Tomaso Albinoni (1671–1751) – Balletti a tre, Op. 3

A única obra de alguma importância de Albinoni foi composta em 1945 por Remo Giazotto a partir de um pequeno fragmento – um movimento lento de uma trio sonata – descoberto entre as ruínas da Biblioteca Estatal. Trata-se do famoso Adágio de Albinoni, composição utilizada, entre outros, no filme Gallipoli. Giazotto era um sujeito modesto ou esperto? Escolha você. O fato é que a obra ficou famosíssima, apesar de, no verdadeiro Albinoni, haver poucos ecos de Giazotto. Mesmo sabendo-o autor de 50 óperas esquecidas e de uma música instrumental apenas agradável, comprei este World Premiere Recording para concluir o que esperava: os Balletti poderiam tranqüilamente permanecerem inéditos, repousando sua morte absoluta em alguma biblioteca.

É um CD que pode ser utilizado como fundo musical para festas classudas. Fica aquele barulhinho barroco no ambiente e as pessoas não perdem a atenção na conversa pois a música só surpreende por sua qualidade na faixa 38.

Dispensável!

Tomaso Albinoni (1671–1751) – Balletti a tre, Op. 3

1 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Preludio Largo
2 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Allemanda Allegro
3 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Corrente Allegro
4 Balletto Op. 3 N. 1 In Do Maggiore – Gavotta Presto
5 Balletto Op. 3 N. 2 In Mi Minore – Allemanda Largo
6 Balletto Op. 3 N. 2 In Mi Minore – Sarabanda Allegro
7 Balletto Op. 3 N. 2 In Mi Minore – Giga Allegro
8 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Preludio Largo
9 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Allemanda Allegro
10 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Corrente Allegro
11 Balletto Op. 3 N. 3 In Sol Maggiore – Gavotta Presto
12 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Preludio Largo
13 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Allemanda Allegro
14 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Sarabanda Allegro
15 Balletto Op. 3 N. 4 In La Maggiore – Giga Allegro
16 Balletto Op. 3 N. 5 In Re Minore – Allemanda Largo Appoggiato
17 Balletto Op. 3 N. 5 In Re Minore – Corrente Allegro
18 Balletto Op. 3 N. 5 In Re Minore – Giga Allegro
19 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Preludio Largo
20 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Allemanda Allegro
21 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Sarabanda Allegro
22 Balletto Op. 3 N. 6 In Fa Maggiore – Giga Presto
23 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Preludio Largo
24 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Allemanda Allegro
25 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Corrente Allegro
26 Balletto Op. 3 N. 7 In Re Maggiore – Sarabanda Allegro
27 Balletto Op. 3 N. 8 In Do Minore – Allemanda Largo
28 Balletto Op. 3 N. 8 In Do Minore – Corrente Allegro Assai
29 Balletto Op. 3 N. 8 In Do Minore – Giga Allegro
30 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Preludio Largo
31 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Allemanda Allegro
32 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Sarabanda Allegro
33 Balletto Op. 3 N. 9 In Sol Minore – Giga Allegro
34 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Preludio Largo
35 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Allemanda Presto
36 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Corrente Allegro Assai
37 Balletto Op. 3 N. 10 In Mi Maggiore – Giga Allegro
38 Balletto Op. 3 N. 11 In La Minore – Allemanda Larghetto
39 Balletto Op. 3 N. 11 In La Minore – Sarabanda Allegro
40 Balletto Op. 3 N. 11 In La Minore – Gavotta Presto
41 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Preludio Largo
42 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Allemanda Allegro
43 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Corrente Allegro
44 Balletto Op. 3 N. 12 In Sib Maggiore – Giga Allegro

Ensemble Benedetto Marcello

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Radamés Gnattali (1906 — 1988) e outros – Acervo Funarte

Radames GnattaliO Itaú Cultural lançou este CD, originalmente um vinil , em 1999. As informações a respeito são mais do que insuficientes e o incrível é que ele conta com ilustres desconhecidos, como Tom Jobim, Paulinho da Viola e outros… Sabe-se o grupo que interpreta as primeiras músicas e nem se imagina quem toca o bom quarteto de cordas final. Não vou criticar o Itaú Cultural; afinal, se o CD existe e chegou a mim é por mérito da instituição, mas bem que ele poderia ser mais informativo.

Radamés Gnattali (Porto Alegre, 27 de janeiro de 1906 — Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1988) foi um grande músico e compositor brasileiro. Foi também pianista, maestro e arranjador especializado em choro. Teve trajetória única, não tendo abandonado nunca o erudito, nem o popular. Era notável o carinho que muitos músicos tinham pelo maestro. Desde Raphael Rabello até Tom Jobim, do qual foi parceiro, passando por Cartola, Villa-Lobos, Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Paulinho da Viola, Lorenzo Fernandez e Camargo Guarnieri.

É popular, é erudito? Olha, só pensei nisso agora e não me interessa a resposta.

Radamés Gnattali – CD do Acervo da Funarte editado pelo Itaú Cultural

Instrumentistas:

– Tom Jobim piano e flauta
– Paulinho da Viola cavaquinho
– José Menezes guitarra
– Chiquinho do Acordeão acordeão
– Um quarteto de cordas não informado….

Faixas:

1. Meu amigo Radamés (Tom Jobim)
2. Meu amigo Tom Jobim (Radamés Gnatalli)
3. Sarau para Radamés (Paulinho da Viola)
4. Obrigado, Paulinho (Radamés Gnatalli)
5. Capibaribe (Radamés Gnatalli)
6. Um choro para Radamés (Capiba)
7. Quarteto Popular (Radamés Gnattali)
– 1º Mvto: Movido
– 2º Mvto: Lento-Vivo-Lento
– 3º Mvto: Allegro Moderato

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O Novo Banner

Banner é este desenho que você vê aí em cima, no topo da página. Alguns notaram que ele foi alterado nos últimos dias. O que ninguém notou é que a gravura é de nossa família. Sim, de um sarau realizado na casa de nossos pais. F.D.P. Bach ficou na porta, chorando porque não o deixaram entrar. Eu sou aquele menino de cabelos escuros que é levado delicadamente de volta para a rua, observado por papai, o que hoje muito me comove.

– O lugar dos bastardinhos é lá fora – dizia minha tia enquanto me empurrava…

Igor Stravinski (1882 – 1971) e Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Agon e Sinfonia Nº 15

Extraordinária gravação em que Evgeni Mravinski conduz a Orquestra Filarmônica de Leningrado no balé Agon, de Stravinski (gravação de 1965), e na 15ª Sinfonia de Dmitri Shostakovich (gravação de 1976).

Agon é de 1957, quando Stravinski tinha 75 anos. A música, aqui, prescinde do balé – que alívio, não? -, mas não me causa nenhum entusiasmo. Já o Shostakovich… A Sinfonia Nº 15 é a última do compositor e, em 1976, Mravinski iniciou a temporada de sua orquestra dedicando nada menos do que quatro concertos a seu amigo. A gravação postada traz um registro deste extraordinário evento.

Sem dúvida, a Sinfonia Nº 15 é uma de minhas preferidas no gênero. É difícil estabelecer-se um conteúdo programático para ela. Trata-se de uma música muito viva, com colorido orquestral atraente, temas facilmente assimiláveis e nada triviais, clímax e pausas meditativas que empolgam e mantém o ouvinte permanentemente atento. E com os contrastes inesperados característicos de Shostakovich. Parece um roteiro de Shakespeare passado à música, trazendo o trágico ao festivo, empurrando a reflexão para junto da zombaria. Bom, já viram que sou um apaixonado desta sinfonia.

