Switched-on Boxed Set (2 de 4): The Well-Tempered Synthesizer (1969) – Wendy Carlos

bach-portada 2O sucesso mastodôntico de “Switched-on Bach” trouxe não só os holofotes para a ademais mui discreta Wendy Carlos, como também a pressão dos executivos da Columbia para que produzisse (“cuspisse”, segundo ela própria) um novo álbum arrasa-quarteirões. A ideia dos tubarões fonográficos era, claro, um outro disco dedicado a Bach, mas a laboriosa e criativa Wendy tinha outros planos, que incorporavam os novos módulos desenvolvidos em colaboração com Robert Moog para o sintetizador – incluindo o recurso spectrum follower, que permitia incluir vocalizações, ouvidas na segunda seleção de Monteverdi e, posteriormente, nos trechos da Nona Sinfonia de Beethoven incluídos na trilha sonora de Carlos para “A Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick.

O resultado do trabalho de Moog, Wendy, e de sua produtora e co-intérprete Rachel Elkind foi “The Well-Tempered Synthesizer” (“O Sintetizador bem Temperado”), lançado em 1969, um ano depois de “Switched-on Bach”. Apesar de bem aceito por parte da crítica (pois os puristas, naturalmente, detestaram), as vendas não foram nem de longe semelhantes às do predecessor. Glenn Gould, que, como dissemos, virara tiete de Wendy, escreveu as notas que acompanharam o disco, em que taxativamente afirmava que “a realização de Carlos do Quarto Concerto de Brandenburgo, é, para colocá-lo com franqueza, a melhor interpretação de qualquer dos Brandenburgos – ao vivo, enlatada, ou intuída – que eu jamais ouvi”. Os pastiches também não paravam de brotar, lançando mão de todos os trocadilhos possíveis com “Switched-on”. Um deles foi lançado pela própria Columbia: “Switched-off Bach”, que incluía as mesmas seleções do célebre disco de 1968, executada com instrumentos convencionais.

Carlos levaria cinco anos para voltar a Bach, dedicando o ínterim a trabalhos autorais (“Sonic Seasonings”, somente com composições originais) e à realização da trilha sonora para “A Laranja Mecânica” de Kubrick, realizador cricri e perfeccionista de quem Wendy ainda musicaria “O Iluminado”, em 1980.

SWITCHED-ON  BOXED SET – THE WELL-TEMPERED SYNTHESIZER

Claudio Giovanni Antonio MONTEVERDI (1567-1643)
01 – Suíte da ópera “Orfeo”: toccata – ritornello I – coro I – ritornello II – coro II – ritornello II

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
02 – Sonata em Sol maior, L. 209/K. 455
03 – Sonata em Ré maior, L. 164/K. 491

Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759)
Música Aquática, Suíte em Fá maior, HWV 348
04 – Bourrée
05 – Aria
06 – Allegro deciso

Giuseppe Domenico SCARLATTI
07 – Sonata em Mi maior, L. 430/K. 531
08 – Sonata em Ré maior, L. 465/K. 96

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Concerto de Brandenburg no. 4 em Sol maior, BWV 1049
09 – Allegro
10 – Andante
11 – Presto

Claudio Giovanni Antonio MONTEVERDI
12 – Vésperas (1610) – Domine ad adjuvandum

13 – Teste de alinhamento de estéreo

14 – Experimentos (em inglês, narração de Wendy Carlos)

Wendy Carlos, sintetizador Moog (em colaboração com Rachel Elkind)

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A produtora Rachel Elkind e Wendy Carlos (na época, ainda, legalmente chamada Walter Carlos)
A produtora Rachel Elkind e Wendy Carlos (na época, ainda, legalmente chamada Walter)

Vassily Genrikhovich

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Stabat Mater / Nel chiuso centro / La conversione e morte di Sang Guglielmo duca d’Aquitania / Questo è il piano

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Stabat Mater / Nel chiuso centro / La conversione e morte di Sang Guglielmo duca d’Aquitania / Questo è il piano

Um disco estranho, paradoxal. Após o Réquiem de Verdi e o Stabat Mater de Rossini, Antonio Pappano e sua Orquestra de Santa Cecília voltam mais no tempo, até o início do século XVIII. É uma jogada ousada: o maestro e a orquestra não estão associados à música barroca. Nem Anna Netrebko, estrela da Ópera de Kirov e agora vista em toda parte. Então, é de se pensar que esta performance remontaria aos registros incrivelmente pesados das gravações saídas da Itália nos anos 50, 60 e 70? Não, nem tanto. Liderada — e, de acordo com Pappano, treinada — por Alessandro Moccio, spalla da Orquestra dos Champs-Elysées de Philippe Herreweghe, a orquestra toca tudo com algum cuidado, deixando entrar boa quantidade de ar. Mas as cantoras não são nada barrocas e tentam resolver tudo no berro mesmo. Sim, ficou estranho.

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Stabat Mater / Nel chiuso centro / La conversione e morte di Sang Guglielmo duca d’Aquitania / Questo è il piano

Nel chiuso centro
1 Nel chiuso centro
2 Euridice e dove
3 Si, che pietà non v’è
4 O d’Euridice n’andrò fastoso

Li prodigi della divina grazia nella conversione e morte di san Guglielmo d’Aquitania
5 Allegro assai e spiritoso
6 Andante
7 Allegro

Questo è il piano, questo è il rio Cantata for alto and strings
8 Questo è il piano
9 Oh, dolce tempo
10 Torna, torna a Cocito
11 Se nel dir son menzognero

Stabat Mater
12 Stabat mater
13 Cujus animam
14 O quam tristis
15 Quae moerebat
16 Quis est homo
17 Vidit suum
18 Eja mater
19 Fac ut ardeat
20 Sancta mater
21 Fac ut portem
22 Inflammatus
23 Quando corpus

Anna Netrebko
Marianna Pizzolato
Orchestra dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia
Antonio Pappano

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As divas

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Brandenburg Concertos – Amsterdam Guitar Trio

Nem me lembro quando e como este curioso e belíssimo CD me chegou em mãos. Não faz muito tempo. Já o ouvi algumas vezes, e lhes garanto que vale a pena. É um tour de force, poderia dizer. O que estes dois rapazes e a moça fazem aqui beira a loucura. Pode ser que alguém não goste, tudo bem, não pretendo agradar a todos, apenas mostrar a universalidade da música de Bach, e claro, suas possibilidades. Talvez eu esteja passando por uma fase de simplificações na minha vida, para que complicar se podemos facilitar?
Já comentei em outras ocasiões que tive a pretensão de ser um violonista na minha juventude. Mas logo após casar, passei o violão adiante. Nem sei onde está. Já pensei em comprar outro, e me dedicar com maior carinho à causa. E quando ouço estes três elementos tocar imagino que posso, um dia, quem sabe, tocar um pequeno trecho de um Concerto de Brandenburgo no violão. Eles conseguiram, por que não eu?

P.S. Antes que perguntem, não sei dizer se eles gravaram os dois concertos que faltam aqui.

01. Concerto No 6 B-flat BWV 1051 1. Allegro moderato
02. Concerto No 6 B-flat BWV 1051 2. Adagio ma non tanto
03. Concerto No 6 B-flat BWV 1051 3. Allegro
04. Concerto No 3 in G BWV 1048 1. Allegro
05. Concerto No 3 in G BWV 1048 2. Adagio
06. Concerto No 3 in G BWV 1048 3. Allegro
07. Concerto No 5 in D BWV 1050 1. Allegro
08. Concerto No 5 in D BWV 1050 2. Affetuoso
09. Concerto No 5 in D BWV 1050 3. Allegro
10. Concerto No 2 in F BWV 1047 1. Allegro moderato
11. Concerto No 2 in F BWV 1047 2. Andante

12. Concerto No 2 in F BWV 1047 3. Allegro.

Amsterdam Guitar Trio:

Helenus de Rijke
Johann Dorrenstein
Olga Fransen
Tini Mathat – Harpsichord (Concerto nº5 )

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Switched-on Boxed Set (1 de 4): Switched-on Bach (1968) – Wendy Carlos

imagesSe não levei pedrada com todo Glenn Gould que postei mês passado, será agora que minha carcaça receberá, em uma só prestação, todo o monolito que merece sobre si: música de Bach, o Demiurgo da Música, tocada num sintetizador.

Não é qualquer sintetizador, claro, nem um intérprete qualquer: é o pioneiro Moog de Wendy Carlos, que tanto colaborou para seu desenvolvimento ao lado de seu inventor, Robert Moog, como deu-lhe um senhor cavalo de batalha na forma do estrondoso sucesso dessa gravação.

Ninguém na Columbia levava muito a sério o obstinado trabalho de Carlos, dotada de formação privilegiada para a empreitada: pianista e compositora, com diplomas em Música e Física e estudos sob Vladimir Ussachevsky, um dos pioneiros da música eletrônica. A natureza monofônica do sintetizador Moog tornava qualquer acorde frugal um exaustivo trabalho de overdubbing, e todos os crescendos e decrescendos eram frutos de meticulosa filtragem e ajustes. Ainda assim, Carlos e seus colaboradores fizeram questão de gravar Bach nota por nota, sem outros aditivos. A honrosa exceção foi o segundo movimento do Concerto de Brandenburg no. 3, para o qual Bach forneceu somente uma sucinta cadência de dois acordes, por talvez esperar que o cravista do contínuo improvisasse a sua própria, e na qual Carlos insere efeitos de “virtuosidade eletrônica” que não considerou apropriados às outras faixas do disco. Em 1979, ao relançar este Concerto como parte de “Switched-on Brandenburgs”, ela, arrependida do que considerou um excesso, incluiu uma outra cadenza, mais sóbria.

O sucesso do álbum, lançado com pouquíssimo alarde, foi tremendo, e “Switched-on Bach” tornou-se a primeira gravação de música clássica a chegar ao topo das paradas desde a triunfal estreia de Glenn Gould com as “Variações Goldberg” em 1955. Gould, aliás, virou tiete de Carlos, talvez porque o trabalho dela trouxesse não só a clareza e transparência na realização das partes polifônicas, que eram parte importante do ideal artístico do canadense, e também porque era o produto de exasperante atividade de estúdio, que Gould tinha como cenário ideal para fazer música, já que abandonara os palcos ainda nos anos 60.

Talvez os leitores-ouvintes tenham impressão diferente da minha, mas eu sou um eterno fascinado por esta gravação que não envelhece. Desde a cintilância da abertura com a Sinfonia da Cantata no. 29, passando por Invenções a Duas Vozes transparentes e pela célebre Ária da Suíte no. 3 com timbres de madeiras, e concluindo com um Concerto de Brandenburgo tão sui generis que se pode até suspeitar da fidelidade estrita ao original bachiano, este “Switched-on Bach” – relançado numa caprichada edição remasterizada e meticulosamente comentada por Carlos em áudio e no encarte – ainda soa sanguíneo e fresco como um dos mais importantes álbuns da história fonográfica.

SWITCHED-ON BOXED SET: SWITCHED-ON BACH

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

01 – “Wir danken dir, Gott, wir danken dir”, Cantata BWV 29 – Sinfonia

02 – Suíte no. 3 em Ré maior para orquestra, BWV 1068 – Aria

03 – Invenção a duas vozes no. 8 em Fá maior, BWV 779

04 – Invenção a duas vozes no. 14 em Si bemol maior, BWV 784

05 – Invenção a duas vozes no. 4 em Ré menor, BWV 775

06 – “Herz und Mund und Tat und Leben”, Cantata BWV 147 – Coral: “Jesus bleibet meine Freunde”

07 – O Cravo bem Temperado, livro I – Prelúdio e Fuga em Mi bemol maior, BWV 852

08 – O Cravo bem Temperado, livro I – Prelúdio e Fuga em Dó menor, BWV 847

09 – “Wachet auf, ruft uns die Stimme”, Prelúdio-Coral BWV 645

10 – Concerto de Brandenburg no. 3 em Sol maior, BWV 1048 – Allegro

11 – Concerto de Brandenburg no. 3 em Sol maior, BWV 1048 – Adagio [cadenza de 1968]

12 – Concerto de Brandenburg no. 3 em Sol maior, BWV 1048 – Allegro

13 –  Concerto de Brandenburg no. 3 em Sol maior, BWV 1048 – Adagio [cadenza de 1979]

14 – Experimentos iniciais (em inglês, narração de Wendy Carlos)

Wendy Carlos, sintetizador Moog (em colaboração com Rachel Elkind e Benjamin Folkman)

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A expectativa sobre "Switched-on Bach" era tão pequena que a Columbia aprovou uma capa que deixou Carlos indignada: um Bach rubicundo e caricato a ouvir, com expressão chocada ou indignada, algo com fones de ouvidos conectados à ENTRADA, e não à saída, de um sintetizador Moog. Com o LP rapidamente esgotado, Carlos conseguiu colocar nas novas tiragens uma capa diferente, com Bach em pé e olhar menos esdrúxulo.
A expectativa sobre “Switched-on Bach” era tão pequena que a Columbia aprovou uma capa que deixou Carlos possessa: um Bach rubicundo e caricato a ouvir, com expressão chocada ou indignada, algo com fones de ouvidos conectados à ENTRADA, e não à saída, de um sintetizador Moog. Com o LP rapidamente esgotado, Carlos conseguiu colocar nas novas tiragens uma capa diferente, com Bach em pé e olhar menos esdrúxulo.

Vassily Genrikhovich

Brahms (1833-1897): Quartetos – Quinteto com Piano – Belcea Quartet & Till Fellner

Brahms (1833-1897): Quartetos – Quinteto com Piano – Belcea Quartet & Till Fellner

Johannes Brahms

Quartetos Op. 51 & 67

Quinteto com Piano Op. 34

 

Eu andava um pouco reticente com as peças de câmera do barbudo Johannes. Gosto muito das sonatas para violino e talvez mais ainda das sonatas para violoncelo. Mas as outras obras estavam um pouco deixadas de lado. Se bem que o quinteto com piano é constante aqui em casa, quase sempre acompanhado de seu irmão mais velho, o quinteto de Schumann. Maravilhas. Pois foi pelo quinteto então que cheguei a este álbum da postagem. E também pelo pianista Till Fellner, figurinha carimbada do meu álbum. O Belcea Quartet eu conhecia dos quartetos de Debussy e Ravel. Pois não é que gostei demais de tudo? Linda música, grande álbum, ouvido muitas vezes, continua mais lindo. E vocês já sabem, quando isto acontece, eu divido com vocês!

O Brahms que compôs estes quartetos ainda não era barbudo, mas já estava com bem quarenta anos, em 1873, quando publicou os dois primeiros, como Opus 51.

A história é que Brahms já havia destruído vinte quartetos de cordas antes de dar-se por satisfeito com estes dois. Parece difícil de acreditar, mas é muito plausível. Vejamos, Brahms estava entrando em um campo onde vicejava quartetos de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert! E Brahms estava sob a pressão colocada sobre ele pelas expectativas criadas pelo famoso artigo de Schumann, intitulado Neue Bahnen, Novos Caminhos. Aparentemente Brahms já estava trabalhando na composição destes quartetos em 1869. Escreveu ao seu editor dizendo que Mozart teve muito trabalho para produzir seus seis Haydn-Quartets, e ele faria o seu melhor para produzir um ou dois que fossem descentes. E ele cumpriu sua palavra, como você poderá constatar baixando este maravilhoso álbum.

Clara Schumann

O terceiro quarteto foi composto dois anos mais tarde. Brahms passava férias de verão em Ziegelhausen evitando pensar muito na sua primeira sinfonia e para distrair-se passou a compor coisinhas, entre elas o quarteto. Segundo Joseph Joachim, este era o seu quarteto favorito, que reflete o ensolarado ambiente que Brahms desfrutou durante sua composição.

O quinteto com piano é obra anterior aos quartetos e começou sua existência como um quinteto de cordas. Veja que o grande quinteto de cordas de Schubert, assim como os seus últimos quartetos foram publicados quando Brahms estava iniciando sua carreira de compositor.

Johannes Brahms e Joseph Joachim

Apesar de reconhecerem a beleza da música, amigos como Joseph Joachim e Clara Schumann fizeram críticas à peça neste formato. Brahms então o remodelou na forma de uma sonata para dois pianos, mas logo depois reescreveu tudo na versão para piano e quarteto de cordas. Nesta forma, a obra foi publicada em 1865, como o Opus 34. A versão sonata para dois pianos também foi publicada como Op. 34b, mas o exigente Brahms destruiu a versão para quinteto de cordas.

Uma crítica bastante equilibrada deste álbum, que você pode ler na íntegra aqui, nos informa que as gravações dos quartetos pelo Belcea Quartet têm um profundo sentido de afeição e calor humano. Menciona também o fato de as gravações das peças individuais terem sido feitas uma a uma, com intervalo de vários meses entre elas. Isto teria permitido ao grupo tomar cada peça por si própria, enfatizando os seus principais aspectos.

Não deixe de notar a intensidade da interpretação logo no primeiro movimento do primeiro quarteto, nem as melodias húngaras do último movimento do segundo quarteto. O movimento lento do terceiro quarteto é também sublime. E o que dizer do quinteto? Maravilhas.

Não é por nada que o crítico termina sua resenha com a frase que resume bem o álbum: Aqui está uma performance profundamente gratificante!

Johannes Brahms (1833-1897)

CD1

Quarteto de cordas No. 1 em dó menor, Op. 51, 1

  1. Allegro
  2. Romanze (Poco adagio)
  3. Allegretto molto moderato e comodo
  4. Allegro

Quarteto de cordas No. 2 em lá menor, Op. 51, 2

  1. Allegro non troppo
  2. Andante
  3. Quase minueto, moderato
  4. Finale (allegro non assai)

CD2

Quarteto de cordas No. 3 em si bemol maior, Op. 67

  1. Vivace
  2. Andante
  3. Agitato (Allegretto non troppo)
  4. Poco allegretto com variazioni

Quinteto com piano em fá menor, Op. 34

  1. Allegro non troppo
  2. Andante, un poco adagio
  3. Scherzo (Allegro)
  4. Finale (Poco sostenuto – Allegro non troppo)

Belcea Quartet

Corina Belcea, violino

Alex Schacher, violino

Krysztof Chorzelski, viola

Antoine Lederlin, violoncelo

Till Fellner, piano (Op. 34)

Gravado entre 2014 e 2015, no Britten Studio, Aldeburgh

Produção de John Fraser

Belcea Quartet

CD1

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FLAC | 315 MB

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MP3 | 320 KBPS | 162 MB

CD2

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Till Fellner e seu topete!

Veja o que The Sunday Times disse do álbum: What a feast this is. The Belcea’s textures are so rich, you would think a larger force of strings was playing. And in the quintet’s glorious andante, their eloquence almost rivals that of the great Busch Quartet.

Portanto, não demore, aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 8 – Koopman, Mertens, ABO, etc.

Sim, eu sei, estou em falta com os senhores. Prometi esta integral até o final do ano, mas ainda nem cheguei na metade. Enfim, c´est la vie. O tempo, ou a falta dele, sempre será a minha desculpa. Colaborar com o PQPBach e ainda trabalhar dá um trabalho danado. Tem dias que quando chego em casa a última coisa que quero fazer é ligar o computador. Imagina a vontade, então, de preparar texto, subir arquivos … enfim, dá trabalho.

Mas vamos ao que viemos. Vejamos o que o nosso booklet tem a nos dizer sobre esse oitavo volume:

“Like its two predecessors, the eighth volume of our complete recording of Bach’s cantatas is devoted to the first annual cyle of Leipzig cantatas of 1723/24. In planning and implementing this cycle, Bach took upon himself a burden of work far in excess of anything he had earlier assumed to say nothing of the creative and artistic challenges involved. Whereas his Weimar cantatas of 1714-16 had been written at regular monthly intervals, he now had four times as much work on his hands. In the circumstances, it is entirely understandable that, whenever possible, he fell back on existing works, especially those written in Weimar, although pieces composed at Cöthen were no less liable to be pillaged. These self-borrowings notwithstanding, the main emphasis none the less lay on the composition of new works, and the first cycle of cantatas that Bach wrote for Leipzig is notable for the number of new pieces that it contains. Particularly revealing in this context is the period around Christmas 1723, Bach’s first major festival in the city, which placed especially great demands on both him and his musicians. Fortunately, the fact that no cantatas were performed between Second and Fourth Sundays in Advent meant that he had ample time to prepare for the task in hand. Indeed, he even managed to extend this period by falling back on an earlier work for the First Sunday in Advent, Cantata 61, which he had written in Weimar in 1714/15. The following table gives some idea of the degree of planning that went into preparations for the twelve days between Christmas and Epiphany (including three works included in the present release, Cantatas 40, 64 and 65):

25 December 1723 (main service) Cantata 63 Christen, ätzet diesen Tag (written 1714/15) Sanctus in D major BWV 238 (new)
25 December 1723 (Vespers) Cantata 63 Christen, ätzet diesen Tag (repeat performance) Magnificat in E flat major BWV 243a (new)
26 December 1723 Cantata 40 Darzu ist erschienen der Sohn Gottes (new)
27 December 1723 Cantata 64 Sehet, welch eine Liebe (new)
1 January 1724 (New Year’s Day) Cantata 190 Singet dem Herrn ein neues Lied (new)
2 January 1724 Cantata 153 Schau, lieber Gott, wie meine Feind (new)
6 January 1724 (Epiphany) Cantata 65 Sie werden aus Saba alle kommen (new)”

COMPACT DISC 1

“Sie werden aus Saba alle kommen” BWV 65
For Epiphany

1 Chorus: “Sie werden aus Saba alle kommen”2 Chorale: “Die Kön’ge aus Saba kamen dar”
3 Recitative (Bass): “Was dort Jesaias verhergesehn” Aria (Bass): “Gold aus Ophir ist zu schlecht”
5 Recitative (Tenor): “Verschmähe nicht, du, meiner Seelen Licht, mein Herz”
6 Aria (Tenor): “Nimm mich dir zu eigen hin”
7 Chorale: “Ei nun, mein Gott, so fall ich dir getrost in deine Hände”

“Was soll ich aus dir machen, Ephraim?” BWV 89
For the 22nd Sunday after Trinity

8 Aria (Bass): “Was soll ich aus dir machen, Ephraim”
Recitative (Alto): “Ja, freilich sollte Gott”
10 Aria (Alto): “Ein unbarmherziges Gerichte”
11 Recitative (Soprano): “Wohlan! mein Herze legt Zorn”
12 Aria (Soprano): “Gerechter Gott, ach rechnest du?”
13 Chorale: “Wir mangelt zwar sehr viel”

