali casou-se e se tornou amigo de Johann Hermann Schein. Em 1629 voltou para a Itália a fim de comprar instrumentos e estudar a música teatral de Monteverdi. Como a Guerra dos Trinta Anos estava devastando Alemanha, Schütz foi obrigado, em seu retorno, a buscar colocação em outro local, e encontrou emprego em Hamburgo, e depois em Copenhagen. Terminada a guerra, reassumiu suas funções em Dresden, onde se aposentou em 1651, retirando-se para sua casa de campo, onde faleceu. A música de Schütz é de predominantemente religiosa, mas de grande capacidade de expressão emocional. Dominou a escrita para grandes grupos tão bem quanto para os reduzidos, e suas Paixões, para pequenos conjuntos, talvez estejam entre suas obras mais impressionantes. A influência da arte musical italiana perpassa toda sua obra, embora a tenha adaptado para o caráter germânico de uma forma altamente pessoal. Foi ele quem colocou a música alemã no mapa.

Este disco é notavelmente delicado e demonstra toda a influência da música italiana em sua obra. É coisa da juventude de Schütz, cheia de alegria, sol e doçura.

Heinrich Schütz (1585-1672): Italian Madrigals

1. Part One: O Primavera, SWV 1
2. Part Two: O Dolcezze Amarissime, SWV 2
3. Selve Beate, SWV 3
4. Alma Afflita, SWV 4
5. Cosi Morir Debb’io, SWV 5
6. D’orrida Selce Alpina, SWV 6
7. Ride La Primavera, SWV 7
8. Fuggi O Mio Core, SWV 8
9. Feritevi, Ferite, SWV 9
10. Flamma Ch’allacia, SWV 10
11. Quella Dama Son Io, SWV 11
12. Mi Saluta Costei, SWV 12
13. Io Moro, Eccho Ch’io Moro, SWV 13
14. Sospir Che Del Bel Petto, SWV 14
15. Dunque Addio, SWV 15
16. Tornate, O Cari Baci, SWV 16
17. Di Marmo Siete Voi, SWV 17
18. Giunto E Pur, Lidia, SWV 18
19. Vasto Mar, SWV 19

Capella Lipsiensis
Dietrich Knothe

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Heinrich Schütz, com essa carinha pernóstica, ele viveu 87 anos
Heinrich Schütz, com essa carinha pernóstica, ele viveu 87 anos

PQP

Georg F. Handel (1685-1759): O Messias, HWV 56

Georg F. Handel (1685-1759): O Messias, HWV 56

Recado de PQP: Grande música! Mas temos estas duas gravações… Bem melhores! Aqui e aqui.

Com certeza, esta é uma das peças que mais ouvi em minha vida. Resolvi postar esta versão de 1964, porque gosto muito de Otto Klemperer e a sua interpretação deveria figurar por aqui. Certa vez, pude gravar uma seleção das músicas desse oratório no programa Clássicos de Todos os Tempos (meu primeiro contato com a peça), que passa aqui em Brasília todas as noites. São duas horas dedicadas à música clássica. Como não tinha muito material para apreciar, quase todos os dias – e sempre que podia -, eu ouvia o programa. Foi numa dessas ocasiões que gravei duas fitas cassetes. Como ouvi o conteúdo daquelas duas fitas cassetes! Ainda as tenho comigo. A qualidade do som foi afetada pelo tempo. Não sei muito bem de quem é a gravação. Logo em seguida, eu ganhei uma gravação não muito boa produzida pelas Paulinas. A gravação foi realizada pela Orquestra de Câmara da Lituânia. Isso se deu em 2003. O CD duplo ainda está comigo. Guardado. Bem acondicionado. O que me atrai em O Messias é a musicalidade celsa. A peça de abertura é docemente triste e pressaga. Uma gaita de foles é tocada e faz surgir uma reflexão preparatória para aquilo que virá. Em seguida surge a voz tristemente profética e consoladora dizendo: “Consolai! Consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que a sua servidão está cumprida, que a sua iniquidade está perdoada. Uma voz clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, aplanai na estepe uma vereda para o nosso Deus”, texto este extraído de Isaías 40.1-3. Em seguida é dito: “Todo vale será elevado, toda montanha e colina serão aplainadas, o que estiver torto se endireite e os terrenos acidentados fiquem planos”, mais uma vez o profeta Isaías (40.5). Ao todo são mais de 53 canções em quase 3 horas de música celeste. O Messias segue didaticamente três períodos, englobando a vida de Cristo: (1) Profecia e narrativas da natividade; (2) Paixão e Ressurreição; e (3) A esperança do ser humano em sua própria ressurreição. Boa apreciação!

Como disse certa vez Stäel: “Miguel Ângelo foi o pintor da Bíblia. Handel foi o seu compositor”. Have Joy!

George F. Handel (1685 – 1759) – O Messias

DISCO 1

01 – Sinfony
02 – Accompagnato_ Comfort ye my people (Tenor)
03 – Air_ Ev’ry valley shall be exalted (Tenor)
04 – Chorus_ And the glory of the Lord
05 – Accompagnato_ Thus saith the Lord (Bass)
06 – Air_ But who may abide the day of his coming (Bass)
07 – Chorus_ And he shall purify
08 – Recitative_ Behold, a virgin shall conceive (Alto)
09 – Air_ O thou that tellest good tidings to Zion (Alto)
10 – Chorus_ O thou that tellest good tidings to Zion
11 – Accompagnato_ For behold, darkness shall cover the earth (Bass)
12 – Air_ The people that walked in darkness (Bass)
13 – Chorus_ FOr unto us a child is born
14 – Pifa (Pastoral Symphony)
15 – Recitative_ There were shepherds abiding in the fields (Soprano)
16 – Chorus_ Glory to God
17 – Air_ Rejoice greatly, o daughter to Zion (Soprano)
18 – Recitative_Then shall the eyes of the blind be open’d (Soprano)
19 – Air_ He shall feed his flock like a shepherd (Soprano)
20 – Chorus_ His yoke is easy, His burthen is light

DISCO 2

01 – Chorus_ Behold the Lamb of God
02 – Air_ He was despised and rejected of men (alto)
03 – Chorus_ Surely, He hath borne our griefs
04 – Chorus_ And with His stripes we are healed
05 – Chorus_ All we like sheep have gone astray
06 – Recitative_ All they that see Him, laugh Him to scorn (tenor)
07 – Chorus_ He trusted in God
08 – Recitative_ Thy rebuke hath broken His heart (tenor)
09 – Arioso_ Behold and see if there be any sorrow (tenor)
10 – Recitative_ He was cut off of the land of the living (tenor)
11 – Air_ But thou didst not leave His soul in hell (tenor)
12 – Chorus_ Lift up your heads, O ye gates
13 – Chorus_ The Lord gave the word
14 – Air_ How beautiful are the feet (soprano)
15 – Chorus_ Their sound is gone out into all lands
16 – Air_ Why do the nations so furiously rage together (bass)
17 – Chorus_ Let us break their bonds asunder
18 – Recitative_ He that dwelleth in heaven (tenor)
19 – Air_ Thos shalt break them with a rod of iron (tenor)
20 – Chorus_ Hallelujah, for the Lord God Omnipotent reigneth
21 – Air_ I know that my redeemer liveth (soprano)
22 – Chorus_ Since by man came death
23 – Recitative_ Behold, I tell you a mystery (bass)
24 – Air_ The trumpet shall sound (bass)
25 – Chorus_ Worthy is the lamb
26 – Chorus_ Amen

Gravado em 1964

The Philharmonia Orchestra & Chorus
Otto Klemperer, regente

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Em 1964 a gente gravava Händel assim, de cachimbo e grande orquestra. Qual é o problema?
Em 1964 a gente gravava Händel assim, de cachimbo e grande orquestra. Nosso coro devia ter umas 200 mi pessoas. Qual é o problema? Vai querer encarar?

