W.A. Mozart (1756-1791): Complete Piano Variations (4 CDs)

W.A. Mozart (1756-1791): Complete Piano Variations (4 CDs)

Esta pequena caixa de CDs contém obras muito desiguais. Algumas peças são boníssimas e outras talvez sejam encomendas feitas por pianistas iniciantes, tal a simplicidade. Porém, trata-se de um repertório quase inexplorado e a sacada da Bis e do pianista Brautigam em realizar a série tem enormes méritos. Afinal, a fluência de ideias, a beleza e a lógica inerente à escrita para piano são admiráveis em Mozart. Brautigam usa um fortepiano Paul McNulty (modelado a partir de um após um Anton-Gabriel Walter de 1795).

Se você ama Mozart de paixão, este repertório raríssimo é imperdível…

Mozart: Complete Piano Variations (4 CDs)

CD 1
1. 12 Variations In C Major On “Ah, Vous Dirai-Je Maman”
2. 8 Variations In G-Major On “Laat Ons Juichen, Batavieren!” (Christian Ernst Graaf)
3. 12 Variations In B-Flat Major On An Allegretto
4. 12 Variations In E-Flat Major On “La Belle Françoise”
5. 6 Variations In F Major On “Salve Tu, Domine” (From Paisello, I Filosofi Immaginarii)
6. Praeludium (Modulating F Major – E Minor)
7. Rondo In A Minor

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CD 2
1. 10 Variations En G Majeur
2. Ouverture : Ouverture
3. Ouverture : Allemande
4. Ouverture : Courante
5. Kleiner Trauermarch In E-Moll: Marche Funebre Del Sig.R Maestro Contrapunto
6. Acht Variationen In F-Dur
7. Zwölf Variationen In C-Dur
8. Clavierstück In F-Dur
9. Fantastic Fragment In D-Moll

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CD 3
1. 8 Variations in F major on ‘Ein Weib ist das herrlichste Ding’, K.613
2. Praludium in C major, K.284a
3. Praludium (Fantasie) und Fuge in C major, K.394 – I. Prelude
4. Praludium (Fantasie) und Fuge in C major, K.394 – II. Fugue
5. 12 Variations in E-flat major on a Romance ‘Je suis Lindor’, K.354
6. Gigue in G major, K.574
7. Adagio in B minor, K.540

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CD 4
1. Neun Variationed in D-Dur, K.573
2. Sechs Variationed in G-Dur, K.180
3. Neun Variationed in C-Dur, K.264
4. Thema in F-Dur mit funf Variationen, K.Anh 138a
5. Sieben Variationed in D-Dur, K.25
6. Zwei Variationed in A-Dur, K.460
7. Rondo in D-Dur, K.485

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Ronald Brautigam, pianoforte

Ronald Brautigam, o holandês que enfrentou todo este repertório raro de Mozart
Ronald Brautigam, o holandês que enfrentou todo este repertório raro de Mozart

PQP

Louis Vierne (1870-1937): 24 peças de fantasia

Louis Braille (1809-1852) foi o educador francês que criou o sistema braille de leitura para cegos, usado até hoje. O que pouca gente sabe é que Braille também foi organista, fazendo parte de uma longa tradição de organistas cegos que veio desde o Renascimento com o espanhol Antonio de Cabezón e incluiria também os franceses Louis Vierne e Gaston Litaize, o alemão Helmut Walcha e, mais recentemente, os americanos Ray Charles (órgão elétrico) e Stevie Wonder (sintetizador).

Louis Vierne, na verdade, enxergava um pouco, principalmente luzes embaçadas, ao que parece, e é curioso que ele tenha composto obras tão evocativas de momentos do dia e luminosidade como algumas das suas 24 peças de fantasia: Étoile du soir (estrela da noite), Hymne au soleil (hino ao sol), Clair de lune (Luar). Assim como Gabriel Fauré, Vierne compôs Noturnos para piano de aparência simples, mas que “demandam do intérprete uma poesia interior, uma busca de si mesmo, uma tradução de aspirações inconscientes, de afinidades obscuras” (cito uma crítica de 1926 no jornal francês Le Ménestrel).

Me parece que a mesma observação pode ser feita sobre a música de Vierne para órgão: não é tão virtuosa quanto a de Widor, Dupré ou Messiaen, mas é de um romantismo tardio em que pode-se perceber várias emoções, muitas vezes sombrias e saudosas, na mesma linha dos românticos Frédéric Chopin e Guillaume Lekeu.

Se restar alguma dúvida de que se trata de um romântico, fica a lista de poetas que ele musicou em chansons: Victor Hugo, Gautier, Baudelaire, Verlaine…

As 24 peças também incluem a obra mais tocada até hoje de Vierne, o carrilhão de Westminster, baseado no famoso tema que todos já ouviram no cinema, na igreja ou em caixinha de música.

Louis Vierne (1870-1937): 24 peças de fantasia, para órgão
CD 1
Pièces de fantaisie – Suíte nº 1, Op. 51 (1926)
1. Prélude
2. Andantino
3. Caprice
4. Intermezzo
5. Requiem aeternam
6. Marche nuptiale

Pièces de fantaisie – Suíte nº 3, Op. 54 (1927)
7. Dédicace
8. Impromptu
9. Étoile Du Soir
10. Fantômes
11. Sur le Rhin
12. Carillon de Westminster

CD 2
Pièces de fantaisie – Suíte nº 2, Op. 53 (1926)
1. Lamento
2. Sicilienne
3. Hymne au soleil
4. Feux follets
5. Clair de lune
6. Toccata

Pièces de fantaisie – Suíte nº 4, Op. 55 (1927)
7. Aubade
8. Résignation
9. Cathédrales
10. Naïades
11. Gargouilles et Chimères
12. Les cloches de Hinckey

Ben van Oosten
Órgão Cavaillé-Coll (1890) da Abadia Saint-Ouen, Rouen, França

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A fachada do órgão de Saint Ouen

Pleyel

Beethoven (1770-1828): Hammerklavier & Moonlight – M. Perahia – DG

Beethoven (1770-1828): Hammerklavier & Moonlight – M. Perahia – DG

Beethoven – Sonatas para Piano

Hammerklavier & Ao Luar

Murray Perahia

Eu já não me lembro qual das sonatas para piano de Beethoven ouvi primeiro. Certamente uma do triunvirato – Pathétique, Appassionata ou Ao Luar. Lembro-me de um LP da Supraphon com o pianista Jan Panenka. Mas posso estar errado, minha memória anda rebelde, lembra-se apenas daquilo que quer. Supraphon era, assim, a Naxos daqueles dias nos quais os LPs chegavam ao interior do Brasil em caixas de madeiras de formato  cúbico, levadas por kombis que iam sacolejando por estradas poeirentas ou lamacentas, dependendo da sorte do vendedor.

A Hammerklavier veio bem depois e não foi fácil. Lembro-me agora bem dos CDs da Deutsche  Grammophon com as últimas gravações do Emil Gilels, que ia comprando já morando aqui, na grande cidade. Estes CDs já morreram, oxidados. Ainda guardo os livretos, mas os falecidos foram devidamento substituidos pela caixota de nove CDs nos quais estão todas as sonatas que o Emil conseguiu gravar naquela ocasião. Não é um ciclo completo. Falta a última sonata, por exemplo (sigh). Mas entre elas uma imensa, enorme Hammerklavier, com um dos mais lindos e perfeitos Adagio sostenuto que já ouvi.

Mas não estamos aqui para falar do passado, vamos ao (quase) presente. Comprei este disco que estou postando assim que bati os olhos nele. Pois é, eu ainda vou a lojas (as que restaram) de CDs, com aquela expectativa de encontrar algo que acelere as batidas do coração e que crie aquela ansiedade de, ao chegar em casa, na primeira audição, confirmar o antecipado prazer. Estes momentos estão se tornando mais e mais raros, mas este disco me deu essas sensações no ano passado.

Ouço gravações do Murray Perahia há muito tempo. Ele me ensinou que Chopin é coisa demais de boa e dá-me constante aulas sobre os Concertos para piano de Mozart. Mais recentemente ele andou pelas terras barrocas e eu fui junto, com muito prazer. Já havia ouvido algumas de suas gravações de sonatas para piano de Beethoven, mas este disco está demais. Vejam, para mim, a Hammerklavier é assim, uma sonata mais cabeça, enquanto a Ao Luar, mais coração. E aí é onde mora o perigo! Muita cabeça ou muito coração pode não ser uma boa coisa. Creio que ele conseguiu um equilíbrio que me fizeram ouvir essas sonatas com o mesmo prazer de ouví-las pela primeira vez, de (re)descobrimento. Eu não conheço outro disco que junte as duas sonatas. Só estão juntas nas integrais, mas mesmo aí, em discos separados. Ele ousou e, na minha opinião, fez muito bem.

Talvez não seja nada disso, talvez eu esteja apenas ficando nostálgico. Mesmo assim, vá em frente. Se você gosta de piano e de boa música, estará em ótimas mãos! Que o disco lhe agrade à mente e ao coração!

Ludwig van Beethoven (1770-1828)

Sonata para piano No. 29, em si bemol maior, Op. 106, Hammerklavier

  1. Allegro
  2. Scherzo. Assai vivace
  3. Adagio sostenuto
  4. Introduzione. Largo – Fuga: Allegro risoluto

Sonata para piano No. 14, em dó sustenido menor, Op. 27, 2,  Ao Luar

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Murray Perahia, piano

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FLAC | 156 MB

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MP3 | 320 KBPS | 127 MB

Murray Perahia, dando um toque de Rodin na Hammerklavier…

Aproveite!

René Denon

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 7 / Te Deum

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 7 / Te Deum

PQP, aquele chato, caça a palavra de Carlinus para dizer que, em sua opinião, as gravações da 7ª de Haitink e Wand dão um baile na de Celibidache. Um Baile, um 7 x 1. Só isso. Diz aí, Carlinus!

Seguindo com nosso empreendimento. Desta vez surgem duas obras monumentais — a Sinfonia No. 7 e Te Deum, de singular beleza. A Sinfonia No. 7 em Mi Maior é uma das obras mais conhecidas de Bruckner. Foi composta entre os anos de 1881 e 1883 e foi revista, como Bruckner costumava fazer, no ano de 1885. O trabalho consagrou em definitivo o compositor. A monumentalidade da obra impressiona. A outra obra do post é o Te Deum, que na tradição latina da Igreja é um hino de louvor, cantado geralmente como agradecimento a Deus por uma benção especial. O termo em latim é: Te Deum Laudamus. Ou seja, A Ti, ó Deus, louvamos. Uma boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 7 em Mi Maior
01. Applause
02. I – Allegro moderato
03. II – Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam

01. III – Scherzo. Sehr schnell – Trio
02. IV – Finale. Bewegt, doch nicht schnell

Te Deum, para solistas, coral, órgão e orquestra
03. Applause
04. I – Allegro moderato
05. II – Te ergo. Moderato
06. III – Aeterna fac. Allegro moderato. Feierlich, mit Kraft
07. IV – Salvum fac. Mooderato – Allegro moderato
08. V – In te, Domine, speravi. Mäßig bewegt – Allegro moderato

Philharmonischer Chor München
Sergiu Celibidache, regente
Members of the Münchener Bach-Chor
Josef Schmidhuber, chorus master
Margaret Price, soprano
Christel Borchers, contralto
Claes H. Ahnsjö, tenor
Karl Helm, baixo
Elmar Schloter, órgão

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Celibidache, um dos mensageiros de Bruckner, aqui dá uma derrapada

Carlinus

Henry Purcell (1659-1695): Musick’s Hand-Maid

Henry Purcell (1659-1695): Musick’s Hand-Maid

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um lindíssimo CD que percorre a obra instrumental e vocal deste monstro que foi Henry Purcell. Um disco sensível, belamente interpretado. Purcell foi daqueles compositores que morreram jovens e que nos deixaram enorme e importante obra. Não tinha wi-fi em sua casa. Sua facilidade em compor para todos os gêneros e públicos, sua popularidade na corte durante reinados de três monarcas e sua vasta produção de odes cortesãs, música cênica, hinos sacros, canções e esboços seculares, música de câmara e para órgão são uma prova clara de seu prodigioso talento. Compôs a ópera Dido e Aeneas e a semi-opera A tempestade. Este CD dá uma visão geral em sua obra. E a coisa é de abobar mesmo!

