O Mestre Esquecido, Capítulo II (Chopin: Sonatas nos. 2 & 3 – Antonio Guedes Barbosa)

AntoÃÇnio Guedes Barbosa_ ChopinPUBLICADA ORIGINALMENTE EM 5/8/2015

O conteúdo dos comentários à postagem inicial desta série sobre Antonio Guedes Barbosa – aclamação unânime de seu talento, especialmente por aqueles que tiveram o privilégio de ouvi-lo ao vivo, e indignação uníssona com o que consideram um oblívio incompreensível – só atestam sua condição de mestre esquecido.

A admiração pela arte de Barbosa não se restringe aos melômanos mundo afora. Muitos pianistas renomados declararam abertamente sua tietagem, e de tal maneira que não seria exagero considerá-lo, assim como pioneiramente intitularam Leopold Godowsky, um “pianista dos pianistas”.

Na Idade da Pedra Lascada da internet, eu já era fã de Barbosa e divulgava com entusiasmo seu legado em diversos fóruns, a maioria deles dedicada a Chopin. Muitos melômanos antes irredutíveis em suas preferências – fossem elas artistas do calibre de Rubinstein, Cortot e Argerich – acabavam reconhecendo a grandeza das interpretações do brasileiro, especialmente a combinação de precisão e originalidade.

Anos depois, já na Idade do Bronze, recebo uma mensagem de e-mail:

“Prezado senhor:

Encontrei sua referência a Antonio Barbosa, um de meus pianistas favoritos, num fórum de internet dedicado a Chopin. Falava com Andre Watts outro dia e ele me perguntou o que afinal acontecera com Barbosa. Nós dois estivemos num recital de Barbosa totalmente dedicado a Chopin em New York muitos anos atrás. Eu lhe falei que pensava que Barbosa morrera jovem de um ataque do coração. Se o senhor tiver qualquer informação sobre sua morte, eu apreciaria muito se a repassasse.
Muito obrigado.
Sinceramente,
M. Perahia

Óbvio que implodi.

ooOoo

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)

Sonata para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 35
01 – Grave. Doppio movimento
02 – Scherzo
03 – Marche funèbre. Lento
04 – Finale. Presto

Sonata para piano no. 3 em Si menor, Op. 58
05 – Allegro maestoso
06 – Scherzo. Molto vivace
07 – Largo
08 – Finale. Presto non tanto

Antonio Guedes Barbosa, piano

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Antônio Guedes Barbosa (1943-1993) não tem nem sequer uma página na Wikipedia - mas logo daremos um jeito nisso!
Antonio Guedes Barbosa (1943-1993) não tem nem sequer uma página na Wikipedia – mas logo daremos um jeito nisso!

Vassily Genrikhovich
Links reativados em 15/1/2021

F. J. Haydn (1732-1809): 4 Sinfonias – The Academy of Ancient Music – Hogwood

F. J. Haydn (1732-1809): 4 Sinfonias – The Academy of Ancient Music – Hogwood

Haydn

Sinfonias   94 . 96 . 100 . 104

AAM 

Christopher Hogwood

Por volta de 1790, Franz Joseph Haydn já havia feito de tudo e era o músico mais importante de Viena. Claro, Mozart não conta, aí também é covardia. Quando adolescente escapara por um triz do conto do castrato, pois fora menino cantor de coro e queriam preservar sua maviosa voz. Fora o maestro e músico mais importante da família Esterházy, sendo que de 1762 até 1790 esteve sob as ordens do Príncipe Nikolaus Esterházy. Vivendo a maior parte do tempo no palácio desta família, tinha a sua disposição, para todos os tipos de experimentos, músicos e cantores. Na verdade, orquestra e companhia de ópera.

Foi neste ambiente que compôs inúmeras sinfonias, estabeleceu firmemente várias formas musicais, como o quarteto de cordas e o trio com piano. Compôs sonatas, óperas, concertos e música sacra. Era reconhecido também pelos outros músicos. Mozart lhe dedicou o seu melhor grupo de quartetos de cordas, os Quartetos Haydn.

O que mais poderia querer o Papa Haydn? Era reconhecido também no exterior, Paris, Londres, Moscou.

Em 1790 morreu o Príncipe Nikolaus e Haydn foi aposentado. Neste oportuno momento surgiu um grande personagem desta história, o impresario Johann Peter Salomon. Salomon nascera em Bonn mas morava em Londres, onde era violinista de seu próprio quarteto e organizava concertos. E era o melhor nesta atividade. Ele arranjou duas visitas de Haydn a Londres, que para essa ocasião criou ainda mais uma boa quantidade de excelente música. Para estas duas ocasiões, Haydn compôs dois grupos de seis sinfonias – Sinfonias Nos. 93-98 e Sinfonia Nos. 99-104. Essas obras são especialíssimas. Ainda com muita criatividade e energia, Haydn colocou nessas peças toda sua experiência, humor e habilidade. São obras primas. Prova disto são as inúmeras gravações feitas deste conjunto de sinfonias por (essencialmente) todos os grandes maestros. Particularmente famosas são as gravações feitas por Eugen Jochum, Colin Davis e especialmente Antal Dorati, que gravou todas as sinfonias de Haydn. É fácil deixar de mencionar nomes importantes, mas Sir Thomas Beecham e Nikolaus Harnoncourt também contribuíram. Os maestros Claudio Abbado e George Szell não gravaram as doze, mas gravaram muitas.

Salomon

No entanto, o que temos aqui é muito especial e se eleva como um tributo a Christopher Hogwood.

Em 1973, o cravista Christopher Hogwood fundou The Academy of Ancient Music, com a crucial ajuda do produtor Peter Wadland, da Decca. Ele produzia a série Florilegium no selo L’Oiseau-Lyre.

A ideia era apresentar performances de música do período Medieval até o Romântico usando instrumentos originais ou cópias autênticas, baseando-se nas recentes pesquisas dos textos originais, com a instrumentação e o estilo de performance de cada período.

Dez anos depois esse movimento de música com instrumentos (e prática) originais estava consolidado e vários outros importantes grupos haviam se formado.

O mais importante e robusto feito deste período foi a gravação do Ciclo de Sinfonias de Mozart, pela AAM & Hogwood, entre 1978 e 1982, lançando uma luz absolutamente inovadora sobre elas. Lembremos que uma referência para as Sinfonias de Mozart costumava ser as gravações com a Filarmônica de Berlim regida por Karl Böhm.

O próximo desafio seria as Sinfonias de Haydn. Eles gravaram então os dois discos desta postagem, com quatro sinfonias, duas de cada subgrupo. As Sinfonias Nos. 104 e 100 em 1983 e as Sinfonias Nos. 96 e 94 um ano depois. Para este projeto, Hogwood formou uma orquestra com 49 músicos. Uma verdadeira audácia naqueles dias. Tocando para nós nestes dois discos maravilhosos temos músicos do calibre de John Holloway (primeiro violino), Simon Standage e Pavlo Beznosiuk.

Hogwood

O resultado do esforço deste time é a apresentação das lindas sinfonias de maneira simples e elegante, com ótimos tempos, permitindo que as qualidades inerentes à música brilhem, fazendo funcionar a magia e o melhor do som das orquestras-com-instrumentos-de-época.

A Decca nunca anunciou estes discos como parte de algum projeto Haydn. Depois disso, eles encararam o desafio Beethoven e gravaram as sinfonias e os concertos para piano.

O projeto das sinfonias de Haydn foi iniciado eventualmente e o resultado é bastante grande e interessante, mas (alas) incompleto.

Não se preocupe com completude, baixe os discos e deles você perceberá integralmente a grandeza e a genialidade tanto de Haydn quanto deste time de músicos maravilhosos, liderados pelo Hogwood, com o apoio da produção de Peter Wadland.

Esterháza

Joseph Haydn (1732-1809)

Disco 1

Sinfonia No. 104 em ré maior – “London”

  1. Adagio – Allegro
  2. Andante
  3. Menuet & Trio: Allegro
  4. Finale: Spiritoso

Sinfonia No. 100 em sol maior – “Militar”

  1. Adagio – Allegro
  2. Allegretto
  3. Menuet & Trio: Moderato
  4. Finale: Presto

Disco 2

Sinfonia No. 96 em ré maior – “Miracle”

  1. Adagio – Allegro
  2. Andante
  3. Menuetto & Trio: Allegretto
  4. Finale: Vivace

Sinfonia No. 94 em sol maior – “Surprise” (‘Mit dem Paukenschlag’)

  1. Adagio – Vivace assai
  2. Andante
  3. Menuet & Trio: Allegro molto
  4. Finale: Allegro di molto

The Academy of Ancient Music

(on authentic instruments)
directed by

Christopher Hogwood, fortepiano

Produção: Peter Wadland / Morten Winding

Disco 1

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FLAC | 222 MB

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MP3 | 320 KBPS | 116 MB

Disco 2

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FLAC | 219 MB

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MP3 | 320 KBPS | 112 MB

Joseph Hayd

Eu fui separado do mundo e assim forçado a me tornar original!

Aproveite!

René Denon

 

Antonio Vivaldi – Amato Bene – Anastasiya Petryshak, Chordi dell´a Orchestra dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia

A violinista ucraniana Anastasiya Petryshak não é apenas mais um lindo rosto no cenário da música barroca. A moça toca lindamente, tem muito talento, o som de seu Stradivarius é encorpado, e nesta gravação tem a ótima companhia das Cordas da Academia Nacional de Santa Cecília,sob direção de Luigi Piovano. Sua versão das indefectíveis Quatro Estações seguem um outro estilo, diferente do adotado por alguns solistas da atualidade, como Carmignola, Amandine Beyer ou Rachel Podger. Traz um Vivaldi moderno, com cara de Século XXI, não de século XVIII, ou seja, não se preocupa tanto com a questão histórica da interpretação. Um comentarista da amazon deu 5 estrelas para esse CD.
Espero que apreciem. Gostei muito desta gravação.

 

 

 

 

 

 

 

 

Anastasiya Petryshak – Violin
Archi dell´a Orchestra dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia
Luigi Piovano  – Conductor

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Francisco Tárrega (1852-1909) – Obra completa para violão – David Russell (com uma palhinha de Narciso Yepes)

Francisco Tárrega (1852-1909) – Obra completa para violão – David Russell (com uma palhinha de Narciso Yepes)

RussellCdDepois de engulhar a turma do violão clássico com um duo certa feita apresentado como “bugres que sabem tocar” e com Paco de Lucía tocando o Concierto de Aranjuez, venho redimir-me junto a eles com uma boa dose (a dose integral, aliás) de um dos melhores compositores para seu instrumento.

O virtuoso espanhol Francisco Tárrega foi fundamental para consolidar o violão como um instrumento solista e o primeiro violonista de fama realmente mundial, capaz de atrair multidões para as mais célebres casas de concerto do planeta. Nessa condição de fundador e desbravador de fronteiras, Tárrega encontrou um repertório original muito acanhado, baseado principalmente em obras de precursores como o francês Robert de Visée (1655 – 1732), o catalão Fernando Sor (1778-1839) e o italiano Mauro Giuliani (1781-1829). Devido à insistência de sua família para que tivesse formação em piano – um instrumento sério e nobre, diziam, e não a plebeia, mourisca guitarra -, sua proficiência ao teclado acabou sendo de grande valia na tarefa de transcrever muitas obras do repertório pianístico para o violão.

Escreveu algumas dúzias de obras originais, muitas delas baseadas em reminiscências de suas extensas turnês pelo mundo. Numa delas, tocou um recital num dos recintos do Alhambra, o magnífico palácio-fortaleza dos mouros nos altos de Granada. A forte impressão causada por aquele triunfo da arquitetura islâmica, certamente uma das mais belas coisas já feitas pelo homem, levou-o a escrever a igualmente maravilhosa Recuerdos de la Alhambra, sua segunda obra mais conhecida.

[a primeira, claro, é o infame toque dos celulares Nokia, que vocês reconhecerão nos primeiros compassos da Gran Vals. Sim: falo sério]

Até onde se sabe, os herdeiros de Tárrega nunca viram um pila sequer na Nokia.
Até hoje, os herdeiros de Tárrega nunca viram um pila sequer da Nokia.

