Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia 8 “Sinfonia dos Mil” & Sinfonia 2 “Ressurreição” – Leopold Stokowski

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia 8 “Sinfonia dos Mil” & Sinfonia 2 “Ressurreição” – Leopold Stokowski

Hoje vamos postar duas “Titânicas” sinfonias de Mahler sob a batuta de Leopold Stokowski (1882 – 1977) (ops… ele não usa batuta) : a Sinfonia número 2 “ Ressurreição” e a Sinfonia número 8 “Sinfonia dos Mil”. O pessoal do blog já postou algumas vezes estas obras com os regentes mais importantes, vou arriscar e meter meu bedelho também com o grande Leopold Stokowski.

Vamos começar pela gravação mais antiga. A Oitava Sinfonia de Mahler que é considerada por muitos um cartão de visitas para todas as grandes e boas orquestras. Também é a maior carta de amor da história das sinfonias (“Cada nota é dirigida para você”, Mahler confessou a sua esposa, Alma). A estreia foi considerada como a mais bem-sucedida do compositor (as apresentações de Munique em 1910 sob a regência do próprio Mahler foi seu primeiro sucesso absoluto e ainda teve Stokowski que também trabalhou nestas apresentações). Mais do que qualquer outra peça, a Oitava Sinfonia requer um regente que tenha o controle total dos músicos não apenas em orientar no palco, mas em conectar as ideias e as relações musicais da partitura.

O casal Gustav e Alma

A filosofia da obra é tão vasta quanto seus números. Como Mahler descreveu a um amigo: “Imagine que o universo inteiro explode em música. Já não ouvimos vozes humanas, mas as de planetas e sóis circulando em suas órbitas. ”A sinfonia é formada em duas seções expansivas. O primeiro é baseado no antigo hino do Pentecostes, “Veni creator spiritus” , que começa: “Venha, espírito criador, habite em nossas mentes; enche de graça divina os corações dos teus servos. ”Esse texto, embora de origem religiosa, também pode ser interpretado artisticamente; é impossível ter certeza de qual caminho Mahler pretendia, se é que ambos. No segundo movimento da sinfonia, Mahler se voltou para uma fonte mais recente, embora ainda estivesse mergulhada em espiritualidade. Aqui, Mahler definiu a cena final do épico drama em verso de Goethe, Faust. Esta não é a parte familiar em que Fausto vende sua alma ao diabo em troca de juventude e amor; antes, a Parte Dois ocorre décadas depois, quando as desventuras terrenas de Fausto finalmente chegaram ao fim, e o diabo está tentando tomar posse de seu recruta. Ele falha, perdendo Fausto para os anjos e, na cena final, aquela que tanto empolgou Mahler, os anjos e outros espíritos estão subindo ao céu com a alma redimida de Fausto. Esta sinfonia é inegavelmente uma obra de arte magistral, beneficiando-se dos anos de Mahler maestro, no comando de sinfonias e companhias de ópera, estas experiências abriram horizontes em sua genialidade experimental.

Orquestra posando para a foto antes da estreia americana da oitava de Mahler – 1916

Quando Stoki se tornou diretor musical na Filadélfia em 1912, imediatamente fez planos para introduzir esta enorme sinfonia nos Estados Unidos. Após alguns anos e com dinheiro em caixa Stokowski apostou na gigantesca partitura da Sinfonia número 8. Este foi um triunfo pessoal e artístico, e também um triunfo sobre o Conselho da Orquestra da Filadélfia (um dos muitos). Os custos eram grandes e Stokowski convenceu o Conselho da Orquestra da Filadélfia, no início de 1915, a liberar US $ 17.000 (equivalente a cerca de US $ 360.000 atualmente) para a estreia americana na temporada 1915-1916 da Sinfonia número 8 de Mahler. A habilidade de Stokowski na organização e a publicidade foram os principais contribuintes para o sucesso. O interesse do público tornou-se tão inflamado que os cambistas conseguiram US$ 100,00 no valor do ingresso para a estreia (equivalente a cerca de US $ 2.100 nos valores de hoje). Tão grande foi a demanda para ouvir Mahler que performances adicionais foram programadas. Em 9 de abril de 1916, dois trens particulares levaram 1.200 pessoas da Orquestra da Filadélfia até Nova York para se apresentarem no Metropolitan Opera House. Essas apresentações de Nova York ajudaram a estabelecer a reputação da Orquestra da Filadélfia sob Stokowski, o trabalho despertou aclamações, com a conquista de Stokowski fazendo notícias de primeira página em todo o mundo.

Nesta gravação da “Symphony of a Thousand” (nome dado a contragosto de Mahler) que ora disponibilizo aos amigos do blog é bem mais um arquivo histórico do que qualquer outra coisa. Mas se você puder ouvir além das imperfeições, a gravação oferece um excelente objeto de estudo. Esta foi a primeira gravação completa da Oitava Sinfonia de Gustav Mahler e foi realizada em 9 de abril de 1950, com Leopold Stokowski dirigindo a Filarmônica de Nova York e coros combinados de Nova York. Embora esta gravação histórica seja realmente de interesse limitado para os aficionados de Mahler e dedicados fãs de Stokowski não deve ser considerado uma escolha essencial. Realmente fica difícil entender tudo o que está acontecendo na gravação mono compactada. Os solistas vocais, os corais combinados e a Filarmônica de Nova York atuam com segurança e precisão bem ensaiada. Qualquer um que conheça bem esta sinfonia não terá problemas em distinguir as várias linhas de corais e partes instrumentais, apesar da distorção ocasional quando o microfone está sobrecarregado. No entanto, os ouvintes de primeira viagem podem se sentir desorientados pela densa parede de som do “Veni, Creator Spiritus”, que não dá pistas sobre a colocação dos músicos e atrapalha a separação dos solistas dos coros. O áudio na segunda parte é menos problemático, embora as limitações da tecnologia de gravação da metade do século XX ainda sejam bastante aparentes. Para quem quer uma qualidade de gravação ótima da oitava fica duas dicas (dois links) que o PQP fez aqui no blog, acho que a mais interessante foi a postagem do ano passado da integral com o Leonard Bernstein  a segunda que gostei bastante foi a do Pierre-Boulez.

Mahler – Sinfonia número 8 em mi bemol maior “Sinfonia dos Mil”

1 – Part I Hymnus Veni, creator spiritus
2 – Part II Final Scene from Faust

Frances Yeend soprano
Uta Graf soprano
Camilla Williams soprano
Martha Lipton mezzo-soprano
Louise Bernhardt alto
Eugene Conley tenor
Carlos Alexander baritone
George London bass-baritone
Chorus of the Schola Cantorum, Westminster Choir
Boys Choir of NY Public School number 12
New York Philharmonic Orchestra
Leopold Stokowski
Carnegie Hall, New York City – Live performance 9 April 1950

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Mahler – Sinfonia número 2 “Ressurreição”
Em maio de 1921, Stokowski conduziu a Sinfonia “Ressurreição” pela primeira vez. Esta sinfonia teve um começo bem picotado, foi apresentada em partes; em março de 1895, em Berlim, sob a direção de Richard Strauss, foram estreados os três primeiros movimentos puramente orquestrais, e somente no final do ano o próprio Mahler conduziu a primeira apresentação completa. A música surgiu das ideias concebidas pela Primeira Sinfonia, um trabalho quase autobiográfico cujo “herói” morreu e que no primeiro movimento da Segunda Sinfonia este “herói” está sendo levado para o túmulo. A música assume a forma de uma marcha gigantesca e solene – “uma grande quantidade de caráter trágico”, para citar Bruno Walter. O próprio Mahler deixou vários comentários sobre a música e, sobretudo da importância do primeiro movimento, escreveu: “Estamos de pé ao lado do caixão de um homem amado. Pela última vez, suas lutas, sofrimentos e realizações passam pela mente… Neste momento profundamente emocionante, quando a confusão e as distrações da vida cotidiana são varridas, uma voz de solenidade inspiradora diz: “O que é vida – o que é morte? Vamos viver para sempre na eternidade? É tudo um sonho vazio ou vida e morte têm um significado?” Essa é uma pergunta que devemos responder para continuar vivendo. ” O segundo movimento tem uma sensação schubertiana e é ao mesmo tempo uma lembrança feliz do passado e uma triste lembrança da juventude e inocência perdidas. Os três movimentos restantes, todos orientados na partitura para se seguirem sem pausa, começam com um scherzo, uma espécie de dança fantasmagórica e zombeteira, que apresenta o humor ácido que influenciaria grande parte da música de Shostakovich. Mahler escreveu: “O espírito de descrença e negação tomou posse do herói. Ele olha para a superficialidade da vida e perde junto com sua inocência infantil a força profunda que somente o amor pode trazer. Ele se desespera de si e de Deus, a própria vida começa a parecer irreal, como um pesadelo terrível. O desgosto absoluto por todos os que vivem o atormenta, levando-o a uma explosão de desespero “. O quarto movimento é um cenário solene para mezzo-soprano, um dos poemas folclóricos da antologia “Des Knaben Wunderhorn”, cujos versos Mahler também usou em sua Terceira e Quarta Sinfonias. “As palavras emocionantes da fé simples soam nos ouvidos do herói: ‘Eu venho de Deus e voltarei a Deus!'” O imenso final é lançado imediatamente com um grande grito de angústia e culmina com versos adaptados da ode “Auferstehung” (Ressurreição), de Friedrich Klopstock, para dois solistas e coro. “Estamos novamente confrontados com perguntas aterradoras … Chegou o fim de toda a vida; o Juízo Final está próximo … A terra treme, os túmulos se abrem, os mortos se levantam e marcham em uma procissão sem fim, grandes e humildes desta terra – reis e mendigos, justos e ímpios – todos avançam. O grito de misericórdia e perdão soa terrivelmente em nossos ouvidos … a última trombeta do apocalipse soa, e no silêncio sinistro que se segue a nós ouça um rouxinol distante, como o último eco trêmulo da vida na Terra”. Então, o som suave de um coro de santos e hostes celestes é ouvido: “Levanta-te, sim, você se levantará! Vida eterna Ele dará a quem o chamou”. E eis que não há julgamento – não há pecadores, nem justos, nem grandes. Nem humildes. Não há punição nem recompensa. Um sentimento de amor avassalador brilha sobre nós com entendimento e ilumina nossas almas”.

Em maio de 1921, Stokowski conduziu a Sinfonia “Ressurreição” pela primeira vez. Essa apresentação da Sinfonia “Ressurreição” de Mahler foi a última de várias que Stokowski fez desta obra. Para realizar esta gravação que foi única escolheu a London Symphony Orchestra para gravar na Inglaterra, estava com 92 anos. A revista Times chamou o desempenho de Stokowski: “uma conquista surpreendente … ele a transforma em uma experiência emocionante. Outro marco registrado para esse extraordinário artista”. A roda havia completado o ciclo, Stokowski pôde viver mais de seis décadas desde o momento em que viu o próprio Mahler trabalhando e, no final de sua vida, comprometer-se a gravar uma das melhores sinfonias de corais de todos os tempos.