Henry Purcell (1659-1695): Musick’s Hand-Maid

Suite En Do
1 Music For A While 3:51
2 Air 0:51
3 Air 1:26
4 Begin The Song And Strike The Living Lyre 7:37

Suite En La Mineur
5 Prelude 1:46
6 Almand 4:06
7 Corant 1:44
8 Saraband 1:05
9 A New Ground 2:49
10 Round-O 2:45
11 Strike The Viol, Touch The Lute, Wake The Harp 2:21

Suite En Sol Majeur
12 Prelude 3:47
13 Alamand 1:29
14 Corant 1:52
15 A New Scotch Tune 3:15
16 Air 1:26
17 Gavott 1:20
18 A New Irish Tune 1:28
19 Ground In Gamut 1:49
20 An Evening Hymn 3:44

Suite En Ré Mineur
21 “Bell-barr” Almand “Very Slow” 4:50
22 Air 1:11
23 Minuet & Sefuchi’s Farewell 3:17
24 Ground 5:32

Suite En Sol Mineur
25 Cupid The Slyest Rogue Alive 2:39
26 Jig 0:59
27 Hornpipe 0:41
28 Jig 0:38
29 Here Let My Life 1:59
30 Thou Knowest Lord The Secrets Of Our Heart 2:10

Bandura, Guitar – Pat O’Brien
Bass Vocals – Harry van der Kamp
Cittern, Theorbo – Lee Santana
Ensemble – The Harp Consort
Flute, Recorder – Nancy Hadden
Guitar – Steve Player
Harp, Organ, Harpsichord, Percussion, Directed By – Andrew Lawrence-King
Lute, Guitar – Paul O’Dette
Lyre, Viol – Hille Perl
Soprano Vocals – Ellen Hargis
Tenor Vocals – Douglas Nasrawi, Rodrigo Del Pozo
Theorbo, Guitar – Thomas Ihlenfeldt
Viol – Jane Achtman
Violin [Renaissance] – David Douglass

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Henry Purcell: este foi grande

PQP

Carl Reinecke (1824-1910) – Flute Concertos, Flute Sonatas – Ruhland, RSOSSWR

O selo alemão CPO faz um extraordinário trabalho ao resgatar compositores desconhecidos, que não foram muito reconhecidos em vida. Confesso que não conhecia Carl Reinecke até conhecer este belíssimo CD com composições suas para Flauta. Nasceu em 1824 e morreu em 1910, mas não teve muito reconhecimento em vida, e olha que sua obra é muito extensa, registrando aproximadamente 288 obras catalogadas. No booklet em PDF que acompanha o arquivo compactado há uma pequena biografia do compositor. Vale a leitura, para os senhores melhor entenderem o contexto de sua obra.
Neste CD temos um Concerto, uma Balada, uma sonata e uma sonatina, todas as obras tendo a Flauta como instrumento principal. A solista é Tatjana Ruhland, uma ilustre desconhecida até então para este que vos escreve, o que não significa absolutamente nada, mas sente-se uma grande afinidade, intimidade, e principalmente, delicadeza em seu timbre. Lembramos que são peças românticas, que exigem uma grande sensibilidade e emotividade por parte dos músicos envolvidos.
Resumindo, eis um belo CD, que faz trazer uma grande paz de espírito àquelas almas mais conturbadas pelo estresse de seu dia a dia. Dependendo da reação dos senhores, posso trazer outros CDs deste compositor.

P.S. Uma curiosidade: a Balada para Flauta e Orquestra, op. 288, foi a última obra registrada de Reinecke.

01. Flute Concerto in D Major, Op. 283 I. Allegro molto moderato
02. Flute Concerto in D Major, Op. 283 II. Lento e mesto
03. Flute Concerto in D Major, Op. 283 III. Finale. Moderato
04. Ballade in D Minor, Op. 288 I. Adagio
05. Ballade in D Minor, Op. 288 II. Allegro
06. Ballade in D Minor, Op. 288 III. Tempo I
07. Flute Sonata, Op. 167 Undine I. Allegro
08. Flute Sonata, Op. 167 Undine II. Intermezzo. Allegretto vivace-Più lento, quasi andante
09. Flute Sonata, Op. 167 Undine III. Andante tranquillo-Molto vivace
10. Flute Sonata, Op. 167 Undine IV. Finale. Allegro molto agitato ed appassionato, quasi presto
11. Flute Sonatina, Op. 108 I. Allegro moderato
12. Flute Sonatina, Op. 108 II. Andante con moto
13. Flute Sonatina, Op. 108 III. Allegretto grazioso

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Tatjana Ruhland segurando seu instrumento de trabalho

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 6 & 7; Incidental Music to King Lear

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 6 & 7; Incidental Music to King Lear

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu dei gargalhadas ouvindo o final da 6ª Sinfonia com esse monstro que é Nelsons.  Que maestro! Que senso de estilo. Mas vamos às Sinfonias:

Sinfonia Nº 6, Op. 54 (1939)

Uma perfeição esta sinfonia cujo dramático, concentrado e lírico primeiro movimento (um enorme Largo) é seguido por dois allegros, sendo o último pra lá de burlesco e circense (Presto). A estrutura estranha e inexplicável tem o efeito, ao menos em mim, de uma compulsão por ouvi-la e reouvi-la. Acho que volto sempre a ela com a finalidade de conferir se o primeiro movimento é mesmo tão perfeito e profundo e para buscar uma explicação para a galinhagem final — isto aqui não é uma tese acadêmica, daí a palavra “galinhagem” ser permitida… Nossa sorte é que existe aquele segundo Allegro central para tornar a passagem menos chocante. Esta belíssima obra talvez faça a alegria de qualquer maníaco-depressivo. É uma trilha sonora perfeita para quem sai das trevas para um humor primaveril em trinta minutos — ou menos. Começa estática e intelectual para terminar num circo. Simplesmente amo esta música! É um pacote completo de desespero, sorrisos e gargalhadas.

Sinfonia Nº 7, Op. 60, Leningrado (1941)

De história riquíssima, a Sinfonia Nº 7 – dedicada à resistência da cidade de Leningrado cercada pelos nazistas – deve sua celebridade a uma transmissão de rádio feita para a cidade devastada e sitiada. Ela auxiliou as autoridades soviéticas a elevar o moral em Leningrado e no país. Várias outras performances foram programadas com intenções patrióticas na União Soviética e na Europa. É música de primeira linha, sem dúvida, mas creio que a notável Sinfonia Nº 11, tão superior à sétima, é tão mais eficiente como musica programática de conteúdo histórico, que torna exagero qualquer grande elogio. De qualquer maneira, é esplêndido o primeiro movimento que descreve a marcha nazista. Também é importante salientar o equívoco do grande público que vê resistência e patriotismo numa obra sobre a devastação e a morte. Mas, como diria Lênin, o que fazer?

Mais? Mais! Imaginem uma cidade cercada por alemães há 18 meses, uma orquestra improvisada vestida com suéteres e jaquetas de couro, todos magérrimos pela fome, a rádio transmitindo o concerto, várias cidades soviéticas estreando a obra ao mesmo tempo, Arturo Toscanini — anti-fascista de cabo a rabo — pedindo a partitura nos Estados Unidos (ela foi levada de avião até Teerã, de carro ao Cairo, de avião à Londres, de onde um outro avião da RAF levou a música ao maestro), Shostakovich na capa da Time. Ou seja, a Sétima é importante. Nos EUA, em poucos meses, foi interpretada por Kussevítki, Stokovski, Rodzinski, Mitropoulos, Ormandy, Monteaux, etc. Um espanto.

Numa das maiores homenagens recebidas por uma obra musical, Anna Akhmátova escreveu o seguinte poema ao ser posta à salvo das bombas alemãs pelas autoridades soviéticas:

Todos vocês teriam gostado de me admirar quando,
no ventre do peixe voador,
escapei da perseguição do mal e,
sobre as florestas cheias de inimigos,
voei como se possuída pelo demônio,
como aquela outra que,
no meio da noite,
voou para Brocken.
E atrás de mim,
brilhando com seu segredo,
vinha a que chama a si mesma de Sétima,
correndo para um festim sem precedentes.
Assumindo a forma de um caderno cheio de notas,
ela estava voltando para o éter onde nascera.

Pois é. Mas falemos a sério: não é a maior sinfonia de Shosta. Fica atrás da Primeira, Quarta, Quinta, Sexta, Oitava, Nona, Décima, Décima-primeira, Décima-terceira, Décima-quarta e Décima-quinta. Mas que é famosésima, é.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 6 & 7; Incidental Music to King Lear

Symphony No. 6 in B Minor, Op. 54
1. 1. Largo 19:39
2. 2. Allegro 6:24
3. 3. Presto 7:11

Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
4. Introduction and Ballad of Cordelia 4:34
William R. Hudgins, Boston Symphony Orchestra, Andris Nelsons
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
5. Fanfare No. 1 0:21
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
6. Return from the Hunt 0:54
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
7. Fanfare No. 4 0:13
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
8. Approach of the Storm 1:27
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
9. Scene on the Steppe 2:01
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
10. Fanfare No. 2 0:15
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
11. The Blinding of Gloucester 1:00
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
12. The Military Camp 1:38
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
13. Fanfare No. 5 0:17
Incidental Music to the Tragedy „King Lear” by W. Shakespeare, Op. 58a
14. March 1:29
15. Festive Overture, Op. 96 6:15

Symphony No. 7 in C Major, Op. 60 “Leningrad”
1. 1. Allegretto 27:21
2. 2. Moderato (poco allegretto) 11:39
3. 3. Adagio 20:33
4. 4. Allegro non troppo 18:52

Boston Symphony Orchestra
Andris Nelsons

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Shostakovich no trabalho.

PQP

W. A. Mozart (1756-1791) – Don Giovanni – [DG] – Ferenc Fricsay

W. A. Mozart (1756-1791) – Don Giovanni – [DG] – Ferenc Fricsay

Mozart – Don Giovanni

Para apreciar devidamente a música de Mozart, é preciso se dar conta de que ele foi um compositor de óperas. A música de Mozart, mesmo quando não é uma ária ou um terzetto, canta como se estivesse em um palco de um teatro de ópera. Ouça, com esta perspectiva, o Andante um poco sostenuto do Concerto para piano No. 18, em si bemol maior, K. 456. As cordas cantam, o piano declama e as madeiras tecem comentários. Ouça o primeiro movimento da Serenata para Orquestra em ré maior, K. 320 – Posthorn-Serenade. Este Adagio maestoso – Allegro com spirito é uma abertura de ópera!

Eu não conheço todas as óperas de Mozart. Nunca ouvi Idomeneo ou La Clemenza di Tito. Há ainda outras que eu não ouvi. Mas tenho ouvido bastante as três óperas com libretos de Lorenzo da Ponte, além de O Rapto do Serralho e (é claro) A Flauta Mágica, estas cantadas em alemão.

Hoje vamos de Don, Don Giovanni! A primeira vez que eu ouvi Don Giovanni foi no século passado e era esta gravação que vos trago hoje. Os três LPs estavam em uma caixota com a figura do Don vestido em preto sobre fundo avermelhado, cantando uma de suas árias, provavelmente Deh, vieni alla finestra.

