History of the Sacred Music vol 25 Missa Solemnis op. 123 en Ré majeur Ludwig van Beethoven (1770-1827) La Chapelle Royale Collegium Vocale Orchestre des Champs Élysées Herreweghe, Philippe (Dir)
History of the Sacred Music vol 26 Various motets Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) RIAS Kammerchor. Maestro Marcus Creed Marcus Creed (Dir)
5 motetts Anton Bruckner (1824-1896) La Chapelle Royale Collegium Gent Ensemble Musique Oblique Herreweghe, Philippe (Dir)
History of the Sacred Music vol 27 Messe en Sol majeur (1939) & Motets Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) RIAS Kammerchor. Marcus Creed (Dir)
Mass: A Theatre Piece for Singers, Players and Dancers (part 1/2) Leonard Bernstein (1918 – 1990) Deutsches Symphonie & Orchester Berlin Pacific Mozart Ensemble Rundfunkchor Berlin Kent Nagano (dir)
History of the Sacred Music vol 28 Mass: A Theatre Piece for Singers, Players and Dancers (part 2/2) Leonard Bernstein (1918 – 1990) Deutsches Symphonie & Orchester Berlin Pacific Mozart Ensemble Rundfunkchor Berlin Kent Nagano (dir) .
Finalizando, aqui estão as sinfonias finais de Bruckner. Talvez a mais conhecida desta quadra seja a 8ª, mas eu e todos os meus amigos que gostam de Bruckner preferimos a 7ª e a 9ª. Elas penetraram em nosso cérebro e lá ficaram definitivamente. São as mais perfeitas e artisticamente equilibradas de todo o ciclo, mesmo que a 9ª não tenha seu movimento final em razão da morte do compositor.
Claro, a 8ª tem enormes qualidades, tal como o melhor dos Scherzi brucknerianos, mas peca pela excessiva solenidade — e vejam que estamos falando de um compositor bastante solene.
A 7ª tem belíssimo movimento de abertura e seu nível nunca cai, apesar das grandes proporções do conjunto.
Já a 9ª consegue ser ainda melhor, com dois portentos cercando um Scherzo que faz jus ao nome — Scherzo significa brincadeira em italiano. Tanto é assim que meus filhos pediam para que eu o tocasse quando tinham entre 3 e 6 anos. E faziam uma dança louca — saltando e mexendo os braços — quando a orquestra atacava. Ou seja, aqui tudo é bom!
Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias (Parte 3 de 3)
CD 7
1. Symphony No. 7 in E major (Original Version 1881-1883): Allegro moderato 19mn54
2. Symphony No. 7 in E major (Original Version 1881-1883): Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam 22mn38
3. Symphony No. 7 in E major (Original Version 1881-1883): Scherzo: Sehr schnell 9mn45
4. Symphony No. 7 in E major (Original Version 1881-1883): Finale: Bewegt, doch nicht zu schnell 12mn03
CD 8
1. Symphony No. 8 in C minor (2. Version 1890, publ. by Robert Haas): Allegro moderato 15mn44
2. Symphony No. 8 in C minor (2. Version 1890, publ. by Robert Haas): Scherzo: Allegro moderato 15mn04
3. Symphony No. 8 in C minor (2. Version 1890, publ. by Robert Haas): Adagio: Feierlich langsam, doch n 26mn10
4. Symphony No. 8 in C minor (2. Version 1890, publ. by Robert Haas): Finale: Feierlich, nicht schnell 24mn24
CD 9
1. Symphony No. 9 in D minor (Original Version): Feierlich, misterioso 23mn59
2. Symphony No. 9 in D minor (Original Version): Scherzo: Bewegt, lebhaft – Trio: Schnell 10mn25
3. Symphony No. 9 in D minor (Original Version): Adagio: Langsam, feierlich 23mn40
As sinfonias de Bruckner têm estruturas semelhantes. Todas têm quatro movimentos. Grosso Modo, temos sempre dois Allegri, um inicial e um final. No meio há um Scherzo e um Adagio, que às vezes trocam de posição. Mas cada uma das nove sinfonias tem personalidade própria e clara. Cada uma delas é diferente e inconfundível.
O que tem de melhor neste grupo de 3 CDs? Complicado. A 4ª Sinfonia é a mais famosa de Bruckner, o que não deixa de ser merecido. Seu primeiro movimento é irresistível e o conjunto forma raro equilíbrio. Há um belo movimento lento. Mas, neste grupo de sinfonias, a melhor parte de meu amor vai para a 5ª, com seu extraordinário Adagio que, se Karajan demora mais de vinte minutos para tocar, Wand resolve as coisas em pouco mais do que 15. Curiosamente, a correria de Wand torna o Adágio ainda mais lírico, o que não deixa de ser um contrassenso. A 9ª Sinfonia — que não foi terminada, ficando no terceiro movimento — é minha preferida, mas quem me dá certa vontade de chorar, em razão de sua beleza, é a 5ª e, em especial, seu Adagio.
Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias (Parte 2 de 3)
CD 4
1. Symphony No. 4 in E flat major, “Romantic” (2. Version 1878/80, publ. by Robert Haas): Bewegt, nicht 17mn26
2. Symphony No. 4 in E flat major, “Romantic” (2. Version 1878/80, publ. by Robert Haas): Andante, quas 15mn39
3. Symphony No. 4 in E flat major, “Romantic” (2. Version 1878/80, publ. by Robert Haas): Scherzo: Bewe 10mn36
4. Symphony No. 4 in E flat major, “Romantic” (2. Version 1878/80, publ. by Robert Haas): Finale: Beweg 20mn20
CD 5
1. Symphony No. 5 in B flat major (Original Version 1875-1878): Introduction. Adagio – Allegro 20mn08
2. Symphony No. 5 in B flat major (Original Version 1875-1878): Adagio: Sehr langsam 15mn48
3. Symphony No. 5 in B flat major (Original Version 1875-1878): Scherzo: Molto vivace (schnell) 14mn12
4. Symphony No. 5 in B flat major (Original Version 1875-1878): Finale: Adagio – Allegro moderato 24mn08
CD 6
1. Symphony No. 6 in A major (Original Version 1879-1881): Maestoso 15mn35
2. Symphony No. 6 in A major (Original Version 1879-1881): Adagio: Sehr feierlich 15mn04
3. Symphony No. 6 in A major (Original Version 1879-1881): Scherzo: Nicht schnell – Trio: Langsam 8mn45
4. Symphony No. 6 in A major (Original Version 1879-1881): Finale: Bewegt, doch nicht zu schnell 13mn39
Hoje, amanhã e depois estarei postando a integral das sinfonias de Bruckner com um dos regentes que mais amo, o queridíssimo Günter Wand (1912-2002). Este primeiro trio de CDs — postados em um arquivo — tem como destaque a Sinfonia Nº 3, onde já se nota claros indícios de genialidade de Bruckner, principalmente no primeiro e no, em parte, delicioso último movimento. O compositor era considerado uma espécie de maluquete, um menino em tamanho grande, por seus contemporâneos. Duvido que você mantenha esta ideia após ouvir o que ele escrevia. O homem era profundo como o oceano. Em silêncio, Bruckner compunha sinfonia atrás de sinfonia e não parecia se importar muito com a opinião das pessoas a respeito, mas gostava de beijar as mãos dos maestros que aceitavam suas enormidades — que sem dúvida são notáveis. (Houve uma vez que tentou beijar os pés de um maestro, mas enfim, deixa pra lá).
Penso que Wand dispense apresentações. Uma vez, li uma entrevista dele na Gramophone onde, já velho, dizia que fora convidado para fazer uma integral das sinfonias de Beethoven com a toda a pompa e circunstância possíveis. Na reunião na gravadora, ele, já bem idoso, disse: “Olha, só tem um problema. Estou muito velho para fazer o que todos já fizeram, isto é, quem sabe a gente deixa de lado essa bobagem de Beethoven e faz uma integral perfeita das nove sinfonias de Bruckner?”.
É isso que vocês estão baixando.
Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias (Parte 1 de 3)
CD 1
1. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Allegro 12mn13
2. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Adagio 11mn09
3. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Scherzo: Lebhaft 9mn09
4. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Finale: Bewegt, feurig 15mn14
CD 2
1. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Ziemlich schnell 19mn07
2. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Adagio: Feierlich, etwas bewegt 15mn42
3. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Scherzo: Schnell 7mn33
4. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Finale: Mehr schnell 16mn05
CD 3
1. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Mehr langsam, misterioso 21mn25
2. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Adagio: Bewegt, quasi andante 13mn42
3. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Ziemlich schnell 6mn41
4. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Allegro 12mn37
Nikolaus Harnoncourt foi uma das pessoas que mais me ensinou a respeito de música. Seus livros são extraordinários — infelizmente, acho que agora só podem ser encontrados em sebos. Foi um grande mestre. Certamente, é por isso que este é um CD duplo. O segundo é um exclusivamente um ótimo registro de parte dos ensaios onde Harnoncourt explica o que deseja aos músicos. É todo em alemão para os músicos de Viena, claro. Mas dá para entender alguma coisa e é um prazer ouvir as pequenas desconstruções feitas por Nik sobre esta obra tão conhecida (e amada) por mim. Não obstante, não curti o “adágio rápido” proposto nesta execução. É óbvio que estou errado, mas, para minha sensibilidade, não bateu. O resto é sensacional.
Então, no primeiro CD há a Sinfonia Nº 5 completa e, no segundo, trechos dos ensaios.
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5
1 Symphony No. 5 in B-Flat Major: Symphony No. 5 in B-Flat Major: I. Introduction. Adagio 20:34
2 Symphony No. 5 in B-Flat Major: Symphony No. 5 in B-Flat Major: II. Adagio. Sehr langsam 14:57
3 Symphony No. 5 in B-Flat Major: Symphony No. 5 in B-Flat Major: III. Scherzo. Molto vivace 13:35
4 Symphony No. 5 in B-Flat Major: IV. Finale. Adagio 23:59
5 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 1. Satz, T. 1-22 “Vor den Sechzehnteln bitte wegfedern!” 2:46
6 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 1. Satz, T. 161-224 “Die Synkopen so, als würden wir mit Ellenbogen gegen dieses Legato gehen.” 4:37
7 Bruckner V Probe: 1. Satz, T. 315-319, 325-327, 381-398 “Kann ich einmal nur diesen kleinen, ganz schnellen Holz-Kanon haben” 1:57
8 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 2. Satz, T. 31-38, 107-124 “Gehen wir bitte gleich zum zweiten Satz, und zwar wo er eigentlich anfängt, Takt 31” 4:11
9 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 2. Satz, T. 163-196, 203-211 “Von 169 bis 170, diese Harmoniefolge, die kommt aus dem Mozart Requiem: ‘Qua resurget ex favilla homo reus’.” 8:57
10 Bruckner V Probe: 2. Satz, T. 1-18, 39-70 “So, jetzt gehen wir zu dem Anfang von dem Satz” 3:24
11 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 2. Satz, T. 71-84, 101-144, 195-202 “Geben Sie mir bitte einmal nur die Triolen, nur Streicher von ‘D’.” 4:43
12 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 3. Satz, Scherzo, T. 1-39, 133-187 “Ich hätte gern wirklich so einen magischen Schnelltanz” 6:25
13 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 3. Satz, Scherzo, T. 341-382; Trio, T. 1-55 “Können Sie ein bisschen so eine oberösterreichische Melancholie hineinbringen?” 2:36
14 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 3. Satz, Trio, T. 56-149; Scherzo da capo, T. 1-132 “Spielen Sie bitte wirklich Um-Ba” 6:28
15 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 4. Satz, T. 1-22, 29-36, 67-82 “Es muss die ‘Eins’ immer sehr energisch sein und die ‘Zwei’ etwas weniger.” 7:00
16 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 4. Satz, T. 83-136, 137-165 “Tutti von ‘Etwas mehr langsam'” 5:41
17 Bruckner V Probe: 4. Satz, T. 175-210, 223-231 “Stellen Sie sich zu dem Choral einen Text vor: ‘Was Gott tut, ist wohl getan.'” 3:34
18 Bruckner V Probe: Bruckner V Probe: 4. Satz, T. 310-340 “Jeder von diesen Einsätzen muss klingen, als wäre er eine ‘Eins’.” 2:59
19 Bruckner V Probe: 4. Satz, T.362-373, 450-499, 500-635 “Schön wäre es, wenn man eine totale Erschöpfung hört auf diesem ‘Des’.” 9:23
Orquestra Filarmônica de Viena
Nikolaus Harnoncourt
A solene, complexa e majestosa música de Anton Bruckner por um de seus maiores especialistas, Bernard Haitink. São 57 impecáveis minutos de um gravação ao vivo. Vamos falar sério: Bernard Haitink é sem dúvida o grande maestro de Bruckner em nosso tempo. Já octogenário, suas leituras da obra bruckneriana tornaram-se ainda mais profundas, poderosas e intelectuais. Esta sexta, recentemente gravada, é um exemplo perfeito: é uma gravação de referência como as de Celibidache, Klemperer e Wand. Esta é a melhor sexta desde a célebre gravação de Wand, também ao vivo, com a orquestra NDR. Uma recomendação absoluta.
Anton Bruckner (1824-1896): Symphony No. 6
1. Symphony No. 6 in A Major, WAB 106 (ed. R. Haas): I. Maestoso 15:57
2. Symphony No. 6 in A Major, WAB 106 (ed. R. Haas): II. Adagio. Sehr feierlich 17:19
3. Symphony No. 6 in A Major, WAB 106 (ed. R. Haas): III. Scherzo – Trio 8:36
4. Symphony No. 6 in A Major, WAB 106 (ed. R. Haas): IV. Finale 15:06
Collegium Musicum de São Paulo 40 anos: 1962 – 2002
REPOSTAGEM
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Collegium Musicum de São Paulo – 40 anos
Jacob Obrecht (Franco-Flemish, 1457/8-1505) 01. Parce Domine
Loyset Compère (French, c.1445-1518) 02. O Vos Omnes
Thomas Tallis (England,c.1505-1585) 03. O Sacrum Convivium
William Byrd (England, 1540 or late 1539 – 1623) 04. Ave Verum Corpus
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 05. Immutemur Habitu 06. Inter Vestibulum
Anton Bruckner (Austria, 1824-1896) 07. Locus Iste 08. Ave Maria
Ernst Widmer (Aarau, Suiça 1927-1990, viveu na Bahia) 09. Salmo 150
Ernst Mahle (Stuttgart, Germany 1929-hoje em Piracicaba, SP) 10. Arca de Noé
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) 11. Laudate Pueri – Salmo 112 (Les Chant des Oyseaux)
Collegium Musicum de São Paulo – 40 anos – 2001
Diretor: Abel Rocha
Outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
Grande PQP, tudo bem? Tenho um presentinho pra você: o novo disco onde minha esposa toca: Gewandhaus, Andris Nelsons, Bruckner 3 + Abertura Tannhäuser. Foi gravado ao vivo em junho, acabou de sair pela Deutsche Grammophon. Curioso para ouvir suas impressões depois. Abraços pra você e pra X! Ouvi hoje com a Y., soa muito bem… Eu vi um dos concertos na época (em junho/16). Eles gravaram o ensaio geral e os dois concertos. Tempos depois teve um dia para gravar pequenas passagens (por exemplo, por causa de uma tosse). Anteontem vi ele regendo a Quarta do Bruckner. Maravilhoso, cheio de detalhes, mas com uma paisagem bem definida… A Y. conta que com ele nunca é igual. Ele sempre faz algumas coisas inesperadas, o que exige um nível alto de atenção. Acho que essa é uma das razões pelas quais ele é sempre muito querido pelos músicos que rege. Sexta por exemplo teve uns pianíssimos que meu deus do céu.
Z.
Puxa vida, meu caro, muito obrigado pelo belo presente! Fico comovido. “Nosso Homem em Leipzig” é demais, não? Vi Nelsons em janeiro com a Philharmonia Orchestra em Londres na 9ª de Bruckner e num Concerto de Mozart com Paul Lewis… Realmente, é um sujeito magnético, todos os olhos grudam nele, que rege sorrindo e incentivando, muitas vezes somente com o braço direito, apoiando-se no esquerdo. É de uma exatidão no gesto que acho difícil que alguém erre, ainda com a qualidade de músicos que ele conduz, caso certamente da mulher de meu amigo.
O que dizer desta gravação ao vivo? Sem exagero, não lembro de melhor interpretação da 3ª de Bruckner. Perfeito senso de estilo e condução. E que orquestra! Em 1873, Bruckner enviou as partituras de sua segunda e terceira sinfonias para Wagner, pedindo-lhe para escolher uma a fim dedicá-la a ele. Diz a lenda que Bruckner visitou Wagner para perguntar-lhe qual tinha sido a escolhida, mas, depois de tanta cerveja, Bruckner não conseguia lembrar qual tinha sido. Então, enviou um bilhete a Wagner perguntando “A terceira, onde o trompete começa a melodia?”. Wagner respondeu: “Sim.”. Desde então, Wagner se referiu a ele como “Bruckner do trompete”. Na dedicatória, Bruckner refere-se a Wagner como “o mundialmente famoso, inatingível e nobre professor de poesia e de música.”
A estreia da sinfonia aconteceu em Viena em 1877, regida por Bruckner. O concerto foi um desastre absoluto. Embora tenha sido um bom diretor do corais, Bruckner era um mau maestro. O público vienense, que já não gostava muito de suas sinfonias, foi saindo aos poucos, em meio à execução da sinfonia. Dizem que até mesmo um membro da orquestra deixou o palco. Apenas alguns fiéis, como o jovem Gustav Mahler, ficaram. Isto deixou Bruckner maluco. Ele passou a revisar e revisar e revisar para melhorar a obra, coisa que, aliás, fazia sempre. Mas o problema era sua condução. A música é uma obra-prima. Confiram.
MUITO OBRIGADO, Z. !!!
Bruckner: Symphony No.3 In D Minor, WAB 103 – 1888/89 Version, Edition: Leopold Nowak
1 – 1. Mehr langsam. Misterioso (Live) 23:49
2 – 2. Adagio, bewegt, quasi Andante (Live) 16:42
3 – 3. Ziemlich schnell – Trio (Live) 7:02
4 – 4. Allegro (Live) 13:08
Tenho imensa relação afetiva com esta sinfonia de Bruckner. Quando meus filhos eram pequenos, eles enlouqueciam com o Scherzo da mesma, pulando pela sala ao ritmo frenético de um dos temas. Este ano, vi Andris Nelsons reger esta obra em Londres. E ele, tão contido e competente, pulava naquele trecho como minhas crianças. A versão de Mravinsky e de sua extraordinária orquestra — atual Orquestra Filarmônica de São Petersburgo, sob a direção de Yuri Temirkanov — é muito boa, mas perde para Nelsons, que conhece muito mais música alemã do que o russo. Deixemos Mravinsky para os russos e eslavos em geral. Este Bruckner tem certo sabor de Tchaikovsky… Mas não pensem que é uma versão a ser descartada. É que Wand, Celibidache e outros fizeram melhor.
A gravação é gloriosa, isto é, ao vivo.
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 9 em Ré menor
01. 1. Feierlich, misterioso
02. 2. Scherzo. Bewegt, lebhaft – Trio. Schnell
03. 3. Adagio – Langsam, feierlich
Este disco, pelo que pude apurar, não teve venda comercial. Foi uma edição especial de 2008, comemorativa aos 120 anos da Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam. É uma esplêndida e gravação ao vivo — realizada em 2005 e transmitida pelo rádio (sim há rádios cultas de verdade na Holanda) — com, obviamente, o imortal Bernard Haitink na regência. Ouvi disco agora e, olha, só de pensar já fico arrepiado. É música de gente grande, tocada por uns sujeitos enormes. Haitink gravou a Oitava de Bruckner só várias vezes. Vejamos quantas foram:
Concertgebouw Orchestra (1969) Philips
Concertgebouw Orchestra (1970) World Music Express
Quando morava em São Paulo, no começo dos anos 90, começava o advento dos CDs. Lembro de ter comprado meu primeiro aparelho usado, sem garantia, e ele estragou logo na primeira ou segunda semana, o que muito me frustou. Ainda não conseguia comprar um aparelho novo, os tempos eram difíceis, de vacas magras.
Mas, apesar de nunca ter dinheiro suficiente, sempre frequentava as lojas de discos, e em uma delas sempre via exposta uma caixa da EMI, que trazia as sinfonias de Bruckner com o Otto Klemperer. Não lembro se foi a primeira vez que vi o nome deste regente, só sei que aquilo se tornou um objeto de desejo. Passava constantemente por aquela loja, localizada nos fundos do Teatro Municipal. Não era a famosa Breno Rossi, que tinha uma loja logo ao lado do Teatro, e que eu também frequentava. Bem, nunca consegui comprar aquela bendita caixa.
Passaram-se os anos até que tive acesso àquela caixa, só que com sinfonias a partir da quarta. E é com ela que começo a postar essa série consagrada, com um dos maiores especialistas em Bruckner de todos os tempos.
Espero que apreciem. Eu gosto, e muito dessas gravações.
1. Symphonie Nr.4
I. Bewegt, nicht zu schnell
2. II. Andante quasi allegretto
3. III. Scherzo Bewegt – Trio Nicht zu schnell
4. IV. Finale Bewegt, doch nicht zu schnell
Symphonie Nr.5
I. Introduction Adagio – Allegro
II. Adagio – Sehr langsam
III. Scherzo Molto vivace – Schnell
IV. Finale Allegro moderto
Symphonie Nr.6
I. Maestoso
II. Adagio Sehr feierlich
III. Scherzo Nicht schnell – Trio Langsam
VI. Finale Bewegt, doch nicht zu schnell
Essa postagem fenomenal inaugura minha adesão ao novo servidor contratado, o pqpshare. Espero que dê tudo certo, os testes que meus colegas fizeram foram mais que aprovados. Devido a alguns probleminhas de ordem técnica, até então eu não tinha conseguido me entender com o dito cujo.
Mas vamos ao que interessa, que é a música. Essa gravação do Giulini conclui aquele pequeno ciclo que me propus trazer, que são as gravações das três últimas sinfonias de Bruckner que o grande maestro italiano realizou já no final da vida com a Filarmônica de Viena.
Como diria nosso querido PQPBach, o que preciso comentar quando temos Giulini com a Filarmônica de Viena tocando a Nona de Bruckner? Comentar o que, cara pálida?
01 – Bruckner – Symphony No.9 In D Minor – 1. Feierlich, Misterioso
02 – 2. Scherzo. Bewegt, lebhaft – Trio. Schnell
03 – 3. Adagio. Langsam, feierlich
A mais wagneriana das sinfonias de Bruckner, foi escrita em homenagem ao compositor Richard Wagner, que havia morrido um pouco antes, em 1883.
Já comentei em postagem anterior que não tenho muita afinidade e nem muita intimidade com a obra de Bruckner, mas esta sinfonia e também sua quarta sinfonia me comovem muito. Mostra um compositor maduro, que conhece muito bem os meandros da estrutura sinfônica, e que sabe explorar como poucos exatamente as potencialidades de uma orquestra.
Giulini e a Filarmônica de Viena foram parceiros por décadas, e realizaram algumas gravações memoráveis, entre elas estão estas três últimas sinfonias de Bruckner que estou postando. No caso específico desta oitava sinfonia, os clientes da amazon foram categóricos em lhe dar cinco estrelas.
Como sempre recomendo nestes casos, trata-se de obra para meditar, para pensar, não é música para simples entretenimento. Sugiro então, como sempre, que os senhores sentem-se em suas melhores poltronas, e, aproveitando este clima propício, degustem um bom vinho, enquanto apreciam este cd que classifico facilmente como “IM-PER-DÍ-VEL !!!
01 – Bruckner – Symphony No.8 in C minor – 1. Allegro moderato
02 – 2. Scherzo Allegro moderato – Trio Langsam
03 – Bruckner – Symphony No.8 in C minor – 3. Adagio Feierlich langsam
04 – 4. Finale Feierlich, nicht schnell
Wiener Philharmoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor
Não posso me considerar um bruckneriano. Temos outros dois colegas aqui no PQPBach com maior conhecimento de causa, que são o nosso mentor, é claro, PQPBach, e nosso esporádico colega Carlinus. Sou, digamos, um ouvinte esporádico de suas obras. Tenho algumas integrais, inclusive já postei algumas gravações. Acho que na verdade ainda temo a grandiosidade de sua obra, de seu gigantismo, de suas verdadeiras “catedrais” sonoras, como várias vezes li em algumas críticas.
Nestas postagens não pretendo me redimir diante desse fato. Não, apenas pretendo lhes mostrar três versões de primeira linha, em minha modesta opinião, das últimas três sinfonias, nas mãos bem seguras de Carlo Maria Giulini, um maestro que pouco aparece por aqui, o que é de se lamentar. Giulini gravou estas sinfonias diversas vezes, com outros grupos orquestrais, conhecia profundamente a obra de Bruckner, e atingiu o ápice de sua performance ao dirigir as sinfonias de número 7, 8 e 9 com a Filarmônca de Viena.
Vamos começar pelo começo, então, trazendo a Sétima Sinfonia, gravação esta inexplicavelmente fora do catálogo da DG. Ou então eu não soube procurar.
01 – Bruckner – Symphony No.7 in E major – 1. Allegro moderato
02 – 2. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam
03 – 3. Scherzo Sehr schnell
04 – 4. Finale Bewegt doch nicht schnell
Wiener Philharmoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor
Muito se discutiu sobre Celibidache nos últimos dias. Curioso que, mesmo passados tantos anos de sua morte, assim como a de Karajan, ambos regentes ainda causam discussões tão acaloradas e apaixonadas. Isso só mostra a importância de ambos no cenário da música clássica.
