Olafur Arnalds (ou Ólafur Arnalds) é um rapazinho que ainda não completou 30 anos. Nasceu em Mosfellsbær, na Islândia. A história do disco que posto hoje — um disco curtinho mas que está completinho — é muito legal: em abril de 2009, Arnalds compôs e lançou instantaneamente na internet uma faixa por dia durante sete dias. A coleção de faixas foi intitulada Found Songs. Ele repetiu a coisa no álbum Living Room Songs. A música de Olafur é meio estática, meio neo-clássica e por vezes é bem chatinha. Mas o cara está sendo muito ouvido na Europa. Confiram aê!
Olafur Arnalds: Found Songs
01. Day I Erla’s Waltz
02. Day II RAein
03. Day III Romance
04. Day IV Allt var Hljott
05. Day V Lost Song
06. Day VI Faun
07. Day VII Ljosid
Atys foi a quarta tragedie-lyrique de Lully e foi encenada pela primeira vez em 1676 pela ”Academie Royale de Musique” na residência do rei em Saint-Germain-en-Laye. Diz-se que Luís XIV preferiu Atys a todas as outras óperas de Lully e sua opinião parece ter sido amplamente compartilhada, até certo ponto, tanto dentro quanto fora da França. Telemann, em uma carta a Carl Heinrich Graun, certa vez comentou que as árias francesas substituíram a moda anterior das cantatas italianas na Alemanha. De fato, Telemann afirmou: ”Conheci alemães, ingleses, russos, poloneses e até judeus que sabiam de cor passagens inteiras das óperas Belerofonte e Atys de Lully ”. Cinco cartas descobertas recentemente, todas relacionadas em maior ou menor grau à preparação e execução de Atys , e reproduzidas no livreto que acompanha esta gravação, acrescentam mais um testemunho à evidente estima em que a obra era tida. E aqui nós temos uma seleção de seus melhores lances com repetecos em vários ângulos e em câmera lenta. além de imagens do VARmengo.
Jean-Baptiste Lully (1632–1687): Atys (extraits) (Les Arts Florissants, William Christie)
1 Ouverture 1:51
Acte I
2 Allons, Allons Accourez Tous 4:01
3 Atys, Ne Feignez Plus 2:49
4 Allons, Allons, Accourez Tous, Cybèle Va Descendre: Ecoutons Les Oiseaux 5:36
5 Atys Est Trop Heureux – Un Amour Malheureux 6:21
Acte II
6 Je Veux Joindre En Ces Lieux la Gloire Et L’abondance 4:12
7 Tu T’étonnes, Mélisse 5:33
8 Célébrons la Gloire Immortelle 1:40
Acte III
9 Prelude. Dormons, Dormons Tous – Air Des Songes Agréables 9:55
Acte IV
10 Belle Nymphe, L’Hymen Va Suivre Mon Envie 3:26
11 O Vous Qui Prenez Part Au Bien de Ma Famille – Que L’on Chante, Que L’on Danse
12 La Beauté la Plus Sévère – D’une Constance Extrême Le Ruisseau Suit Son Cours Un Grand Calme Est Trop Facheux 3:13
13 Venez Former Des Nœuds Charmants 1:48
Acte V
14 Venez, Furieux Corybantes 6:50
15 Entrée Des Nymphes – Première & Seconde Entrées Des Corybantes 2:50
16 Que Le Malheur D’Atys Afflige Tout Le Monde 2:25
Conductor – William Christie
Orchestra – Les Arts Florissants
Vocals – Agnès Mellon, Bernard Delétré, Françoise Semellaz, Gilles Ragon, Guillemette Laurens, Guy De Mey, Isabelle Desrochers, Jacques Bona, Jean-François Gardeil, Jean-Paul Fouchécourt, Michel Laplénie, Noémi Rime, Véronique Gens
Há um problema com a música francesa, quem ignora? Até um de seus maiores compositores barrocos, Jean-Baptiste Lully, nasceu Giovanni Battista Lulli, na bela Florença. Lully tornou-se francês, tendo passado a maior parte de sua vida trabalhando na corte de Luís XIV. Seu estilo de composição foi imitadíssimo na Europa. Sem chegar à categoria de Rameau (nosso leitor há anos), Lully foi grande. E um grande idiota, pela forma como morreu. Inventou muitas coisas. Em 1671, passou a ocupar o posto de compositor oficial do rei. Três anos depois tornou-se mestre de música da família real. Criou o gênero sinfonie para preceder as óperas — até hoje é assim –, modificou o estilo das danças na ópera francesa introduzindo o minueto e danças mais rápidas. Elaborou a suíte, e organizou o grupo 24 Violons du Roi — primeiro conjunto especialmente criado para fins de concertos regulares para animar os balés da corte. Luis XIV gostava de se exibir dançando, Lully então desenvolveu a importância cênica da ópera, levando as bailarinas para o palco. A seguir, apresentamos algumas peças que Lully criou para peças de Molière.
Ah, como ele morreu? Em 8 de janeiro de 1687, Lully estava conduzindo um Te Deum em honra de Luís XIV, recém recuperado de uma doença. O compositor marcava o tempo, batendo com um grande bastão (o precursor da batuta) no chão, como era usual nesse período, quando atingiu o próprio pé, provocando uma infecção. Essa ferida evoluiu para uma gangrena, mas Lully recusou-se a amputar o pé. Em consequência, acabou morrendo, em 22 de março de 1687.
