.:interlúdio:. Astor Piazzolla – “El Infierno tan Temido”

.:interlúdio:. Astor Piazzolla – “El Infierno tan Temido”

Confesso que bebi. Não, não aludo a um simpático livro do cartunista Jaguar, que por sua vez alude a Neruda. Jurei, sim, por São Gregório Magno e Santa Hildegarda von Bingen que bastava de Piazzolla; que afastaria de mim esse cálice de perdição. Ora, mas por que tanto alarde em torno de Piazzolla? São apenas truques sonoros envolvendo sequências harmônicas, dominantes secundárias, cromatismos e ostinatos, artifícios rítmicos e percussivos, melodias lancinantes… Certa vez até me disseram que ele nem seria lá grande coisa (!) – assevero que quando ouvi isso não estava bêbado ainda, mas depois tive de ficar. Mas bebi e vou vivendo, e como dizia o samba famoso, tem gente que não bebe e está morrendo. Um dois, três tragos de tanguedias – lembrando Platão: ‘duas e três vezes ainda, a beleza.’ Acho que esse texto está um escrito de bebum. ‘E dai?’, diz ainda o fantasma do velho Platão. Ok, zoopsia talvez, somente porque estou a divisar um casal de centopeias dançando tango vão dizer que é Delirium Tremens, mas diante desse transe apoteótico trago em meu socorro o Sr. Fernando Antônio Nogueira Pessoa, mestre absoluto da poesia e também exímio bebedor:

D.T. – Delirium Tremens – Poema alcoólico (ou pós-alcoólico)

Na realidade outro dia,
Batendo o meu sapato na parede
Matei uma centopeia
Que lá não estava de forma alguma.
Como é que pode?
É muito simples, como vê
Só o início do D.T.
Quando o jacaré cor-de-rosa
E o tigre sem cabeça
Começam a crescer
E exigir serem alimentados.
Como não tenho sapatos
Para os matar
Penso que devo começar a pensar:
Será que eu deveria parar de beber?

Quando as centopeias vierem,
Sem problema
Posso vê-las bem,
Até duplicadas!
Mando-as para casa
Com meu sapato
E, quando todas forem para o inferno,
Irei também.
Então, como um todo
estarei verdadeiramente feliz,
Porque com um sapato Real e verdadeiro
Matarei a verdadeira centopeia:
Minha perdida alma…

Fernando Pessoa – 1935

4kwy7sOra, já confessei minha piazzollatria e minha condição de Farrapo Humano à Billy Wilder por culpa do bandoneon de Mister Pantaleón e do seu violinista, aquele impiedoso reciário de corações chamado Fernando Suares Paz – que Deus o conserve! Estou ébrio, como o celebérrimo pau d’água de Vicente Celestino. Todavia, como dizia Graham Greene, “sempre existe um lugarzinho para os bêbados no coração das pessoas”. E como se não bastasse encontro também alento nas quadras (Rubaiyat) daquele gentilíssimo astrônomo, matemático e doce poeta persa de um milênio, o Omar. É, Omar Khayyam!

“Olha com indulgência aqueles que se embriagam: os teu defeitos não são menores. Se queres paz e serenidade, lembra-te da dor de tantos outros, e te julgarás feliz.”

“Busca a felicidade agora, nada sabes do amanhã. Apanha um grande copo repleto de vinho, senta-te ao luar e pensa: Talvez amanhã a lua me procure em vão.”

“Bebe o teu vinho. Vais dormir muito tempo debaixo da terra. Sem amigo ou amores. Confio-te um grande segredo: não reflorescem as tulipas murchas.”

“Vinho, bálsamo para o meu coração doente. Vinho da cor das rosas, vinho perfumando, para calar a minha dor. Vinho e o teu alaúde de cordas de seda, minha amada.”

“Do meu túmulo se erguerá um tal perfume de vinho que embriagará os passantes; e será tal a serenidade que dele não conseguirão se apartar os amantes.”

“Alguns amigos me dizem: Não bebas mais, Khayyam! Respondo: Quando bebo ouço o que me dizem as rosas, as tulipas, os jasmins: ouço até o que não diz a minha amada.”

“O vinho te dá o calor que te falta, suaviza o julgo do passado e te alivia das brumas do futuro. Inunda-te de luz e te liberta desta prisão.”

“Cansado de indagar aos sábios, indaguei à taça: Para onde irei depois da morte? Ela de respondeu murmurando: Bebe em minha boca. Bebe longamente: Não voltarás.”

2r6nz4mDiante disso, que pensar? Quem poderia condenar-me o vício? Que círculo dantesco me poderia requisitar? Talvez não um inferno dantesco, mas um piazzolesco! Este belo disco chama-se “El infierno tan temido”. Ah, se o inferno for isso, que me aguarde com escancarados portais; e que sobre eles se escrevam o dístico famoso na Comédia da “águia dos latifúndios florentinos” – no dizer de Augustinho dos Anjos; serei tão indiferente quanto o seria Khayyam. Astor escreveu inúmeras trilhas sonoras e esta foi para uma película de 1980, “El infierno tan temido” dirigida por Raúl de la Torre, diretor de filmes que misturam tango com erotismo – nada mais eloquente. Por sua vez, o título advém de um poema que figura em um conto do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti:

No me mueve, mi Dios, para quererte 
el cielo que me tienes prometido, 
ni me mueve el infierno tan temido
para dejar por eso de ofenderte. 
Tú me mueves, Señor, muéveme el verte 
clavado en una cruz y escarnecido, 
muéveme ver tu cuerpo tan herido, 
muévenme tus afrentas y tu muerte. 
Muéveme, en fin, tu amor, y en tal manera, 
que aunque no hubiera cielo, yo te amara, 
y aunque no hubiera infierno, te temiera. 
No me tienes que dar porque te quiera, 
pues aunque lo que espero no esperara,
lo mismo que te quiero te quisiera.

Não falarei da música do disco, não é preciso. Basta somente sentar-se ao luar como Khayyam e ouvir mais este espetáculo do mestre argentino; com vinho, whisky, cerveja ou cachaça, pois que a ordem dos fatores não altera o produto. Vale enfim embriagar-se nesta beleza e bronzear-se nesse inferno sonoro – e que este fogo seja eterno, in saecula saeculorum, amém!

Dedico esta postagem ao amigo de aventuras musicológicas e enológicas, o musicólogo uruguaio-bahiano Pablo Sotuyo Blanco.

Astor Piazzolla – El infierno tan temido
1 El infierno tan temido, part 1
2 El infierno tan temido, part 2
3 El infierno tan temido, part 3
4 El infierno tan temido, part 4
5 Isa Rizzo, part 1
6 Isa Rizzo, part 2
7 Tema di Grazia, part 1
8 Tema di Grazia, part 2
9 Tema di Grazia, part 3
10 Tema di Grazia, part 4
11 Tema di Grazia, part 5
12 Desesperado
13 Gracia alegre
14 Tangueria, part 1
15 Introduzione
16 Tangueria, part 2
17 Tangueria, part 3
18 Gracia Amor
19 Tema di Grazia, part 6
20 Effetti
21 Fotografia (solo bandoneon)
22 Final (solo bandoneon)

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O Sr. Fernando Antônio Nogueira Pessoa, "em flagrante delitro"
O Sr. Fernando Antônio Nogueira Pessoa, “em flagrante delitro”

Wellbach

.: interlúdio :. Daniel Barenboim, Rodolfo Mederos e Hector Console dão show de Piazzolla

mi-buenos-aires-querido-tangos-among-friendsTangos

Daniel Barenboim, ao piano
Rodolfo Mederos, ao bandoneón
Hector Console, no baixo

 

Uma coleção de tangos, dos mais refinados e nostálgicos, interpretados por 3 monstros sagrados: Daniel Barenboim, ao piano, diretor da  Chicago Symphony Orchestra de 1991 a 2006, nascido na Argentina onde viveu até seus 9 anos de idade; Rodolfo Mederos, ao bandoneón, que por muitos anos tocou com Piazzolla, e Hector Console, no baixo, considerado um dos melhores intérpretes de Piazzolla, com quem tocou por muitos anos, também.

A inspiração clássica de Barenboim brilha na sua performance ao piano, e o sabor do tango é ditado pelo bandonéon de Rodolfo Mederos, evocando a doce melancolia de lembranças passadas, principalmente em Adiós Nonino. A coleção também inclui uma das mais refinadas interpretações de El Dia Que Me Quieras.

Viaje pelos tangos imortais da “Guardia Vieja” como Gardel e Troilo (Pichuco), através do genial Ginastera e se delicie com o revolucionário Astor Piazzolla.

Tudo temperado com o molho de Piazzolla.

