Mozart (1756 – 1791): Concerto para Piano No. 27 e Sinfonia No. 29 – Garrick Ohlsson (piano) – The Cleveland Orchestra & Franz Welser-Möst ֎

Mozart (1756 – 1791): Concerto para Piano No. 27 e Sinfonia No. 29 – Garrick Ohlsson (piano) – The Cleveland Orchestra & Franz Welser-Möst ֎

What I hear on the streaming isn’t what I hear in the hall!

Garrick Ohlsson ganhou o Concurso Chopin de Piano em 1970 e é conhecido como um excepcional intérprete da obra do compositor polonês, mas tem um repertório enorme, que inclui obras de Beethoven, Rachmaninov, Brahms, Granados, Scriabin, Bartók, Prokofiev, Liszt, entre outros.

Garrick foi o presidente do júri da edição deste ano do Concurso Chopin, cujo vencedor foi Eric Lu. A decisão certamente levantou mais comentários do que tem em geral acontecido. Talvez tenha sido o excesso de talentos ou mesmo outras as razões. O próprio Ohlsson explicou em entrevistas disponíveis na net as dificuldades de se chegar a um resultado em uma competição deste nível. Veja a frase que escolhi para iniciar a postagem.

Mas, hoje o dia é de Mozart, uma linda gravação feita ao vivo do Concerto para Piano No. 27, o último composto por Mozart. Pelo que entendi, Garrick Ohlsson foi chamado para substituir Igor Levitt como solista no concerto, devido a problemas de saúde deste último. Certamente seria uma noite mágica, mas, talvez, devido a isso, Garrick Ohlsson fez uma ótima apresentação – uma interpretação cristalina, muito bonita, mesmo aristocrática do último concerto de Mozart.

A orquestra e o regente Franz Welser-Möst, o atual diretor musical,  certamente estavam em perfeita colaboração com o solista. A Orquestra de Cleveland e sua longa linhagem de famosos diretores musicais com ótimas gravações de obras de Mozart, mostra todas as suas qualidades.

Isso fica evidente na obra que completa o programa, a Sinfonia No. 29, obra que Mozart compôs entre seus 18 ou 19 anos, quando ainda morava em Salzburgo. Não há evidências que esta obra tenha sido apresentada em Salzburgo (eles não sabem o que perderam), mas em 1783, quando já morava em Viena, Mozart pediu a seu pai que lhe enviasse a partitura da obra e é bem possível que então a obra tenha sido apresentada. A interpretação aqui é do tipo ‘big band’, orquestra moderna, mas não se preocupe com isso, aproveite essa quase uma hora de ótima música.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Piano Concerto No. 27 in B flat major, K595

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro

Symphony No. 29 in A major, K201

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Allegro con spirito

Garrick Ohlssohn, piano

Cleveland Orchestra

Franz Welser-Möst

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MP3 | 320 KBPS | 129 MB

“Ohlsson’s virtuosity here isn’t speed or extremes of technique but rather exceptional clarity. Even where the composer turns playful, as in the third movement, the pianist retains his stunning equanimity, allowing not so much as a single measure to sound muddy or hurried.”

Aproveite!

René Denon

Do PQP Bach Álbum para Colorir…

W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)

W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)

Um bom e estranho CD. Talvez haja algum fato técnico que una essas obras de Mozart e Prokofiev, algo certamente acima de minha pouca compreensão. Ou será que a bonita e excelente Gesa Lücker apenas gosta das obras e fim? Ou adoro aquela Giga de Mozart e a Sonata Nº 8 de Prokofiev. O resto me pareceu limpinho e sem drama. A Sonata Nº 8 faz parte da trilogia de Sonatas compostas durante a Segunda Guerra. Não é uma obra fácil. Ela mescla violência rítmica, lirismo e uma serenidade triunfal ao final. É jornada musical intensa que vai da angústia à transcendência. Será que a pianista queria justamente o contraste?

W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Sonata No. 5 in G major, KV 283

1) Allegro
2) Andante
3) Presto

4) Adagio in B minor, KV 540

5) Rondo in D major, KV 485

6) Gigue in G major, KV 574

Sergei Prokofiev (1891-1953)
Sonata No. 8 in flat major, op. 84

7) Andante dolce
8. Andante sognando
9) Vivace

Gesa Lücker, piano

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Ah, Gesa...

PQP

Mozart: Quinteto K. 452 / Beethoven: Quinteto Op. 16 (Brendel, Holliger, Brunner, Baumann, Thunemann)

A nominata galática dos executantes e dos compositores não garante um grande CD. Talvez eu esteja equivocado, mas nem o Op. 16 de Beethoven e menos ainda o Quinteto K. 452 são grandes obras. Falo em equívoco, pois considero inconcebível que venha a tratar como algo de importância menor um CD que some Mozart, Beethoven, Brendel, Holliger, etc.

Mozart: Quinteto K. 452 / Beethoven: Quinteto Op. 16 (Brendel, Holliger, Brunner, Baumann, Thunemann)

01. Mozart – Quintet in E flat K.452 Largo – Allegro molto
02. Mozart – Quintet in E flat K.452 Larghetto
03. Mozart – Quintet in E flat K.452 Allegretto

04. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Grave – Allegro ma non troppo
05. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Andante cantabile
06. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Rondo

Alfred Brendel
Heinz Holliger
Eduard Brunner
Hermann Baumann
Klaus Thunemann

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PQP

Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)

Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)

Mais um disquinho bem produzido da incrivelmente imprevisível e ladra MoviePlay. Bem, ao menos a eslovena Dubravka Tomsic existe e está viva aos 85 anos. O maestro Nanut também existiu e morreu em 2017, também aos 85 anos. Ou seja, este é um CD que não foi produzido por fantasmas. E é de bom nível, sim. O Concerto para Piano Nº 5, Op. 73, de Ludwig van Beethoven, não recebeu o apelido de “Imperador” do próprio compositor. Beethoven, que era um grande defensor dos ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, fraternidade), detestava títulos de nobreza e não teria usado um termo como “Imperador” para sua própria obra, especialmente considerando que Napoleão, que se coroou imperador, era uma figura que Beethoven desprezava. Para mim, pessoa de gosto estranho e estragado, este Concerto começa a ir bem só no Adagio Un Poco Mosso. Ou seja, não posso dizer que amo o primeiro movimento. Acho chato pra caraglio. Já a Waldstein é a coisa mais amada e fofa. Por que Waldstein? A Sonata recebeu o apelido de “Waldstein” porque foi dedicada a um sujeito específico: o Conde Ferdinand Ernst Gabriel von Waldstein. Waldzinho foi um amigo crucial e mecenas que conheceu Beethoven quando o compositor ainda era jovem em Bonn. Ele foi um dos primeiros e mais importantes patronos de Beethoven, oferecendo-lhe uma montanha de pix.  Waldstein ficou igualmente famoso por ter escrito sobre Beethoven em 1792: “Caro Beethoven! Você está indo para Viena em atendimento a um desejo há muito frustrado. A cidade ainda está de luto e chora a morte de seu pupilo Mozart… Vai que é tua, Ludovico!” Depois ele segue laudatoriamente, mas… PREVÊ a grandeza de Beethoven. A dedicatória da Sonata foi um gesto de gratidão e amizade pelos pix alcançados. Quando Beethoven compôs esta sonata (por volta de 1803-1804), ele já estava estabelecido em Viena, e a homenagem a Waldstein era uma forma de agradecer pelo apoio fundamental.

Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)

Piano Concerto No. 5 In E Flat, Op. 73
Conductor – Anton Nanut
Orchestra – Radio Symphony Orchestra Ljubljana*
1 Allegro 20:52
2 Adagio Un Poco Mosso 8:17
3 Rondo: Allegro 10:43

Piano Sonata In C, Op. 53 “Waldstein” Sonata
4 Allegro Con Brio 9:23
5 Adagio – Ma Non Troppo (Attaca) 4:02
6 Rondo: Allegretto – Moderato – Prestissimo 9:32

Piano – Dubravka Tomsic (tracks: 1-6)

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A Dubravka.

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Serenata No. 10 para 13 Instrumentos de Sopro, K. 361, ‘Gran Partita’ (Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe)

“Começou de forma muito simples: apenas uma pulsação no registro mais baixo. Então, de repente, bem acima, soou uma única nota no oboé, que ficou ali, inabalável, me perfurando, até que a respiração não conseguiu mais segurá-la, e um clarinete a tirou de mim e a adoçou em uma frase de tal deleite que me fez tremer. A luz tremeluziu na sala. Meus olhos ficaram nublados… pareceu-me que eu tinha ouvido uma voz de Deus…”

Peter Shaffer: Amadeus (trad. de René Denon).

Salieri disse estas palavras em Amadeus, referindo-se ao dilacerante e lindíssimo Adágio desta Serenata. A tradução acima foi realizada e depois roubada por mim deste blog. A Serenata K. 361 é uma obra-prima de Mozart para alegrar os corações de nossos ouvintes-leitores neste dia 7 de julho, o qual não significa nada em especial para este que vos escreve… Uma bela e surpreendente gravação do pessoal da Chamber Orchestra. Não seja louco de não baixar.