O escocês David Russell, que estudou na Espanha, viveu boa parte de seus anos lá e muito pesquisou a obra de Tárrega, fez um bom trabalho nesta gravação, na qual defende com grande competência quase toda a obra do compositor.

Quase toda? Sim: o escocês promete-lhes a obra integral, mas não lhes entrega o que promete. Ficou faltando uma peça bastante conhecida dos fanáticos por violão, La Cartagenera, que não sei por que raios nunca foi gravada por Russell. Como EU cumpro o que prometo e lhes prometi a INTEGRAL da obra de Tárrega, inseri junto ao segundo CD a interpretação do grande Narciso Yepes para a peça que faltava.

De nada.

Francisco de Asís TÁRREGA y Eixea (1852-1909)

OBRA INTEGRAL PARA VIOLÃO SOLO

David Russell, violão

DISCO 1

01 – Maria (Gavota)
02 – Pavana
03 – Gran Vals
04 – El Columpio
05 – Vals em Ré maior
06 – Danza Mora
07 – Danza Odalisca
08 – Pepita (polka)
09 – Rosita (polka)
10 – Sueño (mazurka)
11 – Marieta (mazurka)
12 – Mazurka em Sol maior
13 – Adelita (mazurka)
14 – Las Dos Hermanitas (valsa)
15 – Minueto
16 – Paquito (valsa em dó)
17 – Isabel (valsa)
18 – Sueño (tremolo)
19 – Fantasia sobre motivos de “La Traviata” de Verdi
20 – Fantasia sobre “Marina” de Arrieta
21 – El Carnaval de Venezia

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DISCO 2

01 – Capricho Arabe
02 – Recuerdo de la Alhambra
03 – Alborada
04 – Tango
05 – Prelúdio no. 1 em Mi maior
06 – Prelúdio no. 2 em Lá maior
07 – Prelúdio no. 3 em Lá menor
08 – Prelúdio no. 4 em Si menor
09 – Prelúdio no. 5 em Sol maior
10 – Prelúdio no. 6 em Ré menor
11 – Prelúdio no. 7 em Sol maior
12 – Prelúdio no. 8 em Mi maior (“Lagrima”)
13 – Prelúdio no. 9 em Ré menor
14 – Prelúdio no. 10 em Ré menor
15 – Prelúdio no. 11 em Ré menor
16 – Prelúdio no. 12 em Ré maior
17 – Prelúdio no. 13 em Mi maior
18 – Prelúdio no. 14 em Lá menor
19 – Prelúdio no. 15 em Lá menor
20 – Prelúdio no. 16 em Mi maior
21 – Estudo em Forma de Minueto
22 – Estudo de Velocidade
23 – Estudo em Sol maior
24 – Estudo em Sol maior
25 – Estudo em Lá maior
26 – Estudo em Lá maior
27 – Estudo em Lá maior
28 – Estudo em Lá menor
29 – Estudo em Mi maior
30 – Estudo “Petit Menuet”
31 – Estudo em Ré maior
32 – Estudo em Dó maior
33 – Estudo em Lá maior
34 – Estudo “La Mariposa”
35 – Estudo sobre um tema de Wagner
36 – Estudo inspirado em J. B. Cramer
37 – Estudo sobre um tema de Mendelssohn
38 – Estudo em Lá maior
39 – Estudo em Si menor
40 – Estudo Brilhante de Alard
41 – Gran Jota

BÔNUS: “La Cartagenera” intepretada por Narciso Yepes

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David Russell - és ótimo violonista, mas ficaste nos devendo "La Cartagenera", malandro!!!
David Russell – és ótimo violonista, mas ficaste nos devendo “La Cartagenera”, malandro!!!

Vassily Genrikhovich

Castrucci, Corelli, Geminiani, Händel, A. Scarlatti, Stradella, Vivaldi: Concertos Barrocos Italianos – Orchestra of the Age of Enlightenment

Castrucci, Corelli, Geminiani, Händel, A. Scarlatti, Stradella, Vivaldi: Concertos Barrocos Italianos – Orchestra of the Age of Enlightenment

Concertos Barrocos Italianos

OAE

 

Ouvimos primariamente a música dos grandes compositores – Bach, Handel, Vivaldi, Rameau. E quase sempre suas obras nos sãos apresentadas em gravações completas: Quatro Suítes Orquestrais, Os Concerti Grossi Op. 12, La Stravaganza. Quando muito, um disco com concertos ou outras peças, sempre do mesmo compositor.

Músico Enraivecido – Pietro Castrucci, segundo William Hogarth

Essa abordagem pode limitar um pouco nossa perspectiva da riqueza cultural, da diversidade e do colorido das peças musicais do período barroco. Essa maneira de apresentar a música interessa muito às gravadoras que assim vendem seus pacotes. A Integral dos Concertos para Fagote (ou Flautim, ou Viola da Gamba) do compositor tal, a Integral da Música de Banquete do compositor qual. Creio que até para o mais treinado ouvinte, enfrentar uma sequência de 70 minutos de Concertos para Fagote pode ser um pouquinho demais. Isto sem mencionar as violas. Acho que certas peças são mais agradáveis e efetivas se apresentadas em companhia de outras, de outros compositores, com as quais tenham afinidade, mas também um certo contraste.

É claro que podemos ‘programar’ uma audição musical, tomando umas peças daqui, outras dali, mas nem sempre isso acontece.

Esta é uma das razões pelas quais eu adoro discos como este, da postagem. A produção do disco conseguiu interpolar peças barrocas, mas de períodos ligeiramente diferentes, e intercalar obras de mestres maiores com alguns menos conhecidos.

Talvez Pietro Castrucci seja o compositor menos conhecido desta coleção, mas certamente era conhecido de seus pares, como Handel, que também tem uma peça no disco.

Alessandro Stradella

Castrucci nasceu em Roma e estudou com Corelli. Mudou-se para Londres em 1715 e foi famoso como virtuose do violino e líder da Orquestra da Ópera de Handel.

Outro compositor menos conhecido desta lista é Alessandro Stradella, que certamente viveu uma vida cheia de aventuras amorosas. Tanto que morreu por isso. A peça que fecha o disco, a Sonata di viole, provavelmente é o primeiro concerto grosso e acredita-se ter servido de modelo para os Concerti Grossi Op. 6 de Corelli. Deste conjunto, o Concerto No. 1 abre o disco.

Vá lá, delicie-se também com Sinfonia do Alessandro Scarlatti, pai do Domenico, com o belíssimo concerto de Vivaldi, que brilha aqui ainda mais, e com a espetacular versão para Concerto Grosso da Sonata da Folia, de Corelli, feita pelo Geminiani. Um disco tão bem gravado e produzido custa a aparecer.

A Orchestra of the Age of Enlightenment já apareceu por aqui diversas vezes, sempre tendo a sua frente grandes regentes, como o Frans Brüggen, Gustav Leonhardt e Simon Rattle. Nesta ocasião ela é dirigida diretamente pela pessoa que está liderando os violinos. Ou seja, neste disco a estrela é a OAE!

Digam vocês se o Masterchef Erick Jacquin não é um sósia do oboísta Anthony Robson…

Italian Baroque Concertos

Arcangelo Corelli (1653-1713)

1-5. Concerto Grosso em ré maior, Op. 6, 1

Pietro Castrucci (1679-1752)

6-10. Concerto Grosso em ré maior, Op. 3, 12

Alessandro Scarlatti (1660-1725)

11-13. Sinfonia di Concerto Grosso No. 2 em dó menor

George Frideric Handel (1685-1759)

14-16. Sonata del Overtura (para Il trionfo del Tempo e del Disinganno)

Antonio Vivaldi (1678-1741)

17-19. Concerto em fá maior para duas flautas, dois oboés, violino, violoncelo e baixo

Contínuo, RV 572 (Il Proteo o sia il mondo al rovescio)

Francesco Geminiani (1687-1762)

20. Concerto Grosso No. 12 em ré menor “La Folia” (da Sonata Op. 5, 12, de Corelli)

Alessandro Stradella (1644-1682)

21-24. Sonata di viole

Orchestra of the Age of Enlightenment

Alison Bury, Margaret Fautless, Catherine Mackintosh

O disco foi gravado em uma cooperação entre a BBC Music Magazine e o selo Linn

Produção de Ben Turner

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FLAC | 292 MB

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MP3 | 320 KBPS | 140 MB

Os músicos da capa são Andrew Clark (trompa) e Anthony Robson (oboé da caccia).

Aproveite!

René Denon

 

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 2 de 22 – Ton Koopman, Schlick, Mertens, Prégardien, Wessel

“Muitas das cantatas escritas por Bach antes de ele se tornar Thomaskantor em Leipzig agora estão perdidas. À Igreja de Nossa Senhora de Thomaskirche cabe apenas em 3 conjuntos de 3 CDs cada. Este volume é o segundo conjunto de cantatas pré-Leipzig e, portanto, contém duas das três cantatas seculares existentes desse mesmo período. Estes são ‘Amore traditore’ e o que resta de uma cantata humorística, agora chamada’ Quodlibet ‘. Alguns estudiosos são da opinião de que a autoria de Bach de ‘Amore Traditore’ é questionável, mas quem mais poderia ter escrito essa cantata de três movimentos incrivelmente bela e cativante para o texto em italiano?”

O texto acima abre o Booklet deste segundo volume da integral que Ton Koopman gravou. O texto integral, além das letras das cantatas, estão no booklet, com link abaixo.

CD 1
“Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen” BWV12
Dominica Jubilate For the 3rd Sunday after Easter [Jubilate]
1 Sinfonia
Oboe, Violins, Violas, Violone, Bassoon, Organ
2 Chorale: “Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen”
Violins, Violas, Violone, Bassoon, Organ
3 Recitative (Alto): “Wir müssen durch viel Trübsal”
Violins, Violas, Violone, Bassoon, Organ
4 Aria (Alto): “Kreuz und Krone sind verbunden”
Oboe, Bassoon, Organ
5 Aria (Bass): “Ich folge Christo nach”
Violins, Violone, Bassoon, Organ
6 Aria (Tenor): “Sei getreu, alle Pein”
Oboe, Bassoon, Organ
7 Chorale (Chorus): “Was Gott tut, das ist wohlgetan”
Oboe, Violins, Violas, Violone, Bassoon, Organ

“Gleichwie der Regen und Schnee vom Himmel fallt” BWV 18
Dominica Sexagesimae For the Sexagesima Sunday
8 Sinfonia
Recorders, Violas, Cello, Violone, Bassoon, Organ
9 Recitative (Bass): “Gleichwie der Regen und Schnee”
Bassoon, Organ
10 Recitative (Tenor, Bass, Chorus): “Mein Gott, hier wird mein Herze sein”
Recorders, Violas, Cello, Bassoon, Organ
11 Aria (Soprano): “Mein Seelenschatz ist Gottes Wort”
Recorders, Violas, Cello, Violone, Organ
12 Chorale (Chorus): “Ich bitt, o Herr, aus Herzensgrund”
Recorders, Violas, Cello, Violone, Bassoon, Organ
“Nun komm, der Heiden Heiland” BWV 61
Dominica 1 Adventus Christi For the 1st Sunday of Advent
13 Overture (Chorus): “Nun komm, der Heiden Heiland”
Violins, Violas, Celli, Violone, Bassoon, Organ
14 Recitative (Tenor): “Der Heiland ist gekommen
Cello, Organ
15 Aria (Tenor): “Komm, Jesu, komm zu deiner Kirche”
Violins, Violas, Celli, Violone, Organ
16 Recitative (Bass): “Siehe, ich stehe vor der Tür”
Violins, Violas, Celli, Violone, Organ
17 Aria (Soprano): “Öffne dich, mein ganzes Herze”
Celli, Organ
18 Chorale (Chorus): “Amen, Amen! komm du schöne Freudenkrone”
Violin, Violas, Celli, Violone, Bassoon, Organ

“Gleichwie der Regen und Schnee vom Himmel fällt” BWV 18 (Appendix)
19 Sinfonia
Violas, Cello, Violone, Bassoon, Organ
20 Choral (Chorus): “Ich bitt, o Herr, aus Herzensgrund”
Violas, Cello, Violone, Bassoon, Organ

CD 2

“Erschallet, ihr Lieder” BWV 172

Feria 1 Pentecostes For the Feast of Whitsunday
1 Chorus: “Erschallet, ihr Lieder, erklinget, ihr Saiten!”
Violins, Violas, Cello, Violone, Trumpets, Timpani, Bassoon, Organ
2 Recitative (Bass): “Wer mich liebet”
Cello, Organ
3 Aria (Bass): “Heiligste Dreieinigkeit”
Cello, Violone, Trumpets, Timpani, Bassoon, Organ
4 Aria (Tenor): “O Seelenparadies”
Recorder, Violins, Violas, Cello, Violone, Organ
5 Aria (Duet: soprano, alto) : “Komm, laß mich nicht länger warten”
Cello, solo Organ
6 Chorale (Chorus): “Von Gott kommt mir ein Freudenschein”
Violins, Violas, Cello, Violone, Recorder, Bassoon, Organo
7 Chorus: “Erschallet, ihr Lieder, erklinget, ihr Saiten!”
Violins, Violas, Cello, Violone, Trumpets, Timpani, Bassoon, Organ

“Bereitet die Wege, bereitet die Bahn” (Concerto) BWV 132

8 Aria (Soprano): “Bereitet die Wege, bereitet die Bahn”
Violins, Violas, Cello, Violone, Oboe, Organ

9 Recitative (Tenor): “Willst du dich Gottes Kind und Christi Bruder nennen”
Cello, Organ 10 Aria (Bass): “Wer bist du? frage dein Gewissen”
Cello, Organ
11 Recitative (Alto): “Ich will, mein Gott, dir frei heraus bekennen”
Violins, Violas, Violone, Organ
12 Aria (Alto): “Christi Glieder, ach bedenket”
Violin, Cello, Organ
13 Chorale (Chorus): “Ertöt uns durch dein Güte”
Violins, Violas, Celli, Violone, Oboe, Bassoon, Organ

“Himmelskönig, sei willkommen” (concerto) BWV182
Dominica Palmarum For Palm Sunday

14 Sonata (Concerto: Grave, Adagio)
Recorder, Violin, Violas, Cello, Violone, Recorder, Organ
15 Chorus: “Himmelskönig, sei willkommen”
Violin, Violas, Cello, Violone, Recorder, Organ
16 Recitative (Bass): “Siehe, siehe, ich komme”
Cello, Organ
17 Aria (Bass): “Starkes Lieben, das dich, großer Gottessohn”
Violin, Violas, Cello, Organ
18 Aria (Alto): “Leget euch dem Heiland unter”
Recorder, Cello, Organ
19 Aria (Tenor): “Jesu, laß durch Wohl und Weh”
Cello, Organ 20 Chorale (Chorus): “Jesu, deine Passion”
Violin, Violas. Cello, Violone, Recorder, Organ
21 Chorus: “So lasset uns gehen in Salem der Freunden”
Violin, Violas, Cello, Violone, Recorder, Organ

“Himmelskönig, sei willkommen” (Concerto) BWV 182 (Appendix)
22 Sonata (Concert: Grave, Adagio)
Oboe, Recorder, Violin, Violas, Cello, Double-Bass, Organ
23 Chorale (Chorus): “Jesu, deine Passion”
Oboe, Violin, Violas, Cello, Double-Bass, Organ

Barbara Schlick Soprano
Kai Wessel Alto
Christoph Prégardien Tenor
Klaus Mertens Bass

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

BOOKLET – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

Vivaldi – Avi Avital

Vivaldi – Avi Avital

81SDtfEbNNL._SL1400_Uma das melhores gravações do ano, talvez só superada pelo primoroso “Time Present and Time Past” de Mahan Esfahani (que, aliás, tem aqui uma discreta participação no baixo-contínuo da trio-sonata).

O bandolinista israelense Avi Avital é daqueles virtuoses de importância seminal, que não só granjeiam público e prestígio a seus instrumentos, como também ampliam seu repertório. Neste álbum, Avital não se restringiu às escolhas óbvias (os concertos para bandolim de Vivaldi, que ele chama de “Velho Testamento” de seu instrumento) e gravou também transcrições de sua lavra de concertos para outros instrumentos.

O bandolim de Avital vibra e canta lindamente. As transcrições são primorosas, e mesmo o batido “Verão” de “As Quatro Estações” ganha pujância e frescor. Não se deixem enganar pelo caprichado encarte, que se preocupa mais em explorar a estampa do bem-apessoado rapaz do que com o comentário às obras gravadas, e que se rende à tendência atual de representar os artistas em posições que variam do torpor ao êxtase psicodélico: este bonito frasco está repleto do melhor perfume.

VIVALDI – AVI AVITAL

Antonio Lucio VIVALDI (1678-1741)

Concerto em Lá menor para violino, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 356
(transcrição de Avi Avital)

01 – Allegro
02 – Largo
03 – Presto

Concerto em Ré maior para alaúde, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 93
(transcrição de Avi Avital)

04 – Allegro
05 – Largo
06 – Allegro

Concerto em Dó maior para bandolim, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 425

07 – Allegro
08 – Largo
09 – Allegro

Concerto em Dó maior para flautim, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 443
(transcrição de Avi Avital)

10 – Largo

Avi Avital, bandolim
Orchestra Barocca de Venezia

Trio-sonata em Dó maior para violino, alaúde e baixo-contínuo, RV 82
(transcrição de Avi Avital)

11 – Allegro non molto
12 – Larghetto
13 – Allegro

Avi Avital, bandolim
Ophira Zakai, alaúde
Mahan Esfahani, cravo
Patrick Sepec, violoncelo

Concerto em Sol menor para violino, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 315

14 – Allegro non molto
15 – Adagio e piano. Presto e forte
16 – Presto

Avi Avital, bandolim
Orchestra Barocca de Venezia

17 – FOLCLORE VENEZIANO: La biondina in gondoleta

Juan Diego Flórez, tenor
Avi Avital, bandolim

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"How you doin'?"
“How you doin’?”

Vassily Genrikhovich

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 33 Variações Diabelli, Op.120

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 33 Variações Diabelli, Op.120

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As imaginativas Variações Diabelli de Beethoven recebem tratamento de luxo da parte de Martin Helmchen. As 33 Variações é uma obra notável, apesar de que a peça que lhe dá origem é uma ninharia. A interpretação de Helmchen é persuasiva  e convincente. Especialmente bons são os números mais lentos. Uma quietude extasiada cai sobre eles, começando pela Variação XIV. A linda variação que cita Don Giovanni (XXII) também está muito bem tocada. À medida que o trabalho mapeia profundidades insondáveis ​​– a Variação XX é quase subliminar — Helmchen transmite belezas de tirar o fôlego. Bachiana, a tapeçaria da Fughetta (Variação XXIV) está muito bela e a espaçosa trilogia (as cantáveis e expressivas XXIX-XXXI) nem se fala. No Minueto final, elegantemente moldado, estamos de volta à Terra e o final da jornada sugere que tudo foi um sonho. A realidade é que esta é uma ótima gravação.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Variações Diabelli, Op.120
1 Tema, Vivace 0:49
2 Variation I. Alla Marcia Maestoso 1:33
3 Variation II. Poco Allegro 0:52
4 Variation III. L’istesso Tempo 1:19
5 Variation IV. Un Poco Più Vivace 0:56
6 Variation V. Allegro Vivace 0:54
7 Variation VI. Allegro Ma Non Troppo E Serioso 1:42
8 Variation VII. Un Poco Più Allegro 1:10
9 Variation VIII. Poco Vivace 1:20
10 Variation IX. Allegro Pesante E Risoluto 1:39
11 Variation X. Presto 0:37
12 Variation XI. Allegretto 1:19
13 Variation XII. Un Poco Più Moto 0:54
14 Variation XIII. Vivace 1:14
15 Variation XIV. Grave E Maestoso 3:55
16 Variation XV. Presto Scherzando 0:31
17 Variation XVI. Allegro 1:00
18 Variation XVII. Allegro 1:01
19 Variation XVIII. Poco Moderato 1:40
20 Variation XIX. Presto 0:56
21 Variation XX. Andante 2:55
22 Variation XXI. Allegro Con Brio – Meno Allegro – Tempo Primo 1:13
23 Variation XXII. Allegro Molto, Alla ‘Notte E Giorno Faticar’ Di Mozart 0:55
24 Variation XXIII. Allegro Assai 0:56
25 Variation XXIV. Fughetta (Andante) 3:00
26 Variation XXV. Allegro 0:46
27 Variation XXVI. (Piacevole) 1:08
28 Variation XXVII. Vivace 0:57
29 Variation XXVIII. Allegro 1:05
30 Variation XXIX. Adagio Ma Non Troppo 1:30
31 Variation XXX. Andante, Sempre Cantabile 1:55
32 Variation XXXI. Largo, Molto Espressivo 5:24
33 Variation XXXII. Fuga, Allegro 3:25
34 Variation XXXIII. Tempo Di Menuetto Moderato 4:15

Martin Helmchen, piano

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Martin Helmchen, que grande pianista!

PQP

The Art of the Theremin – Clara Rockmore

The Art of the Theremin – Clara Rockmore

61nayAy+HeLMeu interesse em instrumentos musicais já me levou a tocar alguns deles em graus de sucesso que variam do sofrível ao ridículo. Minha experiência com todos, em especial os metais e as cordas, levou-me a admirar sobremaneira a dedicação dos instrumentistas para ajustarem suas bocas e dedos àqueles teimosos aparatos, extraindo deles não só sons agradáveis e condizentes com a intenção de um compositor, mas, o que é ainda mais impressionante, sem sucumbirem no processo.

Se acho uma façanha ser um virtuose de um instrumento que se toca tocando, que se pode dizer de um instrumento que se toca sem que se o toque?

Para mim, amigos, magia negra. Para o resto do mundo, é o assombroso teremim.

ooOoo

Inventado pelo físico russo Léon Theremin (Lev Termen, para os íntimos), este pioneiro entre os instrumentos eletrônicos é controlado pela posição das mãos do intérprete em relação a duas antenas: uma que regula a frequência, outra para o volume. O peculiar timbre resultante, já descrito como o de um “violoncelo perdido em neblina espessa, chorando por não saber como voltar para casa”, soa de melancólico a decididamente fantasmagórico. Não é à toa, portanto, que o teremim seja figurinha fácil de trilhas sonoras de filmes que abordam o incomum, o bizarro, e o inacreditável.

Parece difícil, e é mesmo. Por isso, talvez, passada a curiosidade inicial, o incrível instrumento de Theremin tenha ficado meio esquecido, e certamente limado de todos os círculos de música “séria”, até a entrada em cena de uma certa Clara Rockmore.

Nascida Klara Reisenberg em Vilnius (Lituânia), foi uma criança-prodígio no violino e chegou a estudar com Leopold Auer (sim, o professor de Heifetz; sim, o sujeito que esnobou o Concerto de Tchaikovsky) no Conservatório de São Petersburgo. Problemas de saúde fizeram-na abandonar o violino e a Música como um todo até encontrar, já nos Estados Unidos, o inventor Theremin. Trabalharam juntos no aperfeiçoamento do instrumento como meio de expressão artística. Foram tão próximos que Léon, que não era bobo, nem nada, lhe propôs casamento. Klara deu-lhe o fora, casou-se com um certo Rockmore, passou a chamar-se Clara e, emprestando ao teremim sua extraordinária musicalidade, transformou-se em sua primeira virtuose.

O vídeo acima, apesar do som precário, dá a vocês uma melhor ideia do que lhes tento dizer (além, claro,de ser deliciosamente funéreo!). O timbre, como já falamos, talvez seja um gosto adquirido, mas é assombrosa a expressividade que Rockmore obtém sem nada tocar além do éter. Se vocês perceberem, ao contrário da maior parte dos instrumentos, dos quais os silêncios são obtidos tão só pela suspensão da emissão do som, as pausas no teremim também têm que ser produzidas, através da ação a mão do volume (no caso de Rockmore, a esquerda).

Espero que, vencendo a natural estranheza, vocês possam apreciar a complicada arte desta virtuose incomum.

