Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 1 in C minor, Op. 68 (CD1 de 3)

Estiver a olhar as postagens das sinfonias de Brahms aqui do blog e pude constatar que não existe nenhuma integral com as referidas obras. Temos todas as sinfonias do compositor alemão com postagens avulsas – Bernstein, Kleiber, Jochum e outros (se não estou equivocado). Após ouvir as sinfonias de Johannes regidas por Rattle, achei oportuno postá-las.  Brahms é um dos meus compositores favoritos, sem qualquer titubeio. Tenho 6 compositores que não abro mão deles – Beethoven, Mozart, Bach, Mahler, Shostakovich e o meu querido Brahms. Brahms é um mundo de horizontes e cores. Suas obras são cordas grossas que se amarram no torno do ser da alma da gente. E como gosto de de suas Sinfonias. As quatro são verdadeiras enciclopédias de arte e beleza. Elas possuem suas particularidades. Mas a que mais gosto é de número 1. Enquanto digito estas palavras, estou a ouvi-la (terceiro movimento). Já estou ouvindo pela terceira vez no dia de hoje. Esta versão com Rattle é  convincente. Ainda não conhecia. Devo ter para mais de 20 versões dessa sinfonia no. 1 e não me canso de ouvi-la e admirá-la. Resolvir iniciar hoje essa integral com as Sinfonias de Brahms, conduzidas por Simon Rattle, por causa do outono que sempre me inspira. É a melhor das estações. A mais poética das estações. E como acho que poesia e Brahms são sinônimos, acredito que essa integral das sinfonias de Brahms vem em boa hora. Havia separado duas outras integrais. Uma com Celibidache e outra com o Abbado, mas essa com o Rattle é especial, por isso vai ela mesma. Uma boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897)Sinfonia No. 1 in C minor, Op. 68

01. Un poco sostenuto-allegro-meno allegro
02. Andante sostenuto
03. Un poco allegretto e grazioso
04. Finale

Berliner Philharmoniker
Simon Rattle, regente

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Carlinus

Pyotr Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893) – Serenade for Strings in C major Op. 48, Nutcracker Ballet Suite, Op. 71a, selection, Francesca da Rimini, symphonic fantasy after Dante, Op. 32, Symphony No. 5 in E minor, Op. 64, Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet e Capricio Italien, Op. 45 (CDs 1 e 2 de 10)

Após a última postagem do PQP eu fiquei meio aturdido. Fiquei a pensar se postava esse box com 10 CDs trazendo obras regidas por Mravinsky. Como acredito que Mravinsky foi o maior regente do século XX, vai  aqui uma postagem mais que passional. Como esta é a primeira postagem, seguem alguns dados biográficos extraídos da wikipédia.

Yevgeny Aleksandrovich Mravinsky (ou Evgeny) (em russo: Евгений Александрович Мравинский, Evgenij Aleksandrovič Mravinskij, 4 de Junho de 1903 – 19 de Janeiro de 1988) foi um regente russo, considerado um dos grandes regentes do século XX. Yevgeny Mravinsky nasceu em São Petersburgo. Seu pai faleceu em 1918 e, no mesmo ano, ele começou a trabalhar como estagiário no Teatro Mariinsky. Antes de entrar no Conservatório de Leningrado, ele estudou biologia na universidade em Leningrado. Sua primeira regência em público aconteceu em 1929. Mravinsky tinha inicialmente um repertório de músicas para balé, conduzindo o Balé Kirov (Teatro Maryinsky) e o Ópera Bolshoi (em Moscou). Em setembro de 1938, venceu a Competição dos Condutores da União em Moscou; em outubro do mesmo ano, Mravinsky tornou-se o regente diretor da Leningrad Philharmonic Orchestra, cargo que ocuparia até 1988.  Essa parceira de 50 anos entre Mravinsky e a Leningrad PO só é superado por Willem Mengelberg com a Concertgebouw Orchestra, Ernest Ansermet com a Orchestre de la Suisse Romande e Eugene Ormandy com a Philadelphia Orchestra. Sob comando de Mravinsky, a Leningrad PO ganhou reputação internacional, particularmente com a música russa como as de Tchaikovsky e Shostakovich. Durante a Segunda Guerra Mundial, Mravinsky e a orquestra foram evacuados para a Sibéria. Entre as interpretações lendárias de Mravinsky estão seis sinfonias de Dmitri Shostakovich: a Sinfonia n.º 5, Sinfonia n.º 6, Sinfonia n.º 8, Sinfonia n.º 9, Sinfonia n.º 10 e Sinfonia n.º 12. Mravinsky fez gravações de estúdio, entre o período de 1938 a 1961. Suas gravações após 1961 foram feitas em concertos ao vivo. A sua última gravação aconteceu em abril de 1984, interpretando a Sinfonia n.º 12 de Dmitri Shostakovich. A-PRO-VEI-TE!

Disco 1

Pyotr Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893) – Serenade for Strings in C major Op. 48, Nutcracker Ballet Suite, Op. 71a, selection, Francesca da Rimini, symphonic fantasy after Dante, Op. 32, Symphony No. 5 in E minor, Op. 64, Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet e Capricio Italien, Op. 45

Serenade for Strings in C major Op. 48
01. Pezzo in forma di SOnatina
02. Walzer
03. Elegia
04. Finale

Nutcracker Ballet Suite, Op. 71a, selection
05. Dance of the Mirlitons
06. Chinese Dance
07. Arabian Dance

Francesca da Rimini, symphonic fantasy after Dante, Op. 32
08. Francesca da Rimini

Disco 2

Symphony No. 5 in E minor, Op. 64
01. Andante-allegro con anima
02. Andante cantabile, con alcuna licenza
03. Valse, allegro moderato
04. Finale, andante maestoso-allegro vivace-molto vivace-moderato assai

Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet
06. Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet

Capricio Italien, Op. 45
07. Capricio Italiano

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

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Carlinus

Richard Wagner (1813-1883) – Orchestral Favourites

Este post é para atender pedidos de alguns wagnerianos chorosos que me interpelaram outro dia.  Embora  não sucumbamos com tanta facilidade a preces, os wagnerianos acabaram tendo o pedido realizado. Afirmo de início: não gosto de Wagner. Isso mesmo! Não gosto do compositor alemão. Devo apresentar as minhas razões: Wagner me cansa. O aspecto “grandioso”, “pomposo”, de sua música me enche de  impaciência. Sua música é tão “densa” e “eloquente”, que nos mata por asfixia. Emprego aqui uma paráfrase de Brahms, quando se referia a Burckner, um wagneriano pleno. Johannes costumava dizer que “as sinfonias de Bruckner eram grandes serpentes”. O mesmo se pode dizer das obras do mestre de Bruckner. Ou seja, aproximam-se de nós e, após ter nos dominado, vai nos apertando, nos comprimindo, espremendo, até que não resistamos – embora eu goste das sinfonias de Bruckner. Encho-me de azia existencial todas as vezes que escuto Wagner. Mas respeito a importância do alemão. Não quero apenas detratá-lo. Sua contribuição para a música é positiva – Bruckner, Mahler, Richard Strauss (corrijam-me se estiver errado). Como para ouvir Wagner é necessário um bom regente, escolhi Solti. Boa apreciação!