W. A. Mozart (1756-1791): Serenata No. 10 para 13 Instrumentos de Sopro, K. 361, ‘Gran Partita’ (Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe)

Serenade No. 10 In B Flat For 13 Wind Instruments, K361 “Gran Partita” (1781/4)
1 First Movement : Largo. Allegro Moderato 9:55
2 Second Movement : Menuetto 9:22
3 Third Movement : Adagio 5:15
4 Fourth Movement : Menuetto. Allegretto 5:09
5 Fifth Movement : Romanze. Adagio 9:12
6 Sixth Movement : Tema Con Variazioni 9:39
7 Seventh Movement : Rondo 3:20

Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe
Alexander Schneider

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PQP

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Céus, que coisa linda este registro da Missa em Si Menor! A maior obra já escrita por um ser humano ganha aqui uma versão arrasadora de cabo a rabo, de cima a baixo. Nesta gravação destacada pela Gramophone inglesa, o que me deixou abobado foi a profunda compreensão da utilização dos corais. Nunca tinha-os ouvido tão claros. A Missa é uma obra para solistas e coral das mais espetaculares e o desempenho do Dunedin Consort permite um nível de clareza e de expressão que não são normais. Os cinco solistas, os sopranos Susan Hamilton e Cecilia Osmond, o contralto Margot Oitzinger, o tenor Thomas Hobbs e o baixo Matthew Brook, respondem com performances prenhes de musicalidade. Também as texturas orquestrais são perfeitas, transparentes. Uma coisa de louco. É CD para se ouvir muito e demais.

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)

Disc 1
1 Kyrie eleison (Chorus) 9:39
2 Christe eleison (Soprano 1 and 2) 4:33
3 Kyrie eleison (Chorus) 2:45
4 Gloria in excelsis Deo (Chorus) 1:42
5 Et in terra pax (Chorus) 4:23
6 Laudamus te (Soprano 2) 4:08
7 Gratias agimus tibi (Chorus) 3:04
8 Domine Deus (Soprano 1, Tenor) 5:10
9 Qui tollis peccata mundi (Chorus) 2:45
10 Qui sedes ad dextram Patris (Alto) 3:57
11 Quoniam tu solus Sanctus (Bass) 4:09
12 Cum Sancto Spiritu (Chorus) 3:47

Disc 2
1 Credo in unum Deum (Chorus) 1:46
2 Patrem omnipotentem (Chorus) 1:54
3 Et in unum Dominum (Soprano 1, Alto) 4:11
4 Et incarnatus est (Chorus) 2:55
5 Crucifixus (Chorus) 3:02
6 Et resurrexit (Chorus) 4:02
7 Et in Spiritum Sanctum Dominum (Bass) 5:27
8 Confiteor unum baptisma (Chorus) 3:40
9 Et expecto resurrectionem mortuorum (Chorus) 2:07
10 Sanctus (Chorus) 4:58
11 Osanna (Double Chorus) 2:38
12 Benedictus (Tenor) 4:55
13 Osanna – Da capo (Double Chorus) 2:39
14 Agnus Dei (Alto) 4:26
15 Dona nobis pacem (Double Chorus) 3:15

Matthew Brook
Susan Hamilton
Thomas Hobbs
Cecilia Osmond
Margot Oitzinger
Dunedin Consort
Dunedin Players
John Butt

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Como conseguiste isso, Butt?
Como conseguiste isso, Butt?

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Concertantes K. 364 e 297b (Karl Böhm)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Concertantes K. 364 e 297b (Karl Böhm)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Espetaculares gravações realizadas por Karl Böhm em Berlim nos anos de 1964 e 1966, republicadas pela DG em sua coleção The Originals. Realmente, registros a serem lembrados, apesar do som de qualidade apenas razoável e da concepção algo estranha a nossos ouvidos pós-revolucionários (falo da revolução dos instrumentos autênticos que virou tudo de ponta cabeça). Mas Böhm conhecia este repertório como ninguém, tinha na mão solistas e orquestra de primeira linha, tinha Mozart e sua espetacular Sinfonia Concertante K. 364 — uma das músicas mais admiradas por mim por sua enorme profundidade, principalmente de seu Andante — e o resultado foi digno de tudo isso, o que fez a DG repor o disco em seu catálogo.

Baita CD.

Mozart – Sinfonie Concertanti

1. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Allegro Maestoso
2. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Andante
3. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Presto

4. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Allegro
5. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Adagio
6. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Andantino convariazioni

Viola – Giusto Cappone
Violin – Thomas Brandis
Bassoon – Günther Piesk
Clarinet – Karl Leister
Horn – Gerd Seifert
Oboe – Karl Steins
Berliner Philharmoniker
Karl Böhm

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Karl Böhm: O vizinho que era muito melhor do que Karajan.
Karl Böhm: O vizinho que era muito melhor do que Karajan.

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano N° 19 & 27 (Haskil, Fricsay)

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano N° 19 & 27 (Haskil, Fricsay)

Clara Haskil morreu em 1960, mas continua por aí. Esse CD saiu em 1991 na coleção Dokumente da DG e voltou a ser editada de forma ampliada em 2003 na grande coleção The Originals. A versão que aqui apresentamos é a de 1991. Haskil é mozartiana até o último fio de seus cabelos brancos e aqui dá um belo recital acompanhada pelo genial Ferenc Fricsay. Não dá nada, mas nada mesmo errado. O som é de lata, mas as interpretações são de se ouvir de joelhos. Eu fico com vontade de falar mal de Haskil só para provocar reações de quem gosta de dizer “Tremei, infiel!”, mas não dá, ela não concede espaço à crítica, a veínha era boa demais.

Outro baita CD.

Mozart: Concertos para Piano N° 19 & 27

1. Piano Concerto No.19 in F, K.459 – 1. Allegro – Cadenza: Wolfgang Amadeus Mozart 12:46
2. Piano Concerto No.19 in F, K.459 – 2. Allegretto 8:08
3. Piano Concerto No.19 in F, K.459 – 3. Allegro assai – Cadenza: Wolfgang Amadeus Mozart 7:06

Clara Haskil, piano
Berlin Philharmonic Orchestra
Ferenc Fricsay

4. Piano Concerto No.27 in B flat, K.595 – 1. Allegro 13:15
5. Piano Concerto No.27 in B flat, K.595 – 2. Larghetto 7:39
6. Piano Concerto No.27 in B flat, K.595 – 3. Allegro 8:41

Clara Haskil, piano
Munich Bavarian State Orchestra
Ferenc Fricsay

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Clara Haskil e um amigo meio tolo
Clara Haskil e um amigo meio tolo

PQP

Johannes Brahms (1833-1896): Violin Concerto in D major, Op. 77, Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (Vengerov, Barenboim)

Já estava na hora de postarmos outra versão deste concerto, com certeza uma das maiores obras já compostas pelo ser humano. E postar uma versão recente, já que as anteriores foram gravações históricas, como a do David Oystrakh, postada ainda nos primórdios do blog.

A amazon deu 4 estrelas e meia para este cd, e o editorialista escreveu o seguinte:
The inside covers of this CD’s booklet show violinist and conductor engaged in a whimsical pose of arm wrestling. It’s a curious visual misnomer for the actual character of the Brahms Violin Concerto, which is notably not cast as a bravura showdown between soloist and orchestra. Rather, as this live performance recorded in Chicago Symphony Hall in 1997 so amply demonstrates, the score’s beauty and fascination emanate in large part from its spaciously symphonic conception. Maxim Vengerov imbues his account with all the variety of expressive color, intellectual weight, and deeply personal statement necessary to make Brahms’s poetry vivid–he even supplies his own cadenza in lieu of the usual one by Joachim–yet never detours from the larger vision at stake. The first movement’s coda in fact creates the sensation of a beguiling reverie from which both violinist and ensemble are reluctant to awaken. Gently tapered phrasing from Vengerov, together with Daniel Barenboim’s attention to the gorgeously crafted woodwind scoring, creates a statement of lofty serenity in the Adagio. And in the finale, where performances too often tend to sound watered-down after the weight of what has preceded, bold, snappy accents ensure an exhilarating momentum. A more intimate example of the synergy between Vengerov and Barenboim can be heard in Brahms’s D Minor Violin Sonata. In contrast to Anne-Sophie Mutter’s huge, luxurious sound, Vengerov brings a more introspective but no less passionate demeanor to bear. Despair and peace alternate with moving contrast in this superb work, which has been interpreted as a character portrait of its dedicatee, conductor Hans von Bülow. –Thomas May
O texto abaixo tiro do meu livro de cabeceira sobre Brahms, de Malcolm McDonald:
“A célebre declaração de Josef Hellmesberger de que o Concerto para violino de Brahms, op. 77 não era um concerto ‘para, mas contra o violino’ (e a réplica de Bronislaw Hubermande que é ‘para violino contra orquestra’ – e o violino sempre vence!)” provavelmente devem ser encaradas como respostas às características decididamente ‘sinfônicas’ da obra. E ela assim se afiguraria ainda mais se Brahms tivesse cumprido sua intenção original: uma estrutura em quatro movimentos cujos esboçados movimento lento e scherzo (…) foram totalmente substituídos, fora do tempo, pelo adágio que conhecemos. De fato o Concerto é, em muitos aspectos o sucessor natural da Sinfonia nº 2- na mesma tonalidade em ré menor – e as similaridades são especialmente fortes no primeiro movimento, cuja semelhança com o da SInfonia foi comentada por Clara Schuman na primeira vez que Joachim e Brahms o tocaram todo para ela. Esta aí, de novo, um espaçoso e aparentemente descansado esquema em 3/4, calorosamente romântico em sua coloração orquestral, em seus temas construídos sobre uma formação em tríade e, embora em si mesmos não especialmente prolongados, evoluindo de um para o outro em imensos parágrafos e raramente muito afastados do caráter de uma valsa calma, porém apaixonada. (…)
(…) O tratamento virtuosístico do violino é inaudito em Brahms e sagazmente matizado de muitos elementos. Estão entre estes seus estudos dos grandes concertos clássicos, muito obviamente os de Beethoven mas também aqueles de um mestre menor, Viotti, cujo Concerto nº22 era um dos preferidos de Joachim e Brahms. Também se invoca a escrita para violino de Bach, cuja chacona em ré menor ele transcrevera para piano no ano anterior. E além disso é infuenciado por suas observações, ao longos dos anos, da ardente execução e da honesta personalidade musical de Joachim, o solista para quem o concerto desde o começo foi projetado.”
Como salientou o editorialista da amazon, a cadenza interpretada por Vengerov não é a de Joachim, e sim dele mesmo, Maxim Vengerov. O cabra é macho mesmo. Mexeu num dos cânones da interpretação violinística dos séculos XIX e XX.
Ah, o cd traz também a Sonata nº 3, para piano e violino, numa inspirada interprtação da mesma dupla Vengerov / Baremboim, sendo este último o responsável pelo piano.
Johannes Brahms (1833-1896): Violin Concerto in D major, Op. 77, Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (Vengerov, Barenboim)