“O Ewigkeit, du Donnerwort” BWV 60
For the 24th Sunday after Trinity

14 Duet (Alto, Tenor): “O Ewigkeit, du Donnerwort”
15 Recitative (Alto, Tenor): “O schwerer Gang zum letzten Kampf und Streite”
16 Duet (Alto, Tenor): “Mein letztes Lager will mich schrecken”
17 Recitative, Arioso (Alto, Bass): “Der Tod bleibt doch – Selig sind die Toten”
18 Chorale: “Es ist genug: Herr, wenn es dir gefällt”

“Erfreute Zeit im neuen Bunde” BWV 83
For the purification of the Blessed Virgin Mary

19 Aria (Alto): “Erfreute Zeit im neuen Bunde”
20 Aria (Bass): “Herr, nun lassest du deinen Diener”
21 Aria (Tenor): “Eile, Herz, voll Freudigkeit”
22 Rectitave (Alto): “Ja, merkt dein Glaube noch viel Finsternis”
23 Chorale: “Er ist das Heil und selig Licht”

Appendix: 24 Aria (Bass): “Was soll ich aus dir machen, Ephraim?” BWV 89a

COMPACT DISC 2

“Darzu ist erschienen der Sohn Gottes” BWV 40
For the 2nd day of Christmas

1 Chorus: “Darzu ist erschienen der Sohn Gottes”
2 Recitative (Tenor): “Das Wort ward Fleisch und wohnet in der Welt”
3 Chorale: “Die Sund macht Leid”
4 Aria (Bass): “Höllische Schlange, wird dir nicht bange?”
5 Recitative (Alto): “Die Schlange, so im Paradies”
6 Chorale: “Schüttle deinen Kopf und sprich: Fleuch, du alte Schlange”
7 Aria (Tenor): “Christenkinder, freuet euch”
8 Chorale: “Jesu, nimm dich deiner Glieder ferner in Genaden an”

“Schauet doch und sehet, ob irgend ein Schmerz sei” BWV 46
For the 10th Sunday after Trinity

9 Chorus: “Schauet doch und sehet”
10 Recitative (Tenor): “So klage du, zerstörte Gottesstadt”
11 Aria (Bass): “Dein Wetter zog sich auf von weiten”
12 Recitative (Alto): “Doch bildet euch, o Sünder, ja nicht ein”
13 Aria (Alto): “Doch Jesus will auch bei der Strafe”
14 Chorale: “O großer Gott von Treu”

“Sehet, welch eine Liebe hat uns der Vater erzeiget” BWV 64
For the 3rd day of Christmas

15 Chorus: “Sehet, welch eine Liebe hat uns der Vater erzeiget”
16 Chorale: “Das hat er alles uns getan”
17 Recitative (Alto): “Geh, Welt, behalte nur das Deine”
18 Chorale: “Was frag ich nach der Welt und allen ihren Schätzen”
19 Aria (Soprano): “Was die Welt in sich hält, muß als wie ein Rauch vergehen”
20 Recitative (Bass): “Der Himmel bleibet mir gewiß”
21 Aria (Alto): “Von der Welt verlang ich nichts”
22 Chorale: “Gute Nacht, o Wesen, das die Welt erlesen”

“Ihr Menschen, rühmet Gottes Liebe” BWV 167
For the feast of St. John the Baptist

23 Aria (Tenor): “Ihr Menschen, rühmet Gottes Liebe”
24 Recitative (Alto): “Gelobet sei der Herr Gott Israel”
25 Duet (Soprano, Alto): “Gottes Wort, das trüget nicht”
26 Recitative (Bass): “Des Weibes Samen kam”
7 Chorale: “Sei Lob und Preis mit Ehren

COMPACT DISC 3

“Ich glaube, lieber Herr, hilf meinem Unglauben” BWV 109
For the 21st Sunday after Trinity

1 Chorus: “Ich glaube, lieber Herr”
2 Recitative (Tenor): “Des Herren Hand ist ja noch nicht verkürzt”
3 Aria (Tenor): “Wie zweifelhaftig ist mein Hoffen”
4 Recitative (Alto): “O fasse dich, du zweifelhafter Mut”
5 Aria (Alto): “Der Heiland kennet ja die Seinen”
6 Chorale: “Wer hofft in Gott, und dem vertraut”

“Jesus schläft, was soll ich hoffen” BWV 81
For the 4th Sunday after the Epiphany

7 Aria (Alto): “Jesus schläft, was soll ich hoffen?”
8 Recitative (Tenor): “Herr! Warum trittest du so ferne?”
9 Aria (Tenor): “Die schäumenden Wellen von Belials Bächen”
10 Arioso (Bass): “Ihr Kleingläubigen, warum seid ihr so furchtsam?”
11 Aria (Bass): “Schweig, aufgetürmtes Meer!”
12 Recitative (Alto): “Wohl mir! Mein Jesus spricht ein Wort”
13 Chorale: “Unter deinen Schirmen bin ich vor den Stürmen”

“Du sollt Gott, deinen Herren, lieben” BWV 77
For the 13th Sunday after Trinity

14 Chorus: “Du sollt Gott, deinen Herren, lieben”
15 Recitative (Bass): “So muß es sein!”
16 Aria (Soprano): “Mein Gott, ich liebe dich von Herzen”
17 Recitative (Tenor): “Gib mir dabei, mein Gott”
18 Aria (Alto): “Ach, es bleibt in meiner Liebe”
19 Chorale: “Herr Jesu, der du angezündt”

“Es reißet euch ein schrecklich Ende” BWV 90
For the 25th Sunday after Trinity

20 Aria (Tenor): “Es reißet euch ein schrecklich Ende”
21 Recitative (Alto): “Des Höchsten Güte wird von Tag zu Tage neu”
22 Aria (Bass): “So löschet im Eifer der rächende Richter”
23 Recitative (Tenor): “Doch Gottes Auge sieht auf uns als Auserwählte”
24 Chorale: “Leit uns mit deiner rechten Hand”

DOROTHEA RÖSCHMANN soprano
ELISABETH VON MAGNUS alto
BOGNA BARTOSZ alto
JÖRG DURMULLER tenor
KLAUS MERTENS bass

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A Quieta Arte das Tangentes – Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Invenções, Sinfonias e Duetos – Jaroslav Tůma

f10076O tecladista tcheco Jaroslav Tůma (que já escutamos ao órgão acompanhando uma violinista de aspecto um tanto feroz) possui uma interessante coleção de instrumentos que, aos poucos, vai apresentando ao mundo em gravações. Este clavicórdio feito por J. Schiedmaier em 1789 e afinado em temperamento desigual (Kirnberger III) foi resgatado de um museu decadente do interior da Boêmia. Muito danificado por negligência e pelo uso insensato por parte de amadores (imagino quantas crianças alopradas não lhe deram manotaços, e quantas mãos pesadas não tocaram “Bife” nele!), acabou restaurado meticulosamente, mas ainda manteve alguns sons de “marcenaria”. Esta coleção de Invenções a duas, três (Sinfonias) e quatro (Duetos) vozes, demonstrações em dificuldade crescente da fluência de Bach no uso de recursos imitativos do contraponto, soa muito clara no clavicórdio de Tůma, e sua interpretação é tão convincente que parece querer dar razão a quem defende que este não só era o instrumento de teclado preferido de Bach, como também aquele que ele tinha em mente ao escrever estas miniaturas.

J. S. BACH – INVENTIONS, SINFONIAS AND DUETS

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Invenções a duas vozes

01 – Em Dó maior, BWV 772
02 – Em Dó menor, BWV 773
03 – Em Ré maior, BWV 774
04 – Em Ré menor, BWV 775
05 – Em Mi bemol maior, BWV 776
06 – Em Mi maior, BWV 777
07 – Em Mi menor, BWV 778
08 – Em Fá maior, BWV 779
09 – Em Fá menor, BWV 780
10 – Em Sol maior, BWV 781
11 – Em Sol menor, BWV 782
12 – Em Lá maior, BWV 783
13 – Em Lá menor, BWV 784
14 – Em Si bemol maior, BWV 785
15 – Em Si menor, BWV 786

Sinfonias (Invenções a três vozes):

16 – Em Dó maior, BWV 787
17 – Em Dó menor, BWV 788
18 – Em Ré maior, BWV 789
19 – Em Ré menor, BWV 790
20 – Em Mi bemol maior, BWV 791
21 – Em Mi maior, BWV 792
22 – Em Mi menor, BWV 793
23 – Em Fá maior, BWV 794
24 – Em Fá menor, BWV 795
25 – Em Sol maior, BWV 796
26 – Em Sol menor, BWV 797
27 – Em Lá maior, BWV 798
28 – Em Lá menor, BWV 799
29 – Em Si bemol maior, BWV 800
30 – Em Si menor, BWV 801

Duetos (a quatro vozes):

31 – No. 1 em Mi menor, BWV 802
32 – No. 2 em Fá maior, BWV 803
33 – No. 3 em Sol maior, BWV 804
34 – No. 4 em Lá menor, BWV 805

Jaroslav Tůma, clavicórdio

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A propósito: aquele "ů" no sobrenome de Tůma pronuncia-se como um "u" bem longo - aprendam bem a lição para quando eu postar Martinů
A propósito: aquele “ů” no sobrenome de Tůma pronuncia-se como um “u” bem longo – aprendam bem a lição para quando eu postar Martinů

Vassily Genrikhovich

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Violino e Piano

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Violino e Piano

Mozart escreveu mais de 30 Sonatas para Violino e Piano. Não estão entre suas maiores obras, mas é boa música, claro. As primeiras 16 foram criadas na infância do compositor e são coisa singela, sendo mais sonatas para piano com acompanhamento de violino do que o inverso. Este disco traz 4 Sonatas da época da maturidade, mas a mim não apaixonam, apesar da excelente dupla Yang-Vitaud. Creio que o autor as escreveu mais para saraus familiares do que para os palcos, mas é Mozart e há bons momentos que se alternam com outros nem tanto. O violino é um interlocutor pleno para o piano. É um casamento desigual, entre instrumentos de sonoridades antagônicas; há conflito mas há diálogo. Nenhum problema se resolve, mas há colaboração. Um antigo e muito humano problema social. Mas dá pra se divertir, é bóbvio.

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Violino e Piano

Mozart: Violin Sonata No. 27 in G major, K. 379 21:05
I. Adagio − Allegro 11:30
II. Andantino cantabile [Theme and Variations] – Allegretto 9:35

Mozart: Violin Sonata No. 28 in E flat major, K. 380 24:28
I. Allegro 9:29
II. Andante con moto 10:26
III. Rondo. Allegro 4:33

Mozart: Violin Sonata No. 21 in E minor, K. 304 12:13
I. Allegro 6:40
II. Tempo di menuetto 5:33

Mozart: Violin Sonata in D Major, K. 306 / 300l 21:32
I. Allegro con spirito 7:05
II. Andante cantabile 7:40
III. Allegretto 6:47

Mi-Sa Yang, violino
Jonas Vitaud, piano

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PQP

A Quieta Arte das Tangentes – Georg Friedrich Händel (1685-1759) – The Secret Handel – Christopher Hogwood

61R8DBz-zyL._SL1000_Mais um da série de álbuns com Hogwood ao clavicórdio. Händel foi notório devoto do instrumento, e sobrevivem quase cinquenta clavicórdios que, em algum momento, foram tocados por ele ou lhe pertenceram. A seleção de repertório para este álbum parece-me mais rica do que a do álbum dedicado a Bach, além de longa a ponto de exigir dois CDs. A obra mais conhecida dos leitores-ouvintes, e que ganharia a alcunha de “The Harmonious Blacksmith” (“O Ferreiro Harmonioso”) ao encerraria a Suíte para teclado em Mi maior, surge aqui numa versão preliminar, com o título “Ária e Variações”, na tonalidade de Sol maior. Há também duas seleções de outros compositores (Johann Philipp Krieger e Friedrich Wilhelm Zachow), cujas obras fizeram parte dos cadernos de exercícios do jovem estudante Händel, e que mais tarde cederiam os temas para peças de sua própria lavra.

THE SECRET HÄNDEL – CHRISTOPHER HOGWOOD

CD1

Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759)

Suíte no. 3 em Ré maior`, HWV 428 (versão de Gottlieb Muffat)
01 – Prélude
02 – Allegro
03 – Allemande
04 – Courante
05 – Aria con variazioni
06 – Presto

07 – Ária com Variações em Sol maior, HWV 430/4a
08 – Fuga em Dó menor, HWV 610

Suíte para dois teclados em Dó menor, HWV 446*
09 – Allemande
10 – Courante
11 – Sarabande
12 – Chaconne

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CD 2

Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759)

Três Minuetos em Lá maior
01 – HWV 545
02 – HWV 547
03 – HWV 546

04 – Ária em Fá maior, da “Música Aquática”, HWV 464
05 – Bourrée e Hornpipe em Fá maior, da “Música Aquática”

Johann Philipp KRIEGER (1649-1725)
06 – Ária e Variações em Si bemol maior

Georg Friedrich HÄNDEL
07 – Ária em Si bemol maior, HWV 469
08 – Concerto em Sol maior, HWV 487
09 – Ária, HWV 467
10 – Andante em Sol maior, HWV 487
11 – Allemande em Si menor, HWV 479
12 – Courante em Si menor, HWV 489

Friedrich Wilhelm ZACHOW (1663-1712)
13 – Sarabande em Si menor

Georg Friedrich HÄNDEL
14 – Gigue em Si menor
15 – “Jesu meine Freude”, Coral HWV 480
16 – Chaconne em Sol maior, HWV 435

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Christopher Hogwood, clavicórdio
* Derek Adlam, clavicórdio

Procurei vigorosamente uma imagem bem bonita do Georg Friedrich para ilustrar a postagem. Como veem, fracassei.
Procurei vigorosamente uma imagem bem bonita do Georg Friedrich para ilustrar a postagem.
Como veem, fracassei.

Vassily Genrikhovich

W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concertos Nos. 17 & 21 (Pires / Abbado)

W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concertos Nos. 17 & 21 (Pires / Abbado)

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

E aqui temos outro exemplar de grande CD dedicado aos Concertos para Piano de Mozart. A portuguesa Maria João Pires já meteu Clara Haskil e até Uchida no bolso neste quesito. Sua dicção mozartiana é impecável, limpa e cheia de surpreendentes nuances. Para melhorar, utiliza as mais belas cadenzas já escritas para estes dois belos concertos. Abbado, que já gravou este mesmo repertório com Pollini, está muito à vontade em torno da Maria João. É notável e maravilhosa a forma como as gravações que antes julgávamos insuperáveis vão caindo uma após outra. Ouçam bem esta aqui e comprovem a forma como este dois grandes artistas demonstram empatia para com a serena ousadia de Mozart. E é simplesmente estarrecedor que estas composições da maturidade do compositor — que alcançava expressão mais livre e pessoal — , contrariassem o público e os críticos de Viena e fossem, de forma inequívoca, o princípio de seu fim.

Mozart (1756-1791): Piano Concertos Nos. 17 & 21

1. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – Cadenzas: W. A. Mozart – 1. Allegro (Cadenza: K.624/22) 12:06
2. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – Cadenzas: W. A. Mozart – 2. Andante (Cadenza: K.624/24) 9:53
3. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 3. Allegretto 7:25

4. Piano Concerto No.21 in C, K.467 – Cadenza: Rudolf Serkin – 1. Allegro – Cadenza: Rudolf Serkin 14:11
5. Piano Concerto No.21 in C, K.467 – 2. Andante 6:10
6. Piano Concerto No.21 in C, K.467 – Cadenza: Rudolf Serkin – 3. Allegro vivace assai – Cadenza: Rudolf Serkin 6:42

Maria João Pires
The Chamber Orchestra of Europe
Claudio Abbado

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Maria João, a mulher ideal para Mozart
Maria João, a mulher ideal para Mozart

PQP

A Quieta Arte das Tangentes – Johann Sebastian Bach (1685-1750) – The Secret Bach – Christopher Hogwood

51dMqS6BIkL._SS280Nossa microssérie da semana será dedicada ao clavicórdio, instrumento de teclado cujas cordas são percutidas por tangentes (daí o título), produzindo um som tão delicado quanto quase inaudível (sim, o título).

Essa delicadeza e, talvez, tibiez do timbre do clavicórdio inviabilizam sua integração a qualquer conjunto instrumental. Por outro lado, a percussão por tangentes diretamente ligadas às teclas e, por extensão, aos dedos do executante permite que este tenha controle sobre a dinâmica (algo impensável num teclado de cravo, por exemplo) e, mais ainda, lhe permite imprimir um discreto vibrato às notas. Essas peculiaridades tornam seu som muito atraente, ainda que tenhamos que nos resignar a escutá-lo em recitais e álbuns solo e, frequentemente, colocar no máximo o volume dos alto-falantes.

Instrumento de custo relativamente baixo, de fácil manutenção e muito portátil, o clavicórdio gozou de imensa popularidade nos séculos XVII e XVII, em especial para a prática privada de música, entre músicos itinerantes (como era o caso de Händel, que encontrarão amanhã) e onde quer que houvesse pouco espaço disponível.

Nossa série começa com o álbum “The Secret Bach”, em que o versátil Christopher Hogwood interpreta obras do Demiurgo no mais quieto dos instrumentos do teclado. Para nós outros, acostumados com o timbre brilhante do cravo ou mesmo com o som volumoso de um piano de tensas cordas de aço, escutá-las tocadas com tangentes pode requerer alguma “aclimatação” – além, é claro, do já referido ajuste do volume dos alto-falantes. Os pontos altos, para mim, são as peças de abertura (uma versão preliminar da Fantasia Cromática e Fuga em Ré menor) e de encerramento (um arranjo para teclado da Partita no. 2 para violino solo – sim, aquela encerrada pela monumental Chacona). O que vem entre elas são peças curtas que, se comparadas àquelas que mencionamos, empalidecem bastante.

THE SECRET BACH – CHRISTOPHER HOGWOOD

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Fantasia Cromática e Fuga em Ré menor, BWV 903a (versão preliminar, do manuscrito Rust)
01 – Fantasia
02 – Fuga

03 – Adágio em Sol maior, BWV 968
04 – Fuga em Sol menor, BWV 1000
05 – Allemande em Sol menor
06 – Minueto no. 1, BWV 841
07 – Minueto no. 3, BWV 843
08-16 – Partite diverse sopra il Corale ‘O Gott, du frommer Gott”, BWV 767

Partita em Lá menor, baseada na Partita no. 2 em Ré menor para violino solo, BWV 1004
17 – Allemanda
18 – Corrente
19 – Sarabanda
20 – Giga
21 – Ciacoona

Christopher Hogwood, clavicórdio

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Maestro, compositor, musicólogo, cravista, pianista, organista, clavicordista: o multiúso Christopher Hogwood (1941-2014)
Maestro, compositor, musicólogo, cravista, pianista, organista, clavicordista: o multiúso Christopher Hogwood (1941-2014)

Vassily Genrikhovich

Franz Schubert (1797-1828): Impromptus (Le Voyage Magnifique)

Franz Schubert (1797-1828): Impromptus (Le Voyage Magnifique)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Schubert foi, certamente, o maior inventor de melodias. O homem devia pensar só nelas. Li em algum lugar que ele dormia de óculos. Acontece que Schubert acordava muitas vezes com uma música na cabeça e, se fosse ainda procurar os óculos, esta corria o risco de volatilizar-se. Nasceu 27 anos depois de Beethoven, já fora do classicismo, mergulhado no romantismo e, olha, que melodias! Viveu apenas 31 anos e sabe-se lá onde chegaria com esse talento todo para juntar notas, criando beleza. E não tem nada mela-cueca, as coisas eram sublimes.

Aqui o show é de uma especialista no classicismo e romantismo, a notável pianista portuguesa Maria João Pires.  Nada a criticar, ela parece ter nascido com Schubert nas mãos. Esqueça as bobas reflexões pianísticas bem-intencionadas, concentre-se em sua performance absorvente e tranquila. Há uma qualidade instintiva e improvisadora na produção musical de Pires que surge por ter digerido e internalizado essas obras. Ela não tangencia a superfície lírica de Schubert, ela dentro dela como seu habitat. Aproveite!

Franz Schubert (1797-1828): Impromptus (Le Voyage Magnifique)

Impromptus D 899 (1827)
1-1 No. 1 In C Minor: Allegro Molto Moderato 11:05
1-2 No. 2 In E Flat Major: Allegro 4:46
1-3 No. 3 In G Flat Major: Andante 5:50
1.-4 No. 4 In A Flat Major: Allegretto – Trio 7:49

Allegretto D 915 (1827)
1-5 Allegretto D 915 In C Minor 5:41

Impromptus D 935 (1827)
2-1 No. 1 In F Minor: Allegro Moderato 12:25
2-2 No. 2 In A Flat Major: Allegretto – Trio 7:58
2-3 No. 3 In B Flat Major: Thema. Andante – Var. I-V 13:04
2-4 No. 4 In F Minor: Allegro Scherzando 6:35

Drei Klavierstücke / Drei Impromptus Aus Dem Nachlass D 946
2-5 Allegro Assai – Andante – Tempo I 14:48
2-6 Allegretto 12:29
2-7 Allegro 5:29

Maria João Pires, piano

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Saibam, eu amo Maria João Pires

PQP

Musica Antiqua Bohemica – Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704): Sonatas dos Mistérios (ou do Rosário) – Gabriela Demeterová

51V1yFiGA1LEmbora tido por muitos como austríaco, Biber nasceu na cidadezinha boêmia de (cuidado a língua!) Stráž pod Ralskem, ou Wartenberg, o que o torna elegível para inclusão nesta série, ainda que não encontremos qualquer registro da forma tcheca de seu nome, que seria (a língua, cuidado com ela!) Jindřich Ignác František Biber.

Provavelmente o maior violinista de seu tempo, Biber trabalhou em Graz e na simpática sopa de diacríticos que é Kroměříž antes de chegar à corte de Salzburg, onde consolidou sua fama e fortuna. Foi um compositor muito inventivo para diversos conjuntos instrumentais, e suas obras para violino eram tidas como o suprassumo do virtuosismo em sua época.

Como se isso tudo não bastasse, ainda lhe sobrava estilo
Como se isso tudo não bastasse, o cara ainda esbanjava estilo

A reputação dessas Sonatas dos Mistérios (ou do Rosário) só fez crescer desde sua publicação em 1905, mais de duzentos anos após a morte do compositor. Cada uma das quinze sonatas para violino e órgão refere-se a um dos Mistérios do rosário católico (cinco gozosos, cinco dolorosos e cinco gloriosos), com um programa mais sugerido do que puramente descrito musicalmente (em vivo contraste com sua “Sonata Representativa”, que também postaremos aqui). Além de raspar o fundo do tacho da técnica violinística disponível na época, Biber usou e abusou do recurso da scordatura, que consiste na alteração da afinação do violino de maneira a obter efeitos colorísticos e ressonâncias indisponíveis na afinação padrão.

Notação das indicações de scordatura para cada uma das Sonatas dos Mistérios de Biber. Apenas a primeira e última peça (a Sonata I e a Passacaglia) utilizam a afinação normal (Sol-Ré-Lá-Mi)
Notação das indicações de scordatura para cada uma das Sonatas dos Mistérios de Biber. Notem que apenas a primeira e última peça (a Sonata I e a Passacaglia) utilizam a afinação padrão (Sol-Ré-Lá-Mi)

A série é concluída por uma solene passacaglia, uma das mais antigas obras para violino solo. Ela foi muito difundida, em cópias manuscritas, ainda durante a vida do compositor, e considerada o pináculo de toda literatura violinística até que Sebastian Bach e sua monumental Chacona acenassem para Biber lá bem do alto. A solista Gabriela Demeterová – que, ao vivo, tem aparência bem mais amistosa que a garota de olhar dardejante que aparece nas fotos de divulgação – faz a perigosa travessia violinística com muita competência e sem qualquer incidente, acompanhada pelo versátil Jaroslav Tůma, que, verão vocês em publicações futuras, toca todos os teclados imagináveis.

BIBER – MYSTERY SONATAS

Heinrich Ignaz Franz von BIBER (1644-1704)

Sonatas para a Glorificação dos Quinze Mistérios da Vida de Maria e de Cristo

DISCO 1

Sonata I: Anunciação do Nascimento de Cristo pelo Arcanjo Gabriel (modo dórico)
01 – Praeludium
02 – Variatio. Aria: Allegro
03 – Finale

Sonata II: Visitação de Maria por Isabel (Lá maior)
04 – Sonata
05 – Allemande
06 – Presto

Sonata III: Nascimento de Cristo, Adoração dos Pastores (Si menor)
07 – Sonata
08 – Courante
09 – Double
10 – Courante (da capo)
11 – Adagio

Sonata IV: Apresentação de Cristo no Templo (modo dórico)
12 – Ciaccona

Sonata V: Jesus aos Doze Anos no Templo (Lá maior)
13 – Praeludium
14 – Allemande
15 – Gigue
16 – Sarabande
17 – Double
18 – Sarabande (da capo)

Sonata VI: O Sofrimento de Cristo no Monte das Oliveiras (Dó menor)
19 – Lamento
20 – Adagio

Sonata VII: A Flagelação de Cristo (Fá maior)
21 – Allemande
22 – Variation
23 – Sarabande

24 – Passacaglia para violino solo

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DISCO 2

Sonata VIII: A Coroação com Espinhos (Si menor)
01 – Sonata
02 – Presto
03 – Gigue
04 – Double I
05 – Gigue (da capo)
06 – Double II
07 – Gigue (da capo)

Sonata IX: Jesus carrega a Cruz (Lá menor)
08 – Grave
09 – Corrente
10 – Double I
11 – Double II
12 – Finale

Sonata X: A Crucificação (Sol menor)
13 – Praeludium
14 – Aria con variazioni

Sonata XI: A Ressurreição (Sol maior)
15 – Sonata
16 – Adagio
17 – Andante

Sonata XII: A Ascensão de Cristo (Dó maior)
18 – Intrada
19 – Aria
20 – Allemanda
21 – Courante
22 – Double
23 – Courante (da capo)

Sonata XIII: A Descida do Espírito Santo (Ré menor)
24 – Sonata
25 – Gavotte
26 – Gigue
27 – Sarabande

Sonata XIV: A Assunção de Maria (Ré maior)
28 – Allegro maestoso
29 – Aria (Ciaccona)
30 – Gigue

Sonata XV: A Coroação de Maria (Dó maior)
31 – Sonata
32 – Aria con variazioni
33 – Canzone
34 – Sarabande
35 – Variation

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Gabriela Demeterová, violino
Jaroslav Tůma, órgão

Gabriela Demeterová, antes e depois do dardo tranquilizante
Gabriela Demeterová, antes e depois do dardo tranquilizante

Vassily Genrikhovich

Coleção de Peças Francesas para Piano – Arthur Rubinstein

Coleção de Peças Francesas para Piano – Arthur Rubinstein

 

Música Francesa para Piano

Arthur Rubinstein

 

 

O que você faz, depois que vai para casa?

The CD is on the table!

Eu sempre penso nisto quando imagino os grandes artistas em seus momentos, digamos assim, mais mundanos. É claro, a pergunta aplica-se a outras gentes e é possível que os hábitos domésticos, os interesses além daqueles estritamente profissionais, revelem mais sobre as pessoas do que aquilo que é público, aquilo que todos sabem sobre elas.

Pois fico imaginando como teria sido Arthur Rubinstein chegando em casa após um cansativo dia de gravações com uma enorme orquestra, um regente cheio de ideias diferentes das suas sobre o concerto que estão gravando. O produtor Max Wilcox atarefado com as faixas selecionadas para audição, o orçamento já em vias de estourar.

Então, chegar em casa, passar dos sapatos para os chinelos, um golinho de xerez, talvez, um lanchinho leve, por certo. Nada interessante na TV. Pronto, agora a noite já caiu de vez e a porta que dá para a sacada está aberta e deixa entrar uma brisa que além de balançar as cortinas esvoaçantes, traz um aroma das flores que só recendem à noite, assim como um restinho de luar. Pois não é que o clima se mostra então propício à música. O piano ali pertinho, sobre o velho tapete vermelho, sorri convidativamente com suas amareladas e amigas teclas. Música então, pensa nosso hipotético Arthur. O que tocaria para si próprio ou pequena e íntima companhia? Chopin? Nãh… muito pedido por todos. Beethoven, Schubert, Mozart? Não de novo, muito germânicos para a noite quase latina. E como era boa a convivência com os amigos franceses, colegas pianistas e queridos compositores. Jantares nas casas de uns, passeios nos arredores de Paris com adoráveis piqueniques. Assim, nosso pianista resolve tocar umas peças francesas, cheias de charme, de alegria e de muita elegância.

As Valses nobles et sentimentales do Maurice são mais conhecidas na versão para orquestra e merecidamente. Mas na falta da orquestra, Arthur vai de piano mesmo, que ele é capaz de recriar com seu instrumento a riqueza da partitura de Ravel. Mas as valsas foram originalmente escritas para piano e inspiradas pelas Valses sentimentales e as Valses nobles de Schubert. No entanto, diferentes das peças de Schubert, as de Ravel formam uma coleção de oito valsas que se emendam umas nas outras, fluindo num todo, passando por seções tempestuosas, langorosas, até a peça final onde as anteriores são recapituladas. A coleção teve sua estreia em um concerto da Sociedade Musical Independente, interpretadas por Louis Aubert, amigo de Ravel dos dias do conservatório. O concerto foi arranjado de forma que as pessoas não sabiam os nomes dos compositores das peças e eram estimuladas a adivinharem os autores. As tentativas muito divertiram Ravel. Entre elas surgiram nomes como Kodály, Satie, Chopin ou mesmo Mozart.

Poulenc ainda muito jovem e servindo durante a guerra, arranjou tempo para compor essas Mouvements perpétuels e conseguiu as enviar para Ricardo Viñes estreá-las em um concerto de fevereiro de 1919. Estes concertos misturavam diferentes artes, com poesia e exposições de pinturas além de música. Essas peças foram um sucesso imediato e mesmo muitos anos depois, sempre as ouvindo, quando perguntado como ele se sentia sobre elas, Poulenc respondeu que “ainda podia tolerá-las”.

O Intermezzo foi uma das poucas peças que Poulenc compôs em 1934 e a dedicou a uma querida amiga, a Condessa Marie-Blanche de Polignac, uma música amadora muito aplicada. Rubinstein também era amigo da Condessa e ganhou de Poulenc uma cópia do Intermezzo, com a inscrição “Para Arthur, um retrato de nossa querida Marie-Blanche”.

Ravel recuperava-se das agruras da guerra na casa de campo de Madame Fernand Dreyfus quando encontrou inspiração para compor uma suíte para piano, Le Tombeau de Couperin. Fazia assim simultaneamente um tributo à música francesa antiga e a vários amigos que perdera na guerra. Desta suíte ouvimos aqui a Forlane, lindíssima. A outra peça de Ravel no disco, La Vallée des cloches pertence a outra suíte, Miroirs.

Mais duas lindas peças seguem, um famoso noturno de Gabriel Fauré e outro intermezzo de Poulenc, este composto em 1943.

O disco termina com uma peça “pitoresca”, Scherzo-Valse, de Chabrier, o mais barulhento e histriônico dos compositores (quase amador) francês. Certamente a peça prenuncia sua famosa España. E assim também termina a nossa noite imaginada e transformada em um belíssimo disco, mais um da dupla Rubinstein – Wilcox, o artista e o artístico produtor.

 

Maurice Ravel (1875-1937)

  1. Valses nobles et sentimentales

Francis Poulenc (1899-1963)

  1. Mouvements perpétuels
  2. Intermezzo em lá bemol maior

Maurice Ravel (1875-1937)

  1. Forlane (da Suíte ‘Le Tombeau de Couperin’)
  2. La Vallée des cloches (da Suíte ‘Miroirs’)

Gabriel Fauré (1845-1924)

  1. Noturno em lá bemol maior, Op. 33, 3

Francis Poulenc (1899-1963)

  1. Intermezzo No. 2 em ré bemol maior

Emmanuel Chabrier (1841-1924)

  1. Scherzo-Valse

Arthur Rubinstein, piano

Produção: Max Wilcox

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FLAC | 160 MB

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MP3 | 320 KBPS | 108 MB

Ravel colocou uma citação de Henri de Regnier no auto das Valses nobles et sentimentales: “… le plaisir delicieux et toujours nouveau d’une occupation inutile…” (… o prazer delicioso e sempre novo de uma ocupação inútil…)

Jurássico, perpétuo! Grande CD! Aproveite!

René Denon

Ainda mais Cordas: o Sarod e o Sitar (Ravi Shankar e Ali Akbar Khan – Ragas)

712cGonq0FL._SL1092_Encerramos esta série sobre as cordas com dois dos maiores músicos do século XX.

O sitarista Ravi Shankar (1920-2012) dispensa apresentações, até porque já foi devidamente apresentado aqui no PQP Bach e fará (a julgar pelo grande número de downloads) muitas outras aparições por aqui. Ali Akbar Khan foi o maior mestre moderno do sarod -espécie de alaúde indiano, que tem as mesmas 18 ou 19 cordas do oud persa (e como vocês são espertos, já tiveram o clique: oudal-oud – alaúde), embora tanto Khan quanto Shankar modestamente atribuíssem esta distinção, e também a de maior músico que jamais existiu, ao legendário Allauddin Khan (1862-1972), pai do primeiro e guru do segundo. A doçura solene do sarod e o timbre lisérgico do sitar garantem, a despeito da qualidade subótima de gravação, um dos mais eletrizantes álbuns de toda a música.

RAGAS – RAVI SHANKAR – ALI AKBAR KHAN

01 – Raga Palas Kafi
02 – Raga Bilashkani Todi

Ali Akbar Khan, sarod
Ravi Shankar, sitar
Kanall Dutta, tabla
Nodu Mullick e Ashish Kumar
, tamboura

03 – Raga Ramdas Malhar
04 – Raga Malika

Ali Akbar Khan,
sarod
Tabla e tamboura
– músicos não-creditados

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Shankar e Ali Akbar sob o olhar suserano do guru Allauddin Khan
Shankar e Ali Akbar sob o olhar suserano (e aparentemente vivo) do guru Allauddin Khan

Vassily Genrikhovich

 

Beethoven / Schnittke / Bach: Prism II

Beethoven / Schnittke / Bach: Prism II

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disco maravilhoso! É magnificamente interpretado pelo Quarteto de Cordas Dinamarquês e tem repertório coerentemente interligado. O primeiro disco do projeto Prism foi indicado ao Grammy de melhor disco erudito. Ele ligava fugas de Bach, quartetos de Beethoven e obras de mestres modernos. Neste volume dois da série, temos uma linda versão da Fuga de Bach em Si bemol menor do Cravo Bem Temperado (no arranjo do compositor Emanuel Aloys Förster), o extrordionário Quarteto Nº 3 de Alfred Schnittke (1983), e — tchan! — mais o INCONTORNÁVEL Quarteto de Cordas Op. 130 de Beethoven e a Grande Fuga. Como o quarteto explica: “Um feixe de música é dividido através do prisma de Beethoven. O importante para nós é que essas conexões sejam amplamente experimentadas. Esperamos que o ouvinte se junte a nós na maravilha de ver os feixes de música que viajam de Bach e Beethoven até nossos dias. Gravado na histórica Reitstadel Neumarkt e produzido por Manfred Eicher, o álbum é de 2019, lançado enquanto o Quarteto de Cordas Dinamarquês embarca em uma turnê com recitais em ambos os lados do Atlântico, mas não no Brasil, claro…

Beethoven / Schnittke / Bach: Prism II

1 FUGUE IN Bb MINOR BWV 869
(Johann Sebastian Bach)
06:48

ALFRED SCHNITTKE – STRING QUARTET NO.3
2 Andante 06:11
3 Agitato 07:49
4 Pesante 08:36

LUDWIG VAN BEETHOVEN – STRING QUARTET OP.130 / OP.133
5 Adagio ma non troppo 09:52
6 Presto 02:00
7 Poco scherzoso. Andante con moto ma non troppo 07:05
8 Alla danza tedesca. Allegro assai 03:22
9 Cavatina. Adagio molo espressivo 07:49
10 Ouverture. Allegro – Fuga (Große Fuge) 16:44

Danish String Quartet:
Rune Tonsgaard Sørensen, Violin
Frederik Øland, Violin
Asbjørn Nørgaard, Viola
Fredrik Schøyen Sjölin, Violoncello

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Hum… A luz do lado esquerdo é Bach, Beethoven ou ambos?

PQP

Musica Antiqua Bohemica – František Brixi (1732-1771): Concertos para órgão e orquestra – Věra Heřmanová

su3741-2Já ouviram falar de Brixi? Eu não tinha, até ouvir dois destes concertos tocados pela mesma Věra Heřmanová e uma competente orquestra de estudantes na maravilhosa Igreja de São Nicolau (Svatý Mikuláš), joia barroca na margem direita do Vltava em Praga. Após o concerto, a simpática organista vendeu-me este CD e autografou-o com uma dedicatória em tcheco que ainda não decifrei. Mesmo afogado na sopa de letrinhas, gostei muito da gravação. O organista Brixi, foi mestre de capela da Catedral de São Vito (aquela que ainda hoje reina imponente no alto do Castelo de Praga) sabia escrever com brilho para seu instrumento e tirar bom proveito dos necessariamente pequenos conjuntos que acompanhavam o solista (que não poderiam, ademais, ser muito grandes, dada a acústica altamente ressonante das igrejas tchecas). O estilo de Brixi, mezzo clássico, mezzo barroco, é bem típico do período em que viveu.

BRIXI – ORGAN CONCERTOS

František Xaver BRIXI (1732-1771)

Concerto em Fá maior para órgão, duas trompas, cordas e baixo contínuo
01 – Allegro moderato
02 – Adagio
03 – Allegro assai

Concerto em Dó maior para órgão, dois clarins, cordas e baixo contínuo
04 – Allegro moderato
05 – Adagio
06 – Alla breve

Concerto em Sol maior para órgão, duas trompas, cordas e baixo contínuo
07 – Allegro moderato
08 – Adagio
09 – Allegro molto

Concerto em Ré maior para órgão, dois clarins, cordas e baixo contínuo
10 – Allegro moderato
11 – Andante molto
12 – Allegro

Věra Heřmanová, órgão
Capella Regia Musicalis, com instrumentos originais
Robert Hugo, regência

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A simpática Věra Heřmanová: ótima ao tocar, críptica ao escrever.
Věra Heřmanová: ótima ao tocar, críptica ao escrever

Vassily Genrikhovich

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

 

Danças?

 

Após muitos (muitos!) anos de experiência com música e discos, alguma coisa acaba-se aprendendo. Eu consigo farejar um bom disco a milhas de distância. E este álbum, eu sabia, é excelente. Se bem que gosto, não se deve discutir.

A rabugice e o conservadorismo são traços que afloram a medida em que a idade avança, é inexorável. Rabugento ainda não sou, mas tenho tido episódios. Conservador é claro que não sou, mas essas novidades de discos conceituais dão-me rugas na testa e um ligeiro movimento de pé atrás. Cheira-me a marketing. Mas neste caso, rendo-me absolutamente! Disco maravilhoso, de primeira à última faixa.

Dança é o tema do álbum cuja concepção foi inspirada em uma carta de Ferruccio Busoni para um de seus alunos, Egon Petri, propondo um programa dançante para um recital. Que ideia mais simples, mas maravilhosa…

Pois dança é o assunto do álbum que vai das antigas danças, como a sarabande da Partita do Bach até o Boogie Woogie, no estudo do Morton Gould. Entre elas, valsas, muitas maravilhosas valsas. Ah, polonaises também, pois há Chopin, e algumas mazurkinhas do Scriabin.

Não poderia faltar o Azul Danúbio e tango também.

E como não falar umas palavras sobre o Benjamin Grosvenor, este excelente pianista? Ele despontou para o mundo da música em 2004 ganhando o BBC Young Music Competition com 11 anos (bota Young nisso). Foi convidado a se apresentar na Primeira Noite do 2011 BBC Proms, com apenas 19 anos.

Em 2012, quando ganhou um importante prêmio – o Critics Choice, do Classic Brits, deixou a todos comovidos por dedicar o prêmio a seu irmão dois anos mais velho, portador de síndrome de Down. Benjamin explicou (candidamente):  Eu dedico este prêmio ao meu irmão Jonathan. Isto é por ter me aturado praticando horas seguidas por anos e anos e por ter ido a tantos dos meus concertos contra sua própria vontade. Afinal, para que servem irmãos?

Benjamin Grosvenor

Johann Sebastian Bach
Partita No. 4, BWV828
1 I. Overture
2 II. Allemande
3 III. Courante
4 IV. Aria
5 V. Sarabande
6 VI. Menuet
7 VII. Gigue

Frédéric Chopin
Andante spianato et grande polonaise brillante in E-flat major, Op. 22
8 I. Andante spianato in G major
9 II. Grande polonaise brillante in E-flat major
10 Polonaise no.5 in F sharp Minor Op. 44

Alexander Scriabin
Ten Mazurkas Op. 3
11 No. 6
12 No.4
13 No.9
14 Valse in Ab major Op. 38

Enrique Granados
Valses Poeticos
15 Preludio: Vivace molto
16 I. Melodioso
17 II.Tempo de Vals noble
18 III. Tempo de Vals lento
19 IV. Allegro humoristico
20 V. Allegretto (elegante)
21 VI. Quasi ad libitum (sentimental)
22 VII. Vivo
23 VIII. Presto

Adolf Schulz-Evler
24 Concert Arabesques on themes by Johann Strauss, “By The Beautiful Blue Danube”

Isaac Albeniz (arr. Leopold Godowsky)
25 Tango, Op.165, No.2

Morton Gould
26 Boogie Woogie Etude

Franz Liszt
27 2 Etudes de Concert S. 145, 2 – Gnomenreigen

Johann Sebastian Bach (arr. Wilhelm Kempff)
28. Sonata for Flute and Harpsichord, BWV 1031 – Siciliano

Benjamin Grosvenor, piano

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FLAC | 1,15 GB

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MP3 | 320 KBPS | 210 MB

Vejam as opiniões de alguns críticos:

“performance after performance of surpassing brilliance and character”

– Gramophone

“‘Jeu perlé’ to die for, ever changing colours and an innate sense of articulation and rubato”

– Diapason

“A revelation”

– American Record Guide

The CD is on the table!

Uma observação técnica: as duas últimas faixas desta postagem não fazem parte do disco oficial. Realmente, o disco deveria acabar no estudo do Morton Gould, um tremendo tour de force! Mas, as duas peças que seguem, o Gnomenreigen e o Siciliano de Liszt e Bach (Kempff) são tão bonitinhas que estão aí, como dois encores… Aproveitem!!

René Denon

Ainda mais Cordas: a Kora e a Harpa (Clychau Dibon – Seckou Keita e Catrin Finch)

917pB7tJJPL._SL1500_Da kora, a harpa mandê, já falamos aqui, , e acolá – e o senegalês Seckou Keita é um dos seus maiores virtuoses. Da galesa Catrin Finch, talvez a melhor harpista da atualidade, já tivemos uma gravação maravilhosa da versão harpística das Variações Goldberg que, segundo contou-me um passarinho, voltará em breve ao PQP Bach. Falando em passarinho, “dibon” é o nome de uma ave da África Ocidental cujo canto é tão famoso que deu nome a uma das 21 cordas da kora. Somem-se a elas as 47 cordas da harpa da galesa (“clychau” significa “sinos” em galês – e se acham esse nome difícil é porque vocês ainda nada viram) e, a partir de tradições aparentemente muito distintas (que o excelente encarte do disco trata de mostrar quão próximas são), o que se obtém é uma gravação sensacional, muito estimulante, e de verve surpreendente para um duo de instrumentos com tanta reputação de quase quietude.

CLYCHAU DIBON – CATRIN FINCH & SECKOU KEITA

01 – Genedigaeth koring-bato
02 – Future Strings
03 – Bamba
04 – Les Bras de Mer
05 – Robert Ap Huw meets Nialing Sonko
06 – Ceffylau
07 – Llongau térou-bi

Seckou Keita, kora
Catrin Finch, harpa

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Senegal e Gales, galesa e senegalês.
Senegal e Gales, galesa e senegalês.

Vassily Genrikhovich

Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano No 3 & No 2 – Martha Argerich – Mahler CO – Claudio Abbado

Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano No 3 & No 2 – Martha Argerich – Mahler CO – Claudio Abbado

 

 

Dream Team!

 

 

 

Quem é o protagonista na execução de um concerto para piano? É claro, imediatamente consideramos o solista, mas não devemos descuidar do regente, afinal ele (ou ela) fará a mediação entre a orquestra e o solista. Aliás, muito bem lembrado, a orquestra também tem papel relevante no processo.

