Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quinta Década (1981-1990) [Martha Argerich, 80 anos]

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Martha chegou aos quarenta com a reputação consolidada: uma das maiores pianistas do seu tempo, um fenômeno que abarrotava todas as salas de concerto, e tão célebre pelos recitais que dava quanto por aqueles que cancelava. Sua aversão tanto à cultura do espetáculo quanto ao estrelato levou-a, ao longo da década, a evitar a imprensa e os holofotes. Pouco a pouco, também, trocou as aparições solo por colaborações com amigos que, como veríamos nas décadas seguintes, seriam mantidas por toda a vida. Isso, naturalmente, refletiu-se em seu legado discográfico nos anos 80: muitos duos, alguns concertos, apenas um (e derradeiro) álbum solo – e, o mais incrível, nenhum Chopin.


Um dos mais fieis escudeiros de Martha, o leto-israelense Mischa Maisky (1948) é tão próximo da Rainha que ela escolheu ser sua vizinha quando mudou-se para Bruxelas. Maisky é, claro, um ótimo violoncelista, mas tende sempre a romantizar bastante as coisas, embora sua vizinha, felizmente, quase sempre lhe sirva de antídoto aos excessos de sacarose. O arranjo para violoncelo da sonata de Franck – um dos xodós de Martha, que a gravou tantas vezes, sempre com parceiros diferentes – é muito atraente, e as obras de Debussy que fecham o disco me fazem lamentar, como já fizera quando comentei a gravação com Gitlis, que a Rainha não tenha gravado mais coisas do pai da Chouchou.

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Arranjo de Jules Delsart (1844-1900)
Sonata em Lá maior para violoncelo e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Sonata em Ré menor para violoncelo e piano
5 – Prologue: Lent – Sostenuto e molto risoluto
6 – Sérénade et Final (Modérément animé – Animé)

La Plus que Lente, valsa para piano
Arranjo para violoncelo e piano de Mischa Maisky (1948)
7 – Molto rubato con morbidezza

Dos Prelúdios para piano, Livro I:
8 – No. 12: Minstrels: Modéré (arranjo de Mischa Maisky para violoncelo e piano)

Mischa Maisky, violoncelo

Gravado em Genebra, Suíça, em dezembro de 1981

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Martha e Nelson Freire (1944-2021) eram amigos desde os tempos de estudantes em Viena. Sobretudo, e com o devido perdão pelo lugar-comum, eram almas gêmeas e o demonstravam sobejamente quando tocavam em duo. Eu jurava que este disco, que inaugurou a parceria deles em estúdios de gravação, já fazia parte do acervo do PQP Bach. Enganei-me: ele só foi, em verdade, citado pelo patrão numa outra postagem com os dois, em que ele contou de seu breve encontro com a deusa para um autógrafo em Porto Alegre, e da espirituosa mensagem que ela deixou em seu LP.

Sergey Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943)
Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17
1 – Introduction
2 – Valse
3 – Romance
4 – Tarantella

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
La valse, Poème Chorégraphique pour Orchestre
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
5 – Mouvement de valse viénnoise

Witold Roman LUTOSŁAWSKI (1913-1994)
Variações sobre um tema de Paganini, para dois pianos
6 –  Tema – Variações I-XII – Coda

Nelson Freire, piano

Gravado em La Chaux-de-Fonds, Suíça, em agosto de 1982

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Grande amigo de Martha, o cipriota Nicolas Economou (1953-1993) certamente estaria a dividir os palcos com ela até hoje, não tivesse sucumbido jovem ao alcoolismo e, por fim, a uma desgraça automobilística. O destaque dessa gravação, a única que fizeram, é a hábil transcrição de Economou para a suíte de “O Quebra-Nozes” de Tchaikovsky, dedicada a Stéphanie e Semele, as caçulas da dupla.

Sergey RACHMANINOFF
Danças Sinfônicas, Op. 45, para dois pianos
1 – Non allegro
2 – Andante con moto
3 – Lento assai – Allegro vivace – Lento assai. Come prima – Allegro vivace

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
Suíte do balé “O Quebra-Nozes”, Op. 71a
Transcrição para dois pianos de Nicolas Economou (1953-1993)
4 – Ouverture-miniature: Allegro giusto
5 – Danses Caractéristiques – Marche: Tempo di Marcia viva
6 – Danses Caractéristiques – Danse de la Fée Dragée: Andante non troppo
7 – Danses Caractéristiques – Danse Russe – Trépak: Tempo di Trepak, molto vivace
8 – Danses Caractéristiques – Danse Arabe: Allegretto
9 – Danses Caractéristiques – Danse Chinoise: Allegro moderato
10 – Danses Caractéristiques – Danse des Mirlitons: Moderato assai
11 – Valse Des Fleurs: Tempo de Valse

Nicolas Economou, piano

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em março de 1983

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Martha sequer completara quarenta e dois anos quando nos legou seu último registro solo em estúdio. Enfastiada do processo de gravação, e num resmungo crescente quanto a solidão nos recitais e sessões (e eu acho que sua expressão amuada na capa diz-lhes mais do que eu seria capaz de lhes contar), deixou-nos um Schumann emblemático antes de se calar para sempre como recitalista em discos. Horowitz, com quem ela quisera ter aulas, ficaria faceiro com a jamais-aluna se ouvisse a endiabrada “Kreisleriana” e as “Cenas Infantis” tocadas assim, com a verve e o colorido que lhe eram tão característicos.

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Kinderszenen, para piano, Op. 15
1 – Von fremden Ländern und Menschen
2 – Kuriose Geschichte
3 – Hasche-Mann
4 – Bittendes Kind
5 – Glückes genug
6 – Wichtige Begebenheit
7 – Träumerei
8 – Am Kamin
9 – Ritter vom Steckenpferd
10 – Fast zu ernst
11 – Fürchtenmachen
12 – Kind im Einschlummern
13 – Der Dichter spricht

Kreisleriana, Fantasias para piano, Op. 16
14 – Äußerst bewegt
15 – Sehr innig und nicht zu rasch
16 – Sehr aufgeregt
17 – Sehr langsam
18 – Sehr lebhaft
19 – Sehr langsam
20 – Sehr rasch
21 – Schnell und spielend

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em abril de 1983

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Beethoven é, confessadamente, o compositor favorito de Martha, mas, em vivo contraste com seu amado Schumann, não o gravou muito quanto diz gostar dele. Se ela não tivesse abandonado as gravações solo, talvez encarasse a empreitada de registrar algumas sonatas do renano, como sói acontecer com os pianistas em maturidade artística. Por outro lado, os dois primeiros concertos para piano de Ludwig, seus cavalos de batalha como compositor-pianista recém-chegado a Viena, são figurinhas fáceis nos concertos da Rainha e em suas gravações ao vivo. Essa aqui, com a orquestra do Concertgebouw sob o patriarca dos Järvi, é uma das melhores, à qual se segue uma bonita “Patética” de Tchaikovsky, conduzida por aquele discreto gigante que atendia por Antal Doráti.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19
1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondò. Molto allegro

Koninklijk Concertgebouworkest
Neeme Järvi, regência

Gravado em Amsterdã, Países Baixos, em novembro de 1983

Pyotr TCHAIKOVSKY
Sinfonia no. 6 em Si menor, Op. 74, “Patética”

4 – Adagio – Allegro non troppo
5 – Allegro con grazia
6 – Allegro molto vivace
7 – Finale — Adagio lamentoso

Koninklijk Concertgebouworkest
Antal Doráti, regência

Gravado em Amsterdã, Países Baixos, em novembro de 1983

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Não é todo mundo que tem dois parças letões. Mas Martha não é todo mundo e tem, além de Mischa Maisky, um outro nativo de Riga como parceiro musical de toda vida. Gidon Kremer (1947) ganhou rápida notoriedade depois de deixar a União Soviética e, com imenso repertório e interpretações muito originais, transformou-se num queridinho de plateias e gravadoras. Gosto dele, apesar de não ser seu fã incondicional, mas, assim como acontece com Maisky, acho que Martha consegue lhe domar os arroubos mercuriais, de modo que as parcerias com ela estão entre suas melhores gravações. Este é o primeiro dos quatro discos com a integral das sonatas de Beethoven, e essas gravações das sonatas da juventude do renano deixam muito óbvio que os dois estão tão entrosados e à vontade quanto os vemos na capa do disco.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Três sonatas para violino e piano, Op. 12

Sonata no. 1 em Ré maior
1 – Allegro con brio
2 – Tema con variazioni: Andante con moto
3 – Rondo: Allegro

Sonata no. 2 em Lá maior
4 – Allegro vivace
5 – Andante, più tosto allegretto
6 – Allegro piacevole

Sonata no. 3 em Mi bemol maior
7 – Allegro con spirito
8 – Adagio con molta espressione
9 – Rondo: Allegro molto

Gidon Kremer, violino

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em novembro de 1984

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Martha voltou a unir-se a Maisky para este registro das sonatas para gamba e cravo de Sebastião Ribeiro, e o resultado é surpreendente. Não pela qualidade dos intérpretes, que é notória – embora Martha aqui dome uma vez mais os esguichos de sacarose do vizinho -, e sim pelo quão convincentes estas sonatas soam sob mãos tão pouco barrocas. A transparência e clareza do Bach da Rainha permeiam toda a gravação, e acho Maisky perfeito, quase gambístico, nos movimentos rápidos da sonata em Sol menor.

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Três sonatas para viola da gamba e cravo obbligato, BWV 1027-29

Sonata no. 1 em Sol maior, BWV 1027
1 – Adagio
2 – Allegro ma non tanto
3 – Andante
4 – Allegro moderato

Sonata no. 2 em Ré maior, BWV 1028
5 -Adagio
6 – Allegro
7 – Andante
8 – Allegro

Sonata no. 3 em Sol menor, BWV 1029
9 – Vivace
10 – Adagio
11 – Allegro

Mischa Maisky, violoncelo

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em março de 1985

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Este disco pode ser descrito como uma “baguncinha entre amigos”: Martha trouxe Nelson e Mischa, e Kremer trouxe Isabelle van Keulen e Elena Bashkirova, sua ex-esposa e então recém-mãe dos dois filhos de Daniel Barenboim, que, por sua vez, ainda era casado com Jacqueline du Pré. Antes que isso vire a “Quadrilha” de Drummond, afirmo-lhes que o resultado é bem divertido: Martha e Nelson se esbaldam na idiomática escrita pianística de Saint-Saëns, Maisky aproveita a chance de confeitar o belíssimo Le Cygne, e Kremer e Bashkirova, alternando-se entre seus instrumentos e narração, trazem interesse às pouco gravadas peças que completam o disco (e se a história do touro Ferdinand lhes parecer familiar, certamente será porque vocês já a viram aqui)

Charles-Camille SAINT-SAËNS (1835-1921)
O Carnaval dos Animais, Grande Fantasia Zoológica
1 – Introdução e Marcha Real do Leão
2 – Galinhas e Galos
3 – Hémiones (asnos selvagens da Mongólia) – Animais velozes
4 – Tartarugas
5 – O Elefante
6 – Cangurus
7 – Aquário
8 – Personagens de orelhas compridas
9 – O cuco nas profundezas dos bosques
10 – Aviário
11 – Pianistas
12 – Fósseis
13 – O Cisne
14 – Final

Martha Argerich e Nelson Freire, pianos
Gidon Kremer e Isabelle van Keulen, violinos
Tabea Zimmermann, viola
Mischa Maisky, violoncelo
Georg Hörtnagel, contrabaixo
Irena Grafenauer, flauta
Eduard Brunner, clarinete
Edith Salmen-Weber, glockenspiel
Markus Steckeler, xilofone

Alan RIDOUT (1934-1996), texto de Munro Leaf
15 – Ferdinand the Bull, para narrador e violino solo

Elena Bashkirova, narração
Gidon Kremer, violino

Frieder MESCHWITZ (1936)
Tier-Gebete (“Preces dos Animais”), para narrador e piano
Texto: “Prières Dans L’Arche”, de Carmen Bernos de Gasztold, traduzido para o alemão por A. Kassing e A. Stöcklei
16 – A Prece do Boi
17 – A Prece do Rato
18 – A Prece do Gato
19 – A Prece do Cão
20 – A Prece da Formiga
21 – A Prece do Elefante
22 – A Prece da Tartaruga
23 – A Prece da Girafa
24 – A Prece do Macaco
25 – A Prece do Galo
26 – A Prece do Velho Cavalo
27 – A Prece da Borboleta

Gidon Kremer, narração
Elena Bashkirova, piano

Alan RIDOUT, texto de David Delve
28 – Little Sad Sound

Gidon Kremer, narração
Alois Posch, contrabaixo

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em abril de 1985

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O segundo ato em disco da longa parceria entre Martha e nosso saudoso Nelson foi esta gravação da versão de concerto da sonata para dois pianos e percussão de Béla Viktor János, que a tocou pela primeira e única vez em público, com a esposa Ditta e sob a regência do compatriota Fritz Reiner, em sua última aparição como concertista, em 1943. Se Nelson e Martha nunca juntaram as escovas de dentes, a impressão que se tem ao escutar esse registro com a Concertgebouw sob o ótimo David Zinman é bem diferente: Ditta e Béla ficariam com inveja da liga que los sudamericanos dão ao originalíssimo tecido sonoro criado pelo magiar genial.

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Concerto para dois pianos, percussão e orquestra
1 – Assai lento – Allegro molto
2 – Lento, ma non troppo
3 – Allegro ma non troppo

Nelson Freire, piano II
Jan Labordus e Jan Pustjens, percussão

Zoltán KODÁLY (1882-1967)
4 –  Danças de Galanta (Galántai táncok), para orquestra

Koninklijk Concertgebouworkest
David Zinman, regência

Gravado em Amsterdã, Países Baixos, em agosto de 1985

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Martha devora aqui, como é costumeiro, aquele seu outro cavalo de batalha – o Concerto em Sol de Ravel – num disco dedicado a Maurice e ao israelense Gary Bertini (1927-2005), um ótimo regente que nos legou um excelente ciclo de sinfonias de Mahler – do qual vocês poderão ter boa ideia pelo capricho com que ele burila a sensacional segunda suíte de Daphnis et Chloé.

Maurice RAVEL
Suíte no. 2 do balé Daphnis et Chloé
1 – Lever du jour
2 – Pantomime
3 – Danse générale

Concerto para piano e orquestra em Sol maior
4 – Allegramente
5 – Adagio assai
6 – Presto

7 – La Valse, poema coreográfico para orquestra

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester
Gary Bertini, regência

Gravado ao vivo em Colônia, Alemanha Ocidental, em dezembro de 1985

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Marthita e Danielito foram as duas mais famosas Wunderkinder portenhas nos anos 40. A emigração dos Barenboim para Israel e os diferentes rumos que os prodígios tomaram em suas carreiras fizeram com que se revissem e gravassem só já consagrados e maduros. Essa gravação de Noches em los Jardines de España é minha favorita, pelo que Martha traz de colorido e, surpreendentemente, de sobriedade à parte pianística, integrando seu piano à massa orquestral como se dela fosse só uma parte, e não a briosa solista de costume. Completa o disco um registro da mais efetiva das orquestrações da suíte Iberia de Albéniz, que, apesar de muitas belezas, não é muito minha praia, fã que sou do pianismo magistral da obra original.

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)
Noches en los Jardines de España, para piano e orquestra
1 – En el Generalife: Allegretto tranquillo e misterioso
2 – Dansa Lejana: Allegretto giusto – En los Jardines de la Sierra de Córdoba: Vivo

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
De Iberia, suíte para piano (orquestração de Enrique Fernández Arbós)
3 – Evocación
4 – El Puerto
5 – El Albaicin
6 – Fête-Dieu à Séville
7 – Triana

Orchestre de Paris
Daniel Barenboim, regência

Gravado em Paris, França, em fevereiro de 1986

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Em mais um álbum que reflete sua risonha capa, Martha e Kremer divertem-se em suas leituras dessas sonatas-irmãs de Beethoven, paridas em números de opus separados tão só por uma mundana questão de papel. O letão e a argentina, intérpretes tão originais quanto impulsivos, emprestam uma bem-vinda inquietude aos tantos gestos temperamentais de Ludwig, sempre o nervosinho. Acima de tudo, o que Martha faz desses discos instiga a imaginação, quando nela pomos a Rainha a tocar algumas das quase trinta sonatas do renano que jamais trouxe a público.

Ludwig van BEETHOVEN
Sonata em Lá menor para violino e piano, Op. 23

1 – Presto
2 – Andante scherzoso, più allegretto
3 – Allegro molto

Sonata em Fá maior para violino e piano, Op. 24, “Primavera”
4 – Allegro
5 – Adagio molto espressivo
6 – Scherzo: Allegro molto
7 – Rondo: Allegro ma non troppo

Gidon Kremer, violino

Gravado em Berlim Ocidental em março de 1987

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Mais Kremer, e ainda mais sorrisos. À curiosa escolha do repertório – dois concertos compostos por um Mendelssohn adolescente – soma-se a distinta companhia da Orpheus, uma orquestra de câmara notória por ser conduzida não por regentes, mas por seus próprios músicos, através dum original e participativo processo criativo. A Orpheus, que não é muito afeita a superestrelas, parece ter aberto uma exceção à turma de Martha (pois também gravou com Mischa Maisky), com bons resultados. Aqui, a temperamental dupla de solistas está quase irreconhecível em sua dedicação à transparência e ao equilíbrio clássico dessas peças que só surpreenderão quem desconhece o considerável compositor que Felix já era quando moleque.

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
Concerto para piano, violino e orquestra de cordas em Ré menor, MWV O4
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Allegro molto

Concerto para violino e orquestra de cordas em Ré menor, MWV O3
4 – Allegro
5 – Andante
6 – Allegro

Gidon Kremer, violino
Orpheus Chamber Orchestra

Gravado em Zurique, Suíça, em maio de 1988

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status de superestrela garantiu a Martha gravidade suficiente para atrair outros astros à sua órbita e promover festivais centrados em sua presença, como os de Beppu (Japão) e Lugano (Suíça), bem como em sua Buenos Aires natal. Aqui, ela é parte duma constelação granjeada por Gidon Kremer para o festival de Lockenhaus, na Áustria, capitaneado por ele. A participação de Martha resumir-se-ia ao duo que abre o disco, com a participação de Alexandre Rabinovitch (mais – mas MUITO mais – sobre ele em breve), mas resolvi encerrá-lo com uma breve peça de Kreisler tocada com o capitão Kremer, transplantada de outro disco. O recheio é muito, e muito bom Schubert, com destaque para dois pouco ouvidos trios.

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)
Rondó em Ré maior para piano a quatro mãos, D. 608
1 – Allegretto

Martha Argerich e Alexandre Rabinovitch, piano

2 – 25 Winterreise, ciclo de canções sobre poemas de Wilhelm Müller, D. 911

Robert Holl, baixo
Oleg Maisenberg, piano

Trio em Mi bemol maior para piano, violino e violoncelo, D. 897, “Notturno”
26 – Adagio

Oleg Maisenberg, piano
Gidon Kremer, violino
Clemens Hagen, violoncelo

Trio em Si bemol maior para violino, viola e violoncelo, D. 581
27 – Allegro moderato
28 – Andante
29 – Menuetto: Allegretto
30 – Rondo: Allegretto

Gidon Kremer, violino
Nobuko Imai, viola
Mischa Maisky, violoncelo

Friedrich “Fritz” KREISLER (1875-1962)
31 – Liebesleid, para violino e piano

Gidon Kremer, violino

Gravado ao vivo em Lockenhaus, Áustria, julho de 1988

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Natural de Baku, no Azerbaijão, mas educado na Rússia e radicado na Suíça, o pianista, compositor e regente Alexandre Rabinovitch será figurinha fácil na próxima década de vida artística de nossa Rainha. Nessa gravação, eles encaram a travessia da monumental suíte “Visões do Amém”, de Olivier Messiaen, composta durante a ocupação nazista da França (e depois de sua indesejável temporada em Görlitz) e destinada à interpretação do próprio compositor e de sua esposa, Yvonne Loriod. Messiaen criou as partes para piano especificamente para os temperamentos dos dois, destinando ao piano de Yvonne as “dificuldades rítmicas, os clusters, tudo que tem velocidade, charme e qualidade de som” e a seu próprio “a melodia principal, elementos temáticos, tudo o que demanda emoção e força”. A descrição de Yvonne lhes pareceu familiar? Pois escutem a gravação e me contem quem tocou a parte de Mme. Loriod.

Olivier Eugène Prosper Charles MESSIAEN
(1908-1992) 
Visions de l’Amen, para dois pianos (1943)
1 – Amen de la Création
2- Amen des étoiles, de la planète à l’anneau
3 – Amen de l’agonie de Jésus
4 – Amen du Désir
5 – Amen des Anges, des Saints, du chant des oiseaux
6 – Amen du Jugement
7 – Amen de la Consommation

Alexandre Rabinovitch, piano II

Gravado em Londres, Reino Unido, em dezembro de 1989

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Dessa década da carreira da Rainha vocês já encontravam no blog as seguintes gravações:

Serguei Rachmaninov (1873-1943) – Piano Concerto nº3, in D Minor, op. 30, Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, in B Flat Minor, op. 23 (Argerich, Chailly, Kondrashin)

O incandescente Rach 3 sob Riccardo Chailly (1982)


[Restaurado] Schubert – Sonata para Arpeggione e Piano / Schumann – Fantasiestücke, 5 Stücke im Volkston

Mais um capítulo da longa parceria com o amigo Maisky, num Schubert que nos faz sonhar com Marthita tocando a últimas sonatas de Franz (1984)


Prokofiev (1891-1953): Piano Concerto No. 3 / Ravel (1875-1937): Piano Concerto in G

Um de meus discos para uma ilha deserta: a maravilhosa gravação do Concerto em Sol de Ravel (1984), pareada com o no. 3 de Prokofiev. Duas das especialidades da Rainha, sob a batuta de um de seus bruxos, Claudio Abbado.


Bartók: Sonata Nº 1 para Violino e Piano (1921) / Janáček: Sonata para Violino e Piano (1914-1921) / Messiaen: Tema e Variações para Violino e Piano (1932)

Numa outra empreitada com Gidon Kremer, gravada em 1985, Martha encara peças contemporâneas que, se já foram interpretadas com mais “sotaque”, são tão boas que sempre merecem a audição. Minha favorita entre as gravações desse álbum é a de Messiaen.


[Restaurado] BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concertos para piano e orquestra, Opp. 15 & 19 – Argerich – Sinopoli

Dois cavalos de batalha argerichianos, interpretados com o brilho de sempre pela Rainha, a despeito do som orquestral cavernoso e pouco congenial (1985)


[Restaurado] Robert Schumann (1810-1856) – Sonatas para Piano e Violino – Kremer, Argerich

Talvez o melhor duo entre Argerich e Kremer seja esse, gravado em 1985, em que nossa Rainha traz o amigo para seu mundo, o planeta Schumann.


BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Integral das sonatas e variações para violoncelo e piano – Maisky – Argerich

Minha gravação favorita das sonatas para violoncelo e piano de Beethoven deve quase tudo a Martha: foi seu brilho no finale daquela obra-prima, a sonata Op. 69, que primeiro me chamou a atenção para seu nome, quando eu era um garoto de poucos fios de barba a escutar a gravação, no mesmo 1990 em que foi lançada.


Nicolas Economou toca “Martha My Dear”, dos Beatles, para a própria, no início dos anos 80.

Vassily

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quarta Década (1971-1980) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quarta Década (1971-1980) [Martha Argerich, 80 anos]

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Martha chegou aos trinta anos com a carreira já consolidada, após o triunfo no VII Concurso Internacional Chopin. Baseada na Suíça Romanda e casada com o regente Charles Dutoit, via-se bastante requisitada pelos estúdios e em turnês pela Europa, Américas e Japão. Restava pouco tempo para a família que crescia: além da genebrina Lyda e da bernesa Anne-Catherine, filha de Dutoit, a década ainda veria o nascimento de outra menina, Stéphanie, fruto de seu breve relacionamento com o pianista Stephen Kovacevich – e que, após um frugal cara e coroa, recebeu o sobrenome da mãe.

Passaremos ao largo da colorida, dir-se-ia rocambolesca vida pessoal de nossa deusa, uma porque jamais conseguiríamos contá-la de maneira tão deliciosa quanto a do documentário que Stéphanie lhe dedicou, outra porque, no que tange ao nosso interesse maior, que é a grande música que faz a Rainha, sua década foi por demais prolífica para perdermos tempo com ninharias que envolvam fraldas e ruidosos compartilhamentos de lençóis.

Vamos, pois, à música:


A primeira gravação da quarta década de Martha inclui aquela que é, talvez, a mais sensacional leitura jamais feita da sonata de Liszt. Sei que muitos preferem a atenção ao detalhe à pirotecnia, mas, claramente inspirada no legendário registro de seu ídolo Horowitz, a Rainha aqui entrega puro frenesi. Muitas vezes vejo-me em saturação sensorial após ouvir essa sonata, mas sempre vale a pena. Completa o disco a sonata em Sol menor de Schumann, uma obra menos visitada desse compositor que é, confessadamente, o xodó da vovó.

Franz LISZT (1811-1886)
Sonata para piano em Si menor, S. 178
1 – Lento assai – Allegro energico
2 – Grandioso
3 – Cantando espressivo
4  – Pesante – Recitativo
5 – Andante Sostenuto
6 – Quasi adagio
7 – Allegro energico
8 – Più mosso
9 – Cantando espressivo senza slentare
10 – Stretta quasi presto – Presto – Prestissimo
11 – Andante Sostenuto – Allegro Moderato – Lento Assai

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Sonata para piano no. 2 em Sol menor, Op. 22
12 – So rasch wie möglich
13 – Andantino
14 – Scherzo. Sehr rasch und markiert
15 – Satz: Rondo. Presto – Etwas langsamer – Prestissimo

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em junho de 1971

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É curioso que, numa discografia relativamente pequena como a de Martha, haja duas gravações tocando uma das quatro partes para piano da “cantata dançada” Les Noces, de Stravinsky. Nesta, que é a primeira delas, ela colabora com o então esposo, Charles Dutoit, e inaugura em disco a parceria com Nelson Freire, seu velho amigo desde os tempos de estudantes em Viena (a segunda gravação de Les Noces, sob Bernstein e na distinta companhia de Krystian Zimerman, já apareceu antes por aqui)

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)
Les Noces, Cenas Coreográficas com Música e Vozes
1 – La tresse
2 – Chez le Marié
3 – Le Départ de la Mariée
4 – Le Repas de Noces

5-10 – Renard, Histoire burlesque chantée et jouée
6 – Ragtime para onze instrumentos

Basia Retchitzka, soprano
Arlette Chedel, contralto
Eric Tappy, tenor
Philippe Huttenlocher, baixo
Chœur Universitaire de Lausanne
Michel Corboz, regente do coro
Harald Glamsch, Jean-Claude Forestier, Markus Ernst, Rafael Zambrano, Roland Manigley e Urs Herdi, percussão
Edward Auer, Nelson Freire e Suzanne Husson, pianos
Charles Dutoit, regência

Gravado em Lausanne, Suíça, em junho de 1972

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Os raros registros seguintes, jamais lançados em mídia digital, são provavelmente os primeiros testemunhos de três vertentes que viriam a ter importância crescente na carreira da Rainha: sua participação em festivais, muitas vezes centrados nela; a colaboração com outros virtuoses em música de câmara; e as gravações ao vivo. Dignos de nota são os belíssimos quintetos com piano de Dvořák e de Schumann, em colaboração com Salvatore Accardo, diretor do Festival Internazionale di Musica d’Insieme, durante o qual foram feitas as gravações. Note-se também, ainda que sem a participação de Martha, a primeira gravação de que se tem registro do Quartettsatz, a única obra que Mahler deixou para um conjunto de câmara.

Antonín Leopold DVOŘÁK (1841-1904)
Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em Lá maior, Op. 81

1 – Allegro, ma non tanto
2 – Dumka: Andante con moto
3 – Scherzo (Furiant): Molto vivace
4 – Finale: Allegro

Salvatore Accardo e Pierre Amoyal, violinos
Luigi Alberto Bianchi, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

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Robert SCHUMANN
Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em Mi bemol maior, Op. 44
1 – Allegro brillante
2 – In modo d’una marcia
3 – Scherzo: Molto vivace. Trio
4 – Allegro ma non troppo

Salvatore Accardo e Felice Cusano, violinos
Dino Asciolla, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

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César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Salvatore Accardo, violino

Gustav MAHLER (1860-1911)
Quartettsatz em Lá menor para piano, violino, viola e violoncelo
5 – Nicht zu schnell

Claude Levoix, piano
Salvatore Accardo, violino
Pasquale Pellegrino, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

Gravado em Nápoles, Itália, em novembro de 1973

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Evidente que não faltaria Chopin a essa década, e Martha capricha neste álbum: a sonata em Si bemol menor tem uma marcha fúnebre impressionante e o mais líquido e tempestuoso de todos seus finales. Completam o disco um scherzo – talvez o gênero na obra do polonês mais afeito à personalidade artística da Rainha – e uma Grande Polonaise realmente brilhante, antecedida dum Andante spianato tão delicado que a gente chega quase a duvidar de que os dedos que o fizeram foram os mesmos que causaram a torrente da faixa anterior.

 Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Sonata para piano no. 2 em Si bemol maior, Op. 35
1 – Grave – Doppio movimento
2 – Scherzo
3 – Marche Funèbre. Lento
4 – Finale. Presto

Grande Polonaise Brillante para piano em Mi bemol maior, precedida de um Andante spianato, Op. 22
5 – Andante spianato: Tranquillo – Polonaise: Allegro molto

Scherzo para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 31
6 – Presto

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em julho de 1974

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Ravel é outro xodó a quem Martha dedicou gravações insuperáveis. Este é possivelmente o melhor Gaspard de la Nuit jamais gravado e, uma vez que se o escuta, torna-se impossível confundi-lo com qualquer outro: somente a Rainha, afinal, seria capaz de fazer um Scarbo tão veloz, soturno e grotesco (muito embora, como bem lembrou um amigo, Martha tenha declarado que quis morrer ao ouvir o produto dessa gravação, pois estava grávida  e achou que tocara “muito devagar” (!))

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Gaspard de la nuit, três poemas para piano após Aloysius Bertrand, M. 55
1 – Ondine
2 – Le gibet
3 – Scarbo

Sonatina para piano
4 – Modéré
5 – Mouvement de Menuet
6 – Animé

Valses Nobles et Sentimentales, para piano
7 – Modéré – Très franc
8 – Assez lent – Avec une expression intense
9 – Modéré
10 – Assez animé
11 – Presque lent – Dans un sentiment intime
12 – Vif
13 – Moins vif
14 – Epilogue. Lent

Gravado em Berlim Ocidental, Alemanha Ocidental, em novembro de 1974

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Se foram os prelúdios que começaram a mudar a história de Martha no VII Concurso Internacional Chopin, aqui se tem uma ótima prova: o Op. 28, com suas miniaturas concisas e expressivas, é perfeitamente afeito ao toque da Rainha. A curiosa inclusão dos pouquíssimo gravados prelúdios Op. 45 e Op. póstumo sugere que esta gravação fizesse parte dos planos de uma integral chopiniana, que jamais foi adiante.

Fryderyk CHOPIN
Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 28
1 – No. 1 em Dó maior: Agitato
2 -No. 2 em Lá menor: Lento
3 – No. 3 em So maior: Vivace
4 – No. 4 em Mi menor: Largo
5 – No. 5 em Ré maior: Molto allegro
6 – No. 6 em Si menor: Lento assai
7 – No. 7 em Lá maior: Andantino
8 – No. 8 em Fá sustenido menor: Molto agitato
9 – No. 9 em Mi maior: Largo
10 – No. 10 em Dó sustenido menor: Molto allegro
11 – No. 11 em Si maior: Vivace
12 – No. 12 em Sol sustenido menor: Presto
13 – No. 13 em Fá sustenido maior: Lento
14 – No. 14 em Mi bemol menor: Allegro
15 – No. 15 em Ré bemol maior: Sostenuto
16 – No. 16 em Si bemol menor: Presto con fuoco
17 – No. 17 em Lá bemol maior: Allegretto
18 – No. 18 em Fá menor: Molto allegro
19 – No. 19 em Mi bemol maior: Vivace
20 – No. 20 em Dó menor: Largo
21 – No. 21 em Si bemol maior: Cantabile
22 – No. 22 em Sol menor: Molto agitato
23 – No. 23 em Fá maior: Moderato
24 – No. 24 em Ré menor: Allegro appassionato

Prelúdio para piano em Dó sustenido menor, Op. 45
25 – Sostenuto

Prelúdio para piano em Lá bemol maior, Op. Posth.
26 – Presto con leggierezza

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em outubro de 1975 (Op. 28) e Watford, Reino Unido, em fevereiro de 1977 (Op. 45, Op. Posth.)

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O violinista israelo-francês Ivry Gitlis (1922-2020) foi amigo de Martha por mais de seis décadas e com ela tocou em muitos festivais, sobretudo a sonata de Franck. Esta é a única gravação que fizeram em estúdio e, embora eu não seja fã nem do timbre, nem do rubato de Gitlis, ela vale para imaginar o que a Rainha seria capaz de fazer se tocasse mais Debussy.

César FRANCK
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Sonata em Sol menor para violino e piano
5 – Allegro vivo
6 – Intermède. Fantasque et léger
7 – Finale. Très animé

Ivry Gitlis, violino

Gravado em Milão, Itália, em 1976

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Ainda que realizadas no final dos anos 70, estas gravações ao vivo naquele templo da perfeita acústica que é o Concertgebouw de Amsterdã foram lançadas somente em nosso século. Nelas pode-se apreciar uma parte do vasto repertório que a Rainha jamais trouxe aos estúdios e perceber que seu temperamento artístico em performances ao vivo é ainda mais ebuliente. Martha não teme correr riscos – poucos se animam a encarar o Gaspard de la Nuit ante uma plateia, ainda mais com tanta agilidade – e tampouco liga para as eventuais esbarradas. Se o Scherzo de Chopin certamente não é o seu melhor, as seleções de Bartók e Prokofiev seguramente estão entre seus mais sensacionais momentos. Ouvi-la in natura é, enfim, expor-se a um fenômeno da Natureza, sem abrigos, nem truques, e com absoluta certeza do estupor: já tive esse privilégio duas vezes, e ainda quererei tê-lo outra vez, enquanto a deusa quiser dar os ares de sua imensa graça num palco que eu possa visitar.

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Partita no. 2 em Dó menor, BWV 826
1 – Sinfonia — Grave. Adagio
2 – Sinfonia – Andante
3 – Allemande
4 – Courante
5 – Sarabande
6 – Rondeau – Capriccio

Fryderyk CHOPIN
Dos Dois noturnos para piano, Op. 48:
7 – No. 1 em Dó menor: Lento

Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
8 – Presto con fuoco

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para piano, Sz. 80
9 – Allegro moderato
10 – Sostenuto e pesante
11 – Allegro molto

Alberto Evaristo GINASTERA (1916-1983)
Danzas Argentinas, para piano, Op. 2
12 – Danza del Viejo Boyero
13 – Danza de la Moza Donosa
14 – Danza del Gaucho Matrero

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
15 – Allegro inquieto — Andantino
16 – Andante caloroso
17 – Precipitato

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
Sonata em Ré menor, K. 141/L. 422
18 – Allegro

Johann Sebastian BACH
Da Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807:
19 – Bourrée

Gravado em Amsterdã, Países Baixos em maio de 1978 (7-14, 18-19) e abril de 1979 (1-6, 15-17)

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Robert SCHUMANN
Fantasiestücke, para piano, Op. 12
1 – Des Abends
2 – Aufschwung
3 – Warum?
4 – Grillen
5 – In der Nacht
6 – Fabel
7 – Traumes Wirren
8 – Ende vom Lied

Maurice RAVEL
Sonatine, para piano
9 – Modéré
10 – Mouvement de Menuet
11 – Animé

Gaspard de la Nuit
12 – Ondine
13 – Le Gibet
14 – Scarbo

Gravado em Amsterdã, em maio de 1978 (1-8, 12-14) e em abril de 1979 (9-11)

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Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto para piano e orquestra no. 25 em Dó maior, K. 503
1 – Allegro maestoso
2 – Andante
3 – Allegretto

Nederlands Kamerorkest
Szymon Goldberg, regência

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Dó maior, Op. 15
4 – Allegro con brio
5 – Largo
6 – Allegro scherzando

Koninklijk Concertgebouworkest
Heinz Wallberg, regência

Gravado em Amsterdã em maio de 1978 (Mozart) e outubro de 1992 (Beethoven)

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Se a Rainha tem os seus xodós musicais, ela também tem seus países favoritos. Um deles é a Polônia, onde venceu o concurso que lhe foi a catapulta para o superestrelato, e para a qual volta com muita frequência. Nessa gravação, ela se faz acompanhar da mesma orquestra com que tocou na fase final do VII Concurso Chopin, ainda que curiosamente passe ao largo das obras do polonês em prol de dois de seus outros cavalos de batalha: o concerto no. 1 de Tchaikovsky, do qual ela fez gravações famosas com Kondrashin e Dutoit, e o concerto de Schumann, que ela toca praticamente desde o ovo.

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23
1 – Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
2 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo Ⅰ
3 – Allegro con fuoco

Robert SCHUMANN
Concerto para piano e orquestra em Lá menor, Op. 54
4 – Allegro affetuoso
5 – Intermezzo. Andante grazioso – attacca:
6 – Allegro vivace

Orkiestra Filharmonii Narodowej w Warszawie
Kazimierz Kord, regência

Johann Sebastian Bach
Da Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807:
7 – Bourrée

Fryderyk Chopin
Das Três mazurcas para piano, Op. 63:
8 – No. 2 em Fá menor

Domenico SCARLATTI
Sonata em Ré menor, K. 141/L. 422
9 – Allegro

Alberto Ginastera
Das Danzas argentinas, Op. 2
10 – No. 2: Danza de la Moza Donosa

Gravado em Varsóvia, Polônia, em dezembro de 1979

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Por fim, uma gravação pouco conhecida em que Martha não só nos encanta ao teclado, como também dirige a orquestra. Em seu único registro fonográfico como regente, o concerto de Haydn – o gênio que ela gravou tão pouco – com a London Sinfonietta é especialmente delicioso.

Ludwig van BEETHOVEN
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19

1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondò. Molto allegro

Joseph HAYDN (1732-1809)
Concerto para piano em Ré maior, Hob. ⅩⅧ-11
4 – Vivace
5 – Un poco adagio
6 – Rondo all’ungherese. Allegro assai

London Sinfonietta
Nona Liddell, spalla
Martha Argerich, regência

Gravado em Londres, Reino Unido, em 1980

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Martha Argerich, piano

Da mesma década da carreira de Marthinha vocês já encontravam no blog:

[Restaurado] Serguei Prokofiev – Sonate for Flute in D, op. 94, Cesar Franck – Sonata in A (transcribed for Flute) – Martha Argerich, James Galway


#SCHMNN210 – Robert Schumann (1810-1856): Fantasia op. 17; Fantasiestücke op. 12 (Martha Argerich)


Igor Stravinsky (1882-1871) – Les Noces III (The Wedding), ballet in 4 tableaux for vocal soloists, chorus, 4 pianos & percussion e Mass, for chorus & double wind quintet


Bela Bartok (1881-1945): Sonata for 2 Pianos and Percussion, BB 115, W. A. Mozart (1756-1791): Andante and Five Variations in G for Piano (4-Hands), K.501, Debussy: En blanc et noir, L.134


[Restaurado] Argerich Collection – Beethoven, Chopin, Tchaikovsky, Schumann, Liszt, Prokofiev e Ravel


J. S. Bach (1685-1750): Toccata BWV 911 / Partita BWV 826 / English Suite No. 2 BWV 807


Serguei Rachmaninov (1873-1943) – Piano Concerto nº3, in D Minor, op. 30, Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, in B Flat Minor, op. 23 (Argerich, Chailly, Kondrashin)


[Restaurado] Chopin: Cello Sonata; Polonaise Op.3; Schumann: Adagio & Allegro – Rostropovich – Argerich


 

 



La nostra regina parla italiano

Vassily

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Terceira Década (1961-1970) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Terceira Década (1961-1970) [Martha Argerich, 80 anos]


1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


Os conturbados anos sessenta foram um turbilhão para Martha. Depois dum breve período a morar sozinha, longe do jugo da mãe, a viver la vida loca em Viena, desiludiu-se com a carreira de concertista e cogitou de tudo, até estudar Medicina (!). Insegura sobre sua capacidade como artista, resolveu dar um tempo ao piano e mudou-se para Nova York.

O motivo? Vladimir Horowitz.

Martha soube que sua gravação da Rapsódia Húngara no. 6 impressionara Volodya e achou que isso seria credencial bastante para tornar-se aluna do ídolo. Enganou-se: nunca se encontraram e, para desnortear ainda mais seus rumos, ela viu-se grávida de sua primeira filha, Lyda.


Depois de três anos sem tocar, Martha retornou ao piano. Seu objetivo é o Concurso Internacional Chopin, em Varsóvia, em 1965.


Logo na primeira etapa da competição, ficou óbvio que seu maior concorrente seria o brasileiro Arthur Moreira Lima, aluno do Conservatório de Moscou, que conquistou o público com suas interpretações e com sua semelhança física com o próprio Chopin, de quem se tornaria um dos mais distintos intérpretes. Arthur venceu a primeira etapa, Martha, as duas seguintes, e na grande final, com sua interpretação do concerto em Mi menor, ela acabou por conquistar o primeiro prêmio.

Ei-los

O resto, como dizem, é história.

ooOoo

A década de Martha, no entanto, começou numa posição até então inédita: a de camerista.  Como nada em sua carreira indicara, até então, a importância que a música de câmara teria para os anos de sua maturidade, presumo que foram as prementes necessidades de juntar dinheiro e de afastar-se das saias de Juanita, sua mãe, que a levaram à União Soviética para duas apresentações em Leningrado (atual São Petersburgo). Ainda mais inusitado que o local foi seu parceiro de palco: o violinista Ruggiero Ricci (1918-2012), nascido Woodrow Wilson Rich (!) na Califórnia e, vinte e três anos mais velho que Martha, já mundialmente famoso. Quem não o soubesse percebê-lo-ia rapidamente pelo predomínio de peças repletas de pirotecnias para violino, algumas delas a dispensarem o piano – incluindo as cabeludíssimas variações de Paganini sobre “Nel cor non più me sento”, que estão entre as coisas mais difíceis jamais escritas para o instrumento. Exceto pelas duas sonatas do jovem Beethoven e por aquela de Franck – que ela viria a tocar com praticamente todo violinista com que fizesse duo -, o papel da Rainha resume-se a acompanhar o astro do arco em partes frugais, como a da peça de Sarasate ou a célebre sonata de Tartini. A dupla improvável, no entanto, deu liga tanto no palco quanto fora deles: Ricci não só seria seu amigo por toda longa vida (ei-los em 2009, nos noventa anos do mestre!), como também demonstrou inúmeras vezes orgulho de ter proporcionado à futura estrela seus primeiros passos fora da germanosfera.

1 – Anúncio (em russo)

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Das Três sonatas para violino e piano, Op. 12:
Sonata no. 3 em Mi bemol maior
2 – Allegro con spirito
3 – Adagio con molta espressione
4 – Rondo: Allegro molto

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Sonata em Ré maior para violino solo, Op. 115
5 – Moderato
6 – Andante dolce. Tema con variazioni
7 – Con brio. Allegro precipitato

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata em Ré maior para violino e piano sobre canções folclóricas da Transilvânia
Arranjo da sonatina para piano, Sz. 55 (1915) por André Gertler (1907-1998)
8 – Dudások (gaitas de foles). Allegretto
9 – Medvetánc (dança do urso). Moderato
10 – Finale. Allegro vivace

Sonata para violino solo, Sz. 117
11 – Tempo di ciaccona
12 – Fuga: Risoluto, non troppo vivo
13 – Melodia: Adagio
14 – Presto

Pablo Martín Melitón de SARASATE y Navascués (1844-1908)
Introdução e tarantela para violino e piano, Op. 43
15 – Introduction: Moderato – Tarantella: Allegro vivace

Ruggiero Ricci, violino

Gravado ao vivo em Leningrado, União Soviética, em 21 de abril de 1961

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Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Da Partita para violino solo no. 2 em Ré menor, BWV 1004:
1 – Ciaconna

Ludwig van BEETHOVEN
Das Três sonatas para violino e piano, Op. 12:
Sonata no. 1 em Ré maior
2 – Allegro con brio
3 – Tema con variazioni: Andante con moto
4 – Rondo: Allegro

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
5 – Allegretto ben moderato
6 – Allegro
7 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
8 – Allegretto poco mosso

Béla BARTÓK
Danças folclóricas romenas, para violino e piano

Transcrição do original para piano (Sz. 56) por Zoltán Székely (1903-2001)
9 – Jocul cu bâtă (Allegro moderato) – Brâul (Allegro) – Pe loc (Andante) – Buciumeana (Moderato) – Poarga Românească (Allegro) – Mărunțel

Niccolò PAGANINI (1782-1840)
10 – Introdução e variações sobre “Nel cor non più me sento”, de “L’amor contrastato”, de Giovanni Paisiello, para violino solo, Op. 38

Giuseppe TARTINI (1692-1770)
Sonata para violino em Sol menor, “O Trilo do Diabo” (arranjo para violino e piano)
11 – Larghetto – Affettuoso
12 – Allegro
13 – Grave – Allegro assai

Gravado ao vivo em Leningrado, União Soviética, em 21 de abril de 1961

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Tomo a liberdade de quebrar a ordem mormente cronológica dessa discografia para, com um salto de dezoito anos, mostrar-lhes o lugar especial que Ruggiero e Martha mantiveram na vida um do outro. Por ocasião do jubileu de ouro da carreira de Ricci, ele apresentou-se no mesmo Carnegie Hall em que estreara aos onze anos, e convidou a velha amiga – agora consagrada como a deusa maior do piano – para dividir o palco consigo. Em alusão, talvez, aos recitais de Leningrado, eles tocaram novamente a sonata de Franck e concluíram a colaboração com o arranjo para violino da bela sonata para flauta de Prokofiev, que Martha já gravara com James Galway. Como sobremesa, o sessentão Ruggiero serviu dois números cabeludos – a mais exigente das sonatas de Ysaÿe e as impressionantes variações de Paganini sobre o hino britânico – e encerrou a noite com uma refrescante gavota de Sebastião Ribeiro.

César FRANCK
1-4 – Sonata em Lá maior para violino e piano

Sergey PROKOFIEV
Sonata em Ré maior para violino e piano, Op. 94a
5 – Moderato
6 – Scherzo: Presto
7 – Andante
8 – Allegro con brio

Eugène-Auguste YSAŸE (1858-1931)
Das Seis sonatas para violino solo, Op. 27
9 – No. 3 em Ré menor, “Ballade”

Niccolò PAGANINI
10 – Variações sobre “God Save The King”, para violino solo, Op. 9

Johann Sebastian BACH
Da Partita para violino solo no. 3 em Mi maior, BWV 1006
11 – Gavotte en rondeau

Ruggiero Ricci, violino

Gravado ao vivo em Nova York, Estados Unidos, em 20 de outubro de 1979

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Cigarrillo y fernet con coca

Voltamos para a década de 60, e quase quatro anos depois de Martha voltar da turnê soviética com Ricci. Três deles foram passados completamente longe de qualquer teclado, boa parte deles em Nova York, tentando encontrar Horowitz e achar um novo rumo para sua vida, e outro bom naco desse tempo na Suíça, onde nasceria Lyda, sua primogênita. O entrevero entre nossa Rainha e seu instrumento – ou, mais acuradamente, entre ela e a vida de pianista – acabou graças à participação decisiva de Stefan Askenase, que lhe deu aulas e restituiu sua autoconfiança, e da esposa dele, Anny, que estimulou Marthinha a preparar-se para o Concurso Internacional Chopin de 1965. As Kinderszenen que abrem o upload seguinte, gravadas ao vivo em Colônia, são o primeiro registro de que se tem notícia da Rainha a tocar dessa coleção que lhe é tão cara que, hoje em dia, é praticamente a única coisa que ela toca sozinha no palco. Completam o arquivo um Gaspard de la Nuit despachado da costumeira e assombrosa maneira, aquela gravação do scherzo de Chopin que muitos de vocês já viram, feita para a televisão polonesa  imediatamente após o triunfo no Concurso Chopin, e o primeiro registro de Martha a tocar aquele seu familiar cavalo de batalha, o terceiro concerto de Prokofiev.

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
1 – Kinderszenen, para piano, Op. 15

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Gaspard de la nuit, três poemas para piano após Aloysius Bertrand), M. 55
2 – Ondine
3 – Le Gibet
4 – Scarbo

Gravado ao vivo em Colônia, Alemanha Ocidental, em 27 de janeiro de 1965

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
5 – Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39

Gravado em Varsóvia, Polônia, em março de 1965

Sergey PROKOFIEV
Concerto para piano e orquestra no. 3 em Dó maior, Op. 26
6 – Andante – Allegro
7 – Tema con variazioni
8 – Allegro ma non troppo

WDR Sinfonieorchester Köln
Karl Melles, regência

Gravado ao vivo em Colônia, Alemanha Ocidental, em 10 de dezembro de 1965

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Apresento-lhes agora todas as gravações que consegui recolher da trajetória de Martha no VII Concurso Internacional Chopin, em 1965 (e, a despeito de muito vasculhar a cyberesfera, nunca encontrei o estudo do Op. 25 que dizem que ela tocou). Elas deixam óbvio por que nossa Rainha conquistou o júri, atacando o teclado com a fúria e a paixão habituais, sem medo de correr riscos (ao que abdicam muitos participantes de concursos pianísticos). O mais impressionante, talvez, é que não fosse a qualidade medíocre do som, poderíamos jurar que as performances são de anteontem, tamanha era a maturidade da artista, então com 23 anos, e tão espetacular que é sua técnica hoje, depois dos oitenta.

PRIMEIRA ETAPA – 22 de fevereiro de 1965

1 – Apresentação (em polonês)

Fryderyk CHOPIN

Dos Três noturnos para piano, Op. 15
2 – No. 1 em Fá maior

Dos Doze estudos para piano, Op. 10:
3 – No. 1 em Dó maior
4 – No. 4 em Dó sustenido menor

Polonaise para piano em Lá bemol maior, Op. 53, “Heroica”
5 – Maestoso

Dos Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 28
6 – No. 19 em Mi bemol maior
7 – No. 20 em Dó menor
8 – No. 21 em Si bemol maior
9 – No. 22 em Sol menor
10 – No. 23 em Fá maior
11 – No. 24 em Ré menor

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SEGUNDA ETAPA – 5 de março de 1965

Fryderyk CHOPIN

Das Três valsas para piano, Op. 34:
1 – No. 1 em Lá bemol maior, “Grande Valse Brillante”

Três mazurcas para piano, Op. 59
2 – No. 1 em Lá menor
3 – No. 2 em Lá bemol maior
4 – No. 3 em Fá sustenido menor

Dos Doze estudos para piano, Op. 10:
5 – No. 10 em Lá bemol maior

Barcarola em Fá sustenido maior, Op. 60
6 – Allegretto

Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
7 – Presto con fuoco

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TERCEIRA ETAPA – 10 de março de 1965

1 – Apresentação (em polonês)

Fryderyk CHOPIN

Dos Dois noturnos para piano, Op. 55:
2 – No. 2 em Mi bemol maior

Sonata para piano no. 3 em Si menor, Op. 58
3 – Allegro maestoso
4 – Scherzo: Molto vivace
5 – Largo
6 – Finale: Presto non tanto

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FINAL – 13 de março de 1965

Para a grande final, Arthur e Martha escolheram concertos diferentes – ambos, felizmente, lançados pela primeira vez numa remasterização decente, publicada pelo Instituto Fryderyk Chopin, e que ora lhes apresento, tanto para lembrar o triunfo da Rainha, como também para homenagear nosso compatriota, um magnífico chopinista. A título de curiosidade, aponto que quase todos os vencedores do Concurso tocaram na final o concerto em Mi menor – o último a triunfar com o concerto em Fá menor foi Đặng Thái Sơn em 1980, edição que se celebrizou pela intempestiva saída de nossa deusa do júri, em protesto à eliminação a seu ver injustificada de Ivo Pogorelić, a quem chamou de “gênio”.

Fryderyk CHOPIN

Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
1 – Allegro maestoso
2 – Romance. Larghetto
3 – Rondo. Vivace

Martha Argerich, piano

Concerto para piano e orquestra no. 2 em Fá menor, Op. 21

4 –  Maestoso
5 – Larghetto
6 – Allegro vivace

Arthur Moreira Lima, piano

Orkiestra Filharmonii Narodowej w Warszawie (Orquestra Filarmônica Nacional de Varsóvia)
Witold Rowicki, regência

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Gravações feitas ao vivo na Sala Filarmônica de Varsóvia, Polônia, durante o VII Concurso Internacional Fryderyk Chopin

Trailer do documentário “Martha Argerich in Warsaw 1965”, que aborda o marco zero do nascimento da superestrela. Notem a participação de Arthur Moreira Lima, um excelente artista que, convenhamos, teve pouca sorte de disputar a primazia na competição com uma das melhores pianistas de todos os tempos.

Programa original da participação de Martha no VII Concurso Internacional Chopin, em 1965. Notem que há diferenças entre o programa previsto e aquele realmente executado, mais notavelmente o concerto da etapa final.

Ao triunfo no Concurso Chopin só poderia, naturalmente, se seguir demanda por mais Chopin. A EMI agiu rápido e trouxe a Rainha a Londres, onde colocou a serviço de Sua Majestade Marthínhica seus ótimos estúdios e excelentes engenheiros de som. Para profunda decepção dos ingleses, no entanto, um contrato que se descobriu vigente com a Polygram impossibilitou o lançamento da gravação, que só veio a público em 1999. Como atesta o depoimento a seguir, de Suvi Raj Grubb, que produziu o álbum, a espera valeu a pena:

“’Argerich foi, entre todos músicos, a mais formidável que já encontramos’, escreve o produtor do álbum, Suvi Raj Grubb, ‘Nada estava fora do alcance dessa mulher’ (…)”

“Quando comecei a me interessar por música, levei algum tempo para me acostumar com o piano. Mas, quando entrei na EMI (agora Warner Classics), eu já adorava música para piano e tinha muito conhecimento sobre ela. Assim, sempre que um novo pianista aparecia, eu era a primeira escolha como produtor.”

“Em 1966, eu já produzira um punhado de discos de piano, um dos melhores dos quais nunca viu a luz do dia. Quando Martha Argerich entrou no estúdio, foram seus olhares sombrios e ardentes que me impressionaram pela primeira vez. Assim que chegou, pediu café; quando lhe ofereci uma xícara, ela a engoliu de uma só vez e pediu mais. Sentei-a no estúdio com um grande bule de café e entrei na sala de controle.”

“No início, suas mãos se moviam despreocupadamente sobre o teclado enquanto ela testava o piano. Então ela despejou a Polonaise [Op.53] de Chopin. Sentei-me na minha cadeira com um longo ‘Jee-sus’ – e o engenheiro de som disse ‘Uau!'”

“Se isso fora uma amostra de seu pianismo, então Argerich era a pianista mais formidável que já encontráramos. Os grandes acordes soaram enormes, as passagens entre eles, limpas; no trio, um grande espetáculo, as difíceis passagens em oitava à esquerda eram equilibradas, e o crescendo, controlado. Dei uma espiada no estúdio para ter certeza de que essa torrente de som era realmente originária do toque de uma garota sentada ao piano. Foi verdadeiramente inacreditável.”

“Sorri ao lembrar do comentário de Clara Schumann a Brahms sobre as ‘Variações Paganini’, lamentando que estivesse além da capacidade de uma pianista. Nada estaria fora do alcance daquela mulher.”

“Ela entrou na sala de controle, olhou para mim e sorriu, pois sabia que tivera um impacto devastador sobre mim. Nos dias seguintes, energizada por galões de café preto e forte, ela terminou um recital de Chopin que incluía a terceira sonata, o terceiro scherzo e, modelados como joias em miniatura, um grupo de mazurcas e noturnos. O último movimento da sonata foi feito num só take impecável. Ela disse que gostou das sessões; que gostou do som do piano no disco e que estava ansiosa para trabalhar comigo novamente.”

“Para minha amarga decepção, soubemos algumas semanas depois que seu compromisso com outra empresa não nos permitiria publicar o disco e, nem pela primeira nem pela última vez, desejei que não houvesse cláusulas de exclusividade. No devido tempo, um disco com o mesmo repertório foi lançado pelos nossos rivais – quando o ouvi, soube que nossa Argerich era a melhor das duas.”

Certeza de que era.

Fryderyk CHOPIN

Sonata para piano no. 3 em Si menor, Op. 58
1 – Allegro maestoso
2 – Scherzo: Molto vivace
3 – Largo
4 – Finale: Presto non tanto

Três mazurcas para piano, Op. 59
5 – No. 1 em Lá menor
6 – No. 2 em Lá bemol maior
7 – No. 3 em Fá sustenido menor

Dos Três noturnos para piano, Op. 15
8 – No. 1 em Fá maior

Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
9 – Presto con fuoco

Polonaise para piano em Lá bemol maior, Op. 53, “Heroica”
10 – Maestoso

Gravado em Londres, Reino Unido, junho de 1965

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A alta demanda do planeta por sua nova superestrela do piano deu poucas oportunidades a Martha para ampliar seu repertório. Assim, às peças que ela preparara para o concurso Chopin, somaram-se aquelas que ela já aprendera antes de seus três anos sabáticos. O rol de obras resultante repete-se em quase todas as gravações até o final da década, que hemos de apresentar a seguir, e sem maiores comentários, que resultariam necessariamente repetitivos. Limitamo-nos a apontar, como adições mais notáveis ao repertório da Rainha, a impressionante Fantasia de seu queridinho Schumann, a toccata em Dó menor de J. S. Bach e, de Chopin, o outro queridinho, o segundo scherzo e a transcendental Polonaise-Fantaisie – além do já citado terceiro concerto de Prokofiev e dos primeiros concertos de Tchaikovsky e Liszt, já publicados anteriormente aqui no PQP Bach.

Sergey PROKOFIEV
Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
1 – Allegro inquieto – Poco meno – Andantino
2 – Andante caloroso – Poco più animato – più largamente – Un poco agitato
3 – Precipitato

Franz LISZT (1811-1886)
Dos Três estudos de concerto para piano, S. 144:
4 – No. 2 em Fá menor, “La leggierezza”

Fryderyk CHOPIN
Dos Doze estudos para piano, Op. 10:
5 – No. 4 em Dó sustenido menor

Dos Três noturnos para piano, Op. 15
6 – No. 1 em Fá maior

Barcarola em Fá sustenido maior, Op. 60
7 – Allegretto

Três mazurcas para piano, Op. 59
8 – No. 1 em Lá menor
9 – No. 2 em Lá bemol maior
10 – No. 3 em Fá sustenido menor

Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
11 – Presto con fuoco

Robert SCHUMANN
Fantasia em Dó maior para piano, Op. 17
12 – Durchaus fantastisch und leidenschaftlich vorzutragen; Im Legenden-Ton
13 – Mäßig. Durchaus energisch
14 – Langsam getragen. Durchweg leise zu halten

Gravado ao vivo no Carnegie Hall, Nova York, Estados Unidos, em 16 de janeiro de 1966

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Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto para piano e orquestra no. 20 em Ré menor, K. 466
1 – Allegro
2 – Romanze
3 – Rondo: Allegro assai

Symphonieorchester des Norddeutschen Rundfunks
Reinhard Peters, regência

Gravado em Hamburgo, Alemanha Ocidental, junho de 1966

Johann Sebastian BACH
4 – Toccata em Dó menor, BWV 911

Robert SCHUMANN
5-7 – Fantasia em Dó maior para piano, Op. 17

Fryderyk CHOPIN
8-10 – Três mazurcas para piano, Op. 59

Gravado em Milão, Itália, março de 1966

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Fryderyk CHOPIN
Scherzo para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 31
1 – Presto

Das Quatro mazurcas para piano, Op. 24:
2 – No. 2 em Dó maior

Das Quatro mazurcas para piano, Op. 41:
3 – No. 2 em Mi menor

Franz LISZT (1811-1886)
Dos Três estudos de concerto para piano, S. 144:
4 – No. 2 em Fá menor, “La leggierezza”

Rapsódia Húngara para piano no. 6 em Ré bemol maior
5 – Introduction – Lassan – Friska

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em 1966

Sergey PROKOFIEV
Da Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
6 – Precipitato

Robert SCHUMANN
Da Sonata para piano no. 2 em Sol menor, Op. 22:
7 – Rondo. Presto.

Gravação para a TV no estúdio da WDR, Colônia, Alemanha, 1966

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Fryderyk CHOPIN

1-4 – Sonata para piano no. 3 em Si menor, Op. 58

Polonaise-Fantaisie para piano em Lá bemol maior, Op. 61
5 – Allegro maestoso

Polonaise para piano em Lá bemol maior, Op. 53, “Heroica”
6 – Maestoso

7-9 – Três mazurcas para piano, Op. 59

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, janeiro de 1967

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Fryderyk CHOPIN

1-4 – Sonata para piano no. 3 em Si menor, Op. 58

Dos Doze estudos para piano, Op. 10:
5 – No. 4 em Dó sustenido menor

Das Quatro mazurcas para piano, Op. 41:
6 – No. 1 em Dó sustenido menor
7 – No. 2 em Mi menor

Das Quatro mazurcas para piano, Op. 24:
8 – No. 2 em Dó maior

Das Três mazurcas para piano, Op. 63:
9 – No. 2 em Fá menor

Das Quatro mazurcas para piano, Op. 33:
10 – No. 2 em Ré maior

Dos Três noturnos para piano, Op. 15
11 – No. 1 em Fá maior

Dos Dois noturnos para piano, Op. 55
12 – No. 2 em Mi bemol maior

Gravado em Berlim Ocidental, março de 1967 (sonata, ao vivo) e dezembro de 1967

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Fryderyk CHOPIN
1-3 –Três mazurcas para piano, Op. 59

Sergey PROKOFIEV
4-6 – Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83

Toccata para piano em Ré menor, Op. 11
7 – Allegro marcato

Maurice RAVEL
8-10 – Gaspard de la nuit, três poemas para piano após Aloysius Bertrand), M. 55

Sergey PROKOFIEV
Sonata para piano no. 3 em Lá menor, Op. 28
11 Allegro tempestoso – Moderato – Allegro tempestoso – Moderato – Più lento – Più animato – Allegro I – Poco più mosso

Maurice RAVEL
Sonatina para piano em Fá sustenido menor, M. 40
12 – Modéré
13 – Mouvement de Menuet
14 – Animé

Gravado em Colônia, Alemanha Ocidental, outubro de 1967

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Dessa década da carreira da Rainha vocês já encontravam as seguintes gravações no PQP Bach:

Prokofiev (1891-1953): Piano Concerto No. 3 / Ravel (1875-1937): Piano Concerto in G

Os ebulientes concertos em Sol de Ravel e o no. 3 de Prokofiev, naquelas que são talvez suas gravações definitivas, sob a batuta de Claudio Abbado (1967)


[Restaurado] Argerich Collection – Beethoven, Chopin, Tchaikovsky, Schumann, Liszt, Prokofiev e Ravel

As grandes gravações de Martha para os primeiros concertos de Chopin e Liszt, sob Abbado, e do primeiro de Tchaikovsky sob Dutoit (1968)


Our Queen speaks English

Vassily

Béla Bartók (1881-1945): Cantata Profana / Village scenes / Seven choruses / Hungarian folksongs / Five songs (Ferencsik / Doráti / Kórodi / Kovács) #BRTK140 Vol. 1 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Cantata Profana / Village scenes / Seven choruses / Hungarian folksongs / Five songs (Ferencsik / Doráti / Kórodi / Kovács) #BRTK140 Vol. 1 de 29

Aqui, toda a coleção.

A Cantata Profana é uma obra para coro duplo misto e orquestra. Concluído em 8 de setembro de 1930, estreou em Londres em 25 de maio de 1934, com a BBC Symphony Orchestra e Wireless Chorus regidos por Aylmer Buesst. Os textos que Bartók usou para criar o libreto foram dois colíndes romenos que ele coletou na Transilvânia em abril de 1914. Colíndes são baladas cantadas durante a época do Natal, embora muitos não tenham nenhuma conexão com a natividade de Jesus e se acredite que tenham sua origem nos tempos pré-cristãos. A história é de um pai que ensinou seus nove filhos apenas a caçar, então eles não sabem nada de trabalho e passam todo o tempo na floresta. Um dia, enquanto caçava um veado grande e bonito, eles cruzam uma ponte mal-assombrada e são transformados em veados. O aflito pai pega seu rifle e sai em busca dos filhos desaparecidos. Encontrando um grupo de belos veados reunidos em torno de uma fonte, ele se ajoelha e mira. O maior veado (o filho mais velho) implora ao pai para não atirar. O pai, reconhecendo seu filho favorito no cervo, implora a seus filhos que voltem para casa. O cervo então responde que eles não podem voltar para casa — seus chifres não podem passariam pelas portas e eles não poderiam mais beber em xícaras, apenas fontes frescas da montanha. Era um problema. O resto vocês descobrem. A história gerou uma grande discussão sobre as muitas camadas de interpretações possíveis no mito dos nove veados encantados.

As outras peças dão o que pensar. Eu as ouço e acho que Orff fez cópias pioradas delas. Bem pioradas de canções do interior da França e da Alemanha. É apenas uma impressão.

Béla Bartók (1881-1945): Cantata Profana / Village scenes / Seven choruses / Hungarian folksongs / Five songs (Ferencsik / Doráti / Kórodi / Kovács) #BRTK140 Vol. 1 de 29

1 Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”: I. Molto moderato. Once there was an old man
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
János Ferencsik (conductor)
recording of:
Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”: I. Molto moderato. Once there was an old man
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1930)
part of:
Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”
8:18

2 Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”: II. Andante. Through forest aroving, hey-yah!
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
János Ferencsik (conductor)
recording of:
Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”: II. Andante. Through forest aroving, hey-yah!
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1930)
part of:
Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”
8:03

3 Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”: III. Moderato. Once there was an old man
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
János Ferencsik (conductor)
recording of:
Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”: III. Moderato. Once there was an old man
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1930)
part of:
Cantata profana for tenor, baritone, double chorus & orchestra (or piano), Sz. 94, BB 100 “The Enchanted Stags”
3:24

4 Village scenes for female chorus & chamber orchestra, Sz. 79, BB 87/b: No. 1, “Lakodalom”
orchestra:
Budapesti Kamaraegyüttes
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Three Village Scenes, Sz. 79, BB 87b: No. 1. Lakodalom
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1926)
part of:
Three Village Scenes, Sz. 79, BB 87b
4:01

5 Village scenes for female chorus & chamber orchestra, Sz. 79, BB 87/b: No. 2, “Bolcsodal”
orchestra:
Budapesti Kamaraegyüttes
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Three Village Scenes, Sz. 79, BB 87b: No. 2. Bölcsődal
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1926)
part of:
Three Village Scenes, Sz. 79, BB 87b
4:52

6 Village scenes for female chorus & chamber orchestra, Sz. 79, BB 87/b: No. 3, “Legenytanc”
orchestra:
Budapesti Kamaraegyüttes
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Three Village Scenes, Sz. 79, BB 87b: No. 3. Legénytánc
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1926)
part of:
Three Village Scenes, Sz. 79, BB 87b
2:55

7 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Hussar
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 1. “Huszárnóta”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:40

8 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: No. 8, Ne menj el, Sz.103/8
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 1. “Ne menj el”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:59

9 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: No. 13, Resteknek
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 2. “Resteknek nótája”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
0:44

10 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: No. 14, Bolyongás
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 3. “Senkim a világon”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:35

11 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: No. 11, Cipósütés
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume III, No. 4. “Cipósütés”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:19

12 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: No. 2, Ne hagyj itt
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume I, No. 2. “Ne hagyj itt!”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
2:56

13 Seven choruses in two and three parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: No. 15, Boys’/Girls’ Teasing So
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Twenty-seven choruses in 2 and 3 parts for children’s or female chorus & piano (or orchestra), Sz. 103, BB 111: Volume IV, No. 4. “Leánycsúfoló”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
27 Two- and Three-Part Choruses, BB 111
1:31

14 Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 1, “Tomlocben”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
András Kórodi (conductor)
recording of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 1, “Tomlocben”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108
3:19

15 Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 2, “Regi kerseves”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
András Kórodi (conductor)
recording of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 2, “Regi kerseves”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108
2:13

16 Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 3, “Parosito I”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
András Kórodi (conductor)
recording of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 3, “Parosito I”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108
1:31

17 Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 4, “Panasz”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
András Kórodi (conductor)
recording of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 4, “Panasz”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108
1:57

18 Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 5, “Parsoito II”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
András Kórodi (conductor)
recording of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108: No. 5, “Parsoito II”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Hungarian folksongs for voice & orchestra, Sz. 101, BB 108
1:23

19 Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 1, “Tavasz: Az en szerelmem”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
János Kovács (conductor)
recording of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 1, “Tavasz: Az en szerelmem”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71, op. 15
2:06

20 Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 2, “Nyar: Szomjasan vagyva”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
János Kovács (conductor)
recording of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 2, “Nyar: Szomjasan vagyva”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71, op. 15
2:47

21 Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 3, “A vagyak ejjele”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
János Kovács (conductor)
recording of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 3, “A vagyak ejjele”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71, op. 15
4:26

22 Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 4, “Tel: Szines almoban”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
János Kovács (conductor)
recording of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 4, “Tel: Szines almoban”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71, op. 15
3:40

23 Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 5, “Osz: Itt lent a volgyben”
mezzo-soprano vocals:
Júlia Hamari (mezzo-soprano)
orchestra:
Hungarian State Orchestra
conductor:
János Kovács (conductor)
recording of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71 (Op.15): No. 5, “Osz: Itt lent a volgyben”
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Five songs for voice & orchestra, Sz. 61, BB 71, op. 15

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Bartók e Ditta Pásztory, sensualizando em visita ao PQP Bach Magyar Motel de Budapeste, de Chico Buarque.

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Suítes para Orquestra Nº 1 e 2 (Ferencsik / Erdélyi) #BRTK140 Vol. 11 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Suítes para Orquestra Nº 1 e 2 (Ferencsik / Erdélyi) #BRTK140 Vol. 11 de 29

Aqui, toda a coleção.

EXCLUSIVO! Uma conversa confidencial no Whatsapp entre dois elementos do PQP Bach:

[22:00, 28/04/2021] PQP: Eu não tenho disciplina para ouvir música e comecei a ouvir aqueles 29 CDs de Bartók. Bem, comecei pelo 12 ou 18 e passei ao 22 e depois para o 11. Estou evitando as obras famosas.
[22:00, 28/04/2021] Vassily: Ah, eu também ouvi a coleção aleatoriamente
[22:02, 28/04/2021] PQP: Porém, como estou maravilhado com o que ouço, estou avançando como um louco e programando as coisas fora de ordem, o que pode perturbar as pessoas mais normais.
[22:02, 28/04/2021] PQP: Sigo assim ou queres botar ordem na casa?
[22:02, 28/04/2021] Vassily: Ah, manda brasa
[22:02, 28/04/2021] Vassily: Já temos uma boa discografia bartokiana nas obras mais conhecidas
[22:03, 28/04/2021] Vassily: Acho que temos que nos deixar levar por esse espírito de descoberta
[22:03, 28/04/2021] PQP: Mais: reserve coisas para tu postares porque estou apaixonado pelos instrumentistas magiares.
[22:03, 28/04/2021] Vassily: Não fosse isso, não teria passado semanas ouvindo aquelas gravações de campo e postado sobre elas
[22:04, 28/04/2021] Vassily: Manda brasa. A Hungaroton lançou bastante Bartók fora daquela coleção
[22:04, 28/04/2021] PQP: Hoje ouvi o primeiro disco para piano e aquelas suítes orquestrais que não parecem ser BB, mas que são maravilhosas.
[22:07, 28/04/2021] Vassily: Ele ainda estava muito imbuído de Strauss na época.
[22:08, 28/04/2021] Vassily: Foi antes do terremoto que lhe causou a moça cantando “A maçã vermelha caiu na lama”
[22:13, 28/04/2021] PQP: Sensacional esta história.
[22:15, 28/04/2021] Vassily: Incrível como alguém tão individualista e introspectivo tenha mudado tanto seus rumos com um momento frugal assim
[22:21, 28/04/2021] PQP: É verdade. Talvez ele estivesse consciente de que estava imitando ou apenas dando continuidade à obra de outros.
[22:27, 28/04/2021] Vassily: Sim! Essa insatisfação é recorrente na correspondência dele. Aquelas suítes, maravilhosas que são, não o satisfizeram, apesar de serem suas obras mais tocadas na época
[22:29, 28/04/2021] Vassily: E o nacionalismo pós-romântico estava esgotado — Dvořák, Grieg… — ninguém que deixasse sucessores. E havia, na Hungria, a sombra de Liszt e as consequências de seu erro acerca da música dos ciganos húngaros
[22:31, 28/04/2021] Vassily: Seu ídolo, o cuzão Strauss, não lhe deu a menor bola. O músico mais importante a acolhê-lo e incentivá-lo foi Busoni, que considero um dos maiores livre-pensadores da Música
[22:32, 28/04/2021] PQP: Não sabia de Busoni
[22:34, 28/04/2021] Vassily: Eu também não. Outro sujeito extraordinário que não deixou sucessores como compositor. Bartók encontrou Busoni algumas vezes, uma delas um pouco antes de se encantar pela canção da maçã vermelha. Imagino que haja uma relação entre os eventos.
[22:35, 28/04/2021] Vassily: E também havia Kodály, que era mais jovem, mas um homem mais vivido, com estudos na França, paixão por Debussy e muito pé na lama dos vilarejos
[22:36, 28/04/2021] PQP: Sim, esse era o parceiro. Excelente compositor tb.
[22:36, 28/04/2021] Vassily: A relação com Kodály era muito especial. Tu percebes nas fotos. Nada daquele olhar fustigante habitual de Bartók. Ele está sempre a tocar o amigo ou a olhar para ele
[22:36, 28/04/2021] PQP: Amigos
[22:37, 28/04/2021] Vassily: Muito amigos. Inspiravam demais um ao outro
[22:37, 28/04/2021] PQP: Ah, como é bom e raro quando isso acontece.
[22:38, 28/04/2021] Vassily: Outra que descobri: sempre achei que Bartók fosse um gigante
[22:38, 28/04/2021] Vassily: Mas tinha pouco mais de 1,60 m
[22:40, 28/04/2021] Vassily: Claro que há sempre aquele olhar penetrante e meio intimidador que talvez desse impressão diferente
[22:41, 28/04/2021] Vassily: Mas depois reparei nas mãos dele. Eram imensas.
[22:43, 28/04/2021] Vassily: Sentado ao teclado, parecia, sei lá, um Rachmaninov ou um Prokofiev
[22:43, 28/04/2021] Vassily: Trago boas notícias pós-segunda dose da AstraZeneca:
[22:43, 28/04/2021] Vassily: O bode é muito menor que o da primeira dose
[22:45, 28/04/2021] PQP: Tomo a minha segunda dose em 5 de julho
[22:51, 28/04/2021] PQP: Eu sempre achei que Bartók tivesse a minha altura. 1,70m
[22:52, 28/04/2021] Vassily: Eu também. Acho que ele encarquilhou com a idade e a doença
[22:52, 28/04/2021] Vassily: Incrível o quanto os anos no exílio o devastaram
[22:53, 28/04/2021] Vassily: O atestado de óbito indica 1,63 m e 39 quilos
[22:53, 28/04/2021] PQP: A leucemia…

Béla Bartók (1881-1945): Suítes para Orquestra Nº 1 e 2 (Ferencsik / Erdélyi) #BRTK140 Vol. 11

1 Suite for orchestra No. 1, Sz. 31, BB 39 (Op. 3): I. Allegro vivace
2 Suite for orchestra No. 1, Sz. 31, BB 39 (Op. 3): II. Poco adagio
3 Suite for orchestra No. 1, Sz. 31, BB 39 (Op. 3): III. Presto
4 Suite for orchestra No. 1, Sz. 31, BB 39 (Op. 3): IV. Moderato
5 Suite for orchestra No. 1, Sz. 31, BB 39 (Op. 3): V. Molto vivace
Hungarian State Orchestra
János Ferencsik

6 Suite for orchestra No. 2, Sz. 34, BB 40 (Op. 4): I. Comodo
7 Suite for orchestra No. 2, Sz. 34, BB 40 (Op. 4): II. Allegro scherzando
8 Suite for orchestra No. 2, Sz. 34, BB 40 (Op. 4): III. Andante
9 Suite for orchestra No. 2, Sz. 34, BB 40 (Op. 4): IV. Comodo
Budapest Symphony Orchestra
Miklós Erdélyi

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Bartók no sítio do PQP Bach em Morungava

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Peças para Piano I (Gabos / Zempléni) #BRTK140 Vol.18 de 29

Aqui, toda a coleção.

IM-PER-Dí-VEL !!!

As 4 peças para piano e a principalmente a Rapsódia são os destaques deste CD de Bartók. Mas o que me impressionou mesmo foi a qualidade dos pianistas Gabos e Zempléni, que tocam o disco com suprema qualidade e compreensão. A Rapsódia , op . 1, Sz. 26, BB 36, foi concluída em 1904. Um ano depois, Bartók escreveu uma versão para piano e orquestra. As 3 canções folclóricas húngaras do distrito de Csík são o produto de sua colaboração inicial com Zoltán Kodály, coletando e transcrevendo canções folclóricas em toda a Europa Oriental. As 14 Bagatelles , Sz.38, BB 50, Op. 6 é um conjunto de peças para piano solo escritas na primavera de 1908 e interpretado pela primeira vez pelo compositor em 29 de junho de 1908, em Berlim. As 14 Bagatelles foram uma primeiro passo experimental e significou a retirada de Bartók do estilo composicional do século XIX. A obra beira a atonalidade, e Bartók adotou algumas técnicas de Debussy e Schoenberg.

Béla Bartók (1881-1945):Peças para Piano I (Gabos / Zemplénii) #BRTK140 Vol.18

1 Four pieces for piano, BB 27, DD 71: No. 1. Tanulmany balkezre (Study for the Left Hand)
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71: No. 1. Study for the Left Hand (to Istvan Thoman)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71
9:10

2 Four pieces for piano, BB 27, DD 71: No. 2. I. Ábránd
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71: No. 2: Fantasy 1 (to Emma Gruber)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71
5:06

3 Four pieces for piano, BB 27, DD 71: No. 3. II. Ábránd
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71: No. 3: Fantasy 2 (to Emsy and Irmy Jurkovics)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71
4:22

4 Four pieces for piano, BB 27, DD 71: No. 4. Scherzo
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71: No. 4: Scherzo (to Ern Dohnanyi)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Four Piano Pieces, Sz. 22, BB 27, DD 71
8:26

5 Rhapsody for piano, Sz. 26, BB 36/a (Op. 1)
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
Rhapsody for piano, Sz. 26, BB 36a, op. 1
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1904)
part of:
Bartók Béla válogatott zenei írásai (number: Sz. 26) and Béla Bartók’s Works (BB) (number: BB 36a)
later versions:
Rhapsody for piano, op. 1 (shortened version)
20:47

6 Hungarian folksongs from Csík for piano, Sz. 35a, BB 45/b: No. 1. Rubato
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
3 Hungarian Folksongs from Csík, Sz. 35a, BB 45b, No. 1: Rubato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
3 Hungarian Folksongs from Csík, Sz. 35a, BB 45b
1:22

7 Hungarian folksongs from Csík for piano, Sz. 35a, BB 45/b: No. 2. L’istesso tempo
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
3 Hungarian Folksongs from Csík, Sz. 35a, BB 45b, No. 2: L’istesso tempo
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
3 Hungarian Folksongs from Csík, Sz. 35a, BB 45b
1:09

8 Hungarian folksongs from Csík for piano, Sz. 35a, BB 45/b: No. 3. Poco vivo
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
3 Hungarian Folksongs from Csík, Sz. 35a, BB 45b, No. 3: Poco vivo
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1907)
part of:
3 Hungarian Folksongs from Csík, Sz. 35a, BB 45b
0:49

9 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 1. Molto sostenuto
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 1. Molto sostenuto
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
1:35

10 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 2. Allegro giocoso
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 2. Allegro giocoso
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
0:49

11 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 3. Andante
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 3. Andante
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
0:59

12 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 4. Grave. “Mikor gulyasbojtar voltam”
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 4. Grave
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
1:18

13 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 5. Vivo. “Ej’ po pred nas, po pred nas”
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 5. Vivo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
1:09

14 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 6. Lento
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 6. Lento
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
1:39

15 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 7. Allegretto molto capriccioso
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 7. Allegretto molto capriccioso
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
2:04

16 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 8. Andante sostenuto
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 8. Andante sostenuto
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
2:16

17 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 9. Allegretto grazioso
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 9. Allegretto grazioso
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
2:51

18 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 10. Allegro
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6: No. 10 Allegro
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1908)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
2:26

19 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 11. Allegretto molto rubato
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 11. Allegretto molto rubato
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
1:46

20 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 12. Rubato
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 12. Rubato
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
3:20

21 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 13. Lento funebre. “Elle est morte…”
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 13. (Elle est morte…) Lento funebre
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6
2:31

22 Bagatelles for piano, Sz. 38, BB 50 (Op. 6): No. 14. Presto. Valse “M’amie qui danse…”
piano:
Kornél Zempléni
recording of:
14 Bagatelles, op. 6: No. 14. Valse (Ma mie qui danse…). Presto
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
14 Bagatelles, Sz. 38, BB 50, op. 6

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Bartok testando o piano da sede de Budapeste da PQP Bach Corp.

PQP

Béla Bartók (1881-1945): O Mandarim Miraculoso / O Príncipe de Madeira / Danças Romenas e outras peças (Sándor / Kórodi / Erdélyi) #BRTK140 Vol.12 de 29

Béla Bartók (1881-1945): O Mandarim Miraculoso / O Príncipe de Madeira / Danças Romenas e outras peças (Sándor / Kórodi / Erdélyi) #BRTK140 Vol.12 de 29

Aqui, toda a coleção.

IM-PER-Dí-VEL !!!

Esses húngaros… Comecei a ouvir a Obra Completa de Bartók da Hungaroton com método. Escolhi o Vol. 12, claro. E fiquei absolutamente encantado. Que disco! Ele tem apenas uma ou duas obras realmente daquelas conhecidas, mas tudo ganha sentido quando na mão dos donos do sotaque bartoquiano, na mão de húngaros. O Mandarim Miraculoso é um balé pantomima de um ato composto por Béla Bartók entre 1918 e 1924, baseado numa história de Melchior Lengyel. Estreado em 1926 na Alemanha, causou grande escândalo e foi posteriormente banido por motivos morais.

Após uma introdução orquestral retratando o caos da cidade grande, a ação começa em um apartamento onde moram três criminosos. Eles procuram em seus bolsos e gavetas por dinheiro, mas não encontram nenhum. Então forçam uma garota a ficar perto da janela e atrair os homens que passam. A garota começa uma dança bastante atrevida. Ela primeiro atrai um velho libertino, que faz gestos românticos cômicos. A menina pergunta: “Tem algum dinheiro?” Ele responde: “Quem precisa de dinheiro? Tudo o que importa é o amor.” Ele começa a perseguir a garota, ficando cada vez mais insistente até que os criminosos o agarram e o expulsam.

A garota volta para a janela e executa uma segunda dança. Desta vez, ela atrai um jovem tímido, que também não tem dinheiro. Ele começa a dançar com a garota. A dança fica mais apaixonada, mas o trio salta sobre ele e o expulsa também.

A garota começa a dançar novamente. Os mendigos e a garota veem uma figura bizarra na rua, que logo sobe as escadas. Os criminosos se escondem, e a figura, um mandarim (um chinês rico), fica imóvel na porta. Eles incitam a garota a atraí-lo. Ela começa outra dança picante. De repente, ele salta e abraça a garota. Eles lutam e ela escapa; ele começa a persegui-la. Os criminosos saltam sobre ele, despojam-no de seus objetos de valor e tentam sufocá-lo sob travesseiros e cobertores. No entanto, ele continua a olhar para a garota. Eles o esfaqueiam três vezes com uma espada enferrujada; ele quase cai, mas se joga novamente sobre a garota. O trio o agarra novamente e o pendura em um gancho de lâmpada. A lâmpada cai, mergulhando a sala na escuridão, e o corpo do mandarim começa a brilhar com uma luz verde-azulada assustadora. Os quatro ficam apavorados. De repente, a garota sabe o que devem fazer. Ela diz aos criminosos para soltarem o mandarim; eles obedecem. Ele pula de novo na garota, e dessa vez ela não resiste e eles se abraçam. Com o desejo do mandarim satisfeito, suas feridas começam a sangrar e ele morre.

Béla Bartók (1881-1945): O Mandarim Miraculoso / O Príncipe de Madeira / Danças Romenas e outras peças (Sándor / Kórodi / Erdélyi) — Vol. 12 das Obras Completas

01 – The Miraculous Mandarin Suite for Orchestra [BB 82]
Budapest Philharmonic Orchestra
János Sándor

02 – The Wooden Prince Suite for Orchestra [BB 74]
Budapest Philharmonic Orchestra
András Kórodi

03 – Romanian Dance Suite [BB 61]
Budapest Philharmonic Orchestra
András Kórodi

04 – Romanian Folkdances – for small Orchestra I. Jocul Cu Bƒta [BB 76]
05 – Romanian Folkdances – for small Orchestra II. Brƒul [BB 76]
06 – Romanian Folkdances – for small Orchestra III. Pe Loc [BB 76]
07 – Romanian Folkdances – for small Orchestra IV. Buciumeana [BB 76]
08 – Romanian Folkdances – for small Orchestra V. Poarga Romƒneasca [BB 76]
09 – Romanian Folkdances – for small Orchestra VI Maruntel [BB 76]
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
Miklós Erdélyi

10 – B]
11 – B]-1
12 – B]-1

13 – Hungarian Sketches I. Evening in Transylvania [BB 103]
14 – Hungarian Sketches II. Bear dance [BB 103]
15 – Hungarian Sketches III. Melody [BB 103]
16 – Hungarian Sketches IV. A Bit Drunk [BB 103]
17 – Hungarian Sketches V. Swineherd-dance [BB 103]
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
Miklós Erdélyi

18 – Hungarian Peasant Songs I. Ballad [BB 107]
19 – Hungarian Peasant Songs II. Allegro [BB 107]
20 – Hungarian Peasant Songs III. Allegretto [BB 107]
21 – Hungarian Peasant Songs IV. Allegro [BB 107]
22 – Hungarian Peasant Songs V. Largamente [BB 107]
23 – Hungarian Peasant Songs VI. Moderato [BB 107]
24 – Hungarian Peasant Songs VII. Allegro molto [BB 107]
25 – Hungarian Peasant Songs VIII. Allegro [BB 107]
Budapest Philharmonic Orchestra
János Sándor

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Ele está gostando do que o PQP Bach está fazendo este ano.

PQP

Béla Bartók (1881-1945) – Peças para Piano com Andor Foldes #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL!

Esta postagem abaixo de PQPBach foi revista e ampliada para a celebração dos 140 anos de nascimento de Béla Bartók. Acredito que em 2007, ano da postagem original, havia apenas um CD simples com algumas das gravações de Bartók por Andor Foldes pela Deutsche Grammophon. O resto estava disponível apenas no vinil. Mais recentemente a gravadora soltou, remasterizadas, todas essas gravações que hoje ocupam um CD triplo.

As obras para piano de Béla Bartók têm um pé na tradição e um pé na modernidade: o material temático é quase sempre influenciado pela música folclórica de vários povos da Europa central e oriental, enquanto a escrita pianística usa procedimentos típicos do século XX, com destaque para os clusters.

Um cluster, ou agrupamento de tons, é um acorde musical que compreende (dois ou tipicamente três ou mais) tons adjacentes, ou seja, teclas adjacentes, que podem ser tocadas com os dedos ou, em alguns casos, com socos ou mesmo cotoveladas no teclado, algo que os músicos de jazz já faziam em seus improvisos desde tempos imemoriais.Não por acaso, os precedentes são em sua maioria norte-americanos, como o pianista Scott Joplin e o compositor Charles Ives. Na Europa, Debussy usou clusters para representar os sinos da catedral em um célebre prelúdio para piano. Mas esses três usavam esse tipo de sonoridade de forma eventual. Quem batizou a técnica e usou sequências deles de forma explícita foi o norte-americano Henry Cowell, também um dos introdutores da ideia de “piano preparado”.

Béla Bartók conheceu Henry Cowell em dezembro de 1923. No ano seguinte, ele escreveu para Cowell perguntando se ele poderia utilizar tone clusters sem ofender o colega. A partir daí, ele entraria em um fértil período de escrita pianística, com algumas de suas principais obras para piano finalizadas em 1926: a Sonata, a Suíte Out of Doors e o 1º Concerto para Piano e Orquestra.

O uso mais óbvio dos clusters, por seu caráter dissonante, é em movimentos rápidos e percussivos, com o teclado sendo martelado em andamentos como Presto ou Pesante, como nos exemplos abaixo, que testemunham a influência de Cowell sobre Bartók.

Fotos: clusters na suíte Out of doors. À esquerda, clusters pesados (pesante) no começo do 1º movimento e à direita clusters lentos e misteriosos no 4º movimento – Música Noturna.

Outra forma de utilizar os clusters é com a mão esquerda tocando, delicadamente, sequências dissonantes que fazem parte da criação do clima de “Música Noturna”, título do 4º movimento da Suíte Out of Doors. Boa parte dos movimentos lentos da fase madura de Bartók também recebem esse nome de música noturna: por exemplo os movimentos centrais do 2º Concerto para Piano e do Concerto para Orquestra, sem falar em várias cenas do Mandarim Miraculoso, talvez o mais noturno de todos os balés, por lidar com o tema da prostituição, que aliás causou grande escândalo nos anos 1920.

Pano rápido e as palavras de PQP em 2007: Não vou reescrever o que já está pronto sobre este espetacular CD de um pianista que aprendeu a tocar Bartók com o próprio. Atenção: a gravação é de 1955, mas a qualidade do som parece digital.

Texto de Melvin Yap

Bartók is probably most famous for his Concerto for Orchestra and his piano and violin concertos. As a consequence, many of the works on this disc will probably be unfamiliar to most listeners out there.

This recording belongs to DG’s Dokumente series and as such, is not a recent recording. It was recorded in 1955 in monophonic sound. However, since the whole disc is a piano recital, the monophonic sound isn’t that serious a drawback.

Who was Andor Foldes anyway? From the documentation supplied with the disc, I gathered that he had quite an illustrious bevy of piano teachers. He studied the piano with Ernst von Dohnányi and first met Bartók at the age of fifteen in 1929. They later became close friends until Bartók’s death. His intimate relationship with the composer himself hints that he probably is eminently qualified to interpret Bartók’s work and this is borne out by the quality of the recital.
The Mikrokosmos are teaching pieces that range from beginners’ pieces to works of exuberant virtuosity. Foldes is never condescending and he invests these pieces with detail and meticulous precision. I believe that Foldes hardly deviates from the strict dynamics and tempo markings that Bartó The same approach can be seen in the other pieces too. Rather than playing these works coldly and mechanically, as some pianists are apt to do, Foldes strives for emotion and expression. He is technically brilliant but never allows the technical aspect of a work to overshadow its intrinsic artistic qualities. This is one of the most atmospheric recordings I’ve ever heard and it is not hard to imagine the pianist playing right before you.

There’s plenty of exciting moments in this disc, for example in the last part of the Suite Op.14. Percussive, almost overflowing in a kaleidoscope of sound but always coherent and imaginative, the playing is a delight. Nor are the slower parts especially boring. Foldes has a way of mulling over the slower bits in an interesting sort of way so that you are enlightened rather than irked.

Despite its vintage, the sound of this disc is perfectly acceptable and probably acoustically superior to many of our so-called digital recordings. This is not a disc for everybody but it should be rewarding for any serious collector of Bartók or piano music.

Béla Bartók – Peças para Piano

CD 1
1–17 For Children, Sz.42 (BB 53): Books I & II (excerpts)
18–20 Sonatina, Sz.55 (BB 69)
21–26 Mikrokosmos, Sz.107 (BB 105): Book IV (excerpts)
27–33 Mikrokosmos, Sz.107 (BB 105): Book V (excerpts)
34–44 Mikrokosmos, Sz.107 (BB 105): Book VI (excerpts)
45–50 For Children, Sz.42 (BB 53): Book III (excerpts)
51–54 For Children, Sz.42 (BB 53): Book IV (excerpts)
55–56 Two Elegies, Sz.41 (BB 49)

CD 2
1–6 Six Romanian Folk Dances, Sz.56 (BB 68)
7 Fantasy II (No. 3 of Four Piano Pieces, Sz.22, BB 27)
8–14 Seven Sketches, Sz.44 (BB 54)
15 Improvisations on Hungarian Peasant Songs, Sz.74 (BB 83)
16 Fifteen Hungarian Peasant Songs, Sz.71 (BB 79)
17–19 Sonata for Piano, Sz.80 (BB 88)
20–22 Three Rondos on Hungarian Folk Tunes, Sz.84 (BB 92)
23–24 Romanian Christmas Carols, Sz.57 (BB 67)

CD 3
1–4 Suite, Sz.62 (BB 70)
5–9 Out of Doors, Sz.81 (BB 89)
10–15 Nine Little Piano Pieces, Sz.82 (BB 90)
16–26 Ten Easy Piano Pieces, Sz.39 (BB 51)
27–29 Three Burlesques, Sz.47 (BB 55)
30 Allegro barbaro, Sz.49 (BB 63)

Piano: Andor Foldes (1913-1992)
Recording: Beethovensaal, Hannover, Germany, 1954-1955

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Clusters alternados entre as duas mãos no Mikrokosmos nº 140

PQP (2007) / Pleyel (2021)

Bela Bartók (1881-1945): Sonatas para Violino 1 & 2, Sonata para Violino Solo (Kelemen / Kocsis) #BRTK140

Bela Bartók (1881-1945): Sonatas para Violino 1 & 2, Sonata para Violino Solo (Kelemen / Kocsis) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Faz quase 40 anos que persigo uma gravação destas obras que se compare ao meu velho vinil de André Gertler e Edith Farnadi. Comprei várias versões, mas nada de chegar nem perto dos húngaros Gertler-Farnadi. Pois esta outra dupla húngara, a de Kelemen-Kocsis chega lá. Não adianta, para a música russa, russos, para a música húngara, húngaros. Os caras têm o sotaque perfeito, não pretendem adaptar a selvageria ou domesticar a face cigana de Bartók. Essas Sonatas, de 1921 e 1922, são esplêndidas, Bartók estava feliz e nada parecia capaz de acabar com sua felicidade. Só que… A Sonata para Violino Solo é de 1943 e foi encomendada por Yehudi Menuhin. Na época, Bartók estava doente e pobre, vivendo em Nova York, fugido da Segunda Guerra Mundial. É, simplesmente, be-lís-si-ma!

Abaixo, uma obra de Bartók que não está no CD, mas que demonstra quem são Kelemen e Kocsis.

Bela Bartók (1881-1945): Sonatas para Violino 1 & 2, Sonata para Violino Solo

1. Violin Sonata No. 1, BB 84: I. Allegro appassionato 11:58
2. Violin Sonata No. 1, BB 84: II. Adagio 10:50
3. Violin Sonata No. 1, BB 84: III. Allegro 9:38

4. Violin Sonata No. 2, BB 85: I. Molto moderato 7:31
5. Violin Sonata No. 2, BB 85: II. Allegretto 11:06

6. Violin Sonata, BB 124: I. Tempo di ciaccona 9:01
7. Violin Sonata, BB 124: II. Fuga: Risoluto, non troppo vivo 4:14
8. Violin Sonata, BB 124: III. Melodia: Adagio 7:01
9. Violin Sonata, BB 124: IV. Presto 4:29

Barnabás Kelemen, violino
Zoltán Kocsis, piano

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Kelemen e Kocsis em ação: grande CD
Kelemen e Kocsis em ação: grande CD

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra (Celibidache) #BRTK140

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra (Celibidache) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quem acompanha o blog sabe: meus 3 compositores prediletos são Bach, Beethoven, Brahms e Bartók. Vamos ao último da lista.

Um CD extraordinário! O Concerto para Orquestra de Béla Bartók por Sergiu Celibidache e ainda com trechos de ensaios ao final. Os ensaios são muito interessantes.

Abaixo, coloco a primeira parte de uma notícia biográfica do compositor. Copiada daqui.

Nascido em 25 de março de 1881, na pequena cidade de Nagyszentnmiklós, na Transilvânia, então território húngaro, o compositor afirmava que o momento mais extraordinário de sua vida ocorreu em 1904. Ele se encontrava na hospedaria de Gerlice Puszta, quando ao cair da noite escutou a jovem Lidi Dósa entoar uma canção de ninar para seu filho. A melodia surpreendeu Bartók pelo seu som primitivo, cromatismo e ritmo singular. Ao perguntar para a moça onde ela havia aprendido a melodia, ela respondeu que fora com sua avó. A canção se chamava Piros Alma (maçã vermelha) e foi a responsável pela fascinação de Bartók, para com a música folclórica.
A partir daquele momento, o músico percebeu que os habitantes das zonas rurais da Hungria e regiões adjacentes eram o repositório de um legado de música folclórica riquíssima. Bartók desprezava o estilo das melodias Ciganas e Húngaras de Liszt e Brahms, considerando-as uma corruptela do verdadeiro folclore magyar.

Béla Bartók tornou-se um compositor nacionalista, assim como o foram Bedrich Smetana e Antonin Dvořák na Boêmia, Modest Mussorgski na Rússia e Sibelius na Finlândia. Órfão de pai aos sete anos e com a saúde debilitada por bronquite crônica e frequentes ataques de pneumonia, Bartók buscou refúgio nas aulas de piano ministradas por sua mãe. A partir de 1899, passou a estudar na Real Academia de Música de Budapeste, onde se graduou em composição.
Sua primeira grande influência foi a música de Richard Strauss, com destaque para Also Spracht Zarathustra (Assim falou Zarathustra). Utilizando o estilo do compositor alemão, Bartók escreveu o poema sinfônico Kossuth, uma homenagem à revolução de Lajos Kossuth contra os austríacos, em 1848. Esta foi a primeira contribuição do compositor ao movimento nacionalista de seu país, em constante batalha contra o domínio do Império Austro-Húngaro. A obra foi bem recebida pelas plateias de Budapest, quando de sua estreia, em 1903. O músico fez questão de receber os aplausos do público, vestindo os trajes tradicionais dos camponeses húngaros.

Após a experiência na hospedaria de Gerlice, Béla Bartók e seu amigo Zoltán Kodály passaram alguns anos no interior do país, coletando junto aos camponeses, as principais canções magiares. As pesquisas os levaram a estudar o folclore musical da România, Transilvânia, Sérvia, Croácia, Bulgária e Turquia. Portando primitivos equipamentos de gravação, eles registraram músicas centenárias que jamais haviam sido transpostas para o papel. Esse maior trabalho jamais executado na história da etnomusicologia ocupa doze volumes de livros, com milhares de canções coletadas entre as diversas etnias da Europa central, do norte da África e da Ásia menor.

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra (Celibidache)

1. Aplausos

2. Concerto for Orchestra, Sz.116/Introduzione: Andante non troppo; Allegro vivace
3. Concerto for Orchestra, Sz.116/Giuoco delle coppie: Allegretto scherzando
4. Concerto for Orchestra, Sz.116/Elegia: Andante non troppo
5. Concerto for Orchestra, Sz.116/Intermezzo interroto: Allegretto
6. Concerto for Orchestra, Sz.116/Finale: Pesante; Presto

7. Aplausos

8. Trecho de ensaio: 1º movimento
9. Trecho de ensaio: 1º movimento
10. Trecho de ensaio: 3º movimento
11. Trecho de ensaio: 3º movimento
12. Trecho de ensaio: 3º movimento
13. Trecho de ensaio: 4º movimento

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, conductor

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PQP

Béla Bartók (1881-1945) / Luciano Berio (1925-2003): 44 duos para dois Violinos / 34 Duetos para dois Violinos (Crow / Berick) #BRTK140

Béla Bartók (1881-1945) / Luciano Berio (1925-2003): 44 duos para dois Violinos / 34 Duetos para dois Violinos (Crow / Berick) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Andava eu meio borocoxô, quando esse CD duplo cruzou na minha frente justo hoje. Olha, é um magnífico trabalho, uma joia. Desde a qualidade de som até a interpretação, desde a inspiração folclórica até as composições, desde a origem até nossos ouvidos, o que incluiu pesadas doses de etnomusicologia bartokiana e do indiscutível talento de Berio, que não é só uma Sinfonia. Na boa, fiquei encantado e entusiasmado com este grande CD. Eu tinha essas músicas em vinil, mas os intérpretes não chegavam aos pés desses Crow & Berick aê.

Béla Bartók não pretendia que esta obra fosse apresentada em concertos, era uma obra para jovens estudantes. Os duos foram encomendados por Erich Doflein, violinista e professor alemão, que perguntou a Bartók se ele arranjaria algumas das peças da série Para Crianças. Ele compôs outras obras pedagógicas neste período, como Mikrokosmos. Bartók era professor. Todas as canções e danças incluídas nesta série são baseadas na música folclórica de muitos países da Europa Oriental, mas a liberdade harmônica e rítmica é evidente em toda a peça. Em 1936, Bartók arranjou 6 dessas duos para piano, sob o título Petite Suite.

Os 34 Duetti per due Violini de Luciano Berio foram escritos entre os anos de 1979-83.  São resultado de uma conversa que o compositor teve com o violinista e professor Leonardo Pinzauti, em que este lamentou que “além dos 44 duetos de Bartók, não há outras peças modernas para treinamento”. Berio começou a escrever seus 34 duetos nos quatro anos seguintes, e embora estes tenham sido escritos claramente no próprio estilo e idioma de Berio, devem muito ao conjunto de 44 do húngaro.

Béla Bartók (1881-1945) / Luciano Berio (1925-2003):
44 duos para dois Violinos / 34 Duetos para dois Violinos

Disc: 1
1. teasing song1. andante
2. maypole dance. andante
3. menuetto. moderato
4. midsummer night song. risoluto
5. slovakian song 1. molto moderato
6. hungarian song 1. moderatamente mosso
7. walachian song 1. allegro moderato
8. slovakian song 2. andante
9. play song. allegro non troppo
10. ruthenian song. andante
11. cradle song. lento
12. haymaking song. lento religioso
13. wedding song. adagio
14. pillow dance. allegretto
15. soldier’s song. maestoso
16. burlesque. allegretto – un poco piu tranquillo – tempo 1
17. hungarian march 1. tempo di marcia, allegramente – piu mosso
18. hungarian march 2. tempo di marcia
19. a fairy tale. molto tranquillo
20. a rhythm song. allegretto – meno mosso
21. new year’s song 1. adagio – molto tranquillo
22. mosquito dance. allegro molto
23. bride’s farewell. lento rubato
24. comic song. allegro scherzando – meno mosso
25. hungarian song 2. allegretto, leggiero – meno mosso
26. teasing song 2. scherzando
27. limping dance. allegro non troppo – piu mosso
28. sorrow. lento, poco rubato
29. new year’s song 2. tempo giusto
30. new year’s song 3. allegro -meno mosso – tempo 1
31. new year’s song 4. allegro non troppo
32. dancing song from maramaros. allegro giocoso
33. harvest song. lento – piu mosso, parlando – tempo 1 – tempo 2
34. counting song. allegramente
35. ruthenian kolomejka. allegro – meno mosso – tempo 1
36. 1. the bagpipe . allegro molto 2. variation of no. 36.allegro molto
37. prelude and canon. lento – un poco piu lento – molto tranquillo – risoluto, non troppo vivace – allegro molto
38. rumanian whirling dance. allegro
39. serbian dance. allegro molto
40. walachian dance. comodo – piu lento – tempo 1 – piu mosso
41. scherzo. vivace
42. arabian song. allegro
43. pizzicato. allegretto
44. transylvanian dance (ardeliana). allegro moderato – piu moderato

Disc: 2
1. béla (bartok)
2. shlomit (almog)
3. yossi (pecker)
4. rodion (schedrin)
5. maja (pliseckaja)
6. bruno (maderna)
7. camilla (adami)
8. peppomp (di giugno)
9. marcello (panni)
10. giorgio federico (ghedini)
11. valerio (adami)
12. daniela (rabinovitch)
13. jeanne (panni)
14. pierre (boulez)
15. tatjana (globokar)
16. rivi (pecker)
17. leonardo (pinzauti)
18. piero (farulli)
19. annie ( neuberger)
20. fiamma (nicolodi)
21. vinko (globokar)
22. franco (gulli)
23. aldo ( bennici)
24. carlo (chiarappa)
25. henri (pousseur)
26. alfredo (fiorenzani)
27. igor (stravinsky)
28. alfred (schlee)
29. massimo (mila)
30. mauricio (kagel)
31. maurice (fleuret)
32. lorin (maazel)
33. lele (d’amico)
34. edoardo (sanguineti)

Jonathan Crow e Yehonatan Berick, violinos

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Bartók era um um homem extraordinariamente elegante, mas aqui no PQP a gente sempre consegue avacalhar.
Bartók era um um homem extraordinariamente elegante, mas aqui no PQP a gente sempre consegue avacalhar.

PQP

Béla Bártok (1881-1945): 44 Duos (Nemtanu) #BRTK140

Béla Bártok (1881-1945): 44 Duos (Nemtanu) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

São 44 Duos num CD de 47 minutos. Obviamente, são peças pequenas. Bartók não tinha a intenção de que este trabalho chegasse às salas de concerto, mas que servisse a jovens estudantes de violino. O trabalho foi encomendado pela Erich Doflein, um violinista alemão e professor, que encomendou a Bartók uma série de peças para crianças. Naquele ano de 1931, o húngaro compôs esta série para violino e outra, o Mikrokosmos, para piano. Este trabalho está dividido em quatro livros, e a série de peças avança em dificuldade. O primeiro e o segundo livro devem ser adequados para um aluno de nível básico, enquanto o terceiro livro é para um nível intermediário e o quarto livro para um nível avançado. Todas as músicas e danças incluídas nesta série de 44 Duos são baseadas na música folclórica de muitos países da Europa Oriental, mas a liberdade harmônica e rítmica utilizada pelo compositor é evidente. As irmãs Nemtanu dão conta do recado com SENSO DE ESTILO. Elas são franco-ROMENAS, o que talvez signifique algo para você. 

Béla Bártok (1881-1945): 44 Duos

Book I
I. Párosíto (Teasing Song)
II. Kalamajkó (Maypole Dance)
III. Menuetto
IV. Szentivánéji (Midsummer Night Song)
V. Tót Nóta (Slovakian Song) [1]
VI. Magyar Nóta (Hungarian Song) [1]
VII. Oláh Nóta (Walachian Song)
VIII. Tót Nóta (Slovakian Song) [2]
IX. Játék (Play Song)
X. Rutén Nóta (Ruthenian Song)
XI. Gyermekrengetéskor (Cradle Song)
XII. Szénagyüjtéskor (Hay Song)
XIII. Lakodalmas (Wedding Song)
XIV. Párnás Tánc (Pillow Dance)

Book II
XV. Katonanóta (Soldiers’ Song)
XVI. Burleszk (Burlesque)
XVII. Menetelő Nóta (Hungarian March) [1]
XVIII. Menetelő Nóta (Hungarian March) [2]
XIX. Mese (Fairy Tale)
XX. Dal (A Rhythm Song)
XXI. Újévköszöntő (New Year’s Greeting) [1]
XXII. Szunyogtánc (Mosquito Dance)
XXIII. Mennyasszonybúcsútató (Bride’s Farewell)
XXIV. Tréfás Nóta (Comic Song)
XXV. Magyar Nóta (Hungarian Song) [2]

Book III
XXVI. “Ugyan Édes Komámasszony…” (Teasing Song)
XXVII. Sánta-Tánc (Limping Dance)
XXVIII. Bánkódás (Sorrow)
XXIX. Újévköszöntő (New Year’s Greeting) [2]
XXX. Újévköszöntő (New Year’s Greeting) [3]
XXXI. Újévköszöntő (New Year’s Greeting) [4]
XXXII. Máramarosi Tánc (Dance from Máramaros)
XXXIII. Ara táskor (Harvest Song)
XXXIV. Számláló Nóta (Enumerating Song)
XXXV. Rutén Kolomejka (Ruthenian Kolomejka)
XXXVI. Szól a Duda (Bagpipes)
XXXVIb. A 36 Sz. Változata (Variant of No. 36)

Book IV
XXXVII. Preludium és Kanon (Prelude and Canon)
XXXVIII. Forgatós (Romanian Whirling Dance)
XXXIX. Szerb Tánc (Serbian Dance)
XL. Oláh Tánc (Walachian Dance)
XLI. Scherzo
XLII. Arab Dal (Arabian Dance)
XLIII. Pizzicato
XLIV. “Erdélyi” Tánc (Transylvanian Dance)

Deborah & Sarah Nemtanu, violinos

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Deborah & Sarah Nemtanu falando sobre os 44 Duos de Bartók
Deborah & Sarah Nemtanu falando sobre os 44 Duos de Bartók

PQP

Béla Bartok (1881-1945): Concerto para Violino & Orquestra Nº 2 #BRTK140 / Norbert Moret (1921-1998): En Rève

Béla Bartok (1881-1945): Concerto para Violino & Orquestra Nº 2 #BRTK140 / Norbert Moret (1921-1998): En Rève

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Só elogios. Um tremendo disco de 1991! Hoje, Ozawa é um respeitabilíssimo velhinho e Mutter uma linda senhora. O Concerto para Violino Nº 2 de Béla Bartók, escrito entre 1937 e 1938, foi dedicado ao violinista virtuoso húngaro Zoltán Székely, que pediu a composição em 1936. Trata-se de um exemplo de primeira qualidade do estilo verbunkos. Verbunkos é um gênero musical e dança húngaros do século XVIII, atribuído aos ciganos. Bartók compôs o concerto em uma difícil situação de vida. Havia na Hungria uma grande preocupação pela força crescente do fascismo. Ele tinha uma firme posição antifascista, e por isso tornou-se o alvo de vários ataques na Hungria pré-guerra. Entretanto, a composição está escrita com uma atmosfera particularmente otimista.

Esta é uma das melhores versões disponíveis do 2º Concerto de Bartók. Mutter e Ozawa trazem toda a beleza de uma das peças preferidas de PQP Bach. O primeiro movimento é uma peça difícil de levar a cabo. De início simples e melodioso, complica muito depois. Mutter dá andamento natural a toda a música sem perder o contato com seus aspectos ciganos. Eles estão sempre lá.

Grande intérprete da música contemporânea, Mutter gravou um grande número de obras compostas especialmente para ela. En Rève (Sonhando) é um exemplo típico. É uma estreia muito boa de Moret em nosso blog. Seiji Ozawa faz um trabalho impecável, como sempre.

Béla Bartok (1881-1945): Concerto para Violino & Orquestra Nº 2 #BRTK140 / Norbert Moret (1921-1998): En Rève

Violin Concerto No. 2 in B minor, Sz. 112, BB 117
1 Allegro non troppo 16:16
2 Andante tranquillo – Allegro scherzando – Tempo I 9:58
3 Allegro molto 12:21

Concerto for violin & orchestra “En rêve”
4 Lumière vaporeuse. Mystérieux et envoûtant 7:13
5 Dialogue avec l’Étoile 5:44
6 Azur fascinant (Sérénade tessinoise). Exubérant, un air de fête 6:40

Anne-Sophie Mutter
Orquestra Sinfônica de Boston
Seiji Ozawa

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Mutter e Ozawa: imbatíveis neste repertório
Mutter e Ozawa: imbatíveis neste repertório

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos de Cordas 1 & 5 (Meta4) #BRTK140

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos de Cordas 1 & 5 (Meta4) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Formado em 2001, o Meta4 é um espetacular quarteto de cordas finlandês, tendo vencido a Competição Internacional Shostakovich para quartetos de 2004, em Moscou. O grupo também recebeu um prêmio especial para a melhor interpretação de Shostakovich. Em 2007, o quarteto levou também o Concurso de Música de Câmara Haydn em Viena. Como se não bastasse, o Meta4 foi selecionado como um BBC New Generation Artist para 2010. Este CD só vem comprovar a qualidade dos caras. Duas obras-primas de Bartók receberam o melhor dos tratamentos. O húngaro ficaria feliz por ser abordado como se deve.

Béla Bartók (1881-1945): String Quartets 1 & 5

1 String Quartet No. 1, Sz. 40: I. Lento
2 String Quartet No. 1, Sz. 40: II. Allegretto. Introduzione
3 String Quartet No. 1, Sz. 40: III. Allegro vivace

4 String Quartet No. 5, Sz. 102: I. Allegro
5 String Quartet No. 5, Sz. 102: II. Adagio molto
6 String Quartet No. 5, Sz. 102: III. Scherzo. Alla bulgarese
7 String Quartet No. 5, Sz. 102: IV. Andante
8 String Quartet No. 5, Sz. 102: V. Finale. Allegro vivace

Meta4

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O pessoal do Meta4 é tranquilo
O pessoal do Meta4 em momento de lazer.

PQP

Béla Bartók – Piano Concertos – Kovacevich, Colin Davis, BBC Symphony Orchestra #BRTK140

Minha “modesta” contribuição para esta mega homenagem que o PQPBACH está fazendo a Béla Bartók é na verdade uma repostagem, meio que adaptada. Adaptada para trazer para os senhores esta espetacular gravação, com um de meus pianistas favoritos, Stephen Kovachevich Bishop, tocando os Concertos para Piano de Bartók, lá no final dos anos 60. Sei lá, uma conjunção dos astros favoreceu este encontro entre estes dois excepcionais músicos, e estas obras únicas ali encontraram dois jovens músicos, iniciando carreiras de sucesso e que juntos realizaram outras gravações memoráveis, como a dos Concertos de Beethoven e de Brahms. Stephen Kovacevich aliás veio a se tornar um dos grandes intérpretes de Beethoven e Colin Davis tornou-se no correr dos anos Sir Colin Davis, um Cavaleiro da Rainha da Inglaterra, e até a sua morte foi louvado como um grande maestro, fato incontestável.

A impetuosidade dos jovem solista não é um problema aqui. Sabemos que estes concertos bartokianos exigem muito sangue, suor e lágrimas, e por isso, neste caso, considero a impetuosidade e juventude não um problema e sim uma vantagem. Nosso colega Vassily a considera emblemática, e de forma alguma deve ficar fora desta homenagem ao genial compositor húngaro. E, vamos combinar, Kovacevich é um baita dum pianista e não se assusta com as armadilhas que a obra traz. Ao contrário, as encara como gente grande. Pena que abandonou os palcos e as gravações por tanto tempo…

Piano Concerto No.1 – 1.Allegro moderato
Piano Concerto No.1 – 2.Andante-
Piano Concerto No.1 – 3.Allegro molto
Piano concerto No.2 – 1.Allegro
Piano concerto No.2 – 2.Adagio – Più adagio – Presto
Piano Concerto No.2 – 3.Allegro molto
Piano Concerto No.3 – 1.Allegretto
Piano Concerto No.3 – 2.Adagio religioso
Piano Concerto No.3 – 3.Allegro vivace

Stephen Bishop Kovacevich – Piano
BBC Symphony Orchestra
London Symphony Orchestra
Colin Davis – Conductor

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FDPBach

A Obra Completa de Béla Bartók (1881–1945): Allegro Barbaro e outras peças para piano – Zoltán Kocsis ֍ #BRTK140

A Obra Completa de Béla Bartók (1881–1945): Allegro Barbaro e outras peças para piano – Zoltán Kocsis ֍ #BRTK140

Bartók

Allegro Barbaro

Peças para Piano

Zoltán Kocsis

 

Entre 1951 e 1953 nasceram na Hungria três grandes pianistas – Deszö Ránki em 1951, András Schiff em 1953. Mas talvez o mais exuberante dos três tenha sido o que nasceu em 1952 – Zoltán Kocsis. Ele foi além de pianista, com um repertório imenso, um ótimo regente e tinha também boa mão para composição.

Como pianista tocava de Bach até os compositores de seus dias. Eu gosto muito das suas gravações para a Philips das peças de Debussy. É claro que ele também gravou as obras de Bartók para esta gravadora e  você encontrará algumas delas disponíveis no seu distribuidor PQP Bach mais próximo. Há inclusive quem diga que o blog passará uns dias com o apelido de PQP Bartók!

No entanto, o disco que apresento nesta postagem é algo mais antigo. Faz um belo par com o disco gravado por András Schiff e que foi postado pelo Playel aqui no PQP Bach. O disco de András Schiff é de 1980 (um ano antes do centenário de Bartók) enquanto o disco de Zoltán foi gravado cinco anos antes, em 1975. Há até uma coincidência de parte do repertório que fará a festa dos que gostam de comparar as interpretações.

As peças deste disco foram compostas entre 1911 e 1927. Por exemplo, a Sonata (razoavelmente curta) é de 1926.

Béla verificando uns arquivos baixados do PQP Bach…

Minha peça favorita no disco é o Allegro Barbaro, de 1911. É uma destas peças, como a Toccata op. 7 de Schumann ou a Toccata op. 11 de Prokofiev, que mexe com a gente. Parece ter um motor propulsor gerando a música… Intensa, marcante, serve como um cartão de visitas do compositor. Como é curtinha (até mais curta do que as outras peças mencionadas), ouça algumas vezes nesta linda interpretação do Zoltán Kocsis…

A transição para as demais peças é para ser saboreada com prazer. A Suíte e a Sonata não estão no disco do Schiff e fogem um pouco do padrão ‘música folclórica’, mas continuam com seus ritmos marcantes. As Velhas Canções para Dançar, algumas das 15 Canções Caipiras Húngaras, que estão na íntegra no disco do Schiff, fecham este disco do Zoltán (disco curtíssimo para os padrões atuais) com chave de ouro!

Impossível conseguir um corte de cabelo decente nestes dias de pandemia, não é, Béla?

Béla Bartók (1881 – 1945)

Allegro Barbaro

  1. Allegro

Três Rondós sobre Melodias Folclóricas

  1. Andante
  2. Vivacissimo
  3. Allegro molto

Três Melodias Folclóricas Húngaras

  1. Andante tranquilo rubato
  2. Allegro non troppo um poco rubato
  3. Maestoso

Suíte, op. 14

  1. Allegretto
  2. Scherzo
  3. Allegro molto
  4. Sostenuto

Sonata para Piano

  1. Allegro moderato
  2. Sostenuto e pesante
  3. Allegro molto

Danças Folclóricas Romenas

  1. Jocul cu bâtǎ (O Jogo da Vara)
  2. Brâul (O Cinto)
  3. Pe loc
  4. Buciumeana
  5. “Poarga” româneascá (Portão Romeno)
  6. Mǎnuntelul (O Bando)

Velhas Canções para Dançar de “15 Canções Caipiras Húngaras”

  1. Allegro
  2. Allegretto
  3. Allegretto
  4. L’istesso tempo
  5. Assai moderato
  6. Allegretto
  7. Poco più vivo
  8. Allegro
  9. Allegro

Zoltán Kocsis, piano

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FLAC | 197 MB

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MP3 | 320 KBPS | 109 MB

Zoltán e Sviatoslav adorando as instalações do PQP Bach em Budapeste…

É claro que eu não sei um fiapo de romeno, mas o Google tradutor me ajudou a divertidamente descobrir algumas coisas por trás dos nomes das Danças Folclóricas Romenas.

Aproveite!

René Denon

Minha sobrinha achou que eu estava falando ‘deste’ Bartók aqui…

Bartók (1881-1945): Contrastes e Sonata para 2 Pianos e Percussão / Ligeti (1923-2006): Concertos para Piano, Violoncelo e Violino (Ensemble Intercontemporain) #BRTK140

Bartók (1881-1945): Contrastes e Sonata para 2 Pianos e Percussão / Ligeti (1923-2006): Concertos para Piano, Violoncelo e Violino (Ensemble Intercontemporain) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Dois compositores da minha mais absoluta preferência!

É difícil saber qual é a maior das obras de Bartók. Ele tinha a mania de não errar. Deste modo, é complicado escolher, mas certamente a Sonata para 2 Pianos e Percussão está na lista de candidatas ao Olimpo. Bartók escreveu seus concertos para piano, ou piano e outros instrumentos, para sua própria execução, até 1923. Foi neste ano que ele se casou com Ditta Pásztory, uma de suas alunas. A partir de então, dedicou várias de suas peças a ela. A Sonata para Dois Pianos e Percussão foi composta em 1937 e estreou em 1938, com o casal interpretando a peça aos pianos. O piano, é bom lembrar, é um instrumento de percussão e, portanto, podemos considerar a sonata como um quarteto de percussão (com dois pianistas e dois percussionistas), tão integrado quanto os quartetos de cordas do compositor. Olhando sob outro ângulo, temos nove instrumentos, já que os dois percussionistas tocam sete deles: tímpanos, gran cassa, címbalos, triângulo, caixa, gongo e xilofone. Na partitura publicada, o compositor fornece instruções altamente detalhadas para os percussionistas, estipulando, por exemplo, qual parte de um prato suspenso deve ser batido com que tipo de baqueta. Ele também fornece instruções precisas para o layout da plataforma dos quatro jogadores e seus instrumentos.

Então, este é um extraordinário álbum duplo que traz dois enormes compositores do século XX, os vizinhos Bartók e Ligeti, o primeiro nascido na Hungria (sua cidade natal é hoje romena) e o segundo romeno mesmo. A Sonata para Dois Pianos e Percussão, de Béla Bartók, foi a obra que me introduziu na música moderna quando adolescente e é fundamental neste repertório. Contrastes é outras esplêndida música de câmara do húngaro. No segundo disco, temos três concertos de Ligeti. De início muito influenciado por Bartók, aqui Ligeti desprende-se do antecessor. O concerto para violoncelo é de 1966  — nota-se ainda certas vozes bartokianas –, o para piano é de 1988 e o para violino — que é imenso e ótimo — é de 1992.

Bartók (1881-1945): Contrastes e Sonata para 2 Pianos e Percussão /
Ligeti (1923-2006): Concertos para Piano, Violoncelo e Violino

Disc 1 — Bartók

1 Contrasts, SZ. 111: I. Verbunkos 5:17
2 Contrasts, SZ. 111: II. Piheno 4:19
3 Contrasts, SZ. 111: III. Sebes 7:11

4 Sonata For 2 Pianos & Percussion, SZ. 110: I. Assai Lento 12:21
5 Sonata For 2 Pianos & Percussion, SZ. 110: II. Lento, Ma Non Troppo 6:22
6 Sonata For 2 Pianos & Percussion, SZ. 110: III. Allegro Non Troppo 6:34

Disc 2 — Ligeti

1 Piano Concerto: I. Vivace Molto Ritmico E Preciso 4:03
2 Piano Concerto: II. Lento E Deserto 6:20
3 Piano Concerto: III. Vivace Cantabile 4:14
4 Piano Concerto: IV. Allegro Risoluto, Molto Ritmico 5:31
5 Piano Concerto: V. Presto Luminoso 3:44

6 Cello Concerto: I. — 3:42
7 Cello Concerto: II. — 7:55

8 Violin Concerto: I. Praeludium 3:42
9 Violin Concerto: II. Aria 7:07
10 Violin Concerto: III. Intermezzo 2:27
11 Violin Concerto: IV. Passacaglia 6:38
12 Violin Concerto: V. Appassionato 7:58

Ensemble Intercontemporain:
Bartók:
Contrasts for violin, clarinet & piano, BB 116, Sz. 111:
Jérôme Comte (clarinet), Diego Tosi (violin) & Sébastien Vichard (piano)
Sonata for Two Pianos & Percussion, BB 115, Sz. 110:
Gilles Durot, Samuel Favre (percussions) & Dimitri Vassilakis, Sébastien Vichard (pianos)
Ligeti:
Piano Concerto:
Hidéki Nagano (piano)
Cello Concerto:
Pierre Strauch (cello)
Violin Concerto:
Jeanne-Marie Conquer (violin)
Direção artística e regência: Matthias Pintscher

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Olha o o Ensemble Intercontemporain chegando, gente!
Olha o o Ensemble Intercontemporain chegando na sede de Berlim do PQP Bach, gente!

PQP

Béla Bartók (1881-1945): O Castelo do Barba Azul e Cantata Profana (Fricsay) #BRTK140

Béla Bartók (1881-1945): O Castelo do Barba Azul e Cantata Profana (Fricsay) #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Castelo do Barba Azul (Húngaro: A kékszakállú herceg vára) é uma ópera em um ato, a única de autoria de Béla Bartók, composta em 1911. O libreto foi escrito pelo poeta Béla Balázs, também húngaro, amigo de Bartók, inspirado pelo conto O Barba Azul, de Charles Perrault. Forte em aspectos simbolistas, a obra utiliza-se de apenas dois cantores acompanhados por uma grande orquestra, de mais de noventa músicos. Balázs escreveu o libreto de O Castelo do Barba-Azul entre 1908 e 1910. Em seguida, Bartók compôs a ópera a fim de disputar um concurso de música para teatro, sem conseguir o prêmio. Acrescentou algumas alterações em 1912, para um novo concurso, e deu forma final à composição em 1917. Após a revolução de 1919, Bartók foi obrigado pelo governo húngaro a retirar da ópera o nome de Balázs, que havia fugido do país e se exilado em Viena. O Castelo do Barba Azul só voltaria a ser encenada na Hungria em 1936. A história se passa no interior de um castelo, com apenas dois personagens: os recém-casados Barba Azul (baixo ou baixo-barítono) e Judite (soprano ou mezzo). As três primeiras mulheres de Barba Azul aparecem em cena, porém em papeis mudos, e há ainda um prólogo narrado por um Bardo. A ópera começa com a chegada do casal ao castelo. Pesa sobre o nobre a suspeita de haver matado suas três primeiras mulheres, e por isso Judite, diante da escuridão do ambiente, pede que as portas sejam abertas. Barba Azul resiste, mas, diante da insistência da mulher, vai abrindo uma a uma as portas de sete aposentos, revelando uma câmara de torturas, um jardim e um lago de lágrimas.

A história de Barba Azul é muito antiga. Aparece pela primeira vez nos “Contos da Mamãe Gansa” de Perrault, no século 17. A trama gira em torno do duque Barba Azul, homem rico e brutal.

A Cantata Profana (com o subtítulo A kilenc csodaszarvas [Os Nove Veados Encantados]) é uma obra para coro duplo misto e orquestra do compositor húngaro Béla Bartók. Concluída em 8 de setembro de 1930, estreou em Londres em 25 de maio de 1934, com a BBC Symphony Orchestra e Wireless Chorus regidos por Aylmer Buesst. O tenor Trefor Jones e o barítono Frank Phillips foram os solistas. O trabalho foi apresentado em uma tradução em inglês. Os textos que Bartók usou para criar o libreto foram duas canções natalinas que ele coletou da Transilvânia em abril de 1914. Estas canções são baladas cantadas durante a época do Natal que não possuem nenhuma conexão com a Natividade Cristã. Acredita-se que tenham suas origens em tempos pré-cristãos. A história é de um pai que ensinou seus nove filhos apenas a caçar, então eles não sabem nada de trabalho e passam todo o tempo na floresta. Um dia, enquanto caçavam um grande e belo veado, eles cruzaram uma ponte mal-assombrada e foram transformados em veados. O resto você descobre.

Hertha Töpper e Dietrich Fischer-Dieskau, sob regência de Ferenc Fricsay, dão um verdadeiro show No Barba Azul deste CD de 1958. Ferenc Fricsay foi um especialista em Bartók. Os ritmos e inflexões da ópera de Bartók estão tão intimamente ligados à língua húngara que acho estranho que um maestro húngaro como Fricsay tenha preferido interpretá-la em uma tradução alemã, mas… Bem, embora o falecido e excepcionalmente talentoso maestro Fricsay fosse húngaro e campeão musical em Bartók, essas duas obras não gozavam de popularidade fora de seu país natal na época em que ele as gravou. Portanto, ele estava obviamente tentando fazer o melhor para atingir o público maior na Alemanha nas décadas de 50 e 60. Estranhamente, não me incomoda tanto que a Cantata Profana seja também cantada em alemão. O poder orquestral da leitura de Fricsay é simplesmente avassalador, e Helmut Krebs é o melhor tenor que já ouvi nesse papel.

Béla Bartók (1881-1945): O Castelo do Barba Azul e Cantata Profana

Herzog Blaubarts Burg Sz 48 (Op. 11) 54:07
1 1 Wir Sind Am Ziele 4:32
2 2 Dies Ist Also Blaubarts Feste! 6:17
3 3 Große Schweigende Türen 4:00
4 4 Weh! – Was Siehst Du? 3:30
5 5 Was Siehst Du? – Tausend Schaurig Scharfe Waffen 2:53
6 6 Sieh Nur Den Schatz! 1:39
7 7 Ach! Blumenpracht! 4:17
8 8 Ah! – Sieh, So Weit Die Blicke Reichen 6:19
9 9 Weißes Stilles Wasser Seh Ich 11:19
10 10 Schau, Die Früher’n Frauen Alle 2:38
11 11 Früh Am Morgen Kam Die Erste 6:44

Cantata Profana Sz 94 18:42
12 1 Wunder Hört Ihr Sagen 7:26
13 2 Lange Harrt Der Alte 8:13
14 3 Wunder Ward Euch Kund Heut 3:03

Alto Vocals, Contralto Vocals – Hertha Töpper (tracks: 1 to 11)
Baritone Vocals – Dietrich Fischer-Dieskau
Chorus – Chor Der St. Hedwigs-Kathedrale Berlin (tracks: 12 to 14), RIAS-Kammerchor (tracks: 12 to 14)
Radio-Symphonie-Orchester Berlin
Tenor Vocals – Helmut Krebs (tracks: 12 to 14)
Ferenc Fricsay

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barba azul

PQP

A Obra Completa de Béla Bartók (1881 – 1945): Concertos para Piano Nos. 1 e 2 – Maurizio Pollini – CSO – Claudio Abbado ֍ #BRTK140

A Obra Completa de Béla Bartók (1881 – 1945): Concertos para Piano Nos. 1 e 2 – Maurizio Pollini – CSO – Claudio Abbado ֍ #BRTK140

Béla Bartók

Concertos para Piano Nos. 1 e 2

Maurizio Pollini

Chicago Symphony Orchestra

Claudio Abbado

 

Em janeiro faz muito, muito frio em Chicago. Apesar do frio, eu estava muito animado para ouvir Günter Wand reger a CSO interpretando a Primeira Sinfonia de Brahms. O concerto foi memorável e eu trouxe como souvenir um CD comprado na Symphony Store – o disco desta postagem – Bartók, Pollini, CSO e Abbado!

A música não poderia ser mais diferente e eu estava começando a explorar um repertório, digamos assim, mais ousado. Eu já tinha ótimas indicações sobre o disco: a melhor gravação dos Concertos para Piano de Bartók, dizia meu modernoso amigo, que considerava o Terceiro Concerto menos interessante.

Furtwängler e sua batuta…

Realmente, o disco é primoroso – uma referência. Poderia acrescentar que o Primeiro Concerto foi composto em 1926 e teve o compositor como solista na estreia em um festival em Frankfurt, onde a regência ficou a cargo de Wilhelm Furtwängler. O pessoal achou que aquilo era música de outro planeta – percussiva, dissonante, intensa e uma orquestração exuberante. Os críticos americanos falaram em unmitigate ugliness e estavam certos. Música não precisa ser ‘bonita’ e a peça é maravilhosa exatamente por ser tudo isso.

Bartók e Hans Rosbaud

O Segundo Concerto é de 1930-31 e também foi estreado pelo compositor em Frankfurt, agora com Hans Rosbaud regendo a Orquestra da Rádio de Frankfurt. O próprio Bartók disse que este outro concerto tem um material temático mais agradável e uma orquestração mais fácil.

No livreto da última edição que comprei há notas interessantíssimas escritas por Ingo Harden que nos informa que Bartók estava sem compor por uns três anos devido as suas muitas turnês como pianista, mas também devido às tendências observadas no cenário musical daqueles dias. Havia uma polarização entre o serialismo proposto por Schoenberg e a tendência neoclássica trazida por Stravinsky. Bartók apresentou uma terceira via, pois que seus concertos seguem os modelos já estabelecidos, mas com uma força, uma linguagem totalmente inovadora e que a interpretação de Pollini – CSO & Abbado revelam em seu estado mais puro.

Este disco não poderia faltar neste momento que trazemos aos nossos leitores um panorama mais completo da obra do compositor, mas ele já foi apresentado no blog anteriormente. Foi postado em 18 de março de 2010 pelo Carlinus e posteriormente pelo FDP Bach como parte de uma coleção das gravações de Pollini-Abbado. Assim, esta postagem se caracteriza como mais uma PQP-Originals.

Veja aqui o texto da postagem mais antiga:

‘Este CD, que desde que me veio à mão eu não cesso de ouvi-lo, é um imperativo categórico: precisa ser postado. Sei que o PQP vai admirar. Afinal, temos Bartok e Pollini. É música arrebatadora, com certeza. Digo apenas que é um registro para ouvir com atenção, de joelhos. É o álbum que mais ouvir esta semana. Cada vez que o ouço, acho um detalhe novo, um ângulo que exige atenção. Fico perplexo diante de time tão poderoso. Simplesmente, Pollini e Abbado a reger um dos compositores que mais admiro, Bartok – um gigante da música do século XX. É ouvir e se deleitar. Estou “ensaboando” as palavras. É assim que se procede quando não achamos termos precisos para descrever aquilo que é magnífico. Bom deleite!’

Béla Bartók (1881 – 1945)

Concerto para Piano e Orquestra No. 1

  1. Allegro moderato – Allegro
  2. Andante – Allegro – ataca:
  3. Allegro molto

Concerto para Piano e Orquestra No. 2

  1. Allegro
  2. Adagio – Presto – Adagio
  3. Allegro molto – Presto

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Três Movimentos de ‘Petrushka’, para piano solo

  1. Danse russe. Allegro giusto
  2. Chez Pétrouchka
  3. La semaine grasse. Com moto – Allegretto – Tempo giusto – Agitato

Maurizio Pollini, piano

Chicago Symphony Orchestra

Claudio Abbado

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FLAC | 275 MB

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MP3 | 320 KBPS | 151 MB

Os arquivos musicais desta postagem são de uma reedição do álbum e traz também os Três Movimentos de Petrushka, de Igor Stravinsky. Esta gravação faz parte de um disco lançado pela Deutsche Grammophon com peças de diversos compositores e é um monumento em si mesmo. Acho que as peças de Stravinsky funcionam muito bem como encores após os dois concertos do Bartók. Você poderá ouvir muitas vezes, todos nós compreenderemos.

Aproveite!

RD

‘Roberto’ Abbado e ‘Erasmo’ Pollini

Béla Bartók (1881-1945): Violin Concertos, Nos. 1 & 2 / Viola Concerto (Ehnes / Noseda) #BRTK140

Béla Bartók (1881-1945): Violin Concertos, Nos. 1 & 2 / Viola Concerto (Ehnes / Noseda) #BRTK140


IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Concerto para Viola e Orquestra não merece as piadas de violista que sempre apreciamos divulgar. (Aqui e aqui, por exemplo). A propósito, a última seria esta: “Você sabe qual é a diferença entre uma prostituta e um violista? É que ela conhece mais posições”.

Bem, o Concerto para Viola e Orquestra foi uma das últimas peças escritas por Béla Bartók. Ele começou a compor seu trabalho enquanto vivia em Saranac Lake, Nova Iorque, em julho de 1945. A peça foi encomendada por William Primrose, que sabia que Bartók poderia dar mais respeitabilidade ao instrumento. Ele disse que Bartók não deveria sentir-se tolhido pelas limitações técnicas aparentes do instrumento e de alguns de seus instrumentistas“. Sim, Primrose era um craque. Mas aqui a história fica triste: Bartók estava sofrendo os estágios terminais da leucemia que o matou e o Concerto foi finalizado — com raro brilho — por Tibor Serly em 1949. Há outra versão de Peter Bartók e Paul Neubauer.

Já os Concertos para Violino são fartamente divulgados e admirados. Principalmente o segundo, dedicado ao violinista virtuoso húngaro Zoltán Székely, que pediu a composição em 1936. Bartók compôs o concerto em uma difícil situação de vida, preocupado pela força crescente do fascismo. Ele tinha uma firme posição antifascista, e por isso tornou-se o alvo de vários ataques na Hungria pré-guerra, fato que o fez emigrar para os EUA. Entretanto, a composição está escrita com uma atmosfera particularmente otimista.

Em dois movimentos, o primeiro concerto foi escrito nos anos de 1907-08, mas só publicado em 1956, após a morte do compositor. Foi estreado em 1958, em Basileia, Suíça. É, de longe, a peça mais fraca deste maravilhoso CD.

Neste CD, James Ehnes faz o solo tanto do violino quanto da viola. Ele está excelente como sempre. Complicado comparar os violinistas atuais com Ehnes. A real concorrência — Kagan, Heifetz, Oistrakh — já não está entre nós. Talvez Mutter possa ficar ombro a ombro com ele, mas ele me parece um caso de competência, sensibilidade e amor ao instrumento extremos. Eu o vi no Wigmore Hall faz um ano e meu queixo ainda não caiu. E é uma figura simples e modesta, altamente culta. A modest virtuoso, como mancheteia a Gramophone.

Béla Bartók (1881-1945): Violin Concertos, Nos. 1 & 2 / Viola Concerto #BRTK140

1 Violin Concerto No. 1, BB 48a: I. Andante sostenuto 9:31
2 Violin Concerto No. 1, BB 48a: II. Allegro giocoso 11:22

3 Violin Concerto No. 2, BB 117: I. Allegro non troppo 15:15
4 Violin Concerto No. 2, BB 117: II. Andante tranquillo 9:47
5 Violin Concerto No. 2, BB 117: III. Allegro molto 11:07

6 Viola Concerto, BB 128 (completed by Tibor Serly, 1949): I. Moderato 12:20
7 Viola Concerto, BB 128 (completed by Tibor Serly, 1949): II. Adagio religioso 4:10
8 Viola Concerto, BB 128 (completed by Tibor Serly, 1949): III. Allegro vivace 4:10

James Ehnes, violino e viola
BBC Philharmonic
Gianandrea Noseda

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Béla Bartók sendo pai
Béla Bartók sendo pai

PQP

A Obra Completa de Bartók (1881-1945) – Miraculous Mandarin Suite, Piano Concerto no. 3 #BRTK140 + Stravinsky (1882-1971) – Firebird

Hoje, seguimos com as homenagens a Bartók e iniciamos uma série de postagens dedicadas a Igor Stravinsky, que morreu há 50 anos, em abril de 1971.

O russo Valery Gergiev foi maestro titular da Orquestra Sinfônica de Londres de 2007 a 2015. Eles gravaram, nesse período, todas as sinfonias de Mahler, de Prokofiev e de Scriabin. Tudo ao vivo. Além da ópera Barba-Azul, de Bartók. Stravinsky já faz parte do repertório de Gergiev há muito tempo, com a orquestra Mariinsky de São Petersburgo.

Nesta gravação ao vivo de 2015, muito bem captada, ouvimos um concerto inteiro da Orquestra Sinfônica de Londres, na turnê de despedida de Gergiev como maestro principal, antes de ele assumir a Filarmônica de Munique.

Na obra de abertura, a Suíte Mandarim Miraculoso, Sz. 73, a orquestra londrina mostra sua capacidade de criar as sonoridades mais diversas, da agitada e urbana introdução até as várias cenas noturnas de Bartók, um mestre em criar noturnos orquestrais com cordas graves misteriosas e sopros suaves. O ballet Mandarim Miraculoso (aqui reduzido pelo compositor a uma suíte, uma espécie de “melhores momentos”), tem como protagonista uma prostituta, apesar desse título que com certeza foi pensado para atenuar os escândalos (em 1947 por exemplo, Sartre estreava a peça de teatro La P… respectueuse, escrita assim porque a publicação da palavra p*** era proibida até 1962 na França). Normal, em uma obra desse tipo, que as cenas sejam quase todas noturnas.

O 3º Concerto para Piano de Bartók é o ponto mais fraco da noite. Há muitos momentos interessantes, mas no geral, o pianista Yefim Bronfman e os músicos londrinos não conseguem competir com gravações como a de Schiff/Fischer/Budapest Festival Orchestra. É uma obra de orquestração mais concisa com menos cordas, menos percussões, menos solos exuberantes de sopros, e que exige realmente uma grande sensibilidade dos músicos, apenas parcialmente atingida aqui.

No balé Pássaro de Fogo, de Stravinsky, voltamos às orquestrações exuberantes já desde o começo, com 8 contrabaixos, seguidos por 3 fagotes e dois contrafagotes, 3 harpas e por aí vai… Gergiev é um especialista nesse repertório e a qualidade dos músicos e da gravação completam o time vencedor. Um comentarista na Amazon descreve que, como a gravação foi realizada por uma estação de rádio, ele esperava qualidade de áudio não tão espetacular, mas se enganou, pois as dinâmicas captam bem desde os sons mais suaves aos mais barulhentos, e todos os instrumentos têm seus momentos para brilhar. Ele completa:

I was impressed with the recording quality, and it deserves to be in the well-engineered LSO series with no reservations. As for the Firebird, Gergiev doesn’t do anything radical: the tempi are fairly brisk compared to other favorite recordings, but not excessively so. What struck me every time through is how the work grabbed me: I wanted to hit the next track button to hear my favorite bits, but almost always got enthralled in the tension the LSO was building. The last few tracks are easily as good as any other recording of this work in my collection, and that covers over three dozen recordings. While there’s not the massive bass sound from the Telarc recording, for example, there’s no lack of bass here.

Para completar o concerto ao vivo, não podia faltar um bis, é claro. Gergiev traz mais um russo – na verdade ucraniano – com uma famosa melodia de Prokofiev.

CD1
Béla Bartók (1881–1945)
1-3. Suite from The Miraculous Mandarin, Op 19, Sz 73, BB 82 (1918–24)
4-6. Piano Concerto No 3 in E major, Sz 119, BB 127 (1945)

CD2
Igor Stravinsky (1882–1971)
1-9. The Firebird (complete ballet, 1910)
Sergei Prokofiev (1891–1953)
10. Suite No 2 from Romeo and Juliet, Op 64ter: “No 1: Montagues and Capulets” (1936)

London Symphony Orchestra
Valery Gergiev
Yefim Bronfman piano
Recorded live on 24 October 2015 at the New Jersey Performing Arts Center

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Quem desenhou esta ilustração presente em programas do Mandarim?

Pleyel

Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2 / Bartók: Quartet No. 3 / Mozart: Quarteto No. 19, K. 465 #BRTK140

Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2 / Bartók: Quartet No. 3 / Mozart: Quarteto No. 19, K. 465 #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Reverenciado desde o auge da era clássica até hoje, o quarteto de cordas é o gênero ideal para os compositores darem vazão às suas ideias mais inovadoras. O Quarteto Modigliani ilumina essas obras-primas brilhantes, cada uma testemunhando um ponto de importante na obra de seus autores. Gosto muito de CDs que parecem programas de concertos. É o caso deste. Tudo parece muito coerente, com Bartók colocado entre os dois clássicos. Trata-se de um disco excelente, com interpretações maduras de grandes obras. Todo o Op. 76 de Haydn é espetacular e este Quarteto “Das Quintas” é sensacional. O Quarteto Nº 3 de Bartók já foi muito comentado aqui e  o que dizer do Quarteto das Dissonâncias de Mozart? Bem, está tudo aí.

Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2 / Bartók: Quartet No. 3 / Mozart: Quarteto No. 19, K. 465

~ Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2
01. String Quartets, Op. 76: I. Allegro (D Minor) (9:52)
02. String Quartets, Op. 76: II. Andante o più tosto allegretto (D Major) (6:10)
03. String Quartets, Op. 76: III. Minuet (D Minor) – Trio (D Major) (3:41)
04. String Quartets, Op. 76: IV. Finale. Vivace assai (D Major) (4:07)

~ Bartók: Quartet No. 3
05. String Quartet No. 3, Sz. 85, Prima parte: I. Moderato (4:50)
06. String Quartet No. 3, Sz. 85, Seconda parte: II. Allegro (5:37)
07. String Quartet No. 3, Sz. 85, Recapitulazione della prima parte: III. Moderato – Coda. Allegro molto (5:05)

~ Mozart: Quarteto No. 19, K. 465
08. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: I. Adagio — Allegro (11:28)
09. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: II. Andante cantabile (F Major) (7:42)
10. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: III. Menuetto and Trio. Allegro (4:46)
11. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: IV. Allegro (8:01)

Quatuor Modigliani

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PQP

Boldog születésnapot! – Bartók, a népzenegyűjtő (Bartók, o colecionador) #BRTK140

Béla, o colecionador, em ação entre camponeses na Eslováquia (e ME ACABO cada vez que vejo as curiosas ‘bizoiando’ por cima da cerca)

Népzenegyűjtő significa “coletor de música folclórica”, mas “colecionador” é um aposto bem mais sonoro, e colecionar, enfim, era o que o mui blasé Béla mais gostava de fazer.

Apesar de nascido numa cidadezinha (Nagyszentmiklós, hoje Sânnicolau Mare, Romênia) e de ter passado boa parte da infância na ainda mais remota Nagyszőlős (hoje Vynohradiv, Ucrânia), a tradição musical em que começou a crescer como artista dava de ombros para os camponeses, olhava para Oeste, e só tinha ouvidos para a música da escola alemã e para o que vinha das academias austro-húngaras (que eram, sem dúvidas, mais “austro” do que “húngaras”).

Bartók, que desde cedo se comprometeu com o nacionalismo, resolveu cultivá-lo inicialmente calcado nos poemas sinfônicos de Richard Strauss, a quem idolatrava de tal maneira que uma transcrição para piano de Ein Heldenleben (“Uma Vida de Herói”) foi seu cavalo de batalha predileto nas primeiras ribaltas de pianista virtuoso. Naqueles tempos, ainda fortemente influenciados pelos escritos de Ferenc Liszt – que nasceu numa família germanófona, nunca dominou o magiar e só voltou a seu país natal na maturidade -, o folclore dos camponeses era visto como um material de baixo calão, mera e tosca corruptela da música dos ciganos húngaros, tida como a mais genuína expressão sonora do país, um equívoco de que o patrão PQP já tratou aqui.

O ambicioso jovem, imbuído desses preconceitos e recém-formado da Academia, viveria seu Caminho de Damasco numa viagem à Transilvânia, então dentro das fronteiras da Grande Hungria. Ao visitar o vilarejo de Kibéd, ouviu uma canção de ninar entoada por Lidi Dósa, uma jovem de 18 anos, que era serviçal duma família em férias:

Se Piros Alma leesett a sárba (“A Maçã Vermelha caiu na lama”) certamente não chamava atenção pela letra frugal, sua sinuosa melodia pentatônica despertou a curiosidade de Bartók – depois daquela de Newton, uma outra maçã a instigar um gênio atento. Liszt enganara-se: a verdadeira música húngara encontrava-se ali, transmitida pela tradição oral dos camponeses dos grotões, e urgia coletá-la, transcrevê-la, estudá-la e, especialmente, encontrar seu contexto dentro da grande esfera da Música.

O resto, como se diz, é história: o encontro de Bartók com Zoltán Kodály, que já fazia expedições para coleta de canções folclóricas e as estudara no contexto de sua pós-graduação; sua apresentação ao fonógrafo, que gravava as canções in situ, preservando-as para estudo e transcrição posterior, sem que se perdessem nas armadilhas de memória; suas expedições a todos cantos da Grande Hungria, especialmente à Transilvânia, de riquíssima tradição musical; a incorporação das melodias coletadas em suas próprias obras, principalmente aquelas para piano; o desenvolvimento de um sistema – até hoje conhecido como o Sistema Bartók – para classificar os temas da coleção de acordo com características de suas melodias e da distribuição estrófica; o financiamento institucional para expedições cada vez mais distantes, como as que o levaram a Biskra (na atual Argélia) e à Anatólia, na Turquia, na tentativa de encontrar as raízes remotas da música centro-europeia; sua transferência, a pedido, da Real Academia de Música para a Academia Húngara de Ciências, a fim de se dedicar exclusivamente à pesquisa da música folclórica; e sua consolidação como um dos pais da musicologia comparativa, precursora da moderna ciência da etnomusicologia.

Bartók ao piano, tocando seu arranjo duma dança romena que coletara numa recente expedição. Após alguns compassos, sobrepõe-se uma outra gravação, talvez de sua expedição à Argélia, que incrivelmente parece em sintonia com o material tocado ao piano. Ao final do primeiro cilindro (são dois, no arquivo acima), Bartók toca uma nota de referência (um Lá) para garantir que a gravação seja reproduzida na velocidade correta. Registro de 1915.

Falar de uma ciência quando não se a domina acarreta riscos que não quero correr: tenho trabalhado, afinal, na linha de frente do combate à pandemia e lamento muito que tanta gente não tenha a mesma consideração para com a ciência que pratico. O legado de Bartók, ademais, é tão rico e extenso que escapa, e de muito longe, do escopo dum blog leigo. Os interessados poderão procurar-me na caixa de comentários para pedir indicações de leitura e consulta. Não posso me furtar, desde já, a indicar-lhes o sítio do Instituto de Musicologia da Academia Húngara de Ciências, que organizou todo material de campo – reproduções dos cilindros de cera, transcrições e notas – coletado por Bartók, Kodály e outros pesquisadores num banco de dados que é, no mínimo, fascinante de vasculhar. Eu, pelo menos, sempre me perco por lá quando invento de voltar, absolutamente mesmerizado pelas gravações centenárias, janelas milagrosas para o passado, e suas vozes que seriam fantasmagóricas se não soassem, a despeito de todo ruído de superfície, tão vivas e frescas.

Falo sério: é muito fácil perder horas nessa busca. Considerem-se avisados!

Por fim, a título meramente ilustrativo, ofereço alguns discos de meu acervo que comportam parte do material do arquivo do Instituto. Cada um deles possui um encarte multilíngue que aborda, com bastante detalhe, as circunstâncias de cada um dos registros e sua análise musicológica. Fiquem à vontade de me contatarem se algo, ao longo dessas horas de gravações a seguir, lhes despertar curiosidade de saber mais:

Magyar Népzene Bartók Béla Fonográf-felvételeiből
(Hungaroton, 1981)

Lançado no centenário do compositor, esse álbum traz gravações coletadas pelo próprio Béla ao longo de suas três décadas de expedições musicológicas pela Grande Hungria, com ênfase nas canções da Transilvânia, o veio mais rico entre todos o que ele explorou, e de longe o que mais lhe forneceu material para suas próprias composições. Deixei-lhe as traduções dos títulos para lhes dar uma ideia das atribulações da vida camponesa (meu favorito, com folgas, é “A ferradura do meu cavalo baio é muito brilhante”)

1 – Szőlőhegyen keresztül (“A menina atravessa o vinhedo”)
2 – Kis Kece Lányom (“Minha pequena afilhada”)
3 – Mikor Gulás Legény Voltam (“Quando eu era pastor”)
4 – Hol Háltál Az Éjjel, Cinegemadár? (“Onde você dormiu à noite, chapim-azul?”)
5 – Ától Mennék Én A Tiszán, Nem Merek (“Eu atravessaria o Tisza”)
6 – Csóri Kanász, Mit Főztél (“O que cozinhaste, porcariço?”)
7 – Kanásztánc (Furulyán)  (Dança de porcariço tocada na flauta)
8 – Ó Te Csendőr, Mit Gondoltál (“Oh, seu Gendarme, no que você estava pensando?”)
9 – Amoda Le Van Egy Erdő (“Lá embaixo é uma grande floresta”)
10 – Pej Paripám Rézpatkója De Fényes (“A ferradura do meu cavalo baio é muito brilhante”)
11 – Az Ürögi Faluvégén Szól a Muzsika (“Há música no fim da vila Ürög”)
12 – Tiszán Innen, Dunán Túl (“Este Lado do Tisza, Além do Danúbio”)
13 – Elindultam Szép Hazámból (“Comecei do meu lindo país”)
14 – Bégyulai Kikötőbe Megállt a Gőzhajó (“O vapor parou no porto de Bégyula”)
15 – A Gyulai Kert Alatt, Kert Alatt (“No Fim do Jardim em Gyula”)
16 – Ha Bemegyek, Ha Bemegyek, Ha Bemegyek a Dobozi Csárdába (“Se eu entrar na pousada de Doboz”)
17 – Elhervadt Cédrusfa (“O cedro secou”)
18 – Béres Legény, Jól Megrakd a Szekered (“Peão da fazenda, carrega bem a carroça”)
19 – Fekete Főd, Fehér Az Én Zsebkendőm (“O solo é preto, meu lenço é branco”)
20 – Adj El Anyám, Adj El, Mer Itthallak (“Case-se comigo, ou vou deixá-la”)
21 – Ablakimba, Ablakimba Besütött a Holdvilág (“A lua brilhou em minhas janelas”)
22 – Megjött A Levél Fekete Pecséttel (“A carta chegou com um selo negro”)
23 – Dudanóta (Canção da gaita de foles)
24 –  Nem Vagy Leány, Nem Vagy (“Você não é uma garota”)
25 – Viszik Már, Viszik Már Danikáné Lányát (“Estão levando a filha da Sra. Danika”)
26 – Hajlik a Meggyfa (“Encoste-se na cerejeira”)
27 – Istenem, Istenem (“Meu Deus, Meu Deus”)
28 – Járjad Pap a Táncot (“Dança, padre, Dança)
29 – Forgatós (Furulyán) (dança giratória tocada na flauta)
30 – Kelje Fel Kanász, Elaludtál (“Levante-se, porcariço, você adormeceu”)
31 – Forgatós (Furulyán) (dança giratória tocada na flauta)
32 – Verbunk (Furulyán) (dança de recrutamento)
33 – Dallam (Furulyán) (música tocada na flauta)
34 – Három Út Előttem, Melyiken Induljak Meg (“Três escolhas à minha frente”)
35 – Olyan Nap Nem Jő Az Égre (“O dia não nasce”)
35 – Pázsintos Udvaron Lakik A Szegénség (“A pobreza vive em um gramado”)
36 – Pázsintos Udvaron Lakik A Szegénség (“A pobreza vive em um gramado”)
37 – Hová Mész Te Három Árva (“Aonde vão, três órfãos”)
38 – Folyó Víz Télbe Megaluszik (“A água que flui lentamente congela no inverno”)
39 – Kimentem A Rétre, Bénéztem A Mezőre (“Eu saí para o campo, olhei para o prado”)
40 – Sír És Az Út, Bánkódik Az Ösven (“A estrada à minha frente está chorando”)
41 – Elmentem A Kútra Vizet Meríteni (“Eu fui ao poço para tirar um pouco de água”)
42 – Feleség, Feleség, Lelkem Kedves Feleségem (“Esposa, Esposa, minha querida Esposinha”)
43 – Beteg Az Én Rózsám, Szegény (“Meu pobre amor está doente”)
44 – Benned Mentem A Szobámba (“Eu entrei mais no meu quarto”)
45 – Erdő, Erdő, Erdő, Marosszéki Kerek Erdő (“Floresta, Floresta, Floresta, Floresta Redonda de Marosszék”)
46 – Hej Anyám, Anyám, Édes Kedves Anyám (“Ei! Mãe, Mãe, Doce, Querida Mãe”)
47 – Dombon Van A Vidombáki Kaszárnya (“O quartel de Vidombák foi construído em uma colina”)
48 – Improvizáció (Furulyán) (improvisação tocada na flauta)
49 – Forgatós (Furulyán) (dança giratória tocada em flauta)
50 – Én Elmegyek, Te Itt Maradsz (“Vou embora, você fica aqui”)
51 – Sebes Forgatós (Furulyán) (dança giratória rápida tocada na flauta)
52 – Kanásztülök-dallam (Szarukürtön) (toque do porcariço tocado num chifre)
53 – “A Kecskéké” (Furulyán) (“Canção da cabra” tocada na flauta) 1:16
54 – “Kecskedal” (Furulyán) (“Canção da cabra” tocada na flauta)
55 – Nem Arról Hajnallik, Amerről Hajnallott (“O amanhecer não vem de onde costumava vir”)
56 – Dallam (Furulyán) (música tocada na flauta)
57 – Árva Vagyok Apa Nélkül (“Sou um órfão, sem pai”)
58 – Verbunk (Furulyán) (dança de recrutamento tocada na flauta
59 – Lassú Forgatós (Furulyán) (dança lenta tocada na flauta)
60 – Ha Kimegyek A Temető Dombjára “Se eu for para o cemitério na colina”)
61 – Édesanyám, Be Szépen Felnöveltél (“Mãe, você me educou muito bem”)
62 – Aj Istenem, Be Víg Vótam Ezelőtt (“Ah, meu Deus, como eu costumava ser alegre”)

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Magyar népzenei : hanglemezek Bartók Béla lejegyzéseivel
(Hungaroton, 1981)

Também lançado no ensejo do centenário do nascimento de Bartók, essa coletânea organizada pelo musicólogo László Somfai traz gravações das transcrições feitas pelo compositor a partir de seus próprios registros de campo, realizadas nos estúdios da Rádio Húngara, em Budapest, entre 1937 e 38. Infelizmente, não disponho das faixas isoladas, de modo que todas estão condensadas num arquivo só.

Coletadas em Kőrösfő:
Kedves Jó Idesanyám” -“Jaj Kedves Édesanyám” – “Idesanyám Idesanyám” – “A Temetőkapu” – “Arról Alól Kéken Beborul Az ég” – “Arra Kérem Az Én Jó Istenemet” – “Holtig Bánom Amit Cselekedtem” – “Édesanyám Volt Az Oka Mindennek” – “Körösfői Részég Alatt” – “Virág Ökröm Kivittem A Rétre” – “Nem Tudja Azt Senki, Csak A Jó Isten” – “Arrul Alól Kéken Beborul Az ég” – Coletadas em Kászoninpér: “Jöjjön Haza Édesanyám” – “Nincsen Fonal A Rudamon” – “Egy Kicsi Madárka Hozzám Kezdi Járni” – “Árva Madár Mit Keseregsz Az Ágon” – “Szép A Tavasz, De Szebb A Nyár” – “Most Akadtam A Csorgóra” – “Tisza Partján Lakom” – “Jaj istenem Ezt a Vént” – Coletados na Moldávia:  “Oláhul Marinka” – “Hegyi velem Mónár Anna” – “Andrásfalu Keskeny Palló” – “Ne Menj Rózsám A Tarlóra” – “Né Hol Kerekedik” – “Hegyen Fülgyön Járogatok Vala” – “Hejtök Lányok Guzsajasba” – “Porondos Víz Martján” – “S Ugy Ménén, Ugy Ménén” – “Kisétálék Kőkertembe” – “Ményécske, ményécske” – “Piros, Piros Szégfű” – “Mámikám, Mámikám” – Coletados na Transdanúbia (Dunántúl): “Rákóczi Kocsmábó” (1ª versão) – D2 F.22a-b “Rákóczi Kocsmábó” (2ª versão) – “János Úr Készül” – “Boldogasszon, Boldogasszon” –  “A Pünkösdnek Jeles Napja” – “Haj Szén’ája, Szén’ája” –  Coletados na Grande Planície Húngara (“Alföld”): “Hajnallik, Hajnallik” – “Nem Messze Van Ide Kismargita” – “Elejbe, Elejbe” – Szöveges Dallamok Dudán – “Te Megtudtad” – “Mogyorósi Bubosába” – “Hej Kikrics, Kikerics” – “Ha nem Szeretnélek” – Apêndice: Tánc Dallamok Hegedűn – Öreg Csárdás – Kis Verbunk – “Cuka Szőke” Csárdás – Lakodalmas Gyors – “Megy A Kanász A Partnál” – Ugyanaz Dudán – Rögtönzés Dudán – “Kerek Az Én szűröm Allya” – Ugyanaz Dudán – “Pista Bácsi, János Bácsi” – Ugyanat Dudán – “Csütörtökön Virradóra” – Ugyanaz Furulyán – “Dudaszó Hallatszik” – Ugyanaz Furulyán – “Aki Dudás Akar Lenni” – Ugyanaz Dudán – “Dudaszó Hallatszik” –  Táncdallamok Dudán – “Bárányim” – “Vasvári” – “A Csikósok, a gulyások” – Ugyanaz Dudán – “Lejtét Szeret A Folyóvíz” – Ugyanaz Dudán – “Aki Kondás Akar Lenni” – Kós Dudás Nóta, Ahogyan Ő Tudja – Táncdallam Dudán – Kanásztánc Dudán – “A Savanyú Hires Ember” – “Nem Messze Van Az Orvos Úr Lakása” – “A Dudari Hármas Határ” – “Márvánkőből, Márvánkőből” – “Dombor Az Hajnal” – “Az Új Idő , Új esztendő” – “Örüljeték Ez Nap”

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Török Népzenei Gyűjtemény
(Hungaroton, 1996)

Esse álbum duplo oferece a quase totalidade das gravações feitas por Bartók em sua expedição à Anatólia, em 1936, para coletar as canções das tribos Yürük, cujos hábitos nomádicos ele supunha terem preservado material melódico semelhante ao que ele conhecera em diversos lugares da Europa central. A intensa experiência, que para a infelicidade de Bartók durou apenas dez dias, foi sua última grande viagem de pesquisa antes da guerra mudar para sempre seus rumos. Seu cicerone e intérprete foi o compositor turco Ahmed Adnan Saygun, que estudara música na França e que reparte com Béla a carroça na impagável foto da capa.

1 – Istanbul’dan Çiktim Dirya Yüzüne
2 – Sandigimi Açamadim
3 – Mavilim Das Basinda
4 – Mavilim Hirk Idiyor
5 – Duda Merdimen Gurdum
6  – Nenni Yavrum, Nenni
7 – Teknede Hamur
8 – Bismillâh Edin Ginaya
9 – Yagmurcugum Yagiver
10 – Yatirmislar Da Yavrumu, Guzum Oy
11 – Gapimizim Önü Yügsek
12 – Garsida Kürd Evleri, Goyver Ellerim
13 – Sivrisar’i Ün Aldi
14 – Garsida Kürd Evleri
15 – Sem título
16 – Sem título
17 – Yüce Dag Basinin Dört Yani Yoldur
18 – Yazin Geldigi De Neresinden Bellüdügen
19 – Yörü Dilber, Yörü De Yolundan Galma
20 – Bileydim De Derinci’ya Varmazdim
21 – Kaladan Ëniyordum
22 – Köprünün Alti Tiken
23 – Öküz Aldum, Gosamad
24 – Nice Methideyim Sevdigim Seni
25 – Havayi Da Deli Gönlüm, Havayi
26 – Sem título
27 – Menevse Buldum Derede
28 – Dud Agaci Dut Verir, Yapragini Git Verir
29 – Neredeydin Çiktin Yolum Üstüne
30 – Gedup Gedup Ger’arkana Bakinma
31 – Bodu, Bodu, Anan Neden Öldü
32 – Ince Elekten Eledigim
33 – Davulcular Dama Doldu
34 – Gaplan Geldi Bagirmaya
35 – Evlerinin Önü Gaya
36 – Inerler, Giderler de Çemisözü’ne
37 – Dinleyin Agalar Da Üçgözoglu Manisini Söleylem
38 – Dereye Ëndim Das Bulamadim
39 – Gizlar Doplandi Mezere
40 – Denenin de Dösü Enli
41 – Sem título
42 – Sem título
43 – Gura Gurmus Yol Üstüne, Çikrigi
44 – Garaman’dan Gelir Iken
45 – Kurt Pasa Çikti Gozan’a

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1 – Deveyi Deveye Çattim, Bebeg Oy
2 – Ormanin Boz Giraci
3 – Ala Gözlerini Sevdigim Dilber
4 – Halay Havasi
5 – Galadan Indim Inis
6 – Sem título
7 – Sem título
8 – Ahiska’nin Ardi Cigi Dagidi
9 – Göy Yüzünde Bölük Durnalar
10 – Ay Gëder Uca Gëder
11 – Herkës Sevdigini Yanina Getirdi
12 – Hopladim Geçtim Baga
13 – Maras’ta Gutu, Içinde Otu
14 – Oglanin Elinde Sise Tapasi
15 – Edem Bu Cerenin Sulaklari Gayali
16 – Kurt Pasa ·Ikti Gozan’a
17 – Hasan Dagi, Hasan Dagi
18 – Bozlak, Uzun Hava
19 – Sem título
20 – Uçtu Da Sahanim, Uçtu
21 – Yarin Bayram Derler de Yar, Yar
22 – Sem título
23 – Sem título
24 – Sem título
25 – Sem título
26 – Sahin Decicen Da Bir Cura Gustur
27 – Avsar Beglerinde Gördüm Bir Gözel
28 – Su Cerenin Suvaklarin Gezmeli
29 – Sican Dolapta Oturur
30 – Haydar, Haydar – Haydar, Haydar
31 – Sarptir Yaylanin Yollari
32 – Ezmeyinen Üzmeyinen
33 – Dignen Agalar Da Birem Söyleyim
34 – Pencereden Mayil, Mayil Bakan Yar
35 – Bu Almayi Kim Disledi?
36 – Bir Emir Gelse de Kâhyalar Asilsa
37 – Karsidan Geliyor Gözelin Biri
38 – Zeytinbeli Gürleyerek
39 – Sem título
40 – Zabahdan Ogradim Ben Bir Geline

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Magyar Népzene Kodály Zoltán Fonográf-felvételeiből
(Hungaroton, 1983)

Lançado em 1983 para celebrar o centenário de Kodály (que nasceu no finalzinho de 1882), esse disco traz uma pequena amostra do material coletado pelo amigo e colega de Bartók no fonógrafo Edison que apresentou a Béla, e que foi ferramenta essencial para assegurar a fidedignidade de seus registros de campo.

1 – Halottsirató/Dirge: Elrepült A Madár
2 – Szomorú Az Idő, Meg Akar Változni
3 – Ha Tudtad Határát Rövid Szeretetnek
4 – Szomorú Jaz Idő, El Akar Változni
5 – Amere Én Járok, Még A Fák Es Sírnak
6 – Katona Sem Lettem Vóna
7 – Túl A Vizenn Egy Almafa
8 – Ugyanaz Furulyán
9 – Túl A Vizen Egy Almafa
10 – Verjen Meg Az Egek Ura Tégedet
11 – Túl A Vizenn Egy Szilvafa
12 – Hej, Rab Vagyok, Rab Vagyok
13 – Elment A Madárka
14 – Ugyanaz Furulyán
15 – Szomorufüzfának
16 – Elment, Elment A Madárka
17 – Erdő Nincsen Zőld Ág Nélkül
18 – Ádjon Isten Jó Estvét Csárdásné!
19 – Tova Vagyon Egy Diófa
20 – Napom, Napom, Fényes Napom
21 – Egy Kicsi Madárka
22 – Bóthajtásos Az Én Szobám
23 – Amott Egy Kis Bokor Mellett
24 – Ha Felűllök Kis Pej Lovam Hátára
25 – Meg Kell A Buzának Érni
26 – Kifogyott A Tóból Mind A Sár
27 – Ugyanaz Furulyán
28 – Ugyanaz Esz-Klarinéton
29 – Azhol Én Elmenyek
30 – Ej, Minden Ablak Előtt
31 – Az Alfőldi Pusztán Fúj A Szél
32 – Ifjuságom Csulámádar
33 – Hej, A Mohi Hegy Borának
34 – A Citromfa Levelestől S Ágostól
35 – Édesanyám Kiállott A Kapuba
36 – A Citromfa Levelestől, S Ágástól
37 – Szegíny Szabó J’Erzsi
38 – Elindula József Is
39 – Hallgassátok Meg Magyarok, Amit Beszéllek
40 – Tavasz, Tavasz, Szíp Ződ Tavasz
41 – A Búzamezőben
42 – Áráss Rózsám, Arass
43 – Egész Váras Mind Aluszik
44 – A Varga Hazara
45 – Dicsőség Mennyben Az Istennek
46 – Mostan Kinyílt Egy Szép Rózsavirág
47 – Újesztendő, Vígságszerző
48 – Serkenj Fel, Kegyes Nép
49 – Jöjjön Haza Édesanyám
50 – Meghót, Meghót A Cigányok Vajdája

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Quem gostou do material, mas desejou ouvi-lo num som límpido e contemporâneo, terá seu sonho realizado nesse extraordinário CD do Muzsikás, que recria as canções registradas por Bartók (entremeadas por excertos das próprias gravações de campo) na companhia do violinista Alexander Bălănescu e a divina cantora Marta Sebestyén:

Béla Bartók (1881-1945): The Bartók Album, pelo Muzsikás

Béla – quase um Professor Van Helsing – pronto para o campo, provavelmente em 1907.
Os jovens Bartók e Kodály, em 1908, um pouco depois de lançarem suas expedições conjuntas ao mundo musical do folclore magiar.
“Piros Alma”, a canção que despertou em Bartók a centelha de pesquisador, não foi gravada por ele em qualquer cilindro – mas sobrevive seu registro em ficha de campo, datado de 1904. Note-se o nome “Dósa Lidi”, a babá cujo canto encantou o jovem compositor.
Bartók transcrevendo, com a dedicação e paciência que lhe eram peculiares, um registro fonográfico de campo, em algum momento da década de 1920. Bartók, meticuloso em tudo, extrapolava seus limites quando transcrevia suas gravações de campo. Notem a riqueza de detalhes na transcrição dos melismas, acentuações e articulações nessa melodia coletada na Anatólia!

Por fim, três fotos da curta expedição de Bartók à Anatólia, em 1937, para a qual se preparou longamente, estudando a língua turca (que se somou às oito que já falava) e surpreendendo os intérpretes que lhe tinham designado. Seu ar de peixe fora d’água, meio que alheio às circunstâncias, sempre impecavelmente vestido e fleumático mesmo nos arredores mais rústicos, emprestam um humor involuntário a essas imagens – das quais a minha favorita, disparadamente, é aquela na carroça, em que seu olhar estoico está quase a gritar “me tirem daqui!”.

PQP Bach, por Ammiratore

 

Vassily

Boldog születésnapot! – Bartók, a pedagógus (Bartók, o pedagogo) #BRTK140

 

Pedagógus até que é fácil, né? Difícil, pelo jeito, era ser aluno de Bartók.

Não que ele fosse incompetente. Muito pelo contrário: seus alunos – e foram muitos, tanto em caráter privado, quanto os que por ele passaram em seus vinte e sete anos como professor de piano na Real Academia de Música de Budapest – reconheciam sua capacidade e seriedade no métier. Pontualíssimo, chegava antes de todos; dedicadíssimo, era sempre o último a sair. Se algum aluno faltasse, o que viria depois herdaria o tempo extra, se chegasse cedo o bastante. E no que realmente importava, a sala de aula, era sobretudo rigoroso com o ritmo e a atenção às intenções do compositor, sobre as quais muito discorria depois de ouvir o aluno, e antes de sentar-se ele próprio ao teclado para expor suas concepções da obra estudada.

Os alunos, claro, não eram unânimes em suas avaliações da postura do professor. Alguns, como os que escutarão a seguir, passaram o resto de suas vidas gratos a Bartók pelo privilégio de acompanharem suas aulas. Outros tantos reclamavam da sisudez e inacessibilidade do grande músico, e de sua pouca disposição de abordar questões técnicas – como na ocasião em que respondeu à indagação duma aluna sobre o dedilhado de um trecho específico com um desconcertante

Use seu nariz, se quiser!”

Não parece à toa que Bartók costumasse ser preterido pelos aspirantes a concertista em prol de Ernő Dohnányi, que fora seu colega tanto como aluno de István Thomán como também no corpo docente da Academia. Dohnányi era um virtuose que tocava no estilo grandioso de Liszt (que fora professor de Thomán) e tinha, por todos os relatos, mais paciência de ensinar truques ao teclado. Bartók, pelo contrário, preferia destrinchar as obras e discutir um plano de interpretação a deter-se em problemas técnicos. E, muito embora sua correspondência ateste seu fastio para com os compromissos ligados ao ensino, a lista de seus ex-alunos que se tornaram regentes é bastante sintomática da riqueza que brotava de suas aulas (ou, diriam más línguas, de sua capacidade de traumatizar pianistas para sempre): Ferenc Fricsay, Fritz Reiner e Georg Solti, para citar os exemplos mais célebres, passaram suas vidas a reconhecer a influência decisiva do professor em suas formações musicais e em suas carreiras ao pódio.

O interesse de Béla na pedagogia do piano era certamente maior do que admitia. Caso contrário, não teria legado tantas e tão importantes obras didáticas para seu instrumento, algumas das quais virão a seguir, apresentadas pelas mãos de seus mais distintos ex-alunos: György Sándor, que lhe foi também um dedicado amigo e muito decisivo nos difíceis anos nos Estados Unidos, toca “Para Crianças” e “Primeira Fase ao Piano”; Lili Kraus, que estudou também com Kodály, interpreta peças baseadas nas melodias folclóricas coletadas por Béla em suas pesquisas de campo, assim como Andor Földes, que se dividiu entre as classes de Bartók e Dohnányi; por fim, sua segunda esposa, Ditta Pásztory-Bartók, alcança-nos sua leitura do autoexplicativo “Mikrokosmos”, que é tanto um microcosmos da técnica pianística como do próprio gênio inventivo de seu criador.


Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)

Gyermekeknek. Apró darabok kezdő zongorázóknak (“Para Crianças. Pequenas peças para pianistas novatos”), Sz. 42, BB 53 (1908-09)

Volume I
1 – Játszó gyermekek (“crianças brincando”). Allegro
2 – Gyermekdal (“canção infantil”). Andante
3 – Quasi adagio
4 – Párnatánc (“dança de travesseiro”). Allegro
5 – Játék (“brincadeira”). Allegretto
6 – Balkéztanulmány (“estudo para a mão esquerda”). Allegro
7 – Játékdal (“canção de brincadeira”). Andante grazioso
8 – Gyermekjáték (“jogo de crianças”). Allegretto
9 – Dal (“canção”). Adagio
10 – Gyermektánc (“dança de crianças”). Allegro molto
11 – Lento
12 – Allegro
13 – Ballada (Balada). Andante
14 – Allegretto
15 – Allegro moderato
16 – Régi magyar dallam (“velha melodia húngara”). Andante rubato
17 – Körtánc (“dança circular, ciranda”). Lento
18 – Katonadal (“canção do soldado”). Andante non troppo
19 – Allegretto
20 – Bordal (“canção para beber”). Allegro
21 – Allegro robusto
22 – Allegretto

Volume II
23 – Táncdal (“canção para dançar”). Allegro grazioso
24 – Andante sostenuto
25 – Parlando
26 – Moderato
27 – Tréfa (“piada”). Allegramente
28 – Kórusdal (“coral”). Andante
29 – Ötfokú dallam (“melodia pentatônica”). Allegro scherzando
30 – Gúnydal (“canção de zombaria”). Allegro ironico
31 – Allegro tranquillo — attacca
32 – Andante
33 – Allegro non troppo
34 – Allegretto
35 – Con moto
36 – Részegek nótája (“canção do ébrio”). Vivace
37 – Kanásznóta (“canção do criador de porcos”). Allegro
38 – Regös ének (“canção do solstício de inverno”). Molto vivace
39 – Allegro moderato
40 – Kanásztánc (“dança do criador de porcos”). Allegro vivace

Volume III
41  – Allegro
42 – Andante
43 – Allegretto
44 – Lakodalmas (“canção de casamento”). Andante
45 – Változatok (“variações”). Molto andante — A tempo — A tempo — L’istesso tempo
46 – I. Körtánc (“primeira ciranda”). Allegro
47 – Bánat (“tristeza”). Andante
48 – Táncdal (“canção dançante”). Allegro non troppo
49 – II. Körtánc (“segunda ciranda”). Andante
50 – Temetésre szól az ének (“canção fúnebre”). Largo
51 – Lento — attacca
52 – Andante rubato — attacca
53 – Allegro
54 – Moderato
55 – I. Dudanóta (“gaita de foles I”). Molto tranquillo
56 – Panasz (“lamento”). Lento
57 – Andante
58 – Gúnydal (“canção de provocação”). Sostenuto
59 – Románc (“romance”). Assai lento
60 – Kerget dzés (“pega-pega”). Presto
61 – Tréfa (“cortesia”). Allegro moderato
62 – Duhajkodó (“folia”). Molto allegro

Volume IV
63 – Andante tranquillo – attacca
64 – Andante
65 – Scherzando. Allegretto
66 – Furulyaszó (“flauta camponesa”). Andante, molto rubato
67 – Még egy tréfa (“cortesia”). Allegro
68 – Andante, molto rubato
69 – Kánon (“cânone”). Allegro non troppo
70 – Szól a duda (gaita de foles). Vivace
71 – Betyárnóta (“ladrão de rodovias”). Allegro
72 – Pesante
73 – Andante tranquillo
74 – Búcsú (“adeus”). Adagio
75 – Ballada (“balada”). Moderato
76 – Rapszódia (“rapsódia”). Parlando, molto rubato
77 – Siratóének (“canção fúnebre”). Lento
78 – Halotti ének (“canção de luto”). Lento

Zongoraiskola (“Escola de piano”) (1913),  Kezdők zongoramuzsikája (“Música para piano para iniciantes”) (1929), mais conhecidas como “Primeira Fase ao Piano”, Sz. 53, BB 66

79 – Moderato
80 – Moderato
81 – Moderato
82 – Dialogue. Moderato
83 – Moderato
84 – Moderato
85 – Canção folclórica. Moderato
86 – Andante
87 – Andante
88 – Canção folclórica. Allegro
89 – Minueto. Andante
90 – Kanásztánc (“dança do criador de porcos”). Allegro
91 – Canção folclórica. Andante
92 – Andante
93 – Canção de casamento. Moderato
94 – Dança camponesa. Allegro moderato
95 – Allegro deciso
96 – Tempo di Valse

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György Sándor, piano


Román népi táncok (“Danças Folclóricas Romenas”), Sz. 56, BB 68 (1915)
1 – Jocul cu bâtă (“dança com bastão”)
2 – Brâul (“cinto”)
3 – Pe loc (Topogó)
4 – Buciumeana (“dança de Bucsumi”)
5 – Poarga românească (“polca romena”)
6 – Mărunțelul (Aprózó)

Három rondó népi dallamokkal (“Três rondós sobre melodias folclóricas”), Sz. 84, BB 92 (1916-1927)
7 – Andante
8 – Vivacissimo
9 – Allegro molto

Három csíkmegyei népdal (“Três canções folclóricas do distrito de Csík”), Sz. 35a, BB 45b (1907)
10 -Rubato
11 – L’istesso tempo
12 – Poco vivo

Szonatina zongorára (“Sonatina para piano”), Sz. 55, BB 69 (1915)
13 – Dudások. Molto moderato
14 – Medvetánc. Moderato
15 – Finale. Allegro vivace

Tizenöt magyar parasztdal (“Quinze canções camponesas húngaras”), Sz. 71, BB 79 (1914-18)
16 – Rubato
17 – Andante – Poco sostenuto – Più andante (Tempo I) – Poco sostenuto – Più andante
18 – Poco rubato – Sostenuto
19 – Andante
20 – Scherzo. Andante – Sostenuto, poco rubato – Tempo I
21 – Ballada (tema com variações). Andante – Più andante – Poco adagio – Più andante – Maestoso
22 – Allegro
23 – Allegretto
24 – Allegretto
25 – L’istesso tempo
26 – Assai moderato
27 – Allegretto
28 – Poco più vivo – Allegretto
29 – Allegro
30 – Allegro – Più vivo – Poco più meno vivo

De Tíz könnyű zongoradarab (“Dez peças fáceis para piano”), Sz. 39, BB 51 (1908)
31 – No. 5: Este a székelyeknél (“Noite na Transilvânia”)

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Lili Kraus, piano


Improvizációk magyar parasztdalokra (“Improvisações sobre canções camponesas húngaras), Op. 20, BB 83, Sz. 74 (1920)
1 – Molto moderato
2 – Molto capriccioso
3 – Lento, rubato
4 – Allegretto scherzando
5 – Allegro molto
6 – Allegro moderato, molto capriccioso
7 – Sostenuto, rubato
8 – Allegro

 Zongoraszonátá E-dúr (“Sonata para piano em Mi maior”), BB 88 Sz. 80 (1926)
9 – I. Allegro moderato
10 – II. Sostenuto e pesante
11 – III. Allegro molto

Tizenöt magyar parasztdal (“Quinze canções camponesas húngaras”), Sz. 71, BB 79 (1914-18)
12 – Rubato – Andante/Poco sostenuto/Più andante (Tempo I)/Poco sostenuto/Più andante – Poco rubato/Sostenuto – Andante – Scherzo – Andante/Sostenuto, poco rubato – Ballada (tema com variações)/ Andante/Più andante/Poco adagio/Più andante/Maestoso – Allegro – Allegretto – Allegretto – L’istesso tempo – Assai moderato – Allegretto – Poco più vivo/Allegretto – Allegro – Allegro/Più vivo/Poco più meno vivo

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Andor Földes, piano


Mikrokozmosz. Zongoramuzsika a kezdet legkezdetétől. 153 darab hat füzetben (“Microcosmos. Música para piano desde o princípio. 153 peças em seis volumes”), Sz. 107, BB 105 (1926, 1932–1939)

Volume I
1 – Nos. 1-6. Melodias em uníssono
2 – Nos. 7-10. Notas pontuadas. Repetição. Sincopagem. Com mãos alternadas
3 – Nos. 11-17. Movimento paralelo. Reflexão. Mudança de posição. Pergunta e resposta. Canção de vilarejo. Movimento paralelo e mudança de posição. Contramovimento
4 – Nos. 18-21. Quatro melodias em uníssono
5 – Nos. 22-25. Imitação e contraponto. Imitação e inversão. Pastoral. Imitação e inversão
6 – Nos. 26-31. Repetição. Sincopagem. Canône em oitava. Imitação. Cânone. Pequena dança em forma de cânone
7 – Nos. 32-36. Em modo dórico. Dança lenta. Em modo frígio. Coral. Cânone livre

Volume II
8 – Nos. 37-42. Em modo lídio. Staccato e Legato [1 e 2]. Em modo iugoslavo. Melodia com acompanhamento. Acompanhamento em tríades
9 – Nos. 43-46. Em estilo húngaro. Movimento contrário. Meditação. Aumentando-diminuindo
10 – Nos. 47-50. Grande feira. Em modo mixolídio. Crescendo-diminuendo. Minueto
11 – Nos. 51-57. Ondas. Uníssono dividido. No estilo da Transilvânia. Cromático. Tercinas em modo lídio.  Melodia em décimas
12 – Nos. 58-62. No estilo oriental. Maior e menos. Cânone com notas sustentadas. Melodia pentatônica. Sextas menores em movimentos paralelos
13 – Nos. 63-66. Zumbindo. Linha e ponto (a, b). Diálogo. Melodia dividida

Volume III
14 – Nos. 67-73. Terça contra uma voz. Dança húngara (a, b). Um estudo de acordes. Melodia contra notas duplas. Terças. Dança do dragão. Sextas e tríades. Canções húngaras (a, b)
15 – Nos. 74-78. Canção húngara. Tercinas. Em três partes. Pequeno estudo. Escala de cinco tons
16 – Nos. 79-80. Hommage a J.S.B. . Hommage a R. Sch.
17 – Nos. 81-86. Vagando. Scherzo. Melodia com interrupções. Contentamento. Arpejos. Dois pentacordes maiores
18 – Nos. 87-90. Variações. Dueto para gaitas. Em quatro partes. Em estilo russo
19 – Nos. 91-92. Invenções cromáticas (1 e 2)
20 – Nos. 93, 94, 95a, 96. Em quatro partes. Conto. Canção da raposa. Tropeçando>

Volume IV
21 – Nos. 97-101. Notturno. Polegar. Mãos cruzadas. No estilo duma canção folclórica. Quinta diminuta
22 -Nos. 102-108. Harmônicos. Menor e maior. Pelas teclas (a, b). Jogo (com duas escalas pentatônicas). Canção infantil. Melodia na neblina. Luta
23 – Nos. 109-112. Da ilha de Bali. Sons colidentes. Intermezzo. Variações sobre uma melodia folclória
24 – Nos. 113-117. Ritmo búlgaro 1. Tema e inversão. Ritmo búlgaro 2. Melodia. Bourrée
25 – Nos. 118-121. Tercinas em 9/8. Dança em 3/4 Time. Acordes de quinta. Estudo em duas partes

Volume V
26 – Nos. 122-124. Acordes juntos e opostos. Staccato e Legato (a, b). Staccato
27 – Nos. 125, 126, 128. Navegando. Mudança de compasso. Dança camponesa
28 – Nos. 129-131. Terças alternadas. Brincadeira no vilarejo. Quartas
29 – Nos. 132-135. Segundas maiores arpejadas e uníssonas. Sincopagem. Estudos em notas duplas (1, 2, 3). Moto perpétuo
30 – Nos. 136-139. Escala de tons inteiros. Uníssono. Gaita de foles. András feliz

Volume VI
31 – Nos. 140-141. Variações livres. Tema e reflexão
32 – No. 142. Do diário duma mosca
33 – Nos. 143-144. Arpejos divididos. Terças menores, sétimas aumentadas
34 – No. 145. Invenção cromática (a, b)
35 – Nos. 146-147. Ostinato. Marcha
36 – Nos. 148-153. Seis danças em ritmo búlgaro

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Ditta Pásztory-Bartók, piano

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Bartók (1881-1945): Sonata para 2 pianos e percussão. Brahms (1833-1897): Variações ‘Sto.Antônio’ para 2 pianos

Georg Solti (nascido György Stern) estudou piano com Bártok apenas algumas semanas, mas se orgulhou disso a vida toda. Celebrizou-se como regente de vasto repertório, especialmente forte em ópera, mas foi ao piano que iniciou sua carreira, tanto como solista e acompanhador. Volta e meia ele voltava ao teclado, como na clássica gravação acima, feita a dois pianos com o jovem (e já sensacional) Murray Perahia.

Quem quiser ouvir mais alunos de Bartók a conduzirem orquestras haverá de se divertir com as seguintes gravações:

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para orquestra; Música para cordas percussão e celesta; Esboços húngaros – Reiner

Fritz Reiner rege (e interessante que um ato falho me fez escrever “ruge”, o que não seria inapropriado a sua reputação ao pódio) a Chicago Symphony numa leitura clássica e elétrica da última obra-prima de seu ex-professor, a quem muito ajudou em sua dura vida na América do Norte.


Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra + Suíte de Danças + Música para Cordas, Percussão e Celesta (com Solti)

Depois que Reiner se aposentou, e os músicos da Chicago Symphony pensaram que nunca mais haveria um magiar a tiranizá-los daquele pódio, as gargalhadas de alívio devem ter virado risadinhas nervosas ao se anunciar a chegada de Georg Solti – que, chiliques à parte, soube aproveitar o legado de Reiner e manter a CSO entre os melhores conjuntos do mundo.


Béla Bartók (1881-1945): Os Três Concertos para Piano

Ferenc Fricsay estudou piano com Bartók, antes de tomar de assalto os pódios como um dos grandes – e para muitos o maior  – entre os regentes do século. Quase todas suas gravações são inestimáveis, mas esta aqui, em que acompanha o compatriota Géza Anda (que foi aluno de Ernő Dohnányi, e não de Bartók), é paradigmática: a versão a ser batida dos concertos para piano de seu ilustre ex-professor.

 

PQP Bach, por Ammiratore

Vassily

Boldog születésnapot! – Bartók, a zeneszerző (Bartók, o compositor) #BRTK140

Óbvio que Béla também era compositor: não fosse isso, não o estaríamos celebrando hoje, nem haveria esta série toda, ao longo do ano, a escrutinar sua obra, e tampouco estaria eu agora a chamá-lo, uma vez mais, de maior nome da música do século XX.

Essa posição, entretanto, demorou a consolidar-se. Logo em seus primeiros passos na estrada da composição, ao decidir glorificar sua amada Hungria através da música, Bartók bebeu tanto da fonte de Richard Strauss e seus poemas sinfônicos que sua primeira tentativa no gênero, Kossuth, poderia passar por obra do alemão. Depois, passou por seu caminho de Damasco – o contato com a música folclórica dos camponeses húngaros e o despertar de sua veia de pesquisador – e incorporou os ricos achados de suas expedições à sua própria música. Sua linguagem musical sui generis (termo que sei que tenho repetido por demais, mas nunca é excessivo para descrever Bartók) assim emergia, repleta de radicalidade e cada vez mais concentrada, a enfrentar resistência – tanto satírica quanto feroz – do establishment musical húngaro de então. Ao enfim consolidar-se, já maduro, como o maior nome da música de seu país, a ameaça do fascismo e a eclosão da guerra na Europa levaram-no a buscar refúgio nos Estados Unidos – e começar tudo de novo.

Embora a fama o precedesse, e a despeito dos esforços de alguns compatriotas, incluindo ex-alunos, como o regente Fritz Reiner, sua obra ainda não era muito conhecida em sua nova morada. A nação adotiva, também envolvida na guerra, não era muito simpática ao que percebia como asperezas em sua música, que não soava apropriada ao escapismo buscado pelos ouvintes. Sem demanda como compositor, e afora algumas funções fixas em universidades como transcritor de gravações de música folclórica e um que outro recital (muitas vezes em duo com Ditta, sua esposa), Béla não tinha outras fontes de subsistência. Somemos a isso a ruptura com suas editoras na Europa – todas agora em países inimigos -, as complicadas negociações com as editoras nos Estados Unidos, e a recusa orgulhosa de aceitar ajuda financeira de seus admiradores, e se entende por que os Bartók estavam sempre flertando com a penúria.

O divisor de águas de sua vida na América veio em 1943, tanto com o diagnóstico da leucemia que o mataria menos de dois anos depois, quanto com a visita que o Serge Koussevitzky lhe fez no hospital. O russo, regente titular da Sinfônica de Boston, lá estava para encomendar-lhe uma peça nova, a ser generosamente remunerada por sua própria fundação. Bartók ficou desconfiado com a visita, pois Koussevitzky não costumava incluir sua música no repertório, e tinha toda razão: seus compatriotas e amigos Fritz Reiner e Joseph Szigeti eram os verdadeiros responsáveis pela proposta. Após aceitar relutantemente, orgulhoso que era, o adiantamento de metade do valor da encomenda, Béla lançou-se à composição do magnífico “Concerto para Orquestra”, escrito num só jorro criativo e estreado no ano seguinte, sob a batuta do encomendante. O imenso, imediato sucesso da obra – um irresistível tour de force de virtuosismo bartokiano – quase o tornou um compositor em alta demanda, se a leucemia não o levasse no outono seguinte.

Esta postagem traz o registro histórico da estreia mundial do “Concerto” sob Koussevitzky, bem como algumas outras primeiras gravações de importantes obras de Bartók: a primeira gravação do quarteto de cordas no. 5, pelo Quarteto Kolisch, conjunto tido em alta consideração pelo compositor, mas que não o agradou nessa obra; a primeira gravação da sonata para violino solo, escrita para o jovem virtuoso Yehudi Menuhin, que muito impressionara o dificilmente impressionável Bartók ao tocar seu concerto para violino, aqui interpretado por Menuhin e o legendário Wilhelm Furtwängler, cuja carreira o generoso Yehudi tanto ajudou a reabilitar depois de ser absolvido do processo de desnazificação; e o concerto para o violista William Primrose, do qual Béla só conseguiu escrever o esboço e que foi completado por seu aluno Tibor Serly, que rege a orquestra a acompanhar o próprio Primrose.

Por fim, a primeira gravação do concerto para piano que Bartók compôs secretamente para sua esposa, Ditta, a fim de presenteá-la em seu 42° aniversário, em 1945. Tibor Serly visitou o compositor na noite em que ele estava a arrematar os últimos compassos da orquestração, só para vê-lo, no dia seguinte, ser internado pela derradeira vez no hospital. Sentindo-se culpado pela obra ter ficado inconclusa, orquestrou ele mesmo os dezessete últimos compassos logo após a morte de Béla, em 26 de setembro, oferecendo-o à viúva por ocasião de seu aniversário, em novembro. Ditta, no entanto, estava profundamente abalada e não o conseguiu aprender: voltou para a Hungria em 1946, deixando a estreia da obra por conta dos compatriotas György Sándor (que fora aluno de seu marido) e Eugene Ormandy, que também fizeram sua primeira gravação – ela própria só haveria de resolver seu luto, voltar ao teclado e tocar o concerto quase vinte anos depois.

Béla Viktor János BARTÓK(1881-1945)

Quarteto de cordas no. 5, Sz. 102, BB 110 (1934)
1 – Allegro
2 – Adagio molto
3 – Scherzo: alla bulgarese
4 – Andante
5 – Finale: Allegro vivace

Kolisch Quartett:
Rudolf Kolisch e Felix Khuner, violinos
Eugene Lehner, viola
Benar Heifetz, violoncelo

Primeira gravação da obra (1941)

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Concerto para orquestraSz. 116, BB 123 (1943)
1 – Introduzione. Andante non troppo – Allegro vivace
2 – Presentando le coppie. Allegro scherzando
3 – Elegia. Andante non troppo
4 – Intermezzo interrotto. Allegretto
5 – Finale. Presto

Gravação ao vivo da estreia mundial da obra em 1° de dezembro de 1944


Johannes BRAHMS
(1833-1897)

Sinfonia no. 1 em Dó menor, Op. 68
5 – Un poco sostenuto — Allegro – Meno allegro
6 – Andante sostenuto
7 – Un poco allegretto e grazioso
8 – Adagio — Più andante — Allegro non troppo, ma con brio – Più allegro

Boston Symphony Orchestra
Serge Koussevitzky, regência

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Béla BARTÓK

Concerto para piano e orquestra no. 3 em Mi maior, Sz. 119, BB 127 (1945)
1 – Allegretto
2 – Adagio religioso
3 – Allegro vivace

György Sándor, piano
The Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy, regência
Primeira gravação da obra (1949)

Nikolai Yakovlevich MYASKOVSKY (1881-1950)

Sinfonia no. 21 em Fá sustenido menor, Op. 50
4 – Andante sostenuto – Allegro non troppo, ma con impeto

The Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy, regência

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Concerto para violino e orquestra [no. 2], BB 117 (1937-38)

1 – Allegro non troppo
2 – Andante tranquillo
3 – Allegro molto

Yehudi Menuhin, violino
Philharmonia Orchestra
Wilhelm Furtwängler, regência
Gravado em 1953

 

Sonata para violino solo, Sz. 117, BB 124 (1943-44)
4 – Tempo di ciaccona
5 – Fuga. Risoluto, non troppo vivo
6 – Melodia. Adagio
7 – Presto

Yehudi Menuhin, violino
Gravado em 1957

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Béla BARTÓK

Két kép (“Dois quadros”), para orquestra, Op. 10 (1910)
1 – Virágzás (“Floração”)
2 – Falu tánca (“Dança aldeã”)

The New Symphony Orchestra
Tibor Serly, regência

Concerto para viola, Sz. 120, BB 128 (1945)
Completado por Tibor Serly
3 – I. Moderato – II. Adagio religioso – III. Allegro vivace

William Primrose, viola
The New Symphony Orchestra

Tibor Serly, regência

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PQP Bach, por Ammiratore

Vassily