Jean-Baptiste Lully (1632–1687): Lully-Molière / Les Comedies-Ballets (Les Musiciens du Louvre, Minkowski)
1 L’Amour Médecin 10:34
2 Les Plaisirs De L’Île Enchantée: Deuxième Journée – La Princesse D’Elide 7:36
3 George Dandin – Le Grand Divertissement Royal De Versailles 13:02
4 Monsieur De Pourceaugnac – Le Divertissement De Chambord 3:54
5 Pastorale Comique 5:56
6 Le Bourgeois Gentilhomme 12:38
7 Les Amants Magnifiques 19:59
Isabelle POULENARD, soprano
Agnès MELLON, soprano
Gilles RAGON, ténor
Michel VERSCHAEVE, baryton
Bernard DELETRE, basse
Michel LAPLENIE, ténor
Philippe CANTOR, basse
LES MUSICIENS DU LOUVRE
Marc MINKOWSKI
BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE
Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Mulher. Circa 1650.
Um novo compositor estreia hoje no PQP Bach. Daníel Bjarnason é um islandês, compositor e maestro, nascido em Reykjavík. É uma figura conhecida: já regeu a Los Angeles Philharmonic, The Ulster Orchestra, Winnipeg Symphony Orchestra, Britten Sinfonia, Adelaide Symphony Orchestra e sua música foi interpretada por gente como Gustavo Dudamel, James Conlon, Ilan Volkov, etc. Em seu país pertence ao selo-comunidade de compositores chamado Bedroom Community.
Os elogios recebidos por este álbum não são por acaso. O disco inicia por Bow to String, uma peça para infinitos violoncelos gravados pela mesma instrumentista, de nome Sæunn Þorsteinsdóttir — pronuncie você meu amigo, desejo-lhe em dobro. É uma esplêndida peça que você deverá conhecer. Processions é um belo Concerto para Piano cheio de personalidade e com final cinematográfico. O CD fecha suas cortinas com Skelja, uma tranquila composição para harpa e percussão.
O mundo gira e as novidades e os novos talentos vão aparecendo. Vida longa e criativa para Daníel Bjarnason!
Daníel Bjarnason (1979): Processions
1. Bow to String I. “Sorrow conquers happiness” 05:20
2. Bow to String II. Blood To Bones 05:08
3. Bow to String III. Air to Breath 04:11
4. Processions I. In Medias Res 10:24
5. Processions II. Spindrift 12:33
6. Processions III. Red–handed 05:34
7. Skelja 06:21
Instrumentistas:
Bow to String
Sæunn Þorsteinsdóttir: Cello (or ‘an infinite number of cellos’)
Valgeir Sigurðsson: Programming on 1st movement, Sorrow conquers happiness
Eu não me apaixonei pelo famoso pianista de jazz holandês Michiel Borstlap, mas o cara é considerado um gênio. OK. Borstlap construiu uma reputação invejável. A contra-capa diz que ele abraça a rica herança pianística de seus heróis Glenn Gould, Sviatoslav Richter, Art Tatum, Bud Powell, Herbie Hancock e Keith Jarrett. Ele já trabalhou com alguns dos maiores músicos do jazz, como Herbie Hancock, Wayne Shorter, Pat Metheny e Les Paul. Em seu CD Solo 2010, Borstlap mistura jazz com a música clássica. Eu curti. Com reservas.
Michiel Borstlap – Solo 2010
1. Moscow
2. Crazy Love
3. BlueSyl
4. My Dear
5. Bengt
6. You’re Wanted
7. Destin Fabuleux
8. Haiku
9. Yokohama
10. Cherish Your Sunshine
11. Fughetta
12. Four in One
13. Clear Water
14. This Can’t Be You
15. Adieu!
Um CD extraordinário onde Herreweghe rege esplendidamente duas grandes peças sacras de Johann Sebastian Bach. O Oratório da Páscoa, BWV 249, é uma Missa menor de Bach. Ele certamente perde na corrida para as Paixões Segundo São Mateus e São João, para a Missa em Si Menor e para o Magnificat, mas, tal como o último, é um belo e conciso trabalho. Esta versão de Herreweghe é uma joia, trazendo grandes cantores e um coro pra lá de afinado no tom e no espírito das obras. Cantata BWV 66 é bem diferente do Oratório, porém é também excelente música. Herreweghe dança em vários árias e corais com sua pequena orquestra e coro.
J.S. Bach (1685-1750): Oratório da Páscoa / Cantata BWV 66
Hiromi Uehara é uma das melhores novidades que o jazz moderno oferece. Pianista de extraordinária qualidade, faz o papel de virtuose para que lhe deem crédito — afinal, mais parece uma menina recém entrada na universidade — , mas quando a bola está no chão, dá um banho de sensibilidade. É jazz e é fusion da melhor qualidade. Seu parentesco maior é com Chick Corea, com quem já gravou dividiu um CD.
Diversão garantida para o povo pequepiano, pus todos os 6 CDs num só arquivo de 320 kbps. Há duas ou três faixas com pequenas falhas, mas como elas também estavam no original… Fazer o quê?
Hiromi Uehara (26 de Março de 1979) é uma pianista e compositora. Sua técnica impressionante, estilo único e energia contagiante a distinguem. As suas composições englobam um variado grupo de estilos musicais como jazz, rock progressivo, jazz fusion e até música clássica. Ela é famosa também por sua contribuição na composição no tema de Tom e Jerry Show. Ela começou a tocar piano clássico com seis anos de idade, e aos 15 anos ela já havia tocado com a Orquestra Filarmônica da República Tcheca. Com oito anos, Hiromi conheceu o jazz e se apaixonou pelo estilo musical. Quando tinha 17 anos, Chick Corea conheceu o som dessa jovem japonesa em Tóquio, e chegou a convidá-la para tocar com ele no mesmo dia. Hiromi foi estudar música nos Estados Unidos com Ahmad Jamal, o pianista favorito de Miles Davis. Antes mesmo de se formar, ela já tinha assinado contrato com o selo independente norte-americano, Telarc.