Mahler – Sinfonia número 2 em dó menor – “Ressurreição”
1. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): I. Allegro maestoso
2. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): II. Andante moderato
3. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): III. [Scherzo] In ruhig fließender Bewegung – attaca:
4. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): IV. ‘Urlicht’. Sehr feierlich, aber schlicht – attaca:
5. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): V. Im Tempo des Scherzo. Wild herausfahrend
6. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): ‘Aufersteh’n, ja aufersteh’n wirst du’
7. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): ‘O glaube, mein Herz, o glaube’

Brigitte Fassbaender mezzo-soprano,
Margaret Price soprano.
Rae Woodland, BBC Chorus & Choral Society, Goldsmith’s Choral Union, Harrow Choral Society
London Symphony Chorus and Orchestra,
Leopold Stokowski

Durante julho e agosto, foram realizadas 9 sessões de gravação: 22, 25, 27 de julho de 1974 e 10, 11, 14 de agosto de 1974. Foi publicado pela RCA em 1974.

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ammiratore

Claude Debussy – Images L. 122, Printemps, L.61, Prélude à l’après-midi d’un faune

2018 foi o ano Debussy, quando comemoramos o centenário de sua morte. Fizemos algumas postagens em homenagem no começo daquele ano.  Mas não devemos nos esquecer deste genial compositor, que nos proporcionou, ou proporciona momentos inesquecíveis com suas obras. Por isso, sempre que possível, trago alguma coisa dele.
É o que faço hoje, trazendo algumas obras que já passaram por aqui, com outros maestros. Porém estamos quase entrando em uma nova década, 2020 está batendo à nossa porta. Por isso também acho importante mostrar a nova geração que chega, e o que ela tem feito. Esse jovem maestro finlandês, Mikko Franck, nasceu em 1979, e já vem colecionando elogios há algum tempo, seguindo os passos de outro maestro finlandês que se tornou referência em se tratando de Debussy, Esa-Pekka Salonen.
Vamos ao que viemos? Debussy está em ótimas mãos aqui, lhes garanto.

1 – Images, L. 122, No. 1 « Gigues »
2 – Images, L. 122, No. 2 « Iberia »_ I. Par les rues et les chemins
3 – Images, L. 122, No. 2 « Iberia »_ II. Les parfums de la nuit
4 – Images, L. 122, No. 2 « Iberia__ III. Le matin d’un jour de fête
5 – Images, L. 122, No. 3 « Rondes de printemps »
6 – Printemps, L.61 No. 1
7 – Printemps, L.61 No. 2
8 – Prélude à l’après-midi d’un faune

Orchestre Philharmonique de Radio France
Mikko Franck – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para violoncelo solo – Anner Bylsma (1979)

FrontBelíssima versão das Suítes para violoncelo de J. S. Bach, esta do holandês Anner Bylsma, lançada pelo saudoso selo Seon em 1979 –  uma das primeiras feitas com técnica e violoncelo barrocos. Serena e equilibrada, sem abusar de contrastes dinâmicos, realça uma das mais distintas qualidades do gênio de Bach: sua capacidade de insinuar, engenhosamente, harmonias e contraponto ao escrever para um instrumento essencialmente melódico como o violoncelo. O mestre holandês, recente falecido, que além de excelente instrumentista era uma tremenda figura humana, gravaria em 1992 uma outra versão pela Sony, que algum dia também surgirá por aqui.

J. S. BACH – DIE CELLOSUITEN – ANNER BYLSMA

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Seis suítes para violoncelo solo, BWV 1007-1012

Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

Suíte no. 2 em Ré menor, BWV 1008

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Menuet I & II
12 – Gigue

Suíte no. 3 em Dó maior, BWV 1009

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Bourrée I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Suíte no. 4 em Mi bemol maior, BWV 1010

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Bourrée I & II
06 – Gigue

Suíte no. 5 em Dó menor, BWV 1011

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Gavotte I & II
12 – Gigue

Suíte no. 6 em Ré maior, BWV 1012

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Anner Bylsma, violoncelo

Vassily Genrikhovich

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 12, 103 & 146

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Cantata BVW 12 é de chorar de tão linda. O coro Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen é muito emocionante. É uma obra de juventude, é de 1714 e eu não tinha nascido ainda. JS ainda não conhecia minha mãe na época. A 146 é um daqueles roubos que Bach faz de si mesmo. Seu início é baseado num Concerto para Cravo dele mesmo. E mais de um movimento, tá?

As performances de Gardiner animam e atualizam a música de Bach em quase todos os momentos. O Coral Monteverdi arrasa e eu gostei especialmente da ária a cargo de Julian Clarkson, ‘Ich folge Christo nach’ (BWV 12), e a ‘Kein Arzt’, com William Towers (BWV 103). Um disco espetacular!

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 12, 103 & 146

For The Third Sunday After Easter (Jubilate)
Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen BWV 12
1-1 1. Sinfonia 2:19
1-2 2. Coro Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen 7:34
1-3 3. Recitativo: Alt Wir Müssen Durch Viel Trübsal 0:48
1-4 4. Aria: Alt Kreuz Und Krone Sind Verbunden 5:40
1-5 5. Aria: Bass Ich Folge Christo Nach 1:45
1-6 6. Aria Con Choral: Tenor Sei Getreu, Alle Pein 3:37
1-7 7. Choral Was Gott Tut, Das Ist Wohlgetan 0:53

Ihr Werdet Weinen Und Heulen BWV 103
1-8 1. Coro E Arioso: Bass Ihr Werdet Weinen Und Heulen 5:23
1-9 2. Recitativo: Tenor Wer Sollte Nicht In Klagen Untergehn 0:33
1-10 3. Aria: Alt Kein Arzt Ist Außer Dir Zu Finden 4:37
1-11 4. Recitativo: Alt Du Wirst Mich Nach Der Angst 0:34
1-12 5. Aria: Tenor Erholet Euch, Betrübte Sinnen 2:48
1-13 6. Choral Ich Hab Dich Einen Augenblick 1:11

Wir Müssen Durch Viel Trübsal In Das Reich Gottes Eingehen BWV 146
1-14 1. Sinfonia 7:32
1-15 2. Coro Wir Müssen Durch Viel Trübsal 7:45
1-16 3. Aria: Alt Ich Will Nach Dem Himmel Zu 8:59
1-17 4. Recitativo: Sopran Ach! Wer Doch Schon Im Himmel Wär! 1:31
1-18 5. Aria: Sopran Ich Säe Meine Zähren 5:12
1-19 6. Recitativo: Tenor Ich Bin Bereit 1:09
1-20 7. Aria (Duetto): Tenor, Bass Wie Will Ich Mich Freuen 5:24
1-21 8. Choral Denn Wer Selig Dahin Fähret 1:17

Alto Vocals – William Towers (tracks: 1-1 to 1-21)
Bass Vocals – Julian Clarkson (tracks: 1-1 to 1-21)
Choir – The Monteverdi Choir
Conductor – John Eliot Gardiner*
Orchestra – The English Baroque Soloists
Soprano Vocals – Brigitte Geller (tracks: 1-1 to 1-21)
Tenor Vocals – Mark Padmore (tracks: 1-1 to 1-21)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

 

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas vol. 11 – Koopman, Reubens, Markert, Prégardien, Mertens

“The cantatas in the eleventh volume of the complete recording of Bach’s cantatas all come from Johann Sebastian Bach’s second year as Thomaskantor in Leipzig. Most of them were composed in the summer and autumn of 1724, though cantatas BWV 41 and 127 were written in early 1725. While the cantatas of the first Leipzig cycle of 1723-24, full of colour from the formal, textual and musical points of view, cannot be said to constitute a unified whole, the second cycle, which began in June 1724, presents greater overall unity, at least up until Lent of the following year.”

COMPACT DISC 1
“Herr Jesu Christ, wahr’ Mensch und Got” BWV 127
Quinquagesima Sunday

01 Chorus: “Herr Jesu Christ, wahr’ Mensch und Gott”
02 Recitative (Tenor): “Wenn alles sich zur letzten Zeit entsetzet”
03 Aria (Soprano): “Die Seele ruht in Jesu Händen”
04 Recitative and Aria (Bass): “Wenn einstens die Posaunen schallen”
05 Chorale: “Ach Herr, vergib all unsre Schuld”

“Wo soll ich fliehen hin” BWV 5
19th Sunday after Trinity

06 Chorus: “Wo soll ich fliehen hin”
07 Recitative (Bass): “Der Sünden Wust hat mich nicht nur befleckt”
08 Aria (Tenor): “Ergieße dich reichlich”
09 Recitative with Chorale (Alto): “Mein treuer Heiland tröstet mich”
10 Aria (Bass): “Verstumme, Höllenheer”
11 Recitative (Soprano): “Ich bin ja nur das kleinste Teil der Welt”
12 Chorale: “Führ auch mein Herz und Sinn”

“Was frag ich nach der Welt” BWV 94
9th Sunday after Trinity

13 Chorus: “Was frag ich nach der Welt”
14 Aria (Bass): “Die Welt ist wie ein Rauch und Schatten”
15 Chorale and Recitative (Tenor): “Die Welt sucht Ehr und Ruhm”
16 Aria (Alto): “Betörte Welt, betörte Welt!”
17 Chorale and Recitative (Bass): “Die Welt bekümmert sich”
18 Aria (Tenor): “Die Welt kann ihre Lust und Freud”
19 Aria (Soprano): “Es halt es mit der blinden Welt”
20 Chorale: “Was frag ich nach der Welt!”

COMPACT DISC 2

“Jesu, nun sei gepreiset” BWV 41
New Year’s Day

01 Chorus: “Jesu, nun sei gepreiset”
02 Aria (Soprano): “Laß uns, o höchster Gott”
03 Recitative (Alto): “Ach! deine Hand, dein Segen muß allein”
04 Aria (Tenor): “Woferne du den edlen Frieden”
05 Recitative (Bass): “Doch weil der Feind bei Tag und Nacht”
06 Chorale: “Dein ist allein die Ehre”

“Christ unser Herr zum Jordan kam” BWV 7
Feast of St John the Baptist

07 Chorus: “Christ unser Herr zum Jordan kam”
08 Aria (Bass): “Merkt und hört, ihr Menschenkinder”
09 Recitative (Tenor): “Dies hat Gott klar”
10 Aria (Tenor): “Des Vaters Stimme ließ sich hören”
11 Recitative (Bass): “Als Jesus dort nach seinen Leiden”
12 Aria (Alto): “Menschen, glaubt doch dieser Gnade”
13 Chorale: “Das Aug allein das Wasser sieht” 1’19

“Wohl dem, der sich auf seinen Gott” BWV 139
23 th Sunday after Trinity

14 Chorus: “Wohl dem, der sich auf seinen Gott”
15 Aria (Tenor): “Gott ist mein Freund”
16 Recitative (Alto): “ Der Heiland sendet ja die Seinen”
17 Aria (Bass): “Das Unglück schlägt auf allen Seiten”
18 Recitative (Soprano): “Ja trag ich gleich den größten Feind in mir”
19 Chorale: “Dahero Trotz der Höllen Heer!”

