J.S.Bach: a São Mateus por Karl Richter (1958) – Passio Secundum Matthæum

15d6s8pS.Mateus, Richter, 1958

REPOSTAGEM

Já faz várias semanas que o Avicenna preparou cuidadosamente os arquivos para esta postagem, convidando-me honrosamente a mais uma parceria no texto… e eu venho vergonhosamente adiando mais do que seria aceitável!

A razão é que tanto eu quanto o Avicenna não acharíamos graça em fazer esta postagem em particular sem um texto consideravelmente substancioso acompanhando-a – e já contei pra vocês que a saúde vem me impedindo de me jogar muito a fundo em atividades de tecelagem verbal.

Mas a vontade também é forte, e aí decidi que não deixaria a coisa passar deste penúltimo domingo de inverno. Aí vai, então: não é pra ser um tratado, mas também não deixará de tocar em duas ou três áreas que nos instigam em especial.

A ABORDAGEM DE KARL RICHTER (1926-1981) A J.S.BACH (1685-1750): É lugar-comum dizer que Richter foi um dos últimos a empregar uma abordagem “romântica” em Bach, numa época em Harnoncourt e tantos outros já haviam partido para a abordagem “histórica”, que se caracteriza basicamente por: (a) uso de instrumentos construídos na época, ou construídos hoje segundo modelos da época; (b) sobretudo nas obras sacras, emprego das vozes de contratenores homens no lugar da de contraltos mulheres, e de meninos antes da mudança de voz no lugar de sopranos mulheres; (c) tamanho menor dos grupos instrumentais e corais; (d) tempos mais acelerados (i.é, velocidade), articulação e agógica mais dinâmicas (jogo de ligado x destacado, fraseado, irregularidades expressivas no tempo etc).

Richter de fato não usou nada disso: usou instrumentos modernos, mulheres solistas, grupos consideravelmente volumosos… porém seus tempos não são só lentos: são sobretudo rigorosamente regulares – como de metrônomo ou relógio do princípio ao fim de cada trecho.

Isso me faz perguntar sobre a adequação de chamar “romântica” a sua abordagem… se o que talvez mais caracterize o romantismo seja o rubato, ou seja: um determinado tipo de irregularização expressiva do tempo. Em Richter inexistem tanto a “inegalité” e a agógica barrocas quanto o rubato, e nesse sentido eu chamaria sua abordagem de “classicista”, não de romântica.

Mas além disso Richter era filho de pastor luterano, e sua formação se deu fundamentalmente no espaço eclesiástico – diferente de regentes como um Klemperer, de quem também se diz ter abordado a São Mateus “romanticamente”. Minha impressão é que Richter foi mostrar no teatro o que se fazia nas igrejas… e isso embasaria o clima litúrgico e devocional que parecemos encontrar aqui, em contraste com abordagens mais teatrais, operísticas e/ou “de concerto”.

ALGUNS DESTAQUES DA REALIZAÇÃO E DA OBRA: Antes de mais nada, o coro – ou melhor: os coros (a obra inteira é composta para 2 coros a quatro vozes, 2 orquestras e 2 conjuntos de solistas, que se respondiam da frente e dos fundos da igreja, e ainda uma nona voz coral: um grupo de meninos em uníssono, que intervém somente nas faixas 1 e 35). Impressionam nesta realização a textura veludosa, a precisão e a qualidade expressiva das massas corais, quer nos COROS (peças livres) quer nos CORAIS (nome para “hinos” na tradição luterana).

Segundo, a participação do que foi talvez o melhor barítono do século 20: Dietrich Fischer-Dieskau (28.05.1925-18.05.2012). Destaque para os dois pares recitativo-e-ária que são as faixas 65-66 e 74-75. Para mim só essas quatro faixas já justificariam a preservação desta gravação e nossa atenção a ela!

Falar das diferentes árias maravilhosas da São Mateus é um assunto infinito em que não quero entrar – mas por afinidades pessoais não quero deixar de chamar atenção para o dueto soprano-alto com coro quase no final da primeira parte (faixa 33), e para a ária Aus Liebe (‘É por amor…’ – faixa 58) – esta especificamente porque para mim é um inegável CHORO – quero dizer no sentido musical brasileiro da palavra – com os volteios sentimentais da flauta apoiados (?) em acordes flutuantes de 2 oboés e um corne inglês mais ou menos na mesma tessitura de um cavaquinho, sem baixo nenhum. Como diria o filho do véio: IM-PER-DÍ-VEL!

SOBRE A RELAÇÃO COM O TEXTO: Hoje o interesse pela música de Bach é mais freqüente entre pessoas intelectualizadas… e justo entre essas não é freqüente conseguirem levar a sério o enredo e os sentidos teológicos que essa música se propõe a ilustrar. Surge daí com freqüência uma proposta de audição assim: “a composição musical é maravilhosa, mas os textos são uma baboseira superada que é melhor a gente nem ficar sabendo”.

Por um lado considero perfeitamente válido que para apreciar esta música ninguém precise acreditar que estaria condenado a assar no inferno pela eternidade caso Jesus não tivesse se disposto a sofrer para apaziguar um Deus-Pai capaz de determinar isso… Mas por outro lado acho que há uma inegável perda de experiência estética quando não nos dispomos a experimentar como é sentir isso – no mínimo do mesmo modo como nos dispomos a sentir os terrores e esperanças dos gregos ou dos indianos diante dos seus deuses e heróis, quando vamos conhecer a Ilíada ou o Mahabhárata.

Para mim o bonito dos tempos pós-modernos é justamente isso: o convívio entre múltiplas formas diferentes de experimentar a mesma coisa, formas muitas vezes incompatíves mas que nem por isso precisam incorrer na infantilidade de lutar para suprimir umas às outras. No caso: há gente que irá ouvir só pela música; alguns pela música e pelo mito entendido como fantasia; outros pelo mito entendido como verdade sagrada; outros ainda por nostalgia em relação aos seus queridos passados que cultivavam essa forma de religiosidade – etc. etc. etc.

Minha forma pessoal, se alguém se interessar em saber, eu classificaria como um tanto antropológica: entendo como essência do mythos cristão a admissão, por parte do ser humano, de um descompasso ou insuficiência de sua parte frente a uma ordem maior – e quem diz que isso se refere a um velho barbudo que diz que você não pode pensar no que tem por baixo da saia ou calça da/do coleguinha da escola, ou duvidar de que a mãe de Jesus era virgem ou coisas assim? A realidade da destruição ambiental do planeta, ou das crianças lançadas à fome por conta de disputas de poder-pelo-poder, não são amostras de que o ser humano realmente pisa na bola frente àquilo que ele mesmo é capaz de conceber como o bom e o desejável? E será assim tão ridículo dispor-se a deixar ressoar em cada um de nós o que é o sofrimento de um outro que tem raiz em atos nossos? E ainda: aspirar por que essa compreensão respeitosa do sofrimento do outro, e admissão de culpa, gere um desejo de superação das nossas insuficiências em questão – um desejo tal que se torne força capacitadora de uma tal superação?…

Essa é, no humilde ver de Ranulfus, uma tradução antropológica do mythos cristão – e não tenho dúvidas de que era com esse magma de emoções que Bach trabalhava, independente de se com pura intuição ou com maior ou menor dose de consciência. E quem se dispõe a empreender uma viagem através de imagens simbólicas desse drama fundamental da admissão de culpa e aspiração por redenção, com certeza irá extrair de Bach uma experiência estética ainda muito mais profunda que aquele que diz “a música é divina, os textos são pura baboseira”.

Foi assim que eu entendi o impulso que o colega Avicenna teve de não postar esta obra sem colocar à disposição o texto com tradução em português (mesmo se não há nenhuma poeticamente satisfatória!), bem como os títulos das faixas em português: contribuições para uma experiência mais integral desses “Autos de Mysterio” que são as Paixões de Bach –

… experiência para quê a atitude menos teatral e mais litúrgico-devocional adotada por Karl Richter talvez possa ser uma contribuição, apesar de todas as suas infidelidades musicológicas.

J.S. Bach: PASSIO SECUNDUM MATTHÆUM, BWV 244

1.ª das gravações dirigidas por Karl Richter: 1958, Herkules-Saal, München
Münchener Bach-Chor & Münchener Chorknaben (diretor do coro: Fritz Rothschuh)
Münchener Bach-Orchester
Tenor [Evangelista, árias]: Ernst Haefliger
Baixo [Jesus]: Kieth Engen
Soprano [árias]: Irmgard Seefried
Soprano [1.ª criada; esposa de Pilatos]: Antonia Fahberg
Contralto [árias, 2.ª criada]: Hertha Töpper
Baixo [árias]: Dietrich Fischer-Dieskau
Baixo [Judas, Pedro, Pilatos, Sumo Sacerdote]: Max Proebstl

LISTA DAS FAIXAS

Jesus ungido em Betânia (São Mateus 26: 1-13)
01 Vinde, filhas, auxilia-me no pranto (Kommt, ihr Töchter)
02 Quando Jesus terminou estas palavras (Da Jesus diese Rede vollendet hatte)
03 Amado Jesus (Herzliebster Jesu)
04 Então se reuniram em conselho (Da versammleten sich die Hohenpriester)
05 Que não seja em dia de festa (Ja nicht auf das Fest)
06 Estando Jesus em Betânia (Da nun Jesus war zu Bethanien)
07 Para que este desperdício (Wozu dienet dieser Unrat)
08 Os advertindo, Jesus os falou assim: (Da das Jesus merkete, sprach er zu ihnen)
09 Tu! Salvador bem amado! (Du lieber Heiland du)
10 Contrição e arrependimento (Buss’ und Reu’)

Última Ceia (São Mateus 26: 14-35):
11 Então um dos doze (Da ging hin der Zwölfen einer)
12 Sangra, querido coração! (Blute nur, du liebes Herz)
13 Então no dia dos primeiros ázimos (Aber am ersten Tage der süssen Brot)
14 Onde quer que façamos (Wo willst du, dass wir dir bereiten)
15 Ele os disse ide a cidade (Er sprach-Gehet hin & Rez (Ev)-Und sie wurden)
16 Sou eu. Deveria expiá-lo (Ich bin’s, ich sollte büssen)
17 Ele os respondeu (Er antwortete und sprach)
18 Apesar de que meu coração (Wiewohl mein Herz in Tränen schwimmt)
19 Quero entregar-te meu coração (Ich will dir mein Herze schenken)
20 E tendo proclamado o hino de ação de graças (Und da sie den Lobgesang gesprochen hatten)
21 Reconhece-me, meu Guardião (Erkenne mich, mein Hüter)
22 Porém Pedro, respondendo, lhe disse (Petrus aber antwortete)
23 Quero permanecer aqui junto de Ti (Ich will hier bei dir stehen)

No monte das Oliveiras (São Mateus 26: 36-56):
24 Então marchou Jesus com eles (Da kam Jesus mit ihnen zu einem Hofe)
25 Oh, dor! Como treme seu coração angustiado (O Schmerz & Chor-Was ist die Ursach’)
26 Quero velar ao lado do meu Jesus (Ich will bei meinem Jesu wachen & Chor-So schlafen unsre)
27 Avançou alguns passos (Und ging hin ein wenig)
28 O salvador cai de joelhos (Der Heiland fällt vor seinem Vater nieder)
29 Com prazer queria eu levar sua cruz (Gerne will ich mich bequemen)
30 E ao retornar até onde estavam seus (Und er kam zu seinen Jüngern)
31 Que se cumpra sempre a vontade de meu Senhor (Was mein Gott will, das g’scheh allzeit)
32 E retornando, os encontrou novamente (Und er kam und fand sie aber schlafend)
33 Assim meu Jesus é preso (So ist mein Jesus nun gefangen)
34 E eis que um dos que estavam com Jesus (Und siehe, einer aus denen)
35 Oh homem! Chora teu grande pecado (O Mensch, bewein dein Sünde gross)

Falso Testemunho (São Mateus 26: 57-63):
36 Ah! Meu bom Jesus já não está aqui! (Ach, nun ist mein Jesus hin!)
37 Os que prenderam a Jesus o conduziram (Die aber Jesum gegriffen hatten)
38 O mundo me julgou cruelmente (Mir hat die Welt trüglich gericht’t)
39 Apesar de tê-lo tentado com numerosos testemunhos falsos (Und wiewohl viel falsche Zeugen)
40 Meu Jesus guarda silêncio ante as calúnias (Mein Jesus schweigt zu falschen Lügen stille)
41 Paciência! Se línguas mentirosas me ofenderem (Geduld! Wenn mich falsche Zungen Stechen)

Jesus ante Caifás e Pilatos (São Mateus 26: 63-75; 27: 1-14):
42 O Sumo Pontífice o respondeu dizendo (Und der Hohepriester antwortete)
43 Então começaram a cuspir-lhe no rosto (Da speieten sie aus)
44 Quem te golpeia assim (Wer hat dich so geschlagen)
45 Pedro estava sentado fora (Petrus aber saß draussen)
46 Então se pôs a maldizer e a jurar (Da hub er an, sich zu verfluchen)
47 Tem piedade de mim, Meu Deus (Erbarme dich, mein Gott)
48 Ainda que me separe de Ti (Bin ich gleich von dir gewichen)
49 Pela manhã, todos os príncipes (Des Morgens abre)
50 Então ele lançou as moedas de prata no templo (Und er warf die Silberlinge)
51 Devolva-me o Meu Jesus! (Gebt mir meinen Jesum wieder!)
52 E depois de terem discutido (Sie hielten aber einen Rat)
53 Dirige teu caminho (Befiehl du deine Wege)

Entrega e Flagelação (São Mateus 27: 15-30):
54 Durante a festa era costume que o governador (Auf das Fest aber hatte der Landpfleger Gewohnheit)
55 Que incompreensível é este castigo! (Wie wunderbarlich ist doch diese Strafe!)
56 O governador replicou (Der Landpfleger sagte)
57 Ele fez o bem a todos (Er hat uns allen wohlgetan)
58 Por amor quer morrer meu Salvador (Aus Liebe will mein Heiland)
59 Porém eles, elevando a voz, gritavam (Sie schrieen aber noch mehr)
60 Piedade. Senhor! (Erbarm’ es Gott!)
61 Se as lágrimas do meu rosto (Können Tränen meiner Wangen)
62 Então os soldados do governador tomaram a Jesus (Da nahmen die Kriegsknechte)
63 Oh, cabeça lacerada e ferida (O Haupt voll Blut und Wunden)

A Crucificação (São Mateus 27: 31-54):
64 E depois de tê-lo humilhado (Und da sie ihn verspottet hatten)
65 Sim, ditosa a hora em que a carne e o sangue humanos (Ja! freilich will in uns das Fleisch und Blut)
66 Vem, doce cruz (Komm, süsses Kreuz)
67 E então chegaram ao lugar chamado Gólgota (Und da sie an die Stätte kamen)
68 Até os mesmos bandidos que haviam sido crucificados (Desgleichen schmäheten ihn auch die Mörder)
69 Ah, Gólgota (Ach, Golgatha)
70 Veja, Jesus estende sua mão (Sehet, Jesus hat die Hand)
71 E desde a hora sexta até a hora nona (Und von der sechsten Stunde)
72 Quando eu tiver que partir (Wenn ich einmal soll scheiden)
73 E eis que o véu do templo (Und siehe da)

O enterro (São Mateus 27: 55-66):
73b Estavam também ali, um pouco afastadas (Und es waren viel Weiber da)
74 Ao entardecer, quando refrescou (Am Abend, da es kühle war)
75 Purifica-te, Meu coração (Mache dich, mein Herze, rein)
76 José tomou o corpo e o envolveu em um lençol (Und Joseph nahm den Leib)
77 Agora o Senhor descansa (Nun ist der Herr zur Ruh gebracht)
78 Chorando nos prostramos ante teu sepulcro (Wir setzen uns mit Tränen nieder)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Encarte incluso)
MP3 | 480 Mb | 3 h 20 min

• Tradução um pouco menos ruim que a do encarte:
http://www.bach-cantatas.com/Texts/BWV244-Por2.htm

Monge Ranulfus: texto & inspiração
Avicenna: digitalização, layout & mouse conductor

História da Música Brasileira – Episódio 4 de 10: Ouro, diamantes e música em Minas

11vsnciQuarto episódio da série História da Música Brasileira, com um link para baixar o vídeo do episódio, incentivando a divulgação desse trabalho em universidades, conservatórios e amantes da música. Contamos com o seu apoio!

REPOSTAGEM

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EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Os temas dos 10 programas são os abaixo e estão disponíveis aqui:

1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil
2. A música setecentista no Brasil
3. A música no período áureo de Minas Gerais
4. Ouro, diamantes e música em Minas.
5. Padre José Maurício Nunes Garcia: um brasileiro nos ouvidos da Corte
6. A música da Independência.
7. Saraus, danças e intimidades: A música no Brasil no século XIX
8. Carlos Gomes: o emblema da ópera no Brasil
9. Romantismo: um Brasil para poucos
10. Romantismo e patriotismo: afinal, somos brasileiros?

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
Episódio 4 – Ouro, diamantes e música em Minas

Paulo Castagna

O quarto episódio da História da Música Brasileira é dedicado aos compositores mineiros e afro-descententes José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita e João de Deus de Castro Lobo. Lobo de Mesquita nasceu na Vila do Serro, por volta de 1746 e transferiu-se para o Arraial do Tijuco (atual Diamantina) cerca de trinta anos depois, onde viveu seu período mais produtivo, transferindo-se em 1798 para Vila Rica (hoje Ouro Preto), e em 1801 para o Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de organista da Ordem Terceira do Carmo até sua morte, em 1805. Castro Lobo nasceu em Vila Rica em 1794 e faleceu em Mariana em 1832, cidade na qual desempenhou os cargos de mestre da capela da catedral e organista, trabalhando junto ao órgão que foi assunto do terceiro episódio desta série. Entre as obras de Lobo de Mesquita, foi incluído o Ego enim accepi a Domino (Lição VIII das Matinas de Quinta-feira Santa), que mais provavelmente foi escrito por Jerônimo de Sousa Lobo em Vila Rica, em fins do século XVIII ou princípios do século XIX.

Veja o episódio 4 – Ouro, diamantes e música em Minas, que também pode ser visto no Youtube em: http://www.youtube.com/user/HistoriadaMB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
Vídeo mp4 – 182,5 Mb – 27 min

Nossos agradecimentos ao Prof. Paulo Castagna, musicólogo, (http://paulocastagna.com) por nos ter incentivado nesta empreitada. Não tem preço!!!
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hsm335

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Cantatas – Gardiner – Vol. 6 e 7 de 27

bach-cantatas-vol-06-frontAs cantatas de Bach são um dos mais espetaculares conjuntos de obras vocais já compostos. Não tenho certeza exata dos números, mas beiram 210 o número delas que Johann Sebastian compôs. É um número imenso, mas como se trata de um compositor como esse, nada mais pode surpreender.
Elas são inteiramente diferentes uma das outras, assim como também varia a instrumentação e o número de solistas. Foram compostas sob encomenda para as mais diversas consagrações litúrgicas nas igreja.
Para os senhores terem uma idéia do que estamos falando, sugiro visitarem o gigantesco e sensacional website http://www.bach-cantatas.com/index.htm, que vai detalhar cada uma das cantatas, e ainda com direito a fóruns de discussão com especialistas ou não na área. A discografia também é analisada minuciosamente, com direito a vídeos do youtube para ilustrar. Não conheço e duvido que apareça um outro site tão especializado sobre este assunto.

Então vamos continuar a série.

VOLUME 6 A
01 – 06 Cantata, BWV 69a ‘Lobe den Herrn, meine Seele’
07 – 13 Cantata, BWV 35 ‘Geist und Seele wird verwirret’
14 – 18 Cantata, BWV 137 ‘Lobe den Herren’

VOLUME 6 B
01-06 Cantata, BWV 77 ‘Du sollt Gott, deinen Herren, lieben’
07-12 Cantata, BWV 164 ‘Ihr, die ihr euch von Christo nennet’
13-18 Cantata, BWV 33 ‘Allein zu dir, Herr Jesu Christ’

VOLUME 7 A
01-06 Cantata, BWV 25 ‘Es ist nichts Gesundes an meinem Leibe’
07-13 Cantata, BWV 78 ‘Jesu, der du meine Seele’
08-13 Cantata, BWV 17 ‘Wer Dank opfert, der preiset mich’
14-20 Cantata, BWV 17 ‘Wer Dank opfert, der preiset mich’

VOLUME 7 B
1 Cantata, BWV 50 ‘Nun ist das Heil und die Kraft’
2-7 Cantata, BWV 130 ‘Herr Gott, dich loben alle wir’
8-14 Cantata, BWV 19 ‘Es erhub sich ein Streit’
15-21 Cantata, BWV 149 ‘Man singet mit Freuden vom Sieg’

VOLUME 6 A – BAIXE AQUI ´DOWNLOAD HERE
VOLUME 6 B – BAIXE AQUI- DOWNLOAD HERE
VOLUME 7 A – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
VOLUME 7 B – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

J. S. Bach (1685-1750): Árias de Bach com Magdalena Kožená

ncb12aÁrias de Bach
Magdalena Kožená
Com instrumentos de época – On authentic instruments

REPOSTAGEM

Magdalena Kožená é belíssima, é mulher de Simon Rattle, tem uma voz maravilhosa, canta incrivelmente, é gostosa, é tudo. Neste CD, ela canta mais uma coletânea de árias de Bach. E que árias! A faixa 4 é “Erbarme dich”, talvez uma das melhores árias da Paixão segundo São Mateus. A faixa 2 é das Cantatas Profanas e é tocada dedilhada ao piano delicadamente pela mulher de Charlie Parker numa das cenas mais dilacerantes de Bird, lembram? A faixa 5, puxa vida. A décima faixa…  O resto é super bem escolhido e quem sabe sejam árias até melhores das que citei… imaginem que o CD começa com uma do Magnificat e fecha com uma da Missa em Si Menor! Então, se a mulher é boa, canta pra cacete, o que você está esperando para ouvir?

IM-PER-DÍ-VEL!!!

Palhinha: ouça 10. Cantata No.30 “Freue dich, erlöste Schar”, BWV 30


(Sobre o vídeo acima: na época, era proibido que as mulheres cantassem em igrejas.)

Árias de Bach com Magdalena Kožená

1. Magnificat in D Major, BWV 243 – Aria: “Et exsultavit spiritus meus” (soprano II)
2. Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, Cantata BWV 208 – Aria: Schafe können sicher weiden
3. Ich bin vergnügt mit meinem Glücke Cantata, BWV 84 – 3. Aria: Ich esse mit Freuden mein weniges Brot
4. St. Matthew Passion, BWV 244 / Part Two – No.39 Aria (Alto): “Erbarme dich”
5. Cantata, BWV 198 “Laß Fürstin, laß noch einen Strahl” – 5. Aria: “Wie starb die Heldin so vergnügt”
6. Cantata, BWV 198 “Laß Fürstin, laß noch einen Strahl” – 3. Verstummt, ihr holden Saiten
7. Cantata No.34 “O ewiges Feuer, O Ursprung der Liebe”, BWV34 – 3. Aria: “Wohl euch, ihr auserwählten Seelen”
8. Cantata: “Wer mich liebet, der wird mein Wort halten” BWV 74 – 2. Aria: Komm, mein Herze steht dir offen
9. St. John Passion, BWV 245 / Part Two – No.35 Aria (soprano): ” Zerfließe, mein Herz ”
10. Cantata No.30 “Freue dich, erlöste Schar”, BWV 30 – 5. Aria: Kommt, ihr angefocht’nen Sünder
11. Mass in B minor, BWV 232 / Gloria – Laudamus te

Bach • Arias – 1997
Magdalena Kožená
Musica Florea. Director: Marek Štryncl

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD Rip | Flac | 224,9 MB | com encarte

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 121,0 MB | com encarte

powered by iTunes 12.1.2
54,2 min

Boa audição.

Texto: PQP
Lay-out e repostagem: Avicenna

Nikolai Rakov (1908-1990) – Violin Concerto nº1, Dmitri Kabalevsky (1904-1987) – Violin Concerto in C Major, op. 48, Vissarion Shebalin (1902-1963) – Violin Concerto, op. 21 – Hardy, Dudarova, Symphony Orchestra of Russia

Nikolai Rakov (1908-1990) – Violin Concerto nº1, Dmitri Kabalevsky (1904-1987) – Violin Concerto in C Major, op. 48, Vissarion Shebalin (1902-1963) – Violin Concerto, op. 21 – Hardy, Dudarova, Symphony Orchestra of Russia

FrontAté ter acesso a este CD numa tinha ouvido falar de Rakov, Shebalin ou Kabalevsky. E foi uma grata surpresa. São três compositores contemporâneos nascidos quase na mesma época, na Rússia czarista, e que também foram professores consagrados nos conservatórios soviéticos.

Andrew Hardy fez um trabalho notável ao apresentar os Concertos para Violino destes compositores não tão conhecidos. Impecável interpretação do até então para mim desconhecido Hardy, que tem nome de personagem de filme de Mickey Rooney.

Não lembro onde comprei esse CD, possivelmente nos tempos em que eu morava em São Paulo. Aliás, nem sei porque comprei esse cd, na verdade, naquele momento eu nem imaginava quem era Kabalevsky, Rukov ou Shebalin. Talvez uma intuição. Creio que os senhores irão gostar.

Nikolai Rakov (1908-1990) – Violin Concerto nº1, Dmitri Kabalevsky (1904-1987) – Violin Concerto in C Major, op. 48, Vissarion Shebalin (1902-1963) – Violin Concerto, op. 21

1 Rakov _ Violin Concerto No. 1_ I. Allegro
2 Rakov _ Violin Concerto No. 1_ II. Andante
3 Rakov _ Violin Concerto No. 1_ III. Allegro molto vivace
4 Kabalevsky _ Violin Concerto in C major, Op. 48_ I. Allegro molto e con brio
5 Kabalevsky _ Violin Concerto in C major, Op. 48_ II. Andante cantabile
6 Kabalevsky _ Violin Concerto in C major, Op. 48_ III. Vivace giocoso
7 Shebalin _ Violin Concerto, Op. 21_ I. Introduzione e fuga
8 Shebalin _ Violin Concerto, Op. 21_ II. Aria. Andante
9 Shebalin _ Violin Concerto, Op. 21_ III. Rondo. Allegro

Andrew Hardy – Violin
Symphony Orchestra of Russia
Veronika Dudarova – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Shebalin em pose especial para o PQP
Shebalin em pose especial para o PQP

FDP

O Amor Brazileiro – CD 2/2: Modinhas & Lundus do Brasil – (Acervo PQPBach)

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A moda e a modinha são, desde pelo menos o século XVII, testemunhas privilegiadas do complexo movimento de troca cultural entre Brasil e Portugal. Não há certeza sobre sua procedência, apesar das calorosas discussões que até o presente envolvem a questão: uns as declaram portuguesas, outros, brasileiras. Mais importante que a resposta conclusiva, porém, talvez seja a relevância que tiveram na história destes paises, e os acréscimos que ambos lhes fizeram, transformando-as finalmente nas diferentes manifestações da música popular que perduram até hoje.

Vários autores indicam o século XVI como origem do gênero, embora não esclareçam com precisão os mecanismos de transformação ocorridos desde os ancestrais ayres, tonos, tonadilhas, coplas, seguidilhas, xácaras, modos e, especialmente, serranilhas, até a moda e a modinha. Fato é que a diversidade de sua ascendência resultou na variedade da estrutura estrófica e rítmica da modinha, mantendo-lhe a unidade, a “feição e caráter de canção acompanhada, de fundo lírico e sentimental”, segundo Mozart de Araújo.

Mesmo esta unidade não pode ser observada sem que se façam ressalvas que 10pq5cjevidenciem as diversas transformações que a modinha sofreu desde suas primeiras manifestações até seu encontro com o lundu que, junto com a modinha, deve ser considerado alicerce sobre o qual se ergueu a música brasileira em suas diversas manifestações.

Viajantes europeus foram a principal fonte de informações sobre o lundu (londu, iandu, lundum, etc.), descendente direto do batuque africano, primitivamente uma válvula de escape para os escravos. Seus relatos descrevem-no como dança à qual a umbigada (movimento em que os pares fazem bater um no outro a região do umbigo) conferiria um caréter lascivo.

No século XVII o lundu teria perdido seu caráter coreográfico, transformando-se em música para ser cantada, que declarava, agora expressamente, seu caráter brasileiro. A umbigada transforma-se então em reverência, e o lundu volta a ser dançado, desta feita nos salões da sociedade. Da mesma forma que a modinha, nascida na Corte e criada em berço abastado, integrou-se com o correr do tempo de
forma definitiva à musicalidade popular, falando então diretamente às classes menos favorecidas, o lundu abandonou aos poucos, pelo seu intenso convívio com as modinhas, o caráter intrinsecamente popular e passou a fazer parte da realidade cotidiano das sociedades cultas.

210gl0gA modinha, nascida na excelência dos músicos de corte e habitante inicial dos palácios, mistura-se aos poucos ao lundu, emprestando-lhe às vezes o lirismo árcade lusitano e tomando para si o rítmo sincopado afro-brasileiro.

As peças que comentaremos em seguida são exemplos característicos das diversas etapas dessas transformações, sem que no entanto se possa sempre discernir com clareza a modinha popular da mais culta, o lundu africano do lundu-canção, o lírico do satírico.
Guilherme de Camargo, 2004 (extraído do encarte)

Anonyme/M. Lopez de Honrubias, 1657
01. Marizápalos a lo humano
Antonio José da Silva (1705-1739)
02. De mim já se não lembra
Anonyme, Lisbonne (c. 1700-1750)
03. Vilão do sétimo tom
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
04. Marília bela/Já que só estou dando ais
05. Se fores ao fim do mundo
06. Os me deixas que tu dás
07. Você se esquiva de mim

Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) & Leal Moreira (1758-1819)
08. Os teus olhos e os meus olhos
Thomaz Antonio Gonzaga (Porto,1744-Ilha de Moçambique, 1810), musicada por compositor anônimo da mesma época (Marcos Portugal?)
09. Ah! Marília que tormento/Os mares minha bela
10. Sucede, Marília bela/Já, já me vai Marília

Anonyme (Recueilli par Von Martius entre 1817 et 1820)
11. Landum
12. Acaso são estes

Anonyme (Recueilli par Mário de Andrade, 1930)
13. Lundum para piano
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
14. Beijo a mão que me condena
15. Lição 5ª
16. Você trata amor em brinco

J. F. Leal (fins du XVIIIème siècle, début XIXème)
17. Esta noite
Joaquim Manoel Gago da Camara (fin du XVIII siècle, début XIXème. Arrangé pour chant et piano par Sigismond Neukomm)
18. Desde o dia em que eu nasci
19. Vem cá, minha companheira
20. Por que me dizes chorando
21. Estas lágrimas sentidas

Xula carioca
22. Onde vás linda negrinha
Cândido Ignácio da Silva (1800-1838)
23. Lá no largo da Sé velha

O Amor Brazileiro – CD 2 de 2 – 2004
Ricardo Kanji, flûtes
Rozana Lanzelotte, pianoforte
Vox Brasiliensis
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acervo-1BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 426,3 MB | HQ Scans

BAIXE AQUÍ – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 172,6 MB – 1,2 h
powered by iTunes 9.1

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Boa audição.

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Avicenna

História da Música Brasileira – Episódio 3 de 10: A música no período áureo de Minas Gerais

amtzk1Terceiro episódio da série História da Música Brasileira, com um link para baixar o vídeo do episódio, incentivando a divulgação desse trabalho em universidades, conservatórios e amantes da música. Continuamos contando com o seu apoio!

REPOSTAGEM

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HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Paulo Castagna

(Resumo da história do projeto, cuja integral pode ser lida aqui.)

História da Música Brasileira foi um projeto idealizado por Ricardo Kanji e Paulo Castagna em 1997, que se concretizou em 1998. O projeto contou com a colaboração de músicos experientes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e mesmo da Argentina.

O trabalho foi iniciado com a elaboração de textos e seleção de repertório por Paulo Castagna, que incluiu muitas obras inéditas e mesmo editadas especialmente para o projeto. Paralelamente, Ricardo Kanji reuniu e ensaiou os integrantes do Vox Brasiliensis, o grupo que executou a grande maioria das obras do projeto.

O projeto surgiu a partir de várias necessidades, entre elas a gravação de várias obras inéditas, a divulgação da música antiga brasileira, na época bastante desconhecida, e a geração de um material que proporcionasse uma compreensão mais ampla do fenômeno musical no Brasil antigo. A História da Música Brasileira baseou-se em muitos esforços musicológicos anteriores e acabou estimulando vários outros projetos relacionados à música antiga composta no Brasil, entre eles iniciativas de organização e catalogação de acervos de manuscritos, projetos de edição e gravação musical, programas de rádio, publicações especializadas e outros. Apesar de suas limitações técnicas e de sua antiguidade, o material é, ainda hoje, utilizado em aulas, cursos e palestras sobre música antiga brasileira em todo o mundo, tendo se tornado uma referência na área e um rápido meio de contato com a diversidade musical brasileira anterior ao século XX.

Os temas dos 10 programas são os abaixo e estão disponíveis aqui:

1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil
2. A música setecentista no Brasil
3. A música no período áureo de Minas Gerais
4. Ouro, diamantes e música em Minas.
5. Padre José Maurício Nunes Garcia: um brasileiro nos ouvidos da Corte
6. A música da Independência.
7. Saraus, danças e intimidades: A música no Brasil no século XIX
8. Carlos Gomes: o emblema da ópera no Brasil
9. Romantismo: um Brasil para poucos
10. Romantismo e patriotismo: afinal, somos brasileiros?

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
Episódio 3 – A música no período áureo de Minas Gerais

Paulo Castagna

O terceiro e quarto episódios da História da Música Brasileira referem-se à música sacra escrita em Minas Gerais no século XVIII, principalmente por compositores afro-descendentes. Este terceiro episódio aborda a perseguição da música africana pelas autoridades eclesiásticas da época e o cultivo da música sacra nas igrejas e das canções portuguesas no ambiente doméstico, ainda que em algumas dessas canções se observe o interesse português pela visão de mundo africana. Entre obras de compositores portugueses, como o Pueri Hebræorum para três vozes e baixo e talvez o Bajulans para quatro vozes e baixo, este episódio apresenta composições mineiras de Francisco Gomes da Rocha (c.1754-1808), Manuel Dias de Oliveira (c.1735-1813) e Inácio Parreiras Neves (c.1730-c.1791). Também foi dedicado espaço, neste episódio, à arquitetura sacra e ao órgão da catedral de Mariana, provavelmente construído em Hamburgo por Arp Schnitger em 1701, mas enviado a Minas Gerais por ordem do rei de Portugal em 1750.

Veja o episódio 3 – A música no período áureo de Minas Gerais, que também pode ser visto no Youtube em: http://www.youtube.com/user/HistoriadaMB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
Vídeo mp4 – 185,2 MB – 28m

Nossos agradecimentos ao Prof. Paulo Castagna, musicólogo, (http://paulocastagna.com) por nos ter incentivado nesta empreitada. Não tem preço!!!

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Avicenna

Domenico Scarlatti (1685-1757): Lettere amorose – Cantatas, Sonatas & Operatic Duets

Domenico Scarlatti (1685-1757): Lettere amorose – Cantatas, Sonatas & Operatic Duets

Um bom disco que alterna Sonatas de Scarlatti e árias “amorosas”, chamadas aqui de Cartas de Amor. As cantoras são esplêndidas. Filho do também músico e compositor Alessandro Scarlatti, o qual é superior ao filho, suas maiores contribuições para a música foram suas sonatas para teclado em um único movimento, em que empreendeu abordagens harmônicas bastante inovadoras, apesar de ter composto também obras para orquestra e voz. Embora tenha vivido no período que corresponde ao auge da música barroca europeia, suas composições, mais leves e homofônicas, têm estilo mais próximo daquele do início do período clássico.

Domenico Scarlatti (1685-1757): Lettere amorose – Cantatas, Sonatas & Operatic Duets

1. Recitativo: Piangete, Occhi Dolenti
2. Aria: Sono Amante
3. Recitativo Accompagnato: Lumi, Non Piu
4. Aria: Messaggier Di Questo Foglio
5. Sonata In A Major K 208: Andante E Cantabile
6. Sonata In A Minor K 532: Allegro
7. Recitativo: Tinte A Note Di Sangue
8. Aria: Tuo Mi Chiami
9. Recitativo: Almen, Se D’altro Amante
10. Aria: Se Mi Dirai
11. Sonata In F Minor, K 466: Andante Moderato
12. Sonata In B Flat Major, K 248: Allegro
13. Sonata In E Flat Major, K 508: Allegro
14. Recitativo: Scritte Con Falso Inganno
15. Aria: Che Vuol Dir
16. Recitativo Accompagnato: Dimmi, Lingua Bugiarda
17. Aria: Vorresti, Si, Vorresti
18. Sonata In D Major, K 511: Allegro
19. Sonata In D Major K 492: Presto
20. Sonata In G Major, K 412: Allegro
21. Sonata In G Major, K 521: Allegro
22. Duetto: Se L’alma Non T’adora
23. Recitativo: Addio, Consorte Amato
24. Duetto: Empia Man Ci Divide

Anna Bonitatibus
Patrizia Ciofi
Il Complesso Barocco
Alan Curtis

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Teve escarlatina / Ou tem febre amarela / Só a bailarina que não tem
Teve escarlatina / Ou tem febre amarela / Só a bailarina que não tem

PQP

Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros dos Séculos XVIII e XIX – Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra (Arquivo PQPBach)

2d0ktfrREPOSTAGEM

Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros é o álbum que apresenta o Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra, sob a regência de Vitor Gabriel, interpretando obras sacras de compositores do século XVIII e XIX, entre eles, José Joaquim Emerivo Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto e João de Deus de Castro Lobo. De valor histórico inestimável, a gravação ilustra um trabalho concebido e prestigiado pelo diretor do Museu Inconfidência de Ouro Preto, Minas Gerais, o Professor Rui Mourão, para a preservação, organização, catalogação, transcrição de obras e divulgação do acervo de manuscritos
(extraído do encarte)

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Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
01. Ladainha em Fá: 1. Andante
02. Ladainha em Fá: 2. Andante
03. Gradual Christus Factus Est
04. Responsório de Santo Antônio: 1. Andante Largo
05. Responsório de Santo Antônio: 2. Allegro
06. Responsório de Santo Antônio: 3. Andante
07. Responsório de Santo Antônio: 4. Moderato
08. Responsório de Santo Antônio: 5. Allegro
Marcos Coelho Neto, (Vila Rica [Ouro Preto], 1740-1806)
09. Antífona Salve Regina: 1. Andante Moderato
10. Antífona Salve Regina: 2. Andante
11. Antífona Crucem Tuam
Anônimo Mineiro séc XVIII
12. Motetos de Passos: 1. Miserere
13. Motetos de Passos: 2. Popule meus
14. Motetos de Passos: 3. Bajulans
15. Motetos de Passos: 4. Exeamus ergo
16. Motetos de Passos: 5. O vos omnes
17. Motetos de Passos: 6. Angariaverunt
18. Motetos de Passos: 7. Filiae Jerusalem
19. Motetos de Passos: 8. Domine Jesu
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
20. Spiritus Domini: 1. Andante vivo
21. Spiritus Domini: 2. Allegro
22. Spiritus Domini: 3. Andante
23. Spiritus Domini: 4. Allegro II
José Joaquim da Paixão (Lisboa, c. 1770 – Funchal, c. 1820)
24. Moteto O Vere Christe: Andante ma non tropo/ Allegro
Pe. João de Deus de Castro Lobo (Vila Rica, 1794 – Mariana, 1832)
25. Stabat Mater: 1. Andante Moderato
26. Stabat Mater: 2. Dolorosa – Moderato

Música do Brasil Colonial: Compositores Mineiros dos Séculos XVIII e XIX – 1997
Gabriel, Vitor (dir) Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra
Maestro Vitor Gabriel
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XLD RIP | FLAC 280,2 MB | HQ Scans 105,9 MB

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MP3 320 kbps – 128,4 MB – 55,4 min
powered by iTunes 10.6.1

 

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Boa audição

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Avicenna

História da Música Brasileira – Episódio 2 de 10: A música setecentista no Brasil

2r2vq87Segundo episódio da série História da Música Brasileira, com um link para baixar o vídeo do episódio, incentivando a divulgação desse trabalho em universidades, conservatórios e amantes da música. Contamos com o seu apoio!

REPOSTAGEM

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HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Paulo Castagna

História da Música Brasileira foi um projeto idealizado por Ricardo Kanji e Paulo Castagna em 1997, que se concretizou em 1998 e contou com a colaboração de músicos experientes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e mesmo da Argentina.

O trabalho foi iniciado com a elaboração de textos e seleção de repertório por Paulo Castagna, que incluiu muitas obras inéditas e mesmo editadas especialmente para o projeto. Paralelamente, Ricardo Kanji reuniu e ensaiou os integrantes do Vox Brasiliensis, o grupo que executou a grande maioria das obras do projeto e que foi especialmente criado para isso. Os episódios 8, 9 e 10 também contaram com a participação da Orquestra Sinfonia Cultura, da Fundação Padre Anchieta, dirigida por Lutero Rodrigues.

O projeto surgiu a partir de várias necessidades, entre elas a gravação de obras inéditas, a divulgação da música antiga brasileira, na época bastante desconhecida, e a geração de um material que proporcionasse uma compreensão mais ampla do fenômeno musical no Brasil antigo e que pudesse ser usado em escolas, universidades e mesmo na televisão.

Os temas dos 10 programas são os abaixo e estão disponíveis aqui:

1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil
2. A música setecentista no Brasil
3. A música no período áureo de Minas Gerais
4. Ouro, diamantes e música em Minas.
5. Padre José Maurício Nunes Garcia: um brasileiro nos ouvidos da Corte
6. A música da Independência.
7. Saraus, danças e intimidades: A música no Brasil no século XIX
8. Carlos Gomes: o emblema da ópera no Brasil
9. Romantismo: um Brasil para poucos
10. Romantismo e patriotismo: afinal, somos brasileiros?

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
Episódio 2 – A música setecentista no Brasil

Paulo Castagna

O segundo episódio da História da Música Brasileira aborda a música de tradição européia composta em Pernambuco, Bahia e São Paulo no século XVIII. Embora a maior parte das obras musicais escritas no Nordeste brasileiro dessa época tenha sido perdida, o programa tenta apresentar um panorama da produção que ocorreu nessas regiões antes da Independência. Dificilmente qualificável como barroco ou mesmo clássico, esse repertório estende-se das obras portuguesas cantadas no Brasil (como a primeira peça cantada neste episódio, que hoje sabemos ser do português renascentista Manuel Cardoso) até as composições que apresentam mistura de elementos musicais de vários estilos, incluindo o melodismo da ópera italiana, mesmo na música sacra. Escritas em uma fase escravocrata, na qual essas regiões brasileiras eram marcadas pelo genocídio das comunidades indígenas e apropriação de suas terras para a exploração agro-pecuária, as obras apresentadas neste programa refletem a cultura dos europeus que se beneficiavam do sistema sócio-econômico imposto às comunidades locais. Mesmo assim, algumas idéias e sonoridades africanas já eram presentes nos lundus que circulavam por várias camadas sociais e mesmo em algumas canções que a elite portuguesa praticava em suas residências.

Veja o episódio 2. A música setecentista no Brasil, que também pode ser visto no Youtube em: http://www.youtube.com/user/HistoriadaMB. Destacamos que ao órgão e cravo apresenta-se a grande artista brasileira Rosana Lanzelotte.
(http://www.lanzelotte.com/)

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Vídeo mp4 – 184,4 MB – 28m20s

Nossos agradecimentos ao Prof. Paulo Castagna, musicólogo, (http://paulocastagna.com) por nos ter incentivado nesta empreitada. Não tem preço!!!

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Avicenna

O Amor Brazileiro – CD 1/2: Sigismund Neukomm (1778-1858) – Acervo PQPBach

331n8uaREPOSTAGEM

O Amor Brazileiro: Sigismund Neukomm

“… fico aqui durante algum tempo, quem sabe para sempre… Sinto-me muito bem e minha situação na corte portuguesa do Brasil é muito agradável. O Rei e sua família são muito bons para mim” (S. von Neukomm, Rio de Janeiro 18/3/1817)

Em 1808 D. João VI havia instalado no Rio de Janeiro a única corte real jamais existente na América Latina. Amante das artes e privado da riqueza cultural de que dispunha em Lisboa, graças principalmente ao ouro extraído do Brasil, ambicionava incrementar as atividades artísticas no Novo Mundo. Paradoxalmente, o destino quis que o mesmo Napoleão que havia causado a sua fuga de Lisboa ajudasse esse projeto. Após a queda do imperador, um grupo de artistas que o apoiava decidiu deixar a Franca; assim chega ao Brasil em 1816 a Missão Artística Francesa, reunida pelo Embaixador do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, o Marquês de Marialva. A Missão era composta de artistas notáveis, como os pintores Jean Baptiste Debret, Nicolas Taunay, Joachim Lebreton, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zépherin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny.

Pouco depois desembarca também no Rio o Cavalheiro Sigismund von Neukomm, o aluno preferido de Joseph Haydn e protegido de Talleyrand. Sua autobiografia e as cartas escritas ao longo de sua estadia são um testemunho do seu encanto por tudo em que encontrou no Brasil. É notória a admiração que nutria pelo Padre José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830), considerado o maior compositor brasileiro da época. Neukomm foi também fortemente impressionado pelos gêneros populares, o lundu e a modinha, que o inspiraram em duas de suas obras: “O Amor Brazileiro” e “L’amoureux”. Recolheu e harmonizou ainda uma coleção de vinte “modinhas”, de autoria de Joaquim Manoel da Camara, virtuose do “cavaquinho” e do violão, porém analfabeto em notação musical. Essa coletânea, impressa em 1821 em Paris sob a supervisão de Neukomm, constitui um dos primeiros registros de modinhas da história, além de ser o único testemunho da arte de Câmara e um importante documento sobre a atividade musical no Rio de Janeiro no início do século XlX.

O programa deste CD compreende a integral das obras de Neukomm para flauta transversal solo ou acompanhada de fortepiano. A maior parte das obras foi escrita quando da estadia de Neukomm no Rio de Janeiro, onde ele encontrou provavelmente o flautista virtuose Pierre Laforge, nomeado para a Capela Real e para a Câmara Real em novembro de 1816. As partes destinadas ao fortepiano deixam entrever as habilidades do compositor ao teclado. Observe-se que quatro das cinco obras foram impressas na época pela editora Breitkopf, o que permite vislumbrar o prestígio do compositor.

Fantasia para fortepiano e flauta (São Petersburgo, 11/7/1805)
Neukomm nutria estima por vários de seus colegas, a quem dedicou elegias, como a escrita em 1812 para Jan Ladislav Dussek (1760 – 1812) quando de sua morte. O compositor boêmio, que havia precedido Neukomm como pianista do Principe Talleyrand, é também o dedicatário da Fantasia gravada neste CD.

Toda a primeira seção do Largo enfatiza a tonalidade de ré menor, fortepiano e flauta alternando-se em um diálogo que cresce dinamicamente, passando por acordes de 7° diminuta. Um pedal em lá precede a modulação para si bemol maior, em que o fortepiano faz um desenho rítmico marcado, enquanto a melodia da flauta faz lembrar o discípulo de Haydn. A seção seguinte, em fá maior, é outro exemplo da habilidade melódica de Neukomm, e cabe ao fortepiano, que a desenvolve antes de preparar a nova entrada da flauta, também em fá. Uma volta ao desenho inicial e seguida por uma sequência de retardos. A última seção, bem mais movida, vai num crescendo de virtuosidade, alternando arpejos e escalas, que anunciam o tema do terceiro movimento.

O segundo movimento é escrito em 5 tempos, assim como o Andante do último Duo, uma ousadia rara naquela época! Lembramos, então, de que Neukomm era um maçon e, talvez, quisesse ilustrar a estrela de 5 pontas que está presente na fachada das lojas maçônicas.

O tema principal do terceiro movimento é marcado por uma escala ascendente, enérgica, que é alternada com arpejos descendentes, tanto no fortepiano quanto na flauta. O segundo tema, em fá, faz lembrar a doçura do tema em fá do primeiro movimento. O ápice da obra acontece no fugato final, em que o tema principal é apresentado em quatro vozes, com aumentações, até o final fortíssimo.

L’Amoureux (Rio de Janeiro, 12/4/1819)
Esta fantasia é dedicada aos seus amigos Madame e Monsieur Langsdorf, cônsules da Rússia no Brasil e em cuja chácara costumavam-se reunir, em serões musicais, os melhores músicos da época. Ali o Padre José Maurício dava expansão aos seus raros dotes de improvisador, ao mesmo tempo que lia, com Neukomm, as últimas novidades musicais chegadas da Europa.

Há no manuscrito a seguinte inscrição: “La Melancolie, modinha por Joaquim Manoel da Câmara”. Joaquim Manoel foi, depois de Domingos Caldas Barbosa, o mais famoso modinheiro do Brasil Colônia, célebre também por sua virtuosidade ao cavaquinho.

O primeiro movimento comega por um recreativo em dó maior, tonalidade predominante da obra. A modinha é apresentada em lá menor, sugestiva da “melancolia”, primeiro na flauta e depois no fortepiano. No segundo movimento, um Andantino Grazioso, flauta e fortepiano alternam-se em um diálogo cheio de humor. O Allegro final explora mais uma vez as habilidades do pianista virtuose. Como no Amor Brazileiro, a obra termina em vigorosos acordes em dó maior.

O Amor Brazileiro, capricho para fortepiano sobre um lundu brasileiro (Rio, 3/5/1819)
Desta obra, a primeira de todos os tempos inspirada em um lundu, existem dois originais manuscritos de Neukomm, um deles dedicado à Mademoiselle Donna Maria-Joaquina d’Almeida. As modinhas e lundus brasileiros faziam sucesso em Portugal, na voz de Domingos Caldas Barbosa. Acompanhando-se em sua viola de arame, o modinheiro era figura frequente nos salões da aristocracia lisboeta. Um desses lundus tem por assunto “o amor brasileiro”. Perdeu-se a música, mas salvaram-se os versos, publicados no “Viola de Lereno”, obra muito conhecida na época. O perfeito encaixe da letra com a música permite supor que daí tenha vindo a inspiração para o capricho de Neukomm.

A principal particularidade do lundu é a síncope característica, herdada de fontes africanas, que será posteriormente incorporada no tango brasileiro, no choro e no samba, gêneros tipicamente brasileiros.

O capricho começa por uma introdução em 6/8, marcada Andante grazioso. lmediatamente antes da primeira intervenção do lundu, Neukomm transforma o ritmo, acentuando a Segunda parte de cada tempo, o que prepara o ritmo sincopado. O trecho referente ao lundu recebe a indicação de Allegro e o compasso muda para 2/4. A partir de sua primeira exposição, o compositor explora o lundu à maneira de tema com variações ou de fantasia até a seção final. Ali acontece a transmutação do lundu em valsa, metáfora da aculturação a que o lundu foi submetido quando incorporado pelos salões da aristocracia carioca.

Fantasia para flauta (Paris, 10/11/1823)
Composta de uma introdução Adagio, seguida por um Allegro, a Fantasia é a unica obra que Neukomm compôs para flauta solo. O Adagio se inicia com o mesmo harpejo em ré menor da Fantasia em homenagem a Dussek. Neukomm se serve de belas melodias, progressões e modulações muito próprias, alternando o ré menor com o fá maior de conotação otimista. Explora com frequência as notas graves da flauta clássica, que não existiam na flauta barroca – o ré bemol (ou dó sustenido) e o dó.

O Allegro é iniciado por uma dramática melodia em ré menor na região grave da flauta. Mostra uma riqueza em dinâmica e contrastes entre passagens de virtuosismo e cantabile. Desde o compasso 7, e depois no compasso 106, há um fragmento melódico bastante característico, que seria uma semente do hino nacional brasileiro, composto por Francisco Manuel da Silva em 1831. O compositor brasileiro havia sido discípulo de Neukomm durante toda a sua estadia no pais. Em dois momentos Neukomm faz uso da escala cromática, eterno simbolo de “busca”, ainda tecnicamente bastante desconfortável na flauta de 5 chaves. Depois de modulações em lá menor e maior, a fantasia termina triunfalmente na tonalidade de ré maior.

Duo para flauta e fortepiano (Rio de Janeiro, 23/2/1820)
Aqui está novamente a estrela maçônica metaforizada no primeiro movimento em 5/8, bastante soturno, em mi menor. O Allegro do Segundo movimento, em forma sonata, é cheio de vitalidade. O primeiro tema, em mi menor, começa por harpejo ascendente, o segundo tema toma a forma de uma inspirada melodia em sol maior. Na Segunda parte, o piano reapresenta o tema em mi menor e, após seqüências em sétima diminuta, modula para si menor. Novas apresentações do tema na tonalidade original, até uma surpreendente modulação em dó maior, depois em mi bemol maior, mi bemol menor, sol bemol maior, até a apresentação do tema dois em mi maior pelo piano. Um “affretando” conclui o movimento.

O terceiro movimento, Adagio “com religiosidade”, é um dos momentos mais inspirados da música de Neukomm. As tonalidades de dó maior e sol maior contribuem para a paz que emana da melodia. A seção intermediária evolui através de surpreendentes modulações em mi bemol maior, dó menor, fá menor, ré bemol maior, lá bemol maior, dó menor. Depois de uma cadência em hemiola, o tema reaparece à guisa de conclusão, confiado – como no início – ao piano.

Enfim, o último movimento toma a forma de uma giga. O tema é primeiramente apresentado pelo piano, depois pela flauta. A modulação em sol sustenido menor surpreende, ainda mais pela pouca adaptabilidade à flauta. O tema é apresentado novamente em si maior, antes de uma seção solo do piano, onde aparece uma nova melodia. Os dois instrumentos dialogam antes do “da capo” final.
(Rosana Lanzelotte, extraído do encarte)

Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
01. Fantaisie pour Pianoforte et Flûte (1805) 1. Largo
02. Fantaisie pour Pianoforte et Flûte (1805) 2. Andante Con Moto
03. Fantaisie pour Pianoforte et Flûte (1805) 3. Allegro Assai
04. L’Amoureux (1819) 1. Andante
05. L’Amoureux (1819) 2. Andantino Grazioso
06. L’Amoureux (1819) 3. Allegro
07. O Amor Brazileiro (1819)
08. Fantaisie Pour Flûte (1823)
09. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 1. Andante
10. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 2. Allegro Agitato
11. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 3. Adagio
12. Duo pour Flûte et Pianoforte (1820) 4. Allegretto

O Amor Brazileiro – CD 1 de 2 – 2004
Ricardo Kanji, flûtes
Rosana Lanzelotte, pianoforte
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XLD RIP | FLAC 326,0 MB | HQ Scans

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BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 151,2 MB – 1.0 h
powered by iTunes 9.1

 

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Boa audição.

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Avicenna

História da Música Brasileira – Episódio 1 de 10: Introdução e primeiros tempos da música no Brasil

1o7kmpREPOSTAGEM

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Paulo Castagna

História da Música Brasileira foi um projeto idealizado por Ricardo Kanji e Paulo Castagna em 1997, que se concretizou em 1998, com financiamento da Telebrás, direção de TV de Reinaldo Volpato e administração do CEPEC – Centro de Produções Editoriais e Culturais, dirigido por Ricardo Maranhão. As gravações sonoras foram realizadas pela EGTA Produções, dirigida por Everton Gloeden e Tadeu do Amaral e a filmagem foi feita no Anfiteatro Camargo Guarnieri da Universidade de São Paulo e no Teatro Cultura Artística de São Paulo, infelizmente destruído no incêndio de 2008. O projeto contou com a colaboração de músicos experientes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e mesmo da Argentina.

O trabalho foi iniciado com a elaboração de textos e seleção de repertório por Paulo Castagna, que incluiu muitas obras inéditas e mesmo editadas especialmente para o projeto. Paralelamente, Ricardo Kanji reuniu e ensaiou os integrantes do Vox Brasiliensis, o grupo que executou a grande maioria das obras do projeto e que foi especialmente criado para isso. Os episódios 8, 9 e 10 também contaram com a participação da Orquestra Sinfonia Cultura, da Fundação Padre Anchieta, dirigida por Lutero Rodrigues. A partir dos roteiros elaborados por Vitor Navas, foram feitas as gravações, dirigidas por Ricardo Kanji, que também apresenta o documentário.

fk3csoForam lançados, durante o projeto, 2 cds e 10 vídeos de cerca de 28 minutos cada um, embora tenham sido inicialmente previstos 6 cds e 15 vídeos (por isso o quadro informativo no início de cada programa indica um total de 15 episódios). Algumas obras foram gravadas apenas em áudio, enquanto outras foram filmadas e integraram os vídeos. Todo esse material foi divulgado entre fins de 1998 e princípios de 1999: os 2 cds, com o título de “História da música brasileira: período colonial”, com a Orquestra e Coro Vox Brasiliensis, sob regência de Ricardo Kanji e pesquisa musicológica de Paulo Castagna foram lançados em São Paulo pelo selo Eldorado (CD 946137), enquanto a série de 10 vídeos foi transmitida várias vezes pela TV Cultura de São Paulo a partir daquela época. Em fins de 1999 a extinta editora Apel lançou em São Paulo os 10 vídeos em VHS (hoje esgotados) e a gravadora K617 lançou na França uma seleção dos 2 cds originais no cd “Música Sacra do Brasil: São Paulo / Minas Gerais / Rio de Janeiro” (Chœur et orchestre Vox Brasiliensis; direction Ricardo Kanji), que se tornou o primeiro cd do projeto Les Chemins du Baroque referente ao Brasil (CD K617096), iniciativa que divulgou dezenas de cds com música antiga composta nas Américas.

O projeto surgiu a partir de várias necessidades, entre elas a gravação de obras inéditas, a divulgação da música antiga brasileira, na época bastante desconhecida, e a geração de um material que proporcionasse uma compreensão mais ampla do fenômeno musical no Brasil antigo e que pudesse ser usado em escolas, universidades e mesmo na televisão. A História da Música Brasileira baseou-se em muitos esforços musicológicos anteriores e acabou estimulando vários outros projetos relacionados à música antiga composta no Brasil, entre eles iniciativas de organização e catalogação de acervos de manuscritos, projetos de edição e gravação musical, programas de rádio, publicações especializadas e vários outros. Apesar da limitação de seus recursos e de sua defasagem em relação às possibilidades técnicas atuais, o material é, ainda hoje, utilizado em aulas, cursos e palestras sobre música antiga brasileira em todo o mundo, tendo se tornado uma referência na área e um rápido meio de contato com a diversidade musical brasileira anterior ao século XX.

Os temas dos 10 programas são os abaixo e estão disponíveis aqui:

1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil
2. A música setecentista no Brasil
3. A música no período áureo de Minas Gerais
4. Ouro, diamantes e música em Minas.
5. Padre José Maurício Nunes Garcia: um brasileiro nos ouvidos da Corte
6. A música da Independência.
7. Saraus, danças e intimidades: A música no Brasil no século XIX
8. Carlos Gomes: o emblema da ópera no Brasil
9. Romantismo: um Brasil para poucos
10. Romantismo e patriotismo: afinal, somos brasileiros?

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA
Episódio 1 – Introdução e primeiros tempos da música no Brasil

Paulo Castagna

O primeiro episódio da História da Música Brasileira inicia-se com a execução, pela orquestra Vox Brasiliensis, da Abertura Zemira de José Maurício Nunes Garcia, a obra que se tornou a vinheta sonora e visual da série. Ricardo Kanji apresenta, em seguida, uma introdução ao projeto, que inclui uma conversa com Paulo Castagna sobre o trabalho com manuscritos musicais, no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo. Informações gerais sobre o início do domínio europeu do Brasil e sobre a relação com os indígenas e africanos são ligadas à atividade musical dos séculos XVI, XVII e princípios do XVIII, com vários exemplos sonoros, incluindo Matais de incêndios, a primeira composição polifônica encontrada em manuscrito musical brasileiro.

Veja o episódio 1. Introdução e primeiros tempos da música no Brasil, que também pode ser visto no Youtube em: http://www.youtube.com/user/HistoriadaMB

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Vídeo mp4 – 185,9 Mb – 28m35s

Nossos agradecimentos ao Prof. Paulo Castagna, musicólogo, (http://paulocastagna.com) por nos ter incentivado nesta empreitada. Não tem preço!!!
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Avicenna

.:interlúdio:. John Surman – Selected Recordings (1976-1999) – Rarum, Vol. 13

.:interlúdio:. John Surman – Selected Recordings (1976-1999) – Rarum, Vol. 13

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Coletâneas são desiguais, mas têm a vantagem de nos darem uma visão bastante clara das diversas vertentes de um artista, se ele as tiver, claro. Algumas das faixas abaixo já foram divulgadas no PQP, casos de Edges Of Illusion e Gone to the dogs, mas há outras extraordinárias, que me fazem desejar conhecer inteiramente os álbuns de onde saíram. Esta coletânea é uma espécie de isca. E eu a fisguei e estou bem feliz de ser puxado pelo anzol de Surman. A qualidade do som dos saxes e clarinetes do inglês é inacreditável.

John Surman – Selected Recordings (1976-1999)

1 Druid’s Circle
2 Number Six
3 Portrait of a Romantic
4 Ogeda
5 The Returning Exile
6 Edges Of Illusion
7 The Buccaneers
8 The Snooper
9 Mountainscape VIII
10 Figfoot
11 Piperspool
12 Gone To The Dogs
13 Stone Flower

John Surman – Soprano Saxophone, baritone saxophone, bass clarinet, recorder, synthesizer, keyboard
John Abercrombie – guitar
Paul Bley – piano
Gary Peacock – double-bass
Barre Phillips – double-bass
Chris Pyne – trombone
Terje Rypdal – guitar

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Vá ter som bom aqui no PQP!
Vá ter som bom aqui no PQP!

PQP

Brasil Barroco Coro e Orquestra – Música Sacra Mineira do Século XVIII

O maestro, compositor, professor e musicólogo Harry Crowl Jr. abriu a sua Arca do Tesouro e nos disponibilizou esta jóia rara. Não tem preço!

2ptcu4yMúsica Sacra Mineira do Século XVIII
Brasil Barroco Coro e Orquestra
Maestro Vasco Negreiros

1989

REPOSTAGEM

Vasco Negreiros nasceu em Oeiras, Portugal, em 1965. Aos dez anos, emigrou para o Brasil, onde iniciou estudos de piano. Na UNIRIO (Universidade do Rio de Janeiro), estudou Regência com Hernâni Aguiar, Viola d´Arco com Marie Christine Bessler e Piano com Estela Caldi. Na Escola PROARTE, também no Rio de Janeiro, completou os Cursos de Análise, Teoria e Direcção Coral, sob orientação de Carlos Alberto Figueiredo. Ainda no Brasil, actuou na recolha, partituração e execução, como maestro de coro e de orquestra, de repertório setecentísta deste país, do que resultou o CD Brasil Barroco – Música Mineira do Século XVIII, gravado em 1989.

Na Alemanha, diplomou-se em Regência na Staatliche Hochschule für Musik de Karlsruhe, completando posteriormente Pós-Graduação, também em Regência, na Staatliche Hochschule für Musik und darstellende Kunst, Heidelberg-Mannheim. A partir de 1988, participou em inúmeros cursos de aperfeiçoamento de Direcção, Piano e Viola d´Arco. Desde 1992, é professor de Direcção Coral no Festival Internacional de Música Antigua de Daroca (Espanha).

Para além da actividade de Maestro, desenvolvida na Alemanha, em Espanha, no Brasil e em Portugal, actua também como compositor, tendo diversas obras executadas em Concertos e em Mostras de Música Contemporânea, e ainda como professor e conferencista, nas áreas da Direcção Coral, da Musicologia e da Educação Musical.

Desde 1997, é professor Assistente Convidado da Universidade de Aveiro, onde dirige o Vocal Ensemble, conjunto exclusivamente dedicado à Música Antiga, sendo Coordenador da Área Específica de Teoria e Formação Musical da Licenciatura em Ensino de Música do Departamento de Comunicação e Arte desta universidade.

No momento, trabalha no seu Doutoramento, a respeito do Livro de vários motetes de Frei Manuel Cardoso, sob orientação de João Pedro Oliveira (Aveiro) e Owen Rees (Oxford).
http://www.meloteca.com/coros-diretores.htm#negreiros (17/0/2007)

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Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
01. Fuga do Egito – Angelus Domini
atrib.Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
02. In pace in idipsum
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
03. Lamentações do Profeta Jeremias
atrib.Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
04. Laudate pueri Dominum
atrib. Jerônimo de Souza Lobo (Vila Rica 1780-1810)
05. Memento rerum conditor
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
06. Salve Regina
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
07. Surrexit Dominus vere
Anônimo (Séc. XVIII)
08. Vidi acquam

Música Sacra Mineira do Século XVIII – 1989
Brasil Barroco Coro e Orquestra
Maestro Vasco Negreiros

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MP3 320 kbps – 96,4 MB – 34,3 min
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Boa audição.

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Avicenna

Cancionero de Upsala: obra completa – Camerata Antiqua de Curitiba: Roberto de Regina

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REPOSTAGEM

Primeira gravação mundial em CD da obra completa, em 1997

Ay, luna que reluces!
Toda la noche m’alumbres*, 
m’alumbres.
Ay, luna tán bella, 
alúmbresme a la sierra…
Por do[nde] vaya y venga, 
toda la noche m’alumbres,
m’alumbres.
* Alumies, ilumines, deslumbres, inspires. Villancico XXVII do Cancionero de Upsala.

Foi nos anos 70 que fui atingido pela primeira vez pelas eruditopopulares canções da renascença espanhola – tendo por resultado imediato um encantamento intenso que não cessou até hoje. Porém, estranhamente, não me caíram como novidade, e sim como reencontro com algo de originário que eu sentia como já profundamente entranhado em mim.

Reencarnação? Ou, quem sabe, seivas antiquíssimas absorvidas nos próprios sons registrados já desde o útero, na fala e no canto deste país praticante de uma língua ibérica?

Na verdade não me interessa explicar: me interessa é gozar desse encantamento! Mas paralelamente quero sim registrar um tributo a quem primeiro me deu a ouvir as peças do Cancionero del Palacio e deste Cancionero de Upsala: Roberto de Regina. Primeiro com as gravações e apresentações do seu Conjunto Roberto de Regina, baseado no Rio de Janeiro, e depois com os ensaios e apresentações da Camerata Antiqua de Curitiba, que tive a oportunidade de acompanhar como estudante de música nessa cidade, nos ditos anos 70.

De passagem pela cidade bem mais tarde, em 1996, me surpreendi com uma Camerata incrivelmente mais amadurecida, apresentando a íntegra das 54 canções, que no ano seguinte seriam registradas no CD que os senhores têm agora em suas mãos, olhos e ouvidos.

Lembro, no entanto, que quando elogiei a ousadia de enfrentarem o ciclo completo, uma professora envolvida no projeto meio que se desculpou pelas “ousadias interpretativas” do regente, supostamente excessivas: coisas do Roberto…

Curiosamente, nesse mesmo ano Thomas Wimmer dirigia em Viena uma gravação do Cancionero Musical del Palacio (publicada aqui no blog pelo colega Marcelo Stravinkski) cuja ousadia interpretativa me parece ultrapassar em muito a da presente gravação, interligando as diversas peças com uma ambientação sonora (para usar a palavra com que Villa-Lobos gostava de designar muitos de seus arranjos para canções folclóricas) que parece de fato nos transportar para uma noite de música iluminada a fogo, quinhentos anos atrás…

Em comparação, esta gravação da Camerata chega a soar um tanto acadêmica, devo admitir – especialmente nas 12 peças iniciais, escritas em apenas duas vozes (no sentido composicional da expressão: duas linhas melódicas que podem ser executadas, cada uma, quer por uma voz cantante, quer por um instrumento), resultando numa textura musical sóbria, pouco exuberante para nossos ouvidos acostumados ao excesso.

Sugiro aos amigos que não se deixem desencorajar se, à primeira audição, essas peças iniciais parecerem monótonas; que aproveitem a oportunidade de sair um pouco do ritmo stressy em que vivemos para um estado algo mais contemplativo… ou que comecem, talvez, por peças mais conhecidas como a 1-14, 1-17, 1-18, 1-27, 2-2, 2-4, ou toda a sequência dos 12 villancicos de Natal (2-6 a 2-17) que, bem posso esperar, lhes darão vontade de despejar no vaso os Jingle Bells e Noite Feliz da vida, seguidos de uma longa descarga…

Enfim: convivam com o Cancionero de Upsala – e depois me digam se não se verão viciados na música tão distante e ao mesmo tempo tão nossa que ele nos traz!

Querem mais informações sobre a música, a poesia, a época, a coleção? Não deixem de consultar o encarte que nosso Avicenna teve a dedicada paciência de escanear, que contém quatro substanciosos textos sobre a obra, mais os textos de todos os 54 villancicos (canções em arranjo polifônico) em sua linguagem e grafia original – acompanhados de tradução ao português atual: um primor.

Da minha parte, sugiro apenas que reparem na intenção sistemática, talvez até didática, dessa coleção: 12 villancicos a 2 vozes + 12 a 3 vozes, + 12 a 4 vozes + 12 de Natal a 4 ou 3 vozes + 6 a 5 vozes, num crescendo de complexidade textural. Observo ainda que depois das canções a coleção inclui 16 peças para órgão, inteirando 70 peças. Por um lado, lamento que estas últimas não tenham sido incluídas, mas entendo que se trata de um material artisticamente muito diverso, com o qual a gravação poderia ganhar um tom excessivamente documental ou acadêmico, em detrimento da unidade artística.

Finalmente: por quê pitombas essa coleção de música espanhola leva o nome de Upsala/Uppsala, uma cidade sueca? Já não bastava que tivesse sido impressa em 1556 na Itália (em Veneza), depois de organizada na cidade de Valencia, na corte de Fernando de Aragón, Duque de Calábria? Pois quis o destino que dessa edição restasse um único exemplar conhecido, o qual dormiu por séculos na biblioteca da universitária cidade de Upsala, até que o diplomata e musicólogo espanhol Rafael Mitjana y Gordón topasse com ele em 1907. Bendita Upsala, que nos preservou essa música, y bendito Gordón que se la nos dió.

Disco 1

……[12 villancicos a 2 vozes]……
1-01. I – Como Puedo Yo Bivir
1-02. II – Y Dezid, Serranicas
1-03. III – Dime, Robadora
1-04. IV – No Soy Yo Quien Veis Bivir
1-05. V – No Me Los Amuestres Mas
1-06. VI – Yéndome Y Viniendo
1-07. VII – No Tienen Vado Mis Males
1-08. VIII – Andarán Siempre Mis Ojos
1-09. IX – Mal Se Cura, Muyto Mal
1-10. X – Para Verme Com Ventura
1-11. XI – Un Dolor Tengo En Ell’alma
1-12. XII – Que Todos Se Passan En Flores
……[12 villancicos a 3 vozes]……
1-13. XIII – Si N’os Huviera Mirado
1-14. XIV – Si La Noche Haze Escura
1-15. XV – Deposastes Os, Senõra
1-16. XVI – Desdeñado Soy De Amor
1-17. XVII – No Soy Yo Quien Veis Bivir
1-18. XVIII – Vésame Y Abráçame, Marido Mio
1-19. XIX – Alta Estava La Peña
1-20. XX – Dime, Robadora
1-21. XXI – Alça La Niña Los Ojos
1-22. XXII – Ay De Mi, Qu’en Tierra Agena
1-23. XXIII – Soleta Yo So Açi
1-24. XXIV – Vella De Vos Son Amoros
……[12 villancicos a 4 vozes]……
1-25. XXV – Ojos Garços A La Niña
1-26. XXVI – Estas Noches À Tan Largas
1-27. XXVII – Ay Luna Que Reluzes
1-28. XXVIII – Vi Los Barcos, Madre
1-29. XXIX – Con Que La Lavaré La Flor
1-30. XXX – Soy Serranica
1-31. XXXI – Si Ti Vas A Bañar, Juanilla

Disco 2
2-01. XXXII – Serrana, dónde dormistes?
2-02. XXXIII – Falalalanlera
2-03. XXXIV – Ah, Pelayo, que desmayo!
2-04. XXXV – Que farem del pobre Joan!
2-05. XXXVI – Teresica hermana de la fararira!
……[10 villancicos de Natal a 4 vozes]……
2-06. XXXVII – No la devemos dormir
2-07. XXXVIII – Rey à quien reyes adoran
2-08. XXXIX – Verbum caro factum est
2-09. XL – Alta Reyna soberana
2-10. XLI – Gózate, Virgen sagrada
2-11. XLII – Un niño nos es nascido
2-12. XLIII – Dadme albricias, hijos d’Eva
2-13. XLIV – Yo me soy la morenica
2-14. XLV – E la don don, Verges Maria
2-15. XLVI – Riu, riu, chiu
……[2 villancicos de Natal a 3 vozes]……
2-16. XLVII – Señores, el qu’es nascido
2-17. XLVIII – Vos, Virgen, soys nuestra madre
……[6 villancicos a 5 vozes]……
2-18. XLIX – Dezilde al caballero
2-19. L – Dizen à mi que los amores hè
2-20. LI – Si amores me han de matar
2-21. LII – Si de vos mi bien me aparto
2-22. LIII – Hartaos ojos de llorar
2-23. LIV – Falai meus olhos [texto em galego-português]

Cancionero de Upsala – 1997
Camerata Antiqua de Curitiba
Regente: Roberto de Regina

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XLD RIP | FLAC 555,2 MB | HQ Scans

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MP3 320 kbps – 293,3 MB – 1,9 h
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Boa audição.

Monge Ranulfus – texto
Avicenna – Layout & mouse operator

 

 

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical · BWV 1079 “Musikalisches Opfer / Offrande Musicale / Sacrificio Musicale / Musical Offering”

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical · BWV 1079 “Musikalisches Opfer / Offrande Musicale / Sacrificio Musicale / Musical Offering”

bach richter opfer sinfonias

Eu amava Karl Richter na minha adolescência. Ele era meu ídolo, era o mensageiro de Bach que vinha me curar da hipobachemia juvenil. Mas hoje… Se ainda dá para ouvir esta Oferenda Musical, as Sinfonias das Cantatas presentes neste disco são um horror. A música historicamente informada não deixou pedra sobre pedra para estas gravações com dezenas de violinos modernos vibratando em nossa alma. Faça o seguinte: ouça esta versão da Oferenda e depois fuja para as montanhas. Ou para os braços de alguém historicamente informado!

A Oferenda Musical · BWV 1079 “Musikalisches Opfer c-moll / Offrande Musicale / Sacrificio Musicale / Musical Offering”

1 Ricercare (A 3) 5:14
2 Canon Perpetuus Super Thema Regium 0:31
Canones Diversi Super Thema Regium
3 Canon A 2 0:52
4 Canon A 2. Violini In Unisono 0:37
5 Canon A 2. Per Motum Contrarium 0:28
6 Canon A 2. Per Augmentationen, Ccontrario Motu 2:02
7 Canon A 2. (Per Tonos) 2:27
8 Fuga Canonica In Epidipente 1:51
9 Ricercare A 6 6:37
Canon A 2. (Quaerendo Invenietis)
10 Fassung A 1:01
11 Fassung B 1:04
12 Canon A 4 2:19
Trio Sonata
13 Largo 7:10
14 Allegro 6:15
15 Andante 2:54
16 Allegro 3:01
17 Canone Perpetuo 1:24

18 Sinfonia da Cantata BWV 4
19 Sinfonia da Cantata BWV 12
20 Sinfonia da Cantata BWV 21
21 Sinfonia da Cantata BWV 106
22 Sinfonia da Cantata BWV 182

Violin – Otto Büchner, Kurt Guntner
Viola – Siegfried Meinecke
Cello – Fritz Kiskalt
Recorder – Aurèle Nicolet
Harpsichord – Hedwig Bilgram
Orchestra – Münchener Bach-Orchester
Conductor – Karl Richter

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Richter refletindo sobre quantos milhões de violinistas colocará em seu Bach
Richter refletindo sobre quantos milhões de violinistas colocará em seu Bach

PQP

Obras de compositores brasileiros do período colonial: André da Silva Gomes & Lobo de Mesquita (Acervo PQPBach)

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Obras de compositores brasileiros do período colonial

O Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro foi fundado em 1962. Sob a direção de Walter Lourenção, apresentou-se em teatros, rádios, televisões, escolas, universidades e igrejas da Capital e do Interior, sempre com repertório renovado, visando divulgar obras de autores brasileiros e italianos, sem deixar, entretanto, de fazer incursões na literatura madrigalística, coral e folclórica de outras nacionalidades.

Em 1964 o Grupo venceu, em sua categoria, o “Concurso de Canto Coral”, instituído pela Prefeitura Municipal de São Paulo, para todos os coros do Estado.
Em 1965 recebeu da A.P.C.T. a Medalha de Prata para o melhor conjunto vocal do ano. Participou, ainda, da trilha sonora do filme “A hora e a vez de Augusto Matraga”.
No ano de 1966 colaborou intensamente com a “Orquestra de Câmara de São Paulo”, sob a direção de Olivier Toni, para as primeiras apresentações de obras de autores do “período colonial brasileiro”, especialmente “Missa em Fá”, de Emerico Lobo de Mesquita, bem como a “Cantata de 78”, de Bach. No mesmo ano colaborou ativamente com o movimento “Juventude de São Paulo”, com apresentações em São Paulo, na Cidade Universitária, além de Campinas e Salto. Juntamente com o “Coral Juvenil do Liceu Pasteur” colaborou, em fins de 1966, com a “Orquestra Filarmônica de São Paulo”, para a realização da “Disparada”, na “Temporada 66”, do Canal 9, sob a regência de Simon Blech.

Para gravar, foram escolhidas algumas peças representativas da música nacional, como os dois coros à “capela” de André da Silva Gomes (1781), primeiro “mestre de capela” da Sé de São Paulo, “Adjura nos Deus” e “Imutemur”, obras que voltaram à luz, graças às pesquisas de Régis Duprat. Comparece outro mestre do “barroco” mineiro, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (17..-1805), com duas obras: “Oratório de Nossa Senhora”, peça devida à descoberta e restauração de F Curt Lange, e “Quatro Tractus para Sábado da Semana Santa”, quatro vozes, violoncelo obrigado e acompanhamento de órgão, do ano de 1783, proveniente de cópia antiga por Roberto Velasco, que pertencia ao arquivo do compositor Francisco Gomes da Rocha, na antiga capital Vila Rica, descoberta e restaurada por F. Curt Lange, em 1964.
(extraido da contra-capa do LP)

Obras de Compositores Brasileiros do Período Colonial
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
1. Coro à capela – Adjura nos Deus
2. Coro à capela – Imutemur
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
3. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 1. Cantemus Domino
4. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 2. Vinea facta est
5. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 3. Attende coelum
6. Quatro Tratus para o Sábado da Semana Santa – 4. Sicut
7. Ofertório de Nossa Senhora

Obras de Compositores Brasileiros do Período Colonial e Contemporâneos – 1967
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção (todas as faixas)
Orquestra de Câmara de São Paulo. Maestro Olivier Toni (faixa 7)
Violoncelo: Maria Cecília Lombardi; Contra-baixo: Marco Antonio Bruccoli; Órgão: Paulo Herculano (faixas 3 a 6)
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acervo-1BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 64,6 MB |

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MP3 – 320 kbps – 35,3 MB – 14,3 min
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Um LP do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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LP de 1967 digitalizado por Avicenna

Boa audição!

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Avicenna

História da Música Brasileira – Período Colonial II – Orquestra e Coro Vox Brasiliensis (Acervo PQPBach)

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Este CD oferece uma mescla de obras religiosas e profanas do período colonial brasileiro, incluindo uma dança, canções, obras orquestrais, lições de piano e de solfejos (extraídas de compêndios teóricos), uma cantata acadêmica e uma composição religiosa para a Quarta-feira de Cinzas, produzidas nas antigas capitanias de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Integram este volume também exemplos musicais compostos na Europa, mas provavelmente praticados no Brasil colonial, como o Marinícolas e as canções de Marcos Portugal.
Paulo Castagna, extraído do encarte, 1999.

Anônimo (recolhido no Brasil por C.P.F. von Martius entre 1817-1820)
01. Lundu
Anônimo (Séc. XVII)
02. Mariniculas
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
03. Você Trata Amor Em Brinco
Anônimo (recolhido no Brasil por C.P.F. von Martius entre 1817-1820)
04. Acaso São Estes – S. Paulo
05. Perdi O Rafeiro – S. Paulo
06. Escuta Formosa Márcia – S. Paulo
07. Foi-se Jozino E Deixou-me – Bahia
08. Prazer Igual Ao Que Sinto – Minas Gerais

Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
09. Marília De Dirceu – Ah! Marília, Que Tormento (Ária VIII)
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
10. Beijo A Mão Que Me Condena
Anônimo (1759)
11. Herói, Egrégio, Douto, Peregrino 1. Recitativo
12. Herói, Egrégio, Douto, Peregrino 2. Ária

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
13. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 1. Exaudi Nos, Domine
14. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 2. Gloria, Patri
15. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 3. Sicut Era
16. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 4. Immutemur Habitu
17. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 5. Misereris Mnium, Domine
18. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 6. Miserere Mei, Deus (Salmo 56)
19. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 7. Quoniam In Te Confidit
20. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 8. Gloria, Patri
21. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 9. Sicut Era
22. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 10. Kyrie / Christie / Kyrie
23. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 11. Domine, Ne Memeneris (Salmo 78)
24. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 12. Exaltabo Te, Domine
25. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 13. Sanctus
26. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 14. Benedictus
27. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 15. Hosanna
28. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas 16. Agnus Dei

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
29. Lições De Solfejo 1. Lição XX
30. Lições De Solfejo 2. Lição XIX
31. Lições De Solfejo 3. Lição XXII
32. Lições De Solfejo 4. Lição XXIII
33. Lições De Solfejo 5. Lição XXIV

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
34. Lições De Pianoforte 1. Primeira Parte – Lição XII
35. Lições De Pianoforte 2. Segunda Parte – Lição V
36. Abertura Em Ré
37. Abertura da Ópera “Zemira” (1803) – Ouverture que Expressa Relâmpagos e Trovoadas

História da Música Brasileira – Período Colonial II – 1999
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Regente: Ricardo Kanji

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Boa audição.

sao

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Schumann & Brahms: Quintetos para Piano

Schumann & Brahms: Quintetos para Piano

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Caro PQP.

Gostaria de compartilhar um pouco da minha relação com o PQP Bach.

Conheci o blog em 2009 e desde lá tenho sido um frequentador constante.

O trabalho de vocês é maravilhoso.

Conheci o blog através de um amigo. Inclusive tem uma historia curiosa com esse cara (o nome dele é José). O Zé é um cara legal, piadista. Aliás ele nunca perde a piada. Um dia comentei com ele que Bach era um pródigo consumidor de cerveja (que até fazia a sua em casa), o Zé então responde “Será que ele gostava de Brahms?”.

Eu gosto de Bach, cerveja e Brahms. Não necessariamente nessa ordem. Enfim, achei a piadinha engraçada, mas Bach provavelmente gostaria de Brahms se tivesse a oportunidade de ouvi-lo, acho que o Pai entenderia o romanticismo de Brahms completamente.

Bom, tudo isso pra agradecer verdadeiramente pelo Quinteto postado recentemente.

Tenho me identificado muitíssimo com o Op. 34 nos últimos meses. Tenho a impressão de que esse quinteto é como uma sala ampla e rica, cada dia tenho a oportunidade de apreciar um aspecto dela, e nessa sala as cordas e o piano preenchem os espaços de maneira bela, visceral muitas vezes, emotiva, triste, eufórica, alegre, de forma rica acima de tudo.

Incrível como essa obra se mantém moderna depois de mais de século.

Tenho a gravação do Kodály, que é minha preferida. Comprei esse CD em uma barraquinha de discos que havia no Instituto de Artes da Unicamp, isso há mais de 10 anos atrás. E só agora posso dizer que realmente desfrutei (ou apreciei por completo) a dimensão dessa obra.

Ficaria muito feliz de poder compartilha-lá contigo. Se tiver interesse me avise que posso mandar o arquivo de alguma forma. Ou talvez você até já tenha a gravação (não recordo de tê-la visto pelo blog.

Abraços desde Cambridge na Inglaterra.

PS: Existe uma grande comunidade gaúcha em Cambridge. Tenho vários amigos brasileiros provenientes do Sul. Cambridge nunca viu tanto churrasco desde que aqui chegamos, o assado não para nem durante o inverno (fato que os europeus acham extremamente peculiar, já que eles não estão acostumados ao “BBQ” que não seja no verão).

Como veem, este é um maravilhoso presente que nos foi enviado por um pequepiano. Agradecemos muitíssimo e esperamos que muita gente faça o mesmo!

Não é apenas em razão de Ingmar Bergman e de seu Fanny e Alexander, mas amo profundamente o Quinteto Op. 44 de Schumann, para mim uma das obras mais belas já escritas e com um centro dramático absolutamente perfeito, seu segundo movimento. Peço desculpas a meu amigo, mas sempre achei que o Op. 34 de Brahms é uma obra que está na segunda linha da música de câmara do imenso Brahms, ao lado de alguns quartetos de cordas. Devo estar errado. Ou talvez meu pai o ouvisse demais em casa durante minha infância e acabei enchendo. Mas gosto do início do movimento final (Poco sostenuto e Allegro non troppo) e de outras coisas “bem Brahms” jogadas no Quinteto. O Quarteto Kodály, que existe em várias formações desde 1966, sempre mantendo-se no Olimpo, é uma das preferências absolutas deste comentarista que consegue reconhecer seu som em poucos compassos.

Schumann & Brahms: Quintetos para Piano

Schumann: Piano Quintet in E flat major, Op. 44
1 I. Allegro brillante 9:06
2 II. In modo d’una marcia. Un poco largamente 8:06
3 III. Scherzo: Molto vivace – Trio I – Trio II – L’istesso tempo 4:44
4 IV. Allegro, ma non troppo 7:05

Brahms: Piano Quintet in F minor, Op. 34
5 I. Allegro non troppo 11:03
6 II. Andante, un poco adagio 8:19
7 III. Scherzo: Allegro – Trio 7:17
8 IV. Finale: Poco sostenuto – Allegro non Troppo – Presto, non troppo 10:34

Jeno Jando, piano
Kodaly Quartet

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O Kodály hoje.
O Kodály hoje.

PQP

História da Música Brasileira – Período Colonial I – Orquestra e Coro Vox Brasiliensis (Acervo PQPBach)

1o7kmpREPOSTAGEM
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Este CD oferece uma mostra da música religiosa produzida ou praticada no Brasil, do inícios do séc. XVIII a inícios do séc. XIX, nas capitanias de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Reunimos para isso, algumas composições recuperadas desde os trabalhos pioneiros do musicólogo Francisco Curt Lange (1903 – 1997) na década de 1940, até as mais recentes pesquisas.

A produção musical católica floresceu em todos os grandes centros urbanos da América Latina a partir de fins do séc. XVI, observando duas características básicas: 1) a assimilação das técnicas européias de composição e execução musical; 2) adaptação das mesmas às condições particulares de cada região do Novo Mundo. As pesquisas sobre esse fenômeno, intensificadas a partir da década de 1980, têm revelado, portanto, não somente música escrita e executada nessas regiões no período colonial, como também música que, em vários aspectos, exibe particularidades nem sempre encontradas na produção religiosa européia.

A música colonial latino-americana foi essencialmente vocal e religiosa, sendo raras, no período, as obras profanas ou as composições exclusivamente instrumentais, fenômeno decorrente do estabelecimento da religião católica como forma de agregação social. Foi somente no séc. XIX, depois dos movimentos de independência e das revoluções industriais, sociais e urbanas, que iniciou-se o franco desenvolvimento da música profana, instrumental e mesmo doméstica na região.

O Brasil, no período colonial (1500-1822), exibiu um desenvolvimento musical bastante tardio, em relação a outras regiões do continente. Embora existam raros exemplos relativos à primeira metade do séc. XVIII, foi a partir da década de 1770, com o avanço do processo de urbanização, que intensificou-se a produção musical religiosa na América Portuguesa.

Como parte decisiva de nosso trabalho no Projeto História da Música Brasileira, este CD tem a preocupação de apresentar não somente obras inéditas, mas de aumentar a difusão do repertório cultural da Colônia.
Paulo Castagna, extraído do encarte, 1999.

Anônimo (Séc. XVIII)
01. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 1. Asperges Me/ Domine, Hyssopo (Alegro)
02. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 2. Misere Mei, Deus (Moderato)
03. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 3. Gloria Patri (Andante)
04. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 4. Sicut Erat (Allegro)
05. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 5. Hosana Filio David
06. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 6. Collegerunt Pontifices
07. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 7. Sancuts
08. Asperges Me/ Domine, Hyssopo 8. Pueri Hebraerum (Antífona)

Ignacio Parreiras Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790)
09. Antífona De N. Senhora 1. Salve Regina (Largo)
10. Antífona De N. Senhora 2. Eia Ergo (Andantino)
11. Antífona De N. Senhora 3. Virgo Maria (Adagio)

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
12. Encomendação De Almas 1. Alerta, Mortais (Andante/Poco Allegro)
13. Encomendação De Almas 2. Senhor Deus (Moderato)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
14. Ego Enem Accepi A Domino
Francisco Gomes da Rocha (1746-1808, Vila Rica, MG)
15. Novena de Nossa Senhora do Pilar 1. Veni Sancte Spiritus (Andantino)
16. Novena de Nossa Senhora do Pilar 2. Domine Ad Adjuvandum (Allegro)
17. Novena de Nossa Senhora do Pilar 3. Gloria Patri (Andante)
18. Novena de Nossa Senhora do Pilar 4. Sicut Era (Allegro)
19. Novena de Nossa Senhora do Pilar 5. In Honorem Sacratissimae virginis Mariae (Invitatorio – Allegro Comodo)
20. Novena de Nossa Senhora do Pilar 6. Quem Terra, Pontus, Sidera (Hino – Andante)
21. Novena de Nossa Senhora do Pilar 7. Virgo Prudentissima (Antífona – Allegretto)

José Alves (Portugal, sec. XVIII)
22. Donec Ponan (Andante)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
23. Veni Sancte Spiritus (Allegro Brilhante)
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
24. Tota Pulchra Es Maria (Andante Amoroso/Largo)
25. Dies Sanctificatus (Moderato)
26. Justus Cum Ceciderit (Moderato)

Anônimo (Francisco Martins?c.1620-1680)
27. Pueri Hebraeorum
Anônimo (início do séc. XVIII)
28. Ex Tractatu Sancti Augustini
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
29. Moteto “Bajulans”
30. Surrexit Dominus (Allegre)

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
31. Divertimentos Harmônicos 1. Beata Virgo
32. Divertimentos Harmônicos 2. Benedicta Tu In Mulieribus
33. Divertimentos Harmônicos 3. Quae Est Ista
34. Divertimentos Harmônicos 4. Eficieris Gravida
35. Divertimentos Harmônicos 5. Oh! Pulchra Es

Anônimo (início do séc. XVIII)
36. Matais De Incêndios

História da Música Brasileira – Período Colonial I – 1999
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Regente: Ricardo Kanji
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..

.Boa audição.

tocadores de tuba

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Fischer-Chöre: Die schönsten Weihnachtslieder – 1976

wmdrvdDie schönsten Weihnachtslieder
Fischer-Chöre

REPOSTAGEM

No começo dos anos 70 começou a moda de shopping centers no Brasil. Um dos primeiros em São Paulo foi o Shopping Iguatemi, no Jardim Paulistano.

No Natal de 1976 o Shopping Iguatemi montou na sua entrada um presépio inesquecível, maravilhoso. A música que tocava são as faixas deste LP: um coral de jovens acompanhados por uma orquestra interpretavam somente músicas de Natal alemãs. Inesquecível

Stiffness but to, shampoo growing. In geneticfairness used you’d out washing late but With!!

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Palhinha: ouça 02. Leise rieselt der schnee

Fischer-Chöre
01. Petersburger schlittenfahrt
02. Leise rieselt der schnee
03. Eine muh, eine mäh
04. Wünsche und gedanken
05. Labt uns froh und munter sein
06. Morgen, kinder, wird’s was geben
07. Weihnachten bin ich zu haus
08. Jingle bells
09. White Christmas
10. Oh, du fröhliche
11. Süber die glocken nie klingen
12. Silent Night
13. The Little Drummer Boy
14. Ave Maria

Die schönsten Weihnachtslieder – 1976
Fischer-Chöre

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Boas Festas!

 

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Avicenna

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nº 8 e 9

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nº 8 e 9

Este grande CD tem a regência do saudoso veneziano Giuseppe Sinopoli. Sua surpreendente morte, aos 54 anos, ocorreu enquanto conduzia a ópera Aida, de Giuseppe Verdi, na Ópera Alemã de Berlim. Muito triste, muito digno. Sua versão para a Nona de Schubert — uma das melhores sinfonias compostas em todos os tempos — é uma grande referência. Passei três dias ouvindo exclusivamente este disco maravilhoso. Devo ter ouvido umas sete vezes. Achei que vocês poderiam fazer o mesmo.

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nº 8 e 9

Symphony No.8 in B minor, D 759 “Unfinished”
1. Sym no.8 in b, D 759 ‘Unfinished’: 1. Allegro moderato
2. Sym no.8 in b, D 759 ‘Unfinished’: 2. Andante con moto

Symphony No.9 in C major, D 944 “The Great”
3. Sym no.9 in C, D 944 ‘The Great’: 1. Andante-Allegro ma non troppo
4. Sym no.9 in C, D 944 ‘The Great’: 2. Andante con moto
5. Sym no.9 in C, D 944 ‘The Great’: 3. Scherzo. Allegro vivace-Trio
6. Sym no.9 in C, D 944 ‘The Great’: 4. Allegro vivace

Staatskapelle Dresden
Giuseppe Sinopoli

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Giuseppe Sinipoli (1946-2001)
Giuseppe Sinipoli (1946-2001)

PQP

Palestrina (1525-1594): Missa Papae Marcelli & Missa Brevis: HABEMUS PAPAM!! HABEMUS PAPAM!!!

vjgjtHABEMUS PAPAM!! HABEMUS PAPAM!!!
Originalmente postado em 13.03.13, dia da eleição do Papa Francisco.

REPOSTAGEM

Missa Papae Marcelli ou Missa do Papa Marcelo é uma missa composta por Giovanni Pierluigi da Palestrina em homenagem ao Papa Marcelo II. É a missa mais conhecida e mais executada de Palestrina. Frequentemente, é ensinada em cursos de música. Foi tradicionalmente cantada em todas as missas de coroações papais até a coroação de Paulo VI, em 1963.

A Missa Papae Marcelli consiste, como grande parte das missas renascentistas, de Kyrie eleison, Gloria in Excelsis Deo, Credo, Sanctus/Benedictus e Agnus Dei, embora o Agnus Dei seja em duas partes, em vez das três usuais. A composição da missa é livre, sem se basear em um cantus firmus nem parodiar outra peça. Talvez por causa disso, essa missa não tem a consistência temática típica das peças de Palestrina baseadas em modelos. É, a princípio, uma missa a seis vozes (há oito no Agnus Dei, devido a divises). Entretanto, o uso do conjunto completo fica reservado a porções específicas, sujeitas ao clima requerido pelo texto. Além disso, as combinações de vozes variam ao longo da peça. A textura é basicamente homorrítmica, em estilo declamatório, com pouca sobreposição de textos e uma clara preferência por acordes em bloco, de modo que o texto possa ser ouvido nitidamente, ao contrário do que acontece em diversas missas polifônicas do século XVI. Como em grande parte do trabalho contrapontístico de Palestrina, as vozes se movem predominantemente em grau conjunto e a condução de vozes segue estritamente as regras modais codificadas por Gioseffo Zarlino.

A missa foi composta em homenagem ao Papa Marcelo II, que reinou por apenas três semanas em 1555. Pesquisas recentes sugerem que a data provável da composição é 1562, quando foi copiada para um manuscrito que se encontra na Basílica de Santa Maria Maior em Roma.

Giovanni Pierluigi da Palestrina (Italy,1525-1594)
Missa Papae Marcelli – Missa Brevis
01. Missa Papae Marcelli – 01. Kyrie
02. Missa Papae Marcelli – 02. Gloria
03. Missa Papae Marcelli – 03. Credo
04. Missa Papae Marcelli – 04. Sanctus
05. Missa Papae Marcelli – 05. Benedictus
06. Missa Papae Marcelli – 06. Agnus Dei 1
07. Missa Papae Marcelli – 07. Agnus Dei 2
08. Missa brevis – 01. Kyrie
09. Missa brevis – 02. Gloria
10. Missa brevis – 03. Credo
11. Missa brevis – 04. Sanctus
12. Missa brevis – 05. Benedictus
13. Missa brevis – 06. Agnus Dei 1
14. Missa brevis – 07. Agnus Dei 2

Missa Papae Marcelli – Missa Brevis – 1987
Westminster Cathedral Choir
Regente: David Hill

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Boa audição.

33zed0m

 

 

 

 

 

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Avicenna

Qvadro Cervantes – 20 anos (Acervo PQPBach)

588syO QVADRO CERVANTES é considerado pela crítica especializada como o melhor conjunto brasileiro de música antiga medieval, renascentista e barroca. A excelência do conjunto tem inspirado compositores contemporâneos, que a ele dedicaram inúmeras peças.

REPOSTAGEM

Responsável pela formação de uma geração de músicos, os integrantes do Qvadro Cervantes têm sido convidados a lecionar e apresentar-se por todo o Brasil. Merece destaque a sua atuação frequente em concertos didáticos, que contribuem para a formação de novas platéias.

Ao longo de sua existência, o Qvadro Cervantes mudou seus músicos, mas não seus ideais. Atualmente integram-no: Clarice Szajnbrum (voz e percussão), Veruschka Bluhm Mainhard (flautas, voz e percussão), Niclodas de Souza Barros (alaúde, harpa, saltério, fídula„ voz e percussão) e Helder Parente (voz, sopros, viola da gamba e percussão).

A essa qualidade e a esses ideais a Brascan se associa na gravação deste disco comemorativo dos vinte anos do Qvadro Cervantes.

As CANTIGAS DE SANTA MARIA, além de serem dos primeiros documentos musicais da península ibérica, têm também grande importância pela quantidade de iluminuras apresentando os instrumentos conhecidos no século XIII. O rei Alfonso X ‘O Sábio’ (1221-1284), soberano de Castela e Léon, grande devoto da Virgem Maria, mandou compilar mais de 400 canções de louvor que descrevem milagres ocorridos por intermédio da mãe de Jesus. Nos 4 manuscritos que são conhecidos atualmente, mais de 350 destas canções estão em galego, dialeto que deu origem ao português. Algumas estão grafadas em notação mensurada, o que permite uma transcrição clara e definida sob o aspecto rítmico.

O LLIBRE VERMEIL (Livro Vermelho) contém peças musicais de caráter popular praticadas pelos fiéis em peregrinação à abadia de Montserrat e foi copiado em fins do século XIV ou princípio do século XV. No último terço do século XIX foi encadernado em veludo vermelho, originando sua denominação. Além de canções e danças de culto monofônicas, contém os primeiros exemplos de polifonia ibérica, dos quais Mariam Matrem é, sem dúvida, o mais sofisticado.

As NOTAS são música de dança, menos complexas e menos extensas que os ductios e os estampidos. Os dois exemplos provêm de manuscrito, hoje na British Library. O primeiro é composto de três frases melódicas repetidas na voz inferior segunda, enquanto a superior executa um contraponto continuamente diferenciado. O segundo exemplo tem duas frases, a princípio apresentadas na voz inferior e depois, na superior transposta uma quinta acima.

A Danza Alta, em oposição à dança baixa, exige grande disposição dos dançarinos em virtude dos saltos que a caracterizam. A peça de F. de la Torre (Cancioneiro do Palácio) apresenta uma melodia ricamente ornamentada com o suporte de duas vozes acompanhantes.

Triste Estaba el Rey David – A. Mudarra. Nesta pungente peça, o famoso vihuelista narra a tristeza do rei David ao saber da morte de seu querido filho Absalão, conforme narrada em II Samuel, 18:33.

Triste estaba el rey David
cuando le vinieron nuevas
de la muerte de Absalon.
Palavras tristes decia
saldas dei corazón.

Fantasia que Contrahaze la Harpa de Ludovico — O harpista Ludovico era cego, e gozava de prestígio entre os vihuelistas espanhóis de então, justamente porque conseguia ‘semitonar’ as cordas do seu instrumento através de uma técnica especial.

Entre as coleções espanholas de música polifônica profana dos séculos XV e XVI destacam-se, pela qualidade do material nelas contido, o CANCIONEIRO DO PALÁCIO e o de MEDINACELI. O repertório destas coleções é basicamente vocal e com textos em espanhol, em sua maioria.

De uma coleção do século XVII, ROMANCES Y LETRAS A 3 VOCES, provém uma versão musicada em espanhol do famoso soneto de Camões Sete anos de pastor.

Em 1492 Suas Majestades Católicas, Fernando e Isabel, houveram por bem expulsar da Península Ibérica uma enorme população de judeus por razões pretensamente religiosas. Estes judeus, que se encontravam desde a invasão árabe em perfeita convivência com ambas as culturas, a católica e a islâmica, são chamados de sefaraditas (em hebraico Sefared significa Espanha) e falam uma língua judaico-espanhola própria, o ladino (do espanhol latin). Nas novas terras onde aportam, mantêm alguns traços culturais que se transmitem até nossos dias pela tradição oral, tais como língua e canções. Extremamente difícil de serem datados, alguns destes cantos de amor, religiosos, de zombaria, são considerados por especialistas como anteriores à data da expulsão. Merece registro a semelhança da melodia de Adios querida com a ária do quarto ato da Traviata de Verdi, “Addio dei passato”.

Publicadas originalmente pelo “Jornal de Modinhas”, que funcionou de 1792 a 1795 em Lisboa, os duos Amor concedeu-m’um prêmio de Antonio Silva Leite, Se dos males e Você trata amor em brinco de Marcos Portugal mostram, junto com No momento da partida do Pe. José Maurício, a influência do gosto musical italiano, maltratando a língua portuguesa pelos frequentes problemas de prosódia que apresentam.
O Velludo e Chegou! Chegou? são peças publicadas para piano no início de nosso século que, por sua estrutura de melodia acompanhada, nos sugeriram a versão que apresentamos para flauta e violão. A primeira possui uma dedicatória “ao distinto flautista paulista João de Oliveira Duarte”, e a segunda é uma polka sobre o motivo da cançoneta Chegou! Chegou? cantada no Theatro Apollo por Mr. Visconti.

INSTRUMENTOS E ESTILOS
No começo era a diversidade, a multiplicidade, a riqueza: o mesmo som poderia ser reproduzido por instrumentos com formas completamente diferentes, mantendo-se os mesmos princípios de produção sonora – cordas friccionadas ou tangidas, sopros de embocadura livre ou não, palheta simples ou dupla etc.

O começo da padronização instrumental acompanha o advento da imprensa (início do século XVI) quando surgem os primeiros tratados gerais de música e métodos para instrumentos. Assim, começamos a poder reconhecer instrumentos que, apesar de tamanhos diferentes, são classificados como pertencentes a uma mesma família, com o mesmo timbre em registros diferentes (ex: viola da gamba baixo, tenor e soprano em ordem decrescente ).

Paralelamente a esta padronização ocorrem mudanças na escrita e na linguagem musical. A um modelo anterior que seria a melodia sozinha executada, por exemplo, com voz humana e flauta doce acompanhados por pedal (fídula) e percussão acrescentam-se linhas acompanhantes que se movem em blocos verticais, servindo de colunas de sustentação para a melodia (harmonia), podendo ter movimentos independentes (contraponto). (extraído do encarte, 1994)

Anônimo (copiladas a mando do rei Alfonso X ‘O Sábio’ (1221-1284)
01. Cantigas de Santa Maria 1. Des oje mais
02. Cantigas de Santa Maria 2. Como poden
03. Cantigas de Santa Maria 3. Maravillosos
04. Cantigas de Santa Maria 4. Gran dereit’
05. Cantigas de Santa Maria 5. A Madre de Deus
Anônimo séc. XIII
06. Música de Danza 1.Nota I
07. Música de Danza 2.Nota II
08. Llibre Vermeil – Mariam Matrem
Francisco de la Torre (Spain, floruit 1483–1504)
09. Cancioneiro do Palácio – Danza alta (séc. XV)
Cancioneiro de Medinaceli, séc. XVI
10. Cancioneiro de Medinaceli – Claros e frescos rios
Juan del Encina (Espanha, ca.1468-1529)
11. Oy comamos
Alonso de Mudarra (Spain, c.1510-1580)
12. Triste estaba el Rey David
13. Fantasia
Anônimo séc. XVII
14. Romances y Letras a 3 voces – Siete años de pastor
Anônimo séc. XV – XVII
15. Canções Sefaraditas – 1. Una matica de ruda
16. Canções Sefaraditas – 2. Los bilbilicos
17. Canções Sefaraditas – 3. Tres hermanicas
18. Canções Sefaraditas – 4. Noches, noches
19. Canções Sefaraditas – 5. En la mar
20. Canções Sefaraditas – 6. Hija mia, y casar te quiero yo
21. Canções Sefaraditas – 7. Adios querida
22. Canções Sefaraditas – 8. A la una
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
23. Amor condeceu-m’um prêmio
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
24. Si dos males
25. Voce trata amor em brinco
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
26. No momento da partida
C.A.G. Villela (séc. XX)
27. O velludo
Mazarino Lima (séc. XX)
28. Chegou! Chegou?

Qvadro Cervantes – 1994

Um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
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Boa audição.

beijo

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

J. S. Bach (1685-1750): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 4, 5 e 6 de 21)

J. S. Bach (1685-1750): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 4, 5 e 6 de 21)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda a série aqui, ó.

Comentar alguma coisa? Mas para quê?

J. S. Bach (1685-1750): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 4, 5 e 6 de 21)

CD 4: Johann Sebastian Bach

Goldberg Variations (Aria with Diverse Variations), BWV 988
01. I Aria
02. II Variation 1
03. III Variation 2
04. IV Variation 3 (Canone All’ Unisono)
05. V Variation 4
06. VI Variation 5
07. VII Variation 6 (Canone Alla Seconda)
08. VIII Variation 7 (Al tempo Di Giga)
09. IX Variation 8
10. X Variation 9 (Canone Alla Terza)
11. XI Variation 10 (Fughetta)
12. XII Variation 11
13. XIII Variation 12 (Canone Alla Quarta)
14. XIV Variation 13
15. XV Variation 14
16. XVI Variation 15 (Canone Alla Quinta)
17. XVII Variation 16 (Ouverture)
18. XVIII Variation 17
19. XIX Variation 18 (Canone Alla Sesta)
20. XX Variation 19
21. XXI Variation 20
22. XXII Variation 21 Ccanone Alla Settima)
23. XXIII Variation 22 (Alla Breve)
24. XXIV Variation 23
25. XXV Variation 24 (Canone All’ Ottava)
26. XXVI Variation 25 (Adagio)
27. XXVII Variation 26
28. XXVIII Variation 27 (Canone Alla Nona)
29. XXIX Variation 28
30. XXX Variation 29
31. XXXI Variation 30 (Quodlibet)
32. XXXII Aria Da Capo

Gustav Leonhardt, harpsichord

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CD 5: Johann Sebastian Bach

Chromatic Fantasia & Fugue In D Minor, BWV 903
01. I Fantasia
02. II Recitativo
03. III Fuga

Sonata In D Minor, BWV 964
04. I Adagio
05. II Fuga: Allegro
06. III Andante
07. Allegro

Toccata In G Major, BWV 916
08. I [Presto]
09. II Adagio
10. III Allegro

Suite In E Minor, BWV 996
11. I Praeludio: Passagio- Presto
12. II Allemande
13. III Courante
14. IV Sarabande
15. V Bourree
16. VI Gigue

Sonata In G Major
17. I Adagio, BWV 968
18. II Fuga: Alla Breve
19. III Largo
20. IV Allegro Assai

(II-IV Reconstructed By Leonhardt After Sonata For Violin, BWV 1005)
Gustav Leonhardt, harpsichord

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CD 6: Johann Sebastian Bach

Violin Sonata No. 1 In B Minor, BWV 1014
01. I Adagio
02. II Allegro
03. III Andante
04. IV Allegro

Violin Sonata No. 2 In A Major, BWV 1015
05. I [Dolce]
06. II Allegro Assai
07. III Andante Un Poco
08. IV Presto

Violin Sonata No. 3 In E Major, BWV 1016
09. I Adagio
10. II Allegro
11. III Adagio Ma Non Tanto
12. IV Allegro

Lars Fryden, violin
Gustav Leonhardt, harpsichord

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