1. Mi Buenos Aires Querido (Gardel, Le Pera)
2. Verano Porteño (Astor Piazzolla)
3. La Moza Donosa (Alberto Ginastera)
4. Don Agustin Bardi (Horacio Salgan)
5. Tzigane Tango (Astor Piazzolla)
6. Invierno Porteño (Astor Piazzolla)
7. Aquellos Tangos Camperos (Ubaldo De Lio, Horacio Salgan)
8. Adiós Nonino (Astor Piazzolla)
9. El Dia Que Me Quieras (Gardel, Le Pera)
10. Primavera Porteña (Astor Piazzolla)
11. A Fuego Lento (Horacio Salgan)
12. Otoño Porteño (Astor Piazzolla)
13. Contrabajeando (Astor Piazzolla, Anibal Troilo)
14. Bailecito (José Resta)

Mi Buenos Aires Querido – Tangos Among Friends – 1996
Daniel Barenboim (piano)
Rodolfo Mederos (bandoneón)
Héctor Console (Bass)

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MP3 320 kbps – 108,3 MB – 51,6 min
powered by iTunes 12.5.1

Boa audição!

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Avicenna

.:interlúdio:. Astor Piazzolla – “The Roug Dancer and the Cyclical Night” (Tango Apasionado).

.:interlúdio:. Astor Piazzolla – “The Roug Dancer and the Cyclical Night” (Tango Apasionado).

Confissões de um Piazzóllatra Anônimo: Com esta postagem imagino que fica bem clara a minha condição de viciado, junky, em Piazzolla; como diria Augusto dos Anjos, “como o ébrio ama a garrafa tóxica de rum”, naufrago na dipsomania da música de Astor. Porque me faz bem? longe disso, é como 15 rounds contra Cassius Clay! Masoquismo musical? Talvez, se é que algum maluco psicanalista freudiano descobriu essa anomalia. Me recordo de algo que escreveu o acerbo-cômico filósofo romeno Cioran: “Com as tuas veias repletas de noites jazes como um epitáfio em meio a um circo”. É por aí a minha relação com essa música dilacerante e este texto assume um tom confessional: Sim, de viciado, que ao três anos descobriu o paraíso artificial da garrafa de Maracujina que ficava em um móvel ao meu alcance; e que ingeria goma-arábica e cabeças de palitos de fósforo… Triste sina a de um drogado. E que mais tarde, achando-se salvo do abismo, se depara com um bandoneón lancinante, capitoso, hipnótico, deletério… Sou mesmo o que Billy Wilder chamaria de Farrapo Humano. É fácil para os que não são afetados pela isca da beleza. Ah, a beleza! Nos estupores opiáticos das milongas me ressoam as linhas de Baudelaire, seu soneto à beleza ‘La Beauté’: “Eu sou bela, ó mortais! como um sonho de pedra.” Ou ainda, do mesmo vate boêmio curtido em absinto e papoulas, o seu Hino à Beleza: “Vens tu do céu profundo ou sais do precipício, Beleza? Teu olhar, divino porém daninho, Doidamente verte o bem e o malefício, E podemos por isso comparar-te ao vinho!” Eis que em meu socorro, para justificar meu fado, me vêm as palavras do grande Wilde: “A beleza é uma forma da genialidade, aliás, é superior à genialidade na medida em que não precisa de comentário. Ela é um dos grandes fatos do mundo, assim como a luz do Sol, ou a primavera, ou a miragem na água escura daquela concha de prata que chamamos de lua. Não pode ser interrogada, é soberana por direito divino.” Voilà! Non, rien de rien, non, je ne regrette rien! Não me arrependo de nada e vou afundar os dois pés na jaca, chafurdar no lodo de conhaque e mirra da música de Piazzolla até a consumação dos séculos. Ufa! O que cachaça não faz! Este é mais um disco lindo, impactante, como tantos outros de Astor, porém me parece que traz peculiaridades, com um destaque para o fenomenal músico cubano Paquito d’Rivera, que participa da gravação! A obra foi composta para um espetáculo idealizado e dirigido pela coreógrafa argentina Graciela Daniele em NY. Por mais que pesquisasse não encontrei o enredo da peça. Sei que o disco traz dois títulos: “O dançarino rude e a noite cíclica” e “Tango Apaixonado”. Não saber da temática é até melhor, pois ouvir a música nos leva a impressões talvez mais interessantes do que seria a trama do espetáculo. A mim, à parte todos os elementos piazzolescos contidos no disco, me sabe também a uma melancolia circense; algo Felliniano. Quem viu a sua joia “Ginger e Fred” (que filme, meu Deus!) saberá o que estou tentando expressar; ou o excelente filme do Patrice Leconte, recentemente lançado em DVD, “A mulher e o atirador de facas” – La Fille sur le Pont; que recomendo vivamente. Algo também do final de “O Circo” de Chaplin, enfim.

Astor Piazzola, por Pablo Morales de los Rios.
Astor Piazzolla, por Pablo Morales de los Rios.

Discorremos muito sobre Astor nas postagens anteriores e sempre há o que se falar. Só para acrescentar, Astor adorava pescar tubarões. O Cavaleiro Negro do Bandonéon compôs uma ode a isso – ‘Escualo’, que dedicou ao seu digníssimo escudeiro Fernando Suarez Paz, o magnífico violinista. Disse-lhe que era uma obra que lhe dedicava com amor. Paz, numa entrevista, ironiza dizendo que a dificuldade da peça não é nada amorosa (risos). Esta obra não vai aqui, ficará para outra postagem. Mais outra?! Prometo largar o vício! Chega de tanta beleza. Só pode fazer mal. Mas, amigos, lhes garanto: Piazzolla não dá ressaca. É whisky de fina cepa; Bourbon de primeira linha; ou Falerno, se assim preferirem – ou ainda cachaça mineira da mais nobre estirpe. Hélas! Eis que retorno trôpego à pipa de Baudelaire! Como dizia o nosso poeta pernambucano Antônio Maria: “Ninguem me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire.” Embriagai-vos!:

2ica45g“É preciso estar sempre embriagado. Eis tudo! Eis a única questão! Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que vos parte os ombros e vos dobra para o chão é preciso embriagar-se sem piedade. Mas de que? De vinho, de poesia, de virtude, como preferirdes! Mas embriagai-vos. E se por vezes, nos degraus de um palácio, na relva verde de uma vala, na solitude melancólica da vossa alcova, despertais com a embriaguez já evolada ou desaparecida, indaga ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que se vai, a tudo o que geme, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; indaga que horas são e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio vos dirão: “É hora de embriagar-se! Para não ser o cativo mártir do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem termo! De vinho, de poesia, de virtude, como quiserdes!” (Caricatura – Charles Baudelaire, por Jeff Stahl)

Gostaria de oferecer esta postagem ao amigo escritor, professor, cineasta e colega de trompete e de copo Gabriel Lopes Pontes.

“The Roug Dancer and the Cyclical Night” (Tango Apasionado).

Astor Piazzolla – Bandoneón
Fernando Suarez Paz – Violino
Paquito d’Rivera – Clarineta e Sax alto
Rodolfo Alchourron – Guitar
Pablo Ziegler – Piano
Andy Gonzalez – Bass
Gravado em Radio City Studio, A & R Studio e Sorcerer Studio, Nova York; agosto e setembro de 1987.

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Wellbach

.: interlúdio:. Suíte Troileana / Lumière – Astor Piazzolla

.: interlúdio:. Suíte Troileana / Lumière – Astor Piazzolla

Numa postagem anterior contamos como Dom Nonino, pai de Astor, salvou o filho para si e o gênio para nós, impedindo que o mesmo embarcasse no avião fatal de Gardel. Também contamos como Nadia Boulanger aconselhou o discípulo argentino a trilhar a senda do ‘si mesmo’, após vê-lo provar suas habilidades na imitação da arte de nomes como Debussy e Ravel. Um detalhe, segundo o próprio Astor, é que ela, após pedir-lhe que tocasse o que sabia de fato fazer, indagou se ele seria idiota de abandonar sua real natureza para ser um bom compositor erudito quando poderia ser único no que sabia fazer de fato – Tango; ou melhor, Novo Tango. Esta postagem traz duas obras: Suíte Troileana e Lumière. Lumière é a trilha sonora de um filme de 1976 com Jeanne Moreau, na qual destacamos a primeira faixa ‘Soledad’ pela sua profunda beleza e intensidade, tipicamente piazzólica; a segunda faixa ‘Muerte’ é uma daqueles momentos em que Astor nos desafia – convite aos fortes; seguida do luminoso tema ‘El Amor’ ou ‘Lumière’.

ehayieA Suíte Troileana, que se inicia na quinta faixa, foi uma dedicatória ao amigo, mentor e mestre do bandoneón Anibal Troilo (1914-1975), apelidado Pichuco, ou também Gordo Triste numa outra dedicatória de Astor. Aos 10 anos, o pequeno Anibal apaixonado pelo som dos bandoneóns que ressoavam nos bares do seu bairro em Buenos Aires, pediu a sua mãe Dona Felisa, que lhe desse uma daquelas caixas mágicas. Com este mesmo instrumento atravessaria toda a vida e Piazzolla em entrevista diz o quanto era inacreditável que conseguisse tocar daquela maneira naquele bandoneón velho e cheio de buracos no fole. Estreou aos 11 anos, mais tarde tocou num grupo de senhoritas e aos 14 anos tinha seu próprio quinteto, primeiro grupo dentre outros, dentre os quais contaria com Astor ao seu lado em sua orquestra e com quem gravou duas faixas em duo de bandoneóns, numa verdadeira conversa de cavalheiros. Dom Nonino, ao saber que o jovem filho andava em companhia de Troilo, dirigiu-se a ele e pediu que cuidasse bem do seu rebento. Troilo disse somente “deixe comigo”. ‘El Gato’, como o apelidou Troilo, aos 19 anos já era macaco velho nas noitadas e assim, ambos, de tango em tango e de um bife de chouriço a outro (maravilha das maravilhas portenhas); e claro, de garrafa em garrafa, viam o sol retornar invariavelmente ao fim de cada odisseia musical e boêmia, noite após noite – que inveja. Troilo se casou com uma grega, Dona Ida Dudui Kalacci, a ‘Zita’, homenageada na segunda peça da suíte de Astor. Comenta-se que Anibal, além de beber exemplarmente, também seria adepto das trilhas de pó cândido – e dai? Como diria o fantasma do velho Platão naquele poema do Yeats. Com a palavra Mr. Wilde: ‘não lamentemos que o poeta seja bêbado, mas que nem todo bêbado seja poeta’. Ora, este texto acaba se afigurando uma homenagem a Anibal, mas por que não, se a música presente já o é? Dando uma de Xenofonte para com Sócrates, vão aqui uns ‘ditos e feitos memoráveis’ de Pichuco. Quase à maneira de um teórico musical barroco discorrendo sobre a ‘teoria dos afetos’, Troilo nos diz: “El tono de la gente triste es el re menor. Re, fa, la es el acorde de los pobres, porque tiene color gris. La gente que sufre está toda en re menor.” Ainda em tom filosófico: “El sacrificio no está nunca en renunciar a lo que uno es. El verdadero sacrificio está en seguir siendo lo que uno es.” Palavras de Dona Zita: “Hoy va a tocar como Dios. Siempre toca como Dios cuando anda cerca del Diablo”. A um passo do fim Anibal deu todas suas camisas para um amigo, alegando que lá em cima não faria frio. O disco foi gravado em Milão, em 1975, ano da morte de Troilo e obviamente da composição da suíte a ele dedicada. Na gravação temos a participação do violinista Antonio Agri e de Daniel Piazzolla (filho do homem) aos sintetizadores.

xp22igAmbas as suítes têm algo em comum: beleza, densidade, intensidade, tanguedia, tragédia, tragicomédia, todas as dores e delícias do abismo de maravilhas que é a música de Astor. Talvez seja uma heresia, mas acresci ao disco as duas faixas de Astor em companhia de Troilo, descidas do youtube, que me parecem bem raras e fenomenais: ‘Volver’ e ‘El Motivo’. Se for pecado, o fogo eterno não me assusta depois dos verões bahianos. Estas suítes são o que certo escritor chamaria de uma longa jornada noite adentro. Coragem! Vale a pena, pois que de pequena a alma nada tem quando se trata de Piazzolla. Para que esse texto tenha sabor de filmes de James Bond, com alguma emoção a mais antes do final verdadeiro, só gostaria de mencionar que existe um Dia do Bandoneón, instituído pelo congresso Argentino em 2005, na data de 11 de julho, aniversário de Aníbal Troilo, um dos maiores em seu instrumento e no gênero musical, o imorredouro Tango.

Suíte Troileana / Lumière – Astor Piazzolla
Suite Troileana:
1) Bandoneón
2) Zita
3) Whiski
4) Escolaso

Lumiere (banda de sonido del film de J. Moreau):
5) Soledad
6) Muerte
7) El Amor
8) Evasión

9 El Motivo – Astor e Troilo duo
10 Volver – Astor e Troilo duo

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El Gato, Dona Zita e Pichuco. Felicidade e música.
El Gato, Dona Zita e Pichuco. Felicidade e música.

Wellbach

 

.:interlúdio:. Libertango – Astor Piazzolla

.:interlúdio:. Libertango – Astor Piazzolla

Libertango foi gravado na Itália em 1974 com excelentes arranjos e intérpretes em torno do mestre. É uma suíte – assim como foi no princípio, para todo o sempre, desde o Pai João Sebastião de Eisenach, que também gostava de suítes. Libertango, Tristango, Undertango… Um trem bala de emoções, ou talvez um Expresso do Oriente – para ser mais clássico, com rosas e navalhas; pois que a música do mestre argentino talvez pudesse ser representada numa flor com pétalas de gillettes. Acho que furei o vinil desta gravação há umas três décadas atrás e por falar em vinil, falemos a boca pequena como as remasterizações costumam ser mal vindas, pois que os técnicos dos artefatos sonoros não são artistas, apenas cientistas e não fazem ideia que existem faces e interfaces em uma gravação. Existem solistas e acompanhadores e no seu ‘nobre’ esforço por ressaltar todos os matizes dos antigos registros, acabam por impor a cozinha à frente da sala. Dissecam as gravações e os mergulham em alguma mistura daquelas que o Heródoto em sua História nos aponta como a receita ideal para ser fazer múmias. Depois penduram os sons em algum varal no terraço de algum laboratório por uns dias e recolhem para colar tudo, nivelando com precisão geométrica as alturas. O resultado é que se ouvem mais os acompanhadores que os solistas e é uma bosta. Mas fazer o que… Sempre pagamos algum preço nesta vida.

25s283mMas a qualidade soberba do material não se discute. Sobre o tema que intitula o disco, é um dos mais reciclados do mestre, por ele mesmo e por uma infinidade de artistas. Já se comentou que se referiria á liberdade composicional do seu Tango Nuevo e quando estive em Buenos Aires numa formidável casa de espetáculos na qual até os cavalos dançavam tango – é sério! Serviram o tema com uma coreografia de caráter sexual, o que não me parece ter nada a ver, embora certamente Astor nada tivesse contra isso. Mas me parece que Libertango se referiria à sua sensação de liberdade ao se instalar nos EUA e lá dar curso às suas inovações sem o enchimento de saco dos conservadores da Argentina. Sabe-se que ele e sua família chegaram a sofrer ameaças e que ele mesmo foi atacado durante um ensaio, porém, homem precavido, armara-se de um sifão de metal e o estrago foi apreciável. Em uma entrevista ele ressalta a importância do músico fazer karatê e estar preparado a literalmente lutar por sua música – concordo inteiramente.

Sobre Astor comentamos à farta nas postagens anteriores, assim, pedindo socorro à poesia, trago aqui um dos meus poemas preferidos do formidável Ferreira Gullar. Me parece que neste arranjo de palavras estaria inscrito algo do sentido e intensidade e beleza deste disco, mas não pontifico sobre nada:

Pela rua

Sem qualquer esperança
detenho-me diante de uma vitrina de bolsas
na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, domingo,
enquanto o crepúsculo se desata sobre o bairro.
Sem qualquer esperança
te espero.
Na multidão que vai e vem
entra e sai dos bares e cinemas
surge teu rosto e some
num vislumbre
e o coração dispara.
Te vejo no restaurante
na fila do cinema, de azul
diriges um automóvel, a pé
cruzas a rua
miragem
que finalmente se desintegra com a tarde acima dos edifícios
e se esvai nas nuvens.
A cidade é grande
tem quatro milhões de habitantes e tu és uma só.
Em algum lugar estás a esta hora, parada ou andando,
talvez na rua ao lado, talvez na praia
talvez converses num bar distante
ou no terraço desse edifício em frente,
talvez estejas vindo ao meu encontro, sem o saberes,
misturada às pessoas que vejo ao longo da Avenida.
Mas que esperança! Tenho
uma chance em quatro milhões.
Ah, se ao menos fosses mil
disseminada pela cidade.
A noite se ergue comercial
nas constelações da Avenida.
Sem qualquer esperança
continuo
e meu coração vai repetindo teu nome
abafado pelo barulho dos motores
solto ao fumo da gasolina queimada.

Toda Poesia 1950 – 1980 – Ferreira Gullar
Editora Civilização Brasileira – 2ª edição 1981

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(…) Uma das faixas é o seu maior sucesso de público, Adios Nonino, tema pelo qual homenageou seu pai Dom Nonino. A quem devemos muito, como foi contado em postagens anteriores. Boa sorte a todos que aqui entrais – o que poderia estar escrito nos portais da música de Piazzolla, se acaso fosse alguma espécie de Inferno de dantescas maravilhas.

Libertango – Astor Piazzolla

  1. Libertango
  2. Meditango
  3. Undertango
  4. Adiós Nonino
  5. Violentango
  6. Novitango
  7. Amelitango
  8. Tristango

Bandoneon – Astor Piazzolla
Bass Guitar [E-BassGui] – Giuseppe Prestipino
Cello [1.Cello] – Paolo Salvi (tracks: 1)
Drums [Schlagzeug], Percussion [Perkussion] – Tullio De Piscopo
Flute [Baßflöte] – Gianni Bedori, Marlene Kessik
Flute [Flöten] – Gianni Baiocco, Hugo Heredia
Guitar [Gitarre] – Filippo Daccò
Marimba – Gianni Zilioli
Organ [Hammond C3] – Felice Da Vià, Gianni Zilioli
Piano – Felice Da Vià
Timpani, Percussion [Perkussion] – Andrea Poggi
Viola [1.Bratsche] – Elsa Parravicini
Violin [1.Geige] – Umberto Benedetti Michelangeli

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Wellbach

.: interlúdio :. The New Tango – Astor Piazzolla & Gary Burton

.: interlúdio :. The New Tango – Astor Piazzolla & Gary Burton

Uma rosa numa mão e uma navalha na outra – esta impressão me veio quando de uma aula na qual fizemos a audição de diversos gêneros musicais e uma das faixas era Piazzolla. O que poderia escrever sobre sua música não cabe aqui, talvez nem em palavras. Posso dizer que é uma música que não costumo partilhar quando a ouço, porque há muito que compreendi o quanto a música pode incomodar os espíritos menos permeáveis, à beleza e a certas intensidades; talvez também pelo quanto a música pode dizer de nós mesmos; talvez porque certos whiskys só podem ser partilhados com muito poucos. Piazzolla, abrindo a cancela das impressões e da emoção, é abismo de maravilhas, é caminho sem fim e fim de caminho, também caminho perdido; é partida, volta e revolta. Tanguédia, tragédia, tragicomédia, melodinâmica – na impressão do amigo flautista Marco Moreno Pio (em memória); “pulsacion” e síncope, por vezes cardíaca. Densidade, intensidade e ansiedade. Lirismo e facada. A lona do ringue e o enfrentamento. A música de Piazzolla pode ser chamada de erudita, caindo no balaio das terminologias muitas vezes mal vindas ou falhas. É toda escrita com o rigor das peças chamadas eruditas, com espaços naturalmente para reinterpretações e improvisações – sempre muito benvindas. Astor, assim como outros tantos compositores do século passado, peregrinou ao templo da maga musical do século XX, Nadia Boulanger (1887-1997). E dela ouviu o mesmo que ouviu George Gershwin: “você já sabe escrever como Ravel, agora vá ser você mesmo”. Com este batismo de fogo na testa, Astor podia então dar curso à revolução do Tango; revolução essa que para muitos conservadores, até hoje, seria herética. Em uma viagem a Buenos Aires, perambulando por uma rua de antiquários no Bairro San Telmo, um respeitável senhor, me vendo passar com meu chapéu de aba larga, me indagou: “Buscas a Gardel?” Respondi: “Não, busco a Piazzolla!” Ele me olhou com estranheza e reprovação (risos). O pequeno Astor, que foi amigo e escudeiro de Gardel (que era de Toulouse – França, conforme revelado recentemente), que lhe comprava jornais e cigarros. Gardel, vendo-o tocar tão bem o Bandoneon, queria que o acompanhasse numa viagem – aquela que lhe seria derradeira e fatal. O pai de Astor não o permitiu, alegando que ele somente teria esta liberdade quando concluísse os estudos. Salvou assim o filho para si e para a nós salvou o gênio – Viva Dom Nonino!

Este estupendo registro musical, conheci em vinil há décadas e diria que poderíamos considerar uma das melhores sínteses da música do mestre de Mar del Plata – o que em absoluto vem a excluir tudo o mais, ao contrário. O honradíssimo convidado é o vibrafonista Gary Burton, jazzman, da tradição de Lionel Hampton e Milt Jackson, entre outros. Nascido em Indiana, Burton foi autodidata em vibrafone e marimba desde os seis anos de idade; mais tarde encontraria sua grande inspiração no pianista Bill Evans. A assimilação do estilo de Astor por Gary é perfeita. O digo porque para outros não foi fácil, a exemplo do Kronos Quartet. Este formidável grupo de cordas, apesar de exímio, não satisfez ao mestre, que em meio a uma madrugada telefonou para o seu compadre violinista Fernando Suarez Paz, rogando que fosse imediatamente para os Estados Unidos, pois o quarteto não conseguia assimilar o que a sua música exigia nem reproduzir os efeitos necessários. Só assim foi possível o disco ‘Five Tango Sensations’. Burton se destaca e o faz, para além de sua habilidade e feeling, também através dos excelentes arranjos: Piazzolla estende o tapete vermelho para o vibrafone e Burton o honra devidamente, brilhantemente. A única ressalva que faria ao disco, só pra ser chato, é que o bandoneon e violino ficam em segundo plano em volume na gravação. Houve um excesso de cuidados na captação do vibrafone.

i592c5A atuação do mestre dispensa qualquer comentário. Ao seu lado, o fidelíssimo escudeiro Fernando Suarez Paz, para mim um dos maiores violinistas de todos os tempos. Assim como Duke não seria Ellington sem a paleta de cores de sua orquestra, nas figuras de Johnny Hodges, Cootie Williams, Harry Carney, Barney Bigard… Assim como Sherlock seria menos Holmes sem Watson e Dom Quixote menos poético sem Sancho Pança, Astor seria menos Piazzolla sem o seu grande comparsa de belezas musicais indizíveis. Um daqueles encontros através dos quais a arte conspira para nos legar espetáculos; ainda como Billie Holiday e Lester Young, enfim… Também o magnífico pianista Pablo Ziegler, outro fidelíssimo companheiro de intensidades sonoras, mais Hector Console no baixo. Convido-os então para o abismo de beleza que é a música de Astor Piazzolla.

“Suite for Vibraphone and New Tango Quintet”

  • Milonga Is Coming
  • Vibraphonissimo
  • Little Italy 1930
  • Nuevo tango
  • Laura’s Dream
  • Operation Tango
  • La Muerte del Angel

Astor Piazzolla – Bandoneon
Gary Burton – Vibraphone
Fernando Suarez Paz – Violino
Pablo Ziegler – Piano
Horácio Malvicino – Guitar
Hector Console – Bass
Recorded in the Montreux Festival, 1986.

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Retrato do menino Astor Piazzolla aos 12 anos, por Diego Rivera. New York, 1933.
Retrato do menino Astor Piazzolla aos 12 anos, por Diego Rivera. New York, 1933.

Wellbach

 

Kenneth Benshoof (1933): Traveling Music – Astor Piazzolla (1921-1992): Five Tango Sensations – Kronos Quartet: 25 anos [2/10]

Kenneth Benshoof (1933): Traveling Music – Astor Piazzolla (1921-1992): Five Tango Sensations – Kronos Quartet: 25 anos [2/10]

front

  • Repost de 7 de Janeiro de 2016

Esse é o primeiro post que faço aqui no blog com um compositor que já morreu [há algum tempo]: Astor Piazzolla. Nem por isso sua música deixa de ser contemporânea. Sua música traz as raízes argentinas e latino-americanas para os tempos modernos, fazendo isso quase sempre de forma empolgante, já que usa bastante os ritmos do tango.

Os membros do Kronos Quartet não são latino-americanos, talvez por isso as Five Tango Sensations não tenham conseguido me convencer a sentir as sensações que descrevem. É apreciável, mas não sinto nenhuma empolgação que eu acho que deveria ter sentido ao ouvir uma música de um latino-americano, como eu geralmente sinto, por exemplo, aqui, ou aqui. Achei que isso não aconteceria, já que é Piazzolla quem está tocando o bandoneon. Como nunca tinha ouvido essa obra anteriormente, posso estar errado e essas músicas serem assim mesmo, mais comedidas do que extravagantes. Talvez a culpa seja das minhas expectativas.

Four, for tango é bom, o quarteto trabalha muito bem com as cordas e mostra sua técnica já tão louvada, mas, como disse anteriormente, tem pouco de um espírito latino-americano. Mas tudo bem.

São duas estreias aqui, a primeira é minha, postando algo de um compositor que já viajou para o reino de Hades, e a segunda é a de Ken Benshoof aqui no blog. Compositor estadunidense, ele não tem nem uma página na Wikipedia, então pode-se dizer que é um compositor bem underground. Suas músicas são sombrias e introspectivas, bem diferente do John Adams que postei semana passada, por exemplo.

Semana que vem trarei o terceiro e o quarto álbum da coleção, Morton Feldman e Philip Glass, respectivamente. Dois minimalistas estadunidenses.

25 Years of the Kronos Quartet [BOX SET 2/10]

Kenneth Benshoof (1933):

Traveling Music
01 Gentle, easy
02 Moderate
03 Driving

04 Song of Twenty Shadows

Astor Piazzolla (1921-1992):

Five Tango Sensations*
05 Asleep
06 Loving
07 Anxiety
08 Despertar
09 Fear

10 Four, for Tango

Kronos Quartet:
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello
Astor Piazzolla, bandoneón*

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A partir de 1999, essa foi a segunda formação do Kronos Quartet. Com Jennifer Culp.
A partir de 1999, essa foi a segunda formação do Kronos Quartet. Com Jennifer Culp no violoncelo.

Luke

.: interlúdio :. Richard Galliano Septet – Piazzolla Forever

51C+9yZfJRLO excelente acordeonista francês Richard Galliano meio que incorporou Astor Piazzolla neste CD, em que dá um show de versatilidade, talento e virtuosismo. Detalhe: a gravação foi realizada ao vivo, com direito a palmas e tudo.
Na verdade, ele consegue dar um toque mais europeu, menos portenho, à obra do fantástico Piazzolla, mas isso não significa que estou depreciando este CD, ao contrário, o vejo como uma releitura, uma livre adaptação, como Gidon Kremer ou Al di Meola, ou YoYo Ma já o fizeram diversas vezes. A música de Piazzolla é tão intensa que os músicos a acabam incorporando, e suas execuções sempre são muito fortes e, com o perdão da redundância, intensas. O editorialista e crítico do site ‘All Music’ definiu o CD:
The impression is often one of roller coasters on a collision course that miraculously arc past one another at the last moment to escape fatal impact. The flow between players is seamless, as the ensemble shifts from careening off in multiple directions to more delicate melodic passages to inspired solo turns, all as if it were a single organism. This is music that commands the listener to indulge. It is a dense, heavy, and heady spread that will sustain and nourish those who abandon themselves to its riches.

01 – Otoño porteño
02 – Invierno porteño
03 – Sur – Regreso al amor
04 – Concerto pour bandonéon et orchestre ”Aconcagua”
05 – Milonga del angel
06 – Michelangelo
07 – Improvisation sur le thème ”Libertango”
08 – Laura et Astor
09 – Escualo
10 – Présentation du Septet
11 – Verano porteño
12 – Primavera porteña

Richard Galliano Septet

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.: interlúdio :. Astor Piazzolla (1921-1992) — Los Tangueros (com Pablo Ziegler e Emanuel Ax)

.: interlúdio :. Astor Piazzolla (1921-1992) — Los Tangueros (com Pablo Ziegler e Emanuel Ax)


Este CD é muito bom, primoroso, de um nível difícil de encontrar por aí, mas… Falta sangue e sujeira nos pianos de Los Tangueros. O pessoal não entende que é preciso dar porrada. O que eles fizeram está bonito, mas o mestre Piazzolla, para citar um exemplo candente, tinha uma melhor leitura de si mesmo. O legal seria gravar estes pianistas no meio do mercado de San Telmo com um ouvindo o outro bem mal, errando bastante e com o público fungando e aplaudindo. Não adianta, lugar de cachorro e de tango é na rua. Eu sou um grande admirador do erro ao vivo, do erro por tesão. Isso aqui, apesar de lindo, está perfeito demais. Há que sujar. É minha opinião.

Astor Piazzolla (1921-1992) — Los Tangueros

1. Revirado 3:17
2. Fuga y misterio (Instrumental) 4:34
3. Milonga del Angel 6:18
4. Decarissimo (Instrumental) 2:35
5. Soledad (Instrumental) 8:03
6. La muerte del angel (Instrumental) 3:25
7. Adiós Nonino (Instrumental) 5:49
8. Libertango (Instrumental) 4:12
9. Verano Porteqo (Instrumental) 6:35
10. Michelangelo ’70 (Instrumental) 3:14
11. Buenos Aires Hora cero (Instrumental) 4:09
12. Tangata (Instrumental) 7:40

Pablo Ziegler e Emanuel Ax, pianos

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Suja as mãos, Emanuel!
Suja as mãos, Emanuel!

PQP

Astor Piazzolla (1921-1992): Buenos Aires 8 – Buenos Aires Hora 8

Astor Piazzolla (1921-1992): Buenos Aires 8 – Buenos Aires Hora 8

buenos aires 8O consultor também tem seus dias de fúria:

— Diga aos queridos ouvintes do teu blog que comprem o María de Buenos Aires. É um LP duplo e sinceramente eu não gosto. Portanto, fora de cogitação.

Mas ele mandou este pá-pá-pá do Buenos Aires 8 para os saudosos dos joelhos dos anos 60.

Hoje vai sem texto explicativo.

Astor Piazzolla (1921-1992): Buenos Aires 8 – Buenos Aires Hora 8 (1970)

01. FUGA Y MISTERIO
02. ADIOS NONINO
03. LO QUE VENDRA
04. BUENOS AIRES HORA CERO
05. VERANO PORTEÑO
06. DECARISSIMO
07. MILONGA DEL ANGEL
08. LA MUERTE DEL ANGEL
09. RESURRECCION DEL ANGEL
10. CALAMBRE

Buenos Aires 8

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PQP

Fiesta Criolla (Latin American Orchestral Works) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Você deve estar achando que eu coloco o selo IM-PER-DÍ-VEL pra qualquer um, não é? Mas, caro usuário/ouvinte, você não faz ideia de como este álbum é uma completa delícia!

Ao olhar para a orquestra, a Württembergische Philharmonie Reutlingen, é de se pensar se a corporação teuta daria conta do molejo necessário para as peças que se propõe executar. Mas aí vemos o nome do regente, Gabriel Castagna, argentino, e tudo começa a fazer sentido, não só pelo bom movimento das obras mas também pela predominância de compositores de seu país natal.

Ele já começa impondo respeito, com o estrondoso Milongón Festivo, de Piazzolla. Estou falando disso aqui, ó:

Só essa já valeria o download, mas inicia-se a partir dela um verdadeiro desfile de sonoridades, cadências de várias partes da Argentina e também do Peru, do Brasil e da Colômbia, todas de compositores do século XX, com acordes difíceis e inteligentes, com pegada e discurso nacionalista, com fusões de ritmos populares. Obras densas, variadas que esboçam todo um mosaico cultural da América do Sul.

O CD ainda ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Música Clássica de 2012. É bom mesmo!

Guarde uma horinha para ouvir isso… E pirar!
Ouça! Ouça muito! Deleite-se! Atinja o Nirvana!

Fiesta Criolla
Latin American Orchestral Works

Astor Piazzolla
01. Milongón Festivo (arr: Gabriel Castagna)
Manuel Gómez Carrillo
02 a 05. Fiesta Criolla, em 4 movimentos
Juan José Castro
06. Arrabal de la “Sinfonía Argentina”
Manuel Gómez Carrillo
07. Rapsodia Santiagueña
Theodoro Valcárcel Caballero
08 a 11. Concierto Indio para Violín y Orquesta
Francisco Mignone
12. Congada
Guillermo Uribe Holguín
13 a 15. Tres Danzas
Alberto Williams
16. Primera Obertura de Concierto Op. 15

Nora Chastain, violino (faixas 08 a 11)
Württembergische Philharmonie Reutlingen
Gabriel Castagna, regente

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Partituras e outros que tais? Clique aqui

É… Quando eu disse Fiesta Criolla não era bem isso. Mas ilustra, vai…

Bisnaga

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Neste quase Natal, um presente para os pequepianos: uma bela coletânea dos Tangos do Anjo e do Diabo de Astor Piazzolla com o compreensivo e super internacional ChamberJam Europe. Às vezes tenho a impressão de que tenho um anjo sobre meu ombro direito me sussurrando coisas. Como não há sentido em existir um anjo sem seu respectivo diabo, tenho no ombro esquerdo, é claro, o diabo com suas armas e habilidades superiores de persuasão. E aqui, neste CD, o diabo volta, de certa forma, a vencer. O Romance del Diablo é uma maravilha e, do lado do anjo, o melhor que há é La Muerte del Angel. Mas tudo isso é brincadeira.  Ouçam o CD porque vale a pena.

(Há pequenos ruídos em uma ou duas faixas, mas nada que vá matar alguém. Se você tiver o CD sem falhas em mp3, envie-nos as correções que a gente dá um jeito).

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo

1 Introduccion al Angel 5:31
2 Milonga del Angel 6:49
3 La Muerte del Angel 3:00
4 Resurreccion del Angel 7:20
5 Tango del Diablo 4:25
6 Romance del Diablo 7:10
7 Vayamos al Diablo 1:47

ChamberJam Europe:
Natacha Kudritskaya, piano
Marcelo Nisinman, bandoneon
Daniel Rowland, violin
Alberto Mesirca, guitar
Zoran Markovic, double-bass

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O pessoa do ChamberJam Europe dando um rolê por aí
O pessoa do ChamberJam Europe dando um rolê por aí

PQP

Richard Galliano (1950) – Opale Concerto (1994), et. all. – Astor Piazzolla (1921-1992) – Oblivion, Concerto pour Bandonéon – Galliano, I Sollisti Dell’Orchestra della Toscana

passatoriMagnífico esse cd do acordeonista francês Richard Galliano, que mostra toda a versatilidade e sensibilidade desse excepcional músico, um dos maiores nomes de seu instrumento da atualidade. Sua dedicação à obra de Astor Piazzolla é mais que conhecida, já postamos outros cds dele aqui interpretando o compositor argentino.
Neste CD que ora vos trago, Galliano mostra seu lado compositor. E que grande compositor ele é. Começa com o piazzollaniano “Oppale Concerto”, composto para Acordeon e Orquestra de Cordas. E não por acaso, conclui com o magnífico “Concerto pour Bandoneon”, do próprio Piazzolla. Entre essas duas obras, que eu chamaria de obras de fôlego, temos uma das mais inspiradoras e sensíveis versões do clássico “Oblivion”, do mestre argentino, e outras obras de Galliano, tão belas quanto o seu concerto. Destaque para “La Valse à Margaux”, com aquela típica sonoridade francesa.
Classificaria facilmente esse belíssimo CD como IM-PER-DÍ-VEL !!, mas não é necessário. Os senhores irão chegar a essa mesma conclusão sozinhos, ao sentarem-se em suas melhores poltronas, degustando um bom vinho.

01. Galliano – Opale Concerto – I. Allegro furioso
02. Galliano – Opale Concerto – II. Moderato malinconico – nobile e espressivo
03. Galliano – Opale Concerto – III. Allegro energico
04. Piazzolla – Oblivion
05. Galliano – San Peyre
06. Galliano – La Valse a Margaux
07. Galliano – Melodicelli
08. Galliano – Habanerando
09. Piazzolla – Concerto pour Bandoneon – I. Allegro marcato
10. Piazzolla – Concerto pour Bandoneon – II. Moderato
11. Piazzolla – Concerto pour Bandoneon – III. Presto

Richard Galliano – Acordeon, Conductor
I Sollisti Dell’Orchestra della Toscana

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Richard Galliano fazendo o que mais gosta: tocar Acordeon

Astor Piazzolla (1921-1992): Tango Ballet, Concierto Del Angel, Tres Piezas Para Orquesta De Camara

51wf9EFWttLLINK REVALIDADO !!!

Hoje, no Sul21, saiu um longo artigo sobre Piazzolla. Acho que vale a pena. Está cheio de vídeos e informações legais.

~o~

Este disco certamente é um os melhores de Piazzolla que foram lançados após a morte do compositor. Desconhecia o Tango Ballet e fiquei efetivamente APAIXONADO pela música. Já o Concierto Del Angel e as Tres Piezas são mais conhecidas e tão grandes quanto. A alegre orquestra de Gidon Kremer rende DEMAIS, ABSURDAMENTE, no Concierto Del Angel. Dá para sentir o tesão dos músicos, felizes de tocar Piazzolla. Sobre a qualidade deles… É o que eu sempre digo, deve ser a água do Báltico. Como tem músico bom naquela parte do mundo! Esses aí são uns animais, vou lhes contar.

AB-SO-LU-TA-MEN-TE  IM-PER-DÍ-VEL !!!

Piazzolla: Tango Ballet, Concierto Del Angel, Tres Piezas Para Orquesta De Camara

1. Tango Ballet For Violin And String Orchestra: Titulos
2. Tango Ballet For Violin And String Orchestra: La Calle
3. Tango Ballet For Violin And String Orchestra: Encuentro-Olvido
4. Tango Ballet For Violin And String Orchestra: Cabaret
5. Tango Ballet For Violin And String Orchestra: Soledad
6. Tango Ballet For Violin And String Orchestra: La Calle

7. Concierto Del Angel For Violin, Bandoneon, Double Bass, Piano And String Orchestra: Introduccion Al Angel
8. Concierto Del Angel For Violin, Bandoneon, Double Bass, Piano And String Orchestra: Milonga Del Angel
9. Concierto Del Angel For Violin, Bandoneon, Double Bass, Piano And String Orchestra: La Muerte Del Angel
10. Concierto Del Angel For Violin, Bandoneon, Double Bass, Piano And String Orchestra: Resurreccion Del Angel

11. Tres Piezas Para Orquesta De Camara – For Piano And String Orchestra: Preludio: Lento
12. Tres Piezas Para Orquesta De Camara – For Piano And String Orchestra: Fuga: Allegro
13. Tres Piezas Para Orquesta De Camara – For Piano And String Orchestra: Divertimento: Allegro Molto

Astor Quartet
Kremerata Baltica
Gidon Kremer

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PQP

Astor Piazzolla – Tracing Astor – Gidon Kremer & Kremerata Baltica

FrontAstor Piazzolla é meio que unanimidade aqui no PQPBach. Todos amamos sua música incondicionalmente. Desde a primeira vez que o ouvi, em seu magnífico disco com Amelita Baltar, onde tocavam “Balada de un Loco” foi paixão a primeira audição. O velho LP ainda está guardado ali na estante, mas estou sem um toca discos decente para ouvi-lo.
O violinista Gidon Kremer abraçou a causa “Piazzolla” há alguns anos e já lançou alguns cds onde interpreta a obra do compositor argentino, não sei dizer quantos. Um deles, inclusive, cheguei a postar por aqui. Mas o curioso é como um lituano, Kremer, conseguiu compreender a obra de um argentino compositor de tangos, uma música que necessita de sangue, suor e lágrimas para interpretá-la.
Esse CD que ora vos trago foi lançado em 2001. Emocionante e delicado como não deveria deixar de ser um CD com obras de Piazzolla, ou mesmo inspiradas nele. Destaco a magnífica “”Chuiquilín de Bachin”, interpretado por um trio de cordas, mas que tem a participação mais que especial de Horacio Ferrer, um dos letristas favoritos de Piazzolla. O inconfundível sotaque porteño na voz de Ferrer é no mínimo, emocionante. Espero que apreciem.

1 La Calle 92
Ula Ulijona – viola
Marta Sudraba – Cello

2-4 Tango – Etudes
Gidon Kremer – Violin

5 Chiquilín de Bachin
Horacio Ferrer – Voice
Gidon Kremer – Violin
Ula Ulijona – Viola
Marta Sudraba – Cello

6 Rio Sena
Gidon Kremer – Violin
Ula Ulijona – Viola
Marta Sudraba – Cello

7-9 Tango – Etudes
Gidon Kremer – Violin

10 Viollonceles, Vibrez!
Marta Sudraba & Sol Gabetta – Cellos

11 Milonga sin Palabras
Gidon Kremer – Violin
Ula Ulijona – Viola
Marta Sudraba – Cello

12 Tracing Astor
Gidon Kremer – Violin
Ula Ulijona – Viola
Marta Sudraba – Cello
Leonid Desyatnikov – Piano

13 All in the Past (Remembering Oskar Strock) for Violin & Strings
Gidon Kremer – Violin
Kremerata Baltica

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Inside red
Gidon Kremer cercado de beldades muito talentosas e Astor Piazzolla em ação

 

The Unknown Piazzolla

The Unknown Piazzolla

Belo disco capitaneado pela pianista Allison Franzetti, The Unknown Piazzolla é uma excelente seleção de músicas nunca gravadas pelo mestre. A bartoquiana Sonata Op. 7 é maravilhosa. As Suites e Milongas, assim como as outras obras, mostram o talento de uma pianista inteiramente à vontade. Se você gosta de Piazzolla, este é um CD a baixar, sem dúvida.

The Unknown Piazzolla

1. Vayamos Al Diablo (piano solo) 1:35
2. Dos Piezas Breves – Tanguango (for viola and piano) 3:33
3. Dos Piezas Breves – Noche (for viola and piano) 4:55
4. Preludio 1953 (piano solo) 3:04
5. Milonga En Re (for violin and piano) 4:24
6. Suite Op. 2 – Preludio (piano solo) 2:03
7. Suite Op. 2 – Siciliana (piano solo) 3:24
8. Suite Op. 2 – Toccata (piano solo) 2:26
9. Milonga Sin Palabras (for treble instrument/voice and piano) 5:52
10. Preludio No. 1 (for violin and piano) 5:47
11. Suite No. 2 – Nocturno (piano solo) 2:16
12. Suite No. 2 – Miniatura (piano solo) 0:37
13. Suite No. 2 – Vals (piano solo) 1:55
14. Suite No. 2 – Danza Criolla (piano solo) 1:29
15. Tres Piezas Breves – Pastoral (for cello and piano) 2:53
16. Tres Piezas Breves – Serenade (for cello and piano) 2:42
17. Tres Piezas Breves – Siciliana (for cello and piano) 2:31
18. Sonata No. 1 Op. 7 – Presto (piano solo) 3:02
19. Sonata No. 1 Op. 7 – Coral con Variaciones (piano solo) 6:02
20. Sonata No. 1 Op. 7 – Rondo (piano solo) 4:41

Allison Brewster Franzetti, piano
Hector Falcon, violino
Nardo Poy, viola
Eugene Moye, violoncelo

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Nossa, como essa Allison toca!
Nossa, como essa Allison toca!

PQP

Astor Piazzolla (1921-1992) – Tangazo (LINK REVALIDADO)

Se você é fã do compositor argentino, bon appetit; senão, se aventure a descobrir o universo sonoro do criador do Tango novo, impregnado de batidas fortes, bem marcadas, em compasso quaternário e andamento marcial ou mais vivo, reforçadas com acordes graves e violentos no piano, glissandos súbitos das cordas e um ríspido reco-reco, e fixadas na memória com melodias da melhor e mais peculiar emotividade exacerbada portenha. Não à toa, a primeira música do CD é Adiós Nonino, que reúne todas essas características, mas todo o disco, exceto a melancólica Oblivion, carrega o Piazzolla aqui descrito fugazmente.

***

Tangazo

1. Adíos Nonino (Tango Rapsodia)
2. Milonga del Angel
3. Double Concerto for Bandoneon & Guitar – 1. Introduction
4. Double Concerto for Bandoneon & Guitar – 2. Milonga
5. Double Concerto for Bandoneon & Guitar – 3. Tango
6. Oblivion
7. Tres movimientos tanguisticos portenos – 1. Allegretto
8. Tres movimientos tanguisticos portenos – 2. Moderato
9. Tres movimientos tanguisticos portenos – 3. Vivace
10. Danza Criolla
11. Tangazo

Bandoneão: Daniel Binelli
Violão, no Concerto: Eduardo Isaac
Oboé, em Oblivion: Louise Pellerin
Orquestra Sinfônica de Montreal, regida por Charles Dutoit

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CVL (Revalidado por PQP)

Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos for Violin, Brass Quintet and Percussion

Faz dias que este CD tem divertido o pessoal lá em casa. Os belos e engenhosos arranjos de Donato De Sena para metais e percussão e a atuação do violinista Andrea Tacchi garantem a excelência do CD. Não o recomendo como uma introdução à música de Piazzolla, porém, para os iniciados no mundo do grande Piazzolla, ele certamente será adição bem-vinda a suas coleções.

Em “Las 4 estaciones Porteñas”, De Sena colocou muito, mas muito Vivaldi no violino de Tacchi enquanto o conjunto de metais segue no Piazzolla. Vale a pena ouvir o fascinante jogo de timbres contrastantes.

IM-PER-DÍ-VEL PARA OS INICIADOS EM PIAZZOLLA !!!!

Astor Piazzolla: Tangos for Violin, Brass Quintet and Percussion

1. Violentango (arr. D. De Sena for brass quintet and percussion) 00:04:26
2. Amelitango (arr. D. De Sena for brass quintet and percussion) 00:04:07
3. Tristango (arr. D. De Sena for brass quintet and percussion) 00:05:32

Las 4 Estaciones Portenas (The 4 Seasons in Buenos Aires) (arr. D. De Sena for violin, brass quintet and percussion)
4. No. 1. Verano Portena 00:04:57
5. No. 2. Otono Portena 00:04:30
6. No. 3. Invierno Portena 00:05:47
7. No. 4. Primavera Portena 00:04:18

8. Undertango (arr. D. De Sena for brass quintet and percussion) 00:04:30
9. Novitango (arr. D. De Sena for brass quintet and percussion) 00:03:49
10.Histoire du Tango (History of the Tango): I. Bordel 1900 (arr. D. De Sena for violin, brass quintet and percussion) 00:04:02
11.La Muerte del Angel (arr. D. De Sena for violin, brass quintet and percussion) 00:03:19
12.Meditango (arr. D. De Sena for brass quintet and percussion) 00:06:15
13.Ave Maria (arr. D. De Sena for violin, brass quintet and percussion) 00:02:42
14.Oblivion (arr. D. De Sena for violin, brass quintet and percussion) 00:03:49
15.Libertango (arr. D. De Sena for violin, brass quintet and percussion) 00:02:06

Total Playing Time: 01:04:09

Andrea Tacchi, violino
Quintetto di Ottoni e
Percussioni della Toscana

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Ástor Pantaleón Piazzolla ( 1921 – 1992 ) – The Unknown Piazzolla

Sabe aquele CD que você baixa aqui no blog pensando: ah, essa aí não é para nada, não tem nada de bom aí. Pois é. Quando baixei esse CD pensei: Piazzolla, é bom, mas…. Pois é amigo leitor daqui do blog. Esse CD é muito bom. Principalmente por tratar de obras não muito conhecidas de Piazzolla. Chamo um pouco de atenção à Suite op. 2, a Sonata e a Suite No. 2. São obras porretas. A maioria das peças são para Piano solo, mais tem também para Violino e Piano, Viola e Piano, Voz e muito mais.
Peço desculpa a pobreza do comentário da obra, pois não encontrei informações decentes para por aqui para vocês. Se alguém aí tiver, a seção de comentários fica sempre aberta
Boa Audição.

1. Vayamos al diablo, tango
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

2. Piezas Breves (2) [Two Short Pieces], for viola & piano – Tanguango
Composed by Astor Piazzolla
with Nardo Poy, Allison Brewster Franzetti

3. Piezas Breves (2) [Two Short Pieces], for viola & piano – Noche
Composed by Astor Piazzolla
with Nardo Poy, Allison Brewster Franzetti

4. Preludio 1953, prelude for piano
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

5. Milonga en ré, tango for violin (or cello) & piano
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti, Hector Falcon

6. Suite for piano, Op. 2 – Preludio
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

7. Suite for piano, Op. 2 – Siciliana
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

8. Suite for piano, Op. 2 – Toccata
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

9. Milonga sin palabras, for bandoneón & piano
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti, Hector Falcon

10. Prelude (Preludio) No. 1, for violin & piano
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti, Hector Falcon

11. Suite No. 2, for piano – Nocturno
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

12. Suite No. 2, for piano – Miniatura
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

13. Suite No. 2, for piano – Vals
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

14. Suite No. 2, for piano – Danza Criolla
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

15. Piezas Breves (3) [Three Short Pieces], for cello & piano – Pastoral
Composed by Astor Piazzolla
with Eugene Moye, Allison Brewster Franzetti8. Suite No. 2, for piano – Danza Criolla
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

16. Piezas Breves (3) [Three Short Pieces], for cello & piano – Serenade
Composed by Astor Piazzolla
with Eugene Moye, Allison Brewster Franzetti

17. Piezas Breves (3) [Three Short Pieces], for cello & piano – Siciliana
Composed by Astor Piazzolla
with Eugene Moye, Allison Brewster Franzetti

18. Sonata No. 1 for piano, Op. 7 – Presto
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

19. Sonata No. 1 for piano, Op. 7 – Coral con Variaciones
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

20. Sonata No. 1 for piano, Op. 7 – Rondo
Composed by Astor Piazzolla
with Allison Brewster Franzetti

Clique aqui e faça o download – Megaupload

Gabriel Clarinet

Musitrio – Kinematic

Pensem em como não tenho afinidade por trios clássicos (piano, violino e violoncelo), seja de quem for – Beethoven, Mozart, Ravel… -, mas os três que integram este CD me arrebataram de primeira, há alguns anos, e já estavam tardando a constar aqui no blog.

É das execuções de trios mais competentes que já ouvi. Na verdade, graças ao repertório, muito bem escolhido e nitidamente dominado pelos músicos, este álbum está em primeiro lugar na minha discoteca, tratando-se de música de câmara.

A peça de Silverman, que me remete à Café Music de Paul Schoenfeld (também para trio clássico), merece todo o destaque, mas não tenho restrição nenhuma ao CD: é pra ouvir de cabo a rabo.

***

Musitrio – Kinematic

Stanley Silverman (1938-)
In Celebration
1. Introduction
2. Kinematic
3. Cantilena – Chaconne
4. Montuno

Daniel Wolff (1967-)
Trio para violino, cello e piano – 1ª gravação mundial
5. Allegro
6. Chanson
7. Scherzo
8. Rapsodia

Astor Piazzolla (1921–1992)
Las Cuatro Estaciones Porteñas – transcrição: Rodrigo Bustamante
9. Primavera Porteña
10. Verano Porteño
11. Otoño Porteño
12. Invierno Porteño

Musitrio
Catarina Domenici, piano
Rodrigo Bustamante, violino
Rodrigo Alquati, violoncelo

BAIXE AQUI – PARTE 1
BAIXE AQUI – PARTE 2

Junte as partes através do programa HJSplit, que pode ser facilmente encontrado via Google.

CVL

Astor Piazzolla (1921-1992): Piazzolla and Beyond – London Concertante

Um CD low profile de Piazzolla e de alguns compositores ingleses que se arriscaram no tango. O grande destaque é a London Concertante, conjunto que desconhecia e que dá uma tremenda demonstração de competência — clássica, jazzística e tangueira. Depois de um Libertango bastante apaixonado, as outras peças são interpretadas com delicadeza algo rara nos grupos vizinhos (argentinos). Eu adorei. Surpreendentemente, é um CD da Harmonia Mundi, o que mostra que o mundo se move em direções inesperadas. A ECM vai para o clássico, a HM para o tango, nós vamos vivendo de amor e Lula ganha o que FHC apenas sonhou. Eu achei a peça de David Gordon, Augmented Tango de extrema sensualidade. Até tasquei uns beijos de língua na patroa. Pena que ela estivesse com cólicas menstruais. Mas um inglês escrever uma peça que parece um tango moderno e que este entusiasme um habitante do Rio Grande do Sul é a prova de que o hip hop germânico ainda dominará o mundo.

Piazzolla and Beyond – London Concertante

01 astor piazzolla-libertango 04:56
02 astor piazzolla-angel suite 07:53
03 astor piazzolla-decarissimo 04:21
04 david gordon-augmented tango 07:09
05 adam summerhayes-when churchyards yawn 03:59
06 astor piazzolla-soledad 04:43
07 astor piazzolla-michelangelo 70 03:02
08 david gordon and adam summerhayes-milonga bourgeois 05:06
09 astor piazzolla-invierno porteno 05:20
10 adam summerhayes-el desposiedo 05:32

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Astor Piazzolla (1921-1992): Piazzollando (Ao Vivo) Com Daniel Binelli

Gosto muito da obra de Astor Piazzolla (simplesmente adoro a pequena fuga intitulada Fuga 9), especialmente desta gravação, principalmente pelo toque tupiniquim dado as peças do mestre argentino. Uma das melhores gravações de Piazzolla que já tive a oportunidade de ouvir. Excelente disco!

A seguir, texto retirado do encarte do CD.

Se o sinfônico Bernstein compôs West Side Story e o songwriter Gershwin nos deu Porgy And Bess, este revezar de estéticas no século XX já tentou Ravel e Stravinsky com o jazz, e povoou as polirritmias de Villa-Lobos com cantos ameríndios, batuques africanos e com a ginga do choro.

Muito desta música que torce o nariz dos eruditos “xiitas”, que os indecisos mal rotulam de “crossover”, e que as redações não sabem qual crítico mandar cobrir… É um fenômeno musical atual que mal ou bem começa a preencher o vácuo deixado pelo impasse da chamada música contemporânea (de herança clássica).

Astor Piazzolla é um exemplo desta renovação, e do interesse que certos compositores passam a despertar em intérpretes de formação tanto popular quanto clássica. Este disco reúne “eruditos” como Lilian Barreto e Paulo Bosísio a “populares” como os irmãos Cazes e Omar Cavalheiro, mediados pelo “poliglota” Paulo Sérgio Santos. Como convidado especial, Daniel Binelli, companheiro de palco do Piazzolla dos últimos anos, e que galgou à posição de solista sinfônico como intérprete natural da obra concertante do revolucionário argentino.

Piazzolla sempre foi um músico de tango (apesar de ter inaugurado seu primeiro bandoneón tocando uma peça de Bach). Primeiro com Gardel, depois com Troilo, e muito rápido por conta própria, sempre tocou o que chamava de “música contemporânea da cidade de Buenos Aires”. Combatido pelos tradicionalistas, mas gênio desde sempre, a melhor lição que lhe deu Nadia Boulanger foi a de “nunca deixar de ser Piazzolla”.

E ele próprio, na descrição dos movimentos da História do Tango, nos mostra também a trajetória de sua música:
“Bordel 1900: O tango nasce em Buenos Aires em 1882… É uma música cheia de graça e vivacidade. (…) O tango é alegre.
Café 1930: (…) Agora se escuta e não se dança como antes. É mais musical e romântico. A transformação é total. Mais lento, novas harmonias e eu diria muito melancólico.
Night Club 1960: A época internacional. (…) Bossa-nova e novo-tango em luta conjunta. Música para os músicos.
Concerto de hoje: Esta é a música de tango com conceitos da nova música. (…) Este é o tango de hoje e do futuro. Embaixo está o tango, acima está a música…”

Sua obra é este “concerto de hoje”. Com os melhores elementos da Escola Moderna, sobretudo Bartok e Stravinsky, e não esquecendo sua base bachiana, Piazzolla construiu uma linguagem revolucionária que jamais traiu a essência estética do tango. Neste ponto assemelha-se a Duke Ellington, que levou sua música às salas de concerto sem nunca deixar de fazer jazz.

Se nossa irreverência nos permite meter o sotaque brasileiro neste assunto, é por duas razões: uma porque nossa musicalidade nos garante,  e outra porque o gênio de Piazzolla já o tornou universal.

Mario de Aratanha

.oOo.

Astor Piazzolla: Piazzollando (Ao Vivo) Com Daniel Binelli

01 Fuga 9 (2:55)
Arranjo: Henrique Cazes

História Del Tango
02 Bordel 1900 (4:01)
03 Café 1930 (5:47)
04 Night Club 1960 (5:28)
Arranjo: Henrique Cazes

05 Años de Soledad (4:49)
Arranjo: Leandro Braga

Suite Del Angel
06 Milonga Del Angel (5:29)
07 Muerte Del Angel (2:52)
08 Ressurección Del Angel (6:49)
Arranjo: José Bragato

09 La Casita De Mis Viejos (J. C. Cobián) (3:35)
Arranjo: Astor Piazzolla

10 Retrato de Milton (1ª gravação) (5:35)
Arranjo: José Bragato adaptado por Henrique Cazes

11. Adiós Nonino (10:06)
Arranjo: Daniel Binelli com cadência de piano de Lilian Barreto

Daniel Binelli: bandoneon
Lilian Barreto: piano
Paulo Bosísio: violino
Henrique Cazes: guitarra, cavaquinho, violão
Paulo Sérgio Santos: sax soprano, alto, clarineta, clarone
Omar Cavalheiro: contrabaixo
Beto Cazes: percussão
Produzido por Mario de Aratanha e Henrique Cazes

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Marcelo Stravinsky

Armorial & Piazzolla – Quinteto da Paraíba

Agora quero ver bombar os downloads. Este CD está entre os meus favoritos, porque estive no concerto de estréia dele – em 1994, em João Pessoa – e só pude comprá-lo em 2007 numa promoção de fim de estoque da Kuarup. Fico tão emocionado de ouvi-lo, como o estou fazendo neste momento, que fico sem ter nada a dizer… nem vou destacar nenhuma faixa em particular. Vale a pena escutá-lo de cabo a rabo, por baixo, três vezes.

***

Armorial & Piazzolla – Quinteto da Paraíba

01. No Reino da Pedra Verde (Clovis Pereira)
02. Aboio (Clovis Pereira)
03. Galope (Clovis Pereira)
04. Toada e Desafio (Capiba)
05. Rasga (Antonio Nóbrega)
06. Toré (Antonio José Madureira)
07. Adios Nonino (Astor Piazzolla/ Eladia Blazquez)
08. Otoño Porteño (Astor Piazzolla)
09. Mort (Astor Piazzolla)
10. Fuga y Mistério (Astor Piazzolla)
11. Prelúdio Nº 9 (Astor Piazzolla)
12. Melancólico Buenos Aires (Astor Piazzolla)

Yerko Pinto, violino
Ronedilk Dantas, violino
Samuel Espinoza, viola
Nelson Campos, violoncelo
Xisto Medeiros, contrabaixo

PS.: Toada e desafio, de Capiba, vocês conhecem da trilha de Central do Brasil; Rasga e Toré são caras a quem possui o primeiro CD do antológico Quinteto Armorial; e as três primeiras faixas são na verdade os movimentos das Três peças nordestinas, de Clóvis Pereira, as quais já postei quando do CD duplo A música erudita de compositores populares pernambucanos.

BAIXE AQUI

CVL

Astor Piazzolla (1921-1992) – Arthur Moreira Lima interpreta Piazzolla

Aproveitando o sucesso do projeto Um piano pela estrada, de Arthur Moreira Lima, e dos downloads do CD Tangazo, segue este álbum do famoso pianista, dedicado a Piazzolla. A capa que tá aí do lado no link da Amazon foi a da versão internacional; há outra pra edição brasileira.

Não tenho muito a falar. AML toca com o coração – pode ser brilhante para uns e contestável para outros – e Piazzolla é pra ser tocado por quem ama sua música. Então, excelente audição.

***

Arthur Moreira Lima interpreta Piazzolla

Tangata Silfo y Ondina (19:22)
01. Fugata (3:17)
02. Soledad (7:40)
03. Finale (8:25)

04. Libertango (3:56)
05. Invierno Porteño (7:46)
06. Decarísimo (3:33)
07. Oblivion (3:57)
08. Tango-Preludio (2:36)
09. Onda Nueve (7:56)
10. Balada Para Un Loco (6:46)
11. Adíos nonino (9:42)

Transcrições: Laércio de Freitas

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