O primeiro disco em 2003, Another Mind, contava com um trio afinadíssimo, Hiromi no piano, Mitch Cohn no baixo e Dave DiCenso na bateria. Já no segundo trabalho em 2004, Brain, Tony Grey assumiu o baixo e Martin Valihora a bateria. Com essa mesma formação, Hiromi lançou o terceiro disco em 2005, Spiral. Em 2006 o trio adicionou o guitarrista David Fiuczynski e transformou-se em Hiromi’s Sonicbloom. Com esta nova formação, o quarteto lançou o disco Time Control em 2007.
Muita atenção aos dois últimos discos. São extraordinários.
01. XYZ [5:37]
02. Double Personality [11:57]
03. Summer Rain [6:07]
04. Joy [8:29]
05. 010101 (binary system) [8:23]
06. Truth and Lies [7:19]
07. Dancando No Paraiso [7:37]
08. Another Mind [8:43]
09. The Tom and Jerry Show [6:06] bonus track
Total time = 01:10:21
2004 – Brain
01. Kung-Fu World Champion [6:49]
02. If… [7:09]
03. Wind Song [5:40]
04. Brain [8:59]
05. Desert On The Moon [7:04]
06. Green Tea Farm (solo) [4:34]
07. Keytalk [10:02]
08. Legend of the Purple Valley [10:47]
09. Another Mind [11:03] bonus track
Total time = 01:14:41
2006 – Spiral
01. Spiral [9:57]
Music for Three-Piece Orchestra:
02. Open Door – Tuning – Prologue [10:13]
03. Deja vu [7:45]
04. Reverse [5:09]
05. Edge [5:14]
06. Old Castle, by the river, in the middle of the forest [8:16]
07. Love and Laughter [8:57]
08. Return of Kung-Fu World Champion [9:39] bonus track
Total time = 01:05:39
2007 – Time Control
01. Time Difference
02. Time Out
03. Time Travel
04. Deep into the Night
05. Real Clock vs. Body Clock = Jet Lag
06. Time and Space
07. Time Control, or Controlled by Time
08. Time Flies
09. Time’s Up
10. Note from the Past
Total time = 01:13:49
2008 – Beyond Standard
01. Intro – Softly As In A Morning Sunrise
02. Softly As In A Morning Sunrise
03. Clair De Lune
04. Caravan
05. Ue Wo Muite Aruko
06. My Favorite Things
07. Led Boots
08. XYG
09. I’ve Got Rhythm
Total time = 59:36
2009 – Place to Be
01. BQE
02. Choux a la creme
03. Sicilian Blue
04. Bern Baby Bern
05. Somewhere
06. Capecod Chips
07. Islands Azores
08. Pachelbel’s Canon
09. Viva! Vegas: Show City, Show Girl
10. Viva! Vegas: Daytime in Las Vegas
11. Viva! Vegas: The Gambler
12. Place To Be
13. Green Tea Farm bonus track
Esse é daqueles discos assim, ó. Todo mundo tem porque, afinal, são os concertos para violino de Mozart e Mozart e o violino são importantes. Mas eu, particularmente, apesar da notável competência de Standage, Hogwood e sua turma, só gosto mesmo de trechos dos Concertos Nº 4 e 5. Então, acho que é disco para a coleção… Sempre vai aparecer alguém curioso, louco para conhecer e se decepcionar com este concertos.
W. A. Mozart (1756-1791): Os Concertos para Violino
1. Violin Concerto No.1 in B flat, K.207 – 1. Allegro moderato 6:52
2. Violin Concerto No.1 in B flat, K.207 – 2. Adagio 7:35
3. Violin Concerto No.1 in B flat, K.207 – 3. Presto 5:05
Eu acompanho o Oregon há mais de 30 anos e, mesmo que sinta a falta de Colin Walcott (morto em 1984), parece que o grupo chegou a seu auge em 1995, com este notável Beyond Words. Eles ainda estão em atividade e continuam evoluindo como um dos mais importantes agrupamentos de jazz contemporâneos. As composições deste disco são originalíssimas — apesar de algumas não serem inéditas — e fundem elementos do jazz, folk, música clássica e world music em uma voz completamente original. Gravado em estúdio, mas sem nenhum remendo posterior, o CD é um show de esplendor sonoro.
Beyond Words traz o grupo de volta a um território familiar, cultural e musicalmente. Outra vez há a sofisticação na interpretação da música — já toda preparada e finalmente estabelecida para a ausência da percussão de Walcott. “Pepe Linque”, “The Silence of a Candle”, “Les Douzilles”, “Green and Golden” e a zombeteira e insone “Leather Cats”, só elas já valem a audução e a compra do CD. A maioria dos temas, como sempre, é de Towner, mas o que fazem também seus dois companheiros é inacreditável. Glen Moore chega a sobrar, tal o virtuosismo que demonstra em muitos momentos.
Oregon – Beyond Words (1995)
01.- Rewind
02.- Ecotopia
03.- Green and Golden
04.- Pepe Linque
05.- Les Douzilles
06.- The Silence of a Candle
07.- Sicilian Walk
08.- Leather Cats
09.- Witchi-Tai-To
10.- Silver Suite I
11.- Silver Suite II
12.- Silver Suite III
Personnel:
* Paul McCandless : sopranino & soprano saxophones, bass clarinet, oboe, English horn, penny whistle
* Ralph Towner: piano, synthesizer, classical guitar, 12-string guitar
* Glen Moore: bass
Clica antes aqui, malandro! Depois clica ali embaixo no melhor disco de 2014 na categoria Baroque Vocal da revista Gramophone. Ah, pois é, né?
Que disco espetacular, que disco maravilhoso, que interpretações, que coral, que orquestra! Papai Johann Sebastian foi insuperável, mas seu filho Carl Philipp Emanuel Bach foi um imenso compositor. E hoje ele veio trabalhar comigo. Foram minutos gloriosos de fones de ouvido e caminhada junto com o Magnificat e as outras peças do CD. Querem saber? Fiquei dando voltas nas quadras próximas de meu trabalho para não chegar tão cedo. Mas não contem para a minha chefe, tá?
Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788):
Magnificat / Motet “Heilig ist Gott” / Sinfonie in D major, Wq 183/1
Magnificat, Wq 215
1. Chor. Magnificat anima mea Dominum 2:54
2. Arie. Quia respexit humilitatem 5:32
3. Arie. Quia fecit mihi magna 3:59
4. Chor. Et misericordia eius 3:59
5. Arie. Fecit potentiam in bracchio suo 3:37
6. Duett. Deposuit potentes de sede 5:52
7. Arie. Suscepit Israel puerum suum 4:43
8. Chor. Gloria Patri et Filio 1:49
9. Chor. Sicut erat in principio 5:27
Heilig ist Gott, Wq 217
1. Ariette. Herr, wert, daß Scharen der Engel 1:44
2. Chor der Engel und Völker. Heilig, heilig, heilig ist Gott 6:08
Sinfonie in D major, Wq 183/1
1. Allegro di molto 5:47
2. Largo 1:34
3. Presto 2:51
A partir daqui entramos certamente no mais importante conjunto de obras que um compositor jamais escreveu. O “Razumovsky Nº 3” é muito bom, extraordinário até, mas está ainda dentro da tradição do século XIX. Já o Op. 127 é o primeiro dos grandes quartetos finais de Beethoven, aqueles que apontam para o futuro, sendo não somente o germe dos quartetos de Bartók, mas os verdadeiros pais da música moderna. E não cessam de nos surpreender.
Se você um dia quiser entender a música erudita do século XX, é quase obrigado a conhecer o elo de ligação entre ela e a música anterior. Certo, há Wagner, Stravinsky, e todos aqueles que criaram obras revolucionárias na virada do século, mas todos foram beneficiários deste Beethoven final que dizia escrever música para o futuro. Ele tinha razão. O que seus contemporâneos não compreendiam, nós podemos entender e gostar. Precisamos disso se quisermos avançar nossa concepção musical alguns centímetros à frente dos museus que se tornaram nossas salas de concerto.
Eu amo por motivos diversos os dois quartetos deste CD. Se o terceiro “Razu” é um dos ápices do formato clássico, o Op. 127 é notável por sua novidade. A sonoridade torna-se áspera, a polifonia instrumental mais dura, a expressão enigmática. Seus contemporâneos consideravam estas obras incompreensíveis e as explicavam pela surdez, então completa, do mestre. Mas a verdade é que o pensamento musical abstrato de Beethoven só foi materializado completamente através destes quartetos de cordas. Os seis últimos quartetos são, na opinião deste que vos escreve, as melhores obras que ele escreveu.
Se você achar estranho o Op. 127, não desista, insista com ele e com os próximos que virão. Um mundo se abrirá para você a partir destas obras. Será uma especie de reformatação de sua cabeça e nesta nova configuração caberá Bartók, Debussy, Ravel e grande parte daquela música difícil que tantos evitam.
Sim, PQP Bach tem viés pedagógico!!! Temos a nada imodesta missão de abrir novas perspectivas para dois ou três de nossos “ouvintes”. Não estamos para brincadeiras!
String Quartet No. 9 in C major, Op. 59, No. 3, “Rasumovsky”
1. Introduzione: Andante con moto – Allegro vivace 10:57
2. Andante con moto quasi allegretto 09:18
3. Menuetto: Grazioso 05:07
4. Allegro molto 06:01
String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127
5. Maestoso – Allegro teneramente 06:33
6. Adagio ma non troppo e molto cantabile 14:42
7. Scherzando vivace 08:48
8. Finale: Alla breve 06:34
Bach escreveu originalmente estas sonatas para a viola da gamba e o cravo. Curiosamente, o cravo é tratado como um instrumento concertante ao invés de limitar-se ao obligato, não obstante a viola da gamba ocupar a posição de virtuosidade que tinha alcançado no final do período barroco alemão. É música de primeira linha, principalmente as BWV 1027 e 1029.
Nesta gravação feita em violoncelo e piano os engenheiros da DG tiveram o cuidado de não dar proeminência a qualquer instrumento sobre o outro, o que assegura a clareza de textura. Mas, sabemos, não obstante a categoria de Maisky e Argerich, não é uma interpretação que os puristas aprovariam. Já no Vivaldi a coisa foi mais tranquila. As sonoridades são mais próximas do original e, apesar de a música ser inferior a de Bach, flui muito bem. Adoro Vivaldi, mas qualquer coisa fica meio bobinha quando próximas a Bach, Beethoven, Brahms e Bartók.
Vivaldi & Bach: Cello Sonatas
J.S. Bach · Cello Sonata No.1 in G major BWV 1027
1. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 1 in G major, BWV 1027: Adagio
2. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 1 in G major, BWV 1027: Allegro ma non tanto
3. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 1 in G major, BWV 1027: Andante
4. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 1 in G major, BWV 1027: Allegro moderato
Mischa Maisky, violoncelo
Martha Argerich, piano
Antonio Vivaldi · Cello Concerto in A minor RV 418
5. Cello Concerto, for cello, strings & continuo in A minor, RV 418: Allegro
6. Cello Concerto, for cello, strings & continuo in A minor, RV 418: Largo
7. Cello Concerto, for cello, strings & continuo in A minor, RV 418: Allegro
Mischa Maisky, violoncelo
Orpheus Chamber Orchestra
J.S. Bach · Cello Sonata No.2 in D major BWV 1028
8. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 2 in D major, BWV 1028: Adagio
9. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 2 in D major, BWV 1028: Allegro
10. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 2 in D major, BWV 1028: Andante
11. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 2 in D major, BWV 1028: Allegro
Mischa Maisky, violoncelo
Martha Argerich, piano
Antonio Vivaldi · Cello Concerto in B minor RV 424
12. Cello Concerto, for cello, strings & continuo in B minor, RV 424: Allegro non molto
13. Cello Concerto, for cello, strings & continuo in B minor, RV 424: Largo
14. Cello Concerto, for cello, strings & continuo in B minor, RV 424: Allegro
Mischa Maisky, violoncelo
Orpheus Chamber Orchestra
J.S. Bach · Cello Sonata No.3 in G minor BWV 1029
15. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 3 in G minor, BWV 1029: Vivace
16. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 3 in G minor, BWV 1029: Adagio
17. Sonata for viola da gamba & keyboard No. 3 in G minor, BWV 1029: Allegro
Mahler devia estar irritado e decidiu escrever uma sinfonia realmente complicada para seus músicos sofrerem bastante. Mas, como estou com pouco tempo, transcrevo a informação que tem na Wiki. Depois da cobertura das eleições de ontem, tenho até dificuldade em lembrar meu nome:
Na opinião do crítico e historiador musical Deryck Cooke, a quinta sinfonia de Mahler possui caráter “esquizofrênico”, já que nela, convivem perfeitamente separados o mais trágico e o mais alegre dos mundos. Consta de cinco movimentos, sendo os dois primeiros quase temáticos, explorando o lado trágico da vida. O primeiro movimento, uma escura marcha fúnebre, começa com uma fanfarra de trompetes que aparecerá repetidamente, dando-lhe uma atmosfera especial de inquietude e desolação. O segundo, um frenético allegro, muda completamente o espírito do movimento anterior; seu caráter histérico alterna com o de marcha fúnebre, onde ao final da exposição parece triunfar um relativo otimismo, para cair novamente na angústia e na escuridão. É no scherzo, do terceiro movimento, que surge com maior clareza o citado caráter esquizofrênico, em absoluta contradição com a atmosfera nihilista anterior, saltamos, sem solução de continuidade, à visão mais alegre da vida. São dois modos de ver a existência impossível de reconciliar. Tanto o ländler como a valsa do trio estão, ainda com seu ar de nostalgia, muito longe do desespero inicial da sinfonia. O famoso adagietto para cordas e harpas, constituindo o Quarto movimento, é um remanso de paz entre a força do scherzo e do último movimento, estando impregnado de um desejo de distanciar-se das tensões e lutas para refugiar-se da solidão interior. O quinto movimento finale, parte de motivos populares, possuindo um caráter exuberante e alegre. Em seu clímax final recupera e funde o caráter angustiante dos primeiros dois movimentos com a alegria dos últimos, combinando assim os elementos tão díspares de escuridão e luz que convivem na Sinfonia.
Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia No. 5
01 – Trauermarsch
02 – Sturmisch bewegt. Mit groBter Vehemenz
03 – Scherzo (Kraftig nicht zu schnell)
04 – Adagietto (Sehr langsam)
05 – Rondo Finale (Allegro)
Concertgebouw Orchestra, Amsterdam
Bernard Haitink, regente
Grande CD de Redman, apenas com temas originais. Reclamam que Redman é muito delicado e tradicional, mas que diabos, ele é muito bom! O disco foi gravado no ano de 2000, quando ele recém completara 30 anos. São 73 minutos de grande música com um grupo pra lá de competente onde se destacam o pianista Goldberg e o segundo sax de Turner. Destaques para Belonging e Neverend.
Joshua Redman: Beyond
1. Courage (Asymmetric Aria) 7:34
2. Belonging (Lopsided Lullaby) 5:50
3. Neverend 4:27
4. Leap Of Faith 9:06
5. Balance 9:05
6. Twilight…And Beyond 11:00
7. Stoic Revolutions 6:13
8. Suspended Emanations 6:22
9. Last Rites Of Rock ‘n’ Roll 7:05
10. A Life? 6:51
A garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, gosta de música brasileira. E não é proibido que ela dê sua interpretação para aquilo que gosta. Só que a garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, não consegue alcançar nosso sotaque, nem nossas formas de improviso e acaba dando um pequeno vexame, mas um vexame que talvez apenas os brasileiros possam identificar. É uma lição cultural ouvi-la em dificuldades, pensando que está no Brasil, sob o sol, com as favelas em torno. Só que a grande e genial violinista Viktoria Mullova, mesmo sob o sol e com as favelas em torno, quando toca MPB, é apenas uma garota alta, moscovita, meio russa, meio tártara, que gosta de música brasileira, não uma menina do Rio.
