Carlo Maria Giulini: The Chicago Recordings (4 cds)

Carlo Maria Giulini: The Chicago Recordings (4 cds)

Amigas e amigos deste blog, muito boa tarde! Sou Karlheinz, um leitor e ouvinte antigo do PQP que ficou muito feliz com o convite recebido há algumas semanas para me juntar a esse afinado time de amantes da música. Convite que aceitei não só pela alegria de fazer parte de um site que me ensinou tanto, em que descobri tanta beleza, mas também por acreditar em formas de viver a música de uma maneira mais coletiva. Ouvir, descobrir, conversar, ler, escrever, trocar — isso tudo enriquece a escuta. Espero que gostem, e se não gostarem, reclamem, pra gente poder ir ajeitando a casa…

E, para começar, trouxe uma caixinha que tem não um, mas quatro discos, um para cada ano de governo fascistóide que tivemos que aturar. Carlo Maria Giulini: The Chicago Recordings traz uma seleção (esse artigo “the” está sobrando aí; faltam gravações importantes como o Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, e a Sinfonia Clássica de Prokofiev) de pedradas que o regente italiano gravou entre 1969 e 1976 com essa baita orquestra que é, e era, a Sinfônica de Chicago.

O repertório consiste na espinha dorsal das preferências de Giulini (1914-2005): Beethoven, Berlioz, Brahms, Bruckner, Mahler e Stravinsky. Quatro discos que registram a química entre um ambicioso regente e uma das orquestras que marcaram mais profundamente a sua carreira (a Philharmonia também ocupa um imenso espaço, lado a lado na prateleira), nos anos mais incandescentes dessa união.

 

Giulini com a Sinfônica de Chicago em sua primeira turnê européia juntos. Estocolmo, 1971

“Essa maravilhosa orquestra — eu prefiro não dizer que eu os regi, mas sim que eu fiz música com estes maravilhosos músicos e seres humanos. Foram um amor e uma amizade profundos, algo que pertence ao meu corpo, à minha alma e ao meu sangue.” Assim Giulini definiu sua relação com a CSO, em uma entrevista à rádio WFMT em 1980 (trecho presente no encarte da caixa). Se por um lado há um inegável tom que escorrega no clichê nessa fala, por outro, ao escutar o que eles fizeram juntos, dá para entender o que levou il maestro a se referir desta forma aos colegas da terra dos Bulls.

Giulini tinha um raro talento para esculpir, lapidar, moldar o som das orquestras que tinha à frente. Certamente deve ter contribuído para essa sensibilidade sua experiência na juventude como violista da Orchestra Dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia, em Roma. Lá ele tocou sob a batuta de gente como Otto Klemperer, Pierre Monteux, Bruno Walter, Wilhelm Furtwängler, Igor Stravinsky, Richard Strauss… Mais ou menos como aprender a jogar bola com o Brasil de 70?

Entre as obras presentes nesta bela caixinha, um pequeno destaque para a Sinfonia nº 4, de Johannes Brahms. A obra esteve no programa do primeiro concerto da Accademia após a queda do fascismo e o fim da II Guerra, regido por Giulini em 16 de julho de 1944, pouco mais de um mês após a liberação de Roma pelos Aliados. Giulini estudou a sinfonia enquanto permanecia escondido em um túnel, por meses, ao se recusar em lutar pelo exército italiano em 1943. Foi a peça que ele mais tocou ao longo da carreira.

Senhoras e senhores, Carlo Maria Giulini e a Sinfônica de Chicago.

O Medinah Temple, em Chicago, onde as gravações foram feitas

CD 1

Gustav Mahler (1860-1911)

Sinfonia n° 1 em Ré maior (1884-8, rev. 1893-6)

  1. I Langsam, schleppend, wie ein Naturlaut
  2. II Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell
  3. III Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
  4. IV Stürmisch bewegt

 

Hector Berlioz (1803-1869)

Romeu e Julieta, sinfonia dramática, Op. 17 (1840) (início)

  1. Combat and tumult – Intervention of the Prince
  2. Romeo Alone – Melancholy – Distant noises of music and dancing –  Festivities at the Capulet’s

CD 2

Romeu e Julieta, sinfonia dramática, Op. 17 (1840) (conclusão)

  1. Scherzo: Queen Mab, or the Dream Fairy
  2. Love scene – Night – The Capulet’s Garden
  3. Romeo at the Tomb of the Capulets – Invocation – Juliet’s reawakening – Frenzied joy, despair – Last agonies and death of the two lovers

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sinfonia n° 7 em Lá maior, Op. 92 (1811-12)

  1. Poco sostenuto – Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto – Assai meno presto – Presto – Assai meno presto – Presto
  4. Allegro con brio

CD 3

Anton Bruckner (1824-1896)

Sinfonia n° 9 em Ré menor (1891-6)

  1. I Feierlich, misterioso
  2. II Scherzo (Bewegt, lebhaft) – Trio (Schnell) – Scherzo (Da capo)
  3. III Adagio (Langsam, feierlich)

Johannes Brahms (1833-1897)

Sinfonia n° 4 em Mi menor, Op. 98 (1884-5) (início)

  1. I Allegro non troppo

CD 4

Sinfonia n° 4 em Mi menor, Op. 98 (1884-5) (conclusão)

  1. II Andante moderato
  2. III Allegro giocoso
  3. IV Allegro energico e passionato

Igor Stravinsky (1882-1971)

O Pássaro de Fogo – suíte (1919)

  1. Introduction
  2. Dance of the Firebird
  3. Round Dance of the Princesses
  4. Dance of King Katschei
  5. Berceuse
  6. Finale

Petrushka – suíte (1947)

  1. Russian Dance
  2. Petrushka´s room
  3. The Moor´s Room
  4. The Shrovetide Fair

Chicago Symphony Orchestra
Carlo Maria Giulini, regência

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“Calmati, tromboni!”

Karlheinz

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014 – CDs 1-5 de 13

O maestro Marriss Jansons tem uma ampla discografia, sobretudo à frente de duas orquestras renomadas: a do Concertgebouw de Amsterdam e a da Rádio Bávara de Munique. Ambas as orquestras têm, já há alguns anos, seus próprios selos que lançam seus CDs (uma tendência neste século XXI), e por motivos comerciais privilegiaram pesos-pesados do repertório sinfônico sob a regência de Jansons: Sinfonias de Brahms e de Mahler, Balés de Stravinsky, etc.

Nessa coleção de gravações de rádio da Orquestra do Concertgebouw, Brahms, Mahler e Stravinsky também aparecem, mas o que mais me interessa aqui é a presença de outros nomes que mostram a diversidade da música orquestral do século XX: o polonês Lutoslawski, o tcheco Martinů, os franceses Messiaen, Poulenc e Varèse, o russo Prokofiev… Poderíamos desejar também música brasileira, mexicana, um pouco mais dos poloneses… enfim, não se pode ter tudo.

A coleção, aos meus ouvidos, começa muito bem, com uma envolvente interpretação da Sinfonia Fantástica em que se nota a concentração absoluta de toda a orquestra nos pizzicati, tremolos, valsa com harpas, marcha com tutti de metais e outras formas expressivas do genial orquestrador que foi Berlioz. Depois o nível cai em uma La Valse de Ravel quase no piloto automático, com bem menos espírito dançante do que as gravações de Haitink/Concertgebouw ou Munch/Boston. Mas o nível melhora muito com uma interpretação de tirar o fôlego do Concerto para Orquestra de Lutoslawski. Estreado em Varsóvia em 1954 e logo alcançando notoriedade dos dois lados da Cortina de Ferro, esse Concerto encerrou em grande estilo a primeira fase de Lutoslawski como compositor. Nessa fase, ele se inspirava bastante em melodias folclóricas polonesas. Após obras mais curtas, de câmara ou para voz e orquestra, ele resolveu fazer esse Concerto de maior fôlego, antes de se aventurar por caminhos mais vanguardistas. Obviamente está presente o tempo todo a inspiração de Bartók, aliás este último aparece também nessa caixa de Jansons com seu Concerto para Orquestra, de 1943, em uma interpretação sem defeitos, mas menos espetacular que este Bartók aqui e este aqui.

E então chegamos às grandes Sinfonias, com destaque para uma 6ª de Tchaikovsky e uma 7ª de Mahler com a sonoridade marcante do Concertgebouw e a energia das apresentações ao vivo. Há também Strauss, Hindemith, uma obra juvenil e romântica de Webern… um programa com um pouco para cada gosto, como é de bom tom para a temporada anual de uma grande orquestra.