THE ART OF THE THEREMIN – CLARA ROCKMORE

Sergey Vasilyevich RACHMANINOV (1873-1943)

01 – Canções, Op. 34 – no. 14: Vocalise
02 – Romances, Op. 4 – no. 4: “Ne poj, krasavitsa” [NOTA DO AUTOR: conhecida como “Canção de Grusia”, não se refere a qualquer pessoa, mas sim à região caucasiana da Geórgia, que tem este nome em russo]

Charles-Camille SAINT-SAËNS (1835-1921)

03 – O Carnaval dos Animais – no. 13: O Cisne

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

04 – El Amor Brujo – Pantomima

Yosif Yuliyevich AKHRON (1886-1943)

05 – Melodia hebreia, Op. 33

Henryk WIENIAWSKI (1835-1880)

06 – Concerto para violino no. 2 em Ré menor, Op. 22 – Romance

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)

07 – O Pássaro de Fogo: Berceuse

Joseph-Maurice RAVEL (1875-1937)

08 – Pièce en forme de Habanera

Pyotr Ilyitch TCHAIKOVSKY (1840-1893)

09 – Dix-Huit Morceaux, Op. 72 – No. 2: Berceuse
10 – Six Morceaux, Op. 51 – No. 6: Valse sentimentale
11 – Sérénade Mélancolique, para violino e piano, Op. 26

Aleksandr Konstantinovich GLAZUNOV (1865-1936)

12 – Chant du ménestrel, Op.71

Clara Rockmore, teremim e arranjos
Nadia Reisenberg, piano

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Boris theremin

Vassily Genrikhovich

Vivaldi, Telemann, Heinichen, Fasch, Graun, Pisendel, Quantz, Zelenka, Hasse, Ariosti, A. Scarlatti, Fux: Música na Corte de Dresden (8 CDs!)

Vivaldi, Telemann, Heinichen, Fasch, Graun, Pisendel, Quantz, Zelenka, Hasse, Ariosti, A. Scarlatti, Fux: Música na Corte de Dresden (8 CDs!)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Copiei esses 8 CDs — pois estamos falando de um ÁLBUM ÓCTUPLO — , num pen drive e saí por aí de carro ouvindo a coisa. Nossa, é muito SEDUTOR, ATRAENTE, DO CARALHO e apenas me vinha à memória o ÍNCLITO blog Prato Feito, que é absolutamente tarado pela Corte de Dresden (grande Dresden!, diria o pessoal de lá). Parei o carro quatro vezes e cada uma delas foi sem relação alguma com meus compromissos ou EMENTÁRIO; parava apenas pela absurda COERÇÃO vinda da grande Dresden de tantos compositores geniais. A questão sempre era a mesma. O que era mesmo a maravilha que eu estava ouvindo naquele momento em meus ouvidos cheios de sons de um passado que URGE ser REEDIFICADO? Da primeira vez, o culpado foi o INSIDIOSO Telemann, da segunda, o VERMELHO Vivaldi e seu per eco in lontano, da terceira, o DELINQUENTE foi Zelenka e, da quarta, foi o FASCHinante. Todos esses seres andavam por Dresden, como disse o Prato Feito aqui

Sinto muito, mas tenho que voltar a falar de Dresden. Nessa cidade, nas primeiras décadas do século XVIII, havia muitos grandes compositores. Se você saísse na rua, era capaz de trombar com Pisendel enquanto olhava Hasse do outro lado da rua, cruzava com Zelenka saindo da igreja e, se não olhasse pra cima, ainda era acertado por Veracini caindo de uma janela (e isso é uma outra história). Mas ainda não é de nenhum deles que vamos falar, e sim de um outro sujeito: Johann David Heinichen.

… assim como antes (ou depois, sei lá) falara aqui

Uma das mais graves perdas históricas da II Guerra Mundial foi o bombardeio e arrasamento da cidade alemã de Dresden, pelas forças dos Estados Unidos. Nessa tragédia se perderam muitas vidas, monumentos e documentos. Após a reunificação alemã, em 1990, Dresden passou por um rápido e bem feito processo de reconstrução, que acabou trazendo de volta grande parte do brilho daquela que foi uma das mais importantes cortes da Alemanha barroca. Musicalmente a cidade foi privilegiada com grandes compositores, dentre os quais dois estão representados neste (no dele) CD.

Oh, esses ianques ignorantes e filhas-da-puta! Deviam ter feito RETROPERISTALTISMO com suas bombas! Ah, e aqui, falando sobre o imenso Schütz…

No entanto nunca compôs música puramente instrumental, e toda a sua obra profana foi perdida. Viveu em Dresden (grande Dresden!), e morreu em 1672.

Grande Dresden, repito! Tchê, Dresden é o canal e eu desafio o pessoal do Prato Feito a gostar mais de Dresden do que nós.

Que esta postagem épica sirva de PRESENTE do PQP para a massa sedenta que segue nosso blog nos três hemisférios, doze continentes e na Via Láctea, onde se DERRAMAM — como os milhões de espermatozóides que EJACULAREI logo mais à noite dentro de minha amada — as sementes de POLINIZAÇÃO de beleza que fazem sorrir a blogosfera e suas margens.

E vou ali na mesa beber mais um pouco, OK?

Ah, intérpretes excelentes, impecáveis.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sobre Dresden, Harry Crowl comentou:
dezembro 24th, 2010 às 11:21

Essa antologia é muito impressionante. Já conhecia 4 desses Cds que acompanham o belíssimo livro “Dresden”, com as pinturas do sec.XVIII realizadas por Canaletto. Ganhei esse livro quando estive lá em 2007, de uma grande amiga soprano que mora lá.

Queria fazer um esclarecimento em relação ao bombardeio de Dresden. O mesmo foi perpetrado pela Força Aérea Britânica (RAF), com um certo apoio logístico americano. Mas, a ordem veio do alto comando inglês, com aquiescência de Churchill. Os alemães dizem que foi uma vingança pelo bombardeio de Coventry, mas, na verdade, os ingleses já sentindo que não iam mais mandar no mundo, queriam assustar os russos que já estavam chegando perto e não estavam muito inclinados a respeitar os tratados. Durante o período da DDR, a cidade não teve seu monumentos reconstruídos. Depois da reunificação, tudo foi restaurado e reconstruído como era. A cidade voltou a ser exuberante. A reconstrução foi financiada inclusive com dinheiro inglês. A Inglaterra reconheceu o crime que cometera e pediu perdão oficialmente ao povo alemão. Quando a Frauenmarienkirche foi reinaugurada, os dirigentes máximos dos dois países estavam presentes e foi estabelecido o dia do perdão, que me parece que é celebrado em Dresden anualmente. O bombardeio matou tanta gente quanto uma das bombas atômicas. Um dos livros mais interessantes sobre o bombardeio é “Slaughterhouse 5″, de Kurt Vonnegut, que era um prisioneiro americano dos alemães e estava detido em Dresden durante o bombardeio.

Vivaldi, Telemann, Heinichen, Fasch, Graun, Pisendel, Quantz, Zelenka, Hasse, Ariosti, A. Scarlatti, Fux: Música na Corte de Dresden

Disc 1:

Antonio Vivaldi – Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577
1. Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577: 1st movement
2. Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577: 2nd movement, Largo non molto
3. Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577: 3rd movement, Allegro

Georg Philipp Telemann – Concerto for Violin, Hunting Horn & BC in D major
4. Concerto for Violin, Hunting Horn and Basso continuo in D major: 1st movement, Vivace
5. Concerto for Violin, Hunting Horn and Basso continuo in D major: 2nd movement, Adagio
6. Concerto for Violin, Hunting Horn and Basso continuo in D major: 3rd movement, Allegro

Johann David Heinichen – Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns & BC in F major
7.Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns and Basso continuo in F major: 1st movement, Allegro
8. Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns and Basso continuo in F major: 2nd movement, Andante
9. Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns and Basso continuo in F major: 3rd movement

Johann Friedrich Fasch – Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings & BC
10. Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo: 1st movement, Allegro
11. Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo: 2nd movement, Andante
12. Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo: 3rd movement, Allegro

Johann Gottlieb Graun – Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings & BC in G major
13. Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings and Basso Continuo in G major: 1st movement
14. Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings and Basso Continuo in G major: 2nd movement, Adagio
15. Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings and Basso Continuo in G major: 3rd movement, Allegro molto con spirito

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Disc 2:

Johann Georg Pisendel – Sinfonia in B major
1. Sinfonia in B major: Allegro di molto
2. Sinfonia in B major: Andantino
3. Sinfonia in B major: Tempo di menuet

Johann Georg Pisendel – Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings & BC in D major
4. Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major: Vivace
5. Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major: Andante
6. Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major: Allegro

Johann Georg Pisendel – Concerto for 2 Oboes, Bassoon, Strings & BC in E flat major
7. Concerto for 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo in E flat major

Georg Philipp Telemann – Concerto for Violin in F major
8. Concerto for Violin in F major: Presto
9. Concerto for Violin in F major: Corsicana-Un poco grave
10. Concerto for Violin in F major: Allegrezza
11. Concerto for Violin in F major: Scherzo
12. Concerto for Violin in F major: Chasse
13. Concerto for Violin in F major: Polacca
14. Concerto for Violin in F major: Minuetto

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Disc 3:

Antonio Vivaldi – Concerto in C major, RV 558
1. Concerto in C major, RV 558
2. Concerto in C major, RV 558
3. Concerto in C major, RV 558

Antonio Vivaldi – Concerto for Oboe in F major, RV 455
4. Concerto for Oboe in F major, RV 455
5. Concerto for Oboe in F major, RV 455
6. Concerto for Oboe in F major, RV 455

Antonio Vivaldi – Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540
7. Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540
8. Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540
9. Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540

Antonio Vivaldi – Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 “Per eco in lontano”
10. Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 ‘Per eco in lontano’
11. Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 ‘Per eco in lontano’
12. Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 ‘Per eco in lontano’

Antonio Vivaldi – Sinfonia for Strings in G major, RV 149
13. Sinfonia for Strings in G major, RV 149
14. Sinfonia for Strings in G major, RV 149
15. Sinfonia for Strings in G major, RV 149

Antonio Vivaldi – Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576
16. Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576
17. Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576
18. Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576

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Disc 4:

Georg Philipp Telemann – Concerto for Violin 3 Horns 2 oboes in D major
1. Concerto for Violin, 3 Hunting Horns, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major
2. Concerto for Violin, 3 Hunting Horns, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major
3. Concerto for Violin, 3 Hunting Horns, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major

Johann Joachim Quantz – Concerto for 2 flutes
4. Concerto for 2 Flute, Strings and Basso Continuo in G minor
5. Concerto for 2 Flute, Strings and Basso Continuo in G minor
6. Concerto for 2 Flute, Strings and Basso Continuo in G minor

Antonio Vivaldi – Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a
7. Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a
8. Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a
9. Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a

Jan Dismas Zelenka – Capriccio in A major for 2 oboes, fagott, 2 horns ZWV 185 (*)
10. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
11. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
12. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
13. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
14. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
15. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
16. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185

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Disc 5:

Jan Dismas Zelenka – Capriccio in C major for 2 oboes, fagott, 2 horns ZWV 183
1. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Allegro
2. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Canarie
3. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Gavotte
4. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Rondeau
5. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Menuetto

Jan Dismas Zelenka – Laudate pueri in D major, ZWV 81 (**)
6. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Laudate pueri
7. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Qui sicut Dominus
8. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Amen

Jan Dismas Zelenka – Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190
9. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Allegro
10. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Menuetto 1 & 2
11. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Trio ‘Il contento’
12. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Presto assai ‘Il furibondo’
13. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Villanella 1 & 2

Jan Dismas Zelenka – Confitebor tibi Domine in C minor, ZWV 71
14. Confitebor tibi Domine in C minor, ZWV 71: Confitebor tibi Domine
15. Confitebor tibi Domine in C minor, ZWV 71: Memoriam fecit

Jan Dismas Zelenka – Capriccio in A major for 2 oboes, fagott, 2 horns ZWV 185 (*)
16. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Allegro assai
17. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Adagio
18. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Aria
19. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: En tempo de canarie
20. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Menuet 1 & 2
21. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Andante
22. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Paysan 1 & 2

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Disc 6:

Jan Dismas Zelenka – Missa Dei Patris in C major, ZWV 19
1. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Kyrie eleison 1
2. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Christe eleison
3. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Kyrie eleison 2
4. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Gloria in excelsis Deo
5. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Domine Deus
6. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Domine Fili
7. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Qui sedes ad dexteram
8. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Quoniam tu solus Sanctus
9. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Cum Sancto Spiritu
10. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Credo in unum
11. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Et incarnatus est
12. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Cruxifixus
13. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Et resurrexit
14. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Et vitam venturi saeculi
15. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Sanctus
16. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Benedictus
17. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Osanna
18. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Agnus Dei
19. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Agnus Dei
20. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Dona nobis pacem

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Disc 7:

Johann Adolf Hasse- Mass in G minor
1. Mass in G minor: Kyrie eleison 1
2. Mass in G minor: Christe eleison
3. Mass in G minor: Kyrie eleison 2
4. Mass in G minor: Gloria in excelsis Deo
5. Mass in G minor: Gratias agimus tibi
6. Mass in G minor: Domine Deus, Rex caelestis
7. Mass in G minor: Domine Fili unigenite
8. Mass in G minor: Domine Deus
9. Mass in G minor: Qui tollis peccata mundi
10. Mass in G minor: Quoniam tu solus sanctus
11. Mass in G minor: Cum Sancto Spiritu
12. Mass in G minor: Credo in unum Deum
13. Mass in G minor: Et incarnatus est
14. Mass in G minor: Crucifixus etiam pro nobis
15. Mass in G minor: Et resurrexit tertia die
16. Mass in G minor: Ad te levavi animam meam
17. Mass in G minor: Sanctus
18. Mass in G minor: Benedictus
19. Mass in G minor: Hosanna in excelsis
20. Mass in G minor: Agnus Dei

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Disc 8:

Jan Dismas Zelenka – Laudate pueri in D major, ZWV 81 (**)
1. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Laudate pueri
2. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Quis sicut Dominus
3. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Amen

Attilio Ariosti – O quam suavis est
4. O quam suavis est: O quam suavis est
5. O quam suavis est: Panem quem coelum dat

Alessandro Scarlatti – Su le sponde del Tebro
6. Su le sponde del Tebro: Sinfonia
7. Su le sponde del Tebro: Su le sponde del Tebro
8. Su le sponde del Tebro: Sinfonia
9. Su le sponde del Tebro: Contentatevi
10. Su le sponde del Tebro: Mesto, stanco e spirtante
11. Su le sponde del Tebro: Infelici miei lumi
12. Su le sponde del Tebro: Dite almeno
13. Su le sponde del Tebro: Ritornell
14. Su le sponde del Tebro: All’ aura
15. Su le sponde del Tebro: Tralascia pur di piangere

Johann David Heinichen – Lamentatio
16. Lamentatio: Incipit lamentation
17. Lamentatio: Beth
18. Lamentatio: Ghimel
19. Lamentatio: Daleth
20. Lamentatio: He

Johann Joseph Fux – Plaudite sonat tuba
21. Plaudite: Plaudite, sonat tuba
22. Plaudite: Dum exultat de morte Salvator
23. Plaudite: Mortales, vicit Leo de ttribu Juda
24. Plaudite: O! peccator gaude
25. Plaudite: Alleluja!

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(*) e (**) — Não é um engano de PQP Bach. A edição original colocou estas duas peças repetidas na coletânea.

Peter Schreier (Tenor)
René Jacobs (Countertenor)
Ludwig Güttler (Trumpet)
Ralph Eschrig (Tenor)
Dagmar Schellenberger (Soprano)
Axel Köhler (Countertenor)
Egbert Junghanns (Bass)
Olaf Bär (Bass, Baritone)
Reinhart Ginzel (Tenor)

Virtuosi Saxoniae
Thüringen Academy Choir

Ludwig Güttler

Dresden é bonitinha, não?

PQP

The Art of the Nocturne, CD 4 de 4 – Noturnos para piano de vários compositores

Nocturnes BoxAntes que nossos arretados leitores-ouvintes me intimem novamente a concluir a série, o cabra aqui apressa-se em fazê-lo.

O último álbum é um saco de gatos repleto de noturnos escritos por contemporâneos de Chopin. De Clara Schumann a Camille Pleyel (que faria fortuna como fabricante de pianos), e de Glinka ao boçal Kalkbrenner, que quase foi professor de Chopin e se considerava, após a morte de Haydn e Beethoven, “o último músico clássico vivo”, tem de tudo. Em sua maioria, são bombons tão untuosos e adocicados que farão até os mais ardentes anti-chopinianos querer escutar os noturnos do mestre e espocar fogos em homenagem ao gênio polonês.

Dignas de nota são as peças de Charles-Valentin Alkan (1813-1888), um compositor para piano extremamente original que, para minha total surpresa, faz sua estreia aqui no PQP Bach. Ele foi uma figura excêntrica, amigo de Liszt e Chopin e, ainda assim, tido por vários contemporâneos como o maior pianista de sua época. Daremos um jeito de trazer para cá, nas próximas semanas, um tanto de sua produção desenfreada, e muitas vezes prosopopeica, pelas mãos dos ótimos Marc-André Hamelin e Jack Gibbons.

THE ART OF THE NOCTURNE, volume IV

Joseph Étienne Camille PLEYEL (1788-1855)

01 – Noturno “alla Field” em Si bemol maior

Friedrich (Frédéric) Wilhelm Michael KALKBRENNER (1785-1849)

Noturnos para piano, Op. 121

02 – No. 1 em Lá bemol maior, “Les Soupirs de la Harpe Éolienne”
03 – No. 2 em Fá maior, a três mãos*

Clara Josephine SCHUMANN (1819-1896)

Soirées Musicales, Op. 6

04 – No. 2: Noturno em Fá maior

Louis James Alfred LEFÈBURE-WÉLY (1817-1870)

05 – Noturno em Ré bemol maior, Op. 54, “Les Cloches du Monestère”

Edmond WEBER (1838-1885)

06 – Noturno em Ré bemol maior, Op. 1, “Première Pensée”

Charles-Valentin ALKAN (1813-1888)

07 – Noturno em Si maior, Op. 22
08 – Esquisses, Op. 63 – no. 43: em Fá sustenido menor, “Notturnino Innamorato”

Mikhail Ivanovich GLINKA (1804-1857)

09 – Noturno em Mi bemol maior

Maria SZYMANOWSKA (1789-1831)

10 – Noturno em Lá bemol maior, “Le Murmure”

Ignacy Feliks DOBRZYNSKI (1807-1867)

Noturnos, Op. 21

11 – No. 1 em Sol menor
12 – No. 2 em Mi bemol maior

Noturnos, Op. 24

13 – No. 1 em Fá menor
14 – No. 2 em Ré bemol maior

15 – Noturno em Sol menor, “Pożegnanie” (“Despedida”)

Bart van Oort, piano Érard (1837)
* com Agnieska Chabowska

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Uma das duas únicas fotografias conhecidas de Alkan. Depois que vocês ouvirem sua música, não estranharão.
Uma das duas únicas fotografias conhecidas de Alkan. Depois que vocês ouvirem sua música, não a estranharão.

Vassily Genrikhovich

.: interlúdio :. Charles Mingus – New Tijuana Moods (1957)

.: interlúdio :. Charles Mingus – New Tijuana Moods (1957)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quando comprei este disco, ele já estava no formato de álbum duplo de vinil e se chamava New Tijuana Moods. Tinha um desenho de Charlie Mingus na capa. Não sou da época do Tijuana Moods original, aquele que ostentava a foto de Ysabel Morel.  Cheguei em casa com o álbum duplo e botei no toca-discos. Na segunda faixa eu já sabia que aquele álbum faria parte de minha vida enquanto ela houvesse. Claro que não o ouço com grande frequência — afinal, sou PQP Bach e tenho que ouvir muitos discos para sugerir los mejores para ustedes –, uma vez por ano está bem, até porque conheço cada solo da banda e cada grito do Mingus entusiasmado da época.

As novas faixas que o disco ganhou não são de temas inéditos, mas de takes antes rejeitados. A conclusão a que se chega é a de que a escolha deu-se no par ou impar, pela simples razão de ser tudo perfeito. O septeto de Mingus estava tocando demais — às vezes soando como uma big band, outras vezes camerístico. Como sempre, Mingus é visceral nos temas e interpretações, e radical nas mudanças súbitas de ritmo. Comprovando ser o homem digno, correto e adequado que efetivamente era, ensaiava tudo em mesas de bar, batendo na mesa com Danny Richmond e cantando enquanto bebia. Não há nada a destacar nesta obra-prima, cada detalhe é perfeito. E mais não preciso dizer.

Afinal, trata-se de um dos auges da Dinastia Mingus.

Charles Mingus – New Tijuana Moods (1957)

1. Dizzy Moods
2. Ysabel’s Table Dance
3. Tijuana Gift Shop
4. Los Mariachis
5. Flamingo
6. Dizzy Moods (Alternate Take)
7. Tijuana Gift Shop (Alternate Take)
8. Los Mariachis (Alternate Take)
9. Flamingo (Alternate Take)

Charles Mingus (bass)
Jimmy Knepper (trombone)
Curtis Porter [Shafti Hadi] (alto sax)
Clarence Shaw (trumpet)
Bill Triglia (piano)
Danny Richmond (drums)
Frankie Dunlop (percussion)
Ysabel Morel (castanets)
Lonnie Elder (voices)

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A capa original.

PQP

The Art of the Nocturne, CD 3 de 4 – Fryderyk Franciszek Chopin (1810-1849) – Noturnos para piano

Nocturnes BoxSim, as agruras de atravessar o Congo deixaram-me meio sequelado. Estou indolente, rumo ao catatônico. Talvez tenham sido os alimentos peculiares que a gente ingere quando se está numa barca superlotada, com crocodilos amordaçados no convés. Ou, então, uma mosca tsé-tsé.

Seja lá o que for que estiver por trás dessa preguiça, não foi ela quem me fez repartir em duas postagens aquilo estes noturnos todos que poderia, tranquilamente, ter colocado numa só.

Julguem-me.

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

NOTURNOS PARA PIANO

Dois Noturnos, Op. 27

01 – No. 1 em Dó sustenido menor
02 – No. 2 em Ré bemol maior

Dois Noturnos, Op. 37

03 – No. 1 em Sol menor
04 – No. 2 em Sol maior

Dois Noturnos, Op. 48

05 – No. 1 em Dó menor
06 – No. 2 em Fá sustenido menor

Dois Noturnos, Op. 55

07 – No. 1 em Fá menor
08 – No. 2 em Mi bemol maior

09 – Noturno em Dó menor, Op. Póstumo

Bart van Oort, piano Érard (1837)

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Não: eu não estava exagerando
Não: eu não estava exagerando [foto do autor]
Vassily Genrikhovich

Beethoven (1770-1827): Die Ruinen von Athen / König Stephan / Prometheus Overture – Geza Oberfrank

Beethoven (1770-1827): Die Ruinen von Athen / König Stephan / Prometheus Overture – Geza Oberfrank

Amigos, aqui temos um Beethoven (1770-1827) quase que desconhecido. A música incidental que o mestre de Bonn compôs sobre o texto patriótico do autor vienense August von Kotzebue (1761-1819), foram escritas para a inauguração de um novo teatro em Peste. A primeira “Die Ruinen von Athen”, para a qual Beethoven escreveu uma abertura e oito números dramáticos como seu Opus 113; a segunda “König Stephan”, Opus 117, uma abertura e mais nove números musicais. Apesar de algumas ideias bacanas e de alguns surpreendentes efeitos sonoros, nenhuma dessas obras se aproxima de seu mais alto padrão.
À medida que as guerras napoleônicas reviravam a Europa do século XIX, membros da nobreza e da aristocracia daquela época estavam com menos escolhas de locais para passar as férias de verão. Uma das opções, porque estava em território neutro, era Teplitz (hoje na República Checa) tornou-se o destino para numerosos aristocratas vienenses e cidadãos mais abastados. Foi aqui, no verão de 1811, que Beethoven rapidamente compôs as partituras incidentais para “König Stephan”, op. 117 e “Die Ruinen von Athen”, op. 113 enquanto se recuperava de problemas de saúde. Ambas as obras foram encomendadas para a abertura do novo teatro imperial em Peste em 10 de fevereiro de 1812. A ocasião foi patriótica, e apesar de “König Stephan” ser ostensivamente uma homenagem a um antigo rei húngaro (subtítulo da obra é “Primeiro Benfeitor da Hungria”) , na verdade, é uma homenagem (puxada de saco mesmo) ao então Kaiser austro-húngaro Francisco I. Em 1808, o imperador encomendou a construção de um grande teatro em Budapeste, para aliviar as derrotas sofridas para as tropas napoleônicas e avivar os sentimentos nacionalistas no povão, além de celebrar a lealdade Hungria para com a monarquia austríaca. A época do evento de comemoração a peça “König Stephan” foi o prólogo e “Die Ruinen von Athen” o epílogo.
De quebra o CD nos traz uma versão da abertura “Die Geschöpfe des Prometheus”, op.43.

As Ruinas

Die Ruinen von Athen, incidental music Op.113/114 (1811 rev. 1822)
Como mencionamos acima a música foi escrita para a inauguração do novo teatro em Peste (vale lembrar que a capital da Hungria é dividida pelo Danúbio, a metade baixa é Peste e a metade alta Buda). Uma segunda abertura foi escrita em 1822 para a mesma peça. Foi composta especificamente para a reabertura do Teatro de Viena em Josefstadt em 1822. Talvez a música mais conhecida das Ruínas de Atenas seja a Marcha Turca , um tema popular, mesmo as pessoas que não são ávidos ouvintes de música clássica estão familiarizados. Beethoven em sua genialidade orquestrou as “seis variações sobre um tema original, op. 76” e utilizou na obra como “Marcha turca” (coloquei estas variações também no arquivo de download).
Sobre a peça, trata-se de um tema histórico das lutas de um povo por sua independência nacional, que atendia aos desejos dos governantes, terminando com a glorificação da casa dos Habsburgos. A deusa da antiguidade Minerva, despertada de um sono de dois mil anos, escuta a conversa de um casal grego que se queixa da miséria de seu povo oprimido pelos turcos e perda de sua capital. Ela incita os gregos à vingança e é conduzida por Mercúrio a Peste, onde assiste à inauguração do novo teatro e à procissão triunfal de Tália e Melpone. Júpiter coloca entre as estátuas das duas o busto do Imperador Franz, que é coroado por Minerva. Beethoven inclui na abertura peças centrais das cenas (entre outras o prólogo cromático ao dueto do casal grego, no qual se pode reconhecer a ideia de Beethoven sobre música grega da antiguidade) personificando o tipo de música de ópera que, separadamente da sequência de cenas da peça, é muito executada em salas de concerto.

1.Overture: Andante con moto. Allegro, ma non troppo
2.Chorus: Tochter des mächtigen Zeus
3.Duet: Ohne Verschulden Knechtschaft dulden
4.Chorus of Dervishes: Du hast in deines Armels Falten
5.Marcia alla turca: Vivace (‘Turkish March’)
6. Melodrama
7.March and Chorus: Schmückt die Altäre
8.Recitative: Mit reger Freude die nie erkaltet
9.Chorus: Heil unserm König, Heil!

Sandor Solyom-Nagy Baritone,
Margit Laszlo Soprano,
Geza Oberfrank Conductor,
Hungarian Radio and Television Chorus Choir,
Budapest Philharmonic Orchestra Orchestra

10. Beethoven Variacoes op 76, piano Sviatoslav Richter

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König Stephan, Op. 117

O Rei Stephan

O título refere-se ao rei Estêvão I, fundador do reino da Hungria no ano 1000. A peça exalta as conquistas do rei. Também comemora a esperança em novos tempos de confiança e prosperidade. “Saúde aos nossos netos, eles vão olhar, / o que o espírito profético reconheceu! / Torna-se sua confiança infantil / a coroa mais linda de diamantes! / Dando caridade, diariamente novo, / o rei paga em um futuro distante / a fidelidade imutável, / seu povo é grato a ele! / Salve aos nossos reis! Salve ao rei! “

1.Overture
2.Chor: Ruhend von seinen Taten; Seid mir gegrüßt an dieses Thrones Stufe
3.Chor: Auf dunklem Irrweg in finstern Hainen; Fürst! Mich sandten die Edlen im Heere
4.Victory March
5.Chor: Wo die Unschuld Blumen streute
6.Chor: Eine neue strahlende Sonne
7.Priestly March – Heil unserm Konige! (Chorus)

Sandor Solyom-Nagy Baritone,
Margit Laszlo Soprano,
Geza Oberfrank Conductor,
Hungarian Radio and Television Chorus Choir,
Budapest Philharmonic Orchestra Orchestra

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Die Geschöpfe des Prometheus, op.43
Geza Oberfrank Conductor,
Hungarian Radio and Television Chorus Choir,
Budapest Philharmonic Orchestra Orchestra

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” There is no real intelligence without kindness. I don’t recognize another greatness other than kindness.” Ludwig Van Beethoven

Ammiratore

The Art of the Nocturne, CD 2 de 4 – Fryderyk Franciszek Chopin (1810-1849) – Noturnos para piano

Nocturnes BoxEstava eu em Kinshasa – o toalete do Inferno – bisbilhotando o que vocês aprontavam aqui no PQP Bach, quando então, em meio aos fumos pungentes da banquinha próxima de um vendedor de macaco assado (sic!), recebi a seguinte mensagem acerca da postagem inicial da série “The Art of the Nocturne”:

– Pô, Vassily: bote o restante da série, cabra!

Ôxe!

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

NOTURNOS PARA PIANO

Três Noturnos, Op. 9

01 – No. 1 em Si bemol menor
02 – No. 2 em Mi bemol maior
03 – No. 3 em Si maior

Peças Póstumas para piano, Op. 72

04 – No. 1: Noturno em Mi menor

Três Noturnos, Op. 15

05 – No. 1 em Fá maior
06 – No. 2 em Fá sustenido maior
07 – No. 3 em Sol menor

Dois Noturnos, Op. 32

08 – No. 1 em Si menor
09 – No. 2 em Lá bemol maior

Dois Noturnos, Op. 62

10 – No. 1 em Si maior
11 – No. 2 em Mi maior

12 – Lento con gran espressione – Noturno em Dó sustenido menor, Op. Póstumo

BART VAN OORT, piano Pleyel (1842)

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Vassily Genrikhovich

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker – Günter Wand – Post 3 de 5

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker – Günter Wand – Post 3 de 5

Bruckner

Sinfonia No. 9

Berliner Philharmoniker

Günter Wand

De boas intensões, dizem, o inferno está cheio! Nada se aplica melhor ao que aconteceu com os amigos e apoiadores de Bruckner, quando tentaram “melhorar” suas composições, fazendo intervenções em suas partituras originais.

No entanto, seus manuscritos foram preservados na Nationalbibliothek, de Viena. Isso por desejo do próprio Bruckner, expresso em seu testamento.

R. Haas

Robert Haas foi o primeiro a estudar sistematicamente os manuscritos de Bruckner para produzir edições de suas obras que fossem fieis às intensões do autor. Sua edição das Obras Completas foi elaborada e publicada entre 1932 e 1944.

No dia 2 de abril de 1932 houve um concerto em Munique, que surpreendeu o mundo musical. A pedido de Robert Haas, que providenciou o material apropriado, Siegmung von Hausegger regeu a Nona Sinfonia de Bruckner por duas vezes seguidas. Primeiro, usando a versão que fora preparada por Ferdinand Löwe em 1903, como a sinfonia era conhecida. Em seguida, usaram a versão editada por Haas, de acordo com os originais autógrafos de Bruckner. Era o início de uma nova era de entendimento da grandiosidade e originalidade deste compositor tão pouco compreendido e apreciado em seus próprios dias.

Não preciso dizer qual versão você ouvirá nesta magnífica interpretação da magistral Berliner Philharmoniker, regida pelo venerando maestro Günter Wand.

Anton Bruckner (1824-1896)

Sinfonia No. 9 em ré menor

Originalfassung/Versão Original
  1. Feierlich, Misterioso
  2. Scherzo. Bewegt, lebhaft – Trio. Schnell
  3. Adagio. Langsam, feierlich

Berliner Philharmoniker

Günther Wand

Gravação ao vivo, setembro de 1998
Produção: Gerald Götze

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FLAC | 277 MB

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MP3 | 320 KBPS | 142 MB

Ande, baixe os arquivos, entre nesta onda bruckneriana que estamos proporcionando. As carteirinhas de sócio do clube “❤ Bruckner” serão emitidas posteriormente…

René Denon

 

Cesar Franck (1822-1890) – Sonata in A – Richard Strauss (1864-1949) – Violin Sonata in E flat, op. 18 – James Ehnes, Andrew Armstrong

LINKS RESTAURADOS !!! TAMBÉM EM FLAC !!!

Poucas obras me emocionam tanto quanto esta Sonata de Cesar Franck. E nas mãos deste excepcional músico chamado James Ehnes ela se torna ainda mais emocionante. Confesso que já a ouvi dezenas, quiçá dezenas de vezes, com os mais diversos intérpretes, mas Ehnes é um caso a parte. Talvez nem Augustin Dumay / Maria João Pires tenham me deixado tão emocionado. Li em algum lugar que Ehnes é o Heifetz do século XX. Meu ‘chefe’ PQPBach e sua esposa, também violinista, concordam com esta afirmação. Não sei se ainda não é muito cedo para fazermos tal afirmação, vamos esperar um pouco. Mas não posso negar o talento e virtuosismo do rapaz. Ele imprime na sua interpretação aquilo que sempre procuramos, e que encontramos apenas nos grandes mestres: clareza, objetividade, sem subterfúgios, fazendo parecer fácil o que na verdade é um exercício virtuosístico. Espetacular, é o mínimo que podemos dizer. Estou sem meu volume do ‘Caminho de Swann’, de Marcel Proust, onde ele cita inúmeras vezes a pequena ‘passagem’ de Ventuiel’, pequena peça musical que o personagem ouve nos mais diversos momentos durante a obra, e que é a trilha sonora do livro, digamos assim. Ouvindo as primeiras notas desta Sonata não temo em dizer que, quase que com certeza, Proust se inspirou em Franck para imaginar esta obra e este compositor, mesmo com os estudiosos do autor afirmando que a inspiração não foi apenas em um compositor, mas em diversos outros, como Saint-Säens e Debussy. Não importa.

CÉSAR FRANCK (1822–1890)

Sonate pour violon et piano en la majeur

1 I Allegretto ben moderato
2 II Allegro
3 III Ben moderato: Recitative-Fantasia
4 IV Allegretto poco mosso 6.19

RICHARD STRAUSS (1864–1949)

Sonate pour violon et piano en mi bémol majeur

5 I Allegro, ma non troppo
6 II Improvisation: Andante cantabile
7 III Finale: Andante –Allegro

8 Allegretto in E AV149 E-dur

9 Wiegenlied op.41 no.1
10 Waldseligkeitop.49 no.1
11 Morgen! op.27 no.4

James Ehnes – Violin
Andrew Armstrong – Piano

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The Art of the Nocturne, CD 1 de 4 – John Field (1872-1837) – Os Noturnos para piano

The Art of the Nocturne, CD 1 de 4 – John Field (1872-1837) – Os Noturnos para piano

Nocturnes BoxO notável rol de compositores divulgados aqui no PQP Bach ganha mais um integrante.

O irlandês John Field foi muito famoso em seu tempo e tremendamente respeitado por seus colegas. Estudou com Clementi na Inglaterra, fez turnês por toda a Europa e acabou na Rússia, onde fez fama e fortuna. Gastou muito do que tinha – inclusive a saúde – vivendo como um sátiro priápico, e por um triz não morreu na penúria.

Nas décadas que se seguiram à sua morte, e talvez por ter feito sua carreira no que era então um país periférico no mapa-múndi musical (Glinka, na época, era só uma criança), a obra de Field foi sendo esquecida. Hoje, ele praticamente só é lembrado como o primeiro compositor de Noturnos para piano e, nessa condição, como o precursor das obras-primas de Chopin no gênero.