Eu particularmente não nutro nenhuma paixão especial nem por um nem por outro maestro. Claro que como todos os que acompanham esse estilo musical desde a infância ou adolescência, obviamente fomos bombardeados pelo marketing poderoso da Deutsche Grammophon, que nos trazia Herbert von Karajan como a quintessência da função de maestro. Amo suas gravações de Brahms e de Beethoven realizadas na década de 60, como já declarei aqui algumas vezes. E com certeza elas irão me acompanhar até o final de minha vida, falem o que quiserem falar do maestro.
Com Bruckner minha relação é bem mais recente. E essa série com Celibidache me era totalmente desconhecida até há alguns anos atrás. Creio que devo tê-la conhecido já no PQPBach, em algum momento desses nossos oito anos nosso mentor, e bruckneriano convicto, PQPBach, deve tê-la postado, assim como nosso querido Carlinus. Mas os links já deixaram de existir há algum tempo.
Resolvi então trazer à vida novamente essa série. São apenas 7 as sinfonias que ele gravou para a EMI, da terceira até a nona.
Vamos então começar com a terceira sinfonia.
01 – I. Mehr langsam. Misterioso
02 – II. Adagio, bewegt, quasi Andante
03 – III. Ziemlich schnell
04 – IV. Allegro
05 – Applaudissements
Quando pensamos em obras sinfônicas é impossível não lembrar os trabalhos de Anton Bruckner. O compositor austríaco foi um fenômeno nesse sentido, assim como o foi Gustav Mahler. Bruckner colocou em seus trabalhos a própria existência; a sua visão de mundo; suas disposições espirituais; suas crenças, desejos e esperanças. Sua Sinfonia número 3 não é um dos seus grandes trabalhos, mas mesmo não o sendo, impressiona pela linguagem caudalosa. O compositor a escreveu em homenagem a Richard Wagner, alguém a quem muito admirava. Penso que os trabalhos grandiosos de Bruckner se iniciam a partir da Quarta Sinfonia – um trabalho capaz de nos furtar o fôlego. Neste disco, temos além de Bruckner, o compositor – também – de tradição wagneriana, Richard Strauss. A regência fica a cargo do excelente Gennadi Rozhdestvensky. Uma boa apreciação!
Anton Bruckner (1824-1896) –
Sinfonia n º 3 em D menor
01. I. mäßig bewegt
02. II. Adagio (etwas bewegt) quase andante – Andante
03. III. Scherzo. Ziemlich schnell
04. IV. Finale. Allegro
Richard Strauss (1864-1949) –
Serenata para 13 instrumentos de sopro, op. 7
5. Serenata para 13 instrumentos de sopro, op. 7
Grand Symphony Orchestra of Radio and Television
Gennadi Rozhdestvensky, regente
Mais uma sinfonia dessa imperdível integral. A “Romântica” de Bruckner, como também é conhecida a Quarta Sinfonia, foi gravada em 1874 e passou por inúmeras revisões até o ano de 1888. Revisionismo era uma palavra que seguiu a carreira de Bruckner. Muitas das suas sinfonias passaram por imensas “remodelagens”. Talvez isso fosse uma traço da insegurança do compositor. Embora a Sinfonia No. 4 tenha o nome de “Romântica”, ela não segue o ideário do “amor romântico” do século XVIII. Bruckner segue um programa medieval, inspirado nas óperas Lohengrin e Siegfried de Richard Wagner. Esqueçamos Wagner e nos fixemos em Bruckner, num dos trabalhos mais belos e populares do seu repertório. Confesso que não gostei tanto da versão do Celibidache. As versões com o Abbado e com o Harnoncourt ficaram bem melhores. Com Abbado eu já postei; com Harnoncourt, ainda postarei. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!
Anton Bruckner (1824-1896) – Symphony No. 4 in E-flat major – “Romântica”
01 – I – Bewegt, nicht zu schnell
02 – II – Andante quasi Allegretto
03 – III – Scherzo. Bewegt – Trio. Nicht zu schnell. Keinesfalls schleppend
04 – IV – Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell
Pois é, meus senhores, confesso que Bruckner não é muito a minha praia. Meus colegas PQPBach e Carlinus são especialistas no cara, por isso,nem vou me arriscar a tecer maiores comentários sobre o elemento. Só sei que quando comentei com o PQP que estava ouvindo esse CD, e se ele conhecia essa gravação, sua resposta foi enfática: posta. Eis, portanto, o dito cujo.
Bernard Haitink é uma lenda da regência, um nome que não tem mais nada a acrescentar a seu currículo, depois de quase 60 anos atuando sobre os tablados do mundo inteiro, e a frente das melhores orquestras do mundo. Sua leitura de Bruckner é altamente respeitada, sendo considerado um especialista no compositor.
Este cd duplo traz as sinfonias de nº 3 e 8. São sinfonias gigantescas, em todos os sentidos. Críticos a chamam de catedrais sonoras, tamanha a estrutura musical construída. E a orquestração também tem de ser grande. Mas isso não é problema quando temos uma Wiener Philharmoniker, uma das melhores orquestras do mundo, quiça, a melhor, para alguns. Seus músicos conhecem esse repertório muito bem.
Dois CDs primorosos, porém densos. Para ser admirado aos poucos, mas sem necessidade de moderação.
CD 1
1 Symphony No.3 in D minor(1877ver,Oeser)1.Gemabigt,mehr bewegt,misterioso
2 Symphony No.3 in D minor(1877ver,Oeser)2.Adagio.Bewegt,feierich,quasi Andante
3 Symphony No.3 in D minor(1877ver,Oeser)3.Scherzo_Ziemlich Schnell
4 Symphony No.3 in D minor(1877ver,Oeser)4.Finale_Alegro
5 Symphony No.8 in C minor(1890ver,Haas)1.Allegro moderato
CD 2
1 Bruckner – Symphony No.8 in C minor(1890ver,Haas) 2 – Scherzo
2 Bruckner – Symphony No.8 in C minor(1890ver,Haas) 3 – Adagio
3 Bruckner – Symphony No.8 in C minor(1890ver,Haas) 4 – Finale
Ouvi este baita CD há pouco e percebi que era fundamental compartilhá-lo. Percebo dois momentos da vida de Bruckner aqui escancarados: (1) A Sinfonia no. 3 é um trabalho repleto de “idealismos”. Foi dedicada a Richard Wagner. Possui bons momentos; passagens daquilo que seria trabalhada a partir da Quarta Sinfonia – momento em que os grandes trabalhos se sucederiam numa progressão assustadora. (2) A poderosa Oitava Sinfonia, um dos trabalhos mais atordoadores de toda a história das composições sinfônicas, é uma marca do gênio de Bruckner. As sinfonias números 7, 8 e 9 de Bruckner são portais que nos levam ao paraíso. Acredito (sem exagero) que essas sinfonias serão tocadas na “Nova Jerusalém” – nomenclatura utilizada pelo livro de Apocalipese para descrever o “Novo Céu”. Ultimamente tenho ouvido muita coisa com George Szell e me impressiona a qualidade desse regente. Boa apreciação!
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 3 in D minor e Symphony No. 8 in C minor
DISCO 01
01. Mehr bewegt, misterioso
02. Andante. Bewegt, feierlich, quasi Adagio
03. Scherzo. Ziemlich schnell
04. Finale. Allegro
Symphony No. 8 in C minor, WAB 108
01. I. Allegro moderato
DISCO 02
01. II. Scherzo. Allegro moderato
02. III. Adagio. Feierlich langsam_ doch nicht schleppend
03. IV. Finale. Feierlich, nicht schnell
Este é um CD implacável. Sério. Estou ouvindo a sua música atordoante desde às 8 e meia da manhã. Em meio ao pandemônio da preparação de provas, planejamento semanal, correção de exercícios. Desde o dia de ontem, encontro-me nesse torvelinho. Meu final de semana está sendo terrível. Segunda recomeçará a roda-viva. O que me consola é a música poderosa de Bruckner. Entre as sinfonias do compositor, a sua número 8 me bota um sorriso bobo de espanto e contemplação. Como alguém como Bruckner conseguiu fazer algo assim? Mas, com certeza, tal aspecto apenas engrandece a fineza e a sensibilidade que lhe habitava o interior. A peça é uma viagem filósofica e religiosa. Um evento cartático, com transfiguração e redenção. As sinfonias de Bruckner, a partir da Terceira, constituem eventos notáveis, de perfeição exagerada, beirando o impossível. Esta versão com Hans Knappertbusch, gravada em 1963, é algo que impressiona e se estabelece como uma das melhores versões que já ouvi. Aparece ainda no post, Richard Wagner. Sei. É um post que causa uma impressão fundante. Saiam da frente que a música é grande, enorme, capaz de silenciar os homens e embalar o universo. Um bom deleite!
DISCO 01
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 8 em Dó menor
01. I. Allegro moderato
02. II. Scherzo. Allegro moderato-Trio. Langsam
03. III. Adagio- Feierlich langsam, doch nicht schleppend
DISCO 02
01. IV. Finale- Feierlich, nicht schnell
*Versión 1892 de Bruckner y Joseph Schalk. Ed. Haslinger-Schlesinger-Lienau
Uma das grandes dádivas acerca do ser humano é que ele muda. Assim como a relidade é resultado de um devir constante, as concepções frágeis que vamos alimentando pela vida afora acabam sendo esfareladas pelo peso das horas, dos dias, dos meses. Oscar Wilde disse certa vez num aforismo extraordinário: “A única coisa de que podemos ter certeza acerca da natureza humana é que ela muda”. Nietzsche também diz que “há intuições que são admitidas com o tempo”. Ou seja, a questão é que há fatos e acontecimentos para as quais não estamos preparados em dado momento. Machado de Assis diz em Esaú e Jacó, que “o tempo dá um habeas corpus para que Deus haja”. Devaneei dessa forma para mostrar que há algum tempo Bruckner era alguém que eu via com maus olhos. Hoje, compositor tornou-se uma figura admirada, benfazeja. Daqui há alguns dias iniciarei uma série de postagens com 12 CDs com obras de Bruckner regidas por Sergiu Celibidache. Ou seja, um Bruckner lento, pesadão, mastodôntico, mas que eu gosto bastante. Por enquanto, boa apreciação desse extraordinário CD.
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No.4 in E Flat major, WAB 104 – “Romântica”.
I. Bewegt, nicht zu schnell
II. Andante quasi Allegretto
III. Scherzo. Bewegt – Trio. Nicht zu schnell. Keinesfalls schleppend – Scherzo
IV. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell
Lucerne Festival Orchestra
Claudio Abbado, regente
A fantástica Sinfonia No. 8 de Anton Bruckner foi a última obra sinfônica completada pelo compositor. Há duas versões – a de 1887 e a de 1890. Ela foi dedicada ao imperador Francisco José I da Áustria. Bruckner começou a trabalhar nessa obra no ano de 1884, ou seja, oito anos antes dela ser estreada em 1892 pelo regente Hans Richter. A obra chega a quase uma hora e meia de duração (80 minutos). É um dos daqueles trabalhos sinfonicamente eloquentes típicos do compositor. É uma peça cheia de paisagens reveladoras, de caminhos de tranquilidade. Conseguimos vislumbrar a alma religiosa de Bruckner. O compositor é o homem dos mosteiros, das paisagens frias e alpinas. Um homem de devoção constante, que buscou “exatificar” a sua fé por meio de suas sinfonias. Confesso que mudei de opinião em relação a Bruckner. O trabalho de Bruckner já me foi bastante inamistoso. Todavia, hoje eu mudei de postura em relação ao compositor. Como é bom ouvi-lo. Permitir que a sonoridade densa e maciça nos encha a interioridade. É preciso certa disposição de alma para ouvi-lo. A regência deste fantástico trabalho fica por conta de Karl Böhm, numa gravação que dispensa comentários. Uma boa devoção!
Anton Bruckner (1824-1896) – Symphony No. 8 in C minor, WAB 108
01. I. Allegro moderato
02. II. Scherzo. Allegro moderato
03. III. Adagio. Feierlich langsam_ doch nicht schleppend
04. IV. Finale. Feierlich, nicht schnell
Não tecerei comentários demasiados sobre este extraordinário post. A obra se auto-explica. É grande. Poderosa. Esmagadora. É um dos trabalhos mais densos de Bruckner. Gravação ao vivo! Boa apreciação!
Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 6 em A maior WAB 106
01. 1. Maestoso
02. 2. Adagio – Sehr Feierlich
03. 3. Scherzo, Trio
04. 4. Finale
Venho pensando em fazer estas postagens já há algum tempo, desde que tive acesso a esse material, porém sempre prorroguei.
Tratam-se de gravações de realizadas ao vivo, via broadcasting, ou seja, no momento em que elas estavam sendo executadas em algum palco no mundo, eram transmitidas de alguma forma, talvez internet, ou mesmo rádio. Uma boa alma, então, se dispôs a gravá-las, transformá-las em mp3, enviar para o rapidshare, e depois disponibilizá-las. É muita bondade, não acham? Encontrei estes arquivos fuçando nos milhares de blogs que tem a mesma proposta que o PQPBach, ou seja, a divulgação da boa música. Neste caso aqui, como não são CDs convertidos para mp3, creio que não tenham maiores problemas com as gravadoras.
Para iniciar, trago Schubert e Bruckner com suas terceiras sinfonias, nas competentes mãos de Mariss Jansons, frente à Concertgebow Orchestra, de Amsterdam, gravação esta realizada diretamente na fonte, ou seja, na própria sala desta excepcional orquestral holandesa.
Um aviso, os arquivos são únicos, sem divisão de movimentos. E sim, vocês irão ouvir tosses, rangeres de poltrona, pigarros, entre outros barulhos característicos. Mas não se preocupem, pois eles só ocorrem entre os movimentos e no final da execução das obras.
Espero que apreciem. Tenho na lista de futuras postagens uns dez destes broadcastings
Sim, eu sei que meu irmão PQP Bach publicou uma integral das sinfonias de Bruckner, mas não creio que ele vá reclamar desta gravação da Sinfonia nº 7. Além disso, creio que tudo o que se precisasse escrever sobre ela já foi devidamente dito na postagem anterior.
Estou postando esta gravação por vários motivos, mas o que mais se destaca é que esta foi a última gravação realizada por von Karajan, ou seja, como se fosse sua despedida dos estúdios, onde viveu grande parte de sua vida. Os comentários no site da amazon são quase unânimes em afirmar que é uma das melhores gravações já realizadas desta sinfonia, e sabemos que quando se trata de Bruckner e Mahler as coisas se complicam, por que existem os fãs ardorosos de tal e qual intérprete, sem se admitir outras opções. Não sou um profundo conhecedor de Bruckner, mas o que esta interpretação de Karajan me passa é uma sensação de dever cumprido, e, por este motivo, creio, ela me passa uma sensação de serenidade. Ah, ela faz parte daquela famigerada coleção da DG, a Karajan Gold, já devidamente defenestrada por alguns comentários, mas esta gravação com certeza é superior às outras da série.
Anton Bruckner (1824-1896) – Symphonie nº 7 E Dur
1. Symphony No.7 in E major – 1. Allegro moderato
2. Symphony No.7 in E major – 2. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam
3. Symphony No.7 in E major – 3. Scherzo. Sehr schnell – Trio. Etwas langsamer
4. Symphony No.7 in E major – 4. Finale. Bewegt, doch nicht schnell