Coleção Grandes Compositores 13/33: Antonio Vivaldi (1678-1741)

O décimo terceiro volume da Coleção Grandes Compositores, nos traz alguns dos mais famosos trabalhos do Padre Ruivo. Confesso que já tive vontade de me livrar dessa coleção de uma vez por todas, postando vários volumes de uma vez só e sem me preocupar em escrever algum texto sobre o compositor, mas pensei melhor e decidi que vale a pena fazer cada postagem individualizada. Infelizmente o 33º volume não vai poder ser postado, pois trata-se de Villa-Lobos, e acho que já é notório os problemas que tivemos com as postagens de obras do maior compositor das Américas.

Um grande abraço a todos!

Excetuando-se talvez o amor romântico, nenhum assunto inspirou mais os músicos do que as delícias da natureza. Ao longo dos séculos, grande número de compositores tentou traduzir em melodias os seus encantos: a Sinfonia Pastoral de Beethoven, La Mer de Debussy, as evocações florestais de Bruckner, Mahler e Sibelius, são apenas alguns dos exemplos mais famosos desse rico legado de músicas inspiradas na natureza. No topo dessa lista, ou bem perto dele, encontra-se  o quarteto de concertos para violino de Antonio Vivaldi, conhecido como As Quatro Estações, Op. 8.

Já adulto, na Itália das primeiras décadas do século XVIII, Vivaldi cultivava o concerto acima de todas as outras formas musicais. Compôs mais de 400 trabalhos desse tipo, tendo incorporado a eles uma grande variedade de timbres e efeitos instrumentais, assim como um estilo expressivo e ajustado de inventividade melódica. Nas Quatro Estações, Vivaldi utilizou esses recursos com o que se poderia chamar de finalidades pictóricas, para imitar fenômenos naturais como o vento, a chuva e o canto dos pássaros, bem como atividades humanas, como a dança e a caça. Para eliminar quaisquer dúvidas a respeito dessas alusões auditivas, ele chegou a registrar frases descritivas nas partituras das Estações, nos lugares correspondentes.

Além disso, quando publicou as Quatro Estações, em 1725, Vivaldi prefaciou cada concerto com um poema resumindo o programa ou “enredo” da música. Esses versos, sem dúvida, contribuíram muito para o rápido sucesso dos concertos. Durante sua vida, a obra foi fartamente executada em toda a Europa e recebida com entusiasmo. Consta que ninguém menos que o rei Luís XV, da França, solicitou a inclusão do concerto Primavera nas audições parisienses.

Cada um dos concertos que compõe as Quatro Estações foi composto segundo o esquema de três movimentos (rápido-lento-rápido) que Vivaldi adotara para esse tipo de composição. Dentro desse esquema bastante convencional, no entanto, os detalhes musicais não deixam de evocar a natureza e suas criaturas.

Fonte: Encarte do álbum.

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 13: Antonio Vivaldi

DISCO A

Concerto Nº 1 em Mi, RV 269 “Primavera”
01 Allegro 3:30
02 Largo 2:28
03 Allegro 3:56
Solista: Christopher Hirons

Concerto Nº 2 em Sol Menor, RV 315 “Verão”
04 Allegro non molto 5:28
05 Adagio – Presto 2:03
06 Presto 2:44
Solista: John Holloway

Concerto Nº 3 em Fá, RV 293 “Outono”
07 Allegro 5:03
08 Adagio molto 2:22
09 Allegro 3:09
Solista: Alison Bury

Concerto Nº 4 em Fá Menor, RV 297 “Inverno”
10 Allegro non molto 3:23
11 Largo 2:01
12 Allegro 3:08
Solista: Catherine Mackintosh

Concerto Nº 5 em Mi Bemol, RV 253 “La Tempesta di Mare”
13 Presto 2:48
14 Largo 2:35
15 Presto 3:40
Solista: John Holloway

Concerto Nº 6 em Dó, RV 180 “Il Piacere”
16 Allegro 2:55
17 Largo 2:21
18 Allegro 2:46
Solista: Alison Bury

Academia de Música Antiga, Christopher Hogwood

DISCO B

Concerto para Cordas em Sol “alla rustica”, RV 151
01 Presto 1:08
02 Adagio 1:01
03 Allegro 1:31

Concerto para Oboé e Violino em Si Bemol, RV 548
04 Allegro 3:44
05 Largo 3:21
06 Allegro 2:10
Oboé: David Reichenberg – Violino: Simon Standage

Concerto em Dó “con molti stromenti”, RV 558
07 Allegro molto 5:21
08 Andante molto 1:45
09 Allegro 2:55
Flauta-doce: Philip Picket, Rachel Beckett
Chalumeau: Colin Lawson, Carlos Riera
Violino: Simon Standage, Micaela Comberti
Bandolim: James Tyler, Robin Jeffrey
Tiorba: Nigel North, Jakob Lindberg
Violoncelo: Anthony Pleeth

Concerto para Dois Violinos em Sol, RV 516
10 Allegro molto3:49
11 Andante (molto) 2:04
12 Allegro 3:05
Violinos: Simon Standage, Elizabeth Wilcock

Concerto para Oboé em Lá Menor, RV 461
13 Allegro non molto 4:13
14 Larghetto 3:14
15 Allegro 2:38
Oboé: David Reichenberg

Concerto para Dois Bandolins em Sol, RV 532
16 Allegro 4:01
17 Andante 2:09
18 Allegro 3:51
Bandolins: James Tyler, Robin Jeffrey

The English Concert
Cravo, órgão e regência: Trevor Pinnock

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Marcelo Stravinsky

Marcus Ferrer – Viola em concerto

Pra quem ainda pensa que viola caipira só serve pra tocar música caipira e não vê que ela está cada vez mais se integrando a outros gêneros, como rock, blues, choro, metal e… música clássica. Neste álbum só há peças inéditas de compositores eruditos contemporâneos – talvez o primeiro a empreender coisa do tipo – e cada uma tem uma linguagem diferente da outra. Deem uma ouvida e comentem.

***

Quem me enviou o arquivo não sabe o nome das faixas, nem eu consegui obter via Google, só achei um release e uma notícia, mas sei que neste CD não tem nada de compositores já falecidos – todas as obras são inéditas e foram compostas para Marcus Ferrer.

[Update: setlist e encarte enviados pelo visitante Johannes Brahms]

1- Edino Krieger / Ponteando
2- Jorge Antunes / Em casa de ferrer, viola de pau
3- Pedro Kröger / Seresta
4- Roberto Velasco / Viola volpi
5- Roberto Victório / Prelúdio X
6- Rufo Herrera / Andinas nº 3
7- Marisa Rezende / Psssssiu!…
8- Eli-Eri moura / Crusmática
9- Edson Zampronha / Capriccio
10- Marcos Lacerda / Memória do nada
11- Maurício Dottori / Vago e florido firmamento de notas
12- Frederico Richter (Frerídeo) / Cantos expressivos

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CVL

Antonín Dvorak (1841-1904) – Symphony No. 1 in C minor – 'The Bells of Zlonice', Symphony No. 4 in D minor, Op. 13 e Symphony No. 2 (CDs 1 e 2 de 6)

Antonin Leopold Dvorak nasceu em Nelahozeves (Rep. Tcheca), a 8 de setembro de 1841. Filho de um humilde comerciante, aos oito anos de idade Dvorak teve despertada sua vocação musical. Mas só pôde realizar os primeiros estudos em 1853, já residindo na cidade de Zlonice. Quatro anos depois instalou-se em Praga, onde iniciou uma vida de sacrifícios, aliviados quando foi premiado pela composição de um hino patriótico (1873).

Depois de uma fase influenciada por Wagner e Liszt, tornou-se adepto do movimento nacionalista tcheco iniciada por Smetana. O impulso decisivo para a sua carreira ocorreu em 1877 quando, sob recomendação de Brahms, os Duetos morávios foram editados na Alemanha. Desde então, os programas de concerto no estrangeiro passaram a colocar em destaque o nome de Dvorak.

Na Inglaterra, houve uma acolhida sobremodo entusiástica (iniciada com a apresentação das Danças eslavas), a ponto de quase se tornar a segunda pátria do compositor. Várias vezes Dvorak esteve em Londres e outras cidades britânicas, regendo as próprias obras, entre estas a Sinfonia em ré maior e o oratório Santa Ludmilla. Em 1891, a universidade de Cambridge lhe conferiu o título de doutor honoris causa.

Por essa época, já era numerosa a produção de Dvorak. Tinha abordado todos os gêneros, revelando-se especialista em música de câmara. O Trio para piano Op. 90 – Dumky (1891), foi logo incorporado ao repertório de todos os conjuntos camerísticos. A posição estética do compositor também já estava definida, como a de seu conterrâneo Smetana, igualmente abeberado nas fontes folclóricas.

Popularidade, fama, honrarias, tornaram-se comuns na vida de Dvorak. Em Praga, recebeu também o título de doutor honoris causa da universidade. Foi nomeado professor e mais tarde diretor do conservatório. Chegou a ser nomeado membro da câmara dos pares do império austríaco.

Sua fama atravessou o Atlântico. Dvorak foi dirigir o conservatório de Nova Iorque. Nos Estados Unidos, foi atraído pela melodia dos índios e dos negros. Três anos na América resultaram para Dvorak na fase mais conhecida de sua atividade criadora. A ela pertencem obras como a célebre Sinfonia n.º 9 em mi menor – Do Novo Mundo (1893); o Quarteto em fá maior Op. 96, arbitrariamente apelidado de Americano (1893); o Concerto para violoncelo em si menor Op. 104 – obra-prima no gênero; e uma coletânea de peças para piano intitulada Humoresques, das quais a sétima chegou a ser a música quase mais tocada em todo o mundo.

Quando retornou a Praga, a fidelidade às origens continuou inalterada. Dvorak dedicou-se à composições de peças sinfônicas e óperas. E nestas últimas, principalmente, os elementos musicais e dramáticos são de pura inspiração folclórica tcheca. A glória em vida acompanhou-o até a morte. Dvorak morreu em Praga, a 1.º de maio de 1904 e foi sepultado como herói nacional.

Dvorak apareceu como um improvisador, bem menos atento às regras de estruturação formal. Embora Smetana, sempre obediente às normas tradicionais, fosse seguidor de Liszt e Wagner – ao passo que Dvorak é discípulo de Brahms, Schumann e, sobretudo, de Schubert – Dvorak é bem mais, rapsódico. Daí, por certo, a popularidade que alcançou no mundo inteiro.

Da fase americana de Dvorak também resultou um equívoco, hoje esclarecido: dizia respeito ao aproveitamento do folclore dos Estados unidos, em detrimento das fontes eslavas; mas pesquisas musicológicas, levadas a efeito em Harvard, concluíram por confirmar o original caráter eslavo da Sinfonia n.º 9 e do Quarteto Americano.

Extraído DAQUI

Antonín Dvorak (1841-1904) – Symphony No. 1 in C minor – ‘The Bells of Zlonice’, Symphony No. 4 in D minor, Op. 13 e Symphony No. 2 in B flat major, Op. 4

DISCO 1

Symphony No. 1 in C minor – ‘The Bells of Zlonice’
01. 1. Allegro
02. 2. Adagio Molto
03. 3. Allegretto
04. 4. Finale_ Allegretto

Symphony No. 4 in D minor, Op. 13
05. 1. Allegro
06. 2. Andante sostenuto e molto cantabile

DISCO 2

Symphony No. 4 in D minor, Op. 13
01. 3. Scherzo. Allegro feroce
02. 4. Finale: Allegro con brio

Symphony No. 2 in B flat major, Op. 4
03. 1. Allegro con moto
04. 2. Poco Adagio
05. 3. Scherzo: Allegro con brio
06. 4. Finale: Allegro con brio

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

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Carlinus

Wolfgang A. Mozart e Leopold Mozart – Wind Concertos

Pai e filho juntos neste delicioso CD. Leopold Mozart, pai de Wolfgang Amadeus Mozart, não foi um extraordinário compositor como o filho. Leopold é mais conhecido como o indutor do filho prodígio. Mas apesar de ser um dos principais responsáveis pela educação musical do filho, Leopold compunha. Escreveu pouco coisa. Das obras que escreveu, talvez, seja o concerto para trompete em ré maior a sua principal obra. É belíssimo. Fato curioso é que eu possuía uma versão desse concerto gravado numa fita K-7, mas obliterou-se com o tempo. Até que consegui encontrar esta gravação. Quiça seja esse um dos fatores que me impelem a fazer esta postagem. Aparecem ainda três concertos de Mozart filho. Maravilhosos. Capazes de aturdir. Numa noite solitária como essa causam lances profundos. Ouço rumores distantes na rua. Há pouco choveu. A rua foi lavada. Os becos foram lavados. A minha está lavada pela solidão. Opa! estou a tresvariar. Talvez seja a música sensível que faz vibrar a minha alma, produzindo ecos em terrenos distantes do meu ser. É a música de Mozart – filho e pai! Boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Concerto para Clarinete em Lá maior, K. 622, Concerto para Trompa em Si bemol maior No. 4, K. 495 e Concerto para Oboé em Sol maior, K. 271k – “Ferlindes”

Concerto para Clarinete em Lá maior, K. 622
01. I. Allegro
02. II. Adagio
03. III. Rondo (Allegro)

Concerto para Trompa em Si bemol maior No. 4, K. 495
04. I. Allegro moderato
05. II. Romanza (Andante)
06. III. Rondo (Allegro vivace)

Concerto para Oboé em Sol maior, K. 271k – “Ferlindes”
07. I. Allegro aperto
08. II. Andante ma non troppo
09. III. Allegro

Leopold Mozart (1719-1797) – Concerto para Trompete em Ré maior
10. I. Adagio
11. II. Allegro moderato

Ensemble Orchestral de Paris
John Nelson, diretor
David Guerrier, trompa, trompete
Francois Leleux, oboé
Paul Meyer, clarinete

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Carlinus

Aniversários do mês de Fevereiro – Nascimentos e Mortes

03/02/1736 – J. G. Albrechtsberger – Nascimento
03/02/1904 – Luigi Dallapiccola – Nascimento
05/02/1962 – Jacques Ibert – Morte
07/02/1830 – Marcos Portugal – Morte
07/02/1994 – Witold Lutoslawski – Morte
08/02/1943 – Almeida Prado – Nascimento
09/02/1885 – Alban Berg – Nascimento
09/02/1964 – Ary Barroso – Morte
12/02/1760 – Jan Dussek – Nascimento
12/02/1894 – Hans Guido Von Bulow- Morte
12/02/1915 – Émile Waldteufel
13/02/1883 – Richard Wagner – Morte
15/02/1857 – Mikhail Glinka – Morte
15/02/1899 – Georges Auric – Nascimento
16/02/1987 – Dmitry Kabalevsky – Morte
17/02/1653 – Arcangelo Corelli – Nascimento
17/02/1973 – Pixinguinha – Morte
18/02/1956 – Gustave Charpentier – Morte
19/02/1986 – Francisco Mignone – Morte
20/02/1929 – Carl Czerny – Nascimento (algumas fontes citam o dia 21)
20/02/1929 – Toshiro Mayuzumi – Nascimento
20/02/1961 – Pierce Grainger – Morte
20/02/1996 – Toru Takemitsu – Morte
21/02/1795 – Francisco Manuel da Silva – Nascimento
21/02/1836 – Leo Delibes – Nascimento
22/02/1992 – William Schuman – Morte
23/02/1685 – G. F. Handel – Nascimento
23/02/1934 – Edward Elgar – Morte
27/02/1887 – Alexander Borodin – Morte
28/02/1935 – Chiquinha Gonzaga – Morte
29/02/1792 – Gioachino Rossini – Nascimento

por Marcelo Stravinsky

Coleção Grandes Compositores 12/33: Johannes Brahms (1833-1897)

Era a época de apogeu do romantismo, uma tendência que arrastava a maioria dos compositores, mas não os unia em uma mesma batalha nem no mesmo campo. É verdade que, contra Liszt e sua escola de Weimar, Brahms apoiou de maneira firme a postura de Robert Schumann, defensor do romantismo com uma clara ancoragem no clássico e menos ligado às exposições literárias que inundavam a música do húngaro e seus discípulos, assim como o teatro de Wagner e seus seguidores, mas respeitava sua criação, embora não participasse de seus excessos.

Foi então que começou a tendência a considerar Brahms, em um sentido pejorativo, “clássico”, até mesmo “conservador”, alguém que não participava da revolução que ia mudar o mundo da música e que verdadeiramente desempenhou um papel muito importante na mudança que se aproximava. Mas Johannes Brahms havia participado também desta mudança, embora sua contribuição  tenha sido menos ostensiva e estivesse contida mais nas cordas que nos trompetes, tubas e percussão, na falta de medida da orquestra e do andamento do tempo empregado em declarações românticas que levaram à hipertrofia dos pós-romantismo. Esta mudança que nos legou a música de Brahms está contida em suas obras para piano, em seus quartetos, no desenvolvimento da harmonia que os sustenta, na forma muito mais concisa em que as ideias  são expostas, na densidade de pensamento de suas sinfonias, de suas variações sinfônicas, de seus concertos, de seus Lieder, de suas obras corais. Diríamos que é de certa forma a postura clássica do verdadeiro pensador ante a dos líderes e agitadores políticos, que se perdem em declarações altissonantes e valorizam mais a maneira de dizer que as idéias que realmente levam à mudança. Embora participem delas, nem sempre as traduzem corretamente.

Não se pode negar a importância dos românticos revolucionários nas mudanças históricas produzidas depois da explosão romântica: seria estúpido não admitir a relevância da contribuição de Wagner, de Liszt – embora injustamente desvalorizado ao lado de seu genro -,  da mesma forma que seria estúpido negar o valor musical de suas obras. O que se pretende aqui, é esclarecer que é preciso reavaliar a ação e a atitude de Brahms nessa luta, reconhecer que ele foi relegado à alcunha de conservador, ou seja, de manifestar uma atitude passiva diante da mudança, de falta de combatividade, simplesmente porque sua intervenção nessas mudanças não foi exposta aos gritos, estentoreamente proclamada, embora talvez não menos efetiva.

Texto de Eduardo Rincon

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Coleção Grandes Compositores Vol. 12: Johannes Brahms

DISCO A

Symphony Nº 4 in E Minor, Op. 98
01 Allegro non troppo (13:17)
02 Andante moderato (12:41)
03 Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I (6:12)
04 Allegro energico e passionato – Più allegro (11:35)

Tragic Overture, Op. 81
05 Allegro non troppo – Molto più moderato – Tempo primo (14:16)

Vienna Philharmonic Orchestra, Leonard Berstein

DISCO B

Concerto for Violin and Orchestra in D, Op. 77
01 Allegro non troppo (23:32) [Cadenza: Joseph Joachim]
02 Adagio (9:41)
03 Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto (8:45)
Shlomo Mintz, violin
Berlin Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado

Academic Festival Overture, Op. 80
04 Allegro – L’istesso tempo, un poco maestoso – Animato – Maestoso (10:03)
Berlin Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado

Hungarian Dances
05 Nº 1: Allegro molto (2:53)
06 Nº 3: Allegretto (2:18)
07 Nº 10: Presto (1:36)
Vienna Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado

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Marcelo Stravinsky

Coleção Grandes Compositores 11/33: Sergei Rachmaninoff (1873-1943)

Rachmaninov foi considerado em sua época como um dos virtuoses mais brilhantes e suas atuações, às vezes polêmicas devido à interpretação que fez de obras clássicas, foram seguidas com devoção. Ao mesmo tempo, as gravações realizadas durante sua fase como pianista e diretor de orquestra constituíram durante muitos anos uma referência importante, embora, como no caso de suas interpretações, algumas delas tenham sido julgadas como polêmicas.

Em 1931, Rachmaninov escreveu as Variações sobre um tema de Corelli, partitura original para piano, e, em 1934, colocou toda a sua experiência como virtuose na composição de uma obra que pretendia render homenagem àquele que ele considerava o mais brilhante de todos os intérpretes virtuoses da história da música romântica, Paganini, em uma obra intitulada Rapsódia sobre um tema de Paganini Op. 43. Tratava-se de um ciclo de variações para piano e orquestra que o músico russo escreveu e estreou em 1934, em Baltimore, nos Estados Unidos, sob direção de Leopold Stokovsky. Essa é a última obra concertante do compositor e pode ser consiedrado como seu quinto concerto para piano. Cinco anos depois, o coreógrafo Fokine, com o consentimento do autor, criou para a obra o balé Paganini, estreado no Convent Garden de Londres. Entre o material que compõe essa partitura ressurgiu o Dies Irae medieval, que havia aparecido pela primeira vez no poema sinfônico A ilha dos mortos e que o compositor russo retomou pela terceira e última vez em Danças sinfônicas.

Entre as obras de maior destaque dos últimos anos da carreira de Rachmaninov, vale citar a Sinfonia n.º 3, composta em 1936 e revisada em 1938 e Danças sinfônicas, de 1940, que pode ser considerada como o seu testamento musical e, recorre, mais uma vez, ao tema da morte. A Sinfonia n.º 3 em lá menor Op. 44 foi escrita em 1936 e estreou no mesmo ano, na Filadélfia. Depois de A ilha dos mortos, escrita em 1909, Rachmaninov voltou a compor uma obra para orquestra. A linguagem musical da Sinfonia n.º 3 permite entrever a influência americana e a modernidade que caracterizam as últimas obras deste compositor. Sua seguinte obra orquestral, e também a última, é Danças sinfônicas. Escrita em 1940, estreou um ano depois sob a regência de Eugene Ormandy. A obra, cujo nome original era Danças fantásticas, teve parte de sua música aproveitada de Os citas, um balé iniciado em 1915 que não chegou a ser concluído. Parte do seu último período compositivo, Danças sinfônicas é obra de profundo lirismo que revive a imagem tradicional de um Rachmaninov pós-romântico.

Fonte: texto disponível em diversos sites, sendo quase
impossível a identificação da fonte primária.

Coleção Grandes Compositores Vol. 11: Sergei Rachmaninoff

DISCO A

Symphonic Dances, Op. 45
01 Non allegro (11:09)
02 Andante con moto (tempo di valse) (8:51)
03 Lento assai – Allegro vivace (13:24)
Concertgebouw Orchestra, Vladimir Ashkenazy

04 The Isle of the dead, Op. 29 (20:52)
Concertgebouw Orchestra, Vladimir Ashkenazy

05 Vocalise , Op. 34, Nº 14 (6:59)
Lynn Harrell, cello
Vladimir Ashkenazy, piano

DISCO B

Piano Concerto Nº 2 in C Minor, Op. 18
01 Moderato (11:07)
02 Adagio sostenuto (11:53)
03 Allegro scherzando (11:31)
Vladimir Ashkenazy, piano
London Symphony Orchestra, André Previn

04 Rhapsody on a theme of Paganini, Op. 43 (23:42)
Vladimir Ashkenazy, piano
London Symphony Orchestra, André Previn

05 Prelude in C Sharp Minor, Op. 3, Nº 2 (4:32)
Vladimir Ashkenazy, piano

06 Prelude in G Minor, Op. 23, Nº 5 (3:48)
Vladimir Ashkenazy, piano

07 Prelude in G Sharp Minor, Op. 32, Nº 12 (2:26)
Vladimir Ashkenazy, piano

BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky

Marisa Rezende (1944) – Música de câmara

Aproveitando essa minha vibe de ouvir obras compostas por mulheres (Jane O’Leary, Barbara Strozzi e outras que vou postar em breve, como Jocy de Oliveira), introduzo este álbum com o melhor da obra de câmara de Marisa Rezende. Até hoje tenho uma boa impressão da compositora carioca por conta de sua peça sinfônica Vereda (a qual tive a oportunidade de ouvir aqui no Rio), infelizmente ainda não gravada (como tantas peças magníficas feitas no Brasil). Um detalhe curioso que encontrei em seu catálogo foi a estreia de algumas de suas composições no Recife na década de 80, cidade onde é difícil isso acontecer atualmente, pelo que tenho apurado.

Da primeira vez que ouvi o presente CD pra cá, mudei bastante minha percepção: hoje tolero melhor obras texturais e atonais (em certa medida, Rezende me lembra O’Leary). Daí recuperei este disco das profundezas de minhas prateleiras e pude apreciar melhor o lado técnico das obras, sem olhar somente o estético. Destaco, especialmente, o cromatismo ziguezagueante de Elos, para cravo solo, o cambiante quarteto de cordas Vórtice, que de um vacilante tango inicial dissolve-se adiante em fragmentos irreconhecíveis, e o impetuoso quarteto Volante.

Música de Câmara
Coleção música de câmara brasileira vol. 5

01. Volante (1990), para flauta, clarineta, violoncelo e piano
02. Sintagma (1988), para flauta, percussão e piano
03. Variações (1995), para flauta
04. Elos (1995), para cravo
05. Ressonâncias (1983), para piano
06. Mutações (1991), para piano a quatro mãos
07. Contrastes (2001), para piano
08. Vórtice (1997), para quarteto de cordas
09. Cismas (1997), para violino, viola, violoncelo, contrabaixo e piano

Flauta: Cássia Carrascoza
Clarineta: Luís Eugênio Montanha
Violoncelo: Dimos Goudaroulis
Piano: Lidia Bazarian
Piano: Marisa Rezende
Percussão: Carlos Tarcha
Cravo: Marcelo Fagerlande
Quarteto de cordas da cidade de São Paulo

BAIXE AQUI

CVL

PS.: No Música Brasileira de Concerto vocês podem fazer o download do encarte e do catálogo de Marisa Rezende.

Gheorghe Zamfir (1941) – Rapsódia da Primavera – Concerto para Flauta de Pã e Orquestra

Imagino o olhar de incredulidade de alguns que adentram constantemente nosso blog e o pensamento preconceituoso do tipo: Caracas, dessa vez apelaram de vez! Zamfir?!?! Era só o que faltava! Putz, o Richard Clayderman da flauta de pã! Tentativas de leitura de pensamento a parte, estamos nos referindo nesse momento, não ao Zamfir intérprete popular, mas ao compositor. E é inegável o seu virtuosismo em um instrumento, apesar do aparente paradoxo, simplório e sem muita tecnologia, mas de extrema dificuldade técnica. Não tenho um amplo conhecimento sobre a obra autoral do compositor romeno, mas acredito que não são muito abundantes as suas composições de real cunho erudito. O álbum que compartilho com vocês, é um explêndido registro das possibilidades que podem ser alcançadas com uma flauta de pã, além de nos encantar com belíssimas melodias que lembram a música folclórica romena. As composições presentes nesta gravação, além de cativantes, demonstram todo o lirismo e, acima de tudo, virtuosismo, do talvez, maior virtuose do instrumento em todo o mundo

É ouvir pra crer! Uma ótima audição!

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Gheorge Zamfir: Rhapsodie du Printemps – Concerto for Panpipes and Orchestra

Rhapsodie Du Printemps
01 Roumanian Rhapsody For Panpipes And Orchestra

Concerto No. 1 In G For Panpipes And Orchestra
02 Allegretto
03 Moderato poco rubato
04 Andante moderato
05 Allegro vivace

06 Couleurs d’Automne

07 Black Waltz

Orchestre Philharmonique de Monte Carlo
Lawrence Foster, Conductor

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Marcelo Stravinsky

Henrique Oswald (1852-1931) e Luís de Freitas Branco (1890-1955) por Luiz de Moura Castro e o Quarteto de Brasília

O Quarteto de Brasília tem uma das mais significativas discografias construídas para conjunto de câmara no Brasil, favorecido pelo feliz fato de o grupo possuir o próprio estúdio e selo de gravação; já Luiz de Moura Castro proporcionou uma das melhores interpretações de Mozart que ouvi ao vivo (só não me lembro o número do concerto); e Henrique Oswald, reforço, é o grande nome do Romantismo brasileiro, ao lado de Carlos Gomes. Tudo certo para um álbum espetacular, não?

Porém, infelizmente, o leite empedrou. Nem levo em conta a captação ruim do som, que denota ter sido feita num auditório ou sala de concerto sem público e não em um estúdio, mas pela execução sem confiança do quarteto, que, neste caso, atrapalhou a captação da aura da obra. Mesmo assim, é um registro importante pois temos de agradecer por qualquer gravação de Oswald, esteja ela como estiver. Peço que deem uma ouvida para conferir o que estou dizendo.

Oportunamente, postarei gravações boas do Quarteto de Brasília, o mais antigo em atividade ininterrupta no Brasil. O português Luís de Freitas Branco está no CD em função de este ter sido gravação nas efemérides dos 500 Anos do Descobrimento.

Faixas (a descrição dos movimentos está nos arquivos)
1-4. Quinteto para piano e cordas, op. 18 de Oswald
5-8. Quarteto para cordas de Freitas Branco

BAIXE AQUI

CVL

Sergey Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n° 5, in B Flat Major, op. 100, Symphony n°7, in C Sharp minor, op. 131 – Järvi – RSNO (Links Revalidados)

Completando o ciclo das sinfonias de Prokofiev, temos aqui neste quarto CD as duas mais conhecidas e talvez as mais executadas.
A Quinta Sinfonia estreou logo após o final da Segunda Guerra, e foi dirigida pelo próprio Prokofiev, no Conservatório de Moscou e foi muito bem recebida, se tornando logo uma das mais populares e executadas sinfonias de Prokofiev.
Achei interessante a descrição dos movimentos que a Wikipedia nos oferece:
“The first movement embodies what Prokofiev envisioned as the glory of the human spirit. In a tightly argued sonata form, there is an elaborate and climactic development of the two themes – one calm and sustained, the other soaring with tremolo accompaniment from strings – after the exposition section. It represents the pinnacle in Prokofiev’s symphonic thought. The movement is wrapped up with an electrifying coda, punctuated by a roaring tam-tam and low piano tremolos.
The second movement is an insistent scherzo in Prokofiev’s typical toccata mode, framing a central country dance in triple time. The third movement is a dreamy slow movement, full of nostalgia, which nevertheless builds up to a tortured climax, before receding back to dreaminess.
The finale starts with a cello choir playing a slow introduction containing elements from the first theme of the first movement, which then launches into the movement proper, a rondo. The playful (“giocoso”) main theme is contrasted with two calmer episodes, one played by the flute, the other a chorale on strings. At the end, just as the movement is striving to end in a victorious tone, the music unexpectedly degenerates into a manic frenzy (rehearsal mark 111), which is then interrupted by a string quartet playing staccato “wrong notes” (rehearsal mark 113) with rude interjections from low trumpets, making the ultimate B-flat major chord sound all the more ironic.”

A Sinfonia n°7 foi composta como parte de um programa para crianças, e por este motivo ficou conhecida como “Sinfonia das Crianças e foi concluída em 1952, um ano antes da morte do compositor.

Completo assim mais um ciclo, mais uma caixa. O colega Carlinus ficou de nos trazer a versão destas mesmas sinfonias com o Valery Gergiev, atualmente a gravação referência destas sinfonias. Será interessante para fazermos uma comparação entre as leituras destes dois grandes regentes da atualidade.

Adoro Prokofiev, que juntamente com Stravinsky e Bártok, são meus compositores favoritos do século XX.  Pretendo logo, logo, trazer mais uma integral, desta vez, de seus concertos para piano. Quem viver, verá.

Sergey Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n° 5, in B Flat Major, op. 100, Symphony n°7, in C Sharp minor, op. 13

01 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Andante
02 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Allegro marcato
03 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Adagio
04 Op. 100 – Symphony no.5 in Bb – Allegro giocoso
05 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Moderato
06 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Allegretto
07 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Andante espressivo
08 Op. 131 – Symphony no.7 in C#b Vivace

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FDPBach

Claude Debussy (1862-1918) – Pierre Boulez conducts Debussy – Pélleas et Mélisande – drama lírico em cinco atos (ópera) – (CDs 3, 4 e 5 de 5 – final)

Pelléas et Mélisande é como se fosse um portal que nos conduz a um novo mundo musical no século XX. Publicada em 1902, a obra é um divisor de águas. Achei muito boa a explicação da wikipédia para a obra. Por isso, segue o texto: Pelléas et Mélisande (Pelléas and Mélisande)(1902) é uma ópera em cinco actos e doze quadros, composta por Claude Debussy, com Libretto de Maurice Maeterlinck. A Acção decorre no reino imaginário de Allemonde, em tempos medievais. Pelléas et Mélisande é uma espécie de manifesto do pensamento artístico de Claude Debussy (1862 – 1918) e, por extensão, também do expressionismo musical. A corrente estética criada em França, em finais do século XIX, constituiu uma resposta à escola pictórica impressionista. O pai desta última foi Claude Monet – de quem Debussy se declarava fervoroso admirador. O seu quadro intitulado Impression: soleil levant (1874) abriu o novo caminho impressionista e ao mesmo tempo deu-lhe o nome. Auguste, Renoir, Camille Pissarro e Edgar Degas foram os representantes seguintes deste movimento artístico que sacudiu as bases da cultura parisiense nas últimas décadas de 1800. Todos estes artistas confrontaram-se com a Academia Francesa de Belas Artes e aos seus ensinamentos ao mostrar mais interesse em reflectir os efeitos da luz do que em retratar com precisão os perfis das personagens, objectos ou as paisagens.

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Esta nova técnica, na qual desempenhava um papel principal o tratamento da cor, foi a que Debussy quis aplicar na linguagem artística da qual era mestre. Na actualidade identificamos já alguns elementos impressionistas em certas obras de Chopin ou Liszt, mas foi o compositor francês quem definiu os traços fundamentais do impressionismo musical no seu celebrérrimo Preludio à sesta de um fauno (1894). Pelléas et Mélisande é também outra das obras representativas desta corrente artística que exerceu uma importante influencia na música do século XX. Maurice Ravel, o outro grande músico do impressionismo, e artistas posteriores como Béla Bartók e Olivier Messiaen aproveitaram os ensinamentos do autor de La Mer.

A criação de Pelléas et Mélisande foi complicada e longa. Debussy tinha conhecido o drama de Maeterlinck devido à sua estreia no Théatre des Bouffes-Parisiennes em 1893. Nesse mesmo ano, cativado pela peça do autor flamengo, começou a escrever a sua ópera. A 6 de Setembro escreveu ao seu amigo, ele também compositor, Ernest Chausson: ” Debussy terminou uma cena de Pelléas, ‘Uma fonte no parque’, Acto IV, cena 4″. Esta é a primeira notícia que temos da génese de Pelléas et Mélisande. Debussy foi submergindo-se pouco a pouco na composição de uma música difícil, trabalhosa e inclusivamente desencorajadora para o seu autor, que o obrigava a fabricar novos recursos para seguir adiante com a revolucionaria partitura. Numa nova missiva ao seu amigo Chausson, o compositor confessou: “servi-me de um meio expressivo muito estranho: o silêncio (não se ria), que é talvez a única maneira de atingir o sentimento de um instante”.

Quando os primeiros esboços se encontravam bastante avançados, o compositor francês preparou um encontro em Gand com o próprio Maeterlinck para diligenciar as autorizações correspondentes, o que foi possível graças a Henri de Régnier, um dos seus amigos da Libraire Indépendante. Debussy foi ao encontro acompanhado pelo poeta Pierre Louÿs. Após o encontro com dramaturgo, o músico reflectiu sobre as suas impressões, uma vez mais, na sua correspondência privada: “Passei com Maeterlinck um dia em Gand. No principio comportou-se como uma jovenzinha à qual apresentaram o seu futuro marido, mas logo se derreteu o gelo e esteve encantador. O que me disse sobre o teatro qualifica-o como um espírito verdadeiramente superior. Autorizou-me a fazer em Pelléas todos os cortes que me fossem precisos, inclusivamente indicou-me alguns realmente necessários e muito úteis. De música, segundo me disse, não percebe nada; vai ouvir uma sinfonia de Beethoven como um cego a um museu. Mas é um homem fora do normal, que diz coisas extraordinárias da maneira mais simples. Quando lhe agradeci pelo seu Pelléas, fez todo o possível para demonstrar-me que era ele quem estava agradecido por tê-lo posto em música”. Debussy utilizou como libreto o texto de Maeterlinck, o qual submeteu a algumas consideráveis modificações.

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Em 1895, Debussy deu por terminado o seu Pelléas et Mélisande. No entanto o descontentamento apoderou-se do compositor, que uma vez mais regressou às páginas da sua ópera e continuou a trabalhar nela. Depressa incorporou novidades na sua obra, enquanto prosseguiu com outros projectos diferentes, entre os quais se encontram os Nocturnos. A Ópera Cómica de Paris fixou por fim uma data – início de 1902 – para a estreia de Pelléas et Mélisande. Mas esta estava cada vez mais perto e Debussy prosseguia com as suas correcções. Iniciaram-se os ensaios e o compositor encontrou-se com numerosos problemas. Em primeiro lugar, produziram-se desagradáveis tensões com André Messager, maestro da produção em preparação. E, posteriormente, teve que enfrentar vários confrontos com os cantores e instrumentistas da orquestra, que se encontravam muito incomodados com a tão moderna música de Debussy. Entretanto, o compositor consagrava as suas noites de insónia a terminar a sua obra. A estreia produziu-se, por fim, a 27 de Abril de 1902, com a lendária soprano escocesa Mary Garden no papel de Mélisande. O acolhimento do público parisiense foi glacial; inclusivamente chegou a receber com gargalhadas algumas das dramáticas frases da infeliz protagonista feminina durante o Acto II. Ao finalizar o trabalho, o silêncio e desaprovação superou os escassos aplausos. Paul Dukas, Pierre Louÿs e Paul Valéry, que se encontravam entre a assistência, estavam enfeitiçados pela música do seu amigo, conscientes de que tinham sido espectadores de um grande momento da história. Debussy, pela sua parte, encontrava-se especialmente satisfeito com a interpretação de Mary Garden no papel principal: ” Chegou por fim o acto V – a morte de Mélisande – e foi um assombro, de cuja emoção não poderia dar conta. Era a voz secretamente ouvida, com essa doçura desvanecida, essa arte tão cativante em que não acreditava até esse momento e que desde então fez com que a admiração do público se inclinasse com um fervor cada vez maior perante o nome da menina Mary Garden”.

A reacção do público parisiense perante uma obra tão audaz e revolucionária parece lógica. Em Pelléas et Mélisande, Debussy luta contra a tradição. A sua escrita vocal foge de todo o conencionalismo, pelo que é inútil procurar entre as paginas desta ópera especial melodias no sentido tradicional, árias ou momentos de brilho para os cantores. Como o próprio compositor explicou, ” quis que a acção não se detivesse nunca, que fosse contínua, ininterrupta…quis prescindir de frases musicais parasitas. Ao escutar uma obra, o erspectador está habituado a experimentar dois tipos de emoções muito distintas: a emoção musical, por um lado, e a emoção da personagem, por outro; em geral, sente-as de modo sucessivo. Eu cuidei para que estas duas emoções estivessem perfeitamente fundidas e fossem simultâneas. A melodia, se me permite dizê-lo, é antilirica”. Pelo seu estilo particular, Pelléas et Mélisande erige-se como precendente de Bartók e do próprio Schönberg. Do ponto de vista harmónico, Debussy faz uso de um modalismo de ressonâncias medievais e mágicas, no qual se pode achar certa influência wagneriana. É sabido que o compositor francês dedicou sentimentos contraditórios à arte do genial compositor alemão. Muitas das características harmónicas e sonoras da música de Wagner impregnaram a sensibilidade de Debussy, no entanto, a controversa técnica do leimotiv com a qual o autor de o Anel do Nibelungo estruturava as suas composições produzia-lhe uma forte resistência. Debussy escreveu Pelléas et Mélisande como uma alternativa oposta a Wagner, mas em muitas passagens, como apontou o próprio Pierre Boulez, não é difícil de encontrar a influência do último Wagner, ou Parsifal.

Bom deleite!

Claude Debussy (1862-1918) – Pélleas et Mélisande – drama lírico em cinco atos (ópera)

DISCO 03

Ato I
01. 1 Une forêt
02. 2 Un appartement dans le château
03. 3 Devant le château

Ato II
04. 1 Une fontaine dans la parc
05. 2 Une appartement dans le chateau
06. 3 Devant une grotte

DISCO 04

Ato III
01. 1 Une Des Tours Du Château
02. 2 Les Souterrains Du Château
03. 3 Une Terrasse Au Sortir Des Souterrains
04. 4 Devant Le Château

DISCO 05

Ato IV
01. 1 Un appartement dans le château
02. 2 Scène 2
03. 3 Une fontaine dans le parc
04. 4 Scène 4

Ato V
05. 1 Une chambre dans le château

Orchestra of the Royal Opera House
Royal Opera House (chorus)
Pierre Boulez, regente
George Shirley, Pelléas
Elisabeth Söderström, Mélisande
Donald McIntyre, Golaud
David Ward, Arkel
Yvonne Minton, Genevière
Anthony Britten, Yniold
Dennis Wicks, Un mèdicin

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BAIXAR AQUI CD4

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Carlinus

Alexander Scriabin (1872-1915): Integral das Sonatas para Piano

Roberto Szidon é um dos maiores artistas brasileiros. Nasceu em 1941, 14 anos depois de meu pai, um de seus maiores admiradores. Lembro de Szidon tocando Rudepoema, de Villa-Lobos, na Reitoria da UFRGS. Eu devia ter uns 8 ou 9 anos e fiquei encolhido na cadeira ao lado de meu pai, com medo de que ele não conseguisse tocar aquela peça para mim impossível — eu tinha menos de dez anos e ficava achando que os executantes iam errar… Ficava nervoso, torcendo por eles, tamanha a empatia. Naquela noite, intuía merda no ar. No momento em que Szidon deu o primeiro dos três acordes finais — com a mão fechada, esmurrando o piano — uma corda se rompeu, fazendo um som mais do que estranho. Szidon, uma cara baixinho, gordinho e de voz apagada (minha lembrança), explicou timidamente: “a corda se rompeu”. Todos rimos. Foi a aplaudido de pé, não em razão da corda, mas do que tinha feito antes.

Depois, Szidon foi para a Alemanha, tornou-se pianista da Deutsche Grammophon, tocando cada vez mais. Pouco aparece em Porto Alegre, sua cidade natal. Não, nada de ressentimentos. Nossa, adoraria postar seus Villa-Lobos aqui, mas nosso maior compositor, sabemos, é assunto proibido em nosso blog.

Ontem à tarde, falava com Francisco Marshall e ele me veio com este CD de Scriabin. Disse que era um dos melhores que tinha, mas que ia dar de presente a um pianista amigo (Tiago Halewicz? NÃO. VER COMENTÁRIO DE FRANCISCO MARSHALL, FM, AO POST). Antes, porém, queria que o PQP Bach o publicasse. Bá, fiquei muito feliz. Fiz a conversão rapidamente e já já chamarei um motoboy para devolver-lhe o tesouro.

Scriabin é um romântico tardio. A sonoridade de sua primeira fase é chopiniana — outro compositor bastante visitado por Szidon. As formas são as mesmas: há noturnos, prelúdios, estudos e mazurkas. E sonatas. Posteriormente inspirado pelos impressionistas, pelo cromatismo de Liszt e Wagner, Scriabin foi personalizando e evoluindo o seu vocabulário musical, evolução que podemos seguir através das suas dez sonatas, das quais as últimas cinco revelam passagens claramente atonais. A articulação é muitas vezes substituída por “uma cortina sonora”, em que os várias vozes se cruzam e atropelam. Não é nada trivial nem esquecível.

É um privilégio poder postar assim de chofre toda a evolução de Scriabin através da interpretação de Roberto Szidon. Sim, tem que baixar.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

CD 1: Scriabin: Piano Sonatas Nos.1, 2 & 3

Piano Sonata No.1 in F minor, Op.6
1. Allegro con fuoco 9:56
2. 6:20
3. Presto 3:28
4. Funebre 6:23

Piano Sonata No.2, in G sharp minor op.19 “Sonata Fantasy”
5. Andante 8:04
6. Presto 3:42

Piano Sonata No.3 in F sharp minor, Op.23
7. Drammatico 7:29
8. Allegretto 2:15
9. Andante 4:58
10. Presto con fuoco 6:01

Roberto Szidon

Total Playing Time 58:36

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CD 2: Scriabin: Fantaisie Op.28; Piano Sonatas Nos.4, 5, 6 & 7 “White Mass”

1. Fantasy in B minor, Op.28 9:34

Piano Sonata No.4 in F sharp major, Op.30
2. Andante 3:27
3. Prestissimo volando 5:00

4. Piano Sonata No.5 in F sharp major, Op.53 13:05

Piano Sonata No.6, Op.62
5. Modéré 11:35

Piano Sonata No.7 (“White Mass”), Op.64
6. Allegro 13:42

Roberto Szidon

Total Playing Time 56:23

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CD 3: Scriabin: Piano Sonatas Nos.8, 9 “Black Mass” & 10; 2 Early Sonatas

1. Piano Sonata No.8, Op.66 14:30

2. Piano Sonata No.9, Op.68 “Black Mass” 9:58

3. Piano Sonata No.10, Op.70 13:44

Sonate-fantaisie in G sharp minor (1886)
4. Andante – Allegro vivace 8:16

Sonata in E flat minor (1887-89)
5. Allegro appassionato 7:50
6. (Andantino) – attacca: 6:41
7. Presto 4:27

Roberto Szidon

Total Playing Time 1:05:26

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 10 in E menor, Op. 93

Shostakovich compôs a Sinfonia No. 9 em 1953, após um intervalo de 8 anos. A No. 9 havia sido composta em 1945, logo após a Segunda Grande Guerra. Talvez os ressaibos com Stálin tenha feito Shosta adiar a publicação da Décima. Ela foge do modelo do realismo soviético. No ano da morte de Stálin, o compositor a divulga para o mundo. A grande questão é que esta sinfonia é tonitroante, megalomaníaca (no bom sentido), cheia de poderes, de vigor, de reflexões atordoaras, capaz de gerar em nós uma vontade terrível de correr o mundo e chutar as costelas do Universo. Há tragicidade, há fúria, há cólera, êxtase, tranquilidade bucólica. Somente Shosta para fazer algo assim. O segundo movimento é sombrio, violento, enérgico – dizem os comentaristas – que é um retrato musical de Josef Stálin e seus anos de governo obscurantista. Somente ouvindo atentamente para perceber; somente prestando atenção, poder-se-á sentir os poderes atordoadores da arte Shostakovich. Shosta provoca arrepios em mim quando o escuto”. Compositores assim valem a pena. Esta versão com Ormandy dispensa comentários. Um bom deleite!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 10 in E menor, Op. 93
01. Moderato
o2. Allegro
o3. Allegretto
o4. Andante – Allegro

Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy, regente

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Carlinus

Sergei Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n°3 in C Minor, op. 44, Symphony n°4 in C Major (Original 1930 version)

Senhores, fiz uma pequena confusão na postagem anterior, e acabei liberando aquele que seria o terceiro cd da série. Agora, então, estou postando o segundo CD, que tem as sinfonias n° 3 e 4.
Vamos então à terceira sinfonia. Por pura falta de tempo, peguei estas informações na wikipedia:

The music derives from Prokofiev’s opera The Fiery Angel. This opera had been accepted for performance in the 1927-28 season at the Berlin State Opera by Bruno Walter, but this production never materialised; in fact, the opera was never staged in Prokofiev’s lifetime. Prokofiev, who had been working on the opera for years, was reluctant to let the music languish unperformed, and after hearing a concert performance of its second act given by Serge Koussevitzky in June 1928, he adapted parts of the opera to make his third symphony (shortly afterwards, he drew on his ballet The Prodigal Son for his Symphony No. 4 in similar fashion).

Neste mesmo CD também temos a Sinfonia n°4, mas primeira versão, de op. 47. composta em 1930. Tirei as informações abaixo da mesma wikipedia:

As a concert pianist, Prokofiev travelled worldwide, and toured the United States during the 1925-26 season. In early 1927, he went on a two-month concert tour of the Soviet Union. He planned to return in 1928, but those plans fell through. In 1929, another planned Soviet tour was cancelled, this time because of a hand injury Prokofiev suffered in a car accident.
Throughout this time as a touring virtuoso, Prokofiev also continued to compose. (…) At the same time, Sergei Diaghilev, the ballet impresario, suggested that Prokofiev write a ballet on a Soviet subject. The resulting piece was Le pas d’acier (‘The Steel Steps’), Prokofiev’s third ballet for Diaghilev, which premiered in Paris in the summer of 1927.[2] He had also been working on an opera entitled The Fiery Angel, of which several premieres had been cancelled. He decided to salvage some of the material from the opera, and turned it into his Symphony No. 3 in C minor. In late 1928, with the aforementioned Soviet tour cancelled, Prokofiev decided to accept another ballet commission from Diaghilev. This piece, rather than being on futurist themes like Le pas d’acier, was based on a Biblical story: L’enfant Prodigue (Parable of the Prodigal Son from the Bible).The moralistic, Biblical subject matter was not an anomaly; such subjects were popular in the Parisian ballet scene in the late 1920s.[5]

As Prokofiev was composing The Prodigal Son in early 1929, he found that many of the themes he was creating would work better in a more developmental symphonic context, rather than the more episodic layout of a ballet. So, he began composing a new symphony, alongside the ballet. The two works share much of the same material, although one does not specifically borrow from the other: they were composed mostly concurrently.[6] The ballet, The Prodigal Son, premiered in Paris in the summer of 1929, to great critical acclaim.[7] It would be the last collaboration between Diaghilev and Prokofiev, because Diaghilev died just months later, in August.[8]
The symphony that resulted, Symphony No. 4 Op. 47, began from material originally written for the ballet’s fourth number. Prokofiev expanded the material into a sonata form, and the resulting music is the first movement of Symphony No. 4 Op. 47. The rest of the symphony draws on material that appears in the ballet, or that Diaghilev rejected as not fitting his vision for the ballet.
Koussevitsky had been discussing a commission for the fiftieth anniversary of the Boston Symphony Orchestra with Prokofiev in 1929. Prokofiev’s response was Symphony No. 4 Op. 47. However, because the commission fee was lower than Prokofiev was willing to accept, Prokofiev only allowed the Boston Symphony to purchase the manuscript of the work, rather than commission it. This meant that Prokofiev received less money, and the Boston Symphony did not get the prestige of a commission. Prokofiev worked on Symphony No. 4 Op. 47 on the long train rides he had to take during a tour of the United States in early 1930. However, because of disagreements with Koussevitsky, he returned to Paris in March, before the symphony’s premiere in Boston in November.

Um pouco confusa a história desta sinfonia, não acham?

Sergei Prokofiev – Complete Symphonies – Symphony n°3 in C Minor, op. 44, Symphony n°4 in C Major (Original 1930 version)

01 Symphony No.3 in C minor -I- Moderato
02 Symphony No.3 in C minor -II- Andante
03 Symphony No.3 in C minor -III- Allegro agitato
04 Symphony No.3 in C minor -IV- Andante mosso – Allegro agitato
05 Symphony No.4 in C -I- Andante assai – Allegro eroico
06 Symphony No.4 in C -II- Andante tranquillo
07 Symphony No.4 in C -III- Moderato, quasi allegretto
08 Symphony No.4 in C -IV- Allegro risoluto

Royal Scottish National Orchestra
Neeme Järvi – Conductor

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FDPBach

Armando Prazeres – O último concerto

Essa é uma preciosidade que tenho na minha discoteca: um CD institucional da Petrobras com Armando Prazeres regendo a Petrobras Sinfônica (quando ainda se chamava Orquestra Petrobras Pró-Música) em três canções de Natal e algumas obras nacionais, com destaque para a belíssima Sinfonietta Prima de Ernani Aguiar e o conhecido Batuque, da suíte Reisado do Pastoreio de Oscar Lorenzo Fernandez.

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CVL

PS.: Favor não agradecer desmesuradamente. Isto é um cavalo dado.

Marjan Mozetich (1948) – Lament in the Trampled Garden

Não sei se os canadenses o chamam de márdjan ou márdjen (prefiro márian, que não tem equívoco – já que seus pais são eslovenos), só sei que Marjan Mozetich é um dos maiores compositores canadenses vivos e esse CD traz algumas de suas melhores obras de câmara com cordas. Em certas passagens, elas pendem para o impressionismo; em outras, para o romantismo francês; e na temática, assemelham-se muito a Rautavaara, em sua admiração por anjos e paisagens e animais do ártico. A peça principal do disco, o quarteto de cordas Lamento no jardim pisoteado, tem momentos de tanta luminosidade quanto o Cartas íntimas, de Janácek, mas não a destaco em particular: recomendo a oitiva do álbum inteiro.

***

Lament in the Trampled Garden

1. Angels in Flight: I. Arrival & Dialogue Penderecki String Quartet, Erica Goodman, Nora Shulman, Shalom Bard
2. Angels in Flight: II. Song to the Eternal Penderecki String Quartet, Erica Goodman, Nora Shulman, Shalom Bard
3. Angels in Flight: III. Departure Penderecki String Quartet, Erica Goodman, Nora Shulman, Shalom Bard
4. Lament in the Trampled Garden Penderecki String Quartet
5. Hymn of Ascension Penderecki String Quartet, Christopher Dawes
6. Scales of Joy and Sorrow: I. Slow and Expressive The Gryphon Trio
7. Scales of Joy and Sorrow: II. Arabesque The Gryphon Trio
8. Scales of Joy and Sorrow: III. Slow and Expressive The Gryphon Trio

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CVL

Jan Sibelius (1865-1957) e Magnus Lindberg (1958): Concertos para Violino

Este é um CD que vale mais pela qualidade da música do que pela interpretação. Lisa Batiashvili nasceu na Georgia, ex-União Soviética, em 1979, e é um tesão. Estudou, mora na Alemanha e, bem, é linda. Boa para capas de discos. Também é excelente violinista, mas nós do PQP temos aquela mania da grande gravação, da melhor interpretação e, enfim, Heifetz nos deixou até hoje meio viciados. Pois sua interpretação do Concerto de Sibelius é absolutamente fluente, de uma forma que parece inimitável. O esplêndido Concerto do também finlandês Lindberg finaliza o CD de forma inesperada. Ah, nem preciso dizer que Lindberg escreveu seu Concerto especialmente para a beldade. Ignoramos se comeu ou apenas escreveu.

Olha, eu baixaria o CD.

Jean Sibelius (1865 – 1957)
Violin Concerto in D minor, Op. 47
1)Allegro moderato (16:17)
2) Adagio di molto (8:33)
3) Allegro, ma non tanto (7:36)

Magnus Lindberg (1958 – )
Violin Concerto
4) 1st movement (12:04)
5) 2nd movement (10:07)
6) 3rd movement (3:45)

Lisa Batiashvili, violin
Finnish Radio Smphony Orchestra
Sakari Oramo

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Robert Schumann (1810-1856): Sonata Nº 1 e Humoreske

Este CD é, provavelmente, muito bom. Mas não na minha opinião. Estas obras do compositor estão naquele grupo que considero insuportável. OK, o problema é meu e de mais ninguém. Desprezo mesmo! Estou escrevendo este post apenas porque sei que devo estar errado e essas musiquetas de Bobby são muito consideradas e ouvidas. Quem conhece bem Schummy poderia fazer um belo comentário para que eu suba para o post, não?

Agradeço antecipadamente.

Robert Schumann (1810-1856): Sonata Nº 1 e Humoreske

Piano Sonata No.1 in F sharp minor Op.11
1. I. Introduzione: Un poco … (13:51)
2. II. Aria (4:31)
3. III. Scherzo e intermezzo… (5:27)
4. IV. Allegro un poco maestoso (13:06)

Humoreske in B flat major Op.20
5. I. Einfach – Sehr rasch und leicht… (5:44)
6. II. Hastig – Nach und nach immer l… (5:24)
7. III. Einfach und zart – Intermezzo (4:33)
8. IV. Innig – Sehr lebhaft – Mit ein… (6:32)
9. Zum beschluss (6:41)

Angela Hewitt, piano

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PQP

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Three Favourite Concertos

Este é um daqueles CDs agradáveis que deve ser ouvido muitas e muitas vezes. O compositor é bom; a música é boa; os intérpretes são de boa qualidade. Em suma: dispensa maiores comentários. Nos três concertos aqui postados vemos um Haydn leve, poeta e compositor de grande beleza. Acredito que as peças postadas estão entre as maiores para cada um dos instrumentos para as quais foram compostas. No concerto para trompete, uma das peças mais belas conheço – principalmente o segundo movimento -, enchemo-nos de um sorriso nos olhos, como diz o Fernando Pessoa. Bom deleite!

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Three Favourite Concertos

Trumpet Concerto in E flat major, H. 7e/1
01. Allegro
02. Andante
03. Allegro

National Philharmonic Orchestra

Wynton Marsalis, trompete

Cello Concerto No. 2 in D major, H. 7b/2, Op. 101
04. Allegro moderato
05. Adagio
06. Allegro

English Chamber Orchestra
Yo-Yo Ma, violoncelo

Concerto in C Major for Violin and String Orchestra, Hob. VIIa, No. I
07. Allegro
08. Adagio
09. Presto

Minnesota Orchestra
Cho-Liang Lin, violino

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Carlinus

Robert Schumann (1810-1856) – Cenas infantis – e Fryderyk Szopen (1810-1849) – Sonata n° 3 e Noturno n° 2

“CD Caio Pagano, piano – Obras de Schumann e Chopin

“No 11º CD da série ‘Música de CONCERTO’, o pianista Caio Pagano interpreta Kinderszenen (Cenas Infantis) op. 15, de Schumann; e Sonata para piano nº 3 em si menor op. 58 e Noturno op. 27 nº 2 de Chopin.

“Caio Pagano é um concertista, professor e acadêmico renomado internacionalmente. Desde 1986 ele é professor de piano na Arizona State University, tendo recebido honroso título de professor regente (Regents’ Professor), uma das mais altas honrarias concedidas por universidades norte-americanas. Pagano combina um profundo conhecimento de música, literatura e outras artes, o que confere autoridade única a suas interpretações. Sua brilhante técnica está sempre acompanhada de um exuberante lirismo, inteligência e sendo de estilo. Caio Pagano é um artista Steinway.”

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Essa é uma postagem da alçada de FDP e Carlinus, mas ocorreu-me de fazê-la em consideração a Avicenna pois recebi dele o presente CD em São Paulo. Esse disco com Caio Pagano foi o último a ser lançado pela Concerto, em 2010 (sabia dele mas, como não assino a revista, não o tinha ouvido ainda), e rende homenagem já sabida ao compositores citados – em tempo, não sei por que Hugo Wolf foi sumariamente esquecido em seu sesquicentenário de nascimento. Me agrada a interpretação de Pagano, porém como Schumann e Chopin me dão um desgosto profundo (vide posts e comentários meus por aí no blog), com certeza o destino desta gravação será a prateleira de alguma mulher refinada que eu venha a cortejar nas gafieiras da vida. Antes, compartilho-a com vocês.

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CVL

PS.: Ah, sim. Acostumem-se com a grafia do nome de Chopin em polonês.

Edward Elgar (1857-1934) – Concerto para Cello e orquestra em Si menor, Op. 85 e Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suites No. 1 em Sol para cello solo, BWV 1007

Um baita CD. Acreditem. Das obras de Elgar, acredito que o seu concerto para violoncelo e orquestra sejam uma das mais conhecidas. É uma obra importante para o intrumento. Foi escrita em 1919, no interior da Inglaterra, na casa de campo do compositor. A obra é repleta por um sentimento de angústia e desilusão. A ênfase na tristeza é resultado das reflexões do compositor sobre o fim da I Guerra Mundial. Já a outra obra do post é de Bach – As Suítes Nos. 1 e 2. Estava há algum tempo com a intenção de postá-la. Estava a procurar uma boa interpretação. Após ouvir a interpretação com Jacqueline du Pré as minhas dúvidas foram exorcizadas. Não deixe de ouvir. A dupla Jacqueline du Pré/Barbirolli é maravilhosa. Boa apreciação!

Edward Elgar (1857-1934) – Concerto para Cello e orquestra em Si menor, Op. 85
01. I. Adagio – Moderato
02. II. Lento – Allegro molto
03. III. Adagio
04. IV. Allegro ma non troppo

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Suites No. 1 em Sol para cello solo, BWV 1007
05. I. Prélude
06. II. Allemande
07. III. Courante
08. IV. Sarabande
09. V. Menuetto I & II

Suites No. 2 em Ré menor para cello solo, BWV 1008
10. I. Prélude
11. II. Allemande
12. III. Courante
13. IV. Sarabande
14. V. Menuetto I & II
15. VI. Gigue

BBC Symphony Orchestra
Sir John Barbirolli, regente
Jacqueline du Pré, cello

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Carlinus

Música Erudita Brasilieira [link atualizado 2017]

Este post foi feito originalmente por CVL, que destacou a onbra de Henrique Oswald contida no álbum. Há, no entanto, toda uma linha cronológica com 14 faixas que mostram um caminho pelo qualç a música erudita brasileira trilhou desde o período colonial até a contemporaneidade.

Nas palavras do CVL:
Dando uma olhada no blog Música Brasileira de Concerto (onde nunca consegui achar pelo menos um álbum que eu já tivesse antes, eu que sou defensor perpétuo e repositório pretenso da música erudita brasileira), bati o olho nesse disco pelo repertório histórico amplo como poucas vezes vi em se tratando de obras nacionais – e ainda bem que é o primeiro de uma série, pois seria injusto com os compositores contemporâneos que ficaram de fora do volume um.

Fiquei mais curioso ainda porque tinha uma obra de Henrique Oswald. E, após ouvir o tal Andante, regozijei-me, pois jamais escutei algo do compositor romântico carioca para sair decepcionado.

Vejam, nossos compositores românticos, nenhum deles era incompetente: todos tinham bagagem para fazer bonito em qualquer lugar do planeta (Carlos Gomes que o diga), mas poucos (o campinense no meio) compunham coisas com tanto brilho – lembrando que sem traços nacionalistas, os quais seriam despertados com Nepomuceno.

Esse Andante do Oswald nem é a melhor obra dele (um dia postarei o encantador Concerto para violino e orquestra, mas daqui a meses ou anos), porém, se você gosta de Grieg, Tchaikovsky, Schumann ou Saint-Saëns, ponho minha reputação em jogo de como você vai concordar de que Oswald nada (i. é, CACETE NENHUM) deve aos grandes europeus, até porque foi lá que ele se formou.

Pena que ele faz parte de um país onde o espaço destinado à música erudita no imaginário do povo só tem espaço pra Villa-Lobos e a protofonia de O Guarani.

O CD, ao todo, possui 14 faixas:

Música Erudita Brasileira

01 Luís Álvares Pinto – Lições de Solfejo nos. XXII, XXIII e XIV, para cravo
02 J.J. Emerico Lobo de Mesquita – Para a benção da Cinza da Missa de 4ª feira de Cinzas
03 José Maurício Nunes Garcia – Lição nº12 em ré menor do Método de pianoforte (para cravo)
04 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – I. Te Deum laudamus
05 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – II. Te ergo quaesumus
06 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – III. Aeterna fac
07 Anônimo brasileiro séc. XVIII (atrib. Antonio da Silva Leite) – Xula Carioca
08 Carlos Gomes – Ária de Colombo ‘Era un tramonto d’oro’
09 Henrique Oswald – Andante com variações para piano e orquestra
10 Alberto Nepomuceno – Scherzo 1897 para orquestra
11 Camargo Guarnieri – Abertura Festiva
12 Guilherme Bauer – Instantes Pianísticos – Mutações; Frequências
13 Eduardo Guimarães Álvares – A Falsa Rhumba, Estudo nº2 para marimba e vibrafone
14 Harry Crowl – Do Ciclo para Piano ‘Marinas’ – I. Guaratuba e Antonina; III. Cabo da Roca; VI. La Jolla

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CVL
Repostado por Bisnaga