Népzenegyűjtő significa “coletor de música folclórica”, mas “colecionador” é um aposto bem mais sonoro, e colecionar, enfim, era o que o mui blasé Béla mais gostava de fazer.
Apesar de nascido numa cidadezinha (Nagyszentmiklós, hoje Sânnicolau Mare, Romênia) e de ter passado boa parte da infância na ainda mais remota Nagyszőlős (hoje Vynohradiv, Ucrânia), a tradição musical em que começou a crescer como artista dava de ombros para os camponeses, olhava para Oeste, e só tinha ouvidos para a música da escola alemã e para o que vinha das academias austro-húngaras (que eram, sem dúvidas, mais “austro” do que “húngaras”).
Bartók, que desde cedo se comprometeu com o nacionalismo, resolveu cultivá-lo inicialmente calcado nos poemas sinfônicos de Richard Strauss, a quem idolatrava de tal maneira que uma transcrição para piano de Ein Heldenleben (“Uma Vida de Herói”) foi seu cavalo de batalha predileto nas primeiras ribaltas de pianista virtuoso. Naqueles tempos, ainda fortemente influenciados pelos escritos de Ferenc Liszt – que nasceu numa família germanófona, nunca dominou o magiar e só voltou a seu país natal na maturidade -, o folclore dos camponeses era visto como um material de baixo calão, mera e tosca corruptela da música dos ciganos húngaros, tida como a mais genuína expressão sonora do país, um equívoco de que o patrão PQP já tratou aqui.
O ambicioso jovem, imbuído desses preconceitos e recém-formado da Academia, viveria seu Caminho de Damasco numa viagem à Transilvânia, então dentro das fronteiras da Grande Hungria. Ao visitar o vilarejo de Kibéd, ouviu uma canção de ninar entoada por Lidi Dósa, uma jovem de 18 anos, que era serviçal duma família em férias:
Se Piros Alma leesett a sárba (“A Maçã Vermelha caiu na lama”) certamente não chamava atenção pela letra frugal, sua sinuosa melodia pentatônica despertou a curiosidade de Bartók – depois daquela de Newton, uma outra maçã a instigar um gênio atento. Liszt enganara-se: a verdadeira música húngara encontrava-se ali, transmitida pela tradição oral dos camponeses dos grotões, e urgia coletá-la, transcrevê-la, estudá-la e, especialmente, encontrar seu contexto dentro da grande esfera da Música.
O resto, como se diz, é história: o encontro de Bartók com Zoltán Kodály, que já fazia expedições para coleta de canções folclóricas e as estudara no contexto de sua pós-graduação; sua apresentação ao fonógrafo, que gravava as canções in situ, preservando-as para estudo e transcrição posterior, sem que se perdessem nas armadilhas de memória; suas expedições a todos cantos da Grande Hungria, especialmente à Transilvânia, de riquíssima tradição musical; a incorporação das melodias coletadas em suas próprias obras, principalmente aquelas para piano; o desenvolvimento de um sistema – até hoje conhecido como o Sistema Bartók – para classificar os temas da coleção de acordo com características de suas melodias e da distribuição estrófica; o financiamento institucional para expedições cada vez mais distantes, como as que o levaram a Biskra (na atual Argélia) e à Anatólia, na Turquia, na tentativa de encontrar as raízes remotas da música centro-europeia; sua transferência, a pedido, da Real Academia de Música para a Academia Húngara de Ciências, a fim de se dedicar exclusivamente à pesquisa da música folclórica; e sua consolidação como um dos pais da musicologia comparativa, precursora da moderna ciência da etnomusicologia.
Bartók ao piano, tocando seu arranjo duma dança romena que coletara numa recente expedição. Após alguns compassos, sobrepõe-se uma outra gravação, talvez de sua expedição à Argélia, que incrivelmente parece em sintonia com o material tocado ao piano. Ao final do primeiro cilindro (são dois, no arquivo acima), Bartók toca uma nota de referência (um Lá) para garantir que a gravação seja reproduzida na velocidade correta. Registro de 1915.