COMPACT DISC 3

“Mache dich, mein Geist, bereit”
22th Sunday after Trinity

01 Chorus: “Mache dich, mein Geist, bereit”
02 Aria (Alto): “Ach, schläfrige Seele, wie?”
03 Recitative (Bass): “Gott, so für deine Seele wacht”
04 Aria (Soprano): “Bete aber auch dabei”
05 Recitative (Tenor): “Er sehnet sich nach unserm Schreien”
06 Chorale: “Drum so laßt uns immerdar”

“Herr Jesu Christ, du höchstes Gut” BWV 113
11th Sunday after Trinity

07 Chorus: “Herr Jesu Christ, du höchstes Gut”
08 Chorale (Alto): “Erbarm dich mein in solcher Last”
09 Aria (Bass): “Fürwahr, wenn mir das kommet ein”
10 Chorale and Recitative (Bass): “Jedoch dein heilsam Wort”
11 Aria (Tenor): “Jesus nimmt die Sünder an”
12 Recitative (Tenor): “Der Heiland nimmt die Sünder an”
13 Aria (Soprano, Alto): “Ach Herr mein Gott, vergib mirs doch”
14 Chorale: “Stärk mich mit deinem Freudengeist” 1’01

“Meine Seel erhebt den Herren” BWV 10
Feast of the Visitation

15 Chorus: “Meine Seel erhebt den Herren”
16 Aria (Soprano): “Herr, der du stark und mächtig bist”
17 Recitative (Tenor): “Des Höchsten Güt und Treu”
18 Aria (Bass): “Gewaltige stößt Gott vom Stuhl”
19 Duet (Alto, Tenor) and Chorale: “Er denket der Barmherzigkeit”
20 Recitative (Tenor): “Was Gott den Vätern alter Zeiten”
21 Chorale: “Lob und Preis sei Gott”

Sibylla Rubens soprano
Annette Markert alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass
THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

BAIXAR AQUI – DOWNLOAD  HERE

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para Violoncelo Solo – Gaspar Cassadó

MI0000976023Aluno de Pau Casals, o também catalão Gaspar Cassadó i Moreu (1897-1966) era tido como o outro grande violoncelista da primeira metade do século XX (título que teria cabido, com sobras, ao maravilhoso Emanuel Feuermann, se não tivesse morrido tão jovem). De estilo sóbrio e som nobre e pouco opulento, não muito afeito a rubatos, Cassadó deixou-nos uma leitura clássica das Suítes para violoncelo de J. S. Bach que, talvez, soará opaca para aqueles que se acostumaram a violoncelos barrocos, cordas de tripa e liberdades agógicas. Ainda que Cassadó já tivesse seus sessenta anos ao entrar no estúdio e apesar da estranheza da escolha de tocar a quarta suíte um tom acima (que talvez algum violoncelista entre nossos leitores-ouvintes possa tentar explicar, quem sabe por ficar mais ressonante nas cordas soltas do violoncelo, normalmente afinado Dó-Sol-Ré-Lá),  acho que sua gravação tem, especialmente nas Suítes em tom menor, um toque melancólico muito atraente.

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)

SEIS SUÍTES PARA VIOLONCELO SOLO, BWV 1007-1012

CD 01

SUÍTE NO. 1 EM SOL MAIOR, BWV 1007

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 2 EM RÉ MENOR, BWV 1008

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Menuet I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO. 3 EM DÓ MAIOR, BWV 1009

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Bourrée I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

CD 02

SUÍTE NO. 4 EM MI BEMOL MAIOR, BWV 1010 (transposta para Fá maior)

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Bourrée I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 5 EM DÓ MENOR, BWV 1011

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Gavotte I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO.6 EM RÉ MAIOR, BWV 1012

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Gaspar Cassadó, violoncelo

Três vezes Cassadó
Três vezes Cassadó

Vassily Genrikhovich

Johann Paul von Westhoff (1656-1705): Sonatas para Violino e Baixo Contínuo Dresden 1694

Johann Paul von Westhoff (1656-1705): Sonatas para Violino e Baixo Contínuo Dresden 1694

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande CD deste desconhecido Westhoff, que produziu uma imensa obra que simplesmente se perdeu. Pela amostra deste disco, a perda foi enorme. O violinista David Plantier e o trio Les Plaisirs Du Parnasse dão uma verdadeira aula de senso de estilo e compreensão ao remontarem Westhoff. Há amor pela arte neste disco.

Johann Paul von Westhoff (1656-1705) foi um compositor e violinista barroco alemão. Tornou-se um dos membros mais importantes da fundamental escola de violino de Dresden. Estava entre os instrumentistas mais considerados de sua época e compôs algumas das primeiras músicas conhecidas para violino solo. Trabalhou como músico e compositor como membro da Hofkapelle de Dresden (1674-1697) e na corte de Weimar (1699-1705). A obra sobrevivente de Westhoff compreende seis obras para violino e baixo contínuo e seis para violino solo, todas publicadas durante sua vida. Outros trabalhos, particularmente uma coleção de música para violino solo de 1682, são considerados perdidos. Juntamente com Heinrich Ignaz Franz Biber e Johann Jakob Walther, influenciou bastante a geração subsequente de violinistas alemães, e as seis partitas para violino solo inspiraram as famosas sonatas e partitas de violino de Johann Sebastian Bach.

Johann Paul von Westhoff (1656-1705): Sonatas para Violino e Baixo Contínuo Dresden 1694

Suite N°4 En Ré Mineur
1 Aria : Largo 2:40
2 Allegro 1:40
3 Aria : Andante 2:38
4 Allegro 1:02
5 Arioso 2:37

Suite N°3 En Ré Mineur
6 Grave 2:23
7 Largo 3:27
8 Imitatione Delle Campane 3:30
9 Adagio 1:45
10 Allegro 2:22

Sonate N°2 En La Mineur
11 Largo 2:15
12 Presto 2:33
13 Imitatione Del Liuto 3:30
14 Aria : Grave 1:45
15 Finale 0:59

Sonate N°5 En Sol Mineur
16 Aria : Adagio 3:42
17 Allegro 1:10
18 Adagio 2:30
19 Allegro 1:23
20 Aria : Andante 2:10
21 Allegro 1:10

Sonata N°6 En Sol Mineur
22 Aria : Adagio 3:42
23 Allegro 1:27
24 Aria : Largo 1:58
25 Allegro 1:30
26 Largo 1:55

Sonate N°1 En La Mineur
27 Allegro/ Adagio 2:52
28 Allegro 2:18
29 Adagio/ Allegro 2:01
30 Aria : Adagio 2:30
31 Allegro 1:30

David Plantier, violino
Les Plaisirs Du Parnasse:
Cello – Maya Amrein
Harpsichord – Andrea Marchiol
Lute [Archlute] – Shizuko Noiri

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

David Plantier: comandante de um grande CD

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Invenções & Sinfonias – Tatiana Nikolayeva

Tenho um carinho muito especial pelo selo Olympia. Lembro de comprar CDs deles em uma livraria na Av. Paulista, quase esquina com a Rua da Consolação, creio que se chamava Livraria Belas Artes, lá nos idos dos inícios dos anos 90. Comprei algumas pérolas ali, de músicos dos quais nunca tinha ouvido falar até naquele momento, como Moura Lympani  e Tatiana Nikolayeva, e ali no meio ainda encontrava os medalhões Leonid Kogan, Emil Gilels e Sviatoslav Richter ou David Ostrakh. Esses nomes russos sempre me fascinaram. Esses Cds eram muito baratos, com o equivalente a R$ 50,00 saia dali com  vários cds. Eu os escolhia em um balaio de vime. Muita gente deve se lembrar deste endereço, pois essa Livraria estava sempre aberta, sábados, domingos, feriados, não importa, sempre era um ponto de parada para quem ia a uma sessão de cinema ou ali nos Cines Belas Artes, ou então em alguma outra sala ali na Av. Paulista.

Não creio que seja necessário apresentar Tatiana Nikolayeva, ela é figurinha carimbada aqui no PQPBach, e vai aparecer ainda mais nos próximos dias, graças ao incansável Vassily Grienrikovich, que está fazendo um trabalho hercúleo ao recuperar antigas postagens.

Mas Nikolayeva era uma artista extremamente versátil, e um de seus compositores favoritos foi nosso Papai Bach. Gravou tudo o que ele compôs para teclados.  A gravação que ora vos trago foi realizada em 1977, e apresenta uma das melhores interpretações que já ouvi destas Invenções e Sinfonias. Para quem não conhece, sugiro baixarem esse CD para melhor poderem apreciar o talento desta excepcional musicicista, que faleceu em 1993, aos 69 anos de idade. Os senhores poderão encontrar maiores informações sobre essa lenda do piano no site http://www.tatiana-nikolayeva.info/.

Espero que apreciem.

1 – 15 – Invenções BWV 772 a 786

16 – 30 – Sinfonias BWV 787 – 801

Tatiana Nikolaiyeva – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Tatiana Nikolayeva (1924-1993)

 

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para Violoncelo Solo – János Starker (1992)

61Viv3L09IL._SY355_O grande Slava Rostropovich, músico fenomenal e extraordinário ser humano, provavelmente me desculparia se eu lhe dissesse que o húngaro János Starker (1924-2013) foi, para mim, o maior violoncelista de seu tempo. Sua técnica assombrosa garantia interpretações enérgicas e impecáveis para um repertório imenso. Starker foi, afinal, o sujeito que tinha tenros quinze anos quando tocou a famigerada Sonata de Kodály para o compositor e ouviu dele que, se corrigisse alguns pequenos detalhes (de andamento – nada de mundanas dificuldades técnicas!), sua interpretação ser “a Bíblia”. A técnica, entretanto, era para Starker apenas um veículo para a expressividade, e não há disso prova mais cabal que as cinco versões que ele nos legou destas preciosas Suítes para violoncelo solo.

