J.S. Bach (1685 – 1750) & S.L. Weiss (1687 – 1750): Suítes e outras peças com alaúde – Diego Cantalupi (alaúde) & Davide Pozzi (cravo); Alberto La Rocca, (violão) & Carlo Lazari (violino) ֎

J.S. Bach (1685 – 1750) & S.L. Weiss (1687 – 1750): Suítes e outras peças com alaúde – Diego Cantalupi (alaúde) & Davide Pozzi (cravo); Alberto La Rocca, (violão) & Carlo Lazari (violino) ֎

Em casa com Bach

Leipzig fica a 120 quilómetros de Dresden, para onde viajou Johann Sebastian Bach em diversas ocasiões, para testar novos órgãos e onde esperava obter um rendoso emprego, que nunca veio. Mas, hoje, vamos celebrar uma viagem que ocorreu no sentido inverso, de Dresden para Leipzig.

Em 1739, Wilhelm Friedemann Bach, o filho mais velho de Johann Sebastian, foi de Dreden para Leipzig e levou junto seu amigo Sylvius Leopold Weiss assim como um de seus alunos de alaúde, Johann Kropfangs. Podemos imaginar quanta música esse encontro produziu. Essa visita foi registrada no dia 11 de agosto no diário de Johann Elias Bach, sobrinho e secretário particular de Johann Sebastian: «Hoje, algo incrível aconteceu no mundo da música: meu primo [Wilhelm Friedemann Bach] veio nos visitar e ficou por quatro semanas. Ele veio com dois alaudistas, o Sr. Weiss e o Sr. Kropfgans [seu aluno], que nos encantaram com muitos concertos».

Esta postagem reúne dois discos que, de certa forma, celebram esse encontro de músicos geniais. No disco de Diego Cantalupi e Davide Pozzi temos principalmente peças de Weiss, além de uma fuga para alaúde, de Bach. As peças são interpretadas ora ao cravo, ora ao alaúde e em certos momentos, ambos tocam juntos. Veja este lindo vídeo postado no Youtube, música primorosamente interpretada em um cenário encantador.

No disco de Alberto La Rocca e Carlo Lazari temos a Suíte SW 47, de Weiss, que deve ter sido ouvida diversas vezes nessa estadia em Leipzig, assim como a adaptação feita por Bach, acrescentando o violino sobre a transcrição para cravo. No disco ouvimos uma versão com violino e violão, arranjo feito por Alberto La Rocca.

Sylvius Leopold Weiss (1687 – 1750)

Lute Sonata No. 54
  1. Andante
  2. Allegro primo e secondo
  3. Largo
  4. Tempo di Minuetto
Fantasia e fuga, for solo lute
  1. Fantasia
  2. Fuga
Harpsichord Sonata No. 47
  1. Entreé
  2. Courante
  3. Rondeau
  4. Sarabande
  5. Menuet
  6. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fugue in G minor for lute, BWV1000
  1. Fugue

Sylvius Leopold Weiss (1687 – 1750)

Concerto e Giga, for lute & harpsichord
  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Gique

Diego Cantalupi, alaúde

Davide Pozzi, cravo

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MP3 | 320 KBPS | 182 MB

Diego Cantalupi

Bach e Weiss eram amigos e se encontraram em várias ocasiões. Johann Friedrich Reichardt até os descreve desafiando um ao outro para uma competição de improvisação: ‘Qualquer um que entenda o desafio de tocar modulações harmônicas e contraponto decente no alaúde ficará surpreso e espantado ao ouvir uma testemunha ocular dizer que Weiss, o grande alaudista, competiu com J.S. Bach, o grande cravista e organista, tocando fantasias e fugas.’

___ o O o ___

Silvius Leopold Weiss (1687-1750)

Suite in A SW47 for lute
  1. Entrée
  2. Currante
  3. Rondeau
  4. Sarabande
  5. Allegro
  6. Men[uet]

Alberto La Rocca guitar & arrangement

Silvius Leopold Weiss / Johann Sebastian Bach 1685-1750

Suite in A BWV1025 for violin & harpsichord

after Weiss’s Suite SW47

with violin accompaniment composed by Bach

  1. Fantasia (by J.S. Bach)
  2. Courante
  3. Entrée
  4. Rondeau
  5. Sarabande
  6. Menuet
  7. Allegro

Alberto La Rocca guitar & arrangement

Carlo Lazari violin

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MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Alberto La Rocca
Carlo Lazari

A “melodia adicionada” de Bach, composta com sua habilidade sobre-humana usual, lança uma nova luz sobre a suíte original, como se a vestisse com um traje extraordinariamente elegante. A parte do violino comenta a textura original do alaúde sem sufocá-la, quase como uma improvisação livre acima do topo. Ela brinca com os vários elementos da música de Weiss, extrapolando ideias para temas, imitando-os ou simplesmente vagando livremente. A parte de Bach também é altamente imaginativa e variada em sua expressão, frequentemente adicionando encaixe rítmico complexo e virtuosismo significativo, enquanto sempre se mantém fiel às emoções dos movimentos de Weiss.

Celebre você também essa amizade!

Aproveite!

René Denon

PS: No segundo disco da postagem indicada a seguir você encontrará a versão de Bach para a Suíte do compadre Weiss, aquela denotada por BWV 1025:

Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera / O Rouxinol (Craft)

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera / O Rouxinol (Craft)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Será um exagero meu? Sinceramente, acho que não. Este registro de Robert Craft (1923-2015) é, na minha opinião, o melhor que ouvi até hoje da Sagração da Primavera. OK, tem a gravação do Esa-Pekka Salonen que é também extraordinária. E não é por Craft ter sido amigo de Igor e de ter escrito livros sobre ele. Achei a gravação insuperável. Por falar nisto: já ouviram falar em Stravinsky: Crônica de uma amizade, de Robert Craft, Difel, 2002, tradução de Eduardo Francisco Alves, 760 páginas, com ilustrações? No livro, Craft traça um retrato completo de Stravinsky, como compositor, pessoa, marido e celebridade amante do jet set. A versão de Craft é selvagem e agressiva como deve ser. A gente pode ter uma ideia do pasmo dos parisienses elegantes quando estreia da peça. Ah, gravação extraordinária da Naxos.

Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera / O Rouxinol (Craft)

Le sacre du printemps (1913 version)
1. Part I (Adoration of the Earth): Introduction 00:03:19
2. Part I (Adoration of the Earth): The Augurs of Spring / Dances of the Young Girls 00:03:14
3. Part I (Adoration of the Earth): Ritual of Abduction 00:01:19
4. Part I (Adoration of the Earth): Spring Rounds 00:03:09
5. Part I (Adoration of the Earth): Ritual of the Rival Tribes 00:03:10
6. Part I (Adoration of the Earth): Dance of the Earth 00:01:18
7. Part II (The Sacrifice): Introduction 00:03:31
8. Part II (The Sacrifice): Mystic Circles of the Young Girls 00:03:08
9. Part II (The Sacrifice): Glorification of the Chosen One 00:01:37
10. Part II (The Sacrifice): Evocation of the Ancestors 00:00:41
11. Part II (The Sacrifice): Ritual Action of the Ancestors 00:02:58
12. Part II (The Sacrifice): Sacrificial Dance 00:04:34

London Symphony Orchestra
Robert Craft, conductor

The Nightingale (Le rossignol)
13. Scene 1 (The Forest at Dawn): Introduction 00:03:05
14. Scene 1 (The Forest at Dawn): Fisherman 00:03:32
15. Scene 1 (The Forest at Dawn): Nightingale’s Aria 00:03:01
16. Scene 1 (The Forest at Dawn): Chamberlain, Bonze, Cook, Courtiers 00:02:50
17. Scene 1 (The Forest at Dawn): Second Entrance of the Nightingale 00:00:47
18. Scene 1 (The Forest at Dawn): Chamberlain and Bonze 00:00:24
19. Scene 1 (The Forest at Dawn): Nightingale’s Second Aria 00:00:44
20. Scene 1 (The Forest at Dawn): Chamberlain and Bonze 00:00:52
21. Scene 1 (The Forest at Dawn): Fisherman 00:01:26
22. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Prelude 00:01:27
23. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Cook 00:00:20
24. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Prelude (reprise) 00:00:22
25. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Chinese March 00:03:10
26. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Chamberlain 00:00:14
27. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Song of the Nightingale 00:04:12
28. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): The Japanese Envoys 00:01:18
29. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): The Mechanical Nightingale 00:00:59
30. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): The Emperor, Chamberlain, Courtiers 00:00:59
31. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Chinese March (reprise) 00:00:50
32. Scene 2 (The Porcelain Palace of the Chinese Emperor): Fisherman 00:00:59
33. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Prelude 00:02:43
34. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Chorus of Ghosts, Emperor 00:01:08
35. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Nightingale 00:02:12
36. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Death and the Nightingale 00:01:29
37. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Nightingale’s Aria 00:01:25
38. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Emperor and Nightingale 00:01:41
39. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Funeral Procession 00:01:14
40. Scene 3 (The Emperor’s Bedchamber): Fisherman 00:01:06

Trifonova, Olga, soprano
Tear, Robert, tenor
Longworth, Pippa, soprano
Whelan, Paul, bass-baritone
Richardson, Stephen, bass
Greenan, Andrew, baritone
Burgess, Sally, alto
Hall, Peter, tenor
Preece, Simon, bass
London Voices
Philharmonia Orchestra
Craft, Robert, Conductor

Total Playing Time: 01:16:27

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Meu amigo Craft nunca negou fogo, que baita execução!
Meu amigo Craft nunca negou fogo, que baita execução!

PQP

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Desurmont, Yordanoff, Tetard, Barenboim)

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Desurmont, Yordanoff, Tetard, Barenboim)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Já que Clara Schumann e Rameau estão vivendo uma febre de música francesa, aproveito para falar sobre o fim do mundo.

Brincadeira, claro. Publico a seguir uma das maiores e mais importantes obras de nosso tempo. E francesa. Deixo o comentário desta gravação – realizada em 1979 na presença de Messiaen e distribuída com sua autorização – a cargo do crítico português Paulo Carvalho. Encontrei-a aqui.

O Quarteto para o Fim dos Tempos, de Olivier Messiaen, é daquelas obras que, uma vez escutadas, se impõem ao ouvinte (auditor, no original): quem a escuta não esquece a experiência e, se é melómano, a ela voltará muitas vezes — algumas certamente para se interrogar sobre o que procura de facto na Música. Porque se está aqui na presença de uma música da estirpe do Requiem de Mozart-Süssmayr, do Quarteto de Cordas n.º 8 de Chostakovitch, do Andante tranquillo da Música para Cordas, Percussão & Celesta de Bartók; uma música que celebra o homem e que o condena, que na sua consumação o enaltece e que na tragicidade pungente que lhe é intrínseca decreta a necessidade da sua ultrapassagem; uma música sumamente humana, mas para lá de todos os equívocos do humanismo. E, se isto parece um exagero aplicado a um mero produto artístico, então que se ouça até ao fim — mas mesmo até ao fim — o último andamento do Quarteto, intitulado Louange à l’Immortalité de Jésus. Mas não será preciso esperar por tanto: ao quinto andamento, uma espécie de versão desta loa, já o fôlego terá falhado.

Composta sob o signo da convulsão e do colapso, entre o Verão de 1940 e o início de 1941, aquando da prisão do autor, então membro das forças armadas francesas, pelas forças alemãs, no campo de detenção de Görlitz, na Silésia — a obra propõe-se ser uma meditação sobre o Apocalipse de João, mais exactamente sobre a passagem: “Eu vi um anjo pleno de força, descendo do céu, revestido de uma nuvem, tendo sobre a cabeça um arco-íris. O seu rosto era como o sol, seus pés como colunas de fogo. Pousou o seu pé direito sobre o mar e o seu pé esquerdo sobre a terra, e, mantendo-se sobre o mar e sobre a terra, elevou a mão para o Céu e jurou por Aquele que vive pelos séculos dos séculos, dizendo: não haverá mais Tempo: mas no dia da trombeta do sétimo anjo, o mistério de Deus se consumará.” (Ap.10, 1-ss.)

São conhecidas as motivações místicas de Messiaen, mas estas, não sendo secundárias para a compreensão de uma música frequentemente difícil para o auditor de obras menos exigentes, não devem impedir — bem pelo contrário — de fazermos desta sua obra leituras mais mundanas; não nos devem distrair, por exemplo, de realçar a diversidade de efeitos “físicos” que uma tal música é susceptível de provocar no auditor: desde o enlevo lírico ao alvoroço convulsivo ou à perturbação angustiante, desde a meditação à dança (de ritmos não habituais, bem entendido), desde a melancolia ao êxtase.