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014

CD 1:
Hector BERLIOZ
Symphonie fantastique, Op. 14 (1830)

Maurice RAVEL
La Valse (1919/20)

Baixe aqui – Download here – CD1

CD 2:
Witold LUTOSŁAWSKI
Concerto for Orchestra (1954)

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY
Symphony No. 6, Op. 74 ‘Pathétique’ (1893)

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CD 3:
Béla BARTÓK
Concerto for Orchestra (1943)

Gustav MAHLER
Symphony No. 7 in E minor (1st and 2nd movements) (1905)

Baixe aqui – Download here – CD3

CD 4:
Gustav MAHLER
(Cont.) Symphony No. 7 in E minor (3rd, 4th & 5th movements)

Paul HINDEMITH
Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber (1943)

Peter-Jan WAGEMANS
Moloch (2000)

Baixe aqui – Download here – CD4

CD 5:
Richard STRAUSS
Till Eulenspiegels lustige Streiche, Op. 28 (1895)

Anton WEBERN
Im Sommerwind (1904)

Johannes BRAHMS
Symphony No. 1 in C minor, Op. 68 (1876)

Baixe aqui – Download here – CD5

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, Mariss Jansons

Concertgebouw Amsterdam significa Sala de Concertos de Amsterdam. Os holandeses são bem práticos com nomes…

Pleyel

Hector Berlioz (1803-1869): Les Nuits d’été, La mort de Cléopatre

Hector Berlioz (1803-1869): Les Nuits d’été, La mort de Cléopatre

A gente começa a ouvir este CD e toma um susto. A qualidade da voz — linda, linda — e a musicalidade, ou seja, a perfeição de Véronique Gens é de surpreender mesmo. Les nuits d’été, de Berlioz, recebeu algumas gravações de destaque ao longo dos anos, dentre as quais se sobressai a de Victoria de los Angeles. Véronique Gens não fica abaixo e isso não é uma surpresa para os admiradores de seus ótimos discos dedicados a Handel e à música francesa. Ela é leve e expressiva, dando sempre a resposta emocional exigida pela música. O apoio orquestral é de primeira linha. A longa cena dramática, La mort de Cléopatre, é incrivelmente bem cantada e tocada, mas o restante é igualmente muito bom. Enfim, um Berlioz que presta!

Hector Berlioz (1803-1869) :Les Nuits d’été, La mort de Cléopatre

1. Les Nuits d’été Op. 7: Villanelle 2:07
2. Les Nuits d’été Op. 7: Le spectre de la rose 5:46
3. Les Nuits d’été Op. 7: Sur les lagunes 5:20
4. Les Nuits d’été Op. 7: Absence 4:10
5. Les Nuits d’été Op. 7: Au cimetière 4:53
6. Les Nuits d’été Op. 7: L’île inconnue 3:37
7. La mort de Cléopâtre 19:49
8. La captive Op. 12 7:40
9. 9 Mélodies, ‘Irlande’ Op. 2: V. La belle voyageuse 4:24
10. Zaïde Op. 19 No. 1 3:25

Les Nuits d’été, song cycle for voice & piano (or orchestra), H. 81 (Op. 7)
Performed by Lyon National Opera Orchestra
with Veronique Gens
Conducted by Louis Langree

La Mort de Cléopâtre, for soprano & orchestra, H.36
Performed by Lyon National Opera Orchestra
with Veronique Gens
Conducted by Louis Langree

La Captive for voice & piano (or orchestra), H. 60 (Op. 12)
Performed by Lyon National Opera Orchestra
with Veronique Gens
Conducted by Louis Langree

La Belle voyageuse (“Elle s’en va”), song for voice & piano (Neuf Mélodies irlandaises), H. 42a, Op. 2/4
Performed by Lyon National Opera Orchestra
with Veronique Gens
Conducted by Louis Langree

Zaïde, boléro for voice, castsnets & piano or orchestra (Feuillets d’album), H. 107 (Op. 19/1)
Performed by Lyon National Opera Orchestra
with Veronique Gens
Conducted by Louis Langree

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E ainda tem uma voz maravilhosa e canta!

PQP

Héctor Berlioz (1803-1869) – Harold en Italie, Les Nuits d´été – Les Siècles, François-Xavier Roth, Tabea Zimmerman, Stéphane Degout

Interessante entrevista do maestro François-Xavier Roth, inclusa no booklet desta gravação:

O que Berlioz significa para você e Les Siècles?
Berlioz tem sido uma forte presença na história de Les Siècles virtualmente desde que a orquestra foi formada, mas ainda mais forte desde que fomos associados à sua aldeia natal, La Côte-Saint-André, onde tocamos todos os anos onde tocamos todos os anos como parte do maravilhoso Festival de Berlioz, do qual Bruno Messina é o diretor. Eu descobri essa música graças à geração mais velha, mas também durante o início de minha carreira como maestro, quando fui assistente de Sir Colin Davis, que era então o diretor musical da London Symphony Orchestra. O primeiro trabalho que preparei com eles foi Les Troyens. Tive a sorte de ajudar sir John Eliot Gardiner no Théâtre du Châtelet, também em Les Troyens. Com ele, descobri outra dimensão do compositor: Berlioz em instrumentos de época. Assim, no início dos anos 2000, Berlioz entrou na minha vida como maestro de uma maneira absolutamente decisiva e devastadora, e ele nunca mais me deixou.

O que o timbre de um barítono como Stéphane Degout traz para Les Nuits d’été?
Neste ciclo, surge a questão de qual voz usar, porque é escrita para diferentes faixas vocais. Eu acho que com Stéphane Degout estamos em uma situação ideal que vai muito além de seu tipo de voz – um barítono na tradição francesa, extraordinariamente nobre e expressivo, caracterizado por sua beleza flexível e sua inteligência com palavras. O que ele traz para o repertório da música em geral e a melodie francesa em particular faz dele um intérprete de primeira classe e era óbvio para mim que ele era a pessoa certa para atribuir este ciclo.

Qual é o papel específico dos instrumentos do tempo de Berlioz que a orquestra usa aqui?
Berlioz, como outros orquestradores inovadores, trouxe as melhores qualidades dos instrumentos que tinha à sua disposição na época. Ele manteve-se atualizado com os últimos desenvolvimentos na fabricação de instrumentos e, como um chef, estava disposto a usar o ingrediente certo para temperar sua receita musical. É realmente emocionante encontrar os sabores originais dos instrumentos de seu tempo porque você percebe quase instantaneamente o que eram essas novas combinações de timbres. Com instrumentos mais recentes ou modernos, seria muito mais difícil alcançar a mistura sônica, enquanto que com aqueles que Berlioz estava familiarizado, você pode entender imediatamente o que ele estava procurando e como ele queria criar suas novas cores. Você pode apreciar essas combinações sem precedentes na orquestra sinfônica e até mesmo em Les Nuits d’été, que exige uma orquestra menor.

A outra obra-prima deste disco é Harold en Italie com Tabea Zimmermann. Você diria que as questões interpretativas são comparáveis ​​às de Les Nuits d’été ou diferentes?
Com Harold en Italie nos encontramos com outra faceta de Berlioz. A única coisa que tem em comum com Les Nuits d’été é que tem um protagonista que faz um papel solo. Isso é bastante óbvio com Les Nuits d’été, já que temos uma voz solo cantando os textos com acompanhamento orquestral, mas com Harold en Italie, as coisas são muito mais complexas: a viola não é uma solista concertante, como seria em um romântico. Concerto, mas sim um personagem musical, um narrador, um ator na história de Harold que está relacionado a nós. Berlioz inventou um papel genuinamente novo aqui na relação entre o solista e a orquestra. Costumo comparar Harold ao Don Quixote de Richard Strauss – um poema sinfônico com um violoncelista principal que também parece incorporar um personagem. Em Harold en Italie, Berlioz inventou essa mesma forma, obviamente muito antes de Richard Strauss.

Você diria que nos mostra um Berlioz em busca de novas orientações artísticas neste programa?
Pode-se pensar que temos dois trabalhos nesta gravação que têm pouco em comum – Harold en Italie apresenta uma enorme orquestra, enquanto Les Nuits d’été é para um grupo muito menor. No entanto, eles estão ligados pelo fato de que Berlioz inventou novas formas aqui: foi a primeira vez que um compositor escreveu um ciclo de canções acompanhado por uma orquestra, e que alguém criou esse tipo de poema sinfônico com viola principal. Então, é verdade, este disco destaca como Berlioz inventou novos caminhos para a música.

P.S. Como não poderia deixar de ser, mais uma vez a Harmonia Mundi dá um show de qualidade em matéria de gravação, intérpretes, edição do booklet que segue em anexo ao arquivo de áudio traz muitas informações importantes. A tradução da entrevista acima fiz por conta e risco, com um pouco de ajuda do tradutor do Google, mas ela está lá, em três idiomas…

HECTOR BERLIOZ (1803-1869) Harold en Italie
Symphonie avec un alto principal en 4 parties, op. 16, H. 68 D’après Childe Harold’s Pilgrimage de George Gordon Byron  |
1 No 1. Harold aux montagnes. Scènes de mélancolie, de bonheur et de joie. Adagio – Allegro 15’14
2 No 2. Marche de pèlerins chantant la prière du soir. Allegretto 7’51
3 No 3. Sérénade d’un montagnard des Abruzzes à sa maîtresse. Allegro assai 5’58
4 No 4. Orgie de brigands. Souvenirs des scènes précédentes. Allegro frenetico 11’44

Les Nuits d’été Six mélodies avec un petit orchestre, op. 7, H. 81B Poèmes de Théophile Gautier (extraits de La Comédie de la mort)
5 1. Villanelle, H. 8 2’12
6 2. Le Spectre de la rose, H. 83 6’40
7 3. Sur les lagunes – Lamento, H. 84 5’43
8 4. Absence, H. 85 5’45
9 5. Au cimetière – Clair de lune, H. 86 5’41
10 6. L’Île inconnue, H. 87 3’37

Tabea Zimmermann, alto
Stéphane Degout, baryton
Les Siècles
François-Xavier Roth

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Sabine Devieilhe – Mirages – Alexandre Tharaud, François-Xavier Roth, Les Siècles

A voz da soprano Sabine Devieilhe é o grande destaque deste belíssimo CD. E é ela quem o apresenta:

“Este álbum veio através do meu desejo de gravar Lakmé, um papel que tem sido muito querido para o meu coração desde que eu o fiz pela primeira vez no palco em 2012.
Para este personagem de Lakmé, Leo Delibés compôs algumas das mais belas músicas já compostas para soprano coloratura. Sua abordagem artística era essencialmente francesa, pois sempre fazia da voz o centro das atenções, com uma orquestração que às vezes é diáfana (quando uma heroína recita uma oração) e às vezes deslumbrante (nos grandes duetos amorosos).
Foi esse trabalho que despertou meu amor pela ópera francesa do século XIX. Mas Lakmé também surgiu no contexto de artistas europeus, tornando-se mais abertos a influências de terras distantes. Os ouvidos ocidentais estavam ansiosos por fazer viagens musicais e poéticas, e as pessoas eram cada vez mais receptivas a perfumes de longe.” Esta sua apresentação em sua íntegra se encontra no booklet que está anexado ao arquivo.

Dois momentos memoráveis deste CD é a magnífica ”Viens, Mallika’, com a ‘Duo das Flores’, uma das mais belas árias já compostas, e ‘La Romance d’Ariel” de Debussy. A voz de Sabine Devieilhe é alguma coisa de outro mundo. Tenho certeza que os senhores irão amar este CD.

1 Messager Madame Chrysanthème, Act 3 ‘Le jour sous le soleil béni’ (Madame Chrysanthème)
2 Debussy Pelléas et Mélisande, Act 3 ‘Mes longs cheveux descendent’ (Mélisande)
3 Delibes Lakmé, Act 2 ‘Où va la jeune Hindoue’ (Lakmé)
4 Delage 4 poèmes hindous – I. Madras
5 Delage 4 poèmes hindous – II. Lahore
6 Delage 4 poèmes hindous – III. Bénarès
7 Delage 4 poèmes hindous – IV. Jeypur
8 Debussy La Romance d’Ariel
9 Delibes Lakmé, Act 1 ‘Viens, Mallika’ (Lakmé, Mallika)
10 Stravinsky Le Rossignol, Act 2 ‘Ah, joie, emplis mon coeur’ (Le Rossignol)
11 Thomas Hamlet, Act 4 ‘À vos jeux, mes amis’ (Ophélie)
12 Berlioz La mort d’Ophélie
13 Massenet Thaïs, Act 2 ‘Celle qui vient est plus belle’ (La Charmeuse, Crobyle, Myrtale)
14 Koechlin Le voyage
15 Delibes Lakmé, Act 3 ‘Tu m’as donné le plus doux rêve’ (Lakmé)

Sabine Devieilhe – Soprano
Alexandre Tharaud – Piano
Jodie Devos – Soprano
Marianne Crebassa – Mezzo-Soprano
Les Siècles
François-Xavier Roth – Conductor

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Hector Berlioz – Symphonie Fantastique, Op. 14, Lélio, ou le retour à la vie, Op. 14bis – Jean Martinon,

Dando continuidade às comemorações aos 150 anos da morte de Hector Berlioz, o que trago hoje provavelmente é sua obra mais conhecida, amada por uns, odiada por outros, a ‘Sinfonia Fantástica’. Deixei nas mãos de Jean Martinon a responsabilidade de mostrar a obra a quem não conhece. mesmo sendo gravações realizadas lá na década de 1960 e que ainda nos atraem. Graças a tecnologia temos acesso a este fantástico material.

Épisodes de la vie d’un artiste I
Symphonie fantastique Op.14 H48 (1830)
1 I. Rêveries – Passions: Largo – Allegro agitato e appassionato assai – Religiosamente -15.13
2 II. Un Bal (Valse): Allegro non troppo*  – 6.44
3 III. Scène aux champs: Adagio† – 17.24
4 IV. Marche au supplice: Allegretto non troppo – 4.56
5 V. Songe d’une nuit de sabbat: Larghetto – Allegro – 9.59
*Jacques Lecointre cornet · †Paul Taillefer cor anglais & Jean Dupin oboe
Orchestre National de l’O.R.T.F. · Jean Martinon

Épisodes de la vie d’un artiste II
Lélio, ou le Retour à la vie Monodrame lyrique en six parties Op.14bis H55b (1831/1855) for narrator, soloists, chorus & orchestra
6 No. 1 Monologue: « Dieu ! Je vis encore » (Lélio) – 2.13
7 No. 2 Ballade de Goethe: « L’onde frémit » (Horatio) – 5.55
8 No. 3 Monologue: « Étrange persistance » (Lélio) – 2.30
9 No. 4 Chœur d’ombres: « Froid de la mort » (Chorus) – 6.22
10 No. 5 Monologue: « Ô Shakespeare ! » (Lélio) – 3.03
11 No. 6 Chanson de brigands: « J’aurais cent ans » (Le Capitaine, Chorus) – 4.20

Lélio: Jean Topart narrator · Horatio un pêcheur: Charles Burles tenor
Voix imaginaire de Lélio: Nicolai Gedda tenor · Le Capitaine: Jean van Gorp baritone
Marie-Claire Jamet harp · Michel Sendrez piano
Chœur & Orchestre National de l’O.R.T.F. · Jean Martinon

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Hector Berlioz (1803-1869) – Aberturas – Diversas Orquestras e Maestros

No próximo dia 8 de março comemoram-se os 150 anos da morte de Hector Berlioz, compositor francês amado por uns, odiado por outros. Eu, FDPBach, provavelmente sou o único dentre meus colegas que admiram a obra desse compositor, e por isso, farei uma série de postagens em sua homenagem, claro se o tempo e a oportunidade assim o permitirem.

Duas das principais gravadoras já iniciaram as comemorações, cada uma de sua forma. A Sinfônica de Londres, por meio de seu selo, LSO Live, por exemplo, lançou a ‘Berlioz Odissey’, onde deixou a cargo  do grande Sir Colin Davis a responsabidade da homenagem. Claro que de forma apenas simbólica, já que o maestro inglês faleceu já há alguns anos. Mas Davis foi um dos grandes divulgadores da obra de Berlioz. gravou diversos discos com suas obras, até praticamente o final de sua vida.

Já a gravadora Warner, dona de um enorme acervo, nos brindou com uma magnífica caixa com 30 cds. e ali encontramos basicamente toda a obra de Berlioz, interpretada por grandes maestros do passado, como Sir Adrian Boult, Louis Frémaux,  Jean Martinon, Leonard Bernstein, entre outros. Pretendo mesclar as postagens, trazendo para os senhores cds das duas coleções citadas.

Vou começar, então, com um CD que traz Aberturas diversas, nas mãos de diversos maestros. Espero que apreciem. Estou particularmente ansioso com esse projeto.

CD 1

1 Les Francs-juges grande ouverture Op.3 H23d (1826) – 11.29
The London Classical Players ·
Sir Roger Norrington

2 Waverley grande ouverture Op.1 H26 (1826) – 10.14
3 Le Roi Lear grande ouverture Op.4 H53 (1831) -15.41
4 Rob-Roy intrata di Rob-Roy MacGregor overture H54 (1831) – 12.01
London Philharmonic Orchestra ·
Sir Adrian Boult

Le Carnaval romain ouverture caractéristique Op.9 H95 (1843-1844)
5 I. Allegro assai con fuoco – 0.23
6 II. Andante sostenuto – 3.23
7 III. Allegro vivace – 4.39
Royal Concertgebouw Orchestra ·
Mariss Jansons

8 Le Corsaire ouverture H101 (1844) – 8.37
London Symphony Orchestra ·
André Previn

9 Marche troyenne arrangement pour les concerts de musique des Troyens H133b (1864) – 5.26
City of Birmingham Symphony Orchestra ·
Louis Frémaux

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Mendelssohn (1809-1847) & Berlioz (1803-1869): O Último Concerto de Abbado na Filarmônica de Berlim

Mendelssohn (1809-1847) & Berlioz (1803-1869): O Último Concerto de Abbado na Filarmônica de Berlim

Berlioz é um compositor bem chatinho. Mesmo que aqui tenhamos sua maior obra, vou lhes contar… Há brevíssimos momentos interessantes no 2º, 4º e 5º movimentos. Brevíssimos. É como um afogado cuja cabeça por voltas sai para fora d`água sob seus manotaços, mas que vai irremediavelmente afogar-se na vulgaridade do compositor. Já os excertos de Sonhos de uma Noite de Verão, de Mendelssohn, são de outro departamento. Mas foi este o repertório capenga do último concerto de Abbado com a Filarmônica de Berlim. Importante: Abbado foi titular da orquestra e este não é seu concerto de despedida como titular (o repertório desta despedida era bem mais decente: Rei Lear, de Shostakovitch, Schicksalslied, de Brahms e os Rückert-Lieder, de Gustav Mahler). Esta gravação foi apenas a última vez que ele atuou como convidado à frente da orquestra. Um álbum duplo caça-níqueis. O CD é merecidamente mal avaliado nos sites especializados.

Disc 1
Felix Mendelssohn — Sonho de Uma Noite de Verão, Op. 61 (Excertos)

1 No. 1 Allegro di molto – Poco ritenuto 12:04
2 No. 1 Scherzo: Allegro vivace 4:47
3 No. 3 Song with Chorus: »You Spotted Snakes with Double Tongue« – Allegro ma non troppo (Solo Sopranos I and II, Female Choir) 4:14
4 No. 5 Intermezzo: Allegro appassionato – Allegro molto comodo 3:58
5 No. 7 Notturno: Andante tranquillo 5:45
6 No. 9 Wedding March: Allegro vivace 4:55
7 No. 13 Finale: »Through the House Give Glimmering Light« – Allegro di molto 4:27

Disc 2
Hector Berlioz — Sinfonia Fantástica, Op. 14

1 I. Rêveries – Passions: Largo – Allegro agitato e appassionato assai – Religiosamente 15:51
2 II. Un bal: Valse. Allegro non troppo 6:44
3 III. Scène aux champs: Adagio 16:06
4 IV. Marche au supplice: Allegretto non troppo 6:46
5 V. Songe d’une nuit du Sabbat – Dies Irae – Ronde du Sabbat – Dies Irae et Ronde du Sabbat ensemble: Larghetto – Allegro 10:18

Deborah York, soprano
Stella Doufexis, mezzo-soprano
Damen des Chores des Bayerischen Rundfunks
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado

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PQP

100 anos de Leonard Bernstein — Hector Berlioz (1803-1869): Symphonie Fantastique, op. 14

100 anos de Leonard Bernstein — Hector Berlioz (1803-1869): Symphonie Fantastique, op. 14

Nós, do PQPBach, estamos fazendo uma série de postagens em homenagem a este grande maestro, que completaria 100 anos em 2018. Estas postagens seguirão até a data de seu nascimento, dia 25 de agosto. Aqui, todas as postagens.

Leonard Bernstein ficou famoso como maestro e como compositor, por motivos que não vou nem precisar listar. Lenny também foi um grande educador. No campo da educação tradicional, entre seus alunos famosos, podemos citar a maestrina Marin Alsop e o maestro Michael Tilson Thomas. E talvez seja ainda mais importante a forma como ele inovou na utilização da TV: entre 1958 e 72, nos Young People’s Concerts, ele falava sobre Beethoven, sobre romantismo, sobre Mahler e sobre atonalismo em linguagem de televisão, de forma simples e ao mesmo tempo sem estupidificar o público. Tá tudo, ou quase, no Youtube, é claro…

O disco que trago nesta sexta-feira 13 contém a famosa Sinfonia Fantástica de Berlioz e em seguida uma faixa bônus, com Bernstein comentando a sinfonia e dando exemplos musicais. Após ouvir Bernstein comentar sobre o tema principal (idée fixe – ideia fixa), sobre como a sinfonia é descrita por Berlioz como uma alucinação de um amante embriagado de ópio, sobre os dois últimos movimentos que incluem uma marcha até a guilhotina e uma orgia diabólica com bruxos e bruxas, duvido que vocês ouçam essa sinfonia da mesma forma.

‘Pretty spooky stuff. And it’s spooky because those sounds you’re hearing come from the first psychedelic symphony in history, the first musical description ever made of a trip, written one hundred thirty odd years before the Beatles, way back in 1830 by the brilliant French composer Hector Berlioz.’ Lenny Bernstein, 1968

Hector Berlioz: Symphonie Fantastique
1. Rêveries, passions
2. Un bal
3. Scène aux champs
4. Marche au supplice
5. Songe d’une nuit du Sabbat

New York Philharmonic, Leonard Bernstein, 1963

6. Bonus track: Berlioz takes a trip (Leonard Bernstein, 1968)

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Bernstein regendo Berlioz, Mahler ou Beethoven significa: fortes emoções
Bernstein regendo Berlioz, Mahler ou Beethoven significa: fortes emoções

Pleyel

Berlioz: Grande Symphonie Funèbre et Triomphale, etc. – The Wallace Collection, John Wallace NIMBUS 1989

Berlioz é um compositor bastante singular: autor de obra relativamente breve, teve seu nome gravado na história da música não apenas pelo veio melódico que marcou os primórdios do romantismo, mas também pela inovação, ousadia e inventividade principalmente no quesito orquestração. Berlioz foi virtuose de apenas um instrumento: a orquestra sinfônica. Mas é uma obra de altos e baixos. Ao mesmo tempo grandiloquente e apelativa, ruidosa como apelo romântico, mas educada pela polidez francesa, é uma obra contraditória, e, contudo, fascinante.

Confesso que considero muitos de seus momentos tediosos, mas a originalidade na combinação de timbres acaba por deixar a maioria deles no ostracismo, revelando, afinal, um compositor de gênio.

Este é o caso desta obra, a Grande Sinfonia Fúnebre e Triunfal. Ofuscada pelos hits mais populares, como a Sinfonia Fantástica, Haroldo na Itália, o Réquiem ou o Te Deum, fora suas irresistíveis aberturas sinfônicas, apesar de não ter o mesmo apelo, não deixa a desejar no quesito originalidade. Escrita para uma grande orquestra de sopros (leia-se Banda Sinfônica), foi encomendada para comemorar o décimo aniversário da revolução de 1830, e seus enormes recursos instrumentais (exige 200 músicos e coro para uma execução que se destinava ao ar livre) limitam muito suas apresentações. Ademais, é uma obra dramática, contemplativa, pouco adequada à apresentações de Bandas, o que faz dela basicamente uma obra negligenciada. Felizmente temos a gravação. Só para constar, talvez a melhor frase que a defina tenha sido dita por Wagner, que estava na sua estréia: “extraordinária da primeira à última nota”.

O disco tem, de quebra, um monte de outras peças de compositores franceses, não muito contemporâneos de Berlioz, mas que escreveram música baseados no mesmo propósito: a Revolução Francesa e suas consequencias, incluindo uma excelente versão da Marselhesa. Vale cada minuto.

Berlioz: Grande Symphonie Funèbre Et Triomphale
Gossec: Symphonie Militaire
Jadin: Overture in F
Gossec: Marche Lugubre
Cherubini: Hymne à la Victoire
Lefevre: Hymne à l’Agriculture
Rouget de Lisle: Hymne à la liberté (La Marseillaise)

The Wallace Collection, John Wallace

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Arquivo FLAC, 242Mb

Chucruten

Hector Berlioz – The Berlioz Experience – CDs 2 e 3 de 10 – Harold en Italie op.16, Le Carnaval romain op.9, Roméo et Juliet op.17 – Maazel, Christ, Ozawa, BSO, Van Dam. et. all

51Mn1jSCZPL._SS280Mais dois cds do projeto Berlioz da Deutsche Grammophon, desta vez trazendo outra obra bem conhecida do francês, “Haroldo na Italia”, uma belíssima composição, sub-intitulada ‘Sinfonia em Quatro Partes com uma Viola Solo’. A descrição de seus movimentos é semelhante à da Sinfonia Fantástica:

Primeiro Movimento: Haroldo nas Montanhas – Cenas de Melancolia, de Felicidade e de Alegria (Harold aux Montagnes – Scènes de Mélancolie, de Bonheur et de Joie) Adagio; Allegro.
Segundo Movimento: Procissão dos Peregrinos Cantando a Prece Vespertina – (Marche des Pelèrins Chantant la Prière du Soir) Alegretto.
Terceiro Movimento: Serenata de um Montanhês dos Abruzzos a sua Amada – (Sérénade d’un Montagnard des Abruzzes à sa Maîtresse) Allegro Assai.
Quarto Movimento: Orgia de Salteadores. Lembranças das Cenas Precedentes -(Orgie de Brigands. Souvenirs des Scènes Précédentes) Allegro Frenetico; Adagio; Allegro; Tempo I.

A obra foi composta baseada em um poema do inglês Lord Byron, e encomendada por Paganini. porém este não ficou contente com o resultado, e a obra foi estreada por outro solista.
Esta gravação da Deutsche Grammophon ficou a  cargo de Lorin Maazel, frente a Filarmônica de Berlim, e o solista é o próprio primeiro violista da orquestra, Wolfram Christ.
O CD também traz o Carnaval Romano, também com o Maazel e  a Filarmônica de Berlim, e então temos outra sinfonia, descrita como uma Sinfonia Dramática com coro e solistas, baseado na obra imortal de Shakespeare.

Estou disponibilizando dois cds, para o “Romeo & Juliet” não ficar incompleto. Espero que apreciem.

01 – Harold en Italie op.16_ 1. Harold aux montagnes, Scènes de mélancolie, de bonheur et de joie
02 – Harold en Italie op.16_ 2. Marche de pélerins chantant la prière du soir
03 – Harold en Italie op.16_ 3. Sérénade d’un montagnard des Abruzzes à sa maîtresse
04 – Harold en Italie op.16_ 4. Orgie de brigands. Souvenirs des scènes précédentes

Wolfram Christ – Viola
Berliner Philharmoniker
Lorin Maazel – Conductor

05 – Le Carnaval romain op.9, Ouverture charactéristique

Berliner Philharmoniker
Lorin Maazel – Conductor

06 – Roméo et Juliet op.17_ I 1. Introduction_ Combats – Tumultes – Intervention du Prince, 2. Prologue
07 – Roméo et Juliet op.17_ I Récitatif choral ‘D’anciennes haines endormies’
08 – Roméo et Juliet op.17_ I Premiers transports que nul n’oublie!’
09 – Roméo et Juliet op.17_ I Récitatif et Scherzetto ‘Bientôt de Roméo la pâle rêverie’

Julia Hamari – Mezzo Soprano
Jean Dupoy – Tenor
Jose van Dam – Bass, Baritone
Boston Symphony Orchestra
Seiji Ozawa – Conductor

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Hector Berlioz – The Berlioz Experience – Symphonic, Choral, Vocal Work – CD 1 de 10 – Vários Intérpretes

51Mn1jSCZPL._SS280Já há muitos anos ensaio a postagem desta coleção da Deutsche Grammophon, mas algo sempre me impedia, ou impede.
Reconheço que Berlioz é um compositor negligenciado cá pelas bandas do PQPBach. Talvez pelo fato de conhecermos apenas algumas de suas obras, principalmente sua “Sinfonia Fantástica”, ou a obra para viola e orquestra “Harolde en Italie”.
A escolha dos intérpretes deixa um pouco a desejar, ainda mais vindo da parte do selo do nível da Deutsche Grammophon.
Mas deixo os senhores formularem seus comentários. A coleção tem nove CDs, e trarei todos na medida do possível.
Neste primeiro CD temos a Sinfonia Fantástica,  e algumas outras peças menos conhecidas.

01 – Symphonie fantastique op.14_ 1. Rêveries – Passions
02 – Symphonie fantastique op.14_ 2. Un bal – Allegro non troppo
03 – Symphonie fantastique op.14_ 3. Scène aux champs – Adagio
04 – Symphonie fantastique op.14_ 4. Marche au supplice – Allegro non troppo
05 – Symphonie fantastique op.14_ 5. Songe d’une nuit de Sabbat – Larghetto-Allegro
06 – ‘Benvenuto Cellini ‘ op.23_ Overture
07 – ‘Le Corsaire’ op.21_ Overture

Orchestre de L´Opéra Bastille
Myung-Whun Chung

08 – ‘Les Troyens’, Act IV_ Chasse royale et orage

RIAS Kammerchor – Rundfunkchor Berlin
Berliner Philharmoniker
James Levine – Conductor

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Maria Callas – Gravações em Estúdio Completas – CDs 52-60 de 70 – Marc Antoine Charpentier (1643-1704), Christoph Willibald Gluck (1714-1787), Ludwig Van Beethoven (1770-1827), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), Carl Maria Von Weber (1786-1826), Vincenzo Bellini (1801-1835), Hector Berlioz (1803-1869), Ambroise Thomas (1811-1896), Charles Gounod (1818-1893), Amilcare Ponchielli (1834-1886), Camille Saint-Saëns (1835-1921), Georges Bizet (1838-1875), Jules Massenet (1842-1912) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Repostagem original de 27 de novembro de 2012.

Hoje Callas brilha em La Gioconda. A gravação do grupeto de 3 Cds é de 1959, período em que Maria Callas já era uma popstar do canto lírico, mais que consagrada. Suas apresentações causavam frisson onde ocorriam e atraíam multidões. Ela estava no auge!

Em seguida, a segunda gravação de difícil Norma com Maria Callas nesta coleção. Foi um de seus papéis mais marcantes, além de ser considerado um dos papéis tecnicamente mais difíceis para soprano. A ópera trata do embate entre os gauleses e os romanos no século 1º d.C. e da história de amor não correspondido e traição entre a sacerdotisa gaulesa Norma e o centurião romano Pollione. Tudo certo para um bom libreto, que Bellini musica com maestria e que regente, orquestra e solistas do Scala executam com enorme brilho. 

Nos demais álbuns desse grupeto de hoje, Maria Callas já tinha atingido fama e reconhecimento que talvez nenhuma soprano lírica sequer teve em vida. Como afirmado em outras postagens, ela tornara-se uma popstar. Era incrível o afluxo de pessoas e a concorrência para vê-la. Para além disso, Callas possuía um porte esguio (mostrou que cantoras líricas não precisavam ser aquelas matronas italianas gordinhas e muitas vezes desleixadas) e uma elegância ímpar: era vestida pelos mais afamados estilistas e usava joias para ela desenhadas, o que fazia com que fosse frequentemente convidada para récitas e recepções em castelos, palácios, casas de príncipes e reis. Estava o tempo todo cercada por nobres, o que elevava ainda mais a sua fama e o seu status de divina.
As gravações que ora trazemos são de 1961 a 1964, três discos em que Callas encara uma produção mais ao restilo blockbuster: não grava óperas inteiras, mas faz récitas de árias pinçadas de várias obras, algo mais popular e que atingiria (mesmo que não fosse o intuito principal) públicos menos específicos, não tão ligados à ópera. Nesses álbuns, também teve a oportunidade, para quem gravara quase exclusivamente ópera romântica do século XIX, de fazer o registro sonoro de peças de autores barrocos, classicistas e pré-modernos. Com isso temos Charpentier, Gluck, Mozart, Saint-Säens, e até uma rara peça de Beethoven para soprano.

Pôxa, demais! Ouça! Deleite-se! Atinja o êxtase!

Palhinha: Maria Callas canta a Mozart (genial!): In Quali Eccessi, O Numi! …Mi Tradi Quell’ Alma Ingrata (faixa 06 do CD 60):

Maria Callas (1923-1977)
Complete Studio Recordings

CDs 52-54
Amilcare Ponchielli (1834-1886)
La Gioconda (3 CDs)
CD 52
01. Preludio
02. Feste E Pane! (1º Ato)
03. E Cantan Su Lor Tombe!
04. Figlia, Che Reggi Il Tremulo Pie
05. L’Ora Non Giunse Ancor Del Vespro Santo
06. Polso Di Cerro!
07. Suo Covo e Un Tugurio
08. Che? La Plebe Or Qui Si Arroga
09. Voce Di Donna O d’Angelo
10. Enzo Grimaldo, Principe Di Santafior, Che Pensi?
11. O Grido Di Quest’ Anima
12. Maledici? Sta Ben…L’Amor T’Accieca
13. O Monumento!
14. Carneval! Baccanal!
15. Angele Dei

CD 53
01. Ho! He! Ho! He! Fissa Il Timone! (2º Ato)
02. Pescator, Affonda L’Esca-
03. Pescator, Affonda L’Esca
04. Sia Gloria Ai Canti Dei Naviganti!
05. Cielo E Mar!
06. Ma Chi Vien?
07. Laggiu Nelle Nebbie Remote
08. E Il Tuo Nocchiere Or La Fuga T’Appresta
09. Stella Del Marinar!
10. E Un Anatema!
11. La Attesi E Il Tempo Colsi
12. L’Amo Come Il Fulgor Del Creato!
13. Il Mio Braccio T’Afferra!
14. Maledizion! Ha Preso Il Vol!
15. Vedi La, Nel Canal Morto

CD 54
1. Si! Morir Elle De’ ! (3º Ato)
2. Ombre Di Mia Prosapia
3. Qui Chiamata M’Avete? …Bella Cosi, Madonna
4. Morir! e Troppo Orribile!
5. La Gaia Canzone
6. O Madre Mia, Nell’ Isola Fatale
7. Benevenuti Messeri! Andrea Segredo!
8. Grazie Vo Rendo Per Le Vostre Laudi
9. Prodigio! Incanto!
10. Vieni! Lasciami!
11. Gia Ti Veggo Immota E Smorta
12. Nessun V’ha Visto? (4º Ato)
13. Suicidio!
14. Ecco, Il Velen Di Laura
15. Ridarti Il Sol, La Vita!
16. O Furibonda Jena
17. Ten Va Serenata
18. La Barca S’Avvicina
19. Quest’ Ultimo Bacio Cheil Pianto
20. Ora Posso Morir. Tutto e Compiuto
21. Vo’ Farmi Più Gaia, Più Fulgida Ancora

Maria Callas, soprano
Fiorenza Cossotto
Piero Cappuccilli
Coro e Orchestra della Scalla di Milano
Antonino Votto, regente
Milão, setembro de 1959

CDs 55-57
Vincenzo Bellini (1801-1835)
Norma (3 CDs)
CD 55
01. Sinfonia
02. Ite Suol Colle…Dell’ Aura Tua Profetica (1º Ato)
03. Svanir Le Voci!
04. Meco All’ Altardi Venere
05. Odi? I Suoi Riti A Compiere
06. Me Protegge, Me Difende
07. Norma Viene
08. Sediziose Voci
09. Casta Diva
10. Fine Al Rito, E Il Sacro Bosco
11. Ah! Bello A Me Ritorna
12. Sgombra e La Sacra Selva
13. Eccola-Va, Mi Lascia
14. Va, Crudele
15. Vieni In Roma

CD 56
01. Vanne, E Li Cela Entrambi
02. Adalgisa! Alma, Costanza
03. Oh, Rimembranza!
04. Ah Si, Fa Core, Abbracciami
05. Ma Di’ …l’Amato Giovine
06. Oh, Di Qual Sei Tu Vittima
07. Perfido! …Or Basti!
08. Vanne, Si, Mi Lascia, Indegno

CD 57
01. Introduzione (2º Ato)
02. Dormono Entrambi!
03. Ola! Clothilde!
04. Mi Chiami, O Norma?
05. Deh! Con Te, Con Te Li Prendi
06. Mira, O Norma
07. Cedi…Deh Cedi!
08. Si, Fino All’ Ore Estreme
09. Non Parti?
10. Guerrieri! A Voi Venirne
11. Ah! Del Tebro Al Giogo Indegno
12. Ei Tornera. Si!
13. Squilla Il Bronzo Del Dio!
14. Guerra! Guerra!
15. Ne Compi Il Rito, O Norma?
16. In Mia Man Alfin Tu Sei
17. Gia Mi Pasco Ne’ Tuoi Sguardi
18. Dammi Quel Ferro!
19. Qual Cor Tradisti
20. Norma! Deh! Norma, Scolpati!
21. Deh! Non Volerli Vittime

Maria Callas, soprano
Christa Ludwig, mezzo-soprano
Franco Corelli, tenor
Coro e Orchestra della Scalla di Milano
Tullio Serafin, regente
Milão, setembro de 1960

CD 58
Callas à Paris I (1 CD)

Christoph Willibald Gluck (1714-1787)
01. Orphée et Eurydice – J’ai Perdu Mon Eurydice
02. Divinites Du Styx – Divinites Du Styx
Georges Bizet (1838-1875)
03. Carmen – L’Amour Est Un Oiseau Rebelle
04. Carmen – Pres Des Remparts de Seville
Camille Saint-Saëns (1835-1921)
05. Samson et Dalila – Printemps Qui Commence
06. Samson et Dalila – Samson, Recherchant Ma Presence…Amour! Viens Aider Ma Faiblesse!
07. Samson et Dalila – Mon Coeur S’Ouvre a Ta Voix
Charles Gounod (1818-1893)
08. Romeo et Juliette – Ah! Je Veux Vivre Dans Ce Reve
Ambroise Thomas (1811-1896)
09. Mignon – Ah, Pour Ce Soir…Je Suis Titania
Jules Massenet (1842-1912)
10. Le Cid – De Cet Affreux Combat…Pleurez, Mey Yeux!
Marc Antoine Charpentier (1643-1704)
11. Louise – Depuis Le Jour

Maria Callas, soprano
Orquestra Nacional da Rádio da França
Georges Prêtre, regente
Paris, março-abril de 1961

CD 59
Callas à Paris II (1 CD)

Christoph Willibald Gluck (1714-1787)
01. Iphigenie en Tauride – O Malheureuse Iphigenie
Hector Berlioz (1803-1869)
02. La Damnation de Faust – d’Amour L’Ardente Flamme
Georges Bizet (1838-1875)
03. Les pêcheurs de perles – Me Voila Seule…Comme Autrefois
Jules Massenet (1842-1912)
04. Manon – Je Ne Suis Que Faiblesse…Adieu, Notre Petite Table
05. Manon – Suis-Je Gentille Ainsi? …Je Marche Sur Tous Les Chemins
06. Werther – Werther! Qui M’Aurait Dit…Des Cris Joyeux
Charles Gounod (1818-1893)
07. Fausto – Je Voudrais Bien Savoir…Il Etait Un Roi De Thule…O Dieu! Que De Bijoux…Ah! Je Ris

Maria Callas, soprano
Orquestra do Conservatório de Paris
Georges Prêtre, regente
Paris, maio de 1963

CD 60
Mozart, Beethoven & Weber (1 CD)

Ludwig Van Beethoven (1770-1827)
01. Ah, Perfido, op. 65 (Concerto-ária para soprano e orquestra)
Carl Maria Von Weber (1786-1826)
02. Oberon – Ocean! Thou Mighty Monster
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
03. Le nozze di Figaro – Porgi, Amor
04. Don Giovanni – Or Sai Chi L’Onore
05. Don Giovanni – Crudele? …Non Mi Dir
06. Don Giovanni – In Quali Eccessi, O Numi! …Mi Tradi Quell’ Alma Ingrata

Maria Callas, soprano
Orquestra do Conservatório de Paris
Nicola Rescigno, regente
Paris, dezembro de 1963 e janeiro de 1964

Só para os gulosos!
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POR FAVOR… TEÇA ALGUM COMENTÁRIO. DEU UM TRABALHÃO…

Bisnaga

Tributo a Sir Colin Davis – parte 2

Te Deum

berlioz_tedeumAgora, um pouco da música sacra de Hector Berlioz: o Te Deum, op.22, sob a inspirada batuta de Colin Davis em mais um volume do ciclo completo de suas obras, editado pela Philips nos anos 90.

O próprio Berlioz deu a dica sobre o caráter da obra, escrevendo a Liszt quando terminou a composição: “o Réquiem tem um irmão”. Como não poderia deixar de ser, obra grandiosa do pai da orquestração moderna, é escrita para coro triplo, órgão, tenor solista e grande orquestra, o que suscita no ouvinte, à primeira vista, a ideia costumeira em Berlioz de uma orquestração desmedida e exagerada, a exemplo de seu Réquiem. Ledo engano.

A obra é uma das mais bem equilibradas de Berlioz, tanto em inventividade temática quanto em requintes de orquestração. Berlioz, finalmente, conseguiu estabelecer um convívio harmônico entre a massa instrumental, vocal e a diversidade de timbres da grande orquestra.

Muito deste preconceito quanto ao exagero  do tamanho da orquestra vem de seu “Tratado de instrumentação e orquestração”, o primeiro do gênero, em que sugere uma orquestra ideal para fins festivos com nada menos que 456 músicos, incluindo 120 primeiros violinos, 12 fagotes, 12 trombones, 30 harpas e 30 pianos. É de se perguntar se o tal preconceito tem ou não fundamento… mesmo Strauss, Mahler e Schoenberg não chegaram perto de tamanho delírio. Mas felizmente, ele nunca chegou a escrever efetivamente para este conjunto, até porque trata-se de uma triplicação para ser exibida em festivais.

No fim das contas, dos grandes delírios orquestrais de Berlioz, esse é um dos melhores.

Em tempo: quando Colin Davis resolveu gravar a obra completa de Berlioz com uma orquestra tipicamente britânica, perguntaram a ele porque os franceses não o fizeram, ele respondeu: os franceses não gostam de Berlioz.

Berlioz: Te Deum, Op. 22
I.Te Deum
II.Tibi omnes
III.Dignare
IV.Christe, rex gloriae
V.Te ergo quaesumus
VI.Judex crederis

London Symphony Orchestra & Chorus
Wandsworth School Boys´Choir
Franco Tagliavini, tenor
Nicolas Kynaston, organ
Sir Colin Davis

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Chucruten

Tributo a Sir Colin Davis – Parte 1 [link atualizado 2017]

Eu realmente gosto de Colin Davis. Seu estilo honesto e requintado de reger deixou saudades. Sua leitura era sempre muito objetiva e pouco afetada; ademais, um sujeito que conseguia reger bem compositores tão díspares como Mozart e Stravinsky merece um bom crédito. Acho que foi um dos melhores de sua geração, e ela infelizmente está minguando sem deixar substitutos à altura. Uma pena.

De qualquer forma, graças a Deus que alguns loucos visionários do século XIX descobriram técnicas de registro sonoro, e, por conta disso, a gravação conseguiu fazer perpetuar algumas performances musicais que hoje nos enchem de deleite.

Uma delas é essa: a sinfonia Harold en Italie de Berlioz, pela batuta de Davis e o solo de Nobuko Imai. A obra em si já é curiosa: o mega popstar Paganini resolveu mostrar que era bom também na viola, e encomendou a alguns compositores obras com solo para este instrumento, entre eles Berlioz. Para ele, a escolha foi desastrosa; para o mundo da música, um tesouro. Berlioz nunca seria a pessoa mais indicada para escrever um concerto, já que o barato dele era – e sempre foi – escrever para orquestra. Aliás, Berlioz deve ser o único compositor que não tem nenhuma obra de câmara (até Bruckner tem!), e acabou escolhendo uma sinfonia descritiva sobre o personagem Byroniano Haroldo, sendo o dito representado pela viola. Paganini ficou furioso, pq a obra tinha pouco ou

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quase nada de passagens virtuosísticas (aqueles malabarismos musicais) que ele adorava apresentar, e nunca a tocou. E a sinfonia acabou sendo um sucesso berlioziano (se é que existe este termo), uma das mais hábeis e interessantes escritas para orquestra. Afinal, fazer uma grande orquestra berlioziana (gostei do termo) dialogar com uma viola, tem que saber onde se mete.

No mais, Davis gravou esta sinfonia outras vezes, a mais célebre tendo Menuhin como solista, mas eu sinceramente prefiro esta – não pelo solo, mas pela sonoridade da orquestra e da gravação. E Imai é um espetáculo à parte: uma japonesinha de meio metro de altura, mas que toca que é um gigante.

Esta gravação é de 1975, e foi lançada em CD pela Philips no Berlioz Complete Cycle em 1982. Vem, de lambuja, Tristia op.18 e o Preludio do III ato dos Troianos em Cartago. Como diz nosso amigo pqp, IMPERDÍVEL!

Berlioz: Harold en Italie, Tristia, Les Troyens Prélude

1 Harold en Italie, Op.16: 1. Harold aux montagnes (Adagio – Allegro)
2 Harold en Italie, Op.16: 2. Marche des Pèlerins (Allegretto)
3 Harold en Italie, Op.16: 3. Sérénade (Allegro assai – Allegretto)
4 Harold en Italie, Op.16: 4. Orgie des brigands (Allegro frenetico – Adagio – Allegro), Tempo I
5 Tristia, Op.18: 1. Méditation religieuse (after Thomas Moore)
6 Tristia, Op.18: 2. La mort d’Ophélie – Ballade (after Shakespeare)
7 Tristia, Op.18: 3. Marche funèbre pour la dernière scène d’Hamlet (Allegretto moderato)
8 Les Troyens à Carthage: Prélude à l’Acte II

Nobuko Imai, alto
Sir Colin Davis – London Symphony Orchestra

DOWNLOAD HERE

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Chucruten

Repostado por Bisnaga

Hector Berlioz (1803-1869) – Symphonie Fantastique, op. 14 – Sir Colin Davis (1927-2013), RCO, LSO

berlioz - frontPor algum motivo, resolvi postar esta gravação da Sinfonia Fantástica de Berlioz, realizada em 1968, para homenagear este que foi com certeza o maior regente inglês do século XX, Sir Colin Davis, me perdoem os fãs de Sir John Barbirolli.
Resolvi postar Berlioz porque para mim Berlioz/Davis eram uma dupla infalível. Davis gravou incansavelmente a obra do francês, a Philips inclusive lançou duas coleções, uma com 9 cds, com a obra orquestral, e a outra com 6 cds, que trazia a obra Sacra do francês, que em minha ignorância nunca acreditei ser tão grande. Mas enfim, Berlioz encontrou no inglês seu mais aguerrido defensor. E até o final de sua vida Davis continuou a apresentar e gravar sua obra.
Norman Lebrecht, o famoso crítico musical, publicou ontem em sua coluna uma curta e sincera nota, com o título de “Sad loss: The foremost English conductor of his time”. Sim, uma triste e lamentável perda. Se não me engano, o mano PQPBach teve a oportunidade de assistir a uma de suas apresentações frente à Sinfônica de Londres, ou neste ano ou no ano passado. Melhor que ninguém, ele pode dar sua opinião sobre este excepcional regente, Sir Colin Davis, que morreu no último dia 13, sábado, aos 85 anos de idade.

01 Symphonie Fantastique – 01 Reveries, Passions
02 Un bal
03 Scene aux champs
04 Marche au supplice
05 Songe d’une nuit du Sabbat

Royal Concertgebow Orchestra
Sir Colin Davis – Conductor

6 – Romeo and Juliet – 06 Scene d’amour
7 – 07 La reine Mab, ou la fee des songes

London Symphony Orchestra
Sir Colin Davis – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FDPBach

6a00d834ff890853ef00e54fa1de968833-800wi
Sir Colin Davis (1927-2013)

William Primrose – obras para Viola de Henri Casadesus (1879–1947), William Walton (1902–1983), Hector Berlioz (1803–1869) e Niccolò Paganini (1782-1840) [link atualizado 2017]

UM BAITA VIOLISTA !!!

Postado originalmente em 10 de março de 2012.

Damos prosseguimento à nossa sequência de peças para viola, este instrumento tão belo e injustiçado (agora falou alto o meu lado amargo de violista com remorso) e finalmente pousam aqui no P.Q.P.Bach algumas das exímias execuções de William Primrose (1904-1982). O escocês foi um dos maiores violistas que se tem registro, dono de técnica e precisão que deixariam qualquer dos melhores violinistas que já passaram por aí com, no mínimo, uma pontinha de inveja. Seu virtuosismo o levou a ser protagonista de uma quantidade bastante expressiva de gravações, num período em que ainda só existiam os LPs.

Neste LP transformado em CD o violista mostra sua versatilidade em três peças dedicadas ao instrumento.

pseudo-barroco Concerto par Viola que Henri Casadesus compôs e atribuiu a Händel (hoje editado com o nome de “no estilo de Händel) está com o andamento coisa de uns 40% mais rápido que o original, o que faz com que se exacerbe o virtuosismo de Primrose, mas que dificulta a percepção da linha melódica de extrema beleza da música de Casadesus (futuramente encontrarei um CD no qual esse concerto esteja em seu andamento original, mais lento, e o postarei aqui). São escolhas: o virtuosismo em detrimento da melodia… Ainda assim, a peça é extremamente bela, no mesmo nível do Concerto que Casadesus atribuiu a J.C.Bach, não menos apaixonante, que postamos anteriormente aqui. Em seguida nos é apresentado o belo, melodioso e delicado Concerto para Viola de William Walton, com todas as características das composições do século XX (e que você pode comparar com a versão gravada pelo poderoso violista Lawrence Power aqui). Nesta versão, a de Primrose, a regência está sob a batuta de nada menos que o próprio Walton, seu contemporâneo, e talvez por isso esteja mais próxima da concepção de seu autor. Não menos interessante é a terceira peça, do período romântico: a vibrante Haroldo na Itália, do francês Hector Berlioz. É a mais animada para fechar o CD, embora o papel do solo da viola seja o menos destacado das peças do álbum, ainda que os solos sejam muito bonitos. Há ainda uma quarta peça, o assustadoramente eloquente Capricho nº 5 de Niccolò Paganini, em transcrição feita para viola, que coloquei pra vocês como uma faixa-bônus, brindado-os com uma saideira do virtuosismo de William Primrose.

Ouça-o: tudo o que você achava sobre os violistas pode mudar depois desse álbum. Não perca!

Palhinha 1: Primrose executando o Capricho nº5 de Paganini

Palhinha 2: Primrose executando o Capricho nº24 de Paganini

Henri Casadesus (1879–1947)
Concerto para Viola em Si Menor no Estilo de Händel (A)
01. I. Allegro moderato
02. II. Andante ma non troppo
03. III. Allegro molto energico

William Walton (1902–1983)
Concerto para Viola (B)
04. I. Andante comodo
05. II. Vivo, con molto preciso
06. III. Allegro moderato

Hector Berlioz (1803–1869)
Harold in Italy (C)
07. I. Harold nas montanhas
08. II. Marcha dos peregrinos
09. III. Serenata
10. IV. Festa dos bandidos

Niccolò Paganini (1782-1840)
11. (faixa-bônus) Capricho nº 5

William Primrose, viola
A. RCA Victor Orchestra
Frieder Weissmann, regente
B. Philharmonia Orchestra
William Walton, regente
C. Boston Symphony Orchestra
Serge Koussevitsky, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (112Mb)
Ouça! Deleite-se! … 

Bisnaga

Hector Berlioz (1803-1869) – Le Carnaval Romain Overture, Op. 9 e Symphonie Fantastique for Orchestra, H.48, Op. 14

FDP postou há algum tempo atrás uma versão da Sinfonia Fantástica de Berlioz. Após ouvir esta convincente interpretação da obra de Berlioz com Abbado, resolvi postar. Fará frente àquela versão postada por FDP. O texto abaixo foi extraído da Wikipédia.

A Sinfonia Fantástica Opus 14, nome oficial Episódio da Vida de um Artista, Sinfonia Fantástica em Cinco Partes (em francês Épisode de la vie d’un artiste, symphonie fantastique en cinq parties), foi a primeira sinfonia de Hector Berlioz , composta no ano de 1830. é o verdadeiro nome da obra, apresentada no dia 5 dezembro de 1830 no Conservatório de Paris, sob a batuta do maestro François-Antoine Habeneck. Esta apresentação difere da que conhecemos hoje, uma vez que Berlioz revisou o trabalho durante anos e só veio a republicá-la em 1845.

É o trabalho mais conhecido de Berlioz e foi criado por inspiração de sua paixão pela atriz irlandesa Harriet Smithson, após vê-la representar o papel de Ofélia na peça Hamlet, de Shakespeare, no Teatro de Paris, em 1827, e também pela leitura de Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe. A obra é um marco na música francesa, pois inaugura o sinfonismo na França. Berlioz quebra a estrutura formal da sinfonia, formada de quatro movimentos, quando a apresenta com um movimento a mais. Berlioz redigiu um roteiro impresso em 1831 em que indicava o que o protagonista imaginava em cada movimento da obra. Para o autor, o artista, sob efeito do ópio, tem alucinações e estas são traduzidas em cinco situações indicadas através dos cinco movimentos.

Movimentos

* Movimento I
Visões e Paixões – Largo; Allegro Agitato e Appassionato Assai.

* Movimento II
Um Baile – Valse: Allegro Ma Non Troppo.

* Movimento III
Cena Campestre – Adagio.

* Movimento IV
Marcha para o Cadafalso – Allegretto Non Troppo.

* Movimento V
Sonho de uma Noite de Sabá – Larghetto; Allegro Assai.

História

A Sinfonia Fantástica foi executada pela primeira vez em 5 de dezembro de 1830 com a Orquestra formada por membros do Conservatório de Paris, tendo como condutor François-Antoine Habeneck. Sofreu inúmeras revisões pelo autor até ser publicada em 1845. O seu roteiro explicativo, que segundo o autor “é indispensável à completa intelecção do plano dramático da obra” também sofreu revisões ao longo do tempo.

Texto extraído DAQUI

Hector Berlioz (1803-1869) – Le Carnaval Romain Overture, Op. 9 e Symphonie Fantastique for Orchestra, H.48, Op. 14

Le Carnaval Romain Overture, Op. 9
01. Le Carnaval Romain Overture, Op. 9

Symphonie Fantastique for Orchestra, H.48, Op. 14
02. 1. Rêveries, Passions
03. 2. Un Bal
04. 3. Scène Aux Champs
05. 4. Marche Au Supplice
06. 5A. Songe D’Une Nuit Du Sabbat (Opening)
07. 5B. Dies Irae
08. 5C. Ronde Du Sabbat
09. 5D. Dies Irae & Ronde Du Sabbat

Berlin Philhamonic Orchestra
Chicago Simphony Orchestra

Claudio Abbado, regente

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Carlinus

Cecilia Bartoli – Chant d'amour (Mélodies françaises)

Grande coleção de canções muito pouco ouvidas por aí. Bartoli está mais contida, pois as músicas não pedem aquele histrionismo que ela está sempre pronta a dar. Sua voz é provocante, adaptando-se a cores e personagens diferentes. Certamente Cecilia Bartoli não é a campeã da canção francesa, mas é raro ouvir um álbum que tem muitas canções que nunca foram gravadas. Os pontos altos do CD — e estes são altíssimos! — são a Havanaise de Viardot e a indescritível La mort d’Ophélie de um surpreendente (e sutil) Berlioz.

Cecilia Bartoli – Chant d’amour (Mélodies française)

Bizet
01 – Chant d’amour [Vingt mélodies No. 17]
02 – Ouvre ton coeur
03 – Adieux de l’hôtesse arabe
04 – Tarentelle
05 – La Coccinelle [Vingt Mélodies No. 16]

Delibes
06 – Les Filles de Cadiz(1)

Viardot
07 – Hai luli!
08 – Havanaise
09 – Les Filles de Cadix

Berlioz
10 – La mort d’Ophélie
11 – Berlioz – Zaïde

Ravel
12 – Chants populaires – Chanson française
13 – Chants populaires – Chanson espagnole
14 – Chanson italienne
15 – Chants populaires – Chanson hébraïque
16 – Vocalise-étude (en forme de habanera)(1)
17 – Kaddisch
18 – L’énigme éternelle
19 – Tripatos

Cecilia Bartoli,
Myung-Whun Chung, piano

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PQP

French opera overtures

Não, isso não é um repeteco. Marcelo Stravinsky, que posta CDs “na doida” (ele é mais o imprevisível de nós todos, pois não é comprometido com um estilo, época ou lugar, feito os demais), me legitimou a aparecer do nada e compartilhar este outro CD bacana de aberturas de óperas/operetas francesas que possuo há uns 15 anos. Se não fosse por minha conexão ruim, atualmente, estaria postando outras coisas boas de surpresa, fora música clássica brasileira pós-colonial.

Espero o quanto antes postar Le bal masqué, de Poulenc, em retribuição ao mano CDF.

***

French opera overtures

1. Bizet – Abertura de Carmen – Sinfônica de Bratislava – Ondrej Lénard
2. Offenbach – Abertura de A vida parisiense – London Festival Orchestra – Alfred Scholz
3. Auber – Abertura de Fra diavolo – Sinfônica de Nuremberg – Hanspeter Gmür
4. Adam – Abertura de Se eu fosse rei – LFS – Scholz
5. Berlioz – Abertura de O carnaval romano – Filarmônica Eslovaca – Ludovit Rajter
6. Boieldieu – Abertura de A dama branca – Sinfônica de Bratislava – Lénard
7. Offenbach – Abertura de Orfeu nos infernos – LFS – Scholz
8. Auber – Abertura de O dominó negro – Philharmonia Slavonica – Scholz
9. Boieldieu – Abertura de O califa de Bagdá – Sinfônica de Bratislava – Lénard

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CVL

Hector Berlioz (1803-1869): Nuits d’été / Manuel de Falla (1876-1946) – El Amor brujo / – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 25 de 29

Hector Berlioz é um daqueles raros compositores que ignoro. Nunca ouvi nada que me chamasse a atenção. Ele fica no limbo, sem meu desprezo e sem nenhuma admiração. Ouvi friamente essas com Nuits d’été. Nada. O mesmo não pode ser dito de Manuel de Falla, admirável compositor nacionalista espanhol, inventor de esplêndidas melodias e cujas obras sempre me agradam. Além disso, ERA um ser humano: de Falla tentou em vão impedir o assassinato de seu amigo Frederico García Lorca em 1936. Após a vitória de Franco na Guerra Civil Espanhola, de Falla emigrou para Argentina, onde viria a morrer. Então, mais um CD bem maluco desta coleção. Porém, para nosso consolo os volumes de 26 a 29 serão indiscutíveis.

CD 25

Berlioz: Nuits d’été / Manuel de Falla: El Amor brujo

Nuits d’été, op.7 – Hector Berlioz 30’11
1. Villanelle – Brigitte Balleys
2. Le Spectre De La Rose – Brigitte Balleys
3. Sur Les Lagunes – Brigitte Balleys
4. Absence – Brigitte Balleys
5. Au Cimetiere – Brigitte Balleys
6. L’ile Inconnue – Brigitte Balleys

Brigitte Balleys, soprano;
Orchestre Des Champs-Elysees;
Philippe Herreweghe, conductor

El Amor brujo / L’Amour sorcier / Love the Magician – Manuel de Falla 37’07
7. Introduction Y Escena – Ginesa Ortega
8. Cancion Del Amor Dolido – Ginesa Ortega
9. Sortilegio – Ginesa Ortega
10. Danza Del Fin Del Dia – Ginesa Ortega
11. Escena – Ginesa Ortega
12. Romance Del Pescador – Ginesa Ortega
13. Intermezzo – Ginesa Ortega
14. Introduccion – Ginesa Ortega
15. Escena – Ginesa Ortega
16. Danza Del Fuego Fatuo – Ginesa Ortega
17. Interludio – Ginesa Ortega
18. Cancion Del Fuego Fatuo – Ginesa Ortega
19. Confuro Para Reconquistar El Amor Perdido – Ginesa Ortega
20. Escena – Ginesa Ortega
21. Danza Y Cancion De La Bruja Fingida – Ginesa Ortega
22. Final – Ginesa Ortega

Ginesa Ortega, “cantaora”;
Orchestra de Cambra Teatre Lliure;
Josep Pons, conductor

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PQP

Hector Berlioz (1803-1869) – Symphonie Fantastique, op. 14

Agora, teremos uma outra grande gravação de uma obra única: A Sinfonia Fantástica, de Hector Berlioz. Única por vários motivos, mas destacaria o fato de ser a única sinfonia composta por este francês, única na utilização de recursos orquestrais até então inéditos em uma orquestra, e única no genial arranjo orquestral idealizado por Berlioz. A gravação desta sinfonia realmente fantástica estará a cargo de Igor Markevitch, à frente da Orchestre Lamoureux, Paris.

Hector Berlioz (1803-1869) – Symphonie Fantastique, op. 14 ´Episode de la vie d´un artist

1 – Rèveries – passions (Träume – leidenschaften – Sogni – Passioni) – Largo, allegro agitato e appassionato assai.

2- Un bal – Valse. Allegro non troppo.

3 – Scéne aux champs – Adagio

4 – Marche au supplice – Allegretto no troppo

5 – Songe d´une nuit du Sabbat – Larghetto – Allegro

Orchestre Lamoureux, Paris

Igor Markevitch – Director

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