O primeiro movimento (Allegretto) é uma curiosidade por manter sempre ativo o motivo da cavalgada da abertura Guilherme Tell, de Rossini, e pela participação incessante da percussão. O segundo movimento (Adagio) é circunspecto. Os metais trazem uma melodia sombria, para depois o violoncelo completá-la com um solo dilacerante, a cujas cores será acrescida, mais adiante, a ressonância do contrabaixo. Um novo Alegretto surge repentinamente do Adagio, retomando o clima do primeiro movimento, mas desta vez somos levados pelos solos do fagote, violino, clarinete e flautim. O movimento final, outro adagio, é enigmático. A simbologia está presente com a apresentação de imediato do Prenúncio da Morte, composto por Wagner para a Tetralogia do Anel. O ouvinte wagneriano fica desconcertado ao escutar de imediato esta música conhecida, parece tratar-se de um equívoco, de um erro de partitura. Ao pesado motivo de Wagner são contrapostos temas executados pelo setor leve da orquestra, porém, a todo instante, o sinistro aviso retorna e, mais adiante, os metais refletirão uma angustiada exasperação… A sinfonia esvai-se em delicados sons de percussão, deixando um desconcertante ponto de interrogação no ar. O significado do Prenúncio da Morte é óbvio, porém, o que significam a percussão, a orquestração e as melodias jocosas que o cercam? Uma simples experiência sinfônica? Impossível. O desejo de felicidade de alguém cuja vida se encerra? Ou, voltando a Shakespeare, que a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, que nada significa (*)? Porém, a significação, a intenção exata de uma obra instrumental é tão importante? Ou seria mais inteligente fazer como fez Shostakovich, levando-nos bem próximo ao irrespondível para nos abandonar por lá?

(*) Macbeth, William Shakespeare.

STRAVINSKY Agon (40mb)
1. Pas de quatre 1:48
2. Double Pas de quatre 1:36
3. Triple Pas de quatre 1:09
4. Prelude 0:57
5. First Pas de trios Saraband Step 1:18
6. Gaillarde 1:19
7. Coda 1:28
8. Interlude 0:55
9. Second Pas de trios Bransle simple 0:59
10. Bransle gay 0:53
11. Bransle double 1:27
12. Interlude 0:56
13. Pas de deux Adagio – variation – refrain 4:16
14. Coda 1:35
15. Four Duos 0:32
16. Four Trios 0:39
17. Coda 1:53

SHOSTAKOVICH Symphony No.15 (70mb)
18. Allegretto 7:42
19. Adagio, Largo 14:28
20. Allegretto 3:38
21. Adagio,Allegretto 13:50

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Dois Avisos

1. Andei relendo uns textos que escrevi (eu, P.Q.P. Bach) e fiz a correção de várias atrocidades ao idioma. A maior parte dos erros era de digitação. Não conheço blog que tenha revisão; então, se vocês encontrarem erros, podem denunciar. Não me ofendo, até gosto, pois gosto ainda mais das coisas corretinhas. Porém, como disse, blogs não têm revisão e a gente erra mesmo!

2. O hospedeiro deste blog está passando por instabilidades e será trocado. Muitos de vocês devem ter notado que o PQP some às vezes. Acho que ele deverá sumir por um período talvez mais longo nos próximos dias, coisa de um a dois dias. Quando voltar, voltará de forma mais estável. Em termos de acesso, nada mudará.

Josquin des Prés (1440-1521) – Missa Hercules dux Ferrariae

Confesso ter me apaixonado por este disco mais devido ao trabalho impecável do time de músicos que participam da gravação do que pelas obras interpretadas. Des Prés é um precursor da música francesa e, como tal, acerta de forma espetacular assim como erra bisonhamente, mas sempre mantendo um ar blasé. Talvez eu esteja sendo injusto com Desprez, porém aqui há falta de unidade. Há movimentos belíssimos ao lado de coisas para cumprir carnê. A missa é um carnê, não? Bom, vou parar por aqui. Tenho receio de que Clara Schumann fique muito indignada comigo.

Ah, CD de som espetacular. Aumente o volume!

Josquin des Prés – Missa Hercules Dux Ferrariae

A Sei Voci – Maitrise Notre-Dame de Paris – Les Saqueboutiers de Toulouse –
Ensemble Labyrinthes

Year: 1996
Style: Sacred music
Country: France

TrackList:

01 – Josquin Desprez – Deus, In Nomine tuo salvum me fac
02 – Johannes Martini – Perfunde coeli rore

Josquin Desprez: Missa Hercules Dux Ferrariae:
03 – Josquin Desprez – Introit
04 – Josquin Desprez – Kyrie, Christe, Kyrie
05 – Josquin Desprez – Gloria
06 – Josquin Desprez – Credo
07 – Josquin Desprez – Sanctus, Benedictus
08 – Josquin Desprez – Agnus Dei

09 – Josquin Desprez – Inviolata, integra, et casta es, Maria
10 – Josquin Desprez – Miserere mei, Deus
11 – Eneas Dupre – Chi a martello dio gl’il toglia

A Sei Voci:
Raoul Le Chenadec – countertenor
Thierry Brehu – tenor
Eric Gruchet – tenor
James Gowings – baritone
Didier Bolay – bass

Maitrise Notre-Dame de Paris:
William Anger, Ambroise Audoin-Rouseau, Raphael Audoin-Rouseau,
Benjamin Limonet, Raphael Mas, Francois-Xavier Casadavant – treble
Aino Lund, Marie-Pierre Wattiez, Valerie Rio, Cyprile Meier,
Mathilde Ambrois – soprano
Andres Rojas Urrego, Cecile Pilorger, Helene Bordes – alto
Pascal Lefebvre, Christophe Poncet, Marc Manodritta, Nicolas Maire – tenor
Eric Lavoipierre, Robert Labrosse, Emmanuel Bouquey, Emmanuel Vistorky,
Serge Schoonbroodt – bass

Les Saqueboutiers de Toulouse:
Jean-Pierre Canihac – cornett
Daniel Lassalle, Stefan Legee – sackbut
Thierry Durant – bass sackbut
Gisele David – percussions

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Anton Bruckner (1824-1896) – Final da Integral das Sinfonias – Sinfonias Nros. 8 e 9

Fechamos as sinfonias de Bruckner com gravações clássicas de Eugen Jochum e com o excelente artigo escrito por Luís Antônio Giron quando do centenário de morte do compositor, ocorrido há 11 anos. Vale a pena ler:

Anton Bruckner ganha celebração incógnita

Um ancião de aparência insignificante passa a manhã de domingo de 11 de outubro de 1896 às voltas com papéis. Venta muito em Viena. Ele se sente mal e se deita. Sua governanta, Kathi, lhe traz uma xícara de chá. Sorve o líquido com satisfação e pede mais um pouco. Kathi vai buscar o chá na cozinha. Quando volta, encontra o velho com a cabeça pendida para o lado. Assim morreu Anton Bruckner, aos 72 anos de idade, de pneumonia. Aquela manhã ele havia consumido ao piano a fim de retocar o “Finale” de sua “Nona Sinfonia, em Ré Menor”. Não completou o trabalho. As comemorações do centenário do acontecimento calham à banalidade que caracterizou sua vida. Talvez a monumentalidade de sua escritura nada tenha a ver com um mero século.

O centenário passa quase incógnito para um dos grandes mestres da sinfonia. Foi lembrado somente em Linz, onde trabalhou boa parte de sua vida como mestre-de-capela e organista da catedral da cidade. Realizou-se há um mês o Festival Bruckner, com execuções das dez sinfonias (há uma sinfonia “0”, desprezada pelo compositor) e algumas de suas sete missas, além do”Quarteto de Cordas em Fá Maior”, uma das raras peças de câmara que criou. O regente francês Pierre Boulez fez pela primeira vez uma obra do compositor. Regeu a “Sétima”, à frente da Orquestra Filarmônica de Viena. “Nós, franceses, nos acostumamos a desprezar Bruckner”, diz Boulez. “É uma obra que integra o patrimônio orquestral germânico”. As flutuações agógicas de Bruckner pouco têm a ver com a síntese bouleziana, herdada de outro Anton, Webern. O ritmo e os andamentos nas sinfonias brucknerianas se movem por ondas de indeterminação, prolongando-se ao infinito. A “Oitava, em Dó Menor”, por exemplo, dura quase 90 minutos. O dobro deste tempo é o que leva para ser executada a obra completa de Webern.

Bruckner se presta a esse tipo de paradoxo. Começou a compor aos 41 anos, idade em que Mozart, Schubert ou Pergolesi não alcançaram nem de longe. Ignorante e carola, pouco evoluiu em relação à mentalidade de sua aldeia natal, Ansfelden, na Alta-Áustria. Quase sem sair dela, amplificou a orquestra e alongou a forma sinfônica a escalas sobre-humanas, preparando o terreno para as alucinações apocalípticas de Gustav Mahler. Introduziu a técnica do leitmotiv e a instrumentação de Richard Wagner na sinfonia. Um dos traços de suas sinfonias é a utilização enfática da tuba wagneriana, maior e mais potente do que a normal. Assinou as passagens mais longas e vagarosas da história da música. Pretendeu, desse modo, inserir a melodia infinita wagneriana nas grandes formas do discurso sinfônico. Sua música envereda pela dízima periódica dos andamentos. Há adágios, como o da “Sinfonia número 7, em Mi Maior”, que parecem fermatas instaladas na música para indicar a eternidade.

O católico praticante forjou harmonias tão ousadas para a época, que alunos e editores trataram de revisar as partituras. Bruckner aceitou as alterações e se encarregam de algumas delas no fim da vida. Daí até hoje existirem controvérsias quanto à execução. Elas se expressam nas duas grandes edições de obras completas de Bruckner existentes: a “Gesamtausgabe” (Edição Completa), organizada por L. Nowak, contém versões “corrigidas” e com cortes; a “Sämtliche Werke” (Obras Completas), organizada por R. Haas, afirma seguir fielmente os manuscritos. Quem quiser apreciar a produção de Bruckner em sua inteireza deve prestar atenção a tais detalhes. Há gravações no mercado baseadas nas duas versões. Hoje em dia, porém, os maestros pesquisam nos originais para executar as obras, mencionando sempre o fato nos programas de concerto e livretos de CDs. Bruckner demorou muito para ser executado. Ganhou estima de público depois da Primeira Guerra, por iniciativa dos maestros wagnerianos Bruno Walter (1876-1962) e Hans Knappertsbusch (1888-1965) e Wilhelm Furtwängler (1886-1954). Este, aliás, quis seguir a carreira de compositor como herdeiro direto do mestre de Linz.

Literalmente Bruckner beijou os pés de Wagner, mas guardou para si o pior dos orgulhos, o dos que se vêem como gênios e agem com obstinação imbatível. Num dos acessos de megalomania que lhe nasciam da vida medíocre, Bruckner escreveu a um amigo: “Aconteceu comigo o que aconteceu a Beethoven; ele também não foi entendido pelos imbecis”.

Sua formação como compositor foi autodidata. Aprendeu órgão com o pai, músico amador e mestre-escola. No início da vida adulta, Bruckner ensinou em escolas de vilarejos, até ser admitido como aluno e mais tarde organista da abadia de St. Florian. Ali tomou contato com a música de Palestrina, Antonio Caldara, Johann Sebastian Bach, Haydn e Mozart. Nos dois últimos baseou-se para escrever suas primeiras obras, “Requiem em em Ré Bemol” e a. “Missa Solemnins em Si Bemol”. Até então escrevia como um atrasado da província. Em 1863, porém, fez-se a luz. O organista assistiu à première da ópera “Tannhäuser”, de Wagner, em Linz, em fevereiro de 1863. Dois anos depois assistiu à estréia de “Tristão e Isolda” em Munique. Conheceu Wagner pessoalmente e se assumiu como wagnerista.

Em 1868 mudou-se para Viena para trabalhar como professer de harmonia, contraponto e órgão no Conservatório. De 1871 até a morte, dedicou-se a escrever sinfonias. Teve poucos amores, não se casou. Para conquistar uma mulher, oferecia-lhe missais. Não teve sucesso com nenhuma. Em 1873 visitou Bayreuth, ainda em construção. Os cronistas da época o retratam em caricatura como um bajulador, sempre pronto a se auto-humilhar. Ao fim dos concertos, entregava moedas de ouro ao maestro que se saía bem em suas sinfonias. Em Bayreuth, sobraçava uma casaca, para vesti-la toda vez que topasse com Wagner. Então se inclinava e fazia rapapés. Havia enviado ao guru a partitura de sua “Terceira Sinfonia, em Ré Menor”, a ele dedicada, e queria ouvir-lhe a opinião. A mulher de Wagner, Cosima, queria impedir o encontro. Mas Wagner finalmente o recebeu na mansão de Wahnfried. “Sua sinfonia é uma obra-prima”, disse, segundo contou depois Bruckner. “Estou muito honrado de aceitar a dedicatória”. Bruckner, segundo ele próprio, não pôde conter as lágrimas.

Wagner passou a lutar pela execução das obras de Bruckner. Seu papado, entretanto, não compreendia Viena. Ali ditava as normas do gosto o inimigo número um do pontífice de Bayreuth, o crítico Eduard Hanslick (1825-1904). Formalista, Hanslick refutava a música do futuro wagneriana por considerá-la excessivamente expressiva. Defendia a música de Brahms e considerava Bruckner o representante de Wagner em Viena. “A expressão dos sentimentos não constitui o conteúdo da música”, escreveu oi crítico. Ora, era tudo o que não pensava Wagner e, por extensão natural, Bruckner. Por influência de Hanslick, a Filarmônica de Viena recusou-se a executar uma a uma sinfonia que Bruckner lhe apresentava. A primeira chamaram de “desvairada” e assim por diante. As apresentações dessas partituras colecionaram desastres.

Wagner morreu em 1883 e Bruckner parecia despontar para o anonimato aos 60 anos de idade. Envolvido pelo luto, escreveu a “Sétima Sinfonia”. O maestro Arthur Nikish (1855-1922), antigo violinista da Filarmônica de Viena, decidiu executá-la no Teatro Municipal de Leipzig, do qual era diretor artístico. A estréia, em 30 de dezembro de 1884, colocou Bruckner no mapa musical. Aos 60 anos, foi comparado a Beethoven e Liszt. A “Sétima” sintetizava as linguagens de Beethoven e Wagner e é a obra mais conhecida do compositor.. Até então, a forma-sonata em sinfonia compreendia duas áreas tonais. Bruckner adotou uma terceira. Os desenvolvimento dos temas da obra são tempestuosos e erram por modulações estranhas. As melodias cromáticas dão saltos de sétima, quinta e sexta. Nascem do silêncio para aos poucos se elevarem em “tutti” desenhados monumentalmente por cordas, oito trompas, três trompetes, três trombones e cinco tubas. A “Sétima” foi a única fatia de glória que recebeu em vida.

As obras orquestrais de Bruckner formam estruturas achatadas, interrompidas vez por outro por terremotos de semicolcheias, tocados por metais e hachurados por cordas agitadas. À maneira de Mahler, Bruckner compôs os mundos excêntricos onde quis viver. Habitou sinfonias que lembram planícies pedregosas e vincadas de precipícios. Dedicou a úiltima sinfonia “ad majorem Dei gloriam” (para a maior glória de Deus) e autografou o tema final do Adagio (“muito lento e solene”) com a expressão “Abschied vom Leben” (Adeus à Vida). As tubas realizam um coral cromático sustentada pelos violinos. Tudo soa coerente.

A obra do mestre-escola de Linz deve ser compreendida pela grandiloqüência dos saltos abruptos de intervalos, harmonias e dinâmicas. É um planeta único, para muitos irrespirável, mas sem o qual não é possível entende a tradição sinfônica vienense que começa em Haydn, progride por Beethoven e Schubert e se encerra nas hipérboles de Mahler. O humilde Bruckner produz a culminância do gênero. Com ele, a sinfonia refuta a voz humana e o programa extramusical, como a virar pelo avesso a “obra de arte total” (Gesamtkunstwerk”) de Wagner. Torna-se conceito indefinido. Tinha razão. Os imbecis vão continuar sem entendê-lo.

Luís Antônio Giron

Symphony No. 9 em Ré Menor de Anton Bruckner (Ed. Nowak)
com a Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera
Direção de Eugen Jochum

Symphony No. 8 em Dó Menor de Anton Bruckner (Ed. Haas)
com Orquestra Filarmônica de Hamburgo
Direção de Eugen Jochum

Disc: 1
1. Symphonie Nr. 9 d-moll: 1. Feuerlich, misterioso
2. Symphonie Nr. 9 d-moll: 2. Scherzo. Bewegr, lebhaft – Trio, Schnell
3. Symphonie Nr. 9 d-moll: 3. Adagio. Langsam, feierlich
4. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 1. Allegro moderato

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Disc: 2
1. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 2. Scherzo. Allegro moderato
2. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 3. Adagio. Feierlich langsam, doch nicht schleppend
3. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 4. Finale. Feierlich nicht schnell

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Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Missa em Si Menor (versão de Gustav Leonhardt)

Fragmento retirado do blog de Milton Ribeiro:

Tenho ouvido a Missa desde minha adolescência e parece-me que sempre descubro nela um detalhe a mais, um novo encanto. Voltei a ouvi-la ontem. Coloquei o CD duplo da gravação de Gustav Leonhardt e, por quase duas horas, acreditei em Deus. A noção de divindade sempre evitou este cético que vos escreve, mas, como afirmou o também descrente Ingmar Bergman, é impossível ignorar que Bach (1685-1750) nos convence do contrário através de sua arte perfeita.

A grandeza da Missa não é casual. Bach escreveu-a em 1733 (revisou-a em 1749) com a intenção de que ela fosse uma obra ecumênica. Seria a coroação de sua carreira de compositor sacro. Suas outras obras sacras (Missas, Oratórios, Paixões, Cantatas, etc.) foram sempre compostas em alemão e apresentadas em igrejas luteranas, porém na Missa Bach usa o latim que, em sua opinião, seria mais cosmopolita e poderia trafegar entre outras religiões, principalmente a católica. O texto utilizado não foi o das missas de sua época, é mais antigo e inclui alguns versos retirados após a Reforma, como o significativo Unam sanctam Catholicam et apostolicam Ecclesiam, que é cantado no Credo. É como se Bach pretendesse demonstrar a possibilidade de entendimento entre católicos e protestantes. Curiosamente, esta obra tão profundamente erudita e religiosa, é hoje mais apresentada em salas de concertos do que em igrejas, pois suas necessidades de tempo (105 a 120 minutos) e de grupo de executantes são maiores do que as igrejas normalmente dispõem. Não obstante este problema, Bach consegue transformar tanto as salas de concerto quanto nossas casas em locais de devoção – musical ou religiosa.

Desde os anos 70, comprei algumas gravações da Missa. Comecei por uma que não recomendo a ninguém, a de Karl Richter (3 LPs) com a Orquestra e Coro Bach de Munique. Sem dúvida é o registro mais pesado que possuo da Missa e também o mais remendado, patchy. A orquestra utilizada por Richter é maior que a dos padrões barrocos e, para fazer frente a isto, o coral teve de ser multiplicado. Há enorme intensidade dramática nos tutti, porém, nos trechos mais camarísticos, apesar de sublimes, ficamos nos perguntando para onde foi toda aquela gente. É uma gravação maníaco-depressiva, é capaz de passar da mais louca alegria à expressão mais triste e íntima em segundos. Não gosto.

Minha segunda experiência foi com Andrew Parrott (Solisten des Tölzer Knabenchors e Taverner Consort & Players). Depois da multidão, fui para uma gravação que envolve um contingente mínimo de cantores e instrumentistas. Parrot é um dos precursores da execução de músicas com instrumentos originais. Em minha opinião, esta tese é correta; devemos ouvir preferencialmente o que o compositor ouvia, mas talvez Parrott exagere. Como Bach dava liberdade a que se executassem suas músicas com grupos maiores ou menores, Parrott não o contraria, mas torna seu registro indigente. Não fosse a extraordinária qualidade dos cantores, teria fracassado. Durante este período, sonhava com o meio termo entre Richter e Parrott, entre o faraônico e o indigente. A solução apareceu com Helen Osório e os holandeses. Quem é Helen Osório? Ora, é uma amiga que, um belo dia, emprestou-me sua gravação da Missa sob a regência de Gustav Leonhardt. Quando a ouvi, pensei: aí está. Esta deve ser a melhor de todas as gravações da Missa. Fui ler as principais publicações e minha impressão foi confirmada. Leonhardt, que é holandês, convidou outros da orquestra de câmara La Petite Bande e do Collegium Musicum e conseguiu nos enviar sem escalas ao coração de Bach. Deve ser mais fácil fazer uma gravação melhor depois de ouvir as mancadas dos antecessores; diria até que há ecos do melhor de Richter, Parrott e Harnoncourt em seu registro, mas há muito de mérito próprio. Leonhardt é difícil de superar.

E um comentário aparecido no mesmo blog, escrito por alguém apaixonado e que sabe muito bem do que fala:

Milton. Tens razão (ou quase) do que dizes sobre a Missa do Deus Homem ou do Homem Deus. Ai, Bach, Bach, nestes dias conturbados que passo tenho-te a ti. Olho para o quadro dele que tenho na minha sala de estar e respiro melhor. És o apogeu da Humanidade agora e sempre, hoje e daqui a bilhões de anos se este planeta existir. Jamais haverá outro. Dois Bachs são demais para o Mundo, para a decadente raça humana. Eu tenho pena de morrer (lembra-te do tema) e não poder ouvir a tua musica. Se eu pudesse me levantar da campa de dez em dez anos por duas horas e meia (o tempo da Paixão de S.Mateus) não me importava de morrer já. E já que falo na Paixão de S.Mateus, a do Leonhardt (o pai dos outros todos) é a melhor, ou a de que eu gosto mais. Voltando à Missa… A do Leonhardt, como a ti, também é um disco que me tem acompanhado ao longo da minha vida, também era um dos discos que levava para a ilha deserta. A do Gardiner não, dispenso (É aqui que está o quase). Grande interpretação e uma das referências, sem duvida, a de Phillippe Herreweghe (e uma qualidade de som soberba). A de Masaaki Suzuki da Bis é outra a ouvir e a comprar. Com coro de crianças aconselho também uma boa interpretação de Robert King com a Tolzer Knabenchor da Hyperion.

E é melhor parar por aqui que se eu começo a escrever sobre Ele nunca mais paro. Prefiro ouvi-lo, o que faço religiosamente todos os dias. TODOS OS DIAS. No bom sentido ela é viciante, inebriante, comovente e arrasadora. Ao ouvir as suas grandes obras, deitado de olhos fechados, tenho a sensação que pela primeira vez e única alguém atingiu a perfeição. A sua obra desfaz-me em pedaços, arrasa-me, emagreço, tira-me a dor de dentes e da alma. Sinto-me um anão e ao mesmo tempo um gigante (por o ouvir).

Ai, Bach, Bach… E eu vou morrer um dia!
Cumprimentos

Missa em Si Menor, BWV 232, de Johann Sebastian Bach

Gustav Leonhardt (Conductor),
La Petite Bande (Orchestra),
Collegium Musicum Van de Nederlandse Bachvereniging,
Harry van der Kamp,
Max van Egmond,
Guillemette Laurens,
Isabelle Poulenard,
John Elwes.

CD1

1-01 Missa: Kyrie: Kyrie eleison
1-02 Missa: Kyrie: Christe eleison
1-03 Missa: Kyrie: Kyrie eleison
1-04 Missa: Gloria: Gloria in excelsis Deo
1-05 Et in terra pax
1-06 Missa: Gloria: Laudamus te
1-07 Missa: Gloria: Gratias agimus tibi
1-08 Missa: Gloria: Domine Deus
1-09 Missa: Gloria: Qui tollis
1-10 Missa: Gloria: Qui Sedes
1-11 Missa: Gloria: Quoniam tu solus
1-12 Missa: Gloria: Cum Sancto Spiritu

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CD2

2-01 Symbolum Nicenum: Credo: Credo in unum Deum
2-02 Symbolum Nicenum: Credo: Patrem omnipotentem
2-03 Symbolum Nicenum: Credo: Et in unum Dominum
2-04 Symbolum Nicenum: Credo: Et incarnatus est
2-05 Symbolum Nicenum: Credo: Crucifixus
2-06 Symbolum Nicenum: Credo: Et resurrexit
2-07 Symbolum Nicenum: Credo: Et in Spiritum
2-08 Symbolum Nicenum: Credo: Confiteor
2-09 Symbolum Nicenum: Credo: Ex expecto
2-10 Sanctus: Sanctus
2-11 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Osanna
2-12 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem Benedictus
2-13 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Osanna
2-14 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Agnus Dei
2-15 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Dona nobis pacem

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Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonatas para Violino Op.5

Sim, amigos. Já postamos estas obras com Eduard Melkus, lembram? Porém, aqui, mostramos um subconjunto do Op. 5 numa gravação mais, mais, digamos, menos sanguínea do que a do conjunto vienense, mas talvez mais agradável aos xiítas da música por instrumentos originais. Antes que alguém me pergunte sobre minha opinião, respondo que, neste caso, sou tucano e muito antes pelo contrário. Aproveito para mudar de assunto dizendo que Sigiswald Kuijken é excelente violinista e regente. F.D.P. Bach inclusive já publicou várias sinfonias de Haydn sob sua compreensiva leitura e amanhã teremos a super-gravação da Missa em Si Menor com o insuperável Gustav Leonhardt!!!

(Ufa, mudei de assunto!)

Arcangelo Corelli – Sonate a Violino e Violone o Cimbalo Op.5

1-5 – Sonata Op. 5: no 3 in C major
6-10 – Sonata Op. 5: no 1 in D major
11 – Sonata Op. 5: no 12 in D minor “La Follia”
12-16 – Sonata Op. 5: no 6 in A major
17-21 – Sonata Op. 5: no 11 in E major
22 – EXTRA (Presente de P.Q.P. Bach) – O “La Follia” de Vivaldi

Wieland Kuijken (Cello)
Robert Kohnen (Harpsichord)
Sigiswald Kuijken (Violin)

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J. S. Bach (1685-1750) – Variações Goldberg (Versão para metais)

11647363Parece gozação, mas não é. O quinteto de metais Canadian Brass interpreta as Variações Goldberg de nosso pai. É um registro respeitoso que dá nova sonoridade a uma obra de tal forma polifônica que não pensaríamos numa versão deste tipo. Mas notem: no passado, o Canadian já tinha dado um banho de bola em A Arte da Fuga, que só possuo em vinil.

Não obstante, não posso deixar de rir ante o esforço que os canadenses fazem para vencerem alguns temas mais longos e com tantas notas que um instrumento tem de ser substituído por outro no meio da maior pauleira. É bonito de ver, ou melhor, de ouvir.

Ia fazer um grande texto sobre as Goldberg, sobre o adolescente de enormes mãos e o Conde Keyserling, mas deixo este trabalho para a melhor versão desta obra: a de Pierre Hantaï. Sim, sei que “a melhor” tem de ser a de Gould, mas não é! Ou talvez seja a melhor que utilize o piano, sei lá. Porém, não pensem que não gosto de Gould – tenho a primeira e segunda versões, ouço-as bastante, assim como o DVD da segunda e os guardo no meu Panteão -, só que o temperamental Hantaï o vence.

Tudo são opiniões e, como eu sempre digo, as minhas não têm maior validade fora do espaço ocupado por meu pobre e limitado cérebro. Com vocês,

Bach: Goldberg Variations, BWV 988 (Aria With Variations, From Clavier – Ubung, Part lV) transcribed for Brass Quintet, Canadian Brass
Release Date: 2000
MP3 320 kbps – 117 MB

01. Aria
02. Variation 1
03. Variation 2
04. Variation 3: Canon At The Unison
05. Variation 4
06. Variation 5
07. Variation 6: Canon At The Second
08. Variation 7
09. Variation 8
10. Variation 9: Canon At The Third
11. Variation 10
12. Variation 11
13. Variation 12: Canon At The Fourth
14. Variation 13
15. Variation 14
16. Variation 15: Canon At The Fifth
17. Variation 16: Overture
18. Variation 17
19. Variation 18: Canon At The Sixth
20. Variation 19
21. Variation 20
22. Variation 21: Canon At The Seventh
23. Variation 22
24. Variation 23
25. Variation 24: Canon At The Octave
26. Variation 25
27. Variation 26
28. Variation 27: Canon At The Ninth
29. Variation 28
30. Variation 29
31. Variation 30: Quodlibet
32. Aria

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Charles Tessier (1550-1604) – Carnets de Voyages

1Um CD belíssimo o deste Charles Tessier que desconhecia uma semana atrás. É melodioso, engraçado e muito bem interpretado pelo Le Poème Harmonique. Só depois de ouvi-lo – e de me surpreender – é que soube que o CD comemorava o 100º da extraordinária gravadora Alpha. Como diz este blog português aqui:  

“A Alpha acaba de fazer 100 discos. Assinala o feito um colorido “caderno de viagens” de Charles Tessier (séc. XVI, contemporâneo de John Dowland e alaudista como este), com navegação a cargo do agrupamento mais emblemático da editora: Le Poème Harmonique, dirigido por Vincent Dumestre. Porque é Dumestre, volta a ser de mestre. E difícil seria igualmente conceber melhor súmula daquilo que constitui o perfil musical que a Alpha baralha aqui para nos dar por muitos mais discos.”

Já estava na hora de falar na Alpha, não? É uma gravadora tão boa quando as duas Harmonia Mundi. Que nos dê muitos CDs!

Na espetacular execução do Le Poème, um compositor na passagem do século XVI para o XVII – Charles Tessier, compositor da corte francesa de Henrique IV e que, fora da França, conheceu apenas a Alemanha e Londres – transforma em música suas viagens reais ou imaginárias: França, Inglaterra, Itália, Espanha, Império Otomano, Arábia. É curiosa a variação de ritmos, formas e instrumentação utilizada. Destaque especial para as faixas 2 e 3.

Imperdível!

Charles Tessier (1550-1604) – Carnets de Voyages

Performer: Le Poème Harmonique

1. Chansons turcquesques : Hel vel Aqueur & Tal lissi man
2. Air espagnol : No ay en la tierra
3. Chanson suisseee : Mattone mie care
4. Bransle de village (manuskrit Philidor)
5. Bransle de Lorraine (manuskrit Philidor)
6. Junckfraw deine schöne gstalt erfreüt mich sehr ( Leo Hassler)
7. Pavana del Sgr. Guilhelmo Keudelio (Maurice de Hesse)
8. Villanelle italienne : Madonna di Coucagna
9. Villanelle italienne : Vita di voria dar
10. Air de court : Me voilà hors du naufrage
11. The earle of Essex galiard (John Dowland)
12. Burth foth my tears (John Dowland)
13. Les Gascons (manuskrit Philidor)
14. Chanson : Je suis par trop longtemps pucelle
15. Air de court : Quand le flambeau du monde…

Playing time: 59′

Enregistrement du 28 octobre au 1er novembre 2005 à la chapelle Notre-Dame de Bon-Secours, Paris.

Le Poème Harmonique:
Claire Lefilliâtre, soprano
Bruno le Levreur, haute-contre
Jan van Elsacker, ténor
Arnaud Marzorati, basse

Catharina Andres, Johanne Maitre, bombarde, flûte
Franck Poitrineau, sacqueboute
Stéphane Tamby, Mélanie Flahaut, flûte et dulciane
William Dongois, cornet
Kaori Uemura, dessus de viole
Sylvia Abramowicz, Isabelle Saint-Yves, basse de viole
Françoise Enock, violone
Michèle Claude, percussions
Vincent Dumestre, guitare, théorbe & direction

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Georg Philip Telemann (1681-1767) – Concertos

Telemann Conc Mus Ant KolnExistem muitos CDs com coletâneas de concertos de Telemann, muitos mesmo. Mas, sabe?, o melhor de Telemann talvez seja aquela Suíte para Flauta e Orquestra – FDP postou-o aqui com o Rampal – e o incrível Concerto para Flauta Doce, Flauta Transversa, Cordas e Contínuo que fecha mais este belo CD do Musica Antiqua de Köln.

Aviso aos navegantes que forem adquirir o CD: ele não saiu pela subsidiária Archiv e sim pela mamãe DG. Não façam como eu que, anos atrás, botei no Google “Musica Antiqua Koln Telemann Archiv” e passei horas procurando o tal CD… Sem resultados. Não sejam trouxas como eu.

Telemann – Concertos

Konzert A-dur fur zwei skordierte Violinen und Continuo
1 Affettuoso
2 Vivace
3 Aria
4 Bourée

Konzert D-dur fur vier Violinen ohne Continuo
5 Adagio
6 Allegro
7 Grave
8 Allegro
 
Konzert a-moll fur Blockflote, Viola da gamba, Streicher und Continuo
9 Sem indicação de tempo
10 Allegro
11 Dolce
12 Allegro
 
Konzert g-moll fur Blockflote, Violinen und Continuo
13 Allegro
14 Siciliana
15 Bourée
16 Menuett
 
Konzert C-dur fur vier Violinen ohne Continuo
17 Grave
18 Allegro
19 Largo e staccato
20 Allegro
 
Konzert e-moll fur Blockflote, Traversflote, Streicher und Continuo
21 Largo
22 Allegro
23 Largo
24 Presto

Musica Antiqua Koln, Reinhard Goebel

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Problemas em Casa – A Rádio da Universidade

Obs.: Notei o apagão de nossa rádio e, hoje, recebi o e-mail que transcrevo abaixo.

PROBLEMAS COM A RÁDIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Meus amigos.

Nós gaúchos sempre nos orgulhamos da nossa pioneira das Rádios Universitárias no país e que já completou meio século de extraordinário e reconhecido trabalho na divulgação da música erudita.

Nos últimos dias, contudo, a Rádio saiu do ar por várias horas sendo que, neste fim de semana, ficou muda por 48 horas e o motivo, os senhores verão, está a evidenciar que sérios problemas estão ocorrendo na emissora.

Pasmem! Apenas DOIS funcionários são responsáveis pelo funcionamento das torres de transmissão (em Guaíba). Um entrou em licença-saúde e o outro…estava de folga.

Solução: TIRA-SE A RÁDIO DO AR! É o cúmulo! Como vamos chamar isso: negligência? Desleixo? Imprevidência?

Em defesa ao atual Diretor, jornalista ANDRÉ PRYTOLUK, seus reiterados pedidos de complementação de pessoal, pois a Rádio perdeu mais de dez funcionários nos últimos três anos, a maioria por aposentadoria.

Solicitamos, então, à Secretária de Comunicações da UFRGS, professora SANDRA DE DEUS, que providencie, em caráter de urgência, soluções que impeçam a repetição do inusitado “apagão”. Ao Reitor JOSÉ CARLOS HENNEMANN, damos ciência dos fatos e da mesma forma solicitamos providências.

Aury Hilario, da Agenda Lírica de Porto Alegre

Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonatas para Violino Op.5 (completas)

S2669368O mais importante opus de Corelli recebe aqui tratamento de luxo nesta gravação de 1972, diversas vezes reeditada pela Archiv. Um pouco mais nervosa que os registros mais modernos, Melkus dá uma demonstração de competência e virtuosismo ao lado da Capella Academica de Viena, um dos conjuntos precursores da música com instrumentos “autênticos” (de época). No meu vinil, está escrita a data em que o comprei pela primeira vez: 10/10/1979. Desde então os sons do Grave-Allegro da Sonata Nro. 1 que abre o CD1 e o Adagio inicial da Sonata Nro. 3 passaram a fazer, de certa forma, parte de mim. Um CD imperdível. Atenção para a Follia final.

Arcangelo Corelli – 12 Violin Sonatas Op. 5

CD1:
1-5 Sonata I in D major
6-10 Sonata II in B flat major
11-15 Sonata III in C major
16-20 Sonata IV in D minor
21-25 Sonata V in E minor
26-30 Sonata VI in A Major

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CD2:
1-4 Sonata VII in F major
5-8 Sonata VIII in G minor
9-12 Sonata IX in A major
13-17 Sonata X in F Major
18-22 Sonata XI in E Major
23 Sonata XII in D minor (“Follia”)

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Capella Academica Wien

Eduard Melkus (violin)
Huguette Dreyfus (harpsichord, organ)
Garo Atmagayan (violoncello)
Karl Scheit (lute)

Aviso aos Navegantes

Durante esta semana ouvi três vezes a Paixão Segundo São Mateus do divino Bach e cada vez com o mesmo sentimento de infinita admiração. Quem desaprendeu totalmente a cristandade tem a chance de ouvi-la como um evangelho.

Friedrich Nietzsche

No próximo final de semana, a Paixão Segundo São Mateus será postada em nosso blog, completa e a cores, em perfeito mp3 Eastmancolor, na versão de John Eliot Gardiner. Aguardem.

Carl Orff (1895-1982) – Carmina Burana (Jochum)

Carmina BuranaO muito suspeito Carl Orff é um caso isolado na história da música alemã. Foi autodidata, chegou tardiamente à composição e pensava suas músicas como “teatro musical”. Um teatro meio nazista, claro. Saltou por cima de toda a ópera para imaginar novas representações a partir do espírito do teatro antigo e das danças rituais.

O primeiro sucesso desta estética pessoal foi Carmina Burana, de 1937. É uma música popularíssima, primitiva, repetitiva e obstinada, de harmonia rudimentar e de vocabulário melódico simples. Orff, fiel a suas repetições, criou um método de ensino de música através do ritmo, associando-o a batidas de mãos e pés. Enquanto viveu, seu método difundiu-se; hoje está esquecido, mas o compositor deixou vasta obra, da qual apenas Carmina faz parte do repertório regular das orquestras e corais.

Você já ouviu a abertura desta obra, certamente. Muitos programas de rádio e TV utilizam seu tema inicial e também outros trechos em suas aberturas, mas foi o filme Excalibur e a HBO que o difundiram ad nauseum. O pior foram as cópias. Qualquer filme de terror que inclua um ritual (exemplo: A Profecia, The Omen) solicita ao responsável pela trilha sonora uma composição parecida com Carmina Burana.

Esta gravação que apresentamos a vocês é de longe a melhor. Eugen Jochum é o regente e a concepção foi autorizada pelo próprio Orff, que esteve presente no estúdio.

Gosto de Carmina Burana quando consigo esquecer todos os maus filmes e programas de TV aos quais está associada… É um exercício mental interessante.

Carl Orff (1895-1982) – Carmina Burana (1937)

1. Fortune, Empress Of The World: O Fortune
2. Fortune, Empress Of The World:I Bemoan The Wounds Of Fortune
3. I Spring: The Merry Face Of Spring
4. I Spring: The Sun Warms Everything
5. I Spring: Behold, The Pleasant Spring
6. On The Green: Dance
7. On The Green: The Noble Woods Are Burgeoning
8. On The Green: Shopkeeper, Give Me Colour
9. On The Green: Those Who Go Round And Round
10. On The Green: If All The World Were Mine
11. II In The Tavern: Burning Inside
12. II In The Tavern: Once I Lived On Lakes
13. II In The Tavern: I Am The Abbot
14. II In The Tavern: When We Are In The Tavern
15. III The Court Of Love: Cupid Flies Everywhere
16. III The Court Of Love: Day, Night And Everything
17. III The Court Of Love: A Girl Stood
18. III The Court Of Love: In My Heart
19. III The Court Of Love: If A Boy With A Girl
20. III The Court Of Love: Come, Come, O Come
21. III The Court Of Love: In The Balance
22. III The Court Of Love: This Is The Joyful Time
23. III The Court Of Love: Sweetest One
24. Blanchefleur And Helen: Hail, Most Beautiful One
25. Fortune, Empress Of The World: O Fortune

Gundula Janowitz / Gerhard Stolze / Dietrich Fischer-Dieskau
Coro e Orquestra da Ópera de Berlim
Eugen Jochum

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 1

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PQP Bach

.: interlúdio :.

70261
Um dia emprestei para Blue Dog todos os meus CDs e vinis de Charlie Mingus. Ele é esperto, tem a religião da música e sabe que há coisas tão puras e perfeitas que não deveriam, na verdade, serem confundidas com religião. Só que, na época, eu não tinha esta maravilha chamada Mingus Oh Yeah. Imaginem que Trauriger Hund ficou sem! Isso eu não posso suportar.

Neste disco originalmente de 1962 as faixas só iam até a sétima. Aqui, Mingus está um pouco diferente do normal, pois além de compor as obras-primas de sempre e tocar seu contrabaixo, ele t5ambém é responsável pelos solos de piano e… pelos vocais. Eu duvido que outro disco de jazz – disco original, não antologias – tenha uma seqüência de músicas mais perfeita do que Devil Woman, Wham Bam Thank You Ma’am, Ecclusiastics, Oh Lord Don’t Let Them Drop That Atomic Bomb On Me e Eat That Chicken; com destaque para a inacreditável Ecclusiastics e a engraçadíssima Eat that chicken.

Um CD para ouvir várias vezes em seqüência e depois sair na rua, sabendo-se alguns centímetros mais alto.

P.Q.P. Bach.

P.S.- Vocês já devem ter notado que eu nunca coloco a capa dos CDs em minhas postagens, mas esta é tão legal, né?

Mingus Oh Yeah

1 Hog Callin’ Blues
2 Devil Woman
3 Wham Bam Thank You Ma’am
4 Ecclusiastics
5 Oh Lord Don’t Let Them Drop That Atomic Bomb On Me
6 Eat That Chicken
7 Passions Of A Man
8 “Old” Blues For Walt’s Torin
9 Peggy’s Blue Skylight
10 Invisible Lady

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

.: interlúdio :.

P.Q.P. Bach retorna ao jazz por causa de Charlie Mingus.

Este CD é atual e mostra o trabalho de três grupos dedicados a manter a música altamente revolucionária e – por que não? – erudita de Mingus. Ouçam e depois falem comigo! O 14-man group The Mingus Big Band, que já apareceu em várias formações, divide o CD com a pouco convencional 10-man group Mingus Orchestra e com o mais conhecido septeto Mingus Dynasty. O CD inaugura o novo selo de propriedade da viúva do compositor, Sue Mingus.

A lista de instrumentistas é impressionante: trompetistas como Jack Walrath e Randy Brecker, saxofonistas como Craig Handy, trombonistas como Ku-umba Frank Lacy, e mais as extraordinárias novidades Orrin Evans (piano), Kenny Rampton (trompete) e Miguel Zenon (saxofonista).

Há muita coisa a ouvir. Minhas preferidas são Song With Orange, Orange Is The Color Of Her Dress e Wednesday Night Prayer Meeting. Notáveis também são Todo Modo, escrita para o cinema italiano, mais exatamente para a versão em filme da esplêndida novela homônima de Leonardo Sciascia, Tensions onde o baixista russo Boris Kozlov reencarna Mingus de forma arrepiante e Pedal Point Blues, em que o exuberante sax barítono Ronnie Cuber, repete o show que já apresentara em Song with Orange.

A Downbeat deu a este CD quatro em cinco estrelas, a Jazztimes deu cinco em cinco.

Ah, o nome do CD é I am Three.

1. Song With Orange 11:48 (Mingus Big Band)
2. MDM 5:16 (MBB)
3. Chill Of Death 3:48 (Mingus Orchestra)
4. Paris In Blue 3:49 (MBB)
5. Tensions 7:54 (MBB)
6. Orange Is The Color Of Her Dress 10:52 (MBB)
7. Cell Block F ‘Tis Nazi Usa 5:55 (Mingus Dynasty)
8. Todo Modo 12:36 (MO)
9. Wednesday Night Prayer Meeting 5:23 (MD)
10. Pedal Point Blues 9:04 (MBB)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Parte 1) – 100 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Parte 2) – 8 MB

J.S.Bach (1685-1750) – Cantatas Profanas (2 de 8 CDs)

Três excelentes cantatas-solo, principalmente a BWV 202 (Cantata do Casamento). Destaque especial para a primeira ária, em que “vê-se” o lento caminhar da noiva. Um espanto!

Weichet nur, betrubte Schatten, BWV 202, “Wedding Cantata”
01. Aria: Weichet nur, betrubte Schatten (Soprano) 06:00
02. Recitative: Die Welt wird wieder neu (Soprano) 00:27
03. Aria: Phoebus eilt mit schnellen Pferden (Soprano) 02:59
04. Recitative: Drum sucht auch Amor sein Vergnugen (Soprano) 00:34
05. Aria: Wenn die Fruhlingslufte streichen (Soprano) 02:20
06. Recitative: Und dieses ist das Glucke (Soprano) 00:37
07. Aria: Sich uben im Lieben (Soprano) 04:17
08. Recitative: So sei das Band der keuschen Liebe (Soprano) 00:25
09. Gavotte: Sehet in Zufriedenheit (Soprano) 01:38
Sibylla Rubens, soprano
Stuttgart Bach Collegium

Amore traditore, BWV 203
10. Aria: Amore traditore (Bass) 05:19
11. Recitative: Voglio provar (Bass) 00:40
12. Aria: Chi in amore ha nemica la sorte (Bass) 05:13
Dietrich Henschel, bass / Michael Behringer, harpsichord

Ich bin in mir vergnugt, BWV 204
13. Recitative: Ich bin in mir vergnugt (Soprano) 01:45
14. Aria: Ruhig und in sich zufrieden (Soprano) 06:41
15. Recitative: Ihr Seelen, die ihr ausser euch stets in die Irre lauft (Soprano) 02:05
16. Aria: Die Schatzbarkeit der weiten Erden (Soprano) 04:08
17. Recitative: Schwer ist es zwar, viel Eitles zu besitzen (Soprano) 01:57
18. Aria: Meine Seele sei vergnugt (Soprano) 05:32
19. Recitative: Ein edler Mensch ist Perlenmuscheln gleich (Soprano) 01:55
20. Aria: Himmlische Vergnugsamkeit (Soprano) 04:41
Sibylla Rubens, soprano

Stuttgart Bach Collegium
Helmuth Rilling, conductor

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Johannes Brahms (1833-1897) – Quartetos para Piano Op. 25 e 60

F.D.P. Bach voltou impossível das férias e nos mandou uma gravação obrigatória. A célebre gravação do pianista romântico Artur Rubinstein com o Guarneri Quartet dos quartetos para piano de Brahms. É notável o quanto o estilo dos executantes adapta-se à música de Brahms. Estes quartetos prescindem de maiores comentários: são música profunda, de primeiríssima qualidade e merecidamente conhecidos e louvados. Estou ouvindo o Rondo alla zingarese do Op. 25 e sinto certa taquicardia. Que bom! FDP voltou a incluir no arquivo as imagens da capa e dos encartes do CD original. Olha, um show.

Em tempo: nas próximas semanas, F.D.P. Bach nos levará a um tour completo pela música de câmara de Brahms. Teremos as sonatas para piano, as para violino e piano, violoncelo e piano, clarinete e piano, os trios, os quartetos, quintetos, septetos, etc. Preparem-se; fugindo dos trocadilhos, será um verdadeiro porre brahmsiano. Afinal, sabemos que o que todo mundo quer é um carnaval com Brahms, o número 1 (ai, não resisti).

1. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Allegro
2. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Intermezzo: Allegro ma non troppo; Trio Animato
3. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Andante con moto: Animato
4. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Rondo alla zingarese: Presto; Meno presto; Molto presto
5. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Allegro ma non troppo
6. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Scherzo: Allegro
7. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Andante
8. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Allegro

Artur Rubinstein, piano;
Membros do Quarteto Guarneri.

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Gustav Mahler (1860 – 1911) – Das klagende Lied

Em 1881, com 21 anos, inscreveu-se para o Prêmio Beethoven, que fora instituído pela Sociedade dos Amigos da Música (Gesellshaft der Musikfreund). Podiam participar do concurso alunos e ex-alunos do Conservatório de Viena. O júri contava com Hans Richter, Carl Goldmark e Johannes Brahms. Mahler disputou com a cantata Das klagende Lied, uma obra dramática que tinha escrito com entusiasmo, mas perdeu, é claro. Brahms odiava as enormidades musicais de Wagner e Bruckner, era hostilíssimo a eles; então, como deixaria aquele Mahler vencer? Perdeu, é claro, e os 500 florins do prêmio foram para outro. Porém nós, que amamos todos os citados e pouco temos a ver com as questões do final do século XIX, podemos dizer que Mahler estreou com uma extraordinária obra: Das klagende Lied, ou A Canção do Lamento. Aproveite, este trabalho não é muito fácil de se achar por aí.

1. Das Klagende Lied: Waldmärchen 28:31
2. Das Klagende Lied: Der Spielmann 17:35
3. Das Klagende Lied: Hochzeitstück 18:57

Conductor: Simon Rattle
Performers: Helena Dose (Soprano), Alfreda Hodgson (Mezzo Soprano), Robert Tear (Tenor), Sean Rea (Baritone)
City of Birmingham Symphony Orchestra
Ensemble City of Birmingham Symphony Orchestra Chorus
Recording Date 1985

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonias Nros. 5 e 7 – Carlos Kleiber, WPO

No mar de gravações disponíveis das sinfonias de Beethoven, quase todo mundo tem suas preferências. Por isto, é surpreendente que as gravações do berlinense Carlos Kleiber (1930-2004) tenham se tornado um consenso nos últimos anos. Excêntrico e considerado um gênio por outros regentes, Kleiber tinha um repertório menor do que o comum dos maestros, os quais costumam aceitar qualquer empreitada. Gravou poucas óperas e poucos autores sinfônicos, mas suas intervenções, principalmente em Beethoven e Brahms, mereceram sempre os elogios mais rasgados. A gravação da 5ª Sinfonia de Beethoven, vinda diretamente do acervo de F.D.P. Bach, recebeu considerações nestes termos: “É como se Homero tivesse retornado para nos recitar a Ilíada”.

E, bem, trata-se de um Homero de extraordinária energia e entusiasmo. Não poderíamos iniciar melhor a participação de Beethoven no P.Q.P. Bach.

1. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 1 – Allegro con brio
2. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 2 – Andante con moto
3. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 3 – Allegro
4. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 4 – Allegro

5. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 1 – Poco sostenuto – vivace
6. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 2 – Allegretto
7. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 3 – Presto
8. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 4 – Allegro con brio

Vienna Philharmonic Orchestra
Reg.: Carlos Kleiber

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Abraços, e uma boa semana.
Franz Dietrich Putz Bach.

 

 

Witold Lutoslawski (1913-1994) – Concerto para Orquestra

Lutoslawski foi muito influenciado por Bartók. Considerava que ele e todos os compositores modernos tinham um enorme débito para com o húngaro. Chegou a dedicar obras a Bartók, como a “Música Fúnebre para Cordas”, de 1958. Gosto muito deste concerto feito sobre temas folclóricos polacos. O terceiro movimento – Passacaglia, Toccata e Corale – é notável.

1. Concerto Pour Orchestre : Intrada
2. Concerto Pour Orchestre : Capriccio, Notturno e Arioso
3. Concerto Pour Orchestre : Passacaglia, Toccata e Corale

Royal Stockholm Philharmonic Orchestra
Reg.: Andrew Davis

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