– Repost de 2 de Novembro de 2015 –
Nos últimos dias, além de estar tentando recuperar os atrasos na academia estive aproveitando a 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que estava saturada de coisas boas. E é justamente sobre o cinema que é feita a postagem de hoje.
Não sei quanto a vocês, mas pra mim uma boa trilha sonora pode fazer que o filme valha muito mais a pena do que se fosse uma mera história contada sem nenhuma música. Quando eu estava nos meus 15 anos, pra mim a principal função da música era servir de trilha sonora para minha vida. Hoje eu já não penso assim, mas penso que no mundo do cinema a música deve exercer uma função semelhante, mas não tão subalterna, a música deve de preferência fazer o espectador sentir o mundo que ele observa no filme, e nos fazer sentir a alegria, a tristeza ou a saudade daquilo que vemos na tela.
Apesar de haver tido uma diminuição do interesse público pelas salas de ópera e de concerto no último século, existe um grande interesse público pelo cinema, e é ai que muitos compositores conseguem ganhar a vida, substituindo assim a antiga função que tinham nos séculos passados de musicar as histórias contadas nos teatros. Ou melhor, transformando, já que a função é análoga. E mais ou menos o contrário também acontece. Muitas orquestras profissionais das últimas décadas se estagnaram em um repertório dos períodos barroco, clássico e romântico e mal absorveram as transformações da música no século XX, que não só eram esteticamente menos populares como também possuíam arranjos para sua execução muitas vezes pouco convencionais. Agora no século XXI esse conservadorismo continua, embora com menos força, tanto é que não só os compositores de música erudita estão trabalhando muito com trilhas sonoras, como também algumas orquestras profissionais renomadas estão começando a abrir mais espaço para a apresentação em suas salas de concerto para obras que originalmente foram compostas para o cinema.
Esse álbum que posto aqui foi composto por Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo, os caras por trás dos capacetes da dupla Daft Punk, para o filme Tron: O Legado, na sua tradução no Brasil. Este filme é uma sequência para o filme de 1982 com o mesmo título. Thomas Bangalter já havia composto para um filme, Guy-Manuel não, mas essa é a primeira vez que a dupla compõe como Daft Punk para um filme. O filme por si só acredito não ser o tipo de filme que os leitores deste blog mais apreciem, mas a trilha sonora consegue criar um ambiente para o filme que, a meu ver, o torna espetacular. E independentemente de ver o filme, ou não, acredito que para aqueles que curtem o mínimo de música eletroacústica (ou não têm medo de experimentá-la), vale a pena ouvir um pouco dessa “mescla de temas de música orquestral clássica com eletrônica minimalista”, como diz Joseph Kosinski sobre a ideia por trás da produção dessa trilha sonora.
O interessante é que eles não compuseram a música como estamos acostumados de nossos compositores favoritos da música erudita, ou seja, com um piano e um score, mas com um sintetizador e um PC. Eu conheço só mais um compositor que faz isso e obtém um resultado tão bom (ou até melhor) quanto o dessa dupla, mas essa história meus caros, é uma outra história e deve ser contada em um outro momento.
Daft Punk: Tron Legacy Soundtrack
1. Overture
2. The Grid
3. The Son of Flynn
4. Recognizer
5. Armory
6. Arena
7. Rinzler
8. The Game Has Changed
9. Outlands
10. Adagio for TRON
11. Nocturne
12. End of Line
13. Derezzed
14. Fall
15. Solar Sailer
16. Rectifier
17. Disc Wars
18. C.L.U.
19. Arrival
20. Flynn Lives
21. TRON Legacy (End Titles)
22. Finale
Bônus:
Encom Part I
Encom Part II
Round One
Castor
Reflections
Father and Son
Outlands Part II
Sea of Simulation
Sunrise Prelude
Joseph Trapanese, arranjos e orquestração
London Orchestra
Gavin Greenaway, regente
Luke
Não vi o filme mas achei a trilha muito boa.Obrigado pela postagem
Dado
De nada! O prazer é meu em ver que os internautas gostaram.