O Concerto para Piano de Dvorák não é uma das mais populares obras do compositor tcheco, talvez por ser pouco interpretado, mas tem seus bons momentos. Soa por vezes monótono, burocrático, mesmo quando interpretado por um músico do quilate de Sviatoslav Richter. Curioso, pois no mínimo esperamos uma obra no nível de seu Concerto para Cello, mas infelizmente não é bem assim. Nem Carlos Kleiber consegue desamarrar os nós que atam essa obra. Mas volto a repetir que tem seus bons momentos. Sujeito a levar pedradas, diria que a dupla Kleiber/Richter tira leite de pedra com sua leitura precisa e coesa, bem balanceada.
Para compensar, a outra obra presente no CD é um dos monumentos da literatura pianística, a Fantasia in Dó Maior, também conhecida como “Wanderer”, de Franz Schubert. Aqui Richter está em seus domínios, não por acaso é considerado um dos maiores intérpretes schubertianos do século XX. Papa finíssima …!!
01 – Piano Concerto in G Minor, Op. 33 – I. Allegro agitato
02 – Piano Concerto in G Minor, Op. 33 – II. Andante sostenuto
03 – Piano Concerto in G Minor, Op. 33 – III. Allegro con fuoco
04 – Fantasy in C Major, D.760 ‘Wanderer’ – I. Allegro con fuoco ma non troppo
05 – Fantasy in C Major, D.760 ‘Wanderer’ – II. Adagio
06 – Fantasy in C Major, D.760 ‘Wanderer’ – III. Presto
07 – Fantasy in C Major, D.760 ‘Wanderer’ – IV. Allegro
Sviatoslav Richter – Piano
Bayerisches Staatsorchester München
Carlos Kleiber – Conductor
De 1928, o Concerto para Clarinete de Nielsen foi dedicado ao clarinetista dinamarquês Aage Oxenvad. Dizem que este Oxenvad era um doido varrido, mas não temos nada a ver com isso. O compositor tinha prometido escrever um concerto para cada membro do quinteto de sopros do qual Oxenvad fazia parte. Em 1922, Nielsen compusera seu espetacular Quinteto, Op. 43, para o mesmo grupo. O concerto é uma obra importante na literatura do instrumento do século XX. É a última obra de grande porte da vida de Nieelsen, que morreu em 1931. Ele estava sofrendo uma série de ataques cardíacos que acabaram por vitimá-lo em 1931. O Concerto foi escrito em um movimento sem pausas, mas nem sempre uma coisa é o que parece. Nielsen fez uma divisão em suas cartas. Haveria um primeiro movimento Allegretto un poco, Allegro non tropo, Più Allegro e Tempo I, um segundo movimento Poco Adagio, um terceiro Allegro non tropo, Poco più mosso e um quarto Allegro Vivace, Poco adagio e Allegro. O CD é completado por outras obras orquestrais. Gostei muito da pastoral Pan & Syrinx. Ah, o belga Walter Boeykens é um baita instrumentista e não nega fogo neste CD da Harmonia Mundi.
Nielsen: Clarinet Concerto & Works for Clarinet & Orchestra.
1 Clarinet Concerto, Op. 57 25:15
2 Pan & Syrinx. Pastorale, Op. 49 8:18
3 Amor & Digteren. Love and the Poet, overture, Op. 54 4:47
4 Little Suite for strings, Op. 1: I. Präludium. Andante con moto 3:30
5 Little Suite for strings, Op. 1: II. Intermezzo. Allegro moderato 5:24
6 Little Suite for strings, Op. 1: III. Finale. Andante con moto 6:57
Tive o prazer de conhecer o novo membro do clã PQPBach, o incrível Vassily Genrikhovich. Em mais de três horas de conversa, nos conhecemos um pouco. Nos separamos em virtude do avançado da hora, o cara só anda de Bicicleta, e no dia seguinte ele tinha um passeio de trocentos quilômetros que ia fazer com um grupo de amigos, também adeptos da magrela.
Enfim, em um dos diversos temas abordados, falamos sobre esse excepcional músico que foi Frans Brüggen, recentemente falecido, e para quem não prestamos as devidas homenagens, pois a importância desse músico é imensa para nós apreciadores da música históricamente interpretada, ao lado de Nikolaus Harnoncourt, Gustav Leonhardt, entre outros.
Essa gravação que ora vos trago é para mostrar o talento de Brüggen em sua maior especialidade, não, o cara não era apenas um baita maestro, mas também um exímio flautista.
Então, faço esta postagem em homenagem a Vassily Genrikhovich, o cara que tem um cravo e uma viola da gamba em casa. É mole, ou quer mais? Ah sim, de vez em quando ele troca emails com Murray Perahia.
Ah, antes que esqueça, ele é acompanhado apenas por Anner Bylsma e por Gustav Leonhardt. Preciso dizer que se trata de um Cd absolutamente IM-PER-DÍVEL ! ???
Já faz algum tempo que o ouvinte-leitor Sidney Leal me mandou esses arquivos. São ótimos. Marcello é um problema — a pouca música que conheço de sua autoria é efetivamente bastante boa, mas é raro ouvi-lo. Amanhã, devo publicar mais alguns Concertos e Cantatas do cara. Para variar, o Collegium Musicum 90 e Simon Standage dão um banho neste repertório. Grande disco.
Ah, dia desses, se não me engano, o Rafael Cello desejava enviar algumas versões das Suítes para Violoncelo de Bach. Pode usar o e-mail pqpbachPONTOopsARROBAgmailPONTOcom.
1. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 1 in D major: I. Allegro assai 2:08
2. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 1 in D major: II. Larghetto 2:52
3. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 1 in D major: III. Vivace 2:59
4. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 2 in E major: I. Allegro assai 1:34
5. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 2 in E major: II. Moderato 3:15
6. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 2 in E major: III. Spiritoso, ma non presto 2:11
7. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 3 in B minor: I. Andante larghetto 4:53
8. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 3 in B minor: II. Adagio 1:36
9. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 3 in B minor: III. Presto 3:27
10. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 4 in E minor: I. Moderato 3:05
11. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 4 in E minor: II. Largo appoggiato 3:14
12. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 4 in E minor: III. Allegro 1:55
13. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 5 in B flat major: I. Moderato 3:04
14. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 5 in B flat major: II. Larghetto staccato 1:57
15. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 5 in B flat major: III. Presto, ma non molto 2:00
16. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 6 in G major: I. Allegro 2:30
17. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 6 in G major: II. Larghetto 3:11
18. La cetra di Eterio Stinfalico: Concerto No. 6 in G major: III. Vivace 2:22
19. Violin Concerto in B flat major: I. Andante 3:14
20. Violin Concerto in B flat major: II. Larghetto 2:29
21. Violin Concerto in B flat major: III. Spiritoso 1:42
POSTAGEM ORIGINAL DE CARLINUS EM 8/5/2010, NOVOS LINKS FORNECIDOS POR VASSILY E AVICENNA EM 27/8/2015
Dia desses, nosso SAC recebeu um pedido para revalidar a linda Liturgia de São João Crisóstomo, de Tchaikovsky. Não tinha a gravação postada pelo Carlinus, então tive que recorrer a uma das duas de que dispunha. A de melhor som é aquela moderna da Hyperion, com os Corydon Singers, mas achei que o sotaque russo desta envolvente gravação soviética da Melodiya lhe conceda uma vantagem considerável.
Vassily Genrikhovich
POSTAGEM ORIGINAL DE CARLINUS EM 8/5/2010
O segundo post em homenagem a Tchaikovsky é a – não muito conhecida – Liturgia de São João Crisóstomo. Trata-se de uma obra de beleza incomum. A audição desta liturgia nos remete aos desertos, aos monastérios do início da era cristã. Segundo a História, Crisóstomo (cognominado “o boca de ouro”, pelo poder de sua oratória), um dos pais da igreja cristã do oriente, teria elaborado esta liturgia a partir da Liturgia de São Basílio. Esta liturgia compõe, juntamente com a Liturgia dos Dons Pré-Santificados, as formas de celebração eucarística do rito bizantino. A Liturgia de São João Crisóstomo é usada na maior parte do ano litúrtgico das igrejas orientais. A grande questão é que este CD imprime profundos efeitos na alma do ouvinte. A última vez que senti efeitos tão marcantes em minha interioridade foi quando comecei a ver ao filme São Jerônimo, do diretor brasileiro Júlio Bressane. A película de Bressane é cheia de arrebatamentos místicos, de simbolismos metafísicos. Não é brincadeira ouvir uma peça destas. A alma necessariamente solitária gravita em busca de paisagens idílicas. Não deixe de ouvir este CD e se transformar num eremita, num ermitão, que não se corrompe com o ouro e com a prata oferecida pelo mundo. Mas se volta para os valores etéreos, de possibilidades arrebatoras. Minha nossa! Hoje eu estou impossível. Chega!
POSTAGEM ORIGINAL DE FDP BACH EM 8/9/2007, REVALIDADA POR VASSILY EM 25/8/2015
Alguém solicitou a um tempo atrás mais obras de Liszt. Já havíamos postado os concertos para piano com o Richter, porém, reclamaram que faltavam mais obras.
Pois bem, sensível ao apelo, FDP Bach resolveu cobrir uma das falhas do blog, a saber, mais obras pianísticas do sogro de Wagner. E vai jogar pesado, dessa vez… trata-se de uma coleção de 3 cds, interpretados pelo excelente Nicholas Angelich, da enorme série “Années de pèlerinage
FRANZ LISZT (1811-1886)
ANNEES DE PELERINAGE
Nicholas Angelich, piano
CD 1 – Première année: Suisse
01. Chapelle de Guillaume Tell
02. Au lac de Wallenstadt
03. Pastorale
04. Au bord d’une source
05. Orage
06. Vallée d’Oberman
07. Eglogue
08. Le mal du pays
09. Les cloches de Genève
01. Sposalizio
02. Il penseroso
03. Canzonetta del Salvator Rosa
04. Sonetto 47 del Petrarca
05. Sonetto 104 del Petrarca
06. Sonetto 123 del Petrarca
07. Après une lecture de Dante, Fantasia quasi Sonata
08. Venezia e Napoli – Gondoliera
09. Venezia e Napoli – Canzone
10. Venezia e Napoli – Tarentella
01. Angelus ! Prière aux anges gardiens
02. Aux cyprès de la Villa d’Este, Thrénodie no. 1
03. Aux cyprès de la Villa d’Este, Thrénodie no. 2
04. Les jeux d’eau de la Villa d’Este
05. Sunt lacrymae rerum – en mode hongrois
06. Marche funèbre
07. Sursum corda
“Monk and Coltrane complemented each other perfectly. The results of this successful music aliance were beneficial to both. In this setting, Monk began to receive the brunt of a long-overdue recognition. On the other hand, Coltrane´s talent, set in such a fertile environment, bloomed like a hibiscus. `Trane´s comments in a Down Beat article (Setember, 29,1969), clearly describe how he reveres Monk: “Working with Monk brought m eclose to a musical architet of the highest order. I felt I learned from him in every way – through the senses, theoretically, technically. I would talk to Monk about musical problems and he would sit at the piano and show me answers by playing them. I could watch him play and find out the things I wanted to know. Also, I sould see a lot of things that I din´t know about at all”.
Um disco com músicos deste nível dispensa comentários. Gênios sem encontrando e nos dando o melhor de si através de sua música, e que música, meus queridos. A lamentar apenas sua curta duração, meros 37 minutos, mas lhes garanto que são 37 minutos preciosos.
John Coltrane – Tenor Sax
Coleman Hawkins – Tenor Sax
Thelonius Monk – Piano
Wilbur Ware – Bass
Gigi Gryce – Alto Sax
Ray Copeland – Trumpet
Art Blakey – Drums
‘Shadow’ Wilson – Drums
Finalmente liberada para postagem, temos o prazer e a honra de apresentar um pouco da música de câmara do compositor brasileiro, mineiro, ilustre leitor-ouvinte e colaborador aqui do Blog, Harry Crowl.
Originalidade, impressionismo, acordes dissonantes, tensão e mistério, lirismo e dramaticidade, numa atmosfera por vezes selvagem, são algumas das características marcantes das peças incluídas nesse álbum.
O compositor
Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais em 06/10/1958, Harry Lamott Crowl Jr, estudou violino, viola e composição na sua cidade natal e nos EUA (Wesport School of Music and Juilliard School). Foi bolsista do Conselho Britânico em Dartington , em 1993, e radicou-se em Curitiba desde 1994. Sua obra abrange todos os gêneros instrumentais e vocais, e vem sendo apresentada e transmitida regularmente em todo o Brasil e em várias partes do mundo, especificamente na Europa por importantes grupos musicais. Atua como compositor e musicólogo e é professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. É diretor artístico da Orquestra Brasileira de Música Contemporânea (SBMC), Seção Brasileira da ISCM (International Society Of Contemporary Music), através da qual representou o Brasil nos festivais “Dias Mundiais da Música”, da Eslovênia, em 2003 e, da Suiça, em 2004. Atua também como produtor e apresentador de programas dedicados à música erudita na Rádio Educativa do Paraná e, na Rádio MEC, no Rio. Em outubro de 2004, recebeu em Curitiba, a Medalha da Ordem do Mérito Cultural do “Barão do Serro Azul” por serviços prestados à música.
O álbum
Lançado em 2005, o CD “Espaços Imaginários” traz as obras “Espaços Imaginários” (2001), “Imagens Rupestres” (1996) e, O Quarteto de Cordas Nº 1 “Na Perfurada Luz, Em Plano Austero”, (1992/93), gravadas respectivamente no Canadá, Áustria e Eslováquia.
O trio Espaços Imaginários, para violino, violoncelo e piano é de 2001, e teve sua estreia em novembro do mesmo ano, pelo trio canadense Fibonacci, de Montreal. Trata-se de uma obra poderosa e rica em contrastes, tensionando as texturas possibilitadas pela formação sempre em seu limite extremo.
Extremos de virtuosismo são exigidos pelo primeiro trio de Harry Crowl, Imagens Rupestres, de 1996/97, para flautas, violoncelo e piano, encomendado pelo George Crumb Trio, de Linz (Áustria), e estreado por este mesmo grupo no Castelo Zell an der Pram, no norte austríaco, em maio de 1997. O trio traz algumas características-chave da produção de Crowl, tais como a linguagem dramática, a originalidade na abordagem da formação e a rejeição da linearidade.
Na Perfurada Luz, em Plano Austero, título do primeiro quarteto de cordas de Harry Crowl, foi tirado do poema “Montanhas de Ouro Preto”, que Murilo Mendes publicou em 1945. Escrito entre 1992 e 1993, o quarteto reflete a pesquisa de seu autor sobre compositores brasileiros do período colonial, pois se baseia na combinação das notas de uma série derivada do nome do autor mineiro Francisco Gomes da Rocha (1754-1808), dentro da notação alemã, o que nos dá F(fá)ranCIS(dó sustenido)co G(sol)omE(mi)S(mi bemol) da RoC(dó)H(si)A(lá).
Os vários movimentos do quarteto são executados sem interrupção, mantendo nível elevado de tensão, com apenas dois momentos de relaxamento, parte central e no final. Resultado de estudos sobre a sonoridade produzida pelos quatro instrumentos, a peça utiliza todos os recursos possíveis da formação, desde a polifonia ao uníssono, passando por efeitos de harmônicos artificiais associados a golpes de ardo “col legno”, ou “sul ponticelli” e “tremoli”. A estreia mundial da peça aconteceu no Summartónar, nas Ilhas Faroe, em 27 de julho de 1996, com o Moyzes String Quartet, de Bratislava (Eslováquia).
Fonte: Encarte do CD
Uma ótima audição!
Harry Crowl: Espaços Imaginários
01. Espaços Imaginários (2001) para violino, violoncelo e piano (19:45)
Trio Fibonacci
Julie Anne Derome, violino
Gabriel Prynn, violoncelo
André Ristic, piano
02. Imagens Rupestres (1996) para flautas, violoncelo e piano (24:19)
The George Crumb Trio
Norbert Girlinger, flautas (+flautim, flauta baixa, flauta octobaixa)
Andréas Pözlberger, violoncelo
Sven Brich, piano
03. Quarteto de Cordas Nº 1, “Na Perfurada Luz, Em Plano Austero” (1992/93) (25:49)
Moyzes Quartet
Stanislav Mucha, violino I
Ferenc Török, violino II
Alexander Lakatos, viola
Jan Slavík, violoncelo
Postagem irrecusável, realizada a pedido de uma querida amiga que ainda não conheço pessoalmente.
Esta nova gravação de “Thaïs” preenche uma importante lacuna no catálogo da ópera gravada. Thais nunca teve a popularidade de “Manon” ou “Werther”, mas é boa música que apenas recentemente recebeu uma gravação decente. Foi registrada duas vezes ao longo dos últimos trinta anos (a RCA em 1974, com Anna Moffo, José Carreras e Bacquier Gabriel e em 1976 pela EMI com Beverly Sills, Nicolai Gedda, e Sherrill Milnes), mas nenhuma destas gravações era satisfatórias, até porque os sopranos do papel-título (Moffo e Sills, respectivamente) já tinham passado por melhores dias. Isto certamente não ocorre com Renée Fleming, cuja voz linda é ideal para o papel da cortesã que virou freira… Fleming soa maravilhosamente jovem e profundamente envolvida no drama. Fleming é acompanhada pelo imenso Thomas Hampson, cujo Athanael supera facilmente os intérpretes anteriores. “O Seigneur, je remets mon tes mains entre ame” é um dos destaques desta gravação. Claramente, é o trabalho Hampson a espinha dorsal de toda a produção. Giuseppe Sabbatini está excelente como Nicias, um grande avanço em relação a Nicolai Gedda na EMI, mas ainda não completamente no nível de Jose Carreras no set da RCA que não está mais disponível. A realização de Yves Abel é convincente. Para aqueles que esperaram anos para uma gravação realmente boa desta ópera de Massenet, essa gravação é a resposta a suas preces.
Thaïs, Lyric Comedy in 3 Acts
Tracklist Disc 1:
01. Thaïs: Voici le pain
02. Thaïs: Le voici! Le voici!
03. Thaïs: Hélas! enfant encore
04. Thaïs: Nous nous mêlons jamais, mon fils
05. Thaïs: Vision … Honte! Horreur!
06. Thaïs: Toi, qui mis la pitié dans nos âmes
07. Thaïs: Mon fils, nous nous mêlons jamais
08. Thaïs: Prélude (Deuxième Tableau)
09. Thaïs: Va, mendiant chercher ailleirs ta vie!
10. Thaïs: Voilà donc la terrible cité
11. Thaïs: Ah! Ah! Ah!… Athanaël, c’est toi!
12. Thaïs: Ah! Ah! Ah!… Je vais donc te revoir
13. Thaïs: Garde-toi bien! Voici ta terrible ennemie!
14. Thaïs: C’est Thaïs, l’idole fragile
15. Thaïs: Quel est cet étranger
16. Thaïs: Qui te fait si sévère
17. Thaïs: Non! Non! je hais vos fausses ivresses
18. Thaïs: Ah! je suis seule, seule enfin!
19. Thaïs: Dis-moi que je suis belle
20. Thaïs: Etranger, te voilà comme tu l’avais dit
21. Thaïs: Eh bien, fais-moi connaître tou cet amour
22. Thaïs: Je suis Athanaël, moine d’Antinoé
23. Thaïs: Je n’ai pas plus choisi mon sort que ma nature
24. Thaïs: Méditation religieuse – Symphonie
Tracklist Disc 2:
01. Thaïs: Père, Dieu m’a parlé par ta voix
02. Thaïs: Non loin d’ici, vers l’occident
03. Thaïs: Considère, ô mon père
04. Thaïs: Suivez-moi tous, amis!
05. Thaïs: Divertissement: 1. Allegro vivo
06. Thaïs: Divertissement: 2. Mélopée orientale
07. Thaïs: Divertissement: 3. Allegro brillante
08. Thaïs: Divertissement: 4. Allegretto con spirito
09. Thaïs: Divertissement: 5. Mouvement de valse
10. Thaïs: Voilà l’incomparable!… Divertissement: 6 La Charmeuse
11. Thaïs: Divertissement: 7. Finale
12. Thaïs: Eh! C’est lui!… Athanaël
13. Thaïs: Il dit vrai!
14. Thaïs: L’ardent soleil m’écrase
15. Thaïs: Ah! des gouttes de sang coulent de ses pieds
16. Thaïs: O messager de Dieu, si bon dans ta rudesse
17. Thaïs: Baigne d’eau mes mains et mes lèvres
18. Thaïs: La paix du Seigneur soit avec toi
19. Thaïs: Mon oeuvre est accomplie!
20. Thaïs: Que le ciel est pesant!
21. Thaïs: C’est lui qui vient!
22. Thaïs: Qui te fait si sévère
23. Thaïs: Thaïs va mourir!
24. Thaïs: Seigneur, ayez pitié de moi
25. Thaïs: Sois le bienvenu dans nos tabernacles
26. Thaïs: C’est toi, mon père
Composed by Jules Massenet
Performed by Bordeaux Aquitaine National Orchestra
Conducted by Yves Abel
Thomas Hampson
Renée Fleming
Giuseppe Sabbatini
Elisabeth Vidal
Isabelle Cals
Enkelejda Shkosa
Renaud Capuçon
Stefano Palatchi
Johann Sebastian Mastropiero é sem dúvida um dos compositores que motivam maiores polêmicas entre os musicólogos. Por exemplo, diversos autores divergem em sua data de nascimento. Seria um 7 de fevereiro, mas se não concordam nem quanto ao século, o que dirá do ano? Do mesmo modo, há vários países que disputam sua nacionalidade. Tampouco se conhece a data de sua morte. Nem se esta verdadeiramente ocorreu.
Há também controvérsias sobre seu nome, pois ele também foi conhecido por Peter Illich, Wolfgang Amadeus, etc. A grande dispersão de dados biográficos sobre o mestre e as grandes lacunas existentes acerca de determinados períodos de sua vida, fazem com que seja muito difícil escrever uma biografia minimamente completa.
Há 40 anos, o grupo argentino Les Luthiers dedica-se quase que com exclusividade à obra de Mastropiero. P.Q.P. Bach, aproveitando esta fase de lagos adormecidos pelo balé, traz para o blog o esplêndido balé El Lago Encantado, do qual é ouvida a música — FANTÁSTICA — além DA NARRAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS DO PALCO. Coisa de louco!
https://youtu.be/ODvjmV8SolM
Este é a segunda postagem de Mastropiero. Muita atenção.
Para quem não conhece o Les Luthiers, vejam aqui como não sabemos nada sobre nossos vizinhos. Os caras são pouco famosos…
Mais detalhes aqui, aqui ou com a Condessa Shortshot.
Depois do Bolero, aí está a versão que Larry Coryell fez pra obra de Stravinsky. Eu particularmente, achei sensacional, um respeito muito grande com a obra original.
Agora convenhamos, transcrever para violão uma obra de um nível de orquestração tão complexo quanto a Sagração da Primavera não é para qualquer um. E não pensem que Coryell parou por aqui com suas transcrições. Logo trarei a “Petrouschka” e novamente “As Quatro Estações”. Ah, estava esquecendo da “Sherazade” de Korsákov.
Ganhei esta gravação há uns vinte e poucos anos atrás, ainda no tempo das fitas cassetes, e lembro que a fita arrebentou de tanto que a ouvi. Dei um jeitinho, a prendi com durex, e ela continuou a tocar por mais algum tempo, até eu ter acesso ao CD.
01 Part I. The Adoration of The Earth
02 Part II. The Sacrifice
Finalmente a Deutsche Grammophon faz uma homenagem a um de seus principais maestros, Karl Böhm, e o faz com uma caixa de 23 cds com as últimas gravações que o maestro realizou em vida, diante de três orquestras, a saber, Sinfônica de Londres, de Viena e a de Dresden. Com o tempo trarei alguns cds dessa coleção.
Começo com algumas aberturas de Beethoven, e Böhm conhecia muito bem esse repertório, e também essa orquestra. Portanto, é difícil alguma coisa dar errada por aqui.
Espero que apreciem.
1. Music To Goethe’s Tragedy “Egmont” Op.84
2. Overture “Coriolan”, Op.62
3. The Creatures of Prometheus, Op.43
Assim como Ravel, Bartók tem uma notável obra sinfônica, mas não compôs “Sinfonias”. O mais próximo que chegou disso foi no belíssimo Concerto para Orquestra e, antes, nas 4 Peças Orquestrais. Os cinco movimentos do Concerto para Orquestra formam uma obra-prima da literatura musical do século XX. Escrito no exílio norte-americano em 1943, foi revisado em 1945 com Bartók já tomado pela leucemia. Mas não pensem numa música triste ou “de morte”. É antes uma composição de fé na humanidade ao final da Segunda Guerra que devastou sua Hungria. Sua estrutura lembra a dos Concerti Grossi barrocos, concertos onde não apareciam ainda um único e grande solista, mas sim vários deles dialogando. A linguagem é moderna e o resultado sensacional.
Bartók escreveu: “O título deste trabalho tem por objetivo de tratar os instrumentos individuais ou grupos de instrumentos de uma forma concertante ou solista. O tratamento “virtuose” aparece, por exemplo, nas seções em fugato do desenvolvimento do primeiro movimento (instrumentos de sopro) ou nas passagens do “perpetuum–móbile” que aparece como o principal tema no último movimento (cordas), e, principalmente, no segundo movimento. Quanto à estrutura, o primeiro e o quinto movimentos são escritos na “forma sonata” de uma maneira mais ou menos regular e o desenvolvimento do primeiro movimento contém seções em fugato para os metais, a exposição no final é um pouco prolongada, e seu desenvolvimento é uma fuga construída no último tema da exposição. Formas menos tradicionais são encontradas no segundo e terceiro movimentos. A parte principal do segundo movimento consiste em um encadeamento de pequenas seções independentes, tocados por instrumentos de sopro introduzido em pares (fagotes, oboés, clarinetes, flautas, trompetes com sordina) . Tematicamente, as cinco seções não têm nada em comum e pode ser simbolizado pelas letras A, B, C, D, E. O trio é um pequeno coral para metais e tambor seguindo as cinco seções, retomadas em uma instrumentação mais elaborada. A estrutura encadeia o segundo e o terceiro movimentos. Três temas são ouvidos sucessivamente, o que constitui o núcleo do movimento que é enquadrado por uma textura nebulosa de motivos mais rudimentares. O material temático deste movimento é derivado da “Introdução” do primeiro movimento. A forma do quarto movimento Intermezzo interrotto pode ser pensado baseado nas letras A, B, A – interrupção – B, A”.
Béla Bartók (1881-1945): Concerto for Orchestra / Orchestral Pieces, Op. 12
Então vamos encerrar mais uma caíxa.
Para quem não sabe, o instrumento chamado Recorder nada mais é que a nossa flauta doce, aquela mesma que iniciou muita gente na música, nos tempos de colégio. Minhas primeiras noções de música foram em um colégio de freiras, com uma freira que era excelente musicista, mas sua metodologia de ensino deixava a desejar. Mesmo assim, aprendi ali a identificar as notas, a soprar naquelas pequeninas flautas Yamaha. Aliás, ainda tenho a minha, desmontada, desafinada, mas guardada em algum recanto da minha eterna bagunça.
Mas voltando ao CD, o flautista Phillip Beckett é um craque com este instrumento, e dá um show com sua performance. A genialidade de Händel explorou todas as sutilezas, nuances e detalhes deste instrumento tão peculiar.
1 – Recorder Sonata in G major, HWV 358
2 – Recorder Sonata in C major, Op.17, HWV 365
3 – Recorder Sonata in D minor, Op.19a, HWV 367a
4 – Recorder Sonata in B flat major, HWV 377
5 – Recorder Sonata in G minor, Op.12, HWV 360
6 – Recorder Sonata in F major, Op.111, HWV 369
7 – Recorder Sonata in A minor, Op.14, HWV 362
8 – Trio Sonata in F major for 2 Recorders and bc, HWV 405
Estou trazendo mais dois volumes da coleção de música de câmara de Händel para concluir a série de Trio Sonatas. A formação básica continua a mesma, ou seja, dois violinos e baixo contínuo, este último podendo ser o cravo ou o violoncelo, ou ambos. O timaço de músicos liderado por John Holloway continua fazendo seu impecável trabalho.
CD 4
1 – Trio Sonata in A major for 2 Violins and bc (Op – 51) HWV396
2 – Trio Sonata in D major for 2 Violins and bc (Op – 52) HWV397
3 – Trio Sonata in E minor for 2 Violins and bc (Op – 53) HWV398
4 – Trio Sonata in G major for 2 Violins and bc (Op – 54) HWV399
5 – Trio Sonata in G minor for 2 Violins and bc (Op – 55) HWV400
6 – Trio Sonata in F major for 2 Violins and bc (Op – 56) HWV401
7 – Trio Sonata in B flat major for 2 Violins and bc (Op – 57) HWV402
CD 5
1 – Sinfonia in B flat major, HWV338
2 – Trio Sonata in F major for 2 Violins and bc, HWV392
3 – Trio Sonata in C minor for 2 Violins and bc (Op – 21a), HWV386a
4 – Trio Sonata in G minor for 2 Violins and bc, HWV393
5 – Trio Sonata in C major for 2 Violins and bc, HWV403
6 – Trio Sonata in E major for 2 Violins and bc, HWV394
John Holloway – Violin
Micaela Comberti – Violin
Alison Bury – Violin
Susan Sheppard – Cello
Robert Wooley – Harpsichord
Lucy Carolan – Harpsichord
Quando coloquei este CD no mp3 do carro, não demorou muito para o Prestes protestar:
— Ó, filho de Bach, esse troço é um lixo.
— Mas é Miles Davis.
— Não interessa, é um LIXO!
Logo depois, o Igor começou a teorizar, dizendo que poucos criadores e artistas sobreviveram ilesos ao mau gosto dos anos 80. Ambos têm razão. O Igor referiu-se à forma como a época imiscuiu-se na obra dos mais diversos criadores musicais com resultados quase sempre muitíssimo danosos e malcheirosos do ponto de vista artístico. Prestes disse que o álbum vermelho do conservador (do ponto de vista musical) Chico Buarque, lançado em 1984, possui coisas estranhas como aqueles sons — schuuupp, fiiiissst… — que acompanham a criançada se alimentando de luz. É verdade, não tinha me dado conta. Eu não sei o que houve naquela época. O disco, com suas baterias eletrônicas e seus tecladinhos com sons de estrelas tomaram conta do panorama de tal maneira que o melhor foi cobrir a cabeça com o travesseiro das músicas de qualquer outra época. Igor citou os Ramones como exemplo de dignidade e resistência ao ridículo. Miles Davis? Sim o grande Miles foi vitimado, soçobrando lamentavelmente.
(Neste momento, já em casa, minha filha revolta-se contra a versão a la Paul Mauriat ou André Rieu para Time after time (sim, de Cyndi Lauper) que está na faixa 7 do segundo CD.
— Pai, por que tu tens que ouvir essa droga?
Ah, se ela tivesse ouvido Human Nature… Eu estaria morto).
Bem, aqui temos dois CDs. O primeiro é o Tutu original. A única coisa que presta no disquinho é Tutu e Full Nelson, cujo nome correto deveria ser Full Prince, pois o anão de Minneapolis faz exatamente aquilo ali, só que muito melhor. O segundo CD é uma tentativa desesperada dos relançadores atuais de salvar a situação. É um álbum remasterizado de um concerto de Miles no Festival de Nice de 1986, nunca lançado antes. O CD é bom, as improvisações estão ali, mas não funciona. Era 1986 e há coisas de brochar qualquer vivente.
Tutu (uma homenagem a Desmond Tutu) foi lançado em dezembro daquele ano e, na verdade, deu nova feição à carreira de Miles. Para variar, a merda ganhou dois prêmios Grammy e recolocou o genial trompetista como uma grande estrela internacional. Nada mais imerecido. Como dizia minha mãe, que não costumava ouvir nunca porcarias, é MÚSICA PERECÍVEL. (Obrigado, Maria Luiza).
Quase todas as composições do disco são do baixista e produtor Marcus Miller. Aliás, como comentaram o Igor e o Prestes, foi uma tremenda sacanagem do cara. Ao lado de todo aquele mau gosto, de toda aquela distorção Bee Gees, há um baixo seguro e digno. Só. É Marcus Miller, que parece ter feito a bosta com a segunda intenção ser o único sobrevivente. Olha só: o trompete de Miles no Tutu original está sempre com surdina, as baterias são eletrônicas, os teclados abrem portais imaginários com fadinhas dentro. O único som humano é o do baixo e de um lá que outro sax. O resto está abaixo no nível do rio Mississipi, sob a água.
Mas foi um tremendo sucesso de público.
Eu acho engraçada a forma como é dividida a carreira do indiscutivelmente genial Miles Davis:
1 Juventude – de 1926 a 1944
2 Bebop e Birth of the Cool – de 1944 a 1955
3 Primeiro Grande Quinteto e Sexteto – de 1955 a 1958
4 Gravações com Gil Evans – de 1957 a 1963
5 Kind of Blue – de 1959 a 1964
6 Segundo Grande Quinteto – de 1964 a 1968
7 Elétrico Miles – de 1968 a 1975 8 Década Final – de 1981 a 1991 <– Ou seja, o grande equívoco, a MERDA que nem recebeu um título distinto da temporalidade que a caracterizasse.
9 Morte – 1991
Miles Davis — Tutu Remastered Album — Deluxe Edition (2011)
1. Tutu
2. Tomaas
3. Portia
4. Splatch
5. Backyard Ritual
6. Perfect Way
7. Don’t Lose Your Mind
8. Full Nelson
CD 2 Live At Nice Fest 1986
1. Opening Medley
2. New Blues
3. Maze
4. Human Nature
5. Portia
6. Splatch
7. Time After Time
8. Carnival
Miles Davis – trumpet
Marcus Miller – bass guitars, guitar, synthesizers, drum machine programming, bass clarinet, soprano sax, other instruments.
Jason Miles – synthesizer programming
Paulinho da Costa – percussion on “Tutu”, “Portia”, “Splatch”, Backyard Ritual”
Adam Holzman – synthesizer solo on “Splatch”
Steve Reid – additional percussion on “Splatch”
George Duke – all except percussion, bass guitar, and trumpet on “Backyard Ritual”
Omar Hakim – drums and percussion on “Tomaas”
Bernard Wright – additional synthesizers on “Tomaas” and “Don’t Lose Your Mind”
Michał Urbaniak – electric violin on “Don’t Lose Your Mind”
Jabali Billy Hart – drums, bongos
No filme abaixo, o violinista porto-alegrense Lavard Skou Larsen — amigo pessoal de PQP Bach — tira um sarro dos vibratos da insuportável e incompreensível violinista polonesa Anna Karkowska, espécie de Florence Foster Jenkins do instrumento. Lavard Skou Larsen é professor de violino na Universidade Mozarteum, em Salzburg, e da cadeira de prática de orquestra. Desde 1991, é fundador, maestro e diretor artístico da excelente Salzburg Chamber Soloists, de grande sucesso no mundo inteiro. Grava regularmente para os selos Naxos, Denon, CPO, Marco Polo, Stradivarius e Coviello Classics e, em 2004, assumiu o cargo de maestro titular da Deutsche Kammerakademie Neuss am Rhein (Alemanha).
No final do filme, vale a pena ouvir a versão vibrato (sic) da Noite Transfigurada, de Arnold Schoenberg…
Até agora, tinha pouca coisa desse impressionante pianista franco-cipriota (?) chamado Cyprien Katsaris. Sabia que ele gravou a integral das sinfonias de Beethoven em sua versão de Liszt para Piano, entre outras gravações elogiadas. Mas não conhecia o seu Chopin.
Não consegui ainda ter uma opinião formada, pois só tive acesso a esse material há pouco tempo atrás. Mas eu facilmente classificaria Katsaris, ao menos nas duas primeiras sonatas, como um Tsunami. A calmaria, e de repente, a agitação culminando com gigantes ondas, inundando tudo, não deixando pedra sobre pedra. Deixem um pouco de lado a emotividade a flor da pele da nossa querida e delicadíssima Khatia Buniatshivilli. Com Katsaris as emoções são mais fortes, diria até mesmo mais explícitas.
Na Terceira Sonata parece que ele se acalma um pouco, com um terceiro movimento, um Largo, quase perfeito.
Então, para os fãs de Chopin, e de que também gostam de fortes emoções, Cyprien Katsaris é o intérprete perfeito.
01 Chopin Piano Sonata No. 1 – I. Allegro maestoso
02 II. Menuetto
03 III. Larghetto
04 IV. Finale- Presto
05 Chopin Piano Sonata No. 2 – I. Grave – Doppio movimento
06 II. Scherzo
07 III. Marche funebre
08 IV. Finale- Presto
09 Chopin Piano Sonata No. 3 – I. Maestoso
10 II. Scherzo
11 III. Largo
12 IV. Finale- Presto, non tanto
Já há algum tempo que eu estava organizando esta postagem do compositor tcheco Bohuslav Martinu. Somente agora tomei a atitude de fazê-lo. Fiquei com dúvida sobre qual versão postar. Tenho uma outra gravação dessas mesmas sinfonias com Neeme Järvi. O fato é que escolhi esta gravação com Vaclav Neumann de modo instintual. Achei necessário que ela aparecesse primeiro. Explicação? Nenhuma. Apenas o fato de talvez eu ter ouvido primeiro a gravação com o Neumann, patrício de Martinu, morto no ano de 1995. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!
Bohuslav Martinu (1890-1959): Sinfonias completas de 1 a 5 e Fantasia Sinfônica (Sinfonia Nº 6)
DISCO 1
Symphony No. 1, H. 289 37min22
01. Moderato
02. Allegro.Poco moderato. Allegro come prima
03. Largo
04. Allegro non troppo
Symphony No. 2, H. 295 23min40
05. Allegro moderato
06. Andante moderato
07. Poco allegro
08. Allegro
DISCO 2
Symphony No. 3, H. 299 28min36
01. Allegro poco moderato
02. Largo
03. Allegro
Symphony No. 4, H. 305 33min29
04. Poco moderato. Poco allegro 00:07:00
05. Allegro vivo. Moderato (Trio). Allegro vivo 00:08:59
06. Largo 00:10:03
07. Poco allegro 00:07:11
Ué, o FDPBach tá ficando louco? Postando o mesmo cd duas vezes seguidas …
Não, meus queridos, aqui é outra coisa. Deixe-me explicar: Coryell lançou sua primeira “versão” do “Bolero” de Ravel em LP em 1981, que foi o disco que postei ontem.
Dois anos depois ele voltou a encarar o desafio, mas desta vez, deixou que a improvisação corresse solta, não que ele não tenha improvisado no LP, mas aqui o próprio nome da faixa dá a dica: “Improvisations on ‘Bolero'” . E foi essa a “versão” que tive o privilégio de assistir ao vivo, em 1994.
Aqui a coisa é mais solta. Munido novamente de um violão com cordas de aço, ele descontrói a peça clássica de Ravel, dá um nó, bate no liquidificador, enfim, tudo o que um grande improvisador pode e deve fazer. Em Floripa, ouvi alguns comentários vindos de poltronas atrás de mim que diziam que aquilo que ele estava tocando não era o “Bolero”. Claro que são pessoas que não tinham muita familiaridade com a proposta do músico, nem tinham o costume de ouvir Jazz.
01 – Improvisation on ‘Bolero’
02 – Nothing Is Forever
03 – Something for Wolfgang Amadeus
04 – Prelude from ‘Tombeau de Couperin’
05 – Elegancia del Sol
06 – Fancy Frogs
07 – 6 Watch Hill Road
08 – Blues in Madrid
09 – Motel Time
10 – At the Airport
11 – Brazilia
12 – A Piece for Larry
13 – La Pluie
14 – Waltz No. 6
15 – Patty’s Song
E já que estamos falando de adaptações, variações, músicos tocando fora de sua praia, resolvi trazer essa impressionante leitura do tradicional Bolero de Ravel por um dos maiores mestres da guitarra no jazz, Larry Coryell. De quebra, ele ainda encara “Noches En Los Jardines De Espana”.Um espanto esse cara.
Fazem vinte e um anos, se não estou enganado, quando tive a oportunidade de vê-lo tocando ao vivo em Floripa. Uma tradicional rádio da cidade promoveu sua vinda, e tivemos uma amostra do MÚSICO que Larry Coryell é, assim mesmo escrito, em letras maiúsculas. Tocou com músicos brasileiros, baianos, na época ele andava muito pelo Brasil, mas na maior parte do tempo, esteve sentado em um banquinho, tendo seu violão com cordas de aço como companhia. Também tocou uma das mais belas versões de “Roun´ Midnight” que já tive a oportunidade de ouvir. Quem esteve presente naquela noite jamais esquecerá.
Na verdade, Coryell gravou alguns discos tocando adaptações de peças clássicas, como “Petrouchka”, de Stravinsky e “Sherazade” do Rimsky-Korsákov, e até mesmo “As Quatro Estações”, que já postei por aqui, mas devido a problemas de ordem técnica, o link se perdeu.
O único defeito desse disco que ora vos trago é sua curta duração, pouco mais de meia hora. Mas lhes garanto que serão trinta e poucos minutos de puro virtuosismo e amor ao instrumento.
Deliciem-se.
01 Bolero
02 Noches En Los Jardines De Espana
03 Zapateado, Op.23 No.2
Mais uma gravação das Goldberg para a minha coleção, dessa vez com um dos ídolos do blog, o cara que apresentou Bach para muita gente, ainda nos anos cinquenta, sessenta e setenta. Enfim, Karl Richter foi um dos grandes nomes quando se fala em interpretação da obra de Johann Sebastian Bach. Podemos até não concordar com algumas leituras, mas ninguém é doido a ponto de negar a importância dele na divulgação da obra de Papai Bach.
Estas Variações Goldberg que ora vos trago podem parecer pesadas para alguns ouvidos mais acostumados com outras gravações, entre tantas existentes no mercado. Gustav Leonhardt, que foi um dos maiores intérpretes de Bach de todos os tempos, e mais recentemente Pierre Häntai são os meus favoritos, sem esquecer de Ralph Kirpatrick, que me apresentou estas obras, em um belíssimo LP da Arkiv, e que ouvi primeiramente ainda na minha infância. Glenn Gould causou alvoroço quando gravou essas variações lá em 1955, mas no piano. Ao cravo, os três nomes citados acima são os meus favoritos.
Então, mortais, deleitem-se com Karl Richter tocando as Variações Goldberg.
01. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Aria
02. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 1 a 1 Clav.
03. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 2 a 1 Clav.
04. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 3 Canane all’Unisono a 1 Clav.
05. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 4 a 1 Clav.
06. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 5 a 1 ovvero 2 Clav.
07. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 6 Canone alla Seconda a 1 Clav.
08. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 7 a 1 ovvero 2 Clav. Al temp…
09. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 8 a 2 Clav.
10. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 9 Canone alla Terza a 1 Clav.
11. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 10 Fugetta a 1 Clav.
12. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 11 a 2 Clav.
13. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 12 Canone alla Quarta (a 1 C…
14. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 13 a 2 Clav.
15. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 14 a 2 Clav.
16. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 15 Canone alla Quinta in mot…
17. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 16 Ouverture a 1 Clav. Andante
18. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 17 a 2 Clav.
19. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 18 Canone alla Sesta a 1 Clav.
20. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 19 a 1 Clav.
21. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 20 a 2 Clav.
22. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 21 Canone alla Settima (a 1…
23. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 22 a 1 Clav. Alla breve
24. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 23 a 2 Clav.
25. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 24 Canone all’Ottava a 1 Clav.
26. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 25 a 2 Clav. Adagio
27. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 26 a 2 Clav.
28. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 27 Canone alla Nona a 2 Clav.
29. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 28 a 2 Clav.
30. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 29 a 1 ovvero 2 Clav.
31. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Variatio 30 Quodlibet a 1 Clav.
32. J.S. Bach Goldberg Variations BWV 988 – Aria da Capo
Um dos grandes momentos da discografia de Claudio Abbado foi a gravação da integral das sinfonias de Mendelssohn frente à Sinfônica de Londres. A cumplicidade entre a orquestra e o maestro era muito grande, e essas leituras que ele realizou das sinfonias e aberturas do grande compositor de Leipzig mostram isso claramente nesta gravação que ora vos trago, que tem a Sinfonia n°3, conhecida como “Escocesa” além de algumas aberturas.
Já comentei anteriormente como gosto destas sinfonias de Mendelssohn. São alegres, espirituosas, me deixam de bem com a vida. Este fantástico compositor viveu pouco mas nos legou uma quantidade de obras de altíssimo nível.
Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847): Symphony N°3 / The Fair Melusina / Trumpet Overture / Ruy Blas
1 Sym No 3 in A minor Op 56 ‘Scottish’ – 1 Andante con moto_ Allegro un poco agitato
2 Sym No 3 in A minor Op 56 ‘Scottish’ – 2 Vivace non troppo
3 Sym No 3 in A minor Op 56 ‘Scottish’ – 3 Adagio
4 Sym No 3 in A minor Op 56 ‘Scottish’ – 4 Allegro vivacissimo_ Allegro maestoso assai
5 The Fair Melusina Overture Op 32
6 Trumpet Overture – Op 101
7 Ruy Blas – Op 95
London Symphony Orchestra
Claudio Abbado – Conductor
Uma importante gravação do passado. Ultra-romântico, o violinista de lentes grossas Wolfgang Schneiderhan carregava em cores pouco utilizadas em nossos dias. O cara foi spalla da Orquestra Filarmônica de Viena e mantinha, paralelamente, uma carreira solo.. Esqueçamos seu passado no Partido Nazista. Afinal, entrou na coisa aos 15 anos, em 1940. Engraçado como, em outra gravação, Ferenc Fricsay deixou Schneiderhan mais calmo do que ele aparece aqui, fazendo berrar seu violino com a utilização de uma força descomunal. Devia ter calosidades nas mãos. Mas o resultado é bom, mas só depois que paramos de rir de certos exageros.
Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violino (completas)
1 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78 – 1. Vivace ma non troppo 10:39
2 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78 – 2. Adagio 7:47
3 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.1 in G, Op.78 – 3. Allegro molto moderato 7:55
4 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100 – 1. Allegro amabile 8:01
5 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100 – 2. Andante tranquillo – Vivace – Andante – Vivace di più – Andante vivace 5:46
6 Brahms: Sonata for Violin and Piano No.2 in A, Op.100 – 3. Allegretto grazioso (Quasi andante) 5:06
7 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 1. Allegro 7:28
8 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 2. Adagio 4:50
9 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 3. Un poco presto e con sentimento 2:37
10 Brahms: Sonata for Violin and Piano No 3 in D minor, Op.108 – 4. Presto agitato 5:40
11 Brahms: Scherzo in C minor for violin & piano (from the FAE-Sonata) 5:28
Para não me alongar demais, esse CD com a gravação dos concertos para piano de Chopin com o Rubinstein me acompanha há mais de 30 anos, e pretendo que me acompanhe até o final de meus dias. Trata-se de um daqueles cds que com certeza iria me acompanhar se eu fosse para uma ilha deserta.
Vão surgir,e já surgiram outros grandes pianistas que gravaram estes concertos, ou que vão gravar, em gravações memoráveis, mas, assim como o Segundo de Brahms com o Kovacevich, para mim essas são as gravações definitivas destas obras primas. Rubinsten nasceu com um dom absoluto, capaz de transformar notas musicais em poesia, e assim como um bom vinho, quanto mais velho ficava, melhor tocava. Conhecia estas obras de cor, e com sua postura impecável, seu fraseado elegante e sempre com olhos fechados, sentia cada nota, cada silëncio. Um fenômeno da natureza. E tenho dito.