ANIVERSÁRIO DO PQP BACH!!! — 15 ANOS DEPOIS, A REEDIÇÃO DA PRIMEIRA POSTAGEM DO BLOG — Anton Arensky (1861-1906): Trio Op. 32 / Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Quinteto para Piano, Flauta, Clarinete, Trompa e Fagote (Nash)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Ainnn, o PQP Bach começou com Arensky e Rimsky-Korsakov? Quá, quá, quá.

Já li/ouvi várias pessoas nos ridicularizando por este fato. E que depois ficam caladas pela qualidade da música deste primeiro, basilar e primordial CD. Então, já sabem que nesta data — que secundariamente também é a da Proclamação da República — comemoramos os 15 anos da criação desta semente de beleza e acesso à música. E iniciamos a festa reeditando o primeiro CD.

O Quinteto de Rimsky-Korsakov é uma esplêndida peça de câmara e o digno romantismo de Arensky não lhe fica nada a dever. Depois de ter completado o Sexteto de Cordas, R-K escreveu um Quinteto para Piano e Sopros para a mesma competição — um concurso organizado pela Sociedade Musical Russa em 1876. O Quinteto tem três movimentos. O primeiro movimento, Allegro con brio, no estilo clássico de Beethoven. O segundo, um Andante, contém uma boa fuga para os instrumentos de sopro com um acompanhamento muito livre do piano. O finale, Allegretto vivace, é um rondó. No concurso, o Quinteto foi descartado sem comentários…

Arensky compôs seu Trio para Piano Nº 1, Op. 32, como um memorial para seu amigo (e de Tchaikovsky), o violoncelista Karl Davidoff, que havia sido diretor do Conservatório de São Petersburgo quando Arensky era estudante. Davidoff é considerado o fundador da escola russa de tocar violoncelo, o que explica o fato de o violoncelo desempenhar um papel proeminente no Trio. O Trio não tem momentos fracos, é uma obra-prima de cabo a rabo.

Em suas Memórias, Rimsky-Korsakov foi particularmente cruel com seu aluno Anton Arensky. Ele o acusou de ter sido alcoólatra e jogador, e que sua morte por tuberculose foi o resultado final e justo. “Ele logo será esquecido”, escreveu. Como professor, Rimsky-Korsakov não tinha nada além de elogios a Arensky, e ele até o contratou para trabalhar em vários projetos de orquestração de suas próprias obras. Então, o que realmente aconteceu para justificar essa reviravolta completa? Arensky foi jogado no caldeirão em razão do impasse entre expressão artística cosmopolita e nacionalista. Arensky se recusou a aderir explicitamente ao caminho fortemente nacionalista defendido por Rimsky-Korsakov…

Igor Stravinsky, que também foi aluno de Rimsky-Korsakov, considerou a crítica a Arensky “injustificadamente dura e cruel”. Ele escreve: “Rimsky-Korsakov criticou a música de Arensky de maneira totalmente violenta e desnecessária. O comentário de que ele seria logo seria esquecido foi muito grave e cruel… Eu acho que ele queria não apenas atingir Arensky como também Tchaikovsky”. Sem dúvida, o estreito vínculo entre Arensky e Tchaikovsky não agradava à turma de Rimsky-Korsakov — Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, César Cui e Modest Mussorgsky.  Tchaikovsky foi, sem dúvida, a maior influência nas composições musicais de Arensky.

Anton Arensky (1861-1906): Trio Op. 32 / Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Quinteto para Piano, Flauta, Clarinete, Trompa e Fagote (Nash)

Trio In D Minor, Op 32
Composed By – Anton Stepanovich Arensky
1 1st Movement – Allegro Moderato 12:16
2 2nd Movement – Scherzo – Allegro Molto – Meno Mosso 6:01
3 3rd Movement – Adagio 7:17
4 4th Movement – Allegro Non Troppo 5:57

Quintet For Flute, Clarinet, Horn, Bassoon & Pianoforte
Composed By – Nikolai Rimsky-Korsakov
5 1st Movement – Allegro Con Brio 10:40
6 2nd Movement – Andante – Fughetta 10:17
7 3rd Movement – Rondo – Allegretto 8:54

The Nash Ensemble of London

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O terrível Grupo dos Cinco…

PQP

5 comments / Add your comment below

    1. Rapaz… Se em 2011 (há 13 anos!), essa já era uma tarefa árdua, hoje eu vos digo: sequer a considero plausível de ser almejada, não viveremos tanto para termos tempo de a tudo ouvir – até porque há algumas obras que, tal qual os bons amigos, nos dão sempre prazer de revê-las… Eu vivo esse mesmo dilema com meus livros preferidos, que releio sempre com vivacidade, bem como os filmes do coração, que já conheço de cor. Em verdade, vos digo: este Blog é um prazer!

  1. Parabéns!! Vida longa ao PQP, e sua incrível divulgação da Cultura!! Não tem um dia que não passe pelo menos duas vezes por aqui, ansioso por novidades – tanto que conheci aqui e devo muito a vocês!! Abraços a todos do PQP!!!!

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