Carlinus

The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)

The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O que dizer dos discos de Jordi Savall? Talvez o mais sensato seja logo falar que são excepcionais, necessários mesmo. E o mais razoável seria falar deles na forma de um poema. Ele é artista de tal qualidade que não saiu de moda, apesar de a música antiga ser hoje pouco ouvida em comparação com o que era nos anos 70, por exemplo. Ele nos prova que o conhecimento histórico é tão importante quanto o conhecimento científico e, quando ouço suas aulas sobre nosso passado musical, ganhou alguns centímetros.

The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)

1. Tye – Sit Fast a 3 (1570) 7:35
2. Dowland – Lacrimae Gementes a 5 4:25
3. Dowland – The Earl of Essex Galiard 1:31
4. Hume – Harke, harke (Bass-Viol) 2:05
5. Hume – A Souldiers Resolution 4:02
6. Coprario – Fantasia V a 3 3:37
7. Coprario – Almaine III (3 Lyra-Viols) 3:12
8. Coprario – Coranto (3 Lyra-Viols) 2:20
9. Gibbons- Fantasie X a 3 4:34
10. Gibbons – In Nomine a 4 2:20
11. Ferrabosco II – Almaine (Lyra-Viol) 4:06
12. Ferrabosco II – Coranto I 1:29
13. Ferrabosco II – Coranto II 1:46
14. Jenkins – The bell Pavan 5:53
15. Corkine – Walsingham (Lyra-Viol) 3:18
16. Corkine – The Punckes delight 1:45
17. Locke – Fantazie 3:30
18. Locke – Courante 1:03
19. Locke – Ayre 3:17
20. Locke – Saraband 1:22
21. Anonyme – The Lancashire Pipes (Lyra-Viol) 6:03
22. Purcell – Fantasia IX a 4 (23 June 1680) 5:08
23. Purcell – Fantasia upon one note a 5 3:03

Hespèrion XX
Jordi Savall

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Jordi-Savall_1

PQP

Wagenseil / Monn / Albrechtsberger / Starzer / Dittersdorf / Vanhal / Zimmermann / Salieri: A Música Vienense Pré-Clássica — Sinfonias e Concertos

Wagenseil / Monn / Albrechtsberger / Starzer / Dittersdorf / Vanhal / Zimmermann / Salieri: A Música Vienense Pré-Clássica — Sinfonias e Concertos

A Primeira Escola de Viena é o nome usado principalmente para se referir a três compositores do período clássico da música ocidental do final do século XVIII: Wolfgang Amadeus Mozart, Joseph Haydn e Ludwig van Beethoven — Franz Schubert é ocasionalmente é adicionado à lista. A sacada do CD ao lado é a de explorar o som de Viena antes de sua Primeira Escola. São obras daquele período dos filhos de Bach — não são mais barrocas, mas também não são clássicas. Fico especialmente grato por este grupo de registros que fornece o contexto em que nasceu a música daqueles três grandes mestres. Além disso, a maior parte das obras são altamente atraentes e interessantes. Eu gostei muito de Monn — um compositor estimado por Schoenberg, o mestre da Segunda Escola de Viena — e de Salieri.

CD 1: The Early Viennese School: Symphonies and Concertos

Georg Matthias Monn (1717 – 1750)
Sinfonia in B mayor
1. 1. (Allegro) 4:43
2. 2. Andante 4:23
3. 3. Presto 1:31

Josef Starzer (1726 – 1787)
Divertimento in C major
4. 1. Allegro non troppo 4:52
5. 2. Menuetto I/II 2:15
6. 3. Larghetto 6:02
7. 4. Allegro 3:14

Carl Ditters von Dittersdorf (1739 – 1799)
Sinfonia in A minor
8. 1. Vivace 5:32
9. 2. Larghetto 6:52
10. 3. Minuetto I/II 3:31
11. 4. Finale. Prestissimo 3:18

Johann Georg Albrechtsberger (1736 – 1809)
Fugue for Quartet in C major
12. 1. Andantino 2:53
13. 2. Fuga: Allegro moderato 3:23
Camerata Bern, Thomas Füri

Carl Ditters von Dittersdorf (1739 – 1799)
Concerto for Oboe and Orchestra in G major
14. 1. Maestoso 5:31
15. 2. Adagio 5:12
16. 3. Allegro 4:16
Heinz Holliger, Camerata Bern, Thomas Füri

Georg Christoph Wagenseil (1715 – 1777)
Sinfonia in D major
17. 1. Allegro 4:06
18. 2. Andante 4:09
19. 3. Allegro assai 2:24
Camerata Bern, Thomas Füri
Total Playing Time 1:18:07

CD 2: The Early Viennese School: Symphonies and Concertos

Antonio Salieri (1750 – 1825)
Concerto in D major for Violin, Oboe, Violoncello and Orchestra
1. 1. Allegro moderato 9:28
2. 2. Cantabile 7:52
3. 3. Andantino 8:04
Heinz Holliger, Thomas Demenga, Camerata Bern, Thomas Füri

Georg Matthias Monn (1717 – 1750)
Concerto for Violin and Orchestra in B flat major
4. 1. Allegro 7:48
5. 2. Largo 4:14
6. 3. Allegro 3:28

Anton Zimmermann (1741 – 1781)
Sinfonia in C major
7. 1. Adagio – Allegro assai 6:02
8. 2. Andante cantabile 6:31
9. 3. Finale. Allegro moderato 4:21

Johann Baptist Vanhal (1739 – 1813)
Sinfonia in G minor
10. 1. Allegro moderato 4:42
11. 2. Andante cantabile 5:30
12. 3. Menuetto 3:57
13. 4. Finale. Allegro 4:03
Camerata Bern, Thomas Füri

Heinz Holliger
Thomas Demenga
Camerata Bern
Thomas Füri

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Wien 1750

PQP

Steve Reich (1936): Third Coast Percussion

Steve Reich (1936): Third Coast Percussion

IM-PER-Dí-VEL !!!

Esse disco de 2016 vai direto para a galeria de obras-primas. Foi de dentro das comemorações dos 80 anos de Steve Reich (3 de outubro de 1936) que veio esta gravação fenomenal. Aguardamos outras! Com enorme cultura e sensibilidade, Reich vai fazendo o que nunca devia ter sido deixado de lado. Desde sempre a música erudita bebeu na fonte popular e vice-versa e a música de Reich tem, nos últimos anos, construído curiosas pontes entre os dois mundos. Não pense que você vai ouvir trabalhos condescendentes — o que Reich faz é absolutamente erudito –, mas ele leva e traz, leva e traz, fato reconhecido por Beck, Eno, Prince e tantos outros que o procuram. Este é um disco de percussão. Não esqueça que o piano, o vibra e o xilofone são instrumentos de percussão… A música é de uma elegância impar. O Third Coast Percussion — cujo núcleo é formado por David Friend, Oliver Hagen e Matthew Duvall — é extremamente musical e preciso. Além disso, tem encomendado obras a diversos compositores. Eu estou de boca aberta, ouvindo o disco pela terceira vez e pensando em cancelar compromissos. E você, meu caro pequepiano, dispa-se dos preconceitos contra o contemporâneo (rimou!) e babe.