O que ora lhes apresento é a última dessas versões, registrada em 1992, mas lançada somente em 1997. Diferentemente das anteriores, nesta gravação Starker acata todas as repetições indicadas por Bach, e os andamentos são, em geral, mais lentos. Ainda que tenha, talvez, menos do que se convencionou chamar de “brilho”,  essa versão recheada de sabedoria, ponto culminante de quase oitenta anos de música, é uma de minhas gravações preferidas das Suítes, a impressão final de um mestre sobre as obras que tanto amava.

J. S. BACH – SUITES FOR SOLO CELLO – JÁNOS STARKER

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

SEIS SUÍTES PARA VIOLONCELO SOLO

SUÍTE NO. 1 EM SOL MAIOR, BWV 1007

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 3 EM DÓ MAIOR, BWV 1009

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrée I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO. 5 EM DÓ MENOR, BWV 1011

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18  – Gigue

 

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

CD 02

SUÍTE NO. 2 EM RÉ MENOR, BWV 1008

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courrante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 4 EM MI BEMOL MAIOR, BWV 1010

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrée I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO.6 EM RÉ MAIOR, BWV 1012

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

János Starker, violoncelo

Não fosse a imperiosa necessidade de um arco, Starker tocaria essas suítes com uma mão nas costas.
Tocar como se nada houvesse de mais fácil: eis a Arte de János Starker (1924-2013)

Vassily Genrikhovich

In memoriam Mariss Jansons: Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 10, Op.93

In memoriam Mariss Jansons: Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 10, Op.93

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mariss Jansons considerava Dmitri Shostakovich um dos compositores mais sérios e sinceros de todos os tempos e pensava que suas quinze sinfonias eram particularmente emocionantes e cativantes. Ele via aquela música como uma testemunha esmagadora de uma era traumática de escuridão política, enquanto mantinha uma expressão atemporal de sentimento e de experiência humana existencial. Durante dezessete anos, Mariss Jansons gravou todas as sinfonias de Shostakovich, juntamente com a orquestra com a qual ele estava artisticamente associado no momento. Seis das apresentações foram com o Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks. A estupenda gravação deste post foi gravada ai vivo. Em 2006, o ciclo foi concluído a tempo do centenário do nascimento do compositor.

Shostakovich: Symphony No. 10 in E minor, Op. 93 53:44

I. Moderato (Live) 23:24
II. Allegro (Live) 4:42
III. Allegretto – Largo (Live) 12:12
IV. Andante – Allegro (Live) 13:26

Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks
Mariss Jansons

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Mariss Jansons (1943-2019)

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – As Suítes para Violoncelo Solo – Paul Tortelier (1961)

51duo20ziDL._SY355_Publicada originalmente em novembro de 2015, reativada em dezembro de 2019, atualizada em maio de 2022

Rostropovich pode ter tido mais fama – merecidíssima, aliás, pela assombrosa técnica e enorme musicalidade, pela importância como pedagogo e pedra fundamental de toda uma escola violoncelística, e, como não se bastasse isso tudo, também pelo ser humano formidável que foi -, mas, se vocês fizessem uma enquete entre o panteão do violoncelo do século XX, provavelmente constatariam que o mais querido entre os violoncelistas era o parisiense Paul Tortelier (1914-1990).

Este “violoncelista dos violoncelistas” foi, como Rostropovich, um grande pedagogo e ativista político, além de ávido ciclista e muito bom flautista – em seus encontros com amigos, o violoncelo normalmente calava-se para a flauta falar. Ao contrário do hiperativo, calvo e bonachão Slava, Tortelier era um sujeito de calma proverbial, vasta cabeleira e muito poucas palavras. Rostropovich gargalhava ao contar como eram comparados a Quixote e Panza, e dedicou várias páginas de sua biografia a uma apologia do amigo. Numa delas, conta que ele costumava, ao tocar para amigos as Suítes de J. S. Bach, cantarolar sobre alguns movimentos vocalises improvisados, ao estilo do que Gounod fizera ao transformar um prelúdio do “Cravo bem Temperado” em sua famosa “Ave Maria”, e que sua voz, incrivelmente, impressionava mais do que seu instrumento.

Ainda que Slava muito lamentasse que seu colega não tivesse registrado para a posteridade seu talento como cellista-canoro, nós outros não podemos lamentar: mesmo com a boca fechada, Tortelier deixou-nos essa belíssima gravação das Suítes, repleta do timbre nobre e fraseado elegante que o fizeram tão admirado por seus pares. Ah, e aumentem o volume, porque a EMI resolveu deixar tudo bem baixinho, talvez para que escutemos o mestre no silêncio que merece.

Nota de Vassily em 2022: o texto acima refere-se à gravação de 1961, a primeira das duas que o mestre faria em estúdio. Quando o publicamos originalmente, em 2015, ele fazia parte duma série com todas as gravações que tenho das suítes, e eventualmente chegaria à segunda gravação, feita em 1982, que é muito superior e aclamada como uma das melhores jamais feitas dessas preciosas obras. Para que os leitores-ouvintes também possam conhecê-la e compará-la à irmã mais velha, resolvi também deixá-la disponível.

ooOoo

BACH – LES 6 SUITES POUR VIOLONCELLE – PAUL TORTELIER

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

SEIS SUÍTES PARA VIOLONCELO SOLO, BWV 1007-1012

SUÍTE NO. 1 EM SOL MAIOR, BWV 1007

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 2 EM RÉ MENOR, BWV 1008

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courrante
10 – Sarabande
11 – Menuet I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO. 3 EM DÓ MAIOR, BWV 1009

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Bourrée I & II
18 – Gigue

SUÍTE NO. 4 EM MI BEMOL MAIOR, BWV 1010

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Bourrée I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 5 EM DÓ MENOR, BWV 1011

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Gavotte I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO.6 EM RÉ MAIOR, BWV 1012

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE (gravação de 1961)
BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE
(gravação de 1982)

Paul Tortelier, violoncelo

Paul Tortelier: um violoncelista dos violoncelistas (D. P.)

Vassily Genrikhovich

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino de 1 a 3 (Op. 12) – Variações sobre ‘Se vuol’ballare’

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino de 1 a 3 (Op. 12) – Variações sobre ‘Se vuol’ballare’

O 250º aniversário de Beethoven está chegando em 2020, mas os maiores craques, orquestras e gravadoras estão comemorando antes. Pela DG, Andris Nelsons já lançou uma extraordinária integral das sinfonias e Ehnes vem a passos largos gravando as Sonatas. Talvez isso acabe esvaziando a data de 17 de dezembro de 2020. Nós, por exemplo, postaremos a integral de Nelsons em 17 de dezembro de 2019… Este disco é excelente, apesar dessas primeiras Sonatas não serem tudo aquilo. Mas gosto muito da alegria da Sonata Nº 2 e das 12 Variações sobre um tema de Mozart. Tudo muito lindinho.

Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino de 1 a 3 (Op. 12) – Variações sobre ‘Se vuol’ballare’

Beethoven: Violin Sonata No. 1 in D major, Op. 12 No. 1 20:19
I. Allegro con brio 8:47
II. Tema con Variazioni 6:42
III. Rondo – Allegro 4:50

Beethoven: Violin Sonata No. 2 in A major, Op. 12 No. 2 16:57
I. Allegro vivace 6:45
II. Andante, piu tosto Allegretto 5:00
III. Allegro piacevole 5:12

Beethoven: Violin Sonata No. 3 in E flat major, Op. 12 No. 3 18:19
I. Allegro con spirito 8:21
II. Adagio con molt’ espressione 5:37
III. Rondo – Allegro molto 4:21

Beethoven: Variations (12) for piano & violin in F major on Mozart’s ‘Se vuol’ballare’, WoO 40 10:41

James Ehnes, violino
Andrew Armstrong, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ehnes e Armstrong, uma dupla que tem tudo para se tornar uma lenda

PQP

Fréderic Chopin (1810-1846) – Préludes, op. 28, op. 45 & op. posth. – Nikita Magaloff

Não sei o que parece para os senhores, mas em minha modesta opinião, a abertura do Prelúdio op. 28 nº2 lembra quase uma marcha fúnebre. O andamento lembra o trote dos cavalos, e o lento andar das pessoas que acompanham. A genialidade de Chopin não encontrava limites ou barreiras.
Hoje temos mais um conjunto de pequenas peças, os Prelúdios, sensiveis e delicados por vezes, intensos e nervosos em outros momentos. Basta fecharmos os olhos enquanto Nikita Magaloff faz a sua mágica. A música flui com naturalidade.

P.S. de Pleyel ao revalidar a postagem em 2023: Nikita Magaloff (1912-1992) estudou em Paris com Isidore Philipp, o mesmo professor de Guiomar Novaes. Embora ela fosse quase vinte anos mais velha que ele, tanto o Chopin de Novaes como o de Magaloff se caracterizam por uma certa naturalidade: tocavam como respiravam ou bebiam água, as escolhas interpretativas pareciam intuitivas, sem busca de virtuosismo performático. Ao mesmo tempo, em vários momentos eles interpretam no sentido forte da palavra, ou seja, fazem escolhas em termos de tempo rubato, de pedal, etc. Sobre o rubato sutil de Madame Novaes, Ranulfus afirmava: “para que sublinhar o que já é intenso por si?”
O mesmo vale para Magaloff.

1-24 – Prelúdios, op. 28
25 – Prelúdio nº 25, op. 45
26 – Prelúdio em Lá Sustenido Maior, op. posth.

Nikita Magaloff – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP / Pleyel (links revalidados)

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para Violoncelo Solo – Casals

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suítes para Violoncelo Solo – Casals

662603_1_fEstreei aqui no PQP Bach com um relato bastante palavroso do meu primeiro contato com estas obras que amei imediatamente – muito embora, como bem apontaram os leitores-ouvintes, a gravação que o acompanhou não fosse lá grande coisa.

Pretendo, aos poucos, redimir-me e postar por aqui todas as gravações que tenho dessas preciosas suítes. Sim: todas, todinhas, com todos os intérpretes e em todos os arranjos que colecionei ao longo dos anos – o que, na justa medida desse amor incomensurável, é um senhor montão de coisas.

Se hoje dispomos de uma carta tão variada de gravações, e se todo violoncelista que se preza inclui as Suítes de Bach em seu repertório, nós o devemos a um cidadão chamado Pau Carles Salvador Casals i Defilló, catalão de nascimento, que ficou conhecido mundo afora como Pablo Casals.

Casals teve uma longa (96 anos!) e prolífica vida. Depois de estudar piano, violino e flauta, seu primeiro contato com o que deveria ser um violoncelo foi ao assistir um músico itinerante tocando um cabo de vassoura com cordas (!!). Depois de muito insistir com o pai, este lhe construiu um instrumento que tinha uma cabaça como caixa de ressonância (!!!). Foi só aos onze anos que viu um violoncelo de verdade, adquiriu um instrumento de criança e começou a estudá-lo a sério.

Aos treze anos, num sebo próximo ao porto de Barcelona, fez a descoberta mais importante de sua vida: uma surrada partitura das Suítes para violoncelo de Johann Sebastian Bach, até então largamente esquecidas e, se tanto, relegadas a meras peças de estudo. Casals passou os treze anos seguintes a estudá-las meticulosamente antes de criar a coragem de tocá-las em público pela primeira vez. Contrariamente ao costume da época, que era o de incluir em recitais apenas movimentos isolados das obras instrumentais de Bach, Casals fez questão de executar as Suítes integralmente, com todas as repetições indicadas pelo compositor. Ciente de que uma execução inteiramente satisfatória de tais obras geniais escapava à capacidade humana, o grande músico catalão relutou em gravá-las, e só o fez, finalmente, em 1936, quando já tinha sessenta anos.

Além da exigente carreira de solista e pedagogo, Casals ainda teve tempo de ser um ativo camerista (especialmente com o Trio Thibaud-Cortot-Casals), um ardente republicano, ferrenho opositor à ditadura de Francisco Franco, e compositor do Hino das Nações Unidas (com letra – vejam só – de W. H. Auden).

Do exílio voluntário, que prometera encerrar somente após a destituição de Franco, organizou um festival anual de música na cidade catalã de Prades/Prada de Conflent, cujos proventos destinou a um hospital para refugiados catalães espanhóis do regime fascista de Franco [moltes gràcies, David!]. Morreu em 1973, dois anos antes de Franco, e foi sepultado em Porto Rico, terra natal de sua mãe, onde vivera seus últimos anos.

Durante sua vida, Casals foi incensado como um músico de estirpe incomparável, acima de qualquer crítica. De fato, parece difícil criticar um cidadão tão talentoso e engajado, de vida tão longa e rica. No entanto, caem de tacape em cima destas gravações, acusando-as de mal articuladas, apressadas e, mesmo, bizarras. Com os ouvidos repletos de versões modernas, ainda mais aquelas em violoncelo barroco que costumam ser as minhas preferidas, meu primeiro veredito também não foi muito favorável. Durante um bom tempo pensei que a gravação de Casals fosse respeitada tão só pela reverência que bem cabia ao grande homem, como nome fundamental não só do instrumento como também da história de performance dessas obras que são o pináculo de seu repertório.

Pretendia, pois, postar esta versão também por reverência, interesse histórico e, dado seu pioneirismo, por achá-la adequada à abertura desta série. Ao escutá-la novamente, enquanto preparo esta postagem, eu me surpreendi ao apreciá-la. Por mais que o som de Casals não seja opulento, e em que pese a tecnologia de quase oitenta anos atrás, achei que a “abordagem rapsódica” alegada pelos críticos carrega também, entre evidentes deslizes, os frutos de muita musicalidade.

Infelizmente, o som deste álbum da EMI não tem a qualidade daquele lançado pela Naxos anos depois e que ouvi na FM Cultura de Dogville (nos tempos, claro, em que a emissora se prestava a radiodifundir algo de Bach). Se algum dia eu conseguir o álbum da Naxos, substituirei os links.

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)

SEIS SUÍTES PARA VIOLONCELO SOLO, BWV 1007-1012

CD 01

SUÍTE NO. 1 EM SOL MAIOR, BWV 1007

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 2 EM RÉ MENOR, BWV 1008

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Menuet I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO. 3 EM DÓ MAIOR, BWV 1009

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Bourrée I & II
18 – Gigue

 

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

CD 02

SUÍTE NO. 4 EM MI BEMOL MAIOR, BWV 1010

01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Bourrée I & II
06 – Gigue

SUÍTE NO. 5 EM DÓ MENOR, BWV 1011

07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Gavotte I & II
12 – Gigue

SUÍTE NO.6 EM RÉ MAIOR, BWV 1012

13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavotte I & II
18 – Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Pau CASALS, violoncelo
Gravado em 1936

Gràcies per tot!
Gràcies per tot!

Vassily Genrikhovich

Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis

Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis

 

Haydn 

Sonatas para Piano

 

Fantasias jocosas, mas cheias de sentimentos! É assim que o livreto deste disco começa. E, acredite, você ouvirá um excelente disco!

O pianista Paul Lewis já é frequentador de nossas páginas, onde foram postados as Sonatas e os Concertos para Piano de Beethoven, assim como as Variações Diabelli. Realmente, estas gravações são espetaculares e ganharam louvores de críticos ao redor do mundo.

Lewis iniciou na música tocando violoncelo, o único instrumento para o qual sua escola poderia oferecer uma bolsa de estudos. Assim que foi aceito em uma escola de música em Manchester, tornou-se aluno de piano, estudando com Ryszard Bakst, depois com Joan Havill na Guildhall School of Music and Drama. Estudou também com Alfred Brendel, que ele considera seu mentor. E justamente, eu acredito, pois o disco que apresentamos nesta postagem traz Sonatas para Piano de Haydn, obras típicas do repertório de Brendel.

Lewis dando uma palhinha para o pessoal do PQP Bach

Duas das sonatas são do período em que Haydn estava a serviço da família Esterházy e duas são mais tardias, consequências de suas viagens a Londres. É música clássica ainda com um cheiro de música galante, que demanda muito do intérprete, para realizar todo seu potencial e apresentar todo o seu bom humor e charme. Na minha opinião, é isso o que consegue com aparente total facilidade o pianista Paul Lewis.

Apesar de Haydn ser famoso por suas composições de quartetos, trios e sinfonias, seu biógrafo Georg August Griesinger relata como ele trabalhava em suas composições. ‘Eu me sentava [ao piano] e começava a fantasiar, de acordo com o meu humor – triste ou alegre, sério ou brincalhão. Uma vez que encontrava uma ideia, meu esforço concentrava-se em desenvolvê-la e mantê-la dentro das regras da arte’.

Assim ele nos deixou também várias sonatas para piano, das quais as quatro deste disco são significativas representantes.

Joseph Haydn (1732-1809)

Sonata para piano em mi bemol maior, Hob. XVI: 49

  1. Allegro
  2. Adagio cantabile
  3. Tempo di menuetto

Sonata para piano em dó maior, Hob. XVI: 50

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro molto

Sonata para piano em si menor, Hob. XVI: 32

  1. Allegro moderato
  2. Menuet
  3. Presto

Sonata para piano em sol maior, Hob. XVI: 40

  1. Allegretto innocente
  2. Presto

Paul Lewis, piano

Gravação em 2017
Direção artística: Martin Sauer

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 202 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 160 MB

Sala de Concertos, Esterháza

Jocosas, mas cheias de sentimentos. Espero que após ouvir este disco, você diga se concorda…

Aproveite!

René Denon

Franz Schubert (1797-1828) – Sonatas & Impromptus – András Schiff

Dia destes nosso guru PQPBach repostou uma antiga postagem minha com estas magníficas peças intituladas ‘Impromptus’, nas mãos mágicas de Maria João Pires. Não por acaso, aquele CD se chama ‘La Voyage Magnifique’, e foi meu primeiro contato com esta pianista.

A proposta de hoje é diferente. Trago um pianista reconhecido por sua dedicação à obra de Schubert, já a gravou algumas vezes, o húngaro András Schiff. Mas os grandes mestres nunca estão satisfeitos, né? e sempre voltam àquele repertório, talvez acreditando que possam dar uma contribuição maior, afinal, os anos se passaram e hoje eles são intérpretes maduros, e não apenas jovens com técnicas apuradíssimas. Mas Schiff, além de regravar algumas destas obras, resolveu inovar e tocar em um fortepiano, e não em um piano moderno. Para quem não consegue diferenciar, basta prestar atenção no som, que sai mais seco, não tão encorpado quanto se fosse em um Steinway moderno. O instrumento que Schiff utiliza nesta gravação foi fabricado em 1820, em Viena, então, provavelmente Schubert se utilizou de um parecido para as suas composições. Trata-se, claro, de uma opção do solista, mostrar como a obra deveria soar há quase duzentos anos. O texto abaixo foi retirado do booklet do CD:

“The instrument, a magnificient piece of cabinet-making with its walnut veneer, was in the possession of the Austro-Hungarian imperial family. The last Austrian Emperor and Hungarian King, Karl I, took it with him when he was exiled to Switzerland in 1919. In 1965 it was restored with what for the time was unusual care by Martin Scholz in Basel.Fora long time it was owned by Jörg Ewald Dähler. In 2010 it was acquired by Andras Schiff, who loaned it to the Beethoven-Haus in Bonn, of which he is an honorary member.”

Os ‘Impromptus’ são minhas obras favoritas deste genial compositor. É impressionante a maturidade artística destas obras, não parece que foram compostas por um jovem na casa de seus vinte e poucos anos de idade. Lembro que a primeira vez que ouvi estas obras foi com Murray Perahia, em uma fita cassete que arrebentou de tanto que ouvi, e esta gravação até hoje é a minha favorita. Qualquer dia destes a trago para os senhores conhecerem.

1 Schubert: 4 Impromptus, Op. 90, D. 899 – 1. Allegro molto moderato
2 Schubert: 4 Impromptus, Op. 90, D. 899 – 2. Allegro
3 Schubert: 4 Impromptus, Op. 90, D. 899 – 3. Andante
4 Schubert: 4 Impromptus, Op. 90, D. 899 – 4. Allegretto
5 Schubert: Piano Sonata No. 19 in C Minor, D. 958 – 1. Allegro
6 Schubert: Piano Sonata No. 19 in C Minor, D. 958 – 2. Adagio
7 Schubert: Piano Sonata No. 19 in C Minor, D. 958 – 3. Menuetto (Allegro)
8 Schubert: Piano Sonata No. 19 in C Minor, D. 958 – 4. Allegro
9 Schubert: 3 Klavierstücke, D. 946 – 1. Allegro assai
10 Schubert: 3 Klavierstücke, D. 946 – 2. Allegretto
11 Schubert: 3 Klavierstücke, D. 946 – 3. Allegro
12 Schubert: Piano Sonata No. 20 in A Major, D. 959 – 1. Allegro
Schubert: Piano Sonata No. 20 in A Major, D. 959 – 2. Andantino
14 Schubert: Piano Sonata No. 20 in A Major, D. 959 – 3. Scherzo (Allegro vivace)
15 Schubert: Piano Sonata No. 20 in A Major, D. 959 – 4. Rondo (Allegretto)

András Schiff – Fortepiano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (FLAC)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (MP3)

A Quieta Arte das Tangentes – Keith Jarrett (1945) – Book of Ways (1987)

Book_of_WaysNossa série sobre clavicórdios traz o mago Keith Jarrett improvisando por um bom tempo num deles. Se houvesse uma delegacia especializada em maus tratos a instrumentos frágeis, talvez pudéssemos denunciar Jarrett – não pelo produto de sua improvisação, que é muito bom, mas pela pouca delicadeza com que, muitas vezes, percute as delicadas tangentes. Os leitores-ouvintes acostumados à sua magia pianística perceberão que boa parte do primeiro volume soa como uma “aclimatação” ao timbre e aos recursos peculiares ao clavicórdio – e que a coisa decola, mesmo, no segundo volume.

BOOK OF WAYS – KEITH JARRETT

DISCO 1

01 – No. 1
02 – No. 2
03 – No. 3
04 – No. 4
05 – No. 5
06 – No. 6
07 – No. 7
08 – No. 8
09 – No. 9
10 – No. 10

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

DISCO 2

01 – No. 1
02 – No. 2
03 – No. 3
04 – No. 4
05 – No. 5
06 – No. 6
07 – No. 7
08 – No. 8
09 – No. 9

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Keith Jarrett, clavicórdio

Keith Jarrett num ano ignoto - s julgar pela "vibe",, tenho um *leve* palpite de que nos anos 70
Estilo: 10/10

Vassily Genrikhovich

[Revalidado por Vassily em homenagem aos 80 anos do MESTRE Keith]

W. A. Mozart (1756-1791): The Complete Violin Concertos

W. A. Mozart (1756-1791): The Complete Violin Concertos

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda época tem direito de dar sua interpretação para os clássicos, mas muita gente pensa que, nesses dias de historicamente informados, não há mais espaço para os concertos de violino de Mozart serem gravados em instrumentos modernos. Esta versão é uma tabefe sonoro em quem pensa assim. Há muito que sou um grande fã de James Ehnes, embora raramente o tenha ouvido no repertório pré-século XIX. Seu conjunto de concertos de Mozart é um deleite: cheio de personalidade, cheio de ideias musicais, casando o melhor do estilo do período com o melhor do que os instrumentos modernos podem trazer. E ele ainda escreveu cadenzas próprias. A primeira coisa que impressiona é como seu som é leve. A música salta dos alto-falantes como uma lufada de ar fresco, com o violino cantando sobre a orquestra. A Mozart Anniversary Orchestra (uma orquestra escolhida entre amigos de Ehnes, tô por dentro) soa pequena em escala, mas grande em termos de personalidade. As cordas vêm brilhantes, frescas e ágeis.

Os Concertos de Nº 3 e 5 são extraordinários, mas o restante não é tudo aquilo dentre a produção de Mozart. Uma pena. O grande destaque destas versões — e isto ocorre em todos os concertos — é não apenas a cultura e o senso de estilo de Ehnes, mas suas cadenzas: UMA MAIS LINDA QUE A OUTRA.

W. A. Mozart (1756-1791): The Complete Violin Concertos

Violin Concerto No.1 in B flat major K207
1. Allegro moderato 7.16
2. Adagio 8.38
3. Presto 5.31

Violin Concerto No.2 in D major K211
4. Allegro moderato 8.54
5. Andante 7.47
6. Rondeau – Allegro 4.39

7. Adagio in E major K261 8.27
8. Rondo in B flat major K269 (K261a) 7.17
9. Rondo in C major K373 5.53

Total CD1 64.57

Violin Concerto No.3 in G major K216
10. Allegro 9.26
11. Adagio 8.28
12. Rondeau – Allegro 6.34

Violin Concerto No.4 in D major K218
13. Allegro 8.55
14. Andante cantabile 7.34
15. Rondeau – Andante grazioso 7.10

Violin Concerto No.5 in A major K219 ‘Turkish’
16. Allegro aperto 10.04
17. Adagio 10.48
18. Rondeau – tempo di Menuetto 8.27

Total CD2 78.14

Cadenzas: James Ehnes
James Ehnes, violino
Mozart Anniversary Orchestra

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Gravura anônima do século XIX mostrando Mozart com violino.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 10 – Koopman, Mertens, ABO, etc.

COMPACT DISC 1
“Preise, Jerusalem, den Herrn” BWV 119

1 Chorus: “Preise, Jerusalem, den Herrn”
2 Recitative (Tenor): “Gesegnet Land!”
3 Aria (Tenor): “Wohl dir, du Volk der Linden”
4 Recitative (Bass): “So herrlich stehst du, liebe Stadt!”
5 Aria (Alto): “Die Obrigkeit ist Gottes Gabe”
6 Recitative (Soprano): “Nun! wir erkennen es und bringen dir”
7 Chorus: “Der Herr hat Guts an uns getan”
8 Recitative (Alto): “Zuletzt!”
9 Chorale: “Hilf deinem Volk, Herr Jesu Christ”

“Ein Herz, das seinen Jesum lebend weiß” BWV 134
Easter Tuesday

10 Recitative (Tenor, Alto): “Ein Herz, das seinen Jesum lebend weiß”
11 Aria (Tenor): “Auf, Gläubige, singet die lieblichen Lieder”
12 Recitative (Dialogue: Tenor, Alto): “Wohl dir, Gott hat an dich gedacht”
13 Aria (Duet: Alto, Tenor): “Wir danken und preisen dein brünstiges Lieben”
14 Recitative (Tenor, Alto): “Doch wirke selbst den Dank in unserm Munde”
15 Chorus: “Erschallet, ihr Himmel”

“Sie werden euch in den Bann tun” BWV 44
Sunday after Ascension

16 Duet (Tenor, Bass): “Sie werden euch in den Bann tun”
17 Chorus: “Es kömmt aber die Zeit”
18 Aria (Alto): “Christen müssen auf der Erden”
19 Chorale: “Ach Gott, wie manches Herzeleid”
20 Recitative (Bass): “Es sucht der Antichrist”
21 Aria (Soprano): “Es ist und bleibt der Christen Trost”
22 Chorale: “So sei nun, Seele”

“Herr, wie du willt, so schicks mit mir” BWV 73
3rd Sunday after Epiphany

23 Chorus and recitative (T, B, S): “Herr, wie du willt, so schicks mit mir”
24 Aria (Tenor): “Ach, senke doch den Geist der Freuden”
25 Recitative (Bass): “Ach, unser Wille bleibt verkehrt”
26 Aria (Bass): “Herr so du willt”
27 Chorale: “Das ist des Vaters Wille”

COMPACT DISC 2

“O Ewigkeit, du Donnerwort” BWV 20
1st Sunday after Trinity

01 Chorale: “O Ewigkeit, du Donnerwort”
02 Recitative (Tenor): “Kein Unglück ist in aller Welt zu finden”
03 Aria (Tenor): “Ewigkeit, du machst mir bange”
04 Recitative (Bass): “Gesetzt, es daurte der Verdammten Qual”
05 Aria (Bass): “Gott ist gerecht in seinen Werken”
06 Aria (Alto): “O Mensch, errette deine Seele”
07 Chorale: “Solang ein Gott im Himmel lebt”
08 Aria (Bass): “Wacht auf, wacht auf, verloren Schafe”
09 Recitative (Alto): “Verlaß, o Mensch! die Wollust dieser Welt”
10 Aria (Duet: Alto,Tenor): “O Menschenkind”
11 Chorale: “O Ewigkeit, du Donnerwort”

“Ach Gott, vom Himmel sieh darein” BWV 2
2nd Sunday after Trinity

12 Chorus: “Ach Gott, vom Himmel sieh darein”
13 Recitative (Tenor): “Sie lehren eitel falsche List”
15 Recitative (Bass): “Die Armen sind verstört”
16 Aria (Tenor): “Durchs Feuer wird das Silber rein”
17 Chorale: “Das wollst du, Gott, bewahren rein”

“Nimm von uns, Herr, du treuer Gott” BWV 101
10th Sunday after Trinity

18 Chorus: “Nimm von uns, Herr du treuer Gott”
19 Aria (Tenor): “Handle nicht nach deinen Rechten”
20 Recitative and chorale (Soprano): “Ach! Herr Gott, durch die Treuedein”
21 Aria (Bass): “Warum willst du so zornig sein?”
22 Recitative and chorale (Tenor): “Die Sünd hat uns verderbet sehr”
23 Aria (Duet: Soprano, Alto): “Gedenk an Jesu bittern Tod”
24 Chorale: “Leit uns mit deiner rechten Hand”

COMPACT DISC 3

“Schmücke dich, o liebe Seele” BWV 180
20th Sunday after Trinity

01 Chorus: “Schmücke dich, o liebe Seele”
02 Aria (Tenor): “Ermuntre dich: dein Heiland klopft”
03 Recitative (Soprano) and chorale: “Wie teuer sind des heilgen Mahles Gaben!”
04 Recitative (Alto): “Wein Herz fühlt in sich Furcht und Freude”
05 Aria (Soprano): “Lebens Sonne, Licht der Sinnen”
06 Recitative (Bass): “Herr, laß an mir dein treues Lieben”
07 Chorale: “Jesu, wahres Brot des Lebens”

“Herr Gott, dich loben alle wir” BWV 130
Michaelmas

08 Chorus: “Herr Gott, dich loben alle wir”
09 Recitative (Alto): “Ihr heller Glanz und hohe Weisheit zeigt”
10 Aria (Bass): “Der alte Drache brennt vor Neid”
11 Recitative (Duet: Soprano, Tenor): “Wohl aber uns”
12 Aria (Tenor): “Laß, o Fürst der Cherubinen”
13 Chorale: “Darum wir billig loben dich”

“Die Zeit, die Tag und Jahre macht” BWV 134a
Tribute to the princely house of Anhalt-Cöthen, New Year 1719

14 Recitative (Tenor, Alto): “Die Zeit, die Tag und Jahre macht”
15 Aria (Tenor): “Auf, Sterbliche, lasset ein Jauchzen ertönen”
16 Recitative (Tenor, Alto): “So bald, als dir die Sternen hold”
17 Aria (Duet: Tenor, Alto): “Es streiten, es prangen”
18 Recitative (Tenor, Alto): “Bedenke nur, beglücktes Land”
19 Aria (Alto): “Der Zeiten Herr hat viel vergnügte Stunden”
20 Recitative (Tenor, Alto): “Hilf, Höchster, hilf”
21 Aria (Tenor, Alto) and chorus: “Ergötzet auf Erden”

CAROLINE STAM soprano
MICHAEL CHANCE alto
PAUL AGNEW tenor
KLAUS MERTENS bass
THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

A Quatro Mãos: Franz Schubert (1797-1828) – Grand Duo – Variações – Marchas Militares – Daniel Barenboim e Radu Lupu

MI0001003013Qualquer oportunidade de ouvir um pianista tão maravilhoso e pouco afeito a gravações quanto Radu Lupu é uma preciosidade que não se pode desperdiçar – ainda mais quando ele está, como aqui, a tocar Schubert, de quem é um dos maiores intérpretes. Acompanhado do incansável e multiúso [corrigido, Fábio!] Daniel Barenboim, Lupu brinda-nos com uma generosa porção da obra do vienense para duo pianístico. O filé, claro, é a Sonata em Dó maior, conhecida como “Grand Duo”, praticamente uma sinfonia para piano a quatro mãos.

Ainda que a combinação entre dois músicos de personalidades tão diferentes possa-nos fazer presumir o contrário, o duo Lupu-Barenboim dá muita liga, embora seja bem fácil, para quem conhece suas respectivas gravações, identificar a quem cabe cada uma das partes. O cantabile de Lupu e a limpidez de sua execução sempre o denunciam, enquanto o enérgico Barenboim – grande admirador de seu colega romeno – segue reverentemente o mestre.

Daniel Barenboim & Radu Lupu – SCHUBERT
Grand Duo – Variations D813 – Marches Militaires

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Três Marchas Militares para piano a quatro mãos, D. 733 (Op. 51)
01 – No. 1 em Ré maior: Allegro vivace
02 – No. 2 em Sol maior: Allegro molto moderato
03 – No. 3 em Mi bemol maior: Allegro moderato

Oito Variações em Lá bemol maior sobre um Tema Original, D. 813 (Op. 35)
04 – Allegretto

Sonata em Dó maior para piano a quatro mãos, D. 812 (Op. Post. 140), “Grand Duo”
05 – Allegro moderato
06 – Andante
07 – Scherzo: Allegro vivace
08 – Allegro vivace

Radu Lupu e Daniel Barenboim, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

"Pereira" e "Lobo"
Barenboim e Lupu, “Pereira” e “Lobo”

Vassily Genrikhovich

.: interlúdio :. Miles Davis: Birth of the Cool

.: interlúdio :. Miles Davis: Birth of the Cool

Álbum publicado em 2001 em uma das muitas reedições dos extraordinários trabalhos de Miles Davis. O disco viu a luz pela primeira vez em 1954 com 8 faixas, foi foi relançado em 1957 com 11 e ganhou mais uma em 1971. Os anos 50 trouxeram um novo estilo de jazz, o cool, que separou do bebop em declínio. O nascimento do cool é marcado pela colaboração de Miles Davis e do compositor Gil Evans. As raízes dessa música estão incluídas neste disco gravado em três sessões diferentes entre 1949 e 1950. A peça causou uma profunda impressão entre os críticos e foi um marco e inovador no música jazz. Davis e um grupo de nove músicos sob seu comando foram responsáveis ​​por lançar as bases deste novo conceito.

Miles Davis: Birth of the Cool

1. Move
2. Jeru
3. Moon dreams
4. Venus de Milo
5. Budo
6. Deception
7. Godchild
8. Boplicity
9. Rocker
10. Israel
11. Rouge
12. Darn that dream

Alto Saxophone – Lee Konitz
Baritone Saxophone – Gerry Mulligan
Bass – Al McKibbon, Nelson Boyd
Drums – Kenny Clarke, Max Roach
French Horn – Junior Collins, Sandy Siegelstein
Leader, Trumpet – Miles Davis
Piano – Al Haig, John Lewis
Trombone – J.J. Johnson, Kai Winding
Tuba – John Barber

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Miles Davis nos anos 50

PQP

.: interlúdio :. Branford Marsalis – Trio Jeepy

Fã que sou do clã Marsalis já há bastante tempo, assim que esse LP foi lançado, lá no final dos anos 80, não tive dúvidas em comprá-lo. E o ouvi à exaustão. Passava dias só virando o lado do LP no velho 3×1. Um prazer só. E assim que  foi lançado em CD, já imediatamente o adquiri. E também o ouvi à exaustão. Muito.

Para quem não o conhece, Brandord Marsalis é o irmão saxofonista do genial trompetista Wynton Marsalis, do trombonista Delfayo, que produz esse disco, e filho do lendário pianista de New Orleans, Ellis Marsalis. Branford não se expõe tanto na mídia tanto quanto Wynton, nem tem uma discografia tão extensa quanto o irmão. Mas cada CD seu é uma pequena obra prima, em se tratando de improvisação, qualidade técnica de gravação, e claro, produção. Esses caras se uniram a um grupo de músicos igualmente talentosos e nos brindaram com grandes gravações, principalmente no final dos anos 80 e início dos 90. Depois disso, perdi um pouco o contato com ele.

Essa pequena jóia que vos trago hoje, tem um convidado muito especial, o lendário contrabaixista Milton Hinton, um cara que tocou com todo mundo que você possa imaginar, desde Duke Ellington, Louis Armstrong, Charlie Parker, Ben Webster, Aretha Franklin, só para citar alguns. Desenvolveu uma técnica quase percussiva para tocar o contrabaixo, leiam o explicativo texto do próprio Delfayo que o apresenta no booklet em anexo.

O outro ‘monstro’ do disco é o companheiro de longa data do clã Marsalis, Jeff ‘Tain’ Watts, um dos maiores bateristas de sua geração. Gravou muito com eles, e com muitos outros músicos do mesmo nível.
‘Trio Jeepy” é um dos grandes momentos da carreira de Branford Marsalis, uma verdadeira aula de interpretação, de swing, de improvisação. Podemos sentir em cada nota, em cada solo, o quanto o músico está envolvido, concentrado. Enfim, um dos melhores discos de Jazz de minha modesta discoteca, e um dos melhores que já tive a oportunidade de ouvir.
P.S. É necessário lembrar aqui que Branford Marsalis é o um dos músicos envolvidos naqueles dois ou três primeiros discos de Sting, sim, aquele mesmo do The Police, inclusive naquele que considero um dos melhores discos ao vivo já gravados, ‘Bring on The Night’, do próprio Sting.
Com os senhores, ‘Trio Jeepy” ..

01. Housed from Edward
02. The Nearness of You
03. Three Little Words
04. Makin’ Whoopee
05. UMMG
06. Gutbucket Steepy
07. Doxy
08. Makin’ Whoopee (Reprise)
09. Peace
10. Random Abstract (Tain’s Rampage)

Branford Marsalis – Saxophones
Milton Hinton – Acoustic Bass
Jeff (Tain) Watts – Drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

Richard Strauss (1864-1949) – Don Quixote – Till Eulenspiegel – Meneses – Karajan

Richard Strauss (1864-1949) – Don Quixote – Till Eulenspiegel – Meneses – Karajan

R-2064102-1261856655.jpegÉ bem sabido que Herr von Karajan não é unanimidade aqui na equipe do PQP. Ainda assim, acho suas gravações de Strauss soberbas, e esta sua terceira versão para o “Don Quixote’, meu poema sinfônico favorito do bávaro, é a melhor delas.

Nas gravações anteriores, com Rostropovich e Pierre Fournier, o caráter era mais concertístico, com ênfase no solista. Nesta, o recifense Antonio Meneses e os solistas Wolfram Christ e Leon Spierer incorporam-se mais à grande massa sonora da Filarmônica de Berlim (acrescida de uma máquina de vento!) com resultados melhores. O som suntuoso e megatrabalhado de Karajan, que muitas vezes falha miseravelmente, especialmente no repertório barroco e clássico, serve aqui muito bem a complicada partitura com que Strauss acompanha as desventuras do Cavalheiro da Triste Figura e seu escudeiro Sancho Panza, representados respectivamente pelo violoncelo e viola solistas.

Pablo Picasso, 1955
Pablo Picasso, 1955

A gravação de “As Alegres Travessuras de Till Eulenspiegel”, que fecha o CD, apesar de boa, pareceu-me redondinha demais. Faltou-lhe, acho, um pouquinho do delírio do Quixote.

Richard Georg STRAUSS (1864-1949)

01-12 – Don Quixote, Variações Fantásticas sobre um Tema de Caráter Cavaleiresco, Op. 35

01 – Introdução: Mäßiges Zeitmaß. Thema mäßig. “Don Quichotte verliert über der Lektüre der Ritterromane seinen Verstand und beschließt, selbst fahrender Ritter zu werden” (“Dom Quixote perde sua sanidade após ler romances sobre cavaleiros, e decide tornar-se um cavaleiro-errante”) – Tema: Mäßig. “Don Quichotte, der Ritter von der traurigen Gestalt” (“Dom Quixote, o Cavaleiro da Triste Figura”) – Maggiore: “Sancho Panza”
02 – Variation I: Gemächlich. “Abenteuer an den Windmühlen” (“Aventura nos Moinhos de Vento”)
03 – Variation II: Kriegerisch. “Der siegreiche Kampf gegen das Heer des großen Kaisers Alifanfaron” (“A Luta Vitoriosa contra o Exército do Grande Imperador Alifanfarrão”)
04 – Variation III: Mäßiges Zeitmaß. “Gespräch zwischen Ritter und Knappen” (“Diálogo entre Cavaleiro e Escudeiro”)
05 – Variation IV: Etwas breiter. “Unglückliches Abenteuer mit einer Prozession von Büßern” (“Aventura Infeliz com uma Procissão de Peregrinos”)
06 – Variation V: Sehr langsam. “Die Waffenwache” (“A Vigília do Cavaleiro”)
07 – Variation VI: Schnell. “Begegnung mit Dulzinea” (“Encontro com Dulcineia”)
08 – Variation VII: Ein wenig ruhiger als vorher. “Der Ritt durch die Luft” (“A Cavalgada pelo Ar”)
09 – Variation VIII: Gemächlich. “Die unglückliche Fahrt auf dem venezianischen Nachen” (“A Aventura Infeliz na Gôndola Veneziana”)
10 – Variation IX: Schnell und stürmisch. “Kampf gegen vermeintliche Zauberer” (“Batalha com os Magos”)
11 – Variation X: Viel breiter. “Zweikampf mit dem Ritter vom blanken Mond” (“Duelo contra o Cavaleiro da Lua Branca”)
12 – Finale: Sehr ruhig. “Wieder zur Besinnung gekommen” (“Voltando aos seus sentidos” – Morte de Dom Quixote)

Antonio Meneses, violoncelo
Wolfram Christ, viola
Leon Spierer, violino
Orquestra Filarmônica de Berlim
Herbert von Karajan, regência

13 – Till Eulenspiegels lustige Streiche (“As Alegres Travessuras de Till Eulenspiegel”), após uma velha lenda picaresca – em forma de rondó, Op. 28

Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan, regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Não é todo dia que se tem ajoelhado a seus pés o Generalmusikdirektor. Bravo, Antonio!

Vassily Genrikhovich

 

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nos. 5 e 6 – Camerata Academica des Mozarteums Salzburg – Sandor Végh

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nos. 5 e 6 – Camerata Academica des Mozarteums Salzburg – Sandor Végh

Franz Schubert

Sinfonias Nos. 5 & 6

Camerata Academica

Sandor Végh

 

Sandor Végh foi um violinista. Teria sido pianista, mas seus pais explicaram que o violino era muito mais barato. Só para contrariar, anos mais tarde ele comprou o Stradivarius que pertencera a Paganini, não se sabe por quanto…

Nascido em uma cidade da Transilvânia,  era Austro-Húngaro de nascimento, mas tornou-se um cidadão do mundo. Foi membro do Hungarian String Quartet até fundar o Végh Quartet, cujas gravações dos quartetos de Bártok e Beethoven são justamente lendárias. Algumas delas podem ser encontradas nos vaults do PQP.

De seu encontro com Pablo Casals em 1952 resultou em grande colaboração e despertou seu interesse pela regência. Atuou com várias orquestras, mas foi com a Camerata Academica do Mozarteum de Salzburg que ele deixou alguns importantes registros. Entre eles este disco da postagem, com duas sinfonias de Schubert.

Schubert é conhecido por suas composições para piano e para piano e voz – seus Lieder. Também é muito conhecido por suas composições de câmera, como o Quinteto ‘A Truta’ e o Quinteto de Cordas. Mas Schubert foi também um ótimo sinfonista. Sabendo das reduzidas chances de ver suas obras sinfônicas sendo apresentadas pelas grandes orquestras de Viena, concentrou seus esforços nas outras peças, mas ainda sim temos algumas lindas obras sinfônicas para apreciar.

A Sinfonia No. 5, em si bemol maior, foi composta em 1816 e chegou a ser interpretada por uma orquestra amadora na casa de Otto Hatwig, músico do Burgtheater de Viena. A orquestra era amadora, mas competentíssima, pois interpretava também obras de Beethoven, Cherubini e Spontini.

Depois desta apresentação, a sinfonia só foi ouvida novamente em 1841, por uma orquestra profissional.

A Sinfonia No. 6, em dó maior, foi ouvida em 14 de dezembro de 1828, em um concerto em memória de Schubert, que morrera algumas semanas antes. A outra sinfonia em dó maior, denominada ‘A Grande’, deveria ser tocada em seu lugar, mas foi considerada ‘intocável’ pelos músicos.

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sinfonia No. 5 em si bemol maior, D. 485

  1. Allegro
  2. Andante con moto
  3. Menuetto . Allegro molto
  4. Allegro vivace

Sinfonia No. 6 em dó maior, D. 589

  1. Adagio . Allegro
  2. Andante
  3. Scherzo . Presto
  4. Allegro moderato

Camerata Academica des Mozarteums Salzburg

Sandor Végh

Coprodução ORF – Österreichischer Rundfunk & Capriccio

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC |269MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 151 MB

TUDO JUNTO (SINFONIAS 5, 6, 8 E 9) EM MP3

Jurássicos!

Estas duas sinfonias são muito bonitas e certamente merecem ser divulgadas ao lado das mais famosas ‘Inacabada’ e ‘Grande Sinfonia’. Eu gosto muito da Sinfonia No. 5. E vocês, qual delas preferem?

Aproveitem!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 9 – Koopman, Mertens, ABO, etc.

“The ninth volume of this complete recording of Bach’s cantatas continues the series of cantatas from the first Leipzig cycle. Cantata 173a is the sole exception: a secular cantata composed by Bach at Cöthen, it was reworked as a church cantata (BWV 173) for the first Leipzig cycle and is included in Volume 7 (CD 3). BWV 66 is also based on an original work from Bach’s Cöthen period.”

 

COMPACT DISC 1
19th Sunday after Trinity

01 Chorus: “Ich elender Mensch”
02 Recitative (Alte): “O Schmerz, o Elend”
03 Chorale: “Solls ja so sein”
04 Aria (Alto): “Ach lege das Sodom der sündlichen Glieder”
05 Recitative (Tenor): “Hier aber tut des Heilands Hand”
06 Aria (Tenor): “Vergibt mir Jesus meine Sünden”
07 Chorale: “Herr Jesu Christ, einiger Trost”

“Mein liebster Jesus ist verloren” BWV 154
1st Sunday after Epiphany

08 Aria (Tenor): “Mein liebster Jesus ist verloren”
09 Recitative (Tenor): “Wo treff ich meinen Jesum an”
10 Chorale: “Jesu, mein Hort und Erretter”
11 Aria (Alto): “Jesu, laß dich finden”
12 Arioso (Bass): “Wisset ihr nicht”
13 Recitative (Tenor): “Dies ist die Stimme meines Freundes”
14 Aria (Duet: Alto, Tenor): “Wohl mir, Jesus ist gefunden”
15 Chorale: “Meinen Jesum laß ich nicht”

“Warum betrübst du dich, mein Herz?” BWV 138
15th Sunday after Trinity

16 Chorus and Recitative (Alto): “Warum betrübst du dich, mein Herz?”
17 Recitative (Bass, Soprano, Alto) and Chorale: “Ich bin veracht”
18 Recitative (Tenor): “Ach süßer Trost!”
19 Aria (Bass): “Auf Gott steht meine Zuversicht”
20 Recitative (Alto): “Ei nun!”
21 Chorale: “Weil du mein Gott und Vater bist”

“Durchlauchtster Leopold” BWV 173a
For the birthday of Leopold of Anhalt-Köthen

22 Recitative (Soprano): “Durchlauchtster Leopold”
23 Aria (Soprano): “Güldner Sonnen frohe Stunden”
24 Aria (Bass): “Leopolds Vortrefflichkeiten”
25 Aria (Soprano, Bass): “Unter seinem Purpursaum”
26 Recitative (Soprano, Bass): “Durchlauchtigster, den Anhalt Vater nennt”
27 Aria (Soprano): “So schau dies holden Tages Licht”
28 Aria (Bass): “Dein Name gleich der Sonnen geh”
29 Chorus (duet: Soprano, Bass): “Nimm auch, großer Fürst”

COMPACT DISC 2

Wer da gläubet und getauft wird” BWV 37
Ascension – Himmelfahrt

01 Chorus: “Wer da gläubet und getauft wird”
02 Aria (Tenor): “Der Glaube ist das Pfand der Liebe”
03 Chorale (Soprano, Alto): “Herr Gott Vater, mein starker Held”
04 Recitative (Bass): “Ihr Sterblichen”
05 Aria (Bass): “Der Glaube schafft der Seele Flügel”
06 Chorale: “Den Glauben mir verleihe” 1’01

“Schau, lieber Gott wie meine Feind” BWV 153 13’03
Sunday after New Year

07 Chorale: “Schau, lieber Gott, wie meine Feind”
08 Recitative (Alto): “Mein liebster Gott”
09 Arioso (Bass): “Fürchte dich nicht, ich bin mit dir”
10 Recitative (Tenor): “Du sprichst zwar, lieber Gott”
11 Chorale: “Und ob gleich alle Teufel”
12 Aria (Tenor): “Stürmt nur, stürmt, ihr Trübsalswetter”
13 Recitative (Bass): “Getrost! mein Herz”
14 Aria (Alto): “Soll ich meinen Lebenslauf”
15 Chorale: “Drum will ich, weil ich lebe noch” l’20

“Wo gehest du hin?” BWV 166
4th Sunday after Easter

16 Aria (Bass): “Wo gehest du hin?”
17 Aria (Tenor): “Ich will an den Himmel denken”
18 Chorale (Soprano): “Ich bitte dich, Herr Jesu Christ”
19 Recitative (Bass): “Gleichwie die Regenwasser bald verfließen”
20 Aria (Alto): “Man nehme sich in acht”
21 Chorale: “Wer weiß, wie nahe mir mein Ende” 1’00

“Wahrlich, wahrlich, ich sage euch” BWV 86
Rogation Sunday

22 Arioso (Bass). “Wahrlich, wahrlich, ich sage euch”
23 Aria (Alto): “Ich will doch wohl Rosen brechen”
24 Chorale (Soprano): “Und was der ewig gütig Gott”
25 Recitative (Tenor): “Gott macht es nicht gleichwie die Welt”
26 Aria (Tenor): “Gott hilft gewiß”
27 Chorale: “Die Hoffnung wart der rechten Zeit” 0’56

“Wachet! betet! betet! wachet!” BWV 70
26th Sunday after Trinity

28 Chorus: “Wachet! betet! betet! wachet!”
29 Recitative (Bass): “Erschrecket, ihr verstockten Sünder!”
30 Aria (Alto): “Wenn kommt der Tag, an dem wir ziehen”
31 Recitative (Tenor): “Auch bei dem himmlischen Verlangen”
32 Aria (Soprano): “Laßt der Spötter Zungen schmähen”
33 Recitative (Tenor): “Jedoch bei dem unartigen Geschlechte”
34 Chorale: “Freu dich sehr, o meine Seele”
35 Aria (Tenor): “Hebt euer Haupt empor”
36 Recitative (Bass) and Chorale: “Ach, soll nicht dieser große Tag”
37 Aria (Bass): “Seligster Erquickungstag”
38 Chorale: “Nicht nach Welt, nach Himmel nicht” 0’45

COMPACT DISC 3 

“Erfreut euch, ihr Herzen” BWV 66
Easter Day 2

01 Chorus: “Erfreut euch, ihr Herzen”
02 Recitative (Bass): “Es bricht das Grab”
03 Aria (Bass): “Lasset dem Höchsten ein Danklied erschallen”
04 Recitative and Arioso (Alto, Tenor): “Bei Jesu Leben freudig sein”
05 Duetto (Alto, Tenor): “Ich furchte zwar des Grabes Finsternissen”
06 Chorale: “Alleluja!”

“Höchsterwünschtes Freudenfest” BWV 194
Dedication of the organ at Störmthal near Leipzig

07 Chorus: “Höchsterwünschtes Freudenfest”
08 Recitative (Bass): “Unendlich großer Gott”
09 Aria (Bass): “Was des Höchsten Glanz erfüllt”
10 Recitative (Soprano): “Wie könnte dir, du höchstes Angesicht”
11 Aria (Soprano): “Hilf Gott, daß es uns gelingt”
12 Chorale: “Heilger Geist ins Himmels Throne”
13 Recitative (Tenor): “Ihr Heiligen, erfreuet euch”
14 Aria (Tenor): “Des Höchsten Gegenwart allein”
15 Recitative (Bass, Soprano): “Kann wohl ein Mensch zu Gott im Himmel steigen?”
16 Aria (Soprano, Bass): “O wie wohl ist uns geschehn”
17 Recitative (Bass): ‘Wohlan demnach, du heilige Ge meine” 0’45
18 Chorale: “Sprich Ja zu meinen Taten”

SIBYLLA RUBENS CAROLINE STAM (BWV 138) LISA LARSSON (BWV 173a) soprano
BERNHARD LANDAUER alto
CHRISTOPH PRÉGARDIEN tenor
KLAUS MERTENS bass

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE