Sergei Rachmaninov (1873-1943) et all. – Fantasia – Yuja Wang

folderO talento de Yuja Wang ninguém é louco de contestar. A moça é um assombro. É impressionante a musicalidade que consegue extrair do piano quanto está tocando. Neste cd que ora vos trago os senhores poderão melhor entender o que estou dizendo. O repertório é bem eclético. Vai da delicada e sensível ´Melodie de Gluck´, de Sgambati, baseada em Gluck, até Art Tatum, famoso pianista de jazz norte americano, famoso na primeira metade do século XX.

São pequenas peças, pelas quais Yuja Wang tem muito carinho, e geralmente são as obras que ela toca quando “bisa” em seus recitais, os famosos encores. Uma análise mais detalhada pela própria pianista pode ser lida no booklet em anexo.

01 – Rachmaninov- Etude-tableau in A minor, Op.39 No.6
02 – Rachmaninov- Etude-tableau in B minor, Op.39 No.4
03 – Rachmaninov- Elegie in E flat minor, Op.3 No.1
04 – Rachmaninov- Etude-tableau in E flat minor, Op.39 No.5
05 – Scarlatti- Sonata in G major, K.455
06 – Gluck (arr. Sgambati)- Melodie de Gluck
07 – Albeniz- Triana
08 – Bizet-Horowitz- Variations on a Theme from Carmen
09 – Schubert (arr. Liszt)- Gretchen am Spinnrade, D118
10 – Strauss (arr. Cziffra)- Tritsch-Tratsch-Polka, Op.214
11 – Chopin- Valse in C sharp minor, Op.64 No.2
12 – Dukas (arr. Staub)- L’Apprenti sorcier
13 – Scriabin- Prelude in B major, Op.11 No.11
14 – Scriabin- Prelude in B minor, Op.13 No.6
15 – Scriabin- Prelude in G sharp minor, Op.11 No.12
16 – Scriabin- Etude in G sharp minor, Op.8 No.9
17 – Scriabin- Poeme in F sharp major, Op.32 No.1
18 – Saint-Saens (arr. Liszt-Horowitz)- Danse macabre, Op.40

Yuja Wang – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

628x471
Yuja Wang – Outro jovem talento a serviço da música

Anton Bruckner – Symphony nº 8 – WPO, Giulini

51YnJKC32rL._SY300_A mais wagneriana das sinfonias de Bruckner, foi escrita em homenagem ao compositor Richard Wagner, que havia morrido um pouco antes, em 1883.
Já comentei em postagem anterior que não tenho muita afinidade e nem muita intimidade com a obra de Bruckner, mas esta sinfonia e também sua quarta sinfonia me comovem muito. Mostra um compositor maduro, que conhece muito bem os meandros da estrutura sinfônica, e que sabe explorar como poucos exatamente as potencialidades de uma orquestra.
Giulini e a Filarmônica de Viena foram parceiros por décadas, e realizaram algumas gravações memoráveis, entre elas estão estas três últimas sinfonias de Bruckner que estou postando. No caso específico desta oitava sinfonia, os clientes da amazon foram categóricos em lhe dar cinco estrelas.
Como sempre recomendo nestes casos, trata-se de obra para meditar, para pensar, não é música para simples entretenimento. Sugiro então, como sempre, que os senhores sentem-se em suas melhores poltronas, e, aproveitando este clima propício, degustem um bom vinho, enquanto apreciam este cd que classifico facilmente como “IM-PER-DÍ-VEL !!!

01 – Bruckner – Symphony No.8 in C minor – 1. Allegro moderato
02 – 2. Scherzo Allegro moderato – Trio Langsam
03 – Bruckner – Symphony No.8 in C minor – 3. Adagio Feierlich langsam
04 – 4. Finale Feierlich, nicht schnell

Wiener Philharmoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FDPBach

 

Anton Bruckner – Sinfonia Nº 7 – Wiener Philharmoniker, Giulini

71uI-NjqBfL._SL1417_Não posso me considerar um bruckneriano. Temos outros dois colegas aqui no PQPBach com maior conhecimento de causa, que são o nosso mentor, é claro, PQPBach, e nosso esporádico colega Carlinus. Sou, digamos, um ouvinte esporádico de suas obras. Tenho algumas integrais, inclusive já postei algumas gravações. Acho que na verdade ainda temo a grandiosidade de sua obra, de seu gigantismo, de suas verdadeiras “catedrais” sonoras, como várias vezes li em algumas críticas.
Nestas postagens não pretendo me redimir diante desse fato. Não, apenas pretendo lhes mostrar três versões de primeira linha, em minha modesta opinião, das últimas três sinfonias, nas mãos bem seguras de Carlo Maria Giulini, um maestro que pouco aparece por aqui, o que é de se lamentar. Giulini gravou estas sinfonias diversas vezes, com outros grupos orquestrais, conhecia profundamente a obra de Bruckner, e atingiu o ápice de sua performance ao dirigir as sinfonias de número 7, 8 e 9 com a Filarmônca de Viena.
Vamos começar pelo começo, então, trazendo a Sétima Sinfonia, gravação esta inexplicavelmente fora do catálogo da DG. Ou então eu não soube procurar.

01 – Bruckner – Symphony No.7 in E major – 1. Allegro moderato
02 – 2. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam
03 – 3. Scherzo Sehr schnell
04 – 4. Finale Bewegt doch nicht schnell

Wiener Philharmoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Um gênio que dedicou sua vida a música
Anton Bruckner – Um gênio que dedicou sua vida a música

 

Franz Schubert (1797-1828) – Complete Symphonies – Cd 4 de 4 – Minkowski, Les Musiciens du Louvre Grenoble

box1Então chegamos ao último cd desta bela coleção das Sinfonias de Schubert na surpreendente interpretação de Mark Minkowski e seu excelente conjunto “Les Musicien du Louvre Grenoble”. Surpreendente pelo fato de que até então eu não tinha tido acesso a esta “faceta” de Minkowski e seu conjunto, afinal em minha cdteca eu tinha apenas suas gravações de óperas barrocas, e nesse repertório ele é referência. Haendel e Vivaldi em suas mãos é uma coisa de louco.
Mas neste quarto cd temos a grandiosa Grande Sinfonia em Dó Maior, para alguns musicólogos, sua Nona Sinfonia, para outros sua Oitava Sinfonia, mas não quero me estender nesta discussão, ela é longa, complexa e não chega a lugar nenhum.
Novamente, comparando com a versão de Günther Wand que PQPBach postou dias atrás, volto a repetir o que escrevi sobre o terceiro CD desta coleção.A orquestração de Minkowski é mais leve, solta, ele se utiliza de um menor número de músicos, e isso torna a obra mais delicada aos ouvidos, não é tão compacta, densa.
Então, fiquem em paz consigo mesmos, e apreciem o belo. Como sempre, nestes dias frios, sugiro um bom vinho e sua melhor poltrona para melhor poderem apreciar esta sinfonia. Schubert foi um gênio, pena que viveu tão pouco.

1 – Symphony No.8(9) in C major ‘Great C major’, D944 – I. Andante – Allegro ma non troppo
2 – Symphony No.8(9) in C major ‘Great C major’, D944 – II. Andante con moto
3 – Symphony No.8(9) in C major ‘Great C major’, D944 – III. Scherzo. Allegro vivace
4 – Symphony No.8(9) in C major ‘Great C major’, D944 – IV. Finale. Allegro vivace

Les Musicien du Louvre Grenoble
Mark Minkowski – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 7 de 8

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 7 de 8

OK, caro leitor, IM-PER-DÍ-VEL !!!

Link revalidado por PQP, o qual simplesmente não admite que estas gravações fiquem fora de nosso blog. A coleção fodástica chega próxima do final.

Estamos quase concluíndo a série. Eis o sétimo cd da coleção “Boulez Conducts Bartók”.

Este CD traz a “Cantata Profana”, composta para Tenor, Barítono, Coro Duplo e Orquestra. Trata-se de uma obra pouco gravada, devido talvez à complexidade de sua composição e talvez também ao grande número de músicos necessários para a sua execução. Foi escrita em 1930 e sua primeira execução se deu apenas em 1934.

Eis a descrição da obra, retirada da Wikipedia:

Cantata Profana (subtitled A kilenc csodaszarvas; English: The Nine Splendid Stags;German: Die Zauberhirsche) Sz. 94, is a choral work for tenor, baritone, choir and orchestra by the Hungarian composer Béla Bartók. It was written in 1930 and first performed on BBC Radio on 25 May 1934 by the BBC Symphony Orchestra conducted by Aylmer Buesst.
The Hungarian text is based on a Romanian colinda (a type of Christmas carol) about a father who teaches his nine sons the art of hunting. One day they cross a haunted bridge deep in the forest and are turned into nine stags. Their father arrives and aims his bow at them but when he learns that they are in fact his sons he begs them to return home. The stags reply that this is no longer possible since their antlers would not fit through the door; their new life is in the forest. “

Esta gravação de Boulez foi realizada em 1992, e traz o excelente barítono wagneriano John Tomlinson e o tenor John Aler, acompanhados do excelente Chicago Symphony Chorus.

A outra peça presente no CD é o conhecido Ballet “The Wooden Prince”, que estreou em 1917, e também necessita uma grande orquestra para sua interpretação, incluindo saxofones. Eis uma pequena sinopse da peça, encontrada na Wikipedia:
“A prince falls in love with a princess, but is stopped from reaching her by a fairy who makes a forest and a stream rise against him. To attract the princess’ attention, the prince hangs his cloak on a staff and fixes a crown and locks of his hair to it. The princess catches sight of this “wooden prince” and comes to dance with it. The fairy brings the wooden prince to life and the princess goes away with that instead of the real prince, who falls into despair. The fairy takes pity on him as he sleeps, dresses him in finery and reduces the wooden prince to lifelessness again. The princess returns and is finally united with the human prince.”

Boulez novamente está à frente de sua querida Chicago Symphony, e faz um trabalho memorável, demonstrando sua versatilidade e seu profundo conhecimento da obra de Bartók. Todos os comentários da amazon lhe deram cinco estrelas.
Espero que os senhores apreciem.

Bela Bartók – Boulez Conducts Bartók (CD 7 de 8) Cantata Profana Sz 94, The Wooden Prince, Sz 60 – Aler, Tomlinson, Boulez, CSO

01 – Cantata Profana I. there was once an old man
02 – II. but their father grew impatient
03 – III. Volt egy oreg apo
04 – The Wooden Prince – Introduction
05 – First Dance
06 – Second Dance
07 – Third Dance
08 – Fourth Dance
09 – Fifth Dance
10 – Sixth Dance
11 – Seventh Dance

John Aler – Tenor
John Tomlinson – Barítono
Chicago Symphony Chorus
Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

O imortal Béla Bartók
O imortal Béla Bartók

FDP Bach

Franz Schubert (1797-1828) – Complete Symphonies – Cd 3 de 4 – Minkowski, Les Musiciens du Louvre Grenoble

box1Pensaram então que eu tinha esquecido do Schubert do MInkowski? Mas na verdade esperei a postagem do PQPBach, que trazia o genial velhinho Günther Wand regendo essas mesmas sinfonias que viria a postar. A versão de Wand é definitiva, e serve de parâmetro para outras.

Mas não creio que sirva de parâmetro para Minkowski, principalmente devido ao tamanho da orquestra. Wand tinha à sua disposição todo o corpo orquestral da Filarmônica de Berlim, e além disso não se interessava por versões ditas originais ou históricas. E os senhores já irão entender o que digo quando começarem a tocar as cordas dos “Les Musiciens du Louvre Grenoble”.

Outro detalhe interessante é que Minkowski ignora a partir dessa “Inacabada” a numeração das sinfonias. Ignora o fato de que Schubert nunca compôs uma Sétima Sinfonia, e simplesmente pulou da “Sexta” para “Oitava”. Renomeia então a mundialmente conhecida “Oitava Sinfonia” como “Sétima”. Existem motivos para tanto, e os senhores poderão entender melhor quando lerem o booklet que virá anexo ao último cd. Ou então os senhores poderão ler na Wikipedia. Para resumir, a questão e muito complexa, e os musicólogos nunca chegaram a alguma conclusão a respeito do assunto.

Independentemente de numeração, o que temos aqui é um profundo respeito por um marco da sinfonia ocidental. Talvez não tenha a solenidade de Wand, ou até mesmo de Karajan, que realizou uma leitura maravilhosa destas obras. Mas aquele lado introspectivo, tipicamente schubertiano, está presente.

Não tão denso, pesado, pessimista, eu diria, ao contrário, a impressão que dá é que podemos visualizar uma esperança no final do túnel. É a arte superando a escuridão e as trevas e nos proporcionando belas paisagens e um futuro promissor.

Ah, sim, a outra sinfonia deste cd é a Sexta Sinfonia. Apenas. E sempre lembro que Schubert viveu apenas trinta e um anos. Um espanto, tendo como parâmetro o tamanho e a qualidade de sua obra.

1 – Symphony No.7(8) in B minor ‘Unfinished’, D759 – I. Allegro moderato
2 – Symphony No.7(8) in B minor ‘Unfinished’, D759 – II. Andante con moto
3 – Symphony No.6 in C major ‘Little C major’, D589 – I. Adagio – Allegro
4 – Symphony No.6 in C major ‘Little C major’, D589 – II. Andante
5 – Symphony No.6 in C major ‘Little C major’, D589 – III. Scherzo. Presto
6 – Symphony No.6 in C major ‘Little C major’, D589 – IV. Allegro Moderato

Les Musicien du Louvre Grenoble
Mark Minkowski – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 6 de 8

Link revalidado por PQP, o qual simplesmente não admite que estas gravações fiquem fora de nosso blog.

O mano PQP já postou este cd há algum tempo atrás, então não vou me estender muito em maiores explicações. A história desta ópera em um só ato de Bartók é bem conhecida, inclusive deu origem a um excelente filme de terror, estrelado pelo grande ator inglês Vincent Price. Quem for da minha geração (estou quase completando 46 anos) deve lembrar da Sessão “Casa do Terror”, com filmes deste estilo que a Globo exibia na madrugada das segundas feiras, se não me engano. Foi ali que vi pela primeira vez “O Castelo do Barba Azul”. A trama da ópera foi baseada em um conto do folclorista francês Charles Perrault. Maiores detalhes a respeito dessa obra podem ser encontrados na Wikipedia.

Nesta versão Boulez acompanha a imensa (em todos os termos) Jessie Norman, que  é o destaque, carregando o personagem com toda a dramaticidade que a história requer. O barítono húngaro László Polgár também nos proporciona um Barba Azul impecável.

DISCAÇO !!!

O Castelo do Barba Azul

01 – Prologue – ‘The Tale Is Old’ – ‘Here We Are Now’
02 – Judith – ‘Is This Really Bluebeard’s Castle’
03 – Judith – ‘Ah, I See Seven Great Shut Doorways’
04 – First Door – Judith – ‘Woe!’ – ‘What Seest Thou’
05 – Second Door – Bluebeard – ‘What Seest Thou’
06 – Third Door – Judith – ‘Mountains Of Gold!’
07 – Fourth Door – Judith – ‘Ah! Lovely Flowers’
08 – Fifth Door – Bluebeard – Look, My Castle Gleams And Brightens’
09 – Sixth Door – Judith – ‘I Can See A Sheet Of Water’
10 – Bluebeard ‘The Last Of My Doors Must Stay Shut’
11 – Judith – ‘Now I Know It All, O Bluebeard’
12 – Bluebeard – ‘Hearts That I Have Loved And Cherished’

Jessye Norman – Judith
Lásló Polgár – Bluebeard
Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Quem seria, né?
Quem seria, né?

FDP Bach

Alma Latina 01/13 – Música para la catequesis indígena

Serie de 13 programas semanales idealizados y presentados por Paulo Castagna los martes de 11:00 a 12:00 de la mañana, del 6 de marzo al 29 de mayo de 2012, por la Radio Cultura FM de Sao Paulo (103,3 MHz), como parte del proyecto Ideas Musicales. Programas disponibles para audición online y download, en la página http://paulocastagna.com/alma-latina/

Traducción: Félix Eid

Programa 01/13 – Música para la catequesis indígena
(presentado el 6 de marzo de 2012)

¡Hola! Soy Paulo Castagna y, en esta serie, escucharemos música producida en las Américas durante la etapa de dominio europeo, desde el descubrimiento hasta los inicios del siglo XIX.

Sobre ese tema, normalmente tenemos muchas preguntas: ¿Existieron compositores americanos en la época de Palestrina, Vivaldi o Mozart? ¿Cómo fue la relación entre la música indígena o africana y la música europea? ¿Es realmente cierto que músicos indígenas cantaron, tocaron y hasta compusieron música sacra al estilo europeo? ¿Y es verdad que usaron instrumentos construidos por ellos mismos, en pleno siglo XVIII?

 En los 13 programas de esta serie intentaremos responder algunas de esas preguntas y formular otras, que talvez nos estimulen a conocer un poco más de nuestro interesante pasado musical.

 En el programa de hoy: Música para la catequesis indígena.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159180609″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Dú nhãre, un canto de los Indios Xavante, que son una de las dos mil naciones indígenas que existían solamente en Brasil antes del “descubrimiento”.

 Cuando españoles y portugueses iniciaron la exploración de las Américas, tuvieron que convertir a los pueblos indígenas en el proyecto europeo y luego notaron que la preservación de su cultura no los ayudaría mucho en esa tarea, iniciando, así, la transmisión y la enseñanza de la cultura europea a los nativos de América. Buena parte de ese trabajo fue realizada por los misionarios religiosos, principalmente aquellos de la Compañía de Jesús. También llamados jesuitas, esos misionarios criaron aldeas y misiones para la catequesis y conversión de los indígenas al cristianismo.

 Durante el proceso de catequesis, fue común que los propios jesuitas escribieran música al estilo europeo para la transmisión de los valores religiosos básicos, y así substituir la música indígena tradicional por la música sacra cristiana. Un detalle importante: la mayor parte de las canciones destinadas a la catequesis era compuesta a la manera europea, pero en la lengua de los propios indígenas. Vamos a escuchar tres ejemplos de autoría anónima, compuestos para la catequesis de los indios Guaraní de América del Sur, entre fines del siglo XVII e inicios del siglo XVIII, con el Ensemble Louis Berger, bajo la dirección de Ricardo Massun. Los ejemplos, cantados en guaraní, son Tupãsy Maria, Tatá guassú y Hára Vale Háva.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159183819″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Tupãsy Maria, Tatá guassú y Hára Vale Háva, tres cantos de autoría anónima en Guaraní, con el Ensemble Louis Berger, bajo la dirección de Ricardo Massun.

 La música para catequesis tenía como primera finalidad la atracción de los indios hacia la cultura europea, especialmente el cristianismo. En ese repertorio se evitaba la dificultad técnica y se privilegiaba el canto colectivo, especialmente de niños, que aprendían más fácilmente que los adultos los nuevos valores religiosos.

 Ejemplo interesante es el de las canciones compuestas en el siglo XVIII para los indios araucanos de donde es actualmente Chile, por el jesuita Bernhard Von Havestadt. Escucharemos tres de esas canciones en lengua araucana, con el Sintagma Musicum de la Universidad de Santiago de Chile y el Coro infantil de la Comunidad Huilliche de Chiloé. Los ejemplos son: Yesús Cad, Dios Ñi VotmQuiñe Dios.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159184741″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Yesús Cad, Dios Ñi VotmQuiñe Dios, tres composiciones del siglo XVIII en lengua araucana, por el jesuita Bernhard Von Havestadt, con el Sintagma Musicum de la Universidad de Santiago de Chile y el Coro infantil de la Comunidad Huilliche de Chiloé.

 Aunque predomine la melodía acompañada en el repertorio catequético, también son conocidos algunos ejemplos polifónicos. El más antiguo de ellos, de autoría anónima, fue impreso en Cuzco, en Perú, en 1631, como ejemplo musical de un libro intitulado Ritual Formulario, de Juan Pérez Bocanegra. Se trata de Hanaq Patchap cussicuinin, en lengua quechua, que escucharemos con los Madrigalistas de la Universidad de Playa Ancha de Chile, bajo la dirección de Alberto Teichelmann.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159176773″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Hanaq Patchap cussicuinin, composición en lengua quechua, de autoría anónima del siglo XVII, con los Madrigalistas de la Universidad de Playa Ancha de Chile, bajo la dirección de Alberto Teichelmann.

 De las misiones jesuíticas de la actual Bolivia, escucharemos ahora una composición de autoría anónima intitulada Zoipaqui, escrita a mediados del siglo XVIII en la lengua de los indios Chiquitos. La refinada elaboración del acompañamiento de esta melodía, cuya forma es la de las Arias de las cantatas europeas, puede haber sido otro de los atractivos destinados a cautivar la atención de los indígenas a la cultura cristiana. La interpretación de Zoipaqui estará a cargo del Ensemble Elyma, bajo la dirección de Gabriel Garrido. Interesante observar que el autor mantuvo, en el texto chiquitano, el nombre latino “Santa María”.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159177470″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Zoipaqui, aria en chiquitano de autoría anónima, con el Ensemble Elyma, bajo la dirección de Gabriel Garrido.

 Además de las canciones en lenguas nativas para la catequesis cristiana, fueron compuestas piezas más elaboradas, para un envolvimiento indígena cada vez mayor con el ritual Cristiano, lo que también incluía el uso del latín y de la polifonía vocal. En algunos casos hubo mezcla del latín con idiomas indígenas, como ocurre en un Oficio para la Bendición del Santísimo Sacramento escrito a fines del siglo XVII o inicios del siglo XVIII para los indios Abenaki de la Nueva Francia, que corresponde al actual Quebec. De este Oficio, cantado en latín y Abenaki, escucharemos cuatro composiciones con el Studio de Musique Anciènne de Montreal, bajo la dirección de Christopher Jackson: O Jesu mi dulcis, Ave Maria, Hæc dies, e Inviolata.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159178796″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos O Jesu mi dulcis, Ave Maria, Hæc dies, e Inviolata, en latín y Abenaki, de autoría anónima, con el Studio de Musique Anciènne de Montreal, bajo la dirección de Christopher Jackson.

Además de la música para la catequesis en idiomas indígenas, los jesuitas entrenaron a los nativos americanos para el canto de música litúrgica en misas y oficios divinos, destinada, por lo tanto, a la celebración de las ceremonias cristianas. La documentación conocida demuestra que eso ya era hecho en el siglo XVI, pero los ejemplos más antiguos preservados son del final del siglo XVII. Es el caso de este Salmo 112 para Vísperas Laudate pueri Dominum, de autoría anónima, escrito en latín y probablemente cantado y tocado por los indios Guaraní de las misiones del actual Paraguay. Escucharemos esta composición con el Ensemble Elyma, bajo la dirección de Gabriel Garrido.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159172960″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos, de autoría anónima, el Salmo 112 Laudate pueri Dominum, cantado en las misiones jesuíticas probablemente del actual Paraguay a fines del siglo XVII, aquí interpretado por el Ensemble Elyma, bajo la dirección de Gabriel Garrido.

Ante los ejemplos escuchados, queda claro que la música usada por los misionarios buscaba la transmisión de la cultura musical europea y no la creación de un estilo americano propio. En una Encíclica de 1749, el entonces papa Benedicto XIV declaró: “el uso del canto armónico y de los instrumentos musicales, sea en las Misas, Vísperas y otras funciones eclesiásticas, fue tan lejos que llegó hasta la región del Paraguay”. Y más adelante afirma que “no existe cualquier diferencia en relación al canto y al sonido, en las Misas y Vísperas celebradas en nuestras regiones y en aquellas”.

Sobrevivieron pocas de las naciones indígenas que recibieron la catequesis. Una de ellas es la nación Guaraní, cuya música actual posee nítidas marcas de la música europea, que éstos asimilaron desde la época de la catequesis. Interesante, en la música guaraní, es que tales marcas son predominantemente originarias de la música antigua europea y no de la música más reciente. Como ejemplo, escucharemos Nhanerámoti karai poty, cantado por indios Guaraní del litoral del Estado de Sao Paulo y de Rio de Janeiro y acompañado por guitarra y rabeca guaraní.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159156119″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Nhanerámoti karai poty, cantado por indios Guaraní del litoral del Estado de Sao Paulo y de Rio de Janeiro, ejemplo que demuestra la inclusión de elementos de la música antigua europea en la música tradicional Guaraní.

Ese fenómeno también ocurre en otras culturas indígenas americanas, como es el caso de los Guarayo de la actual Bolivia, región que también recibió catequesis cristiana. Como ejemplo, escucharemos Yeyú, canto de los indios Guarayo, que éstos acompañan con violines hechos de tacuaras.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159155029″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Escuchamos Yeyú, canto de los Indios Guarayo de Bolivia, con acompañamiento de violines de tacuaras.

La exploración de las Américas transformó profundamente el mundo y ayudó a Europa a convertirse en el centro económico y cultural de la humanidad durante varios siglos. Pero ese proceso no favoreció mucho a las naciones indígenas americanas, cuya población disminuyó a cerca del 20% solamente en el final del primer siglo de dominio europeo. Actualmente, los pueblos indígenas constituyen apenas 5% de la población de las Américas. En el caso brasilero, se estima, en estos 500 años, una reducción de la población indígena de cerca de 4 millones, a menos de 300 mil personas.

Por otro lado, conocer mejor esa historia puede ayudarnos a cambiar nuestra relación con el pasado y construir un futuro diferente. Es lo que haremos en los próximos programas, escuchando un poco más de música de las Américas bajo dominio europeo.

En el programa siguiente: La sofisticación musical de las misiones jesuíticas.

Yo soy Paulo Castagna y vuelvo la próxima semana con otro Alma Latina, programa de la serie Ideas Musicales. Este programa tuvo la producción de Ralf Schwarz y trabajos técnicos de Almir Amador. Buena semana y hasta entonces.

CD Alma Latina 01/13 – Música para la catequesis indígena
1. Dú nhãre
2. Tupãsy Maria, Tatá guassú e Hára Vale Háva
3. Yesús Cad, Dios Ñi Votm e Quiñe Dios
4. Hanaq Patchap cussicuinin
5. Zoipaqui
6. O Jesu mi dulcis, Ave Maria, Hæc dies, e Inviolata
7. Laudate pueri Dominum
8. Nhanerámoti karai poty
9. Yeyú

CD Alma Latina 1/13: DESCARGAR AQUI – DOWNLOAD HERE
FLAC 178,0 MB – 45.0 min

CD Alma Latina 1/13: DESCARGAR AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 104,2 MB – 45,0 min
powered by iTunes 11.3

Vídeo completo: DESCARGAR AQUI – DOWNLOAD HERE
MP4 – 379,6 MB – 59,0 min

Áudio completo do vídeo: DESCARGAR AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 KBPS – 105,6 MB – 59,0 min

Texto completo do vídeo: DESCARGAR AQUI – DOWNLOAD HERE
PDF – 0,8 MB – Português & Español

Boa audição!

Avicenna

 

 

Alma Latina 01/13 – Música para a catequese indígena

Série de 13 programas semanais idealizados e apresentados por Paulo Castagna às terças-feiras das 11:00 às 12:00 da manhã, de 6 de março a 29 de maio de 2012, pela Rádio Cultura FM de São Paulo (103,3 MHz), como parte do projeto Idéias Musicais. Programas disponíveis para audição online e download, na página http://paulocastagna.com/alma-latina/

Programa 01/13 – Música para a catequese indígena
(apresentado em 6 de março de 2012)

Olá! Sou Paulo Castagna e, nesta série, ouviremos música produzida nas Américas durante a fase de domínio europeu, do descobrimento até inícios do século XIX.

Sobre esse tema, normalmente temos muitas perguntas: Existiram compositores americanos na época de Palestrina, Vivaldi ou Mozart? Como foi a relação entre a música indígena ou africana e a música européia? É mesmo verdade que músicos indígenas cantaram, tocaram e até compuseram música sacra ao estilo europeu? E é verdade que usaram instrumentos construídos por eles próprios, em pleno século XVIII?

Nos 13 programas desta série tentaremos responder algumas dessas perguntas e formular outras, que talvez nos estimulem a conhecer um pouco mais do nosso interessante passado musical.

No programa de hoje: Música para a catequese indígena.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159180609″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Dú nhãre, um canto dos Índios Xavante, que são uma das duas mil nações indígenas que existiam somente no Brasil antes do descobrimento.

Quando espanhóis e portugueses iniciaram a exploração das Américas, precisaram converter os povos indígenas ao projeto europeu e logo perceberam que a preservação de sua cultura não os ajudaria muito nessa tarefa, iniciando, assim, a transmissão e o ensino da cultura européia aos nativos da América. Boa parte desse trabalho foi realizada pelos missionários religiosos, principalmente aqueles da Companhia de Jesus. Também chamados de jesuítas, esses missionários criaram aldeias e missões, para a catequese e conversão dos indígenas ao cristianismo.

Durante o processo de catequese, foi comum os próprios jesuítas escreverem música em estilo europeu para a transmissão dos valores religiosos básicos, e assim substituir a música indígena tradicional pela música sacra cristã. Um detalhe importante: a maior parte das canções destinadas à catequese era composta à maneira européia, porém na língua dos próprios indígenas. Vamos ouvir três exemplos de autoria anônima, compostos para a catequese dos índios Guarani da América do Sul, entre o final do século XVII e o início do século XVIII, com o Ensemble Louis Berger, sob a direção de Ricardo Massun. Os exemplos, cantados em guarani, são Tupãsy Maria, Tatá guassú e Hára Vale Háva.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159183819″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Tupãsy Maria, Tatá guassú e Hára Vale Háva, três cantos de autoria anônima em Guarani, com o Ensemble Louis Berger, sob a direção de Ricardo Massun.

A música para catequese tinha como primeira finalidade a atração dos índios para a cultura européia, especialmente o cristianismo. Nesse repertório evitava-se a dificuldade técnica e privilegiava-se o canto coletivo, especialmente de crianças, que aprendiam mais facilmente que os adultos os novos valores religiosos.

Exemplo interessante é o das canções compostas no século XVIII para os índios araucanos do atual Chile, pelo jesuíta Bernhard Von Havestadt. Ouviremos três dessas canções em língua araucana, com o Sintagma Musicum da Universidade de Santiago do Chile e o Coro infantil da Comunidade Huilliche de Chiloé. Os exemplos são: Yesús Cad, Dios Ñi VotmQuiñe Dios.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159184741″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Yesús Cad, Dios Ñi VotmQuiñe Dios, três composições do século XVIII em língua araucana, pelo jesuíta Bernhard Von Havestadt, com o Sintagma Musicum da Universidade de Santiago do Chile e o Coro infantil da Comunidade Huilliche de Chiloé.

Embora predomine a melodia acompanhada no repertório catequético, também são conhecidos alguns exemplos polifônicos. O mais antigo deles, de autoria anônima, foi impresso em Cuzco, no Peru, em 1631, como exemplo musical de um livro intitulado Ritual Formulário, de Juan Pérez Bocanegra. Trata-se de Hanaq Patchap cussicuinin, em língua quétchua, que ouviremos com os Madrigalistas da Universidade de Playa Ancha do Chile, sob a direção de Alberto Teichelmann.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159176773″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Hanaq Patchap cussicuinin, composição em língua quétchua, de autoria anônima do século XVII, com os Madrigalistas da Universidade de Playa Ancha do Chile, sob a direção de Alberto Teichelmann.

Das missões jesuíticas da atual Bolívia, ouviremos agora uma composição de autoria anônima intitulada Zoipaqui, escrita em meados do século XVIII na língua dos índios Chiquitos. A refinada elaboração do acompanhamento desta melodia, cuja forma é a das árias das cantatas européias, pode ter sido mais um dos atrativos destinados a cativar a atenção dos indígenas para a cultura cristã. A interpretação de Zoipaqui estará a cargo do Ensemble Elyma, sob a direção de Gabriel Garrido. Interessante observar que o autor manteve, no texto chiquitano, o nome latino “Santa Maria”.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159177470″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Zoipaqui, ária em chiquitano de autoria anônima, com o Ensemble Elyma, sob a direção de Gabriel Garrido.

Além das canções em línguas nativas para a catequese cristã, foram compostas peças mais elaboradas, para um envolvimento indígena cada vez maior com o ritual cristão, o que também incluía o uso do latim e da polifonia vocal. Em alguns casos houve mistura do latim com idiomas indígenas, como ocorre em um Ofício para a Bênção do Santíssimo Sacramento escrito em fins do século XVII ou inícios do século XVIII para os índios Abenaki da Nova França, que corresponde ao atual Quebec. Deste Ofício, cantado em latim e Abenaki, ouviremos quatro composições com o Studio de Musique Anciènne de Montreal, sob a direção de Christopher Jackson: O Jesu mi dulcis, Ave Maria, Hæc dies, e Inviolata.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159178796″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos O Jesu mi dulcis, Ave Maria, Hæc dies, e Inviolata, em latim e Abenaki, de autoria anônima, com o Studio de Musique Anciènne de Montreal, sob a direção de Christopher Jackson.

Além da música para a catequese em idiomas indígenas, os jesuítas treinaram os nativos americanos para o canto de música litúrgica em missas e ofícios divinos, destinada, portanto, à celebração das cerimônias cristãs. A documentação conhecida demonstra que isso já era feito no século XVI, porém os exemplos mais antigos preservados são do final do século XVII. É o caso deste Salmo 112 para Vésperas Laudate pueri Dominum, de autoria anônima, escrito em latim e provavelmente cantado e tocado pelos índios Guarani das missões do atual Paraguai. Ouviremos esta composição com o Ensemble Elyma, sob a direção de Gabriel Garrido.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159172960″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos, de autoria anônima, o Salmo 112 Laudate pueri Dominum, cantado nas missões jesuíticas provavelmente do atual Paraguai no final do século XVII, aqui interpretado pelo Ensemble Elyma, sob a direção de Gabriel Garrido.

Diante dos exemplos ouvidos, fica claro que a música usada pelos missionários visava a transmissão da cultura musical européia e não a criação de um estilo americano próprio. Em uma Encíclica de 1749, o então papa Bento XIV declarou: “o uso do canto harmônico e dos instrumentos musicais, seja nas Missas, Vésperas e outras funções eclesiásticas, foi tão longe que chegou até a região do Paraguai”. E mais adiante afirma que “não existe qualquer diferença em relação ao canto e ao som, nas Missas e Vésperas celebradas em nossas regiões e naquelas”.

Sobreviveram poucas dentre as nações indígenas que receberam a catequese. Uma delas é a nação Guarani, cuja música atual possui nítidas marcas da música européia, que estes assimilaram desde a fase de catequese. Interessante, na música Guarani, é que tais marcas são predominantemente originárias da música antiga européia e não da música mais recente. Como exemplo, ouviremos Nhanerámoti karai poty, cantado por índios Guarani do litoral do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro e acompanhado por violão e rabeca guarani.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159156119″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Nhanerámoti karai poty, cantado por índios Guarani do litoral do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro, exemplo que demonstra a inclusão de elementos da música antiga européia na música tradicional Guarani

Esse fenômeno também ocorre em outras culturas indígenas americanas, como é o caso dos Guarayo da atual Bolívia, região que também recebeu catequese cristã. Como exemplo, ouviremos Yeyú, canto dos índios Guarayo, que estes acompanham com violinos feitos de taquaras.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/159155029″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

Ouvimos Yeyú, canto dos Índios Guarayo da Bolívia, com acompanhamento de violinos de taquaras.

O exploração das Américas transformou profundamente o mundo e ajudou a Europa a se tornar o centro econômico e cultural da humanidade durante vários séculos. Mas esse processo não favoreceu muito as nações indígenas americanas, cuja população diminuiu para cerca de 20% somente ao final do primeiro século de domínio europeu. Atualmente, os povos indígenas constituem apenas 5% da população das Américas. No caso brasileiro, estima-se, nesses 500 anos, uma redução da população indígena de cerca de 4 milhões, para menos de 300 mil pessoas.

Por outro lado, conhecer melhor essa história pode nos ajudar a mudar nossa relação com o passado e a construir um futuro diferente. É o que faremos nos próximos programas, ouvindo um pouco mais de música das Américas sob domínio europeu.

No programa seguinte: A sofisticação musical das missões jesuíticas.

Eu sou Paulo Castagna e volto na próxima semana com mais um Alma Latina, programa da série Idéias Musicais. Este programa teve a produção de Ralf Schwarz e trabalhos técnicos de Almir Amador. Boa semana e até lá.

 CD Alma Latina 01/13 – Música para a catequese indígena
1. Dú nhãre
2. Tupãsy Maria, Tatá guassú e Hára Vale Háva
3. Yesús Cad, Dios Ñi Votm e Quiñe Dios
4. Hanaq Patchap cussicuinin
5. Zoipaqui
6. O Jesu mi dulcis, Ave Maria, Hæc dies, e Inviolata
7. Laudate pueri Dominum
8. Nhanerámoti karai poty
9. Yeyú

CD Alma Latina 1/13: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
FLAC 178,0 MB – 45.0 min

CD Alma Latina 1/13: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 104,2 MB – 45,0 min
powered by iTunes 11.3

Vídeo completo: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP4 – 379,6 MB – 59,0 min

Áudio completo do vídeo: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 KBPS – 105,6 MB – 59,0 min

Texto completo do vídeo: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
PDF – 0,8 MB – Português & Español

Boa audição!

 

 

 

 

.

Avicenna

 

 

.: interlúdio:. Keith Jarrett – Sun Bear Concertos – Cds 5 e 6 de 6 – Keith Jarrett

folder

Vamos então fechar essa coleção maravilhosa do genial Keith Jarrett em sua excursão japonesa em 1976. O sexto cd é mais curtinho, são os “encores” ou seja, os “BIS”.
Fiquei muito contente com a recepção que esses cds tiveram. Em alguns momentos não são de fácil compreensão para ouvidos não treinados, mas temos de lembrar que são improvisos, e nesse campo, Keith Jarrett é o mestre supremo. São experimentações sonoras, testando todas as possibilidades do instrumento.
Mais frente, trarei outras pérolas desse gigante do piano.

CD 5

1. Sapporo, November 18, 1976 (Part 1)
2. Sapporo, November 18, 1976 (Part 2)

CD 6

01 – Encore From Sapporo
02 – Encore From Tokyo
03 – Encore From Nagoya

Keith Jarrett – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 5 de 8

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 5 de 8

UM DOS MELHORES CDs DESTA SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL !!!

Link revalidado por PQP, o qual simplesmente não admite que estas gravações fiquem fora de nosso blog.

O quinto cd da coleção “Boulez Conducts Bartók” traz o genial segundo concerto para violino, um de meus favoritos. E o solista Gil Shaham, para variar, dá um show, esbanjando virtuosismo. Eis um cd muito bom para ser apreciado num final de tarde chuvoso e abafado como o de hoje aqui em minha cidade, lendo um bom livro. Ou apenas apreciando a qualidade da música e da sua interpretação. Já ouvi diversos intérpretes deste concerto, e Shaham consegue se destacar, com certeza. Um detalhe: infelizmente tenho de concordar com alguns comentaristas da amazon: o problema desta gravação é o Boulez. Não sei explicar que acontece. Em alguns momentos aparenta um desânimo desconcertante.. será que é impressão minha e não consigo, ou não consegui captar o que o francês desejava? A Chicago Symphony é uma excepcional orquestra, e supre estes “lapsos” com certo desasossego, eu diria, parece que os músicos estão meio incomodados. Como consigo captar isso? Sei lá… às vezes, quando o violino entra pulsante, cheio de vida, a resposta da orquestra no começo é meio tímida, mas depois meio que pega no tranco.

Por favor, gostaria de saber a opinião dos senhores. Será que esta impressão é só minha?

As duas rapsódias para violino e orquestra novamente destacam a paixão de Bartók pelo folclore de seu país. E o violino está sempre em primeiro plano, flanando, livre, sem preocupações, virtuosístico sempre, afinal de contas temos aqui música húngara. E nenhum instrumento expressa melhor a cultura húngara do que o violino.

Bela Bartók – Boulez Conducts Bartók (Cd 5 de 8) Concerto for Violin and Orchestra,  Rhapsody for Violin and Orchestra no 1 and Rhapsody for Violin and Orchestra no.2

01 – Concerto for Violin and Orchestra no.2 Sz112 – 1. Allegro non troppo
02 – 2. Andante tranquillo
03 – 3. Allegro molto
04 – Rhapsody for Violin and Orchestra – 1. Lassú. Moderato
05 – 2. Friss. Allegretto moderato
06 – Rhapsody for Violin and Orchestra no.2 Sz90 – 1. Lassú. Moderato
07 – 2. Friss. Allegro moderato

Gil Shaham – Violin
Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bela Bartók
Bela Bartók

FDP Bach

Peter Lieberson (1946): Neruda songs

Peter Lieberson (1946): Neruda songs


Foi uma surpresa pra mim encontrar em pleno século XXI canções compostas com o mesmo brilhantismo das Canções da Auvérnia de Canteloube ou das Quatro últimas canções de Richard Strauss.

As Canções de Neruda, escritas entre 2003 e 2004 sob encomenda conjunta da Filarmônica de Los Angeles e da Sinfônica de Boston, estrearam em 2005 e foram gravadas no ano seguinte, pouco antes do falecimento de Lorraine Hunt Lieberson, segunda esposa de Peter.

Lorraine, meio-soprano de extremo domínio técnico e excepcional tessitura, ganhou o Grammy póstumo de melhor performance vocal feminina em 2007 por conta deste CD. Ela lutou durante os últimos anos contra um câncer de garganta, que fortunadamente não lhe afetou a voz durante a estreia mundial e a gravação das Canções de Neruda – inspiradas pela paixão comum que o casal tinha pelo poeta chileno.

Ambos chegaram a passar um tempo em Abadiânia, Goiás, quando do início da composição das canções. Atualmente, é Peter que se encontra recolhido por conta de um linfoma.

Não tenho o costume de dar notas aos álbuns, mas esse [para os fãs de lieder] é dez.

***

Lorraine Hunt Lieberson sings Peter Lieberson ‘Neruda Songs’

1. Si no fuera porque tus ojos tienen color de luna…
2. Amor, amor, las nubes a la torre del cielo
3. No estes lejos de mi un solo dia
4. Ya eres mia. Reposa con tu sueno en mi sueno
5. Amor mio, si muero y tu no mueres

Performer: Lorraine Hunt Lieberson
Orchestra: Boston Symphony Orchestra
Conductor: James Levine

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Peter Lieberson
Peter Lieberson, lieder de primeira linha

CVL (link revalidado por PQP)

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 4 de 8

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 4 de 8

Link revalidado por PQP, o qual simplesmente não admite que estas gravações fiquem fora de nosso blog.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Voltei a trabalhar depois de 15 dias de férias, e confesso que ainda estou me adaptando. O corpo da gente se recusa a fazer certas coisas depois de tantos dias de ócio. E o interessante é que os planos que eu tinha feito para as férias, como terminar de ler alguns livros, parados sobre a estante, ouvir alguns cds ainda não ouvidos, começar a fazer a catalogação de meu acervo de mp3, nada disso consegui fazer. Na verdade, até terminei de ler um dos livros, e avancei bastante em outro, mas os cds ainda estão aguardando. Ah, consegui recuperar o HD que havia “perdido”, e está tudo lá, sem perda nenhuma. Comecei bem o ano.

Mais um discaço da série da DG “Boulez conducts Bartók” . O fantástico Concerto para Dois pianos, percussão e Orquestra com certeza é o grande momento desse CD. Trata-se de uma obra extremamente original, e que tem dois grandes solistas ao piano, Tamara Stefanovich e o eterno fiel escudeiro de Boulez, Pierre-Laurent Aimard.
Tenho certeza de que os senhores irão apreciar.

Bela Bartók – Boulez Conducts Bartók – CD 4-8 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra, Concerto for violin and Orchestra 1, Concerto for viola and Orchestra

01 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 1 Assai Lento
02 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 2 Lento Ma Non Troppo
03 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 3 Allegro Ma Non Troppo
04 – Concerto for violin and Orchestra 1 – 1 Andante Sostenuto
05 – Concerto for violin and Orchestra 1 – 2 Allegro giocoso
06 – Concerto for viola and Orchestra – 1 Moderato
07 – Concerto for viola and Orchestra – 2 Adagio Religioso
08 – Concerto for viola and Orchestra – 3 Allegro vivace

Tamara Stefanovich – Piano I
Pierre-Laurent Aimard – Piano II
Nigel Thomas – Percussion I
Neil Percy – Percussion II
London Symphony Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Béla Bartók
Béla Bartók

FDPBach

Antonín Dvořák (1841-1904): Danças eslavas [link atualizado 2017]

Antonín Dvořák (1841-1904): Danças eslavas [link atualizado 2017]

Faço um post fora dos meus domínios.

Dvořák é um dos meus compositores românticos favoritos – une a solidez e o cerebralismo de um Brahms ao sentimentalismo de Tchaikovsky, sem cair nos excessos de um e de outro.

Aqui vai a versão orquestral das célebres Danças eslavas, a mais palatável introdução ao compositor tcheco, que vez ou outra é requisitado aqui no blog.

Dedicado ao mano PQP (risos).

***

Slavonic Dances

Opus 46
* No. 1 in C major (Furiant)
* No. 2 in E minor (Dumka)
* No. 3 in A-flat major (Polka)
* No. 4 in F major (Sousedská)
* No. 5 in A major (Skočná)
* No. 6 in D major (Mazurka)
* No. 7 in C minor (Skočná)
* No. 8 in G minor (Furiant).
Opus 72
* No. 1 (9) in B major (Odzemek)
* No. 2 (10) in E minor (Starodávny)
* No. 3 (11) in F major (Skočná)
* No. 4 (12) in D-flat major (Dumka)
* No. 5 (13) in B-flat minor (Špacírka)
* No. 6 (14) in B-flat major (Starodávný (“Ancient”))
* No. 7 (15) in C major (Kolo)
* No. 8 (16) in A-flat major (Sousedská)

Com a Philharmonia Slavonica, regida por Henry Adolph

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Já viu nossos mais de 100 endereços para baixar partituras? Clique aqui

Quem seria senão Dvorak, né?
Quem seria senão Dvorak, né?

CVL

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Goldberg Variations, BWV 988 – Ralph Kirkpatrick

79065Meu primeiro contato com a música de Bach se deu através de um LP da Archiv que continha as Variações Goldberg, e o executante era Ralph Kirpatrick. Este velho LP ainda faz parte de minha coleção, é um daqueles que tem valor sentimental, desde que me conheço por gente ele estava guardado em algum lugar. Não imagino como ele foi parar lá em casa, talvez meu irmão, que morava no Rio de Janeiro, o tenha trazido em alguma de suas visitas.
De qualquer forma, foi este velho LP que me mostrou a música de Bach, as suas inúmeras possibilidades, me mostrou como através de um tema se poderiam criar diversos outros temas.
Fiquei muito feliz quando dia destes consegui esse cd com o mesmo Kirkpatrick tocando as mesmas Goldberg. Dizem que a primeira impressão é a que fica, e concordo com isso. Ouvi muito esse LP na minha infância e adolescência. Ele me marcou profundamente.
Ralph Kirkpatrick foi também um importante musicólogo, biógrafo de Scarlatti, e foi o cara que organizou o catálogo da obras do mesmo Scarlatti.
Ah, de “brinde” os senhores ainda levam uma faixa com uma Fantasia Cromática e Fuga, além do Concerto Italiano BWV 971 E Quatro Duetos.
Excelente CD. E com certeza, ao menos para mim, IM-PER-DÍ-VEL!

1-32 Goldberg Variations, BWV 988
33-34 Chromatic Fantasy and Fugue, BWV 903
35-38 – Four Duets
39-41 – Italian Concerto, BWV 971

Ralph Kirkpatrick – Cembalo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Kirkpatrick-Ralph-02
Ralph Kirkpatrick (1911-1984)

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 3 de 8

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 3 de 8

IM-PER-DÍ-VEL PLUS !!! 

Link revalidado por PQP, que rerepete: não admito que esta extraordinária, notável, imbatível caixa esteja indisponível em nosso blog.

Neste terceiro CD da coleção Boulez Conducts Bartók temos três grandes nomes do piano da nova geração, apesar de que Zimerman não é tão novinho assim. Já ouvi estes concertos com outros solistas, e reconheço que estas não são as melhores gravações, mas serve de parâmetro exatamente para as gravações de gente grande do porte de Gèza Anda, o favorito do mano PQP, e o meu favorito, que postei aqui nos primórdios do blog, Zoltan Kòcsys.

Estes concertos são obras fundamentais do repertório pianístico do século XX. O último a ouvir estas obras primas será a mulher do padre. E tenho dito.
Espero que apreciem.

Bela Bartók – Piano Concertos 1-3

01 – Piano Concerto No.1 in E minor, Sz.83 (1926) – 1. Allegro moderato – Allegro
02 – 2. Andante – Allegro – attacca-
03 – 3. Allegro molto

Krystian Zimerman – Piano
Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

04 – Piano Concerto No.2 in G major, Sz.95 (1930-1) – 1. Allegro
05 – 2. Adagio – Presto – Adagio
06 – 3. Allegro molto – Presto

Leif Ove Andsnes – Piano
Berliner Philharmoniker
Pierre Boulez – Conductor

07 – Piano Concerto No.3 in E major, Sz.119 (1945, Tibor Serly) – 1. Allegretto
08 – 2. Adagio religioso
09 – 3. Allegro vivace

Hélène Grimaud – Piano
London Symphony Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bartók: sempre bom pra cacete
Bartók: sempre bom pra cacete

FDPBach

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Sonaten und Partiten für Violine Solo – Nathan Milstein

51FAX13jLRLEste cd faz parte da coleção “The Originals”, da Deutsche Grammophon, o que por si só já é uma grande apresentação. Mas além disso, é um dos grandes momentos da história da indústria fonográfica. Um marco, sem dúvida.
Pegue um dos grandes nomes do violino do século XX, Nathan Milstein. Uma lenda a serviço da música. E o coloque em um estúdio para regravar as obras mais emblemáticas já compostas para o seu instrumento. Digamos que ele teria a difícil missão de ao menos realizar um feito tão notável quando o que realizara vinte anos antes, quando também encarara estes petardos, realizando uma das melhores gravações já realizadas destas obras. Para alguns, ele se superou, para outros, elas se equivalem. Não sei. Sinceramente, não consigo chegar a alguma conclusão.
Neste primeiro momento, trago então a versão de 1975, mais à frente trarei a versão de 1954.
Então, para seu deleite, Nathan Milstein estraçalhando as partitas e sonatas de Bach.

CD 1

01. J.S. Bach – Sonata No. 1 in G minor 1. Adagio
02. J.S. Bach – Sonata No. 1 in G minor 2. Fuga. Allegro
03. J.S. Bach – Sonata No. 1 in G minor 3. Siciliana
04. J.S. Bach – Sonata No. 1 in G minor 4. Presto
05. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 1. Allemanda
06. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 2. Double
07. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 3. Corrente
08. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 4. Double. Presto
09. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 5. Sarabande
10. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 6. Double
11. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 7. Tempo di Borea
12. J.S. Bach – Partita No. 1 in B minor 8. Double
13. J.S. Bach – Sonata No. 2 in A minor 1. Grave
14. J.S. Bach – Sonata No. 2 in A minor 2. Fuga
15. J.S. Bach – Sonata No. 2 in A minor 3. Andante
16. J.S. Bach – Sonata No. 2 in A minor 4. Allegro

CD 2

01. J.S. Bach – Partita No. 2 in D minor 1. Allemanda
02. J.S. Bach – Partita No. 2 in D minor 2. Corrente
03. J.S. Bach – Partita No. 2 in D minor 3. Sarabanda
04. J.S. Bach – Partita No. 2 in D minor 4. Giga
06. J.S. Bach – Sonata No. 3 in C major 1. Adagio
07. J.S. Bach – Sonata No. 3 in C major 2. Fuga
08. J.S. Bach – Sonata No. 3 in C major 3. Largo
09. J.S. Bach – Sonata No. 3 in C major 4. Allegro assai
10. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 1. Preludio
11. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 2. Loure
12. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 3. Gavotte en Rondeau
13. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 4. Menuet I
14. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 5. Menuet II – Menuet I da capo
15. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 6. Bourree
16. J.S. Bach – Partita No. 3 in E major 7. Gigue

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 2 de 8

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók – CD 2 de 8

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Link revalidado por PQP, que repete: não admito que esta extraordinária, notável, imbatível caixa esteja indisponível em nosso blog.

Estive viajando nos últimos dias, e quando cheguei em casa, descobri um de meus HDs simplesmente deixou de funcionar, com aproximadamente 140 gb de música, sendo 80% disso meu acervo de barroco. Toda a minha coleção de Bachs, Vivaldis, óperas de Handel, Telemann, etc, se perdeu. Ainda não tive tempo de ir ao técnico para verificar a possibilidade de recuperação desse material. Cruzem os dedos, pois são alguns anos de downloads perdidos.

Continuo com a coleção do Bartók regido pelo Pierre Boulez. Minhas férias estão acabando, segunda feira volta ao batente, portanto, tentarei dar uma apurada, na medida do possível.

Fiquei muito feliz com as reações à postagem desta coleção. É bom saber que compartilhamos o gosto com tanta gente, e principalmente, abrimos caminho para aqueles que sempre temeram a obra do genial húngaro. E este cd que ora posto é interessante para se conhecer uma outra faceta do compositor. O que temos aqui são danças baseadas no riquíssimo folclore de seu país, sempre lembrando que Béla foi antes de tudo, um pesquisador da música popular folclórica da Hungria. Viajou por todo o interior coletando e gravando, claro que os recursos da época, estas músicas. O mano PQP postou recentemente duos para violino que seguem também esta característica.
Mas vamos ao que interessa. Boa audição.

Bèla Bartók (1881-1945) – Tanz Suite Sz77, 07 – Two Pictures op10 Sz746, Hungarian Sketches Sz97, Divertimento Sz113

01 – Tanz Suite Sz77 – 1. Moderato
02 – 2. Allegro molto
03 – 3. Allegro vivace
04 – 4. Molto tranquillo
05 – 5. Comodo
06 – 6. Finale- Allegro
07 – Two Pictures op10 Sz746 – 1. In voller Bluete
08 – 2. Dorftanz
09 – Hungarian Sketches Sz97 – 1. Ein Abend auf dem Lande – Lento rubato – Allegro
10 – 2. Barentanz – Allegro vivace
11 – 3. Melodie – Andante
12 – 4.Etwas angeheitert – Leggermente ubriaco
13 – 5. Ueroeger Schweinehirtentanz – Allegro molto
14 – Divertimento Sz113 – 1. Allegro non troppo
15 – 2. Molto adagio
16 – 3. Allegro assai

Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bartók em 1907: adoro!
Bartók em 1907: adoro!

FDPBach

Ludi Music – The Spirit of Dance – 1450-1650 (com Jordi Savall e Hesperion XXI)

Ludi Music – The Spirit of Dance – 1450-1650 (com Jordi Savall e Hesperion XXI)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Começo a elogiar por onde? Certamente pela ideia brilhante de se fazer um disco de world music do passado. É música  e alegre (Ludi, ludus) do Afeganistão, da Turquia, do México, do Peru e do raio que o parta. É música rica, de ritmos maravilhosos, tocada em instrumentos da Europa e do Oriente. É uma extraordinária mistura barroca de peças instrumentais e vocais. E é Jordi Savall e seu grupo, que inclui músicos de vários países. Um baita show.

Ludi Music (com Jordi Savall e Hesperion XXI)

1. Afghanistan: Laïla Djân 4:03
2. Berbère: Berceuse Amazigh Driss El Maloumi 2:32
3. Turquie: Makam ‘Uzäl Sakil “Turna” 2:13
4. Rhodes: La guirnalda de rosas (Sefardi) 4:12
5. Ballo: Collinetto (Napoli) 2:55
6. Strambotto: Correno multi cani 2:26
7. Base dance: La Spagna (Anonyme) 1:40
8. Alle Stamenge (Canto Carnascialesco) 3:08
9. Gallyard (Anonyme) 2:38
10. Lullaby: My little sweet darling (Anonyme) 3:59
11. Dance (Anonyme) 1:02
12. Tourdion: Quand je bois du vin (Anonyme) 4:05
13. Bourrée d’avignognez (Anonyme) 1:58
14. La Folia: Yo Soy la Locura (Du Bailly) 2:31
15. Les Nimphes de la Grenouillere (Anonyme) 2:50
16. Pavan V Ludi Musici (S. Scheidt) 4:20
17. Galliard Battaglia (S. Scheidt) 3:13
18. Villancico: Yo me soy la morenica 2:02
19. Canarios: No piense Menguilla (J. Marin) 4:28
20. Romanesca: Recercada 7 (D. Ortiz) Jordi Savall 3:12
21. Baile: Niña como en tus mudanças (J. Marin) 5:23
22. Folias Criollas (Peru_ Jordi Savall 3:20
23. Mestizo e Indio: Tleycantimo (Oaxaca) 4:34
24. Guaracha: Ay que me abraso (Mexico) 3:31

Adela Gonzalez-Campa
Montserrat Figueras
Hesperion XXI
Jordi Savall

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Jordi Savall: se ele não existisse, teria que ser inventado
Jordi Savall: se ele não existisse, teria que ser inventado

PQP

.:interlúdio:. Keith Jarrett – Sun Bear Concertos – CDs 3 e 4 de 6

folderMais dois cds dessa série belíssima de Keith Jarrett. Não sei o que dizer mais sobre esse material além do que já disse na primeira postagem além do fato de ela ser IM-PER-DÍ-VEL !!!

Divirtam-se !!

CD 3

01. Nagoya, November 12, 1976 (Part 1)
02. Nagoya, November 12, 1976 (Part 2)

CD 4

01. Tokyo, November 14, 1976 (Part 1)
02. Tokyo, November 14, 1976 (Part 2)

Keith Jarrett – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Franz Schubert (1797-1828) – Complete Symphonies – Cd 2 de 4 – Minkowski, Les Musiciens du Louvre Grenoble

box1Eis o segundo cd das sinfonias de Schubert com o Marc Minkowski. Temos aqui a deliciosa Quinta Sinfonia, que foi composta quando Schubert tinha meros 19 anos de idade, e já mostra sua maturidade enquanto compositor. Não nega a influência de Mozart, nem a de Haydn, muito menos de Beethoven, mas já está prenunciando o romantismo. A leveza da leitura de Minkowski dá uma sensação de frescor, principalmente no primeiro movimento, mozartiano em sua essência.

Uma curiosidade a respeito da Quarta Sinfonia é de que apesar de também ter sido composta quando o Schubert tinha apenas 19 anos, ela estreou apenas vinte anos após sua morte, em 1849. Não se sabe o porquê de ter levado o nome de “Trágica”.

1 Symphony No.5 in B flat major, D485 – I. Allegro
2 Symphony No.5 in B flat major, D485 – II. Andante con moto
3 Symphony No.5 in B flat major, D485 – III. Menuetto. Allegro molto
4 Symphony No.5 in B flat major, D485 – IV. Allegro vivace
5 Symphony No.4 in C minor ‘Tragic’, D417 – I. Adagio molto – Allegro vivace
6 Symphony No.4 in C minor ‘Tragic’, D417 – II. Andante
7 Symphony No.4 in C minor ‘Tragic’, D417 – III. Menuetto. Allegretto vivace
8 Symphony No.4 in C minor ‘Tragic’, D417 – IV. Allegro

Les Musicien du Louvre Grenoble
Mark Minkowski – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

r898582_9101648
O jovem Franz Schubert

Amaral Vieira (1952) – Obras completas para órgão (1984-1996) [link atualizado 2017]

Amaral Vieira (1952) – Obras completas para órgão (1984-1996)  [link atualizado 2017]

Acabaram-se as obras para piano de Amaral Vieira. Agora vão as que foram escritas para órgão – talvez as melhores do gênero compostas por um brasileiro.

***

Amaral Vieira – Obras completas para órgão (1984-1996)

1. Toccata, Opus 208 (1986)
2. Introito, Opus (1984)
3. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991)..
4. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991)..
5. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991)..
6. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991)..
7. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991)..
8. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991)..
9. Sete Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257 (1991…
10. Fantasia, op. 186
11. Elegia, op. 277
12. Prólogo, Fuga e Final, Opus 193 (1984) – Prólogo
13. Prólogo, Fuga e Final, Opus 193 (1984) – Fuga
14. Prólogo, Fuga e Final, Opus 193 (1984) – Final

Órgão: Iain Quinn

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Já viu nossos mais de 100 endereços para baixar partituras? Clique aqui

Amaral Vieira (1952)
Amaral Vieira (1952)

CVL

Amaral Vieira (1952): Stabat Mater e Missa pro defunctis + Tributo a Neruda [link atualizado 2017]

Amaral Vieira (1952): Stabat Mater e Missa pro defunctis + Tributo a Neruda  [link atualizado 2017]

Aqui vai o último dos cinco melhores CDs de obras de Amaral Vieira. Os demais serão postados ao longo dos próximos quinze anos. Também deixo um brinde, enviado por um dos visitantes do blog a quem agradeço desde já, embora não lembre de seu nome.

***

Amaral Vieira (1952): Stabat Mater e Missa pro defunctis

1. Stabat Mater, Op 240: 1. Stabat Mater
2. Stabat Mater, Op 240: 2. Cujus animam
3. Stabat Mater, Op 240: 3. O quam tristis
4. Stabat Mater, Op 240: 4. Quae moerebat
5. Stabat Mater, Op 240: 5. Quis est homo
6. Stabat Mater, Op 240: 6. Quis non posset
7. Stabat Mater, Op 240: 7. Pro peccatis
8. Stabat Mater, Op 240: 8. Vidit suum dulcem
9. Stabat Mater, Op 240: 9. Eia Mater
10. Stabat Mater, Op 240: 10. Fac ut ardeat
11. Stabat Mater, Op 240: 11. Sancta Mater
12. Stabat Mater, Op 240: 12. Tui nati vulnerati
13. Stabat Mater, Op 240: 13. Fac me tecum
14. Stabat Mater, Op 240: 14. Juxta crucem
15. Stabat Mater, Op 240: 15. Virgo virginum
16. Stabat Mater, Op 240: 16. Fac ut portem
17. Stabat Mater, Op 240: 17. Fac me plagis
18. Stabat Mater, Op 240: 18. Flammis ne urar
19. Stabat Mater, Op 240: 19. Christe
20. Stabat Mater, Op 240: 20. Quando corpus morietur
21. Missa por defunctis, Op 187: 1. Introitus
22. Missa por defunctis, Op 187: Kyrie
23. Missa por defunctis, Op 187: 2. Dies Irae
24. Missa por defunctis, Op 187: 3. Offertorium
25. Missa por defunctis, Op 187: 4. Sanctus
26. Missa por defunctis, Op 187: Benedictus
27. Missa por defunctis, Op 187: 5. Agnus Dei
28. Missa por defunctis, Op 187: 6. Libera me

Orchestra: Slovak Philharmonic Orchestra
Choir: Slovak Philharmonic Choir
Conductor: Marian Vech

Soloists
Adriana Kohutkova, soprano
Denisa Slepkovska, mezzo-soprano
Simon Somorjai, tenor
Stanislav Benacka, baritone
Vladimir Kubovcik, bass

[Gratíssimo ao Avicenna pelos dados deste CD]

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Amaral Vieira (1952): Poemas de Amor y Uma Canción Desesperada opus 179b
Versos de Pablo Neruda & Música de Amaral Vieira

1. Amaral Vieira, Brasil:
Cuerpo de Mujer, para canto e piano [3:46]
2. Ignacio Cervantes, Cuba (1874-1905):
La Celosa, dança cubana para piano [1:07]
3. Amaral Vieira, Brasil:
En su llama mortal, para canto e piano [3:07]
4. Enrique Soro, Chile (1884-1954):
Zamacueca, baile popular chileno para piano [3:00]
5. Amaral Vieira, Brasil:
Ah vastedad de pinos, para canto e piano [2:40]
6. Alberto Williams, Argentina (1862-1954):
Cortejo campestre, para piano [2:45]
7. Amaral Vieira, Brasil:
Es la mañana llena de tempestad, para canto e piano [2:44]
8. Armando Palmero, Bolívia (1900-1968):
Poema Índio, para piano [1:43]
9. Amaral Vieira, Brasil:
Te recuerdo, para canto e piano [4:39]
10. Dalmiro Costa, Uruguai (1836-1901):
La Pecadora, Habanera para piano [3:21]
11. Amaral Vieira, Brasil:
Para mi corazón, para canto e piano [3:04]
12. Reynaldo Hahn, Venezuela (1875-1947):
Si mes vers avaient des ailles, para piano [1:20]
13. Amaral Vieira, Brasil:
Puedo escribir los versos más tristes, para canto e piano [5:56]
14. Amaral Vieira, Brasil:
La Canción Desesperada, para canto e piano [7:04]

ELOISA BALDIN, meio-soprano
AMARAL VIEIRA, piano

Gravação ao vivo: Memorial da América Latina
Primeira gravação mundial
Selo Vela/Concertos 22-C005

[Obrigado ao Antônio Duarte pela relação de faixas. Em retribuição, reproduzo o comentário dele acerca deste CD]
É uma grande alegria ter o Stabat Mater de Amaral Vieira disponibilizado neste blog. Já escrevi anteriormente que considero essa a mais importante obra sacra de compositor brasileiro. Como já tenho este cd, comentarei sobre o Tributo a Neruda, que é uma novidade para mim. Já pudemos constatar nas obras sacras que A. Vieira escreve magnificamente bem para a voz e isso se confirma nas 9 canções incluídas neste post. É admirável o lirismo de “Te recuerdo” e “Para mi corazon”, o drama de “Es la mañana llena de tempestad” e de “La Canción Desesperada”, a delicadeza de “Ah vastedad de pinos”, a sensualidade de “Cuerpo de Mujer”. As pequenas jóias latino-americanas para piano que entremeiam as canções são tocadas de modo muito refinado. É difícil imaginar que o cd inteiro tenha sido gravado ao vivo no Memorial da América Latina de São aulo, que tem uma das mais complicadas acústicas do planeta. Eloisa Baldin uma vez mais comprova sua excelência na interpretação de obras de Amaral Vieira (já a conhecíamos nas gravações da Fantasia-Coral e do Magnificat). Uma única ressalva: na reprodução do fundo de caixa do cd, Eloisa Baldin consta como soprano, mas no meu modesto entender o seu registro está mais para meio-soprano ou até mesmo contralto.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Já viu nossos mais de 100 endereços para baixar partituras? Clique aqui

Amaral Vieira
Amaral Vieira

CVL

Claude Debussy (1862-1918) – The Debussy Edition – CDs 1, 2 e 3 de 17

71HDj+m7ZVL._SL1392_E lá vem outra postagem gigante, desta vez são 17 cds de Debussy. Para quem gosta do compositor, é um prato cheio. Como se trata de uma coleção organizada pela Deutsche Grammophon, talvez alguns a critiquem pelas escolhas feitas por seus produtores na escolha dos intérpretes, mas teremos grandes gravações por aqui, com gente do nível de Boulez, Uchida, Zimerman, Martha Argerich, Arturo Benedeti Michelangeli, Abbado, entre outros.
Vamos começar com as obras orquestrais, obedecendo a divisão da coleção. São três cds, que trazem as sensacionais gravações que Pierre Boulez realizou com a Orquestra de Cleveland. ´Nocturnes´,`Jeux´, `La Mer´, e minha favorita, `Prelude à l´après-midi d´un faune`, são gravações que sempre me emocionam.
E vamos à luta, porque o que vem por aí é coisa de primeira.

CD 1

01 – Nocturnes, for female chorus & orchestra, L. 91_ No. 1, ‘Nuages’
02 – Nocturnes, for female chorus & orchestra, L. 91_ No. 2, ‘Fetes’
03 – Nocturnes, for female chorus & orchestra, L. 91_ No. 3, ‘Sirenes’

Ladies of The Cleveland Orchestra Chorus

04 – Rhapsodie for clarinet & piano (or orchestra), L. 116

Franklin Cohen – Clarinet

05 – Jeux, ballet, L. 126
06 – La Mer, symphonic sketches (3) for orchestra, L. 109_ No. 1, ‘De l’aube a mid sur la mer’
07 – La Mer, symphonic sketches (3) for orchestra, L. 109_ No. 2, ‘Jeux de vagues’
08 – La Mer, symphonic sketches (3) for orchestra, L. 109_ No. 3, ‘Dialogue du vent et de la mer’

Cleveland Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

CD 2

01 – Prelude a l’apres-midi d’un faune – I. Tres modere
02 – Images pour orchestre – No. 1 Gigues, Modéré
03 – Images pour orchestre – No. 2 Iberia, I. Par les rues et par les chemins_ Ass
04 – Images pour orchestre – No. 2 Iberia, II. Les parfums de la nuit_ Lent et rêveur
05 – Images pour orchestre – No. 2 Iberia, III. Le matin d’un jour de fête_ Dans u
06 – Images pour orchestre – No. 3 Rondes de printemps, Modérément animé
07 – Printemps, Suite symphonique – I. Très modéré
08 – Printemps, Suite symphonique – II. Modéré

The Cleveland Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

CD 3

01 – Fantaisie pour piano et orchestre – I. Andante ma non troppo – Allegro giusto
02 – Fantaisie pour piano et orchestre – II. Lento e molto espressivo

Jean-Rodolphe Kars
London Symphony Orchestra
Sir Alexander Gibson

03 – Deux Danses pour harpe et orchestre – I. Danse sacrée
04 – Deux Danses pour harpe et orchestre – II. Danse profane

Vera Badings – Harp

05 – Marche écossaise sur un thème populaire

Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink – Conductor

06 – Berceuse heroïque

Royal Concertgebouw Orchestra
Eduard van Beinum – Conductor

07 – Khamma
08 – Danse (Tarantelle styrienne)

Royal Concertgebouw Orchestra
Riccardo Chailly – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Claude_Debussy_ca_1908,_foto_av_Félix_Nadar
Claude Debussy em foto de 1908

Ospa nas igrejas ou Nada é o que parece ou Concerto de Gatinhos

Clarke: revirando-se no túmulo
Clarke: revirando-se no túmulo

Nossa, que chuvarada a de ontem à noite! E que acústica horrível e gritona a da Igreja dos Navegantes! Quando o excelente oboísta Javier Balbinder começou a ensaiar sozinho no palco já deu para concluir que o final da Abertura Egmont soaria como uma manada de elefantes na ponte do Guaíba. E soou mesmo.

Quando o concerto iniciou, os sismógrafos londrinos tremeram, indicando movimentos no solo abaixo da Catedral de St. Paul. É que Jeremiah Clarke revirava-se e dava socos para todo lado dentro de seu túmulo. O concerto começou com Trumpet Voluntary

.oOo.

Miau!
Miau!

Desde 1940, é sabido que a obra conhecida por Trumpet Voluntary foi escrita por Jeremiah Clarke e não por Henry Purcell, como anunciou o programa da Ospa. Quando a peça foi escrita, Purcell já estava morto havia cinco anos. A peça foi escrita originalmente para cravo e chama-se Prince of Denmark’s March. De 1878 até 1940, a peça foi atribuída a Henry Purcell e chamada de Trumpet Voluntary. Tudo porque, naquele ano do século XIX, um certo William Sparkes publicou um volume chamado Pequenas Peças para o Órgão, Livro VII, No. 1 (Londres, editado por Ashdown & Parry), incluindo erroneamente a peça de Clarke como se fosse de Purcell. Esta versão chamou a atenção de Sir Henry J. Wood, que fez duas transcrições orquestrais do mesma. Aí é que apareceu o trompete e o novo nome. Antigas gravações do início do século XX cimentaram o erro. Mantido o título dado por Wood, a peça tornou-se popular em casamentos reais, mas sabe-se desde 1940 que seu autor é Jeremiah Clarke, não Purcell.  Não acho muito legal errar o autor de uma obra.

Volo 1
Estou mortinho!

O pobre Clarke não foi sacaneado somente pela Ospa. Dizem os livros que “uma paixão violenta e sem esperança por uma bela senhora de uma classificação superior a sua levou-o a cometer suicídio”. Antes de se matar, ele ficou na dúvida: enforcamento ou afogamento? Como forma de decidir seu destino, ele jogou uma moeda para o alto, mas esta caiu em pé na lama. Gente, não brinco, falo sério. Em vez de considerar o fato como um sinal de que deveria desistir de seu intento, ele escolheu um terceiro método, matando-se com um tiro na cabeça nos jardins da Catedral de St. Paul, em Londres. Suicidas não têm muita chance com igrejas, mas foi feita uma exceção para Clarke, que foi enterrado na cripta da Catedral.

.oOo.

Óin!
Óin! Olha o adágio de Albinoni aí, gente!

Por outro lado, com toda a razão, estava escrito no programa da Ospa: Albinoni (Remo Giazzoto) – Adagio.

Albinoni foi um compositor barroco veneziano relativamente obscuro. Então, em 1958, surgiu este “Adagio” que tem sido usado por companhias de balé, patinadores, filmes — lembram de Gallipoli, um filme de 1981 sobre a Primeira Guerra Mundial? — e, com letras, por uma série de vocalistas como Sarah Brightman, por exemplo. Esta peça é, no entanto, uma composição moderna, como salientou o maestro Tiago Flores após regê-la. Conto o caso a seguir.

cacda
Gato mau. Será por causa de Wagner?

Manuscritos de Albinoni, incluindo uma série de partituras que nunca tinha sido publicada, estavam há muitos anos na Alemanha. Mas a biblioteca onde se encontravam foi destruída no bombardeio de Dresden, em fevereiro de 1945. Os papéis de Albinoni foram perdidos no incêndio. Porém, algumas obras do compositor tinham sido antes catalogadas por um musicólogo italiano chamado Remo Giazotto, autor de uma biografia de Albinoni. Em 1958, Giazotto introduziu esta peça como obra de seu biografado. Ele a teria reconstruído a partir de fragmentos de uma sonata.

Mas outros musicólogos tinham realizado as mesmas pesquisas e acharam tudo muito estranho. Denunciaram. Diante disso, como bom italiano enrolão, a história de Giazotto mudou um pouco. Ele passou a dizer que tinha se baseado em alguns fragmentos de uma linha de baixo que estavam num manuscrito de Albinoni. Mais: ele alegou que tinha os fragmentos. E mais: disse que eles tinham sido enviados a ele por questões de segurança, quando a biblioteca em Dresden dispersou muitos de seus tesouros… Um cidadão imaginativo, sem dúvida. É fundamental saber que os direitos autorais da peça têm apenas o nome de Remo Giazotto. E que ele, é claro, jamais mostrou os tais manuscritos.

.oOo.

Bunitinho!
Soninho.

Abertura Egmont. Aqui não há erro nem má intenção, apenas curiosidades. A música incidental para a peça Egmont, de Goethe, foi composta no final de 1809 para o Court Theater de Viena. A obra de Goethe é de 1786 e refere-se à acontecimentos não contemporâneos dos autores. No século XVI, o conde Egmont, de Flandres, lidera o povo flamengo em sua revolta contra a tirania espanhola. Depois de sua captura e prisão pelos espanhóis, sua amante Clärchen tenta resgatá-lo, mas fracassa em sua tentativa e ela se suicida, ingerindo veneno. Em sua cela, Egmont tem visões da imagem da liberdade e esta é uma mulher que se parece com sua amada. Ela coloca uma coroa de louros em sua cabeça enquanto uma música militar é ouvida. Então Egmont é executado, mas leva consigo a certeza de que a liberdade irá prevalecer.

.oOo.

Meus
Bunitinho…

Este foi um Concerto de Gatinhos. Lembram aquelas seleções de clássicos dos anos 70 e 80 que tinham gatinhos na capa? Ali, o Aleluia de Handel podia vir antes de Rhapsody in Blue, a qual era seguida da Abertura 1812, por exemplo. Salada semelhante foi-nos servida  na noite de ontem. A Ospa estava cheia de gatinhos, óin… Olha, eu acho que isso não cria público, acredito que este gênero de programa seja válido apenas em séries de concertos para escolas ou como eram os velhos “Concertos para a Juventude”, mas enfim. O apelido “Disco de Gatinhos” ou “Concerto de Gatinhos” é de autoria do Júlio e da D. Cristina lá da King`s Discos, esplêndida loja que ficava na Galeria Chaves. Eles não gostavam muito daquelas seleções…

Não vou avaliar o lado artístico do concerto de ontem. Era quase impossível tocar alguma coisa sem desafinar no meio daquela reverberação. Os membros da orquestra devem ter saído meio surdos de lá.

.oOo.

O programa:

Com aquela chuva, queriam que não estivesse amassado?
Com aquela chuva, queriam que não estivesse amassado?

PQP