Richard Wagner (1813-1883) – Orchestral Favourites

Disco 1

01. Rienzi – Overture
02. Der fliegende Hollander – Overture
03. Tristan und Isolde – Prelude, Act I
04. Tannhauser – Overture
05. Tannhauser – Bacchanale

Disco 2

1. Lohengrin – Prelude to Act I
2. Siegfried Idyll
3. Die Meistersinger von Nürnberg – Act 1 – Prelude & Hymn
4. Parsifal – Prelude
5. Götterdämmerung / Dritter Aufzug – Siegfried’s Funeral March

Wiener Philharmoniker
Sir Georg Solti, regente

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Carlinus

Frédéric Chopin (1810-1849) – Estudos (CD 5 de 13)

Apesar do tempo que já faz desde que postei o último CD de Chopin, eu não esqueci do que havia iniciado. Surgem agora os maravilhosos Estudos do compositor. Boa apreciação!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Estudos

01 – 12 Etudes, Op.10 No.1 in C
02 – 12 Etudes, Op.10 No.2 in A minor (Chromatique)
03 – 12 Etudes, Op.10 No.3 in E (Tristesse)
04 – 12 Etudes, Op.10 No.4 in C sharp minor
05 – 12 Etudes, Op.10 No.5 in G flat (Black Keys)
06 – 12 Etudes, Op.10 No.6 in E flat minor
07 – 12 Etudes, Op.10 No.7 in C
08 – 12 Etudes, Op.10 No.8 in F
09 – 12 Etudes, Op.10 No.9 in F minor
10 – 12 Etudes, Op.10 No.10 in A flat
11 – 12 Etudes, Op.10 No.11 in E flat
12 – 12 Etudes, Op.10 No.12 in C minor (Revolutionary)
13 – 12 Etudes, Op.25 No.1 in A flat (Harp Study)
14 – 12 Etudes, Op.25 No.2 in F minor
15 – 12 Etudes, Op.25 No.3 in F
16 – 12 Etudes, Op.25 No.4 in A minor
17 – 12 Etudes, Op.25 No.5 in E minor
18 – 12 Etudes, Op.25 No.6 in G sharp minor
19 – 12 Etudes, Op.25 No.7 in C sharp minor
20 – 12 Etudes, Op.25 No.8 in D flat
21 – 12 Etudes, Op.25 No.9 in G flat (Butterfly Wings)
22 – 12 Etudes, Op.25 No.10 in B minor
23 – 12 Etudes, Op.25 No.11 in A minor (Winter Wind)
24 – 12 Etudes, Op.25 No.12 in C minor

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Elisabeth Chojnacka – Energy

Bem, se você conhece obras contemporâneas para cravo, saiba que é muito provável que elas tenham por trás o dedo, digo, os dedos da virtuosa polonesa residente na França Elisabeth Chojnacka (pronuncia-se Roinatsca), que inexplicavelmente ainda não tinha aparecido aqui no blog.

O presente CD é um dentre vários que mostram as possibilidades que a instrumentista abriu através do estímulo a compositores contemporâneos do mundo inteiro. Seja fazendo o cravo dialogar com instrumentos “étnicos”, seja com meios acusmáticos, seja com as manifestações de vanguarda, ouvir Chojnacka sempre é uma instigante aventura. E caso não se goste de alguma dessas aventuras, pode-se embarcar em outra e se maravilhar com a nova tentativa. Taí uma instrumentista que verdadeiramente passa longe do previsível.

***

Elisabeth Chojnacka – Energy

1. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 1
2. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 2
3. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 3
4. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 4
5. Càbala del caballo, for harpsichord & flamenco guitar
6. Tango fusion (new version) for harpsichord & bandonéon
7. Espressivo, for harpsichord & tape
8. Music of dreams, for harpsichord, chang & tape
9. Shingalana, for harpsichord & tape
10. Mirage, for shô & harpsichord
11. Phrygian Tucket, for harpsichord & tape

(Para informações sobre os intérpretes, clique no link da Amazon)

BAIXE AQUI – PARTE 1
BAIXE AQUI – PARTE 2

CVL

Brazilian Landscapes

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Este post aqui deve-se por completo à Maria Cristina Câmara, fã de Amaral Vieira e que preparou todo o conteúdo da pasta zipada que vocês agora podem baixar (eu tenho o disco, mas não tenho tempo de dedicar tanto esmero à preparação dos arquivos). Trata-se de uma das melhores gravações de música de câmara brasileira realizada nas últimas décadas no exterior – e por isso uma chance sem igual de ouvir o brilhante Quinteto Fronteiras, de Amaral Vieira, bem como os trios do Villa e de Guarnieri.

***

Brazilian Landscapes

Villa-Lobos (1887-1959)

1 – Trio para violino, viola e violoncelo – Allegro
2 – Trio para violino, viola e violoncelo – Andante
3 – Trio para violino, viola e violoncelo – Scherzo: Vivace
4 – Trio para violino, viola e violoncelo – Allegro preciso e agitado

Camargo Guarnieri (1907-1993)

5. Trio para violino, viola e violoncelo – Enérgico e ritmado
6 – Trio para violino, viola e violoncelo – Sorumbático
7 – Trio para violino, viola e violoncelo – Com alegria

Amaral Vieira (1952)

8 – Quinteto para piano e cordas opus 297 “Fronteiras” – Molto lento, espressivo
9 – Quinteto para piano e cordas opus 297 “Fronteiras” – Molto lento
10 – Quinteto para piano e cordas opus 297 “Fronteiras” – Allegro festivo

ENSEMBLE CAPRICCIO:
Chouhei Min, violino – Korei Konkol, viola – Mina Fisher, violoncelo

Artistas convidados:
Max Barros, piano – William Schrickel, contrabaixo

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CVL

[Restaurado] Johannes Brahms (1833 – 1897) – Variações sobre um tema de Joseph Haydn, Op. 56b – Versão para dois pianos, Sergei Rachmaninov (1873-1943) – Danças Sinfônicas, Op. 45 – Versão para dois pianos, Franz Schubert (1797-1828) – Rondo em A maior, D. 951 – Grande Rondeau – Para piano a quatro mãos e Maurice Ravel (1875-1937) – La Valse – Versão para dois pianos

Um CD de rara e delicada beleza. A parceria Nelson Freire – Martha Argerich já é conhecida pelos frutos que têm produzido. Neste registro suave, excelente, extraordinário para aqueles momentos em que a alma quer sossegar e o corpo pede bolachas com chá, este CD torna-se pertinente.  O fato é que após tê-lo ouvido ontem, no final da tarde, próximo do ocaso, percebi que a noite surgiu diferente. Não deixe de ouvir e apreciar a seleção e a transcrição feita para o piano de peças de Brahms, Rachmaninov, Schubert e Ravel por dois músicos que alcançaram a plenitude naquilo que fazem. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833 – 1897) –
Variações sobre um tema de Joseph Haydn, Op. 56b – Versão para dois pianos

01. Chorale St. Antoni. Andante
02. Var I. Antoni Andante
03. Var II. Vivace
04. Var III. Con moto
05. Var IV. Andante
06. Var V. Poco presto
07. Var VI. Vivace
08. Var VII. Grazioso
09. Var VIII. Poco presto
10. Finale. Andante

Sergei Rachmaninov (1873-1943) –
Danças Sinfônicas, Op. 45 – Versão para dois pianos

11. I Non Allegro
12. II Andante con moto
13. III Lento assai – Allegro vivace

Franz Schubert (1797-1828) –
Rondo em A maior, D. 951 – Grande Rondeau – Para piano a quatro mãos

14. Rondo in A major D 951 ‘Grand Rondeau’

Maurice Ravel (1875-1937) –
La Valse – Versão para dois pianos

15. La Valse

* Gravado ao vivo no Salzburg Festival

Martha Argerich, piano
Nelson Freire, piano

BAIXAR AQUI – DOWNLOAD HERE

Carlinus

[restaurado por Vassily em 5/6/2021, em homenagem aos oitenta anos da Rainha!]

André Campra (1660-1744) e François Couperin (1668-1733) por Les Arts Florissants

Nunca mais houve uma postagem de obras do barroco francês, então lá vai um belo CD duplo. Particularmente, prefiro outra versão do Réquiem de Campra, lançada pela Naxos, que é muito mais fervorosa, mas os intérpretes aqui não fazem feio – trata-se de um dos grupos mais conceituados de música barroca francesa.

Já disse isso uma vez, mas repito: não compreendo como a indústria fonográfica internacional joga confetes nos representantes-mor do barroco alemão, italiano e inglês (Bach, Vivaldi e Haendel) e negligencia o barroco francês (quem de vocês cita Lully, Rameau ou Charpentier de bate pronto como os famosos citados dos países vizinhos*?). Acho isso uma distorção histórica que espero que seja corrigida ao longo do tempo.

* Só falta alguém escrever dizendo que a Inglaterra é separada da França pelo Canal da Mancha.