A obra foi concebida em oito partes ou andamentos, símbolo da eternidade ou da cesura do tempo. A inusitada composição instrumental do quarteto (violino, violoncelo, clarinete e piano) ter-se-á devido não tanto a um desejo do autor quanto a uma adequação à circunstância de serem os instrumentos que existiam ao seu dispor no campo de detenção. Não seriam, ao que parece, instrumentos de grande qualidade — o que não impediu que o compositor, mais tarde, se tivesse referido à primeira audição, ocorrida ainda no campo, nestes termos: “nunca eu fui escutado com tanta atenção e compreensão”.

1. Liturgie de cristal (3’01)

O clarinete, logo suportado por salpicos assimétricos de acordes no piano, abre o andamento com uma melodia quase bucólica no que é seguido por outra de natureza idêntica ao violino, enquanto o violoncelo num registo agudo vai distendendo lânguidas notas que dão ao todo uma cor diluída, um ambiente. O diálogo entre clarinete e violino (dir-se-ia entre dois pássaros) vai decorrendo ao sabor de um sem-tempo plácido, crescendo pouco a pouco em intensidade, mas sem nunca chegar a um paroxismo. A peça não termina propriamente: como que se extingue num sopro. O que não é de todo arbitrário, pois esta é baseada numa estrutura lógica e complexa (de “cristal”) que, se consumada, demoraria cerca de duas horas a tornar ao ponto de partida. Uma clara interrogação sobre a experiência moderna do tempo útil.

2. Vocalise, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (5’06)

O piano irrompe enérgica e abruptamente com aglomerados de notas (clusters), pontuado ou interrompido ora pelo clarinete, ora pelos dois instrumentos de corda. A tensão aumenta sobretudo entre as cordas e o piano, mas resolve-se dali a pouco numa conclusão do piano, primeiro subtil e graciosa, depois peremptória, sublinhada pelo clarinete. Eis a introdução para o vocalizo que se seguirá após uma curta pausa e que estará a cargo do violino e do violoncelo, tocando à distância de oitavas longas e suaves notas, iluminadas pelos pingos de água do arco-íris ao piano. A atmosfera criada é misteriosa e leve, quase insustentável, ficando deliciosamente insuportável à medida que os segundos se escoam. Para tal contribuem as notas insistentes e cadenciadas do piano. A música torna-se então esparsa, soluçante, conhecendo pausas, silêncios que se vão introduzindo, fracturando um discurso que inicialmente, apesar de incomum, se previa lógico. Até que o silêncio se instala — para pouco depois ser invadido por um quase tutti que remata o andamento com violência.

3. Âbime des oiseaux (7’31)

E é chegada a vez de um completamente imprevisto — tratando-se a obra de um quarteto — solo de clarinete. Um longo solo de clarinete de mais de sete minutos, alternando entre dois estados: um, de longas notas, maximamente em registo grave, representando o abismo, a negação, as experiências humanas da angústia, da opressão e da morte; outro, de notas breves, saltitantes, soltas e agudas, anunciando a alegria e a participação do homem na experiência da eternidade. Seja ela o que for. Acresce dizer que Messiaen era um ornitólogo amador e que neste quarteto, como em muitas das suas obras, incorpora o profundo conhecimento que tinha do canto dos pássaros. Aliás, chega a dedicar obras inteiras a esse canto, como é o caso do monumental Catalogue des Oiseaux (1956-57).

4. Intermède (1’46)

Fazendo uso de uma imagética cara à linguagem apocalíptica, este andamento poderia perfeitamente ter recebido o nome de “racapitulação e anúncio”, porque é precisamente disso que se trata, uma recapitulação fragmentária de temas dos andamentos precedentes e anúncio embrionário de outros temas nos andamentos que se seguirão. Além disso, é um scherzo composto ele mesmo por sete movimentos (bastante coloridos pela alternância entre a agitação e a graciosidade). “Sete é o número perfeito, a criação de 6 dias santificada pelo sabbat divino; o 7 deste repouso prolonga-se na eternidade e torna-se o 8 da luz indefectível, da inalterável paz”, diz Messiean. Curioso é que neste andamento germinal, musicalmente genésico, o compositor não usa o seu instrumento, o piano, imobilizando-se, por assim dizer, na escuta — ou na contemplação.

5. Louange à l’Eternité de Jésus (8’36)

Quem quiser saber o que é a utilização do silêncio em
música, deve ouvir o segundo andamento da obra, mas quem quiser compreender como é possível que uma música caminhe para o seu silêncio deverá escutar este movimento (dueto de piano e violoncelo) e o oitavo (dueto de piano e violino). Até ao fim: isto é, muito para lá do eco do último acorde dado ao piano, muito para lá da extensíssima nota deixada a soar pelo violino, como que alheando-se do próprio instrumento. Aconselhável é que se suspenda por algum tempo a audição (quanto, o auditor saberá) para não sofrer o violento sobressalto da peça que se segue. A indicação para os músicos “infinitamente lento, extático” é suficientemente sugestiva do que aí se ouve, mas infinitamente insuficiente para descrevê-lo. De resto, descrever tal música seria quase obsceno: no fim, há só paz e respiração. A respiração pacificada de quem escuta. E quantas peças em toda a História da Música facultam tal experiência?

6. Danse de la fureur, pour les sept trompettes (6’45)

Seguindo as indicações de dinâmica, um decidido e vigoroso tutti em uníssono, quase orquestral na cor, ocupa a primeira parte desta “dança”. Uma “música de pedra”, como a descreve o próprio Messiaen, chamando ainda a atenção que o uníssono funciona aqui como sugestão do conjunto de trombetas. As frases melódicas começam por ser curtas, desenvolvendo-se imperceptivelmente para outras mais extensas, mas sempre angulosas, de dinâmica contrastante, marcadas por um ritmo poderoso, quase frenético, que adiante se adoça numa espécie de eco ou comentário. Por pouco tempo. O tutti regressa em toda a sua força, repetindo o tema da dança do furor — até que sobrevém a bonança através de um tema que aqui e ali evoca sonoridades e escalas orientais. O andamento prossegue com uma agitação de sacudidelas e contrastes ainda mais violentos que de início, plena de aceleramentos, abrandamentos bruscos, pausas, tendo o piano por protagonista das fracções mais lentas e os restantes instrumentos das mais rápidas. Após uma breve citação do tema “da bonança”, o andamento acaba categórico como um axioma.

7. Fouillis d’arcs-en-ciel, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (7’35)

Este andamento evoca bem toda a cor do seu título. Inicia, no entanto, com um tema pleno de melancolia (como exige um “anúncio do fim dos tempos”), uma retoma do tema do vocalizo do segundo andamento sob a forma de variação. Para o “efeito melancólico” contribui grandemente a instrumentação (o dueto do piano com o violoncelo em movimento lento, “sonhador”, conforme indicação do compositor). Este tema (ou variações do mesmo) alternará, ao longo do andamento, com momentos de vivacidade, representantes do vórtice de cores do arco-íris que no relato bíblico encima a cabeça do anjo. Nestes momentos intervêm os restantes instrumentos, quer com subtis mudanças de intensidade, quer com bruscas contravoltas nos tempos musicais.

8. Louange à l’Immortalité de Jésus (8’14)

Similar ao quinto andamento na estrutura e no tipo de instrumentos utilizados: o piano e as cordas em dueto, neste caso o violino. Celebra-se aqui a ressurreição de Cristo, como vencedor do tempo.

Uma última nota. O título da obra, bem como a tradução que lhe dei de início, carecem de uma explicação mais aprofundada. O original, Quatuor pour la Fin du Temps, exigiria que se traduzisse “para o fim do tempo”, tal como no inglês se traduz “for the end of time” e no alemão “auf das Ende der Zeit”. Contudo, o tempo a que aqui se alude é, como se disse, o tempo do Apocalipse (apocalipse significa revelação), tempo que em português recebe, geralmente, a designação de “fim dos tempos” — tal como se utiliza “plenitude dos tempos” para designar o tempo propício, kairologico, da encarnação do Verbo. “Os tempos”, no plural, é uma expressão feliz, na medida em que dá conta de uma continuidade, de uma infinidade de momentos históricos que se sucederam, séculos, que sequencial e geneticamente estiveram ligados — tal como na música os compassos, ou a métrica regular. O título aponta para o fim de ambos: fim da História (não esqueçamos que se estava em plena Segunda Grande Guerra e que o mundo estava prestes a conhecer a dupla infâmia dos campos de concentração nazis e das Bombas Atómicas), fim da História do homem tal como o conhecêramos até então, e fim da música metrificada, da música “a tempo”. De facto, não é insignificante ou abstrusa esta referência ao tempo da e na música. A música ocidental conhecida começa praticamente com o Canto Gregoriano, um canto que, quando passou a escrita, não compreendia a divisão de compasso. Porque a interpretação, não era ainda interpretação, mas acto (de louvor e adoração, levado a cabo por monges); não era ainda leitura de uma pauta, mas percurso simultaneamente íntimo e plural, ad libitum, ao sabor da memória e do presente nu do canto. Digamos que a gramática musical não pretendia ainda abranger (pode-se dizer: medir) o pulsar da música, o tempo sem tempo do acto musical. Ao levar ao extremo a métrica irregular, prescindindo na prática da barra de compasso, Messiaen retoma esta tradição perdida, apelando para o eterno presente do som (o tempo kairologico, por oposição ao tempo cronológico do metrónomo), da vibração sonora ela mesma e da sua cor — ele que confessava padecer de sinestesia, pelo que via música nas cores e cores na música. Um dado importante para compreender toda a simbólica da obra…

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Desurmont, Yordanoff, Tetard, Barenboim)

1. Liturgie De Cristal
2. Vocalise Pour L’ange Qui Annonce La Fin Du Temps
3. Abîme Des Oiseaux
4. Intermède
5. Louange à L’éternité De Jésus
6. Danse De La Fureur Pour Les Sept Trompettes
7. Fouillis D’arc-en-ciel Pour L’ange Qui Annonce La Fin Du Temps
8. Louange De L’immortalité De Jésus

Claude Desurmont (clarinete),
Luben Yordanoff (violino),
Albert Tetard (violoncelo),
Daniel Barenboim (piano).

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Messiaen ouvindo e anotando o canto dos pássaros.

P.Q.P. Bach

Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784): Harpsichord Concertos (Egarr, Medlam, London Baroque)

Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784): Harpsichord Concertos (Egarr, Medlam, London Baroque)
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Bebum, talentoso e indisciplinado, W. F. Bach contaria com toda minha simpatia se não tivesse herdado — e perdido!!! — cerca de 100 Cantatas de papai. Era o primogênito e preferido de papai, o putão. Estava sempre endividado, claro, mas deixou grande demonstração de talento, o olho do cu. Costumava trocar MANUSCRITOS por bebida e teve a pachorra de imortalizar-se numa gravura com uma garrafa de vinho na mão. Uma figura simpática. Dizem que ele era o mais talentoso de todos nós, mas sempre preferiu a noite e a diversão. Eu o compreendo. Poucos sabem que, em verdade, WF foi o segundo filho de Bach. O primeiro rebento foi uma FILHA, o que equivalia a quase nada numa época em que as mulheres conheciam seus lugares e por lá ficavam. HAHAHAHA!

Este CD é bem bom, viram? WF era um compositor original, fluente e de voz própria. Gosto muito. Divirtam-se. Não é necessário embriagar-se para se chegar à conclusão que o cara é bom pra caralho.

(Tô a fim de escrever palavrão hoje! O que é? Vão querê encará?)

Wilhelm Friedemann Bach (1710–1784): Harpsichord Concertos (Egarr, Medlam, London Baroque)

Concerto in F major F 44
10. 1. Allegro ma non troppo
11. 2. Molto adagio
12. 3. Presto

Concerto in a minor F 45
13. 1. Sem indicação
14. 2. Larghetto (Cantabile)
15. 3. Allegro (assai) ma non troppo

Concerto in D major F 41
16. 1. Allegro
17. 2. Andante
18. 3. Presto

Richard Egarr, clavecin
London Baroque
dir. Charles Medlam

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Jan Steen – Jovem moça tocando cravo para um rapaz, 1659

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonate per Viola da Gamba e Basso Continuo (Pandolfo, Alessandrini)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonate per Viola da Gamba e Basso Continuo (Pandolfo, Alessandrini)

ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL !!!

