Este álbum reúne dois CDs de música moderna para violoncelo solo interpretados por Emmanuelle Bertrand. No passado recente, ambos foram lançados em separado. O primeiro disco é a estreia de Bertrand na Harmonia Mundi. Ele apresenta obras de Dutilleux, Crumb, Henze, Ligeti e Bacri. O segundo, lançado sob o título Le violoncelle parle (o violoncelo fala), inclui suítes para violoncelo solo de Britten e Cassadó e a monumental Sonata de Kodaly para violoncelo solo. Nas mãos de Bertrand, o violoncelo realmente “fala” e nos leva direto ao coração de uma linguagem ainda não compreendida por todos. “Não gostam agora? Gostarão mais tarde”, diria Beethoven. Muitas das peças foram dedicadas a Bertrand, mas damos destaque especial para Itinérance, onde a violoncelista canta — sim, com a voz. É óbvio que o compositor Pascal Amoyel sabia da bela voz da violoncelista.
Emmanuelle Bertrand – Le violoncelle au XXe siècle
Disc 1
Henri Dutilleux [1916-2013]
Trois strophes sur le nom de SACHER (1976-82)
1 I. Un poco indeciso / A tempo 4’02
2 II. Andante sostenuto 3’21
3 III. Vivace – Calmo – A tempo 3’14
Hans Werner Henze [1926-2012]
Sérénade (1949)
4 I. Adagio rubato 0’58
5 II. Poco allegretto 0’50
6 III. Pastorale 0’42
7 IV. Andante con moto. Rubato 0’59
8 V. Vivace 0’42
9 VI. Tango 1’16
10 VII. Allegro marciale 0’42
11 VIII. Allegretto 0’44
12 IX. Menuett 1’04
George Crumb [1929]
Sonate (1955)
13 I. Fantasia. Andante espressivo e con molto rubato 4’16
14 II. Tema pastorale con variazioni. Tema : Grazioso e dlicato Var. I : Un poco più animato. Var. II : Allegro possibile e sempre pizzicato. Var. III : Poco adagio e molto espressivo 5’01
15 III. Toccata. Largo e drammatico. Allegro vivace 2’31
György Ligeti [1923-2006]
Sonate (1948-53)
16 I. Dialogo. Adagio, rubato, cantabile 5’18
17 II. Capriccio. Presto con slancio – Sostenuto – Presto 5’10
Nicolas Bacri [1961]
Suite n°4 op.50 (1994-96)
dédiée à Emmanuelle Bertrand
18 I. Preludio. Adagio 4’35
19 II. Sonata gioconda. Presto volante, etc. 2’43
20 III. Intermezzo improvvisato. Adagio lamentoso 4’02
21 IV. Sonata seria. Andante maestoso 4’56
Disc 2
Benjamin Britten [1913-1976]
Suite for solo violoncello no.3 op.87 (1971) in C minor / ut mineur / e-moll
1 I. Introduzione. Lento 2’15
2 II. Marcia. Allegro 1’44
3 III. Canto. Con moto 1’20
4 IV. Barcarola. Lento 1’19
5 V. Dialogo. Allegretto 1’27
6 VI. Fuga. Andante espressivo 2’48
7 VII. Recitativo. Fantastico 1’27
8 VIII. Moto perpetuo. Presto 0’55
9 IX. Passacaglia. Lento solenne 8’32
Gaspar Cassadó [1897-1966]
Suite for solo violoncello (1926)
10 I. Preludio-Fantasia. Andante 6’06
11 II. Sardana (Danza). Allegro giusto 4’09
12 III. Intermezzo e danza finale. Lento ma non troppo 5’23
Pascal Amoyel [1971]
13 Itinérance (2003). Lento. Prégnant, du fond des âges 10’35
Zoltán Kodály [1882-1967]
Sonata for solo violoncello op.8 (1915)
14 I. Allegro maestoso ma appassionato 9’13
15 II. Adagio 12’50
16 III. Allegro molto vivace 11’46
Nicolas Bacri [1961]
17. Suite No. 4 pour violoncelle seul, Op. 50: V. Postludio – Adagio (2:36)
Emmanuelle Bertrand, violoncelo e também voz em Itinérance
O Scherzo fantastique, op. 3, foi composto em 1908 e é o segundo trabalho orquestral de Igor Stravinsky. Foi precedido por sua única Sinfonia composta na Rússia,
Apollon Musagète (Apolo, líder das Musas) é um bailado em duas cenas de Igor Stravinsky, encomendado por Elizabeth Sprague Coolidge e composto entre 1927 e 1928. Na década de 1950 o título da obra foi abreviado para Apollo.
L’Oiseau de feu (em português: O Pássaro de Fogo) é um ballet de Igor Stravinsky de 1910 baseado nos contos populares russos sobre um pássaro mágico brilhante que é tanto uma bênção como uma perdição para o seu captor.
O homem era um gênio e tem uma obra imensa e incontornável, Chailly e o Concertgebouw estão esplêndidos, mas achei estranha a colocação das obras dentro do CD. Meus ouvidos e os de vocês notarão que Apollon é uma obra muito mais recente com as cordas do período neoclássico de Strava. Então a gente vai de 1908 para 1947 e volta a 1910. Tudo bem. Vale muito a audição.
2 Apollon Musagète (1947 Version) – 1. Birth Of Apollo 4:39
3 Apollon Musagète (1947 Version) – 2. Variation Of Apolllo (Apollo And The Muses) 3:10
4 Apollon Musagète (1947 Version) – 3. Pas D’action (Apollo And The 3 Muses) 4:32
5 Apollon Musagète (1947 Version) – 4. Variation Of Calliope (The Alexandrine) 1:26
6 Apollon Musagète (1947 Version) – 5. Variation Of Polyhymnia 1:18
7 Apollon Musagète (1947 Version) – 6. Variation Of Terpsichore 1:34
8 Apollon Musagète (1947 Version) – 7. Variation Of Apollo 2:18
9 Apollon Musagète (1947 Version) – 8. Pas De Deux (Apollo And Terpsichore) 3:55
10 Apollon Musagète (1947 Version) – 9. Coda 3:23
11 Apollon Musagète (1947 Version) – 10. Apotheosis 3:35
12 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Introduction 3:01
13 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Prelude & Dance Of The Firebird – Variations 1:26
14 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Pantomime I 0:22
15 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Pas De Deux 4:22
16 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Pantomime II 0:21
17 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Scherzo: Dance Of The Princesses 2:30
18 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Pantomime III 1:10
19 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Rondo 4:27
20 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Infernal Dance 4:23
21 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Lullaby 3:23
22 The Firebird (L’oiseau De Feu) – Suite (1945) – Final Hymn 3:13
Royal Concertgebouw Orchestra of Amsterdam
Riccardo Chailly
Duas obras-primas da música de câmara francesa, aqui com algum sotaque russo. O Trio Nº 1 de Franck é esplêndido, denso, brahmsiano, lindo, ímpar. E o que dizer do Trio de Ravel, uma das maiores músicas do repertório de câmara de todos os tempos? A gravação é ao vivo. A química entre os três músicos (S. Richter, Kagan, Gutman) era especial e têm uma guardam uma “sensação de concerto” que é bastante emocionante. São típicas das performances tardias de Richter: há salpicos de notas erradas e momentos defeituosos, mas a maneira pela qual a música é reinventada é única.
César Franck (1822-1890) – Trio em Fá sustenido menor, Op. 1 No. 1 01. I. Andante con Moto
02. II. Alegro Molto 03. III. Finale Alegro Maestoso
Maurice Ravel (1875-1937) – Trio em Lá menor
04. I. Moderee
05. II. Pantoum Assez vif
06. III. Passacaille tres large
07. IV. Anime
Sviatoslav Richter, piano
Oleg Kagan, violino
Natalia Gutman, cello
Esta compilação foi lançada em 1997 simultaneamente pelos selos DECCA e PHILIPS, já que a esta altura do campeonato as gravadoras começavam a abrir o bico e acabaram se fundindo (e se fudindo) em uma única, a Universal Music. E assim, o mesmo disco foi lançado de várias formas, já num prenúncio de desespero que viria a se concretizar no cenário dos anos 2000. Era o início do declínio da indústria da música clássica, segundo Norman Lebrecht.
Mas, de qualquer forma, agradecemos o fato de que todo o gigantesco acervo de meio século de gravações espetaculares foi digitalizado, podendo assim se manter acessível quando o negócio em si não se sustenta mais. E aí, gravações como esta, da década de 70 e 80, se mantém vívidas e disponíveis.
Albinoni já foi tratado aqui várias vezes por postagens magníficas, e, se o seu famoso Adagio (que inclusive consta no final deste disco, talvez para torná-lo mais vendável) é um grande embuste, pelo menos serviu para colocá-lo no cenário musical com algum respeito. E, realmente, estes concertos são bem diferentes do tal Adagio, e nos delicia com seu barroco autêntico.
A audição destes concertos, contudo, é muito curiosa: eles tem uma sonoridade que lembra muito a formação típica de Vivaldi, em alguns momentos parece Vivaldi, mas não tem os irresistíveis temas de Vivaldi, salvo algumas exceções. É como se estivéssemos ouvindo um Vivaldi sem a inspiração temática. Tirem suas conclusões.
E, nem preciso dizer, interpretação da melhor qualidade, Dream Team.
Boa audição.
Tommaso Albinoni
CD1
Concerto a 5 in B flat, Op.9, No.1 for Violin, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in D minor, Op.9, No.2 for Oboe, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in F, Op.9, No.3 for 2 Oboes, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in A ,Op.9, No.4 for Violin, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in C, Op.9, No.5 for Oboe, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in G, Op.9, No.6 for 2 Oboes, Strings, and Continuo
CD2
Concerto a 5 in D, Op.9, No.7 for Violin, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in G minor, Op.9, No.8 for Oboe, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in C, Op.9, No.9 for 2 Oboes, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in F, Op.9, No.10 for Violin, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in B flat, Op.9, No.11 for Oboe, Strings, and Continuo
Concerto a 5 in D, Op.9, No.12 for 2 Oboes, Strings,and Continuo
Adagio for Strings and Organ in G minor
Félix Ayo, violino
Heinz Holliger, oboe
Maurice Bourgue, oboe
I Musici
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Arquiva FLAC (sem perda de qualidade), 702Mb
Este álbum duplo que me caiu nas mãos é algo bastante original. In Memory Of… Classics for Funerals é uma série de highlights lentos, tristes e pouco barulhentos. A respeitada gravadora Chandos resolver perder o pudor e chamou a coletânea de Clássicos para Funerais, ou seja, se algum familiar seu morrer e você quiser colocar uma música culta e digna em honra a seu morto, aí está! Lembrem do PQP quando ouvirem a trilha no velório, por favor. É o mínimo.
A primeira faixa do disco, a Marcha Fúnebre de Chopin é tocada com orquestra e isso me incomodou. Depois, o nível da coisa sobe muito e o morto pode seguir de forma decorosa para o vazio. Há belas lembranças de obras que não relaciono com a morte — como se fizéssemos alguma coisa neste mundo que não tivesse relação com a morte! –, mas que agora, sei lá, talvez passe a relacionar. Apesar de ser uma incrível colcha de retalhos, misturando, épocas e gêneros, gostei de ouvir o disco de mais de 150 minutos.
Boa morte a todos! Coloquem música no lugar do padre! Basta de recaídas religiosas na hora da morte! É de péssimo gosto!
In Memory Of… Classics for Funerals (Sugestões de Repertório para seu Velório)
1.Frédéric Chopin Piano Sonata No. 2 in B flat minor, Op. 35, CT. 202 : Funeral March 7:05
2.Giuseppe Verdi Requiem Mass, for soloists, chorus & orchestra (Manzoni Requiem) : Agnus Dei 5:23
3.Johann Sebastian Bach Komm, süsser Tod, for voice & continuo (Schemelli Gesangbuch No. 868), BWV 478 (BC F227) 5:07
4.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Pie Jesu 3:24
5.Edward Elgar Enigma Variations, for orchestra, Op. 36 : Nimrod 3:31
6.George Frederick Handel Messiah, oratorio, HWV 56 : I know that my redeemer liveth 6:01
7.Johann Sebastian Bach Concerto for 2 violins, strings & continuo in D minor (“Double”), BWV 1043 : Largo 6:56
8.Gabriel Fauré Pavane, for orchestra & chorus ad lib in F sharp minor, Op. 50 6:24
9.Sergey Rachmaninov Vocalise, transcription for orchestra, Op. 34/14 4:29
10.Henry Purcell Dido and Aeneas, opera, Z. 626 : When I am laid in earth 3:26
11.Jules Massenet Thaïs, opera in 3 acts : Méditation 4:51
12.Maurice Ravel Pavane pour une infante défunte, for piano (or orchestra) 6:25
13.Percy Grainger Irish Tune from County Derry (Londonderry Air), folk song for string orchestra with 2 horns ad lib. (BFMS 15) 4:22
14.Samuel Barber Adagio for strings (or string quartet; arr. from 2nd mvt. of String Quartet), Op. 11 8:25
15.Wolfgang Amadeus Mozart Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 : Introitus 5:20
16.Jules Massenet La Vierge, sacred legend in 4 acts : Le dernier sommeil de la Vierge 3:31
17.César Franck Panis angelicus for tenor, organ, harp, cello & bass 3:47
18.Gustav Mahler Adagietto, for orchestra (from the Symphony No. 5) 10:51
19.George Frederick Handel Saul, oratorio, HWV 53 : Dead March 5:20
20.Johann Sebastian Bach St. John Passion (Johannespassion), BWV 245 (BC D2) : Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine 6:56
21.Arvo Pärt Cantus in Memory of Benjamin Britten, for string orchestra & bell 6:18
22.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Agnus Dei 5:49
23.William Walton Henry V, film score : Touch her soft lips and part 1:37
24.Edvard Grieg Peer Gynt Suite for orchestra (or piano or piano, 4 hands) No. 1, Op. 46 : Death of Åse 4:11
25.Johann Sebastian Bach Cantata No. 147, “Herz und Mund und Tat und Leben,” BWV 147 (BC A174) : Jesu, Joy of Man’s Desiring 3:02
26.Edward Elgar Sursum Corda, elévation for brass, organ, strings & 2 timpani in B flat major, Op. 11 7:11
27.Ludwig van Beethoven Symphony No. 3 in E flat major (“Eroica”), Op. 55 : Marcia funebre 15:05
A relação com os artistas envolvidos:
Disc: 1
1. Funeral March From Op.35 – BBC Philharmonic
2. Agnus Dei – Richard Hickox
3. Komm Susse Tod – BBC Philharmonic
4. Pie Jesu – Libby Crabtree
5. ‘Nimrod’ – Alexander Gibson
6. ‘I Know That My Redeemer Liveth’ – Joan Rodgers
7. Largo – Simon Standage
8. Pavane – BBC Philharmonic
9. Vocalise – Detroit Symphony Orchestra
10. ‘When I Am Laid In Earth’ – Emma Kirby
11. ‘Meditation’ – Yuri Torchinsky
12. Pavane Pour Une Infante Defunte – Louis Lortie
13. Irish Tune – BBC Philharmonic
14. Adagio For Strings, Op.11 – Neeme Jarvi
Disc: 2
1. Introitus – Choir Of Saint John’s College
2. ‘Le Dernier Sommeil De La Vierge – BBC Philharmonic
3. Panis Angelicus – BBC Philharmonic
4. Adagietto – Neeme Jarvi
5. ‘Dead March’ – BBC Philharmonic
6. ‘Ruht Wohl, Ihr Heiligen Gebeine’ – Harry Christophers
7. Cantus-In Memory Of Benjamin Britten – Neeme Jarvi
8. Agnus Dei – City Of Birmingham Symphony Chorus
9. ‘Touch Her Soft Lips And Part’ – Richard Hickox
10. ‘Death Of Ase’ – Vernon Handley
11. ‘Jesu, Joy Of Man’s Desiring’ – Michael Austin
12. Sursum Corda, Op.11 – Bournemouth Sinfonietta
13. Marcia Funebre – Walter Weller
Muita gente fala na longa hibernação da música inglesa. Ela teria começado com a morte de Purcell e seu sono apenas teria acabado quando do aparecimento de Britten. Dizer isso é um pouco exagerado, mas é o que se diz por aí. Boyce foi um londrino cuja música foi muito pouco executada após sua morte e que hoje experimenta um tímido renascimento. De certa forma, o cadáver pôs a mão para fora do caixão. Boyce escreveu muito. Há oito sinfonias e muitíssima música sacra. Solomon: A Serenata é boa música, ultra influenciada pela sombra gigantesca de Handel, mas sem a magia deste. É uma boa diversão. os cantores e instrumentistas são fantásticos. Roy Goodman e The Parley of Instruments estão (são) esplêndidos.
William Boyce (1711-1779): Solomon: A Serenata
1. A Seranata: Part 1: Ouverture (Largo – Allegro – Larghetto)
2. A Seranata: Part 1: Chorus – Behold, Jerusalem, behold thy king
3. A Seranata: Part 1: Recitative – From the mountains, lo! he comes (She)
4. A Seranata: Part 1: Air – Tell me, lovely shepherd (She)
5. A Seranata: Part 1: Air – Fairest of the virgin throng (He)
6. A Seranata: Part 1: Recitative – As the rich apple, on whose boughs (She)
7. A Seranata: Part 1: Air – Beneath his ample shade I lay (She)
8. A Seranata: Part 1: Recitative – Who quits the lily’s fleecy white (He)
9. A Seranata: Part 1: Air – Balmy sweetness, ever flowing (He)
10. A Seranata: Part 1: Recitative – Let not my prince his slave despise; Air – Ah Simple Me! My own, more dear (She)
11. A Seranata: Part 1: Air – Fair and comely is my love (He)
12. A Seranata: Part 1: Recitative – Forbear, O charming swain, forbear! (She)
13. A Seranata: Part 1: Air – Fill with cooling juice the bowl! (She)
14. A Seranata: Part 2: Sinfonia
15. A Seranata: Part 2: Recitative – The cheerful spring begins today; Air – Arise, my fair, and come away (He and She)
16. A Seranata: Part 2: Duet – Together let us range the fields (He and She)
17. A Seranata: Part 2: Recitative – How lovely art thou to the sight (He)
18. A Seranata: Part 2: Air – Let me love, thy bole ascending (He)
19. A Seranata: Part 2: Recitative – O, that a sister’s specious name (She)
20. A Seranata: Part 2: Air – Soft, I adjure you, by the fawns (She)
21. A Seranata: Part 2: Recitative – My fair’s a garden of delight (He)
22. A Seranata: Part 2: Air and Chorus – Soflty rise, O southern breeze! (He)
23. A Seranata: Part 3: AriosoArise, my fair, the doors unfold (He and She)
24. A Seranata: Part 3: Recitative – Obedient to thy voice I hie (She)
25. A Seranata: Part 3: Air – Ye blooming virgins, as ye rove (She)
26. A Seranata: Part 3: Chorus Of Virgins – Who is thy love, O charming maid!
27. A Seranata: Part 3: Air – On his face the vernal rose (She)
28. A Seranata: Part 3: Arioso – This, O ye virgins (She)
29. A Seranata: Part 3: Recitative – Sweet nymph, whom ruddier charms addorn (He)
30. A Seranata: Part 3: Recitative – O take me! stamp me on thy breast! (She)
31. A Seranata: Part 3: Duet and ChorusThou – Thou soft invader of the soul! – In vain we trace the globe (He and She)
Bronwen Mills
Howard Crook
The Parley of Instruments
Roy Goodman
Vou-lhes contar uma coisa: na minha opinião, esta é a melhor versão dos Concertos de Brandenburgo que já ouvi. Mas tenho de lhes contar outra coisa: este foi, em 1973 0u 74, o primeiro disco de música erudita que comprei. Tinha 16 ou 17 anos. É claro que os fatos devem estar ligados. Quando comprei aquele belíssimo álbum duplo importado de uma tal Deutsche Harmonia Mundi que me custara os olhos da cara, jamais imaginaria que ele me acompanharia por tanto tempo. E é realmente uma gravação extraordinária. Liderado pelo violinista Franzjosef Maier e tendo a seu serviço o cravista Gustav Leonhardt, o Collegium Aureum e a Harmonia Mundi alemã me mostravam um mundo de sonoridade diferente daquela que meu pai (ou padrasto, sei lá, pois não sou filho de Bach?) ouvia em casa. O segredo estava escrito na capa em letras amarelas: auf Originalinstrumenten, com instrumentos originais. Ainda hoje ouço esta gravação e a tenho como a melhor. Já a submeti a vários músicos, que ficaram entre a surpresa e o encanto. Se estou no mesmo caso da propaganda do primeiro sutiã? (A primeira vez a gente nunca esquece…) Talvez, mas ouçam antes. O registro é de 1969.
Uma curiosidade: Franzjosef Maier foi professor e o principal mentor de Reinhard Goebel, o fundador e líder do Musica Antiqua de Köln.
Recomendo fortemente!!! Para ouvir e comprar!!!
J. S. Bach (1685-1750): Os Concertos de Brandenburgo (Collegium Aureum)
CD1:
1. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Allegro
2. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Adagio
3. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Allegro
4. Brandenburg Concertos: Concerto No. I In F Major: Menuetto
5. Brandenburg Concertos: Concerto No. II In F Major: Allegro
6. Brandenburg Concertos: Concerto No. II In F Major: Andante
7. Brandenburg Concertos: Concerto No. II In F Major: Allegro Assai
8. Brandenburg Concertos: Concerto No. III In G Major: Allegro
9. Brandenburg Concertos: Concerto No. III In G Major: Adagio
10. Brandenburg Concertos: Concerto No. III In G Major: Allegro
11. Brandenburg Concertos: Concerto No. IV In G Major: Allegro
12. Brandenburg Concertos: Concerto No. IV In G Major: Andante
13. Brandenburg Concertos: Concerto No. IV In G Major: Presto
14. Brandenburg Concertos: Concerto No. V In D Major: Allegro
15. Brandenburg Concertos: Concerto No. V In D Major: Affettuoso
16. Brandenburg Concertos: Concerto No. V In D Major: Allegro
17. Brandenburg Concertos: Concerto No. VI In B Major: Allegro
18. Brandenburg Concertos: Concerto No. VI In B Major: Adagio ma non tanto
19. Brandenburg Concertos: Concerto No. VI In B Major: Allegro
Collegium Aureum
Franzjosef Maier (Violino e regência)
Gustav Leonhardt (Solista no Concerto Nº 5 e baixo contínuo nos outros)
O uzbeque Behzod Abduraimov (1990) interpreta magnífica, fantasticamente dois dos mais populares concertos para piano russos: o terceiro de Prokofiev e o primeiro de Tchaikovsky. A coisa é e-mo-cio-nan-te. O Concerto Nº 3 de Prokofiev foi a peça com a qual Behzod Abduraimov entrou em cena em uma performance vitoriosa no Concurso Internacional de Piano em Londres. A interpretação é eletrizante e de absurdo controle técnico. Junto a Prokofiev está o primeiro concerto de Tchaikovsky. Para mim, a coisa perde um pouco de graça, mas é impossível não curvar-se a Abduraimov e ao maestro eslovaco Juarj Valcuha, principal regente na Orquestra da RAI Turim. Entre os concertos temos uma rara e virtuosística transcrição para piano do Pas de Quatre (Dança dos Quatro Cisnes) de O Lago dos Cisnes.
Prokofiev: Piano Concerto No. 3 / Tchaikovsky: Piano Concerto No. 1 (Behzod Abduraimov)
Prokofiev – Piano Concerto No. 3 in C, Op. 26
1. I Andante – Allegro
2. II Tema con variazione
3. III Allegro ma non troppo
Tchaikovsky – Swan Lake, Op.20, TH. 12: Dance Of The Four Swans
4. Dance of the Four Swans, Pas de Quatre from Swan Lake
Tchaikovsky – Piano Concerto No. 1 In B Flat Minor, Op. 23
5. I Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
6. II Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
7. III Allegro con fuoco
Behzod Abduraimov (piano)
Orchestra Sinfonica Nazionale della RAI
Juarj Valcuha (conductor)
Charlie Haden é o baixista Charlie Haden, um dos maiores nomes do jazz de todos os tempos, infelizmente falecido em julho de 2014. Gonzalo Rubalcaba é um esplêndido pianista cubano. Juntos, eles gravaram este Tokyo Adagio, uma calma e quente flanada sobre alguns temas próprios e outros velhos conhecidos nossos. O resultado é uma conversa suave entre dois amigos — um talentoso pianista de coração romântico, e um baixista que teve a generosidade e empatia para ajudá-lo a cantar. O que eles criam é pura poesia. Rubalcaba nunca é menos que impressionante aqui. Depois da audição você volta a ficar grato por este registro ter acontecido e por ter havido como Charlie Haden andando em nosso planeta.
Charlie Haden & Gonzalo Rubalcaba – Tokyo Adagio
1. En La Orilla Del Mundo (The Edge Of The World) (9:04)
2. My Love And I (11:54)
3. When Will The Blues Leave (8:29)
4. Sandino (5:47)
5. Solamente Una Vez (You Belong To My Heart) (9:11)
6. Transparence (7:18)
Claro que a versão de Steven Isserlis é boa, mas o problema é que lhe falta aquela dose de transcendência difícil de se caracterizar e que nos é passada através de pequenos detalhes de fraseado e acentuação. Com uma interpretação menos profunda e concentrada do que a de, por exemplo, Queyras e Cocset, Isserlis toca todas as notas, mas sua versão ainda parece estar aquém da maturação. Porém, posso estar errado, talvez muito errado. Então, digo para os pequepianos ouvirem esta gravação das Suítes de Bach a fim de formarem suas próprias opiniões.
J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Isserlis)
Disc: 1
1. Prelude (Suite #1 in G major)
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Menuet I – Menuet II
6. Gigue
7. Prelude (Suite # 2 in D minor)
8. Allemande
9. Courante
10. Sarabande
11. Menuet I – Menuet II
12. Gigue
13. Prelude (Suite # 3 in C major)
14. Allemande
15. Courante
16. Sarabande
17. Bouree I – Bouree II
18. Gigue
19. Prelude (Suite # 4 in E flat major)
20. Allemande
21. Courante
22. Sarabande
23. Bourree I – Bourree II
24. Gigue
Disc: 2
1. Prelude (Suite # 5 in C minor)
2. Allemande
3. Courante
4. Sarabande
5. Gavotte I – Gavotte II
6. Gigue
7. Prelude (Suite # 6 in D major)
8. Allemande
9. Courante
10. Sarabande
11. Gavotte I – Gavotte II
12. Gigue
13. The Song of the Birds (Catalan folksong- arranged by Sally Beamish)
14. Prelude from Suite # 1 (from Anna Magdalena manuscript)
15. Prelude from Suite # 1 (from the John Peter Kellner manuscript)
16. Prelude from Suite # 1 (from the collection of Johann Christoph)
Em 2012, The Bad Plus convidou o saxofonista Joshua Redman para se juntar a eles por uma semana de performances no Blue Note em Nova York. Foi um estrondoso sucesso. Filas e mais filas de pessoas entusiasmadas que obrigaram o grupo a se reunir outras vezes no local e fora dele. Foram feitos uns para os outros. Mas apenas em 2014 entraram nos estúdio da Nonesuch para gravar seu álbum de “estreia”. Sete das nove faixas são composições inéditas. Apenas Dirty Blonde e Silence Is the Question, são novos arranjos de favoritos do Bad Plus. Redman disse que “tocar o Bad Plus me permitiu explorar uma parte da minha música e minha herança musical que eu nunca tinha acessado com qualquer outro grupo. A aventura com é como estar num liquidificador. O trio me empurra para as margens e me atrai para o núcleo”.
The Bad Plus Joshua Redman
01 – As This Moment Slips Away
02 – Beauty Has It Hard
03 – County Seat
04 – The Mending
05 – Dirty Blonde
06 – Faith Through Error
07 – Lack The Faith But Not The Wine
08 – Friend Or Foe
09 – Silence Is The Question
Reid Anderson – bass Ethan Iverson – piano David King – drums Joshua Redman – tenor saxophone
Quando eu era criança em Porto Alegre, Roberto Szidon era nosso orgulho. Na área da cultura, era dos poucos porto-alegrenses famosos em âmbito mundial. E ele era bom mesmo. Andou por longo tempo sumido na Alemanha e morreu em 2011, aos 70 anos, quando pretendia voltar a dar recitais na cidade. Meu pai tinha todos os seus discos e, pianista amador, tentava imitá-lo no instrumento.
Foi um grande artista . Especialista não apenas em Villa-Lobos como no repertório romântico. Era artista da DG.
1. Scherzo No.1 in B minor, Op.20 10:49
2. Scherzo No.2 in B flat minor, Op.31 10:54
3. Scherzo No.3 in C sharp minor, Op.39 8:23
4. Scherzo No.4 in E, Op.54 11:26
5. Impromptu No.1 in A flat, Op.29 4:21
6. Impromptu No.2 in F sharp, Op.36 6:25
7. Impromptu No.3 in G flat, Op.51 5:23
8. Impromptu No.4 in C sharp minor, Op.66 “Fantaisie-Impromptu” 5:07
Se você cruzar na rua com Barbara Hannigan, faça de tudo para conhecê-la. É um raro soprano que une enorme musicalidade, bela voz, profunda inteligência e beleza física. Por que não é tão famosa? Ora, é que ela especializou-se em música moderna. É dela a melhor Lulu (Alban Berg) de todos os tempos. Ligeti — que não era nada tolo — admirou-a e escreveu para ela. E este CD é algo inacreditável.
Hans Abrahamsen
Let me tell you, de Hans Abrahamsen, para soprano e orquestra, é baseado na novela de mesmo nome, de autoria de Paul Griffiths, e foi estreado em 20 de dezembro de 2013 pela Filarmônica de Berlim, com a solista soprano Barbara Hannigan — a quem o trabalho é dedicado. Franz Welser-Möst regeu a Orquestra de Cleveland na estreia estadunidense em janeiro de 2016. Abrahamsen ganhou o Prêmio Grawemeyer de US$ 100.000 por este trabalho. Sim estamos no terreno do reconhecimento. Isto é uma obra-prima!
Mas voltamos a Barbara. Aclamado mundialmente como um soprano de enorme força expressiva, tem uma estranha e cristalina beleza cristalina, uma intensidade frágil e deslumbrante. Ela é soberba, uma campeã da música nova. A profunda e etérea magia da música de Abrahamsen é tratada brilhantemente. O comando de Andris Nelsons é suave e a orquestra bávara é perfeita. Ouçam porque vale a pena.
Hannigan em Lulu. Além de cantar tudo o que canta, ela costuma também aparecer como maestrina.
Hans Abrahamsen (1963): Let Me Tell You
1 Part 1: Let me tell you how it was 3:51
2 Let Me Tell You, Pt. 1: Part 1: O but memory is not one but many 2:51
3 Part 1: There was a time, I remember 6:00
4 Let Me Tell You, Pt. 2: Part 2: Let me tell you how it is 2:03
5 Let Me Tell You, Pt. 2: Part 2: Now I do not mind 6:14
6 Part 3: I know you are there 1:01
7 Part 3: I will go out now 10:43
Barbara Hannigan
Bavarian Radio Symphony Orchestra
Andris Nelsons
Mais um bom disco dedicado a transcrições. A novidade é que as transcrições aqui apresentadas são de papai. Sim, ele adaptou alguns de seus concertos para violino e cravo e algumas coisas de sua cantatas para gáudio de uns instrumentistas de sopro aê. É um bom CD, consistente e bem interpretado, vale sua audição, porém desta vez permitam-me ficar com os originais, está bem?
Bach: Concertos “redescobertos” para instrumentos de sopro
1. Concerto For 2 Oboes, Bassoon And B.C. (After BWV 42 & BWV 249)a/I. Ohne Bezeichnung 6:16
2. Concerto For 2 Oboes, Bassoon And B.C. (After BWV 42 & BWV 249)a/II. Adagio 5:52
3. Concerto For 2 Oboes, Bassoon And B.C. (After BWV 42 & BWV 249)a/III. Ohne Bezeichnung 3:43
4. Concerto For 2 Oboes, Bassoon And B.C. (After BWV 42 & BWV 249)a/IV. Adagio (Alternative Version Of Movement II) 6:06
5. Concerto For Bassoon, Strings, Oboe D’amore Di Ripieno And B.C. (After BWV 169, BWV 49 & BWV 1053)/I. Ohne Bezeichnung 8:05
6. Concerto For Bassoon, Strings, Oboe D’amore Di Ripieno And B.C. (After BWV 169, BWV 49 & BWV 1053)/II. Siciliano 5:50
7. Concerto For Bassoon, Strings, Oboe D’amore Di Ripieno And B.C. (After BWV 169, BWV 49 & BWV 1053)/III. Allegro 6:18
8. Concerto For Oboe, Strings And B.C. (After BWV 1056 & BWV 156)/I. Ohne Bezeichnung 3:22
9. Concerto For Oboe, Strings And B.C. (After BWV 1056 & BWV 156)/II. Adagio 2:38
10. Concerto For Oboe, Strings And B.C. (After BWV 1056 & BWV 156)/III. Presto 3:23
11. Instrumental Piece (Instrumentalsatz) For Violin, Oboe And B.C., BWV 1040
— GRAMOPHONE RECOMMENDS CD OF THE MONTH
— BBC RADIO 3 CD REVIEW DISC OF THE WEEK
— BOSTON GLOBE TOP CLASSICAL ALBUMS OF 2009
Não preciso dizer mais nada além de que é um excelente disco que traz de volta a russa Ibragimova agora com o pianista Tiberghien. Uma joia raríssima. Música eslava de primeira linha, tocada por quem a compreende.
Igragimova e Tiberghien trabalhando duro
Karol Szymanowski (1882-1937): Complete Works For Violin & Piano
Svetlanov tem a mão mais pesada do que Mehta, Haitink e Bernstein. Sua versão não chega a ser um grande modelo de referência, mas convence. OK.
A Quarta Sinfonia em sol maior de 1899-1900 pode ser considerada um epílogo para as três primeiras sinfonias. É a sinfonia mais intimista e delicada de Mahler, com orquestra reduzida e sem grandiosidades. É também a mais curta da série. E das mais belas. Não se pode falar em ingenuidade em relação a uma composição tão sutil, mas a atmosfera é certamente infantil, de modo sumamente apropriado. Não admira que seja a mais popular e acessível sinfonia de Mahler, e é a primeira em que ele se conservou fiel aos quatro movimentos do modelo clássico. Pensou em chamá-la de Humoresque. Os movimentos estão tematicamente interligados à maneira usual de Mahler. “Eu queria realmente escrever um humoresque sinfônico que acabou se convertendo numa sinfonia completa, enquanto que antes, quando quis escrever a Segunda e Terceira sinfonias, acabei escrevendo cada uma delas com o tamanho de três.”
Sua composição demorou muito tempo para os padrões de Mahler: o quarto movimento Das Leben Himmlische (Vida Celestial) foi tomado do Des Knaben Wunderhorn, ciclo de lieder escrito em 1892. Este movimento deveria ser parte, inicialmente, da Terceira Sinfonia. Como esta já estava imensa, Mahler então decidiu colocá-lo no final da sua Quarta Sinfonia e escreveu seus três primeiros movimentos…
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia nº 4
1. Bedächtig. Nicht eilen – Recht gemächlich
2. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
3. Ruhevoll (Poco adagio)
4. Sehr behaglich: “Wir genießen die himmlischen Freuden”
Comprei este CD lá na loja da Margarida (a saudosa Sala dos Clássicos Eruditos – Rua dos Andradas, 1444 conj. 26 / Galeria Chaves, Porto Alegre – RS) em 1994. Não conhecia o cravista e, como sempre, ele entrou na minha fila de CDs para serem ouvidos (a fila na verdade é uma montanha). Fui ouvi-lo uns quatro meses depois e não entendi nada. Meus ouvidos diziam que era a melhor versão que já tinha ouvido. Não havia a Internet e procurei referências em publicações como a Diapason e a Gramophone. Por pura sincronicidade, era a revista dos melhores CDs de 1994. Na categoria Baroque Non-Vocal, o CD vencedor era Bach, Goldberg Variations, Pierre Hantaï (Opus 111). Dei os parabéns a meus ouvidos e fui ler: o crítico da revista — normalmente cuidadoso — dizia apenas isso: é a melhor versão até hoje gravada. Um dia será superada por outra, claro, mas ninguém até hoje alcançou tamanha perfeição e compreensão da obra.
Será mesmo?
J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (com Pierre Hantaï)
1. Goldberg Variations, BWV 988: Aria 4:40
2. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 1 a 1 Clav. 2:17
3. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 2 a 1 Clav. 1:50
4. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 3 Canone All’unisono 2:02
5. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 4 a 1 Clav. 1:08
6. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 5 a 1 Ovvero 2 Clav 1:41
7. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 6 Canone Alla Seconda 1:54
8. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 7 a 1 Ovvero 2 Clav. 1:51
9. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 8 a 2 Clav. 2:22
10. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 9 Canone Alla Terza a 1 Clav. 2:37
11. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 10 Fughetta a 1 Clav. 1:38
12. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 11 a 2 Clav. 2:28
13. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 12 Canone Alla Quarta In Moto Contrario 3:19
14. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 13 a 2 Clav. 5:37
15. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 14 a 2 Clav. 2:08
16. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 15 Canone a la Quinta In Moto Contrario a 1 Clav., Andante 2:59
17. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 16 Ouverture a 1 Clav. 2:55
18. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 17 a 2 Clav. 1:50
19. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 18 Canone Alla Sesta a 1 Clav. 1:30
20. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 19 a 1 Clav. 1:39
21. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 20 a 2 Clav. 1:58
22. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 21 Canone Alla Settima 3:23
23. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 22 Alla Breve a 1 Clav. 1:33
24. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 23 a 2 Clav. 2:20
25. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 24 Canone All’Ottava a 1 Clav. 3:16
26. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 25 a 2 Clav. 4:09
27. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 26 a 2 Clav. 1:53
28. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 27 Canone Alla Nona 1:50
29. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 28 a 2 Clav. 2:25
30. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 29 a 1 Ovvero 2 Clav. 2:06
31. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 30 Quodlibet a 1 Clav. 2:16
32. Goldberg Variations, BWV 988: Aria Da Capo e Fine
Só para irritar o Conde Keyserling: Charles Auguste Emile Carolus-Duran “Sleeping Man” (1861)
Eu nunca tive insônia. Talvez, em razão de alguma dor ou febre, não tenha dormido repousadamente apenas uns dez dias em minha vida. Não é exagero. Quando me deprimo, durmo mais ainda e acordar é ruim, péssimo. O sono é meu refúgio natural. Mas há pessoas que reclamam (muito) da insônia. Saul Bellow escreveu que ela o teria deixado culto, mas que preferiria ser inculto e ter dormido todas as noites — discordo do grande Bellow, acho que ele deveria ter ficado sempre acordado, escrevendo, vivendo e escrevendo para nós. Também poucos viram Marlene Dietrich na posição horizontal, adormecida. Kafka era outro, qualquer barulho impedia seu descanso, devia pensar no pai e passava suas noites acordado, amanhecendo daquele jeito… Groucho Marx, imaginem, era insone, assim como Alexandre Dumas e Mark Twain. Marilyn Monroe sofria muito e Van Gogh acabou daquele jeito não por ser daltônico, característica que apenas gerainteligência e genitália avantajadas.
O Conde Keyserling sofria de insônia e desejava tornar suas noites mais agradáveis. Ele encomendou a Bach, Johann Sebastian Bach, algumas peças que o divertissem durante a noite. Como sempre, Bach fez seu melhor. Pensando que o Conde se apaziguaria com uma obra tranquila e de base harmônica invariável, escreveu uma longa peça formada de uma ária inicial, seguida de trinta variações e finalizada pela repetição da ária. Quod erat demonstrandum. A recuperação do Conde foi espantosa, tanto que ele chamava a obra de “minhas variações” e, depois de pagar o combinado a Bach, deu-lhe um presente adicional: um cálice de ouro contendo mais cem luíses, também de ouro. Era algo que só receberia um príncipe candidato à mão de uma filha encalhada.
O Conde tinha a seu serviço um menino de quinze anos chamado Johann Gottlieb Goldberg. Goldberg era o melhor aluno de Bach. Foi descrito como “um rapaz esquisito, melancólico e obstinado” que, ao tocar, “escolhia de propósito as peças mais difíceis”. Perfeito! Goldberg era enorme e suas mãos tinham grande abertura. O menino era uma lenda como intérprete e o esperto Conde logo o contratou para acompanhá-lo não somente em sua residência em Dresden como em suas viagens a São Petersburgo, Varsóvia e Postdam. (Esqueci de dizer que o Conde Keyserling era diplomata). Bach, sabendo o intérprete que teria, não facilitou em nada. As Variações Goldberg, apesar de nada agitadas, são, para gáudio do homenageado, dificílimas. Nelas, as dificuldades técnicas e a erudição estão curiosamente associadas ao lúdico, mas podemos inverter de várias formas a frase. Dará no mesmo.
O nome da obra — Variações Goldberg, BWV 988 — é estranho, pois pela primeira vez o homenageado não é quem encomendou a obra, mas seu primeiro intérprete.
O princípio de quase toda obra de variações consiste em apresentar um tema e variá-lo. (Lembram que Elgar fez uma obra de variações sem apresentar o tema, chamando-a de Variações Enigma?). Assim, o ouvinte tem a impressão de estar ouvindo sempre algo que lhe é familiar e, ao mesmo tempo, novo. A escolha de Bach por esta forma mostrou-se adequada às pretensões do Conde. E a realização não poderia ser melhor, é uma das maiores obras disponibilizadas pela e para a humanidade pelo mais equipado dos seres humanos que habitou este planeta, J. S. Bach. O jogo criado pelo compositor irradia livre imaginação e enorme tranquilidade. A Teoria Geral das Belas-Artes, espécie de Bíblia artística goethiana de 1794, diz o seguinte sobre as Goldberg: “em cada variação, o elemento conhecido está associado, quase sem exceção, a um canto belo e fluido”. E está correto. Só esqueceu de dizer que tudo isso tinha propósito terapêutico.
É muito provável que o enfermo Conde concordasse com a Theorie para descrever seu prazer de ouvir aquela música, mas diria mais. Seus efeitos fizeram que Goldberg a tocasse centenas de vezes para ele. O cálice repleto de ouro significava gratidão pela diversão emocional e intelectual. Dormimos por estarmos calmos e felizes, talvez.
Não posso distribuir cálices de ouro por aí, mas talvez devesse dar alguma coisa a Pierre Hantaï, o maior intérprete da obra. (Por favor, neste momento não me venham com Gould; afinal, o som do cravo é fundamental e só aceito fazer a final contra o grande Gustav Leonhardt. Gould ficou lá pelas quartas-de-final).
Não são Cantatas de Bach, mas não são ruins. Telemann foi o compositor mais prolífico de todos os tempos. Escreveu 3.000 obras. Há muita porcaria e MUITAS COISAS BOAS. Escreveu 72 cantatas e os 3 incríveis grupos de concertos da Musique de table, que são suas obras mais famosas, cada qual incluindo um concerto, uma suíte e várias peças de câmara. Durante sua vida, dedicou-se para que a música fosse difundida, publicando diversas obras de caráter didático, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado, entre outros. Telemann foi o compositor mais famoso da Alemanha na época de Bach. Compôs em todas as formas e estilos existentes àquela altura. Em qualquer estilo, sua música tem um caráter inconfundível — é clara e flui com leveza. Apesar de ser quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Händel, utilizou um estilo mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo clássico.
G.P. Telemann (1681-1767): The Cornett Cantatas (Rémy)
1. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Sehet An Die Exempel Der Alten – Klaus Mertens
2. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Es Ist Von Allen Keiner – Henning Voss
3. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Hofft Auf Den Hern – Wilfried Jochens
4. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Es Kommt Die Hilfe Zwar Nicht Allemal – Klaus Mertens
5. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Die Stunde Wird Doch Endlich Schlagen – Henning Voss
6. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Und So Soll Keine Pein Vermogend Sein – Wilfried Jochens
7. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Ich Bleibe Fest Dabei – Mona Spagele
8. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: So Sei Nun, Seele, Seine – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens
9. Cantata For The Sunday Rogate: Erhore Mich, Wenn Ich Rufe – Wilfried Jochens
10. Cantata For The Sunday Rogate: Wahrlich, Wahrlich, Ich Sage Euch – Klaus Mertens
11. Cantata For The Sunday Rogate: Ich Rufe Tag Und Nacht – Wilfried Jochens
12. Cantata For The Sunday Rogate: Noch Keinen Hat Gott Je Verlassen – Klaus Mertens
13. Cantata For The Sunday Rogate: Ach! Manches Hab’ Ich Ja Begehret – Wilfried Jochens/Klaus Mertens
14. Cantata For The Sunday Rogate: Herr, Auf Dein Wort Verlass Ich Mich – Wilfried Jochens/Klaus Mertens
15. Cantata For The Sunday Rogate: Und Was Der Ew’ge Gut’ge Gott – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens
16. Cantata For The Sunday Exaudi: Ich Halte Aber Dafur – Wilfried Jochens
17. Cantata For The Sunday Exaudi: Gewiss, Die Zeiten Sind Schon Angegangen – Henning Voss
18. Cantata For The Sunday Exaudi: So Will Ich Mich Zufrieden Geben – Klaus Mertens
19. Cantata For The Sunday Exaudi: Der Trost Bei Allen Plagen – Wilfried Jochens
20. Cantata For The Sunday Exaudi: Herr, Die Kinder Deiner Knechte – Henning Voss
21. Cantata For The Sunday Exaudi: Ihr Sunder, Gott Der Heil’ge Geist – Klaus Mertens
22. Cantata For The Sunday Exaudi: Nichts Raubt Mir Das Herze – Mona Spagele
23. Cantata For The Sunday Exaudi: Du Heil’ge Brunst, Susser Trost – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens
Carl Philipp Emanuel Bach é o mais famoso dos filhos de J.S. Bach. Sua obra é muito pessoal, distinta de tudo que se ouviu antes e depois. Ele tinha voz e estilo próprios. Meu meio-irmão escreveu um grande número de concertos para vários instrumentos e peças de teclado. Mas também se destacou na música vocal, continuando a tradição familiar, compondo, entre outros gêneros, cantatas e canções sacras e seculares. Suas peças respeitam as regras do estilo barroco mas também insinuam o alvorecer do clássico, posteriormente representado por Haydn e Mozart. O extraordinário grupo Café Zimmermann tem incluído a música de C. P. E. Bach em seus programas há anos. Quem ouve o sensacional Café Zimmermann, vai querer ouvir mais CPE. Palavra de PQP. Esta é uma parceria do Zimmermann com o tenor inglês Rupert Charlesworth. Vale a pena baixar.
O tenor Rupert Charlesworth
C. P. E. Bach (1714-1788): Der Frühling (A Primavera)
01. Der Frühling, Wq. 237 – ,
02. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: I. Allegro assai –
03. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: II. Andantino –
04. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: III. La coorl, tempo di minuetto –
05. Three Arias for Tenor, Wq. 211: I. Edle Freiheit, Götterglück – ,
06. Three Arias for Tenor, Wq. 211: II. Himmelstochter, Ruf der Seelen – ,
07. Three Arias for Tenor, Wq. 211: III. Reiche bis zum Wolkensitze – ,
08. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: I. Allegretto –
09. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: II. Largo con Sordini –
10. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: III. Allegro –
11. Fürsten sind am Lebensziele, Wq. 214 – ,
12. Selma, Wq. 236 – ,
13. Sonatina in D Minor, Wq. 104: I. Adagio –
14. Sonatina in D Minor, Wq. 104: II. Allegro, ma non troppo –
15. Sonatina in D Minor, Wq. 104: III. Allegretto –
Amaral Vieira Te Deum in stilo barocco Missa Choralis
Ouvir Amaral Vieira e descobrir quais foram os compositores que inspiraram a concepção de cada obra – da estruturação à orquestração, do contraponto à temática – é um saudável e complexo exercício que recomendo aos mais bem aventurados fazê-lo. Aqui vão duas das melhores obras coral-sinfônicas do compositor paulistano. A Missa Choralis em particular é um primor de majestade musical, valendo-se apenas de três instrumentos para dar suporte ao coral: duas trompas e um piano.
***
Amaral Vieira – Te Deum in stilo barocco e Missa Choralis
Te Deum
1. Abertura
2. Te Deum laudamus
3. Te ergo quaesumos
4. Aeterna fac
5. Salvum fac populum
6. In te Domine speravi
Missa
7. Kyrie
8. Gloria
9. Credo
10. Sanctus
11. Post elevationem (Benedictus)
12. Agnus Dei
Orquestra Filarmônica da Eslováquia e Coro, regidos por Mario Kosik e Jan Rozehnal
Duas obras primas do repertório romântico violinístico tocados por um dos maiores violinistas do século XX, David Oistrakh. São duas gravações históricas, realizadas nos anos 50, ainda em Mono, mas que precisam ser conhecidas, para ainda mais admirarmos o gigante do violino que foi Oistrakh. Sou suspeito quando se trata deste músico pois já declarei inúmeras vezes que o considero o maior de todos, mas em feroz disputa com Jascha Heifetz, mas não quero entrar no mérito desta discussão. Gosto é gosto, e não se discute.
Os senhores poderão julgar.
01. Brahms Violin Concerto in D major op. 77 – 1. Allegro non troppo
02. Brahms Violin Concerto in D major op. 77 – 2. Adagio
03. Brahms Violin Concerto in D major op. 77 – 3. Allegro giocoso, ma non troppo…
04. Tchaikovsky Violin Concerto in D major op. 35 – 1. Allegro moderato
05. Tchaikovsky Violin Concerto in D major op. 35 – 2. Canzonetta. Andante
06. Tchaikovsky Violin Concerto in D major op. 35 – 3. Finale. Allegro vivacissimo
David Oistrakh – Violin
Staatskapelle Dresden
Franz Konwitschny – Conductor
UM TREMENDO BANQUETE PARA OS AMANTES DO BARROCO! Tafelmusik significa “música para a mesa” ou “música para jantares”. Claro que estes concertos não foram escritos como fundo musical para os lanchinhos enjoativos do McDonalds, mas para ocasiões mais formais e de alto nível gastronômico. Trata-se de uma série de concertos para diferentes formações, cada um com personalidade própria. Uma espécie de Concertos de Brandemburgo de Telemann. Coisa de primeira linha e rara. Sim, pois não há muitas gravações completas de Tafelmusik de Telemann. Esta é muito especial. É realizada por um grupo de extraordinários músicos holandeses, daqueles dos quais se costuma dizer que tomam poucos banhos e andam sempre de sandálias com meias — o mais poderoso dentre os anticoncepcionais conhecidos — ou crocs.
Este grande trabalho foi um presente vindo de um antigo pequepiano português que nos mandou tudo organizadinho acompanhado da mensagem que segue. Muito obrigado, HB! Ficamos autenticamente comovidos!
Carta de Reconhecimento Eterno
Caríssimo PQP,
faz muito tempo que acompanho o seu blog desde Portugal. Descobri-o através de um amigo que me falou nele pouco tempo depois de ter iniciado. Havia acabado a universidade. À época, eu próprio tinha um blog de partilha de música, mas não com a dimensão pantagruélica do PQP. Escrevo porque queria expressar o meu agradecimento pelo vosso trabalho. Há quase dez anos, senão mais, já não sei, que tenho o ritual diário de ir ao PQP. Os excelentes textos que acompanham a música são sempre rastilho e combustível para o dia. Já me surpreendi rindo alto lendo alguns deles. Enfim, todo o dia me é oferecido algo, sem pedir nada, apenas que desfrute ou deixe comentário. Devo reconhecer que não sou um prolífico comentador, e por isso me penitencio. Mas meu agradecimento é eterno e gostaria que fosse concreto, e nessa medida pagarei com amor o amor que o PQP me devotou. Assim, envio uma obra de que gosto muito, a Tafelmusik do Telemann, numa caixa de 4cd da Brilliant Classics. Confesso que não sei em pormenor a história da gravação desta obra. Não faço ideia do valor desta versão, se é pior ou melhor do que outras. Sei que foi a primeira que adquiri, pelo valor baixo da compra, mas igualmente porque me apercebi do próprio valor da Brilliant Classics. Neste particular, deixo pois para vocês o texto final.
Acabo dizendo a todos que foram, e têm sido importantes na minha educação musical, e por isso vos agradeço lamentando ser incapaz de vos corresponder a essa eterna dádiva. Terão de se contentar com o meu igualmente eterno agradecimento… e uns cds do Telemann.
Abraço de Portugal
H.
G.P. Telemann (1681-1767): A Tafelmusik completa
Disc: 1
1. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Ouverture (Lentement – Vite – Lentement – Vi
2. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Réjouissance
3. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Rondeau
4. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Loure
5. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Passepied
6. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Air. Un peu vivement
7. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Gigue
8. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Largo – Allegro – Largo
9. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Vivace – Moderato – Vivace
10. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Grave
11. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Vivace
12. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Largo
13. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Allegro
14. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Grazioso
15. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Allegro
Disc: 2
1. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Affetuoso
2. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Vivace
3. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Grave
4. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Allegro
5. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Cantabile
6. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Allegro
7. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Dolce
8. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Allegro
9. Sinfonia (Conclusion) for 2 flutes, 2 oboes, bassoon, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/6), TWV 50:5
10. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Ouverture (Lentement – Vite – Lentemen
11. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Tempo giusto
12. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Vivace
13. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Presto
14. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Allegro
Disc: 3
1. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Andante
2. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Vivace
3. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Largo
4. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Allegro
5. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Allegro
6. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Largo
7. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Vivace
8. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Affetuoso
9. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Allegro
10. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Dolce
11. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Vivace
12. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Andante
13. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Vivace
14. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Cantabile
15. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Allegro
Disc: 4
1. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Ouverture (Lentement – Pres
2. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Bergerie (un peu vivement)
3. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Allegresse (vite)
4. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Postillons
5. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Flaterie
6. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Badinage (très vite)
7. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Menuet
8. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Adagio
9. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Allegro
10. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Dolce
11. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Allegro
12. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Maestoso
13. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Allegro
14. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Grave
15. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Vivace
16. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Andante
17. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Allegro
18. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Grave – Largo – Grave
19. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Vivace
20. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Largo
21. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Presto – Tempo giusto – Presto
22. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Andante
23. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Allegro
24. Conclusion, sinfonia for 2 oboes, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/6), TWV 50:10
Wilbert Hazelzet transverse flute
Rémy Baudet violin
Jaap ter Linden cello
Musica Amphion
Pieter-Jan Belder harpsichord and concert master
Procurando na preciosa lista de compositores do PQP, me deparei com o curioso fato de que não consta o nome de Hugo Wolf (1860-1903). Verifiquei novamente, mas os fatos eram incontestáveis: PQP ainda não tem uma postagem deste importante compositor. Ignorância? Negligência? Esquecimento? Seja qual for a causa, que na verdade não importa, urge sanar esta lacuna. E eis que, então, posto o primeiro disco de Wolf.
Mais conhecido por ter sido um dos píncaros do gênero Lied pós-romântico, Wolf foi influenciado basicamente por Wagner, manteve certa antipatia pela causa neoclássica de Brahms, e no frigir dos ovos, acabou por se tornar, de certa forma, modelo para a geração posterior, representada pela Segunda Escola de Viena, em termos de intensidade dramática e concisão de ideias. Wolf é frequentemente colocado na linha sucessória de Schubert como herdeiro da tradição germânica do Lied, e muitos deles são diretamente comparados aos do seu mestre. Alguns se dizem superiores aos de Schumann, e tenho para mim que são mais fluentes que os de Richard Strauss. Não é pouca coisa.
Infelizmente, Wolf teve uma vida conturbada, tentando se estabelecer num cenário musical competitivo e desigual, o que lhe acarretou graves crises depressivas, e acabou enlouquecendo pela sífilis, ainda jovem.
Wolf escreveu pouco para orquestra, e tem apenas uma ópera acabada. Este disco reúne quase a totalidade de sua música orquestral, e, de certa forma, é uma ótima introdução à sua arte particular, que definitivamente precisa ser conhecida.
HUGO WOLF
Penthesilea, symphonic poem
Der Corregidor, opera: Vorspiel & Zwischenspiel
Italian Serenade
Scherzo & Finale
Orchestre de Paris
Daniel Barenboim
Gravação original de 1992, relançada em 2003.
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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 233Mb