Stradivarius in Rio – Viktoria Mullova
1. Toada 2:32
2. Linda Flor 5:14
3. Segue teu destino 4:21
4. Vilarejo 4:25
5. Luz do sol 3:09
6. Brasileirinho 2:20
7. Dindi 5:33
8. Chovendo na roseira 4:14
9. Balada de um Louco 4:29
10. Tico-Tico-no-Fubá 4:03
11. Falando de amor 3:05
12. Rosa 2:40
13. Por toda minha vida 2:14
Viktoria Mullova
Matthew Barley
Paul Clarvis
Luis Guello
Carioca Freitas
Conheci Madeleine Peyroux há mais de dez anos. Ela se achegou com uma bela voz de Billie Holiday, perfeita afinação e os enlouquecedores pés descalços da foto abaixo, que era a capa do CD que eu comprara. Não sou exatamente um podólatra, mas achei-a linda. A coisa ainda melhorava quando colocávamos o CD para rodar. Pois agora o álbum duplo ao lado vem passar uma régua na carreira da cantora. São sete discos desde 1996. Então, como este álbum é duplo, ele contém quase 30% do que ela gravou. Vale a pena ouvir, como não? Eu gosto muito e tenho certeza de que ela fará sucesso entre os pequepianos.
Keep Me In Your Heart For A While: The Best Of Madeleine Peyroux
01. Don’t Wait Too Long (3:11)
02. You’re Gonna Make Me Lonesome When You Go (3:27)
03. (Getting Some) Fun Out Of Life (3:14)
04. Between The Bars (3:46)
05. I’m All Right (3:30)
06. La Vie En Rose (3:22)
07. Half The Perfect World (4:23)
08. Dance Me To The End Of Love (3:58)
09. Smile (4:01)
10. Once In A While (4:02)
11. The Summer Wind (3:58)
12. Careless Love (3:53)
13. Guilty (3:55)
14. Desperadoes Under The Eaves (Extended Version) (5:21)
15. Changing All Those Changes (3:11)
16. J’Ai Deux Amours (2:57)
17. River Of Tears (5:22)
18. The Things I’ve Seen Today (3:44)
19. Damn The Circumstances (4:39)
20. La Javanaise (4:12)
21. The Kind You Can’t Afford (4:00)
22. Bye Bye Love (3:29)
23. Walkin’ After Midnight (4:50)
24. Standing On The Rooftop (5:47)
25. Instead (5:14)
26. Keep Me In Your Heart (3:35)
27. This Is Heaven To Me (3:11)
Se você ama Brahms, já deve ter visto algum CD ou vinil com este repertório. Eles costumam andar juntos. Esta não é a gravação que eu levaria para a ilha deserta — alguns andamentos do Horn Trio estão muito lentos para meu gosto –, mas é de respeito. Este Op. 40 é uma elegia dedicada à memória da mãe de Brahms — que também recebeu a dedicatória de Um Réquiem Alemão — e reúne uma combinação incomum de piano, violino e trompa. É de calma beleza. O Trio para clarinete , violoncelo e piano, Op. 114, foi uma das quatro notáveis obras de câmara para clarinete compostas de enfiada por Johannes Brahms já no final de sua vida. É uma música onde parece que todos os instrumentos e toda a humanidade está apaixonada. A obra, assim como todas as que compôs para clarinete na época, foi dedicada ao clarinetista Richard Mühlfeld. Em novembro de 1891, Mühlfeld estreou a peça com Robert Hausmann ao violoncelo e o próprio Brahms ao piano.
Johannes Brahms (1833-1897): Horn Trio / Clarinet Trio
1. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: I. Andante – Poco piu animato 9:09
2. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: II. Scherzo: Allegro – Molto meno allegro – Allegro 8:13
3. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: III. Adagio mesto 8:27
4. Trio for Violin, Horn and Piano in E-Flat Major, Op. 40: IV. Finale: Allegro con brio 6:47
5. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: I. Allegro 8:48
6. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: II. Adagio 8:22
7. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: III. Andantino grazioso 5:08
8. Clarinet Trio in A Minor, Op. 114: IV. Allegro 4:55
The Borodin Trio:
Luba Edlina, piano
Rostilav Dubinsky, violino
Yuli Turovsky, cello
Michael Thompson, horn
James Campbell, clarinete
Uma excelente amostragem da obra da estoniana Helena Tulve. Aqui, nota-se claramente que ela estudou como poucos o canto gregoriano e que foi aluna de György Ligeti. As obras de Tulve dão uma ideia justa da riqueza de sua vasta experiência cultural: a escola francesa, Saariaho, música oriental, canto gregoriano, etc. A música de Tulve é refinadíssima, sofisticada e requer um pouco de trabalho do ouvinte. É como se precisássemos cavar sob a superfície beleza os fascinantes timbres desta música finamente trabalhada. Tulve tem uma voz distinta e vale muito a exploração de seu mundo. Recomendo a audição. Gravação da ECM.
Helena Tulve (1972-): Arboles Lloran Por Lluvia
1. Reyah hadas ‘ala (2005)
2. silences/larmes (2006)
3. L’Équinoxe de l’âme (2008)
4. Arboles lloran por lluvia (2006)
5. Extinction des choses vues (2007)
Arianne Savall, soprano e harpa
Charles Barbier e Taniel Krirkal, contratenores
Enquanto o mano PQP goza de suas merecidas férias, e os outros membros do blog também parecem estar desfrutando deste período de festas, trago mais duas versões do Concerto para Violino de Beethoven.
A primeira é a gravação, de 2002, que Viktoria Mullova fez com o John Elliot Gardiner e a Orchestre Revolutionnaire et Romantique, cujos músicos tocam com instrumentos e orientações de época. Gardiner é um grande especialista neste estilo de interpretação, mas por algum motivo, que não consegui identificar, não conseguiu convencer alguns clientes da Amazon, que em média, deram “apenas” quatro estrelas para esta gravação. Mas claro que aqui a estrela é Mullova, sempre perfeita, e totalmente à vontade. Um assombro essa menina.