Steve Reich (1936): Third Coast Percussion

1. Fast (6:39)
2. Slow (3:16)
3. Fast (5:03)
4. Fast (11:17)
5. Moderate (4:23)
6. Slow (2:33)
7. Moderate (3:36)
8. Fast (6:34)
9. Nagoya Marimbas (4:48)
10. Music For Pieces Of Wood (feat. Matthew Duvall) (14:20)

Third Coast Percussion

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Reich, talento para todos os lados
Reich, espalhando talento para todos os lados

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 39, 73, 93, 105, 107, 131

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 39, 73, 93, 105, 107, 131

Eu posso contestar a escolha das Cantatas, mas não posso reclamar de Philippe Herreweghe e de sua orquestra e coral de Ghent — eles dão um show de interpretação. Só por isso o CD duplo, colocado por mim em apenas um arquivo, já mereceria ser baixado. Como vocês estão vendo, interrompo a série de Bach 2000 para postar mais Cantatas… É amor, gente. Acontece.

J. S. Bach: Cantatas BWV 39, 73, 93, 105, 107, 131

Track listing:
Aus der Tiefen rufe ich, Herr, zu dir (bwv 131)
Herr, wie du willt, so schicks mit mir (bwv 73)
Herr, gehe nicht ins Gericht mit deinem Knecht (bwv 105)
Brich dem Hungrigen dein Brot (bwv 39)
Wer nur den lieben Gott läßt walten (bwv 93)
Was willst du dich betrüben (bwv 107)

cd1.01. BWV 131 – Aus der Tiefen rufe ich
cd1.02. BWV 131 – So du willst, Herr, Sünde zurenchnen
cd1.03. BWV 131 – Ich harre des Herrn
cd1.04. BWV 131 – Meine Seele wartet auf den Herrn
cd1.05. BWV 131 – Israel, hoffe auf den Herrn

cd1.06. BWV 73 – Herr, view du willt, so schick’s mit mir
cd1.07. BWV 73 – Ach, senke doch den Geist der Freuden
cd1.08. BWV 73 – Ach, unser Wille bleibt verkehrt
cd1.09. BWV 73 – Herr, so du willt
cd1.10. BWV 73 – Das ist des Vaters Wille

cd1.11. BWV 105 – Herr gehe nicht ins Gericht mit deinem Kn
cd1.12. BWV 105 – Mein Gott, verwirf michj nicht
cd1.13. BWV 105 – Wie zittern und wanken
cd1.14. BWV 105 – Wohl aber dem, der sienen Bürgen weiß
cd1.15. BWV 105 – Kann ich nur Jesum mir zum Freunde machen
cd1.16. BWV 105 – Nun, ich weiß, du wirst mir stillen

cd2.01. BWV 39 – Brich dem Hungrigen dein Brot
cd2.02. BWV 39 – Der reiche Gott wirft seinen Überfluß
cd2.03. BWV 39 – Seinem Schöpfer noch auf Erden
cd2.04. BWV 39 – Wohlzutum und mitzuteilen
cd2.05. BWV 39 – Höchster, was ich habe
cd2.06. BWV 39 – Wie soll ich dir, o Herr
cd2.07. BWV 39 – Selig sind, die aus Erbarmen

cd2.08. BWV 93 – Wer nur den lieben Gott läßt walten
cd2.09. BWV 93 – Was helfen uns die schweren Sorgen
cd2.10. BWV 93 – Man halte nur ein wenig stille
cd2.11. BWV 93 – Er kennt die rechten Freudestunden
cd2.12. BWV 93 – Denk nicht in deiner Drangsalhitze
cd2.13. BWV 93 – Ich will auf den Herren schaun
cd2.14. BWV 93 – Sing, bet und geh auf Gottes Wegen

cd2.15. BWV 107 – Was willst du dich betrüben
cd2.16. BWV 107 – Denn Gott verlässet keinen
cd2.17. BWV 107 – Auf ihn magst du es wagen
cd2.18. BWV 107 – Wenn auch gleich aus der Höllen
cd2.19. BWV 107 – Er richt’s zu seinen Ehren
cd2.20. BWV 107 – Darum ich mich ihm ergebe
cd2.21. BWV 107 – Herr, gib, daß ich dein Ehre

Barbara Schlick – soprano (cd1)
Agnès Mellon – soprano (cd2)
Gérard Lesne – alto (cd1)
Charles Brett – alto (cd2)
Howard Crook – tenor
Peter Kooy – bass

dir. Philippe Herreweghe
Chorus and Orchestra of Collegium Vocale, Ghent

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Philippe Herreweghe: estudar é bom
Philippe Herreweghe: estudar é bom

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.: interlúdio :. Keith Jarrett – A Multitude of Angels (4 CDs)

.: interlúdio :. Keith Jarrett – A Multitude of Angels (4 CDs)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Parte da inesgotável criatividade de Keith Jarrett está aqui. Essa multidão de anjos é um conjunto de 4 CDS com gravações de uma série de concertos solo realizados na Itália em outubro de 1996, documentando a conclusão dos experimentos de Jarrett com improvisações de longa duração. Os concertos ocorreram em Modena, Ferrara, Turim e Gênova. Depois, Jarrett adoeceu e prometeu a si mesmo abandonar as longas improvisações sem pausas. Estava sofrendo de Síndrome de Fadiga Crônica. Cada concerto é muito diferente do outro. A música é muito abrangente: o jazz está por todo lado, mas acompanhado da enorme proximidade de Jarrett com a música clássica (moderna e antiga, Bach, Debussy, Bartók, Ives, etc.). Um álbum belíssimo.

Keith Jarrett – A Multitude of Angels (4 CDs)

CD1
1 Part I (Live At Teatro Comunale, Modena / 1996) 34:18
2 Part II (Live At Teatro Comunale, Modena / 1996) 31:20
3 Danny Boy (Live At Teatro Comunale, Modena / 1996) 5:00

CD2
4 Part I (Live At Teatro Comunale, Ferrara / 1996) 43:48
5 Part II (Live At Teatro Comunale, Ferrara / 1996) 29:58
6 Encore (Live At Teatro Comunale, Ferrara / 1996) 3:26

CD3
7 Part I (Live At Teatro Regio, Torino / 1996) 42:23
8 Part II (Live At Teatro Regio, Torino / 1996) 31:35

CD4
9 Part I (Live At Teatro Carlo Felice, Genova / 1996) 31:41
10 Part II (Live At Teatro Carlo Felice, Genova / 1996) 31:43
11 Encore (Live At Teatro Carlo Felice, Genova / 1996) 5:52
12 Over The Rainbow (Live At Teatro Carlo Felice, Genova / 1996) 6:03

Keith Jarrett, piano

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Keith Jarrett aos 70
Keith Jarrett aos 70

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J. S. Bach (1685-1750): Bach Attributions

J. S. Bach (1685-1750): Bach Attributions

IM-PER-DÍVEL !!!

Por uma dessas coisas inexplicáveis, a obra para órgão de Bach está fora de moda. Algumas pessoas acham que o som do órgão é tão irritante quanto os padres pedófilos de Ratzinger, mas é bem no órgão que Bach realiza suas maiores experimentações. (Ah, acharam que eu ia fazer uma piada com o órgão sequiçual, né?) Mas retornemos ao que interessa: o que há de peças amalucadas na Orgelwerke é uma grandeza! E eu gosto. Muito! Este CD é sensacional por diversas razões.

(1) O organista é do caralho (ou do órgão, como queiram);
(2) O repertório, apesar de evitar os experimentalismos, está longe dos lugares-comuns;
(3) A produção da Hyperion é fodal;
(4) O CD está fora de catálogo até em Marte e
(5) Fique tranquilo, você não terá de ouvir a Toccata e Fuga em Ré Menor novamente.

