W. A. Mozart (1756 – 1791): Integral Concertos para Piano – Jenö Jandó – Post 2 de 5

The Miles Kendig Post 2

Wolfgang Amadeus Mozart Integral dos Concertos para Piano

Jenö Jandó

Esta postagem, a segunda de uma série de cinco, é dedicada à lembrança de Miles Kendig.

Em uma de suas intensas discussões com Yaskov, seu principal oponente enquanto esteve na ativa, Miles Kendig teria feito comentários desabonadores sobre os intérpretes russos da música de Mozart. É bem provável que tudo fazia parte de alguma grande trama para encobrir outras coisas. Pena que os registros sonoros desta elevada conversação não tenham sido claramente captados pela equipe de áudio da contraespionagem escalada para a ocasião. Afinal os dois se encontraram em uma praça só para dificultar o trabalho do pessoal. Por outro lado, os resultados do grupo de captação de imagens levam a crer que ambos concordam que Emil Gilels é um dos melhores intérpretes do Concerto No. 27 em si bemol maior, K 595.

Hopscotch – o universo de Miles Kendig
Jenö Jandó

Jenö Jandó, nosso guia por esta jornada aos Concertos para piano de Mozart é ótimo pianista húngaro. Versatilíssimo, ajudou a construir boa parte do catálogo da gravadora Naxos. O homem produziu a Integral das Sonatas para piano de Beethoven, de Haydn, de Schubert. O que Wilhelm Kempff fez para a Deutsche Grammophon, ele fez para a Naxos e sempre com competência e sensibilidade.

Acredito ainda que, deste período de construção do catálogo da Naxos, sua contribuição maior, mais duradoura, tem sido essa série de Concertos para Piano de Mozart. As gravações do Jenö Jandó, acompanhado pela Concentus Hungaricus, regida por Mátyás Antal ou András Ligeti, vale a nota e a divulgação. Todas as gravações foram feitas no Instituo Italiano de Budapeste, entre 1989 e 1991, com a produção de Ibolya Tóth.

Alguma informação sobre os concertos desta postagem:

O Concerto No. 7, em fá maior, K. 242 foi escrito para três pianos em 1776, comissionado pela Condessa Antonia Lodron, que seria a solista em companhia de suas duas filhas, Aloysia e Giuseppa. A parte destinada a filha mais nova é relativamente simples e em 1780 Mozart arranjou o concerto para dois pianos, a versão que temos aqui. Assim como no caso do Concerto No. 8, chamado Lützow, foi dedicado a pessoas de famílias nobres com importante posição social em Salzburgo. Estes concertos de Nos. 6, 7 e 8 são peças feitas para agradar ao público, obras típicas do estilo galante. Não deixe de notar o lindo diálogo entre os solistas no movimento lento e deleitar-se com essas lindas peças musicais. Há uma bonita gravação deste concerto feita com os solistas Leon Fleisher e sua mulher Katherine Jacobson Fleisher.

O Concerto No. 10, em mi bemol maior, K. 365 é para dois pianos e deve ter sido composto em 1779, pouco antes da mudança para Viena. O concerto é uma obra de vivacidade e charme, com muitos diálogos engenhosos. Ele deve ter sido interpretado por Mozart e sua irmã, Nannerl e também foi interpretado com Josephine von Auernhammer, sua primeira aluna em Viena. Há uma linda gravação feita por Emil Gilels e sua filha Elena Gilels que vale futura investigação.

O Concerto No. 9, em mi bemol maior, K. 271 destaca-se como um dos melhores desta fase inicial, mesmo se contarmos os primeiros concertos que Mozart compôs quando se mudou para Viena. Foi descrito por Charles Rosen (autor de o livro The Classical Style) como perhaps the first unequivocal masterpiece of the classical style. Masterpiece você sabe o que é… Apesar do apelido Jeunehomme, pois pensava-se que havia sido escrito para um jovem pianista frances que estaria visitando Salzburgo, o concerto foi escrito para Victorie Jenany. Ela era filha de Jean-Georges Noverre, dançarino francês, amigo de Mozart. Ele os conheceu em 1773, em uma visita a Viena. A moça deve ter sido uma pianista e tanto. O Andantino é um movimento sombrio em dó menor, particularmente notável. O concerto foi escrito por Mozart aos vinte e um anos e mostra sua maturidade artística.

Os Concertos No 15, em si bemol maior, K. 450 e No. 16, em ré maior, K. 451 foram escritos em 1784 para apresentações do próprio Mozart. Em carta de 26 de maio, para seu pai, ele fala desses dois concertos que fazem suar. No concerto No. 15 os sopros rebem um tratamento mais elaborado.  O Concerto No. 16 é em ré maior, uma tonalidade tradicionalmente brilhante, tem a orquestra acrescida de trompetes e tímpanos.

Palais Auersperg

Datado de 5 de janeiro de 1790, o Concerto No. 27, em si bemol maior, K. 595 deve ter sido estreado por Mozart em 4 de março de 1791, num concerto dado por ele e pelo clarinetista Joseph Beer. Se foi esse o caso, esta deve ter sido a última apresentação pública de Mozart. A outra possibilidade é de que o concerto tenha sido estreado por Barbar Ployer, aluna de Mozart, em janeiro de 1791 em um concerto no Palais Auersperg, um lindo palácio barroco que fica em Viena. Após este concerto, a única composição orquestral de Mozart seria o Concerto para Clarinete.

Complete Piano Concertos – Volume 10

Concerto No. 15 em si bemol maior, K. 450

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Concerto para dois pianos No. 7 em fá maior, K. 242 – ‘Londron’

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Rondeau: Tempo di Menuetto

Concerto para dois pianos No. 10 em mi bemol maior, K. 365

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Rondeau: Allegro

Jenö Jandó, piano

Dénes Várjon, piano

Concentus Hungaricus & Mátyás Antal

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Complete Piano Concertos – Volume 3

Concerto No. 9 em mi bemol maior, K. 271 – ‘Jeunehomme’

  1. Allegro
  2. Andantino
  3. Rondeau: Presto

Concerto No. 27 em si bemol maior, K. 595

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro

Jenö Jandó, piano

Concentus Hungaricus & András Ligeti

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Espero que esta série de postagens lhe aproxime do legado maravilhoso que é a obra de Mozart, em particular de seus concertos para piano. Faça como Miles Kendig, ouça Mozart!

René Denon

4 comments / Add your comment below

  1. Según el gran estudioso Alfred Einstein, si se quiere conocer a Mozart en profundidad, es necesario acudir a las óperas y a los conciertos para piano.
    En particular el concierto Nº 9 en Mi bemol, KV 271, parece unir los dos mundos, con ese movimiento lento que imita un recitativo operístico (y que quizás haya sido la inspiración de Beethoven para el movimiento central de su concierto para piano Nº 4).
    Saludos

    1. Olá, Juliowolfgang!
      Espero que tenha gostado da postagem! Você também acessou a primeira postagem? o endereço é https://pqpbach.ars.blog.br/2019/05/04/w-a-mozart-1756-1791-integral-concertos-para-piano-jeno-jando-post-1-de-5/
      Realmente, sua observação é muito própria. A música de Mozart está impregnada de suas experiências operísticas. Você viu a postagem da ópera Don Giovanni? Veja lá no endereço https://pqpbach.ars.blog.br/2019/04/02/mozart-1756-1791-don-giovanni-dg-ferenc-fricsay/
      Mais uma menção da influência da música operística na música de concerto você poderá ver na postagem sobre concertos para oboé de Albinoni e Telemann: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/03/26/albinoni-1671-1751-telemann-1681-1767-oboe-concertos-han-de-vries/
      Enfim, obrigado pelo seu comentário e espero que continue seguindo as postagens sobre os Concertos de Mozart.
      Abraços do
      René

  2. Hola, René,
    tengo desde hace tiempo esas versiones de Jenö Jandó y me resultan muy interesantes. La serie de los conciertos para piano de Mozart es muy importante porque sigue de cerca toda su evolución como compositor. Como cuando era chico aprendí a tocar el clarinete, mis favoritos son los conciertos número 22, 23 y 24, que son los únicos que lo incluyen. También el número 10, para dos pianos, en su versión de Viena, pero allí la parte orquestal no es tan importante.
    Otros pianistas también hicieron grandes integrales, desde la de Geza Anda, que me parece que fue la primera.
    Un gran abrazo,

    1. Olá, Juliowolfgang!
      Eu também gosto muito destes concertos, em especial do Concerto No. 23, sempre foi um dos meus preferidos. Gosto da gravação do Pollini com o Böhm regendo a Filarmônica de Viena. Eu gosto das gravações do Perahia, também. Optei pelo Jandó por ser (talvez) menos conhecido e acho que merece o reconhecimento.
      Abração!
      RD
      PS: Clarinete é um instrumnto do qual gosto bastante. Fico sempre procurando pelo som dele nas orquestras…

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