Música na Catedral de São Paulo – Brasilessentia Grupo Vocal & Orquestra de Câmara da UNESP (Acervo PQPBach)

14np6h4Música na Catedral de São Paulo
Brasilessentia Grupo Vocal
Vitor Gabriel, regente

Orquestra de Câmara da UNESP
Ayrton Pinto, diretor artístico

As obras aqui gravadas representam uma mostra das mais de 450 composições referentes à Série Manuscritos Musicais dos Séculos XVIII-XIX da Seção de Música do Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo (ACMSP), que pertenceram ao antigo arquivo musical da Catedral, selecionadas e transcritas pela equipe responsável por sua organização e catalogação.

O acervo musical preservado no Arquivo da Cúria Metropolitana começou a ser constituido na Catedral de São Paulo em 1774, quando da chegada do compositor português André da Silva Gomes (1752- 1844), para exercer a função de mestre de capela. Até as primeiras décadas do séc. XIX, predominaram no arquivo as cópias do próprio A. S. Gomes e, em menor número, as dos músicos Floriano da Costa e Silva e Antonio Joaquim de Araújo, surgindo, como copistas predominantes, em meados deste século, os mestres de capela Antonio José de Almeida e Joaquim da Cunha Carvalho. A maioria das obras copiadas até essa fase filia-se, esteticamente, à música religiosa europeia da segunda metade do séc. XVIII e de inícios do séc. XIX, relacionada, sobretudo, ao repertório musical da Sé Patriarcal de Lisboa naquele periodo.

O jornal Correio Paulistano informava, em 01/10/1861, que o repertório da Catedral carecia de renovação e que lá ainda se ouviam músicas do tempo de D. José I (1750-1777) e de D. João VI (1792-1821), como as de André da Silva Gomes, Marcos Portugal (1762-1830) e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), considerando a única música progressista da cidade, naquele momento, a militar … Na segunda metade do séc. XIX, entretanto, o arquivo da Catedral foi ampliado, pela incorporação de uma grande quantidade de cópias feitas por músicos locais (a maioria delas por João Nepomuceno de Souza) ou então trazidas de outras regiões brasileiras e do exterior, a maioria ligada ao estilo operístico italiano do séc. XIX. Em 25/01/1864, na festa do padroeiro da cidade, os moços do coro da Catedral, membros da Sociedade Musical Paulistana e o organista Hermenegildo José de Jesus, regidos por Antonio José de Almeida e pelo então mestre de capela Joaquim da Cunha Carvalho, executaram obras sacras recém trazidas de Roma pelo Cônego Joaquim do Monte Carmelo.

É muito provável que, na transição do século XIX para o XX, grande parte desse arquivo ainda estivesse na Catedral de São Paulo. Parte dos manuscritos relacionados ao arquivo pode ter permanecido com músicos particulares. Cópias realizadas por músicos que atuaram nessa igreja, como André da Silva Gomes, Romualdo Freire Vasconcelos, Antonio José de Almeida, Floriano da Costa e Silva, por exemplo, foram preservadas no Arquivo Veríssimo Glória (músico que trabalhou em São Paulo no inicio do séc. XX), atualmente de propriedade do musicólogo Regis Duprat. Provavelmente pela perda de interesse da maior parte do repertório sacro dos séculos XVIII e XIX, decorrente da tendência de depuração do “funesto influxo que sobre a arte sacra exerce a arte profana e teatral“, regulamentada no Motu Proprio (1903) do Papa Pio X, as obras remanescentes do arquivo musical foram retiradas da Catedral em inícios do século XX. Recolhido na Cúria Metropolitana, então na Praça Clóvis Bevilacqua, lá permaneceu até sua transferência para o atual espaço no bairro do Ipiranga, inaugurado em 30/ 11/1984.

Furio Fransceschini (1880-1976), mestre de capela desde 1908, não conheceu integralmente o arquivo musical, nem na Catedral nem na Cúria. Entretanto, no concerto que organizou em homenagem ao centenario da morte de José Maurício Nunes Garcia em 16/12/1930, na Igreja de Santa Ifigênia (onde então funcionava a Sé, pois fora demolida a antiga Catedral), Franceschini incluiu no programa o hino Ave maris stella de André da Silva Gomes, para 4 vozes e órgão, cujo manuscrito autógrafo localizou no Arquivo da Cúria, em uma caixa com 17 composições, organizada entre 1929-30. Esta e outra caixa com 14 peças resultaram da iniciativa de Francisco de Salles Collet e Silva, primeiro diretor do Arquivo (1918-1934), de organizar o antigo arquivo musical da Catedral, dedicando-se apenas a algumas obras, provavelmente às que ainda encontrassem função nas concepções de música sacra estabelecidas no século XX.

Se Collet e Silva chegou a planejar uma organização para o acervo musical do Arquivo da Cúria, infelizmente não chegou a empreendê-la em sua totalidade: até a década de 60, receberam número de catálogo mais alguns manuscritos e cerca de 30 volumes de música litúrgica, impressos nos sécs. XIX e XX. Clóvis de Oliveira, que em 1946 escreveu a primeira monografia sobre André da Silva Gomes (publicada em 1954), não conhecia nenhum outro manuscrito com música desse mestre de capela no Arquivo da Cúria, além do citado Ave maris stella.

Foi somente no final da década de 50 que o musicólogo Francisco Curt Lange tomou conhecimento do importante material ali existente. Interessado no desenvolvimento das pesquisas em acervos musicais paulistas, Curt Lange estimulou Regis Duprat a iniciar em 1959, seus estudos no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo. Duprat começou sua pesquisa pioneira no Arquivo da Cúria em 1960, publicando um catálogo de obras, de André da Silva Gomes em seu livro Música na Sé de S.P. Colonial (São Paulo: Paulus, 1995).

Transferido para o Ipiranga em 1984, juntamente com a documentação referente ao Bispado de São Paulo, os manuscritos musicais ali chegaram sem qualquer organização, enquanto os livros litúrgicos se dispersaram da cota original. Por iniciativa do Chefe do Arquivo, Jair Mongelli Jr., entre 1987-88, os manuscritos foram empacotados em 16 volumes, sem ordem definida, assim permanecendo até maio de 1996, quando iniciamos sua organização. Nessa época, constituimos a Equipe de Organização e Catalogação da Seção de Música do ACMSP – formada pelos pesquisadores Paulo Castagna (coordenador), Fabio del’ Antonio Taveira, Fernando Pereira Binder, Ivan Chaves Nunes e pelo Maestro Vitor Gabriel – equipe que também trabalhou para a realização desta gravação.
(Paulo Castagna e Vitor Gabriel, extraído do encarte, 1998)

Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
Libera me (para a Absolvição e Inumação na Missa dos Mortos)
01. 1. Libera me
02. 2. Tremens factus
03. 3. Quando caeli – Dies illa
04. 4. Requiem
05. 5. Libera me
06. 6. Kyrie
07. 7. Requiescat

Pietro Terziani (Roma, 1765-1831)
08. Mihi autem nimis (Ofertório da Missa de Santo André Apóstolo)
José Alves (Portugal, sec. XVIII)
Dixit Dominus (Salmo 109)
09. 1. Dixit Dominus
10. 2. Donec ponam
11. 3. Juravit Dominus
12. 4. Tu es sacerdos
13. 5. Gloria Patri
14. 6. Sicut erat

José Gomes Veloso (Portugal, séc. XVIII)
Iste sanctus (Anfífona de Magnificat das Primeiras Vésperas de um Mártir, fora do Tempo Pascal)
15. 1. Dixit Dominus
16. 2. Et a verbis impiorum
17. 3. Fundatus enim

José Joaquim dos Santos (Portugal, c.1747-1801)
Lauda Sion (Sequência da Missa da Festa do Corpo de Deus)
18. 1. Lauda Sion Salvatorem
19. 2. Sub diversis speciebus
20. 3. Amen

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
Confitebor Tibi Domine (Salmo 110)
21. 1. Confitebor Tibi Domine
22. 2. Sanctum et terribile
23. 3. Intellectus bonus
24. 4. Gloria Patri
25. 5. Sicut erat

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
26. O vos omnes (Moteto para o depósito da Imagem do Senhor dos Passos)
Anônimo (Séc. XVIII)
Procissão do Enterro (Para Sexta-feira Santa)
27. 1. Heu! Heu!
28. 2. Pupilli facti sumus
29. 3. Cecidit corona
30. 4. Spiritus cordis
31. 5. Æstimatus sum
32. 6. Sepulto Domino
33. 7. In pace factus est
34. 8. In pace in idipsum
35. 9. Caro mea

Antônio José de Almeida (S. Paulo, 1816-1876)
36. Música para Verônica, na Procissão do Enterro de Sexta-feira Santa – O vos omnes
Antônio José de Almeida (S. Paulo, 1816-1876)
Ladainha de Nossa Senhora
37. 1. Kyrie eleison
38. 2. Pater de cælis
39. 3. Sancta Maria
40. 4. Sancta Virgo
41. 5. Mater divinæ
42. 6. Mater castissima
43. 7. Mater intemerata
44. 8. Regina angelorum
45. 9. Regina prophetarum
46. 10 Agnus Dei

Manuel José Gomes (SP, 1792-1868)
Ária para o Pregador
47. 1. Veni Creator Spiritus
48. 2. Amen

Música na Catedral de São Paulo – 1998
Brasilessentia Grupo Vocal, Vitor Gabriel, regente
Orquestra de Câmara da UNESP, Ayrton Pinto, diretor artístico
.
2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 609,3 MB | HQ Scans 17,8 MB |

BAIXE AQUI | DOWNLOAD HERE
320 kbps | 162,8 MB  | HQ Scans 17,8 MB |1,1 h
powered by iTunes 10.0

 

 

Boa audição!

sm7jmt

 

 

 

 

 

Avicenna

André da Silva Gomes (1752-1844) – Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra (Acervo PQPBach)

14cyvrdAndré da Silva Gomes – (1752 – 1844)
Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra
Vitor Gabriel, regente
Elisa Freixo, órgão

Com o apoio do Centro de Estudos e Pesquisa da Música Brasileira, da Sociedade Brasileira de Musicologia e do Selo Paulus, comemora-se, com este lançamento, o sesquicentenário da morte do compositor luso-brasileiro André da Silva Gomes (1752- 1844), mestre-de-capela da Sé de São Paulo durante 50 anos, a partir de 1774.

É tradição medieval da Europa católica o nomear mestre-de-capela para dirigir e compor a música nas igrejas catedrais ou matrizes, ao qual se atribuía ensinar a “solfa”, no linguajar da época, mantendo escola pública de música para a edificação da juventude. Essa tradição transferiu-se da Península Ibérica para a América e logo no primeiro século da colonização as povoações com maior densidade populacional já contavam com um mestre-de-capela nas igrejas principais. Esse profissional exercia suas funções por provisão do bispo ou da autoridade eclesiástica maior, geralmente por tempo de um ano, renovável a critério da mesma autoridade. No Brasil, a documentação referente à musica nos oferece indicações antigas sobre essa atividade, porém até hoje não se descobriram manuscritos musicais anteriores ao século XVIII.

A Matriz de São Paulo tornou-se Sé em 1745 com a criação do Bispado. Até aquela data subordinava-se ao Bispado do Rio de Janeiro que nomeava seus mestres-de-capela, mas as provisões incidiam sempre sobre músicos de São Paulo. Em 1774, com o terceiro bispo da cidade, Dom Manuel da Ressurreição, chega a São Paulo o mestre-de-capela André da Silva Gomes. Nascido em Lisboa, em 1752, e provido no cargo “pela ciência da música, no canto de órgão e contraponto”, como diz um documento da época. Confiou-se-lhe o cargo para que reorganizasse o coro e o serviço musical da Sé, dando-Ihe um nível compatível com o das outras catedrais do reino.

Suas composições multiplicam-se a partir de 1774. Por 50 anos exerceu as funções de mestre-de-capela em São Paulo, tanto na Sé como em diversas irmandades da cidade e nas festas reais patrocinadas pelo Senado da Câmara, especialmente nas festas do Corpus Christi, do Anjo Custódio do Reino, da Visitação de Santa Isabel e de São Sebastião. Dirigiu ainda a corporação musical do I Regimento de Infantaria de Milícias da capital, onde ascendeu a patente de Tenente-Coronel. Dele restaram-nos cerca de 130 obras musicais religiosas, muitas das quais já executadas em concertos, tanto no Brasil como no Exterior, e gravadas após restauração e transcrição moderna.

Quarto mestre-de-capela da Sé, André da Silva Gomes foi, também, Mestre Régio de Gramática Latina e integrou, como representante da Instrução Pública, o Governo Provisório estabelecido em São Paulo a 23 de julho de 1821 em consequência de um movimento liberal que instaurou em Portugal o sistema constitucional. Desse governo tambem fizeram parte os irmãos Andrada e Silva. Enquanto viveu, André da Silva Gomes foi a personalidade musical mais destacada em São Paulo, ombreando-se com seus contemporâneos no Brasil, como o padre José Maurício Nunes Garcia, Lobo de Mesquita, Luis Álvares Pinto, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto e tantos outros.

Por ocasião da proclamação da independência do Brasil, Dom Pedro I, adentrando a cidade de Sao Paulo com sua comitiva dirigiu-se à Sé onde foi cantado um Te Deum composto e regido por André da Silva Gomes. De suas composições hoje conhecidas e que localizamos em 1960, as primeiras datam de 1774, ano de sua chegada a São Paulo, e as últimas são de 1823. Dentre elas citamos 18 Missas, 38 Salmos, 14 ofertórios, 10 Matinas, 8 Motetos, 3 Te Deum, 10 Hinos,4 Sequências e 22 obras para a Semana Santa. Formou muitos discípulos, criou inúmeros filhos adotivos, aos quais tambem ensinou a arte da música, e escreveu uma Arte Explicada do Contraponto, tratado de 150 páginas manuscritas, recentemente localizado em São Paulo pelo pianista e compositor Amaral Vieira. André da Silva Gomes faleceu com 92 anos a 17 de junho de 1844 comemorando-se, neste ano de 1994, o sesquicentenário de sua morte.

(Régis Duprat, 1994, extraído do encarte)

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
01. Hino Crudelis Herodes
02. Antífona Pueri Hebraeroum
03. Ofertório Scapulis suis
04. Ofertório Confortamini
05. Ofertório Ad te livavi
06. 5 Motetos para Comunhão – 1. Ecce panis
07. 5 Motetos para Comunhão – 2. Sit laus plena
08. 5 Motetos para Comunhão – 3. Dies enim
09. 5 Motetos para Comunhão – 4. Quod in coema
10. 5 Motetos para Comunhão – 5. Bone Pastor
11. Salmo Laudate pueri (Salmo 112)
12. Salmo Beati omnes (Salmo 127)
13. Sequência Victimae Paschali Laudes
14. Sequência Veni Sancte Spiritus
15. Missa em Dó – 1. Kyrie eleison, Christe eleison, Kyrire Eleison
16. Missa em Dó – 2. Gloria (Et in terra pax (IV), Laudamos te (V), Gratias agimus tibi (VI), Domine Deus (VII), Qui tollis (VIII), Quoniam (IX), Cum Sancto Spiritu (X)

André da Silva Gomes – 1994
Brasilessentia Grupo Vocal e Orquestra
Vitor Gabriel, regente
Elisa Freixo, órgão
.
2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 243,5 MB | HQ Scans 132,0 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com excelente encarte)
MP3 320 kbps – 139,1 MB – 59,5 min
powered by iTunes 10.5.1

 

 

Boa audição!

musica nos dados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Missa de São Pedro de Alcântara / St. Peter of Alcântara Mass – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830) – Acervo PQPBach

160r6okMissa de São Pedro de Alcântara
Pe. José Maurício Nunes Garcia
1809

Coro de Câmera Pro-Arte
Regência: Carlos Alberto Figueiredo

Rosana Lanzelotte, órgão

MISSA DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA, obra composta em 1809 em homenagem a D. Pedro, futuro Imperador do Brasil. O manuscrito autógrafo encontra-se na Biblioteca da Escola de Música da UFRJ. É escrita para coro a 4 vozes e órgão e contém solos de grande virtuosidade. Há uma outra Missa de José Maurício, com a mesma denominação, composta em 1808.

CREDO EM Sl BEMOL, composto em 1808 para 4 vozes e órgão. A única cópia, de 1891, encontra-se no Arquivo do Cabido Metropolitano do Rio de Janeiro. A costumeira divisão, na época, do Ordinário da Missa em Missa (Kyrie e Gloria) e Credo (Patrem, Sanctus e Agnus Dei), faz com que muitas vezes apenas uma das partes do manuscrito seja encontrada, como é, aparentemente, o caso deste Credo.

CHRISTUS FACTUS EST, obra para Semana Santa. Composta em 1798 para coro a 4 vozes e órgão. A cópia de época, com anotações autógrafas, encontra-se na Biblioteca da Escola de Música da UFRJ.

IN MONTE OLIVETI, faz parte de um Ofício de Ramos composto para 4 vozes, violoncelo e contrabaixo. A única cópia, que se encontrava na lgreja de S.Pedro, no Rio de janeiro, está desaparecida, A peça é apresentada a capella nesta gravação. O tratamento da forma responsorial neste moteto é único dentro da obra conhecida do compositor.