Talvez mais do que nenhuma outra — pela diversidade de sonoridades e abordagens — a música barroca seja aquela que dependa mais da qualidade e da concepção que seus intérpretes têm das obras. Neste CD, a habitual dupla Paolo Pandolfo e Rinaldo Alessandrini elevam a música de Carl Philipp a rara altura. Creio nunca antes ter ouvido estas obras serem recriadas com tanta intensidade e sensibilidade. Tal sensibilidade vai tanto na direção do sublime quanto na da agressividade. Já havia notado que Paolo Pandolfo era um mestre — nas Sonatas análogas de J.S. Bach –, mas aqui, fazendo a transição para o clássico, parece que a dupla fez ainda mais. Rinaldo Alessandrini é cravista e grande regente; deve ter dado seus pitacos. Este é um CD para ser ouvido muitas vezes. Nos dois “Arioso” é adequado que você fique de joelhos. Descanse durante o tremendo contraste dos “Allegro”.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sonate per Viola da Gamba e Basso Continuo (Pandolfo, Alessandrini)

1. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in D major, Wq 137/H 559 – Adagio, ma non tanto
2. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in D major, Wq 137/H 559 – Allegro di molto
3. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in D major, Wq 137/H 559 – Arioso

4. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in C major, Wq 136/H 558 – Andante
5. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in C major, Wq 136/H 558 – Allegretto
6. Sonata for Viola da Gamba and Basso Continuo in C major, Wq 136/H 558 – Arioso

7. Sonata for Viola da Gamba and Harpsichord in G minor, Wq 88/H 510 – Allegro Moderato
8. Sonata for Viola da Gamba and Harpsichord in G minor, Wq 88/H 510 – Larghetto
9. Sonata for Viola da Gamba and Harpsichord in G minor, Wq 88/H 510 – Allegro assai

Paolo Pandolfo, viola da gamba
Rinaldo Alessandrini, clavicembalo

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Quem toca Viola da Gamba tem que ser feliz.

PQP

Cecilia Bartoli e os castrati: Sacrificium (2009)

Cecilia Bartoli e os castrati: Sacrificium (2009)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

1. É CD para ser comprado. Ele vem acompanhado de um livrinho de 108 páginas chamado “A-Z of the castrato”, além de 3 bônus tracks que não tenho aqui. Já encomendei o meu.

2. Cecilia Bartoli não é mais uma dessas divas que ficam pegando repertórios mais ou menos óbvios para (re)lançar em suas coletâneas. Ela transformou tais discos em obras de arte. E de tese.

3. Ela é a campeã dentre as mezzo. Este CD vendeu 500.000 cópias nos primeiros 30 dias depois do lançamento. E ela não está cantando Abba nem K-pop, está cantando música rara, de primeira linha, acompanhada de um conjunto fantástico que utiliza instrumentação original. Ou seja, não há embuste ou concessão.

4. Ela é a campeã porque canta divinamente. Ela não sai em revistas de moda, não mostra o umbigo em decotes e passaria desapercebida na rua (apesar de eu achá-la linda).

5. Ela não canta óperas de Wagner. Alega não ter alcance. Não é a mulher perfeita???

6. Ah, a edição de luxo, a das 109 páginas + bonus CD, só importando. Reclamações noutro guichê.

Deixemo-la explicar o CD:

Vejam a louca entrando no palco… (e depois cantando):

E mais um:

Bem, o CD é sobre os castrati, meninos de boa voz que eram castrados a fim de mantê-la intacta. A esmagadora maioria não vingava e acabava prostituída nas ruas. A igreja, na época, impedia as mulheres de cantarem em seus atos religiosos e, bem, alguém tinha que fazer os agudos, né? Mas a absurda história destes mutilados está disponível em todo o lugar. O que me interessa é dizer que trata-se de mais um esplêndido trabalho da cantora preferida das gentes: Cecilia Bartoli.

Cecilia Bartoli — Sacrificium (2009)

1. Nicola Porpora – Come nave in mezzo [ 4:05] allonde [Siface] [ ]
2. Antonio Caldara – Profezie di me diceste [ 7:38] [Sedecia] [ ]
3. Francesco Araia – Cadro ma qual si mira [ 6:16] [Berenice] [ ]
4. Nicola Porpora – Parto ti lascio o cara [10:48] [Germanico in Germania] [ ]
5. Nicola Porpora – Unsignolo sventuratom [ 5:12] [Siface] [ ]
6. Carl Heinrich Graun – Misero pargoletto [10:08] [Demofoonte] [ ]
7. Nicola Porpora – In braccio a mille furie [ 2:52] [Semiramide riconosciuta] [ ]
8. Leonardo Leo – Qual farfalla [Zenobia in [ 5:29] [Palmira] [ ]
9. Nicola Porpora – Nobil onda [Adelaide] [ 4:56]
10.Carl Heinrich Graun – Deh tu bel Dio [ 3:43] damore [Adriano in Siria] [ ]
11.Leonardo Vinci – Chi temea Giove regnante [ 6:20] [Farnace] [ ]
12.Antonio Caldara – Quel buon pastor son io [10:29] [La morte dAbel fugura di quella…] [ ]

Cecilia Bartoli
Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini

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O Ministério da Saúde adverte…

PQP

Guitar Classics from Spain – Marcelo Kayath, violão ֎

Guitar Classics from Spain – Marcelo Kayath, violão ֎

Peças Clássicas Espanholas para Violão

Marcelo Kayath

Na época em que eu ouvia música dos CDs tive duas referências no gênero ‘música espanhola para violão’: Julian Bream tocando peças de Albeniz e Granados e o disco desta postagem, Guitar Classics from Spain, de Marcelo Kayath.

O disco de Julian Bream é um primor, quem sabe em um futuro não muito distante ele seja postado aqui, mas hoje é dia de Marcelo Kayath!

Eu sempre quis saber algo mais sobre esse tremendo violonista, mas a ocasião não aparecia, até agora. Sabia virtualmente apenas que ele é brasileiro. Nenhuma grande surpresa até aí, pois que nossa terra é fértil em excelentes violonistas.

Retrato do artista quando jovem…

Descobri que Marcelo é um destes raros exemplos de pessoas que conseguem ter duas carreiras muito distintas, ambas com muito sucesso. No caso dele, a carreira de músico veio primeiro. Nascido em 1964, estudou no Rio de Janeiro com Turíbio Santos e aos 16 anos ganhou o Prêmio Segóvia no Concurso Internacional Villa-Lobos. Em 1984 conseguiu um feito extraordinário ao ganhar dois concursos internacionais para violão, o de Toronto e o de Paris. Isso levou a uma carreira de concertos e gravações. Este disco da postagem é o segundo de uma sequência de seis. Mas então, emergiu uma segunda carreira e isso acabei descobrindo ao assistir uma entrevista que ele deu ao também excelente violonista brasileiro, Fábio Zanon e lendo um artigo no Valor Econômico – À mesa com o Valor – Marcelo Kayath: Ex-Credit Suisse concilia a carreira musical com o mercado financeiro, escrito por Adriana Abujamra [aqui].

Marcelo Kayath havia conciliado a música com o curso de Engenharia na UFRJ até os 20 anos, quando então a música prevaleceu. Mas, um ano depois ele retomou os estudos e como era fascinado pelo mercado de ações, onde aplicava o dinheiro ganho nos concertos, inscreveu-se e foi aceito em um seletíssimo MBA na Universidade de Stanford e daí seguiu outra carreira. Música continuou a fazer parte de sua vida, assim como as boas relações com o mundo musical, até surgirem novas oportunidades. Em 2014 voltou a gravar um disco, sobre o qual ele fala na entrevista mencionada, e que pode ser acessado no Spotify, por exemplo.

Vamos ao conteúdo do disco da postagem, que traz música de diversos compositores. Começamos mui propriamente com um prelúdio, seguido de duas figurinhas carimbadas, peças de Francisco Tarrega. Ele, que foi ótimo pianista, mas fez muito pelo violão, incluindo instigar o lutier Antonio Torres a construir novos instrumentos, mais robustos, para os quais apurou e aperfeiçoou a técnica. Para esses instrumentos, Tarrega compôs música nova e também fez transcrições de músicas dos mais diversos compositores. Capricho Árabe e Recuerdos de la Alhambra são duas peças suas que se firmaram absolutamente no repertório do violão clássico.

Granados e Albéniz eram pianistas, mas suas músicas eram muito adequadas para as transcrições. Eles foram amigos de Tarrega e certamente conheciam muitas de suas peças nas versões preparadas por ele. As próximas peças do disco são deles, mas em transcrições do próprio Marcelo Kayath ou de Andrés Segóvia, outro imenso violonista espanhol. Nessas peças, tais como La maja de Goya ou Mallorca, podemos vivenciar grandes modelos desse universo musical que eu tanto admiro. Mesmo que seja ligeiramente inebriante, como poderiam dizer alguns…

Dois compositores violonistas mais recentes, do século 20, completam o repertório – Federico Torroba e Joaquin Rodrigo, com seu Zapateado. A título de bis, completando o disco, uma música tradicional natalina catalã, que se tornou popular nos concertos de Andrés Segóvia. Resumindo, uma pérola de disco, papa fina!

Francisco Tarrega (1852 – 1909)

  1. Prelude In A Minor
  2. Capricho Arabe
  3. Recuerdos De La Alhambra

Enrique Granados (1867 – 1916)

  1. La Maja De Goya

Isaac Albéniz (1860 – 1909)

  1. Granada
  2. Zambra Granadina
  3. Sevilla
  4. Mallorca

Federico Moreno Torroba (1891 – 1982)

  1. Prelude In E
  2. Sonatina
  3. Nocturno

Joaquín Rodrigo (1902 – 1999)

  1. Zapateado

Tradicional

  1. El Noy De La Mare

Marcelo Kayath, violão

Arranjos: Marcelo Kayath (4, 5, 7, 13) & Andrés Segóvia (6, 8)

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MP3 | 320 KBPS | 144 MB

I bought this recording 33 years ago and have never stopped enjoying it. Although I have since purchased other versions by more well known guitarists, there are few that come close to the quality of the playing or of the recording. If you only buy one guitar record buy this one. [Resenha na Amazon]

Aproveite!

René Denon

Marcelo Kayath

Se você gostou dessa postagem, poderá se interessar por essa aqui:

Stephen Hough’s Spanish Album – Peças de A. Soler, E. Granados, I. Albeniz, F. Mompou, F. Longas, C. Debussy, M. Ravel, F. X. Scharwenka, W. Niemann e S. Hough

Guilherme Bauer (1940): Partita Brasileira e outras obras

Guilherme Bauer (1940): Partita Brasileira e outras obras

Guilherme BAUER (1940)

Intérpretes:

  • Eduardo Monteiro e Alexandre Eisenberg, flautas
  • Trio Fibonacci
  • Erich Lehniger, violino
  • Andreas Polzberger, violoncelo
  • Sven Birch, piano
  • Quarteto Moyzes
  • Orquestra Sinfônica Brasileira (Henrique Morelenbaum, reg.)

Guilherme Carneiro da Cunha Bauer, compositor e professor carioca, é atualmente um dos principais compositores da geração de vanguarda nascida nos anos 40 e 50. Formado exclusivamente no Brasil, foi aluno de violino de Iolanda Peixoto e Oscar Borgerth, e participou de grupos de câmara e da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC. Em 1977 organizou o grupo Ars Contemporânea que, durante sete anos, realizou inúmeros concertos visando divulgar, principalmente, o repertório brasileiro. Como compositor, teve aulas com Cláudio Santoro (contraponto e composição), Esther Scliar (análise musical) e Guerra-Peixe (harmonia, contraponto, fuga, composição e orquestração), constituindo, com este último, sólida e enriquecedora amizade.Lecionou composição e orquestração na Universidade Estácio de Sá / RJ (1986 a 1999) e, desde 1983, vem lecionando na Escola de Música Villa-Lobos / RJ harmonia, contraponto, fuga, orquestração e composição.

Foi idealizador de dois importantes projetos de divulgação da música nacional: a gravação, em CD, de mais de 50 obras de compositores brasileiros pelo selo RioArte Digital, da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Projeto Estréias Brasileiras, patrocinado pelo CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) que, em 1997, encomendou e estreou 33 obras de autores nacionais.

Deu palestras sobre música brasileira, em 1996, nas universidades da Flórida, Miami e Houston, nos EUA. Em 1999, no Conservatório Bruckner, Linz (Áustria), participou de um ensaio público de sua obra Reflexos, encomendada e estreada pelo George Crumb Trio.

Seguiu, em seu período inicial, a estética do atonalismo. Posteriormente adotou uma linguagem livre apoiada, muitas vezes, nas tradições musicais populares. Contabiliza um total de oito prêmios em concursos de composição, com destaque para o Prêmio ESSO de Música Erudita, Concurso Latino-Americano da UFBa e Prêmio da Sociedade Cultura Artística de São Paulo/SP. Recebeu, em 1998, o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) pelo Quarteto de Cordas nº 2.

O cd Partita Brasileira, lançado em outubro de 2002 e portador da etiqueta RioArte Digital, mais a chancela da Academia Brasileira de Música, aglomera parte da produção compreendida entre 1981 e 2001.

Durante a XVI Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em novembro de 2005, foi realizada a primeira audição das Cadências para Piano e Orquestra, obra escrita através de uma Bolsa Vitae de Arte.

***

Partita Brasileira

1. Sugestões de inúbias (1991)
Flautas: Eduardo Monteiro e Alexandre Eisenberg

Trio (1980)
2. I. Andante com embolada
3. II. Allegro – batucada
Trio Fibonacci

Partita brasileira (1994/2001)
4. I. Prelúdio
5. II. Clamor
6. III. Canto
7. IV. Abaianado
8. V. Rabecando
Violino: Erich Lehninger

Duas peças para violoncelo e piano (1989/1993)
9. Recitativo
10. Retornos
Andreas Polzberger (cello) e Sven Birch (piano)

11. Quarteto n° 2 (1997)
Quarteto Moyzes

12. Cadências para violino e orquestra (1982)
Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Henrique Morelembaum
Violino: Erich Lehninger

13. Variações rítmicas, para piano e orquestra (1991)

Orquestra não identificada
Regente: Dante Anzolini
Piano: Ruth Serrão

Já que mencionei as Cadências para piano e orquestra, me lembrei elas ganharam semana passada o prêmio de melhor obra experimental de 2008 (não sei o que elas têm de experimental) da APCA. Mando-as junto com uma pecinha curta em dois movimentos.

14. Cadências para piano e orquestra (2005)

Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles, durante a XVI Bienal de Música Contemporânea Brasileira, em 2005

Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Luís Gustavo Petri
Piano: Midori Maeshiro

Instantes pianísticos (2003)
15. I. Mutações
16. II. Frequências

Piano: Midori Maeshiro

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Guilherme Bauer

CVL

Antonio Vivaldi (1678-1741): Intro, RV 636 / Dixit Dominus, RV 594 / Magnificat, RV 611 / Beatus Vir, RV 598 (Negri)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Intro, RV 636 / Dixit Dominus, RV 594 / Magnificat, RV 611 / Beatus Vir, RV 598 (Negri)

Desejando a todos um excelente Domingo de Páscoa, FDP Bach traz mais uma primorosa gravação de da música sacra de Vivaldi com Victorio Negri. É música para se meditar, para se refletir, mesmo sendo um agnóstico, enfim, para ficar em paz consigo mesmo.

As excepcionais solistas Margareth Marshall, Felicity Lott e Ann Murray trazem um brilho extra a esta gravação, apesar de considerar o John Alldis Choir a grande estrela destas gravações.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Intro, RV 636 / Dixit Dominus, RV 594 / Magnificat, RV 611 / Beatus Vir, RV 598 (Negri)

Introduzione Al Dixit, RV 636
1 Allegro: Canta In Prato 4:34
2 Recitativo: Sacra Fulgescit Nobis 0:49
3 Allegro: Avenae Restrictae Sinceri 0:52

Dixit Dominus, RV 594
4 Allegro: Dixit Dominus 2:24
5 Largo: Donec Ponam 5:13
6 Allegro: Virgam Virtutis Tuae 2:57
7 Andante: Tecum Principium 4:03
8 Adagio – Allegro: Juravit 2:47
9 Allegro: Dominus A Dextris Tuis 1:58
10 Largo – Allegro Molto: Judicabit 3:20
11 Andante: De Torrente 3:34
12 Allegro: Gloria Patri 1:29
13 Allegro: Sicut Erat 2:42

Magnificat, RV 611
14 Adagio: Magnificat 1:38
15 Allegro: Et Exultavit 2:13
16 Andante Molto: Quia Respexit 3:28
17 Andante: Quia Fecit 2:21
18 Andante Molto: Et Misericordia 3:01
19 Presto: Fecit Potentiam 0:31
20 Allegro: Deposuit Potentes 0:58
21 Allegro: Esurientes 2:23
22 Largo – Allegro – Adagio: Suscepit Israel 1:01
23 Andante: Sicut Locutus Est 2:52
24 Largo – Andante – Allegro: Gloria Patri 2:07

25 Beatus Vir, RV 598 7:51

Margareth Marshall, Felicity Lott, Sally Burgess – Sopranos
Susan Daniel, Ann Murray – Mezzo-Sopranos
Linda Finni, Anne Collins – Contraltos
Anthony Rolph-Johnson – Tenor
Robert Holll – Bass

John Alldis Choir
English Chamber Orchestra
Vittorio Negri

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FDP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Lauda Jerusalem, RV 609 / Introduzione al Gloria, RV 642 / Gloria, RV 589 / Laudate Pueri, RV 602, Laudate Dominum, RV 606 (Negri)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Lauda Jerusalem, RV 609 / Introduzione al Gloria, RV 642 / Gloria, RV 589 / Laudate Pueri, RV 602,  Laudate Dominum, RV 606 (Negri)

Caro PQP, creio que ninguém tenha reclamado do seu recente barroquismo simplesmente porque todos adoram o barroco. Por isso, voltarei ao barroco, e novamente com Vivaldi. Além disso, temos o aniversário de nosso pai, no próximo dia 21, portanto, mais um festival barroco. Esse cd que estou postando faz parte de uma caixa da Philips intitulada “Vivaldi – Sacred Choral Music”, e vem bem ao encontro com a Semana Santa. Pretendo postar alguns volumes da série até o domingo de Páscoa.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Lauda Jerusalem, RV 609 / Introduzione al Gloria, RV 642 / Gloria, RV 589 / Laudate Pueri, RV 602, Laudate Dominum, RV 606 (Negri)

Choral Music
1-1 Lauda Jerusalem RV609 (Psalm 147) 8:02

Introduzione Al Gloria RV642
1-2 1.Ostro Picta (Allegro) 3:07
1-3 2.Sic Transit Vana (Recitativo) 1:09
1-4 3.Linguis Favete (Allegro) 3:09

Gloria In D RV589
1-5 1.Gloria In Excelsis (Allegro) 2:12
1-6 2.Et In Terra Pax (Andante) 5:06
1-7 3.Laudamus Te (Allegro) 2:26
1-8 4.Gratias Agimus Tibi (Adagio-Allegro) 1:34
1-9 5.Domine Deus, Rex Coelestis (Largo) 4:16
1-10 6.Domine Fili (Allegro) 2:08
1-11 7.Domine Deus, Agnus Dei (Adagio) 4:56
1-12 8.Qui Tollis (Adagio-Allegro) 1:02
1-13 9.Qui sedes (Allegro) 2:27
1-14 10.Quoniam (Allegro) 0:46
1-15 11.Cum Sancto Spiritu (Allegro) 2:58

Laudate Pueri RV602 (Psalm 112)
1-16 1.Laudate Pueri (Allegro) 2:41
1-17 2.A Solis Ortu (Allegro) 2:21
1-18 3.Excelsus Super Omnes (Andante) 1:08
1-19 4.Quis Sicut Dominus (Andante) 3:05
1-20 5.Sit Nomen Domini (Allegro) 0:29
1-21 6.Suscitans (Allegro) 1:35
1-22 7.Ut Collocet (Allegro Molto) 1:18
1-23 8.Sit Nomen Domini (Allegro) 0:03
1-24 9.Gloria Patri (Andante) 2:57
1-25 10.Sicut Erat (Allegro) 1:45

1-26 Laudate Dominum RV606 2:04

Margareth Marshall, Felicity Lott – Sopranos
Ann Murray – Mezzo-Soprano
Birgit Finnila – Contralto
John Alldis Choir
English Chamber Orchestra
Vittorio Negri – Direction

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FDP

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 2 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 2 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

Estou ouvindo todos os meus CDs. Esta série já foi postada no passado e agora deverá voltar sem prazo ou ordem. Quando postamos pela primeira vez, postamos sem texto. Devo explicar algo sobre a excelente orquestra responsável pela série. A Orquestra de Câmara de Colônia (Kölner Kammerorchester) executa principalmente música clássica e barroca, mas também é conhecida por tocar uma variedade de músicas dos séculos XIX e XX, incluindo obras contemporâneas. A orquestra utiliza um conjunto padrão de instrumentos orquestrais modernos em suas apresentações. O que achei curioso é a forma com que eles combinam práticas performáticas históricas com instrumentação contemporânea.

J. S. Bach (1685-1750): Obras Orquestrais Completas (CD 2 de 8) (Cologne Chamber Orchestra, Helmut Müller-Brühl)

Violin Concertos, BWV 1041-1043 and BWV 1052

Violin Concerto in A minor, BWV 1041
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Kolja Blacher, violin
I. Allegro 03:21
II. Andante 05:32
III. Allegro assai 03:36

Violin Concerto in E major, BWV 1042
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Kolja Blacher, violin
I. Allegro 07:14
II. Adagio 05:38
III. Allegro assai 02:44

Violin Concerto in D minor, BWV 1052
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Kolja Blacher, violin
I. Allegro 07:23
II. Adagio 06:10
III. Allegro 07:27

Concerto for 2 Violins in D minor, BWV 1043
Performed by:Cologne Chamber Orchestra
Conducted by:Helmut Muller-Bruhl
Christine Pichlmeier, violin
Lisa Stewart, violin
I. Vivace 03:36
II. Largo ma non tanto 06:24
III. Allegro 04:43

Total Playing Time: 01:03:48

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PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Piano Sonatas – CDs, 6, 7 e 8 de 8 (Ronald Brautigam)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Piano Sonatas – CDs, 6, 7 e 8 de 8 (Ronald Brautigam)

Muito bem, depois de um pequeno período de férias, no qual deixei o PQPBach matar saudades dos senhores, e vice-versa, estou trazendo os três últimos cds desta ótima coleção das sonatas para piano de Beethoven. E aqui só tem petardo, começando com a “Waldstein”, passando pela “Appassionata”, e “Hammerklavier”, entre outras obras primas do repertório. São obras consolidadas, definitivas. Não precisam de apresentação, verdadeiros tour-de-force para os intérpretes. E Brautigam é um senhor pianista,com certeza um dos grandes nomes do instrumento neste novo século, e todas suas recentes gravações são de primeira linha, sem dúvidas.

Pois bem, então concluo mais uma integral. Espero que tenham gostado e vamos em frente porque atrás vem gente e quem fica parado é poste.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Piano Sonatas – CDs, 6, 7 e 8 de 8 (Ronald Brautigam)

CD 6

01 – Sonate Nr.21 C-Dur ‘Waldstein,’ Op.53 – Allegro Con Brio
02 – Sonate Nr.21 C-Dur ‘Waldstein,’ Op.53 – Adagio Molto — Attacca Subito Il Rondo
03 – Sonate Nr.21 C-Dur ‘Waldstein,’ Op.53 – Allegretto Moderato – Prestissimo

04 – Sonate Nr.22 F-Dur, Op.54 – In Tempo D’un Menuetto
05 – Sonate Nr.22 F-Dur, Op.54 – Allegretto — Più Allegro

06 – Sonate Nr.23 F-Moll ‘Appassionata’, Op.57 – Allegro Assai
07 – Sonate Nr.23 F-Moll ‘Appassionata’, Op.57 – Andante Con Moto – Attacca l’Allegro
08 – Sonate Nr.23 F-Moll ‘Appassionata’, Op.57 – Allegro Ma Non Troppo – Presto

09 – Sonate Nr.24 F#-Dur, Op.78 – Adagio Cantabile – Allegro Ma Non Troppo
10 – Sonate Nr.24 F#-Dur, Op.78 – Allegro Vivace

11 – Sonate Nr.25 G-Dur, Op.79 – Presto Alla Tedesca
12 – Sonate Nr.25 G-Dur, Op.79 – Andante
13 – Sonate Nr.25 G-Dur, Op.79 – Vivace

CD 7

01 – Sonata No.26 in E flat major, Op. 81a ‘Das Lebewohl’ – Das Lebewohl
02 – Sonata No.26 in E flat major, Op. 81a ‘Das Lebewohl’ – Abwesenheit
03 – Sonata No.26 in E flat major, Op. 81a ‘Das Lebewohl’ – Das Wiedersehen

04 – Sonata No.27 in E minor Op. 90 – Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung
05 – Sonata No.27 in E minor Op. 90 – Nicht zu geschwind  und sehr singbahr vorgetragen

06 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Allegro
07 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Scherzo. Assai vivace
08 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Adagio sostenuto (Appassionato e con molto sentimento)
09 – Sonata No.29 in B flat major Op. 106 ‘Hammerklavier’ – Largo – Allegro risoluto – Fuga a tre voci, con alcune licenze

CD 8

01 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Etwas lebhaft
02 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Lebhaft. Marschmassig
03 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Langsam und sehnsuchtsvoll
04 – Sonata No.28 in A major, Op. 101- Geschwinde

05 – Sonata No.30 in E major, Op. 109 – Vivace
06 – Sonata No.30 in E major, Op. 109 – Prestissimo
07 – Sonata No.30 in E major, Op. 109 – Gesangvoll

08 – Sonata No.31 in A flat major, Op. 110 – Moderato cantabile
09 – Sonata No.31 in A flat major, Op. 110 – Allegro molto
10 – Sonata No.31 in A flat major, Op. 110 – Adagio ma non troppo – Fuga

11 – Sonata No.32 in c minor, Op. 111 – Maestoso
12 – Sonata No.32 in c minor, Op. 111 – Arietta

Ronald Brautigam – Piano

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FDP

J.S. Bach (1685-1750): As Seis Partitas para teclado (Martin Helmchen)

J.S. Bach (1685-1750): As Seis Partitas para teclado (Martin Helmchen)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Abramos o ano de 2025 de forma brilhante. Aproveito para desejar-lhes um ano com muita saúde, felicidades e prisões de bolsonaristas. Além da prisão do próprio, é claro.

Bem, este foi um dos melhores lançamentos de 2024 — as muito amadas Partitas tocadas pelo excelente Martin Helmchen. “Partita” é um nome alternativo para “Suíte”, gênero que reúne diversas danças de andamentos diferentes. Bach publicou suas seis Partitas para teclado separadamente entre 1726 e 1730. Em 1731, elas foram editadas com o título de Clavier-Übung (Prática de Teclado). O conjunto logo se tornou parte do repertório fundamental. Exatamente como os outros grupos de suítes prévias, as francesas e as inglesas, todas as Seis Partitas seguem o esquema básico da suíte: allemande-courante-sarabande-giga”. Neste esqueleto, Bach coloca um movimento de abertura (um prelúdio, uma sinfonia ou fantasia, ou mesmo uma abertura) que determina o tom de cada uma delas e, em seguida, entra o esqueleto quase sempre com outros acréscimos.

OK, mas isso é uma descrição fria. O fato é que todas eles têm sua própria personalidade, luz e são belíssimas. E que Helmchen faz jus a tudo isso no tangent piano, um troço muito raro que já não é cravo, mas que ainda não é piano. Dizem que há 20 desses pianos no mundo. Falo de originais do século XVIII, bem entendido.

J. S. Bach (1685-1750): As Seis Partitas para teclado (Martin Helmchen)

Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825
1-1 I. Prelude 2:08
1-2 II. Allemande 4:02
1-3 III. Courante 2:43
1-4 IV. Sarabande 5:04
1-5 V. Menuett I & II 2:59
1-6 VI. Gigue 2:16

Partita No. 3 In A Minor, BWV 827
1-7 I. Fantasia 2:54
1-8 II. Allemande 3:13
1-9 III. Courante 3:02
1-10 IV. Sarabande 3:56
1-11 V. Burlesca 2:26
1-12 VI. Scherzo 1:01
1-13 VI. Gigue 3:17

Partita No. 4 In D Major, BWV 828
1-14 I. Ouverture 5:45
1-15 II. Allemande 8:57
1-16 III. Courante 3:28
1-17 IV. Aria 2:32
1-18 V. Sarabande 5:54
1-19 VI. Menuett 1:26
1-20 VII. Gigue 3:50

Partita No. 2 In C Minor, BWV 826
2-1 I. Sinfonia 4:36
2-2 II. Allemande 4:47
2-3 III. Courante 2:16
2-4 IV. Sarabande 3:35
2-5 V. Rondeau 1:34
2-6 VI. Capriccio 3:30

Partita No. 5 In G Major, BWV 829
2-7 I. Preambulum 2:22
2-8 II. Allemande 4:43
2-9 III. Corrente 1:48
2-10 IV. Sarabande 4:41
2-11 V. Tempo Di Minuetto 2:04
2-12 VI. Passepied 1:44
2-13 VII. Gigue 3:49

Partita No. 6 In E Minor, BWV 830
2-14 I. Toccata 7:31
2-15 II. Allemande 3:33
2-16 III. Corrente 4:26
2-17 IV. Air 1:38
2-18 V. Sarabande 6:30
2-19 VI. Tempo Di Gavotta 2:13
2-20 VII. Gigue 5:10

Tangent piano – Martin Helmchen

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Martin Helmchen

PQP

Georg Christoph Wagenseil (1715–1777): Concertos escolhidos (Echo Du Danube, Weimann)

Georg Christoph Wagenseil (1715–1777): Concertos escolhidos (Echo Du Danube, Weimann)
Version 1.0.0

IM-PER-DÍ-VEL !!! (para os amantes do barroco)

Você conhece Wagenseil? Provavelmente não, mas trata-se de um bom e divertido compositor que se encrava bem naquela época complicada do mano CPE Bach: Mozart ainda não era Mozart e Haydn estava meio enfurnado. Época estranha e das mais interessantes em que os homens que abriram caminho para Beethoven ainda não eram grandes.

Wagenseil nasceu em Viena e se tornou o pupilo favorito de Johann Joseph Fux, Kapellmeister da corte de Viena. Wagenseil compôs para a corte desde 1739 até a sua morte em 1777. Viajou muito pouco durante a sua vida e veio falecer em Viena, onde passou a maior parte de seu tempo. Foi uma figura muito conhecida em seu tempo, pois tanto Wolfgang Amadeus Mozart quanto Joseph Haydn tinham conhecimento e familiaridade com suas composições. Seus primeiros trabalhos possuem influência barroca, enquanto as obras posteriores seguem uma tendência do estilo galante. Ele compôs várias peças de óperas, corais, sinfonias, concertos, obras de câmara e para instrumentos de teclado.

Georg Christoph Wagenseil (1715–1777): Concertos escolhidos (Echo Du Danube, Weimann)

1. Concerto for oboe, bassoon, winds, strings & continuo in E flat major, WWV 345: Allegro assai
2. Concerto for oboe, bassoon, winds, strings & continuo in E flat major, WWV 345: Andantino più tosto Allegro
3. Concerto for oboe, bassoon, winds, strings & continuo in E flat major, WWV 345: Presto

4. Concerto for harp & strings in F major, WWV 281: Allegro
5. Concerto for harp & strings in F major, WWV 281: Andante
6. Concerto for harp & strings in F major, WWV 281: Tempo di Minuetto

7. Concerto for fortepiano, violin & strings in A major, WWV 325: Vivace
8. Concerto for fortepiano, violin & strings in A major, WWV 325: Larghetto
9. Concerto for fortepiano, violin & strings in A major, WWV 325: Tempo di Minuetto

10. Concerto for flute, strings & continuo in D major, WWV 342: Allegro
11. Concerto for flute, strings & continuo in D major, WWV 342: Largo
12. Concerto for flute, strings & continuo in D major, WWV 342: Allegro vivace

Echo Du Danube
Alexander Weimann

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Um belo tipo de homem, pensava a mãe dele.

PQP

Johann Nepomuk Hummel (1178-1837) – Sinfonias de Mozart de nº 35 a 41 em arranjo para Quarteto com Piano, Flauta, Violino e Violoncelo

É difícil para quem conhece estas obras há quase uma vida, em gravações históricas, com orquestras com diversos músicos, em gravações historicamente informadas ou não, enfim, é difícil absorver estas gravações destes arranjos das Sinfonias de Mozart para um quarteto formado por uma Flauta, um Piano, um Violino e um Violoncelo. Tudo bem que os arranjos foram feitos por Hummel, aluno e amigo de Mozart, e um dos grandes nomes do classicismo. Mesmo com todo o esforço e competência do ótimo quarteto de músicos reunidos para este projeto, fica a sensação de que falta alguma coisa. Ou não, dependendo do que se for esperar.

Como comentei acima, Hummel foi aluno de Mozart, este já um compositor estabelecido, entrando na fase final de sua vida, enquanto que o aluno ainda era uma criança. Mas se tratava de uma criança bem dotada, que foi um compositor interessante, com muitas obras publicadas, além de exímio pianista, e que acompanhou o mestre na fase de criação de obras primas como das óperas “Don Giovanni” e “Bodas de Fígaro”.

Trago dois CDs para os senhores. No primeiro teremos as Sinfonias de nº 35, 36 e a maior de todas, de nº 41. Deve ter sido uma tarefa difícil para Hummel fazer estes arranjos, afinal a riqueza da orquestração, adaptar os diferentes timbres para apenas quatro instrumentos, enfim, deve ter sido uma tarefa quase ingrata, mas podemos sentir nestes arranjos o amor e o respeito que ele sentia pela obra de Mozart. E ele encarou esta empreitada já na década de 1820, quando ainda era Kappelmeister em Weimar, já entrando nos últimos anos de sua vida, como comentei acima, era um compositor respeitado.

As três sinfonias favoritas de muita gente estão no segundo CD, as de nº 38, 39 e 40, a mais bela de todas, em minha humilde e inútil opinião. Lembro que ainda na adolescência ouvi esta de nº 40 em um belíssimo LP com o Karl Böhm, com a Orquestra Filarmônica de Viena (já postado por aqui). Foi paixão na primeira audição. Eu ainda era um adolescente aprendendo o básico da vida, e aquela música me deixou sem ação. É este o impacto que a música de Mozart provoca em nós em um primeiro momento: nos deixa sem direção, sem rumo.

Para alguns puristas, pode soar blasfêmia transformar estas obras primas orquestrais em um mero Quarteto com Flauta. Não sei, acho que a música de Mozart é tão intensa e perfeita que sempre vai soar bem de qualquer forma. Tirando o estranhamento inicial, as mudanças nos ritmos, a falta da massa orquestral, acabamos por nos acostumar, e de repente, aí está a genialidade mozartiana em todo o seu esplendor. Vale a pena conferir.

Symphony No. 36 in C major, ‘Linz’, K. 425
1 Adagio – Allegro spiritoso
2 Poco adagio
3 Menuetto
4 Presto
Symphony No. 35 in D major, ‘Haffner’, K. 385
5 Allegro con spirito
6 Andante
7 Menuetto
8 Presto
Symphony No. 41 in C major, ‘Jupiter’, K. 551
9 Allegro vivace
10 Andante cantabile
11 Menuetto: Allegretto
12 Molto allegro

Symphony No. 38 in D major, ‘Prague’, K. 504 (AE 546)
1 Adagio – Allegro
2 Andante
3 Presto
Symphony No. 40 in G minor,K. 550 (AE 547)
4 Allegro molto
5 Andante
6 Minuetto: Allegro
7 Finale: Allegro assai 4
Symphony No. 39 in E flat major, K. 543 (AE 548)
8 Adagio – Allegro
9 Andante
10 Minuetto: Allegretto
11 Finale: Allegro

Uwe Grodd – Flute
Friedemann Eichhorn – Violin
Martin Rummel – Cello
Roland Krüger – Piano

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D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 10 (Mravinsky)

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 10 (Mravinsky)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma das melhores sinfonias que conheço. Tipo uma das músicas de minha vida. Uma daquelas obras-primas indiscutíveis. Se a sétima é misteriosa; a oitava é poderosa; a nona, jocosa; a décima, nervosa. Shosta foi um grande amigo de Mravinsky, que estreou a maioria de suas sinfonias até cagar-se de medo e ser substituído por Kondrashin da 13ª até o final. A décima foi a primeira sinfonia pós-Stalin e possuiria uma “homenagem” ao ditador. O Allegro seria uma descrição da personalidade do todo-poderoso recém falecido e o Allegretto insiste na sequência de notas D-S-C-H (o nome do compositor em alemão, com Sch, claro), uma presumível afirmação da permanência de Shostakovich. Hoje, há gravações bem melhores do que esta inicial e meio mal gravada de Mravinsky, mas ela é histórica, com a sensacional e histórica orquestra de Leningrado e o próprio Shosta deveria tê-la em casa.

Mravinsky conducts the Leningrad Philharmonic Orchestra in
Shostakovitch’s Symphony No. 10.

Symphony No. 10, in E minor, Op.93
1. Moderato (22.24)
2. Allegro (4.08)
3. Allegretto (11.10)
4. Andante – Allegro (11.17)

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky

Total playing time: 48:58

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Duas raras fotos de Shostakovich feliz:
Duas raras fotos de Shostakovich feliz: …
... ambas em jogos de futebol.
… ambas em jogos de futebol.

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Suk / Herbert / Dvořák: Inspiration – Música para Cordas (Metamorphosen Berlin)

Suk / Herbert / Dvořák: Inspiration – Música para Cordas (Metamorphosen Berlin)

Um belo disco de capa feia. Recebi este CD da ex-esposa de um atual membro do dream team de postadores do PQP. Ela é uma das violas do grupo. Josef Suk foi um compositor e violinista tcheco que estudou com Antonín Dvořák e do qual arrebatou a filha, não o talento. A influência do sogrão deve ter sido enorme. Ele era uma sujeito meio mórbido, pois escreveu uma Marcha Fúnebre para si mesmo, o que revela que seu narcisismo era uma grande fonte de inspiração. Sua Serenata é bem boa. Victor Herbert era muito prolífico. Escreveu 43 operetas. Herbert nasceu em Dublin, mas adquiriu cidadania estadunidense. Foi violoncelista e maestro. Ele estudou piano, flauta e flautim, até finalmente chegar no cello. Sua música parece um doce de leite que não foi feito no Uruguai. O CD vale pela excelente versão da famosa Serenata, Op. 22, de Dvořák, que é um fenômeno escrito em menos de 15 dias. E vale pelo carinho da dedicatória. Desconheço quem seriam estes Elena e Milton.

Suk / Herbert / Dvořák: Inspiration – Música para Cordas (Metamorphosen Berlin)

Josef Suk
1 I. Allegro Con Moto – Metamorphosen Berlin
2 II. Allegro Ma Non Troppo E Grazioso
3 III. Adagio
4 IV. Allegro Giocoso, Ma Non Troppo Presto
5 Love Song, Op. 7, No. 1 – Metamorphosen Berlin

Victor Herbert
6 Yesterthoughts, Op. 37 – Metamorphosen Berlin
7 Puchinello, Op. 38 – Metamorphosen Berlin
8 Ghazel – Metamorphosen Berlin

Antonín Dvořák
9 I. Moderato – Metamorphosen Berlin
10 II. Tempo Di Valse
11 III. Scherzo. Vivace
IV. Larghetto
V. Finale. Allegro Vivace

Metamorphosen Berlin
Wolfgang E. Schmidt, conductor & cello
Indira Koch, concertmaster

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Thomas Linley, o Jovem (1756-1778): Music from The Tempest / Overture To The Duenna / Three Cantatas (The Parley Of Instruments Orchestra And Choir / Paul Nicholson)

Thomas Linley, o Jovem (1756-1778): Music from The Tempest /  Overture To The Duenna / Three Cantatas (The Parley Of Instruments Orchestra And Choir / Paul Nicholson)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Todos sabemos que o maior gênio do século XVII foi William Shakespeare, que a maior criatura do século XVIII foi Johann Sebastian Bach, que os gênios vencedores do século XIX foram Karl Marx e Charles Darwin, sobrando o século recém-findo para Sigmund Freud(post meu de 2008, não entendi nada).

Este é um grande CD da Hyperion e nem vou perder tempo escrevendo ou traduzindo coisas. Coloco abaixo, de forma desorganizada, uma série de notícias biográficas e citações sobre o excelente Linley

A composer who “had he lived, would have been one of the greatest ornaments of the musical world” – W.A. Mozart.

Thomas Linley the Younger (1756-1778)

Early Years
Thomas Linley the younger (the ‘English Mozart’) was born at the Abbey Green, Bath on 7th May 1756 and was baptised at St. James’s Church, Bath on 11th June.

He was the third child and second son of the composer, harpsichordist and singing teacher Thomas Linley (1733-1795) and his wife Mary. The whole family was remarkably musically talented; besides Thomas junior, their daughters Elizabeth Ann, Mary and Maria all became accomplished singers and their son Samuel a notable oboist.

Although it was fashionable for musically gifted young children to be brought to the public’s attention in concert rooms, Thomas Linley the younger was, by any standards, one of the most musically prodigiously talented individuals ever to have been seen in England.

The composer Matthew Cooke (1761-1829), in his biographical account of Linley entitled ‘Reminiscences’ (published 1826) states that he, gave such early and strong passion for music, as determined his Father to fix him in that Profession; and accordingly, the stripling studied the Rudiments of Music under his father, …..and was, by the tuition of his Parent, perfectly grounded in both Theory and Practice. The Child’s assiduity, and the rapid progress he made, called forth his Father’s approbation.

As no other member of the Linley family played the violin it is assumed that the young composer learnt his skill from John Richards who was a prominent soloist and orchestral leader in Bath during the 1750s and 1760s.

1763
The earliest known concert in which Linley played in was announced in Boddely’s Bath Journal of 25th July 1763, in which the following appeared, For the Benefit of Mr. Linley. At Loggan’s Room at the Hot Wells on the 29th Inst. Will be perform’d A Concert of Vocal and Instrumental Music. The Vocal Parts by Mr. Linley, Mr. Higgins and Master Linley. The First Violin by Mr Richards of Bath. End of the 1st Act a Concerto on the Violin by Master Linley, a child of seven years old. End of the 2nd Act an Elegy of Jackson’s by Mr. and Master Linley and Mr. Higgins.
In the same year the seven year old Linley commenced musical studies with William Boyce – lessons that were to continue over the next five years.

1767
At the age of 10, with his sister Elizabeth Ann, he appeared at Covent Garden Opera House playing the part of Puck in the Masque The Fairy Favour by Thomas Hull. The Lloyds Evening Post of 3rd February reported the occasion Nor can enough be said of the little boy, who plays the part of Puck; his singing, playing on the violin, and dancing the hornpipe, are all beyond expectation, and discover extraordinary abilities in one, who must be considered a child.

1768
In a letter to William Jackson dated 11th May 1768, the painter Thomas Gainsborough said, I have begun a large picture of Tommy Linley and Miss Linley and her Brother Thomas by Thomas Gainsborough c.1768 his sister………I suppose you know the Boy is bound for Italy at the first opportunity.
The 12 year old Linley left for Italy later the same year to study under the famous violinist Pietro Nardini (1722-1793).

1770 Meeting with Mozart

In April 1770 while still in Italy Linley met Mozart. They were exact contemporises and became firm friends, later regularly corresponding with one another.
On 21st April 1770 Mozart’s father, Leopold, writing to his wife Anna Maria said, In Florence we found a young Englishman who is a pupil of the famous violinist Nardini. This boy, who plays absolutely beautifully, and has Wolfgang’s height and age, came to the house of the learned poetess Sgr. Corelli, where we happened to be visiting on the recommendation of M. L’Augier. The two boys took turns performing all evening while constantly embracing one another. The next day, the little Englishman, a most charming boy, brought his violin to where we stayed and played all afternoon with Wolfgang accompanying him on the piano…….Little Thomaso accompanied us home and wept the bitterest tears because we were leaving the next day. The musical historian Charles Burney met Linley in Italy in the following September and wrote, The ‘Tommasino’, as he is called, and the little Mozart, are talked of all over Italy, as the most promising geniuses of this age.

1771
Linley, now 15 years old, returned to England to perform in the 17712 Bath concert season. He was regularly leader of the orchestra or soloist at Bath from 1772 to 1776 and at Drury Lane from 1773 and 1778 where he played concertos between the acts of oratorios. He returned to his studies with Boyce.

On 8th September 1773 Linley’s first large-scale work (Let God Arise) was performed. This was at the Worcester Festival. Matthew Cooke stated that, This Production confirmed his Talents with the Public. Linley was now much in demand as a violinist – as reported by Cooke, ……his industry and perseverance made him indefatigable. He was One of the most eminent Violin Performers of the age; between the years 1771 and 1776 he composed no less than Twenty Concertos for the violin….Many of these were performed by him…..at Drury Lane ….and were received with the most unbounded applause. It was around this time that he wrote such remarkable works as The Song of Moses and incidental music for The Tempest and Sheridan’s The Duenna.

1776
In 1776 Linley composed his magnificent Shakespeare Ode (Lyric Ode on the Fairies, Aerial Beings and Witches of Shakespeare). A writer in A Dictionary of Musicians in 1824 said, Neither Purcell nor Mozart ever gave stronger proofs of original genius than could be traced in this charming ode. The Morning Chronicle of 21st March 1776 gave a particularly enthusiastic account of a performance The composition must be allowed to be an extraordinary effort of genius in so young a man……..the fugue of the overture is masterly……..the song There in old Arden’s inmost shade…would not disgrace a Sacchini or Bach……….the oboe song in the second part…shews this young composer has the brilliancy and warmth of invention so peculiar attendant on the spring of life………….His merit, even at this early time of life, is certainly sufficient to challenge the warmest encouragement from the public, even though our Amateurs should not yet be brought to overlook the misfortune of his being – an Englishman.

The Morning Post of 16th March 1778 after a successful performance by Linley, also reveals an attitude of the general public towards English composers, …..the very warm applause he received last night proves that an English audience will give proper encouragement to true merit and genius, even though it is the production of their own country.

In July 1778 Linley went with his sisters to Grimsthorpe Castle, Lincolnshire as guests of the Duke of Ancaster and his family. On 5th August Linley went boating on the Castle lake with two friends. During a storm the boat overturned and, whilst attempting to swim ashore, the 22 year old Linley tragically drowned. It was reported in the Morning Chronicle on 11th August, On Wednesday last Mr. Thomas Linley……fell into a lake belonging to his Grace the Duke of Ancaster…..and was unfortunately drowned; he remained under water full forty minutes, so that every effort made to restore him to life proved ineffectual. This accident has deprived the profession to which he belonged of one its principal ornaments, and society of a very accomplished and valuable member.

Linley was buried on 11th August 1778 at Edenham Parish Church.

His sisters Maria, Mary and Elizabeth Ann died of consumption in 1784, 1787 and 1792 respectively and his brother Samuel drowned in 1795. Thomas Linley senior died in November of the same year, it was said at the time, of a broken heart.

‘Linley was a true genius’ (Mozart, 1784)
‘An outstanding disc in a trail-blazing series: highly recommended’ (BBC Music Magazine)
‘The irresistible music will compel you to acquire this recording’ (Early Music Review)
‘All parties sound as if they love every moment of this absorbing and enjoyable programme’ (American Record Guide)
‘Le programme est d’une parfaite cohérence et magistralement interpreté’ (Répertoire, France)
‘Il y a longtemps que le disque ne nous avait révélé un talent méconnu aussi brillant et attachant’ (Diapason, France)
‘…This collection of cantatas and theater music is simply stunning—rarely do we hear a composer of that age who even comes close to what Mozart was doing, but if any can make that claim, Linley certainly can… the freshness and invention—will strike you over and over…These period performances are sterling in concept and execution, and Hyperion’s midprice Helios label makes them almost irresistible’ (Audiophile, USA)

Thomas Linley, o Jovem (1756-1778): Music from The Tempest / Overture To The Duenna / Three Cantatas (The Parley Of Instruments Orchestra And Choir / Paul Nicholson)

Music For The Tempest (23:56)
Arise! Ye Spirits Of The Storm 5:56
O Bid Your Faithful Ariel Fly 4:42
Come Unto These Yellow Sands 4:00
Hark, Hark, The Watch-Dogs Bark 0:59
While You Here Do Sleeping Lie 1:57
Ere you Can Say ‘Come’ And ‘Go’ 2:53
Where The Bee Sucks, There Lurk I 2:47

Overture To The Duenna (5:33)
Allegro 2:25
Adagio 1:22
Rondeau (Allegro) 1:54

In Yonder Grove (13:44)
Recitative: In Yonder Grove 1:40
Air (Largo Andante): If Thy Too-Cruel Bow Be Bent 3:10
Recitative: Thus Sunk In Deep Distress 0:33
March 1:03
Recitative: As When The Sun 0:50
Air: Tune, Philomel 6:23

Ye Nymphs Of Albion’s Beauty-Blooming Isle (12:03)
Recitative: Ye Nymphs Of Albion’s Beauty-Blooming Isle 1:14
Air (Largo): Wrapt Close From Harm 3:58
Recitative: Thus Young Emira 0:44
Air (Molto Allegro): Fly, Damon, To Yon Secret Grove 6:04

Daughter Of Heav’n, Fair Art Thou! (Darthula) (17:00)
Recitative: Daughter Of Heav’n, Fair Art Thou! 1:02
Air (Andante): But Why Dost Thou Retire? 1:31
Recitative: Thus Sung Darthula 1:06
Air (Maestoso Allegro): My Arm Shall Lift The Spear 5:48
Recitative: He Clothed His Limbs In Steel 1:39
Air (Rondeau): When In Thy Beauty With Thou Rise 4:48
Arioso (Adagio): Retire, O Sun 1:01

Julia Gooding, soprano
Paul Goodwin, oboe
The Parley of Instruments Baroque Orchestra and Choir
Paul Nicholson, harpsichord and conductor

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Menino gênio: Thomas Linley, o Jovem, por Thomas Gainsborough (c.1772)

PQP

F. J. Haydn (1732-1809): String Quartets Op. 17 (completo) (London Haydn Quartet)

F. J. Haydn (1732-1809): String Quartets Op. 17 (completo) (London Haydn Quartet)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um compositor de primeira linha, um quarteto idem, uma baita gravadora (Hyperion), um repertório surpreendentemente raro. Os Quartetos de Cordas Op. 17 de Haydn foram escritos durante seu período mais produtivo, como empregado da família Esterházy. Haydn tinha um magnífico grupo de músicos ao seu dispor, incluindo o jovem violinista virtuoso Luigi Tomasini, cujo gênio pode ser espreitado ao longo destas composições, especialmente nos belíssimos adágios. Esses quartetos de cordas são indiscutivelmente grandiosos. Eles têm enorme seriedade e um domínio crescente do discurso e do desenvolvimento que estão há léguas de distância do divertimento dos quartetos anteriores. Aqueles que desejam gravações sempre em instrumentos “do período” não devem hesitar — é improvável que se ouça algo melhor neste repertório. A articulação é leve, precisa e cheia de nuances, o vibrato é dificilmente detectável e a entonação é impecável. Confira.

F. J. Haydn (1732-1809): String Quartets Op. 17 (completo) (London Haydn Quartet)

CD 1
1. String Quartet In C Minor, Op. 17/4 – 1. Moderato
2. String Quartet In C Minor, Op. 17/4 – 2. Menuetto; Trio
3. String Quartet In C Minor, Op. 17/4 – 3. Adagio Cantabile
4. String Quartet In C Minor, Op. 17/4 – 4. Allegro

5. String Quartet In E Flat, Op. 17/3 – 1. Andante Grazioso
6. String Quartet In E Flat, Op. 17/3 – 2. Menuetto; Trio: Allegretto
7. String Quartet In E Flat, Op. 17/3 – 3. Adagio
8. String Quartet In E Flat, Op. 17/3 – 4. Allegro Di Molto

9. String Quartet In F, Op. 17/2 – 1. Moderato
10. String Quartet In F, Op. 17/2 – 2. Menuetto: Allegretto
11. String Quartet In F, Op. 17/2 – 3. Adagio
12. String Quartet In F, Op. 17/2 – 4. Allegro Molto

CD 2
1. String Quartet In E, Op. 17/1 – 1. Moderato
2. String Quartet In E, Op. 17/1 – 2. Menuetto; Trio
3. String Quartet In E, Op. 17/1 – 3. Adagio
4. String Quartet In E, Op. 17/1 – 4. Presto

5. String Quartet In G, Op. 17/5 – 1. Moderato
6. String Quartet In G, Op. 17/5 – 2. Menuetto; Trio
7. String Quartet In G, Op. 17/5 – 3. Adagio
8. String Quartet In G, Op. 17/5 – 4. Presto

9. String Quartet In D, Op. 17/6 – 1. Presto
10. String Quartet In D, Op. 17/6 – 2. Menuetto; Trio
11. String Quartet In D, Op. 17/6 – 3. Largo
12. String Quartet In D, Op. 17/6 – 4. Finale: Allegro

The London Haydn Quartet

Catherine Manson: violin
Margaret Faultless: violin
James Boyd: viola
Jonathan Cohen: cello

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Os membros do quarteto foram ao PQP Park de Londres à procura das melhores madeiras para seus instrumentos.

PQP

Georg Phillipp Telemann (1681-1767): A Christmas Oratorio (Reinische Kantorei, Das Kleine Konzert, Hermann Max)

O texto abaixo tirei de um site alemão que comercializa CDs. Resume bem esse belíssimo CD do selo alemão CPO, sempre uma garantia de qualidade:

“Georg Philipp Telemann deixou para a posteridade uma obra de variedade e quantidade quase desconcertantes: A música de câmara vocal e instrumental, os concertos e as suítes orquestrais, os oratórios e as óperas amontoam-se para formar uma montanha que levará certamente gerações a analisar completamente. Só o número das suas cantatas de igreja (que sobreviveram) ronda os quatro dígitos, e é necessária uma determinação extraordinária para reunir um pasticcio significativo a partir desta superabundância, como Hermann Max fez para a presente produção: O diretor do Rheinische Kantorei e do Kleines Konzert trouxe à luz do dia cinco cantatas do período de Telemann em Hamburgo e Frankfurt que não tinham sido gravadas nem impressas até à data e combinou-as num “Oratório de Natal” que cobre a época festiva desde o nascimento de Jesus até à Epifania – uma hipótese, é certo, mas que pode extrair as mais belas justificações tanto das convenções históricas como dos seus resultados sonoros. As redescobertas musicais são as mais genuínas de Telemann, como revela a posição consistentemente operática das cantatas individuais e do oratório delas derivado: Recitativos dramáticos, cenas de diálogo e árias, bem como os coros, que não se limitam ao seu papel reflexivo, dão origem a um evento animado que outrora transformava o espaço da igreja num palco sublime no qual o inacreditável se transformava em fé.”

Nosso Grão – Mestre PQPBach intimou seus colaboradores a preparar material para a postagem de Natal, a Postagem do Natal em que o PQPBach completa sua maioridade. Não precisei procurar muito em meu acervo para encontrar essa maravilha de CD, um primor de execução e qualidade de gravação, tão característicos do selo CPO. Como conta o texto acima, o trabalho de arqueologia musical que Hermann Max fez nos brinda com cinco belíssimas cantatas que Telemann compôs, com temática natalina. Sim, algumas árias até tem um tom operístico, mas em se tratando de Telemann, nada mais nos surpreende.

Garanto para os senhores que o que ouvirão aqui é puro deleite musical, independente de suas crenças religiosas.

Desejo a todos um Feliz Natal e um 2025 cheio de realizações.

Siehe, ich verkündige euch große Freude TVWV 1:1333 (Kantate zum Ersten Weihnachtstag)
1  Arie: Siehe! Ich verkündige euch große Freude
2 Arie: Ihr Hirten, denket nicht
3 Choral: Dies hat er alles uns getan
Choral: Dies hat er alles uns getan
4 Rezitativ: O teuer wertes Wort des Lebens
5 Choral: Also hat Gott die Welt geliebt
6 Arie: Uns von allem Bösen zu erlösen
7 Chor: Gelobet sei der Herr
8 Choral: Drum, frommer Christ

Tönet die Freude, belebte Trompeten TVWV 1:1410 (Kantate zum Zweiten Weihnachtstag)

9 Arie: Tönet die Freude
10 Choral: Zwingt die Saiten in Cithara
11 Rezitativ: Ich hebe mich auf deiner Gnade Flügel
12 Chor: Amen! Lob und Ehre
13 Choral: Seligstes Wesen
14 Rezitativ: O schöne Nacht
15 Chor: Wir beben, Gott Jakobs
16 Rezitativ: Bote Gottes!
17 Arie: Tiefen ewig großer Milde
18 Choral: Heut hat der Herr den Jammerstand
19 Rezitativ: Messias kömmt
20 Choral: Herr, sei gebenedeit

Darzu ist erschienen die Liebe Gottes TVWV 1:166 (Kantate zum Dritten Weihnachtstag)

21 Arie: Darzu ist erschienen die Liebe Gottes
22: Rezitativ: Gott, deine Liebe ist ein Abgrund ohne Grund
23 Arie: Zion lobt dich in der Stille
24 Rezitativ: Wenn nach der Nacht der Glanz der Sonne wieder lacht
25 Duett: Wir sind frei von Kett und Banden
26 Rezitativ: Ja, ja, gelobet sei des Höchsten Name
27 Choral: Lob, Ehr und Dank sei dir gesungen

Wünschet Jerusalem Glück TVWV 1:1726 (Kantate zu Neujahr)
28 Chor: Wünschet Jerusalem Glück
29 Rezitativ: Das neue Jahr schenkt uns die ersten Blicke
30 Arie: Glück und Friede
31 Rezitativ: Ein einzig Wort
32 Arie: In Jesu Namen
33 Choral: Zu danken und zu loben dich

Ihr Völker, bringet her dem Herrn TVWV 1:1919 (Kantate zu Epiphanias)
34 Chor: Ihr Völker, bringet her dem Herrn
35 Rezitativ: Ich Armer, ach!
36 Arioso: Opfere Gott Dank
37 Rezitativ: Auf, auf, mein Herz
38 Arie: Auf, auf, mein Herz
39 Rezitativ: So lang ich’s noch in meinem Leibe trage
40 Choral: Du willst ein Opfer haben

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.: interlúdio :. Ella Wishes You a Swinging Christmas ∞ Ella Fitzgerald ֎

.: interlúdio :. Ella Wishes You a Swinging Christmas ∞ Ella Fitzgerald ֎

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Se você entende inglês, mesmo de maneira amadora, vai perceber que essas lindas canções, interpretadas magnificamente pela diva Ella Fitzgerald, falam de frio, neve, bonecos de neve e trenós, tudo muito contrastante com a realidade que vivemos essa época do ano, desse lado de cá do equador. Mas, há nesse período de festas e nessas canções também, algo universal, que é comum a todos, do Tahiti até a Kashmira. O Natal e as comemorações de Ano Novo exacerbam em nós a busca de estar com as pessoas que amamos, aquelas que nos fazem sentir parte de um grupo, de pertencimento. É claro que as canções são alegres e divertidas, afinal a ocasião é propícia. Mas essa animação pode esconder sentimentos de solidão ou de ausência de alguma querida pessoa. Você poderá perceber isso lá pela terceira canção do disco, onde o desejo é de apenas um momento de paz, de leveza, e na quarta canção – What are you doing for New Year’s Eve? – a busca por estar com alguém é ainda maior. Mas é apenas uma nota de melancolia, para lembrar nossas fragilidades, e depois a alegria já estará de volta, completando o disco com a canção White Christmas, uma forma de desejar um Natal perfeito!

Neste ano no qual o blog chegou à maioridade, é isso que desejamos a todos os nautas e simpatizantes, leitores assíduos ou casuais – um Natal Perfeito, seja lá como for, à sua moda!

E não esqueça: What are you doing for New Year’s Eve?

Ella Wishes You A Swinging Christmas

  1. Jingle Bells
  2. Santa Claus Is Coming To Town
  3. Have Yourself A Merry Little Christmas
  4. What Are You Doing New Year’s Eve?
  5. Sleigh Ride
  6. The Christmas Song
  7. Good Morning Blues
  8. Winter Wonderland
  9. Rudolph, The Red-Nosed Reindeer
  10. Frosty The Snow Man
  11. White Christmas
  12. Let It Snow, Let It Snow, Let It Snow

Ella Fitzgerald

Frank De Vol’s Orchestra

Produção: Norman Granz (Verve)

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MP3 | 320 KBPS | 83 MB

It’d be hard to imagine a happier wish than the one this jazz vocal legend offers her listeners on this urbane-yet-homey collection of holiday favorites. The First Lady of Song recorded these tunes in 1960, at the peak of her interpretive powers. As such, she puts her singular stamp on everything from a sultry vamp like “What Are You Doing New Year’s Eve” to the sweet and cozy “The Christmas Song.” Even potentially shopworn standards like “Santa Claus Is Comin’ to Town” sound fresher when they’re coming from Ella Fitzgerald. –David Sprague

Seria difícil imaginar um desejo mais feliz do que aquele que esta lenda vocal do jazz oferece aos seus ouvintes nesta coleção urbana, mas caseira, de canções de Natal. A Primeira Dama da Canção gravou essas músicas em 1960, no auge de sua capacidade interpretativa. Como tal, ela coloca sua marca singular em tudo, desde a sensual “What Are You Doing New Year’s Eve” até a doce e aconchegante “The Christmas Song”. Mesmo velhas canções potencialmente desgastadas como “Santa Claus Is Comin’ to Town” soam mais frescas quando cantadas por Ella Fitzgerald. –David Sprague

Aproveite!

René Denon

PS1: Há no Spotify uma versão desse álbum com canções adicionadas e até uma animação.

PS2: Se você gostou dessa postagem, poderá visitar:

.: interlúdio :. Ella and Louis ∞ Christmas ∞ Ella Fitzgerald & Louis Armstrong

.: interlúdio :. The Intimate Ella – Ella Fitzgerald & Paul Smith, piano

E não vá esquecer a mensagem do aniversariante – a importância do amor ao próximo, da justiça, do perdão!

Charpentier (1643-1704), Molter (1696-1765), Vivaldi (1678-1741), Sammartini (1700-1775), Telemann (1681-1767), Handel (1685-1759), Corelli (1653-1713): Concertos de Natal (The English Concert / Trevor Pinnock)

Charpentier (1643-1704), Molter (1696-1765), Vivaldi (1678-1741), Sammartini (1700-1775), Telemann (1681-1767), Handel (1685-1759), Corelli (1653-1713): Concertos de Natal (The English Concert / Trevor Pinnock)

Então é Natal — que lindo –, os sinos badalam, neva em Porto Alegre e estou inteiramente tomado de boas intenções, com o coração cheio de Cristo. Bem, tá bom. É brincadeira deste ateu mau e comedor de criancinhas. Nada de pedofilia, trata-se de gastronomia mesmo. Como os comunas faziam, lembram? Somos apreciadores das vitelas swiftianas. Mas este CD traz Trevor Pinnock e seu The English Concert num agradável programa natalino, um presentão para nossos leitores-ouvintes. Há música muito boa, mas as melhores vão para as figurinhas carimbadas de sempre: Vivaldi, Handel e Corelli. O restante do recheio é passa de uva. O trio citado é o licor. Desejo-lhes um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Que o Menino Jesus ilumine suas vidas!

Charpentier (1643-1704), Molter (1696-1765), Vivaldi (1678-1741), Sammartini (1700-1775), Telemann (1681-1767), Handel (1685-1759), Corelli (1653-1713): Concertos de Natal (The English Concert / Trevor Pinnock

Marc-Antoine Charpentier – Noels Sur Les Instruments
1. 1. Vous qui désirez sans fin
2. 2. A la venue de Noël
3. 3. Or nous dites, Marie
4. 4. Où s’en vont ces gais bergers?

Johann Melchior Molter – Concerto Pastorale In G Major
5. 1. Larghetto – Allegro e forte – (Larghetto)
6. 2. Aria 1: a tempo giusto – Aria 2: Lento e sempre piano – Aria 3: Tempo die Menuetto

Antonio Vivaldi – Concerto For 2 Trumpets In C Major, Rv 537
7. 1. Allegro – Mark Bennett, Michael Harrison, The English Concert, Trevor Pinnock
8. 2. Largo – Mark Bennett, Michael Harrison, The English Concert, Trevor Pinnock
9. 3. Allegro – Mark Bennett, Michael Harrison, The English Concert, Trevor Pinnock

Giuseppe Baldassare Sammartini – Pastorale In G Major
10. Pastorale in G major – Andante sostenuto

Georg Philipp Telemann – Concerto Polonois In G Major
11. 1. Dolce
12. 2. Allegro
13. 3. Largo
14. 4. Allegro

George Frideric Handel – Concerto A Due Cori In B Flat Major, Hwv 332
15. 1. Ouverture
16. 2. Allegro ma non troppo
17. 3. Allegro
18. 4. Largo
19. 5. A tempo ordinario
20. 6. Alla breve. Moderato
21. 7. Menuet (Allegro)

Arcangelo Corelli – Concerto Grosso In G Minor
22. 1. Vivace – Grave
23. 2. Allegro
24. 3. Adagio – Allegro – Adagio
25. 4. Vivace
26. 5. Allegro
27. 6. Pastorale: Largo

The English Concert
Trevor Pinnock

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PQP

Anônimos / Charpentier / Monteverdi / Mozart, Franz Xaver / Purcell / Schein: A Baroque Christmas (The Boston Camerata / Joel Cohen)

Anônimos / Charpentier / Monteverdi / Mozart, Franz Xaver / Purcell / Schein: A Baroque Christmas (The Boston Camerata / Joel Cohen)

É Natal! Jesus nasceu e todos estão felizes fazendo compras como se o mundo fosse acabar. E aqui temos um excelente CD. SÉRIO! Bem, sei, melhor me acalmar. Um CD delicadíssimo e de alto nível artístico este da Nonesuch Records. Não é aquele barroco cheio de vigor, é tranquilo e autenticamente camarístico. As melhores obras do CD são as de Charpentier, o que não deixa de ser uma surpresa; afinal, Marc-Antoine é francês… Os americanos que o interpretam também são muito bons… Melhor rever meus conceitos (e preconceitos). Música sacra da melhor qualidade! Feliz Natal!

Anônimos / Charpentier / Monteverdi / Mozart, Franz Xaver / Purcell / Schein: A Baroque Christmas (The Boston Camerata / Joel Cohen)

1. A minuit fut fait un réveil / Anonymous (France), 17th century
2-6. Noëls pour les instruments/ Marc-Antoine Charpentier (1634-1704)
7. Hodie christus natus est/ Gregorian
8. Nun jauchzet mit hellem Ton / Johannes Schein (1586-1630)
9. Laudate dominum/ Claudio Monteverdi (1547-1643)
10. Non recedet laus tuus/ Gregorian
11. Salve Regina/ Claudio Monteverdi
12. The Blessed virgin’s expostulation/ Henry Purcell (1659-1695)
13-18. Messe de minuit sur des airs de Noël/ Marc-Antoine Charpentier

THE BOSTON CAMERATA
Anne Azéma, soprano
Elizabeth Weigle, soprano
Richard Duguay, tenor
Dan McCabe, baritone
Arizeder Urreiztieta, bass
Robert Mealy (concertmaster), baroque violin
Katherine Sutherland, baroque violin
Harold Lieberman, baroque viola
Carol Lewis, viola da gamba
Jesse Lepkoff, flute, recorder
Kathie Roth, flute
Owen Watkins, recorder
Michael Dolbow, violone
Olav Chris Henriksen, theorbo, baroque guitar
Frances Conover Fitch, organ

assisted by THE SCHOLA CANTORUM OF BOSTON
Frederick Jodry, director

Alice Dampman, Sandra Stuart, sopranos
Rob Dobson, Frederick Jodry, altos
John Delorey, Arthur Rawding, tenors
John Holyoke, bariton
Gregory Mancusi-Ungaro, bass

Joel Cohen, Director

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Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra (Gilels, Jochum, BPO)

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra (Gilels, Jochum, BPO)

Envolvido com outras questões, como os 200 anos de nascimento de Wagner, e,  principalmente, com os problemas que estou tendo com minha operadora de telefonia, esqueci que um dos compositores favoritos do blog, Johannes Brahms, completaria hoje 180 anos de idade. Sim, o bom e velho Johannes está de aniversário.

O filósofo alemão Ernst Bloch, em sua obra “O Espírito da Utopia” faz a seguinte observação sobre a música de Brahms:

“Ele tem colorido: seu som orquestral tem sido comparado, não desfavoravelmente, á terra das urzes do norte da Alemanha, que de longe aparece como uma larga,monótona extensão, mas cujas cinzas, quando penetramos, subitamente se dissolvem numa miríade de pequeninas flores e partículas de cor”.

Malcolm McDonald, em sua excelente biografia de Brahms, de onde também tirei esta citação de Bloch, obrigatória para os apaixonados pela obra do compositor, assim inicia o prefácio dessa biografia:

“Brahms tinha uma forte consciência da importância de sua música, mas era menos seguro quanto a vir esta a ser entendida pela posteridade. Nos seus momentos de mais melancolia predisse que se tornaria um “mestre desprezado” e suas obras apenas um privilégio de especialistas, com as de Cherubini, que tanto admirava. Ficaria surpreso, e até um tanto constrangido, ao saber que desde sua morte nada chegou de fato a prejudicar o seu prestígio popular como um dos mestres supremos da música européia. Algumas obras podem ser menos ou mais queridas, mas de um modo geral em suas composições se mantém comodamente na principal vertente dos gêneros que ele mais enriqueceu: orquestral, de câmara, para piano, canções. (…).”

Em diversos momentos aqui no PQPBach demonstramos nossa afeição por esse gênio da música ocidental. A homenagem que ora faço, mesmo modesta, é de coração.Todos os que acompanham o blog há algum tempo sabem a admiração que tenho pelos concertos para piano do compositor, considero inclusive o segundo como o principal e melhor concerto já composto para o instrumento. E para prestar esta homenagem, resolvi trazer uma das melhores gravações que possuo, a que Emil Gilels realizou para a Deutsche Grammophon, acompanhado por Eugen Jochum, que rege a Filarmônica de Berlim. Definitivamente, trata-se de uma batalha de gigantes, onde não existem vencedores ou vencidos, apenas nós, meros e mortais ouvintes, que ficamos embevecidos com tamanha precisão, concisão e genialidade demonstradas por todas as partes envolvidas.

Sugiro também a leitura do blog de Milton Ribeiro, que ainda agora pouco, postou um belo texto em homenagem à data: https://miltonribeiro.ars.blog.br/2013/05/07/e-johannes-brahms-faz-180-anos/.

Uma boa audição.

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra (Gilels, Jochum, BPO)

CD 1

01 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Maestoso
02 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Adagio
03 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Rondo

CD 2

01 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegro non troppo
02 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegro appassionato
03 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Andante
04 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegretto grazioso

05 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 1 ‘Capricio’ in A minor
06 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 2 ‘Intermezzo’ in A minor
07 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 3 ‘Capriccio’ in G minor
08 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 4 ‘Intermezzo’ in E major
09 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 5 ‘Intermezzo’ in E minor
10 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 6 ‘Intermezzo’ in E major
11 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 7 ‘Capriccio’ in D minor

Emil Gilels – Piano
Berliner Philharmoniker
Eugen Jochum – Conductor

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Brahms peidando

FDP

Antonio Vivaldi (1678-1741): As Sonatas Completas para Violoncelo (David Watkin With Members Of The King’s Consort)

Antonio Vivaldi (1678-1741): As Sonatas Completas para Violoncelo (David Watkin With Members Of The King’s Consort)

Este que é mais um CD obrigatório para quem gosta de música barroca. É outro Vivaldi. É um sujeito concentrado, melancólico, quase triste em sua expressão camarística através do cello. Demonstrando ser um compositor que adequava-se à sonoridade dos instrumentos para os quais escrevia – assim como fazia em suas óperas adequando-se aos temas narrados -, temos aqui um Vivaldi quase germânico, como se tivesse nascido em Eisenach. Confiram e depois me contem se estou mentindo. E, como senão bastasse, é música arrebatadora e nada esquecível. CDs belíssimos. O grupo de membros do “famigerado” King`s Consort é simplesmente extraordinário. Por que “famigerado”? Ora, por isso aqui.

Antonio Vivaldi (1678-1741): As Sonatas Completas para Violoncelo (David Watkin With Members Of The King’s Consort)

Sonata In B Flat Major RV47 (12:44)
1-1 Largo 3:53
1-2 Allegro 3:40
1-3 Largo 3:04
1-4 Allegro 1:54

Sonata In A Minor RV44 (11:23)
1-5 Largo 2:13
1-6 Allegro Poco 3:09
1-7 Largo 3:13
1-8 Allegro 2:39

Sonata In B Flat Major RV45 (13:55)
1-9 Largo 3:15
1-10 Allegro 2:48
1-11 Largo 4:36
1-12 Allegro 3:04

Sonata In E Flat Major RV39 (12:43)
1-13 Larghetto 3:55
1-14 Allegro 2:47
1-15 Andante 3:09
1-16 Allegro 2:39

Sonata In G Minor RV42 (14:49)
1-17 Preludio: Largo 3:09
1-18 Allemanda: Andante 3:53
1-19 Sarabanda: Largo 4:40
1-20 Gigue: Allegro 3:02

Sonata In E Minor RV40 (11:15)
2-1 Largo 3:32
2-2 Allegro 2:50
2-3 Largo 2:33
2-4 Allegro 2:06

Sonata In F Major RV41 (12:39)
2-5 Largo 3:22
2-6 Allegro 2:31
2-7 Largo 3:56
2-8 Allegro 2:36

Sonata In B Flat Major RV46 (10:48)
2-9 Preludio: Largo 2:27
2-10 Allemande: Allegro 2:29
2-11 Largo 2:55
2-12 Corrente: Allegro 2:40

Sonata In A Minor RV43 (15:19)
2-13 Largo 3:59
2-14 Allegro 3:28
2-15 Largo 4:52
2-16 Allegro 2:55

Cello [Continuo] – Helen Gough
Cello, Soloist – David Watkin
Ensemble – The King’s Consort
Organ [Chamber Organ], Harpsichord – Robert King (9)
Theorbo, Archlute, Baroque Guitar – David Miller (7)

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O grande David Watkin foi forçado a abandonar o violoncelo aos 49 anos em razão de uma doença reumática

PQP