Morreremos felizes

Comentário que apareceu neste post. Nossa equipe de postadores compulsivos pode morrer feliz. Vamos ao Paraíso, onde teremos tantas virgens que até os muçulmanos nos invejarão.

Meu caro PQP

Fosse eu um ilustrado escritor e teria forma de expressar toda a gratidão e reconhecimento pelo seu trabalho em prol, não só da cultura musical de todos nós, mas também do meu melómano prazer, mania até!

Sendo apenas um “irmão” de pátria-lingua deixo aqui o meu esforçado testemunho de tudo o que referi.

Aqui em Angola, infelizmente, ainda não chegou a vez da Cultura, a cultura (de semear) as mentes e as Almas. Ainda estamos no materialismo básico da escola, do hospital, da estrada, do matar a fome, do tirar da miséria. O materialismo impulsivo da compra ainda nao está disponivel (Bem Haja!). Por isso fica minha consciencia aliviada por me ter tornado, com sua preciosa colaboração, num pirata culto-cibernético…

No entanto, sempre que posso e me encontro em frente aquelas deslumbrantes estantes dos livros e dos CD’s do chamado Mundo Desenvolvido – uma das ultimas a magnifica “biblioteca de Alexandria” da Leitura em São Paulo – babo-me de deleite e prazer e contribuo para os criadores comprando livros e cd’s.

Meu caro Amigo – Amigo, pois faz muito mais por mim do que muitos dos que se intitulam “amigos” – no que de mim depender terá o seu lugar assegurado no Nirvana, no Paraíso ou em qualquer outro Refugio Final que for do seu agrado ou conveniência. Serei sua testemunha abonatória… E mais não lhe consigo dizer.

Alexandre Sines Fernandes

PQP

Georges Bizet (1838-1875): Suíte Carmen – Suíte L'Arlésienne

Ontem, estava ouvindo este CD quando vi que O Ser da Música tinha postado e-xa-ta-men-te aquilo que eu estava ouvindo, só que em outra gravação. Fui examinar o post e, só de olhar a capa do CD, concluí rapidamente e sem medo de errar: bem, ele postou a versão gay, vou postar a versão viril. Fui ver quem era o meu regente e li: Leonard Bernstein… Putz, jogo empatado.

UM BAITA CD !!!

Bizet: Suíte Carmen – Suíte L’Arlésienne

01. Carmen Suite, No. 1 The Toreadors
02. Prelude to Act 1
03. Aragonaise
04. Intermezzo
05. Seguidilla
06. The Soldiers Of Alcala

07. Carmen Suite, No. 2 March Of The Smugglers
08. Habanera
09. Nocturne
10. The Toreador Song
11. Children´s Chorus
12. Bohemian Dance

13. L´Arlesienne Suite No. 1 Overture
14. Minuet
15. Adagietto
16. Carillon

17. L´Arlesienne Suite No. 2 Pastorale
18. Intermezzo
19. Minuet
20. Farandole

New York Philharmonic Orchestra
Leonard Bernstein

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Alban Berg(1885-1935): Violin Concerto – À Memória de um Anjo / Wolfgang Rihm (1952-): Time Chant

A violinista Anne-Sophie Mutter é tão gostosa que nem parece adequada à música moderna. Esta é geralmente trabalho para barangas. Ela também poderia ficar naqueles Concertos para Violino de sempre e seria admirada como gênio, mas o entusiasmo de Mutter para com aquilo que não é tão óbvio demonstra seu tamanho como artista. Sua interpretação de Berg é esplêndida. Alban Berg é o membro que fazia música na Segunda Escola de Viena — os outros faziam algo entre a música e a teoria, mas acho melhor parar antes que CDF delete este post. O Concerto de Berg foi escrito como homenagem à memória de Manon Gropius, filha de Alma Mahler, morta aos 18 anos com poliomielite. Muito apegado à jovem, Berg decidiu que o concerto para violino seria o seu réquiem, sem imaginar que também escrevia o próprio… Denso, difícil e cheio de tristeza, é música de primeiríssima linha. Ecos da música tonal pairam como fantasmas, sobretudo no movimento final, onde Berg cita uma melodia coral de Bach. Rihm, por outro lado, dispensa inteiramente as melodias tradicionais e os modelos musicais do passado. Sua linguagem, a um tempo lírica e fragmentária é notavelmente interpretada por Mutter, sempre de alma, mente e decote aberto.

Alban Berg (1885 – 1935)
Violin Concerto “To the Memory of an Angel”

1) 1. Andante – Allegro [11:31]
2) 2. Allegro – Adagio [16:12]

Wolfgang Rihm (1952 – )
“Gesungene Zeit” 1991/92 – Music for violin and orchestra

3) 1. Beginning: quasi senza [14:27]
4) 2. Takt 179: meno mosso [9:56]

Anne-Sophie Mutter
Chicago Symphony Orchestra
James Levine

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia No. 7 em C, Op. 105 / Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia No. 4 in E menor, Op. 98

Digamos que eu tivesse que escolher as dez maiores gravações que ouvi até hoje. Talvez não precisasse pensar muito nas primeiras três ou quatro e uma delas seria o incrível vinil onde Yevgeny Mravinsky rege a Sinfonia Nº 7 de Sibelius e a Música para Cordas, Percussão e Celesta de Bartók. Gosto tanto daquele disco com gravações de 1965 que nunca procurei os CDs correspondentes. Qual não foi minha surpresa ao ver no blog O Ser da Música a gravação de 1965 da obra de Sibelius, acompanha da Sinfonia Nº 4 de Brahms. Não sei de onde o Carlinus tirou este CD, interessa-me mais sua declaração:

Afirmo ousada e destemidamente que Yevgeny Mravinsky é o grande nome da regência no século XX. (…) Tudo aquilo que Yevgeny punha as mãos para reger, transformava-se em arte imorredoura. Um exemplo são as duas sinfonias deste post, uma de Sibelius e outra de Brahms. Não sou de ouvir a mesma música duas vezes seguidas, mas confesso que fiz isso no dia de hoje ao ouvir este registro. Detalhe: é preciso ouvir estas duas peças com um volume do som um pouco “alto” para perceber a maravilha que era o casamento Mravinsky-LPO.

E eu concordo com ele. Mravinsky foi um grande gênio, mesmo para este ouvinte que costuma fazer questão de gravações modernas em razão da qualidade de som. Há tosses em meio à gravação e o som da orquestra não é o que poderia ser, mesmo para uma gravação de 1965. Mas a interpretação… É indescritível! O destaque dado ao solo de trombone na Sinfonia de Sibelius, o primeiro movimento de Brahms… Dizer o quê? Ah!

Devo dizer que espero que uma boa alma me aponte onde está a gravação da Música de Bartók por Mravinsky. Por favor! (Afinal, este foi o motivo de eu ter repetido o post do Ser da Música aqui no PQP).

Importante: a Sinfonia de Sibelius é contínua, são cinco movimentos interligados. Aliás, nem se nota quando passamos de um para outro. Desta forma, ela sempre é apresentada em apenas uma faixa, OK?

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Jean Sibelius (1865-1957) – Sinfonia No. 7 em C, Op. 105 (Live 1965)
01. Adagio — Un Pochettino Meno Adagio — Poco Rallentando All’Adagio — Allegro Molto Moderato — Vivace

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 4 in E minor, Op. 98 (Live 1973)

02 Allegro Non Troppo
03 Andante Moderato
04 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo
05 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro

Leningrad Philharmonic Orchestra
Yevgeny Mravinsky, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

J.S. Bach (1685-1750): Lieder ohne Worte / Transcriptions for Oboe and Orchestra

Esse é daqueles CDs que tem tudo para ser ruim. São transcrições de obras de Bach para oboé e orquestra em que o foco — está no título — parece ser o de provar que meu pai não era apenas um compositor de estruturas colossais, mas um grande inventor de melodias. Lieder ohne Worte parafraseia Mendelsohn e significa Canções sem Palavras. O resultado impressiona. Confesso que fui obrigado a esquecer a mistureca de obras e gêneros, fui trazido de tal forma para o confortável e seguro mundo de um Bach melódico que simplesmente deixei outras considerações para depois. E para ainda depois.

Talvez não mereça o IMPERDÍVEL, mas merece fácil fácil o outro bordão:

UM BAITA CD !!!

Bach: Canções sem Palavras

1. Clavier Übung II, BWV 971: Italienisches Konzert, BWV 971: Allegro
2. Orgelbüchlein (Choralvorspiele): “Ich ruf’ zu dir, Herr Jesu Christ”, BWV 639
3. Orchestersuite Nr. 2 h-moll, BWV 1067: Bourrée I und II
4. Flötensonate E-Dur, BWV 1035: Siciliano
5. Matthäus-Passion, BWV 244. Aria: “Erbarme dich”
6. Konzert für Cembalo und Orchestrer f-moll, BWV 1056: Largo
7. Magnificat, BWV 243: Aria: “Esurientes implevit bonis”
8. Choralvorspiele III, BWV 659: “Nun komm’ der Heiden Heiland”
9. Oster-Oratorium “Kommt, eilet und laufet”, BWV 249: Aria “Saget, saget mir geschwinde”
10. Kantate Nr. 12 “Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen”, BWV 12: Sinfonia
11. Matthäus-Passion, BWV 244: Aria: “Mache dich, mein Herze, rein”
12. Toccata, Adagio und Fuge C-Dur, BWV 564: Intermezzo: Adagio
13. Konzert für Cembalo und Orchester A-Dur, BWV 1055: Allegro ma non tanto
14. Kantate Nr. 208, “Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd” (“Jagdkantate”), BWV 208: Aria: “Schafe können sicher weiden”
15. Oster-Oratorium “kommt, eilet und laufet”, BWV 249: Sinfonia (Adagio)
16. Messe in h-moll, BWV 232: Aria: “Agnus Dei”

Albrecht Mayer, oboé
Sinfonia Varsovia

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Astor Piazzolla (1921-1992): Piazzolla and Beyond – London Concertante

Um CD low profile de Piazzolla e de alguns compositores ingleses que se arriscaram no tango. O grande destaque é a London Concertante, conjunto que desconhecia e que dá uma tremenda demonstração de competência — clássica, jazzística e tangueira. Depois de um Libertango bastante apaixonado, as outras peças são interpretadas com delicadeza algo rara nos grupos vizinhos (argentinos). Eu adorei. Surpreendentemente, é um CD da Harmonia Mundi, o que mostra que o mundo se move em direções inesperadas. A ECM vai para o clássico, a HM para o tango, nós vamos vivendo de amor e Lula ganha o que FHC apenas sonhou. Eu achei a peça de David Gordon, Augmented Tango de extrema sensualidade. Até tasquei uns beijos de língua na patroa. Pena que ela estivesse com cólicas menstruais. Mas um inglês escrever uma peça que parece um tango moderno e que este entusiasme um habitante do Rio Grande do Sul é a prova de que o hip hop germânico ainda dominará o mundo.

Piazzolla and Beyond – London Concertante

01 astor piazzolla-libertango 04:56
02 astor piazzolla-angel suite 07:53
03 astor piazzolla-decarissimo 04:21
04 david gordon-augmented tango 07:09
05 adam summerhayes-when churchyards yawn 03:59
06 astor piazzolla-soledad 04:43
07 astor piazzolla-michelangelo 70 03:02
08 david gordon and adam summerhayes-milonga bourgeois 05:06
09 astor piazzolla-invierno porteno 05:20
10 adam summerhayes-el desposiedo 05:32

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

As merecidas

PQP Bach simplesmente esqueceu-se de avisar. Não avisou os frequentadores, nem seus colegas de blog. O fato é que ele está gozando férias até dia 4 ou 5. Postou até o dia 28 apenas porque deixou agendadas postagens até 28 de dezembro… Mas já estava na praia desde 24. E agora está numa Lan House. E depois vai tomar mais uma Bohemia. Afinal, está quente. Mas a próxima será a última, promete. A última antes de ir ao banheiro abrir espaço para mais.

Fiquem bem. Feliz 2010 com muito dinheiro, saúde, música, mulheres, sexo oral, cinema, literatura e álcool.

PQP

Que tal visitar Hades amanhã à noite a fim de tentar recuperar o grande amor perdido?

Amanhã, no StudioClio, Porto Alegre. Não seja louco de perder.

Orfeão – concerto de Orfeu e Mitra

Neste concerto, o herói patrono da música, Orfeu, e o deus-herói Mitra serão homenageados pela Confraria Música Antiga, sob direção de Fernando Cordella. Serão executadas seleções da ópera L’Orfeo, de Claudio Monteverdi (1567-1643). Estreada em 24 de fevereiro de 1607, no Palácio Ducal de Mântua, esta ópera é considerada precursora do gênero. Nela, o mito de Orfeu é representado, consagrando os poderes místicos da música e a atualidade dos mitos clássicos gregos na criação artística pós-renascentista. As passagens selecionadas apresentam parte substantiva da ópera, inclusive sua estrutura dramática e as melhores passagens de canto lírico e instrumental.

Nesta apresentação, integram a Confraria Música Antiga os músicos Cíntia de Los Santos, soprano, Fernando Cordella, cravo, e Nikolaj De Fine Lichts, flautas.

Ao final, teremos a estreia da obra Solis invictus, de Dimitri Cervo e Francisco Marshall, com a participação especial de César Rodrigues Pereira, tenor, de Dimitri Cervo, piano, e de Javier Balbinder, oboé.

Promovida pelo StudioClio em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura – PMPA, a série Orfeão é um programa de concertos que valoriza músicos e músicas de Porto Alegre, com repertórios locais e internacionais. Os concertos primam pela exposição e compreensão da linguagem musical, com diversos recursos didáticos.

Primeira parte
Claudio Monteverdi (1567-1643), selecta de L’Orfeo (1607)

PROLOGO

1. Tocatta
2. Ritornello – La Musica: Dal mio Permesso Amato

ATTO PRIMO

3. Ninfa: Muse honor di Parnaso
4. Coro di Ninfe e Pastori: Lasciate i monti
5. Danza di Ninfe e Pastori
6. Coro di Ninfe e Pastori: Vieni Imeneo deh vieni
7. Ritornello

ATTO SECONDO

8. Sinfonia – Orfeo: Ecco pur ch’a voi ritorno
9. Orfeo: Vi ricorda o Boschi ombrosi
10. Mensaggiera: Ahi caso acerbo!
11. Coro: Ahi caso acerbo

ATTO TERZO

12. Sinfonia
13. Sinfonia de Caronte

ATTO QUARTO

14. Proserpina: Signor quel infelice che per queste di morte ampie campagne

ATTO QUINTO

15. Ritornello
16. Finale: Vanne, Orfeo, Felice e pieno

17. Francisco Marshall (1966) e Dimitri Cervo (1968)
Solis invictus (2009), soprano, tenor, oboé e piano

Realização conjunta
Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre

Quando: Dia 18 de dezembro, sexta-feira, às 20h30
Vagas: 98
Duração:
Valor(es):
R$ 15,00 (público em geral)
R$ 10,00 (professores, estudantes e idosos)

PQP

The Dmitri Shostakovich Edition – CDs 25, 26 e 27 de 27

SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL!!! E MAIS UMA SÉRIE FINALIZADA !!!

CD 25

Os quartetos de números 9, 10 e 11 são semelhantes em estrutura e espírito. São os três muito bons e têm em comum o fato de manter por todo o tempo a alternância entre movimentos rápidos e lentos, sendo tais contrastes ampliados pelo fato de o nono e o décimo primeiro serem compostos por movimentos executados sem interrupções. O décimo ainda separa os primeiros movimentos, porém o Alegretto final surge de dentro de um o Adágio. A postura de fazer com que surjam movimentos antagônicos um de dentro do outro é uma particularidade que torna estes quartetos ainda mais interessantes, sendo que o décimo primeiro é um quarteto de 17 minutos com sete movimentos; isto é, Shostakovich brinca com a apresentação de temas que fazem surgir de si outros muito diversos em estilo, como se o compositor estivesse sofrendo de uma incontrolável superfetação (*). É, no mínimo, desafiador ao ouvinte. Melodicamente, são muito ricos, e exploram com insistência incomum os ostinatos, os quais são sempre belíssimos e curiosos. Merecem inteiramente o lugar que modernamente obtiveram no repertório dos quartetos de cordas. É curioso como é fácil confundi-los. Estou ouvindo-os enquanto escrevo e noto quando o CD passa de um para outro, pois têm personalidades muito próprias, mas nunca sei se o que estou ouvindo é o nono ou o décimo. Pode ser uma limitação minha! Já no décimo primeiro, o paroxismo da criação de melodias chega a tal ponto, seus ostinatos são tão alucinados, que é mais fácil reconhecê-lo.

Aliás, o décimo primeiro apresenta aqueles finais tranquilos que constituíram-se uma das assinaturas do Shostakovich final. Esqueçam o gran finale. Sem fazer grande pesquisa, sei que eles podem ser encontrados na 13ª, 14ª e 15ª sinfonias, neste quarteto e no sensacional Concerto para Violoncelo que será comentado a seguir.

(*) Palavra pouco utilizada, não? Significa a concepção que ocorre quando, no mesmo útero, já há um feto em desenvolvimento.

String Quartet No. 5 in B flat major Op. 92 (1952) 
1. Allegro non troppo  10:44 
2. Andante  10:41 
3. Moderato  10:25 

String Quartet No. 11 in F minor Op. 122 (1966) 
4. Introduction (andantino)  2:15 
5. Scherzo (allegretto)  2:57 
6. Recitativo (adagio)  1:18 
7. Etude (allegro)  1:19 
8. Humoresque (allegro)  1:08 
9. Elegy (adagio)  4:15 
10. Conclusion (moderato)  3:41 

String Quartet No. 12 in D flat major Op. 133 (1968) 
11. Moderato  6:41 
12. Allegretto  20:29 
       
Total:  76:15 
 
Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van den Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
 
CD 26

Talvez apenas aficionados possam gostar do esquisito Quarteto Nº 6. Ele tem quatro movimentos, dos quais três são decepcionantes ou descuidados. O intrigante nesta música é o extraordinário terceiro movimento Lento, uma passacaglia barroca que é anunciada solitariamente pelo violoncelo. É de se pensar na insistência que alguns grandes compositores, em seus anos maduros, adotam formas bachianas. Os últimos quartetos e sonatas para piano de Beethoven incluem fugas, Brahms compôs motetos no final de sua vida e Shostakovich não se livrou desta tendência de voltar ao passado comum de todos. Enfim, este quarteto vale por seu terceiro movimento e, com certa boa vontade, pelo Lento – Allegretto final.

String Quartet No. 4 in D major Op. 83 (1949) 
1. Allegretto  4:27 
2. Andantino  6:35 
3. Allegretto  4:07 
4. Allegretto  10:28 

String Quartet No. 6 in G major Op. 101 (1956) 
5. Allegretto  6:42 
6. Moderato con motto  4:56 
7. Lento  5:57 
8. Lento-allegretto  7:44 

String Quartet No. 10 in A flat major Op. 118 (1964) 
9. Andante  4:32 
10. Allegretto furioso  4:16 
11. Adagio  6:13 
12. Allegretto  9:08 
       
Total:  75:18 
 
Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van den Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
 
CD 27

Quarteto de Cordas Nº 14, Op. 142 (1972-73)

Este é quase um quarteto para violoncelo solo e trio de cordas, tal é a proeminência dada àquele instrumento. É um quarteto inspiradíssimo, escrito em três movimentos (Allegretto – Adagio – Allegretto), e que tem seu centro dramático num dilacerante adagio de 9 minutos. Não consigo imaginar uma audição deste quarteto sem a audição em sequência do Nº 15. Eles, que costumam aparecer juntos, seja em vinil ou em CD, formam, em minha imaginação, uma obra só.

Quarteto de Cordas Nº 15, Op. 144 (1974)

Este trabalho, assim como a sonata a seguir, são tidas como obras-primas e seriam os dois principais “réquiens privados” de Shostakovich. Concordo com esta opinião.

O que dizer de um obra escrita em seis movimentos, em que quatro deles são adagio e os outros dois deles são adagio molto, sendo que, destes dois últimos, um é uma marcha funeral e outro um epílogo…? Ora, no mínimo que é lenta. Porém, como estamos falando do Shostakovich final, estamos falando de uma obra que tem como fundo a morte. Há três movimentos realmente notáveis nesta música: a Serenata: Adagio, a Marcha Fúnebre – Adagio Molto e o musicalmente espetacular Epílogo – Adagio Molto. O Epílogo recebeu vários arranjos sinfônicos e costuma aparecer – separadamente ou não do resto do quarteto – em gravações orquestrais.

String Quartet No.1 in C major Op. 49 (1935) 
1. Modearto  3:57 
2. Moderato  4:43 
3. Allegro molto  2:12 
4. Allegro  3:03 

String Quartet No.14 in f sharp major Op.142 (1973) 
5. Allegretto  8:22 
6. Adagio  10:57 
7. Allegretto  8:44 

String Quartet No.15 in E flat minor Op. 144 (1974) 
8. Elegy (adagio)  12:23 
9. Serenade (adagio)  5:15 
10. Intermezzo (adagio)  1:49 
11. Nocturne (adagio)  4:54 
12. Funeral March (adagio molto)  4:38 
13. Epilogue (adagio)  6:40 
       
Total:  78:00 
 
Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van de Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

J. S. Bach (1685-1750): As Seis Suítes para Violoncelo Solo

A francesa Anne Gastinel é uma das melhores novidades dos últimos anos. Tem som poderoso, limpo, e, como convém, é musicalmente inquieta. Para esta gravação, ela utilizou o que ela chamou de um “profundo e magnífico instrumento” de Testore (1665 – 1716), projetado em 1690. Gastinel sai-se maravilhosamente bem nos tempos rápidos, acelerando muito as coisas, mas fazendo-o de forma a não cantar os pneus nas curvas nem de os fritar nas desacelerações. Sua proeza é a de exercutar todas as passagens, mesmo as mais rápidas, com facilidade e limpeza. A entonação é consistente, o colorido é variado e a qualidade do som da Naïve é esplêndida. Como disse Gardiner, as danças de Bach têm sido cada vez mais apreciadas e é neste quesito que nossa francesinha dá um show. Não que ela descuide do resto, é que a forma com ele aborda os movimentos de dança é surpreendente.

Como só estou postando CDs, digamos, indiscutíveis, lá vai mais um

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Obs.: Postei os dois CDs num mesmo arquivão.

Johann Sebastian Bach: The Six Cello Suites

CD 1
Cello Suite No. 1 in G major BWV 1007
1) Prélude [2:18]
2) Allemande [5:12]
3) Courante [2:28]
4) Sarabande [3:05]
5) Menuets I & II [3:03]
6) Gigue [1:39]

Cello Suite No. 4 in E flat major BWV 1010
7) Prélude [4:26]
8. Allemande [4:58]
9) Courante [3:24]
10) Sarabande [4:46]
11) Bourrées I & II [5:06]
12) Gigue [3:00]

Cello Suite No. 5 in C minor BWV 1011
13) Prélude [5:46]
14) Allemande [6:46]
15) Courante [2:22]
16) Sarabande [2:45]
17) Gavottes I & II [4:59]
18) Gigue [3:13]

CD 2
Cello Suite No. 2 in D minor BWV 1008
1) Prélude [3:41]
2) Allemande [3:55]
3) Courante [2:11]
4) Sarabande [4:21]
5) Menuets I & II [3:00]
6) Gigue [2:33]

Cello Suite No. 3 in C major BWV 1009
7) Prélude [2:58]
8. Allemande [3:42]
9) Courante [3:09]
10) Sarabande [3:56]
11) Bourrées I & II [3:53]
12) Gigue [3:13]

Cello Suite No. 6 in D major BWV 1012
13) Prélude [4:47]
14) Allemande [7:38]
15) Courante [3:26]
16) Sarabande [5:29]
17) Gavottes I & II [4:21]
18) Gigue [4:10]

Anne Gastinel, Cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Cecilia Bartoli e seus castrati: Sacrificium (2009) – REVALIDADO

1. É CD para ser comprado. Ele vem acompanhado de um livrinho de 108 páginas chamado “A-Z of the castrato”, além de 3 bônus tracks que não tenho aqui. Já encomendei o meu.

2. Cecilia Bartoli não é mais uma dessas divas que ficam pegando repertórios mais ou menos óbvios para (re)lançar em suas coletâneas. Ela transformou tais discos em obras de arte. E de tese.

3. Ela é a campeã dentre as mezzo. Este CD vendeu 500.000 cópias nos primeiros 30 dias depois do lançamento. E ela não está cantando Abba nem Beatles, está cantando música rara, de primeira linha, acompanhada de um conjunto fantástico que utiliza instrumentação original. Ou seja, não há embuste ou concessão.

4. Ela é a campeã porque canta divinamente. Ela não sai em revistas de moda, não mostra o umbigo em decotes e passaria desapercebida na rua (apesar de eu achá-la linda).

5. Ela não canta óperas de Wagner. Alega não ter alcance. Não é a mulher perfeita???

6. Ah, a edição de luxo, a das 109 páginas + bonus CD, só importando. Reclamações noutro guichê.

Deixemo-la explicar o CD:

Vejam a louca entrando no palco… (e depois cantando):

E mais um:

Bem, o CD é sobre os castrati, meninos de boa voz que eram castrados a fim de mantê-la intacta. A esmagadora maioria não vingava e acabava prostituída nas ruas. A igreja, na época, impedia as mulheres de cantarem em seus atos religiosos e, bem, alguém tinha que fazer os agudos, né? Mas a absurda história destes mutilados está disponível em todo o lugar. O que me interessa é dizer que trata-se de mais um esplêndido trabalho da cantora preferida das gentes: Cecilia Bartoli.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Cecilia Bartoli — Sacrificium (2009)

1. Nicola Porpora – Come nave in mezzo [ 4:05] allonde [Siface] [ ]
2. Antonio Caldara – Profezie di me diceste [ 7:38] [Sedecia] [ ]
3. Francesco Araia – Cadro ma qual si mira [ 6:16] [Berenice] [ ]
4. Nicola Porpora – Parto ti lascio o cara [10:48] [Germanico in Germania] [ ]
5. Nicola Porpora – Unsignolo sventuratom [ 5:12] [Siface] [ ]
6. Carl Heinrich Graun – Misero pargoletto [10:08] [Demofoonte] [ ]
7. Nicola Porpora – In braccio a mille furie [ 2:52] [Semiramide riconosciuta] [ ]
8. Leonardo Leo – Qual farfalla [Zenobia in [ 5:29] [Palmira] [ ]
9. Nicola Porpora – Nobil onda [Adelaide] [ 4:56]
10.Carl Heinrich Graun – Deh tu bel Dio [ 3:43] damore [Adriano in Siria] [ ]
11.Leonardo Vinci – Chi temea Giove regnante [ 6:20] [Farnace] [ ]
12.Antonio Caldara – Quel buon pastor son io [10:29] [La morte dAbel fugura di quella…] [ ]

Cecilia Bartoli
Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Arcangelo Corelli (1653-1713): Sonate a Violino e Violone o Cimbalo

Esta é outra postagem de CD obscuro e a próxima também será. Certamente, este belo trabalho está fora de catálogo. Também estas sonatas já foram postadas por nós, mas não vejo muito problema em revisitá-las, pois são belíssimas. O trio italiano que as interpreta é bastante bom. Enrico Gatti é um especialista do repertório de Corelli a audição das Sonatas para Violino recuperaram o dia de hoje para mim.

Corelli – Sonate a Violino e Violone o Cimbalo

01. 1. Grave (Sonate I en ré majeur) (3:20)
02. 2. Allegro (Sonate I en ré majeur) (2:29)
03. 3. Allegro (Sonate I en ré majeur) (1:00)
04. 4. Adagio (Sonate I en ré majeur) (2:47)
05. 5. Allegro (Sonate I en ré majeur) (1:39)
06. 1. Preludio: Vivace (Sonate VII en ré mineur) (1:56)
07. 2. Corrente: allegro (Sonate VII en ré mineur) (2:43)
08. 3. Sarabana: Largo (Sonate VII en ré mineur) (2:08)
09. 4. Giga: Allegro (Sonate VII en ré mineur) (2:08)
10. 1. Grave (Sonate II en si bémol majeur) (3:00)
11. 2. Allegro (Sonate II en si bémol majeur) (2:24)
12. 3. Vivace (Sonate II en si bémol majeur) (1:15)
13. 4. Adagio (Sonate II en si bémol majeur) (2:36)
14. 5. Vivace (Sonate II en si bémol majeur) (1:19)
15. 1. Preludio: Largo (Sonate VIII en mi mineur) (4:32)
16. 2. Allemanda: Allegro (Sonate VIII en mi mineur) (1:51)
17. 3. Sarabanda: Largo (Sonate VIII en mi mineur) (2:52)
18. 4. Giga: Allegro (Sonate VIII en mi mineur) (1:53)
19. 1. Adagio (Sonate III en ut majeur) (2:49)
20. 2. Allegro (Sonate III en ut majeur) (2:08)
21. 3. Adagio (Sonate III en ut majeur) (2:59)
22. 4. Allegro (Sonate III en ut majeur) (1:01)
23. 5. Allegro (Sonate III en ut majeur) (2:22)
24. 1. Preludio: Largo (Sonate IX en la majeur) (4:58)
25. 2. Giga: Allegro (Sonate IX en la majeur) (2:34)
26. 3. Adagio (Sonate IX en la majeur) (0:40)
27. 4. Tempo di Gavotta: Allegro (Sonate IX en la majeur) (2:31)

01. 1. Adagio (Sonate IV en fa majeur) (2:16)
02. 2. Allegro (Sonate IV en fa majeur) (2:24)
03. 3. Vivace (Sonate IV en fa majeur) (1:08)
04. 4. Adagio (Sonate IV en fa majeur) (2:16)
05. 5. Allegro (Sonate IV en fa majeur) (2:19)
06. 1. Preludio: Adagio (Sonate X en fa majeur) (2:33)
07. 2. Allemanda: Allegro (Sonate X en fa majeur) (2:12)
08. 3. Sarabanda: Largo (Sonate X en fa majeur) (2:23)
09. 4. Gavotta: Allegro (Sonate X en fa majeur) (0:37)
10. 5. Giga: Allegro (Sonate X en fa majeur) (2:13)
11. 1. Adagio (Sonate V en sol mineur) (3:29)
12. 2. Vivace (Sonate V en sol mineur) (1:53)
13. 3. Adagio (Sonate V en sol mineur) (2:17)
14. 4. Vivace (Sonate V en sol mineur) (1:39)
15. 5. Giga: Allegro (Sonate V en sol mineur) (1:30)
16. 1. Preludio: Adagio (Sonate XI en mi majeur) (2:12)
17. 2. Allegro (Sonate XI en mi majeur) (2:29)
18. 3. Adagio (Sonate XI en mi majeur) (0:41)
19. 4. Vivace (Sonate XI en mi majeur) (1:57)
20. 5. Gavotta: Allegro (Sonate XI en mi majeur) (0:44)
21. 1. Grave (Sonate VI en la majeur) (3:12)
22. 2. Allegro (Sonate VI en la majeur) (2:17)
23. 3. Allegro (Sonate VI en la majeur) (0:59)
24. 4. Adagio (Sonate VI en la majeur) (2:17)
25. 5. Allegro (Sonate VI en la majeur) (2:15)
26. Follia (Sonate XII en ré mineur (11:57)

Enrico Gatti: violin
Gaetano Nasillo: Violoncello
Guido Morini: harpsichord

BAIXE A PARTE 1 AQUI – DOWNLOAD PART 1 HERE

BAIXE A PARTE 2 AQUI – DOWNLOAD PART 2 HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas!

PQP

George Philipp Telemann (1681-1767): Obra completa para órgão

Somente nos últimos tempos a importância de Telemann foi reconhecida na história musical: seu papel é mais do que de coadjuvante, ele foi protagonista do século XVIII. Foi da mesma geração de Bach e Handel, e tentou participar da transição estilística do barroco para o galantea seu modo. Junto com mano Carl Philipp Emanuel, realizou a ligação entre Bach e Mozart. Foi compositor de primeira linha.

Este álbum triplo é uma raridade. O som é excelente, mas as infomações são parcas, Encontrei-o durante uma perigosa navegação em alto mar. O nome da gravadora é Da Camera Magna. Famosíssima. Mas editou esta joia IM-PER-DÍ-VEL !!!

Telemann — Obra Completa para Órgão

CD 1

1. Sonate D-Dur für zwei Klaviere und Pedal (Triosonate) Grave-Presto-Andante-Scherzando 9’31”
2. Fantasie D-Dur 3’11”

Choralvorspiele
3. “Nun komm der Heiden Heiland” (4-stimmig) 1’59”
4. “Nun freut euch, lieben Christen gemein” (2 Variationen) 2’51”
5. Fughetta F-Dur 1’45”
6. Fughetta D-Dur 1’43”

Choralvorspiele
7. “Ach Gott vom Himmel sieh darein” (3-stimmig) 3’36”
8. “Ach Gott vom Himmel sieh darein” (2-stimmig) 3’19”
9. “Ach Herr, mich armen Sünder” (3-stimmig) 3’59”
10. “Ach Herr, mich armen Sünder” (2-stimmig) 1’54”
11. “O wir armen Sünder” (3-stimmig) 2’34”
12. “O wir armen Sünder” (2-stimmig) 2’19”
13. “Schmücke dich, o liebe Seele” (3-stimmig) 4’20”
14. “Schmücke dich, o liebe Seele” (2-stimmig) 3’15”
15. “Allein Gott in der Höh sey Ehr” (3-stimmig) 2′ 14″
16. “Allein Gott in der Höh sey Ehr” (2-stimmig) 1’53”
17. “Christus, der uns seelig macht” (3-stimmig) 2’18”
18. “Christus, der uns seelig macht” (2-stimmig) 1’38”

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 (77 104)

Orgelfugen
1. Fuge 1 1’21”
2. Fuge 2 1’19”
3. Fuge 3 1’49”
4. Fuge 4 1’13”
5. Fuge 5 1’54”
6. Fuge 6 138″
7. Fuge 7 139″
8. Fuge 8 1’24”
9. Fuge 9 1’37”
10. Fuge 10 1’13”
11. Fugeil 1’24”
12. Fuge 12 1’35”
13. Fuge 13 1’18”
14. Fuge 14 1’11”
15. Fuge 15 1’11”
16. Fuge 16 1’38”
17. Fuge 17 1’15”
18. Fuge 18 0’58”
19. Fuge 19 1’28”
20. Fuge 20 1’42”

Choralvorspiele
21. “Alle Menschen müssen sterben” (3-stimmig) 3’30”
22. “Alle Menschen müssen sterben” (2-stimmig) 1’38”
23. “Herr Christ, der einig’ Gottes Sohn” (3-stimmig) 2’47”
24. “Herr Christ, der einig’ Gottes Sohn” (2-stimmig) 1’45”
25. “Christ lag in Todesbanden” (3-stimmig) 2’58”
26. “Christ lag in Todesbanden” (2-stimmig) 1 ’31”

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 3

????

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Franz LÖRCH, órgão

Apoie os bons artistas, compre suas músicas!

PQP

P. I. Tchaikovski (1840-1893): Sinfonia No. 4 & Capricho Italiano

Foram lançadas gravações sensacionais da Quarta Sinfonia de Tchaikovski, nos últimos anos. Houve Barenboim, Fischer e esta aqui, da Harmonia Mundi, que é a melhor de todas. Gatti aborda o primeiro movimento de forma extremamente rápida — é urgente, apaixonado, mas também adequado. Tem graça, é balé. É uma interpretação emocionante, uma que dá à música um maior impacto, o que justifica ouvi-la novamente.

O modo Gatti também funciona muito bem no segundo movimento, que é interpretado como uma canção que permite que as melodias sejam ouvidas como se tivessem palavras. É bonito. Há virtuosismo das cordas no scherzo, e o final funciona bem, com o ritmo das cordas e sopros em suas trocas. A orquestra e dá o necessário à Gatti, tanto na sinfonia quanto no Capricho Italiano, que nunca se torna vulgar ou simplesmente agitado.

Tchaikovski: Sinfonia No. 4 & Capricho Italiano

1. Symphony No.4 in F minor, Op.36 – I. Andante sostenuto – Moderato con anima
2. Symphony No.4 in F minor, Op.36 – II. Andantino in modo di canzona
3. Symphony No.4 in F minor, Op.36 – III. Scherzo: Pizzicato ostinato – Allegro
4. Symphony No.4 in F minor, Op.36 – IV. Finale: Allegro con fuoco

5. Capriccio Italien, Op.45

Royal Philharmonic Orchestra
Daniele Gatti

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre suas músicas!

PQP

P. I. Tchaikovski (1840-1893): Concerto para Violino e Souvenir d’un lieu cher – Repostado com divisão de faixas

Este concerto veio pré-instalado em minha mente. Quando me dei por gente, Tchaikovski, Beethoven, Chopin e Mozart já estavam em minha memória. Meu pai realizou a instalação quando eu era um bebê. Ele não parava de ouvir música, mais ou menos como eu comecei a fazer depois… Então, cada nota deste Concerto para Violino é conhecida de mim há décadas e posso asseverar que a gravação da bonitinha Janine Jansen é efetivamente MUITÍSSIMO BOA, como vocês podem ver abaixo. Quando a mulher é gostosa, a gente diz, né? Pois olha, essa aqui não é como aquela pianista francesa. Janine é boa e toca bem… Quero dizer, é bonita e muito boa com os dedos… Ou… É tesuda e hábil. Tem carinha bonita, belos pechos e é sensível. É sexy e eufônica, sinfônica, polifônica, pornofônica, linda. E é um baita disco!

Janine Jansen

Tchaikovski: Violin concerto op.35
1 Allegro moderato
2 Canzonetta (Andante)
3 Finale (Allegro vivacissimo)

Tchaikovski: Souvenir d’un lieu cher
4 Meditation
5 Scherzo
6 Melodie

Janine Jansen (Violin)
Mahler Chamber Orchestra
Daniel Harding

Janine

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Piotr Ilich Tchaikovsky (1840-1893): Sinfonia Manfredo / A Tempestade

(Este post já estava pronto há dias. Agora, com a postagem anterior e seus comentários, vai parecer provocação, mas não é).

PQP Bach não é um grande apreciador de Tchai, mas o que ele deve fazer se as gravações caem em suas mãos? Deve distribuí-las, não? Penso que ele apenas não divulgaria Dvořák, compositor ao qual devota ódio incondicional, pois se até já ouviu e gostou de coisas de Rachmaninov e Tchaikovsky, jamais se satisfez minimamente com o xaropão checo.

A Sinfonia Manfredo, Op. 58, foi escrita por Tchaikovski entre maio e setembro de 1885, baseada no poema Lorde Byron. Teve sua estréia em Moscou, Rússia, dia 23 de março de 1886, regida por Max Erdmannsdörfer e Mily Balakirev.

A música para abertura do drama A tempestade, de Ostrovsky, foi escrita no tempo de miserê de Tchai, antes do sucesso e da sucessão de fracassos com mulheres — falo do pinto de vista sexual, nunca do financeiro.

Tchaikovsky: Sinfonia Manfredo / A Tempestade

1. The Tempest, Op.18 21:44
2. Manfred Symphony, Op.58 – 1. Lento lugubre – Moderato con moto – Andante 15:26
3. Manfred Symphony, Op.58 – 2. Vivace con spirito 9:50
4. Manfred Symphony, Op.58 – 3. Andante con moto 10:17
5. Manfred Symphony, Op.58 – 4. Allegro con fuoco 18:30

Russian National Orchestra
Mikhail Pletnev

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Apoie os bons artistas, compre sua música!

PQP

Feliz na sexta-feira

Na última sexta-feira, P.Q.P. Bach compareceu ao StudioClio a fim de assistir ao quarteto de cordas formado por

Guillaume Tardif e
Rodrigo Bustamante (violinos),
Hella Frank (viola) e
Rodrigo Silveira (violoncelo),

apresentarem um programa como um programa deve ser:

1. Quarteto de Cordas Op. 76 Nº 3 “Imperador”, de F. J. Haydn;
2. Quarteto K. 465 “Das Dissonâncias”, de Mozart e
3. Quarteto Op. 59 Nº 2 “Razumovsky”, de Beethoven.

Em primeiro lugar, analisemos o contexto. Este não é um quarteto que toca regularmente ou que tenha um repertório estabelecido. Não era natural, portanto, a escolha do Quarteto das Dissonâncias e muito menos do massacre representado pelo segundo Razumovsky, uma música dificíl e perigosa para todo quarteto, o que dirá para um recém formado ou formado para apenas uma apresentação. Porém, quando o grupo entrou no pequeno palco do StudioClio, notei aquela eletricidade que muita vontade e alguma raiva — pois três integrantes do quarteto moram numa cidade triste, onde tudo parece ter sido melhor no passado — , criam. Em resposta, a platéia lotava o espaço, desejando que tudo fosse diferente da Orquestra da Desgovernadora, aquela coisa disforme e sem testosterona (desculpe, Hella). Os caras estavam ali para tocar porque são bons músicos e bons músicos preferem a boa música, só desistindo quando veem que a estrutura está ali para fazer com que desistam da música que os tornou músicos, o que os torna deprimidos e sem motivação.

O Haydn foi maravilhoso com Tardif no comando. As Dissonâncias foram ainda melhores com Bustamante no primeiro violino, mas a interpretação do Beethoven foi espantosa, com Tardif de volta ao posto. Cheio de enunciados afirmativos e súbitos silêncios, o primeiro movimento foi levado com absoluto rigor e uma musicalidade raramente ouvida nas gravações que temos em casa. Dou destaque à descoberta de um movimento ao qual não dava grande importância: o segundo (Molto Adagio). Em razão da interpretação cheia de emoção do grupo fui levado a ler a respeito. Sabem o que Beethoven anotou na partitura? Si tratta questo pezzo com molto di sentimento. Esta peça é para ser tratada com muito sentimento. Grande trabalho do violoncelista Rodrigo Silveira. O ritmo do Presto que o segue é para ser russo, mas parece que antes de Mussorgsky e Korsakov era complicado ser autenticamente russo. Se falta Rússia, sobra a música de Beethoven, o que absolutamente não é pouco. O último movimento, cheio de episódios contrastantes, foi levado pelo quarteto já sabendo que a noite estava ganha. Por isso, aqueles diálogos rápidos entre os instrumentos foram feitos com exatidão através de olhares alegres.

O bis veio com a Contraponto Nº 1 de A Arte da Fuga. Bustamante, certamente cansado, entrou meio mole na jogada e desafinou logo na apresentação do tema, talvez no único erro grande cometido; porém, estava todo mundo tão feliz que aquilo apenas fez todo o resto do quarteto e o teatrinho inteiro sorrirem. Minha mulher, ao final do concerto, disse algo curioso:

— Os melhores concertos deveriam terminar sempre com Bach. Não por ser superior, mas por ser marcante, equilibrado, por ser o fundamento. É como o Q.E.D. dos teoremas.

Afirmo, sem medo de errar, que foi o melhor concerto que Porto Alegre assistiu neste ano.

Obs. final: Gosto muito de Hella Frank. Está sempre metida em projetos intessantes, não obstante ser professora universitária.

PQP

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Sinfonia Nº 10 (Ameríndia) e Chôros Nº 12

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Fazia tempo que eu não postava algo raro MESMO, né? Pois hoje vou matar a vontade postando o raro Choros Nº 12 para orquestra e a raríssima Sinfonia Nº 10, em sua primeira gravação mundial (hoje já há outra), realizada em setembro do ano 2000, se não me engano. É a única sinfonia importante escrita por Villa-Lobos.

Abaixo, deixo para vocês um texto explicativo da sinfonia escrito pela regente Gisele Ben-Dor e traduzido para o português de Portugal por Augusta Marques da Silva. Importante: o texto foi obtido por OCR, a partir do libreto original, sem correções.

Uma nota da directora de orquestra

A Décima Sinfonia de Heitor Villa-Lobos apresenta varios desafios: escolha de tempos (não existem marcas de metrónomo, pouco habitual para uma obra composta em meados do século XX), interpretação das linhas vocais, estilo cantado adequado ao carácter do texto utilizado, pronuncia do texto em Tupé, ou decisões relacionadas com os numerosos erros que aparecem nas partituras e partes.

Durante a preparação desta gravação em estréia mundial, lembrei-me de que o compositor tinha dirigido a estréia mundial desta obra em Paris, no ano de 1957 (nos antes da sua morte). Como me foi impossível conseguir uma cópia, viajei a Paris e dediquei-me a ouvir extensivamente a bobina histórica e extremamente bem conservada. Consegui obter uma boa imagem sobre as intenções do compositor, incluindo as muitas e felizes liberdades que se permitiu com a partitura, tonalidades que diferiam da partitura e partes e tipo de cantores com quem trabalhou. Numa nota menos satisfatória, mas contudo reveladora, estava a recepção dos ouvintes auditivamente negativa e que se podia atribuir à pobre qualidade da performance.

Se pensarmos que uma boa parte dos resultados musicalmente insatisfatórios poderão ter origem nas limitações de Villa-Lobos enquanto director de orquestra, falta de tempo para ensaios ou falta de oportunidades para rever a partitura subsequentemente, fiz um arranjo sobre uma possível interpretação que, espero, pudesse ter agradado ao compositor. Estou também muito agradecida pela ajuda que me foi prestada pelo Museu de Villa-Lobos no Rio de Janeiro, em particular, no que concerne ao texto em Tupi. Existem cerca de duas centenas de dialectos indígenas no Brasil, que o meu Português familiar (aprendido no meu país nativo, Uruguai), bem como o de quase toda a maioria dos brasileiros, não seria suficiente para decifrar.

Havia muito pouco contraste entre os três solistas masculinos na performance de Villa-Lobos. Para além disso, empregava vozes mais altas do que as que se poderiam depreender das instruções na partitura e que, para completar o meu quebra-cabeças, eram por vezes ambivalentes ou simplesmente não seguidas pelos cantores sob a batuta do maestro Villa-Lobos, incluindo, num dos exemplos, o canto com a chave errada ou noutro ainda, com o tenor interpretando a parte do barítono. O registo vocal, tal como escrito na partitura, parecia muitas vezes demasiado agudo para uma base grave (a base precisando de estar em contraste com o barítono) e bastante grave para o tipo de tenor adequado à expressividade do conjunto musical composto para o texto em Latim. A parte da base sendo bastante curta e o tenor tendo uma só ária para interpretar ao longo de toda a peça (“Tu mihi”). Também influenciei a interpretação final. Simplesmente coloquei um barítono capaz de fazer soar „o Dragão infernal” com suficiente ferocidade para encontrar a profundeza necessária à „Voz da Terra.”

O uso de uma voz feminina a solo numa extensa passagem do quarto andamento (”Servili culpae”), associada aos contra-altos do coro, foi uma decisão de carácter puramente pessoal. Achei que a natureza intimativa, à procura da alma e contrita da prece, “Aos pés da Virgem” precisava de uma voz individual, a qual ao apresentar nuances e sendo imprevisível, projectaria de forma mais eloquente, e paradoxalmente, o seu conteúdo emocional universal e traria também cor, contraste e equilíbrio a esta enorme tela presente na obra.

Normalmente, dada a profunda sensibilidade católica presente no extenso poema Mariano, adequado à maioria religiosa da cidade de São Paulo, a interpretação das linhas vocais foi concebida com o cunho da tradição italiana, com a sua paixão e drama.

E, o ouvinte acredita ter viajado muito longe no mundo sonoro de Villa-Lobos, abarcando todos os compassos; os gêneros território do Brasil, culturas multi-raciais e exóticas, através de séculos de estratos históricos e invenção melódica e ilimitada em três línguas; a surpresa do último e inesquecível acorde: extasiante, bombástico e até mesmo vulgar. É como se abandonássemos o misticismo da igreja com a severa harmonia e o fervor religioso e ficássemos com a sensação de nos encontrarmos no meio de uma multidão de brasileiros igualmente fervorosos, orgulhosos, amantes da vida, festejando ardentemente a sua cidade natal, tal como o fariam numa partida de futebol; um final propício para uma obra que tinha começado com uma fanfarra populista, desinibida e bastante rouca.

Aqueles que já estiveram no Brasil poderão atestar a veracidade do retrato musical de Villa-Lobos sobre um povo e uma cultura espirituais, onde a espontaneidade, enormes contrastes e con-tradições coexistem numa tapeçaria única de riqueza e cor.

HEITOR VILLA-LOBOS / Décima Sinfonia, Ameríndia

Heitor Villa-Lobos (1887-1959), brasileiro, foi tão prolífero que ele próprio declarou não saber ao certo quantas músicas compôs. A sua volumosa produção inclui uma dúzia de sinfonias (de entre as quais uma, a Quinta, se perdeu) representando uma impressionante variedade de estilos e aproximações ao conceito de sinfonia. Porém, pode-se indubitavelmente afirmar que nenhuma dessas sinfonias se aproxima da Décima, no que diz respeito à riqueza musical ou à grandiosa beleza de concepção.

Villa-Lobos aprendeu a tocar violoncelo com o pai, conseguindo alcançar posteriormente um peculiar domínio da viola. Contudo, como compositor foi quase inteiramente um autodidacta. Embora, desde muito jovem, a profissão de médico estivesse pensada para ele, preferia passar os dias na vida boémia dos músicos de rua, a desenvolver a agilidade necessária ao improviso nos acompanhamentos à viola para as caprichosas variações da música popular instrumental, mais conhecida por “choros.” Entre os dezoito e os vinte e cinco anos de idade partiu em viagens pelo Brasil com a intenção de estudar os vários tipos do folclore local e anotar as respectivas características típicas. Esta experiência contribuiu de forma decisiva para a maturidade do seu estilo musical. De princípio, a sua música era desprezada no seu próprio país, devido à novidade e ao carácter exótico que consigo transportava. Fez amizades com muitos músicos de renome artístico da época (como é o caso do pianista Artur Rubinstein), que não se tornaram apenas admiradores devotos da sua arte, mas também divulgaram as suas obras em recitais. Ao longo da vida nunca parou de proliferar numa corrente quase ilimitada de novas obras, quase todas elas caracterizadas pela frescura melódica (muitas vezes marcadas pelos estilos populares brasileiros), por uma vitalidade rítmica e uma vigorosa e imaginativa cor instrumental.

As obras mais conhecidas combinam folclore brasileiro com o estilo de contraponto do seu ídole, J. S. Bach, tendo atribuído a essas obras o título genérico de Bachianas Brasileiras. Um dos movimentos mais populares de toda a obra do compositor é um poema de sons em miniatura imitando um comboio que atravessa a floresta e a montanha, tirando dos instrumentos os efeitos de som evocativos.

E praticamente impossível fazer um levantamento da vasta obra de Villa-Lobos; uma boa parte continua sem publicar e está escassamente catalogada. As estimativas do vasto número de composições que escreveu vão desde as setecentas até mais do dobro; embora esta inconsistência seja, em parte, devida ao facto de ele ter feito frequentemente vários arranjos para uma só peça e uma contagem poder considerar tais arranjos como obras individuais. A confusão também se levanta do prazer que ele sentia em mistificar as coisas, em contar histórias sobre si próprio que poderão não ter sido sempre as mais verdadeiras.

Nos seus primeiros anos de compositor no Brasil era considerado como demasiado avançado para o público. Muito embora, nesse período, tenha composto quatro quartetos para cordas e cinco sinfonias (incluindo a que desapareceu) e ainda as deslumbrantes peças nacionalistas para piano, publicadas sob o título Prole do bebê. Estas sugerem a mesma forma da tradição folclórica associada ao modernismo que Stravinski escrevia exactamente na mesma altura, mas do qual Villa-Lobos não tinha o mínimo conhecimento, tendo-se aproximado de Stravinski de forma completamente independente.

O nacionalismo aberto e exótico das composições de Villa-Lobos escritas em Paris atraíram a maior e mais duradoira das atenções, já que a cena musical estava com os olhos postos em Paris, esperando novidades artísticas nas décadas posteriores à Primeira Guerra Mundial. Dois grandes ciclos de obras surgiram nessa altura – os Choros entre 1920 e 1929 e as Bachianas Brasileiras entre 1930 e 1945. Estas obras expressam a música popular das cidades brasileiras e o folclore do mundo rural, agrupados e recriados em peças para concerto de surpreendente variedade. Algumas das peças de cada um desses ciclos são destinadas a ensembles de grandes dimensões (incluindo, por exemplo, coro, banda e orquestra para o Choro N° 14 de 1928 e Bachianas Brasileiras Nos. 2, 3, 7 e 8), enquanto que outras são tão variadas em dimensão e instrumentação quanto se possa imaginar (a popular Bachiana Brasileira N” 5 chama oito violoncelos e voz soprano; a N° 6 para flauta solista e fagote).

Também durante os anos trinta, Villa-Lobos jogava um papel activo e vital no desenvolvimento da educação musical do seu país natal, tendo composto para este fim uma série de música coral e outras obras destinadas às escolas, tal como Kodály na Hungria e outros compositores nos respectivos países natais.

De 1945 até à sua morte, Villa-Lobos passou a dirigir mais o seu interesse para questões de virtuosidade instrumental e compôs cinco concertos para piano, dois concertos para violoncelo e um para harpa, um para viola e um para harmónica. As suas obras para piano tornaram-se mais extensas e conscientemente mais brilhantes (muito embora Rudepoema, escrito para Rubinstein nos anos vinte, já fosse considerado uma das mais difíceis obras criadas para o instrumento). Prosseguiu também ao longo de toda a sua vida e com uma certa regularidade com a composição de quartetos para cordas (no total dezassete e um décimo oitavo que deixou inacabado quando faleceu). Foi também nesta altura, após um intervalo de um quarto de século, que começou novamente a compor sinfonias; tendo composto a sua Sexta em 1944 e continuado até à sua Décima Segunda em 1957.

E como se tudo isto não bastasse, compôs seis peças de ballet, bandas sonoras para filmes, um par de óperas e até mesmo um espectáculo para a Broadway, Magdalena, juntamente com a equipa de Robert Wright e George Forrest, bem conhecidos por converter as melodias de velhos compositores em melodias destinadas a espectáculos para êxitos como Song of Norway (Grieg) e Kismet (Borodin).

As obras deste último período alcançaram na sua totalidade um considerável sucesso popular junto das audiências aquando das respectivas estréias, apesar de à medida que o tempo mudava e que o serialismo de doze tons se estabelecia como a essência do modernismo a meados do século, muitos músicos começassem a sentir que o sucesso de Villa-Lobos surgia da composição simples e de carisma popular e que era considerado um „grito longíquo” das últimas novidades na „música moderna.”

Actualmente, quatro décadas depois da sua morte, as obras que se ouvem com mais frequência, oriundas da pena fluente de Villa-Lobos, são as composições mais nacionalistas dos anos vinte e trinta. Durante muito tempo, as suas composições nos géneros clássicos padrão – em particular os quartetos para cordas e as sinfonias foram ignoradas. Muitas delas nem sequer tinham sido publicadas, o que tornava a decisão dos intérpretes em aceitar interpretar essas peças extremamente difícil.

De todas as peças esquecidas de Villa-Lobos, a Décima Sinfonia foi uma das mais difíceis de dominar. Uma das razões para esta relativa negligência talvez tenha sido o facto de estar planeada para um evento específico em detrimento de outros, já que demasiado limitado em interesse para merecer uma pesquisa mais alargada. O evento em questão foi o 400° aniversário da edificação de São Paulo, Brasil, em 1952; a peça foi concebida de certa forma como uma espécie de lição musical de história. Mas, como com todas as composições escritas para uma ocasião específica, é a música que determina se a peça merece uma atenção mais profunda, e realmente quase não houve oportunidade para julgar a
Décima de Villa-Lobos, através do critério do efeito actual na interpretação. (Hoje em dia não se espera necessariamente ouvir uma composição escrita para, a inauguração do Canal de Suez ou uma peça composta para a reedificação de uma catedral inglesa bombardeada pelos alemães durante a Segunda Guerra Munidal; mas se omitirmos estas composições „ocasionais” do nosso repertório, não teríamos nunca a oportunidade de ouvir hoje Aida de Verdi ou War Requiem de Britten, duas das obras mais refinadas dos séculos dezanove e vinte, respectivamente). Já é bastante invulgar que a estréia da obra não tenha ocorrido em São Paulo, mas sim em Paris, em 4 de Abril de 1957, com o compositor dirigindo a Orquestra da Rádio Nacional Francesa.

Ao criar a Décima Sinfonia (às vezes chamada de Ameríndia, outras vezes denominada por uma frase com uma linguagem mesclada Sumé Pater Patrium), Villa-Lobos compôs uma obra que é mais um oratório do que uma sinfonia tradicional com os respectivos quatro andamentos instrumentais abstractos. Para além da orquestra, chamou também solistas vocais e um coro para interpretar um texto derivado dos escritos deixados pelo Padre José de Anchieta, jesuíta e missionário colonial no Brasil, tendo deixado uma relação da conversão dos nativos ao Cristianismo. Para a finalidade da sinfonia, o texto foi traduzido para várias línguas – Tupi, a língua nativa; Latim a língua dos missionários e Português, a língua dos colonizadores europeus. O objectivo era produzir uma „relação alegórica, histórica e religiosa da cidade de São Paulo.”

Para poder concretizar este plano musical, Villa-Lobos empregou três tipos diferentes de estilos musicais, representando três culturas diferentes: a população nativa, representada por extensas melodias contínuas com muitos intervalos repetidos, no estilo do canto nativo; os portugueses, cuja música apresenta tons bem ambíguos, como representantes de uma agência estranha que obrigava à mudança e à adaptação e a população afro-brasileira com síncopes, hemiólios e ritmos cruzados. E compôs para uma enorme orquestra com três instrumentos de madeira, quatro instrumentos de sopro em metal, um largo corpo de percussão, duas harpas, piano, órgão, bem como uma larga parte para cordas para balançar, não esquecendo as vozes a solo e o coro misto. Todas estas forças dispostas com uma soberba variedade e sensação de cor.

O primeiro movimento, Allegro, é uma espécie de abertura. Talvez não seja ir demasiado longe se se disser que na explosão orquestral da abertura, seguida da vigorosa continuação se ouve uma representação das florestas virgens do Brasil e dos seus habitantes, antes da chegada dos Europeus. É puramente instrumental e dividida em várias partes, principalmente em tempos acelerados. Um dos motivos fundamentais é uma figura consistindo num par de notas vizinhas seguidas por um salto ascendente. O movimento está cheio de acentos de ritmos cruzados, dando-lhe um carácter pictórico e dramático.

Lento é o primeiro tempo marcando o segundo movimento, mas na verdade o tempo modifica-se várias vezes durante o andamento. Pode-se afirmar que a música, pelo menos em parte, pretende ser um lamento pela tranquilidade perdida e pelo isolamento do mundo rural. Um toque de clarins em quintas paralelas introduz uma lamuriante melodia inglesa. A primeira entrada vocal surge de um coro feminino, sem palavras, seguido pelo coro misto cantando melódicamente, sugerindo a população nativa. Finalmente, um contrabaixo a solo representando a „Voz da Terra,” descreve (numa breve frase) a beleza da terra onde a cidade irá ser edificada.

O terceiro movimento, um scherzo festivo, começa com padrões rítmicos de três-contra-dois, já que 9/8 e 3/4 de tempos surgem simultaneamente. Quando a subst,ncia da abertura é novamente repetida, o coro participa (tal como o solista num concerto clássico com uma disposição de “apresentação dupla”). As vozes masculinas soam em forma de cântico enquanto que a “Voz da Terra” e um outro solista masculino, „0 Ameríndio,” se juntam ao coro sem palavras.

Os dois últimos andamentos têm um carácter coral mais acentuado, mais ao modo de “oratório” do que de “sinfonia.” No Lento dos quatro movimentos, novamente o texto, adaptado de Anchieta, é apresentado em partes de dimensões variadas, culminando com uma fusão de passado e de futuro. O “Ameríndio” intercala as suas perguntas com as palavras do coro, possivelmente como o papel do Evangelista num dos passos da Paixão do compositor mais admirado e favorito de Villa-Lobos, J. S. Bach. Uma voz falando à distância (representando Anchieta, o papel do tenor) anuncia a chegada dos portugueses, trazendo consigo o Cristianismo. O coro canta em Latim excertos de um poema Mariano de Anchieta (o poema inteiro tem mais de 5000 linhas!), disposto num estilo de oratório inteiramente tradicional, com coro, cântico e solistas, numa concepção elaborada por partes, seguindo as sensações mutáveis do texto. (Uma passagem destinada a todos os „contra-altos” do coro, assim determinado por Villa-Lobos, é cantada aqui por um solista, uma vez que a linha melódica e o acompanhamento orquestral se encontram ambos entre as passagens mais suaves da sinfonia inteira e expressos numa intensa poesia pessoal.) Seguindo este suave interlúdio, o solo do barítono luta contra o Dragão Infernal (neste poema típico da Contra-Reforma torna-se claro que o “dragão” é “Calvino, portador da morte” e as forças do Protestantismo); faz a sua interpretação numa música obscuramente dramática para terminar o quarto movimento.

O movimento final, Poco Allegro, abre com um espírito muito mais cintilante e luminoso, a entrada orquestral preparando-se para o doce entusiamo lírico do coro para a história de Natal. Sinos e instrumentos de sopro vão colorindo a textura à medida que a poesia se vai desdobrando. Partes mais calmas anunciam a figura de Jesus (Adagio) e invocam a vinda do Espirito Santo (Moderato). Uma marcha lenta para celebrar a divina glória e a sinfonia vai-se intensificando para um fecho glorioso com Aleluias e uma declamação coral do original e moderno nome da cidade de São Paulo de Ipiratininga.

Esta extraordinária peça é única na obra de Villa-Lobos. Reflecte a história do seu país nativo, projectando-lhe uma música de grande cor e variedade com uma orquestra chamando uma parte de percussão bem mais extensa. Os ouvintes que esperam que uma sinfonia seja uma sinfonia talvez fiquem atónitos, mas aqueles que estiverem dispostos a aceitar a peça por aquilo que ela verdadeiramente representa e não por aquilo que um rótulo pretende impor, encontrá-la-ão plena de vigorosas ideias musicais.

1. Chôros Nº 12 para orquestra
Orchestre Philarmonique de Liège
Pierre Bartholomée

Symphony No. 10 – Ameríndia – Sume Pater Patrium (em cinco movimentos, sobre poemas de José de Anchieta, escrita para o quarto centenário da cidade de São Paulo)
Oratorio in Five Parts
2. Allegro (A Terra e suas Criaturas)
3. Lento (Lamento da Guerra)
4. Scherzo: Allegreto Scherzando
5. Lento (De Beata Virgine dei Mater Maria)
6. Poco Allegro (Gloria aos Céus e Paz na Terra)
Carla Wood, mezzo-soprano
Carlo Scibelli, tenor
Nmon Ford-Livene, baixo-barítono
Santa Barbara Symphony Orchestra and Choir
Gisele Ben-Dor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Música para Piano II

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Não apenas Bartók escreveu belos arranjos para canções populares. Esta postura era uma das qualidades dos nacionalistas do início do século XX e Villa estava totalmente inserido no movimento. A mim causa emoção de ouvir estas canções simples, mas também um certo pasmo por não reconhecer a maioria delas. Sonia Rubinsky dá novamente um banho de competência e fico feliz por saber que toda a série estará a cargo da bela campineira. Como diz no livrinho do CD, é engraçado que os europeus considerem um compositor tão profundamente brasileiro como influenciado por Stravinski (???). Algumas certezas dos outros é melhor ignorar…

Heitor VILLA-LOBOS: Piano Music, Vol. 2 (A Prole do Bebe, No. 2 / Cirandinhas)

1 A Lenda do Caboclo 00:03:30
2 Ondulando 00:03:57
3 Valsa da Dor 00:05:02

A Prole do Bebe, No. 2 (The Baby’s Family, No. 2)
4 A Baratinha de papel 00:02:20
5 O Gatinho de papelao 00:03:09
6 O Camundongo de massa 00:03:29
7 O Cachorrinho de borracha 00:03:13
8 O Cavalinho de pau 00:02:55
9 O Boisinho de chumbo 00:05:07
10 O Passarinho de panno 00:03:33
11 O Ursozinho de algodao 00:03:12
12 O Lobosinho de vidro 00:05:18

Cirandinhas (Little Round Songs)
13 Zangou – se o Cravo com a Rosa 00:01:24
14 Adeus, Bela Morena 00:01:32
15 Vamos, maninha 00:01:33
16 Olha aquela menina 00:01:35
17 Senhora pastora 00:01:35
18 Cae, cae, balao 00:01:42
19 Todo o mundo passa 00:01:08
20 Vamos ver a mulatinha 00:01:41
21 Carneirinho, carneirao 00:02:12
22 A canoa virou 00:01:33
23 Nesta rua tem um bosque 00:02:33
24 Lindos olhos que ela tem 00:03:38

Sonia Rubinsky, piano

Total Playing Time: 01:07:57

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Sinfonia Nº 6 e Rudá

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Mais uma bela gravação de Villa-Lobos que a Naxos-Marco Polo edita. Se já conhecia a Sinfonia Nº 6, desconhecia o divertido balé “Rudá”, uma encomenda do Scala de Milão. Não é muito claro para mim o motivo da hostilidade que as sinfonias de Villa-Lobos sempre sofreram por parte dos críticos. Não são obras que fiquem abaixo das Bachianas ou dos Choros orquestrais. Villa dedicou-se muito ao gênero, tanto que escreveu 12 sinfonias. Já o balé Rudá inclui surpresas como solos de órgão e danças que estão a um passo do jazz.

Symphony No. 6 “Sobre a linha das montanhas do Brasil” (rev. R. Duarte)
01 Allegro non troppo 00:05:50
02 Lento 00:08:33
03 Allegretto 00:04:34
04 Allegro 00:06:06

Ruda “Dio d’amore” (rev. R. Duarte)
05 Os Maias 00:08:52
06 Os Aztecas 00:09:30
07 Os Incas 00:03:59
08 Os Marajoaras 00:10:46
09 La vittoria dell’amore nel tropico 00:06:47
10 Epílogo 00:04:18

Slovak Radio Symphony Orchestra
Roberto Duarte, Conductor

Total Playing Time: 01:09:15

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Música para Piano I

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Nem que a vaca tussa chegarei ao final desta nova série antes de minhas pequenas férias. Mas comecemos as sinfonias, quartetos e obras para piano deste compositor ultra-baixado em nosso blog. Apesar dos grandes sucessos românticos publicados pelo mano FDP, Villa permanece imbatível como nosso campeão de audiência. Eu gosto muito deste CD de cirandas infantis e de uma inusitada homenagem à Chopin – compositor ironizado numa das falas gravadas por Villa que publicamos aqui, lembram? A pianista brasileira – nascida em Campinas – Sonia Rubinsky não é apenas bonita como competentíssima. O CD desta candidata ao Grammy de 1999, justamente com a série de Villa-Lobos que ora postamos, é de entusiasmar.

VILLA-LOBOS: Piano Music, Vol. 1 (A Prole do Bebê, No. 1 / Cirandas)

A Prole do Bebê, No. 1 (The Baby’s Family, No. 1)
01 Branquinha (A boneca de louça) 00:02:24
02 Morenhina (A boneca de massa) 00:01:43
03 Caboclinha (A boneca de barro) 00:02:46
04 Mulatinha (A boneca de borracha) 00:01:36
05 Negrinha (A boneca de pau) 00:01:19
06 A pobrezinha (A boneca de trapo) 00:02:21
07 O polichinelo 00:00:52
08 A bruxa (A boneca de pano) 00:02:26

Cirandas
09 Terezinha de Jesus 00:02:11
10 A Condessa 00:02:52
11 Senhora Dona Sancha 00:01:30
12 O cravo brigou com a rosa 00:01:59
13 Pobre cega 00:01:35
14 Passa, passa gaviao 00:01:30
15 Xô, xô, passarinho 00:03:22
16 Vamos atras de Serra, Calunga 00:03:21
17 Fui no tororó 00:02:34
18 O pintor de Cannahy 00:02:27
19 Nesta rua, nesta rua 00:03:00
20 Olha o passarinho, Domine 00:02:23
21 A procura de uma agulha 00:03:43
22 A canoa virou 00:02:49
23 Que lindos olhos! 00:04:23
24 Có, có, có 00:02:14

Hommage a Chopin
25 Noturno 00:02:31
26 A la balada 00:05:13

Sonia Rubinsky, piano

Total Playing Time: 01:05:04

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Heitor Villa-Lobos (1887-1957) – Chôros, o Adendo: o Chôros Nº 12!

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Não há nada como nossos leitores-ouvintes. Abaixo, um comentário recebido ontem à noite. É de Henrique Bente (Hique):

Olá.

Mais uma pequena colaboração para o projeto “Chôros Completos do Villa”: o Chôros no. 12, para orquestra. Tinha somente o MP3, que achei depois de vasculhar teimosamente minhas bagunças, mas perdi sua ficha técnica. Até onde me lembro, a interpretação é da Orchestre Philarmonique de Liège. O regente, provavelmente, é Pierre Bartholomée – mas aqui o Google me ajudou, hehe!

Espero que aproveitem!

BAIXEM AQUI – DOWNLOAD HERE

Pequena colaboração? Que modéstia, Hique! A partir de agora, aguardamos as partituras extraviadas. Não duvido de nada.

:¬)))

Muito obrigado.

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Os Chôros Completos (CD 4 de 4)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Montei um arquivo com os Choros restantes e mais algumas gravações. Tendo recebido do Hique (muito obrigado!) os dois Choros-Bis e uma deliciosa explicação do próprio Villa em francês sobre o que são seus choros (Faixa 1 – Qu´est-ce qu´un Chôros), aproveitei para incluir algumas outras falas de Villa – estas em português – que estão num CD da falecida edição brasileira da revista Diapason junto com outras pequenas obras esparsas, também retiradas do CD da revista. Só há um problema, perdi a revista e não sei quem toca as peças… Alguém poderia me auxilliar?

01 Qu´est-ce qu´un Chôros
02 2 Chôros-bis – no.1
02 2 Chôros-bis – no.2
04 Fala Villa 1
05 Chôros Nº2
06 Fala Villa 2
07 Kankikis
08 Fala Villa 3
09 Idílio na Rede
10 Valsa Concerto Nº2
11 A Canoa Virou (Cirandas)
12 Nesta rua, nesta rua (Cirandas)
13 O Polichinelo (Prole do Bebê nº1)
14 Branquinha (Prole do Bebê nº1)

2 e 3: Henri Bronschwak (violino) e Jacques Neilz (violoncelo)
1, 4, 6 e 8: Voz de Villa-Lobos
5, 7 e 9 a 14: perdi a Diapason! Alguém me ajuda?

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Os Chôros Completos (CD 3 de 4)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Aqui está o imenso Chôros Nº 11. Não sou muito apaixonado por ele, mas, por favor, levem em conta o fato de que o ouvi pouco. Achei-o por umas duas vezes grandiloqüente em excesso e então ele foi para aquela pilha de “obras a conhecer melhor”, aquela que a gente raramente mexe…

Passei o dia de hoje procurando meus concertos para piano de Mozart com o Brendel. Sumiram! Fico irritadíssimo porque sou daqueles que empresta – até faço questão de emprestar e critico quem não o faz – discos e livros. Estou puto!

Coloco para vocês um texto que encontrei no site da Amazon e que me pareceu bem interessante pela visão que nos dá dos “Chôros”. É escrito por um brasileiro que não se identificou.

The “Choros” is one of the most renowned series of works by Heitor Villa Lobos. These 12 works were conceived during the most advanced period of the composer: from 1920 to 1929.The Choros are strongly influenced by Debussy, Ravel and specially by Stravinsky. But despite these influences we can feel that these compositions are the result of a very personal genius. Influenced by the neo-classical music his next series of compositions, the Bachianas Brasileiras, are much more conventional than these experimental works. I really believe that among these 12 works we can find the most extraordinary works of this outstanding musician. As a Brazilian I can really say without hesitation that I’m proud of works like that . And I’m very happy that after decades we have a new recording of the so called ” Chamber Choros” ( “Chôros de Camera” as we say here in Brazil). I must say some words about the old recording that was done in the seventies in Rio de Janeiro with some of the most important musicians of the former Brazilian capital like Paulo Moura, Noel Devos, Jose Botelho and Murilo Santos. This recording appeared in CD by Chant du Monde , but has been absent from catalog for a long time . Now we have the opportunity to listen for this fantastic compositions in less idiomatic readings, but in a fantastic sound quality and with really excellent instrumentalists .
What is a “Choros”? “Choros” is a kind of improvisation , normally played at night. This is part of a urban folklore ,more specifically of the city of Rio de Janeiro, that was a very sophisticated cultural center at the beginning of the century, and has to do with a high quality of some musicians that used to play complicated operas at the Opera Theater , and just for fun , at the end of the night, in a pleasant place , they used to play together some improvisations. This is clearly the mood of works like the Choros 2, 3 , 4 and 7. Choros No 1 is a popular Choros, less sophisticated than the others. Choros No 5 is one nostalgic and impressionist piano music and the wonderful Choros No 6 is a Symphonic Phantasy about Brazilian themes. It is pure tropical , “carioca” ( that means- from Rio de Janeiro), authentic .
The musical result of this CD is so interesting that I’m very anxious to listen to a Volume 2 ,with the other 5 Choros. Performances like these rend justice to these wonderful compositions . The classical catalogue can’t be deprived of this works. They are fundamental to place Villa Lobos among the most important musicians of the Twentieth Century.

Chôros No. 11 For Piano And Orchestra
1. 1ª Parte
2. 2ª Parte
3. 3ª Parte

Aline Van Barentzen, piano
Orchestre National De La Radiodiffusion Française
Heitor Villa-Lobos, regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Os Chôros Completos (CD 2 de 4)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Então tá. Já que o choro é grande, aqui vai mais um lote deles. O segundo lote não tem nada do aspecto camarístico do primeiro.

O de número dez é o mais aclamado de todos, ao lado do popular Nº 1. Escrito para coro e orquestra, culmina num grande “samba-enredo sinfônico”, contrapondo a melodia da canção Rasga o Coração, de Anacleto de Medeiros (gravada na época por Vicente Celestino) a um acompanhamento coral bem ritmado de onomatopéias supostamente indígenas – mas inventadas por Villa-Lobos – e a uma bateria marcada por ganzá, tamborim, reco-reco e cuíca.

Notem que o “CD” apresentado é uma produção by PQP Bach, pois mistura o CD da Naxos, regido por Kenneth Schermerhorn e a caixa Villa-Lobos Par Lui-Même, com regência do próprio Villa. Tudo para servir e agradar nossa seleta clientela.

Hoje não vou escrever muito. Até mesmo parte do curto texto acima foi tirado do Folha On Line. Mas não me peçam o endereço! Sei lá! Motivo: pressa.

Heitor Villa-Lobos: Chôros de 8 a 10

1. Chôros No.8 For Large Orchestra And Two Pianos
2. Chôros No.9 For Orchestra
Hong Kong Philharmonic Orchestra
Kenneth Schermerhorn

3. Chôros No. 10 “Rasga O Coração” For Chorus And Orchestra
Chorale Des Jeunesses Musicales De France
Orchestre National De La Radiodiffusion Française
Heitor Villa-Lobos

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE