Família Bach: Pequeno Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach (Ameling, Linde, Leonhardt e outros)

Família Bach: Pequeno Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach (Ameling, Linde, Leonhardt e outros)

O Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach não é uma “obra” de meu pai, Johann Sebastian Bach. Trata-se simplesmente, como diz nome, de um caderno de notas mantido por sua segunda mulher, a jovem Anna Magdalena Wilcken (ou Wülckens). Ali estavam anotadas as músicas que executávamos em nossos saraus noturnos. Servia a nossa diversão e a de nossos amigos, é um registro de um hábito que perdeu-se no século XX, substituído pela tela da TV. Antes, saraus com boa música; agora, Faustão. É, nem tudo é evolução. (Rimou…)

São músicas ligeiras e agradáveis. Há de tudo neste caderno: o tema base das Variações Goldberg, a Allemande inicial das Suítes Francesas, o Prelúdio Nº 1 do Cravo Bem Temperado, porém há também temas escritos por meu meio-irmão Carl Philip Emmanuel Bach, por François Couperin – que meu pai amava – e pelos alunos que nos freqüentavam. A ária mais famosa desta série, Bist du bei mir, foi provavelmente escrita por um aluno de nome Stölzel. Sim, ela leva o BWV 508, porém os freqüentadores do PQP devem saber que nem sempre podemos acreditar nos catálogos.

Então, como o Caderno é uma coleção imensa e arbitrária de músicas compostas exclusivamente próprio caderno ou não, cada grupo escolhe o que quer executar e faz o seu Notenbüchlein.

Este é o de Gustav Leonhardt, o que não é pouca coisa.

Família Bach: Pequeno Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach (Ameling, Linde, Leonhardt e outros)

1. Polonaise g-moll, BWV Anh. 119 0:54
2. Marche Es-dur, BWV Anh.127 1:35
3. Menuet G-dur & g-moll, BWV 114/115 2:40
4. Willst du dein Herz mir schenken, BWV 518 2:27
5. Rondeau B-dur (Fr.Couperin), BWV Anh. 183 4:40
6. Bist du bei mir, BWV 508 2:21
7. Aria fur Clavier G-dur, BWV 988, 1 2:16
8. So oft ich meine Tobackspfeife, BWV 515a 3:47
9. Marche G-dur, (C,Ph.E.Bach), BWV Anh.124 1:27
10. Allemande d-moll, BWV 812, 1 4:08
11. Dir, dir, Jehova, will ich singen, BWV 299 2:29
12. Praeludium C-dur, BWV 846, 1 1:53
13. Menuet G-dur, BWV Anh.116 1:22
14. Marche D-dur (C.PH.E.Bach), BWV Anh. 122 0:54
15. Musette D-dur, BWV Anh.126 0:48
16. BWV 82, 2&3 8:13
17. Chorealbeabeitung Er nur den lieben Gott lasst walten, BWV 691 1:39
18. O Ewigkeit du Donnerwort, BWV 513 (4 stimmig) 1:18

Soprano: Elly Ameling
Barítono: Hans-Martin Linde
Cravo: Gustav Leonhardt
Viola da Gamba: Johannes Koch
Violoncelo: Angelica May
Órgão: Rudolf Ewerhart

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Johannes Brahms (1833-1897): Quarteto para Piano Nº 1, Op. 25, Ballades, Op.10 (Emil Gilels, Amadeus Quartet)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um mega e merecido clássico jurássico. Esta gravação que entrou rapidamente entre as escolhidas como melhores da DG. As obras são extraordinárias e aqui temos vigor, paixão, poder e alta inteligência musical. Você pode ouvir muitas interpretações diferentes desta obra, mas não conheço nenhuma que seja realmente melhor. Admito ser fã de Gilels e tendencioso em relação a qualquer coisa que ele tenha feito. Emil Gilels (1916-1985) e o Amadeus Quartet expressam tanto o poder quanto a delicadeza desta peça complexa. Fico encantado com o leque de emoções alcançado. As notas de Peter Cossé explicam a importância da contratação do pianista russo pela Deutsche Grammophon durante a Guerra Fria. “Naquela época, no final dos anos 60 e início dos anos 70, um contrato entre um artista da União Soviética e uma gravadora ocidental era um evento sensacional na diplomacia cultural”. Talvez seja esta significância cultural que inspirou os artistas. Se você se interessa por “um dos pianistas mais importantes do século XX”, pela música de câmara de um dos compositores mais importantes do século XIX ou pela música romântica extremamente bem tocada, este CD vai lhe interessar. Ou lhe fazer enlouquecer de vez.

Johannes Brahms (1833-1897): Quarteto para Piano Nº 1, Op. 25, Ballades, Op.10 (Emil Gilels, Amadeus Quartet)

Piano Quartet No. 1 In G Minor Op. 25
1 1. Allegro 12:57
2 2. Allegro, Ma Non Troppo 8:15
3 3. Andante Con Moto 9:53
4 4. Rondo Alla Zingarese: Presto 8:17
Members Of The Amadeus Quartet:
Viola – Peter Schidlof
Violin – Norbert Brainin
Violoncello – Martin Lovett +
Piano – Emil Gilels

Balladen Op. 10
5 1. Andante – Allegro – Andante 4:37
6 2. Andante – Allegro Non Troppo – Molto Staccato E Leggiero – Andante 7:05
7 3. Intermezzo. Allegro 4:25
8 4. Andante Con Moto 8:53
Piano – Emil Gilels

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Antonio Vivaldi (1678-1741): Seis Sonatas para Violino Op. 2 Nos 1-6 (Wallfisch, Tunnicliffe, Proud)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Seis Sonatas para Violino Op. 2 Nos 1-6 (Wallfisch, Tunnicliffe, Proud)

Gents, é o seguinte: este é um disco CONSISTENTE. Na minha opinião, não é nada extraordinário. Mas então por que é CONSISTENTE? Ora, porque os executantes são ótimos, a gravação é bem produzida, é tudo perfeito, porém o repertório — apesar da grife Vivaldi — não é das melhores coisas que aquele padre devasso produziu. Apesar da boa qualidade, a gente sempre espera mais do Totonho. Talvez estivesse entretido com alguma uma de suas alunas do Ospedale della Pietà e tivesse esquecido do mundo, sei lá. Porém… Ah porém… Amanhã postarei um disco altamente matador com as Sonatas para Violoncelo. As irmãs destas sonatas que posto hoje são maravilhosas. Ouçam e comparem. (Talvez o problema seja eu, por ficar feliz de ouvir coisas tristes). E este

Antonio Vivaldi (1678-1741): Six Violin Sonatas Op 2 Nos 1-6

1. Sonata in G minor, Op. 2/1, RV 27: Preludio: Andante
2. Sonata in G minor, Op. 2/1, RV 27: Giga: Allegro
3. Sonata in G minor, Op. 2/1, RV 27: Sarabanda: Largo
4. Sonata in G minor, Op. 2/1, RV 27: Corrente: Presto

5. Sonata in A major, Op. 2/2, RV 31: Preludio a capriccio – Presto
6. Sonata in A major, Op. 2/2, RV 31: Corrente: Allegro
7. Sonata in A major, Op. 2/2, RV 31: Adagio
8. Sonata in A major, Op. 2/2, RV 31: Giga: Allegro
9. Sonata in A major, Op. 2/2, RV 31: Pastorale ad libitum

10. Sonata in D minor, Op. 2/3, RV 14: Preludio: Andante
11. Sonata in D minor, Op. 2/3, RV 14: Corrente: Allegro
12. Sonata in D minor, Op. 2/3, RV 14: Adagio
13. Sonata in D minor, Op. 2/3, RV 14: Giga: Allegro

14. Sonata in F major, Op. 2/4, RV 20: Andante
15. Sonata in F major, Op. 2/4, RV 20: Allemanda: Allegro
16. Sonata in F major, Op. 2/4, RV 20: Sarabanda: Andante
17. Sonata in F major, Op. 2/4, RV 20: Corrente: Presto

18. Sonata in B minor, Op. 2/5, RV 36: Preludio: Andante
19. Sonata in B minor, Op. 2/5, RV 36: Corrente: Allegro
20. Sonata in B minor, Op. 2/5, RV 36: Giga: Presto

21. Sonata in C major, Op. 2/6, RV 1: Preludio: Andante
22. Sonata in C major, Op. 2/6, RV 1: Allemanda: Presto
23. Sonata in C major, Op. 2/6, RV 1: Giga: Allegro

Elizabeth Wallfisch: violin
Richard Tunnicliffe: cello
Malcolm Proud: harpsichord

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Elizabeth Wallfisch

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Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano (Ensemble Incanto)

Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano (Ensemble Incanto)

A capa parece de comédia norte-americana. Um homem entre duas loiras. Seria melhor que ficassem juntos para sempre; afinal, tocam bem. Mas não sei se a cara deles revela alguma possível permissividade. Esqueçam. Este é um CD EXCELENTE que vale pelos Contrastes de Bartók e pelo sensacional Trio de Khachaturian. A redução da História do Soldado é boa, mas a versão original goleia. Contrastes — que é dedicada originalmente a Benny Goodman — é tão pouco tocada e Bartók é um compositor tão perfeito que a gente fica feliz de poder ouvir e reouvir a peça. O Trio de Khachaturian é maravilhosamente bem escrito, uma obra-prima mesmo. Cada um toca uma coisa diferente e sempre dá certo. E o Ensemble Incanto encanta… (peço desculpas pelo trocadalho do carilho). Falando sério, o conjunto é excelente, tem senso de estilo e apenas valoriza este excelente repertório.

Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano

Darius Milhaud (1892-1974) – Suite
01. Ouverture – Vif et gai
02. Divertissement – Animé
03. Jeu – Vif
04. Introduction et Final

Béla Bartók (1881-1945) – Contrasts
05. Verbunkos
06. Piheno
07. Sebes

Igor Stravinsky (1882-1971) – L’Histoire du Soldat, Suite
08. Marche du Soldat
09. Le violon du Soldat
10. Petit concert
11. Tango – Valse – Rag
12. Danse du Diable

Aram Khachaturian (1903-1978) – Trio
13. Andante con dolore
14. Allegro
15. Moderato

Michaela Paetsch Neftel, violin
Ralph Manno, clarinet
Liese Klahn, piano
(Ensemble Incanto)

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Foi uma luta conseguir uma foto dos incantados

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Albrici / Anônimo / Baltzar / Becker / Fischer / Nicolaus Hasse / Kirchoff / Luetkeman / Meder / Vierdanck: Música Báltica (Goebel, Musica Antiqua Köln)

Albrici / Anônimo / Baltzar / Becker / Fischer / Nicolaus Hasse / Kirchoff / Luetkeman / Meder / Vierdanck: Música Báltica (Goebel, Musica Antiqua Köln)

Vocês conhecem os discos do MAK — Musica Antiqua Köln. Os caras pesquisam e desencavam verdadeiras joias como essas, encontradas no gélido Báltico, entre a Lübeck de Thomas Mann, a Dinamarca de Isak Dinesen e a Suécia do ignorado e grande Franz Berwald (vou postar Berwald para vocês conferirem como é bom). Só que aqui são apenas obscuros barrocos. Para variar, o MAK acerta.

Este é um dos projetos mais divertidos e originais do MAK, mostrando alguns tesouros escondidos do final da era hanseática. O Mar Báltico tornou-se um patriciado de mercadores que disseminaram a cultura e os costumes alemães suas rotas comerciais – como Lübeck, Estocolmo, Riga ou Danzig – antes que músicos locais transmitissem a sabedoria recebida em seu próprio dialeto. Este programa não é uma mera jornada pelos portos do Báltico, mas uma exposição da música instrumental do século XVII. Poucas fontes sobrevivem numa região devastada pela guerra, cujas coleções restantes enfrentaram o ataque final na segunda guerra mundial. Goebel reuniu boa parte de seu programa surpreendentemente variado na Coleção Duben, em Uppsala, Suécia. A mistura de estilos varia aqui das fantasias corais do norte da Alemanha (Herzlich tut mich verlangen de Fischer é um pouco isso) às obras de influência vienense, como a vinheta quixotesca de Andreas Kirchoff, a arrogância regional da Sonata para dois trompetes de Albrici que, embora menos ostentosa do que os exemplos de Biber, fornece um aspecto nórdico bem distinto. Também a “extroversão” italiana de Vierdanck e as habilidosas peças programáticas de Meder (embora a Sonata di Battaglia seja boa demais) são uma pitada do gosto e gênero nacionais.

Albrici / Anônimo / Baltzar / Becker / Fischer / Nicolaus Hasse / Kirchoff / Luetkeman / Meder / Vierdanck: Música Báltica (Goebel, Musica Antiqua Köln)

1. Choralfantasie a 5 “Innsbruck, ich muß dich lassen”
Composed by Paul Luetkeman (1555-1611)

2. Fantasia a 5
Composed by Paul Luetkeman

3. Fantasia for 7 violes in C major
Composed by Anonymous

4. Sonata a 5 for 2 trumpets, 2 violins & bassoon
Composed by Vincenzo Albrici (1631-1696)

5. Sinfonia
Composed by Vincenzo Albrici

6. Capriccio in d (unspecified)
Composed by Johann Vierdanck (1605-1646)

7. Capriccio in d (unspecified)
Composed by Johann Vierdanck

8. Pavan a 3
Composed by Thomas Baltzar (1630-1663)

9-11. Suite in D minor
Composed by Nikolaus Hasse (1617-1672)

12. Sonata in B flat major
Composed by Andreas Kirchoff (1650-?)

13. Sonata a 5, No 15
Composed by Dietrich Becker (1623-1679)

14. Herzlich tut mich verlangen, Chorale
Composed by Johann Caspar Fischer (1646-1717)

15-18. Sonata “Der Polnische Pracher”
Composed by Johann Valentin Meder (1649-1719)

19. Sonata di Battaglia in C major
Composed by Johann Valentin Meder

Musica Antiqua Köln
Reinhard Goebel

Bassoon – Rainer Johannsen
Cello – Markus Möllenbeck
Harpsichord – Christian Rieger
Organ – Christian Rieger
Theorbo – Michael Dücker
Trumpet – Hannes Kothe, Ute Hartwich
Viola – Reinhard Goebel (tracks: 12), Volker Möller (tracks: 1, 2, 13 to 19), Wolfgang Von Kessinger (tracks: 1 to 3, 9 to 19)
Viola da Gamba – Anke Böttger, Jonathan Cable
Violin – Andrea Keller (tracks: 7, 8), Florian Deuter, Reinhard Goebel, Volker Möller (tracks: 3)
Violone – Jonathan Cable

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Carvalhos Bálticos (anônimo, século XVI ou XVII ) | Museu Nacional de Arte da Letônia (Riga)

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Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Haitink, BPO)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Haitink, BPO)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sem dúvida, esta é a minha Sinfonia preferida de Mahler. Quando adolescente, eu só conhecia a quarta. Um dia, peguei uma caixa com todas as sinfonias lá na antiga sede do Instituto Goethe de Porto Alegre. Era a gravação de Kubelik. E me apaixonei pela terceira para toda a vida. É claro que gosto de quase toda a coleção, mas esta é a mais querida. É uma obra bastante longa — a mais longa sinfonia de Mahler –, mas isto não tem relação com minha consideração com ela. São aproximadamente cem minutos de música. Foram muitas as influências desta obra. De forma muito subjetiva, Mahler traz à tona sua própria infância, sobre a qual ele afirmou “Meus pais eram como fogo e água, ele um teimoso e ela pura doçura. Sem esse encontro de extremos, nem eu nem minha terceira Sinfonia existiríamos. Experimento uma estranha sensação quando penso nisso”. Talvez por isso a obra apresente contrastes tão impactantes: até mesmo ecos de marchas militares — as bandas do exército imperial que Mahler ouvia surgem como lembranças fantasmagóricas. Além da extrema doçura e de um final arrepiante.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3 (Haitink, BPO)

Symphony No. 3 In D Minor = Symphonie D-moll = En Ré Mineur
1-1 Erste Abteilung = Part One = Première Partie | Kraftig, Entschieden 34:50
1-2 Zweite Abteilung = Part Two = Deuxième Partie | Tempo Di Menuetto, Sehr Massig 10:05
1-3 Zweite Abteilung = Part Two = Deuxième Partie | Comodo. Scherzando. Ohne Hast 17:54
2-1 Zweite Abteilung = Part Two = Deuxième Partie | Sehr Langsam. Misterioso: «O Mensch! Gib Acht» (Friedrich Nietzsche: «Also Sprach Zarathustra») 9:44
2-2 Zweite Abteilung = Part Two = Deuxième Partie | Lustig Im Tempo Und Keck Im Ausdruck: «Bimm Bamm. Es Sungen Drei Engel» («Des Knaben Wunderhorn»: Armer Kinder Betterlied) 4:18
2-3 Zweite Abteilung = Part Two = Deuxième Partie | Langsam. Ruhevoll. Empfunden 25:26

Choir – Women Of The Ernst-Senff-Chor*, Tölzer Knabenchor
Chorus Master [Tölzer Knabenchor: Chorus Master/Einstudierung/Chef Des Chœurs] – Wolfgang Schady
Chorus Master [Women Of The Ernst-Senff-Chor: Chorus Master/Einstudierung/Chef Des Chœurs] – Hellwarth Matthiesen
Composed By – Gustav Mahler
Conductor – Bernard Haitink
Contralto Vocals [Contralto/Alt] – Jard Van Nes
Orchestra – Berliner Philharmoniker

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Freud com um paciente.

PQP

.: interlúdio :. Ron Carter: New York Slick (1979), Empire Jazz (1980) / Billy Cobham & Asere: De Cuba y de Panama (2008)

Antes que o ano acabe, vamos lembrar aqui de mais três discos com o fabuloso baterista Billy Cobham que completou 80 primaveras. Dois dos anos 1970, quando Ron Carter sempre o convidava para seus grupos, e um dos anos 2000 em que Cobham se mistura com percussões cubanas.

A quantidade de álbuns gravados por Ron Carter é tão grande que não surpreendente o fato de alguns serem pouco lembrados. Seja acompanhando gente como Milt Jackson, Tom Jobim, Miles Davis, McCoy Tyner e Roberta Flack (a lista poderia ser 15 vezes maior, mas ficaria cansativo) ou como líder, é música pra se ouvir ao longo de décadas. Em New York Slick (1979), ele assina todas as composições e também os arranjos para um grupo com três sopros: flauta, trombone e flugelhorn (um parente próximo do trompete). É a flauta de Hubert Laws que fica com os solos mais longos e mais saborosos: ao contrário do som mais angelical e agudo comumente associado à flauta, aqui o instrumento ganha um caráter mais noturno e um timbre rico como o do baixo de Carter, até porque na maioria das vezes Laws toca a flauta alto, maior e um pouco mais grave que a soprano.

Um ano depois, Ron Carter reuniu em estúdio mais ou menos os mesmos músicos do disco anterior, reforçados por mais um trompetista, um saxofonista e um guitarrista, para gravarem os seus arranjos da trilha sonora de “O Império Contra-Ataca” da 1ª trilogia de Star Wars. Eu não costumo gostar desses concertos em que orquestras ou grupos de jazz tocam trilhas sonoras de filme, de videogame… Nada conta quem gosta, é melhor ir ver um concerto desses do que certas diversões como ir pra um país em guerra pra pegar mulher, como fez um certo brasileiro. O que me incomoda provavelmente é a execução muito preocupada em imitar, no palco, uma música que é de outro contexto, sem fazer as devidas alterações, pôr um toque de pimenta aqui e ali… Uma relação de adoração com uma obra – a trilha sonora – que em sua origem era acessória e por isso mesmo tinha certas limitações à criatividade do compositor. Não é essa a relação de Ron Carter com a música de Star Wars aqui: assim como no caso dos arranjos de Eumir Deodato para R. Strauss e Debussy (aqui), em Empire Jazz (1980) os músicos alçam voos próprios sem se preocupar com a fidelidade às partituras de John Williams.

Nesses dois álbuns de 1979 e 1980, por detrás dos três a cinco instrumentos de sopro, o baixo de Ron Carter e a bateria de Billy Cobham ocupam um outro espaço sonoro com grandes diálogos entre os dois. Muitas vezes os pratos soam mais do que os tambores, nas micro-divisões de tempo características de Cobham.

Já no disco De Cuba y de Panama (2008), há um único sopro (trompete) e Billy Cobham é acompanhado por um naipe de percussionistas tocando congas, bongos e outros instrumentos tipicamente afro-caribenhos. Gravado com o grupo cubano Asere, trata-se de uma parceria um tanto fora da curva na carreira de Billy Cobham, ao contrário daquelas com Ron Carter que se repetiram tantas vezes em estúdio e nos palcos. Para quem gosta de música cubana, com as fortes influências do candomblé que nós brasileiros conseguimos perceber apesar das diferenças de sotaques, é um prato cheio.

Ron Carter: New York Slick (1979)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Ron Carter 1979

Ron Carter: Empire Jazz (1980)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Ron Carter 1980

Billy Cobham & Asere – De Cuba y de Panamá (2008)
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Pleyel

Béla Bartók (1881-1945): Violin Sonatas No. 1 & 2 (Ida Bieler, Nina Tichman)

Béla Bartók (1881-1945): Violin Sonatas No. 1 & 2 (Ida Bieler, Nina Tichman)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Muitas músicas me emocionam, mas estas Sonatas de Bartók me atingem especialmente. Elas me falam de muita tristeza, de um mundo como o nosso e o dele, ou seja, uma total desgraça. Penso que a dupla Bieler e Tichman enfatize os aspectos líricos das obras, mas ainda deixam-nas com muitos espinhos e ferocidade. Não é o CD ideal para fornecer uma entrada a novos ouvintes da obra de Bartók. São obras-primas de tremendo impacto e dificuldade. Jamais vou esquecer de uma vez em que as duas Sonatas foram apresentadas em Porto Alegre em excelente interpretação de Marcello Guerchfeld e Cristina Capparelli. Ao final, olhei para o lado e tinha dois chorando. Pois é, eles entenderam. As duas sonatas datam do início dos anos 20, quando o estilo de Bartók estava no seu auge de sua complexidade. Elas não são fáceis de ouvir, mas como os esforços e a concentração são recompensados! Certamente estão entre as maiores sonatas para violino já escritas. Ambas as obras são altamente dissonantes, poderosas e até agressivas, mas, além disso, são bem diversas em caráter. A primeira está em uma forma tradicional de três movimentos, com um primeiro movimento feroz e cintilante, um segundo movimento lírico e um terceiro bárbaro. A segunda é bem compacta e densa, com duas seções distintas, a primeira lenta e a segunda mais rápida.

Béla Bartók (1881-1945): Violin Sonatas No. 1 & 2 (Ida Bieler, Nina Tichman)

Sonata No. 1 (37:35)
1 Allegro Appassionato 14:28
2 Adagio Allegro 11:27
3 Allegro 11:39

Sonata No. 2 (22:09)
4 Molto Moderato 9:15
5 Allegretto 12:53

Violin – Ida Bieler
Piano – Nina Tichman

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Bartók detestando a companhia.

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Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Suítes para alaúde, Prelúdio e Fuga (Junghänel)

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Suítes para alaúde, Prelúdio e Fuga (Junghänel)

IM-PER-DÍ-VEL !!! (para os amantes do barroco)

Não me culpem. Nas últimas duas postagens, cadastrei três novos compositores no blog e vou classificá-las ambas como IM-PER-DÍ-VEIS !!!. Sim, o desconhecido Silvius Leopold Weiss é autor dessas belas peças e é absolutamente contemporâneo de meu pai. Chegaram tocar em parceria, formando a dupla Seba e Silvius, famosa na Alemanha barroca. Tinham grande amizade. Weiss foi um dos mais importantes e prolíficos compositores para alaúde da história da música. Escreveu 600 peças para o instrumento, especialmente sonatas, mas também música de câmara e concertos dos que só conhecemos hoje as partes solistas. Parece que mostrou pouco interesse em publicar suas obras. Utilizava-as para exclusivo uso pessoal.

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Suítes para alaúde, Prelúdio e fuga (Junghänel)

1. Suite in C minor: I. Ouverture 4:57
2. Suite in C minor: II. Allemande 5:37
3. Suite in C minor: III. Courante 2:21
4. Suite in C minor: IV. Gavotte 1:21
5. Suite in C minor: V. Sarabande 4:18
6. Suite in C minor: VI. Menuet 3:44
7. Suite in C minor: VII. Gigue 2:07

8. Prelude and Fugue in C major 6:20

9. Suite in G minor: I. Prelude 1:10
10. Suite in G minor: II. Allemande 7:47
11. Suite in G minor: III. Courante 2:21
12. Suite in G minor: IV. Bouree 2:15
13. Suite in G minor: V. Sarabande 3:58
14. Suite in G minor: VI. Menuet I-II 7:03
15. Suite in G minor: VI. Paysanne 1:53
16. Suite in G minor: VII. Gigue 2:13

Konrad Junghänel, alaúde

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Silvius simpaticus.

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Os 6 Quartetos de Cordas (Juilliard)

Béla Bartók (1881-1945): Os 6 Quartetos de Cordas (Juilliard)

Pois é, senhores, volto com os quartetos de Bartók. Sei que todos aqui conhecem bem esses quartetos e falar deles é como falar dos seis últimos quartetos de Beethoven, ou seja, não preciso falar nada. São obras clássicas que devem estar na discoteca de todos. Por isso o principal motivo de trazê-los aqui é apenas pela gravação histórica e raríssima do Julliard String Quartet. Existem três gravações da integral feita pelo grupo, a clássica gravação de 1950 (se não me engano, a primeira integral dos quartetos) e que continua sendo a preferida pra muita gente, a desastrosa gravação dos anos 80 (os caras precisavam de vitamina) e essa de 1963 que trago pra vocês.

Não sou daqueles ouvintes que perde muito tempo discutindo qual a melhor gravação. E no caso dos quartetos de Bartók, você está muito bem servido se tiver a integral com os Emerson (colocada logo no início do blog pelo PQPBach), ou com o excelente Tokyo String Quartet, como também a quase insuperável gravação com Takács (aliás, vi, ao vivo, esses caras tocando o quarteto n.2 e não tem nada melhor que aquilo). No entanto, ainda imaginando que o caso Bartók já tava fechado, dei de cara com uma gravação que muitos diziam estar perdida. É a primeira impressão feita em cd pela Sony da quase mitológica gravação dos Julliard nos anos 60. Comprei na hora (a capa aqui está diferente do meu disco, mas é esse aí).

Não foi surpresa perceber que tinha adquirido o melhor registro dos quartetos de Bartók. Rude, sombrio e preciso. Ouçam o quarteto n.4 (o último movimento avassalador) pra entenderem o que falo. E o n.3 é um exemplo de precisão. O pouco valorizado quarteto n.6 aqui ganha sua melhor defesa, é sombrio e magistral até não poder mais.

Enfim, senhores, este post foi uma homenagem a esta rara (espero que não mais) e fascinante gravação dessas obras clássicas.

Béla Bartók (1881-1945) – Os 6 Quartetos de Cordas (Juilliard)

Disco 1

1. String Quartet No.1, Sz. 40 (Op.7) – Lento
2. Allegretto
3. Introduzione. Allegro – Allegro vivace

4. String Quartet No.2, Sz. 67 (Op.17) – Moderato
5. Allegro molto capriccioso
6. Lento

7. String Quartet No.3, Sz. 85 – Moderato
8. Allegro
9. Ricapitulazione della prima parte. Moderato
10. Coda.Allegro molto

Disco 2

1. String Quartet No.4, Sz. 91 – Allegro
2. Prestissimo, con sordino
3. Non troppo lento
4. Allegretto pizzicato
5. Allegro molto

6. String Quartet No.5, Sz. 102 – Allegro
7. Adagio molto
8. Scherzo. Alla bulgarese
9. Andante
10. Finale

11. String Quartet No.6, Sz. 114 – 1. Mesto – Vivace
12. Mesto – Marcia
13. Mesto – Burletta (Moderato)
14. Mesto

The Juilliard String Quartet

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Engomados e rudes: perfeitos!

CDF

Kurt Weill (1900-1950): The Seven Deadly Sins / Mahagonny Songspiel (Lemper / RIAS Berlin / Mauceri)

Kurt Weill (1900-1950): The Seven Deadly Sins / Mahagonny Songspiel (Lemper / RIAS Berlin / Mauceri)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Kurt Weill foi um imenso compositor alemão, autor de numerosas canções e da Ópera dos Três Vinténs, transposição da Ópera dos Mendigos, de Pepusch, com texto de Bertold Brecht. Weill nasceu numa família judaica muito religiosa (o seu pai era cantor numa sinagoga), e mostrou talento musical desde tenra idade. Estudou composição musical no Conservatório de Berlim com Ferruccio Busoni. Colaborou com Bertolt Brecht em finais da década de 1920 na produção e criação de óperas e musicais, como Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny, A Ópera dos Três Vinténs e Os Sete Pecados Mortais.

ute_lemperUte Lemper é um daqueles talentos inexplicáveis. Ouçam o que é sua voz! E ela, além de cantora, é bailarina e atriz de primeira linha. Imaginem que Maurice Béjart compôs para ela o ballet La Morte Subite, estreado em Paris em 1990. Ela também participou da encenação de Pina Bausch Kurt Weill Revue. Artista eclética e inquieta (além de cantar e interpretar realizou várias exposições de pintura neo-expressionista), colaborou com numerosos cantores e compositores norte-americanos e europeus, entre os quais Michael Nyman (com quem fez o disco Songbook), Tom Waits, Elvis Costello, Philip Glass e Nick Cave. Como se não bastasse, ainda teve três em seus 61 anos.

Kurt Weill (1900-1950): The Seven Deadly Sins / Mahagonny Songspiel

1. Seven Deadly Sins: Prologue: Andante sostenuto – Ute Lemper
2. Seven Deadly Sins: Sloth: Allegro vivace – Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
3. Seven Deadly Sins: Pride: Allegretto, quasi andantino – Ute Lemper
4. Seven Deadly Sins: Anger: Molto agitato – Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth/Ute Lemper
5. Seven Deadly Sins: Gluttony: Largo – Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
6. Seven Deadly Sins: Lust: Moderato – Ute Lemper
7. Seven Deadly Sins: Avarice: Allegro giusto – Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
8. Seven Deadly Sins: Envy: Allegro non troppo – Ute Lemper
9. Seven Deadly Sins: Epilogue: Andante sostenuto – Ute Lemper

10. Mahagonny Songspiel, Part One: Prologue: No.1: Allegro non troppo – Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
11. Mahagonny Songspiel, Part One: Prologue: Kleiner March: Poco meno – Rias Berlin Sym/Mauceri
12. Mahagonny Songspiel, Part One: Prologue: No.2: Moderato – Susanne Tremper/Ute Lemper
13. Mahagonny Songspiel, Part Two: Life in Mahagonny: No.3a: Vivace – Rias Berlin Sym/Mauceri
14. Mahagonny Songspiel, Part Two: Life in Mahagonny: No.3: Allegro un poco moderato – Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
15. Mahagonny Songspiel, Part Two: Life in Mahagonny: No.4a: Vivace assai – Rias Berlin Sym/Mauceri
16. Mahagonny Songspiel, Part Two: Life in Mahagonny: No.4: Moderato assai – Susanne Tremper/Ute Lemper/Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
17. Mahagonny Songspiel, Part Two: Life in Mahagonny: No.5a: Sostenuto – Rias Berlin Sym/Mauceri
18. Mahagonny Songspiel, Part Two: Life in Mahagonny: No.5: Lento – Susanne Tremper/Ute Lemper/Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth
19. Mahagonny Songspiel, Part Three: Finale: No.6: Largo – Susanne Tremper/Ute Lemper/Helmut Wildhaber/Peter Haage/Thomas Mohr/Manfred Jungwirth

Ute Lemper
Susanne Tremper
Helmut Wildhaber
Peter Haage
Thomas Mohr
Manfred Jungwirth
Jeff Cohen
RIAS Berlin Sinfonietta
John Mauceri

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Bertolt Brecht com seu charuto enquanto Kurt Weill sorri
Bertolt Brecht com seu charuto enquanto Kurt Weill sorri

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Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia nº 4, “Romântica” (Harnoncourt, Concertgebouw Amsterdam)

Chegando perto do fim deste ano de muito Bruckner, um disco que ainda não estava nos acervos deste blog mas muita gente aqui deve conhecer, pois é uma gravação que circulou bastante nos últimos 25 anos. Embora não fosse um especialista no repertório do romantismo tardio, Harnoncourt tornou-se, nos anos 1990, um maestro respeitadíssimo em termos de Bruckner, com certas diferenças com relação à geração anterior, a de Jochum, Celibidache e Wand. Assim como o seu Beethoven, aqui temos um Bruckner cheio de energia, firmeza e outras qualidade que vão na direção contrária daquele estereótipo do compositor cheio de repetições um tanto tediosas…

“Eu não podia evitar Bruckner”, Nikolaus Harnoncourt admite. Sua visão de Bruckner repousa em reflexões sobre a enigmática personalidade do compositor. “As pessoas costumam pensar sobre ele como o organista de Deus sentado em uma igreja e tocando o órgão. E é assim que ele lida com os naipes orquestrais. É assim que aprendemos a vê-lo. Mas há esses notáveis elementos de scherzo, também nos seus movimentos iniciais e finais, e há relatos de que, na sua juventude, ele foi um bom músico de peças dançantes – o que os austríacos chamam um “Bratlgeiger”, ou seja, alguém que toca violino em tavernas. Ele deve ter sido um bom violinista. Isso me ajuda bastante na performance das suas obras: elas têm algo de muito físico, no sentido de movimento rítmico.”
“O que motivou essa Quarta Sinfonia foi a experiência de Lohengrin. Para Bruckner, era o auge do Romantismo em música. Deve ter sido uma experiência incrível para ele, musicalmente. Contudo, temente a Deus como ele era, era o típico anti-wagneriano. O modo como ele se enfeitiçou pelo som de Wagner me lembra o modo como Tannhäuser sucumbe a Venus. Ser arrebatado assim por Wagner era equivalente a um pecado para Bruckner. Tenho a impressão de que ele pensou que tinha que ir confessar seus pecados.”
“Sempre me perguntam o quão religiosa a pessoa deve ser para tocar Bruckner. Não acho que isso importe. Ele era um homem bastante religioso, mas na sua arte ele deve ter se sentido como alguém que estava sempre mexendo com algo proibido. Isso sugere que ele não era fixado por dogmas.”
– Nikolaus Harnoncourt (1929-2016), no livreto do disco.

Anton Bruckner (1824-1896): Symphony No. 4 in E-flat major – “Romantic” – 1878/80 version
01 – I – Bewegt, nicht zu schnell
02 – II – Andante quasi Allegretto
03 – III – Scherzo. Bewegt – Trio. Nicht zu schnell. Keinesfalls schleppend
04 – IV – Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell

Royal Concertgebouw Orchestra, Amsterdam
Nikolaus Harnoncourt, regente
Recorded: Concertgebouw Amsterdam, 1997

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Anton Bruckner em tempos de bigodinho preto

Pleyel

Franz Schubert (1797-1828): Sonatas (Sonatinas) para Violino e Piano (Kang, Devoyon)

Franz Schubert (1797-1828): Sonatas (Sonatinas) para Violino e Piano (Kang, Devoyon)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD maravilhoso com a música de Schubert. Embora composições para violino e piano não sejam geralmente consideradas como parte das obras-primas de Schubert, elas são imensamente agradáveis ​​e lindamente tocadas aqui por Don-Suk Kung e Pascal Devoyon. Embora essas obras tenham sido gravadas antes por luminares como Isaac Stern, Arthur Grumiaux, Gidon Kremer et al., esta gravação é tão boa quanto. Ouvi este CD 3 vezes de enfiada. Tenho o original, claro. As duas últimas faixas apareceram com problemas no meu CD Player, mas o restante do CD é tão bom que não tô nem aí. Pode pular à vontade. Não sei o que aconteceu na conversão para mp3, mas às vezes os problemas somem.

Franz Schubert (1797-1828): Sonatas (Sonatinas) para Violino e Piano (Kang, Devoyon)

Fantasy in C Major, D. 934
1 Fantasy in C Major, D. 934 24:12

Violin Sonata (Sonatina) in D Major, Op. 137, No. 1, D. 384
2 I. Allegro molto 04:12
3 II. Andante 04:14
4 III. Allegro vivace 04:09

Violin Sonata (Sonatina) in A Minor, Op. 137, No. 2, D. 385
5 I. Allegro moderato 06:39
6 II. Andante 06:27
7 III. Menuetto: Allegro 02:26
8 IV. Allegro 05:05

Violin Sonata (Sonatina) in G Minor, D. 408
9 I. Allegro giusto 05:07
10 II. Andante 04:47
11 III. Menuetto 02:35
12 IV. Allegro moderato 04:00

Total Playing Time: 01:13:53

Devoyon, Pascal: Piano
Kang, Dong-Suk: Violino

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Retrato a óleo de Schubert | De Gabor Melegh (1827)

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George Friedrich Handel (1685-1759): Italian Cantatas (Kozená / Minkowski)

George Friedrich Handel (1685-1759): Italian Cantatas (Kozená / Minkowski)

Uma imensa cantora e uma baita orquestra para revelar as Cantatas Italianas de Handel, antes desconhecidas para mim. O alemão não consegue ser “italiano” como foi depois “inglês”, mas as cantatas são de muito alto nível musical. Marc Minkowski e Magdalena Kozená matam a pau. A cantora realiza mais uma de suas grandes atuações, e Minkowski traz seu habitual entusiasmo e qualidade. Notem como o jovem Handel já estava interessado nos colorido orquestral, algo nada comum numa época em que os timbres não eram considerados conteúdo, sendo até intercambiáveis.

George Friedrich Handel (1685-1759): Italian Cantatas (Kozená / Minkowski)

Il deliro amoroso “Da quel giorno fatale”
1) Sonata (Introduzione) [4:44]
2) Recitativo “Da quel giorno fatale” [0:55]
3) Aria “Un pensiero voli in ciel” [8:24]
4) Recitativo “Ma fermati pensier” [1:14]
5) Aria “Per te lasciai la luce” [7:36]
6) Non ti bastava, ingrato [0:59]
7) Aria “Lascia omai”/Recitativo “Ma siamo” [5:29]
8. Entree [2:06]
9) Arietta e Recitativo “In queste amene piagge” [2:35]

La Lucrezia “O Numi eterni”, Cantata HWV 145
10) Recitativo “O Numi eterni” [1:01]
11) Aria “Giù superbo del mio affanno” [5:20]
12) Recitativo “Mai voi, forse nel cielo” [0:44]
13) Aria “Il suol che preme” [2:50]
14) Recitativo “Ah! che ancor”/Furioso [1:28]
15) Arioso “Alla salma infedel” [3:00]
16) Recitativo “A voi, a voi padre” [0:54]
17) Arioso “Già nel seno”/Furioso [1:37]

Il consiglio “Tra le fiamme”, Cantata HWV 170
18) Aria “Tra le fiamme tu scherzi”/Recitativo [6:35]
19) Aria “Pien di nuove”/Recitativo [4:17]
20) Aria “Voli per l’aria”/Recitativo [2:52]
21) Aria “Tra le fiamme” – Da capo/A [2:30]

Magdalena Kozená
Les Musiciens du Louvre
Marc Minkowski

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Sei lá, eu gosto.
Sei lá, eu gosto.

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Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Bach Restored – Combattimento

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Bach Restored – Combattimento

O excelente conjunto holandês ‘Combattimento’ fez um incrível trabalho de arqueologia musical aqui neste CD, reconstruindo quatro Concertos de Bach e uma Partita. O texto abaixo foi retirado do site da gravadora, a Etcetera :

This CD contains five new reconstructions of lost works by Bach, known only through later arrangements by the master himself. They were all made by Pieter Dirksen, Combattimento’s harpsichordist and renowned Bach researcher. Central here are the two Concertos for three harpsichords and strings BWV 1063 and 1064, which are in fact very difficult to realize convincingly in their surviving form. These monumental compositions appear here in a considerably reduced scorings – BWV 1063r for two violins, strings and continuo, BWV 1064r for three violins, two violas and continuo – which brings out the beauty of Bach’s music in a convincing way. The collection also includes the well-known Violin Concerto in G minor BWV 1056r (albeit with a completely “new” middle movement reconstructed on the basis of a 7-bar fragment), the Partita for lute or harpsichord BWV 997 in its alleged original form for violin and lute, and a reconstruction of Bach’s “little” Harpsichord Concerto in D minor BWV 1059r. 

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Bach Restored – Combattimento

É um trabalho realizado com muita dedicação e paixão pela obra de Bach, feito por gente que vive e respira a obra de Johann Sebastian vinte e quatro horas por dia. Vale e muito a pena conhecer.

1. Concerto for two violins in D minor, BWV 1063r: I. Allegro
2. Concerto for two violins in D minor, BWV 1063r: II. Alla Siciliana
3. Concerto for two violins in D minor, BWV 1063r: III. Allegro
4. Concerto for violin in G minor, BWV 1056r: I. Allegro
5. Concerto for violin in G minor, BWV 1056r: II. Largo
6. Concerto for violin in G minor, BWV 1056r: III. Presto
7. Concerto for three violins in D major, BWV 1064r: I. Allegro
8. Concerto for three violins in D major, BWV 1064r: II. Adagio
9. Concerto for three violins in D major, BWV 1064r: III. Allegro
10. Partita for violin and lute in G minor, BWV 997r: I. Preludio
11. Partita for violin and lute in G minor, BWV 997r: II. Fuga
12. Partita for violin and lute in G minor, BWV 997r: III. Sarabande
13. Partita for violin and lute in G minor, BWV 997r: IV. Gigue
14. Partita for violin and lute in G minor, BWV 997r: V. Double
15. Concerto for harpsichord in D minor, BWV 1059r: I. Allegro
16. Concerto for harpsichord in D minor, BWV 1059r: II. Adagio
17. Concerto for harpsichord in D minor, BWV 1059r: III. Presto

Combattimento

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FDP

.: interlúdio :. Wes Montgomery: Full House

.: interlúdio :. Wes Montgomery: Full House

Já estamos quase na sexta-feira e o final de semana se aproxima benfazejo; este cão inicia os trabalhos – no clima e no temperamento, ao menos – jogando alto com a intensidade e a vivacidade do jazz de Wes Montgomery.

Aos que precisam de apresentações, não percamos tempo: eis o homem que verteu Django Reinhardt para o jazz e fez da guitarra um instrumento de solo no bop. Clichês à parte, Wes reinventou a guitarra com seu estilo – que não apenas se tornou referencial para todos os guitarristas de jazz posteriores mas encantou cérebros como os de Jimi Hendrix. Não falo muito de técnica porque não muito entendo, e também porque nem sempre é necessário; mas este era um músico que, além de tocar sem palheta, podia dobrar o dedão pra trás até tocar o punho. (Nossa sorte é que ele não se deixou envolver pela gypsy music.)

“Full House” foi gravado em 25 de junho de 1962 no Tsubo, um bar de jazz na Califórnia. O acompanhamento é excelente: o Winton Kelly Trio, que tocava com sempre exigente Miles Davis, e Johnny Griffin, talentoso e veloz saxofonista, amigo dos tempos em que tocaram com Lionel Hampton. Miles estava na cidade e o trio tinha uma noite livre. Toparam fazer um show e em breve mandavam o trompetista às favas para gravar com Wes. Em estúdio, Wes é brilhante; mas nos registros ao vivo, sua música irrompe dos alto falantes para existir como no instante em que foi captada. Mágico assim. A abertura, homônima, tem um dos riffs easy-living mais memoráveis do jazz. De súbito, o solo de Wes cresce com harmonia e suavidade; a seção rítimca insiste em dissonâncias e o guitarrista responde os desafios com mais notas suavemente colocadas nas esquinas do tema. Quer dizer, se você não for cativado pelos 3 minutos do primeiro solo de Full House, tente de novo após uma dose de uísque. Esse é o solo que, uma vez assimilado, vai ser o parâmetro de todos os outros. Momento de gênio em bits digitais? Não deixe passar. Wes é daqueles que toca com a banda, e que surge daqui é um dos menires que marca toda a história.

A faixa dois é a outra face: as baladas. Canções suaves e dedilhadas em notas médias, gentis e suaves e quase bossa nova (no espírito). Uma pausa antes de Blue ‘n’ Boogie, de Gillespie – ou seja, um hard bop de tirar o fôlego) e de Carlba, um swing verdadeiramente rejuvenescedor. Come Rain or Come Shine vem com take duplo (assim como a seguinte, S.O.S. – o rip é da versão desse ano, da Original Jazz Classicas); no take 2, além da qualidade melhor no som, Wes está mais solto, menos preso ao tema. S.O.S tem um riff dobrado de sax e guitarra em alta velocidade que é genial; no take 3, se ouve o sax um pouco mais alto. O encerramento, Born to be Blue, é uma desaquecida – como de costume de Wes, que também gostava de fechar os shows com (uma leitura fantástica de) Round About Midnight, de Monk. Outra balada virtuosa e contemplativa, em solos que deixam refletir a música recém adquirida. A música de Wes Montgomery é generosa e deixa os ouvintes gratificados.

Como fica claro, é um dos meus preferidos entre os preferidos. Ataquem-no!

Post ampliado + links revalidados nov/2011. Ainda bem que o link daquela cópia em 128k expirou; agora o temos em sabor V0. Pra não perder o trem da edição do post, adicionei ainda Far Wes, disco de 1958, tempo em que o jovem Wes ainda era um obscuro guitarrista; neste, que é apenas seu segundo disco, ele começaria a ganhar a atenção devida. A formação tem como base o Montgomery Trio, e as composições próprias já demonstram o caminho que hoje bem conhecemos. No entanto o par de faixas superiores no disco é de outrem: Hymn for Carl e Monk’s Shop se destacam e grudam no ouvido sem pedir licença.

Wes Montgomery – Full House /1962 [V0]
Wes Montgomery, guitar; Johnny Griffin, tenor sax; Wynton Kelly, piano; Paul Chambers, bass; Jimmy Cobb, drums. Produzido por Orrin Keepnews para a Riverside
download – mediafire /60mB

01 Full House (Montgomery) – 9’14
02 I’ve Grown Accustomed to Her Face (Lerner, Loewe) – 3’18
03 Blue ‘n’ Boogie (Gillespie, Paparelli) – 9’31
04 Cariba take 2 (Montgomery) – 9’35
05 Come Rain or Come Shine take 2 (Mercer, Arlen) – 6’49
06 Come Rain or Come Shine take 1 – 6’49
06 S.O.S. take 3 (Montgomery) – 4’57
06 S.O.S. take 2 – 4’57
07 Born To Be Blue (Tormé, Wells) – 7’23

American jazz guitarist Wes Montgomery (1923-1968) performs with a Gibson L-5 semi acoustic guitar during a recording for the television series ‘Tempo’at ABC TV television studios in May 1965. (Photo by Popperfoto via Getty Images)

Boa audição!
Blue Dog

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788): Concerto Duplo para Cravo, Pianoforte e Orquestra, Sonatina para 2 Cravos e Orquestra, Concerto Duplo para 2 Cravos e Orquestra (Leonhardt, Immerseel, Curtis, Kelley, Collegium Aureum)

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788): Concerto Duplo para Cravo, Pianoforte e Orquestra, Sonatina para 2 Cravos e Orquestra, Concerto Duplo para 2 Cravos e Orquestra (Leonhardt, Immerseel, Curtis, Kelley, Collegium Aureum)

O conjunto Collegium Aureum foi fundado em 1962 na Alemanha, e sua especialidade é a música barroca tocada em instrumentos e informação de época. Vou trazer nas próximas postagens, algumas pérolas que este extraordinário conjunto gravou em seus cinquenta e três anos de existência. Nesta primeira postagem, temos dois concertos duplos de C.P.E. Bach, o filho mais talentoso do nosso mentor Johann Sebastian. A formação é um tanto quanto exótica, mas serve para melhor compreendermos o processo de transição entre e o barroco e o classicismo, e a ascensão do pianoforte enquanto instrumento solista. E só tem fera nessas gravações, gente que respira música barroca já há décadas, como Gustav Leonhardt, Alan Curtis e Jos van Immerseel.

Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788): Concerto Duplo para Cravo, Pianoforte e Orquestra, Sonatina para 2 Cravos e Orquestra, Concerto Duplo para 2 Cravos e Orquestra (Leonhardt, Immerseel, Curtis, Kelley, Collegium Aureum)

Doppelkonzert fur Cembalo, Fortepiano und Orchester Es-dur Wq.47 –

1.1 Allegro di molto
2.2 Larghetto
3.3 Presto

Eric Lynn Kelley – Harpsichord
Jos van Immerseel – Fortepiano

Sonatine fur 2 Cembali und Orchester D-dur Wq.109

4 Presto – Tempo di Minuetto

Eric Lynn Kelley – Harpsichord

Doppelkonzert fur 2 Cembali, Fortepiano und Orchester F-dur Wq. 46

5.1 Allegro
6.2 Largo
7.3 Allegro assai

Alan Curtis – Fortepiano
Gustav Leonhardt – Harpsichord
Collegium Aureum

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A lição de música (Vermeer)

FDP

 

.: interlúdio :. Jaco Pastorius (1976)

.: interlúdio :. Jaco Pastorius (1976)

Para qualquer fã sério de jazz fusion — não sou um deles –, o lançamento do álbum solo de estreia de Jaco Pastorius não foi nenhuma surpresa. Em grande parte autodidata, aos 22 anos ele já dava aulas de baixo na Universidade de Miami, onde criou uma forte amizade com o guitarrista Pat Metheny, que levaria os dois a gravarem juntos, lançando um LP nada conhecido (simplesmente intitulado Jaco) em 1974. Mas foi só quando ele se tornou um membro do fusion Weather Report que o começou a deixar sua marca. Jaco Pastorius, disco lançado em 1976, é uma vitrine para os talentos incríveis do baixista, sem mencionar sua maturidade como compositor. Junto com no estúdio estavam ninguém menos que alguns dos melhores músicos de jazz da época: Herbie Hancock, Wayne Shorter, Lenny White, David Sanborn, Hubert Laws e Michael Brecker. Até mesmo as lendas do soul / R&B Sam & Dave fazem uma aparição. Acho que este é o disco menos impressionante de Pastorius. Depois ele fez coisa muito melhor, em trabalhos próprios e de outros. Claramente, Jaco Pastorius era um mestre que morreu em circunstâncias trágicas em 1987 aos 35 anos. Jaco permanecerá para sempre um dos baixistas mais proeminentes que o mundo já ouviu. Ele tinha 24 anos quando gravou este disco.

Jaco Pastorius (1976)

1 Donna Lee
Bass – Jaco Pastorius
Congas – Don Alias
Written-By – Charlie Parker

2 Come On, Come Over
Baritone Saxophone – Howard Johnson (3)
Bass Trombone – Peter Graves
Bass, Arranged By [Horns] – Jaco Pastorius
Congas – Don Alias
Drums – Narada Michael Walden
Keyboards – Herbie Hancock
Saxophone [Alto Solo] – David Sanborn
Tenor Saxophone – Michael Brecker
Trumpet – Randy Brecker, Ron Tooley
Vocals – Sam & Dave
Written-By – B. Herzog*

3 Continuum
Bass – Jaco Pastorius
Bells – Don Alias
Drums – Lenny White
Electric Piano [Fender Rhodes] – Alex Darqui, Herbie Hancock

4 Kuru / Speak Like A Child
Bass, Arranged By [Strings] – Jaco Pastorius
Cello – Beverly Lauridsen, Charles McCracken, Kermit Moore
Conductor [Strings] – Michael Gibbs
Congas, Bongos – Don Alias
Drums – Bobby Economou
Piano – Herbie Hancock
Viola – Manny Vardi*, Julian Barber*, Selwart Clarke
Violin – Harold Kohon, Harry Cykman, Harry Lookofsky, Joe Malin, Paul Gershman
Violin, Concertmaster – David Nadien
Written-By [Speak Like A Child] – H. Hancock*

5 Portrait Of Tracy
Bass – Jaco Pastorius
6 Opus Pocus
Bass – Jaco Pastorius
Drums – Lenny White
Electric Piano [Fender Rhodes] – Herbie Hancock
Percussion – Don Alias
Soprano Saxophone – Wayne Shorter
Steel Drums [Alto Pans] – Othello Molineaux
Steel Drums [Tenor Pans] – Leroy Williams (21)

7 Okonkolé Y Trompa
Bass – Jaco Pastorius
Congas, Bata [Okonkolo, Iya], Afoxé [Afuche] – Don Alias
French Horn – Peter Gordon (8)
Written-By – D. Alias*

8 (Used To Be A) Cha-Cha
Bass – Jaco Pastorius
Congas – Don Alias
Drums – Lenny White
Piano – Herbie Hancock
Piccolo Flute – Hubert Laws

9 Forgotten Love
Arranged By [Strings], Conductor [Strings] – Michael Gibbs
Cello – Alan Shulman
Double Bass – Homer Mensch, Richard Davis (2)
Piano – Herbie Hancock
Viola – Al Brown*
Violin – Arnold Black, Matthew Raimondi, Max Pollikoff

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Pastorius foi o GOAT dos baixistas.

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Franz Schubert (1797-1828): Quartetos de Cordas Nº 14 & 12 (Kodály)

Franz Schubert (1797-1828): Quartetos de Cordas Nº 14 & 12 (Kodály)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande disco! Os últimos anos da vida de Schubert foram toldados por problemas de saúde e a ideia de morte era familiar. Afinal, sua mãe tinha tido quatorze filhos, dos quais apenas cinco sobreviveram, uma proporção estatística nada incomum na época. Seu Quarteto de Cordas “A Morte e a Donzela” foi escrito em março de 1824, antes de um verão feliz, passado novamente em Zseliz como tutor das filhas do Conde Johann Karl Esterhazy. Este é, no entanto, um momento na vida de Schubert em que a doença e os pensamentos de morte ocupariam sua mente. O Quarteto traz a morte em seu coração. A peça é chamada de “A Morte e a Donzela” porque foi baseada em um poema alemão de mesmo título retratando uma jovem caminhando inocentemente enquanto a Morte paira sobre ela. O Quarteto Kodály, com seu belo som e concepção, arrasa.

Franz Schubert (1797-1828): Quartetos de Cordas Nº 14 & 12 (Kodály)

String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810, “Death and the Maiden”
1 I. Allegro 17:08
2 II. Andante con moto 15:52
3 III. Scherzo: (Allegro molto) 04:07
4 IV. Presto 09:54

String Quartet No. 12 in C Minor, D. 703, “Quartettsatz”
5 Allegro assai 10:20

Kodály Quartet

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Este é o Quarteto Kodály em foto super natural, nada posada

PQP

.: interlúdio :. The Very Best of Julie London ֎

.: interlúdio :. The Very Best of Julie London ֎

The Very Best of Julie London

With minor adjustments…

A small voice makes a big stir

(Uma pequena voz causa um enorme rebuliço) era a chamada de uma reportagem de capa da revista Life em 1957 sobre Julie London, cantora e atriz loura, incandescente.

Ela nasceu Julie Peck na ensolarada Califórnia e seus pais eram do show business. Originalmente de Santa Rosa, mudou-se para Los Angeles e como milhares de garotas esperava uma oportunidade no cinema, o que acabou acontecendo. Era amante de jazz e em 1955 gravou um LP – Julie is her Name – com a música Cry me a River, que chegou a ser a nona posição do Billboard Hot 100.

Nos anos que se seguiram seus discos eram esperados ansiosamente pelo seu público por suas canções sussurradas ao microfone com uma voz de contralto sensualíssima e pelas capas nas quais ela aparecia em poses provocantes. Seu terceiro LP, em 1956 – Calendar Girl – trazia uma foto sua para cada mês do ano. Julie London foi uma cantora absolutamente espetacular. Ela admirava Billie Holiday e usava sua própria voz com maestria e inteligência. E apesar dessa imagem de mulher fatal, era uma pessoa muito reservada.

Julie London certamente escolhia seu repertório explorando esse aspecto sedutor, com canções românticas – torch songs, com títulos bem provocantes, como I’m in the Mood for Love, Make Love to Me, Your Number Please, Love Letters. O humor certamente fazia parte, como em Nice Girls Don’t Stay for Coffee ou Easy Does It.

Seu último LP com o provocante nome Yummi, Yummi, Yummi, foi lançado em 1969 trazendo a gravação de Light my Fire. Ela continuou trabalhando como atriz. Entre 1972 e 1977 ela fez o papel de Dixie McCall, a enfermeira-chefe na série Emergency, ao lado de seu marido, Bobby Troup.

Para essa seleção de músicas comecei com um álbum duplo – The Very Best of Julie London. Este álbum foi lançado no Brasil em dois volumes, mas com menos músicas do que o lançamento americano. Eu acabei escolhendo as músicas que eu gosto mais, que ouço mais frequentemente. Depois acrescentei algumas de outros LPs, mas isso cabe a você descobrir.

Tentei fazer um balanço entre as músicas românticas e aquelas mais sapecas, como Fly Me to the Moon, Let There Be Love, Wonderful ou a deliciosa Makin’ Whoopee. Ela, como californiana e atriz de filmes de faroeste, tinha uma queda pelas músicas cantadas em espanhol. Um de seus LPs – Latin in a Satin Mood – tem esse repertório, é claro que com a perspectiva americana, mas eu acho sensacional. Escolhi daí algumas músicas que estão no fim do primeiro arquivo, além de Swain (Quien será?). Você poderá ouvir uma espetacular gravação de uma música que o boss da nossa corporation jura ter sido copiada quase literalmente por um compositor romântico em seu único concerto para piano, escrito para sua amada e idolatrada esposa. A inspiração deve ter sido captada pelo título da música: Besame Mucho.

Julie também era sensível às novas tendências musicais, como você poderá ouvir nas canções Slightly out of Tune, mais conhecida pelo título original – Desafinado, e a já mencionada Light my Fire, da banda Doors e sucesso na voz de José Feliciano.

Preste bastante atenção aos acompanhamentos, que variam de canção para canção, afinal trata-se de uma compilação. Desde violinos em alguns números, passando por outras mais intimistas, com formações típicas de grupos de jazz. Na seleção você encontrará canções que se tornaram famosas nas vozes de Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Billie Holiday, e que encontraram em Julie London uma grande intérprete.

The Very Best of Julie London!

Volume 1

  1. Fly Me To The Moon (In Other Words) (Bart Howard)
  2. Cry Me A River (Arthur Hamilton)
  3. Blue Moon (Richard Rodgers & Lorenz Hart)
  4. Sway (Quien será?) (Luis Demetrio & Pablo Bestrán Ruiz)
  5. When I Fall In Love (Victor Young & Edward Heyman)
  6. Misty (Erroll Garner)
  7. Slightly Out Of Tune (Desafinado) (Tom Jobim)
  8. Let There Be Love (Lionel Rand)
  9. How Deep Is the Ocean (Irving Berlin)
  10. Makin’ Whoopee (Walter Donaldson & Gus Kahn)
  11. The More I See You (Harry Warren)
  12. A Taste Of Honey (Bobby Scott & Ric Marlow)
  13. Black Coffee (Sonny Burke & Paul Francis Webster)
  14. Blues In The Night (Harold Arlen)
  15. ‘Round Midnight (Thelonius Monk)
  16. As Time Goes By (Herman Hupfeld)
  17. Frenesi (Alberto Domínguez)
  18. Be Mine Tonight (Noche De Ronda) (Agustin Lara)
  19. Yours (Quierme Mucho) (Gonzalo Roig)
  20. Bésame Mucho (Consuelo Velasquez)

Volume 2

  1. I Left My Heart In San Francisco (George Cory & Douglass Cross)
  2. Diamonds Are A Girl’s Best Friend (Leo Robin & Jule Styne)
  3. Goody Goody (Matty Malneck)
  4. Light My Fire (Robby Krieger – The Doors)
  5. Body And Soul (Johnny Green)
  6. God Bless The Child (Billie Holiday)
  7. They Can’t Take That Away From Me (George Gershwin)
  8. I’ve Got You Under My Skin (feat. Bud Shank Quintet) (Cole Porter)
  9. Summertime (George Gershwin)
  10. Love For Sale (Cole Porter)
  11. One For My Baby (Harold Arlen & Johnny Mercer)
  12. You Belong To My Heart (Solamente Una Vez) (Agustín Lara)
  13. ‘S Wonderful (George Gershwin)
  14. What Is This Thingh Called Love (Cole Porter)
  15. Bewitched, Bothered & Bewildered (Richard Rodgers)
  16. I Gotta A Right To Sing The Blues (Harold Arlen)
  17. Say It Isn’t So (Irving Berlin)

Julie London

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MP3 | 320 KBPS | 232 MB

She had a cool, sultry singing style that never felt forced. Her sophisticated, hip phrasing was deeply nocturnal and consistently relaxed. And she loved off-beat songs and aced them with a beckoning delivery and terrific range backed by seemingly effortless vocal power. Her movie-star looks have nothing to do with her appeal for me. It’s her underappreciated jazz voice and scene-making phrasing that knock me out. [jazzwax.com]

Aproveite!

René Denon

Julie London é o nome dela…

Antonio Vivaldi (1678-1741): Gloria, RV 589, Sinfonia al Santo Sepolcro, RV 169, Laetatus Sum (Psalm 122), RV 607, Magnificat, RV 610b, Laudate Dominum omnes gentes (Psalm 117), RV 606, Sonata à 4 al Santo Sepolcro, RV 130, In Exitu Israel (Psalm 114). RV 604 (Parrott)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Gloria, RV 589, Sinfonia al Santo Sepolcro, RV 169, Laetatus Sum (Psalm 122), RV 607, Magnificat, RV 610b, Laudate Dominum omnes gentes (Psalm 117), RV 606, Sonata à 4 al Santo Sepolcro, RV 130, In Exitu Israel (Psalm 114). RV 604 (Parrott)

Retorno às postagens de música sacra com um ousado projeto de Andrew Parrott e seu Taverner Consort and Players. Ousado pelo fato de Parrott só ter escolhido vozes femininas para seu coral, além das solistas.

Vivaldi was well known as, among other things, the music director of the famous all-girl orchestra of the Ospedale della Pietà orphanage in Venice, for which he wrote many of his most famous sacred works, including the Gloria. Andrew Parrott is the first to try recording these works with an all-female cast (well, singers, anyway). He handles the published SATB scoring by simply transposing the tenor and bass parts up an octave–the resulting chords are occasionally surprising but always persuasive. The Magnificat and the short Psalm settings are less familiar but equally convincing. Parrott includes some beautifully sung plainchant; the Taverner Players make the Sonatas (is “sublime” too strong a word for Vivaldi?) exquisite. –Matthew Westphal

Andrew Parrott é um grande especialista no repertório vocal barroco, e esta sua versão para esta obra tão conhecida de Vivaldi se utilizando apenas de coral feminino mostra que ele não teme experimentar, e o cd chega a ter momentos realmente magníficos. Espero que apreciem como eu apreciei e ainda aprecio.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Gloria, RV 589, Sinfonia al Santo Sepolcro, RV 169, Laetatus Sum (Psalm 122), RV 607, Magnificat, RV 610b, Laudate Dominum omnes gentes (Psalm 117), RV 606, Sonata à 4 al Santo Sepolcro, RV 130, In Exitu Israel (Psalm 114). RV 604 (Parrott)

1 Kyrie `cum Jubilo` (Canto Gregoriano) 1:43

2 Gloria RV 589, I. Gloria In Excelsis Deo 2:28
3 Gloria RV 589, II. Et In Terra Pax 4:47
4 Gloria RV 589, III. Laudamus Te 2:33
5 Gloria RV 589, IV. Gratias Agimus Tibi 0:28
6 Gloria RV 589, V. Propter Magnam Gloriam Tuam 0:55
7 Gloria RV 589, VI. Domine Deus 3:24
8 Gloria RV 589, VII. Domine Fili unigente 2:18
9 Gloria RV 589, VIII. Dominus Deus, Agnus Dei 4:39
10 Gloria RV 589, IX. Qui Tollis Peccata Mundi 1:11
11 Gloria RV 589, X. Qui Sedes Ad Dexteram Patris 2:30
12 Gloria RV 589, XI. Quoniam Tu Solus Sanctus 0:51
13 Gloria RV 589, XII. Cum Sancto Spiritu 3:04

14 Sinfonia `Al Santo Sepolcro` RV 169 3:51

15 Laetatus Sum RV 607 (Psalm 121) 3:36

16 Hymnus, Ave Maria Stella (Canto Gregoriano) 3:26

17 Magnificat RV 610b, I. Magnificat Anima Mea 1:01
18 Magnificat RV 610b, II. Et Exultavit 2:15
19 Magnificat RV 610b, III. Et Misericordia 3:23
20 Magnificat RV 610b, IV. Fecit Potentiam 1:18
21 Magnificat RV 610b, V. Esurientes Implevit Bonis 1:33
22 Magnificat RV 610b, VI. Suscepit Israel 0:41
23 Magnificat RV 610b, VII. Sicut Locutus Est 1:21
24 Magnificat RV 610b, VIII. Gloria Patri 1:53

25 Antiphona, Salve Regina (Canto Gregoriano) 2:59

26 Laudate Dominum Omnes Gentes RV 606 (Psalm 116) 1:52

27 Sonata ‘Al Santo Sepolcro’ RV 130 3:47

28 In Exitu Israel RV 604 (Psalm 113) 3:52

Composed By – Antonio Vivaldi
Contralto Vocals – Margaret Cable
Mezzo-soprano Vocals – Alison Place, Catherine King
Soprano Vocals – Emily Van Evera, Nancy Argenta
Taverner Consort and Players
Andrew Parrott – Conductor

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Bernini fez o divino orgasmo chegar à escultura da Beata Ludovica Albertoni

FDP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos para Violino, BWV 1041-1043 (La Petite Bande, Sigiswald Kuijken)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos para Violino, BWV 1041-1043 (La Petite Bande, Sigiswald Kuijken)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Claro que hoje há muitas gravações superiores destes concertos, mas essa gravação é daquela época quando o historicamente informado estava começando a surgir. E eu comprei o meu vinil na Inglaterra em 1982 (o disco original de 1981), em minha primeira viagem internacional. Então, não tenho nenhum distanciamento, nenhum. Eu o amo, ele foi uma revelação do quanto Bach poderia ainda melhorar e creiam: jamais ele tinha vindo para o PQP Bach — algo incompreensível, mas verdadeiro. Kuijken e Van Dael — hoje com, respectivamente, 80 e 78 anos — eram talentosos jovens e, bem, ouçam. Posso notar que a versão ainda tem um pouco da falta de cintura da fase Harnoncourt / Leonhardt, mas relevem.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos para Violino, BWV 1041-1043 (La Petite Bande, Sigiswald Kuijken)

Konzert A-moll BWV 1041 Für Violine, Streicher Und Bc. = Concerto A Minor BWV 1041 For Violin, Strings And Bc.
1 Allegro 3:41
2 Andante 6:37
3 Allegro Assai 3:34

Konzert E-dur BWV 1042 Für Violine, Streicher Und Bc. = Concerto E Major BWV 1042 For Violin, Strings And Bc.
4 Allegro–Adagio–Allegro 7:41
5 Adagio 6:39
6 Allegro Assai 2:44

Konzert D-moll BWV 1042 Für 2 Violinen, Streicher Und Bc. = Concerto D Minor BWV 1043 For 2 Violins, Strings And Bc.
7 Vivace 3:43
8 Largo Ma Non Tanto 7:36
9 Allegro 4:41

Cello – Richte van der Meer, Wieland Kuijken
Conductor, Violin [1.] – Sigiswald Kuijken
Harpsichord – Bob van Asperen
Orchestra – La Petite Bande
Viola – Marléen Thiers, Ruth Hesseling
Violin – Alda Stuurop, François Fernandez, Janneke van der Meer, Mihoko Kimura, Thomas Albert (2)
Violin [2.] – Lucy van Dael

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Sigiswald Kuijken

PQP

Kurt Weill (1900 – 1950): Die sieben Todsünden (Os sete pecados capitais), Die Dreigroschenoper (Ópera dos três vinténs) (London Symphony Orchestra, Tilson Thomas)

Kurt Weill (1900 – 1950): Die sieben Todsünden (Os sete pecados capitais), Die Dreigroschenoper (Ópera dos três vinténs) (London Symphony Orchestra, Tilson Thomas)

Tenho profunda admiração pela obra de Bertolt Brecht, talvez o maior dramaturgo do século XX. Obras como Mãe Coragem, Galileu, Ópera dos Três Vinténs, Ascensão e queda da cidade de Mahagony são clássicos que costumo reler e ouvir neste período de vacas magras do mundo teatral. Mas o nome de Brecht é indissociável do compositor Kurt Weill. A dupla foi uma sensação na Alemanha e em outros países da Europa na década de 1920, e algumas de suas canções tornaram-se célebres na America como, por exemplo, “Alabama Song” e “Ballad of Mack the Knife”. Mas “Die Dreigroschenoper” (ópera dos três vinténs) foi sem dúvida o maior sucesso da dupla. Escrita em 1928, a peça recebeu milhares de apresentações na Alemanha e logo por todo o mundo. Ganhou uma versão cinematográfica pouco depois, em 1931. O filme dirigido por Georg Pabst é uma beleza. Não sei se é possível encontrar este filme em DVD no Brasil, mas é um clássico obrigatório. A sensação após o filme é muito estranha: ver uma Alemanha tão despudorada, irônica, criativa e ainda influenciadora do mundo artístico, cair, anos depois, num retrocesso trágico que só agora, várias décadas depois, parece mudar (falo apenas do recente e ótimo cinema alemão, pois nas outras artes não tenho conhecimento de nada).

Mas na verdade posto aqui apenas a versão da “Ópera dos Três Viténs” feita pelo próprio Weill para um ensemble de sopros (no futuro pretendo postar a ópera completa). No entanto esta pequena suíte é tão prazerosa que vai entreter todos os ouvintes da boa música. Ótima mistura das estruturas clássicas com a música de cabaret alemão.

A outra fantástica obra presente aqui é a ópera-ballet Die sieben Todsünden (Os Sete Pecados Capitais), parceria também com Brecht. Essa peça foi escrita em 1933, logo após a fuga de Kurt Weill da alucinação nazista na Alemanha. Cada movimento desta pequena ópera trata um determinado pecado capital no qual passa a heroína, Anna (aliás, interpretada esplendidamente por Julia Migenes). A história se passa nos Estados Unidos e conta basicamente as aventuras de uma garota a procura de trabalho. Ela sonha em comprar uma casinha pra sua família próxima do rio Mississipi. Mas de cidade em cidade, Anna vive um pecado diferente. Mas isso feito por Brecht-Weill de maneira muito irônica e divertida.

A gravação é ótima e já ouvida umas 300 vezes por mim.

Kurt Weill (1900 – 1950): Die sieben Todsünden (Os sete pecados capitais), Die Dreigroschenoper (Ópera dos três vinténs) (London Symphony Orchestra, Tilson Thomas)

The Seven Deadly Sins
Prologue 3:20
Sloth 4:28
Pride 4:29
Anger 4:07
Gluttony 3:30
Lust 5:15
Avarice 2:58
Envy 4:17
Epilogue 1:29

Little Threepenny Music
Overture 1:56
The Ballad Of Mack The Knife 1:57
The Instead-Of-Song 1:54
The Ballad Of The Easy Life 3:08
Polly’s Song 2:45
Tango-Ballad 2:45
Cannon Song 2:35
Threepenny Finale 4:13

Performed by London Symphony Orchestra
with Julia Migenes, Robert Tear, Alan Opie, Stuart Kale, Roderick Kennedy
Conducted by Michael Tilson Thomas

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Weill, Lotte Lenya e Brecht

CDF

Debussy – Images – Saskia Giorgini

O novo CD da pianista italiana Saskia Giorgini me caiu em mãos em junho, ou seja, e aguardou uns dois meses e meio para ser ouvido, pacientemente. E que grande achado que fiz. Na profusão de novos títulos que nos são apresentados quase que diariamente fica difícil de escolher. Fã que sou do selo Pentatone, não hesitei em adquirir o CD, tendo a certeza de que por trás de uma gravadora de qualidade teremos grandes músicos.

Poucos foram os discos que me impactaram tanto já na primeira audição, foi uma grande uma surpresa ouvir este CD que ora vos trago. Um comentarista da internet destacou a alegria incontida da interpretação, e concordo com o comentário, conseguimos ouvir um Debussy limpo, sem vícios, delicioso de se ouvir.

Espero que logo tenhamos a possibilidade de ouvir Saskia Giorgini tocando o indefectível ‘Clair de Lune’, da ‘Suite Bergamasque’ , provavelmente será um deleite para os ouvidos. Ela encara com incrível maturidade e naturalidade um repertório de dificílima execução, aliando sua extrema sensibilidade à uma técnica perfeita. O resultado é um álbum que flui, quase que sem obstáculos.

Enfim, sangue novo em um repertório muito conhecido e explorado, porém ainda cheio de possibilidades, como toda obra de arte que podemos chamar de Clássico. Saskia Giorgini consegue nos apresentar um Debussy de altíssimo nível, e como comentei acima, aguardo ansioso suas próximas gravações.

01. Tarantelle styrienne, L. 69
02. Deux Arabesques, L. 66 No. 1, Andantino con moto
03. Deux Arabesques, L. 66 No. 2, Allegretto scherzando
04. Nocturne in D-Flat Major, L. 82
05. Pour le Piano, L. 59 I. Prélude
06. Pour le Piano, L. 59 II. Sarabande
07. Pour le Piano, L. 59 III. Toccata
08. Estampes, L. 100 I. Pagodes
09. Estampes, L. 100 II. Soirée dans Grenade
10. Estampes, L. 100 III. Jardin sous la Pluie
11. Images, Première serie, L. 110 No. 1, Reflets dans l’eau
12. Images, Première serie, L. 110 No. 2, Hommage à Rameau
13. Images, Première serie, L. 110 No. 3, Mouvement
14. Images, Deuxième série, L. 111 No. 1, Cloches à travers les feuilles
15. Images, Deuxième série, L. 111 No. 2, Et la lune descend sur le temple qui fut
16. Images, Deuxième série, L. 111 No. 3, Poissons d’or
17. L’Isle joyeuse, L. 106 L’isle joyeuse, L. 106

Saskia Giorgini – Piano

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Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 6 e Kindertotenlieder (CDs 8 e 9 de 16) (Bernstein)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 6 e Kindertotenlieder (CDs 8 e 9 de 16) (Bernstein)


Ocupadíssimo e, pior, febril, peço ajuda à web:

Filipe Salles escreveu:

A antítese da Quinta é a Sexta, sinfonia que começa nos mesmos moldes, mas que não termina na resolução dos conflitos propostos, conservando as tensões harmônicas até o final, sendo por isso, conhecida como Sinfonia Trágica. Mahler a escreveu em 1905, quando descobriu que era portador de uma doença genética no coração, e que iria matá-lo em breve. Poucas obras musicais revelam com tamanha perfeição o conflito pessoal que o sufocava, tomando consciência de maneira bastante dura e irrevogável de sua condição humana, e, portanto, mortal. É uma sinfonia pesada, de orquestração maciça, harmonias fortes, mas também não sem encantos, sendo seu Andante uma das páginas mais apaixonadas de Mahler. De qualquer modo, não é uma sinfonia facilmente digerível; o clima angustiante de um herói às voltas com seu próprio limite permeia toda a sinfonia, incessantemente. Ao terminá-la, apesar de estar passando por um período relativamente tranqüilo de vida, viu expurgados anseios íntimos, antigas preocupações lhe afloraram.

FDP Bach escreveu:

Gosto muito desta sinfonia, principalmente de seu primeiro movimento, de caráter marcial. Nas mãos de Bernstein torna-se ainda mais incrível.

Ah, existe uma pequena controvérsia referente ao Scherzo e ao andante, melhor detalhada aqui. A opção de Bernstein será a primeira adotada por Mahler, a saber, primeiro o Scherzo, depois o andante. Outros regentes, farão a inversão dos movimentos, como Abbado.

Com relação ao tempo de duração, esta gravação tem 1h e 27 min. Ou seja, não caberia em apenas 1 cd, algo que outros regentes já conseguiram fazer, como o próprio Bernstein, em seu registro de 1967 com a Filarmônica de New York. Só para efeito de comentário, nesta versão que ora posto, o último movimento dura 33:16, enquanto que na versão anterior dura 28m:38s. É uma diferença considerável… mas, enfim, são detalhes referentes às escolhas que são feitas pelos regentes e seus produtores, e sobre isso já fiz outra comparação, que se vai encontrar nos comentários da postagem da sinfonia nº 5.

Estranho, acho o segundo movimento muito superior… Coisas!

Os cinco Kindertotenlieder de Mahler formam o primeiro verdadeiro ciclo de canções com acompanhamento orquestral da História da Música. São poemas de Rückert, inspirados pela morte de seus filhos.

Sobre os Kindertotenlieder, Jorge Forbes escreveu:

O casal Mahler (Gustav e Alma Mahler) teve duas filhas, Maria (1902-1907) e Anna (1904 -1988). Maria faleceu de difteria em 1907. No mesmo ano Mahler descobriu que sofria de endocardite.

Deprimida com a morte de sua filha, Alma escreveu em seu diário: “nada foi frutificado em mim, nem minha beleza, nem meu espírito, nem meu talento.” Perde o desejo de viver. Mahler escapava do sofrimento afastando-se de Alma e, na sua tristeza, lembrava-se de outra cena:de sua infância sofrida, de seus oito irmãos mortos e da imensa tristeza de sua mãe. Compôs nessa época em homenagem póstuma as “Canções das Crianças Mortas” (Kindertotenlieder). Disse Mahler delas: não gosto de escrevê-las e não gosto que o mundo tenha que ouvi-las algum dia. São tão tristes!

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 6 e Kindertotenlieder (CDs 8 e 9 de 16)

CD1

Symphonie No. 6
01. I. Allegro energico, ma non troppo. Heftig, aber markig
02. II. Scherzo. Wuchtig
03. III. Andante moderato

CD2

01. Symphony No. 6 – IV. Finale Allegro moderato – Allegro energico
Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

Kindertotenlieder
02. Kindertotenlieder – I. Nun will die Sonn’ so hell aufgehn
03. Kindertotenlieder – II. Nun seh’ ich wohl, warum so dunkle Flammen
04. Kindertotenlieder – III. Wenn dein Mütterlein
05. Kindertotenlieder – IV. Oft denk’ ich, sie sind nur ausgegangen
06. Kindertotenlieder – V. In diesem Wetter, in diesem Braus

Thomas Hampson: baritone
Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

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Lenny03

PQP