A outra gravação é considerada “A” gravação do século XX desse concerto, com um David Oistrakh no apogeu e auge da carreira, final dos anos 50. E Oistrakh? Para que falar? O homem é, em minha modesta opinião, o maior violinista do século XX. E ponto final. Quem tiver interesse, e tempo, existe uma série de 17 cds postadas no avaxhome chamada “David Oistrakh – The Complete Recordings”. Pode até mesmo comprar, pois está custando apenas 54 dólares no site da amazon. A famosa barbada. Mas vamos ao que interessa. E antes que me esqueça, um excelente 2010 para todos.
Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Violin Concerto, op. 61
01. Violin Concerto in D major Op.61 – I. Allegro ma non troppo (Cadenza; Kreisler)
02. Violin Concerto in D major Op.61 – II. Larghetto
03. Violin Concerto in D major Op.61 – III. Rondo; Allegro (Cadenza; Kreisler)
David Oistrakh – Violin
Orchestre National Radiodiffusion Française
Andre Cluytens – Conductor
Bach teve dois filhos que podem figurar entre os grandes compositores de todos os tempos: o mais velho, Wilhelm Friedemann Bach, e o quinto (o segundo a chegar à idade adulta), Carl Philipp Emanuel Bach. É claro que eles ficam meio que à sombra do Grande Pai de Todos Nós. Mas o que fazer? Estes concertos de CPE são extraordinários e a interpretação do norueguês Truls Mørk vale o ingresso, quero dizer, o download. A observação também vale para os compreensivos e afinados Les Violins du Roy, que dão muito mais que um mero suporte ao excelente Mørk. Baita CD.
C.P.E. Bach (1714-1788): Cello Concertos
1. Cello Concerto Wq.172 in A major: Allegro 6:26
2. Cello Concerto Wq.172 in A major: Largo con sordini, mesto 7:35
3. Cello Concerto Wq.172 in A major: Allegro assai 5:03
4. Cello Concerto Wq.171 in B flat major: Allegretto 8:05
5. Cello Concerto Wq.171 in B flat major: Adagio 8:20
6. Cello Concerto Wq.171 in B flat major: Allegro assai 6:27
7. Cello Concerto Wq.170 in A minor: Allegro assai 10:38
8. Cello Concerto Wq.170 in A minor: Andante 8:43
9. Cello Concerto Wq.170 in A minor: Allegro assai 6:50
Truls Mørk, cello
Les Violins du Roy
Bernard Labadie
Não é um grande disco, mas dá pro gasto. O problema é justamente o violoncelista Mischa Maisky, que toca Bach como se este fosse um romântico russo. Não fica muito bonito. Já Imai e Rachlin dão-nos maior felicidade. Esta versão em trio altera um pouco os andamentos, normalmente deixando-os mais lentos. O estranho é que a transcrição de Sitkovetsky é dedicada a Glenn Gould, mas segue muito de longe a dinâmica do mestre. Enfim, gostei com restrições.
J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Versão para Trio de Cordas) BWV 988 “Goldberg Variations” – Arranged for String Trio by Dmitry Sitkovetsky
1. Aria mit 30 Veränderungen, – Aria 4:25
2. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 1 a 1 Clav. 1:50
3. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 2 a 1 Clav. 1:21
4. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 3 Canone all’Unisono a 1 Clav. 1:58
5. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 4 a 1 Clav. 1:10
6. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 5 a 1 ovvero 2 Clav. 1:17
7. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 6 Canone alla Seconda a 1 Clav. 1:08
8. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 7 a 1 ovvero 2 Clav. 2:13
9. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 8 a 2 Clav. 1:53
10. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 9 Canone alla Terza a 1 Clav. 1:29
11. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 10 Fughetta a 1 Clav. 1:34
12. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 11 a 2 Clav. 1:59
13. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 12 Canone alla Quarta 2:12
14. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 13 a 2 Clav. 6:26
15. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 14 a 2 Clav. 2:12
16. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 15 Canone alla Quinta in moto contrario 5:17
17. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 16 Ouverture a 1 Clav. 2:57
18. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 17 a 2 Clav. 1:54
19. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 18 Canone alla Sesta a 1 Clav. 1:36
20. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 19 a 1 Clav. 1:47
21. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 20 a 2 Clav. 1:52
22. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 21 Canone alla Settima 4:21
23. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 22 Alla breve a 1 Clav. 1:17
24. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 23 a 2 Clav. 1:56
25. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 24 Canone all’Ottava a 1 Clav. 3:18
26. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 25 a 2 Clav. 7:39 Album Only
27. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 26 a 2 Clav. 1:54
28. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 27 Canone alla Nona 1:53
29. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 28 a 2 Clav. 2:10
30. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 29 a 1 ovvero 2 Clav. 2:18
31. Aria mit 30 Veränderungen, – Var. 30 Quodlibet a 1 Clav. 1:53
32. Aria mit 30 Veränderungen, – Aria – Da Capo 2:53
Mais um bom compositor que ficou por aí, no limbo. Deve ser de família; afinal, atualmente, os filmes de Godard parecem ter música e ruídos mais interessantes do que imagens e roteiro… Mas tergiverso. Bem, quando ouvimos o CD, notamos um excelente compositor, cheio das boas ideias prometidas pelo pessoal da Gramophone há alguns anos, em crítica favorabilíssima. Um daqueles casos típicos de pós-Mendelssohn sub-Brahms. Na verdade, um cara foda pra caralho. Merece ser conhecido e reconhecido. Ah, grandes interpretações da violinista Chloë Hanslip.
Chloë Hanslip
Benjamin Godard (1849-1895) : Obras para Violino e Orquestra
01. Violin Concerto No.2, op.131 – I. Allegro moderato
02. Violin Concerto No.2, op.131 – II. Adagio quasi andante
03. Violin Concerto No.2, op.131 – III. Allegro non troppo
04. Concerto Romantique, op.35 – I Allegro moderato
05. Concerto Romantique, op.35 – II. Adagio non troppo
06. Concerto Romantique, op.35 – III. Canzonetta-Allegretto moderato
07. Concerto Romantique, op.35 – IV. Allegro molto
08. Scènes Poétiques, op.46 – I. Dans les bois
09. Scènes Poétiques, op.46 – II. Dans les champs
10. Scènes Poétiques, op.46 – III. Sur la montagne
11. Scènes Poétiques, op.46 – IV. Au village
Chloë Hanslip: violin
Slovak State Philharmonic Orchestra
Kirk Trevor
Começo a elogiar por onde? Certamente pela ideia brilhante de se fazer um disco de world music do passado. É música e alegre (Ludi, ludus) do Afeganistão, da Turquia, do México, do Peru e do raio que o parta. É música rica, de ritmos maravilhosos, tocada em instrumentos da Europa e do Oriente. É uma extraordinária mistura barroca de peças instrumentais e vocais. E é Jordi Savall e seu grupo, que inclui músicos de vários países. Um baita show.
Ludi Music (com Jordi Savall e Hesperion XXI)
1. Afghanistan: Laïla Djân 4:03
2. Berbère: Berceuse Amazigh Driss El Maloumi 2:32
3. Turquie: Makam ‘Uzäl Sakil “Turna” 2:13
4. Rhodes: La guirnalda de rosas (Sefardi) 4:12
5. Ballo: Collinetto (Napoli) 2:55
6. Strambotto: Correno multi cani 2:26
7. Base dance: La Spagna (Anonyme) 1:40
8. Alle Stamenge (Canto Carnascialesco) 3:08
9. Gallyard (Anonyme) 2:38
10. Lullaby: My little sweet darling (Anonyme) 3:59
11. Dance (Anonyme) 1:02
12. Tourdion: Quand je bois du vin (Anonyme) 4:05
13. Bourrée d’avignognez (Anonyme) 1:58
14. La Folia: Yo Soy la Locura (Du Bailly) 2:31
15. Les Nimphes de la Grenouillere (Anonyme) 2:50
16. Pavan V Ludi Musici (S. Scheidt) 4:20
17. Galliard Battaglia (S. Scheidt) 3:13
18. Villancico: Yo me soy la morenica 2:02
19. Canarios: No piense Menguilla (J. Marin) 4:28
20. Romanesca: Recercada 7 (D. Ortiz) Jordi Savall 3:12
21. Baile: Niña como en tus mudanças (J. Marin) 5:23
22. Folias Criollas (Peru_ Jordi Savall 3:20
23. Mestizo e Indio: Tleycantimo (Oaxaca) 4:34
24. Guaracha: Ay que me abraso (Mexico) 3:31
Adela Gonzalez-Campa
Montserrat Figueras
Hesperion XXI
Jordi Savall
Haydn é o clássico clássico, se me entendem. As performances de Steven Isserlis nos célebres Concertos para Violoncelo de Haydn — e aqui temos os dois concertos solo para violoncelo e mais uns bons extras — são magníficas. Seu modo de tocar é cheio de lirismo, técnica e elegância. A orquestra, delegada a Sir Roger Norrington, é perfeita. Diferentemente da maioria das outras gravações deste repertório, Isserlis manda bala com uma pequena orquestra e usa andamentos mais rápidos que o habitual. Como sempre, dribla facilmente as passagens traiçoeiras, mantendo-se cantando lindamente. Cada nota é ouvida claramente. A versão camarística das peças tornou-as sedutoramente sofisticadas. Ouvido atento na Sinfonia Concertante, tá? Vale a pena.
1. Cello Concerto No. 1 in C major, H. 7b/1: 1. Moderato
2. Cello Concerto No. 1 in C major, H. 7b/1: 2. Adagio
3. Cello Concerto No. 1 in C major, H. 7b/1: 3. Allegro molto
4. Symphony No. 13 in D major, H. 1/13: 2. Adagio cantabile
5. Cello Concerto No. 2 in D major, H. 7b/2 (Op. 101): 1. Allegro moderato
6. Cello Concerto No. 2 in D major, H. 7b/2 (Op. 101): 2. Adagio
7. Cello Concerto No. 2 in D major, H. 7b/2 (Op. 101): 3. Rondo. Allegro
8. Sinfonia Concertante for violin, cello, oboe, bassoon & orchestra, H. 1/105: 1. Allegro
9. Sinfonia Concertante for violin, cello, oboe, bassoon & orchestra, H. 1/105: 2. Andante
10. Sinfonia Concertante for violin, cello, oboe, bassoon & orchestra, H. 1/105: 3. Allegro con spirito
Steven Isserlis, violoncelo
Chamber Orchestra of Europe
Roger Norrington
Uma entrevista de 1979 com Sergiu Celibidache, o mítico regente de Munique que, perguntado sobre alguns de seus colegas, disparou contra Karajan.
“Herbert von Karajan”, disse, “é o caso mais trágico de decadência dentre todos os maestros. Quando jovem, tinha potencial, mas depois sucumbiu a uma vaidade sem limites e chegou a uma completa incompreensão da música. Tornou-se um péssimo músico, na verdade tornou-se um não-musical”.
Perguntado por que o público adorava Karajan, Celi respondeu: eles adoram Coca-cola também.
Eu acho que as gravações falam por si. A maioria é mesmo uma merda.