***

Campra – Grands Motets / Les Arts Florissants, Christie

1. Notus in Judea Deus (1729): Notus in Judea Deus (Recit de basse-taille)
2. Notus in Judea Deus (1729): Ibi confregit (Choeur)
3. Notus in Judea Deus (1729): Illuminans tu mirabiliter (Choeur)
4. Notus in Judea Deus (1729): Dormierunt somnum suum ( Recit de dessus)
5. Notus in Judea Deus (1729): Ab increpatione ( Recit de basse-taille & duo de basses-taille)
6. Notus in Judea Deus (1729): De coelo auditum (Choeur)
7. Notus in Judea Deus (1729): Cum exurgeret (Recit de haute-contre)
8. Notus in Judea Deus (1729): Vovete et reddite (Recit de taille)
9. Notus in Judea Deus (1729): Terribili et ei qui aufert (Choeur)
10. De profundis: Symphonie
11. De profundis: De profundis clamavi (Recit de basse-taille)
12. De profundis: Si iniquitates (Recit de haute-contre)
13. De profundis: Quia apus te (Choeur)
14. De profundis: A custodia (Recit de dessus)
15. De profundis: Qui apus te (Trio haute-contre/taille/basse-taille)
16. De profundis: Et ipse rediment (Dialogue haute-contre/taille/basse-taille)
17. De profundis: Requiem (Choeur)
18. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Exaudiat te Dominus (Recit de taille)
19. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Mittat tibi auxilium ( Choeur)
20. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Memor sit omnis sacrificii tui (Dialogue haute-conte/basse-taille)
21. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Lµtabimur in salutari tuo (Choeur & basse-taille)
22. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Impleat Dominus (Duo haute-contre/taille)
23. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Hii in curribus (Duo de basses-tailles)
24. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Ipsi obligate sunt (Choeur)
25. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Domine salvum fac Regem (Trio haute-contre/taille/basse-taille)
26. Exaudiat te Dominus (psaume 19): Et exaudi nos (Choeur)
27. Requiem: Requiem (Choeur)

William Christie (Conductor), Les Arts Florissants (Orchestra), Jael Azzaretti (Performer), Paul Agnew (Performer), Arnaud Marzorati (Performer), Nicolas Rivenq (Performer), Andrew Foster-Williams (Performer), Marie-Ange Petit Hanna Bayodi (Performer), Anne-Marie Lasla Bertrand Cuiller (Performer)

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Salve Regina by Campra . Couprin (Petits motets) / Agnew, Lasla, Les Arts Florissants, Christie

(Disc 2)

1. Salve Regina
2. Audite omnes et expanescite
3. Respice in me
4. Salve Regina
5. Usquequo Domine
6. Insere Domine
7. Quid retribuam tibi Domine
8. Quemadmodum desiderat cervus
9. Florente prata

William Christie (Conductor), Les Arts Florissants (Orchestra), Ruth Unger (Orchestra), Paul Agnew (Performer), Anne-Marie Lasla (Performer), Catherine Girard (Performer), Maia Silberstein (Performer), Charles Zebley (Performer)

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CVL

PS.: Não estranhem os dois links da Amazon: constatei que o CD duplo que comprei é uma reedição daqueles álbuns lançados isoladamente antes.

Anima – Espelho

Aproveitando o recente lançamento de Donzela Guerreira, posto aqui o CD anterior do aclamado e competentíssimo grupo Anima, Espelho. Pra quem gosta de música antiga é nota dez, mas é preciso se acostumar com um diapasão (afinação) diferente do habitual hoje em dia. Leia mais sobre a discografia do Anima aqui.

***

Anima – Espelho

1. Santidade – Mundado
2. Bendito
3. Stella Splendens In Monte
4. Dos Estrellas Le Siguen
5. A Chantar
6. Caleidoscópio
7. Engenho novo
8. Jongo
9. Sereia
10. Beira mar
11. Lamento
12. Casinha Pequenina
13. Chominciamento Di Gioia – Aboio
14. Rosa das Rosas
15. Rorate Caeli Desuper
16. Na Hora das Horas
17. Viva Janeiro
18. Beira mar

Ricardo Matsuda – Viola Caipira, Viola de Cabaça
Dalga Larrondo – Percussão
Luiz Fiaminghi – Rabeca
Patrícia Gatti – Cravo
Isa Taube – Voz

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(Só mais essa vez: junte ambas as partes com o programa HJSplit – opção Join)

CVL

Camille Saint-Säens (1841-1904) – Piano Concertos 1 – 5

Salomão diz no livro de Eclesiastes que há dias para tudo debaixo do céu: Dia para estar alegre e dia para estar triste; dia para chover e dia para fazer sol; dia para se aproximar e dia para se afastar; e assim por diante. Hoje, diferente de outros dias, estou numa morbidez de amargar. Trata-se de uma langor, uma letargia, uma moleza que me priva de interesses. Passei por aqui apenas para postar esse CD muito bom com os cinco concertos para piano e orquestra de Camille Saint-Säens. Apesar de ter motivos para fazer uma arrazoado considerável desses concertos “enxutos”, tecnicamente impecáveis, no que tange à estrutura, deixarei de fazê-lo. Não deixe de ouvir as peças desse francês lisztiano. Uma boa apreciação!

Camille Saint-Säens (1841-1904) – Piano Concertos 1 – 5

CD1

Piano Concerto No.1 in D, Op.17
01. Andante – Allegro assai
02. Andante sostenuto quasi adagio
03. Allegro con fuoco

Piano Concerto No.2 in G minor, Op.22
04. Andante sostenuto
05. Allegro scherzando
06. Presto

Piano Concerto No.3 in E flat major, Op.29
07. Moderato assai – piu mosso (Allegro maestoso)

CD2

Piano Concerto No.3 in E flat major, Op.29
01. Andante
02. Allegro non troppo

Piano Concerto No.4 in C minor, Op.44
03. Allegro moderato – Andante
04. Allegro vivace – Andante – Allegro

Piano Concerto No.5 in F, Op.103 “Egyptian”
05. Allegro animato
06. Andante
07. Molto allegro

London Philharmonic Orquestra
Charles Dutoit, regente
Pascal Rogé, piano

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – 33 Variações em Sol maior sobre uma valsa de Anton Diabelli, Op. 120 e Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Partita No. 4 em Ré maior, BWV 828

Como hoje me encontro bastante “virtuoso”, tomei a resolução de postar este extraordinário CD. Fazia já alguns dias que estava separado. Mas, hoje à noite, depois da chuva torrencial que caiu aqui em Brasília, ele virá à tona. Beethoven e Bach interpretados por Kovacevich. Fatal. Absoluto. Há duas ótimas gravações aqui no blog – Pollini e Anderszewski. Não faz mal que emplaquemos mais esta. Fato interessante é que as 33 Variações sobre um tema de Anton Diabelli foram escritas por Beethoven entre os anos de 1819 e 1823. Acredito que Diabelli tenha se tornado mais conhecido por conta dessa  ação de Beethoven.  Se Beethoven não tivesse escrito esta obra com o nome de Diabelli, ignoraríamos completamente a existência dessa criatura. Beethoven utilizou-se de uma valsa do citado compositor e compôs uma das peças supremas para piano da história da música ocidental. Foi escrita de forma lenta, gradual. Beethoven já se encontrava surdo. Como disse certa vez Hans von Bülow: “As 33 Variações sobre um tema de Diabelli constituem um microcosmo da arte de Beethoven”. Ou seja, é como se suas sinfonias, quartetos de cordas, sonatas, trios e etc estivessem ali condensados. Fantástico. Aparece ainda, neste magnificente CD, a Partita No. 4 de Bach. Ou seja, é para ouvir e ficar sisudo – em silêncio – de queirxo caído. Boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – 33 Variações em Sol maior sobre uma valsa de Anton Diabelli, Op. 120