Esta talvez seja a ópera das óperas. Bom, talvez não, há também a Tosca. Xi, é melhor evitar polêmicas! Quem precisa delas?

Se você não conhece o enredo, prepare-se, há luta com espadas, cenas de sedução, perseguições e um fantasma. Há personagens representando as pessoas comuns e há aqueles que representam a nobreza. Há diálogos (hilariantes) entre essas classes sociais. Você perceberá um traço comum nas óperas de Mozart que eu conheço que também aparece aqui: uma dualidade entre certos personagens, que são opostos mas se completam. Tamino e Papageno na Flauta Mágica. Belmonte e Pedrillo no Rapto do Serralho. Em uma certa medida, O Conde d’Almaviva e Figaro, nas Bodas do próprio. Acho que preciso ouvir de novo o Così fan Tutte, mas aqui é o Don Giovanni e seu serviçal, Leporello. É a oposição do nobre e do plebeu, do refinado e do rústico… Bom, acho que você percebeu a ideia.

Escultura comemorativa da ópera Don Giovanni, de Mozart, em Praga, República Tcheca. Don Giovanni teve sua premiere no dia 29 de outubro de 1878, em Praga.

A ópera conta a história do dissoluto Don Giovanni, que passa todo o tempo fazendo coisas bem pouco louváveis – assassinando um velhinho, assediando todos os rabos de saia que lhe cruzam o caminho, até seu destino final, um banquete com música seguido de um encontro surpreendente que o leva diretamente aos infernos. É assim, um adorável vilão, mais um para essa imensa galeria. Seria interessante uma análise sobre o que nos diz o Don nestes dias de (tão necessária) consciência de politicamente correto pensar e agir. Mas isto, deixemos para os blogs especializados.

O libreto de Lorenzo da Ponte é um primor, o cara foi um bamba! Como é cantada em italiano, com um pouquinho de imaginação dá para perceber tudo. Você aprenderá admiráveis palavrões como bricconaccia, scioccone, mascalzone… Afinal, ópera é cultura!

Aqui está um link para o libreto com tradução para o português, da página do Teatro Municipal de São Paulo.

Há muitas trapalhadas, troca de personagens, cenas com muitas pessoas no palco, como era de se esperar nas óperas da época. O crème de la crème é a grande cena final, o banquete seguido da descida aos infernos. Sei, estou dando um baita spoiler…  Mas ópera é assim, a gente lê a sinopse antes e, mesmo assim, adora ver tudo novamente.

Dietrich e Ferenc trocando umas ideias sobre o andamento da “Fin ch’han dal vino”…

Nesta gravação, nenhum cantor é italiano, mas (rest assured) são impecáveis. A começar pelo Don, cantado pelo (jovem) Dietrich Fischer-Dieskau. Quem soaria mais sedutor na ária Deh, vieni alla finestra, ou faria com mais competência os diálogos (ótimos, são da pena do Lorenzo da Ponte) com o Leporello de Karl Christian Kohn? O tenor Ernst Haefliger canta as duas árias de Don Ottavio, Dalla sua pace e Il mio tesoro, com voz extraordinária. O contraste entre os dois principais personagens femininos, a relutante e ainda apaixonada Donna Elvira, de Maria Stader, e Donna Anna sedenta de vingança de Sena Jurinac, é bem marcado.  Os papéis coadjuvantes de Masetto e Zerlina estão a cargo de Ivan Sardi e Irmgard Seefried. Ela brilha no dueto Là ci darem la mano, là me dirai di sì, com o Don. O Don era terrível!

Ferenc Fricsay

A Orquestra da Rádio de Berlim, assim como o coro e todo o cast estão sob a direção do lendário maestro húngaro Ferenc Fricsay.

O que dizer mais? Parece um feixe de contradições. Uma ópera de duas horas e meia em dias de músicas que duram alguns minutos. História de um malfeitor que (como nas novelas) passa todo o tempo fazendo vilanias para ser triunfalmente castigado no final. Os mocinhos são uns poias e cantam alegremente no fim: Questo è il fin di chi fa mal…

Como ouvir uma obra como esta? Sugiro um dia que houver tempo. É preciso tempo para tanta coisa. Pois então, se tiveres esse tempo, vá lá, prepare-se, e cuidado com o volume do som, pois a abertura já vai, de cara, lhe arrancar as meias… ou o chapéu!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Don Giovanni

Don Giovanni – Dietrich Fischer-Dieskau
Il Commendatore – Walter Kreppel
Donna Anna – Sena Jurinac
Don Ottavio – Ernst Haefliger
Donna Elvira – Maria Stader
Leporello – Karl Christian Kohn
Masetto – Ivan Sardi
Zerlina – Irmgard Seefried
RIAS-Kammerchor
Radio-Symphonie-Orchester Berlin

Ferenc Fricsay

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Questo è il fin di chi fa mal!

René Denon

Haendel & Purcell – Sound of Trumpet – Alison Balsom, Trevor Pinnock, The English Concert

Dia destes um outro cd da Alison Balsom, dedicado a Bach, teve seu link atualizado, tratava-se de uma postagem lá do começo da década. Hoje trago para os senhores mais um belíssimo CD desta mesma Alison Balsom, onde novamente ela demonstra todo o seu talento. E aqui temos obras especificamente de Haendel e Purcell.

Os arranjos foram feitos pelo maestro inglês Trevor Pinnock, um dos grandes especialistas em Barroco dos últimos quarenta anos, e por ela mesma, o que reforça o que comentou PQPBach em postagem anterior, a moça além de uma excepcional instrumentista, é uma musicóloga de mão cheia. Para melhorar o que já está bom demais, ela é acompanhada pelo excelente conjunto The English Concert, conjunto criado e dirigido por Pinnock já há muito tempo.

Creio que esta seja uma bela trilha sonora para iniciar a semana, que promete ser bem agitada e difícil.

Haendel & Purcell – Sound of Trumpet – Alison Balsom, Trevor Pinnock, The English Concert

01. Handel – Arr Pinnock- Amidigi di Gaula, HWV 11, Act 3- Sento la goia
02. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 1- Overture
03. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 1- Come if you dare
04. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 5- Symphony
05. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 2- Shepherd, Shepherd, Leave Decoying
06. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 5- Round thy shores
07. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 5- Trumpet Tune
08. Purcell – Arr Balsom- King Arthur Suite, Z. 628, Act 5- Fairest isle
09. Handel – Arr Balsom- Atalanta, HWV 35- Overture
10. Handel – Arr Balsom- Birthday Ode for Queen Anne, HWV 74- ”Eternal Source of Light Divine” (countertenor)
11. Purcell – Arr Balsom- The Fairy Queen, Z. 629 – Suite of Musicks and Dances, Act 4- Symphony
12. Purcell – Arr Balsom- The Fairy Queen, Z. 629 – Suite of Musicks and Dances- Rondo (Second Musick)
13. Purcell – Arr Balsom- The Fairy Queen, Z. 629 – Suite of Musicks and Dances, Act 1- Jig
14. Purcell – Arr Balsom- The Fairy Queen, Z. 629 – Suite of Musicks and Dances, Act 5- Prelude
15. Purcell – Arr Balsom- The Fairy Queen, Z. 629 – Suite of Musicks and Dances, Act 5- Chaconne and Chorus
16. Purcell – Arr Balsom- Come Ye Sons of Art, Z. 323- Sound the trumpet (countertenor)
17. Handel – Arr Pinnock- Water Music, Suite in D Major, HWV 349- I. Overture
18. Handel – Arr Pinnock- Water Music, Suite in D Major, HWV 349- II. Gigue (Allegro)
19. Handel – Arr Pinnock- Water Music, Suite in D Major, HWV 349- III. Minuet (Aria)
20. Handel – Arr Pinnock- Water Music, Suite in D Major, HWV 349- IV. Bourrée
21. Handel – Arr Pinnock- Water Music, Suite in D Major, HWV 349- V. March No. 2 (Partenope, HWV 27)
22. Purcell – Arr Balsom- The Fairy Queen, Z. 629, Act 5- ”The plaint”
23. Handel – Arr Pinnock & Balsom- Oboe Concerto No. 1 in B-Flat Major- I. Adagio
24. Handel – Arr Pinnock & Balsom- Oboe Concerto No. 1 in B-Flat Major- II. Allegro
25. Handel – Arr Pinnock & Balsom- Oboe Concerto No. 1 in B-Flat Major- III. Siciliana (Largo)
26. Handel – Arr Pinnock & Balsom- Oboe Concerto No. 1 in B-Flat Major- IV. Vivace

Alison Balsom – Trumpet
The English Concert
Trevor Pinnock – Conductor

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Lully, Charpentier, Rebel, Delaland, Rameau: Concert de Danse

Lully, Charpentier, Rebel, Delaland, Rameau: Concert de Danse

O Avicenna ama a música barroca francesa e tem razão, ela é bonita, normalmente alegre e de muito boa qualidade. Então, há bastante material do gênero no PQP Bach. Porém, não há muito disso no mercado em geral. Vejo pouco balé e óperas barrocas no mercado, talvez porque esses repertórios, com suas convenções textuais e musicais antigas e seus gêneros desconhecidos, sejam considerados inacessíveis para ouvintes gerais em obras completas. As reconstruções de William Christie e outros, incluindo o maestro deste disco, Sigiswald Kuijken, mostraram que há muita imaginação e musicalidade nestas obras, há vida aqui. Dito isto, o sensacional grupo de Kuijken, La Petite Bande, oferece uma introdução agradável à música de dança de um período de 100 anos, junto do tenor norte-americano e especialista em barroco francês Howard Crook. O disco consiste de música de balé, bem como trechos de óperas, instrumentais e vocais. A presença desses números vocais é uma característica positiva do disco, pois a interpenetração da música e da dança na construção cultural da corte francesa é de grande importância. Outra novidade é a presença de obras estranhas, mas coloridas, como as duas suítes de danças de Jean-Féry Rebel — cheias de leveza e esplendor cortês. Desta maneira, o programa mistura números únicos com peças maiores; como a “pastorale héroique” de Rameau, retirada de Daphnis et Aiglé. Esta foi uma dança montada no palácio de Fontainebleau em 1753. Mas a melhor razão para ouvir este disco é o toque de La Petite Bande, que dá performances que se fosse a Royal Shakespeare Company. A banda aparece aqui com 19 cordas, proporcionando um som rico e suntuoso, como devia ser na corte francesa.

Lully, Charpentier, Rebel, Delaland, Rameau: Concert de Danse

01. Jean Baptiste Lully : Armide – Overture [2:11]
02. Acis et Galatee : Aria of Acis – ‘C’est en vain’ [1:54]
03. Armide – Passacaille [3:43]
04. Marc-Antoine Charpentier : Medee – Aria of Jason – ‘Que me peut demander Gloire’ [1:58]
05-09. Jean-Fery Rebel :La Fantaisie
I. Grave [1:00]
II. Chaconne [2:57]
III. Loure [1:52]
IV. Tambourin [0:41]
V. Chaconne [1:24]
10. Michael Richard Delalande : L´Amour flechi par la Constance (1697 ) – Aria of… [5:30]
11-15. Jean-Fery Rebel : Les plaisirs champetres (1734)
I. Musette [0:57]
II. Gavotte [2:03]
III. Chaconne [2:38]
IV. Passepied [1:28]
V. Bourree – Rigoudon – Bourree [3:24]
16-32. Jean-Philippe Rameau : Daphnis et Aegle (pastorale heroique)

Howard Crook (tenor)
La Petite Bande
Sigiswald Kuijken, conductor

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PQP

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 16, 153, 65 e 154 (Cantatas from Leipzig, 1724-6)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 16, 153, 65 e 154 (Cantatas from Leipzig, 1724-6)

Aqui, boa parte desta coleção.