1. I. Violin Concerto in D major, Op. 77 – Allegro non troppo
2. II. Adagio
3. III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
4. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 – I. Allegro
5. II. Adagio
6. III. Un poco presto e con sentimento
7. IV. Presto agitato

Maxim Vengerov – Violin
Chicago Symphony Orchestra
Daniel Barenboim – Piano e Conductor

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FDP Bach

Johannes Brahms (1833 – 1897): Quartetos com Piano Nos. 1 & 3, Op. 25 & 60 – Xiayin Wang (piano) & Amity Players ֎

Celebrando uma Vida Nova!

Xiayin Wang

Xiayin admirando o resultado do óleo de peroba usado pela turma do PQP Bach em seus pianos…

Este disco com música de Brahms é um dos melhores entre os que ouvi esta semana – vale a pena! Cheguei até ele depois de ler um artigo tratando de boas gravações do Concerto para Piano No. 2, de Tchaikovsky. Pois é, há mais concertos para piano de Tchaikovsky além do Concerto No. 1, mas isto é outra história .

Como estava dizendo, no tal artigo sobre o Concerto para Piano No. 2 de Tchaikovsky, a ‘brilhante’ pianista chinesa-estadunidense Xiayin Wang é mencionada. Ela gravou um disco para a CHANDOS com o este concerto e o Concerto de Khatchaturian. Eu decidi investigar o que havia disponível em meus fornecedores com a moça. Um bocado de música romântica virtuosística, Rachmaninov e Scriabin, além dos Concertos de Tchaikovsky e Khachaturian. Há também um surpreendente disco com obras de Enrique Granados, incluindo as maravilhosas Valsas Poéticas. Este disco ainda aguarda considerações, Granados é viciante, mas intoxicante também. Aí chegamos a dois discos com obras de câmara do romantismo alemão, quartetos e quintetos com piano de Schumann e de Brahms. O Schumann ainda está na fila e o Brahms está aqui.

O disco com as obras de Brahms é de 2008, do selo canadense MARQUIS, e traz dois dos três quartetos com piano de Brahms, os de Números 1 e 3. São 74 minutos de ótima música, apesar de que tive que mandar ver no botão de volume, mais do que usualmente é necessário. Neste disco, Xiayin Wang é acompanhada pelos rapazes do Amity Players.

Os quartetos com piano de Brahms estão bastante representados aqui no blog, em especial o de Número 1, que tem o inesquecível último movimento ‘cigano’, com certeza resultado de lembranças dos dias que Johannes passou em companhia do ‘outro’ amigo violinista húngaro, Eduard Reményi. Eu não deixaria de ouvir as gravações que podem ser encontradas aqui, aqui e aqui, gravações novas e jurássicas. Mas, hoje é dia de Xiayin Wang e seus parceiros do Amity Players. Eles estão soberbos, tanto no movimento cigano quanto no lindíssimo movimento lento do Terceiro Quarteto. Confira!

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Piano Quartet No. 1 in G Minor Op. 25

  1. Allegro
  2. Intermezzo: Allegro Ma Non Troppo – Trio: Animato
  3. Andante Con Moto
  4. Rondo Alla Zingarese: Presto

Piano Quartet No. 3 In C Minor Op. 60

  1. Allegro Non Troppo
  2. Scherzo: Allegro
  3. Andante
  4. Finale: Allegro Comodo

Xiayin Wang, piano

Béla Horváth, violino

Tom Palny, viola

Raphaël Dubé, violoncelo

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MP3 | 320 KBPS | 170 MB

Trecho de uma crítica deixada na Amazon: The demand on interpretative skill [made by these works] is huge, and a mere possession of technique could never do justice to the pieces choosed in this album. Xia Yin Wang and the Amity Players did a more than splendid job

Trecho de uma crítica de outro álbum da pianista: Introducing Xiayin Wang’ is recorded very quietly; one will need to crank it up to get the full effect. Nevertheless, Wang is quite an exciting player and has precisely those qualities that make the prospect of seeing this artist in concert appealing — breadth of repertoire, sensitivity of touch, and a beautiful overall sound.

Aproveite!

René Denon

Xiayin Wang adorou a estreia no blog..

.: interlúdio :. Jan Garbarek: Places (com Jack DeJohnette, Bill Connors, John Taylor) e Mágico (com Egberto Gismonti, Charlie Haden)

Logo após o falecimento do grande Jack DeJohnette, ouvi pela primeira vez um álbum gravado por ele com o saxofonista lá em 1977, com uma sonoridade bem típica do chamado ECM-jazz, nomeado por causa da gravadora que lançou dezenas de álbuns de um estilo que, em termos mais amplos, é jazz europeu, com menos ritmos dançantes do que o jazz americano, e às vezes se aproximando do new age, estilo que na época ainda estava começando a se configurar. A presença da bateria de DeJohnette faz toda a diferença aqui: quando as sonoridades baseadas no sax, no órgão elétrico e na discreta guitarra vão se encaminhando perigosamente próximas do “easy listening”, chega o baterista e adiciona pitadas de swing.

E essa descoberta me fez voltar para um álbum que já admiro há mais tempo, também com Garbarek, também com uma formação de instrumentistas que deixa espaços vazios: se no álbum Places não há baixista, no Mágico (gravado em 1979) não há bateria ou outras percussões, de modo que às vezes é Egberto Gismonti, com seu violão e piano, que está “batendo” os ritmos, porque o baixista Charlie Haden tem preocupações principalmente melódicas.

Em algumas páginas na internet o disco aparece com a autoria de Haden, com a participação de Gismonti e Garbarek. É um equívoco: se o nome do baixista aparece em 1° lugar na capa é muito mais por respeito à sua idade maior (ele já tinha passado dos 40) e seu currículo que incluía álbuns gravados com Ornette Coleman, Keith Jarrett, Alice Coltrane etc. O baixo não tem nenhum solo longo, no máximo trechos de um ou dois compassos em que os dois colegas param e Haden apresenta com beleza suas réplicas, para usar a metáfora comumente usada para o quarteto de cordas como um diálogo civilizado entre quatro indivíduos de igual importância, sem diferença de níveis hierárquicos. Enfim, fica mais do que evidente a ausência de um líder nesse trio.

Recomendo ouvir os dois discos no mesmo dia: eles se complementam de alguma maneira misteriosa. Ou não tão misteriosa assim, afinal os melódicos e lentos solos de sax têm um mesmo caráter mas a cama sonora e a paisagem é diferente. Em um disco o violão cheio de personalidade de Gismonti e o baixo também muito pessoal mas discreto de Haden, no outro os teclados e a bateria formando um tipo de teia sonora completamente diferente mas com conexões com aquele outro mundo do brasileiro nascido no interior do Rio de Janeiro e do norte-americano nascido no Midwest.


Places (1978)
1. Reflections
2. Entering
3. Going Places
4. Passing

Jan Garbarek – Saxophones
Bill Connors – Guitar
John Taylor – Organ, Piano
Jack DeJohnette – Drums
Recorded: December 1977, Oslo, Norway

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Places


Mágico (1980)
1. Bailarina (Geraldo Carneiro, Piry Reis)
2. Mágico (Egberto Gismonti)
3. Silence (Charlie Haden)
4. Spor (Jan Garbarek)
5. Palhaço (Egberto Gismonti)

Charlie Haden – bass
Jan Garbarek – saxophone
Egberto Gismonti – guitar, piano
Recorded: June 1979, Oslo, Norway

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Mágico

Jack DeJohnette em 1981

Pleyel

Edouard Lalo (1823-1892): Symphonie Espagnola, Camile Saint-Saëns: Concerto para violino nº 3 – (Perlman, Barenboim)

Fiz uma confusão tremenda ontem, e acabei agendando uma postagem sem ter subido o arquivo para o rapidshare. Desculpem a confusão, ando meio atrapalhado nos últimos dias, ansioso, na verdade, devido às burocracias referentes à contratação em um novo emprego. Por este motivo, só ao chegar em casa hoje, perto das 3 da tarde, e que vi que a postagem sem o link.E como bobagem pouca é bobagem, no final das contas acabei deletando a postagem. Bem, vou resumir o que falei: Perlman está afiadíssimo neste cd, mostrando todo o seu virtuosismo, ao lado de seu amigo de longa data, Daniel Barenboim, nos bons tempos em que este era diretor da Orchestre des Paris, no começo dos anos 80. Então, eis duas obras famosas do repertório violinistico. Espero que apreciem. Ah, antes que me esqueça, o cd também traz uma obra de Berlioz, mas meu cd está com defeito nesta faixa, e simplesmente se recusa a ser convertido para mp3.