E ah, vocês sabem como era a nossa família. Vinte filhos e aquele entra e sai de alunos, todos interpretando peças de sua preferência e criando outras. Então, alguns historiadores de ejaculação precoce pegaram tudo isso e disseram que era de Johann Sebastian, mas nem sempre era… Neste disco há peças de vários Bachs, de outros agregados que tentavam comer minhas irmãs e de todo o tipo de gente que queria a cerveja de meu pai. Bem, era uma zona e até isso se reflete neste baita CD.

J. S. Bach (1685-1750): Bach Attributions

Johann Sebastian Bach:
1. Prelude & Fugue No.1 in C major, BWV 553 <— Sensacional

Gottfried August Homilius
2. ‘Schmücke Dich, O Liebe Seele’, BWV 759

Johann Sebastian Bach:
3. Prelude & Fugue No.2 in D minor, BWV 554
4. ‘Jesu, Der Du Meine Seele’, BWV 752
5. ‘Wie Schön Leuchtet Der Morgenstern’, BWV 763
6. ‘O Herre Gott, Die Göttlich’s Wort’, BWV 757
7. Prelude & Fugue No.3 in E minor, BWV 555
8. ‘Ach Gott Und Herr’, BWV 692
9. ‘Ach Gott Und Herr’, BWV 693
10. Prelude & Fugue No.4 in F major, BWV 556

Georg Boehm
11. ‘Vater Unser Im Himmelreich’, BWV 760 <— Genial! Esse merecia uma das minhas irmãs púberes
12. ‘Vater Unser Im Himmelreich’, BWV 761

Johann Sebastian Bach
13. Prelude & Fugue No.5 in G major, BWV 557 <— quasi scherzando

Carl Philipp Emanuel Bach
14. ‘Aus Der Tiefe Rufe Ich’, BWV 745 <— Prêmio Ademir da Guia de “Quem sai aos seus não degenera”

Johann Caspar Fischer
15. ‘Christ Ist Erstanden’, BWV 746 <— Por esta composição recebeu a punição máxima de meu pai: uma hora de costas na frente de um clérigo ‘celibatário’ católico

Johann Sebastian Bach
16. Prelude & Fugue No.6 in G minor, BWV 558
17. ‘Auf Meinen Lieben Gott’, BWV 744 <— Sofrível, pai. O que houve?

Johann Gottfried Walther
18. ‘Gott Der Vater Wohn Uns Bei’, BWV 748 <— Tão bom quanto o jovem atacante do Inter! No ângulo, Walther! Podes escolher qualquer das púberes do harém bachiano!

Johann Sebastian Bach
19. Fugue in G major, BWV 581 <— A recuperação do véio
20. ‘Nun Ruhen Alle Wälde’, BWV 756
21. Prelude & Fugue No.7 in A minor, BWV 559
22. ‘Herr Jesu Christ, Dich Zu Uns Wend’, BWV 749 <— Simplesinho, mas bonitinho
23. ‘Herr Jesu Christ, Meines Lebens Licht’, BWV 750

Johann Michael Bach
24. ‘In Dulci Jubilo’, BWV 751 <— Esse aí era o tio, pai da Maria Bárbara, primeira mulher de meu pai. Péssimo, coitado

Johann Sebastian Bach
25. Prelude & Fugue No.8 in B-flat major, BWV 560
26. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 1 <— Vcs já viram uma obra de variações de meu pai que fosse ruim? Não existe!
27. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 2
28. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 3
29. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 4
30. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 5
31. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 6
32. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 7
33. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 8
34. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 9
35. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 10
36. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 11
37. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 12
38. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 13
39. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 14
40. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 15
41. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 16
42. Partita ‘Allein Gott In Der Höh Sei Ehr’, BWV 771: Var 17

Christopher Herrick, organ

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Herrick parece normal, mas não esqueçam que os organistas são pessoas bastante estranhas.
Herrick parece normal, mas não esqueçam que os organistas são pessoas bastante estranhas.

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The Dmitri Shostakovich Edition – CDs 19, 20 e 21 de 27

The Dmitri Shostakovich Edition – CDs 19, 20 e 21 de 27

SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL!!!

CD 19

Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra, Op. 107 (1959)

Shostakovich e o grande violoncelista Mstislav Rostropovich eram amigos, tendo, muitas vezes, viajado juntos fazendo recitais que incluíam entre outras obras, a Sonata para violoncelo e piano, opus 40, já comentada nesta série. Desde que se conheceram, o compositor avisara a Rostropovich que ele não deveria pedir-lhe um concerto diretamente, que o concerto sairia ao natural. Saíram dois. Quando Shostakovich enviou a partitura do primeiro, dedicada ao amigo, este compareceu quatro dias depois na casa do compositor com a partitura decorada. (Bem diferente foi o caso do segundo concerto, que foi composto praticamente a quatro mãos. Shostakovich escrevia uma parte, e ia testá-la na casa de Rostropovich; lá, mostrava-lhe as alternativas, os rascunhos ao violoncelista, que sugeria alterações e melhorias. Amizade.)

Estilisticamente, este concerto deve muito à Sinfonia Concertante de Prokofiev – também dedicada a Rostropovich — e muito admirada pelos dois amigos. É curioso notar como os eslavos têm tradição em música grandiosa para o violoncelo. Dvorak tem um notável concerto, Tchaikovski escreveu as Variações sobre um tema rococó, Kodaly tem a sua espetacular Sonata para Cello Solo e Kabalevski também tem um belo concerto dedicado a Rostropovich. O de Shostakovich é um dos de um dos maiores concertos para violoncelo de todo o repertório erudito e minha preferência vai para a imensa Cadenza de cinco minutos (3º movimento) e para o brilhante colorido orquestral do Allegro com moto final.

Concerto para Violoncelo e Orquestra Nº 2, Op. 126 (1966)

Uma obra-prima, produto da estreita colaboração entre Shostakovich e Rostropovich, a quem o concerto é dedicado. A tradição do discurso musical está aqui rompida, dando lugar a convenções próprias que são “aprendidas” pelo ouvinte no transcorrer da música. Não há nada de confessional ou declamatório neste concerto. Há arrebatadores efeitos sonoros que são logo propositadamente abandonados. A intenção é a de ser música absoluta e lúdica, mostrando-nos temas que se repetem e separam momentos convencionalmente sublimes ou decididamente burlescos. Nada mais burlesco do que a breve cadenza em que o violoncelo é interrompido pelo bombo, nada mais tradicional do que o tema que se repete por todo o terceiro movimento e que explode numa dança selvagem, acabando com o violoncelo num tema engraçadíssimo – como se fosse um baixo acústico –, para depois sustentar interminavelmente uma nota enquanto a percussão faz algo que nós, brasileiros, poderíamos chamar de batucada. Esta dança faz parte de uma longa preparação para um gran finale que não chega a acontecer. Um concerto espantoso, original, capaz de fazer qualquer melômano feliz ao ver sua grande catedral clássica virada de ponta cabeça e, ainda assim, bonita.