O equilíbrio entre estas forças é determinante para o sucesso da apresentação ou gravação. Não é raro casos nos quais resultados apenas sofríveis seguem do encontro de grandes nomes. No outro lado da moeda, é possível fazer uma longa lista de excelentes resultados da colaboração de músicos menos famosos.

Ao compor o Concerto No. 2 ele era jovem

Pois bem, nesta postagem temos o melhor destas possibilidades: solista, regente e selo ou gravadora mais renomados – impossível! E a orquestra formada pelo seu regente é excelente! E para completar esse time de sonhos, o repertório: dois maravilhosos concertos de Beethoven!

A primeira gravação que Martha Argerich e Claudio Abbado fizeram juntos foi em 1967. Desde então esses dois artistas se encontraram algumas vezes para produzir gravações memoráveis. Para este disco a colaboração se deu em dois concertos gravados ao vivo, um em 2000 e o outro em 2004, no Teatro Comunale de Ferrara.

O livreto que acompanha o CD descreve a expectativa que antecedeu o concerto de 2004. Enquanto Martha ensaiava a parte do solista, Abbado preparava uma apresentação de Così fan tutte e havia um nervosismo até um pouco antes do concerto. Nada disso é, nem de sobra, sugerido pelo maravilhoso resultado que temos o privilégio de poder ouvir.

O Concerto No. 2 é o primeiro concerto composto por Beethoven, iniciado quando ele ainda morava em Bonn, mas revisto e finalmente publicado em Viena. Tanto este concerto quanto o de No. 3 mostram influência dos trabalhos de Mozart. Mas em se tratando de um compositor com personalidade tão forte, essa influência não esconde a individualidade do genial Ludovico.

O que dizer das interpretações, se você poderá constatar assim que baixar os arquivos? Não deixe de notar como a orquestra de câmara permite ouvir as texturas sonoras ainda mais claras, que há uma sensação de urgência e intensidade, mas com tempo suficiente para que música se desdobre sem atropelamentos. Note a maravilha das cadências e como os movimentos lentos são intensos e profundos. Enfim, guarde algum fôlego para os rondós arrebatadores.

Em uma das muitas elogiosas críticas que este álbum recebeu na ocasião de seu lançamento, lemos: Ouça o disco – ele é o antídoto para as gravações conservadoras. Em um universo ideal, as gravações de Beethoven seriam tão chocantemente refrescantes como esta.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Concerto para piano e orquestra No. 3 em dó menor, Op. 37

  1. Allegro com brio (Cadência: Beethoven)
  2. Lento
  3. Allegro

Concerto para piano e orquestra No. 2 em si bemol maior, Op. 19

  1. Allegro con brio (Cadência: Beethoven)
  2. Adagio
  3. Molto alegro

Martha Argerich, piano

Mahler Chamber Orchestra

Claudio Abbado

Gravação: Teatro Comunale de Ferrara (2000, Op. 19; 2004, Op. 37)

Produção: Christopher Alder

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FLAC | 259 MB

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MP3 | 320 KBPS | 147 MB

Com uma pianista desta, quem não fica feliz?

E ainda outro crítico: Com uma ótima gravação e a audiência só se fazendo ouvir no fim, este é um álbum que mostra como faz sentido gravar mais uma vez este repertório. Este é um Beethoven do século XXI que ainda será ouvido pelo século XXII afora. Até agora, a premunição está se cumprindo!

Aproveite, não espere até o século XXII!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – The Complete Cantatas – Vol 7 de 22 – Ton Koopman, Amsterdan Baroque Orchestra, etc.

Hoje trago mais um volume da série do Ton Koopman das integrais das Cantatas de Bach. Aos pouquinhos, estamos conseguindo postar, mesmo que aos trancos e barrancos. Não vou alegar a falta de tempo, pois até isso já cansou. Então vamos ao que viemos, OK?

Como sempre, o booklet é super explicativo, tem todas as informações lá, com a letra das cantatas, contexto histórico das mesmas, etc.. Divirtam-se,

COMPACT DISC 1

“Es ist nichts Gesundes an meinem Leibe” BWV 25
For the 14th Sunday after Trinity

1 Chorus: “Es ist nichts Gesundes an meinem Leibe”
2 Recitative (Tenor): “Die ganze Welt ist nur ein Hospital”
3 Aria (Bass): “Ach, wo hol ich Armer Rat?”
4 Recitative (Soprano): “Jesu, lieber Meister”
5 Aria (Soprano): “Öffne meinen schlechten Liedern”
6 Chorale: “Ich, will alle meine Tage”

“Christus, der ist mein Leben” BWV 95
For the 16th Sunday after Trinity

07 Chorus and recitative (Tenor): “Christus, der ist mein Leben”
08 Recitative (Soprano): “Nun, falsche Welt!”
09 Chorale: “Valet will ich dir geben”
10 Recitative (Tenor): “Ach, könnte mir doch bald so wohl gescheh’n”
11 Aria (Tenor): “Ach, schlage doch bald, selge Stunde”
12 Recitative (Bass): “Denn ich weiß dies”
13 Chorale: “Weil du vom Tod erstanden bist”

“Nimm, was dein ist, und gehe hin” BWV 144
For Septuagesima Sunday

14 Chorus: “Nimm, was dein ist, und gehe hin”
15 Aria (Alto): “Murre nicht lieber Christ”
16 Chorale: “Was Gott tut, das ist wohlgetan”
17 Recitative (Tenor): “Wo die Genügsamkeit regiert”
18 Aria (Soprano): “Genügsamkeit”
19 Chorale: “Was mein Gott will, das g’scheh’ allzeit”

“Halt im Gedächtnis Jesum Christ” BWV 67
For Low Sunday

20 Chorus: “Halt im Gedächtnis Jesum Christ”
21 Aria (Tenor): “Mein Jesus ist erstanden”
22 Recitative (Alto): “Mein Jesu, heißest du des Todes Gift”
23 Chorale: “Erschienen ist der herrlich’ Tag”
24 Recitotive (Alto): “Doch scheinet fast”
25 Aria (Bass): “Friede sei mit euch!”
26 Chorale: “Du Friedefürst, Herr Jesu Christ”

Compact Disc 2

“Erforsche mich, Gott, und erfahre mein Herz” BWV 136
For the 8th Sunday after Trinity

1 Chorus: “Erforsche mich, Gott, und erfahre mein Herz”
2 Recitative (Tenor): “Ach, daß der Fluch”
3 Aria (Alto): “Es kommt ein Tag”
4 Recitative (Bass): “Die Himmel selber sind nicht rein”
5 (Tenor, Bass): “Uns treffen zwar der Sünden Flecken”
6 Chorale: “Dein Blut, der edle Saft”

Erwünschtes Freudenlicht” BWV 184
For Whit Tuesday

07 Recitative (Tenor): “Erwünschtes Freudenlicht”
08 Ario (Soprano, Alto): “Gesegnete Christen”
09 Recitative (Tenor): “So freuet euch”
10 Aria (Tenor): “Glück und Segen sind bereit”
11 Chorale: “Herr, ich hoff’ je”
12 horus: “Guter Hirte, Trost der Deinen”

“Herr, gehe nicht ins Gericht” BWV 105
For the 9th Sunday after Trinity

13 Chorus: “Herr, gehe nicht ins Gericht mit deinem Knecht”
14 Recitative (Alto): “Mein Gott, verwirf mich nicht”
15 Aria (Soprano): “Wie zittern und wanken”
16 Recitative (Bass): “Wohl aber dem, der seinen Bürgen weiß”
17 Aria (Tenor): “Kann ich nur Jesum mir zum Freunde machen”
18 Chorale: “Nun, ich weiß, du wirst mir stillen”

“Bringet dem Herrn Ehre seines Namens” BWV 148
For the 17th Sunday after Trinity

19 Chorus: “Bringet dem Herrn Ehre seines Namens”
20 Aria (Tenor): Ich eile, die Lehren”
21 Recitative (Alto): “So wie der Hirsch nach frischem Wasser schreit”
22 Aria (Alto): “Mund und Herze steht dir offen”
23 Recitative (Tenor): “Bleib auch, mein Gott, in mir”
24 Chorale: “Amen zu aller Stund”

Compact Disc 3

“Herz und Mund und Tat und Leben” BWV 147
For the Feast of the Visitation of the Blessed Virgin Mary

Erster Teil

01 Chorus: “Herz und Mund und Tat und Leben”
02 Recitative (Tenor): “Gebenedeiter Mund!”
03 Aria (Alto): “Schäme dich, o Seele, nicht”
04 Recitative (Bass): “Verstockung kann Gewaltige verblenden”
05 Aria (Soprano): “Bereite dir, Jesu, noch itzo die Bahn”
06 Chorale: “Wohl mir, daß ich Jesum habe” 3’13

Zweiter Teil

07 Aria (Tenor): “Hilf, Jesu, hilf, daß ich auch dich bekenne”
08 Recitative (Alto): “Der höchsten Allmacht Wunderhand”
09 Aria (Boss): “Ich woll von Jesu Wundern singen”
10 Chorale: “Jesus bleibet meine Freude”

“Leichtgesinnte Flattergeister” BWV 181
Sexagesima Sunday

11 Aria (Bass): “Leichtgesinnte Flattergeister”
12 Recitative (Alto): “O unglückselger Stand verkehrter Seelen”
13 Aria (Tenor): “Der schädlichen Dornen unendliche Zahl”
14 Recitative (Soprano): “Von diesen wird die Kraft erstickt”
15 Chorus: “Laß, Höchster, uns zu allen Zeiten”

Alternative versions of tracks 11 and 15 at tracks 22 and 23

“Erhöhtes Fleisch und Blut” BWV 173
For Whit Monday

16 Recitative (Tenor): “Erhöhtes Fleisch und Blut”
17 Aria (Tenor): “Ein geheiligtes Gemüte”
18 Aria (Alto): “Gott will, o ihr Menschenkinder”
19 Aria (Soprano, Bass): “So hat Gott die Welt geliebt”
20 Recitative (Soprano, Tenor): “Unendlichster, den man doch Vater nennt”
21 Chorus: “Rühre, Höchster, unsern Geist” 2’39

“Leichtgesinnte Flattergeister” BWV 181
For Sexagesima Sunday

22 Aria (Bass): “Leichtgesinnte Flattergeister”
23 Chorus: “Laß, Höchster, uns zu allen Zeiten”

LISA LARSSON soprano
BOGNA BARTOSZ (BWV 24, 136, 144, 147, 148)
ELISABETH VON MAGNUS (BWV 67, 105, 173, 181, 184) alto
GERD TÜRK tenor
KLAUS MERTENS bass
THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR TON KOOPMAN

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 3 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

BOOKLET

Ainda mais Cordas: o Alaúde (Johann Sebastian Bach – Obra completa para alaúde – Konrad Junghänel)

51ZJVGAJMTLCalma, calma: prometo que esta série não passa dessa semana! Teria dezenas de outros instrumentos para apresentar (o sarod, o bouzouki e o erhu, por exemplo!), mas já há clamores e protestos por uma série sobre a família dos sopros, ou pela volta de pianos e das orquestras tonitruantes.

Antes disso, o alaúde – talvez meu instrumento favorito entre os de cordas dedilhadas. Tenho várias gravações com Julian Bream, que não só é meu violonista preferido como também um dos melhores alaudistas que existem. No entanto, poucos álbuns de alaúde agradam-me tanto quanto este duplo de Konrad Junghänel, que já apareceu aqui no PQP tocando obras de Sylvius Leopold Weiss, o contemporâneo de Johann Sebastian que tanto o inspirou na sua própria lavra para o instrumento. E, se há inúmeras outras transcrições de obras bachianas para o alaúde – a integral das quais está na admirável série que Hopkinson Smith gravou, e que publicarei oportunamente -, o que vocês ouvem aqui é aquilo que o próprio gênio escreveu ou transcreveu, pouco a pouco, entre uma cantata e outra, enquanto fazia crescer sua prole.

JOHANN SEBASTIAN BACH – COMPLETE LUTE WORKS
KONRAD JUNGHÄNEL

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Disco 1

Suíte em Sol menor, BWV 995
01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Gavotte I & II en rondeau
06 – Gigue

Suíte em Dó menor, BWV 999
07 – Prélude
08 – Fuga
09 – Sarabande
10 – Gigue – Double

11 – Prelúdio em Dó menor, BWV 999

12 – Fuga em Sol menor, BWV 1000

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Disco 2

01 – Prelúdio, Fuga e Allegro em Mi bemol maior, BWV 998

Suíte em Mi menor, BWV 996
02 – Praeludium (Passaggio – Presto)
03 – Allemande
04 – Courante
05 – Sarabande
06 – Bourrée
07 – Gigue

Suíte em Mi maior, BWV 1006a
08 – Prelúdio
09 – Loure
10 – Gavotte en rondeau
11 – Sarabande
12 – Bourrée I & II
13 – Gigue

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Konrad Junghänel, alaúde

Konrad Junghänel: além do talento, um bigodinho maroto - e um magnífico Chanel!
Konrad Junghänel: além do talento, um bigodinho maroto – e um magnífico Chanel!

Vassily Genrikhovich

.:interlúdio:. Andrew Lloyd Webber (1948): VARIATIONS (1978)

.:interlúdio:. Andrew Lloyd Webber (1948): VARIATIONS (1978)

Se eu dissesse “Andrew Lloyd Webber é um dos principais compositores ingleses do fim do século 20”, não duvido que alguém dissesse: “ah, mas ele é um compositor de musicais, não de música séria”.

Bom, a palavra “compositor” significa apenas que o sujeito compõe, não contém em si nenhuma obrigação de que o objeto composto seja isto ou aquilo, e não dá pra negar que esse sujeito vem compondo uma quantidade enorme de música desde 1965 – e música que não me parece pior que a de um monte de compositores admitidos no cânone convencional do “sério”. E confesso que gosto bastante deste divertimento puramente instrumental que ele compôs em 1977 – uma exceção numa obra onde a palavra e a voz são praticamente onipresentes.

Vocês sabem de quem eu estou falando, né? Do sujeito que em 1970 estourou com Jesus Christ Superstar, que pretendia ser a “primeira ópera rock” — mas a Tommy da banda The Who acabou saindo antes (além de ser, talvez, mais legitimamente rock). De um modo ou de outro, JC Superstar ficou dez anos contínuos em cartaz em Londres; nesse meio tempo virou filme (1973), logo depois do que o Andrew atacou de Evita (1976), Cats (1981), e mais tarde The Phantom of the Opera, Sunset Boulevard etc. etc.

No meio disso tudo, esta peça puramente instrumental teria sido composta para… pagar uma aposta de futebol perdida para o seu irmão Julian Lloyd Webber, cellista clássico.

A prenda exigida por Julian foi justamente que Andrew compusesse uma peça para cello e banda de rock… mas é bom não esquecer que isso foi em tempos em que a palavra “rock” estava significando sobretudo a experimentação de emprego dos primeiros sintetizadores (Moog, Arp etc.) por grupos como Pink Floyd ou com pretensões classicizantes como Emerson Lake & Palmer.

Enfim, não sei por quê, Andrew resolveu repetir a seu modo um argumento (digamos assim) de Rachmaninoff: compor um conjunto de 24 variações sobre o tema do Capricho para violino nº 24 de Paganini. No caso de Rachmaninoff saiu a Rapsódia sobre um Tema de Paganini op.43 (1934), para piano e orquestra. Andrew também fez uma introdução, apresentou o tema, mas acrescentou só 23 variações… entremeadas com algumas variações de suas próprias variações.

Que rótulo caberia nessa música? Sei lá, o que menos me interessa são rótulos… O fato é que as tais variações correram mundo — tanto que mesmo se nunca tiver ouvido falar delas com certeza reconhecerá trechos.

Além disso, em 1990 gravou-se uma versão para cello e orquestra, novamente com Julian no solo, e com Lorin Maazel, nada menos, regendo a London Philharmonic Orchestra — num disco que inclui ainda uma peça do pai de Andrew, o também compositor William Lloyd Webber. Mas esse disco eu nunca ouvi, não posso dizer nada a não ser que existe…

A propósito, já falei demais, né? Vamos logo à música:

Andrew Lloyd Webber: VARIATIONS (1978)
para cello solo e banda de rock

Introduction
Theme (Paganini Caprice in A minor No. 24) and Variations 1-4
Variations 5 and 6
Variation 7
Variation 8
Variation 9
Variation 10
Variations 11-15 (including the Tributes)
Variation 16
Variations 13-14 Varied (listed as 14-15)
Variation 17
Variation 18
Variations 19, 20 and 5 Varied (listed as 6)
Variations 21 and 22
Variation 23

Julian Lloyd Webber – cello
Don Airey – Grand Piano, ARP Odyssey, Minimoog, Solina String Ensemble,
Fender Rhodes Piano
Rod Argent – Grand Piano, Minimog, Roland RS-202, Yamaha CS-80
Gary Moore – Gibson Les Paul, Rickenbacker electric 12 string Guitar,
Guild acoustic, Fender Stratocaster
Barbara Thompson – Flute, Alto Flute, Alto & Tenor Saxophone
Jon Hiseman – Arbiter Auto-Tune drums, Paiste cymbals & gongs, Percussion
John Mole – Fender Precision Bass, Hayman fretless bass guitar
Additional performers: Dave Caddick, Phil Collins, Herbie Flowers,
Bill Le Sage, Andrew Lloyd Webber

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Andrew Lloyd Webber: heavy metal, pero no mucho

Ranulfus

Trinta Anos sem o Muro da Vergonha (Ode to Freedom – Bernstein in Berlin – Ludwig van Beethoven (1770-1824) – Sinfonia no. 9, op. 125, “Coral”)

Trinta Anos sem o Muro da Vergonha (Ode to Freedom – Bernstein in Berlin – Ludwig van Beethoven (1770-1824) – Sinfonia no. 9, op. 125, “Coral”)

Celebramos hoje os trinta anos da derrubada do infame Muro de Berlim, naquele incrível novembro de 1989 que viu a Alemanha encaminhar sua reunificação após uma até então inimaginável cadeia de eventos. Logo no mês seguinte, Leonard Bernstein dirigiria as forças combinadas de orquestras e coros das duas Alemanhas e das antigas potências da ocupação em performances muito emotivas da Sinfonia “Coral” de Beethoven, notáveis pela substituição da palavra Freude (“alegria”) por Freiheit (“liberdade”) no texto da “Ode à Alegria” de Schiller, que serve de base para o movimento final. A iniciativa de Bernstein, sugerida por uma história apócrifa que atribuía a substituição ao próprio Schiller, numa versão alternativa da “Ode”, foi uma licença poética que, segundo o regente, certamente teria a aprovação de Beethoven. Nesses moldes, a Sinfonia Coral foi apresentada dos dois lados da cidade outrora dividida, com extraordinária repercussão, e esta gravação, feita ao vivo no dia do Natal de 1989, registra a última dessas performances. Realizada na Schauspielhaus da antiga Berlim Oriental (hoje conhecida como Konzerthaus Berlin) e transmitida ao vivo para dezenas de países, ela tem toda a riqueza e eventuais idiossincrasias que permeiam os últimos anos da carreira de Bernstein e faz parte do canto do cisne deste multitalentoso artista, que deporia a batuta em outubro do ano seguinte para falecer meros cinco dias depois.

ODE TO FREEDOM – BERNSTEIN IN BERLIN

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Sinfonia no. 9 em Ré menor, Op. 125, “Coral”
1 – Allegro ma non troppo, un poco maestoso
2 – Molto vivace
3 – Adagio molto e cantabile
4 – Presto – Allegro assai

June Anderson, soprano
Sarah Walker, mezzo-soprano
Klaus König, tenor
Jan-Hendrik Rootering, baixo
Coro da Rádio Bávara
Membros do Coro da Rádio de Berlim
Coro Infantil da Orquestra Filarmônica de Dresden
Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara
com integrantes da Orquestra Estatal (Staatskapelle) de Dresden, Orquestra do Teatro Kirov (Leningrado), Filarmônica de Nova York, Orquestra Sinfônica de Londres e Orquestra de Paris
Leonard Bernstein, regência

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Bônus: o vídeo do concerto, gravado na Schauspielhaus de Berlim em 25/12/1989 (AVI, 900 MB):
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Bernstein e seu cigarro derrubando um ‘cadinho do Muro da Vergonha.

Vassily

 

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino e Piano (Ibragimova, Tiberghien)

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino e Piano (Ibragimova, Tiberghien)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Ontem e anteontem, apresentamos as versões de Mutter e Mullova para este extraordinário repertório. Pois Ibragimova crava sua bandeira no Olimpo dos bons registros modernos destas Sonatas. Aqui, ela é mais do que consistente. Mas ainda fico com Mutter… A delicadeza e a quietude de Alina Ibragimova é talvez a característica mais marcante dessas performances. Escute o centro lírico do final da Op 78, que coisa! Na primeira audição, fiquei desapontado por Ibragimova ser tão contida; na segunda, já achei que sua aparente reticência fazia todo sentido. Há grandes momentos — movimentos inteiros –, neste CD muito bem gravado. O final do Op. 100 transmite calor através de cores sutis, frases flexíveis e uma linda narrativa. A delicadeza do terceiro movimento do Op 108 é arrebatadora, graças em grande parte ao leve toque de Tiberghien. A inclusão de Clara Schumann é um bonito bonus track.

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino e Piano (Ibragimova)

Johannes Brahms Violin Sonata No 1 In G Major (Op 78) (27:22)
1 – Vivace Ma Non Troppo 10:40
2 – Adagio – Pìu Andante – Adagio Come I 8:06
3 – Allegro Molto Moderato – Pìu Moderato 8:35

Johannes Brahms Violin Sonata No 2 In A Major (Op 100) (18:56)
4 – Allegro Amabile 8:08
5 – Andante Tranquillo – Vivace – Andante – Vivace Di Pìu – Andante – Vivace 5:35
6 – Allegretto Grazioso, Quasi Andante 5:12

Johannes Brahms Violin Sonata No 3 In D Minor (Op 108) (21:15)
7 – Allegro 8:29
8 – Adagio 4:13
9 – Un Poco Presto E Con Sentimento 2:58
10 – Presto Agitato 5:33

11 Clara Schumann Andante Molto (No 1 Of Three Romances, Op 22)

Piano [Steinway & Sons] – Cédric Tiberghien
Violin – Alina Ibragimova

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Alina e Cédric, né?

PQP