Falar de uma ciência quando não se a domina acarreta riscos que não quero correr: tenho trabalhado, afinal, na linha de frente do combate à pandemia e lamento muito que tanta gente não tenha a mesma consideração para com a ciência que pratico. O legado de Bartók, ademais, é tão rico e extenso que escapa, e de muito longe, do escopo dum blog leigo. Os interessados poderão procurar-me na caixa de comentários para pedir indicações de leitura e consulta. Não posso me furtar, desde já, a indicar-lhes o sítio do Instituto de Musicologia da Academia Húngara de Ciências, que organizou todo material de campo – reproduções dos cilindros de cera, transcrições e notas – coletado por Bartók, Kodály e outros pesquisadores num banco de dados que é, no mínimo, fascinante de vasculhar. Eu, pelo menos, sempre me perco por lá quando invento de voltar, absolutamente mesmerizado pelas gravações centenárias, janelas milagrosas para o passado, e suas vozes que seriam fantasmagóricas se não soassem, a despeito de todo ruído de superfície, tão vivas e frescas.
Por fim, a título meramente ilustrativo, ofereço alguns discos de meu acervo que comportam parte do material do arquivo do Instituto. Cada um deles possui um encarte multilíngue que aborda, com bastante detalhe, as circunstâncias de cada um dos registros e sua análise musicológica. Fiquem à vontade de me contatarem se algo, ao longo dessas horas de gravações a seguir, lhes despertar curiosidade de saber mais:
Magyar Népzene Bartók Béla Fonográf-felvételeiből
(Hungaroton, 1981)
Lançado no centenário do compositor, esse álbum traz gravações coletadas pelo próprio Béla ao longo de suas três décadas de expedições musicológicas pela Grande Hungria, com ênfase nas canções da Transilvânia, o veio mais rico entre todos o que ele explorou, e de longe o que mais lhe forneceu material para suas próprias composições. Deixei-lhe as traduções dos títulos para lhes dar uma ideia das atribulações da vida camponesa (meu favorito, com folgas, é “A ferradura do meu cavalo baio é muito brilhante”)
1 – Szőlőhegyen keresztül (“A menina atravessa o vinhedo”)
2 – Kis Kece Lányom (“Minha pequena afilhada”)
3 – Mikor Gulás Legény Voltam (“Quando eu era pastor”)
4 – Hol Háltál Az Éjjel, Cinegemadár? (“Onde você dormiu à noite, chapim-azul?”)
5 – Ától Mennék Én A Tiszán, Nem Merek (“Eu atravessaria o Tisza”)
6 – Csóri Kanász, Mit Főztél (“O que cozinhaste, porcariço?”)
7 – Kanásztánc (Furulyán) (Dança de porcariço tocada na flauta)
8 – Ó Te Csendőr, Mit Gondoltál (“Oh, seu Gendarme, no que você estava pensando?”)
9 – Amoda Le Van Egy Erdő (“Lá embaixo é uma grande floresta”)
10 – Pej Paripám Rézpatkója De Fényes (“A ferradura do meu cavalo baio é muito brilhante”)
11 – Az Ürögi Faluvégén Szól a Muzsika (“Há música no fim da vila Ürög”)
12 – Tiszán Innen, Dunán Túl (“Este Lado do Tisza, Além do Danúbio”)
13 – Elindultam Szép Hazámból (“Comecei do meu lindo país”)
14 – Bégyulai Kikötőbe Megállt a Gőzhajó (“O vapor parou no porto de Bégyula”)
15 – A Gyulai Kert Alatt, Kert Alatt (“No Fim do Jardim em Gyula”)
16 – Ha Bemegyek, Ha Bemegyek, Ha Bemegyek a Dobozi Csárdába (“Se eu entrar na pousada de Doboz”)
17 – Elhervadt Cédrusfa (“O cedro secou”)
18 – Béres Legény, Jól Megrakd a Szekered (“Peão da fazenda, carrega bem a carroça”)
19 – Fekete Főd, Fehér Az Én Zsebkendőm (“O solo é preto, meu lenço é branco”)
20 – Adj El Anyám, Adj El, Mer Itthallak (“Case-se comigo, ou vou deixá-la”)
21 – Ablakimba, Ablakimba Besütött a Holdvilág (“A lua brilhou em minhas janelas”)
22 – Megjött A Levél Fekete Pecséttel (“A carta chegou com um selo negro”)
23 – Dudanóta (Canção da gaita de foles)
24 – Nem Vagy Leány, Nem Vagy (“Você não é uma garota”)
25 – Viszik Már, Viszik Már Danikáné Lányát (“Estão levando a filha da Sra. Danika”)
26 – Hajlik a Meggyfa (“Encoste-se na cerejeira”)
27 – Istenem, Istenem (“Meu Deus, Meu Deus”)
28 – Járjad Pap a Táncot (“Dança, padre, Dança)
29 – Forgatós (Furulyán) (dança giratória tocada na flauta)
30 – Kelje Fel Kanász, Elaludtál (“Levante-se, porcariço, você adormeceu”)
31 – Forgatós (Furulyán) (dança giratória tocada na flauta)
32 – Verbunk (Furulyán) (dança de recrutamento)
33 – Dallam (Furulyán) (música tocada na flauta)
34 – Három Út Előttem, Melyiken Induljak Meg (“Três escolhas à minha frente”)
35 – Olyan Nap Nem Jő Az Égre (“O dia não nasce”)
35 – Pázsintos Udvaron Lakik A Szegénség (“A pobreza vive em um gramado”)
36 – Pázsintos Udvaron Lakik A Szegénség (“A pobreza vive em um gramado”)
37 – Hová Mész Te Három Árva (“Aonde vão, três órfãos”)
38 – Folyó Víz Télbe Megaluszik (“A água que flui lentamente congela no inverno”)
39 – Kimentem A Rétre, Bénéztem A Mezőre (“Eu saí para o campo, olhei para o prado”)
40 – Sír És Az Út, Bánkódik Az Ösven (“A estrada à minha frente está chorando”)
41 – Elmentem A Kútra Vizet Meríteni (“Eu fui ao poço para tirar um pouco de água”)
42 – Feleség, Feleség, Lelkem Kedves Feleségem (“Esposa, Esposa, minha querida Esposinha”)
43 – Beteg Az Én Rózsám, Szegény (“Meu pobre amor está doente”)
44 – Benned Mentem A Szobámba (“Eu entrei mais no meu quarto”)
45 – Erdő, Erdő, Erdő, Marosszéki Kerek Erdő (“Floresta, Floresta, Floresta, Floresta Redonda de Marosszék”)
46 – Hej Anyám, Anyám, Édes Kedves Anyám (“Ei! Mãe, Mãe, Doce, Querida Mãe”)
47 – Dombon Van A Vidombáki Kaszárnya (“O quartel de Vidombák foi construído em uma colina”)
48 – Improvizáció (Furulyán) (improvisação tocada na flauta)
49 – Forgatós (Furulyán) (dança giratória tocada em flauta)
50 – Én Elmegyek, Te Itt Maradsz (“Vou embora, você fica aqui”)
51 – Sebes Forgatós (Furulyán) (dança giratória rápida tocada na flauta)
52 – Kanásztülök-dallam (Szarukürtön) (toque do porcariço tocado num chifre)
53 – “A Kecskéké” (Furulyán) (“Canção da cabra” tocada na flauta) 1:16
54 – “Kecskedal” (Furulyán) (“Canção da cabra” tocada na flauta)
55 – Nem Arról Hajnallik, Amerről Hajnallott (“O amanhecer não vem de onde costumava vir”)
56 – Dallam (Furulyán) (música tocada na flauta)
57 – Árva Vagyok Apa Nélkül (“Sou um órfão, sem pai”)
58 – Verbunk (Furulyán) (dança de recrutamento tocada na flauta
59 – Lassú Forgatós (Furulyán) (dança lenta tocada na flauta)
60 – Ha Kimegyek A Temető Dombjára “Se eu for para o cemitério na colina”)
61 – Édesanyám, Be Szépen Felnöveltél (“Mãe, você me educou muito bem”)
62 – Aj Istenem, Be Víg Vótam Ezelőtt (“Ah, meu Deus, como eu costumava ser alegre”)
Magyar népzenei : hanglemezek Bartók Béla lejegyzéseivel
(Hungaroton, 1981)
Também lançado no ensejo do centenário do nascimento de Bartók, essa coletânea organizada pelo musicólogo László Somfai traz gravações das transcrições feitas pelo compositor a partir de seus próprios registros de campo, realizadas nos estúdios da Rádio Húngara, em Budapest, entre 1937 e 38. Infelizmente, não disponho das faixas isoladas, de modo que todas estão condensadas num arquivo só.
Coletadas em Kőrösfő: Kedves Jó Idesanyám” -“Jaj Kedves Édesanyám” – “Idesanyám Idesanyám” – “A Temetőkapu” – “Arról Alól Kéken Beborul Az ég” – “Arra Kérem Az Én Jó Istenemet” – “Holtig Bánom Amit Cselekedtem” – “Édesanyám Volt Az Oka Mindennek” – “Körösfői Részég Alatt” – “Virág Ökröm Kivittem A Rétre” – “Nem Tudja Azt Senki, Csak A Jó Isten” – “Arrul Alól Kéken Beborul Az ég” – Coletadas em Kászoninpér: “Jöjjön Haza Édesanyám” – “Nincsen Fonal A Rudamon” – “Egy Kicsi Madárka Hozzám Kezdi Járni” – “Árva Madár Mit Keseregsz Az Ágon” – “Szép A Tavasz, De Szebb A Nyár” – “Most Akadtam A Csorgóra” – “Tisza Partján Lakom” – “Jaj istenem Ezt a Vént” – Coletados na Moldávia: “Oláhul Marinka” – “Hegyi velem Mónár Anna” – “Andrásfalu Keskeny Palló” – “Ne Menj Rózsám A Tarlóra” – “Né Hol Kerekedik” – “Hegyen Fülgyön Járogatok Vala” – “Hejtök Lányok Guzsajasba” – “Porondos Víz Martján” – “S Ugy Ménén, Ugy Ménén” – “Kisétálék Kőkertembe” – “Ményécske, ményécske” – “Piros, Piros Szégfű” – “Mámikám, Mámikám” – Coletados na Transdanúbia (Dunántúl): “Rákóczi Kocsmábó” (1ª versão) – D2 F.22a-b “Rákóczi Kocsmábó” (2ª versão) – “János Úr Készül” – “Boldogasszon, Boldogasszon” – “A Pünkösdnek Jeles Napja” – “Haj Szén’ája, Szén’ája” – Coletados na Grande Planície Húngara (“Alföld”): “Hajnallik, Hajnallik” – “Nem Messze Van Ide Kismargita” – “Elejbe, Elejbe” – Szöveges Dallamok Dudán – “Te Megtudtad” – “Mogyorósi Bubosába” – “Hej Kikrics, Kikerics” – “Ha nem Szeretnélek” – Apêndice: Tánc Dallamok Hegedűn – Öreg Csárdás – Kis Verbunk – “Cuka Szőke” Csárdás – Lakodalmas Gyors – “Megy A Kanász A Partnál” – Ugyanaz Dudán – Rögtönzés Dudán – “Kerek Az Én szűröm Allya” – Ugyanaz Dudán – “Pista Bácsi, János Bácsi” – Ugyanat Dudán – “Csütörtökön Virradóra” – Ugyanaz Furulyán – “Dudaszó Hallatszik” – Ugyanaz Furulyán – “Aki Dudás Akar Lenni” – Ugyanaz Dudán – “Dudaszó Hallatszik” – Táncdallamok Dudán – “Bárányim” – “Vasvári” – “A Csikósok, a gulyások” – Ugyanaz Dudán – “Lejtét Szeret A Folyóvíz” – Ugyanaz Dudán – “Aki Kondás Akar Lenni” – Kós Dudás Nóta, Ahogyan Ő Tudja – Táncdallam Dudán – Kanásztánc Dudán – “A Savanyú Hires Ember” – “Nem Messze Van Az Orvos Úr Lakása” – “A Dudari Hármas Határ” – “Márvánkőből, Márvánkőből” – “Dombor Az Hajnal” – “Az Új Idő , Új esztendő” – “Örüljeték Ez Nap”
Török Népzenei Gyűjtemény
(Hungaroton, 1996)
Esse álbum duplo oferece a quase totalidade das gravações feitas por Bartók em sua expedição à Anatólia, em 1936, para coletar as canções das tribos Yürük, cujos hábitos nomádicos ele supunha terem preservado material melódico semelhante ao que ele conhecera em diversos lugares da Europa central. A intensa experiência, que para a infelicidade de Bartók durou apenas dez dias, foi sua última grande viagem de pesquisa antes da guerra mudar para sempre seus rumos. Seu cicerone e intérprete foi o compositor turco Ahmed Adnan Saygun, que estudara música na França e que reparte com Béla a carroça na impagável foto da capa.
1 – Istanbul’dan Çiktim Dirya Yüzüne
2 – Sandigimi Açamadim
3 – Mavilim Das Basinda
4 – Mavilim Hirk Idiyor
5 – Duda Merdimen Gurdum
6 – Nenni Yavrum, Nenni
7 – Teknede Hamur
8 – Bismillâh Edin Ginaya
9 – Yagmurcugum Yagiver
10 – Yatirmislar Da Yavrumu, Guzum Oy
11 – Gapimizim Önü Yügsek
12 – Garsida Kürd Evleri, Goyver Ellerim
13 – Sivrisar’i Ün Aldi
14 – Garsida Kürd Evleri
15 – Sem título
16 – Sem título
17 – Yüce Dag Basinin Dört Yani Yoldur
18 – Yazin Geldigi De Neresinden Bellüdügen
19 – Yörü Dilber, Yörü De Yolundan Galma
20 – Bileydim De Derinci’ya Varmazdim
21 – Kaladan Ëniyordum
22 – Köprünün Alti Tiken
23 – Öküz Aldum, Gosamad
24 – Nice Methideyim Sevdigim Seni
25 – Havayi Da Deli Gönlüm, Havayi
26 – Sem título
27 – Menevse Buldum Derede
28 – Dud Agaci Dut Verir, Yapragini Git Verir
29 – Neredeydin Çiktin Yolum Üstüne
30 – Gedup Gedup Ger’arkana Bakinma
31 – Bodu, Bodu, Anan Neden Öldü
32 – Ince Elekten Eledigim
33 – Davulcular Dama Doldu
34 – Gaplan Geldi Bagirmaya
35 – Evlerinin Önü Gaya
36 – Inerler, Giderler de Çemisözü’ne
37 – Dinleyin Agalar Da Üçgözoglu Manisini Söleylem
38 – Dereye Ëndim Das Bulamadim
39 – Gizlar Doplandi Mezere
40 – Denenin de Dösü Enli
41 – Sem título
42 – Sem título
43 – Gura Gurmus Yol Üstüne, Çikrigi
44 – Garaman’dan Gelir Iken
45 – Kurt Pasa Çikti Gozan’a
1 – Deveyi Deveye Çattim, Bebeg Oy
2 – Ormanin Boz Giraci
3 – Ala Gözlerini Sevdigim Dilber
4 – Halay Havasi
5 – Galadan Indim Inis
6 – Sem título
7 – Sem título
8 – Ahiska’nin Ardi Cigi Dagidi
9 – Göy Yüzünde Bölük Durnalar
10 – Ay Gëder Uca Gëder
11 – Herkës Sevdigini Yanina Getirdi
12 – Hopladim Geçtim Baga
13 – Maras’ta Gutu, Içinde Otu
14 – Oglanin Elinde Sise Tapasi
15 – Edem Bu Cerenin Sulaklari Gayali
16 – Kurt Pasa ·Ikti Gozan’a
17 – Hasan Dagi, Hasan Dagi
18 – Bozlak, Uzun Hava
19 – Sem título
20 – Uçtu Da Sahanim, Uçtu
21 – Yarin Bayram Derler de Yar, Yar
22 – Sem título
23 – Sem título
24 – Sem título
25 – Sem título
26 – Sahin Decicen Da Bir Cura Gustur
27 – Avsar Beglerinde Gördüm Bir Gözel
28 – Su Cerenin Suvaklarin Gezmeli
29 – Sican Dolapta Oturur
30 – Haydar, Haydar – Haydar, Haydar
31 – Sarptir Yaylanin Yollari
32 – Ezmeyinen Üzmeyinen
33 – Dignen Agalar Da Birem Söyleyim
34 – Pencereden Mayil, Mayil Bakan Yar
35 – Bu Almayi Kim Disledi?
36 – Bir Emir Gelse de Kâhyalar Asilsa
37 – Karsidan Geliyor Gözelin Biri
38 – Zeytinbeli Gürleyerek
39 – Sem título
40 – Zabahdan Ogradim Ben Bir Geline
Magyar Népzene Kodály Zoltán Fonográf-felvételeiből
(Hungaroton, 1983)
Lançado em 1983 para celebrar o centenário de Kodály (que nasceu no finalzinho de 1882), esse disco traz uma pequena amostra do material coletado pelo amigo e colega de Bartók no fonógrafo Edison que apresentou a Béla, e que foi ferramenta essencial para assegurar a fidedignidade de seus registros de campo.
1 – Halottsirató/Dirge: Elrepült A Madár
2 – Szomorú Az Idő, Meg Akar Változni
3 – Ha Tudtad Határát Rövid Szeretetnek
4 – Szomorú Jaz Idő, El Akar Változni
5 – Amere Én Járok, Még A Fák Es Sírnak
6 – Katona Sem Lettem Vóna
7 – Túl A Vizenn Egy Almafa
8 – Ugyanaz Furulyán
9 – Túl A Vizen Egy Almafa
10 – Verjen Meg Az Egek Ura Tégedet
11 – Túl A Vizenn Egy Szilvafa
12 – Hej, Rab Vagyok, Rab Vagyok
13 – Elment A Madárka
14 – Ugyanaz Furulyán
15 – Szomorufüzfának
16 – Elment, Elment A Madárka
17 – Erdő Nincsen Zőld Ág Nélkül
18 – Ádjon Isten Jó Estvét Csárdásné!
19 – Tova Vagyon Egy Diófa
20 – Napom, Napom, Fényes Napom
21 – Egy Kicsi Madárka
22 – Bóthajtásos Az Én Szobám
23 – Amott Egy Kis Bokor Mellett
24 – Ha Felűllök Kis Pej Lovam Hátára
25 – Meg Kell A Buzának Érni
26 – Kifogyott A Tóból Mind A Sár
27 – Ugyanaz Furulyán
28 – Ugyanaz Esz-Klarinéton
29 – Azhol Én Elmenyek
30 – Ej, Minden Ablak Előtt
31 – Az Alfőldi Pusztán Fúj A Szél
32 – Ifjuságom Csulámádar
33 – Hej, A Mohi Hegy Borának
34 – A Citromfa Levelestől S Ágostól
35 – Édesanyám Kiállott A Kapuba
36 – A Citromfa Levelestől, S Ágástól
37 – Szegíny Szabó J’Erzsi
38 – Elindula József Is
39 – Hallgassátok Meg Magyarok, Amit Beszéllek
40 – Tavasz, Tavasz, Szíp Ződ Tavasz
41 – A Búzamezőben
42 – Áráss Rózsám, Arass
43 – Egész Váras Mind Aluszik
44 – A Varga Hazara
45 – Dicsőség Mennyben Az Istennek
46 – Mostan Kinyílt Egy Szép Rózsavirág
47 – Újesztendő, Vígságszerző
48 – Serkenj Fel, Kegyes Nép
49 – Jöjjön Haza Édesanyám
50 – Meghót, Meghót A Cigányok Vajdája
Quem gostou do material, mas desejou ouvi-lo num som límpido e contemporâneo, terá seu sonho realizado nesse extraordinário CD do Muzsikás, que recria as canções registradas por Bartók (entremeadas por excertos das próprias gravações de campo) na companhia do violinista Alexander Bălănescu e a divina cantora Marta Sebestyén:
Por fim, três fotos da curta expedição de Bartók à Anatólia, em 1937, para a qual se preparou longamente, estudando a língua turca (que se somou às oito que já falava) e surpreendendo os intérpretes que lhe tinham designado. Seu ar de peixe fora d’água, meio que alheio às circunstâncias, sempre impecavelmente vestido e fleumático mesmo nos arredores mais rústicos, emprestam um humor involuntário a essas imagens – das quais a minha favorita, disparadamente, é aquela na carroça, em que seu olhar estoico está quase a gritar “me tirem daqui!”.
Vassily
Vassily, fico imaginando o que Bártok poderia estar fazendo nos dias de hoje, com os recursos tecnológicos que possuimos.
Pensei nisso enquanto preparava as postagens. Acho que ele abraçaria entusiasticamente a tecnologia de gravação digital para suas pesquisas de campo, aceitaria embarcar em aviões, se eles lhe poupassem tempo, mas seria essencialmente o mesmo bicho do mato que sempre foi, quase literalmente: sua maior alegria era estar no campo, caminhando ou escalando, longe da urbe.
Hay un punto de Bartok que siempre he admirado. Su capacidad de ser nacionalista en todas las naciones sin necesidad de renunciar a su condición de ciudadano. Para él las naciones no eran el enemigo sino el fruto de diversas tradiciones. Naciones y hombres verdaderamente hermanos.
Amigo Vassily Genrikhovich : o trabalho que fez aqui é espantoso, sem preço. É como uma tese de doutoramento! É uma maravilha para todos os fãs do Bartók. Sempre desejei poder ouvir todas estas gravações. Assim, a figura de Bartók torna-se ainda maior. Meu amigo, eu realmente aprecio. Uma contribuição impressionante!
_ Antonio B., Espanha _