A reputação do dublinense entre os colegas pianistas era tamanha que Franz Liszt escreveu o seguinte no prefácio de uma edição póstuma dos Noturnos de Field:

“Ninguém obteve tais vagas harmonias eólicas, estes meios-suspiros flutuando pelo ar, lamentando suavemente, e dissolvidos em deliciosa melancolia”

Os ouvidos modernos, repletos que estão de Chopin, talvez não encontrem ecos para o entusiasmo de Liszt – que era, aliás, um contumaz rasgador de seda. Quem escuta Field pela primeira vez tem a impressão de que ele se contenta em repetir incessantemente escalas muito ornamentadas sobre um modesto acompanhamento. Por outro lado, quem toma o cuidado de não esperar de Field a audácia harmônica e a invenção melódica do gênio polonês acaba encontrando peças muito agradáveis, que bebem demais da fonte de Hummel – a referência inescapável dos pianistas da época – e parecem olhar, sem preocupação alguma, para o futuro.

Esta bonita caixa da Brilliant Classics, que postaremos ao longo das próximas semanas, é enriquecida por boas interpretações de Bart van Oort e pelo timbre incomum de pianos antigos – aqui, um Broadwood de 1823, semelhante àquele com que o fabricante presenteou Beethoven alguns anos antes.

John FIELD (1782-1837)

OS NOTURNOS PARA PIANO

01 – Noturno em Mi bemol maior, H. 24
02 – Noturno em Dó menor, H. 25
03 – Noturno em Lá bemol maior, H. 26
04 – Noturno em Lá maior, H. 36
05 – Noturno em Si bemol maior, H.37
06 – Noturno em Fá maior, H. 40
07 – Noturno em Dó maior, H. 45
08 – Noturno em Lá maior, H. 14e
09 – Noturno em Mi bemol maior, H. 30
10 – Noturno em Mi menor, H. 46b
11 – Noturno em Mi bemol maior, H. 56a
12 – Noturno em Sol maior, H. 58d
13 – Noturno em Ré menor, H. 59
14 – Noturno em Fá maior, H. 62a
15 – Noturno em Mi maior, H. 54f

Bart van Oort, piano Broadwood (1823)

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Um irlandês ruivo? Mas que surpresa!
Um irlandês ruivo? Mas que surpresa!

Vassily Genrikhovich

Antonio Vivaldi (1678-1741): “Il Proteo” – Double And Triple Concertos

Antonio Vivaldi (1678-1741): “Il Proteo” – Double And Triple Concertos

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Só pela audição do RV 552 — com um dos violinos solistas fora do palco — este CD já valeria a pena, mas o resto também é excelente. Este disco recebeu o Gramophone 96 na categoria de Instrumental Barroco e é com certeza um dos melhores CD de Vivaldi que já foram prensados, não apenas pela execução excepcional, mas também pela maravilhosa gravação (a qualidade do som é surpreendente) e principalmente pelas obras que contém: alguns dos melhores concertos do Padre Rosso. Christophe Coin (violoncelo) e Il Giardino Armonico dão um show. Como o disco é de 1995, temos aqui um jovem Il Giardino Armonico, com instrumentos originais. cabe também destacar a notável versão do Concerto para 2 cellos, RV 531, cheia de força e com um banho de bola do já citado Coin e Paolo Beschi. Absolutamente recomendado!

Antonio Vivaldi (1678-1741): “Il Proteo” – Double And Triple Concertos

Concerto In D Major; RV 564 For 2 Violins, 2 Violoncellos, Strings And Basso Continuo
Allegro 04:31
Largo 02:33
Allegro 03:21

Concerto In F Major; RV 551 For 3 Violins, Strings And Basso Continuo
Allegro 04:29
Andante 01:54
(Allegro) 03:02

Concerto In G Minor; RV 531 For 2 Violincellos, Strings And Basso Continuo
Allegro 03:49
Largo 03:08
Allegro 03:01

Concerto In A Major; RV 552 For Violin, “Violino Per Eco Lontano”, Strings And Basso Continuo
Allegro 06:45
Larghetto 04:07
Allegro 03:40

Concerto In C Major; RV561 For Violin, 2 Violoncellos, Strings And Basso Continuo
Allegro 03:41
Largo 02:52
Allegro 02:46

Concerto In F Major; RV 544 “Il Proteo O Sia Il Mondo Al Rovescio” For Violin, Violoncello, Strings And Basso Continuo
Allegro 03:59
Largo 03:11
(Allegro) 03:14

Violin Sonata RV.063`La Folia’

Christophe Coin
Il Giardino Armonico

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Foto da cidade de Alegrete (RS)

PQP

The Ravi Shankar Edition – West meets East – The Historical Shankar/Menuhin Sessions

The Ravi Shankar Edition – West meets East – The Historical Shankar/Menuhin Sessions

71hXDHJxsOL._SL1118_A parceria entre os gigantes Menuhin e Shankar, iniciada a convite do primeiro no Festival de Bath de 1966, resultou numa amizade que duraria até o final de suas vidas e em três bem-sucedidos álbuns que foram condensados neste volume que ora lhes apresento.

Já defendi em outra postagem a divulgação de música clássica de outras paragens, lançando mão das palavras do colega Ranulfus: “uma das coisas que me motivam na colaboração no blog é tentar demonstrar o quanto nosso conceito de ‘clássico’ pode ser justificadamente expandido para além das suas fronteiras tradicionais (no fundo etnocêntricas), e isso com criações autênticas, não com adaptações tipo ‘transcrições de canções populares para orquestra’.”.

A música clássica indiana, com seus instrumentos peculiares, os microtons (shrutis), sua intensa verve e o caráter improvisatório superposto às estritas definições de raga e tala, às quais voltaremos algum dia, pode trazer dificuldades a ouvidos pouco acostumados a ela. A ilustre presença de Lord Menuhin, aqui muito reverente à arte que busca integrar à sua própria, talvez facilite um pouco a introdução de vós outros a este novo planeta musical. Para quem estranha a presença de violino no conjunto de virtuoses indianos, digo que este instrumento, com o mesmíssimo feitio, mas com afinação e sob técnica muito diferentes, é usado há já alguns séculos na Índia para fazer música, ainda que, para isso, seja apoiado entre o ombro esquerdo e o pé direito do executante.

 

Convido os leitores-ouvintes à apreciação do rico som do sitar, da habilidade de Shankar na improvisação e, especialmente, das intervenções daquele que é considerado por muitos o maior percussionista que já existiu – Alla Rakha, mestre supremo da tabla.

Estas gravações históricas marcaram não só a primeira colaboração entre um músico indiano e um grande nome da música ocidental, como também lançaram a carreira de Shankar no Ocidente, onde se tornaria figurinha fácil nas grandes salas de concertos e influenciaria George Harrison e o som dos Beatles. Conquistou, entre seus pares, a reputação de um dos maiores músicos vivos e, ao morrer em 2012, virou uma lenda – não sem antes deixar para o mundo as maravilhosas filhas Anoushka Shankar e Norah Jones, duas estrelas da música, cada qual em sua própria vertente.

Espero que este grande encontro de notáveis deixe com as senhoras e senhores um sabor de “quero mais” que torne bem-vindo, noutras ocasiões, o que de mais eu lhes trouxer da riquíssima música daquele subcontinente.

WEST MEETS EAST – THE HISTORIC SHANKAR/MENUHIN SESSIONS

01 – Prabhati (baseado no Raga Gunkali)
02 – Swara-Kakali (baseado no Raga Tilang)
03 – Raga Piloo
04 – Dhun
05 – Raga Ananda Bhairava
06 – Tenderness
07 – Twilight Mood

Ravi Shankar, sitar
Yehudi Menuhin, violino
Alla Rakha, tabla
Prodyot Sen, Kamara Chakravarli e Nodu Mullick, tanpura
Amlya Dasgupta, tanpura baixo

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"Tchê, pra que tanta corda???"
“Tchê, pra que tanta corda???”

Vassily Genrikhovich

Barbara Strozzi (1619-1677): Cantatas e Árias

Barbara Strozzi (1619-1677): Cantatas e Árias

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sem favores ao feminismo — como se precisasse… –, este é um lindo e raro disco de compositora barroca. Strozzi foi um enorme talento. O Ensemble Poïesis e a soprano Cristiana Presutti dão um chou. Mas vamos dar uma passada na biografia da compositora?

Barbara Strozzi foi uma compositora e cantora barroca. Era provavelmente filha ilegítima do poeta e libretista veneziano Giulio Strozzi e de sua serviçal, Isabella Garzoni, apelidada la Greghetta. Em 1628, Giulio, também ele filho ilegítimo de Roberto Strozzi, refere-se a Barbara como sua figliuola elettiva, ao designá-la como herdeira em seu testamento. Sob a orientação de seu pai, Barbara estudou música com o cantor, organista e compositor Francesco Cavalli, parceiro próximo de Claudio Monteverdi, cuja morte o levou a assumir a liderança entre os compositores da ópera barroca veneziana. Com ele, Barbara também desenvolveu seus dotes de soprano. Aos 16 anos, ela cantava, acompanhando-se de um dos muitos instrumentos de que seu pai dispunha, nos concertos promovidos por Giulio, nas reuniões da Accademia degli Incogniti e, a partir de 1637, da Accademia degli Unisoni, esta última fundada pelo próprio Giulio. Barbara Strozzi também foi uma compositora talentosa. Em artigo de 1997, publicado na Musical Quarterly, a musicóloga Beth L. Glixon, especialista em ópera veneziana do século XVII, refere-se a Barabara Strozzi como”o mais prolífico compositor — homem ou mulher — de música vocal secular publicada em Veneza, em meados do século XVII”. Em 1644, Strozzi publicou seu opus Nº 1, Il primo libro di madrigali, dedicado à grã-duquesa da Toscana, Vittoria Della Rovere. Esses madrigais tinham letras escritas por seu pai, Giulio Strozzi. As coletâneas publicadas após a morte de seu pai (1652), tiveram textos escritos por amigos do libretista ou por ela mesma. Quase todos os seus trabalhos foram seculares e escritos para sua própria voz (soprano lírico) e mostram o seu domínio de diferentes formas musicais — cantatas, ariettas e duetos. Barbara Strozzi nunca se casou mas teve quatro filhos. Os três últimos eram de Giovanni Paolo Vidman (ou Widmann), um amigo de Giulio Strozzi, que a ele dedicara o libretto de La finta pazza. Vidman era patrono de artistas, membro da Accademia degli Incogniti e, embora fosse casado com outra mulher (Camila Grotta), manteve com Barbara uma longa relação. Barbara Strozzi compôs 125 composições, organizadas em oito coletâneas que foram publicadas entre 1644 e 1664 e dedicadas a mecenas e protetores diversos.

Barbara Strozzi (1619-1677): Cantatas e Árias

1 Serenata con violini (Sinfonia) Op. 8
Composed By – Barbara Strozzi
1:48
2 “Lagrime mie” (Lamento) op. 7
Composed By – Barbara Strozzi
8:39
3 Sonata per due violini op. 22
Composed By – Biagio Marini
4:35
4 “Finche tu spiri” (Cantata) op. 7
Composed By – Barbara Strozzi
10:17
5 “Bel desio che mi tormenti” op. 6
Composed By – Barbara Strozzi
6:18
6 Sinfonia sesto tuono op. 22
Composed By – Biagio Marini
2:04
7 Il Lamento “Sul Rodano severo” op. 2
Composed By – Barbara Strozzi
12:19
8 Costume de grandi “Godere e lasciare” op. 2
Composed By – Barbara Strozzi
4:29
9 L’Eraclito Amoroso “Udite Udite amanti” op. 2
Composed By – Barbara Strozzi
6:32
10 “Mentita” (version instrumentale) op. 6
Composed By – Barbara Strozzi
4:19
11 “Apresso ai molli argenti” (Lamento) op. 7
Composed By – Barbara Strozzi
11:56

Cristiana Presutti (soprano)
Ensemble Poïesis

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A muito talentosa Barbara Strozzi

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol 1 de 22 – Ton Koopman, Amsterdam Baroque Orchestra & Choir

Para realizar esta mega postagem, a maior que já fiz, e provavelmente jamais farei algo parecido, preciso da compreensão e da paciência dos senhores.  Paciência por se tratarem de 67 cds ao todo, distribuidos em 22 volumes, e claro que não postarei tudo de uma só vez, mas por volumes. Já há algum tempo cogito em trazer alguma integral das Cantatas de Bach, mas a falta de tempo sempre me atrapalhava no projeto. Em alguns casos, na maior parte deles, provavelmente, o texto que ilustrará a postagem será do próprio booklet dessa coleção, uma jóia preciosa que faz parte de meu acervo já há quase vinte anos. A trato como o bem inestimável que é.

Ton Koopman é um dos maiores especialistas em Bach que já pisaram sobre a face da Terra. Já gravou muita coisa do velho mestre, e este com certeza foi o seu projeto mais ambicioso. Ele mesmo escolheu os músicos que fazem parte da orquestra e do Coro. Nomes conhecidos como o das sopranos Sabrine Piau e Barbara Schlick, ou do baixo Klaus Mertens serão constante, já que acompanharam Koopman durante todo o processo de gravação.

Então vamos ao que viemos. espero que apreciem o esforço, e por favor, comentem.

“Johann Sebastian Bach deixou uma magnífica coleção de música vocal para a posteridade. Entre os melhores exemplos estão as grandes obras musicais como as Paixões, Oratórios e Missas, sem precedente nem paralelo em seu próprio tempo. No entanto, de acordo com uma análise de suas obras, elaboradas em 1750, ano de sua morte, a maior parte do legado musical de Bach consistia em “cinco ciclos anuais de peças da igreja”, ou seja, cantatas para os domingos e dias santos. por um total de cinco anos eclesiásticos. Como há cerca de 65 comemorações por ano, cinco ciclos sugeririam um repertório total de mais de trezentas peças. Porém, ao todo menos de duzentas cantatas permanecem.
No entanto, apesar da perda irrecuperável de cerca de um quinto desta coleção, o repertório sobrevivente constituiu um tesouro muito variado e esteticamente superior de obras vocais e instrumentais, inigualável na história da música sacra. Na íntegra, as cantatas de Bach, abrangendo virtualmente toda a vida criativa do compositor, exibem uma excepcional qualidade artística, riqueza, variedade e originalidade. (…)”

CD 1

“Ich hatte viel Bekümmernis” BWV 21
For the 3rd Sunday after Trinity • For all times

PRIMA PARTE

1 Sinfonia
2 Coro: “Ich hatte viel Bekümmernis”
3 Aria (Soprano): “Seufzer, Tränen, Kummer, Not”
4 Recitativo (Soprano): “Wie hast du dich, mein Gott”
5 Aria (Soprano): “Bäche von gesalznen Zähren”
6 Coro: “Was betrübst du dich, meine Seele”

SECONDA PARTE

7 Recitativo (Soprano, Basso): “Ach Jesu, meine Ruh”
8 Duetto (Soprano, Basso): “Komm, mein Jesu”
9 Coro: “Sei nun wieder zufrieden”
10 Aria (Soprano): “Erfreue dich, Seele”
11 Coro: “Das Lamm, das erwürget ist”

“Aus der Tiefe rufe ich, Herr, zu dir” BWV 131
Penitential Service?

12 Sinfonia-Choral: “Aus der Tiefe rufe ich, Herr, zu dir”
13 Aria (Basso, Choral): “So du willst, Herr, Sünde zurechnen”
14 Coro: “Ich harre des Herrn”
15 Aria (Tenore, Choral): “Meine Seele wartet auf den Herrn”
16 Coro: “Israel, hoffe auf den Herrn”

“Ich hatte viel Bekümmernis” BWV 21 (Appendix):
17 Coro: “Sei nun wieder zufrieden'”

CD 2

“Gottes Zeit ist die allerbeste Zeit” (Actus tragicus) BWV 106
Unspecified occasion

1 Sonatina
2 a [Coro]: “Gottes Zeit ist die allerbeste Zeit”
b [Arioso] (Tenore): “Ach Herr, lehre uns bedenken”
c [Arioso] (Basso): “Bestelle dein Haus; denn du wirst sterben”
3 a [Aria] (Alto): “In deine Hände befehl ich meinen Geist”
b [Arioso – Choral] (Alto, Basso): “Heute wirst du mit mir im Paradies sein”
4 Coro: “Glorie, Lob, Ehr und Herrlichkeit”

“Der Herr denket an uns” BWV 196
Wedding cantata

5 Sinfonia
6 Coro: “Der Herr denket an uns”
7 Aria (Soprano): “Er segnet, die den Herrn fürchten”
8 Duetto (Tenore, Basso): “Der Herr segne euch” 8 Duetto (Tenore, Basso): “Der Herr segne euch”
9 Coro: “Ihr seid die Gesegneten des Herrn”

“Gott ist mein König” BWV 71
Ratswechsel – For the Town Council Inauguration

10 Coro: “Gott ist mein König”
11 Aria – Choral (T, S): “Ich bin nun achtzig Jahr” • “Soll ich auf dieser Welt”
12 Coro [a 4 voci]: “Dein Alter sei wie deine Jugend”
13 Arioso (Basso): “Tag und Nacht ist dein”
14 Aria (Alto): “Durch mächtige Kraft”
15 Coro: “Du wollest dem Feinde nicht geben”
16 Coro [Soli, Coro]: “Das neue Regiment

“Nach dir, Herr, verlanget mich” BWV 150
Occasion unspecified

17 Sinfonia
18 Coro: “Nach dir, Herr, verlanget mich”
19 Aria (Soprano): “Doch bin und bleibe ich vergnügt”
20 Coro: “Leite mich in deiner Wahrheit”
21 Aria (Terzetto: Alto, Tenore, Basso): “Zedern müssen von den Winden”
22 Coro: “Meine Augen sehen stets zu dem Herrn”
23 Coro: “Meine Tage in dem Leide”

CD 3

“Der Himmel lacht! die Erde jubilieret” BWV 31
On the 1st day of Easter

1 Sonata
2 Coro (Coro, Soprano, Alto): “Der Himmel lacht! die Erde jubilieret”
3 Recitativo (Basso): “Erwünschter Tag! Sei, Seele, wieder froh”
4 Aria (Basso): “Fürst des Lebens, starker Streiter”
5 Recitativo (Tenore): “So stehe dann, du gottergebne Seele”
6 Aria (Tenore): “Adam muß in uns verwesen”
7 Recitativo (Soprano): “Weil dann das Haupt sein Glied”
8 Aria (Soprano): “Letzte Stunde, brich herein”

“Barmherziges Herze der ewigen Liebe” BWV185
For the 4th Sunday after Trinity

10 Aria (Duetto: Soprano, Tenore): “Barmherziges Herze der ewigen Liebe”
11 Recitativo (Alto): “Ihr Herzen, die ihr euch”
12 Aria(Alto): “Sei bemüht in dieser Zeit”
13 Recitativo (Basso): “Die Eigenliebe schmeichelt sich”
14 Aria (Basso): “Das ist der Christen Kunst”
15 Choral (Coro): “Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ”

«Christ lag in Todesbanden” BWV 4
For the 1st day of Easter

16 Sinfonia
17 [Coro] Versus I: “Christ lag in Todesbanden”
18 [Duetto] (Soprano, Alto) Versus II: “Den Tod niemand zwingen kunnt”
19 [Aria] (Tenore) Versus III: “Jesus Christus, Gottes Sohn”
20 [Coro] Versus IV: “Es war ein wunderlicher Krieg”
21 [Aria] (Basso) Versus V: “Hier ist das rechte Osterlamm”
22 [Duetto] (Soprano, Tenore) Versus VI: “So feiern wir das hohe Fest”
23 Choral (Coro) Versus VII: “Wir essen und leben wohl”

“Christ lag in Todesbanden” BWV 4 (Appendix):

24 Sinfonia
25 [Coro] Versus I: “Christ lag in Todesbanden”
26 [Duetto] (Soprano, Alto) Versus II: “Den Tod niemand zwingen kunnt”
27 Choral (Coro): Versus VII: “Wir essen und leben Wohl”

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

Barbara Schlick Soprano
Kai Wessel Alto
Guy de Mey Tenor
Klaus Mertens Bass

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

Ton Koopman está feliz pois o PQPBach vai postar sua integral

Colloquium olympicum (fictum): Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – As Sonatas para piano – Glenn Gould (4/4)

MI0000960404[epílogo das três partes anteriores, retomando do ponto em que Amadeus ficou horrorizado com o andamento frenético com que Gould tocou uma de suas sonatas, a ponto de exclamar “So ein spiellen und scheissen ist bey mir einerley!”]

GOULD: Assim fica melhor? [toca novamente o Allegro moderato da Sonata em Dó maior, K. 330, mas dessa vez adota o andamento mais lento de sua gravação de 1958]. Melhor?
MOZART: Melhor, sim. Mas as indicações dinâmicas – o contraste entre forte e piano, os sforzandi
G: “Culpado, meritíssimo!”. Eu nunca toco sforzandi, “já que eles representam um elemento de quase-teatralidade pelo qual minha alma puritana tem vigorosa objeção”.
M: (cautelosamente) Mas o que dizem os críticos? Quero dizer, acerca dos sforzandi que faltam e o resto…
G: (com uma gargalhada) Oh, os críticos! Deveria ler-lhe o que um desses cavalheiros escreveu sobre minha interpretação para sua Sonata em Lá maior? “É muito difícil captar o que Gould tenta provar, a não ser que o boato de que ele realmente odeia essa música seja verdadeiro. Andamentos são dolorosamente lentos, a articulação picotada e destacada viola a estrutura frasal (e muitas das indicações específicas de Mozart) […] isso tudo evoca a imagem de um moleque tremendamente precoce mas muito sacana tentando aprontar uma para seu professor de piano”.
M: (inseguro de si mesmo) E você, er, realmente odeia essa música… minha música?
G: (sinceramente) Não, Sr. Mozart. É verdade que eu a ouço, entendo e interpreto diferentemente da maior parte das pessoas, e sem dúvidas diferentemente de você, “e tenho certeza de que frequentemente você não aprovaria o que eu faço com sua música. No entanto, mesmo que seja cego, o intérprete tem que estar convicto de que está fazendo a coisa certa e de que ele pode achar maneiras de interpretá-la das quais nem o próprio compositor estaria ciente”.
M: Poderia pedir-lhe para tocar-me uma de suas interpretações que você acha que eu aprovaria?
G: Que tal o Alla turca de sua Sonata em Lá maior?
M: (nervosamente) Er…
G: (com uma gargalhada) Não se preocupe, não o tornarei um Presto, quanto menos um Prestissimo. Muito pelo contrário: vou tocá-lo como um Allegretto, como você mesmo indicou (e como, acrescento, ele é raramente ouvido).
M: (com dúvidas) E também com os contrastes entre piano e forte?
G: Esses, também! (com uma gargalhada) Ainda mais porque não há sforzandi neste movimento!
M: Nota por nota, então, como eu o escrevi?
G: Nota por nota – exceto por alguns pequenos arpejos na coda, que dá ao movimento seu toque “turco”.
M: Bem, então… eu sou todo ouvidos!

[Michael Stegemann, 1994 – Tradução de Vassily]

MOZART – THE PIANO SONATAS – GLENN GOULD

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)

AS SONATAS PARA PIANO (4/4)

Sonata no. 15 em Fá maior, K. 533/K. 494
01 – Allegro (K. 533)
02 – Andante (K; 533)
03 – Rondo. Allegretto (K. 494)

Sonata no. 16 em Dó maior, K. 545, “Sonata facile”
04 – Allegro
05 – Andante
06 – Rondo. Allegretto.

Sonata no.17 em Si bemol maior, K. 570
07 – Allegro
08 – Adagio
09 – Allegretto

Sonata no. 18 em Ré maior, K. 576
10 – Allegro
11 – Adagio
12 – Allegretto

Fantasia em Ré menor, K. 397 (385g)
13 – Andante

Fantasia em Dó menor, K. 475
14 – Adagio

Glenn Gould, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

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Vassily Genrikhovich