SEPULTO DOMINO, moteto para Semana Santa composto para 4 vozes em data desconhecida. Está contido em 3 diferentes manuscritos: Escola de Música da UFRJ, Igreja de S. Pedro (desaparecido) e Coro de Rio Pardo (também desaparecido).

2j5xmhxST PETER OF ALCÂNTARA MASS, was composed in 1809, in honor of D. Pedro, future Emperor of Brazil. The autograph manuscript lays in the Library of the School of Music of the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ). It is written for SATB choir and organ and contains solo parts of great virtuosity. Another Mass of José Maurício, with the same name was composed in 1808.

CREDO IN B FLAT, was composed in 1808 for SATB choir and organ. The only copy, dated 1891, is kept in the archives of the Cathedral of Rio de Janeiro. Because of the customary separation, at that time, of the Mass Ordinary in Missa (Kyne and Gloria) and Credo (Patrem, Sanctus and Agnus Dei), very often the musical score also got split up, and sometimes lost, which is, apparently the case of the present Credo.

CHRISTUS FACTUS EST, was composed for the Holy Week of 1798 for SATB choir and organ. The extant copy, from this time, with autographs remarks, is kept at the Library of the School of Music of UFRJ.

IN MONTE OLIVETI, part of an Office for Palm Sunday composed for SATB choir, cello and bass. The only copy which was kept at Saint Peters Church, in Rio de Janeiro, is now lost. The piece is sang a cappella in this recording. The treatment of the responsonal form in this motet is unique in the known work by the composer.

SEPULTO DOMINO, motet for Holy Week, composed for SATB Choir, date unknown. It is part of 3 different manuscripts: School of Music of UFRJ, Saint Peters Church (lost) and Rio Pardo Choir (also lost).

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830)
01. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 1. Kyrie
02. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 2. Gloria
03. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 3. Domine Deus
04. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 4. Qui Tollis
05. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 5. Quoniam
06. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 6. Cum Santu Spiritu
07. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 7. Patrem
08. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 8. Et Incarnatus
09. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 9. Crucifixus
10. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 10. Et Resurrexit
11. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 11. Sanctus
12. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 12. Hosanna
13. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 13. Benedictus
14. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 14. Hosanna
15. Missa de São Pedro de Alcântara (1809) – 15. Agnus Dei
16. Credo em Si Bemol – 1. Patrem
17. Credo em Si Bemol – 2. Et Incarnatus
18. Credo em Si Bemol – 3. Crucifixus
19. Credo em Si Bemol – 4. Et Resurrexit
20. Credo em Si Bemol – 5. Et Vitam
21. Credo em Si Bemol – 6. Sanctus
22. Credo em Si Bemol – 7. Hosanna
23. Credo em Si Bemol – 8. Benedictus
24. Credo em Si Bemol – 9. Hosanna
25. Credo em Si Bemol – 10. Agnus Dei
26. Christus Factus Est
27. In Monte Olivetti
28. Sepulto Domino

Missa de São Pedro de Alcântara – 1998
Coro de Câmera Pro-Arte
Regência: Carlos Alberto Figueiredo
Carol McDavit, soprano
Katya Kazzaz, mezzo-soprano
José Paulo Bernardes, tenor
Inácio de Nonno, barítono
Rosana Lanzelotte, órgão

2jcbrls
.BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 277,7 MB | HQ Scans 4,4 MB |
powered by iTunes 10.7

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 166.8 MB – 1 hora
powered by iTunes 9.1

 

Conheça a vida e obra do Pe. José Maurício no excelente site aqui:

Boa audição!

maestro

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Ladainhas, Lamentos e Ladeiras: Mestres Mineiros – Madrigal Cantátimo & Orquestra de Câmara de Indaiatuba. (Acervo PQPBach)

dzgozdMadrigal Cantátimo
Orquestra de Câmara de Indaiatuba

Maestro Marcelo Antunes Martins

Com o patrocínio da Fundação do Banco do Brasil, o Maestro Marcelo Antunes Martins executou um trabalho dividido em 3 fases:

1. Pesquisa e digitalização de partituras sobre manuscritos dos séculos XVIII e XIX, que se encontram nos arquivos do Museu da Música de Mariana, MG, e que contou também com a colaboração de importantes musicólogos brasileiros, além de pesquisas realizadas em outros museus como o Lira Sanjoanense de São João Del-Rei, MG; Museu da Inconfidência de Ouro Preto, MG e Museu Carlos Gomes de Campinas, SP. O foco da pesquisa foi a produção musical dos grandes mestres mineiros durante o chamado Ciclo do Ouro. Essas partituras foram distribuidas gratuitamente para escolas, bibliotecas e grupos interessados nos estudos de música brasileira. Esta fase durou 9 anos.

2. Gravação do CD Ladainhas, Lamentos e Ladeiras: Mestres Mineiros – Interpretação do Madrigal Cantátimo e solistas convidados, acompanhados por uma orquestra de câmara formada com instrumentos da época (réplicas dos séculos XVIII e XIX), sob a direção do Maestro Marcelo Antunes Martins, em 1998. Foram distribuidos gratuitamente 10.000 exemplares pelo Brasil e posteriormente o Selo Eldorado assumiu a distribuição comercial do produto, o qual se encontra esgotado há anos.

3. Turnê realizada pelas principais capitais brasileiras e centros de observação de música antiga.

Anônimo (Séc. XVIII)
1. Tu qui legis in omni
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)

2. Magnificat
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746 – Rio de Janeiro, 1805)
3. Ave Regina Cælorum
4. Gradual o para Domingo da Ressurreição
5. Laudate pueri Dominum
6. Regina Cœli laetare
7. Ladainha dos solos
Anônimo (Séc. XVIII)
8. Improperium “Adoração da Cruz”
9. In pace in idpisum dormiam
10. Veni Creator
11. Veni Sancte Spiritus
12. Ave Maris Stella (participação especial: Banda Villa-Lobos)

Ladainhas, Lamentos e Ladeiras: Mestres Mineiros – Madrigal Cantátimo & Orquestra de Câmara de Indaiatuba, SP
Maestro Marcelo Antunes Martins
1998

CD gentilmente cedido pelo Maestro Marcelo Antunes Martins. Não tem preço !!!

2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 136,5 MB – 53,6 min
powered by iTunes 8.2

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MAX RIP | FLAC 244,3 MB | HQ Scans 5,8 MB |

 

 

Boa audição!

silent night

 

 

 

Avicenna

Masterpieces of Portuguese Polyphony: Frei Manuel Cardoso & João Lourenço Rebelo & Dom Pedro de Cristo & Aires Fernández

Captura de Tela 2017-07-07 às 01.06.41Masterpieces of Portuguese Polyphony
The Choir of Westminster Cathedral

Até bem recentemente a música da Renascença Portuguesa jazia em quase completa obscuridade. Alguns compositores que haviam tido a sorte de ver suas obras publicadas em vida – caso de Manuel Cardoso, Duarte Lôbo e Filipe de Magalhães – já começaram a receber o reconhecimento que merecem, mas o mesmo não se aplica ao vasto corpus de música que permanece preservada apenas em manuscritos.

A maior coleção de tais manuscritos é de longe a que tem origem no mosteiro agostiniano da Santa Cruz, em Coimbra (Norte de Portugal). Esse mosteiro, casa materna da congregação agostiniana em Portugal, era um centro educacional e cultural de primeira categoria, com uma vida musical exuberante.

Mais importante dos compositores que trabalharam em Santa Cruz, Pedro de Cristo nasceu em Coimbra por volta de 1550 e tomou votos no mosteiro em 1571. Aí chegou ao posto de mestre de capela (isto é, de diretor do coro polifônico) na década de 1590. Dom Pedro também passou pelo menos dois períodos em Lisboa, como mestre de capela do Mosteiro de São Vicente. Um obituário que situa sua morte em 1618 menciona sua habilidade tanto como instrumentista quanto como compositor, e observa que seu talento musical o tornou requisitado por muitas das casas da congregação agostiniana.

As obras sacras de Pedro de Cristo – que passam de duzentas – dominam os manuscritos de Santa Cruz da década de 1580 à de 1620, sendo diversos deles da mão do próprio compositor. Muitos dos textos musicados refletem ênfases devocionais próprias de Santa Cruz. Um exemplo claro é o moteto Sanctissimi quinque martires, celebrando os “cinco mártires de Marrocos” – franciscanos que morreram em 1220 pregando aos muçulmanos ocidentais, cujas relíquias eram preservadas em Santa Cruz. Se essa peça apresenta de modo geral uma técnica contrapontística convencional, com frequência Dom Pedro empregava um estilo ritmicamente animado e de concepção mais vertical [em que as diferentes vozes se movem “nota contra nota”, prefigurando os conceitos mais tardios de “acorde” e “harmonia”] – o que se vê com especial clareza em suas musicalizações dos responsórios para as Matinas do Dia de Natal, bem como em obras para dois coros como o Magnificat no oitavo tom [faixa 15 nesta gravação] e a Ave Maria [faixa 14]. Nos responsórios de Natal cada unidade de sentido do texto é arranjada separadamente, com atenção meticulosa à acentuação correta, produzindo uma forma vívida de retórica musical.

Entre os outros compositores portugueses cujas obras estão preservadas nos manuscritos de Santa Cruz, um dos melhores é Airez Fernandez. Infelizmente ainda não se sabe nada de certo sobre a sua vida (embora seja provável que tenha atuado em Coimbra, possivelmente na Catedral), e não são muitas as obras atribuídas a ele que chegaram a nós. Sua musicalização da antífona mariana Alma redemptoris mater demonstra sua habilidade de produzir frases de maravilhosamente torneadas dentro de uma textura bem simples, sendo uma realização ainda maior pelo fato de que a voz do tenor segue quase estritamente a melodia gregoriana dessa antífona.
Owen Rees © 1991 Editions of the works by Pedro de Cristo and Aires Fernandez were made by Owen Rees.

Frei Manuel Cardoso nasceu em Fronteira, parte da diocese de Évora, em 1566 (embora antes se pensasse que em 1570). Fez votos de monge em Lisboa em 5 de julho de 1589. Segundo o Padre Manuel de Sá, foi “mandado a Évora para estudar gramática e a arte da música assim que teve idade para isso”, o que se julgou que fosse o caso aos nove anos, em 1575. Cardoso foi aluno aí dos padres Cosme Delgado e Manuel Mendes.

No decurso de sua carreira Cardoso viria a desfrutar do favor da Casa Real espanhola. Seu livro de missas sobre o tema Ab initio, de 1631, foi dedicado a Felipe IV. Esteve também ligado à família Bragança durante o tempo em que esteve no Convento Carmelita em Lisboa, e é provável que o futuro rei Dom João IV tenha sido seu aluno e patrono. Cardoso desfrutou de grande estima ao longo de sua vida tanto por sua vida piedosa quando por seus dons musicais excepcionais; foi frequentemente mencionado por seus contemporâneos de renome, tanto do campo musical quanto do literário, e era querido e respeitado por todos quando morreu em 1650.

Sobrevivem cinco coleções publicadas de obras de Cardoso: três livros de missas e dois volumes contendo Magnificats e motetos – porém dois dos motetos gravados aqui (Sitivit anima mea [faixa 2] e Non mortui [faixa 1]) foram publicados na verdade em uma das coleções de missas: a de 1625, que contém a Missa pro Defunctis. Os dois têm textos associados a ritos funerários. As outras obras gravadas procedem do volume de 1648, que foi a última publicação de Cardoso.

É característico de todas essas peças a combinação da escrita contrapontística ao modo de Palestrina (inclusive, as missas paródicas contidas no volume de 1625 de Cardoso são todas baseadas em Palestrina) com um modo muito pessoal de conduzir a harmonia. Os abundantes intervalos aumentados,  entradas e progressões inesperadas e falsas relações, embora não exclusivos de Cardoso, são certamente mais evidentes na sua obra que na dos seus contemporâneos em Portugal, como Duarte Lôbo. Cardoso também escreveu música policoral – o que seria um meio mais óbvio para a aplicação de tais caracteríticas “barrocas” – mas essa foi toda perdida no terremoto de 1755, em Lisboa.

É a combinação dessas características com seu excelente conhecimento do contraponto palestriniano clássico que dá à música de Cardoso o seu caráter individual. Nos autem gloriae [faixa 5] ilustra bem o prodimento típico nesses motetos, que começam com um processo de imitação conscienciosamente elaborado (frequentemente a partir de três pontos, sendo a segunda entrada uma inversão da primeira), e então prosseguem de uma mandeira menos rigorosa, porém sempre com o máximo respeito na adaptação musical da palavra. No moteto Mulier quae erat [faixa 3] as inflexões cromáticas da elaboração imitativa inicial são tais, que não parece haver nenhuma tonalidade específica até que todas as entradas tenham acontecido e, por assim dizer, confirmado sua tonalidade uma com a outra.

Curiosamente, tais torções cromáticas não contradizem a serenidade transmitida por grande parte da música de Cardoso, trate-se de motetos ou de missas – e isso, poder-se-ia sentir, é de fato uma característica do barroco.

Além da Missa pro Defunctis, o exemplo mais resplandescente dessa “serenidade cromática” é provavelmente a que se encontra nas Lamentações. As destinadas à Quinta-Feira Santa [faixas 6 a 9] estão repletas de todas essas características encontradas nos motetos, e no entanto Cardoso nunca peca com algum exagero impróprio. A adequação litúrgica é respeitada sempre.

João Lourenço Rebelo nasceu em Caminha, na província do Minho, no Norte de Portugal, em 1610, 44 anos depois de Manuel Cardoso, embora tenha morrido apenas 11 anos depois deste. São desconhecidas as razões de haver mudado seu nome, pois era irmão de Marcos Soares Pereira, capelão-cantor na capela ducal [dos Bragança] em Vila Viçosa, o qual, quando aceitou tal nomeação, levou Rebelo consigo para que lá recebesse instrução musical. O patrocínio ducal (que mais tarde se tornou real) foi um elemento fundamental na vida de Rebelo, e ao que parece o próprio Dom João IV teria escrito dois motetos a seis vozes para completar uma das publicações de Rebelo (motetos dos quais resta somente a parte de uma das vozes).

A maior parte da música de Rebelo foi publicada em 1657, um ano depois da morte do seu patrono real, que deixou em seu testamento a ordem de que fosse impressa. Essa edição contém catorze musicalizações de Salmos (sendo duas séries de sete, cada texto musicado duas vezes), quatro Magnificats, música para as Completas [última das horas canônicas], duas Lamentações e um Miserere. O estilo policoral [então] moderno dessas obras fazem de Rebelo uma figura de considerável significação na história da música portuguesa. Há também um pequeno grupo de obras não publicadas para grupos menores, entre as quais se encontra o Panis angelicum [faixa 10].

Embora não possa ser descrita como policoral, Panis angelicum ilustra bem a música de Rebelo quanto a outros aspectos, ao usar um estilo melódico distintivo, às vezes fragmentário, com trechos de escrita homofônica ou perto disso. Talvez possamos ver aqui os últimos limites a que poderia chegar uma combinação de uma escrita contrapontística conduzida de modo genuíno com elementos de estilos mais novos. Nesse sentido, pode bem figurar como um emblema de Portugal nesse período, situado no último limite do continente e recebendo aí os ventos de mudança dos outros lugares da Europa da época.

Ivan Moody © 1991 Editions of the works by Cardoso (except the Lamentations) were made by Ivan Moody. The Rebelo piece was edited by Fr José Augusto Alegria and is published by Vanderbeek & Imrie Ltd, 15 Marvig, Lochs, Isle of Lewis, Scotland HS2 9QP

(Extraído do encarte. Traduzido do inglês pelo Prof. Ralf Rickli <[email protected]> especialmente para esta postagem. Obrigado!)

Masterpieces of Portuguese Polyphony: The Choir of Westminster Cathedral
Frei Manuel Cardoso (Portugal, 1566-1650)
01. Non mortui
02. Sitivit anima mea
03. Mulier quae erat
04. Tulerunt lapides
05. Nos autem gloriari
Lamentations for Maundy Thursday ‘Feria quinta in Coena Domini’
06. – Responsory 1: In monte Oliveti oravit ad Patrem
07. – Lectio 2: Vau. Et egressus est a filia Sion omnis decor eius
08. – Responsory 2: Tristis est anima mea
09. – Lectio 3: Jod. Manum suam misit hostis ad omnia desiderabilia eius

João Lourenço Rebelo (Portugal, 1610-1661)
10. Panis angelicus
Dom Pedro de Cristo (Coimbra, c1550-1618)
11. Hodie nobis de caelo
12. O magnum mysterium
13. Beata viscera Mariae
14. Ave Maria
15. Magnificat
16. Sanctissimi quinque martires

Aires Fernández (fl.c.1590/1600 )
17. Alma redemptoris mater

2lxgrqgMasterpieces of Portuguese Polyphony: The Choir of Westminster Cathedral
Director: James O’Donnell
Iain Somcock, organ
Celia Harper, harp
Sally Jackson, dulcian (11 – 15)
Recorded in Westminster Cathedral on 13, 14, 20, 21 June 1991

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 161,8 MB – 1,1 h
powered by iTunes 12.1.0

 

 

Boa audição.

Avicenna

Masterpieces of Portuguese Polyphony: Duarte Lôbo & Filipe de Magalhães

n4fq84Masterpieces of Portuguese Polyphony
The William Byrd Choir

Há certa ironia no fato de que a música portuguesa tenha tido sua melhor fase justamente nos anos da dominação espanhola (1580 a 1640). No entanto, apesar de Felipe II da Espanha ter patrocinado generosamente os músicos de seu novo domínio, foi a família ducal dos Bragança – o Cardeal Henrique e sobretudo o duque João, que seria o rei Dom João IV depois da restauração – quem mais encorajou os mestres músicos que são a glória da música sacra portuguesa na primeira metade do século 17.

Duarte Lôbo, Filipe de Magalhães, o frade carmelita Manuel Cardoso, Lopes Morago, Brito, Francisco Martins e o monge Pedro de Cristo foram a figuras mais representativas nesse período que se inicia quando Palestrina vivia seus últimos dias e termina algum tempo depois da morte de Monteverdi.

Seu estilo é fortemente conservador, sendo um genuíno desenvolvimento direto daquilo que chamamos hoje de “polifonia renascentista”; levaram adiante a tradição de Morales, de Palestrina, de Guerrero (muito querido pelos compositores portugueses posteriores) e de [Tomás Luis de] Victoria. Seus contemporâneos espanhóis são Vivanco, López de Velasco, Carlos Patiño, entre outros. Foi somente mais tarde, em meados do século 17, que João Lourenço Rebelo, Pedro Vaz Rego e Diogo Dias Melgás “alncançaram” as gerações “barrocas” espanholas que se iniciam com Mateo Romero e com Cererols, e chegam até José de Torres y Martínez Bravo e a Francisco Valls.

O repertório de um coro de catedral portuguesa na década de 1630 é tipificado pelo inventário de 1635 encontrado em Coimbra. Ele enumera livros de motetos e de missas de Victoria, missas e magnificats de Duarte Lôbo e de Magalhães, e missas de Cardoso. Os espanhóis se encontram representados aí por livros de missas de Alonso Lobo, Juan Esquivel e dos mestres mais antigos Morales e Guerrero. Também se encontravam os livros de música para Vésperas publicados por Navarro e Esquivel, junto com música de Philippe Rogier, nascido nos Países Baixos e mestre da Capilla Flamenca em Madri.

Quer dizer: um repertório fortemente ibérico. De fora, nem mesmo Palestrina está incluído, embora sua música fosse bem conhecida e usada desde há muito na Espanha e em Portugal.

DUARTE LÔBO (que não deve ser confundido com o espanhol Alonso Lobo, e também conhecido pela forma latinizada Eduardus Lupus) foi o compositor português mais conhecido em sua época; suas obras eram bastante executadas em seu próprio país e nos Países Baixos espanhóis, bem como no México e Guatemala. Nasceu em 1565 ou 67, e morreu em 1646. Lôbo estudou com Manuel Mendes no famoso Colégio da Claustra de Évora, cidade em que também foi cantor e por um breve período diretor do coro da catedral. Mudou-se para Lisboa para encarregar-se da música no Hospital Real, e em 1594 se tornou mestre de capela na catedral dessa capital, onde também lecionou no Colégio da Claustra, mantendo esses vários cargos, respeitadíssimo, até a sua aposentadoria, quando passou a dirigir a música no Seminário de São Bartolomeu até sua morte.

As obras de Lôbo que sobreviveram incluem suas edições de textos e de cantochão para o Ofício dos Mortos (Lisboa, 1603) e o Processional de Lisboa (1607), e sua aprovação aparece em diversas publicações de métodos de cantochão e num Passionário (coleção de cantos para a Semana Santa) de 1595. Suas próprias composições, além disso, foram belamente impressas – na verdade até suntuosamente – pela firma Plantin de Antuérpia.

Os dezesseis arranjos de Lôbo para o Magnificat foram publicados em 1605. São concisos e breves, e portanto totalmente adequados para os serviços regulares das Vésperas. Em 1621 e 1639 vieram à luz os livros de missas. Estas vão de curtas e simples até obras elaboradas e imponentes para cinco, seix e oito vozes. Os dois missais se encerram com uma Missa pro Defunctis e alguns motetos fúnebres. As missas são treze, sem contar os arranjos do Requiem.

A Missa de Requiem de 1621 é a oito vozes, a de 1639 é a seis, tendo esta uma característica incomum na época que é a alternância de cantochão e polifonia no Dies Irae. A de 1621 não é para dois coros separados, embora ocorram momentos antifonais entre os dois grupos. As vozes são duas de soprano, duas de contralto, duas de tenor e duas de baixo. A edição de 1621 incluir as entoações, incipits e versos  em cantochão, e com isso se pode ver que a polifonia é estreitamente relacionada às antigas melodias dos cantos, que são citadas ou parafraseadas com frequência.

Em momentos breves porém frequentes, Lobo raleia sua textura de oito vozes; sua harmonia é bem simples porém muito firme, com linhas de baixo direcionadas com decisão. O efeito geral termina sendo de homofonia, mas encontramos uma abordagem contrapontística bastante viva no gradual e no ofertório. No verso ‘In memoria’ do gradual encontramos um trio livremente fluente, mas no restante são empregadas todas as oito vozes. Os movimentos inicial e final são extremamente simples: temos aí o tipo de música que parece nada quando vista no papel, mas quando executada mostra grande dignidade e atmosfera. A música é exatamente o que Lôbo, sacerdote e compositor por profissão, pretendia que fosse: totalmente adequada à Missa de Réquiem – os solenes ritos funerais ou memoriais da Igreja Católica.

A maior parte da edições da Missa de Réquiem nos séculos 16 e 17 traziam em anexo um ou mais motetos apropriados para funerais, e nesse sentido esta gravação traz Audivi vocem de caelo, uma obra a seis vozes que conclui o Liber Missarum de Lôbo publicado em 1621.

FILIPE DE MAGALHÃES, como seu contemporâneo Lôbo, foi aluno e corista em Évora, tendo cantado no coro da catedral e no Colégio da Claustra. Aí Magalhães se tornou o aluno predileto de Manuel Mendes, e em 1605 herdou toda a coleção musical de seu antigo professor. Tendo se mudado para Lisboa para ser cantor na Capela Real, tornou-se seu mestre de capela em 1623. Aposentou-se em 1641, um ano depois da Restauração em que o Duque João de Bragança tornou-se rei. Muitas de suas obras devem ter sido perdidas no grande terremoto de 1755; sabemos de diversas delas, inclusive uma missa a oito vozes, pelos catálogos da grande biblioteca musical de Dom João IV.

Ao contrário de Duarte Lôbo, Magalhães teve dois volumes de sua música impressos em Lisboa, e não em Antuérpia. A qualidade dos tipos e da impressão são pobres em comparação com os livros de Lôbo editados por Plantin, mas a música em si apresenta a alta qualidade e expressividade que levaram alguns escritores modernos a aclamar Magalhães como o maior dos compositores de Portugal.

Em 1636 Magalhães publicou seu volume de Magnificats, e seu Missarum Liber também vem claramente datado de 1636 na página de rosto. São esses dois livros que contêm a maior parte da música de Magalhães que chegou até nós. Encontramos aí sete missas para quatro ou cinco vozes, algumas das quais com um elaborado segundo arranjo do Agnus Dei. Curiosamente, as palavras finais dona nobis pacem [‘dá-nos a paz’] nunca aparecem nessas obras, mesmo quando existe um tal segundo Agnus Dei.

Por outro lado, todas as missas possuem dois movimentos claramente separados para o Christe Eleison, no que são similares a todas as outras missas compostas em Portugal nesse período. Não é nem um pouco claro se isso indica a possibilidade de alternância com cantochão, inclusive porque lá onde isso seria mais provável – no Réquiem baseado em cantochão – somos pegos de surpresa por apenas um Christe.

Sua Missa pro Defunctis gravada aqui é para seis vozes e é seguida pelo altamente expressivo moteto a seis vozes ‘Comissa mea pavesco’ que conclui o volume [presente também no CD Masters of the Royal Chapel, postado em 28/06].

O Ordinário da Missa executada nesta gravação é uma continuação típica da tradição de Palestrina e de Victoria, do final do século 16. A Missa Dilectus Meus foi baseada em um moteto ainda não encontrado. Está escrita para coro a cinco vozes, o soprano dividido (SSATB). Essa divisão de vozes é usada completa a maior parte do tempo, mas no Crucifixus do Credo é reduzida a SSAT, e no Benedictus a SAT [ambos sem baixo]. O Hosanna é em compasso ternário.

O segundo Agnus Dei [ver acima] é escrito para seis vozes, agora com divisão também nos altos [SSAATB]. A voz do tenor segue a parte do primeiro soprano em um cânon à oitava estrito. A música flui em um estilo polifônico sereno e efetivo, um belo exemplo do conservador stile antico praticado em Portugal.

A gravação se conclui com o moteto fúnebre Comissa mea pavesco, uma obra magistral, de uma escrita confiante, segura na sua sucessão de temas elaborados sem pressa, com um espírito penitencial tocante porém cheio de dignidade.

(Bruno Turner, 1986 – extraído do encarte. Traduzido do inglês e do alemão pelo Prof. Ralf Rickli <[email protected]> especialmente para esta postagem. Não tem preço!!)

Masterpieces of Portuguese Polyphony: The William Byrd Choir
Duarte Lôbo (Portugal, c1565-1646; Latinized as Eduardus Lupus)
01. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 1: Introitus. Requiem aeternam
02. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 2: Kyrie
03. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 3: Graduale. Requiem aeternam
04. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 4: Offertorium. Domine, Jesu Christe
05. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 5: Sanctus
06. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 6: Agnus Dei
07. Missa Pro defunctis ‘Requiem’ – Movement 7: Communio. Lux aeterna
08. Audivi vocem de caelo

Filipe de Magalhães (Portugal, c1571-1652)
09. Missa Dilectus meus – Movement 1: Kyrie
10. Missa Dilectus meus – Movement 2: Gloria
11. Missa Dilectus meus – Movement 3: Credo
12. Missa Dilectus meus – Movement 4: Sanctus
13. Missa Dilectus meus – Movement 5: Benedictus
14. Missa Dilectus meus – Movement 6: Agnus Dei
15. Commissa mea pavesco

Masterpieces of Portuguese Polyphony: The William Byrd Choir – 2005
The William Byrd Choir
Director: Gavin Turner

Recorded in All Hallows, Gospel Oak, London, on 2 & 4 June 1986

Uma gravação patrocinada pela The Calouste Gulbenkian Foundation em comemoração ao 600º aniversário do Tratado de Windsor, entre Inglaterra e Portugal.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 139,5 MB – 59 min
powered by iTunes 12.1.0

Boa audição.

canguru

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Sinfonieta dos Devotos de Nossa Senhora dos Prazeres – Os Mestres Mulatos (Acervo PQPBach)

w0oy0yOs mestres mulatos

Sinfonieta dos Devotos de Nossa Senhora dos Prazeres

Maestro Marcelo Martins

 

 

16hkf43

 

 

 

 

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
01. Te Deum Laudamus (1760) – Tibis Omnes
Pe. Caetano de Mello Jesus (Bahia?)
02. Recitativo e Ária (1759) – Ária
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
03. Tercis (1783) – Difusa est Gratia
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/200674776″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]
04. Gradual: Fuga do Egito – Angelus Domini
Joaquim de Paula Sousa “Bonsucesso” (Prados, c. 1760 – idem, c. 1820)
05. Antífona de São Joaquim – Laudemus Virum
Pe. João de Deus Castro Lobo (Vila Rica, 1794 – Mariana, 1832)
06. Salve Sancte Pater
Anônimo (Serro, MG, Séc. XIX)
07. Jam Sol
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
08. Domini Jesu – Coral
Anônimo (modinhas imperiais coligidas por Mário de Andrade)
09. Escuta formosa …
10. Hei de amar-te até morrer
11. Lundum …

Xisto Bahia (1841 – 1894)
12. Lundu
Tradição oral, Paratí, RJ
13. Porto das Almas
Tradição oral, litoral norte, SP
14. Bendito
Antonio Carlos Gomes (1836-1906)
15. Cayumba – Dança de Negros

Você pode entrar no website da Sinfonieta e baixar suas gravações, saber dos seus projetos, programações. “Entre e fique à vontade, que a música é sua.”

Nossos agradecimentos ao Musicólogo e Maestro Marcelo Martins por nos ter cedido este CD. Não tem preço!!!

Os Mestres Mulatos – 2007
Sinfonieta dos Devotos de Nossa Senhora dos Prazeres
Direção musical e Regente: Marcelo Antunes Martins

2jcbrls
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 227,3 MB | HQ Scans | 41,7 min
powered by iTunes 12.1.0

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps | 89,2 MB | HQ Scans | 41,7 min
powered by iTunes 12.1.0

.

Boa audição.

pia entupida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

.: Interlúdio :. Best Audiophile Voices

99ja79Best Audiophile Voices

Jazz

Desde a sua introdução em 2003, a coleção de 6 CDs “Best Audiophile Voices” tem consistentemente contado com algumas das mais elegantes gravações vocais femininas de jazz dos últimos anos. Produto mais vendido da Top2 Music, passou a ser sinônimo de melodias memoráveis, vocais de qualidade, arranjos suaves e gravações superiores.

Muitas intérpretes aqui listadas não são tão conhecidas do grande mundo fonográfico pois gostam mais de se apresentar em casas noturnas do restrito Circuito Elizabeth Arden.

Preparei as que mais gosto para esta postagem. Espero que também apreciem.

Palhinha: ouçam: 13 Both Sides Now (Jeanette Lindstrom & Steve Dobrogosz, autor, ao piano)

01  It Wouldn’t Have Made a Difference (Alison Krauss)
02  When I Dream (Carol Kidd)
03  What a Wonderful World (Eva Cassidy)
04  Over the Rainbow (Jane Monheit)
05  Perhaps Love (Jheena Lodwick)
06  Dave True Story (Kelly Flint)
07  Better be Home Soon (Andrea Zonn)
08  When I Fall in love (Claire Martin)
09  Fly Away (Corrinne May)
10  Desperado (Emi Fujita)
11  In a Sentimental Mood (Jacqui Dankworth)
12  I Left My Heart in San Francisco (Jean Frye Sidwell)
13  Both Sides Now (Jeanette Lindstrom & Steve Dobrogosz, autor, ao piano)
14  My Foolish Heart (Salena Jones)
15  Someone to Watch Over Me (Susannah McCorkle)
16  Cry Me a River (Tania Maria)
17  Fields of Gold (Emi Fujita)
18  Secret Love (Janet Seidel)
19  We’ve Only Just Begun (Salena Jones)
20  Vincent (Starry night) (Sara K)
21  For All We Know (Hayati Kafe)
22  Lady Jane (Jane Duboc)
23  If (Marianna Leporace)
24  You Don’t Bring Me Flowers (Salena Jones)
25  Get me through December (Alison Krauss & Natalie Mac Master)
26  Blame it on my youth (Emilie-Claire Barlow)
27  Bridge over troubled water (Eva Cassidy)
28  You belong to me (Janet Seidel)
29  500 miles (Noon)
30  Smoke gets in your eyes / All the things you are (Roberta Gambarini)
31  I don’t want to miss a thing (Salena Jones)
32  You’ve got a friend (Stacey Kent)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 317,0 MB – 2 h 30 min
power by iTunes 12.1.0

Boa audição.

behind bars

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Alma Latina: La música de la Catedral de Oaxaca, México vol I: El Cancionero Musical de Gaspar Fernandes

a2pt37La música de la Catedral de Oaxaca, México
vol I: El Cancionero Musical de Gaspar Fernandes

Gaspar Fernandes, cantor na catedral de Évora, Portugal, foi contratado em 16 de julho de 1599 como organista da Catedral de Santiago da Guatemala. Em 1606, Fernandes foi abordado por dignitários da catedral de Puebla de los Ángeles, Nova Espanha (México nos dias de hoje), convidando-o como sucessor do falecido seu amigo Pedro Bermúdez como mestre capela. Ele deixou Santiago de Guatemala, em 12 julho de 1606, e iniciou seu mandato em Puebla, em 15 de Setembro. Aí permaneceu até à sua morte em 1629.

4oxll

 

La música de la Catedral de Oaxaca, México vol I: El Cancionero Musical de Gaspar Fernandes – 2003

Capilla Virreinal de la Nueva España
Aurelio Tello, director

CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 262,6 MB | HQ Scans 21,5 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 185,5 MB – 49,3 min
powered by iTunes 10.6.3

Boa audição.

images

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Alma Latina: La música de la Catedral de Oaxaca, México vol II: Manuel de Sumaya

34gpkwjLa música de la Catedral de Oaxaca, México
vol II: Manuel de Sumaya

Organista, compositor e diretor do coro, foi maestro de capela da Catedral do México desde 1715, em substituição a Antonio de Salazar, sendo um dos primeiros criollos (*) a ocupar este posto. Em 1738 passou a ocupar o magistério da capela musical da Catedral de Oaxaca, acompanhando o Bispo Tomás Montaño, com quem havia desenvolvido grande amizade e contra os enérgicos e continuados protestos do Cabildo da Catedral do México, que pedía que ficasse. Ali residiu até o seu falecimento em 21 de dezembro de 1755.

(*) Na América espanhola, criollo, em geral, designa uma pessoa descendente de europeus que tenha nascido na América. Os filhos dos grandes aristocratas europeus – em especial espanhóis – que tinham filhos nascidos em terras americanas, chamavam a seus filhos de criollo. O termo era então usado como sinônimo para todo aquele que nascesse fora de seu país de origem. Atualmente o termo apresenta várias nuances desse significado original dependendo de cada país ou região da América espanhola. Por exemplo, na Argentina, o termo é utilizado geralmente para referir-se aos descendentes dos antigos colonizadores espanhóis que vivem no interior do país, mas não aos descendentes dos imigrantes mais recentes, mesmo que descendentes de espanhóis. (Wikipedia)

w9blat

La música de la Catedral de Oaxaca, México vol II: Manuel de Sumaya – 2003
Capilla Virreinal de la Nueva España
Aurelio Tello, director

Outro CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 79,9 MB – 34,4 min
powered by iTunes 12.1.0

Boa audição.

30rrv2h

 

 

 

 

 

Avicenna

The Tallis Scholars Sing Iberian Requiems

nw08z5Having recorded the Victoria, it seemed logical for us to continue with the best of the Portuguese settings, which eventually led us to make discs of the Cardoso Requiem and the six-voice version by Duarte Lôbo.

Iberian Requiems

Settings of the Requiem Mass are among the most frequent requests for concert music. This may seem unlikely, given the subject matter, but in fact it is just that subject matter which makes them so compelling. There is a drama inherent in the text which never fails to move audiences, having, in the first place, brought out the best in the composer. It is not a modern kind of drama such as we are used to seeing in the cinema or on television, but rather of the opposite: of the light which is shining on the deceased (whose body would have been present in the original performances), of the immediacy of heaven, of the peace which death will bring. Put in words this may sound a bit far-fetched, but from the split second that the opening ‘Requiem aeternam’ chant is heard, every listener is inevitably transported. It is a classic instance of the power of music over every other art-form to communicate without reserve.

This drama gradually moves through different stages as the music proceeds. The essential mood is the one of the opening – long-held chords inviting the contemplation of eternal rest. This is the Requiem’s alternative to the atmosphere of desperation, noise and betrayal which underpins so many television thrillers. It returns at regular intervals – in the Gradual, the Sanctus and Agnus Dei, through the promise of perpetual light in the Communion – but is interrupted in the Offertory and the Responsory by the thought of what will happen if Christ does not deliver the departed soul from the pains of hell. In every setting the ‘essential mood’ becomes unbearably intensified in these passages, though the musical style may not change very much. One recoils from the ‘poenis inferni’ (the ‘pains of hell’), the ‘ore leonis’ (the ‘lion’s mouth’), the ‘dies irae, calamitatis et miseriae’ (the ‘day of wrath, calamity and woe’). Indeed the Responsory represents a mini-drama within the whole, piling agony on agony as the pace of the music quickens by alternating brief chant passages with abbreviated polyphony. But in both the Offertory and the Responsory calm is restored by the idea of light: ‘let Saint Michael bring them forth into Thy holy light’ in the Offertory, and ‘lux perpetua’ (‘light perpetual’) in the Responsory.

The main reason why Victoria’s six-voice Requiem is one of the greatest masterpieces of the entire renaissance period is that this mood perfectly summed up the composer’s view of life and death. There was no better text for a committed Catholic priest to set. In doing so Victoria created a sound-world which, although it was not original, gained a dimension not imagined before. In fact the Requiem (or Missa pro defunctis) had long been a favourite text of Iberian composers, from the late fifteenth-century setting of Pedro de Escobar onwards. This continued through the sixteenth century with, in particular, two versions by Morales, through to the High Renaissance and the setting by Guerrero amongst others. By the early years of the various ways to take up the possibilities inherent in the Victoria. There remain quite a few more, in particular the six-voice setting by Felipe de Magalhães and the eight-voice of Lôbo. This set represents the first time the fruits of this mini-project have been made available together.

nd7pn9The Tallis Scholars Sing Iberian Requiems

Victoria wrote his Requiem for the funeral in 1603 of the Dowager Empress Maria, daughter of Charles V, wife of Maximilian II, mother of two emperors and sister of Philip II of Spain. For some years Victoria had been her chaplain. The music was published in 1605 in a print which contained nothing other than the movements associated with the funeral service, though some of these were extra to the normal sequence. In particular Victoria included the four-voice Taedet animam meam and the six-voice Versa est in luctum, though no one is entirely sure when these would have been sung. We omit the Taedet here not least because its style is very different from that of the Requiem proper, but include the Versa est in luctum as a postlude.

It is the six-voice texture (SSATTB) of the Victoria, used in long sustained chords which hide a plainchant melody in one of the soprano parts, that sets the scene for the Evora compositions. Both the Cardoso and the Lôbo apparently begin as carbon copies of the Victoria, the music expanding from the plainchant ‘requiem aeternam’ as it were from a single point with infinite spaciousness. In fact the musical language of these Portuguese writers is not entirely derivative. The Cardoso in particular stakes out its own harmonic territory in that first phrase, making towards an augmented chord which suggests a date of composition well after Victoria’s time. It was this chord which so struck listeners when the original disc of this music was released by Gimell in 1990, establishing Cardoso (c.1566–1650) for the first time as a major figure of the period. This Requiem was published in 1625, but it is not known for whose obsequies it was written. The Requiem proper follows Victoria in being scored for six voices (SSAATB in this case); the concluding Responsory Libera me however reduces to four (SATB).

350j96aDuarte Lôbo (c.1565–1646) was an exact contemporary of Cardoso, who must therefore have been a close colleague in both Evora and Lisbon. His penchant was for full sonority, as shown in both of his Requiem settings: the eight-voice (not recorded here) technically follows the trendy double choir baroque format of the time, but in fact proceeds for much of its length in eight-part counterpoint. His six-voice Requiem is apparently a later work – published in 1639 as opposed to the 1621 of the eight-voice – but simply continues the dense and sonorous idiom of his earlier years. His six-voice choir is SAATTB, which emphasizes the denseness, though he continued to put the chant in the single soprano part, instead of the more usual tenor, as both Victoria and Cardoso had done before him. The final Responsory, to different words, again sees a reduction to four voices.

To fill out the Iberian picture of these two discs, we have included four motets each by Cardoso and the Spanish composer Alonso Lobo (1555–1617, not related to Duarte). Two of the Cardoso motets, Non mortui and Sitivit anima mea, originally appeared in the same publication as his Requiem (1625) and therefore, since that book only contained Mass-settings, were obviously viewed as an integral part of the funeral rite. The other two Cardoso motets have more general texts, though Nos autem gloriari would not be out of place at the conclusion of a funeral or memorial service. Similarly two of the Alonso Lobo items are associated with the Requiem, most obviously his magnificent Versa est in luctum which may be compared with that of Victoria (Disc One, Track 9). Lobo’s setting does not appear to have belonged to a Missa pro defunctis proper, though his Credo quod redemptor (Track 14) is also associated with the service of Matins for the Dead. Vivo ego is a more general text within the period of Lent. Lobo’s Ave Maria is a masterpiece of a rather different kind, being based on a complex canon 8 in 4 at the upper fifth. Although the eight voices are divided into two choirs and the bottom part of each choir sings the same music, the other three voices are rearranged: the top part of the choir which begins becomes the third part in the choir which responds, the second part of choir I becomes the top part of choir II and the third part of choir I becomes the second part of choir II. Yet despite the mathematical intricacies the resulting music seems artlessly serene, as befits the text. It culminates in the most perfect ‘Amen’, where the beauty inherent in these canons is particularly telling.
(Peter Phillips, extraído do encarte)

Tomás Luis de Victoria (Spain, 1548-1611)
01. Requiem 1. Introitus: Requiem aeternam
02. Requiem 2. Kyrie
03. Requiem 3. Graduale: Requiem aeternam
04. Requiem 4. Offertorium: Domine Iesu Christe
05. Requiem 5. Sanctus & Benedictus
06. Requiem 6. Agnus Dei I, II & III
07. Requiem 7. Communio: Lux aeterna
08. Requiem 8. Responsorium: Libera me
09. Versa est in luctum

Duarte Lobo (Évora, 1565-Lisboa, 1615)
10. Requiem for six voices 1. Introitus: Requiem aeternam
11. Requiem for six voices 2. Kyrie
12. Requiem for six voices 3. Graduale: Requiem aeternam
13. Requiem for six voices 4. Sequentia pro defunctis: Dies irae
14. Requiem for six voices 5. Offertorium: Domine, Iesu Christe
15. Requiem for six voices 6. Sanctus & Benedictus
16. Requiem for six voices 7. Agnus Dei I, II & III
17. Requiem for six voices 8. Communio: Lux aeterna
18. Requiem for six voices 9. Responsorium pro defunctis: Memento mei

Fr. Manuel Cardoso (Portugal, 1571-1650)
19. Requiem 1. Introitus: Requiem aeternam
20. Requiem 2. Kyrie
21. Requiem 3. Graduale: Requiem aeternam
22. Requiem 4. Offertorium: Domine Iesu Christe
23. Requiem 5. Sanctus & Benedictus
24. Requiem 6. Agnus Dei I, II & III
25. Requiem 7.Communio: Lux aeterna
26. Requiem 8. Responsorium: Libera me
27. Non mortui
28. Sitivit anima mea
29. Mulier quae erat
30. Nos autem gloriari

Alonso Lobo (Seville, c.1555-1617)
31. Versa est in luctum
32. Credo quod Redemptor
33. Vivo ego, dicit Dominus
34. Ave Maria

Requiem, vol 1 & 2 – 2005
The Tallis Scholars
Peter Phillips, director

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 362,8 MB – 2,5 h (2 CD’s)
powered by iTunes 12.1.0

Partituras e outros que tais? Clique aqui

5pmsdv

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Musiques Sacrées Missionnaires II: da Amazônia ao Rio Saint-Laurent (Canadá)

9jh9o3Músicas sacras missionárias II: da Amazônia ao Rio Saint-Laurent (Canadá)

Ainda mais do que na primeira antologia publicada em 1997 “Missionnaire Musique” (a música que desempenhou um papel importante na evangelização do povo do Novo Mundo), este segundo volume faz-nos descobrir a música que foi usada pelos próprios missionários.

Como podemos ouvir nos 4 volumes da presente antologia, todos os possíveis meios musicais europeus poderiam ser usados: canção simples (nas missões mais pobres, foi a única linguagem possível à disposição da assembléia cristã); órgão, e as mais elaboradas peças sacras vocais e instrumentais. No final, a ópera foi o evento usado para transmitir a história dos santos a um público mais profano, usando a mesma linguagem musical.

Esta segunda antologia também nos leva do sul ao norte da América, onde Jesuítas e Ursulinas (entre outras ordens de missionários) contariam a mesma história, do Paraguai a Quebec.

Entre o Rio Amazonas e a foz do Rio Saint-Laurent, queríamos que o viajante desse uma parada no belo convento de Tlacochahuaya (perto de Oxaca, México), onde a vida litúrgica se concentraria neste órgão admirável que agora foi restaurado.

2gw5hs9Vol 1/4: Les Chemins du Baroque – San Ignacio: l’Opera perdu des missions jésuites de l’Amazonie (Bolivie) – 1996
5 Diapason
9 de répertoire
***** Goldberg

Ensemble Elyma & Capilla Cisplatina & L’Ensamble Louis Berger & Le Coro Juvenil de la Fundación Pro Arte de Córdoba, Argentine
Direction: Gabriel Garrido

 

Jan Josef Ignác Brentner (Czech, 1689-1742)
01. Cantemus Domine
Martin Schmid (Swiss, 1694-1772)
02. Miserere
Anonyme (Chiquitos XVIII siècle)
03. Sonate en trio
Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
04. Opéra San Ignacio – introduction/scène I
05. Opéra San Ignacio – scène II
06. Opéra San Ignacio – scène III
07. Opéra San Ignacio – scène IV
08. Opéra San Ignacio – scène V
09. Opéra San Ignacio – scène VI
10. Opéra San Ignacio – scène VII
11. Opéra San Ignacio – scène VIII
12. Opéra San Ignacio – scène IX
13. Opéra San Ignacio – scène X
14. Opéra San Ignacio – épilogue
Francisco Sema, Marcelino Ycho, Juan José Nosa (Compositeurs Indigènes de Moxos, c.1790)
15. Aria para Nuestra Señora Maria Luisa de Bordón

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 182,2 MB – 1,2 h
powered by iTunes 10.6.3

kdra5vVol 2/4: Les Chemins du Baroque – Musique baroque à la Royale Audience de Charcas (Bolivie) – 1996
5 Diapason

Ensemble Elyma & Capilla Cisplatina & L’Ensamble Louis Berger & Le Coro Juvenil de la Fundación Pro Arte de Córdoba, Argentine
Direction: Gabriel Garrido
.
.
.

Juan de Araujo (Villafranca, Spain 1646 – Chuquisaca, Bolívia 1712)
01. Aquí, aquí, valentones – Xacara para S. Francisco de Assis
Roque Ceruti (Milan, ca. 1685 – Lima, 1760)
02. Hoy que Francisco reluce, a cuatro con violines
Antonio Durán dela Motta (c.1675- Bolivia, ca. 1736)
03. Lleguen las luces – villancico a 4 com dos bajones
Roque Ceruti (Milan, ca. 1685 – Lima, 1760)
04. Según veo el aparato – Xacara con violin para la Navidad
Blas Tardío de Guzmán (Bolívia, c.1750)
05. Entre obeliscos nevados – Rorro a 6
Roque Jacinto de Chavarría (1688-1719) ▪ Blas Tardío de Guzmán (Bolívia, c.1750) ▪ Roque Ceruti (Milan, ca. 1685 – Lima, 1760)
06. Afuela, apalta – Negrilla a 2 y a 6 con violines
Blas Tardío de Guzmán (Bolívia, c.1750)
07. Alarma, alarma, afectos – Villancico a 5 para S. Ignacio
Roque Jacinto de Chavarría (1688-1719)
08. Con tan tierno llanto
Andrés Flores (1690-1754)
09. Afuera nubes
Blas Tardío de Guzmán (Bolívia, c.1750)
10. Todos los cuatro elementos
Roque Ceruti (Milan, ca. 1685 – Lima, 1760)
11. En la rama frondosa
Roque Ceruti (Milan, ca. 1685 – Lima, 1760) ▪ Blas Tardío de Guzmán (Bolívia, c.1750)
12. Naced antorcha brillante – Villancico a 9 con violines

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 146,0 MB – 1,0 h
powered by iTunes 10.6.3

axpjlVol 3/4: Les Chemins du Baroque – Québec – Montréal – Indiens Abénakis: Le chant de la jérusalem des terres froides – 1996
5 Diapason
9 de Répertoire
.

Studio de Musique Ancienne de Montréal (Réjean Poirier, orgue)
Direction: Christopher Jackson
.
.
.
Le Livre d’Orgue de Montréal en alternance avec le plain-chant des Ursulines – 1re partie
01. 1. Grand plein jeu
02. 2. Cromome en taille
03. 3. Kyrie du 1er ton de la Messe Royale avec les versets dòrgue alternés
Artus Aux-Cousteaux (France, 1590-1654)
04. Messe Grata sum harmonia 1. Kyrie
05. Messe Grata sum harmonia 2. Gloria
06. Messe Grata sum harmonia 3. Credo
07. Messe Grata sum harmonia 4. Sanctus
08. Messe Grata sum harmonia 5. Agnus Dei
Extrait du Le Livre d’Orgue de Montréal en alternance avec le plain-chant des Ursulines – 2e partie
09. 1. Trio d’orgue
10. 2. Introit à Saint-Joseph (Guillaume Nivers)
11. 3. Dessus de voix humaine
12. 4. Prose de la Sainte Famille
13. 5. Tierce en taille
Autour d’un office du salut du Très Saint Sacrement chez les Indiens Abénakis
14. 1. O Quam suavis
15. 2. Panis Angelicus
16. 3. O bone Jesu
17. 4. O Jesu mi dulcis
18. 5. Ave Maria
19. 6. Satis, Satis est
20. 7. Haec dies
21. 8. Inviolata
22. 9. Ego sum panis
Nicolas Lebègue (France, 1631-1702)
23. Deux motets 1. Salve Regina
24. Deux motets 2. Regina coeli
Henri Frémart (France, c.1590-1646)
25. Missa Ad placitum (extraits) 1. Kyrie
26. Missa Ad placitum (extraits) 2. Sanctus
27. Missa Ad placitum (extraits) 3. Agnus Dei
Extrait du Livre d’Orgue de Montréal
28. Grand jeu

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 185,2 MB – 1,2 h
powered by iTunes 10.6.3

2ldep2bVol 4/4: Les Chemins du Baroque – Dominique Ferran: Orgue historique du couvent San Jeronimo Tlacochahuaya, province d’Oaxaca, Mexique – 1994
Diapason d’Or
.
Dominique Ferran – orgue historique du couvent San Jeronimo Tlacochahuaya (construit vers 1650)

.
.
.
.
Antonio de Cabezón (Spain, 1510-1566)
01. Pavana con su glosa
02. Diferencias sobre el canto llano del caballero
03. Diferencias sobre la Gallarda Milanesa
04. Romance para quien crie los caballeros
Anonyme du XVIIe
05. Baile del Gran duque
Juan Bermudo (Spain, 1510-1565)
06. Veni Creator
07. Cantus del primero por Elami
08. Cantus del primero por Mi
09. Pange Lingua gloriosi
Anonyme du XVIIe
10. Danza del Acha
Francisco Andreu (XVIIe)
11. Tiento lleno a tres
12. Tiento Partido de mano derecha a tres
Sebastian Aguilera de Heredia (Spain, 1561-1627)
13. Obra de 8o tono alto : Ensalada
Francisco Correa de Araujo (Seville, 1584-Segovia, 1654)
14. Tiento de medio registro de baxon de 1o tono
15. Tiento de medio registro de tiple de 4o Tono
Pablo Bruna (Spain, 1611-1679)
16. Tiento de 1o tono de mano derecha
Juan Bautista Cabanilles (Seville, 1644-1679)
17. Tiento V de Falsas
Pablo Bruna (Spain, 1611-1679)
18. Tiento de mano derecha y al medio a dos tiples
19. Pange Lingua de 5o tono
Juan Bautista Cabanilles (Seville, 1644-1679)
20. Tiento XVII de Pange Lingua, 5o tono punto alto

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 155,5 MB – 1,1 h
powered by iTunes 10.6.3

CDs do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castanha (http://paulocastagna.com) – não tem preço!!

Boa audição.

Caravela

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Musiques Sacrées Missionnaires I: da Cordilheira dos Andes à Amazônia: a descoberta do grande estilo barroco da América Latina

2mccd37Músicas sacras missionárias do Altiplano à Amazônia, da Cordilheira dos Andes à Amazônia, com Domenico Zipoli e Juan de Araujo: a descoberta do grande estilo barroco da América Latina.

Ensemble Elyma
Coro de Niños Cantores de Córdoba

Com a presente antologia, o editor discográfico K617 reuniu em quatro volumes o melhor das músicas barrocas compostas por missionários jesuítas (com a provável colaboração anônima de compositores índios locais).

Estas músicas sacras que se acreditava perdidas para sempre, foram encontradas nas antigas missões de Chiquitos e Moxos (hoje na Bolívia). Uma descoberta que permite voltar pela primeira vez ao fabuloso universo musical das famosas Reduções Jesuítas do Paraguai.

2a9nzetOs três primeiros volumes ilustram a obra de um dos compositores mais estranhos da história da música: Domenico Zipoli (1688-1726). Com a perspectiva de uma grande e promissora carreira em Roma, entrou para a ordem religiosa dos jesuítas em 1716 e partiu em direção ao “Paraguay” onde morreu sem ter deixado qualquer obra musical. Isto é o que pelo menos se pensava, até a descoberta das partituras preservadas até hoje pelos índios Chiquitos, e que permitem reconstruir a sua vida e o seu trabalho.

No primeiro, assim como no quarto volume, Domenico Zipoli se encontra na companhia de outro grande compositor barroco latino-americano: Juan de Araujo (1646-1712). Diferentemente de Zipoli que escrevia música para contribuir para a evangelização dos índios da Amazônia, Araujo vivia em Sucre, aos pés da Cordilheira dos Andes, na parte mais alta da Bolívia, conhecida como o Altiplano. Mestre da Capela da Catedral de Sucre, Araujo compôs quase duzentas obras extraordinárias, com o nome de “villancicos”, obras de inspiração popular, geralmente destinadas à Virgem Maria. (extraído do encarte)

260wwthVol 1/4: Les Chemins du Baroque – Lima – La Plata – Missions jésuites – 1992
Diapason d’Or de l’anné 1992
10 de répertoire
Grand prix de l’Academie du disque français
Must Compact disc Magazine

Juan de Araujo (Villafranca, Spain 1646 – Chuquisaca, Bolívia 1712)
01. Hola, Hala, que vienen gitana
02. Silencio, pasito
03. Dixit Dominus
04. Salve Regina
Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
05. Missa San Ignacio – Kyrie
06. Missa San Ignacio – Gloria
07. Missa San Ignacio – Credo
08. Missa San Ignacio – Sanctus
Tomás de Torrejón y Velasco (España 1664- Perú 1728)
09. Invitatorio de difuntos
10. Magnificat
Diego José de Salazar (Spain, ca.1659 – 1709)
11 Salga el Torillo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 129,1 MB – 55,7 min
powered by iTunes 10.6.3

uprtzVol 2/4: Les Chemins du Baroque – Reductions Jésuites de Chiquitos: Vêpres de San Ignacio – 1992
ffff Télèrama
10 de répertoire

Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
01. Deus In Adjutorium – Domine Ad Adjuvandum
02. Domine Quinque – Dixit Dominus
03. Euge Serve – Confitebor Tibi Domine
04. Fidelis Servus – Beatus Vir
05. Beatus Ille Servus – Laudate Pueri Dominum
06. Serve Bone – Laudate Dominum
07. Iste Confessor
08. Hic Vir – Magnificat
09. Ichepe Flauta
10. Te Deum Laudamus

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 128,4 MB – 55,4 min
powered by iTunes 10.6.3

3090bnrVol 3/4: Les Chemins du Baroque – Domenico Zipoli: Compositeur des Indiens – 1993
Must Compact disc Magazine

Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
01. Misa brevis: Kyrie-Gloria
02. Orgue: Retirada del Emperador
03. O gloriosa virginum
04. Sacris solemnis
05. Tantum ergo
06. Orgue: Primavera
07. Letania I en do
08. Orgue: Del Principe
09. Letania II en fa
10. Ave maris stella
11. Zoipaqui
12. Deus in adjutorium / Dixit Dominus

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 135,8 MB – 58,6 min
powered by iTunes 10.6.3

24ywuw9Vol 4/4: Les Chemins du Baroque – L’or et l’argent du Haut-Pérou – 1994
Must Compact disc Magazine
10 de Repertoire
Grand prix des discophiles 1994

Juan de Araujo (Villafranca, Spain 1646 – Chuquisaca, Bolívia 1712)
01. La Fête – Vaya de gira
02. La Vierge et l’enfant 1. Avecillas sonoras
03. La Vierge et l’enfant 2. Para arrullar al amor
04. Batailles et déplorations 1. Al sentido confuso
05. Batailles et déplorations 2. A recoger pasiones inhumanas
06. Batailles et déplorations 3. Nueva guerra de los campos
07. Batailles et déplorations 4. Alarma valientes
08. Villancicos de l’amour Divin 1. Cayósele al alba
09. Villancicos de l’amour Divin 2. Corderito, ¿por qué te escondes?
10. Les Saints – Atención a la fragua amorosa
11. La guerre, les ténèbres et la lumière 1. Ah de la obscura, funesta prisión
12. La guerre, les ténèbres et la lumière 2. Qué dulce, qué horrible estruendo
13. La guerre, les ténèbres et la lumière 3. Lamentación de Jeremias, 1a. de Miércoles Santo
14. La guerre, les ténèbres et la lumière 4. Magnificat

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 154,7 MB – 1,1 h
powered by iTunes 10.6.3

Ensemble Elyma
Coro de Niños Cantores de Córdoba
directión Gabriel Garrido

CDs do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castanha (http://paulocastagna.com) – não tem preço!!

Boa audição.

Caravela-texto

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Alonso Lobo (c1555-1617): Missa Maria Magdalene + Motets & Francisco Guerrero (1528-1599): The Tallis Scholars

26ZU7Esta postagem inclui todos os sete motetos de Alonso Lobo, publicados em 1602 no livro Liber primus missarum, e uma de suas melhores missas do mesmo livro: Missa Maria Magdalene.

A escola espanhola de compositores renascentistas, prestes a tornar-se uma das mais esplêndidas na Europa, foi de um desenvolvimento um tanto tardio. Embora houvesse personagens significativos trabalhando na Espanha durante a primeira metade do século 16, foi realmente apenas com o declínio na corte dos músicos franco-flamencos que a profundidade surpreendente de talentos desenvolvidos nas escolas e coros locais veio à tona.

Dentre os mais impressionantes destes homens destacaram-se Francisco Guerrero (1528-1599) e Alonso Lobo (1555-1617), quase certamente mestre e aluno. Lobo, que não deve ser confundido com seu homônimo português e quase contemporâneo Duarte Lôbo, talvez seja mais conhecido agora por seu consumado moteto Versa est em luctum, gravado aqui, e durante sua vida ele foi respeitado como igual ao próprio grande Victoria.

Francisco Guerrero (Seville, 1528-1599)
01. Maria Magdalene, motet for 6 voices
Alonso Lobo (Seville, c.1555-1617)
02. Missa Maria Magdalene 1. Kyrie
03. Missa Maria Magdalene 2. Gloria
04. Missa Maria Magdalene 3. Credo
05. Missa Maria Magdalene 4. Sanctus & Benedictus
06. Missa Maria Magdalene 5. Agnus Dei I & II
Motets:
07. O quam suavis est, Domine
08. Quam pulchri sunt
09. Ave Regina caelorum
10. Versa est in luctum
11. Credo quod Redemptor
12. Vivo ego, dicit Dominus
13. Ave Maria

Sacred Music by Alonso Lobo – 1997
The Tallis Scholars
Director: Peter Phillips

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 146,4 MB – 1 h
powered by iTunes 10.4.1

Boa audição.

harem

Avicenna

André da Silva Gomes – Missa a Cinco Vozes – Cláudio Santoro & Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília

sllf0pOrquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília
Maestro Cláudio Santoro

André da Silva Gomes
Missa a Cinco Vozes

.
Para comemorar meus 70 anos de vida muito agradavelmente vividos que completo hoje, 15/03/15, nada melhor do que Cláudio Santoro regendo a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, rebatizado como Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. E em especial dedicatória aos médicos que me deram mais 3 anos de vida, há 4 anos! Quá, quá, quá! Enganei-os !!!!!!

Durante estes alegres 70 anos construi uma casa, plantei dezenas de árvores, gerei filhos, tenho netos, me sinto amado pela Mulher Amada, publiquei cerca de 400 postagens e agora estou ouvindo a ‘Missa a cinco vozes’ com meus amigos! Aleluia! Aleluia, oh yeahh!

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 1. Kyrie I
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 2. Christe
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 3. Kyrie II
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 4. Gloria
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 5. Et in terra
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 6. Laudamus
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 7. Gratias
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 8. Domine Deus
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 9. Qui tollis
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 10. Quoniam
Missa a cinco vozes, para solistas, coro e orquestra 11. Cum Sancto Spiritu

Música Sacra Paulista – vol. 3 – 1983
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília
Cláudio Santoro – regente
Gravado no Memorial JK, em Brasília, no dia 21 de junho de 1983, em comemoração ao 23º aniversário da cidade.
LP digitalizado por Avicenna

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 111,4 MB – 48 min
powered by iTunes 12.1.0

a-primeira-nota-da-história

 

 

 

 

 

 

.

.

Avicenna

Duarte Lobo (c.1565 – 1646) – Missa pro defunctis (1621) & Manuel Cardoso (c.1566 – 1650) – Missa pro defunctis (1625)

2lwvjpwPortuguese Requiem Masses
Schola Cantorum of Oxford
Director: Jeremy Summerly

The flowering of Portuguese polyphony came in the first half of the seventeenth century with composers such as Estêvão de Brito, Filipe de Magalhães, Duarte Lôbo, and Manuel Cardoso. The early years of the century had witnessed many musical innovations (for example the Baroque genre of opera and the experiments of Monteverdi) and the Portuguese composers worked these developments into the polyphonic traditions of the so-called stile antico to produce particularly expressive interpretations of the texts through freer use of dissonance.

Duarte Lôbo began studying music at Évora with Manuel Mendes. He was appointed mestre da capela at Lisbon Cathedral in 1594 and remained there until his death in 1646. His six volumes of liturgical music prove him to be one of the leading Portuguese exponents of the polyphonic style. The Missa pro defunctis of 1621 skilfully retains the polyphonic style of Palestrina alongside the more modern dissonances, setting the sombre text almost in the style of his Spanish counterpart Victoria. Seven voices weave a contrapuntal web around the plainchant — itself often a paraphrase of the original chant — and the resulting eight parts sing variously all together, as two choirs, and in reduced combinations, thereby creating a unique style out of seemingly anachronistic components.

Manuel Cardoso was trained as a chair boy, also in Évora. After taking his vows in 1589 he became a member of a Carmelite order in Lisbon and was employed by the future King John IV, the Duke of Barcelos, from 1618 until 1625. His Missa pro defunctis was written in the last year of this period and is perhaps even more explicit in its evocation of Victoria’s own six-part setting of the same text. The chant in both is placed in one of the soprano parts rather than the more usual tenor, and a slow harmonic pace is created by using the chant in semibreves and the counterpoint in minims. Only occasionally are these note lengths halved — as at the words Libera eas de are leonis (‘Release them from the lion’s mouth’) in the Offertorium — to bring an increase of momentum.

Jeremy Summerly was a choral scholar at New College, Oxford from where he graduated in 1982. For the next seven years he worked as a Studio Manager with BBC Radio. It was during this time that he became Director of the Edington Festival Consort and founded the Oxford Camerata. In 1989 he left the BBC in order to join the Royal Academy of Music as a lecturer in the department of Academic Studies and in 1990 he was appointed conductor of Schola Cantorum of Oxford. He is now in considerable demand as a conductor and recently signed a long-term contract with Naxos to record 16th- and 17th-century music with the Oxford Camerata and Schola Cantorum of Oxford.

Schola Cantorum of Oxford is Oxford University’s longest-running and most celebrated chamber choir. Much in demand for appearances at major music festivals in Britain and abroad Schola Cantorum has been conducted by Leonard Bernstein, Gustav Leonhardt, Sir Colin Davis, and Sir Neville Marriner as well as by Britten, Tippett, and Stravinsky in performances of their own music.

(extraido do encarte)

Palhina: ouça 02. Missa pro defunctis (1621) – 2. Kyrie com De Profundis Ensemble Vocal e Instrumental.

.

Portuguese Requiem Masses
Duarte Lôbo (Portugal, c1565-1646; Latinized as Eduardus Lupus)
01. Missa pro defunctis (1621) – 1. Introitus
02. Missa pro defunctis (1621) – 2. Kyrie
03. Missa pro defunctis (1621) – 3. Graduale
04. Missa pro defunctis (1621) – 4. Offertorium
05. Missa pro defunctis (1621) – 5. Sanctus
06. Missa pro defunctis (1621) – 6. Agnus Dei
07. Missa pro defunctis (1621) – 7. Communio

Frei Manuel Cardoso (Portugal, 1566-1650)
08. Missa pro defunctis (1625) – 1. Introitus
09. Missa pro defunctis (1625) – 2. Kyrie
10. Missa pro defunctis (1625) – 3. Graduale
11. Missa pro defunctis (1625) – 4. Offertorium
12. Missa pro defunctis (1625) – 5. Sanctus
13. Missa pro defunctis (1625) – 6. Agnus Dei
14. Missa pro defunctis (1625) – 7. Communio

Portuguese Requiem Masses – 1992
Schola Cantorum of Oxford
Director: Jeremy Summerly
Recorded in the Chapel of New College, Oxford on 16th and 17th March, 1992

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 122,5 MB – 49,4 min
powered by iTunes 10.4

Boa audição.

2a7cxec

 

 

 

 

 

.

.

Avicenna

Music from Renaissance, Coimbra: A Capella Portugvesa

secegnMúsica de Coimbra renascentista

A Capella Portugvesa
Director: Owen Rees

.
Dia do bemaventurado martyr sam Sebastiani que he dos vinte dias do mes de Ianeiro, polla menha vem a cidade de Coimbra cam a cabida, collegios, e mais clerezia em procissam solenne a este masteiro de santa cruz, em memoria de grande merce & beneficio que recebeo o Reino de Portugal de Deus nosso senhor, por intercessam deste saneto martyr, em Ihe dar em elle el Rey dam Sebastião nosso Senhor.

Esse foi apenas um dos muitos dias do ano em que o Mosteiro agostiniano da Santa Cruz se tornava o ponto focal da cidade de Coimbra, no Norte de Portugal. Entre as mais esplêndidas dessas celebrações estavam aquelas – como a que acabamos de descrever – que refletiam o estreito relacionamento entre o mosteiro e a Casa Real portuguesa. Em junho, por exemplo, os membros da Universidade de Coimbra participavam no Mosteiro da Santa Cruz de uma série de elaborados eventos litúrgicos que celebravam o Rei Dom João III, que havia refundado e transferido a universidade portuguesa de Lisboa para Coimbra na década de 1530, inicialmente sob a jurisdição direta desse mosteiro. Esse arranjo havia sido um passo natural, já que Santa Cruz já era um dos estabelecimentos educacionais de maior destaque em Portugal, atraindo os filhos da nobreza para as suas faculdades que, desde fins da década de 1520, tinham entre os seus professores eminentes mestres recrutados de Paris. O clima intelectual de Santa Cruz é vividamente retratado em uma passagem de 1541, que descreve assim a área em frente ao mosteiro:

Em este tavoleiro ha grande concurso de estudantes que continuamente confìrem entre sy, hums em gramatica outros em Logica, outros em Rectorica e em as outras artes Liberáis, outros em a santa Theologia, outros em a medicina … E a tados he oprobrio falar salvo em a lingoa romana our grega.

Entre os cônegos de Santa Cruz nesse período estava Heliodoro de Paiva (~1500-1552), que tinha crescido na corte como irmão adotivo do jovem rei Dom João. Seu obituário relaciona uma série notável de habilidades intelectuais e artísticas, observando que era muito bom theologo, muito bom ebraico, grego, latino, philosopho musico, muito perfeito universal em toda a musica, em compor muitas, e boas obras . . . sendas missas, magnificas, motetos, muito bom tangedor, e contrapontista, escrivão perfeito.

As poucas peças vinculadas ao nome de Heliodoro nas fontes musicais de Santa Cruz são as peças mais antigas atribuídas a um músico em atividade no mosteiro. A seção do versículo do seu Aleluia, deixado sem texto no manuscrito para permitir que a obra fosse executada em diferentes festas, é cantada nesta gravação com um texto adequado à festa de São João Batista; a estreita associação entre esse santo e o rei Dom João refletia-se nas liturgias comemorativas mencionadas acima, de modo que, por exemplo, a missa de 7 de junho em Santa Cruz, assistida todos os anos pela universidade, era uma Missa de São João.

Da mesma forma, a dedicação do mosteiro à Santa Cruz era naturalmente refletida na sua liturgia: as duas Festas da Cruz (a Descoberta e a Exaltação da Santa Cruz) tinham prioridade máxima no calendário do Mosteiro, e dentro de várias das elaboradas cerimônias públicas já mencionadas apareciam antífonas relativas à cruz. Vexilla regis prodeunt (cujos primeiro e último versos são executados aqui) é um hino para a festa da Descoberta da Santa Cruz, enquanto Salvator mundi era utilizada regularmente no mosteiro como antífona votiva. Uma das mais intrigantes obras polifônicas dedicadas à cruz preservadas nos manuscritos de Santa Cruz é O crux benedicta, deixada sem atribuição de compositor na fonte. Partes desse moteto correspondem de forma mais ou menos exata a passagens do moteto Domine meus et Deus meus, atribuído a Pedro Guerrero, o irmão mais velho do mais famoso Francisco. O modo com que essas as obras estão relacionadas e o estilo de O crux benedicta sugerem que este tenha sido inspirado por Dominus meus, e não o contrário, e que não tenha sido Pedro Guerrero o responsável pelo moteto anônimo. O remodelamento foi feito com grande habilidade, introduzindo dissonâncias ácidas, adequadas ao tema do texto, no modelo bastante insípido utilizado. A ideia de adaptar a peça de Guerrero pode ter sido inspirada pelo fato de seu texto incluir as palavras de Cristo na cruz: ‘In manus tuas Domine commendo spiritum meum’ (‘Em tuas mãos, Senhor, entrego meu espírito’), o que o relaciona tematicamente a O crux benedicta.

A celebração da liturgia em Santa Cruz alcançava a sua mais alta elaboração na Semana Santa, começando com o Domingo de Ramos. Foi para esse dia que, Pedro de Cristo, mestre de capela do mosteiro por mais de um período entre 1590 e1610, providenciou sua versão dramática para cinco vozes de Osanna filio David, antífona cantada antes da benção dos ramos e de sua distribuição ao povo. Após a abertura homofônica, a textura da peça fragmenta-se, representando em seu denso contraponto e dissonâncias ásperas os gritos da multidão à entrada de Cristo em Jerusalém.

Posuerunt super caput eius fazia parte do repertório da Semana Santa da Capela Real dos Duques de Bragança, que governaram Portugal a partir de 1640. A partir de um manuscrito do século XVIII copiado para essa capela, podemos deduzir que era cantada como um moteto para o Ofertório na Missa da Quarta-feira da Semana Santa. Essa fonte atribui a peça ao compositor português Aires Fernandez, cujas obras, em sua quase totalidade, estão preservadas em manuscritos de Santa Cruz de Coimbra. Entretanto, essa atribuição pode estar errada; mais de uma fonte espanhola atribuí a obra a Rodrigo de Ceballos (c.1530-1591), mestre de capela em Córdoba e na Capela Real em Granada, e de fato há paralelos estilísticos próximos com outras obras de Ceballos.

O grupo de obras relacionadas com a cruz ou adequadas à Semana Santa conclui com uma versão das Lamentações para a Quinta-Feira Santa (a primeira leitura das Matinas – ou Tenebrae – nesse dia), que é preservada sem atribuição num manuscrito compilado em Santa Cruz na década de 1570. Em contraste com muitas versões dessa leitura (incluindo as de Vitoria, Palestrina e Lassus), todos os cinco primeiros versos do texto estão incluídos, cada um deles precedido por uma letra hebraica. O compositor inspirou-se no texto para fazer novas subdivisões, reintroduzindo o conjunto de vozes completo em ‘omnes amici eius‘ (todos os amigos dela) e ‘omnes portae eius‘ (todos os seus portões) depois de passagens a três vozes. A obra inicia-se com uma proeminente referência ao tema utilizado nas Lamentações no cantochão espanhol, e referências semelhantes ocorrem no início de diversos versículos.

O estilo policoral, que era um elemento importante na música sagrada ibérica no final do século XVI, foi cultivado de uma forma altamente individual em Santa Cruz por Pedro de Cristo, conforme demonstrado pelas suas versões de Sanctorum meritis e de Salva nos Domine. O começo da primeira, uma paráfrase da melodia gregoriana desse hino, é típica de sua técnica de empregar notas rápidas ao colocar o texto em música, prática que proporciona grande parte da animação rítmica que caracteriza a antifonia entre os dois coros em ambas as peças. Por que terá Pedro de Cristo produzido uma composição tão grandiosa para esse hino (que faz parte das Vésperas em festas de um ou mais mártires)? A explicação pode residir em ela ter sido composta para a festa dos Cinco Mártires do Marrocos, cujas relíquias se contavam entre as mais preciosas posses do mosteiro. Um Ordinário impresso datado de 1579 diz-nos que no dia dessa festividade ‘aas cinco horas de manhão se abriram da igreja‘ para receber as pessoas que desejavam frequentar a Missa e tocar as relíquias, e – excepcionalmente – que ‘se não fecham as portas de igreja em fim da missa, por o muito concurso da gente, mas ficaram abertas até o fim das Completas.’

Santa Cruz também possuía uma relíquia de São Vicente, que talvez explique a existência do moteto de Pedro de Cristo Beate martir, em comemoração desse mártir. Alternativamente, a explicação pode residir no fato de Pedro de Cristo ter sido, durante vários períodos, mestre de capela da casa-irmã de Santa Cruz, o mosteiro de São Vicente da Fora, em Lisboa (que domina o horizonte do bairro da Alfama). A versão do mesmo Pedro de Cristo do hino Ave maris stella é um excelente exemplo da arte da paráfrase – a construção de polifonia imitativa a partir dos motivos de uma peça de cantochão.

Circumdederunt me, composto por Aires Fernandez, é uma das grandes obras primas expressivas da polifonia ibérica do século XVI, uma maestria evidenciada no controle do clímax na primeira seção do moteto. A simplicidade deliberada do começo, com suas sonoridades escassas e preservação cuidadosa da consonância, torna ainda mais surpreendente o emprego súbito de uma tríade aumentada após oito breves; a homofonia dá ênfase às palavras ‘dolores inferni‘, após as quais uma passagem intensamente dissonante em ‘circumdederunt me‘ contrasta de forma aguda com o tratamento dessas palavras no início da peça. Entretanto, o cerne expressivo da obra reside na sua última seção, em ‘laquei mortis‘, quando as vozes repetem sem cessar o seu motivo cadente numa sequência harmônica que não desce muito nas suas duas primeiras aparições, mas na terceira bemoliza-se vertiginosamente. Circumdederunt me pode ter sido escrito para serviços pro defunctis, embora no século XVIII tenha sido, como Posuerunt super caput eius, executado pela Capela Real durante a Semana Santa (para ser preciso, como um moteto de Ofertório na Missa da segunda-feira daquela semana). Ao contrário de Posuerunt, entretanto, o seu estilo não deixa dúvidas quanto ao fato de ser Aires Fernandez o seu compositor.

Heu mihi, Domine é, da mesma forma, um moteto pro defunctis, tendo o seu texto sido tirado de um responsório de Matinas dos Mortos. Infelizmente, o nome do compositor, Antonio Lopez, é comum demais para permitir que o identifiquemos com segurança, embora um homem com esse nome tenha sido mestre de claustro na Catedral de Coimbra em 1604. Entretanto, a peça em si revela um fato interessante a respeito do compositor: o de que ele conhecia a versão do Salmo 50 de Josquin des Près, Miserere mei Deus. Quando Lopez alcançou essas palavras do começo do salmo no seu próprio texto, ele (como muitos outros compositores do século XVI) fez referência ao motivo que se repete em ostinato por todo o moteto de Josquin. Na verdade, Lopez chama a atenção para esse motivo – que coloca as palavras ‘miserere mei Deus‘ em um tom invariável exceto por uma subida e queda em ‘Deus‘ – colocando-o na voz mais alta em uma textura homofônica, e imediatamente repetindo a frase numa forma rearmonizada, permitindo que o motivo penetre na frase seguinte, ‘dum veneris in novissimo die‘.

A terceira e última seção da gravação é uma sequência de música (cantochão e polifonia) para a última das Horas Canônicas – as Completas. As fontes musicais de Santa Cruz sugerem que essas Horas cresceram consideravelmente em importância musical (em que mais itens eram executados polifonicamente) no final do século XVI. Tipicamente, essas peças polifônicas eram derivadas do cantochão que substituem, como demonstram as três obras de Aires Fernandez incluidas aqui: a sua versão do cântico Nunc dimittis retém o tema empregado para o recitativo do texto, colocando-o sucessivamente na voz superior, no contralto e no tenor nos três versos polifônicos, e empregando uma textura essencialmente homofônica; o tratamento do hino Te lucis ante terminum é mais elaborado, apresentando o cantochão na parte superior, mas permitindo que seus motivos também penetrem as outras três vozes. A belamente estruturada versão de Benedicamus Domino coloca o cantochão no tenor e, mais uma vez (embora de uma forma mais sutil), faz com que seus motivos penetrem nas vozes circundantes. A versão do responsório das Completas In manus tuas, de Pedro de Cristo, é para a Época da Páscoa, conforme demonstrado pela adição da palavra ‘alleluia’ ao fim de cada seção de texto. A peça baseia-se, como a composição de Nunc dimittis de Aires Fernandez, em texturas homofônicas simples que são essencialmente uma elaboração harmonizada do cantochão (aqui encaixadas numa parte interna na primeira seção polifônica da peça). Essa técnica é apenas levemente mais sofisticada do que a empregada aqui para o salmo Ecce nunc benedicite (apenas um dos vários salmos das Completas): versos em cantochão alternam-se com aqueles em que o cantochão é utilizado como a base de uma harmonização a quatro vozes, um método conhecido como fabordão. Um única fórmula, memorável devido às suas figuras cadenciais sincopadas, é empregada para cada verso polifônico.

No final das Completas vinha a última devoção do dia, dedicada à Santa Virgem e contendo como item principal uma antífona que com frequência era cantada polifonicamente. Na Páscoa o texto selecionado era Regina caeli laetare que exorta Maria a rejubilar-se com a ressurreição do seu Filho. A composição a quatro vozes executada aqui, utilizada em Santa Cruz na década de 1570, soa como se fosse composta livremente, porém, mais uma vez, é fortemente tributária do cantochão correspondente.

(Owen Rees, 1994 – extraído do encarte. Traduzido do inglês e do alemão pelo Prof. Ralf Rickli <[email protected]> especialmente para esta postagem)

Music from Renaissance, Coimbra
Anonymous
01. O crux benedicta
02. Salvator mundi

Aires Fernandez (Portugal, ?-?) & Rodrigo de Ceballos (Spain, c1530-1591)
03. Posuerunt super caput eius
Anonymouss
04. Vexilla regis prodeunt
Dom Pedro de Cristo (Coimbra, c1550-1618)
05. Osanna filio David
Anonymous
06. Lamentation for Maundy Thursday, ‘Incipit lamentatio Hieremiae prophetae’
Dom Pedro de Cristo (Coimbra, c1550-1618)
07. Sanctorum meritis
Aires Fernandez (Portugal, ?-?)
08. Circumdederunt me
Antonio Lopez, (?-?)
09. Heu mihi, Domine
Dom Pedro de Cristo (Coimbra, c1550-1618)
10. Ave maris stella
11. Beate martir

Heliodoro de Paiva (Portugal, 1502-1552)
12. Alleluia

Sequence of music for Compline (Sequência de músicas para as Completas)

Anonymous
13. Iube, Domine, benedicere
14. Converte nos, Deus
15. Psalm 133 ‘Ecce nunc benedicite’, with antiphon, ‘Ignatus est super nos lumen vultus tui Domine’

Aires Fernandez (Portugal, ?-?)
16. Te lucis ante terminum
Anonymous
17. Tu autem in nobis
Dom Pedro de Cristo (Coimbra, c1550-1618)
18. In manus tuas
19. Salva nos, Domine

Aires Fernandez (Portugal, ?-?)
20. Nunc dimittis
Dom Pedro de Cristo (Coimbra, c1550-1618)
21. Salva nos, Domine
Aires Fernandez (Portugal, ?-?)
22. Benedicamus Domino
Anonymous
23. Regina caeli

Music from Renaissance, Coimbra – 1994
A Capella Portugvesa
Director: Owen Rees
Recording details: February 1994
The Church of St John the Evangelist, Oxford, United Kingdom

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 167,7 MB -1,1 h
powered by iTunes 10.3.1

Boa audição.

swa9vo-1

 

 

 

.

.

Avicenna

Camerata Antiqua de Curitiba: Do Barroco ao Contemporâneo – 2000

210hg9kCamerata Antiqua de Curitiba
Te Deum
Luis Álvares Pinto

Gravação do ano 2000

Nestes seus 31 anos de existência, a Camerata Antiqua de Curitiba representa não apenas um grupo de prestígio nacional, mas também uma verdadeira escola. Muitos de seus integrantes hoje desenvolvem carreira solo e são ganhadores de prêmios realizados dentro e fora do país.

Fundada em 1974, a Camerata, formada por Coro e Orquestra, teve como primeiro maestro Roberto de Regina, seu fundador, ao lado da cravista Ingrid Seraphim. Inicialmente a proposta do grupo se baseava na interpretação e pesquisa de música antiga, a exemplo de outros existentes na Europa e EUA. O coro contou com a orientação técnica do maestro Gerard Galloway e, paralelamente, a Orquestra teve a orientação do violinista Paulo Bosísio.

Após vários anos de dedicação exclusiva à música do barroco e da renascença, a Camerata passou a dedicar-se também ao repertório de compositores contemporâneos. São oito elepês, seis CDs gravados e mais de mil apresentações no Brasil e exterior, revelando sua versatilidade na interpretação da música antiga e contemporânea.

Nos anos de 1987 e 1988, teve como regente titular Lutero Rodrigues. Hoje, com 16 instrumentistas e 16 cantores, tem como maestro emérito Roberto de Regina.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/193756178″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

A Camerata teve ilustres visitantes, entre outros, os maestros Roberto Schnorrenberg, Norton Morosowicz, Ernani Aguiar, Ronaldo Bologna, Geoffrey Mitchell, Osvaldo Colarusso, Mônica Vasquez, Christian Höppner, Graham Griffiths, Ricardo Kanji, Cristina Banegas, Dario Sotelo, Abel Rocha, Flávio Florence, Iara Fricke Matte, Nicolau de Figueiredo, Luís Alves da Silva, Horst-Hans Bäcker, Helma Haller, Homero de Magalhães Filho, Roberto Tibiriçá e Aylton Escobar.

Dentre as obras mais expressivas executadas e algumas registradas em gravações, destacam-se:
– Johann Sebastian Bach: Ciclo Integral dos Motetos, diversas Cantatas, Oratório de Natal, Paixão Segundo São Mateus, Paixão Segundo São João e Missa em Si Menor;
– Georg Friedrich Händel: Dixit Dominus, Messiah, Coronation Anthems, Israel in Egypt;
– Henry Purcell: Dido e Aeneas
– Luís Álvares Pinto: Te Deum;
– J.J.E. Lobo de Mesquita: Missa em Fá;
– Camargo Guarnieri: Missa Dilígite entre outras.

Maestro Emérito – Roberto de Regina
Coro – Ensaiador: Cornelis Kool, Orientadora Vocal : Neyde Thomas
Orquestra – Ensaiador: Marco Damm

Abril de 2005. (http://www.multimusica.net.br/?q=node/3969)

Melhores comentários deixo a cargo do Ranulfus, pelo seu especial carinho pela Camerata Antiqua de Curitiba.

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
01. Te Deum – 1. Te Dominum
02. Te Deum – 2. Tibi omnes
03. Te Deum – 3. Sanctus
04. Te Deum – 4. Te Gloriosus
05. Te Deum – 5. Te Martirum
06. Te Deum – 6. Patrem Immensae
07. Te Deum – 7. Sanctum Quoque
08. Te Deum – 8. Tu Patris
09. Te Deum – 9. Tu Devicto
10. Te Deum – 10. Judex Crederis
11. Te Deum – 11. Salvum Fac
12. Te Deum – 12. Per Singulos Dies
13. Te Deum – 13. Dignare Domine
14. Te Deum – 14. Fiat Misericordia
15. Te Deum – 15. In Te Domine

Anônimo (Séc. XVIII)
16. Te Deum – 1. Te Deum (Allegro)
17. Te Deum – 2. Te Ergo Quesumus (Largo)
18. Te Deum – 3. Non Confundar in Aeternum (Fuga)

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993)
19. Missa Dilígite – 1. Kyrie (Andante)
20. Missa Dilígite – 2. Gloria (Sostenuto)
21. Missa Dilígite – 3. Sanctus (Maestoso)
22. Missa Dilígite – 4. Agnus Dei (Andantino)

Do Barroco ao Contemporâneo – 2000
Camerata Antiqua de Curitiba
Maestro Roberto de Regina

Material gentilmente cedido pelo maestro Harry Crowl. Não tem preço!

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 116,3 MB – 51,2 min
powered by iTunes 12.1.0

Boa audição.

vrpvnp

 

 

 

 

.

Avicenna

Igrejas de Pretos e Pardos: uma visão histórica

ae4hduIgrejas de Pretos e Pardos
Uma visão histórica e sociológica
1976

O presente vídeo produzido por Moisés Kendler, em 1976, nos dá uma visão histórica e sociológica da formação das Igrejas de Pretos e Pardos nas Minas Gerais do início do século XVIII, quando se iniciou o Ciclo do Ouro.

O crescimento econômico e demográfico da região acarretou também o afloramento de um problema social, derivado da importação desmedida de pretos escravizados, arrancados da África. Com eles, também veio toda uma bagagem cultural e religiosa.

A Coroa Portuguesa resolveu o problema da segregação e insubordinação dos escravos com a formação de Corporações e Irmandades de pretos e pardos, uma solução para mante-los unidos num contexto social próprio, tornando-lhes mais leve o fardo da escravidão, além de ser a maneira mais efetiva de conter a submissão e a ordem, sem grandes derramamentos de sangue.

Em decorrência desses fatos, os escravos dedicaram-se à religião ensinada pelos padres europeus como a sua única forma de liberdade, uma vez que suas manifestações culturais e religiosas foram proibidas, com exceção da Congada.

Os escravos encontraram nas Corporações e Irmandades o apoio e assistência para suas doenças, seus problemas e aflições, de tal maneira que começaram a levar pó de ouro, propositalmente entranhado nos seus cabelos, aos padres, para a edificação de novas igrejas dedicadas às suas instituições.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz, em Vila Rica, ou simplesmente Igreja de Santa Ifigênia, foi uma das assim construída.

As novas igrejas apresentavam imagens e pinturas de santos pretos, como Santa Ifigênia (princesa Núbia), São Elesbão (rei etíope do VI século), São Benedito (siciliano de origem moura) e outros, como uma forma de melhor adaptá-los ao cativeiro.

Um vídeo que é uma verdadeira aula.

Não percam!!!

Para baixar este vídeo, clique aqui.
MP4 – 56 MB – 18,5 min

Um abraço,

330e0eu

 

 

 

 

Avicenna

Cantares d’Aquém e d’Além Mar (Acervo PQPBach)

eullrcCantares d’Aquém e d’Além Mar
Luiza Sawaya (voz)
Gisela Nogueira (violão)

“Cantares d’Aquém e d’Além Mar” é o resultado da exploração, amorosa e cuidada, realizada através dos mais de 600 exemplos de música portuguesa e brasileira que compõem os 3 volumes do “Cancioneiro de Músicas Populares” de Cesar das Neves, editado no Porto em 1898, prefaciado por Theóphilo Braga. O critério adotado na escolha desse material foi o de evidenciar a profunda ligação cultural que tem unido Portugal e Brasil desde o descobrimento, mantendo-se viva e prolongando-se durante todo o século XIX.

Se o romance de tradição medieval do Bernal Françoilo tem suas versões encontradas ainda hoje no nordeste do Brasil (quando terá ele atravessado o oceano?), o lundu brasileiro Ai que riso me dá figura no “Cancioneiro de Músicas Populares entre fados lisboetas e chulas minhotas.

140ew0iSe a maior parte da música brasileira profana do século XVIII vai se utilizar de instrumentos de origem ibérica – sobretudo em suas manifestações familiares – é nesta época que o Brasil, ainda colônia, exporta seus primeiros músicos e sua primeira música, carregada de africanismos.

Exemplos são o poeta e músico Domingos Caldas Barbosa que vai encantar a corte portuguesa de D. Maria I com seus lundus rasgados,
bem como a mulata Joaquina Maria da Conceição Lapa, a deslumbrante “Lapinha”, que cantará no Teatro de São Carlos, em Lisboa, óperas de Marcos Portugal.

(texto parcialmente reproduzido da contra-capa)

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/185136932″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]
Do “Cancioneiro de Músicas Populares”, de Cesar das Neves, Portugal, 1898
01. Bernal Françoilo (romance)
02. Melodia popular d’Anadia
03. A floreira
04. Trovas e danças nº 1 e nº 2
05. Cruel saudade
06. Marcia bela
07. Os pratos na cantareira
08. A partida
09. A Saloia
10. Despedida de Coimbra
[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/185137301″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]
11. Ai que riso me dá
12. Meu anjo, escuta
13. Moqueca
14. Canção das morenas
15. A dália
16. Ru-chu-chu/Ciranda/Pésinho
17. O exílio

Cantares d’Aquém e d’Além Mar (Acervo PQPBach) – 1989
Luiza Sawaya (voz)
Gisela Nogueira (violão)

2jcbrls
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 233,9 MB | HQ Scans 8,7 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 97,2 + 8,7 MB – 40,2 min
powered by iTunes 12.0.1

.

 

Um LP do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
Digitalizado por Avicenna

Boa audição.

 

 

 

 

 

 

 

.

 

.

Avicenna

A Imagem da Melancolia – The Bad Tempered Consort: Portuguese polyphony from the 17th century

s1hxtzTHE BAD TEMPERED CONSORT
Recorder consort

EDITOR’S CHOICE:
“Este é um álbum deslumbrante, com a melhor excução de um consort de flautas que alguma vez ouvi. Também a música é excepcional.” Jeremy Barlow, Early Music Today
“This is a stunning album, with the finest recorder consort playing I have heard. The music too is superb.” Jeremy Barlow, Early Music Today

“(…) um caso sério de excelência musical (…)” Luís Caetano, Câmara Clara (RTP2)
a serious case of musical excellence (…)” Luís Caetano, Câmara Clara (RTP2)

“Cada uma das 34 peças do disco deixa um testemunho poderoso da música portuguesa seiscentista e da belíssima expressão dos seus compositores.” Maria Augusta Gonçalves, Jornal de Letras
“Each from the 34 tracks leaves a powerful testimony from the 17 Century’s Portuguese music and the utmost beautiful expression from their composers.” Maria Augusta Gonçalves, Jornal de Letras

“Het is een schijfje om niet alleen in het cd-rek te stoppen maar vooralin de cd-speler, thuis, in de wagen of waar ook. Geen mens die er zichzal bij vervelen.” Klassiek Centraal
“É um disco para não colocar na estante mas no leitor de cd de casa, do carro ou em qualquer lugar. Ninguém irá ficar aborrecido.” Klassiek Centraal
“A cd not to be placed in the shelf but in the cd player at home, at the car or elsewhere. No one will get bored.” Klassiek Centraal

“Maravilhosamente bem preparado e gravado, este disco é uma sossegada alegria do início ao fim.” Dominy Clements, Music Web International
“Marvellously well prepared and recorded, this disc is a quiet joy from beginning to end.” Dominy Clements, Music Web International

“O resultado seduz o ouvinte de imediato pela envolvência das cores sonoras e pela clareza do discurso.” Cristina Fernandes, Publico Caderno Ípsilon
The result seduces the listener immediately thorough the sound colors’ environment and discursive clarity. “Cristina Fernandes, Publico Caderno Ípsilon

CONCERTOS / CONCERTS:
“(…) a pequena Sala do Capítulo encheu-se para um inesperado deleite: afinal, o consort era sublime no tempero, na invenção, na partilha, e a ‘música dos anjos’ não perdia com o grão da chuva que a polvilhava (…) Logo ao primeiro ataque, o agrupamento surpreende pela positiva: o som é, de facto, lindíssimo, mas, mais do que o som, a inimaginável sincronia alerta para um elevadíssimo nível, só possível com um rigoroso trabalho de conjunto (…)” Diana Ferreira, Público
“(…) the small Sala do Capítulo [Coimbra] as filled for an unexpected delight: the consort was sublime in the temperament, in the invention, in the sharing and the ‘music from the angels’ was not lost with the dusty rain that felt. (…) The ensemble surprises from the first attack: the sound is indeed extremely beautiful but, more than that, the unimaginable synchronization alerts for an very high level, only obtainable thorough an minute collective work (…)” Diana Ferreira, Público

A IMAGEM DA MELANCOLIA

Fundada em 2002 com o objectivo de explorar o reportório polifónico renascentista. O núcleo do grupo é constituído por 5 flautistas de bisel aos quais se agregam outros instrumentistas e cantores em função do projecto em curso. Na construção do seu conceito interpretativo, A IMAGEM DA MELANCOLIA socorre-se do estudo atento de fontes musicais, literárias e iconográficas coevas do reportório executado, procurando explorar de uma forma laboratorial alguns aspectos linguísticos característicos da prática interpretativa quinhentista (como a afinação, os conceitos de frase, a teoria melódica…) e confrontar o ouvinte moderno com experiências sonoras distantes das convencionais nos dias de hoje.

THE BAD TEMPERED CONSORT

Fruto do projecto O Consort Português Mal Temperado, financiado pelo Instituto das Artes, o cd THE BAD TEMPERED CONSORT foi gravado em 2008 e será lançado em Setembro de 2009 (29 de Maio no Benelux e Alemanha) pela etiqueta Challenge Classics. O programa é inteiramente dedicado à música portuguesa do início do século XVII (Pedro de Araújo, António Carreira, Manuel Rodrigues Coelho) com ênfase em transcrições de obras do manuscrito Braga 964.
(http://www.aimagemdamelancolia.net)

Palhinha: ouça 15. Sobre e Seculorum (com a participação de Magna Ferreira), enquanto aprecia os belos castelos medievais de Portugal.

.

A Imagem da Melancolia – The Bad Tempered Consort (arrangements for recorder ensemble)
Anonymous/Anonymous
01. Entrada
02. Verso por D lasolre
03. Chirio

Padre Manuel Rodrigues Coelho (1555 – 1635)/Anonymous
04. Verso Sobre Ave Maris Stella
Pedro de San Lorenzo (?-?)/Anonymous
05. Obra de registro de mano ysquierda
Anonymous/Anonymous
06. Entrada
07. Tento

Pedro de Araujo (c.1662-1705)/Anonymous
08. Obra e Passo
Anonymous/Anonymous
09. Entrada (arr for recorder ensemble)
Padre Manuel Rodrigues Coelho (1555 – 1635)/Anonymous
10. Sobre Pange Lingua (com a participação de Magna Ferreira)
Anonymous/Anonymous
11. Fantasia
Padre Manuel Rodrigues Coelho (1555 – 1635)/Anonymous
12. Tento in B minor
Anonymous/Anonymous
13. Entrada
14. Chirio

Padre Manuel Rodrigues Coelho (1555 – 1635)/Anonymous
15. Sobre e Seculorum (com a participação de Magna Ferreira)
16. Verso

Anonymous/Anonymous
17. Chirio
18. Obra
19. Entrada
20. Chirio

Pedro de Araujo (c.1662-1705)/Anonymous
21. Batalha
Anonymous/Anonymous
22. Entrada
23. Verso por E lami
24. Chirio
25. Entrada
26. Verso
27. Chirio

António Carreira (Lisbon, c1515-c1590)/Anonymous
28. Fantasia a 4

Anonymous/Anonymous
29. Entrada
António Carreira (Lisbon, c1515-c1590)/Anonymous
30. Quartus Tonus Fantasia a 4 (com a participação de Magna Ferreira)
Anonymous/Anonymous
31. Chirio
32. Verso

Padre Manuel Rodrigues Coelho (1555 – 1635)/Anonymous
33. Tento de 8th tom natural
Pedro de Araujo (c.1662-1705)/Anonymous
34. Phantasia

A Imagem da Melancolia – The Bad Tempered Consort – 2009
Flautas/Recorders: Andrea Guttmann, Inês Moz Caldas, Marco Magalhães, Matthijs Lunenburg, Paulo Gonzales, Pedro Castro, Pedro Couto Soares, Pedro Sousa Silva, Susanna Borsch
Canto/Singing: Magna Ferreira

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte e partituras)
MP3 320 kbps – 145,1 MB – 1,0 h
powered by iTunes 10.4.1

Boa audição.

sao

 

 

 

 

 

 

 

.

.

Avicenna

Missa de Nossa Senhora da Conceição: Antonio Carlos Gomes

2435dvmAntonio Carlos Gomes
(Campinas, 1836-Belém, 1896)

Missa de Nossa Senhora da Conceição (1854)

Dia desses recebo um discreto email, mais ou menos assim: “Avicenna, tenho umas músicas que acho você gostaria de ouvir.”
Sim, pode enviar, respondí.
Ô meu !! eram as Missas de Carlos Gomes !!!
Então procurei na internet algumas críticas, avaliações dessas obras, para me situar melhor…
Não tem !! Não tem !! Não tem !! Não tem !! Não tem !!
Ainda abobalhado, consultei meus botões.
O Tico falou: ” – Não seja impetuoso em escrever algo!”
O Teco falou: ” – Pede para ele escrever o texto, pede!”

Prezadas senhoras, prezados senhores, estimado público: o PQPBach tem a honra em apresentar, numa avant-prèmiere mundial blogosférica, a espetacular, gloriosa, orgasmoplástica, a IM-PER-DÍ-VEL Missa de Nossa Senhora da Conceição, composta por Antonio Carlos Gomes, com o excelente texto abaixo escrito pelo nosso hoje companheiro Bisnaga, inspirado pelos generosos ventos do oriente!

Antônio Carlos Gomes (1836-1896) teve a mesma infelicidade ou dádiva dos filhos de J. S. Bach: tinha um pai compositor e regente e mais 25 irmãos (quatro a mais que Carl Philipp e Johann Christian). Seu pai, Manoel José Gomes, mestre de capela e maestro da banda de Campinas, era importante copista de partituras, registrando e executando a música que se produzia em São Paulo e Rio de Janeiro naqueles tempos de início do Império. Além de autores italianos e portugueses, os brasileiros André da Silva Gomes, Padre José Maurício Nunes Garcia, Frei Jesuíno do Monte Carmelo e Francisco Manoel da Silva foram alguns dos compositores a cujas obras Carlos Gomes teve acesso ainda na infância.

O menino já se mostrava inclinado para a música desde cedo: tocava desde pequeno na banda e aos 11 anos apresentou suas primeiras composições. Era, aliás, com seu irmão José Pedro de Sant’Anna, uma das atrações da banda do pai, que os colocava para reger de vez em quando.

O fato de ser filho do mestre de capela também influenciou a produção Carlos Gomes. Em 1854, aos 18 anos, compôs sua primeira missa, a de São Sebastião, e aos 23, esta obra que vos é apresentada hoje: a Missa de Nossa Senhora da Conceição. Executada, provavelmente, em 08 de dezembro de 1859, dia da padroeira de Campinas, na Matriz Nova (atual catedral metropolitana, 1807-1884), uma igreja imensa ainda em obras (à época, a maior do país), cujos entalhes do interior nem haviam sido executados. Campinas, assim como a matriz, estava em constantes obras, fervilhava com a riqueza do café e já emparelhava em população com a capital, São Paulo. A cidade já se via como grande, assim como já se poderia supor do futuro do jovem Tonico, filho do Maneco Músico. Da mesma forma, a missa da padroeira deveria ser portentosa, como a fez Carlos Gomes. É bastante provável que a obra tenha sido composta na bipartição tradicional de seu tempo, em Missa (Kyrie e Gloria) e Credo (Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei), mas chegou até nós apenas a primeira parte, que não deixa de ser obra interessante que enriquece nossos ouvidos.

A Missa mostra um Carlos Gomes jovem que ainda não fincou os pés definitivamente no romantismo. Traços do classicismo podem ser percebidos nas peças mais delicadas para coro como o Kyrie, o Qui tollis e o Cum Sanctu Spiritu e não seria de assustar perceberem-se semelhanças com músicas de Nunes Garcia, grande mestre do período. Já os trechos inicial e final do Gloria, marchas com características até militarescas, deixam clara a influência da música de banda em Carlos Gomes, influência essa que será perceptível inclusive posteriormente, em suas óperas, diluindo-se ao longo do tempo. As peças com solos (Laudamus, Domine Deus e Qui Sedes) e o coro de Suscipe já mostram traços operísticos, seja nas belas melodias, quase modinhas e canções tão ao gosto do seu tempo, seja nos trechos de alternância entre orquestra e solista e entre solista e coro, bastante impactantes e dramáticos.

A Missa de Nossa Senhora da Conceição mostra um compositor complexo, em transição, que já se mostrava diferenciado, apontando para o Antônio Carlos Gomes que seria futuramente considerado o maior compositor operístico brasileiro. Seu talento, aqui, já desponta. Vale muito conhecer a obra.

[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/193452897″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

A Música e o Pará – 1996 (parte)
Antonio Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém, 1896)
Missa de Nossa Senhora da Conceição 1. Kyrie
Missa de Nossa Senhora da Conceição 2. Gloria
Missa de Nossa Senhora da Conceição 3. Gloria – Laudamus te
Missa de Nossa Senhora da Conceição 4. Gloria – Domine Deus
Missa de Nossa Senhora da Conceição 5. Gloria – Qui tollis peccata mundi
Missa de Nossa Senhora da Conceição 6. Gloria – Suscipe
Missa de Nossa Senhora da Conceição 7. Gloria – Qui sedes ad dexteram Patris
Missa de Nossa Senhora da Conceição 8. Gloria – Cum sancto Spiritu
Missa de Nossa Senhora da Conceição 9. Gloria

Leila Guimarães, soprano
Alpha de Oliveira, soprano
Jean-Paul Franceschi, tenor
Piero Marin, barítono
Orquestra do Festival do Centenário de Carlos Gomes
Andi Pereira, regente
Teatro da Paz, Belém, 1996.

Material espetaculosamente cedido pelo nosso companheiro Bisnaga. Não tem preço !

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 128 kbps VBR – 36Mb – 40,2 min

Partituras e outros que tais? Clique aqui

Boa audição.

e8mr6q

 

 

.

.

Avicenna

Duetos Concertantes: Gabriel Fernandes da Trindade (1799/1800-1854) – Acervo PQPBach

2v8fx36Duetos Concertantes
Gabriel Fernandes da Trindade

Maria Ester Brandão (1º violino)
Koiti Watanabe (2º violino)

Gabriel Fernandes da Trindade, inicialmente conhecido apenas como autor de “modinhas”, tem origem incerta. Não se sabe até hoje se era português ou brasileiro. Pesquisas revelaram, entretanto, que ele compôs as duas únicas obras instrumentais camerísticas do período colonial brasileiro: os Duetos Concertantes. O autor utilizou nesses duetos uma base estética clássica italiana. Mas características luso-brasileiras são claras em alguns movimentos dos duetos n. 2 e em todo o dueto n. 3.

Além de seus traços estéticos que lhe imputam sua importância como obra de arte, os duetos também são sociologicamente importantes, pois documentam um estilo cortesão de vida no Rio de Janeiro já na época de D. João VI. Destacamos aqui o “Allegro Vivace” (faixa 3), terceiro movimento do dueto n. 1. A peça é um rondó que traz um tema jocoso que é repetido, seguindo-se de uma seção em modo menor. Maria Ester Brandão (1º violino) e Koiti Watanabe (2º violino), ambos naturais de Curitiba, executam com graça e vivacidade os duetos desta gravação, abrilhantando ainda mais esta importante obra de Gabriel Fernandes da Trindade. (http://www.paulus.com.br)

Restaurados por Paulo Castagna e Anderson Rocha, os Duetos são essencialmente brilhantes e mesmo os movimentos lentos manifestam extroversão. A linguagem é simples e divertida, com procedimentos melódicos e harmônicos típicos do estilo operístico italiano

Maria Ester Brandão
Natural de Curitiba, iniciou sua carreira com o Coral e Conjunto da Família Brandão. Conquistou vários Primeiros Prêmios em concursos no Brasil e desde então tem se apresentado como solista junto a orquestras por todo o Brasil e Exterior. Graduou-se sob a orientação do Professor Moysés Azulay de Castro pelo Curso Fundamental e Superior da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Integrou a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Orquestra de Câmara Solistas do Brasil, foi professora de Violino e Musica de Câmara do Departamento de Musica da Universidade de São Paulo e realizou turnês pela Europa como solista convidada da Orquestra de Câmara de Blumenau em 90, 91 e 93 com grande sucesso. Tem se apresentado como solista com as principais orquestras brasileiras, com o Duo Brandão – Watanabe e o pianista Denis Akel e também com a cravista e pianista Regina Schlochauer em recitais pelo Brasil. Foi spalla da Orquestra Filarmonica de São Paulo, da Orquestra Filarmônica de São Bernardo do Campo e da Orquestra do Programa PRELÚDIO da TV Cultura – RTC – SP em 2005 e 2006.

Koiti Watanabe (in memoriam)
Natural de Curitiba, iniciou seus estudos de violino com Bianca Bianchi na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Em 1974 obteve uma bolsa de estudos do governo norte-americano para estudar com Francis Elliott na Tennessee Technological University, com Broadus Erle e Sioko Aki na Yale University Summer School of Music and Arts – Connecticut – e com Tossy Spivakovsky, professor da Juilliard School of Music – New York. Vinha se apresentando como violinista e violista com o Duo Brandão – Watanabe, em grupos de câmara, com os pianistas Denis Akel, Olga Kiun, André Heller e a também cravista Regina Schlochauer em recitais e festivais pelo Brasil.

Palhinha: ouça 01. Dueto No. 1 – 1. Allegro moderato

Gabriel Fernandes da Trindade (Ouro Preto, 1799/1800-Rio de Janeiro, 1854)
Duetos Concertantes (c.1814)
01. Dueto No. 1 – 1. Allegro moderato
02. Dueto No. 1 – 2. Andante sostenuto
03. Dueto No. 1 – 3. Allegro vivace
04. Dueto No. 2 – 1. Allegro moderato
05. Dueto No. 2 – 2. Andante con espressione
06. Dueto No. 2 – 3. Allegro con spirito
07. Dueto No. 3 – 1. Adagio
08. Dueto No. 3 – 2. Allegro con moltissimo moto

Duo Brandão – Watanabe: Duetos Concertantes – 1995
Maria Ester Brandão (1º violino)
Koiti Watanabe (2º violino)

2jcbrls

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 247,0 MB | HQ Scans 8,0 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 116.0 MB – 47,1 min
powered by iTunes 9.2

 

.Boa audição.

bebe computer

 

 

 

 

.

Avicenna

Portuguese Polyphony – Ars Nova

2cfw955Portuguese Polyphony
Ars Nova

Portugal was historically by no means isolated from the mainstream of European culture, although the earlier periods of Portuguese polyphony may be relatively little known. There were, nevertheless, monastic and ecclesiastical connections with other parts of Europe, and, of course, with Rome, while the proximity of Spain, most evident in the golden age of Portuguese polyphony, ensured that Portugal was part of the wider European tradition of polyphony, with an important fifteenth century centre in the Royal Chapel, reflected also in the music of cathedrals and choir-schools, notably, in the sixteenth century, at Évora.

Among the earlier of Portuguese composers to win a wider reputation, particularly in Spain, was Pedro de Escobar (c.1465-1535), convincingly identified by Robert Stevenson with Pedro do Porto or Pedro del Puerto, employed at the Spanish Royal Chapel of Queen Isabella I and later in Seville. His motet Clamabat autem mulier (But there cried out a woman) won considerable popularity, to be used by Gil Vicente in his play Auto da Cananea in 1534, arranged for solo vihuela by the Spanish composer Mudarra, and transported to the New World, notably to Guatemala, where two unattributed manuscripts of the work are found.

Palhinha: ouça 15. Clamabat autem mulier

.

Bartolomeo Trosylho (c.1500 – c.1567), his name variously spelt as Trosilho or Truxillo, was a singer in the Royal Chapel of Dom João III, becoming master of the chapel in 1548. Although the heading of the manuscript containing Circumdederunt me (My enemies have surrounded me) is pro defunctis trosylho (for the dead, Trosylho), the text is in fact the Introit for Septuagesima Sunday. Trosylho’s richly polyphonic setting is for four voices.

Manuel da Fonseca (fl.1540) is recorded as having been mestre da capela at the Cathedral of Braga in 1544. Betweeen 1542 and 1543 he seems to have been mestre da capela to the king’s son Dom Duarte and is chiefly known for his Liber Introitus, a copy of which, dated 1615, still survives in Braga. Beata viscera Mariae (Blessed be the womb of Mary) is not now an Introit in the Roman rite, though the first lines are used as the Communion verse for Mass on Feasts of the Blessed Virgin. It might be supposed that it was originally an Introit for a votive mass to Our Lady, perhaps in the Braga rite, which has now been discontinued following various liturgical reforms. It is based on the relevant plainchant in the bass, with the other three voices weaving a texture around its steady and even progress.

It was not until the beginning of the seventeenth century that the work of Portuguese polyphonic composers began to be known more widely. The most famous three, Duarte Lobo (c.1565-1646), Manuel Cardoso (1566-1650), and Filipe de Magalhães (c.1571-1652) were all pupils of Manuel Mendes (c.1547-1605) at Évora, an important cathedral and university city in eastern Portugal. All three also became very successful musicians after moving to the capital, Lisbon.

The youngest of the group, Filipe de Magalhães, was reputedly the favourite pupil of Mendes, whom he succeeded at Évora. He later moved to Lisbon, where he was choirmaster at the Misericórdia and master of music in the Royal Chapel. He is regarded as being a highly accomplished composer, capable of an unparalleled smoothness of polyphonic style and elegance of vocal line. This can be heard in his four-part Vidi aquam (l beheld the water), a piece to be sung during the procession and sprinkling of holy water at the beginning of Mass in Paschal time, and in his six-part Commissa mea pavesco (I tremble at my sins), a verse from the third responsory at Matins in the Office for the Dead.

The Mass O Soberana luz (O sovereign light), its title a possible reference to King Philip IV of Spain, was included in the Liber Missarum of Magalhães, published by Craesbeck in 1636. This publication begins with the setting of Vidi aquam and ends with Commissa mea pavesco. Although the first four notes of the tenor part in several movements of the Mass are identical with the plainsong Mass Cum jubilo, for feasts of the Blessed Virgin, the rest of the line is different. It is more probable that this is a parody Mass, derived from another composition, since the opening tenor theme is always presented with two descending lines in upper parts, often in thirds. These materials are variously treated, sometimes with contrasting material, but they can be clearly heard in the openings of the Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus, and Agnus Dei. Another feature of this Mass is the continued use of contrast between sections which use longer notes and those where the rhythms are much faster and livelier. This would point to a source, perhaps a lost villancico, where there might have been this kind of contrast, possibly between the copla (stanza) and the estribillo (refrain).

Duarte Lobo became mestre da capela at the Cathedral in Lisbon. Testimony to the wider popularity of his music may be seen in the publication of his music by Plantin in Antwerp, his Christmas Responsories in the Opuscula of 1602, followed by a book of sixteen Magnificats in 1605 and books of Masses in 1621 and 1639. Both Audivi vocem de caelo, (l heard a voice from Heaven), a six-voice setting of a verse and response for Lauds from the Office for the Dead, and Pater Peccavi (Father I have sinned) were included in the 1621 volume. Lobo remained the only one of the Évora composers to have his music printed by Plantin.

Frei Manuel Cardoso was born in Fronteira in 1566 and professed as a Carmelite friar in Lisbon in 1589. In 1605 he too completed a book of Magnificats and began a long period of correspondence with Plantin with a view to having this published in Antwerp. The fee demanded by Plantin, however, was too high and instead he gave the work to Peter Craesbeck, a former apprentice of Plantin, a printer now established in Lisbon. The book was eventually printed and published in 1613. Cardoso had connections with the Portuguese and Spanish royal families, with the future King Dom João IV possibly his pupil and later certainly his patron. One of the features of Cardoso’s style is his consistent use of augmented chords, particularly in four-part writing. Most scholars see this as an absorption of Baroque harmonic practice into sixteenth century style. Two eariy instances can be heard in the six-part Magnificat Secundi Toni at the words (salu)ta(ri meo). Although the final Sicut erat (As it was in the beginning) has no instances of a full augmented chord, every other movement has at least one, and there are no fewer than nine in the four-part Esurientes (He has filled the hungry).

in 1648, Craesbeck printed Cardoso’s Livro de Varios Motetes, consisting mainly of pieces for the Holy Week liturgy. The Lamentatio on the present recording is the second Lesson for Matins (1st Nocturn) on Maundy Thursday. Cardoso’s setting for six voices uses only the Vau and Zain verses, omitting those given as Heth and Teth. The work concludes with Jerusalem, Jerusalem, convertere ad Dominum Deum tuum (Jerusalem, Jerusalem, turn to thy Lord).

Ars Nova

The vocal group Ars Nova is one of the most distinguished chamber choirs in Scandinavia in the field of early and new music. The twelve singers of the choir and the director Bo Holten have produced a series of internationally acclaimed compact discs and have given more than 650 concerts and broadcasts in Scandinavia, the rest of Europel Israel and Japan. The group was founded in 1979. Since 1990 Ars Nova has been the first professional choir in Denmark fully financed by private sponsors and foundations. These are Bikuben Bank and the Danish Ministry of Cultural Affairs and Foundation of Culture.

Ars Nova has been a pioneer in the performance of the work of Renaissance composers and in the field of modern music has concentrated its attention on compositions of the last 25 years, with work by distinguished Scandinavian composers as well as performing some 120 new works by composers such as Górecki, Pärt and Takemitsu. In 1991 the choir won the Danish Grammy Award for its recording of sacred music by Nicolas Gombert and in 1992 a Diapason d’or gold medal in France for the best classical compact disc, a recording of motets and chansons by Josquin des Prez.
(extraído do encarte)

Portuguese Polyphony
Frei Manuel Cardoso (Portugal, 1566-1650)/Bible – Old Testament
01. Lamentatio
Frei Manuel Cardoso (Portugal, 1566-1650)
02. Magnificat secundi toni
Duarte Lôbo (Portugal, c1565-1646; Latinized as Eduardus Lupus)
03. Audivi vocem de caelo
04. Pater peccavi

Filipe de Magalhães (Portugal, c1571-1652)
05. Vidi aquam
Filipe de Magalhães (Portugal, c1571-1652)/Mass Text
06. Missa O Soberana luz 1. Kyrie
07. Missa O Soberana luz 2. Gloria
08. Missa O Soberana luz 3. Credo
09. Missa O Soberana luz 4. Sanctus
10. Missa O Soberana luz 5. Benedictus
11. Missa O Soberana luz 6. Agnus Dei

Filipe de Magalhães (Portugal, c1571-1652)
12. Commissa mea pavesco
Manuel da Fonseca (fl.1540)
13. Beata viscera
Bartolomeo Trosylho (c.1500-c.1567)
14. Circumdederunt me
Pedro de Escobar (c.1465–after 1535), a.k.a. Pedro do Porto
15. Clamabat autem mulier

Portuguese Polyphony – 1992
Vocal group Ars Nova
Bo Holten, director
Recorded at Kastelskirken, Copenhagen, on 10th and 12th October 1992

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 320 kbps – 149,5 MB – 1,0 h
powered by iTunes 10.4.1

Boa audição.

Tempos modernos ...
Tempos modernos …

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

Avicenna

Mestre Ataíde, o pintor da música: uma leitura artística e histórica de sua obra

2e20wsy185 anos de falecimento do Mestre Ataíde, o pintor da música!

Manuel da Costa Ataíde (Mariana, bat. 18/10/1762 – 02/02/1830), mais conhecido como Mestre Ataíde, foi o mais exuberante decorador brasileiro do final do século XVIII e início do século XIX, que trabalhou bastante com o mestre Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa). Nasceu em Mariana em data desconhecida (mas foi batizado em 18 de outubro de 1762) e morreu na mesma cidade em 2 de fevereiro de 1830, ou sejá, há exatos 185 anos. Provavelmente foi branco, mas notabilizou-se como “nativista”, ou seja, retratou com frequência o tipo humano afrodescendente em meio às cenas bíblicas e celestes nas igrejas onde trabalhou.

Mestre Ataíde deixou suas extraordinárias pinturas em Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Itaverava, Catas Altas, Santa Bárbara, Congonhas e Caraça. Entre essas obras, destaca-se um detalhe muito interessante para a área da música, que é a presença dos inúmeros anjos músicos e de suas partes musicais. Presentes nas igrejas de São Francisco de Ouro Preto, São Francisco de Mariana, matriz de Ouro Branco, matriz de Itaverava, matriz de Catas Altas e matriz de Santa Bárbara.

Nessas pinturas, os anjos tocam os instrumentos que estavam em uso na época, e exibem partes musicais, sendo um excelente testemunho da prática musical da época.

Ataíde tinha conhecimentos musicais suficientes para isso. Seu inventário demonstra que teve em casa um cravo, o que sugere que sua relação com a prática musical teria siso maior do que apenas sua descrição em pinturas.

O sistema de trabalho em grupo, bem como o de ensino e aprendizagem da arte praticada por Ataíde era o mesmo sistema usado pelos músicos, ou seja, o mestre concebia ou compunha as obras, os seus oficiais a executavam e os discípulos trabalhavam em funções auxiliares ou periféricas, aprendendo o ofício durante o trabalho, junto com os mais experientes.

Protagonizado pelo nosso querido José Arnaldo de Lima (1956-2013), um ano antes de seu falecimento, diretamente nas oito igrejas ou santuários onde estão as obras de Ataíde, o documentário “Sob o Ceu de Ataíde”, da série “Bem Cultural”, gravado pela Rede Minas em 2012, usa como trilha sonora o repertório e as gravações do Museu da Música de Mariana e encontra-se disponível em:

Valeu, seu Manuel, é uma enorme alegria passar todos os dias em frente à sua casa e às suas pinturas!

Texto do musicólogo Prof. Paulo Castagna, e publicado no Facebook do Museu da Música de Mariana

Disponibilizamos abaixo um link para download do documentário ‘Sob o céu de Ataíde’, muito útil e didático para escolas, faculdades, historiadores, estudiosos e interessados:

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Alta Resolução
MP4 – 745,2 MB – 54 min

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Baixa Resolução
MP4 – 287,5 MB – 54 min

b9di02

 

 

 

 

 

 

 

 

.

Um abraço,

Avicenna