Cello Concerto No. 1 Op. 107
1. Allegretto  6:15
2. Moderato  11:33
3. Cadenza  5:52
4. Allegro con moto  4:39

Cello Concerto No. 2 Op. 126
5. Largo  15:44
6. Allegretto  4:20
7. Allegretto  16:18

Total:  64:41

Alexander Ivashkin, cello
Moscow Symphony Orchestra,
Valeri Polyansky

CD 20

Quinteto para piano, Op. 57 (1940)

A música perfeita. Irresistível quinteto escrito em cinco movimentos intensamente contrastantes. Seu estilo é clássico, porém raramente todos os integrantes tocam juntos, a não ser no agitado scherzo central. O prelúdio inicial estabelece três estilos distintos que voltarão a ser explorados adiante: um dramático, outro neo-clássico e o terceiro lírico. Todos os temas que serão ouvidos nos movimentos seguintes apresentam-se no prelúdio em forma embrionária. Segue-se uma rigorosa fuga puxada pelo primeiro violino e demais cordas até chegar ao piano. Sua melodia belíssima e lírica que é seguida por um scherzo frenético. É um choque ouvir chegar o intermezzo que traz de volta a seriedade à música. Apesar do título, este intermezzo é o momento mais sombrio do quinteto. O Finale, cujo início parece uma improvisação pura do pianista, fará uma recapitulação condensada do prelúdio inicial. O Quinteto para piano recebeu vários prêmios que não vale a pena referir aqui, mas o mais importante para Shostakovich foi a admiração que Béla Bartók dedicou a ele.

Ah, muita atenção àquele último movimento do Trio Nº 2!

Piano Quintet in G minor Op.57
1. Prelude: Lento- Poco piu mosso  4:30
2. Fugue: Adagio  9:01
3. Scherzo: Allegretto  3:20
4. Intermezzo: Lento  6:11
5. Finale: Allegretto  7:04

Piano Trio No. 2 in E minor Op. 67
6. Andante- Moderato  7:11
7. Allegro non troppo  3:03
8. Largo  4:28
9. Allegretto  10:24

Total:  55:43

Edward Auer, piano
Christiaan Bor, violin
Paul Rosenthal, violin (1-5)
Marcus Thompson, viola (1-5)
Godfried Hoogeveen, cello (1-5)
Nathaniel Rosen, celo (6-9)

CD 21

Sonata para Viola e piano, Op. 147 (1975) – A Última Composição

Esta é a última composição de Shostakovich e uma de minhas preferidas. Ele começou a escrevê-la em 25 de junho de 1975 e, apesar de ter sido hospitalizado por problemas no coração e nos pulmões neste ínterim, terminou a primeira versão rapidamente, em 6 de julho. Para piorar, os problemas ortopédicos voltaram: “Eu tinha dificuldades para escrever com minha mão direita, foi muito complicado, mas consegui terminar a Sonata para Viola e Piano”. Depois, passou um mês revisando o trabalho em meio aos novos episódios de ordem médica que o levaram a falecer em 9 de agosto. Sentindo a proximidade da morte, Shostakovich escreveu que procurava repetir a postura estóica de Mussorgski, que teria enfrentado o inevitável sem auto-comiseração. E, ao ouvirmos esta Sonata, parece que temos mesmo de volta alguma luz dentro da tristeza das últimas obras. A intenção era a de que o primeiro movimento fosse uma espécie de conto, o segundo um scherzo e o terceiro um adágio em homenagem a Beethoven. O resultado é arrasadoramente belo com o som encorpado da viola dominando a sonata.

Os primeiros compassos da Sonata ao Luar, de Beethoven, uma obra que Shostakovich freqüentemente executava quando jovem pianista, é citada repetidamente no terceiro movimento, sempre de forma levemente transformada e arrepiante, ao menos no meu caso… O scherzo possui uma marcha e vários motivos dançantes, retirados de uma outra ópera baseada em Gógol – seria sua segunda ópera composta sobre histórias do ucraniano, pois, na sua juventude ele já escrevera O Nariz (1929) – que tinha sido abandonada há mais de trinta anos. Outras alusões são feitas nesta sonata. Há pequenas citações da 9ª Sinfonia (de Shostakovich), da 4ª de Tchaikovski, da 5ª de Beethoven, da Sonata Op.110 de Beethoven, de Stravinski, Mahler e Brahms. E a abertura da Sonata utiliza trecho do Concerto para Violino de Alban Berg, também conhecido pelo nome de “À memória de um anjo”, e é dedicado à filha de Alma Mahler, Manon, morta aos 18 anos, com poliomielite.

Creio não ser apenas invenção deste ouvinte – há uma constante interferência do inexorável nesta música, talvez sugerida pela intromissão de temas de outros compositores na partitura, talvez sugerida pela atmosfera melancólica da sonata, talvez por meu conhecimento de que ouço um réquiem. O fato é que Shostakovich estava esperando.

Shostakovich morreu sem ouvir a obra, que foi estreada num concerto privado no dia 25 de setembro de 1975, data em que faria 69 anos.

Sonata for violin and piano Op. 134
1. Andante  9:24
2. Allegretto  6:10
3. Largo  12:34

Sonata for viola and piano Op. 147
4. Moderato  8:23
5. Allegretto  6:56
6. Adagio  11:50

Total:  55:41

Isabelle van Keulen, violin and viola
Ronald Brautigam, piano

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Shostakovich: devolvendo todas
Shostakovich: devolvendo todas

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Grażyna Bacewicz (1909-1969): Concertos para Violino Nº 1, 3 e 7

Grażyna Bacewicz (1909-1969): Concertos para Violino Nº 1, 3 e 7


Este é outro disco imperdível desta compositora polonesa muito pouco conhecida no Brasil. Uma injustiça. São obras realmente consistentes trazidas pela gravadora Chandos que acertou em cheio ao escalar a também polonesa Joanna Kurkowicz. O sétimo concerto é maravilhoso e mostra uma compositora — Bacewicz era também violinista — absolutamente segura. Os dois dois concertos também são bons, mas tão modernos quanto o sétimo.

Grażyna Bacewicz (1909-1969): Concertos para Violino Nº 1, 3 e 7

Violin Concerto No. 7
1) I. Tempo di mutabile
2) II. Largo
3) III. Allegro

Violin Concerto No. 3
4) I. Allegro molto moderato
5) II. Andante
6) III. Vivo

Violin Concerto No. 1
7) I. Allegro
8) II. Andante (molto espressivo)
9) III. Vivace

Joanna Kurkowicz, violin
Polish Radio Symphony Orchestra
Lukasz Borowicz

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Esta é a grande Grazyna Bacewicz
Esta é a grande Grazyna Bacewicz

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Cabezón / Byrd / Tallis / Bull / Sweelinck / Bach / Frescobaldi / Handel: Journey – 200 anos de música para cravo

Cabezón / Byrd / Tallis / Bull / Sweelinck / Bach / Frescobaldi / Handel: Journey – 200 anos de música para cravo

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Trevor Pinnock tem cada gravação… O Messias dele… O que é aquilo? E as 6 Partitas de Bach? Aqui, ele resolveu fazer um disco-ostentação explorando 200 anos da história do cravo, entre 1550 e 1750, mais ou menos. O resultado é esplêndido de cabo a rabo, dando um pouquinho mais de espaço para meu pai, além de Handel e Scarlatti, o filho. Eu quase não consegui chegar ao Frescobaldi, tão boa achei sua interpretação da Suíte Francesa Nº 6. Longa vida para Pinnock que, de Pinóquio, só tem o narigão!

Cabezón / Byrd / Tallis / Bull / Sweelinck / Bach / Frescobaldi / Handel: Journey – 200 anos de música para cravo

1. Cabezón Diferencias sobre ‘El canto del caballero’

2. Byrd The Carman’s Whistle

3. Tallis O ye tender babes

4. Bull The King’s Hunt

5. Sweelinck Variations on ‘Mein junges Leben hat ein End’, SwWV 324

J.S. Bach French Suite No. 6 in E major, BWV 817
6. Prélude
7. Allemande
8. Courante
9. Sarabande
10. Gavotte
11. Polonaise
12. Bourée
13. Menuet
14. Gigue

15. Frescobaldi Toccata Nona

16. Frescobaldi Balletto primo e secondo

17. Handel Chaconne in G major, HWV 435

Scarlatti Three Sonatas in D major, K. 490-492
18. Sonata, K. 490: Cantabile
19. Sonata, K. 491: Allegro
20. Sonata, K. 492: Presto

Trevor Pinnock, cravo

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Eu amo Trevor Pinnock e gostaria de ter um filho com ele.
Eu amo Trevor Pinnock e gostaria de ter um filho com ele.

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Giuseppe Torelli (1658-1709): The Original Brandenburg Concertos

Giuseppe Torelli (1658-1709): The Original Brandenburg Concertos

Este disco não tem nada a ver com Bach, OK? Inclusive Torelli morreu antes de meu pai escrever seus verdadeiros e justamente ouvidíssimos Concertos de Brandenburgo. Apesar do esforço do Charivari Agréable, Torelli tem dificuldades para decolar. A coisa não anda. Seus concertos para trompete são largamente divulgados, mas estes, para cordas, servem apenas para aquecimento. Vi agora que Torelli nasceu em Verona e Verona é legal, né? Se há uma cidade italiana da qual gostei foi Verona. Mas confesso que brochei demais agora de manhã ouvindo essas 43 faixas. O efeito é que quase esqueci a felicidade de ver ontem a desclassificação do Grêmio pelo Juventude — escrevo na manhã de segunda-feira (25/4/2016), bem entendido.

Giuseppe Torelli (1658-1709): The Original Brandenburg Concertos

1 Concerto №1 in G major: Presto – Adagio 1:51
2 Concerto №1 in G major: Allegro 1:13
3 Concerto №1 in G major: Adagio 1:17
4 Concerto №1 in G major: Allegro 1:45

5 Concerto №2 in E minor: Allegro 1:39
6 Concerto №2 in E minor: Adagio 1:41
7 Concerto №2 in E minor: Presto 1:14

8 Concerto №3 in B minor: Allegro 1:43
9 Concerto №3 in B minor: Adagio 1:10
10 Concerto №3 in B minor: Allegro 1:26

11 Concerto №4 in D major: Adagio 0:23
12 Concerto №4 in D major: Allegro 1:01
13 Concerto №4 in D major: Adagio 1:44
14 Concerto №4 in D major: Allegro 1:26

15 Concerto №5 in G minor: Presto 1:01
16 Concerto №5 in G minor: Presto – Adagio 0:46
17 Concerto №5 in G minor: Allegro 1:37

18 Concerto №6 in C minor: Allegro 2:04
19 Concerto №6 in C minor: Adagio 1:37
20 Concerto №6 in C minor: Allegro 1:27

21 Concerto №7 in C major: Allegro 1:05
22 Concerto №7 in C major: Adagio e staccato 1:08
23 Concerto №7 in C major: Allegro 1:24

24 Concerto №8 in F major: Adagio 0:47
25 Concerto №8 in F major: Allegro 1:40
26 Concerto №8 in F major: Adagio 1:21
27 Concerto №8 in F major: Allegro 1:18

28 Concerto №9 in A minor: Presto 1:40
29 Concerto №9 in A minor: Adagio 1:03
30 Concerto №9 in A minor: Allegro 1:32

31 Concerto №10 in D minor: Adagio 2:12
32 Concerto №10 in D minor: Allegro 0:43
33 Concerto №10 in D minor: Largo 1:20
34 Concerto №10 in D minor: Presto 1:36

35 Concerto №11 in B flat major: Allegro 1:05
36 Concerto №11 in B flat major: Largo e staccato 1:38
37 Concerto №11 in B flat major: Allegro 1:33

38 Concerto №12 in A major: Allegro – Adagio 1:47
39 Concerto №12 in A major: Largo 1:07
40 Concerto №12 in A major: Allegro 1:55

41 Sonata a 4 in A minor: Largo – Allegro 2:57
42 Sonata a 4 in A minor: Grave 1:52
43 Sonata a 4 in A minor: Allegro 2:25

Charivari Agréable
Kah-Ming Ng

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Antes de Bach, tentando nos enganar com seus Concertos de Brandenburgo
Antes de Bach, tentando nos enganar com seus Concertos de Brandenburgo

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Tsontakis: Man of Sorrows & Sarabesque / Berg: Sonata / Webern: Piano Variations / Schoenberg: Sechs Kleine Klavierstucke

Tsontakis: Man of Sorrows & Sarabesque / Berg: Sonata / Webern: Piano Variations / Schoenberg: Sechs Kleine Klavierstucke

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um excelente disco de música moderna. A grande estrela do CD é o norte-americano George Tsontakis (1951) que esmerilha duas peças extraordinárias, abrindo e fechando os trabalhos. É impossível não se apaixonar pelo longo oratório para piano e orquestra representado por Man of Sorrows, assim como pela Waldstein-like Sarabesque. Dentre as outras obras, o destaque fica para a Sonata de Berg, o mais deglutível — e, quem sabe, o mais talentoso compositor — da Segunda Escola de Viena.

Tsontakis: Man of Sorrows & Sarabesque,
Berg: Sonata, Webern: Piano Variations,
Schoenberg: Sechs Kleine Klavierstucke

Tsontakis: Man of Sorrows
1. Ecce Homo 2:12
2. Es Muss Sein 9:32
3. Lacrymosa 2:55
4. Gethsemane 9:35
5. Jesu Joy 8:20
6. Vir Dolorum 6:12

Schönberg :
6. kleine Klavierstücke op.19
7. Leicht 1:06
8. Langsam 0:55
9. Sehr Langsam 1:04
10. Rasch Aber Leicht 0:30
11. Etwas Rasch 0:36
12. Sehr Langsam 2 1:11

Berg : Sonate pour piano op.1
13. Piano Sonata

Webern : Variations pour piano op.27
14. Massig 1:54
15. Schnell 0:44
16. Fliessend 3:59

Tsontakis: Sarabesque
17. Sarabesque 5:47

Stephen Hough, piano
Dallas Symphony Orchestra
Andrew Litton

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George Tsontakis: nada rotineiro
George Tsontakis: nada rotineiro

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.: interlúdio :. Toumani Diabaté: The Mandé Variations

.: interlúdio :. Toumani Diabaté: The Mandé Variations

Toumani Diabaté é um dos músicos africanos mais importantes da atualidade. Toca kora, uma espécie de harpa com 21 cordas exclusiva da África Ocidental, levando-a a públicos de todo o mundo. Com o seu virtuosismo e criatividade excepcionais, mostra o que a kora pode.

Toumani Diabaté nasceu em Bamako, a capital do Mali, em 1965 numa família de Griots (casta de músicos / historiadores), que conta com 71 gerações de executantes de kora. O mais notável foi o seu pai, Sidiki Diabaté (c.1922-96), eleito Rei da Kora no prestigiado Black Arts Festival Festac em 1977 e ainda hoje uma inspiração para todos os tocadores de kora. Toumani Diabaté cresceu num ambiente preenchido por música, mas foi na verdade um autodidacta na aprendizagem da kora, sem receber ensinamentos diretos do seu pai que não fossem ouvir a sua música.

Nas décadas de 1960 e 1970, o meio musical de Bamako era influenciado pelos sons de fora, especialmente pela música negra americana: a música soul era particularmente popular, tal como Jimi Hendrix, Jimmy Smith e grupos de rock britânico como Led Zeppelin. Tanto a exposição a estas sonoridades como os grupos modernos de Bamako seriam importantes para o desenvolvimento musical de Toumani .

Começou a tocar kora aos 5 anos, altura em que o goveno maliano tinha um programa de incentivo aos grupos tradicionais. Estreou-se em público aos 13 anos e em 1984 juntou-se ao grupo que acompanhava a grande diva Kandia Kouyaté, a cantora griot mais conhecida do Mali, com quem percorreu o continente africano .

Embora não tenha aprendido directamente com o seu pai, Toumani Diabaté prosseguiu o seu ideal de desenvolver a kora como instrumento solista, elevando-a a um outra nível. Descobriu um modo de tocar o baixo, o acompanhamento rítmico e a melodia solista ao mesmo tempo, um método que o levou aos palcos de todo o mundo. Veio à Europa pela primeira vez em 1986, acompanhando outra cantora maliana, Ousmane Sacko, e acabou por permanecer em Londres por sete meses. Nesse período, gravou o seu primeiro álbum a solo: Kaira. Foi um disco pioneiro – o primeiro de kora solo de sempre – e mantém-se um best seller até hoje. No mesmo ano apresentou-se pela primeira vez no festival WOMAD, causando um impacto significativo .

No Reino Unido trabalhou formalmente com músicos de várias tendências e contactou com diferentes tradições, como a música clássica indiana, de onde proveio a ideia jugalbandi (diálogo musical entre dois instrumentos) que se tornou uma característica marcante da sua música .

Colaborou com o grupo espanhol Ketama dando origem ao álbum Songhai, uma síntese perfeita da kora com o flamenco. Considerando a experimentação como uma parte do griot moderno, forma em 1990 a Symmetric Orchestra – um equilibrio entre a tradição e a modernidade e entre as contribuições de músicos de países próximos. Senegal, Guiné, Burkina Faso, Costa do Marfim e Mali foram todos parte do Império Mandé medieval. A orquestra estreia-se em cd com Shake the Whole World (1992, Japão e Mali) e atinge o auge com Boulevard de l’Indépendance em 2005, gerando grande aclamação da crítica e uma extensão digressão internacional. Entretanto têm-se apresentado em locais como o Carnegie Hall de Nova Iorque e festivais de Jazz como os de Nice e de Montréal1 .

Ainda na década de 1990, em Bamako, Toumani reúne à sua volta um conjunto de músicos talentosos como Bassekou Kouyaté (ngoni) e Keletigui Diabaté (balafon), cultivando uma abordagem jazz-jugalbandi-griot instrumental que se pode ouvir no álbum Djelika de 1995. Depois do álbum Songhai, grava New Ancient Strings em duo com o também tocador de kora Ballake Sissoko; um tributo ao álbum Cordes Anciennes que nos anos 70 juntou os pais dos dois músicos. Com o disco Kulanjan, de 1999, celebra as ligações entre os blues e a música do ocidente africano com o músico norte-americano Taj Mahal. Em MALIcool, ao lado do trompetista Roswell Rudd, é já o free-jazz que serve de referência. A estes juntam-se as participações em inúmeros projectos discográficos como nomes como Ali Farka Touré, Salif Keita, Damon Albarn, Kasse Madi Diabaté e Bjork1 .

Em 2004, Toumani Diabaté recebeu o Ziryab des Virtuoses, um prêmio da UNESCO concedido no Mawazine Festival organizado pelo rei Mohammed VI de Marrocos. É directo da Mandinka Kora Productions, que promove a kora no Mali através de workshops, festivais e vários eventos culturais. Ensina kora e música tradicional moderna no Conservatório de Artes, Cultura e Multimédia Balla Fasseke, inaugurado em Bamako no fim de 2004 .

Em 2004, Toumani Diabaté começou a trabalhar com o World Circuit para uma trilogia de álbuns gravados no Hotel Mandé em Bamako, participando em dois títulos: In the Heart of the Moon em dueto com Ali Farka Touré, álbum vencedor de um Grammy, e Boulevard de l’Indépendance pela Symmetric Orchestra .

Em 2008 foi editado The Mandé Variations, o primeiro álbum de kora solo desde Kaira, há cerca de 20 anos. O álbum Ali and Toumani, recém lançado, em parceria com Ali Farka Touré, foi pontuado com 8.3 pela Pitchfork .

Em 2011, Diabaté tocou kora no projeto “A Curva da Cintura” ao lado dos músicos brasileiros Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra. Além das gravações do álbum em um estúdio de Bamako, “A Curva da Cintura” gerou um documentário para a MTV Brasil.

Fonte: Wikipedia

Toumani Diabaté: The Mandé Variations

1. Si naani 10:27
2. Elyne Road 8:47
3. Ali Farka Toure 6:15
4. Kaounding Cissoko 6:20
5. Ismael Drame 5:42
6. Djourou Kara Nany 6:49
7. El Nabiyouna 5:59
8. Cantelowes 6:57

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Toumani Diabaté e sua kora
Toumani Diabaté e sua kora

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Valentin Silvestrov (1937): Silent Songs (2004)

Valentin Silvestrov (1937): Silent Songs (2004)

Um piano e um barítono que canta “silenciosamente”. É isso, apenas isso, mas é muito. Silent Songs é um ciclo de 24 canções escritas entre 1974 e 77. São duas horas lentas, de texturas semelhantes e de  dinâmica baixa. A música parece romântica.  O acompanhamento de piano é feito de delicados arpejos. Os poemas são todos de grandes autores. São canções tristes de amores perdidos, nostalgia e exílio. As melodias trabalham o cerne de cada poema. Eu recomendo, mas não para todos… Silvestrov é também um poeta. Dos grandes.

Valentin Silvestrov (1937): Silent Songs (2004)

CD1
01. Song Can Tend The Ailing Spirit (Baratynsky)
02. There Were Some Storms And Blizzards (Baratynsky)
03. La Belle Dame Sans Merci (Keats)
04. O Melancholy Time (Pushkin)
05. Farewell, O World, O Earth (Shevchenko)
06. What Meaning Has My Name For You (Pushkin)
07. I Will Tell You With Unswerving Frankness (Mandelstam)
08. I’m Drinking To Mary (Pushkin)
09. Winter Journey (Pushkin)
10. White, A Solitary Sail (Lermontov)
11. I Met You (Tyutchev)
12. The Isle (Shelley)

CD2
01. Eleven Songs. Something tender, blue, unspoken (Yesenin)
02. Autumn Song (Yesenin)
03. Swamps and marshes (Yesenin)
04. Winter Evening (Pushkin)
05. Three Songs. When the cornfield, yellowing, stirs (Lermontov)
06. I set out on the road alone (Lermontov)
07. Mountain summits (Lermontov)
08. Five songs. Elegy. Verses Composed at Night, at a Time of Insomnia (Pushkin)
09. Choral. A vengeful God (Tyutchev)
10. Meditation. It’s time, my friend, it’s time (Pushkin)
11. Ode. Schubert on water (Mandelstam)
12. Postludium. Those sweet companions (Zhukovsky)
13. Four songs. My lashes are pricking (Mandelstam)
14. I don’t know when (Mandelstam)
15. For the thunderous grandeur of ages to come (Mandelstam)
16. The oaks drink from a cold vessel (Mandelstam)

Sergey Yakovenko – Baritone
Ilya Scheps – Piano
Valentin Silvestrov – Piano

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Silvestrov: baita compositor
Silvestrov: baita compositor

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Vários compositores: Música en Tiempos de Goya

Vários compositores: Música en Tiempos de Goya

Um bom disco. Peças de sabor popular e antigo, apesar de que Goya (1776-1828) não foi tão antigo assim. La Real Cámara e o soprano Marta Almajano levam a coisa com dignidade. Eu esperava algo mais agitado ou apaixonado, já que os biógrafos atribuem a Goya todo o tipo de aventuras quando jovem, como a de ter se tornado toureiro em Roma e ter se envolvido em inúmeras aventuras amorosas. Além disso, parte importante de sua obra é bizarra e estranha, em referência à moral e à alma humana.

Vários compositores: Música en Tiempos de Goya
Anônimos, José Castell, Pablo Esteve, Antonio Guerrero, Blas de Laserna, Francisco Courcelle, Domenico Scarlatti, Nicolás Conforto, etc.

1. El Zorongo del Navá­o
2. El Dulce de América
3. Sequidillas a solo ‘El hombre en el matrimonio’
4. Overture for 2 violins
5. Agraviado Arianate: Rezitado
6. Agraviado Arianate: Copla
7. Ruiseñor que volando
8. La bella Serrana: El Meloncillo
9. Contradanza del aire
10. El abuelo y la nieta: Quando Bastiana
11. El abuelo y la nieta: Piensa en la Nobia el Nobio
12. La bella Serrana: Porfía por porfía
13. Contradanza del avestruz
14. Ah!­ va ese disparate: Ay, Cupidillo
15. Lamentación 2 del Viernes Santo de Tiple Solo, violines con sordina y violón obligado
16. Sinfonia No.5 for 2 violins and continuo in A minor
17. Il Barbaro m’affretta: Recitativo
18. Il Barbaro m’affretta: Aria

Marta Almajano, soprano
La Real Cámara
Emilio Moreno

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O pintor Francisco de Goya, por Vicente López Portaña
O pintor Francisco de Goya, por Vicente López Portaña

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Vários compositores: Venezia Stravagantissima – Dances, Canzonas, and Madrigals, 1550-1630

Vários compositores: Venezia Stravagantissima – Dances, Canzonas, and Madrigals, 1550-1630

Um bom disco de música antiga, trecho da história da música ao qual o blog não tem se dedicado com muita frequência. É uma bela reunião de compositores da cidade em obras compostas entre 1550 e 1630, quando PQP Bach não tinha ainda nascido. É um belo retrato do que faziam os contemporâneos de Monteverdi. Recomendo o CD sem nenhuma hesitação. O grupo de Sempe é uma perfeição só, mas mesmo assim dá saudades de David Munrow!

Vários compositores: Venezia Stravagantissima – Dances, Canzonas, and Madrigals, 1550-1630

Incerto, Antonio
1 The Funerals- 00:04:29
2 Il primo libro de balli: Pass’e mezzo Moderno- 00:04:18

Guami, Gioseffo
3 Canzon No. 24 a 8- 00:02:50

Vecchi, Orazio
4 Mostrav’ in ciel- 00:01:57

Mainerio, Giorgio — Il primo libro de balli (excerpts)- 00:09:09
5 Tedesca e Saltarello 00:02:43
6 Pass’e mezzo Antico 00:04:09
7 Pass’e mezzo della Paganina e Saltarello 00:02:17

Picchi, Giovanni
8 Intavolatura di balli: Ballo alla Polacha- 00:01:50

Canale, Floriano
9 Canzoni da sonare, Book I: Canzona, “La Balzana a 8”- 00:03:20

Vecchi, Orazio
10 Gioite tutti in suoni- 00:02:48

Mainerio, Giorgio
11 Il primo libro de balli: Ballo Anglese e Saltarello- 00:03:21

Lappi, Pietro
12 Canzona, “La Negrona”- 00:02:53

Zanetti, Gasparo
13 Intrada del Marchese di Caravazzo- 00:02:00

Gabrieli, Giovanni
14 Canzon II- 00:02:35

Picchi, Giovanni
15 Intavolatura di balli: Ballo Ongaro- 00:02:04

Vecchi, Orazio
16 So ben mi ch’ha bon tempo- 00:09:52

Guillemette Laurens
Capriccio Stravagante
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Veneza em 1500, pintura de Gentile Bellini
Veneza em 1500, pintura de Gentile Bellini

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J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 175, 165, 75 (Vol. 38 da coleção completa de Rilling)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 175, 165, 75  (Vol. 38 da coleção completa de Rilling)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Nos comentários a um post anterior, alguém ficou cantando as maravilhas de Helmuth Rilling e de sua integral de Cantatas. E eu respondi que tinha a Coleção Completa de Cantatas Sacras e Seculares de Bach sob a regência do dito cujo. Dá 77 CDs. Então, no entusiasmo e por acaso, peguei o Vol. 38. Ouçam que CD espetacular! O final da 75 pode ser meia-boca, mas o resto é lindo, de uma felicidade total. Minha preferência total é pela 175. Confiram aí!

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 175, 165, 75 (Vol. 38 da coleção completa de Rilling)

BWV0175 Cantata 1 Recitativo (tenor) “Er rufet seinen Schafen mit Namen”
BWV0175 Cantata 2 Aria (alto) “Komm,leite mich”
BWV0175 Cantata 3 Recitativo (tenor) “Wo find ich dich”
BWV0175 Cantata 4 Aria (tenor) “Es dünket mich,ich seh dich kommen”
BWV0175 Cantata 5 Recitativo (alto,bass) “Sie vernahmen aber nicht”
BWV0175 Cantata 6 Aria (bass) “Öffnet euch,ihr beiden Ohren”
BWV0175 Cantata 7 Choral (coro) “Nun,werter Geist,ich folg dir”

BWV0165 Cantata 1 Aria (soprano) “O heilges Geist- und Wasserbad”
BWV0165 Cantata 2 Recitativo (bass) “Die sündige Geburt verdammter Adamserben”
BWV0165 Cantata 3 Aria (alto) “Jesu,der aus großer Liebe”
BWV0165 Cantata 4 Recitativo (bass) “Ich habe ja,mein Seelenbräutigam”
BWV0165 Cantata 5 Aria (tenor) “Jesu,meines Todes Tod”
BWV0165 Cantata 6 Choral (coro) “Sein Wort,sein Tauf,sein Nachtmahl”

BWV0075 Cantata 01 part 1 Coro “Die Elenden sollen essen”
BWV0075 Cantata 02 part 1 Recitativo (bass) “Was hilft des Purpurs Majestät”
BWV0075 Cantata 03 part 1 Aria (tenor) “Mein Jesus soll mein alles sein”
BWV0075 Cantata 04 part 1 Recitativo (tenor) “Gott stürzet und erhöhet”
BWV0075 Cantata 05 part 1 Aria (soprano) “Ich nehme mein Leiden mit Freuden auf mich”
BWV0075 Cantata 06 part 1 Recitativo (soprano) “Indes schenkt Gott ein gut Gewissen”
BWV0075 Cantata 07 part 1 Choral (coro) “Was Gott tut,das ist wohl getan”
BWV0075 Cantata 08 part 2 Sinfonia
BWV0075 Cantata 09 part 2 Recitativo (alto) “Nur eines kränkt ein christliches Gemüte”
BWV0075 Cantata 10 part 2 Aria (alto) “Jesus macht mich geistlich reich”
BWV0075 Cantata 11 part 2 Recitativo (bass) “Wer nur in Jesu bleibt”
BWV0075 Cantata 12 part 2 Aria (bass) “Mein Herze gläubt und liebt”
BWV0075 Cantata 13 part 2 Recitativo (tenor) “O Armut,der kein Reichtum gleicht”
BWV0075 Cantata 14 part 2 Choral (coro) “Was Gott tut,das ist wohlgetan”

Carolyn Watkinson
Peter Schreier
Philippe Huttenlocher
Arleen Augér
Ingeborg Reichelt
Alyce Rogers
Stuttgart Bach Collegium
Stuttgart Gächinger Kantorei
Helmuth Rilling

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Helmuth Rilling: "Eu gravei todas as Cantatas, Sacras e Profanas. E vocês?"
Helmuth Rilling: “Eu gravei todas as Cantatas, Sacras e Profanas. E vocês?”

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