Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Concerto para Clarinete – Martin Fröst, Amsterdam Sinfonietta, etc.

Link Atualizado !!!

Um belo CD para apreciar em uma manhã de sábado, contanto que o alarme da casa do vizinho não tenha disparado e esteja tocando há mais de meia hora. Aí a sugestão é usar um bom fone de ouvido mesmo e torcer que a empresa de segurança chegue o mais rápido possível para desativá-lo.

O Concerto para Clarinete de Mozart me faz um bem tremendo, acalma meus nervos, como diziam os antigos. A suavidade do timbre do instrumento deve atingir certas áreas do cérebro que regulam meus níveis de ansiedade, sei lá …

Martin Fröst é sueco, nasceu em 1970, e desde seus oito anos de idade empunha seu clarinete. Além da dedicação ao instrumento, ele também é maestro, sendo atualmente o titular da Orquestra de Câmara Sueca.

O Concerto de Mozart dispensa apresentações, o que dizer daquele Adagio? Serena, é uma obra que me passa muita tranquilidade. Já ouvi diversas gravações e esta de Martin Fröst, realizada lá em 2003, está entre minhas favoritas. Demonstra muita maturidade, técnica e sensibilidade, sem precisar se exceder em malabarismos virtuosísticos. Talvez seja o sangue sueco, frio e com nervos de aço. Mozart compôs esta obra poucos meses antes de sua morte, que ocorreu em 5 de dezembro de 1791, e dedicou ele a Anton Stadler, o maior clarinetista de sua época, muito admirado pelo compositor, que a ele também dedicara seu Quinteto para Clarinete, obra que fecha este CD que ora vos trago.

O magnífico Quinteto K. 581 fora composto por Mozart dois anos antes, em 1789, que o chamava de ‘Quinteto do Stadler’, e é caracterizado principalmente pelo seu perfeito balanço, não privilegiando este ou aquele instrumento em particular.

P.S. Felizmente o alarme da casa do vizinho parou de tocar.  Assim posso melhor apreciar este belo CD.

01. Clarinet Concerto in A major, K. 622- I. Allegro
02. Clarinet Concerto in A major, K. 622- II. Adagio
03. Clarinet Concerto in A major, K. 622- III. Rondo. Allegro

Martin Fröst – Clarinet
Amsterdam Sinfonietta
Peter Oundjian – Conductor

04. Clarinet Quintet in A major (-Stadler-), K. 581- I. Allegro
05. Clarinet Quintet in A major (-Stadler-), K. 581- II. Larghetto
06. Clarinet Quintet in A major (-Stadler-), K. 581- III. Menuetto – Trio I – Tri
07. Clarinet Quintet in A major (-Stadler-), K. 581- IV. Allegretto con Variazioni

Martin Fröst – Clarinet
Vertavo String Quartet

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FDP

 

Mozart (1756 – 1791): Sonatas para Piano – Klára Würtz – 1/3 ֎

Mozart (1756 – 1791): Sonatas para Piano – Klára Würtz – 1/3 ֎

Mozart

Piano Sonatas

Primeiro Tempo

Klára Würtz, piano

 

Klára Würtz

Esta é a primeira de uma série de três postagens com as Sonatas para Piano de Mozart, interpretadas pela pianista húngara Klára Würtz. Há algum tempo vinha ensaiando uma postagem destas sonatas e considerei algumas possibilidades, entre elas as gravações de Mitsuko Uchida e Maria João Pires, as duas bem diferentes, ambas excelentes. Mas como são gravações tão conhecidas e cantadas em verso e prosa, achei que as gravações da Klára, que conheci ao longo deste ano, merecem alguma divulgação, mesmo que seja dentro do nosso modesto escopo.

Eu gosto muito desta música, que ouço com frequência bastante razoável. Há excelentes discos com grupos de sonatas, como o gravado por Murray Perahia, mas aqui você tem a oportunidade de ter uma visão do conjunto.

O empurrãozinho que faltava para esta aventura veio de outro grande mestre vienense, quando descobri uma página da net que trata das sonatas, escrita por Paul e Eva Badura-Skoda.

Antes de prosseguirmos, quero repassar para vocês um conselho do crítico do Gramophone Classica Guide, o tipo de publicação que era muito útil antes do advento da internet: ‘Don’t be put off by critics who suggest that these sonatas are less interesting than some other Mozart compositions, for they are fine pieces written for an instrument that he himself played and loved’. Isto é, não se deixe enganar, essas sonatas são ‘papa fina’!

Esta gravação contém 18 sonatas que, seguindo o plano do site, dividiremos em três grupos de seis:

  1. Seis Sonatas K. 279 – 284;
  2. Três Sonatas K. 309 – 311; Três Sonatas K. 330 – 332;
  3. Sonata K. 333; Sonata 457 e Sonatas K. 533/494; 545; 570 e 576.

As Sonatas K. 279 – 284 formam um grupo e são as primeiras a serem preservadas. Mozart certamente produziu ou adaptou sonatas de outros compositores anteriormente, mas estas são as primeiras a entrarem na lista oficial. A primeira delas, Sonata em dó maior, K. 279, foi composta quando Mozart tinha 19 anos e era um músico absolutamente completo e experientíssimo.

A sequência de tonalidades – dó, fá, si bemol, mi bemol, sol e ré maior indica que Mozart considerava estas peças como parte de um grupo. Inclusive com a primeira delas mais fácil e a última uma peça mais elaborada e difícil. No entanto, o conjunto nunca foi publicado como tal durante a vida do compositor, sendo que apenas a última sonata foi publicada algumas vezes.

Esta última sonata foi encomendada a Mozart pelo Barão Thaddäus von Dürnitz e apresenta uma escrita bastante brilhante, se comparada às anteriores e tem vários efeitos como mãos se cruzando e termina com um conjunto de variações.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata para Piano em dó maior, K. 279

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Sonata para Piano em fá maior, K. 280

  1. Allegro assai
  2. Adagio
  3. Presto

Sonata para Piano em si bemol maior, K. 281

  1. Allegro
  2. Andante amoroso
  3. Rondeau: Allegro

Sonata para Piano em mi bemol maior, K. 282

  1. Adagio
  2. Menuetto
  3. Allegro

Sonata para Piano em mi bemol maior, K. 283

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Presto

Sonata para Piano em ré maior, K. 284

  1. Allegro
  2. Rondeau em polonaise: Andante
  3. Andante (Tema con variazioni)

Klára Würtz, piano

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FLAC | 317 MB

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MP3 | 320 KBPS | 228 MB

Eu tenho uma queda especial pela gentil Sonata em mi bemol maior, K. 282, desde que a ouvi no disco The Journey, de Leon Fleisher, que você pode ouvir aqui.

Veja como o crítico Jeffrey J. Lipscomb, FANFARE, fala destas gravações: These astonishing performances are exactly the way I play them myself—in my wildest dreams, that is. As for the set’s modest price, this is surely one of the best bargains since the days when gasoline sold for 30 cents per gallon and free glassware was yours for the asking. Highest recommendation.

Eu também recomendo fortemente!

René Denon

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Mozart (1756 – 1791) · ∾ · (Algumas) Sonatas para Piano · ∾ · Alicia de Larrocha ֍

BTHVN250 – Max Reger (1873-1916): Variações sobre um tema de Beethoven, Op. 86 – Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Fuga, K. 426 e Sonata, K. 448/375a – Ferruccio Busoni (1866-1924): Fantasia Contrappuntistica, BV 256b – András Schiff – Peter Serkin

Ao longo de seus quarenta e cinco anos de carreira, Beethoven tomou emprestados dezenas de temas a seus colegas compositores. No começo, ele o fazia simplesmente porque a forma do tema com variações era muito popular entre os compositores-pianistas, e era praxe lucrativa compor sobre árias e canções em voga. Ao estabelecer-se como o melhor pianista de Viena, ele acostumou-se a usar temas alheios – às vezes já conhecidos, outras vezes ditados pelo público ou mesmo por rivais – para exibir seu talento como improvisador, pelo qual foi por um bom tempo até mais famoso do que como compositor. Por fim, e principalmente nas Variações “Diabelli”, ele mostrava a sua incomparável capacidade de transformar o mais frugal dos temas ao decompô-lo, parodiá-lo e reinventá-lo, enquanto exibia seu enciclopédico conhecimento das capacidades do teclado.

O bicho era tão bom nisso que não surpreende que poucos compositores depois dele tenham tomado seus temas para comporem variações – ninguém, enfim, quer mostrar seus pés pequenos sambando dentro de tão grandes chinelas. Um dos poucos insensatos a fazê-lo foi Max Reger…

ECCE HOMO (DP)

… que, só pela cara, a gente já vê que manjava de todos os paranauê.

De fato, sua vasta e mormente desconhecida obra demonstra duma forma quase fanfarronística seu domínio das técnicas de composição. Escrever fugas, por exemplo, parecia-lhe um passatempo. Compor variações E fuga sobre um tema de Beethoven, então, jamais o intimidaria – foi ele, enfim, o homem responsável pela transcrição de muito da obra de J. S. Bach para duo pianístico, o que fez com muita competência e resistindo firme à tomatina que lhe jogaram.

As “Variações e Fuga sobre um Tema de Beethoven” (1904) são uma obra fundamental do repertório para duo, e aliás uma das poucas composições de Reger que, infelizmente, aparecem com alguma frequência em qualquer repertório. O tema que escolheu foi o da breve bagatela para piano em Si bemol maior, Op. 119, no. 11, que ele passa por um rigoroso corredor-polonês contrapontístico que culmina – como era seu costume em obras com variações – com uma assertiva fuga final. Anos mais tarde, ele orquestraria oito das doze variações, mas a roupagem sinfônica não conquistou a relativa popularidade do original.

Neste álbum duplo que lhes apresento, a obra ganha um ótimo tratamento por dois artistas de primeiríssima. András Schiff e Peter Serkin apresentaram o repertório do disco numa série de recitais ao longo de 1999, para enfim gravá-lo em New York, e é evidente que se deram muito bem no processo. Tenho pena, só, das duas singelas obras de Mozart, eclipsadas pelas variações de Reger e pela tonitruante Fantasia Contrappuntistica de Busoni que, apesar de inicialmente intitulada Grosse Fuge, homenageia a “Arte da Fuga” de J. S. Bach. Talvez seja demais para uma quinta-feira à tarde, então compreenderia se, para prevenirem a saturação sensorial (se é que eu já não os saturei para sempre com tanto Beethoven), vocês salvassem o álbum para ouvi-lo depois dum bom tempo longe de mim.



Wolfgang Amadeus MOZART
 (1756-1791)

Fuga em Dó menor para dois pianos, K. 426
1 – Allegro Moderato

Johann Baptist Joseph Maximilian REGER (1873-1916)

Variações e fuga sobre um tema de Beethoven para dois pianos, Op. 86
2 – Thema: Andante
3 – Un poco più lento
4 – Agitato
5 – Andantino grazioso
6 – Andante sostenuto
7 – Appassionato
8 – Andante sostenuto
9 – Vivace
10 – Sostenuto
11 – Vivace
12 – Poco vivace
13 – Andante con grazia
14 – Allegro pomposo
15 – Fuge: Allegro con spirito

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Dante Michaelangelo Benvenuto Ferruccio BUSONI (1866-1924)

Fantasia Contrappuntistica para dois pianos, BV 256b
1 – Choral-Variationen
2 – Fuga I
3 – Fuga II
4 – Fuga III
5 – Intermezzo
6 – Variatio I
7 – Variatio II
8 – Variatio III
9 – Cadenza
10 – Fuga IV
11 – Corale
12 – Stretta

Wolfgang Amadeus MOZART

Sonata em Ré maior para dois pianos, K. 448/375a
13 – Allegro con spirito
14 – Andante
15 – Allegro Molto

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András Schiff e Peter Serkin, pianos

Vassily

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonia Concertante K. 364, Rondo K. 373, Adagio K. 261, Concerto for Violin and Orchestra n°2 K. 211 (Dumay, Hagen)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonia Concertante K. 364, Rondo K. 373, Adagio K. 261, Concerto for Violin and Orchestra n°2 K. 211 (Dumay, Hagen)

Ouvi tantas vezes e amo tanto a Sinfonia Concertante K. 364 que me tornei muito exigente. Ela está presente não apenas no filme Amadeus (1º movimento) como em Afogando em Números (2º movimento), de Peter Greenaway, lembram? Acho que os excessos românticos de Dumay lhe caíram mal. Para piorar, o homem ainda é o regente, ou seja, foi quem mandou a orquestra comportar-se da forma estranha e cheia de pompa e retórica como ela faz aqui. Claro que é um bom disco do ponto de vista técnico, mas não tão bom assim artisticamente. É minha opinião. Muito melhores são esta versão e principalmente esta. O restante do disco vem com obras menos conhecidas de Mozart e o prazer de ouvir obras menos divulgadas supera qualquer restrição. Um bom disco para quem gosta de um Mozart mais romântico.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Sinfonia Concertante K. 364, Rondo K. 373, Adagio K. 261, Concerto for Violin and Orchestra n°2 K. 211 (Dumay, Hagen)

01. Sinfonia Concertante in E flat major, K. 364 (320d) 1. Allegro maestoso
02. Sinfonia Concertante in E flat major, K. 364 (320d) 2. Andante
03. Sinfonia Concertante in E flat major, K. 364 (320d) 3. Presto

04. Rondo in C major, K 373 Allegretto grazioso

05. Adagio in E major, K. 261

06. Concerto for Violin and Orchestra no. 2 in D major, K. 211 1. Allegretto mode
07. Concerto for Violin and Orchestra no. 2 in D major, K. 211 2. Andante
08. Concerto for Violin and Orchestra no. 2 in D major, K. 211 3. Rondeau. Allegro

Veronica Hagen – Viola
Camerata Academica Salzburg
Augustin Dumay – Violin & Conductor

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A foto de Dumay foi censurada em razão de seu topete.

PQP

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Grande Fuga em Si bemol maior para piano a quatro mãos, Op. 134 – Robert Schumann (1810-1956) – Seis estudos canônicos, Op. 56 – Franz Schubert (1797-1828) – Lebenssturme, D. 947 – Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Fuga em Sol menor, K. 491 – Simon – Várjon

Um dos mais curiosos subprodutos da treta envolvendo o finale original do Quarteto Op. 130, doravante denominado “Grande Fuga”, foi esta transcrição para piano feita, no que a tornaria por si só muito especial, pelo próprio Beethoven.

No início de 1826, o editor Artaria preparava em suas oficinas a publicação do Op. 130, estreado no ano anterior com boa acolhida para cinco de seus seis movimentos, exceto a gigantesca e largamente incompreendida fuga final. A ideia de substituí-la por um final mais convencional não tinha sequer sido trazida à tona quando Artaria perguntou a Beethoven se poderia fazer-lhe um arranjo da fuga para piano a quatro mãos. Arranjos assim eram de praxe para a divulgação de música orquestral e de câmara, que assim poderia ser ouvida em qualquer lugar onde houvesse um piano e dois pianistas, e eram lançados pouco depois das obras de referência. A alegação do editor era de lhe tinham manifestado interesse, mas a proposta não veio acompanhada de remuneração interessante, então Beethoven lhe deu de ombros e Artaria solicitou pediu a outro compositor que lhe fizesse a empreitada. Quando a transcrição foi mostrada a Beethoven, este indignou-se com o que considerou simplificações e concessões a amadores e resolveu ele próprio fazer, em tempo recorde, sua transcrição bastante literal da obra, que acabou publicada após sua morte sob o Op.134 e com o mesmo dedicatário da “Grande Fuga” para quarteto de cordas – o arquiduque Rudolph.

Essa história toda é muito esquisita, pois seria improvável que uma obra tão unanimemente detestada por seus contemporâneos fosse suscitar solicitações de seus arranjos ao editor, se nem hoje, em tempos que veem a “Grande Fuga” ser considerada um dos pináculos da Música de concerto do Ocidente, nós ouvimos o Op. 134 executado com frequência, e muito menos neste ano de jubileu de Beethoven. Houve sugestões de que essa fosse tão só a estratégia de Artaria para, comendo pelas bordas e evitando confrontos diretos com o irascível compositor, tentar convencê-lo a publicar a “Grande Fuga” em separado.

Se foi isso mesmo, funcionou: Beethoven fez seu arranjo com evidente zelo, sem nada facilitar para os executantes (e ele não poderia se preocupar menos com isso) e, pelo jeito, constatou que aquele finale monumental poderia ter, sim, vida própria. Não se sabe ao certo quem estreou o arranjo, nem quando isso aconteceu. O fato é que ele é pouquíssimo tocado e gravado, salvo na proximidade de jubileus como o de agora. Entre o punhado de gravações novas que ouvi do Op. 134, uma das que mais me atraiu foi a do duo húngaro Izabella Simon-Denes Várjon. Neste álbum, a “Grande Fuga” encerra uma procissão de obras bem diversas para duo pianístico, começando pelos estudos que Schumann escreveu para o piano com pedaleira, no surpreendente arranjo de Debussy, passando pelo grande duo “Lebenssturme” de Schubert e por um dos mais óbvios frutos do devotado estudo que Mozart fez da obra de Bach, a Fuga K. 401. Embora prefira a versão original, com seus ataques furiosos às cordas e todo colorido tonal de quatro instrumentos incandescentes, reconheço que o arranjo de Beethoven lhe dá mais clareza e transparência. Simon e Várjon – que, a julgar pela pose arrulhante na capa do álbum, devem dividir além do teclado também os lençóis – saem-se muito bem, quase a ponto de agradecermos a Artaria por sua convoluta tentativa de manipulação.

Ponto para Artaria, e parabéns aos músicos. Merecem os lençóis.


Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Seis estudos canônicos para piano de pedaleira, Op. 56
Arranjo para dois pianos por Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)

1 – Pas trop vite
2  – Avec beaucoup d’expression
3 – Andantino
4 – Espressivo
5 – Pas trop vite
6 – Adagio


Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Allegro em Lá menor para piano a quatro mãos, Op. Posth. 144, D. 947, ‘Lebenssturme’

7 – Allegro


Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Fuga em Sol menor, K. 401 (375e) para piano a quatro mãos

8 – [sem indicação de andamento]


Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Grande Fuga em Si bemol maior, para piano a quatro mãos, Op. 134
Composta em 1826
Publicada em 1827
Dedicada ao arquiduque Rudolph da Áustria

8 –  Overtura. Allegro –  Fuga. Allegro – Meno mosso e moderato – Allegro – Allegro molto e con brio – Allegro molto e con brio


Izabella Simon e Dénes Varjon, pianos

 

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Foto: Peter Selbach (licença livre Pixabay)
BTHVN250, por René Denon

Vassily

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Quartetos para Piano K. 478 e K. 493 (Bilson)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Quartetos para Piano K. 478 e K. 493 (Bilson)

Lançada pela primeira vez após sua gravação em 1987, esta versão dos quartetos de piano de Mozart apresenta o fortepianista Malcolm Bilson e três escudeiros em leituras deliciosamente leves e arejadas das partituras que, no entanto, atendem a qualquer requisito que um mozarteano hardcore possa desejar. A forma de tocar do quarteto – Timothy Mason, Malcolm Bilson, Jan Schlapp e Elizabeth Wilcock – é extraordinária. Tenho cerca de meia dúzia de gravações desses quartetos e raramente ouvi uma em que todos os quatro instrumentos sejam tão claramente identificados e articulados ao longo do processo de gravação, especialmente quando combinados com tal talento artístico. A abordagem do quarteto é amigável, moderada e nada sentimental. Tudo com o fortepianista Bilson — que é ao mesmo tempo um conhecido intérprete e palestrante sobre técnicas de época — um pouco destacado. Não vejo acho nada de questionável nisso, já que Bilson é um músico maravilhoso e os membros do quarteto são igualmente excelentes, Coletivamente, eles capturam todas as nuances das partituras de Mozart.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Quartetos para Piano K. 478 e K. 493 (Bilson)

Piano quarteto em C minor, K. 478
1. Allegro [11:13]
2. Andante [07:31]
3. Rondo-Allegro moderato [08:05]

Piano quarteto em E flat major, K. 493
4. Allegro [15:02]
5. Larghetto [10:25]
6. Allegretto [08:53]

Malcolm Bilson, pianoforte
Elizabeth Wilcock, violino
Jan Schlapp, viola
Timothy Mason, violoncelo

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Um dia ou um ouvinte infeliz, Mr. Bilson?

PQP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Trios K.502 e K.496 e Divertimento K.254 (Pires / Dumay / Wang)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Trios K.502 e K.496 e Divertimento K.254 (Pires / Dumay / Wang)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mozart e Maria João Pires, Maria João Pires e Mozart. O mestre jamais imaginaria que, 200 anos após sua morte, sua grandiosa obra pianística seria interpretada de forma sublime por duas mulheres: a portuguesa Maria João, seguida pela japonesa naturalizada britânica Mitsuko Uchida. Neste CD impecável, MJP vem acompanhada de um habitual colaborador, o violinista Augustin Dumay, e o violoncelista Jian Wang. São obras bastante agradáveis, nada transcendentes, que se tornam muito maiores com a grande Maria João e seus companheiros. Para ouvir e aprender como se faz.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Trios K.502 e K.496 e Divertimento K.254 (Pires / Dumay / Wang)

Trio in B flat major, K.502
01. I. Allegro
02. II. Larghetto
03. III. Allegretto

Trio in G major, K.496
04. I. Allegro
05. II. Andante
06. III. Allegretto – Var. I – VI

Divertimento in B flat major, K.254
07. I. Allegro assai
08. II. Adagio
09. III. Rondeau-Tempo di Menuetto

Maria João Pires, piano
Augustin Dumay, violino
Jian Wang, violoncelo

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Pires, perfeita individualmente ou em grupo
Pires, perfeita individualmente ou em grupo

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nros. 39 e 40 (Jacobs / Freiburger)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nros. 39 e 40 (Jacobs / Freiburger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A fim de completar a grande dupla de CDs de Jacobs + Freiburger — que orquestra! que maestro! — interpretando as últimas sinfonias de Mozart (aqui está o irmão gêmeo), postamos agora as de Nº 39 e 40, mesmo que em tempos tão beethovenianos, mesmo duas semanas antes da data máxima.

A Sinfonia nº 39 é a primeira de um conjunto de três (suas últimas sinfonias) que Mozart compôs em rápida sucessão durante o verão de 1788. O nº 40 foi concluído em 25 de julho e o nº 41 em 10 de agosto. Nikolaus Harnoncourt diz que Mozart compôs as três sinfonias como uma obra unificada, apontando, entre outras coisas, para o fato de que a Sinfonia No. 39 ter uma grande introdução e nenhuma coda. Parece ser impossível determinar a data da estreia da 39ª Sinfonia com base nas evidências atualmente disponíveis; na verdade, não pode ser estabelecido se a sinfonia alguma vez foi executada durante a vida do compositor.

O tema inicial do primeiro movimento da Sinfonia Nº 40 já fez grande sucesso como toque de celular. Não obstante esta popular e pequena utilização, a sinfonia é conhecida como a “Grande” sinfonia em sol menor, para distingui-la da “Pequena” sinfonia em sol menor, a n.º 25. Estas são as únicas sinfonias em tons menores compostas por Mozart, com a exceção de uma sinfonia em lá menor redescoberta recentemente, do início de sua carreira, conhecida hoje em dia como a Sinfonia Odense. Os documentos da época não trazem qualquer evidência de que a estreia da 40ª Sinfonia teria ocorrido durante a vida de Mozart, mas… Em 4 ocasiões, entre a composição da sinfonia e a morte do compositor, concertos sinfônicos foram realizados com a música de Mozart, incluindo concertos cujos programas sobreviveram, e incluíam uma sinfonia em sol menor sem maior identificação. Os musicólogos pensam que esta seria a 40. 

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nros. 39 e 40 (Jacobs / Freiburger)

Symphony No.39 In E Flat Major, K.543
1 I. Adagio – Allegro 10:04
2 II. Andante Con Moto 8:05
3 III. Menuetto. Allegretto 3:25
4 IV. Finale. Allegro 8:09

Symphony No.40 In G Minor, K.550
5 I. Molto Allegro 7:15
6 II. Andante 15:08
7 III. Menuetto. Allegretto 3:47
8 IV. Allegro Assai 9:18

Freiburger Barockorchester
René Jacobs

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Mozart ficou espantado com a qualidade da gravação de Jacobs com a Freiburger

PQP

Mozart (1756 – 1791) ∾ Concerto para Piano No. 12 e Quarteto com Piano No. 2 ∾ Alfred Brendel & Alban Berg Quartett ֍

Mozart (1756 – 1791) ∾ Concerto para Piano No. 12 e Quarteto com Piano No. 2 ∾ Alfred Brendel & Alban Berg Quartett ֍

Mozart

Concerto para Piano Nos. 12

Quarteto com Piano No. 2

Alfred Brendel

Alban Berg Quartett

 

Ontem recebi a ligação de um amigo com quem não falava há tempo. Custou um pouco para entender de quem se tratava, hoje recebemos tantas indesejadas chamadas. É claro que eu não conheço alguém por nome Selim Gidnek e a pessoa falava como se estivesse em uma cabine de telefone de Londres. Mas, rapidamente matei a charada. Uma vez espião, mesmo aposentado certos hábitos de disfarces persistem. Pois a ligação era do Miles Kendig, o espião que ama a música de Mozart. E como ele sabe de minha enorme predileção pelo piano, foi logo entabulando conversa sobre o tema. Lá onde ele se encontra agora, faz muito sucesso a gravação dos concertos de Wolfgang pelo Géza Anda. Imagine só… Ele fez um som como quem faz um muxoxo quando mencionei pianofortes e instrumentos de época. Isto não é para o Miles. É claro ele interessou-se pelas novidades e prometeu ouvir tão logo pudesse a gravação do Pennetier que postei dia destes aqui.

Adorei o papo com o Miles e resolvi ouvir um bom disco com concertos para piano de Mozart. O difícil aqui só é mesmo escolher, pois há muitos. Assim, olhando pela prateleira com os Concertos de Mozart cheguei no espaço reservado para o Alfred Brendel. Ele gravou várias vezes as obras de Beethoven, Schubert e Mozart, assim como outros compositores. Primeiro para a Vox e depois para a Philips – analógico, digital. Certamente há preferências por esta ou aquela fase do artista, mas tratando-se de Concertos para Piano de Mozart, temos a integral, na qual ele é acompanhado pela Academy of St. Martin-in-the-Fields e o onipresente Neville Marriner. E temos também algumas gravações feitas posteriormente, estas acompanhadas pela Scottish Chamber Orchestra regida por Sir Charles Mackerras. Eu, que sou easy to please, como aquela famosa camiseta que você sonha dar para o cunhado, gosto de todas…

Um disco me chamou a atenção, por ter dois concertos que gosto muito – os de Nos. 12 e 17. Pois bem ao lado dele, um disco que custei bastante a conseguir, onde a EMI ‘empresta’ o Brendel da Philips e o coloca junto com o Alban Berg Quartett para gravarem a versão do Concerto No. 12 com o piano acompanhado por um quarteto de cordas. Este disco nos oferece uma oportunidade de ouvir um excelente pianista tocando com um dos melhores quartetos de cordas de seus dias. Alfred Brendel e Alban Berg Quartet é assim, um dream team.

O disco de concertos que escolhi ouvir já havia sido postado em 2008 pelo FDP Bach. Como o link da postagem já não está mais ativo, decidi fazer uma dupla postagem. O que o FDP chamou de ‘falta de vigor’ da SCO, regida pelo excelente Mackerras, eu chamo de ‘excesso de experiência’. Acho que os dois músicos principais, tanto Alfred quanto Charles, sabiam que suas experiências com concertos e gravações estavam se aproximando do fim (Brendel aposentou-se devido a problemas com artrites) e acredito que poderiam estar se aproveitando bastante do momento… Fica aí para você decidir, como disse antes o FDP Bach.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para piano No. 12 em lá maior (arranjado por Mozart para Piano e Quarteto de Cordas)

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Quarteto com piano No. 2 em mi bemol maior, K. 493

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegretto

Alfred Brendel, piano

Alban Berg Quartett

Günther Pichler, violino

Gerhard Schulz, violino

Thomas Kakuska, viola

Valentin Erben, violoncelo

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FLAC | 216 MB

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MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Disco Bonus

Concerto para Piano No. 12 em lá maior, K. 414

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Concerto para Piano No. 17 em sol maior, K. 453

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Alfred Brendel, piano

Scottish Chamber Orchestra

Sir Charles Mackerras

Gravado em 2004-08-11

Local da gravação: Usher Hall, Edinburgh

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Sobre o primeiro disco:

L’accoppiata Brendel/Mozart non fallisce mai e in questa magnifica edizione brilla in partnership con il fenomenale Alban Berg Quartett. Un tassello encomiabile per chi ama la musica da camera.

Sobre o segundo disco:

Alfred Brendel’s Mozart concertos with Mackerras and the Scottish Chamber Orchestra have been a major pleasure over the past few years, and this latest issue doesn’t disappoint. BBC Music Magazine

Aproveite!
René Denon

 

Miles enfrentando o distanciamento social, de boas em casa…

Faça como o Miles, não deixe de visitar a postagem a seguir:

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Jean-Claude Pennetier – Orchestre Philharmonique de Radio France – Christoph Poppen

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

Uma linda gravação de uma das maiores obras sacras de Mozart! Sem dúvida, A Grande Missa em dó menor (em alemão: Große Messe in c-Moll), K. 427/417a, é a maior e mais ambiciosa missa de Wolfgang Amadeus Mozart, possuindo dois coros, uma grande orquestra, e solistas: dois sopranos, um tenor e um baixo. Composta em Viena e Salzburgo em 1782 e 1783, ela foi deixada incompleta por razões desconhecidas, faltando a aria que segue o “Et incarnatus est”, aqui parcialmente reconstruída, uma grande porção da orquestração do Sanctus (que foi perdida), a maioria do Credo e o Agnus Dei. Assim como o Réquiem de Mozart, essa obra também se destaca pelo enorme número de reconstruções feitas ao manuscrito de Mozart desde o começo do século XX. Mas, assim como o Réquiem, vale a pena conhecer esta obra fundamental.

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

Mass In C Minor K 427
1 Kyrie 7:16
2 Gloria In Excelsis 2:12
3 Laudamus Te 4:51
4 Gratias 1:05
5 Domine Deus 2:40
6 Qui Tollis 4:10
7 Quoniam 3:48
8 Jesu Christe – Cum Sancto Spiritu 4:15
9 Credo In Unum Deum 3:24
10 Et Incarnatus Est 6:40
11 Sanctus 3:04
12 Benedictus 5:12

Bass Vocals – Alan Ewing
Bassoon – Claude Wassmer (tracks: 10)
Conductor – William Christie
Ensemble – Les Arts Florissants, Les Sacqueboutiers De Toulouse
Flute – Serge Saïtta (tracks: 10)
Oboe – Pier Luigi Fabretti (tracks: 10)
Soprano Vocals – Lynne Dawson, Patricia Petibon
Tenor Vocals – Joseph Cornwell
Bassoon – Claude Wassmer
Flute – Serge Saïtta
Oboe – Pier Luigi Fabretti

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William Christie e o Les Arts Florissants na Sala Sacra do PQP Bach de Jericoacoara

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD lindo, monstruoso, espetacular. A soma da melhor orquestra de instrumentos originais e de um esplêndido regente — além de especialista na música historicamente informada — só poderia resultar num grande disco. A versão da Sinfonia Praga é a melhor que já escutei — o primeiro movimento é uma pauleira digna de nota — e adorei as surpresas da Júpiter. O Andante Cantabile está bastante diferente do habitual e convence, convence muito.

A Sinfonia Nº 38, Praga, foi composta por Mozart no final de 1786 e estreada em Praga, claro, em 19 de janeiro de 1787, durante a primeira visita de Mozart à cidade. O autógrafo do compositor registra o dia 6 de dezembro de 1786 como a data de conclusão da obra. A versão de Jacobs apenas valoriza a Praga. E pasmem, Mozart, durante o verão de 1788, compôs três sinfonias em menos de dois meses: a Sinfonia Nº 39 (K. 543), a Sinfonia Nº 40 (K. 550) e a Sinfonia Nº 41, “Júpiter” (K. 551). Ao que tudo indica, as três não foram encomendadas por ninguém, mas Mozart raramente dava ponto sem nó. Em vista das dificuldades financeiras que passava na época, talvez ele estivesse planejando vendê-las a um editor ou executá-las em algum concerto em Viena. Ou, quem sabe, planejava uma turnê a Londres, como mais tarde fizera Haydn? Desde o início do século XVIII, vários compositores alemães encontraram sucesso artístico e financeiro em Londres. E quando convidado a se apresentar em uma grande cidade, era comum o compositor levar consigo um conjunto de novas obras. A “Júpiter”, como diz seu apelido, é a mais grandiosa de suas sinfonias. Ironicamente, o nome Júpiter parece ter sido criado em Londres pelo empresário Johann Peter Salomon, que levou Haydn à capital inglesa no ano de 1791 e que desejava levar Mozart no ano seguinte.

.oOo.

Uma ilustração

A Elena diz que é uma artesã cansada, que não busca ouvir novas músicas, só as do trabalho. Só que ela casou com PQP Bach e o cara está sempre ouvindo coisas novas.

Hoje, preparei tudo direitinho. Quando ela chegou em casa, coloquei uma gravação das Sinfonias Nros. 38 e 41 de Mozart que sabia ser espetacular, mas não sabia por quê. É isso, eu sei quando é bom, sei que tenho sensibilidade, mas nem imagino os motivos de minhas admirações. E então ela me explica o que tem lá de diferente.

E ela ouviu, pediu pra repetir, ELOGIOU MUITO, destacou e detalhou o último movimento da Júpiter, com suas respirações diferentes, as puxadas de freio do maestro, as variações no andamento, etc.

Quando acabou, eu tirei o CD e coloquei um vinil com um contratenor cantando Purcell. Ela me olhou com estranheza. O que teria a ver? Será que a pequena cirurgia que fiz hoje teria afetado meu cérebro?

Expliquei que o contratenor que cantara Purcell nos anos 70 era o regente do Mozart de agora — um cara que se especializara na regência de óperas barrocas e clássicas.

E vieram considerações e pedidos para que eu ficasse mais tempo em casa. Passamos um bom dia. Eu com alguma dor pelo dente que morreu, mas com o resto ainda bem vivo.

Gravações citadas:
— W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41
Freiburger Barockorchester
Reg.: René Jacobs

— Henry Purcell (1659-1695): “Tis Nature Voice” and other songs and elegies
Contratenor: René Jacobs

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 38 “Prague”
1 I. Adagio – Allegro 15:59
2 II. Andante 9:53
3 III. Finale. Presto 6:42

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 41 “Jupiter”
4 I. Allegro vivace 10:38
5 II. Andante cantabile 9:52
6 III. Menuetto. Allegretto – Trio 3:23
7 IV. Molto Allegro 12:01

Freiburger Barockorchester
René Jacobs

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René Jacobs, um monstro

PQP

Mozart (1756 – 1791) · ∾ · (Algumas) Sonatas para Piano · ∾ · Alicia de Larrocha ֍

Mozart (1756 – 1791) · ∾ · (Algumas) Sonatas para Piano · ∾ · Alicia de Larrocha ֍

Mozart

Sonatas para Piano

K. 310 – 330 – 331 – 545

Alicia de Larrocha

 

Esta semana ainda não postei algum disco de Mozart? Deve estar havendo algo incomum, algo errado comigo… Assim, sem maiores delongas, escolhi entre os cinco discos de Mozart que ando ouvindo, aquele que mais gostei até agora. Digo até agora pois seguirei ouvindo todos mais uma vez e certamente dúvidas persistirão.

Mas esta postagem tem também o objetivo de chamar um pouco a atenção de nossos leitores-seguidores para a caríssima figura que foi a ‘enorme’ pianista catalã, Alicia de Larrocha.

Ela nasceu em 23 de maio de 1923, em Barcelona, e foi criança prodígio. Filha e sobrinha de pianistas que estudaram com Enrique Granados, ela estudou na Academia Granados com Frank Marshall. Neste ambiente conheceu Artur Rubinstein e Alfred Cortot. Mesmo medindo um metro e meio de altura e com mãos pequeninas, não experimentou dificuldades em tocar mesmo as obras para piano que desafiam a qualquer pianista, como os concertos de Brahms, Rachmaninov, Ravel, Bartók e Prokofiev. As interpretações que mais marcaram sua carreira foram as de compositores espanhóis como Albeniz, Granados, De Falla e Mompou. Ao ouvir este disco entenderá por que ela ganhou o apelido Lady Mozart!

O texto a seguir é uma tradução do espanhol de partes de um artigo que poderá ser apreciado na íntegra aqui.

Sua estatura – chegava apenas a um metro e meio –, sua aparente fragilidade, e ter mãos especialmente pequenas nunca foram empecilho para sua carreira. ‘Alongava suas mãos incluindo quando não estava tocando’, recorda-se sua filha. O maestro Gerard Schwartz destaca sua maestria e o ‘fato de que nunca soava mecanicamente, de que seus ritmos eram sempre sofisticados’. Seu desembaraço se comprovava mesmo quando enfrentava o Concerto para Piano e Orquestra No. 3 de Rachmaninov, uma peça que em sua época era considerada impensável interpretar com dedos tão pequenos como os dela. ‘Ela o tocava como se nada estivesse acontecendo, de uma forma muito romântica’, lembra o fascinado maestro.

Sua personalidade também foi destacada pelas palavras de David Frost, encarregado de produzir a maioria das suas gravações, na parte final de sua carreira. Ele afirma que ‘sua humildade não era uma pose, era real. Ela sentia que precisava atingir um ideal que havia proposto em música e que nunca parecia alcançar’.

O artigo também revela como ela foi ‘avançado em seu próprio tempo. Seu casamento com o também pianista Joan Torra propôs uma verdadeira revolução para a época. Ele deixou sua própria carreira de lado para que ela pudesse explorar seu talento. Torra passou a dar aulas para sustentar os primeiros passos da pianista nos EUA e quando a carreira dela decolou, ele cuidou dos filhos e os criou enquanto ela passava seis meses por ano em média no outro lado do oceano. ‘Ele foi meu herói, deixou tudo por mim e se dedicou a mim, por toda a vida’, disse ela emocionada em uma entrevista nos anos 80.

Ela brincava com sua altura: ‘Minha meta sempre foi fazer arte. Desde que nasci tive queda pela música. Minha mãe e minha tia, alunas de Granados, se horrorizavam com a ideia de que uma menina tão pequena se dedicasse a isto e que seria um obstáculo ao meu desenvolvimento. Talvez seja por isso que não terminei de crescer.’

Cercada de estrelas como Montserrat Caballé ou Dalí durante sua carreira, os que a conheceram insistem em destacar duas virtudes: seu virtuosismo ao piano e sua afabilidade com as pessoas. Pianista, maestros e alunas a recordam como uma pessoa ‘de energia positiva, carinhosa e generosa’ ou como uma mulher ‘pela qual a gente se apaixonava, era impossível não o fazer’.

Quanto a música do disco, o que dizer? Digo que são sonatas para piano de Mozart e já são do período de maturidade do compositor. A que eu mais gosto é a Sonata em lá maior, que começa com um andante grazioso, um conjunto de variações, e termina com a famosa ‘Marcha Turca’! Mas as outras são tão lindas quanto…

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata para piano em lá menor, K. 310

  1. Allegro majestoso
  2. Andante cantabile com espressione
  3. Presto

Sonata para piano em dó maior, K. 330

  1. Allegro moderato
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto

Sonata para piano em lá maior, K. 331

  1. Andante grazioso
  2. Menuetto
  3. Alla Turca: Allegretto

Sonata para piano em dó maior, K. 545

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Rondo

Alicia de Larrocha, piano

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Her Mozart performances, as well as her readings of Bach and Scarlatti, were so carefully detailed and light in texture that even as public taste shifted toward the more scholarly interpretations of period-instrument specialists, Ms. de Larrocha’s readings retained their allure.

Ao ouvir este disco você entenderá por que ela ganhou o apelido de Lady Mozart!

Aproveite!

René Denon

Se você gostou desta postagem, poderá se interessar por:

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano – Murray Perahia

Isaac Albéniz – Iberia – Alicia de Larrocha (links revalidados)

 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Missa da Coroação K. 317 / Vesperae solennes de confessore, K. 339 — Coleção Collegium Aureum Vol. 10 de 10

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Missa da Coroação K. 317 / Vesperae solennes de confessore, K. 339 — Coleção Collegium Aureum Vol. 10 de 10

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um resumo bastante incompleto do que foi a carreira do extraordinário Collegium Aureum, grupo que teve sua origem na Harmonia Mundi e que foi um dos principais pioneiros das interpretações historicamente informadas. 

E chegamos ao fim desta coleção com mais um grande disco. O som redondo e as crianças cantantes dão o tom deste maravilhoso Mozart. A Krönungsmesse (Missa da Coroação), K. 317, é a 15ª Missa composta por Wolfgang Amadeus Mozart e é uma das mais populares entre as suas missas. Assim como a maioria das missas de Mozart, a da Coroação é uma missa brevis. Ela parenta ter recebido seu apelido na Corte Imperial, em Viena, no início do século XIX, depois de se tornar a música preferida para coroações imperiais e reais. Possivelmente, foi tocada nas coroações de Leopoldo II, em 1790, e de Francisco I, em 1792.

A Vesperae solennes de Confessore, K. 339, é uma composição para coral, solistas, violino I, violino II, 2 trompetes, 3 trombones, 2 tímpanos e baixo contínuo formado por violoncelo, fagote, contrabaixo e órgão. O título de “confessore” não era de Mozart, e foi adicionado depois.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Missa K. 317 / Vesperae solennes de confessore, K. 339 — Coleção Collegium Aureum Vol. 10 de 10

CD10: Mozart – Krönungsmesse, K. 317; Vesperae solennes de confessore, K. 339 (62:44)

Missa, C-dur, K. 317 ‘Krönungsmesse’
01. I. Kyrie
02. II. Gloria
03. III. Credo
04. IV. Sanctus
05. V. Benedictus
06. VI. Agnus Dei

Vesperae solennes de confessore, K. 339
07. I. Dixit
08. II. Confitebor
09. III. Beatus vir
10. IV. Laudate pueri
11. V. Laudate Dominum
12. VI. Magnificat
13. Litaniae Laurentanae, KV 109

Hans Buchheirl, soprano (KV 317, 339)
Ursula Buckel, soprano (KV 109)
Andreas Stein, alto (KV 317, 339)
Maureen Lehane, alto (KV 109)
Theo Altmeyer, tenor (KV 317, 339)
Richard van Vrooman, tenor (KV 109)
Michael Schopper, bass (KV 317, 339)
Eduard Wollitz, bass (KV 109)
Tölzer Knabenchor
Collegium Aureum
Rolf Reinhardt, conductor (KV 109)

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Quem não lembra?

PQP

 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete / Concerto para Oboé — Coleção Collegium Aureum Vol. 9 de 10

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete / Concerto para Oboé — Coleção Collegium Aureum Vol. 9 de 10

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um resumo bastante incompleto do que foi a carreira do extraordinário Collegium Aureum, grupo que teve sua origem na Harmonia Mundi e que foi um dos principais pioneiros das interpretações historicamente informadas. 

E aqui temos dois belos concertos de Mozart: um tardio, escrito para o clarinete, e outro nem tanto, escrito para solo de oboé. O Concerto para Clarinete em A maior, K 622, foi composto em Viena em 1791 para o clarinetista Anton Stadler, para clarinete e orquestra. O concerto é também uma das últimas obras completas de Mozart, e seu último trabalho puramente instrumental (ele morreu em dezembro, após a conclusão). O concerto é notável pela delicada interação entre solista e orquestra, e também pela falta de cadenzas na parte do solista. O Concerto para Oboé , K. 314, foi composto na primavera ou verão de 1777, para o oboísta Giuseppe Ferlendis (1755-1802). Em 1778, Mozart o reescreveu como um concerto para flauta. O concerto é uma peça amplamente estudada para ambos os instrumentos e é um dos mais importantes do repertório do oboé.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete / Concerto para Oboé — Coleção Collegium Aureum Vol. 9 de 10

CD09: Mozart – Klarinettenkonzert K. 622, Oboenkonzert K. 314 (47:56)
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Konzert für Klarinette und Orchester, A-Dur, K. 622
01. I. Allegro
02. II. Adagio
03. III. Rondo – Allegro

Konzert für Oboe und Orchester, C-Dur, K. 314
04. I. Allegro aperto
05. II. Adagio non troppo
06. III. Rondo – Allegretto

Hans Deinzer, clarinet
Helmut Hucke, oboe
Collegium Aureum
Franzjosef Maier, direction

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PQP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Violin Concertos – Faust, Il Giardino Armonico, Antonini

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LINKS ATUALIZADOS !!!

GRAMOPHONE CLASSICAL MUSIC AWARDS WINNER 2017 !! CATEGORIA CONCERTO !!

Assim como um cliente da amazon, não consigo parar de ouvir este CD. Recém lançado pela Harmonia Mundi traz um Mozart vívido, alegre, triunfante sem ser óbvio, e que mostra que sim, o talento faz a diferença e uma violinista do nível de Isabelle Faust tem este talento de sobra para nos mostrar o que ainda se pode extrair destes concertos tão gravados e interpretados.
O conjunto ‘Il Giardino Armonico’ e seu diretor Giovanni Antonini continuam mostrando o porque são um dos melhores da atualidade. Coisa de gente grande, e um belo presente de Natal, mesmo que atrasado.
É música para não parar de se ouvir. Mozart nas mãos de Isabelle Faust é música para os anjos ouvirem.

CD 1

I. Allegro moderato
2. II. Adagio
3. III. Presto
4. Rondo for Violin and Orchestra, in B-Flat Major, K. 269/261a: Allegro
5. Concerto for violin and orchestra no.2, in D major, K211 I. Allegro moderato
6. II. Andante
7. III. Rondeau. Allegro
8. Violin Concerto I. Allegro
9. II. Adagio
10. III. Rondeau. Allegro- Andante – Allegretto – Tempo primo

CD 2

1. Rondo for Violin and Orchestra, in C Major, K. 373
2. Concerto for violin and orchestra no.4, in D major, K218 I. Allegro
3. II. Andante cantabile
4. III. Rondeau. Andante grazioso
5. Adagio for violin and orchestra, in E major, K261
6. Concerto for violin and orchestra no.5, in A major, K219 6 I. Allegro aperto – Adagio – Allegro aperto
7. II. Adagio
8. III. Rondeau Tempo di Menuetto-Allegro-Tempo di Menuetto

Isabelle Faust – Violin
Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini – Conductor

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Mozart (1756 – 1791) ∞ Peças para Piano ∞ Francesco Piemontesi

Mozart (1756 – 1791) ∞ Peças para Piano ∞ Francesco Piemontesi

Mozart

Fantasia

Sonatas

Rondós

Francesco Piemontesi

 

O repertório deste disco é muito diverso. Temos uma Fantasia, dois Rondós e duas Sonatas de Wolfgang Amadeus Mozart, aquele que, segundo Manuel Bandeira, no dia 5 de dezembro de 1791

entrou no céu, como um artista de circo, fazendo
piruetas extraordinárias sobre um mirabolante cavalo branco.

Diverso por que a Fantasia é diferente das Sonatas e dos Rondós na forma, as sonatas são de períodos muito diferentes na vida do compositor e os rondós também, diferem um do outro pelo nível de maturidade. Digo isso para chamar sua atenção para as peças, como elas iluminam diferentes aspectos da arte de Mozart.

A Sonata em ré maior, ‘Dürnitz’, é a última de um conjunto de seis, compostas em 1775, quando Mozart ainda estava em Salzburgo. Mas deste conjunto ela é a maior e a única do grupo a ter sido publicada ainda em vida do compositor. Note que seu último movimento é um conjunto de variações.

A Sonata em fá maior tem este estranho número de catalogação por ter tido seus dois primeiros movimentos, que foram compostos em 1786 completados por uma recomposição de um rondó que havia sido composto anteriormente. Mas nem por isso podemos notar qualquer mudança no nível de inspiração, temos uma linda sonata com tradicionais três movimentos.

Devemos ter em mente, ao ouvir estas peças para piano de Mozart, que estas composições, na época da vida do autor, eram para uso doméstico, para amadores assim como para connoiseurs. Elas habitam o universo das peças de Haydn e de Carl Philippe Emanuel Bach, que compunha für Kenner und Liebhaber. Isto é, antecedem as sonatas do Ludovico.

Mencionadas estas coisas, chamo a atenção para o pianista, que tem ótima mão para Mozart. Já ouvi um disco em que ele toca concertos e sei que há ainda outro por aí… Espero poder postar mais coisas do Franceso, que é suíço e ainda bastante jovem. Em sua formação estudou com grandes pianistas, como Alfred Brendel, Cécile Ousset e Alexis Weissenberg. Assim, não se surpreenda por ouvi-lo interpretar Schubert, Debussy ou Liszt, além do Mozart que hoje trazemos.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Fantasia em ré menor, K. 397

  1. Fantasia

Sonata em ré maior, K. 284 ‘Dürnitz’

  1. Allegro
  2. Rondeau em polonaise
  3. Tema com variazioni (Andante)

Rondó em ré maior, K. 485

  1. Rondó

Rondó em lá menor, K. 511

  1. Rondó

Sonata em fá maior, K. 533/K. 494

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Francesco Piemontesi, piano

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Espero que goste. A frase a seguir, tirada da página do pianista, resume com precisão:

‘Francesco Piemontesi combines stunning technique with an intellectual capacity that few can match’  Spectartor

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756 – 1791) ∾ Quartetos com Piano ∾ Paul Lewis e Leopold String Trio ֍

Mozart (1756 – 1791) ∾ Quartetos com Piano ∾ Paul Lewis e Leopold String Trio ֍

 

Esaú e Jacó

 

 

O editor e compositor Franz Anton Hoffmeister pensou ter encontrado uma maneira de conseguir uma boa grana quando encomendou a Mozart três quartetos com piano. Ele imaginava vender as partituras para grupos de músicos amadores, acostumados às peças no estilo galante e ávidos por boa música que pudesse ser executada em casa, nos idos de 1785. Quando Mozart entregou o primeiro quarteto, em sol menor, estes músicos amadores ficaram desnorteados, com a tonalidade, as demandas técnicas nas partes, os uníssonos ao longo do imenso e complexo primeiro movimento. Hoffmeister desistiu da encomenda e o segundo quarteto, em mi bemol maior, pronto em 1786, não chegou a ser impresso, apesar de ter sido posteriormente publicado por Artaria. Mais uma ideia que não gerou lucros para Hoffmeister ou Mozart, que pode pelo menos ficar com o adiantamento (que bem provavelmente já havia sido gasto). De qualquer forma, ficamos com estas duas maravilhosas peças que enchem o álbum desta postagem. Mais ainda, os atentos compositores que vieram depois também deixaram algumas obras memoráveis neste gênero musical, como é o caso de Schumann, Brahms e Fauré.

O simpático pessoal do Leopold Trio

Minha referência para estas obras antes de encontrar este disco em um blog da concorrência, era a gravação do Fauré Quartett. Continuo ainda apreciando muito esta gravação, mas acho que o disco desta postagem, que tem ao piano o excelente Paul Lewis, vai um pouquinho além. Uma das diferenças está na ‘arquitetura’ da peça. Os primeiros movimentos têm dois trechos marcados para a repetição na partitura.

Esta gravação observa as duas repetições, enquanto a maioria das outras gravações, incluindo a do Quarteto Fauré, só faz a primeira repetição. Mas gostei muito do conjunto da obra do disco da Hyperion, produzido pelo excelente Andrew Keener.

Os dois quartetos se completam bem (apesar de serem assim, um pouco Esaú e Jacó…). O primeiro é mais trágico, mais sombrio e o outro mais extrovertido.

O pensativo Paul…

Estas obras deram trabalho ao genial compositor. Contrário da imagem de facilidade e superficialidade, dos rascunhos que ficaram verifica-se que pelo menos duas ideias para um tema do larghetto do K. 493 foram abandonadas antes que Mozart se desse por satisfeito.

O entrosamento dos intérpretes é magistral, como pode-se observar no allegretto desta peça, a última faixa do disco. Há no ar um sentimento de contentamento com a música, muito verdadeiro. É como se eles não quisessem terminar a música, tamanho prazer. Diferente das situações em que parece que os músicos querem acabar o concerto e correr para o jantar.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Quarteto com piano em sol menor, K. 478

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Rondo: Allegro

Quarteto com piano em mi bemol maior, K. 493

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegretto

Paul Lewis, piano

Leopold String Trio

Marianne Thorsen, violino

Scott Dickinson, viola

Kate Gould, violoncelo

Gravação feita em dezembro de 2003

Produção de gravação de Andrew Keener

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Paul em pose de ator da franquia Harry Potter…

Para nosso momento ‘The Book is on the Table’, escolhi alguns trechos de críticas do álbum:

‘It is in fact clear from the opening that this is a performance to reckon with, exemplified by its careful measured tempo, its poise and its subtle handling of the balance between strings and piano. A real winner, this disc; warmly recommended’ (Gramophone)

‘These are deeply musical performances, perceptive and satisfying, of two masterpieces’ (International Record Review)

‘The Leopold Trio gives a crisp, clear and engaging performance’ (The Strad)

Aproveite!

René Denon

PS: Se você gostou deste álbum, poderá gostar de:

Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Diabelli Variationen – Paul Lewis

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Quartets KV 478 & KV 493 – Beaux Arts Trio, Bruno Giuranna

F. Mendelssohn (1809-1847) / R. Schumann (1810-1856): Quartetos com Piano

Mozart (1756 – 1791) – Concerto para Oboé ֍ Haydn (1732 – 1809) – Sinfonia Concertante ∾ Lucas Macías Navarro – Orchestra Mozart – Claudio Abbado ∞

Mozart (1756 – 1791) – Concerto para Oboé  ֍ Haydn (1732 – 1809) – Sinfonia Concertante  ∾  Lucas Macías Navarro – Orchestra Mozart – Claudio Abbado  ∞

Mozart – Concerto para Oboé

Haydn – Sinfonia Concertante

Lucas Macías Navarro

Mozart Orchestra

Claudio Abbado

 

Quando deitei os olhos neste disco, notei os nomes Mozart, Haydn, Abbado, mas notei também a ausência da cor amarela na capa. Um olhar mais detalhado revelou o nome do selo suíço – Claves, ótimo, mas que não costuma abrigar nomes assim estelares como o do maestro Abbado.

Lucas Macías Navarro

A história deste disco é interessante e está na net. O principal oboé da Concertgebouw Amsterdam ligou para um produtor do selo perguntando se haveria interesse de gravar o concerto de Mozart com a orquestra e o maestro. Certamente, foi a resposta.  Mas, um pouco de cautela era necessário, pois ao que parece, o oboísta é dado a brincadeiras. Para nossa grande felicidade, desta vez a coisa era séria. Alguns anos passados na agenda de todo mundo e com a ajuda de algum gracioso patrocínio, o disco foi gravado na Espanha em 2013.

E como de um só concerto não se faz um disco, a Sinfonia Concertante de Haydn completou adoravelmente a empreitada, permitindo aos outros músicos da orquestra brilharem, assim como nos proporcionar ouvir Abbado regendo Haydn.

Noto que esta Sinfonia Concertante em si bemol maior, Hob. I/105, de Haydn, escapou da Grande Postagem do colega Ammiratore, com todas as Sinfonias de Haydn. Esta é ‘concertante’…

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Oboé em dó maior, K. 314 (1777)

  1. Allegro aperto
  2. Adagio non troppo
  3. Allegretto

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia Concertante em si bemol maior, Hob. I/105 (1792)

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro con spirito

Lucas Macías Navarro, oboé

Gregory Ahss, violino

Konstantin Pfiz, violoncelo

Guilhaume Santana, fagote

Orchestra Mozart

Claudio Abbado

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Claudio, casting his spell…

Para nosso ‘Momento Babel’, duas críticas ao disco:

BBC Music Magazine on Mar 15, 2017

“The performance of the Mozart Oboe Concerto is admirably beautiful, with fine playing from Lucas Macias Navarro, and every orchestral phrase lovingly caressed by Abbado. At 40 minutes the disc isn’t generously filled, but few would want to measure the musical riches it offers by the clock.”

Grandiose!!!

George F. on Jan 18, 2016

Magnifique album et si étonnant qu’un petit label indépendant ai pu l’enregistrer! À écouter et ré-écouter sans limite, grandiose Claudio Abbado!!

Magnífico, grandioso! Você deve ter pego a ideia. Aproveite!

René Denon

Se você gostou deste álbum, poderá também gostar de:

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Symphonies – Abbado – Orchestra Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Sinfonia concertante in E flat major K. 297b , Concerto for Flute, Harp and Orchestra in C major K. 299 – Orchestra Mozart – Claudio Abbado

Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano No 3 & No 2 – Martha Argerich – Mahler CO – Claudio Abbado

W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concerto No.25 K.503 & Piano Concerto No.20 K.466

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Jean-Claude Pennetier – Orchestre Philharmonique de Radio France – Christoph Poppen

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Jean-Claude Pennetier – Orchestre Philharmonique de Radio France – Christoph Poppen

 

Wolfgang Amadeus Mozart

Concertos para Piano Nos. 21 e 24

Jean-Claude Pennetier

 

Meu amigo a se tornar chegava agitado do trabalho e, após alguns minutos de arrumação das coisas triviais, colocava na vitrola algum LP que refletisse essa agitação. Algum álbum de Bob Dylan ou Jose Feliciano eram típicos. Com o andar da carruagem, no entanto, discos de outra natureza começavam a sair de seus guardados e, invariavelmente a coisa toda acabava em Mozart. O ‘Elvira Madigan’, na antológica gravação de Géza Anda, era seu porto seguro. Finalmente ele chegava em casa. Como que para depurar as agruras do dia, usava este percurso da música.

Uma varanda comum que dava para quintais sobre a Ladeira do Ascurra, no Cosme Velho, que em noites juninas, lindas, exibia balões (perigosíssimos) pelo ar, sobre a goiabeira, mais as saudades de casa, a minha lá no sul do país, a dele no nordeste, e principalmente o gosto profundo pela música de Mozart, nos fez amigos primeiro, compadres depois. Não há como ouvir o Concerto No. 21 de Mozart sem que me lembre de meu amigo. E como este disco me pareceu particularmente bonito, certamente seria do agrado dele, decidi trazê-lo nesta postagem.

O disco tem, além do Concerto No. 21, o poderoso Concerto No. 24, em dó menor, que tanto impressionou o grande Ludovico.

A gravação tem como solista o ótimo pianista francês, enorme em música de Gabriel Fauré, e que aqui tem muito a dizer sobre Mozart. Jean-Claude Pennetier não é só pianista, é músico completo, rege, ensina, toca pianoforte e, como se diz em inglês – he’s been around. Isso faz muita diferença.

A orquestra toca com instrumentos modernos e é regida por um ótimo maestro, mesmo que não muito badalado. Note especialmente como eles estão seguros das lições do movimento HIP, tocando com precisão e leveza, com grande presença dos instrumentos de sopros e madeiras. A espontaneidade também se deve ao fato de a gravação ter sido feita ao vivo. Mas não se preocupem aqueles que não gostam de ruídos estranhos ou aplausos no final. A produção do selo Mirare é ótima.

Os dois concertos se completam muito bem, formando um ótimo par para um álbum assim. Outros grandes músicos usaram esta combinação antes. A beleza e leveza do Concerto No. 21, com seu sublime e justamente famoso andante, é completada pela intensidade do Concerto No. 24, de cores mais sombrias. E tudo isto tocado pela mágica de Mozart e também dos músicos franceses.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano No. 21 em dó maior, K. 467

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro vivace assai

Concerto para Piano No. 24 em dó menor, K. 491

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegretto

Jean-Claude Pennetier, piano

Orchestre Philharmonique de Radio France

Christoph Poppen

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Maestro Poppen

Para o momento ‘The Book is on the table’ temos um trecho da crítica do The Sunday Times de 25 de junho de 2017: Two Mozart concertos in performances that on the whole rise to these incomparable works. Aged 75, Pennetier is a lively soloist, and his cadenzas are exceptional…the Paris orchestra, under Popper, is sweet-toned and crisp, with prominent woodwind.

Eu concordo com exceptional!

Jean-Claude espairecendo no jardim de inverno das instalações do PQP Bach Corp.

Aproveite!

René Denon

DESAFIO PQP! –> Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 40 & 41

DESAFIO PQP! –> Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 40 & 41

Mozart

Sinfonias Nos. 40 & 41

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Herbert Blomstedt

Desafio Resolvido!

 

Ele não ficaria de fora desta festa…Óperas e Concertos para Piano foram as formas musicais nas quais Mozart fez as suas contribuições mais inovadoras e significativas. Mas, escreveu também inúmeras sinfonias. A primeira delas foi em 1764 durante uma estada em Londres. Papai Leopold caiu doente e Wolferl tinha que ficar longe do piano. Pois o garoto de oito anos compôs a sua primeira sinfonia.

O termo sinfonia abrangia vários tipos de composições e a forma estava sendo ainda estabelecida. O modelo italiano com três movimentos – rápido-lento-rápido, enquanto que a forma que se tornou mais usada, com quatro movimentos, já tinha seus representantes. O modelo de três movimentos vinha do uso de ‘abrir’ um espetáculo, como uma ópera, com um concerto em três movimentos, uma ‘Abertura’. A prática acabou ganhando vida própria.

Famoso intérprete de Mozart

O grande compositor de sinfonias dos dias de Mozart era Haydn, mas é bom observar que em 1791, ano em que Mozart morreu, Haydn estava de partida para Londres, a convite do grande empresário Johann Peter Salomon, e as suas lindas Sinfonias Londrinas ainda estavam por ser compostas.

Entre as sinfonias de Mozart, vale destacar a de No. 25, em sol menor, assim como a Sinfonia No. 40 desta postagem. São as únicas sinfonias compostas por Mozart em tonalidade menor. Isso certamente dá a estas peças algo que as torna muito especiais. Eram chamadas ‘menor’ e ‘maior’ em sol menor, para distinguir uma da outra.

Aposta certa do selo amarelo

A Sinfonia No. 29 é também muito especial, em quatro movimentos e vale conferir. As Sinfonias Nos. 31 e 32 são do tipo ‘Italianas’, em três movimentos. A de No 31 tem o apelido ‘Paris’ e foi escrita para agradar o público desta cidade, onde Mozart buscava uma posição. A Sinfonia No. 32 foi composta na sequência…

As seis últimas sinfonias de Mozart têm maiores proporções e são nos típicos quatro movimentos. Foram compostas entre os anos de 1782 até 1788. Em 1782 Mozart compôs a Sinfonia No. 35, sob encomenda da família Haffner, de Salzburgo, que também recebera a Serenata ‘Haffner’. Em 1783 foi composta em apenas quatro dias a Sinfonia (linda) No. 36, para um concerto na cidade de Linz. Daí o apelido ‘Sinfonia Linz’. Em 1786 foi a vez da cidade de Praga ganhar a sua sinfonia, que conhecemos como a Sinfonia No. 38.

Opção mais leve…

Mozart sempre muito pragmático, produzia suas obras com objetivos específicos, seja para um concerto ou sob encomenda. Em 1788 ele compôs suas três últimas grandes sinfonias, as de Nos. 39, 40 e 41, todas obras primas. Mas não está claro o propósito destas composições e não há evidências que foram executadas durante a vida do compositor, a menos da Sinfonia No. 40. A evidência desta possibilidade é a existência de duas versões para esta sinfonia, uma com clarinetes e outra sem clarinetes na orquestração.

 

HIP

As sinfonias de Mozart, assim como as obras deste período eram apresentadas até os anos 1960 e 1970 com roupagem mais romantizada, pelas grandes orquestras. No entanto, gravações famosas até hoje feitas com orquestras mais reduzidas, de câmera, também eram comuns. Ou seja, ao lado das gravações das Filarmônicas de Berlim, Viena, de Londres, regidas por Karajan, Jochum, Böhm, podia-se ouvir as gravações de Marriner com a Academy Saint Martin-in-the-Fields, de Jeffrey Tate ou Daniel Barenboim com a Orquestra de Câmera Inglesa. Então vieram as orquestras com instrumentos de época. Hogwood, Gardiner, Norrington. Eu gosto especialmente das gravações de Trevor Pinnock.

HIP II

Há para todos os gostos e bolsos, com as gravações de orçamento mais reduzido. As gravações na Naxos com a Capella Istropolitana regida por Barry Wordsworth são memoráveis.

Pois assim, chegamos ao Segundo Desafio do PQP-Bach: o álbum desta postagem reúne as duas últimas sinfonias compostas por Mozart numa gravação que eu achei ótima. Mas qual orquestra? Qual regente? Fica a questão.

Lembrando, a motivação deste tipo de postagem é fazer-nos refletir sobre o quanto influencia nossa apreciação musical o conhecimento dos nomes dos intérpretes. No caso de cantores, é mais fácil identificar o nome do artista. No caso de música instrumental, em particular os pianistas, também se pode tentar identificar um certo ‘sotaque’ ou algo que denuncie o artista. Mas no caso da orquestra e regente? Seria possível antecipar algo? Veremos!!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sinfonia No. 40 em sol menor, K. 550

  1. Molto allegro
  2. Andante
  3. Allegretto – Trio
  4. Allegro assai

Sinfonia No. 41 em dó maior, K. 551 – ‘Jupiter’

  1. Allegro vivace
  2. Andante cantabile
  3. Menuetto: Allegretto – Trio
  4. Molto alegro

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Herbert Blomstedt

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Gosto muito desta gravação e da capa…

Em breve a postagem será reeditada com os devidos créditos atribuídos aos músicos. Fica, por enquanto, a oportunidade para nossos devotados seguidores darem alguns tratos à bola… Aquele que acertar o desafio terá seu nome inscrito no Hall of Fame do PQP-Bach e receberá uma linha direta de centenas de free downloads dos nossos generosos arquivos.

Aproveite!

René Denon

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 3/50 – Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Dietrich Fischer-Dieskau – The Essentials

Dietrich Fischer-Dieskau (28 de maio de 1925 – 18 de maio de 2012) foi um barítono lírico alemão e maestro da música clássica, um dos mais famosos artistas de Lieder do período pós-guerra (Lied é uma palavra da língua alemã, que significa “canção”. É um termo tipicamente usado para classificar arranjos musicais para piano e cantor solo, com letras geralmente em alemão, utilizado para expressar em sons os sentimentos descritos nas letras), mais conhecido como cantor de Lieder, de Franz Schubert, particularmente os 24 poemas de “Winterreise”, cujas gravações com o acompanhante Gerald Moore e Jörg Demus ainda são aclamadas pela crítica meio século após seu lançamento.

Gravando uma série de repertórios (abrangendo séculos), como afirmou o musicólogo Alan Blyth: “Nenhum cantor de nossa época, ou provavelmente qualquer outro, conseguiu o alcance e a versatilidade do repertório alcançado por Dietrich Fischer-Dieskau. Ópera, Lieder e oratório em alemão, italiano ou inglês parecia ter sido feito para ele, e ele trouxe a cada um uma precisão e individualidade que revelavam suas percepções sobre o idioma em questão “. Além disso, ele gravou em francês, russo, hebraico, latim e húngaro. Ele foi descrito como “um dos artistas vocais supremos do século 20” e “o cantor mais influente do século 20”.

Fischer-Dieskau foi classificado como o segundo maior cantor do século (depois de Jussi Björling) pelo Classic CD (Reino Unido), ‘Top Singers of the Century” Critics Poll (junho de 1999). Os franceses o apelidaram de “O milagre Fischer-Dieskau” e Dame Elisabeth Schwarzkopf chamou-o de “um deus nascido que tem tudo”. No seu auge, ele era muito admirado por suas idéias interpretativas e controle excepcional de sua suave e bela voz. Apesar do pequeno tamanho de sua voz lírica / de barítono de câmara, Fischer-Dieskau também apresentou e gravou muitos papéis operísticos. Ele dominou a plataforma de ópera e concerto por mais de trinta anos. 

Fischer-Dieskau: Essentials
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
01. An die Musik, D. 547 (Op. 88/4)
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
02. Don Giovanni, K. 527 : “Fin ch’han dal vino”
Christoph Willibald Gluck (Alemanha, 1714 – Áustria, 1787)
03. Orfeo ed Euridice, Wq. 30 : No. 43 Aria: “Ach, ich habe sie verloren” (Arr. Alfred Doerffel)
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
04. Dichterliebe, Op. 48 : No. 1 Im wunderschönen Monat Mai
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
05. Der Musensohn, Op. 92, No. 1, D. 764
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
06. Die Zauberflöte, K. 620 : “Der Vogelfänger bin ich ja”
Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901)
07. La Traviata : “Di Provenza il mar, il suol”
Gustav Mahler (República Tcheca, 1860 – Viena, 1911)
08. Rückert-Lieder, Op. 44 : Ich atmet’ einen linden Duft
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
09. Le nozze di Figaro, K. 492 : “Vedro mentr’io sospiro”
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
10. Im Frühling, D. 882
11. Winterreise, D. 911 : No. 5 Der Lindenbaum
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
12. Dichterliebe, Op. 48 : No. 3 Die Rose, die Lilie, die Taube, die Sonne
Georges Bizet (França, 1838 – 1875)
13. Carmen, WD 31 : “Votre toast, je peux vous le rendre” – “Toréador, en garde”
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
14. Schwanengesang, D. 957 : Ständchen “Leise flehen meine Lieder”
Richard Strauss (Alemmanha, 1864 – 1949)
15. Ständchen, Op. 17, No. 2
Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901)
16. Don Carlo : “Dio, che nell’alma infodere”
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883)
17. Tannhäuser, WWV 70 : Wie Todesahnung… O du mein holder Abendstern (Wolfram)
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
18. Winterreise, D. 911 : No. 4 Erstarrung
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
19. Liederkreis, Op. 39 : Mondnacht
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883)
20. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96 : “Was duftet doch der Flieder”
Ludwig van Beethoven (Alemanha, 1770-Áustria, 1827)
21. Fidelio, Op. 72 : “Ha! Welch ein Augenblick!”
Hugo Wolf (Eslovênia, 1860 – Áustria, 1903)
22. Italienisches Liederbuch : Ein Ständchen euch zu bringen
Claude Debussy (França 1862 – 1918)
23. Mandoline
Gustav Mahler (República Tcheca, 1860 – Viena, 1911)
24. Lieder eines fahrenden Gesellen : No. 3 Ich hab’ ein glühend Messer
Carl Orff (Alemanha, 1895 – 1982)
25. Carmina Burana / No. 2 In Taberna : “Estuans interius”

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Palhinha – 18. Winterreise, D. 911 : No. 4 Erstarrung

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

PS. Nosso colega René Denon adicionou um comentário de valor-

Olá, Avicenna!
A coleção vai de vento em popa! DFD é figurinha carimbada! Nesta coleção há muitas beleza que podem levar a futuras explorações ao resto da obra, bastando alguns cliques!
As canções de Schubert fazem uma parte substancial do repertório do Dietrich, como An Die Musik e Der Musenhohn. Para explorar mais esta vertente aqui tem uma coleção de lindas canções de Schubert:
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/03/03/schubert-lieder-dietrich-fischer-dieskau-gerald-moore/

Ele também brilhou nos palcos das óperas como o Don Giovanni ou Papageno, com duas canções desta coleção – o tour de force Fin ch’han dal vino e a canção do apanhador de pássaros Der Vogelfänger bin ich ja. Estas duas óperas completas com as demais árias estão postadas aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/05/05/wolfgang-amadeus-mozart-1756-1791-die-zauberflote-bohm-fischer-dieskau-wunderlich-berliner-philharmoniker/
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/04/02/mozart-1756-1791-don-giovanni-dg-ferenc-fricsay/
Voltando ao mundo do Lieder, a canção alemã, o belíssimo Im wunderschönen Monat Mai é a canção que inicia o ciclo Dichterliebe e está aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2020/06/14/schmnn210-robert-schumann-1810-1856-lieder-fischer-dieskau/
Acredito que outras pessoas vão identificar outras postagens com peças…
Grande introdução a arte deste que foi um dos mais importantes cantores de que temos notícia.
Abração do René

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

Bach · Mozart

Beethoven · Chopin

Stravinsky

Leon Fleisher

(1928 – 2020)

 

Imagine ser um pianista famoso, com concertos marcados nas grandes salas ao redor do mundo, ter seus discos no topo das paradas de sucesso sempre acompanhados das melhores críticas – uma vida de sucesso – e perder tudo, de repente. Isto ocorreu com Leon Fleisher, um dos mais renomados pianistas que, no meio da década de 1960 teve que redirecionar toda a sua carreira profissional por machucar a sua mão direita a ponto de não poder mais usá-la. Ele passou a sofrer de distonia focal.

Ele morreu neste primeiro domingo de agosto, aos 92 anos.

Apesar de ter a carreira de concertista interrompida, Leon Fleisher continuou a fazer e viver a música, tocando o repertório para a mão esquerda, regendo e dando aulas, até que em 1995, após 30 anos de inatividade, recuperou satisfatoriamente os movimentos da mão e voltou a tocar piano com duas mãos. Isto foi possível graças a uma combinação de uma técnica de massagem profunda e injeções de Botox.

Esta história sempre me encantou. Tenho e ouço seus discos do período áureo, mas de uma certa forma, aprecio ainda mais aqueles que ele gravou posteriormente. Em 2003 ele gravou um disco com o expressivo nome Two Hands, que tem uma gravação muito especial da última grande sonata de Schubert. Em 2006 ele gravou o disco desta postagem – The Journey.

Este título tanto se aplica ao repertório, que vai de Bach até Stravinsky, passando por Mozart, Beethoven e Chopin, quanto à sua própria vida.

Além da música, o álbum contém um disco com uma entrevista dada a Bob Edwards, na qual Leon Fleisher fala de sua jornada.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Capricho em si bemol maior, BWV 992

  1. Arioso: Adagio
  2. Fughetta
  3. Adagissimo
  4. Andante
  5. Aria (do postilhão): Allegro poco
  6. Fuga

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata em mi bemol maior, K 282

  1. Adagio
  2. Menuetto I – II
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fantasia e Fuga Cromática em ré menor, BWV 903

  1. Fantasia
  2. Fuga

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Berceuse em ré bemol maior, Op. 57

  1. Berceuse

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Serenata em lá maior

  1. Hymne
  2. Romanza
  3. Rondoletto
  4. Cadenza finala

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Bagatela em lá menor, WoO. 59 “Für Elise”

  1. Bagatela

Leon Fleisher, piano

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Que a persistência e a atitude resiliente de Leon Fleisher nos inspire a enfrentar as nossas limitações e dificuldades e que possamos também percorrer uma boa jornada.

Aproveite!

René Denon

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 2/50 – Vladimir Horowitz (1903-1989)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Vladimir Horowitz – The Essentials

Vladimir Samoylovych Horowitz, Kiev, 1 de outubro de 1903Nova Iorque, 5 de novembro de 1989) foi um pianista russo-americano. É considerado como um dos mais brilhantes pianistas de todos os tempos, devido à sua excepcional técnica aliada às suas performances contagiantes. (1) Destacou-se pelo seu toucher sem igual, pelo controle dinâmico excepcional e pela sua mecânica única. As suas interpretações mais conhecidas e tidas como inigualáveis se referem às obras que variam do barroco Domenico Scarlatti, passando pelos românticos Chopin, Schumann, Liszt e chegando ao moderno Prokofiev. É considerado por muitos o indiscutível mestre em Scriabin e Rachmaninoff.

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 1/50 – Mozart (1756-1791)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Mozart – The Essencials

Wolfgang Amadeus Mozart foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico.

Mozart mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infância. Já competente nos instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza europeia, maravilhando a todos com seu talento precoce. Chegando à adolescência, foi contratado como músico da corte em Salzburgo, porém as limitações da vida musical na cidade o impeliram a buscar um novo cargo em outras cortes, mas sem sucesso.

Ao visitar Viena em 1781 com seu patrão, desentendeu-se com ele e solicitou demissão, optando por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos viram surgir algumas de suas sinfonias, concertos e óperas mais conhecidos, além de seu Requiem. As circunstâncias de sua morte prematura deram origem a diversas lendas. Deixou uma esposa, Constanze, e dois filhos.

Foi autor de mais de seiscentas obras, muitas delas referenciais na música sinfônica, concertante, operística, coral, pianística e camerística. Sua produção foi louvada por todos os críticos de sua época, embora muitos a considerassem excessivamente complexa e difícil, e estendeu sua influência sobre vários outros compositores ao longo de todo o século XIX e início do século XX.

Hoje Mozart é visto pela crítica especializada como um dos maiores compositores do ocidente, conseguiu conquistar grande prestígio mesmo entre os leigos, e sua imagem se tornou um ícone popular. (ex-Wikipedia)

Tracklist:
01. Wiener Philharmoniker – Serenade in G Major, K. 525 “Eine kleine Nachtmusik” : 1. Allegro
02. Hagen Quartett – Divertimento in D Major, K. 136 : 3. Presto
03. Thomas Quasthoff – Die Zauberflöte, K.620 / Act 1 : “Der Vogelfänger bin ich ja”
04. Friedrich Gulda – Piano Sonata No. 11 in A Major, K. 331 : III. Alla Turca
05. Maria João Pires – Piano Sonata No. 15 in C Major, K. 545 “Facile” : I. Allegro
06. Wiener Philharmoniker – Symphony No. 25 in G Minor, K. 183 : 1. Allegro Con Brio
07. Wiener Philharmoniker – Symphony No. 40 in G Minor, K. 550 : 1. Molto Allegro
08. Wiener Philharmoniker – Requiem in D Minor, K. 626 : 3. Sequentia: VI. Lacrimosa
09. Chamber Orchestra of Europe – Così fan tutte, K.588 : Overture
10. Geza Anda – Piano Concerto No. 21 in C Major, K. 467 : 2. Andante
11. David Jolley – Horn Concerto No. 4 in E-Flat Major, K. 495 : 3. Rondo (Allegro vivace)
12. Barbara Bonney – Exsultate, jubilate, K. 165 : 4. Alleluia
13. Bryn Terfel – Die Zauberflöte, K.620 / Act 2 : “Ein Mädchen oder Weibchen”
14. Orchester der Deutschen Oper Berlin – Le nozze di Figaro, K. 492 : Overture
15. Bryn Terfel – Don Giovanni, K. 527 / Act 1 : “Là ci darem la mano”
16. Orpheus Chamber Orchestra – Divertimento No.11 in D, K. 251 “Nannerl-Septett” : 3. Andantino
17. Sir James Galway – Concerto for Flute, Harp, and Orchestra in C Major, K. 299 : 2. Andantino
18. Hélène Grimaud – Piano Sonata No. 8 in A Minor, K. 310 : 3. Presto
19. Orpheus Chamber Orchestra – Symphony No. 33 in B-Flat Major, K. 319 : 4. Finale (Allegro assai)
20. Edith Mathis – Le nozze di Figaro, K. 492 / Act 3 : “Sull’aria … Che soave zeffiretto”
21. Barbara Bonney – Vesperae solennes de confessore in C Major, K. 339 : 5. Laudate Dominum omnes gentes (Ps. 116/117)
22. Roberta Peters – Die Zauberflöte, K. 620 / Act 2 : “Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen”
23. Maria João Pires – Piano Sonata No. 8 in A Minor, K. 310 : I. Allegro maestoso
24. Gidon Kremer – Violin Concerto No. 3 in G Major, K. 216 : 2. Adagio (Cadenza: Robert Levin)
25. Martha Argerich – Piano Concerto No. 20 in D Minor, K. 466 : 3. Rondo (Allegro assai) – Cadenzas: Ludwig van Beethoven (Live)

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

 

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 12 & 13 – Markus Schirmer

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 12 & 13 – Markus Schirmer

Mozart

Concertos para Piano Nos. 12 & 13

Sonata para Igreja, K. 336

A Far Cry

Markus Schirmer

 

Neste período de pouco mais de um ano que venho contribuindo para o PQP Bach minha relação com a música não mudou profundamente, mas certas coisas mudaram. No princípio, as escolhas dos temas e dos conteúdos das postagens refletiam meu gosto pessoal mais sedimentado. Pelo menos assim eu acredito. Com o passar do tempo e das postagens, o que eu ouço recebe alguma influência das possibilidades de futuras postagens. Cada disco que considero ouvir, cada nova gravação ou novo repertório, ganha também a perspectiva de se tornar material para postagem. E preciso dizer, um blog que ostenta mais de 6.000 postagens, acaba exercendo grandes restrições sobre o que postar. Ou seja, já há muita, muita coisa que foi postada pelos colegas que estão a bordo desta nave há muito mais tempo.

O processo de construir uma postagem é um exercício interessantíssimo para mim, pois envolve várias etapas. Acabei construindo uma rotina de decisão do que postar e isso leva em conta o que dizer na postagem. Alto na lista de critérios (nem sempre claros e objetivos) está (é claro) meu gosto pessoal. Eu preciso gostar muito do disco todo para que ele encontre espaço nas minhas postagens. Mas há outras motivações também, tais como as eventuais efemérides, como os 250 anos de Beethoven ou 210 anos de Schumann. Se bem que isso pode puxar a gente um pouquinho além do limite do que é razoável. Até boa música pode fazer transbordar o pote.

Confesso que o que chamou minha atenção para este disco foi o nome da orquestra: A FAR CRY. Minha embotada mente fez uma conexão com as tiras de Gary Larson – The Far Side – que  eu adoro. Ele usa constantemente a expressão ‘for crying out loud’ que eu acho irresistível.

A FAR CRY é uma orquestra de câmera formada por jovens músicos de Boston e a colaboração com o pianista Markus Schirmer surgiu de um encontro ocorrido durante uma excursão da orquestra pela Europa. Markus é professor da Kunstuniversität Graz e, por sua vez, visitou a orquestra na primavera de 2012. O disco foi então gravado no tradicional Jordan Hall de Boston.

A combinação do professor e excelente pianista com a jovem orquestra resultou em um disco com dois lindos concertos que Mozart compôs em 1782, pouco depois de sua mudança de Salzburgo para Viena, a Terra do Piano, segundo ele. A parte orquestral é relativamente simples, mas simplicidade em Mozart é sempre elusiva. Prepare-se para uma quase hora de maravilhosa e borbulhante música.

A escolha da Sonata para Igreja, na versão para piano e orquestra, para completar o disco, é explicada no livreto do disco que está nos arquivos.

Esta foi a primeira peça que Markus tocou como solista acompanhado por uma orquestra de câmera quando tinha ainda 11 anos. Ele diz: Que revelação foi ouvir meu próprio instrumento, o piano, mergulhado no maravilhoso som das cordas.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para piano e orquestra No. 13 em dó maior, K. 415

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Concerto para piano e orquestra No. 12 em lá maior, K. 414

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Sonata para Igreja (arranjada para piano e orquestra) em dó maior, K. 336

  1. Allegro

A FAR CRY

Markus Schirmer, piano

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MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Eu tenho um especial ‘soft spot’ pelo concerto em lá maior. O Andante deste concerto foi composto por Mozart tendo em mente o Bach de Londres, que morrera pouco antes. Mozart é assim, capaz de em seus momentos difíceis produzir música da maior beleza.

Para uma palhinha, clique aqui.

Aproveite!

René Denon