01 – Tema- Vivace
02 – I AlIa marcia maestoso
03 – II Poco allegro
04 – III L’istesso tempo
05 – IV Un poco più vivace
06 – V Allegro vivace
07 – VI Allegro ma non troppo e serioso
08 – VII Un poco più allegro
09 – VIII Poco vivace
10 – IX Allegro pesante e risoluto
11 – X Presto
12 – XI Allegretto
13 – XII Un poco più moto
14 – XIII Vivace
15 – XIV Grave e maestoso
16 – XV Presto scherzando
17 – XVI Allegro
18 – XVII Allegro
19 – XVIII Poco moderato
20 – XIX Presto
21 – XX Andante
22 – XXI Allegro con brio – Meno allegro
23 – XXII Allegro molto
24 – XXIII Allegro assai
25 – XXIV Fughetta- Andante
26 – XXV Allegro
27 – XXVI Piacevole
28 – XXVII Vivace
29 – XXVIII Allegro
30 – XXIX Adagio ma non troppo
31 – XXX Andante, sempre cantabile
32 – 32 XXXI Largo, molto espressivo
33 – XXXII Fuga- Allegro
34 – XXXIII Tempo di menuetto moderato

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Partita No. 4 em Ré maior, BWV 828

35 – I Ouverture
36 – II Allemande
37 – III Courante
38 – IV Aria
39 – V Sarabande
40 – VI Menuet
41 – VII Gigue

Stephen Kovacevich, piano

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Carlinus

Philip Glass (1937-) – As Horas (The Hours) – trilha sonora

O disco abaixo é bastante delicioso. É um registro instigante com Philip Glass. Na verdade, trata-se da trilha sonora do filme “As Horas” (2002) do diretor Stephen Daldry. A película em si é um belo poema de cunho existencial baseado no livro homônimo de Michael Cunninghan. Cunninghan, por sua vez, teve por motivo temático, o livro “Mrs. Dalloway” da escritora inglesa Virgínia Woolf . Já vi ao filme “As Horas” algumas vezes. Cada vez que o vejo, fico com aquela impressão de silêncio e embasbacamento. O filme conta a história de três mulheres separadas pelo tempo. Elas estão conectadas pelo livro Mrs. Dalloway. Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1951 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com AIDS e morrendo. Em suma: a ficção do livro é humanizado pelo drama existencial de cada um dos personagens. As três personagens vivem ao seu modo a angústia, o medo e o desalento das horas que passam a trazer revelações sobre o nada. A vida não é aquilo que se planejou, pois os momentos imparciais que passam trazem aquilo que não pode ser controlado. A música de Glass se encaixa com perfeição neste mosaico com três peças – a massa que liga os elementos do quebra-cabeças é o livro. A trilha sonora possui um tema básico, contínuo, que “caminha” à semelhança de rio. A música evoca a vida e a vida não é nada mais nada menos do que suceções de horas. É um filme muito bonito que deve ser visto e que possui uma trilha sonora muito bem elaborada pela competência de Philip Glass. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Philip Glass (1937-) – As Horas (The Hours) – trilha sonora

01. The Poet Acts
02. Morning Passages
03. Something She Has To Do
04. “For Your Own Benefit”
05. Vanessa And The Changelings
06. “I’n Going To Make a Cake”
07. An Unwelcome Friend
08. Dead Things
09. The Kiss
10. “Why Does Someone Have To Die?”
11. Tearing Herself Away
12. Escape!
13. Choosing Life
14. The Hours

Philip Glass, compositor

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Carlinus

Frédéric Chopin (1810-1849) – Chopin Gold

Pra fechar bonito as postagens de peso de Carlinus, PQP e moi neste feriadão.

Atolem o pé e façam o maior número de downloads possível. Se houver mais de 500 dentro de uma semana, libero o Nelson Freire tocando os Noturnos.

(Eu disse que não gosto de Chopin, mas com esses intérpretes todos aí, eu reconsidero meus escrúpulos.)

***

Chopin Gold

Disc 1

1. Polonaise No.6 In A Flat, Op.53 -”Heroic” Maurizio Pollini
2. 24 Préludes, Op.28 – 15. In D Flat Major (”Raindrop”) Martha Argerich
3. Waltz No.6 In D Flat, Op.64 No.1 -”Minute” – Molto Vivace Maria João Pires
4. Waltz No.7 In C Sharp Minor, Op.64 No.2 Alice Sara Ott
5. 12 Etudes, Op.10 – Paderewski Edition – No.3 In E Major Nelson Freire
6. 12 Etudes, Op.10 – No. 12 In C Minor ”Revolutionary” Vladimir Ashkenazy
7. 24 Préludes, Op.28 – 4. In E Minor Rafal Blechacz
8. 24 Préludes, Op.28 – 7. In A Major Rafal Blechacz
9. Berceuse In D Flat, Op.57 – Andante Hélène Grimaud
10. Polonaise No.3 In A, Op.40 No.1 – ”Military” – Allegro Con Brio Emil Gilels
11. Impromptu No.4 In C Sharp Minor, Op.66 ”Fantaisie-Impromptu” Maria João Pires
12. Nocturne No.2 In E Flat, Op.9 No.2 Daniel Barenboim
13. Ballade No.1 In G Minor, Op.23 Maurizio Pollini
14. Scherzo No.2 In B Flat Minor, Op.31 – Presto – Sostenuto Arturo Benedetti Michelangeli
15. Waltz No.1 In E Flat, Op.18 -”Grande Valse Brillante” Zoltán Kocsis
16. 12 Etudes, Op.25 – No. 11 In A Minor ”Winter Wind” Vladimir Ashkenazy

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Disc 2

1. Nocturne No.8 In D Flat, Op.27 No.2 Lang Lang
2. 12 Etudes, Op.10 – Paderewski Edition – No.4 In C Sharp Minor Nelson Freire
3. 24 Préludes, Op.28 – 3. In G Major Martha Argerich
4. 24 Préludes, Op.28 – 6. In B Minor Martha Argerich
5. Mazurka No.13 In A Minor Op.17 No.4 Vladimir Horowitz
6. Scherzo No.3 In C Sharp Minor, Op.39 Ivo Pogorelich
7. Piano Sonata No.2 In B Flat Minor, Op.35 – 3. Marche Funèbre (Lento) Hélène Grimaud
8. 24 Préludes, Op.28 – 11. In B Major Friedrich Gulda
9. 24 Préludes, Op.28 – 20. In C Minor Friedrich Gulda
10. Three Ecossaises Op.Post 72, No.3 – 1, 2 + 3 Mikhail Pletnev
11. 12 Etudes, Op.25 – No. 9 In G Flat, ”Butterfly Wings” Vladimir Ashkenazy
12. Nocturne No.10 In A Flat, Op.32 No.2 Maria João Pires
13. Impromptu No.1 In A Flat, Op.29 Mikhail Pletnev
14. Barcarolle In F Sharp, Op.60 Maurizio Pollini
15. Mazurka No.19 In B Minor, Op.30 No.2 – Allegretto Arturo Benedetti Michelangeli
16. Ballade No.3 In A Flat, Op.47 Sviatoslav Richter

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CVL

Richard Strauss (1864-1949) – Vida de Herói (Ein Heldenleben) e Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia No. 6 em Lá menor – "Trágica"

Achei por bem postar o ensaio abaixo sobre Mahler e Richard Strauss – DAQUI. É bastante elucidativo. O CD abaixo, com regência de Barbirolli, é para ouvir e cair de joelhos em preces apaixonadas. É algo que aturde. Vida de Herói de Strauss é uma beleza de profundidade e rigor orquestral a nos provocar os sentidos. FDP havia postado no início do ano passado uma versão da obra de Strauss que parece aqui com Jarvi. Julgo que essa versão com o Barbirolli seja fatal. Tenho uma outra versão com o Carlos Kleiber, gravada ao vivo que qualquer dia surgirá aqui no PQP Bach. Boa apreciação!

PROFETAS DA MODERNIDADE

GUSTAV MAHLER e RICHARD STRAUSS precederam as vanguardas do início do século pontuando os limites da música tonal. Este ensaio exclusivo revela a extrema coerência de suas opções estéticas e revela as faces de heróis psíquicos.

FILIPE W. SALLES


Richard Strauss e Gustav Mahler foram duas personalidades muito próximas. Ambos eram excelentes orquestradores, regentes e produtores de concertos. Foram amigos, eram conterrâneos e pareciam buscar, através de suas músicas, a mesma coisa: o auto-conhecimento. Diferenças, apenas quanto ao estilo e à forma: Strauss optou pelo poema sinfônico e pela ópera; Mahler pela sinfonia e pela canção. Talvez não exista música mais pessoal e intimista que a de Mahler, com a possível exceção de Richard Strauss. O contrário também serve. Os traços que constituem ambos os estilos, épico em Strauss e melodramático em Mahler, são marcados pela presença de um protagonista, explícito em Strauss e implícito em Mahler. Este protagonista, a quem nos dois casos serve a denominação de “herói”, é claramente apresentado na obra de Strauss, sendo ele motivo dos temas e títulos de seus principais poemas sinfônicos, “Don Juan”, “Macbeth”, “Morte e Transfiguração”, “Till Eulenspiegel”, “Don Quixote”, e até mesmo no “Assim Falou Zarathustra”. No caso de Mahler, as referências são menos diretas.

O herói é uma personificação arquetípica (e no caso de Strauss, muitas vezes literária), podendo figurar como “extensão” do ego. Extremamente explícito em Strauss, é levado às últimas conseqüências na “Vida de Herói” e na “Sinfonia Doméstica”. Nos dois casos temos um Strauss experiente e maduro pondo toda a energia de seus anseies num forno – e servindo-os no prato da grande orquestra.

Mahler, talvez até inconscientemente, envereda por caminhos semelhantes no que diz respeito ao uso da grande orquestra romântica, mas de uma forma incontestavelmente mais problemática. Não se contenta em apresentar o problema com uma solução já prevista (como é o caso da música de programa): ele fornece o problema e procura resolvê-lo no próprio processo criador. Por esse motivo, suas sinfonias são colossos modernos, titãs adormecidos que escondem tesouros do inconsciente. Sua mais curta sinfonia tem entre 50 e 54 minutos. Sua mais longa chega a 100 minutos. Se Strauss foi objetivo o suficiente para ir direto ao poema sinfônico descrever suas emoções, Mahler seguiu o caminho oposto, subjetivando a forma – até então “absoluta”- da sinfonia. Mahler nunca explicitou “sinfonia descritiva” ou “absoluta”. “A sinfonia”, segundo Mahler, “deve abranger tudo”.

Sua Primeira Sinfonia, a “Titã”, tem, inegavelmente, um Programa mais ou menos definido, assim como a Segunda e a Terceira, Mas podemos ouvir a “Titã” sem nenhum conhecimento de seu programa. O efeito será o mesmo. Talvez isso não funcione na imensa Terceira, mas trata-se de um caso à parte. Da mesma forma, a “absoluta” Quinta Sinfonia, que dispensa qualquer argumento extra-musical, tem a mais típica estrutura descritiva de Mahler: “Tragédia-Consolação-Triunfo”, presentes de forma clara também na Primeira, Segunda, Terceira, e Sétimas sinfonias. Richard Strauss estabelece parâmetros diametralmente opostos. Em quase todos os seus poemas sinfônicos, o herói começa em plena atividade, a desenvolve de acordo com o argumento, e finalmente morre, numa metáfora da antecipação do inevitável. “Don Juan”, seu primeiro poema sinfônico, já inicia seus acordes num frenético “Triunfo”, onde o desenrolar orquestral gira em torno deste ideal, indo cair na tragédia de forma brusca e incontestável. A estrutura para Strauss seria “Triunfo-Degustação-Tragédia”. Tragédia que, vinda de Strauss, não é idêntica à de Mahler. A tragédia de Mahler está ligada à angústia, ao sofrimento, e aos aspectos Psicológicos que determinam estes estados – fruto de conflitos pessoais e, por este motivo, distantes de uma realidade cotidiana. A tragédia de Strauss tem mais um espírito de realidade, de fatos concretos e consumados. “Till Eulenspiegel” ilustra com maestria esta metáfora, onde a morte de Till nada mais é do que uma conseqüência lógica do contexto na história. Não chega a ser uma “tragédia” propriamente, mas uma conformação com a realidade. “Morte e Transfiguração” vai pelos mesmos caminhos, sendo a morte do protagonista justamente o triunfo da obra, o objetivo final da própria vida.

Mahler está longe de encarar a morte de forma tão otimista, embora procure sempre estabelecer aspectos místicos, como uma, espécie de compensação pelo seu inconformismo – caso, por exemplo, da Segunda Sinfonia, a da Ressurreição. O principal fator que determina esta diferença de enfoque na obra de Mahler e Richard Strauss talvez seja a escolha do herói. É fato que ambos se projetam em suas peças, algo como autobiografias musicais. Mas enquanto Strauss procura resolver-se externamente, enfrentando cara-a-cara a realidade, Mahler trava uma luta constante consigo próprio, subvertendo a realidade através da reação emocional que lhe espelha o mundo. São visões bastante antagônicas: é como se Strauss observasse o mundo e respondesse a ele exatamente como o vê e interpreta, ao passo que Mahler observa, sente, relaciona, interpreta e reage, dando a suas sinfonias uma duração que freqüentemente ultrapassa os 70 minutos de execução. Talvez por isso Strauss tenha dado preferência no poema sinfônico, forma muito mais livre que a sinfonia e de caráter mais sucinto. O mais curto poema sinfônico de Strauss, “Till Eulenspiegel”, tem algo em torno de 15 minutos, e o mais longo, “Vida de Herói”, 45.

Há extrema coerência, em ambos, na escolha de suas formas de expressão. Um poema sinfônico como os de Strauss certamente não comporta tanta informação como as sinfonias de Mahler – e estas nunca conseguiriam ser claras e objetivas como os poemas de Strauss sem cair numa extrema redundância. Ambos contornam facilmente estas possíveis aberrações estéticas numa simples escolha inteligente do meio correto de utilizar a música.
A estrutura de narração de Mahler (tragédia, consolação, triunfo), é visivelmente modificada, sutil ou abruptamente, na Quarta, Sexta, Oitava e Nona sinfonias. Destas, apenas a Sexta e a Oitava são abruptas, a Sexta é inteiramente trágica e angustiante, ao passo que a Oitava é triunfal e otimista do começo ao fim. A Quarta é um meio termo, uma sinfonia que parece não tomar muito partido desta relação, pois está montada sobre um afresco extremamente original de melodias brilhantemente orquestradas, cuja intenção é justamente espelhar uma espécie de ingenuidade infantil. A Nona é indefinível. Pertence a um universo abstrato, místico, transcendente. Um universo de um compositor que esgotou as possibilidades estruturais padronizadas pelo próprio estilo e busca, através dele, vislumbrar outras dimensões. Processo semelhante ao que ocorre no “Das Lied von der Erde”, ciclo de canções sobre poemas chineses onde a estrutura também é subvertida, sendo a última parte um canto de despedida que Mahler interpretou como o de sua própria vida.

Tudo aquilo que é problemático para Mahler parece ser bastante natural para Richard Strauss. Strauss sempre tratou a psicologia do inconsciente através do argumento de suas obras, e não propriamente do material musical. Fez uma música puramente objetiva, de clareza incomparável, que hesita em se estender nos devaneios contrastantes típicos de Mahler. “Also Sprach Zarathustra” talvez seja o melhor exemplo da relação Strauss/Mahler, porque ambos esboçaram gigantescos afrescos sinfônicos sobre o texto de Nietzsche em épocas muito próximas. A intenção de Strauss era clara: não queria transformar filosofia em música, mas tentar exprimir a idéia do conflito homem-natureza e sua evolução até o nascimento do super-homem nietzschiano (“Übermensch”). Mahler já transcende a descrição sonora de um ideal para um problema puramente existencial, não descrevendo-o musicalmente, mas sim traduzindo suas sensações interpretadas e relacionadas em todo o seu esdrúxulo inconsciente. Assim, a Terceira Sinfonia de Mahler, que se utiliza em seu 4o movimento de um trecho para contralto do Zarathustra, possui todo um contexto maior, relacionado também às lembranças da infância (As marchas, as canções do Wunderhorn), à associação com a morte e o amor, sugerindo uma interpretação muito mais pessoal do texto de Nietzsche do que a de Strauss. Strauss pensava de uma forma mais sintética, pois o próprio argumento de seus poemas já traduzia determinada opinião.

Talvez por toda esta série de diferenças, a obra de Strauss é freqüentemente considerada mais superficial. Erro beócio: a obra de Strauss simplesmente narra uma situação psicológica ou uma ação através de uma projeção do ego num herói, ao passo que em Mahler o herói é a própria música. A narração de Strauss é em terceira pessoa, e a de Mahler é em primeira. Uma simples diferença de perspectiva. A música de Mahler é intimista, a de Strauss é pictórica, e dá mais amplitude a diferentes interpretações relacionadas ao mundo das imagens e das palavras. Mahler é mais hermético. Incontestavelmente, Richard Strauss foi um mestre da orquestração que sabia colocar números extraordinariamente grandes de instrumentos e tratá-los com uma naturalidade camerística, ao passo que Mahler custou um pouco a desprender-se da grandiloqüência wagneriana dos efeitos de massa (típicos da Segunda e Terceira sinfonias) até atingir um refinamento que já era nítido no “Don Juan” de Strauss. O caso Mahler/Strauss é particularmente interessante porque ambos tiveram a oportunidade de acompanhar o crescimento um do outro, bebendo em fontes muito próximas (Beethoven, Wagner, Bruckner), mas sem perder suas particularidades.

Mahler morreu em 1911 e Strauss em 1949, mas seu último “poema sinfônico”, (ainda que chamado de sinfonia), a “Sinfonia Alpina”, é de 1914, sendo portanto a produção de poemas tonais (e não de óperas) que vai de encontro à comparação com a obra de Mahler. Estes dois mestres absolutos da forma e da orquestração foram os últimos patamares da música puramente tonal, que logo em seguida seria totalmente desestruturada por Schoenberg e Stravinsky. Talvez seja chegada a hora de reavaliar a importância de Mahler e Strauss, pois foram eles os últimos mestres antes da escola dodecafônica, onde a música erudita perdeu grande parte de seu público, que voltou às origens de Bach e Mozart. Afinal, além da questão tecnológica e social (e claro, considerando o mundo hoje consumido pela comunicação), poucas diferenças existem entre o fim-de-século deles e o nosso. Seria superestimar a arte de ambos considerá-los profetas da modernidade?

Disco 1

Richard Strauss (1864-1949) – Vida de Herói (Ein Heldenleben)

01. Ein Heldenleben – Das Held
02. Ein Heldenleben – Des Helden Widersacher
03. Ein Heldenleben – Des Helden Gefährtin
04. Ein Heldenleben – Thema der Siegesgewissheit
05. Ein Heldenleben – Des Helden Walstatt
06. Ein Heldenleben – Des Helden Walstatt_ Kriegsfanfaren
07. Ein Heldenleben – Des Helden Friedenswerke
08. Ein Heldenleben – Des Helden Weltflucht und Vollendung
09. Ein Heldenleben – Entsagung

London Symphony Orchestra
Sir John Barbirolli

Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia No. 6 em Lá menor – “Trágica”

10. I. Allegro Energico, Ma Non Troppo; H

Disco 2

01. II. Andante moderato
02. III. Scherzo. Wuchtig
03. IV. Finale. Allegro moderato – Allegro energico

New Philharmonic Orchestra
Sir John Barbirolli

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Carlinus

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Obras para violão

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Há o que se dizer? São os prelúdios, os estudos e o concerto do Villa. É só baixar e correr pro abraço.

***

Villa-lobos: Guitar Concerto; Etudes; Preludes

Sinfônica de Londres, regida por Garcia Navarro no Concerto
Violão: Narciso Yepes

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CVL

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Obras para violão

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Há o que se dizer? São os prelúdios, os estudos e o concerto do Villa. É só baixar e correr pro abraço.

(Não, não postei dobrado, seus apressados duma figa. É um presente-surpresa, ou uma dose dupla, como queira: os intérpretes são Juliam Bream aqui e Narciso Yepes acima.)

***

Villa-Lobos: Guitar Concerto; Preludes; Etudes

1. Guitar Concerto, A. 501: [Part 1] Allegro preciso
2. Guitar Concerto, A. 501: [Part 2] Andantino e Andante; Cadenza
3. Guitar Concerto, A. 501: [Part 3] Allegretto non troppo Listen
4. Prelúdios (5), for guitar, A. 419: No. 1 in E Minor. Andantino espressivo
5. Prelúdios (5), for guitar, A. 419: No. 5 in E. Andantino
6. Prelúdios (5), for guitar, A. 419: No. 3 in A Minor. Andante. Molto adagio. Andante
7. Prelúdios (5), for guitar, A. 419: No. 4 in E Minor. Lento. Animato. Moderato. Lento
8. Prelúdios (5), for guitar, A. 419: No. 2 in D. Poco animato
9. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 1. Allegro non troppo. Lento
10. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 2. Allegro
11. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 3. Allegro moderato
12. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 4. Poco moderato; A tempo; Grandioso
13. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 5. Andantino
14. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 6. Poco Allegro
15. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 7. Très animé. Piú mosso
16. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 8. Moderato
17. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 9. Très peu animé
18. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 10. Très animé. Vif. Un peu animé. Vif
19. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 11. Lent. Animé
20. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235: No. 12. Animé

On this CD:

1. Guitar Concerto, A. 501
Composed by Heitor Villa-Lobos
Performed by London Symphony Orchestra
with Julian Bream
Conducted by Andre Previn

2. Prelúdios (5), for guitar, A. 419
Composed by Heitor Villa-Lobos
with Julian Bream

3. Estudios (12), etudes for guitar, A. 235
Composed by Heitor Villa-Lobos
with Julian Bream

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CVL

Fréderic Chopin (1810-1849) – Noturnos (CDs 3 e 4 de 13)

Por conta de outras postagens acabei adiando a continuidade da série com Vladimir Ashkenazy interpretando Frédéric Chopin. Agora surgem os maravilhosos Noturnos. “Em Chopin, Noturno significa um canto livre da sua intimidade, pôr meio da qual conta uma história íntima que o músico não poderia exprimir de outra forma. Chopin baseou-se num modelo próximo, os noturnos do irlandês Field, mas submeteu-os a tal modificação que apenas poderemos notar um vago parentesco entre os dois músicos. Nos últimos noturnos encontramos sonoridades e uma escrita pianística próximas do impressionismo”. O que há de fato é a certeza de que a música do polonês é docemente infantil. Acerca de Chopin, diz a História que Schumann assim se expressou: “Tirem os chapéus, senhores, um gênio!” E o compositor provou isso. Conquistou a França. Possuía as idiossincrasias requeridas pela burguesia francesa: era gentil, fino, educado, elegante. Tais predicados o ajudaram. Chopin era um jovem de alma triste e canções que silenciavam os ouvintes. Ouvi-lo nos dá uma sensação de quietude triste e reflexiva. Ele era um anjo soturno. Suas peças nos põe impressões melancólicas no coração. Ouça sem moderação!

Alguns dados extraídos DAQUI.

Fréderic Chopin (1810-1849) – Noturnos

DISCO 3

01 – Nocturne No.1 in B flat minor, Op.9 No.1
02 – Nocturne No.2 in E flat, Op.9 No.2
03 – Nocturne No.3 in B, Op.9 No.3
04 – Nocturne No.4 in F, Op.15 No.1
05 – Nocturne No.5 in F sharp, Op.15 No.2
06 – Nocturne No.6 in G minor, Op.15 no.3
07 – Nocturne No.7 in C sharp minor, Op.27 No.1
08 – Nocturne No.8 in D flat, Op.27 No.2
09 – Nocturne No.9 in B, Op.32 No.1
10 – Nocturne No.10 in A flat, Op.32 No.2
11 – Nocturne No.11 in G minor, Op.37 No.1
12 – Nocturne No.12 in G, Op.37 No.2

DISCO 4

01 – Nocturne No.13 in C minor, Op.48 No.1
02 – Nocturne No.14 in F sharp minor, Op.48 No.2
03 – Nocturne No.15 in F minor, Op.55 No.1
04 – Nocturne No.16 in E flat, Op.55 No.2
05 – Nocturne No.17 in B, Op.62 No.1
06 – Nocturne No.18 in E, Op.62 No.2
07 – Nocturne No.19 in E minor, Op.posth.72 No.1 (BI 19)
08 – Nocturne No.20 in C sharp minor, Op.posth.P1 No.16 (BI 49)
09 – Nocturne in C minor, Op.posth.P2 No.8 (BI 108)

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Bidu Sayão – Arias and Brazilian folksongs

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Esse CD é memorável por conter os melhores registros de Bidu Sayão, incluindo a primeira gravação mundial da Cantilena da quinta Bachianas, em 1945, com regência do compositor – a famosa linha melódica em vocalise iria ser confiada a um violino solo, mas a soprano convenceu Villa-Lobos do contrário.

Pena é constatar que, a despeito de abrir portas ao canto lírico brasileiro nos palcos americanos, sua voz não era tão sublime quanto gostaríamos (no si bemol e no lá agudos da Cantilena, ela se esgoela bonito), mas admiro bastante seu timbre inconfundível e sua interpretação das canções folclóricas arranjadas por Ernani Braga (conforme Harry Crowl me corrigiu, após eu botar Francisco Braga).

Deixo vocês escutarem e tecerem suas considerações, às quais agradeço desde já. Boa audição.

***

Arias and Brazilian folksongs

1. Aria – Cantilena from Bachiana brasileira No. 5
2. Je veux vivre from Roméo et Juliette (Act I)
3. Roi de Thule from Faust (Act III)
4. Jewel Song from Faust (Act III)
5. Je suis encore from Manon (Act I)
6. Restons ici… Voyons, Manon from Manon (Act I)
7. Adieu, notre petite table from Manon (Act II)
8. Obéissons from Manon (Act III)
9. Si mes vers avaient des ailes
10. Chanson triste
11. L’année en vain chasse from L’enfant prodigue
12. De fleurs
13. Toi, le cœur de la rose from L’enfant et les sortiléges
14. Si tu le veux!
15. Le Nelumbo
16. Folk Songs of Brazil: Nigue-nigue-ninhas
17. Folk Songs of Brazil: Capim di Pranta
18. Folk Songs of Brazil: Ó kinimbá
19. Folk Songs of Brazil: São-João da ra-rão
20. Folk Songs of Brazil: Engenho novo
21. Folk Songs of Brazil: A casinha pequenina
22. Folk Songs of Brazil: Meu boi barroso
23. Folk Songs of Brazil: Ogundé uareré

Veja os respectivos intérpretes clicando no link da Amazon

BAIXE AQUI – PARTE 1
BAIXE AQUI – PARTE 2

CVL

Restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Ah! perfido’ – ‘Per pieta’, Op. 65, Meeresstille und gluckliche Fahrt, Cantata, Op. 112, Missa em C maior, Op. 86

A postagem é homenagem à Sexta Feira Santa dos cristãos. Para não dizerem que somos cínicos e ateus vai este magnífico CD do meu compositor favorito. A Missa em C maior, Op. 86, foi composta em 1807. Ou seja, bem antes da Missa Solemnis, que seria escrita quinze anos depois. A Missa em C foi escrita por encomenda para os Esterhazy, família de nobres, que teve sua gênese ainda na Idade Média. Era comum os Esterházy solicitarem esse tipo de trabalho todos os anos sempre que havia uma data comemorativa que fizesse referência à família. Quem geralmente fazia esse trabalho era o velho Haydn. Todavia, após o ano de 1802, Haydn viu-se gradualmente com o estado de saúde fragilizado, o que impediu o compositor de aceitar o trabalho. A tarefa foi encomendada, assim, a Beethoven, que gozava de grande prestígio. Mas, parece que o trabalho não foi bem aceito pelos Esterhazy, o que gerou sensações inamistosas em Beethoven. Fica aqui a certeza de uma grande obra. Vale a apreciação pela monumental obra que é. Aparece ainda Ah! perfido’ – ‘Per pieta’, Op. 65 e Meeresstille und gluckliche Fahrt, Cantata, Op. 112, de grande beleza e grandeza orquestral.Boa fruição!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Ah! perfido’ – ‘Per pieta’, Op. 65, Meeresstille und gluckliche Fahrt, Cantata, Op. 112, Missa em C maior, Op. 86

Ah! perfido’ – ‘Per pieta’, Op. 65 – Ária para soprano e orquestra
01. Ah! perfido’ – ‘Per pieta’, Op. 65

Charlotte Margiano, soprano

Meeresstille und gluckliche Fahrt, Cantata, Op. 112
02. Meeresstille und gluckliche Fahrt

Missa em C maior, Op. 86
03. Kyrie
04. Gloria
05. Credo
06. Sanctus-Benedictus
07. Agnus Dei

Orchestre Revolutionnaire et Romantique
The Monteverdi Choir
John Eliot Gardiner, regente
Charlotte Margiono, soprano
Catherine Robin, mezzo-soprano
William Kendall, tenor
Alastair Miles, baixo

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Carlinus

[reativado por Vassily em 1/12/2020]

[Restaurado] Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto For Piano, Trumpet And Strings In C Minor, Op. 35, Concertino For 2 Pianos In A Minor, Op.94 e Quintet For Piano And Strings In G Minor, Op. 57

 

Como diria o PQP, este é um BAITA CD. O conjunto como um todo é extraordinário. Shostakovich, um dos meus compositores favoritos, surge aqui com o seu Concerto para piano, trompete e cordas, concerto pela qual nutro grande admiração. Ainda aparece para consagrar este registro fabuloso, o Quinteto para piano em Sol menor. Martha Argerich com todo o rigor técnico e habilidade indissociáveis aparece aqui executando estas obras de grande beleza e profundidade. Ouça sem moderação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto For Piano, Trumpet And Strings In C Minor, Op. 35, Concertino For 2 Pianos In A Minor, Op.94 e Quintet For Piano And Strings In G Minor, Op. 57

Concerto For Piano, Trumpet And Strings In C Minor, Op. 35
01. I. Allegro Moderato
02. II. Lento
03. III. Moderato
04. IV. Allegro con brio

Sergei Nakariakov, trumpet

Concertino For 2 Pianos In A Minor, Op.94
05. Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto

Lylia Zilberstein, piano

Quintet For Piano And Strings In G Minor, Op. 57
06. I. Prelude: Lento
07. II. Fugue: Adagio
08. III. Scherzo: Allegretto
09. IV. Intermezzo: Lento
10. V. Finale: Allegretto

Renaud Capuçon, violino
Alissa Margulis, violino
Lyda Chen, viola
Mischa Maisky, cello

Orchestra Della Svizzera Italiana
Alexander Vedernikov, regente
Martha Argerich, piano

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Carlinus

[restaurado por Vassily em 5/6/2021, em homenagem aos oitenta anos da Rainha!]

Richard Strauss (1864-1949) – Sinfonia Alpina, Op. 64 e Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para violino em D major, op. 61

FDP enquanto estava por aqui andou a fazer algumas postagens com um material ao vivo. São gravações realizadas na sala de concerto e liberadas na net em forma de compilação. Excelente. Tenho centenas dessas gravações. Acompanhei de perto esse trabalho iniciado pelo FDP. Mas, pelo que me consta, ele fez apenas duas postagens. Uma vez ou outra vou tentar postar estes trabalhos fantásticos. Assim, vamos a um deles. Tenho uma paixão toda especial pelo Opus 61 de Beethoven. Apresento dessa vez uma gravação ao vivo executada no ano de 2005, realizada sob a batuta do regente Christian Thielemann; o violinista é Leonidas Kavakos. A Munich Philharmonic Orchestra realiza um bom trabalho. Entusiasma. Este concerto é de grande beleza e sensibilidade. É um dos concertos para violino que mais admiro, juntamente com o opus 64 de Mendelssohn, o opus 35 de Tchaikovsky e o opus 77 de Brahms. Depois vem o de Schoenberg e Sibelius. Devo afirmar que falta o de Shostakovich (opus 77). O outro registro fantástico do CD é a Sinfonia dos Alpes ou Sinfonia Alpina de Richard Strauss. Não deveríamos chamá-la de sinfonia, pois trata-se de um poema sinfônica de proporções impressionáveis. Strauss o compôs entre os anos de 1911 e 1915. O programa ilustra uma excursão de um dia subindo os Alpes Bávaros, recordando na magistral orquestração a experiência duma escalada realizada pelo próprio compositor quando ele tinha catorze anos. A música cumpre um programa (expressa em partes) narrado pelo compositor: neste caso, a subida a um pico do Alpes Bávaros e o retorno ao vale. O compositor considerava esta peça musical como o seu mais perfeito trabalho de orquestração, que inclui até máquinas que produzem sons de trovões. Os primeiros esboços datam de 1911. Em 1914, Richard Strauss dedicou-se com mais intensidade a essa obra e, após 100 dias de muito trabalho, a partitura foi concluída em 8 de fevereiro de 1915. A primeira execução da obra foi no dia 28 de outubro de 1915, com a Orquestra de Dresden, em Berlim, sob a regência do próprio compositor. A Sinfonia Alpina está dividida em 23 partes, a saber:

1. Noite;
2. O nascer do sol
3. A ascensão
4. Entrada na floresta;
5. Caminhando às margens do regato;
6. A queda d’água;
7. Aparição;
8. Nos prados floridos;
9. Nos pastos;
10. Perdido na espessura;
11. Na geleira;
12. Momentos perigosos;
13. O cume;
14. Visão;
15. Aparecem nuvens;
16. O sol se escurece pouco a pouco;
17. Elegia;
18. Calma antes da tormenta;
19. Temporal e tempestade;
20. A descida;
21. O pôr-do-sol;
22. Ressonâncias;
23. Noite.

É ouvir e se deleitar com esse trabalho fantástico. Faz-me lembrar de minha infância nos rincões pernambucanos. Acredito que Strauss quis resgatar justamente o sentido da infância que se mescla à natureza neste trabalho. Somente quem experienciou algo assim pode entender.

P.S. Algumas informações foram extraídas da wikipédia. As gravações estão em blocos.

Mais informações AQUI

Richard Strauss (1864-1949) – Sinfonia Alpina, Op. 64 (An Alpine Symphony)
1. Noite;
2. O nascer do sol
3. A ascensão
4. Entrada na floresta;
5. Caminhando às margens do regato;
6. A queda d’água;
7. Aparição;
8. Nos prados floridos;
9. Nos pastos;
10. Perdido na espessura;
11. Na geleira;
12. Momentos perigosos;
13. O cume;
14. Visão;
15. Aparecem nuvens;
16. O sol se escurece pouco a pouco;
17. Elegia;
18. Calma antes da tormenta;
19. Temporal e tempestade;
20. A descida;
21. O pôr-do-sol;
22. Ressonâncias;
23. Noite.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para violino em D major, op. 61
23. Allegro ma non troppo
24. Larghetto
25. Rondo

Munich Philharmonic Orchestra
Christian Thielemann, regente
Leonidas Kavakos, violino

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Frédéric Chopin (1810-1849) – Concerto para piano e orquestra No. 1 em E menor, Op. 11 e Concerto para piano e orquestra No. 2 in F minor, Op. 21

A obra de Chopin é em grande parte pianística. Começou suas primeiras lições ainda muito cedo. Aos 7 anos de idade compôs a sua primeira obra. É a mesma precocidade vista em Mozart ou Mendelssohn. Possuía uma inclinação típica para as artes. Conseguiu avançar com enorme facilidade nas lições de piano. O instrumento parecia ser uma extensão do seu corpo franzino. Como Mozart, deu concertos para os nobres. Foi à Rússia dos czares e deu concertos. Mas o centro de minha conversa é sobre os dois concertos para piano. São por assim dizer, dois dos empreedimentos sinfônicos de Chopin. Impossível ouvi-los e não se sentir tocado pela profundidade e beleza calma – mesmo nos momentos de fúria. Dos dois concertos, o que mais gosto é o de número 1. Este ao contrário do que a sugere, foi o último dos dois a ser composto. É mais ou menos assim: o primeiro foi o segundo e o segundo foi o primeiro na ordem de composição realizada por Chopin. O concerto número 1 foi composto em 1830, quando Frederic possuía apenas 20 anos. É uma jóia de grande formosura. Já o concerto número 2 foi composto quando Chopin possuía 19 anos, ou seja, em 1829. Chopin o concebeu quando ainda estava em Varsóvia, Polônia. É uma obra de juventude assim como o outro concerto. Chopin mostra-se nesta música como alguém de intuições artísticas bem elevadas. Está afastado do mundo intelectual da sua época – França, Inglaterra, Alemanha -, mas deixa transparecer a sua sensibilidade, neste que é o seu primeiro trabalho sinfônico. Paremos por aqui e apreciemos essas duas maravilhas imorredouras em suas potencialidades contemplativas. Boa apreciação!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Concerto para piano e orquestra No. 1 em E menor, Op. 11 e Concerto para piano e orquestra No. 2 in F minor, Op. 21

Concerto para piano e orquestra No. 1 em E menor, Op. 11
01. Allegro maestoso
02. Romance – Larghetto
03. Rondo – Vivace

The Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy, regente
Emil Gilels, piano

Concerto para piano e orquestra No. 2 in F minor, Op. 21
04. Maestoso
05. Larghetto
06. Allegro Vivace

New York Philharmonic
Thomas Schippers, regente
André Watts, piano

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Frédéric Chopin (1810-1849) – Ballades Nos. 1, 2, 3, 4 e Scherzi Nos. 1, 2, 3, 4 (CD 2 de 13)

Vamos a mais uma postagem em homenagem aos 200 anos do nascimento de Chopin. Iniciei esta integral de um box com 13 CDs do moço polaco, sendo interpretado por Vladimir Ashkenazy e como  diz o Chico Buarque: “Mas vou até o fim!” Como estou com certa pressa neste instante, evitarei maiores “falas”. Verborragia magra é o que teremos. Bom deleite!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Ballades Nos. 1, 2, 3, 4 e Scherzi Nos. 1, 2, 3, 4 (CD 2 de 13)

01 – Ballade No.1 in G minor, Op.23
02 – Ballade No.2 in F, Op.38
03 – Ballade No.3 in A Flat, Op.47
04 – Ballade No.4 in F minor, Op.52
05 – Scherzo No.1 in B minor, Op.20
06 – Scherzo No.2 in B flat, Op.31
07 – Scherzo No.3 in C sharp minor, Op.39
08 – Scherzo No.4 in E minor, Op.54

Vladimir Ashkenazy, piano

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J. S. Bach (1685-1750) – Flute Concertos

Ontem foi aniversário do nascimento de Johann Sebastian Bach, o pai da música ocidental. Exagero!? Claro que não! Bach é um dos maiores artistas de todos os tempos. A música do ocidente não seria a mesma depois dele. É preciso reverenciá-lo, tirar o chapéu para o seu gênio. Por isso, esta humilde homenagem surge para o “grande pai”. Havia postado um CD de árias no dia de ontem, mas não deixarei de postar mais este extraordinário registro. Postar no blog dos filhos de Bach é complicado. Afinal, sou apenas um ente apócrifo. Eles, pelo contrário, conhecem todas as virtudes, toda austeridade moral do grande patriarca. Botar banca é difícil! Mas, não deixarei de postar este extraordinário disco. Tenho este CD há muito tempo, mas não estava conseguindo achá-lo em meio ao meu material. Somente ontem conseguir. Gosto muito dele. Por isso, ele será um símbolo de minha admiração por Johann Sebastian Bach. Uma boa apreciação!

Johann Sebastian Bach (1685-1770) – Flute Concertos

Flute Concerto in B minor – reconstrucion by Francesco Zimei after BWV 209/1, BWV 173a/2, BWV 207/3
01. I. Allegro
02. II. Andante
03. III. Allegro

Triple Concerto in D major, BWV 1050a – early version of the Fifth “Brandenburg” Concerto
04. I. Allegro
05. II. Adagio
06. III. Allegro

Ouverture in B minor, BWV 1067
07. I. Ouverture
08. II. Rondeau
09. III. Sarabande
10. IV. Bourrée III
11. V. Polonaise – Double
12. VI. Menuet
13. VII. Badinerie

Ensemble Aurora
Enrico Gatti, regente, violino
Marcello Gatti, traverso
Rossella Croce, violino
Joana Huszcza, viola
Judith-Maria Olofsson, cello
Ricardo Coelati, violone
Michele Barchi, cravo

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