Edouard Lalo (1823-1892) – Symphonie Espagnola, Camile Saint-Saëns – Concerto para violino nº 3 – Perlman, Barenboim

1 – Lalo- Symphonie Espagnole op. 21- 1. Allegro non tropo
2 – Lalo- Symphonie Espagnole op. 21- 2. Scherzando- Allegro molto
3 – Lalo- Symphonie Espagnole op. 21- 3. Intermezzo- Allegretto non troppo
4 – Lalo- Symphonie Espagnole op. 21- 4. Andante
5 – Lalo- Symphonie Espagnole op. 21- 5. Rondo- Allegro

6 – Saint-Saens- Concerto pour violon et orchestre op. 61- 1. Allegro non troppo
7 – Saint-Saens- Concerto pour violon et orchestre op. 61- 2. Andantino quasi allegretto
8 – Saint-Saens- Concerto pour violon et orchestre op. 61- 3. Molto moderato e maestoso – Allegro non troppo

Itzhak Perlman – Violino
Orchestre des Paris
Daniel Barenboim – Conductor

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FDP Bach

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano K. 330, 331 e 332 (Staier)

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano K. 330, 331 e 332 (Staier)

Este CD da Harmonia Mundi France foi o vencedor do Diapason d`Or de 2004. Se este fato coloca uma grife na gravação, sua audição coloca outras nestas obras que já receberam polêmicas abordagens, como as de Glenn Gould (no mínimo estranha e temperamental), as da “neo-brasileira” Maria João Pires (talvez a melhor) e de Mitsuko Uchida (a que mais ouvia, don`t ask me why). Pode ser que Uchida e Pires acabem substituídas por Staier como meu preferido, mas ainda é cedo para tais considerações que certamente não terão a menor repercussão fora dos poucos metros quadrados de minha sala…

Um anônimo deixou a nota a seguir num site norte-americano. Eu a assinaria, sem dúvida. Gostaria de imaginar que vocês também, após audição deste excelente trabalho de Andreas Staier.

A new standard for Mozart piano performance, June 8, 2005
By A Music Lover

First the essential information: This performance is on a period fortepiano, not a modern instrument. This performance is not always “pretty”, but often percussive and dynamic. Also, Mr. Staier chooses to add ornamentation that is not in the manuscript but is in accordance with the style and practice of the 18th century. Still interested? I hope so, because if you miss this, you will miss a very exciting performance of 3 of Mozart’s finest works. Not for the faint of heart or those who insist that Mozart always sound beautiful. There certainly are moments of beauty, and poignancy, but there is also fire. Mozart played as the logical precursor to Beethoven. Frankly, I’ve never completely been won over by Mozart’s piano sonatas. There always seemed to be something lacking, a feeling of them being almost, but not quite, perfect. This performance has convinced me that they are indeed masterworks. Staier’s choice of ornamentation is both tasteful and exciting, with an improvisatory feeling that adds to the almost operatic, vocal quality of the melodic line. Of course, these choices are “frozen” on disc and lose that improvisatory feel somewhat on repeated listenings, but overall I prefer this approach to a more “straight” reading. Staier doesn’t shy away from dynamic contrasts, either, at some points sounding as though he is pushing the instrument to its breaking point. But it works very well. This is a clear contender for recording of the year, along with Ronald Brautigam’s exciting fortepiano performances of Beethoven Sonatas on the Bis label.

W. A. Mozart (1756-1791) – Sonatas para Piano K. 330, 331 e 332 (Staier)

Piano Sonata No. 10 in C major, K. 330 (K. 300h)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
1. Allegro Moderato
2. Andante Cantabile
3. Allegretto

Piano Sonata No. 11 in A major (“Alla Turca”) K. 331 (K. 300i)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
4. Andante Grazioso (Theme Et Variations)
5. Menuetto-Trio
6. Alla Turca. Allegretto

Piano Sonata No. 12 in F major, K. 332 (K. 300k)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
7. Allegro
8. Adagio
9. Allegro Assai

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PQP

G. F. Handel (1685-1759): O Triunfo do Tempo e do Desengano (Il Trionfo del Tempo a del Disinganno) (Haim / Le Concert d’Astree)

G. F. Handel (1685-1759): O Triunfo do Tempo e do Desengano (Il Trionfo del Tempo a del Disinganno) (Haim / Le Concert d’Astree)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este não é apenas um oratório ou ópera que tem o mais belo título que conheço, é MUITO BOA música. Handel era jovem, tinha 22 anos, estava com todo o leite e não perdeu a viagem, fez grande música! No texto do oratório as personagens Beleza, Prazer, Desengano e Tempo levam um papo. Imaginem um menino de 22 anos musicando algo sobre a vitória do Tempo e do Desengano sobre a Beleza e o Prazer.  Mas vamos ao curioso tema da obra. Aliás, antes disso, digo que quem ouviu as Cantatas Italianas de Handel (publicadas neste blog — 7 CDs) deve ter ficado com a certeza de que o jovem Handel foi muitíssimo inspirado, talentoso e foda, para usar um termo mais técnico. Até melhor do que o Handel inglês. Falo sério.

Em vez de personagens históricos ou mitológicos, encontramos figuras abstratas que disputam a alma humana: a Beleza — a juventude sedutora, a promessa de prazer –, o Prazer — o hedonismo elegante e persuasivo –, o Tempo e o Desengano/Desilusão — forças severas, inevitáveis, que apontam para a finitude e a verdade. A trama é simples: Beleza, seduzida pelo Prazer, tenta viver sem limites, mas acaba reconhecendo que o tempo destrói tudo o que é superficial, e que apenas as verdades permanecem. É, portanto, uma meditação barroca sobre vaidade, efemeridade e tentação. Musicalmente, é uma obra radiante: melodias exuberantes, linhas vocais virtuosísticas e momentos de introspecção que já anunciam o Handel maduro dos oratórios ingleses. Dela vem uma das árias mais sublimes do barroco, Lascia la spina, cogli la rosa — tema que mais tarde o compositor reutilizaria em Rinaldo. Aqui, porém, sua melancolia tem algo de mais íntimo. No fim, O Triunfo do Tempo e do Desengano é menos um sermão moral, menos do que um Memento mori dito num mosteiro, do que uma poesia sonora sobre o destino humano: no choque entre brilho e decadência, juventude e consciência, Handel captura a eterna tensão entre o mundo que seduz e o tempo que revela.

Agora, deem uma olhada abaixo no nome de quem regeu a estreia da obra… Olhem, olhem!

IL TRIONFO DEL TEMPO E DEL DISINGANNO
Oratorio in 2 parti
Libretto di Benedetto Pamphili

Musica di Georg Friedrich Händel
Roma, Collegio Clementino , giugno 1707
PERSONAGGI VOCI
BELLEZZA Soprano (Beauty)
PIACERE Soprano (Pleasure)
DISINGANNO Alto (Disillusion)
TEMPO Tenor (Time)

Direttore: Arcangelo Corelli

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Estava falando com um amigo agora pelo Whats:

[11:03, 01/11/2025] Bernardo: Eu não consigo parar de escutar isso
[11:04, 01/11/2025] Bernardo: E, sabe o que é mais emocionante?
[11:04, 01/11/2025] Bernardo: Eu imaginei um fedelho de 22 anos chegando em Roma
[11:04, 01/11/2025] Bernardo: Vertendo testosterona pelas orelhas
[11:05, 01/11/2025] Bernardo: E escrevendo uma música de uma maturidade que denota uma compreensão sobre o tema que pouquíssimos atingem
[11:05, 01/11/2025] Eu: É uma perspectiva curiosa…
[11:06, 01/11/2025] Bernardo: A imagem de Händel, muito jovem, em Roma fazendo uma música de tanta vitalidade é muito poderosa
[11:06, 01/11/2025] Bernardo: A música é cinematográfica
[11:06, 01/11/2025] Bernardo: Acompanha e enriquece profundamente o texto
[11:07, 01/11/2025] Bernardo: Ele leu, compreendeu e deu dimensão musical ao texto
[11:07, 01/11/2025] Bernardo: Um trófeu dos afetos, tão caro ao barroco…
[11:07, 01/11/2025] Bernardo: Estava vendo um vídeo agora e lembrei de ti também

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G. F. Handel (1685-1759): O Triunfo do Tempo e do Desengano (Il Trionfo del Tempo a del Disinganno) (Haim / Le Concert d’Astree)

Disc 1:
1. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707): Overture 4:54
2. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria : “Fido specchio” (Bellezza) 4:59
3. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Io che sono il Piacere” (Bellezza/Piacere) 0:25
4. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Fosco genio, e nero duolo” (Piacere) 3:08
5. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Ed io, che’l Tempo sono” (Disinganno/Tempo) 0:21
6. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Se la Bellezza perde vaghezza” (Disinganno) 4:03
7. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.:”Dunque si predan l’armi” (Bellezza/Piacere) 0:15
8. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Una schiera de piaceri” (Bellezza) 3:28
9. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “I colossi del sol” (Tempo) 0:15
10. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Urne voi, che racchiudete” (Tempo) 7:04
11. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Sono troppo crudeli” (Piacere) 0:10
12. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Duo: “Il voler nel fior degl’anni” (Bellezza/Piacere) 5:01
13. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Della vita mortale” (Bellezza/Disinganno) 0:29
14. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Un pensiero nemico di pace” (Bellezza) 3:54
15. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recti.: “Folle, tu niegh’l tempo” (Bellezza/Piacere/Disinganno) 0:56
16. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Nasce l’uomo” (Tempo) 2:14
17. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “L’uomo sempre se spesso” (Disinganno) 2:35
18. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Questa è la reggia mia” (Piacere) 1:30
19. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Sonata: “Taci, qual suono ascolto!” (Bellezza) 2:35
20. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Un leggiadro giovinetto” (Piacere) 3:43
21. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Fra nella destra l’ali” (Bellezza) 0:13
22. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria “Venga il Tempo” (Bellezza) 3:18
23. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Crede l’uom ch’egli riposi” (Disinganno 7:53
24. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Tu credi che sia lungi” (Bellezza/Disinganno/Tempo) 0:50
25. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Folle, dunque tu sola presumi” (Tempo) 3:28
26. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “La reggia del Piacer vedesti” (Disinganno/Tempo) 0:18
27. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Quartetto: “Se non sei più ministro” (Bellezza/Piacere/Disinganno/Tempo) 4:09

Disc 2:
1. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Se del faso Piacere” (Tempo) 0:59
2. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Chiudi, chiudi vaghi rai” (Piacere) 3:21
3. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “In tre parti divise” (Tempo) 0:46
4. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Io sperai trovar nel vero” (Bellezza) 6:57
5. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Tu vivi invan dolente” (Piacere) 0:13
6. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Tu giurasti di mai non lasciarmi” (Piacere) 3:58
7. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Sguardo, che inferno ai rai” (Tempo) 0:21
8. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Io vorrei due cori in seno” (Bellezza) 3:45
9. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Io giurerei, che tu chiudesti” (Bellezza) 0:39
10. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Più non cura” (Disinganno) 4:51
11. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “E un’ ostinato errore” (Tempo) 0:12
12. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “E ben folle quel nocchier”(Tempo) 2:15
13. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Dicesti il vero” (Bellezza) 0:18
14. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Quartetto: “Voglio Tempo” (Bellezza/Piacere/Disinganno/Tempo) /Ann Hallenberg/Sonia Prina/Pavol Breslik 3:53

15. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Presso la reggia ove’l Piacer” (Bellezza/Disinganno) 1:14
16. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Lasci la spina” (Piacere) 6:25
17. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Con troppo chiare note” (Bellezza/Disunganno) 0:28
18. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Voglio cangiar desio” (Bellezza) 5:17
19. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Or che tiene la destra” (Bellezza) 0:16
20. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Chi già fu del bondo crine” (Disinganno) 2:12
21. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Mà che beggio? Che miro?” (Bellezza) 0:39
22. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Rico pino, nel cammino” (Bellezza) 4:03
23. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Si bella penutenza” (Bellezza) 0:45
24. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Duetto: “Il bel pianto dell’Aurora” (Disinganno/Tempo) 6:24
25. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Piacer, che meco già vivesti” (Bellezza) 0:28
26. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Come membo que fugge” (Piacere) 5:29
27. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Pure del cielo intelligenze” (Bellezza) 0:47
28. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Tu del ciel ministro eletto” (Bellezza) 6:05

Natalie Dessay
Sonia Prina
Ann Hallenberg
Pavol Breslik
Patrick Beaugiraud
Astushi Sakai

Emmanuelle Haim
Le Concert d’Astree

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Handel pensando num futuro sem Bolsonaro

PQP

Mozart Portraits, com Cecilia Bartoli

Mozart Portraits, com Cecilia Bartoli

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sim, Mozart teria ficado feliz. Ouvi o Exsultate, jubilate na Rádio da UFRGS e meu prazer foi quase sexual. Ela canta como a gente sonha ouvir alguém cantar. E então passamos ao CD: é uma jóia após outra. Dizer o quê? Eu adoro a voz de Cecilia Bartoli, amo mesmo. Como deve ser maravilhoso ter a capacidade de abrir a boca e, diferentemente de mim, não dizer bobagens com uma voz feia. Ela efetivamente tem toda uma riqueza musical muito pessoal e própria. E chega de babação.

Mozart Portraits — Cecilia Bartoli

1. Così fan tutte / Act 1 – “Temerari! Sortite!” – “Come scoglio!” 5:50
2. Così fan tutte / Act 2 – “Ei parte…Per pietà” 9:04
3. Così fan tutte / Act 1 – “In uomini, in soldati” 2:42
4. Le nozze di Figaro / Act 3 – “E Susanna non vien!” – “Dove sono i bei momenti” 6:43
5. Le nozze di Figaro / Act 4 – Giunse alfin il momento…Al desio di chi t’adora 7:19
6. Don Giovanni / Act 1 – “Batti, batti, o bel Masetto” 3:48
7. In quali eccessi… Mi tradi, K.540c – (Da Ponte)/Recitative and Aria (No.21bis) for Don Giovanni (version Vienna 1788) 5:48
8. Davidde Penitente, K.469 – 3. Aria: “Lungi le cure ingrate” 4:56
9. Exsultate, jubilate, K.165 14:37

Cecilia Bartoli
György Fischer
Vienna Chamber Orchestra

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Cecilia Bartoli, de tirar a cartola
Cecilia Bartoli, de tirar a cartola

PQP

Petr Eben (1929 – 2007): Paisagens de Patmos, Campanae Gloriosae e outras obras para órgão

Petr Eben faz sua estreia hoje no PQPBach. Nascido na então Tchecoslováquia, viveu a maior parte da vida em Praga. Avesso à politização de sua música, teve pouca projeção em seu país até o fim do regime socialista em 1990, quando repentinamente raiou a liberdade (ou ao menos é o que diz a propaganda) e ele tornou-se um dos mais festejados compositores tchecos do século XX.

Suas obras incluem música coral, um belo concerto para piano e muita música para órgão, totalizando 5 CDs de “organ works” lançados pela Hyperion. E começamos hoje pelo final: o 5º disco, no qual o organista Halgeir Schiager se soma a um percussionista na 1ª obra – Paisagens de Patmos, baseada no livro do Apocalipse – e um trompetista na última obra – Okna, que em checo significa janelas .

Petr Eben (1929 – 2007):
Landscapes of Patmos
1 Landscape with Eagle [3’44]
2 Landscape with Elders [3’30]
3 Landscape with Temple [6’30]
4 Landscape with Rainbow [2’43]
5 Landscape with Horses [6’57]

6 Prelude 1 [4’58]
7 “Gloria” Prelude 2 [2’45]

Triptychon
8 Agitato [3’53]
9 Moderato [3’35]
10 Allegretto [3’57]

11 Campanae gloriosae [8’34]

Okna “Windows”
12 Blue Window ‘Ruben’: Con moto [4’02]
13 Green Window ‘Issachar’: Andantino pastorale [5’05]
14 Red Window ‘Zebulon’, Risoluto e drammatico [5’19]
15 Golden Window ‘Levi’: Festivo [5’45]

Halgeir Schiager – organ
Jan Fredrik Christiansen – trumpet (tracks 12-15)
Eirik Raude – percussion (tracks 1-5)
organ of Hedvig Eleonora Kyrkan, Stockholm (Grölunds Orgelbyggeri, Gammelstad, 1975-76)

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O órgão utilizado nesta gravação (Estocolmo, Suécia)

Pleyel

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonias de 1 a 4 com Bernard Haitink

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonias de 1 a 4 com Bernard Haitink

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Pessoal, o negócio é seguinte — vou postando o que ouço, tá? E estou embasbacado com essa versão do Bernard Haitink — sim, meu filho se chama Bernardo, mas não creio que tenha sido uma homenagem consciente ao grande holandês, apenas um compreensível ato falho — para a integral de Mahler. Na verdade, estou tão apaixonado que ontem ouvi sem interrupções as mais de quatro horas e meia da música maravilhosa que ora posto. Toda esta série é com o incrível conjunto do Concertgebouw de Amsterdam. Não vou me derramar com mais elogios para a música, a orquestra e seu regente. Encarem a linha em branco abaixo como se fossem linhas e linhas repletas da mais histérica admiração e dos mais inteligentes argumentos para que você conheça tais obras do modo com Haitink as mostra.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonias de 1 a 4 com Bernard Haitink

CD1
Symphony No. 1 in D “Titan”
1. I. Langsam. Schleppend 13:23
2. II. Kraftig bewegt 7:45
3. III. Feierlich und gemessen 10:51
4. IV. Sturmisch bewegt 20:04

Symphony No. 2 in C minor “Resurrection”
5. I. Allegro maestoso 20:27
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink

CD2
Symphony No. 2 in C minor “Resurrection”
1. II. Andante moderato 10:56
2. III. In ruhig flie ender Bewegung 11:22
3. IV. Urlicht 5:19
4. V. Im Tempo des Scherzos 9:28
5. VI. Maestoso. Sehr zur ckhaltend 7:39
6. VII. Sehr langsam 2:17
7. VIII. Langsam. Miesterioso 6:22
8. IX. Etwas bewegter 8:22
Elly Ameling, soprano; Aafje Heynis, contralto; Netherlands Radio Chorus, Chorus master: Carel Laout
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink

CD3
Symphony No. 3 in D minor
Part I
1. I. Kräftig. Entschieden 32:09
Part II
2. II. Tempo di minuetto 10:19
3. III. Comodo. Scherzando 16:50
4. IV. Sehr langsam. Misterioso (“O Mensch! Gib acht!”) 8:45
5. V. Lustig im Tempo 4:05
Maureen Forester, contralto; Women’s Chorus of the Netherlands Radio;
Boy’s Chorus of the St Wilibrord Church, Amsterdam
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink

CD4
Symphony No. 3 in D minor
1. VI. Langsam. Rhuevoll. Empfunden 22:05

Symphony No. 4 in G
2. I. Bedachtig. Nicht eilen 16:27
3. II. In gemachlicher Bewegung 8:37
4. III. Ruhevoll. Poco adagio 19:34
5. IV. Sehr behaglich 8:48
Elly Ameling, soprano (Symphony No. 4)
Maureen Forester, contralto (Symphony No. 3); Women’s Chorus of the Netherlands Radio (Symphony No. 3);
Boy’s Chorus of the St Wilibrord Church, Amsterdam (Symphony No. 3)
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink

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PQP, é bom esse Haitink!
PQP, é bom esse Haitink!

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Giuseppe Verdi (1813-1901): Réquiem e Quatro Peças Sacras (Gardiner)

Giuseppe Verdi (1813-1901): Réquiem e Quatro Peças Sacras (Gardiner)

Eu respeito os que defendem outros regentes, mas não vejo ninguém à frente desta gravação de Gardiner para o Réquiem de Verdi. Quem me repassou esta foi algum de vocês, mas, apesar de estar muito agradecido, não lembro quem foi. Coisas do esporte bretão. Relendo os comentários já postados, digo que mais pessoas também consideraram esta gravação imbatível!

Falemos sério: isto aqui está muito mais para ópera do que para um Réquiem. Réquiem é o de Brahms, o de Mozart, o de Fauré e de outros, mas é mesmo assim é muito bom. Drama, drama, drama — o Réquiem de Verdi é um drama humano com Deus como plateia. Ele transpõe toda a intensidade dramática, as paixões e o terror do palco operístico para o texto da missa dos defunteados. A obra não é uma prece serena pela paz eterna, mas um confronto emocional com o medo, o julgamento e a perda. O “Dies Irae” é um furacão orquestral e coral que pinta o Dia da Ira com uma força inigualável. Ai, que meda! Os solistas (soprano, mezzo, tenor e baixo) vivem personagens em conflito, enquanto o coro representa a humanidade aterrorizada perante o divino. Composta em memória do poeta Alessandro Manzoni, a quem Verdi admirava, seu Réquiem é um monumento musical de dor coletiva. Apesar de todo este terror, após a fúria do “Dies Irae”, momentos como o “Lacrimosa” ou a suplicante ária do soprano no “Libera Me” demonstram certa vulnerabilidade dos mortos. Por exemplo, a repetição do “Libera Me” (Livrai-me) no final não é resoluta, mas suplicante e cheia de angústia, terminando a obra num suspiro de incerteza todo cagado de medo.

Giuseppe Verdi (1813-1901): Réquiem e Quatro Peças Sacras (Gardiner)

CD 1
1. Messa da Requiem – 1. Requiem Anne Sofie von Otter 8:50
2. Messa da Requiem – 2. Dies irae The Monteverdi Choir 2:09
3. Messa da Requiem – 2. Tuba mirum Alastair Miles 2:59
4. Messa da Requiem – 2. Liber scriptus Anne Sofie von Otter 4:41
5. Messa da Requiem – 2. Quid sum miser Anne Sofie von Otter 3:42
6. Messa da Requiem – 2. Rex tremendae Anne Sofie von Otter 3:24
7. Messa da Requiem – 2. Recordare Anne Sofie von Otter 4:02
8. Messa da Requiem – 2. Ingemisco Luca Canonici 3:22
9. Messa da Requiem – 2. Confutatis Alastair Miles 4:49
10. Messa da Requiem – 2. Lacrymosa Anne Sofie von Otter 5:45
11. Messa da Requiem – 3. Offertorium Anne Sofie von Otter 10:06
12. Messa da Requiem – 4. Sanctus The Monteverdi Choir 2:41

CD 2
1. Messa da Requiem – 5. Agnus Dei Anne Sofie von Otter 5:01
2. Messa da Requiem – 6. Lux aeterna Anne Sofie von Otter 6:18
3. Messa da Requiem – 7. Libera me Luba Orgonasova 13:29

4. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Ave Maria The Monteverdi Choir 6:05
5. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Stabat Mater The Monteverdi Choir 11:47
6. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Laudi alla vergine Maria The Monteverdi Choir 5:47
7. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Te Deum Donna Brown 14:53

Anne Sofie von Otter
Luba Orgonasova
Alastair Miles
Luca Canonici

Orchestre Révolutionnaire et Romantique
Monteverdi Choir
John Eliot Gardiner

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Verdi: "Essa versão é uma coisa de louco, véio!"
Verdi: “Essa versão é uma coisa de louco, véio!”

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Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino e Concerto Duplo (Repin / Chailly)

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino e Concerto Duplo (Repin / Chailly)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Grandes composições de Brahms interpretadas fantasticamente por esta nova estrela do violino — o russo Vadim Repin — e um regente veterano — Riccardo Chailly. Repin começa bem sua relação com Brahms: a frase A música de Brahms me move para as profundezas do meu ser pode ser grandiloquente, mas só para quem não conhece a densidade do homem que — quem sabe? — comia Clara Schumann. O Concerto de Brahms já fazia parte de seu repertório há bastante tempo, apesar de Repin ter apenas 38 anos, assim como os concertos de Beethoven, Mendelssohn e Tchaikovsky. Riccardo Chailly e a Orquestra Gewandhaus de Leipzig são seus velhos conhecidos porém A última vez que executei o Concerto para Violino de Brahms com Chailly foi há quase dez anos atrás, em uma turnê norte-americana com a Orquestra do Concertgebouw. Pois nesta gravação eles reaparecem tocando demais.

O Concerto está absolutamente sem reparos. Já o Concerto Duplo parece bem mais rápido do que o habitual (talvez eu esteja errando ao considerar aquela gravação de Mutter-Meneses-Karajan como o gold standard, não?). Tal concepção não me incomodou, todavia sinto uma certa intenção de fazê-lo mais brusco e afirmativo, em contraste com a absoluta perfeição do Concerto para violino.

Johannes Brahms (1833 – 1897): Concerto para Violino e Concerto Duplo (Repin / Chailly)

Violin Concerto in D, Op.77

1) 1. Allegro non troppo [22:51]
2) 2. Adagio [9:11]
3) 3. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto [7:56]

Vadim Repin, violino
Riccardo Chailly
Gewandhausorchester Leipzig

Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102
4) 1. Allegro [16:43]
5) 2. Andante [7:40]
6) 3. Vivace non troppo – Poco meno allegro – Tempo I [8:29]

Vadim Repin, violino
Truls Mörk, violoncelo
Gewandhausorchester Leipzig
Riccardo Chailly

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Vadim Repin hoje, demonstrando que todos envelhecem.
Vadim Repin hoje, demonstrando que todos envelhecem.

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Francesco Maria Veracini (1690-1768): Sonatas (Holloway, ter Linden, Mortensen)

Francesco Maria Veracini (1690-1768): Sonatas (Holloway, ter Linden, Mortensen)

Este CD mereceu atenção especialíssima da Gramophone há alguns anos. Puxa, e ele é mesmo bom pra caraglio. Valeu o pequeno investimento. A música de Veracini é inteiramente italiana e de qualidade extraordinária e seu trabalho sobre a Sonata de Corelli é o melhor do CD. É para se ouvir de joelhos. Francesco Maria Veracini (1690-1768) viajou frequentemente pela Europa, tendo sido um dos primeiros violinistas freelancers, numa altura em que o grande objetivo de qualquer músico era obter um posto permanente (veja-se o caso de Bach, por exemplo, de quem Veracini foi contemporâneo). Nascido no seio de uma família de violinistas, fez os estudos musicais com o tio, Antonio Veracini (1659-1733), e não tardou que iniciasse a ronda europeia: Veneza (1711-1712), Londres (1714), Dusseldorf (1715), Londres de novo, Dresden (1717-1722), Florença (1723-33) e regresso a Londres (1741-1745). O virtuosismo de Veracini está bem expresso nos escritos do historiador inglês Charles Burney (1726-1814), um antigo aluno de Thomas Arne (1710-1778): “The year 1714 was rendered an important period for the progress of the violin in this country by the arrival of Geminiani and Veracini, as the abilities of these masters confirmed the sovereignity of the instrument over all others, in our theatres and concerts”. À carreira de violinista, que lhe trouxe fama e fortuna, Veracini juntou a de compositor, tendo escrito música vocal (óperas, cantatas, oratórios, canções), concertos e sonatas para violino (à volta de 60). Veracini faleceu no dia 31 de Outubro de 1768.

John Holloway apresenta uma sonata de cada uma das quatro principais coleções de Francesco Maria Veracini – desde o conjunto inédito, composto em Veneza em 1716, aos dois conjuntos publicados com números de opus de 1721 e 1744, respectivamente, até as inusitadas Dissertazioni de cerca de 1760 –, proporcionando-nos assim facetas sutilmente diferentes desta figura pouco conhecida, mas importante, no cenário violinístico do século XVIII. E embora seja verdade que a força corelliana seja forte nesta obra, ela certamente não obscurece a personalidade musical robusta e confiante de Veracini. As Sonatas Op 2 accademiche, em particular, demonstram como o modelo corelliano pode ser expandido ao se prestar um pouco mais de atenção a algumas de suas possibilidades contrapontísticas e violinísticas não realizadas – um ponto que Veracini deixa ainda mais claro na homenagem explícita que são as Dissertazioni, nas quais ele “preenche” as sonatas Op. 5 de Corelli.

Francesco Maria Veracini (1690 – 1768): Sonatas (Holloway, ter Linden, Mortensen)

1. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Overtura. Larga – Allegro 5:40
2. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Aria. Affetuoso 4:40
3. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Paesana. Allegro 1:51
4. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Minuet. Allegro 1:19
5. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Giga “Postiglione”. Allegro 4:28

6. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:18
7. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 2:17
8. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:53
9. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 3:16

10. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Grave – Allegro 3:11
11. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:41
12. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 1:01
13. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Adagio 2:51
14. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:06

15. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Siciliana. Larghetto 3:06
16. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Capriccio. Allegro, e con affetto 5:02
17. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Andante moderato 3:28
18. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Largo 5:37
19. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Allegro assai

John Holloway: violin
Jaap ter Linden: violoncello
Lars Ulrich Mortensen: harpsichord

September 2003, Propstei St. Gerold

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Veracini, claro.

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Frédéric Chopin (1810-1849): Estudos (Pollini)

Frédéric Chopin (1810-1849): Estudos (Pollini)

Eu não sou apaixonado por Chopin, mas amo Pollini. Como esta gravação é muito famosa, deve ser boa. Então, posto e me voy.

Frédéric Chopin (1810-1849): Etudes (Pollini)

1. 12 Etudes, Op.10 – No. 1. in C 1:57
2. 12 Etudes, Op.10 – No. 2. in A minor “chromatique” 1:26
3. 12 Etudes, Op.10 – No. 3. in E “Tristesse” 3:42
4. 12 Etudes, Op.10 – No. 4. in C sharp minor 2:01
5. 12 Etudes, Op.10 – No. 5. in G flat “Black Keys” 1:38
6. 12 Etudes, Op.10 – No. 6. in E flat minor 3:10
7. 12 Etudes, Op.10 – No. 7. in C 1:30
8. 12 Etudes, Op.10 – No. 8. in F 2:20
9. 12 Etudes, Op.10 – No. 9. in F minor 2:06
10. 12 Etudes, Op.10 – No. 10. in A flat 2:03
11. 12 Etudes, Op.10 – No. 11. in E flat 2:16
12. 12 Etudes, Op.10 – No. 12. in C minor “Revolutionary” 2:40

13. 12 Etudes, Op.25 – No. 1 in A flat “Harp Study” 2:21
14. 12 Etudes, Op.25 – No. 2 in F minor 1:26
15. 12 Etudes, Op.25 – No. 3 in F 1:51
16. 12 Etudes, Op.25 – No. 4 in A minor 1:42
17. 12 Etudes, Op.25 – No. 5 in E minor 2:54
18. 12 Etudes, Op.25 – No. 6 in G sharp minor 2:03
19. 12 Etudes, Op.25 – No. 7 in C sharp minor 4:51
20. 12 Etudes, Op.25 – No. 8 in D flat 1:06
21. 12 Etudes, Op.25 – No. 9 in G flat, “Butterfly Wings” 0:56
22. 12 Etudes, Op.25 – No. 10 in B minor 3:56
23. 12 Etudes, Op.25 – No. 11 in A minor “Winter Wind” 3:33
24. 12 Etudes, Op.25 – No. 12 in C minor 2:31

Maurizio Pollini, piano

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Maurizio Pollini: Retrato de deus quando jovem
Maurizio Pollini: Retrato de deus quando jovem

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Johannes Brahms (1833-1897): Complete Trios (Beaux Arts)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Trios (Beaux Arts)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma gravação clássica do Beaux Arts Trio e agregados, que deve ser apresentada aos pequepianos. Trata-se de um repertório sem pontos baixos interpretados notavelmente por especialistas no formato de trio e no gênero romântico. Das várias formações do grupo de Menahem Pressler, a deste CD, com Isidore Cohen e Bernard Greenhouse, foi a mais habitual.

Esses trios são uma excelente introdução a Brahms, uma vez que eles são de todas as fases da carreira do compositor. O Beaux Arts oferece a prova definitiva de que é melhor ouvir um conjunto estabelecido do que as colaborações entre superstars das quais algumas gravadoras tanto gostam. Há um diálogo contínuo e instintivo longamente estabelecido entre os três veteranos. A sua abordagem é descontraída, sem os excessos dramáticos que caracterizam muitas interpretações camarísticas de Brahms. Uma joia!

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Trios (Beaux Arts)

Disc 1

1 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 1. Allegro con brio 10:15
2 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 2. Scherzo (Allegro molto) 4:58
3 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 3. Adagio 8:10
4 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 4. Allegro 6:17

Beaux Arts Trio

5 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 1. Andante – Poco più animato 7:25
6 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 2. Scherzo (Allegro) 7:32
7 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 3. Adagio mesto 7:03
8 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 4. Finale (Allegro con brio) 6:24

Arthur Grumiaux and Francis Orval and György Sebök

Disc 2

1 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 1. Allegro 8:50
2 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 2. Andante con moto 7:23
3 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 3. Scherzo (Presto) 4:13
4 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 4. Finale (Allegro giocoso) 5:27

Beaux Arts Trio

5 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 1. Allegro energico 6:43
6 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 2. Presto non assai 3:12
7 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 3. Andante grazioso 4:32
8 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 4. Allegro molto 4:54

Beaux Arts Trio

9 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 1. Allegro 7:44
10 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 2. Adagio 8:17
11 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 3. Andante grazioso 5:12
12 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 4. Allegro 4:16

Bernard Greenhouse and George Pieterson and Menahem Pressler

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A formação, digamos, mais duradoura do Beaux Arts. O único membro que sempre se manteve foi o pianista Menahen Pressler.
A formação, digamos, mais duradoura do Beaux Arts. O único membro que sempre se manteve foi o pianista Menahen Pressler.

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Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 3, Op. 90 (Bernstein, Wiener)

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 3, Op. 90 (Bernstein, Wiener)

Eis que Clara Schumann nos pede a Sinfonia Nº 3 de seu amado e querido Johannes, e FDP descobre que, por uma falha indesculpável, nunca chegou a postá-la…

Para satisfazê-la ainda mais, estou disponibilizando a versão de Leonard Bernstein, um dos maiores regentes do século XX, e cujas interpretações destas sinfonias ainda são referência. Querida Clara, me perdoe por esta terrível lacuna…

Brahms escreveu esta sinfonia já maduro e reconhecido como um gênio. Transcrevo abaixo uma pequena análise que Malcolm McDonald faz da obra, em sua biografia de Brahms:

“A Terceira é a menor das sinfonias e as subdivisões de desenvolvimento nos seus movimentos em forma sonata (há três delas) são notavelmente curtas. Em contrapartida, as exposições e recapitulações, especialmente do primeiro movimento e do finale, são expansivas e generosamente providas de ideias memoráveis. Já a unidade interna e através dos movimentos é assegurada tanto pelo uso de uma figura- mote – e de seu tema associado, como pelo significativo desenvolvimento, no finale, de componentes do movimento lento. Como nas outras sinfonias, embora menos abertamente por causa do poderoso primeiro movimento, o finale é a culminância do argumento todo. A estrutura sutilmente bem encadeada da obra flui com uma paixão e uma espontaneidade tão desimpedidas que Hans Richter se viu inclinado a apelidá-la “Eroica de Brahms”. Os paralelos espirituais com a Terceira de Beethoven são quase tão indefiníveis quanto os estruturais. Mas a obra de Brahms sugere realmente um home que inventaria (tinha então cinquenta anos) e enfrentaria seus destino, qualquer que possa ser, com magníficos recursos intelectuais, mas um coração aflito.”

Além desta apurada análise, podemos ver esta sinfonia como arroubo de romantismo desenfreado, basta ouvirmos seu terceiro movimento, um “poco allegretto” escancaradamente romântico. McDonald assim o descreve:

“O poco allegreto seguinte, uma simples forma ternária, é o mais íntimo de todos os intermezzos sinfônicos de Brahms e quase pode ser intitulado “romança”. Seu tema de violoncelo primorosamente modelado e ansioso, com seu floreado giro de cadência em estilo cigano, os discretos acordes que vêm dos sopros, os contornos de semicolcheias em tercinas e em leggiero das cordas que convertem os acompanhamentos farfalhantes do movimento anterior em um brando murmúrio de fundo de cena, tudo se junta em uma de suas mais memoráveis elegias crepusculares.” É preciso dizer mais alguma coisa? Como essa biografia foi escrita em 1990, com certeza McDonald se inspirou nessa magnífica interpretação de Bernstein para resumir a beleza dessa passagem.

Após essa análise da obra, espero que todos apreciem sua beleza e coerência estrutural. Coisa de gênio.

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 3, Op. 90 (Bernstein, Wiener)

1 Allegro con brio
2 Andante
3 Poco Allegretto
4 Allegro

Wiener Philarmoniker
Leonard Bernstein

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Quer fazer os naipes da sua orquestra brilharem? Ask Lenny

FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino, Op. 77 , Concerto Duplo para Violino e Violoncelo, Op. 102 (Mutter, Meneses, Karajan)

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino, Op. 77 , Concerto Duplo para Violino e Violoncelo, Op. 102 (Mutter, Meneses, Karajan)

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Atendendo à uma solicitação de nossa querida Clara Schumann, estou postando aqui um CD que ela pede faz já algum tempo. A relação de todos nós, mais velhos, com esta gravação é intensa desde os tempos do LP. O que mais chama a atenção — além da extrema musicalidade de Karajan e de sua orquestra — é a precocidade dos solistas, e ao mesmo tempo a maturidade com que eles tocam. Até parece gente grande. e puxando um pouco para o lado do ufanismo verde-amarelo, dá orgulho de ver o pernambucano Antônio Meneses tocando ao lado de Karajan e da divina — ainda adolescente — Anne-Sophie Mutter.

Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino, Op. 77 , Concerto Duplo para Violino e Violoncelo, Op. 102 (Mutter, Meneses, Karajan)

Johannes Brahms (1833-1897) – Violin Concerto in D Minor, op. 77
1 – Allegro non troppo
2 – Adagio
3 – Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco pio presto
Cadenzas – Joseph Joachin

Johannes Brahms (1833-1897) – Double Concerto for Violin, Violoncelo e Orchestra, in A Minor, op. 102

1 – Allegro
2 – Andante
3 – Vivace non troppo

Anne-Sophie Mutter – Violin
Antonio Meneses – Violoncello
Berliner Philarmoniker
Herbert von Karajan – Direktor

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Karajan e Meneses se cumprimentam e... Como a idade fez bem a Mutter!
Karajan e Meneses se cumprimentam e… Como a idade fez bem a Mutter!

FDP

Arcangelo Corelli (1653-1713): Sonate a Violino e Violone o Cimbalo (Enrico Gatti)

Arcangelo Corelli (1653-1713): Sonate a Violino e Violone o Cimbalo (Enrico Gatti)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Grande CD com as Sonatas — uma mais linda do que a outra — deste gênio que foi Arcangelo Corelli. Certamente, este belo trabalho está fora de catálogo. Também estas sonatas já foram postadas por nós, mas não vejo muito problema em revisitá-las, pois são belíssimas. O trio italiano que as interpreta é bastante bom. Enrico Gatti é um especialista do repertório de Corelli. A audição das Sonatas para Violino recuperaram o dia de hoje para mim. Tava uma bosta.

Arcangelo Corelli (Fusignano, 17 de fevereiro de 1653 — Roma, 8 de janeiro de 1713) foi um professor, maestro, violinista e compositor italiano. Pouco se sabe sobre a sua vida. Recebeu formação em Bolonha e Roma, e nesta cidade desenvolveu a maior parte de sua carreira, sendo patrocinado por grandes mecenas aristocratas e eclesiásticos. Embora sua produção integral resuma-se a somente seis coleções de obras publicadas — cinco delas de sonatas para trio ou solo e uma de concertos grossos, com doze peças em cada —, seu reduzido número e os poucos gêneros a que se dedicou estão em proporção radicalmente inversa à vasta fama que elas lhe trouxeram, cristalizando modelos de larga influência em toda a Europa. Das seis coleções, a sexta e última, dos concertos grossos, é a que ganhou o mais duradouro favor da crítica, embora a quinta também seja altamente apreciada. Sua escrita foi admirada pelo equilíbrio, pelo refinamento, pelas suntuosas e originais harmonias, pela riqueza das texturas, pelo majestoso efeito dos conjuntos e pela sua polifonia clara e melodiosa, qualidades tidas como uma expressão perfeita dos ideais clássicos, mesmo vivendo na atmosfera barroca e empregando recursos mais típicos desta escola, como a exploração de contrastes dinâmicos e afetivos, mas sempre temperados por um grande senso de moderação. Foi o primeiro a aplicar em plenitude, com finalidade expressiva e estruturante, o novo sistema tonal que acabava de ser consolidado depois de pelo menos duzentos anos de ensaios preliminares. Era regularmente contratado como regente ou violinista solista para apresentações de óperas, oratórios e outras obras, além de participar ativamente na evolução da orquestra padrão. Como violinista virtuose foi considerado um dos maiores de sua geração, senão o maior de todos. Contribuiu para colocar o violino entre os mais prestigiados instrumentos solistas e para o desenvolvimento de técnicas modernas, além de fazer muitos discípulos. Foi a personalidade dominante na vida musical romana até seus últimos anos e muito estimado internacionalmente, foi disputado pelas cortes e admitido na mais prestigiada sociedade artística e intelectual de seu tempo, a Academia da Arcádia, sendo chamado de “o novo Orfeu”, “o príncipe dos músicos” e outros adjetivos similares, gerando grande folclore. Sua obra já foi objeto de volumosa bibliografia crítica, a discografia cresce sem cessar e suas sonatas ainda são usadas largamente nas academias de música como material didático. Sua posição na história da música ocidental está hoje firmemente estabelecida como um dos principais mestres da passagem do século XVII para o XVIII e como um dos primeiros e maiores classicistas.

Arcangelo Corelli (1653-1713): Sonate a Violino e Violone o Cimbalo (Enrico Gatti)

01. 1. Grave (Sonate I en ré majeur) (3:20)
02. 2. Allegro (Sonate I en ré majeur) (2:29)
03. 3. Allegro (Sonate I en ré majeur) (1:00)
04. 4. Adagio (Sonate I en ré majeur) (2:47)
05. 5. Allegro (Sonate I en ré majeur) (1:39)

06. 1. Preludio: Vivace (Sonate VII en ré mineur) (1:56)
07. 2. Corrente: allegro (Sonate VII en ré mineur) (2:43)
08. 3. Sarabana: Largo (Sonate VII en ré mineur) (2:08)
09. 4. Giga: Allegro (Sonate VII en ré mineur) (2:08)

10. 1. Grave (Sonate II en si bémol majeur) (3:00)
11. 2. Allegro (Sonate II en si bémol majeur) (2:24)
12. 3. Vivace (Sonate II en si bémol majeur) (1:15)
13. 4. Adagio (Sonate II en si bémol majeur) (2:36)
14. 5. Vivace (Sonate II en si bémol majeur) (1:19)

15. 1. Preludio: Largo (Sonate VIII en mi mineur) (4:32)
16. 2. Allemanda: Allegro (Sonate VIII en mi mineur) (1:51)
17. 3. Sarabanda: Largo (Sonate VIII en mi mineur) (2:52)
18. 4. Giga: Allegro (Sonate VIII en mi mineur) (1:53)

19. 1. Adagio (Sonate III en ut majeur) (2:49)
20. 2. Allegro (Sonate III en ut majeur) (2:08)
21. 3. Adagio (Sonate III en ut majeur) (2:59)
22. 4. Allegro (Sonate III en ut majeur) (1:01)
23. 5. Allegro (Sonate III en ut majeur) (2:22)

24. 1. Preludio: Largo (Sonate IX en la majeur) (4:58)
25. 2. Giga: Allegro (Sonate IX en la majeur) (2:34)
26. 3. Adagio (Sonate IX en la majeur) (0:40)
27. 4. Tempo di Gavotta: Allegro (Sonate IX en la majeur) (2:31)

01. 1. Adagio (Sonate IV en fa majeur) (2:16)
02. 2. Allegro (Sonate IV en fa majeur) (2:24)
03. 3. Vivace (Sonate IV en fa majeur) (1:08)
04. 4. Adagio (Sonate IV en fa majeur) (2:16)
05. 5. Allegro (Sonate IV en fa majeur) (2:19)

06. 1. Preludio: Adagio (Sonate X en fa majeur) (2:33)
07. 2. Allemanda: Allegro (Sonate X en fa majeur) (2:12)
08. 3. Sarabanda: Largo (Sonate X en fa majeur) (2:23)
09. 4. Gavotta: Allegro (Sonate X en fa majeur) (0:37)
10. 5. Giga: Allegro (Sonate X en fa majeur) (2:13)

11. 1. Adagio (Sonate V en sol mineur) (3:29)
12. 2. Vivace (Sonate V en sol mineur) (1:53)
13. 3. Adagio (Sonate V en sol mineur) (2:17)
14. 4. Vivace (Sonate V en sol mineur) (1:39)
15. 5. Giga: Allegro (Sonate V en sol mineur) (1:30)

16. 1. Preludio: Adagio (Sonate XI en mi majeur) (2:12)
17. 2. Allegro (Sonate XI en mi majeur) (2:29)
18. 3. Adagio (Sonate XI en mi majeur) (0:41)
19. 4. Vivace (Sonate XI en mi majeur) (1:57)
20. 5. Gavotta: Allegro (Sonate XI en mi majeur) (0:44)

21. 1. Grave (Sonate VI en la majeur) (3:12)
22. 2. Allegro (Sonate VI en la majeur) (2:17)
23. 3. Allegro (Sonate VI en la majeur) (0:59)
24. 4. Adagio (Sonate VI en la majeur) (2:17)
25. 5. Allegro (Sonate VI en la majeur) (2:15)

26. Follia (Sonate XII en ré mineur (11:57)

Enrico Gatti: violin
Gaetano Nasillo: Violoncello
Guido Morini: harpsichord

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Quem seria, né?

PQP