As Cantatas de Bach podem ser descritas como um dos maiores tesouros musicais da humanidade.  Nas últimas décadas, elas têm recebido abordagens luxuosas com performances dirigidas por nomes como Sigiswald Kuijken, Sir John Eliot Gardiner e Ton Koopman. E as descobertas continuam. Este volume 4 do projeto de Kuijken reúne cantatas do período pós-natal, uma, a BWV16, de 1726, o restante de 1724.

A BWV16, reflete um otimismo apropriado às celebrações de Ano Novo, e o time de Kuijken tem vitalidade para manter esse clima. As outras três cantatas têm alcance emocional mais amplo e complexo. Por exemplo, a BWV153, ocupa-se da busca da fé pela perseverança.

A BWV65 foi escrita para a Festa da Epifania. No domingo seguinte, em 1724, Bach compôs a BWV154. Essa cantata é pessoal e dramática, pois trata da angústia de Maria e José quando o jovem Jesus se perdeu no templo de Jerusalém.

Essa coletânea de cantatas oferece uma experiência variada para qualquer ouvinte. E as performances e o som muito bem gravado deram-nos grande prazer auditivo.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas: Volume 4 (Cantatas from Leipzig, 1724-6)

01-06 Herr Gott, dich loben wir, BWV16 (1726) [16:37]
07-15 Schau, lieber Gott, wie meine Feind, BWV153 (1724) [13:42]
16-22 Sie werden aus Saba alte kommen, BWV65 (1724) [15:08]
23-30 Mein liebster Jesus ist verloren, BWV154 (1724) [15:12]

Soprano: Elisabeth Hermans
Alto: Petra Noskaiová
Tenor: Jan Kobow
Bass: Jan Van der Crabben
La Petite Bande
Sigiswald Kuijken

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La Petite Bande nos jardins da sede campestre do PQP Bach

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia nº 9 – Karajan, BPO

Com esta postagem volto ao final dos anos 70, quando tive acesso a um LP duplo, presente de meu irmão, que trazia as Sinfonias de nº 8 e 9, de Beethoven. Aquela capa preta com amarelo com aquele expressivo senhor de cabelos brancos agitando os braços se tornaria um paradigma. Este velho LP esteve comigo boa parte de minha vida, mas infelizmente não o tenho mais, o tempo se encarregou de danificá-lo, a capa se deteriorou assim como aquele plástico que envolvia os LPs. Devo tê-lo vendido em algum momento de minhas diversas fases de grana curta, desempregado.

Não estou trazendo com esta postagem a sinfonia nº 8, em seu lugar temos a Abertura Coriolano. Mas a principal obra daquele velho LP duplo está ali, a maior das obras musicais já compostas e criadas pelo ser humano, a Nona Sinfonia de Beethoven. E a mesma gravação: Karajan e sua Filarmônica de Berlim, o Wiener Singverein, a Gundula Janowitz, Walter Berry, nomes que aprendi a reverenciar desde então, lembrando que eu era um jovem adolescente que entendia e conhecia pouco da vida, morando em uma pequena cidade do interior, com uma única rádio que tocava música sertaneja e os últimos sucessos da parada. Mas não posso deixar de agradecer ao seu dono a transmissão de um programa de música clássica nos domingos de noite. Ali ouvi pela primeira vez ‘Va Pensiero’, de Verdi, obra que abria e fechava o programa.

Não lembro se foi ali que ouvi a Nona Sinfonia pela primeira vez, provavelmente não. Mas foi aquele programa de rádio que me mostrou a imensidão que se abria à minha frente. E foi o velho LP com capa preta e amarela da Deutsche Grammophon que me permitiu explorar aquele mundo até então desconhecido para mim. E ouvindo novamente esta gravação depois de tantos anos, entendo o impacto que ela me causou. Não é brincadeira o que o velho Kaiser fez, usando todo o poder e recursos que tinha à sua disposição. Os tímpanos , os violoncelos e contrabaixos, os primeiros e segundo violinos, as violas, os trompetes e trompas, clarinetes, flautas, tudo está tão coeso, tão perfeito, tão compacto, que não temo em dizer que trata-se de meu disco favorito, aquele que me é realmente indispensável, que jamais deixará de estar comigo, até o meu último momento, no último suspiro de minha vida.

P.S. Lembro de que em certa ocasião fiquei sozinho em casa, meus pais provavelmente estavam trabalhando, e coloquei o velho LP no velho toca discos, e deixei no último volume. Foi uma sensação única … depois disso nunca mais tive a oportunidade de fazer isso. Alguns meses depois deste momento único me mudei da cidade, indo estudar na cidade grande. Mas aí é outra história …

1. Obertura ‘Coriolano’

Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan – Conductor

Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 “Choral”

2.1. Allegro ma non troppo, un poco maestoso 15:27
2.2. Molto vivace 11:03
2.3. Adagio molto e cantabile 16:30
2.4. Presto – 6:23
2.55. Presto – “O Freunde nicht diese Töne” – 17:35

Gundula Janowitz
Hilde Rössel-Majdan
Waldemar Kmentt
Walter Berry
Wiener Singverein
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan – Conductor

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Franck, Widor, Karg-Elert, Reger, Alain e Langlais no órgão de Dordrecht

Na virada do século 19 para o 20, compositores como Mahler, Scriabin e Strauss levaram a tonalidade funcional e o cromatismo aos seus limites,muitas vezes com os tons grandiloquentes de Wagner. Debussy, também expandindo as tonalidades e cromatismos, cultivou sonoridades sutis, no que muitos chamam de impressionismo.

As obras para órgão deste CD se inserem nesse contexto. César Franck, ainda no final do século XIX, pode ser considerado um precursor do debussismo ao evitar os arroubos de grandeza, mantendo um certo equilíbrio. Widor, também francês, é famoso principalmente por suas Sinfonias para Órgão que têm, ao contrário de Franck, momentos de expressão com a delicadezade um elefante, como a célebre Toccata e também o Intermezzo presente neste disco. Widor, que nunca foi um vanguardista, tocou no imenso órgão Cavaillé-Coll da igreja de Saint-Sulpice (Paris) até os 89 anos e morreu aos 93 em 1937, quando já era um dinossauro considerado hiper-antiquado por jovens como Messiaen ou Dutilleux.

Reger e Karg-Elert são os princpais compositores alemães para órgão depois da morte de Bach. O primeiro já apareceu aqui no PQPBach, o segundo faz a sua estreia hoje. Enquanto as composições de Reger são baseadas na polifonia a duas, três, quatro vozes, Karg-Elert usa harmonias mais modernas para fazer uma música que é pura expressão colorida, fazendo uso de combinações de diversos timbres como a orquestra de Mahler ou de Debussy.

No final de sua vida, na Alemanha dos anos 1920 e 30, Karg-Elert foi duramente criticado por não ser nacionalista o suficiente, com suas influências francesas e cosmopolitas. Foi até chamado de judeu, embora não fosse. Nos EUA e na Inglaterra, contudo, suas obras para órgão foram muito apreciadas:

Karg-Elert é um impressionista e colorista de grande distinção, imaginativo ao retratar uma grande variedade de sentimentos (University of Michigan, 1939)

Jehan Alain perdeu sua vida na 2ª Guerra, tendo deixado um pequeno mas importante catálogo de obras para órgão. Sua irmã, Marie-Claire Alain, foi uma das organistas francesas de maior renome no século XX.

Jean Langlais, que também estreia hoje no PQPBach, faz parte de uma longa tradição de organistas cegos que veio desde o Renascimento com o espanhol Antonio de Cabezón.

Franck, Widor, Karg-Elert, Reger, Alain e Langlais no órgão de Dordrecht
01. César Frank – Troisième Choral
02. César Frank – Prélude, Fugue et Variation
03. Charles-Marie Widor – Symphony No 6 – Intermezzo
04. Sigfrid Karg-Elert – Trois Impressions – Harmonies du soir
05. Sigfrid Karg-Elert – Trois Impressions – Clair de lune
06. Sigfrid Karg-Elert – Trois Impressions – La nuit
07. Max Reger – Toccata in d minor, Opus 59
08. Jehan Alain – Choral dorien
09. Jean Langlais – Suite Breve – I. Grand Jeux
10. Jean Langlais – Suite Brève – II. Cantilène
11. Jean Langlais – Suite Brève – III. Plainte
12. Jean Langlais – Suite Brève – IV. Dialogue sur les Mixtures

Órgão Kam (1859) da Grote Kerk, Dordrecht, Países Baixos
Margreeth de Jong – organista

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O órgão de Dordrecht, cidade próxima a Rotterdam

Pleyel

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / 4 Impromptus / Ständchen

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / 4 Impromptus / Ständchen

A capa deste CD traz a belíssima e excelente pianista georgiana Khatia Buniatishvili deitada romanticamente em águas noturnas. Combina com Schubert, ela parece um trutão. Quer parecer Ofélia, claro. O fato é que achei o CD apenas médio. Bem, a concorrência que ela sofre é fortíssima em Schubert. Altos ou baixos, belos ou feios, mulheres ou homens, os monstros do passado recente dominam este repertório de forma completa. As gravações de Brendel e Pollini, para não ir mais longe no tempo, são referências tão fortes e Buniatishvili resolveu ser tão diferente que eu não gostei muito. Credo, os dois primeiros movimentos da Sonata 960 estão muuuuito lentos! Na contracapa do disco, ela diz que Schubert é um compositor cheio de delicadeza e feminilidade. OK, mas olha, acho que não deu certo. Não quero dizer que o CD seja ruim, apenas que outros ainda são soberanos neste repertório. Não se sabe por quanto tempo, claro. Talvez a juventude de Buniatishvili  atrapalhe. Com isso, não gostaria que vocês descartassem o CD. É muito interessante a tentativa dela, mas nem sempre os experimentos são apreciados por ouvintes viciados. Ela se sai bem melhor nos Impromptus e Ständchen é uma concessão que deve servir como bis em recitais.

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D. 960 / 4 Impromptus / Ständchen

1 Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960: I. Molto moderato 20:34
2 Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960: II. Andante sostenuto 14:31
3 Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960: III. Scherzo – Allegro vivace con delicatezza 3:44
4 Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960: IV. Allegro ma non troppo 8:32

5 4 Impromptus, Op. 90, D. 899: No. 1 in C Minor 11:09
6 4 Impromptus, Op. 90, D. 899: No. 2 in E-Flat Major 4:09
7 4 Impromptus, Op. 90, D. 899: No. 3 in G-Flat Major 6:17
8 4 Impromptus, Op. 90, D. 899: No. 4 in A-Flat Major 7:05

9 Ständchen, S. 560 (Trans. from Schwanengesang No. 4, D. 957) 7:22

Khatia Buniatishvili, piano

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Khatia apenas deu as costas às minhas considerações,

PQP

Mozart (1756-1791): Sonata K. 448 / Schubert (1797 – 1828): Fantasia D. 940 – Louis Lortier & Hélène Mercier

Mozart (1756-1791): Sonata K. 448 / Schubert (1797 – 1828): Fantasia D. 940 – Louis Lortier & Hélène Mercier

Mozart – Sonata em ré maior, K. 448

Mozart – Andante com Variações, K. 501

Schubert – Fantasia  D. 940

O ano 1781 foi significativo na vida de Wolfgang Amadeus Mozart, então com vinte e cinco anos, no auge de seu talento. Ele deixaria definitivamente de ser um músico da corte de Salzburgo, mudando para Viena. Este também é o ano em que conhece Constanze, que viria a ser sua esposa. Mas não foi nada fácil, longe disto. Sua atitude rebelde e independente custou-lhe caro. Sem a segurança do emprego que o tornava um servidor do Arcebispo Colloredo, passou a depender do que rendesse seus concertos públicos e do que recebesse de aulas dadas, especialmente à filhas de famílias nobres.

Josephine von Auernhammer foi uma das primeiras e deve ter sido ótima aluna. É claro, ela apaixonou-se por Mozart, mas se você quer saber o resto da história, precisa ler um pouco em outras fontes… O que importa para a postagem de hoje é que Mozart compôs essa brilhante sonata, em estilo galante, para tocarem juntos. As performances de ambos foram descritas como memoráveis pelas pessoas que lá estiveram.

Bernardo Bellotto, il Canaletto – Vista de Viena, por volta de 1761

Como julgar a música de Mozart? Lembremos que ele compôs várias peças sob encomenda, para cumprir as obrigações impostas pelo trabalho. Havia também a necessidade de agradar o gosto da época, a partir do momento que sua subsistência passou a depender do resultado da bilheteria de seus concertos. Mas sua genialidade sempre brilhava. Ele próprio explicou em suas cartas como tratava de colocar nas obras algo que agradasse tanto aos ouvintes mais informados quanto às pessoas comuns.

Esta sonata é um ótimo exemplo. O fato de ter sido escrita para dois pianos é muito bem explorado. O primeiro movimento é repleto de trechos que se seguem encadeados uns aos outros, permitindo que cada pianista brilhe por seu turno. Depois o Andante, o mais longo movimento da sonata. Delicadeza e beleza reinam aqui, tornando este movimento em algo bem próximo do sublime. Eu sei, parece exagero, mas vá lá, confira! E para fechar a sonata, um allegro molto, no que poderia propriamente definir o que é o estilo galante. No disco, segue um andante com variações, que funciona aqui como um interlúdio, uma pausa antes da próxima peça.

Quando Mozart escreveu a sonata, em 1781, tinha ainda pela frente mais dez anos de vida. Já Schubert escreveu a sua Fantasia em fá menor, D. 940, em 1828, seu último ano de vida. A peça foi escrita em quatro movimentos, mas que são tocados em sequência, interligados, sem qualquer pausa. Schubert foi um mestre em modulações e transições, e aqui são usadas com perfeição por um artista no auge de sua criatividade. Ele já havia escrito uma Fantasia com essa característica, de movimentos interligados, a Wanderer Fantasie. Mas, enquanto que na Wanderer Fantasie, para piano solo, o elemento de virtuosismo prevalece (raro em Schubert), na Fantasia para piano a quatro mãos, prevalece o discurso musical, a alegria de fazer música ao lado de um amigo, ou amiga.

A gravação desta postagem tem Louis Lortie, pianista canadense, que na época gravava para o selo Chandos, acompanhado pela pianista Hélène Mercier. A gravação feita no Snape Maltings Concert Hall é excelente. O produtor Tim Handley fez um excelente trabalho. O som brilha quando precisa, canta e encanta também.

Há outras gravações que reunem essas peças, que podem ser exploradas, se você gostar do repertório. Vale mencionar Perahia e Lupu, num disco com exato mesmo repertório. Outras referências para a Fantasia de Schubert são Emil e Elena Gilels ou Sviatoslav Richter e Benjamin Britten. Mas, Lortie e Mercier é o que temos hoje, e já é bastante. Um disco de tirar o chapéu!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata para dois pianos em ré maior, K. 448
  1. Allegro con spirito
  2. Andante
  3. Allegro molto
Andante con Variações, para piano a quatro mãos, K. 501

Franz Schubert (1797 – 1828)

Fantasia em fá menor, para piano a quatro mãos, D. 940

Louis Lortier & Hélène Mercier, pianos

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Aproveite, que é coisa boa!

René Denon

J. S. Bach (1685-1750): Obras para trompete, pero no mucho

POSTAGEM ORIGINALMENTE FEITA POR PQPBACH LÁ NO LONGÍNQUO ANO DE 2010. ACHEI IMPORTANTE ATUALIZAR O LINK DEVIDO NÃO APENAS À EXCEPCIONAL QUALIDADE DOS MÚSICOS ENVOLVIDOS, MAS TRATA-SE DE BACH, SENHORES… !!!

O título Bach: Obras para trompete é muito enganador: OK, Bach compôs bastante música para esse instrumento, só que aqui tudo é transcrição. Foda-se. O próprio Bach foi um transcritor compulsivo e essas adaptações vão deixá-lo muito feliz, preconceituoso ouvinte. E Alison Balsom é muito, mas muito boa trompetista. Ela navega em músicas compostas originalmente para teclado, violoncelo, violino, voz e o escambal com a mesma classe. Não há falhas neste disco absolutamente agradável. Balsom não perde o passo mesmo quando finge-se de flauta, violino ou violoncelo. O organista Colm Carey a acompanha nos três concertos transcritos — dois dos quais são transcrições de Bach para obras de Vivaldi e Marcello… só para o aumentar o diálogo, sacaram? — enquanto um grupo se junta ao trompete na sonata trio e no Agnus Dei da Missa em Si Menor. Tudo somado, dá um puta CD. Anotar: há que observar Balsom, uma supermusicista!

J. S. Bach (1685-1750): Obras para trompete

Concerto in D Major (after Vivaldi) BWV 972
1) Allegro
2) Adagio
3 )Allegro Assai

Suite No. 2 in D minor, BWV 1008
4) Sarabande
5) Gigue

6) Aria Variata in A Minor (Italian Variations) BWV 989

Partita No. 3 in E BWV1006
7) Gigue

Trio Sonata in C Major BWV 529
8) Allegro
9) Largo
10) Allegro

Concerto in C minor (after Marcello) BWV 974
11) Allegro
12) Largo
13) Presto

Klavierbüchlein für Anna Magdalena Bach, II
14) Aria, BWV508: Bist du bei mir

Concerto in A major BWV 1055 (transposed to C Major)
15) Allegro
16) Larghetto
17) Allegro ma non tanto

18) Badinerie from Suite No. 2, BWV 1067

Mass in B minor BWV232
19) Agnus Dei

Alison Balsom (Trumpet)
Mark Caudle (Viola da gamba)
Alina Ibragimova (Violin)
Alistair Ross (Chamber Organ, Harpsichord)
Colm Carey (Organ)

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PQP

Béla Bartók (1881-1945): The Bartók Album, pelo Muzsikás

Béla Bartók (1881-1945): The Bartók Album, pelo Muzsikás

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este espetacular CD — uma grande ideia do Muzsikás –, que recebe prêmios e cinco estrelas aonde vai, pode ser chamado de “conceitual”, adjetivo gasto e quase sempre mal utilizado.

Talvez não haja nenhum compositor erudito mais envolvido com a música folclórica de seu país do que Béla Bártok. Suas viagens com Kodály pelo interior da Hungria e Romênia no início do século XX serviram para preservar uma herança musical que talvez fosse perdida. É claro que ele estava interessado em encontrar motivos e inspiração para a sua música radicalmente nova, porém suas gravações serviram para que surgissem uma nova ciência, a etnomusicologia, e novos grupos folclóricos. Este The Bartók Album é um tributo ao trabalho de Bartók e Kodály. O grupo Muzsikás e a cantora Márta Sebestyén tocam e cantam as canções descobertas por Bartók. Em meio a estas, apresentam algumas gravações originais realizadas pelo próprio Bartók, fazendo a conexão das mesmas com algumas peças do compositor. Tais peças – alguns duos para violino – são interpretadas pelo principal violinista do Muzsikás, Mihaly Sipos, e pelo violinista clássico romeno Alexander Balanescu. Este CD e as gravações de Bartók dão nova dimensão ao trabalho de um dos maiores compositores do século XX.

Ouçam, por exemplo, a faixa 10, gravação realizada por Bartók, a 11, peça escrita por ele para duo de violinos e depois e 12, com o Muszikás. Depois, ouçam a faixa 13 (a partir de 2 min 50) e a comparem com a quarta faixa do CD de Andor Foldes, publicado há anos neste blog. Bom, se você não se arrepiar… OK, questão de gosto, façamos de conta…

Em 1901, fascinados pela música do também húngaro Liszt, Bartók e Kodály tomaram consciência das relações de seu predecessor com a cultura popular da Europa Oriental. Ambos jovens compositores, resolveram estudar a música dos camponeses da região. Em 1905, Bartók pleiteou uma bolsa que lhes facultou recursos para recolher essas canções “em sua própria fonte” e partiu para anotá-las e gravá-las em companhia de Kodály. Então souberam que seus conhecimentos sobre tal assunto — e os de outros compositores — eram desfigurados, quase paródias da realidade. Na verdade, o que habitualmente se chamava de música cigana (tzigane) e danças húngaras não passavam de garatujas desengonçadas, distantes da caligrafia original.

A partir de publicação das Canções Populares Húngaras, eles inauguram uma nova disciplina científica — a etnomusicologia. Nos anos posteriores, ampliaram progressivamente o horizonte geográfico de seus trabalhos: primeiro a Romênia, depois a Ucrânia, a Bulgária, até a África do Norte (Argélia e Egito) e a Anatólia (Turquia). Com o tempo, tornaram-se alvo da galhofa de certos críticos que não compreendiam a necessidade dos dois de alimentarem suas linguagens musicais com matéria viva. Estes críticos, ridicularizavam especialmente (e incompreensivamente) o último movimento da Música para Cordas, Percussão e Celesta, de Bartók, que hoje é uma das peças fundamentais do repertório erudito do século XX.

O resultado, para a arte de Bartók e Kodály, foi um estilo originalíssimo no universo erudito. Em seus trabalhos, eles utilizavam elementos alheios à música da Europa Ocidental. Depois, conseguiram uma gloriosa união de seus estilos com o da grande tradição europeia, sobretudo com Bach (caso de Bartók). Kodály foi um enorme compositor, porém — como os dramaturgos elisabetanos que tiveram o “azar” de serem contemporâneos de Shakespeare — foi sufocado pela genialidade do amigo. Bartók tornou-se subitamente célebre em 1911, quando da publicação da curtíssima peça para piano Allegro Barbaro. A música do povo era mais interessante, selvagem e intrincada do que qualquer scholar da época imaginava. O espírito científico de ambos não deve ser comparado ao dos compositores ditos “nacionalistas”, que se contentavam em tomar de empréstimo à música popular seus trejeitos para que suas obras ganhassem um colorido folclórico.

Eles assimilaram o espírito da música camponesa, aplicando, ao criar, estruturas forjadas no conhecimento aprofundado dos esquemas populares. É inegável o mérito de Bartók de observar a realidade, depreendendo dela as leis internas de seu funcionamento para, então, empregá-las em suas obras.

Bartók sentiu-se atingido quando o ministro da Educação Popular e Propaganda Nazista Goebbels, em 1936, organizou uma exposição de “Música degenerada” incluindo os nomes de Stravinsky, Schönberg e Milhaud. Escreveu ao ministro para que este inscrevesse seu nome e sua música nesse grupo. Depois, em 1938, chegou mesmo a declarar que pretendia converter-se à religião judaica como forma de ficar ao lado dos perseguidos. Expôs-se de tal maneira, que foi obrigado a aceitar os insistentes pedidos dos amigos — entre eles o de Benny Goodman — para que emigrasse, o que fez apenas em 1940. Foi para os Estados Unidos, onde morreu em 1945. Kodály viveu na Hungria até 1967. Além de compositor, era professor universitário e presidente da International Society for Music Education, da Hungarian Academy of Sciences e da International Folk Music Council.

Fontes: História da Música Ocidental de Jean e Brigitte Massin, um calhamaço de quase 1300 páginas, da Nova Fronteira, 1997; Música da Modernidade de J. Jota de Moraes, Ed. Brasiliense, 1983; e algo de mim mesmo, com o providencial auxílio da memória de livros e discos.

Béla Bartók (1881-1945): The Bartók Album, pelo Muzsikás

1 Dunántúli Friss Csárdások (Transdanubian Fast Csárdás) 2:43

Themes From Violin Duo No. 32
2 Jocul Barbatesc 0:34
3 Bartók Béla: 32. Duó “Máramarosi Tánc” (Duo No 32 (“Dance Of Máramaros”) 0:42
4 Máramarosi Táncok (Máramaros Dances) 3:23
5 Porondos Víz Martján (On The Riverbank) 3:09
6 Kanásztáncok Két Hegedűn (Swineherds’ Dance) 2:09
7 Dunántúli Ugrósok (Transdanubian “Ugrós”) 3:36
8 Pásztornóták Hosszúfurulyán (Shepard’s Flute Song) 2:45

Themes From Violin Duo No. 28
9 Forgácskúti Legényes (Forgácskúti Lad’s Dance) 2:46
10 Pejparipám Rézpatkója (My Horse’s Shoes) 1:10
11 Bartók Béla: 28. Duó “Bánkódás” (Duo No 28 “Sorrow) 2:21
12 Bonchidai Lassú Magyar (Slow Lad’s Dance From Bonchida) 1:54
13 Magyarbecei Öreges Csárdások (Magyarbece Csárdás) 3:16
14 Pe Loc 1:20
15 Botos Tánc (Bota Dance) 5:11

Themes From Violin Duo No. 44
16 Torontáli Táncok (Torontáli Dances) 4:08
17 Ardeleana 0:38
18 Bartók Béla: 44. Hegeduduó Erdélyi Tánc (Transylvanian Dance) 1:47
19 Füzesi Ritka Magyar (Lad’s Dance From Füzes) 1:53
20 A Temető Kapu (Churchyard Gate) 4:06
21 Mérai Lassú Csárdás És Szapora (Dances Of Kalotaszeg) 9:06
22 Elindultam A Hazámból (I Left My Homeland) 1:38

On this CD:
1. Dunántúli friss csárdások (Transdanubian fast csardas)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas

2. Jocul barbatesc
Composed by Romanian Traditional
with Muzsikas

3. Duos (44) for 2 violins, Volumes 1-4, Sz. 98, BB 104 No. 32, Hegedüduó, “Máramarosi tánc,”
Composed by Bela Bartok
with Muzsikas, Alexander Balanescu

4. Máramoarosi táncok
Composed by Romanian Traditional
with Muzsikas, Marta Sebastyen, Zoltan Farkas

5. Porondos víz martján (On the river bank)
Composed by Moldavian Traditional
with Muzsikas, Marta Sebastyen

6. Kanásztáncok két hegedün (Swineherd’s dance)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas

7. Dunántúli ugrósok (Transdanubian dance)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Janos Kovacs

8. Pásztornóták hosszúfurulyán (Shepherd’s flute song)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Zoltan Juhasz

9. Forgácskúti legényes
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Ignac Veres

10. Pejparipám rézpatkója
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Alexander Balanescu

11. Bonchidai lassú magyar (Slow lad’s dance from Bonchida)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Zoltan Porteleki

12. Magyarbecei öreges csárdások (Magyarbece csardas)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Marta Sebastyen

13. Pe Loc
Composed by Romanian Traditional
with Muzsikas

14. Botos tanc (Bota dance)
Composed by Romanian Traditional
with Muzsikas

15. Torontáli táncock
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas

16. Ardeleana
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas

17. Duos (44) for 2 violins, Volumes 1-4, Sz. 98, BB 104 No. 44, Hegedüduó “Erdélyi tánc,”
Composed by Bela Bartok
with Muzsikas, Alexander Balanescu

18. Füzesi ritka magyar
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas

19. A temetö kapu (The churchyard gate)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Marta Sebastyen

20. Mérai lassúcsárdás és szapora (Kalotsaszeg dances)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas, Marta Sebastyen

21. Elindultam a hazámból (I left my homeland)
Composed by Hungarian Traditional
with Muzsikas

22. Duos (44) for 2 violins, Volumes 1-4, Sz. 98, BB 104 No. 28, Hegedüduó, Bánkódás
Composed by Bela Bartók

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Bartók pensando se deve beber tudo ou se espera pelo pessoal do PQP

PQP

Xaver Scharwenka (1850-1924): Piano Concerto no. 4

Xaver Scharwenka (1850-1924): Piano Concerto no. 4

Hoje estou compartilhando mais uma gravação da Naxos do pianista e compositor Franz Xaver Scharwenka. Nascido em 6 de janeiro de 1850 em Samster (na moderna Szamotuly perto de Poznań, Polônia) no coração da então região prussiana de Wielkopolska. Este CD traz algumas adoráveis danças polonesas e o gigante (em termos de dificuldade pianística) concerto número 4. Ativo tanto como pianista, compositor e professor, Xaver evitou a vanguarda musical, assim como os modismos parisienses e vienenses do final e início do século XX, permanecendo fiel às idéias estéticas românticas do século XIX. Apesar de seus contemporâneos, como por exemplo Liszt, elogiassem os seus trabalhos como compositor a história, no entanto, se move de misteriosas maneiras, e por alguma estranha razão o seu trabalho foi esquecido por muitos anos. Suas principais composições se mostraram de muito difícil execução para muitos artistas, e as audiências esperavam ouvir niovidades e não peças que arremetiam ao romantismo tardio. Talvez por estas razões as obras de Scharwenka foram negligenciadas.

Espero que esta gravação prove que o trabalho de Scharwenka é um elemento valioso do patrimônio musical polaco, digno de reintrodução. As peças que fazem parte deste quarto CD que compartilho com vocês , traz obras que gozavam de considerável popularidade e eram freqüentemente executadas na virada do século XIX para o XX. As Danças Polonesas são peças que gosto muito, os ritmos da tradição folclórica polonesa misturado com sua paixão por Chopin nos remetem às mazurcas do último mostrando bem quais foram as fontes de inspiração. O Concerto em Fá menor, é o último concerto para piano de Scharwenka. Coroa sua experiência como virtuosi do piano, requer alta demanda de técnica do solista, alcançam o ápice do desempenho habilidades, particularmente nos movimentos finais.
Na época as plateias queriam ver os artistas em geral como figuras de circo, fazendo malabarismo para executar música, ouvimos muitas passagens que requer uma técnica absurda, textura maciça da parte de piano baseada em oitavas duplas, repetições e passagens de bravura, bem como sequências de acordes em oitavas e cadências virtuosas cobrindo toda a gama de som do instrumento criando uma impressão de que o compositor queria resumir realizações do pianismo da época em uma única composição. Do ponto de vista estilístico, o concerto é uma peça eclética, que combina elementos típico dos concertos brilhantes de Mendelssohn, Liszt e Tchaikovsky. Composto em 1908, o Concerto para Piano em Fá menor, Op. 82, teve sua estréia em Berlim em outubro do mesmo ano. Dois anos depois o compositor fez o concerto em Nova York, Scharwenka como solista acompanhado pela New York Symphony Orchestra sob a batuta de Gustav Mahler. Embora um trabalho de gênio, sua incrível técnica e dificuldade interpretativa fez com que o Concerto, ao longo do tempo, fosse ignorado pela maioria dos pianistas. Neste Cd quem encarou o grande desafio técnico foi o pianista François Xavier Poizat e a Poznań Philharmonic Orchestra sob a regência de Łukasz Borowicz. De quebra ainda temos a abertura Mataswintha e a sonata para Cello Op. 46. São belas obras do romantismo tardio que valem a pena ouvir.

Xaver Scharwenka (1850-1924): Piano Concerto no. 4

01 – Piano Concerto No.4 in F minor, Op.82 – I. Allegro patetico
02 – Piano Concerto No.4 in F minor, Op.82 – II. Intermezzo Allegretto molto
03 – Piano Concerto No.4 in F minor, Op.82 – III. Lento
04 – Piano Concerto No.4 in F minor, Op.82 – IV. Allegro con fuoco
05 – Mataswintha – Opera Overture
06 – Cello Sonata in E minor, Op.46 – II. Andante religioso
07 – Polish National Dances, Op.3 – No. 1 in E flat minor
08 – Polish National Dances, Op.3 – No. 8 in B flat minor
09 – Polish National Dances, Op.3 – No. 15 in B flat major

Piano – François Xavier Poizat
Poznań Philharmonic Orchestra
Maestro – Łukasz Borowicz

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Xaver, Francois e Lukasz se preparando para fazer bonito no PQP

A.Scarlatti (1660-1725): Infirmata, Vulnerata. F.Couperin (1668-1733): Leçon de Ténèbres I. J.Rosenmüller (1619-1684): Von himmlischen Freuden. G.Ph.Telemann (1681-1767): ‘Cantata do Canário’. Dietrich Fischer-Dieskau, barítono.

Esta é uma seleção composta:  as faixas 1 e 2 foram gravadas e lançadas em 1963  no vinil com a capa ao lado; a faixa 4, já em 1957/62, e a faixa 3 apenas em 1969/72 – o que deixa entreouvir que a técnica e timbre do “barítono do século” ainda podem ter amadurecido entre seus 32 e 44 anos.

O repertório é todo barroco, e geralmente entendemos isso como “contemporâneo de Bach” – mas vejamos: quando João Sebastião nasceu:

  • Rosenmüller tinha morrido há um ano (com 65)
  • Alessandro Scarlatti estava na ativa, com 25 anos
  • Couperin tinha 17
  • Telemann tinha seus 4 aninhos (e sobreviveria JSB por mais 18)

Aldous Huxley chama a atenção, em um ensaio, para que “barroco” não parece significar o mesmo em música e nas demais artes: nestas, “barroco” sugere uma extensão da inventividade renascentista pelos terrenos do tenso, assimétrico, dramático, exagerado; já na música, o trajeto parece ser do irregular para o regular, do inventivo e do emocional para o cada vez mais padronizado e convencional (com o que Bach aparece como uma espécie de canto de cisne da invenção e originalidade no barroco).

Aqui temos em Rosenmüller (faixa 3) uma amostra do barroco seiscentista de sabor tardo-renascentista – e teríamos uma amostra do tardo-barroco mais tediosamente convencional se tivéssemos conservado a peça de Telemann incluída no vinil acima: uma cantata não-religiosa, humanista, sobre o valor da esperança (Die Hoffnung ist mein Leben), quem sabe prefigurando o que Schiller faria pouco mais tarde com o valor da alegria. Nobre intento… só que acabou dando numa das peças barrocas mais chatas que já ouvi!

Felizmente o próprio tio Dietrich se encarregou de salvar a honra de Telemann, gravando o que suspeito ser sua obra prima: a cantata tragicômica sobre a morte de um canário “experimentado em sua arte” por obra de um gato – animal que termina merecendo um movimento para xingar sua glutonice, e mais um para desejar que o canário o arranhe e bique por dentro – ao lado de frases da mais autêntica e compungida ternura dedicadas ao passarinho. Talvez mais uma confirmação de que o convívio com animais humaniza – enquanto o convívio só com ideais mumifica.

De entremeio temos o sempre intenso Couperin cantando as dores de Jerusalém subjugada pelos babilônios lá por 600 a.C. – isso como abertura das cerimônias católicas relativas à… morte de Jesus, nesse estranho sincretismo que é a cultura judaico-cristã.

E temos Alessandro! Alessandro Scarlatti, que, no meu sentir, enquanto os outros saíam do barroco provinciano seiscentista meramente para a convencionalidade dos salões da nobreza, Alessandro dá o passo e não vê só os salões: já vislumbra lá na frente a volta do primado do sentimento no romantismo, bem como a criatividade livre, expressa na imprevisibilidade e na assimetria, a ser reivindicada pelos criadores do século XX.

Eu falaria dias sobre os detalhes do meu xodó nesta seleção, que é a Infirmata, Vulnerata do Alessandro – que alguns querem ver como peça sacra, o que não me convence… – mas vou só mencionar que, quando minha mente está “tocando” Infirmata, Vulnerata, com a maior facilidade ela “desliza de faixa” e prossegue pela Actus Tragicus, composta por Bach aos 22-23 anos – ou seja: quando Alessandro estava nos seus 47-48. Para facilitar o acesso às sutilezas emocionais da obra, incluo abaixo o texto latino com uma tentativa de tradução… e deixo vocês com a música. Vão lá!

(Ah, sim: titio Dietrich & amigos foram de uma geração anterior ao movimento de instrumentos de época e interpretações estilisticamente autênticas – mas não por isso deixam de fazer música da melhor! Em todo caso, se vocês quiserem comparar com uma leitura “de época” da Infirmata, Vulnerata – com contratenor, dois violinos, órgão e tiorba no contínuo – a realização de que mais gostei até agora vocês encontram em https://www.youtube.com/watch?v=7Q1b6YsiROo . – Qual eu prefiro? As duas, claro! Se posso ter duas coisas gostosas, a troco do quê vou colocar hierarquia entre elas?)

INFIRMATA, VULNERATA: O TEXTO
(Tentativa de interpretação nas entrelinhas: Ranulfus)

Infirmata, vulnerata
Enfermada e ferida
puro deficit amore
por puro amor insuficiente
et liquescens gravi ardore
e pelo ardor penoso que se liquefaz,
languet anima beata.
jaz doente a alma abençoada.

O care, o dulcis amor,
Ó caro, ó doce amor,
quomodo mutatus es mihi in crudelem,
de que modo te transmudaste para mim em cruel,
quem numquam agnovisti infidelem!
a mim que nunca pudeste dizer infiel!

Vulnera percute, transfige cor.
Machuca, golpeia, transpassa o coração:
Tormenta pati non timeo.
sofrer as torturas não temo.

Cur, quaeso, crudelis
Por quê, por favor, cruel ...
es factus, es gravis?
... te tornaste, e sombrio?
Sum tibi fidelis,
A ti sou fiel,
sis mihi suavis.
a mim sê suave!

Vicisti, amor, vicisti,
Venceste, amor, venceste,
et cor meum cessit amori.
e meu coração se rende ao amor.

Semper gratus, desiderabilis,
Sempre bem-vindo e desejável,
semper, semper eris in me.
sempre, sempre estarás em mim.
Veni, o care, totus amabilis,
Vem, ó querido, todo amável,
in aeternum diligam te.
serei eternamente ligad@ a ti.
[Da capo] Semper gratus, desiderabilis,
[Da capo] Sempre bem-vindo e desejável,
semper, semper eris in me... In me.
sempre, sempre estarás em mim... Em mim.

FAIXAS

01 Alessandro SCARLATTI (1660-1725)
Infirmata, Vulnerata (Enferma e ferida)
Moteto(?) sobre poema em latim de autor desconhecido
Lançado em vinil em 1963 – 6 movimentos – 13’42

02 François COUPERIN (1668-1733)
Première Leçon de Ténèbres: Pour le Mercredi
(1º Ofício de Trevas: para a Quarta-Feira Santa)
Texto: Vulgata Latina: Lamentações de Jeremias, cap.1
Lançado em vinil em 1963 – 7 movimentos – 16’36

03 Johann ROSENMÜLLER (1619-1684)
Von den himmlischen Freuden (Das alegrias celestiais)
Cantata para barítono e baixo contínuo
Lançado em vinil em 1972 – 4 estrofes – 9’10

04 Georg Philip TELEMANN (1681-1767)
Trauermusik eines kunsterfahrenen Kanarienvogels
(Música fúnebre para um canário virtuose =
“Kanarienkantate” [Cantata do Canário])
Lançado em vinil em 1962 – 9 movimentos – 16’50

MÚSICOS
Voz (barítono): Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)
Flauta transversal: Aurèle Nicolet (faixas 1 e 2)
Oboé: Lothar Koch (faixa 4)
Violino: Helmuth Heller (f. 1, 2 e 4); Koji Toyoda (f. 3)
Viola: Heiz Kirchner (faixa 4)
Cello: Irmgard Popper (f. 1, 2 e 4); Georg Dondere (f. 3)
Contrabaixo: Hans Nowak (faixa 3)
Cravo: Edith Picht-Axenfeld

.  .  .  .  .  .  .BAIXE AQUI (download here)

Ranulfus – com a colaboração dos leitores
Pedro Goria, Carlos Alberto Penha e João Ferreira

Peças do ‘Codex de Chantilly’ (Airs de Cour du XIV Siècle)

Peças do ‘Codex de Chantilly’ (Airs de Cour du XIV Siècle)

O Codex de Chantilly é um manuscrito medieval que contém peças num estilo conhecido como Ars subtilior, sendo uma das principais fontes para a música desta escola. A maioria das composições presentes no Codex de Chantilly data de entre 1350 e 1400. São 112 peças no total, a maioria de autores franceses, e são todas polifônicas. O manuscrito mostra exemplos da maioria dos gêneros cultivados nas cortes da época, como baladas, rondeaux, virelais e motetos isorrítmicos. Alguns são ritmicamente complexos e escritos em uma notação fantasiosa e ornamentada, como o rondeau de Baude Cordier Belle, bonne, sage.

Preservado no Museu Condé de Chantilly, na França, sob número MS 564, traz músicas dos seguintes compositores: Johannes Symonis, Jehan Suzay, Pierre des Molins, Goscalch, Solage, Baude Cordier, Grimace, Guillaume de Machaut, Jean Vaillant, Franciscus Andrieu, Cunelier, Trebor e Jacob Senleches.

Peças do ‘Codex de Chantilly’ (Airs de Cour du XIV Siècle)

1 Cunelier Se Galaas Et Le Puissant Artus (Ballade, Fol. 38)
2 Guido (14) Dieux Gart (Rondeau, Fol. 25)
3 Anonymous Sans Joie Avoir (Ballade, Fol. 23)
4 Guido (14) Or Voit Tout (Ballade, Fol. 25v)
5 Anonymous Toute Clerté (Ballade, Fol. 13)
6 Baude Cordier Tout Par Compas (Rondeau – Canon, Fol. 12)
7 Baude Cordier Belle, Bonne, Sage (Rondeau, Fol. 11v)
8 Goscalch En Nul Estat (Ballade, Fol. 39v)
9 Jacob de Senleches La Harpe De Mellodie (Fol. 43v)
10 Solage Fumeux Fume Par Fumée (Rondeau, Fol. 59)
11 François Andrieu Armes, Amours (Double Ballade, Fol. 52)
12 Anonymous Adieu Vous Di (Fol. 47)

Ensemble Organum
Marcel Pérès

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O rondeau ‘Belle, Bonne, Sage’ de Baude Cordier

PQP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): String QUINTETS K.406 & K.516 (Éder Quartet + Fehérvári)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): String QUINTETS K.406 & K.516 (Éder Quartet + Fehérvári)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma coisa que parece muito complicada para os atuais quartetos de cordas é convidarem um quinto (e ameaçador) elemento. Só isso explica a profusão de gravações que merecem os Quartetos de Mozart em relação à pobreza de registros de seus Quintetos, os quais, em média, são MUITO MELHORES. À exceção do CD que posto hoje, não possuo os outros quintetos de Mozart em meio digital. Tenho uma edição muito antiga e completa em vinil. Os Quintetos K. 515 e 516 são obras-primas da fase madura do compositor. Por exemplo, ouçam o K. 516. Prestem atenção no Adagio ma non troppo e no movimento final. Onde mais? Nos quartetos? Ah, não brinca!

W. A. Mozart (1756-1791): String Quintets K.406 & K.516

1. String Quintet KV 406 – I – Allegro (7:55)
2. String Quintet KV 406 – II – Andante (4:34)
3. String Quintet KV 406 – III – Menuetto (4:28)
4. String Quintet KV 406 – IV – Allegro (6:07)

5. String Quintet KV 516 – I – Allegro (10:09)
6. String Quintet KV 516 – II – Menuetto (5:23)
7. String Quintet KV 516 – III – Adagio ma non troppo (7:35)
8. String Quintet KV 516 – IV – Adagio – Allegro (10:12)

Éder Quartet:
Jenos Selmeczi: violin
Peter Szts: violin
Sndor Papp: viola
Gyorgy Eder: cello
+
János Fehérvári: 2nd viola

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PQP

Albinoni (1671-1751) & Telemann (1681-1767): Oboe Concertos – Han de Vries

Albinoni (1671-1751) & Telemann (1681-1767): Oboe Concertos – Han de Vries

Tomaso Albinoni  & Georg Philipp Telemann 

Oboe Concertos 

Esta postagem atende a um pedido: Me atrevo a pedir, solo si es posible, obras para oboe. Sim, Claudio, possibilíssimo!! Escolhi para isto um disco que mora aqui em casa faz tempo, muito tempo.

Veneziano como Vivaldi e seu contemporâneo, Albinoni foi músico completo. Treinado como violinista e cantor, casado com Margarita Raimondi, cantora de ópera, certamente era do ramo. Foi compositor de sonatas e concertos e tem várias publicações de conjuntos de obras.

O emprego é ótimo. Chato é ter que usar peruca…

O concerto italiano havia evoluído do concerto grosso (grupo de instrumentos solistas em oposição ao tutti) para os concertos para violino ou violoncelo (com cordas e contínuo). Nas primeiras décadas do século XVIII o boé passou também a exercer o papel de solista. Em seu Opus 7, Albinoni reuniu quatro concertos para cordas, quatro para dois oboés, cordas e contínuo e mais quatro para oboé, cordas e contínuo. Deve ter feito sucesso pois a fórmula se repetiu no Opus 9. Este disco traz os concertos para oboé do Opus 9.

Completanto o disco, três concertos de Georg Philipp Telemann, que também viveu neste maravilhoso período para a música. Telemann foi o mais famoso, versátil e produtivo compositor de sua geração, que inclui seu compadre Johann Sebastian Bach. Eu disse famoso, versátil e produtivo, não o maior…

Han de Vries, simpatia em pessoa!

O repertório do disco evidencia a diferença entre os estilos dos dois compositores, o veneziano e o alemão. Os concertos do Albinoni são, conforme ele mesmo explica, concertos com oboé. Ou seja, o oboé é mais integrada ao todo e, principalmente, canta – lembremos, o homem também foi cantor e casado com cantora. O adágio do Concerto No. 2, em ré menor, a segunda faixa do disco, é uma belíssima cantinela do oboé sobre o acompanhamento do primeiro violino que segue repetindo o mesmo motivo do início ao fim.

Enquanto os concertos de Albinoni são em três movimentos, Telemann segue mais a forma das sonatas, com quatro movimentos em pelo menos dois dos seus três concertos no disco. Além disso, Telemann explora mais o aspecto virtuosístico do oboé, colocando-o mais em oposição às cordas.

Esqueça essas coisas técnicas, coloque lá o disco para tocar e deleite-se, por que o Han de Vries é ótimo e o conjunto Alma Musica Amsterdam, regido pelo (cravista e expert barroco) Bob van Asperen acompanha tudo com perfeição. O CD é uma reunião de gravações feitas em 1981 e 1982 na Holanda, sob a cuidadosa produção de Gerd Berg.

Se música barroca não é sua praia, ouça apenas o primeiro concerto e considere. Se ele não lhe derreter o coração é por que ele é como o do Scarpia! Se você gosta de música barroca, vá em frente, ouça o disco todo. Mas, se você tem a carterinha de fã de Música Barroca, depois de ouvir o disco, vá lá e baixe todo o Opus 9 do Tomaso no post do Das Chucruten!

Tomaso Giovanni Albinoni (1671 – 1751)

Concerti a cinque Op. 9, para oboé e cordas

1-3. Concerto No. 2, em ré menor

4-6. Concerto No. 11, em si bemol maior

7-9. Concerto No. 5 em dó maior

10-12. Concerto No. 8 em sol menor

Georg Philipp Telemann (1681 – 1767)

Concertos para oboé, cordas e baixo contínuo

13-16. Concerto em mi menor

17-20. Concerto em ré menor

21-22. Concerto em fá menor

Han de Vries, oboé (Gottlieb Crone, Leipzig c. 1735)

Alma Musica Amsterdam

Bob van Asperen

Produção de Gerd Berg

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 342 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 161 MB

Aproveite!!

René Denon

 

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo Nos. 1 & 2 (Maisky, LSO, MTT)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo Nos. 1 & 2 (Maisky, LSO, MTT)

Estou longe de ser um apaixonado por Mischa Maisky. Longe mesmo. E aqui ele não me decepciona ou realizar coisas pra lá de estranhas, principalmente no Concerto Nº 2. Mstislav Rostropovich (dois links) dá um banho neste epertório, assim, como Truls Mørk (dois links também). Fiquem com eles.

Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra, Op. 107 (1959)

Shostakovich e o grande violoncelista Mstislav Rostropovich eram amigos tendo, muitas vezes, viajado juntos, fazendo recitais que incluíam entre outras obras, a Sonata para violoncelo e piano, Op. 40, etc. Desde que se conheceram, o compositor avisara a Rostropovich que ele não deveria pedir-lhe um concerto diretamente, que o concerto sairia ao natural. Saíram dois. Quando Shostakovich enviou a partitura do primeiro, dedicada ao amigo, este compareceu quatro dias depois na casa do compositor com a partitura decorada. (Bem diferente foi o caso do segundo concerto, que foi composto praticamente a quatro mãos. Shostakovich escrevia uma parte, e ia testá-la na casa de Rostropovich; lá, mostrava-lhe as alternativas, os rascunhos ao violoncelista, que sugeria alterações e melhorias. Amizade.)

Estilisticamente, este concerto deve muito à Sinfonia Concertante de Prokofiev – também dedicada a Rostropovich – e muito admirada pelos dois amigos. É curioso notar como os eslavos têm tradição em música grandiosa para o violoncelo. Dvorak tem um notável concerto, Tchaikovsky escreveu as Variações sobre um tema rococó, Kodaly tem a sua espetacular Sonata para Cello Solo e Kabalevski também tem um belo concerto dedicado a Rostropovich. O de Shostakovich é um dos de um dos maiores concertos para violoncelo de todo o repertório erudito e minha preferência vai para a imensa Cadenza de cinco minutos (3º movimento) e para o brilhante colorido orquestral do Allegro com moto final.

Concerto para Violoncelo e Orquestra Nº 2, Op. 126 (1966)

Uma obra-prima, produto da estreita colaboração entre Shostakovich e Rostropovich, a quem o concerto é novamente dedicado. A tradição do discurso musical está aqui rompida, dando lugar a convenções próprias que são “aprendidas” pelo ouvinte no transcorrer da música. Não há nada de confessional ou declamatório neste concerto. Há arrebatadores efeitos sonoros que são logo propositadamente abandonados. A intenção é a de ser música absoluta e lúdica, mostrando-nos temas que se repetem e separam momentos convencionalmente sublimes ou decididamente burlescos. Nada mais burlesco do que a breve cadenza em que o violoncelo é interrompido pelo bombo, nada mais tradicional do que o tema que se repete por todo o terceiro movimento e que explode numa dança selvagem, acabando com o violoncelo num tema engraçadíssimo — como se fosse um baixo acústico — , para depois sustentar interminavelmente uma nota enquanto a percussão faz algo que nós, brasileiros, poderíamos chamar de batucada. Esta dança faz parte de uma longa preparação para um gran finale que não chega a acontecer. Um concerto espantoso, original, capaz de fazer qualquer melômano feliz ao ver sua grande catedral clássica virada de ponta cabeça e, ainda assim, bonita.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo Nos. 1 & 2

1 Shostakovich: Cello Concerto No.1, Op.107 – 1. Allegretto 6:11
2 Shostakovich: Cello Concerto No.1, Op.107 – 2. Moderato 11:57
3 Shostakovich: Cello Concerto No.1, Op.107 – 3. Cadenza 5:43
4 Shostakovich: Cello Concerto No.1, Op.107 – 4. Allegro con moto 4:43

5 Shostakovich: Cello Concerto No.2, Op.126 – 1. Largo 15:15
6 Shostakovich: Cello Concerto No.2, Op.126 – 2. Allegretto 4:40
7 Shostakovich: Cello Concerto No.2, Op.126 – 3. Allegretto 16:06

Mischa Maisky
London Symphony Orchestra
Michael Tilson Thomas

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Com Shostakovich é sempre na caçapa

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Os Trios para Piano

Franz Schubert (1797-1828): Os Trios para Piano

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Tudo aqui é maravilhoso, música e interpretação. Este álbum duplo é uma perfeição só. Será referência por décadas. Há outras versões também excelentes, mas esta… Olha, aqui, os Trios de Schubert brilham muito na compreensiva leitura do trio de Pressler. É a mlhor gravação deles ao menos até outro trio fazê-lo melhor, o que, parece-me, ainda não ocorreu. Muitos compositores escreveram trios para piano: Haydn, Mozart, Beethoven, Mendelssohn, Schumann, Dvorak, Tchaikovsky, Brahms, mas Schubert foi o campeão do gênero. O Beaux Arts os gravou duas vezes, uma vez em 1966, outra em 1985. Esta é a gravação de 85. Tem gente que gosta mais do registro de 66. Isto é, quando se pensa no melhor registro, o Beaux Arts compete com ele mesmo e outros.

Sim, o Trio Op. 100, Nº 2 traz a música de Barry Lyndon, filme de Stanley Kubrick. Mas ouça tudo! São duas obras-primas e os extras não ficam abaixo.

De joelhos. E já.

Franz Schubert (1797-1828): Os Trios para Piano

Piano Trio Nº 1 In B Flat Major, Op. 99, D. 898
1 Allegro Moderato
2 Andante Un Poco Mosso
3 Scherzo (Allegro)
4 Rondo (Allegro Vivace)

Piano Trio In E Flat Major, Op. Posth. 148, “Notturno” D. 897
5 Adagio

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Piano Trio Nº 2 In E Flat Major, Op. 100, D. 929
1 Allegro
2 Andante Con Moto
3 Scherzo (Allegro Moderato)
4 Allegro Moderato

Piano Trio In B Flat Major, D.28 “Sonata”
5 Allegro

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Beaux Arts Trio:
Piano – Menahem Pressler
Violin – Isidore Cohen
Cello – Bernard Greenhouse

A formação mais consagrada do Beaux Arts e a que participa deste álbum duplo.

PQP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Sir Colin Davis Conducts Mozart – Colin Davis, Staatskapelle Dresden

Neste final de semana resolvi ouvir Mozart. Depois de muita pesquisa em meu acervo, escolhi esta belíssima caixa dedicada às suas últimas sinfonias e dirigidas pelo maestro inglês Sir Colin Davis. Curiosamente, a escolha do produtor e do próprio maestro, com certeza, estas gravações foram realizadas com a excelente Sttatskapelle Dresden entre 1981 e 1992, conjunto orquestral com o qual ele tinha muita afinidade.

São 5 cds de pura beleza, harmonia e paz. Sugiro como trilha sonora para um final de semana sem maiores planos, apenas talvez ficar sentado em seu sofá e apreciar a obra de Mozart nas mãos de um dos maiores maestros do século XX.

CD 1

1 Symphony no.28 in C major, K.200 I. Allegro spiritoso
2 symphony no.28 in C major, K.200 II. Andante
3 symphony no.28 in C major, K.200 III. Menuetto. Allegretto – Trio
4 Symphony no.28 in C major, K.200 IV. Presto
5 Symphony no.29 in A major, K.201 I. Allegro moderato
6 Symphony no.29 in A major, K.201 II. Andante
7 Symphony no.29 in A major, K.201 III. Menuetto – Trio
8 Symphony no.29 in A major, K.201 IV. Allegro con spirito
9 Symphony no.34 in C major, K.338 I. Allegro vivace
10 Symphony no.34 in C major, K.338 II. Andante di molto
11 Symphony no.34 in C major, K.338 III. Finale. Allegro vivace

CD 2

1 Symphony no.32 in G major, K.318 Allegro – Andante – Tempo I
2 Symphony no.30 in D major, K.202 I. Molto allegro
3 Symphony no.30 in D major, K.202 II. Andantino con moto
4 Symphony no.30 in D major, K.202 III. Menuetto – Trio
5 Symphony no.30 in D major, K.202 IV. presto
6 Symphony no.33 in B flat mejor, K.319 I. Allegro assai
7 Symphony no.33 in B flat mejor, K.319 II. Andante mederato
8 Symphony no.33 in B flat mejor, K.319 III. Menuetto – Trio
9 Symphony no.33 in B flat mejor, K.319 IV. Allegro assai
10 Symphony no.31 in D major, K.297 ‘Paris’ I. Allegro assai
11 Symphony no.31 in D major, K.297 ‘Paris’ II. Andante
12 Symphony no.31 in D major, K.297 ‘Paris’ III. Allegro

CD 3

1 Symphony no.35 in D major major, K.385 ‘Haffner’ I. Allegro con spirito
2 Symphony no.35 in D major major, K.385 ‘Haffner’ II. Andante
3 Symphony no.35 in D major major, K.385 ‘Haffner’ III. Menuetto – Trio
4 Symphony no.35 in D major major, K.385 ‘Haffner’ IV. Finale. Presto
5 Symphony no.38 in D major, K.504 ‘Prague’ I. Adagio – Allegro
6 Symphony no.38 in D major, K.504 ‘Prague’ II. Andante
7 Symphony no.38 in D major, K.504 ‘Prague’ III. Finale. Presto

CD 4

1 Symphony no.36 in C major, K.425 ‘Linz’ I. Adagio – Allegro spiritoso
2 Symphony no.36 in C major, K.425 ‘Linz’ II. Andante
3 Symphony no.36 in C major, K.425 ‘Linz’ III. Menuetto – Trio
4 Symphony no.36 in C major, K.425 ‘Linz’ IV. Finale. Presto
5 Symphony no.40 in G minor, K.550 I. Molto allegro
6 Symphony no.40 in G minor, K.550 II. Andante
7 Symphony no.40 in G minor, K.550 III. Menuetto. Allegretto – Trio
8 Symphony no.40 in G minor, K.550 IV. Allegro assai

CD 5

1 Symphony no.39 in E-flat major, K.543 I. Adagio – Allegro
2 Symphony no.39 in E-flat major, K.543 II. Andante con moto
3 Symphony no.39 in E-flat major, K.543 III. Menuetto. Alegretto – Trio
4 Symphony no.39 in E-flat major, K.543 IV. Finale. Allegro
5 Symphony no.41 in C major, K.551 ‘Jupiter’ I. Allegro vivace
6 Symphony no.41 in C major, K.551 ‘Jupiter’ II. Andante cantabile
7 Symphony no.41 in C major, K.551 ‘Jupiter’ III. Menuetto. Alegretto – Trio
8 Symphony no.41 in C major, K.551 ‘Jupiter’ IV. Molto allegro

Staatkapelle Dresden
Sir Colin Davis – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 4 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 5 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE