O vibrato (*) está para os instrumentos de cordas e cantores líricos um pouco como o sal e o açúcar estão para a culinária. Alguns dirão que não dá pra viver sem. Talvez não dê mesmo, mas com moderação. Pense em frutas de gosto forte e exótico: uma mousse de maracujá, um suco de limão galego, um pavê de graviola… se a gente coloca muito açúcar, fica tudo com o mesmo gosto.
É o que me vem à mente ouvindo o quinteto ‘A Truta’ com o violoncelo italiano tocado por Anner Bylsma, o violino Stradivarius tocado por Vera Beth, a viola inglesa tocada por Jürgen Kussmaul, o fortepiano de Leipzig tocado por Jos van Immerseel… Cada instrumento com sua sonoridade muito peculiar, que cabe aos músicos revelar, ao invés de jogar baldes de açúcar uniformizadores do som.
E como o som mais intimista desses instrumentos de época combina com o espírito romântico de Schubert… esse tipo de romantismo contido, sem os exageros dos russos e sem a loucura do último Schumann que, vocês sabem, ouvia vozes, às vezes as de anjos, às vezes as de demônios e uma vez, segundo ele, a do finado Schubert (**).
Na Sonata para Arpeggione, Anner Bylsma (1934-2019) utiliza um violloncelo piccolo de 1700 no lugar do arpeggione, espécie de instrumento-quimera, cruzamento entre violoncelo e violão, que durou pouco tempo e que estimulou algumas características dessa sonata como a alternância entre trechos com o arco e arpejos tocados com os dedos.
(*) A técnica denominada vibrato (expressão de origem italiana, literalmente traduzida como vibrado) consiste na oscilação de uma corda de um instrumento musical (ou do diafragma no caso do canto), produzindo assim uma variação periódica na altura de uma nota.
(**) “According to Becker, Schumann believed the spirit of Franz Schubert came to him one night and gave him a melody”
Franz Schubert (1797–1828):
Piano Quintet In A Major, D. 667 (Op. Post. 114) “The Trout”
1. I. Allegro Vivace
2. II. Andante
3. III. Scherzo. Presto
4. IV. Tema. Andantino – Variations I–V – Allegretto
5. V. Finale. Allegro Giusto
Sonata For Arpeggione and Piano, D. 821
6. I. Allegro Moderato
7. II. Adagio
8. III. Allegretto
9. Adagio for Piano Trio, D. 897 (Op. Post. 148) “Notturno”
Anner Bylsma – Violoncello (Pressenda, Torino, 1835) (1-5, 9); Violoncello piccolo (Anonymous, Tirol, ca. 1700) (6-8)
Jos van Immerseel – Fortepiano (Tröndlin, Leipzig, early 19th century)
Vera Beths – Violin (Stradivarius, Cremona, 1727) (1-5, 9)
Marji Danilow – Double Bass (1-5)
Jürgen Kussmaul – Viola (Forster, London, 1785) (1-5)
Alfred Cortot sobre Schubert:
A parte do sentimento é muito importante e o espírito romântico supera a forma, que permanece clássica.
(Curso de interpretação, Ed. Musimed, p.92)
Concertos para violino, de Bach? Concertos para cravo, de Bach? Sim, concertos para violino, de Johann Sebastian Bach.
O Concerto em ré menor BWV 1052 chegou até nós como um concerto para cravo e é um dos mais impressionantes da coleção de sete, mas é uma adaptação para cravo de um concerto originalmente escrito para violino, cuja partitura se perdeu.
Johann Sebastian Bach estava encarregado do Collegium musicum de Leipzig, que se apresentava no Café Zimmermann e entre os músicos que tocavam havia excelentes cravistas, alguns com sobrenome Bach: o próprio Johann Sebastian e seus filhos, Wilhelm Friedemann e Carl Philipp Emanuel. Assim, entre 1735 e 1744, Bach adaptou para o cravo sete concertos assim como mais alguns para dois, três e até quatro cravos. Este último de um original de Vivaldi, para quatro violinos, mas esta é outra história, para alguma outra postagem.
Nos disco desta postagem temos uma reconstrução do concerto para violino, que deu origem ao concerto de cravo em ré menor, BWV 1052, que soa muito bem na interpretação dos jovens músicos.
O segundo concerto do disco, em sol menor, BWV 1056, é uma reconstrução do Concerto em fá menor, para cravo. Este concerto tem de muito especial o movimento lento, que tem uma versão com solo de oboé no lugar do violino ou cravo, como queiram, e foi usado como a Sinfonia da Cantata BWV 156, ‘Ich steh mit einem Fuss im Grabe’ (Estou com um pé na cova, pasmem…).
Para completar o programa, um dos concertos para violino(s) que sobreviveu, BWV 1043, em ré menor.
A solista do disco é a islandesa Elfa Rún Kristinsdóttir, que estudou em Freiburg e tem carreira como concertista, atuando com várias orquestras, como a Akademie für Alte Musik, Berlin. Ela também faz parte do Solistenensemble Kaleidoskop, grupo estabelecido em Berlim. Lisa Immer é a concertmaster do grupo e atua como segundo solista no último concerto.
Não se preocupem com o fato de todos os concertos serem em tons menores, há muita beleza assim como animação no disco todo…
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Concerto para Violino em ré menor, BWV1052
Allegro
Adagio
Allegro
Concerto para Violino em sol menor, BWV1056
(Allegro)
Largo
Presto
Concerto para dois Violinos em ré menor, BWV1043
Vivace
Largo ma non tanto
Allegro
Elfa Rún Kristinsdóttir, violino
Solistenensemble Kaleidoskop
Lisa Immer, violin (concertmaster e solista no Concerto BWV 1043)
“One would be hard-pressed to find a better debut recording than these interpretations of Bach . . . It is much too rare to hear Bach as fresh, lively and present-day as this.”Nordische Musik about Elfa’s Bach CD
“with the charming, wonderfully sensitive, but also thrillingly powerful music-making of the young Icelandic violinist Elfa Rún Kristinsdóttir . . . the brilliant and extremely versatile artist” Kultur Klassik
Bernard Haitink certamente era o maior regente vivo de nosso planeta até o dia 21 de outubro. Morto aos 92 anos, ele se aposentou aos 90, em 2019. Tive a sorte de vê-lo uma vez em ação no Concertgebouw em 2017. Sentei atrás da orquestra, de frente para o maestro. Nossa, a clareza de seus gestos era maravilhosa. Impossível não entrar na hora certa. Até eu tinha vontade de entrar… Assobiando! Quando ele pediu para a orquestra levantar a fim de receber os aplausos, minha esposa, que é violinista, quase ergueu-se junto. Haitink também era uma pessoa absolutamente modesta e tranquila, sem estrelismos. Este é seu último concerto em Amsterdam, a sua cidade natal. Ele escolheu a Bruckner #7. Foi uma bela escolha. Haitink dava-se muito com as enormidades musicais de Bruckner, Mahler e Shostakovich. Regia tudo esplendidamente, foi um enorme beethoveniano, mozartiano e schubertiano, mas parecia gostar ainda mais do citado trio. O nível desta gravação é absolutamente culminante, inalcançável. Aos 90 anos, Haitink aposentou-se no auge.
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 7 (Haitink)
1. Symphony No. 7: I. Allegro moderato (Live) (21:37)
2. Symphony No. 7: II. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam (Live) (21:35)
3. Symphony No. 7: III. Scherzo. Sehr schnell (Live) (10:49)
4. Symphony No. 7: IV. Finale. Bewegt, doch nicht schnell (Live) (14:06)
Netherlands Radio Philharmonic Orchestra
Bernard Haitink
Dando continuidade às homenagens a Bernard Haitink, temos hoje três grandes concertos românticos para violino com Arthur Grumiaux (1921-1986). As gravações, dos primeiros anos da tecnologia stereo, já podem ser chamadas de jurássicas, mas há algumas coisas ali, um vibrato controlado, sem exageros, uma expressividade sem choradeira, que a tornam menos datada do que outras da mesma época. Posso estar enganado, aliás violino não é meu pão de cada dia e eu não conheço tão bem as gravações de Heifetz, Perlman, Ferras… Mas vejam o que disse a Gramophone ao incluir essa gravação entre as de referência para o Concerto de Mendelssohn:
Arthur Grumiaux, em sua gravação de 1960 com a Orquestra do Concertgebouw e Bernard Haitink, merece uma menção por ter uma das aberturas com o ritmo mais vivo
(As for Arthur Grumiaux, his 1960 recording with the Concertgebouw Orchestra and Bernard Haitink deserves a mention for having one of the most crisply rhythmic openings)
O Concerto de Tchaikovsky, para mim, é o que tem a mais bela orquestração entre esses três. Enquanto o pau quebra para o solista, as cordas e madeiras do Concertgebouw acompanham com aquele som brilhante e suave que também podemos ouvir nas gravações de Debussy que Haitink e sua orquestra fizeram nos anos 1970.
Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840–1893): Concerto para Violino em Ré maior, Op.35
01. I. Allegro moderato
02. II. Canzonetta: Andante
03. III. Finale: Allegro vivacissimo Felix Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino em Mi menor, Op.64
04. I. Allegro molto appassionato
05. II. Andante
06. III. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace Max Bruch (1838-1920): Concerto para Violino No.1 em Sol menor, Op.26
07. I. Vorspiel (Allegro moderato)
08. II. Adagio
09. III. Finale (Allegro energico)
Arthur Grumiaux – Violino
Concertgebouworkest, Amsterdam
Bernard Haitink
Bernard Haitink foi um maestro excepcional, de envergadura ímpar, mas ao mesmo tempo discreto e bem menos festejado que seus pares da mesma geração, como Bernstein e Karajan. Isso o colocava numa posição privilegiada, a de optar por uma escolha distinta de repertório e leituras altamente pessoais, o mais das vezes avesso ao espalhafatoso e ao verborrágico. Como muitos dos meus colegas do PQP, que neste momento se unem para homenagear um mestre comum, Haitink marcou cada um de nós com gravações que consideramos non plus ultra do repertório sinfônico mais destacado. Apesar de suas afamadas preferências por Mahler, Bruckner e Shostakovich, que estabelecem consenso de excelência dentre tanto apreciadores diletantes como críticos especializados, alguns dos melhores momentos de Haitink foram, para mim, com mestres franceses modernos, em especial Debussy e Ravel. Este último em particular ocupa lugar privilegiado na discografia haitinkiana. Ainda na era do LP, sua versão de 1973 da Rapsódia Espanhola é arrebatadora; para mim a que melhor equilibra a verve rítmica com a clareza das ideias na brilhante orquestração de Ravel. Sutilezas na pontuação das dinâmicas e da exuberante instrumentação fazem deste um registro imperdível. Um Menuet Antique, de feições mais modestas, com Haitink ganha ares de uma nobreza insondável. E que Alborada!
Uma manhã luminosa que enfatiza bem seu caráter gracioso e eloquente. Estas gravações foram lançadas na década de 70 em LPs pela PHILIPS e nenhuma foi relançada em CD, até as séries de relançamentos (PHILIPS DUO) dos anos 90. Haitink inclusive gravou novamente essas obras para lançamento exclusivo em CD, mas o brilho destas primeiras incursões é, para mim, insuperável.
Claro, ao falar de obras orquestrais mais conhecidas de Ravel, como o Boléro e Daphnis et Chloé, não podemos deixar de mencionar que temos ótimas versões paralelas. Mas nestas pequenas jóias menos divulgadas (Valses Nobles, Ma Mère l’Oye), Haitink nos revela um mundo novo, de íntima beleza, em que Ravel desponta como um colorista exímio, de sutileza ímpar. La Valse é estonteante. A orquestra do Concertgebouw em plena forma torna a experiência ainda mais única.
Palavra final: Há muitos bons intérpretes de Ravel, e há Haitink.
Ravel: Orchestral Works Bernard Haitink, Royal Concertgebouw Orchestra
CD1
1.Boléro
2.Alborada del gracioso
3.Rhapsodie espagnole
4.La Valse
5.Pavane pour une infante défunte
6.Valses nobles et sentimentales
CD2
1.Menuet antique
2.Le tombeau de Couperin
3.Ma mère l’Oye
4.Daphins et Chloé: Suite No 2
Atendendo a pedidos, com a lentidão habitual de nosso SAC, estamos trazendo pela primeira vez a integral de Shostakovich por Bernard Haitink, completa, inteirinha. (Pleyel, 2020)
Hoje é o Saint Patrick´s Day, dia de beber cerveja, então vamos a mais um lote de Shostas. (Céus, totalmente sem sentido). Mas está aí: a heróica e não tão boa sétima; a interessantísima e contrastante oitava e a programática e espetacular décima-primeira. Acho que fico por aqui mesmo. Esta coleção não foi muito baixada e da 12ª até a 14ª eu não tenho em CD, só em haitinkvinil. Tenho a 15ª, mas só gosto de lacunas a preencher em mulheres. Oh, sei, sempre esse odioso machismo!
Ontem ouvi os últimos CDs do Radiohead e dos Strokes. Olha, duas grandes bostas. O que a nova geração ouve de bom? No Brasil e no mundo, a música popular me parece tão, mas tão sem graça… (PQP, 2011)
Sinfonias de Dmitri Shostakovich com Bernard Haitink (CDs 6 a 11, de 11)
CD 6
Symphony No.7 In C Major, Op.60 Leningrad
1 I Allegretto
2 II Moderato (Poco Allegretto)
3 III Adagio
4 IV Allegro Non Troppo
London Philharmonic Orchestra
CD 7
Symphony No.8 In C Minor, Op.65
1 I Adagio
2 II Allegretto
3 III Allegro Non Troppo
4 IV Largo
5 V Allegretto
Concertgebouw Orchestra
CD 8
Symphony No.11 In G Minor, Op.103 ‘The Year 1905’
1 I Adagio: The Palace Square
2 II Allegro: 9 January
3 III Adagio: In Memoriam
4 IV Allegro Non Troppo: Tocsin
Concertgebouw Orchestra
CD 9
Symphony No.13 In B Flat Minor, Op.113 ‘Babi Yar’
1 I Adagio: Babi Yar
2 II Allegretto: Humour
3 III Adagio: In The Store
4 IV Largo: Fears
5 V Allegretto: A Career
Bass – Marius Rintzler
Choir – Gentlemen From The Choir Of The Concertgebouw Orchestra
Concertgebouw Orchestra
CD 10
Symphony No.14, Op.135
1 I De Profundis
2 II Malagueña
3 III Loreley
4 IV Le Suicidé
5 V Les Attentives I
6 VI Les Attentives II
7 VII À La Santé
8 VIII Réponse Des Cosaques Zaparogues…
9 IX O Delvig, Delvig
10 X Der Tod Des Dichters
11 XI Schluß-Stück
Concertgebouw Orchestra
Baritone – Dietrich Fischer-Dieskau
Soprano – Julia Varady
6 Poems Of Marina Tsvetaeva, Op.143a
12 I My Poems
13 II Such Tenderness
14 III Hamlet’s Dialogue With His Conscience
15 IV The Poet And The Tsar
16 V No, The Drum Beat
17 VI To Anna Akhmatova
Contralto – Ortrun Wenkel
Concertgebouw Orchestra
CD 11
Symphony No.15 In A Major, Op.141
1 I Allegretto
2 II Adagio — Largo — Adagio — Largo
3 III Allegretto
4 IV Adagio —Allegretto — Adagio — Allegretto
London Philharmonic Orchestra
From Jewish Folk Poetry, Op.79
5 I Lament For A Dead Infant
6 II Fussy Mummy And Auntie
7 III Lullaby
8 IV Before A Long Separation
9 V A Warning
10 VI The Deserted Father
11 VII A Song Of Poverty
12 VIII Winter
13 IX The Good Life
14 X A Girl’s Song
15 XI Happiness
Contralto – Ortrun Wenkel
Soprano – Elisabeth Söderström
Tenor – Ryszard Karczykowski
Concertgebouw Orchestra
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Façam como P.Q.P. Bach: ouçam Shostakovich no Carnaval!
Meus amigos, a verdade que liberta e salva é a seguinte: eu sou um grande admirador de Bernard Haitink (1929). Em minha opinião, ele é um monstro da regência. Em suas gravações há assinaturas indeléveis: uma indiscutível musicalidade e um som especial. OK, você pensa que é o som do Concertgebouw, mas não é. Como é que ele o repete com a London Philharmonic? E quando ele se junta a compositores como Shostakovich, Mahler e Bruckner — que exigem som — , só para dar exemplos, o resultado é magnífico.
Então, passei a segunda e a terça de carnaval ouvindo suas gravações de Shostakovich. Aqui temos a juvenil e genial primeira sinfonia, escrita aos 20 anos de Shosta; a segunda e a terceira, corais e altamente experimentais, como tudo na época pré-stalinista; a monumental quarta, modelo para o que viria depois; a clássica quinta; a estranha sexta, que começa monumento e termina de forma sarcástica, mais parecendo um circo; a zombeteira e vingativa nona; a perfeita e assinada décima. Boa audição!
Sinfonias de Dmitri Shostakovich com Bernard Haitink (CDs 1 a 5, de 11)
CD 1
Symphony No.1 In F Minor, Op.10
1 I Allegretto – Allegro Non Troppo
2 II Allegro
3 III Lento
4 IV Allegro Molto – Lento – Allegro Molto
Symphony No.3 In E Flat Major, Op.20 ‘The First Of May’
5 I Allegretto – Allegro
6 II Andante
7 III Allegro – Largo
8 IV Moderato: ‘V Pervoye Pervoye Maya’
London Philharmonic Orchestra
CD 2
Symphony No.2 In B Major, Op.14 ‘To October – A Symphonic Dedication’
1 I Largo – Allegro Molto
2 II My Shli, My Prosili Raboty I Khleba
Symphony No.10 In E Minor, Op.93
3 I Moderato
4 II Allegro
5 III Allegretto
6 IV Andante – Allegro
London Philharmonic Orchestra
Choir – London Philharmonic Choir (Symphony No. 2)
CD 3
Symphony No.4 In C Minor, Op.43
1 I Allegretto Poco Moderato —
2 Presto
3 II Moderato Con Moto
4 III Largo —
5 Allegro
London Philharmonic Orchestra
CD 4
Symphony No.5 In D Minor, Op.47
1 I Moderato
2 II Allegretto
3 III Largo
4 IV Allegro Non Troppo
Symphony No.9 In E Flat Major, Op.70
5 I Allegro
6 II Moderato
7 III Presto
8 IV Largo
9 V Allegretto — Allegro
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Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
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Vamos então concluir esta série Haitink / Bruckner em grande estilo: suas últimas três sinfonias. Estou disponibilizando também o décimo primeiro CD desta caixa, que traz o Te Deum, só para não deixar a coleção incompleta.
Espero que tenham gostado. Bernard Haitink foi um dos maiores regentes da atualidade, sem dúvida alguma. Por isso faço questão de apresentá-lo a quem não o conhece.
SYMPHONY NO.7 IN E MAJOR mi majeur · E-Dur 29
I Allegro moderato
II Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam
III Scherzo: Sehr schnell – Trio: Etwas langsamer
IV Finale: Bewegt, doch nicht schnell
SYMPHONY NO.8 IN C MINOR ut mineur · c-Moll Robert Haas Edition, 1939
I Allegro moderato
II Scherzo: Allegro moderato – Trio: Langsam
III Adagio. Feierlich langsam, doch nicht schleppend
IV Finale: Feierlich, nicht schnell
SYMPHONY NO.9 IN D MINOR (Original version, 1894) ré mineur · d-Moll
I Feierlich, misterioso
II Scherzo: Bewegt, lebhaft – Trio: SchnellIII Adagio: Langsam, feierlich
TE DEUM WAB 45
I Te Deum laudamus soprano, contralto, tenor, chorus
II Te ergo soli III Aeterna fac chorus
IV Salvum fac soli, chorus
V In te, Domine, speravi soli, chorus
Elly Ameling soprano ·
Anna Reynolds contralto
Horst Hoffmann tenor ·
Guus Hoekman bass
Groot Omroepkoor (Netherlands Radio Choir)
Chorus master: Anton Krelage
Dando prosseguimento a esse ciclo Bruckner / Haitink / RCO, hoje teremos as sinfonias de nº 4, 5 e 6. A Quarta Sinfonia talvez seja a mais popular do compositor. Foi por meio dela que conheci este construtor de imensas catedrais sonoras, como li certa vez em algum lugar.
Para quem não sabe, não se tratam de registros recentes do maestro com sua querida orquestra. Ao contrário, são lá dos anos 60, quando Haitink encarou a difícil tarefa de assumir a direção desta orquestra. Nos próximos cinquenta anos suas identidades vieram a se fundir e se confundir. Foi ele quem a tornou a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam a melhor orquestra dos últimos cinquenta anos, desbancando as poderosas Filarmônicas de Viena e de Berlim. E isso não sou eu apenas quem estou afirmando. A crítica especializada já há muitos anos confirma isso.
Mas vamos ao que viemos. Bruckner com seu principal regente do final do século XX, e deste início de século XX, Bernard Haitink.
SYMPHONY NO.4 IN E FLAT MAJOR “ROMANTIC”
I Bewegt, nicht zu schnell
II Andante, quasi allegretto
III Scherzo: Bewegt – Trio: Nicht zu schnell, keinesfalls schleppend
IV Finale: Bewegt, doch nicht zu schnell
SYMPHONY NO.5 IN B FLAT MAJOR
I Introduction: Adagio – Allegro (Mäßig)
II Adagio (Sehr langsam)
III Scherzo: Molto vivace (schnell) – Trio: Im gleichen Tempo
24 IV Finale: Adagio – Allegro moderato
SYMPHONY NO.6 IN A MAJOR
I Majestoso
II Adagio. Sehr feierlich
III Scherzo: Nicht schnell – Trio: Langsam
IV Finale: Bewegt, doch nicht zu schnell
Bernard Haitink – Conductor
Royal Concertgebouw Orchestra
Dou continuidade ao “Festival Haitink”, um desejo antigo, que agora, com a morte do grande maestro, resolvi trazer para os senhores. Algumas postagens serão novas, outras atualizações de links. Haitink gravou muito, principalmente com a sua amada “Orquestra do Concertgebow de Amsterdam”, além de outras prestigiosas orquestras européias e norte americanas. Claro que será um trabalho colaborativo, todos os colegas do blog irão participar.
Inicio aqui um ciclo das sinfonias de Bruckner sempre sob responsabilidade de Bernard Haitink, um dos maiores e mais importantes maestros da atualidade, uma verdadeira lenda nos tablados. Ele tem o toque de Midas, tudo o que grava é ouro, ainda mais quando está à frente da poderosíssima Orquestra do Concertgebouw, de Amsterdam.
Em outras palavras, Bruckner-Haitink-RCO é mais que sinônimo de qualidade, é sinônimo de excelência. E esta postagem está sendo uma singela e inocente homenagem aos seus 90 anos de idade, que completa hoje, dia 04 de março. A gravadora DECCA recém lançou duas caixas com gravações de Haitink, uma é esta que estou trazendo, dedicada a Bruckner, e outra dedicada a Mahler. Só pauleira, só material de primeira linha e qualidade.
“A pesquisa completa de Bernard Haitink sobre as sinfonias de Bruckner deve muito a um edifício, o Amsterdam Concertgebouw, um dos grandes templos culturais do século 19, e à sua orquestra residente. Também se fortaleceu com o espírito de recuperação pós-guerra e com o crescimento econômico renovado na Holanda, que impulsionou a gigante holandesa de eletrônicos Philips e sua gravadora homônima. Ao escrever a série Bruckner de Graminkhone de Haitink, o radialista e musicólogo Deryck Cooke captou a essência de um ciclo que continua a manter seu lugar entre os melhores do catálogo. “Não posso pagar a Haitink nenhum tributo maior do que dizer que, quaisquer que sejam as reservas que eu possa ter sobre o desempenho deste ou daquele movimento, o efeito geral de cada sinfonia é tal que não consigo pensar em nada melhor, e poucos como bons”.
Assim se inicia o texto de apresentação do booklet deste Ciclo poderosíssimo, que tenho o orgulho de possuir, assim como o de Mahler.
SYMPHONY N0.0 IN D MINOR ré mineur ·
Symphonie in d-Moll “Die Nullte”
1 I Allegro 14.29
2 II Andante 13.01
3 III Scherzo: Presto – Trio: Langsamer und ruhiger 6.34
4 IV Finale: Moderato – Andante – Allegro vivace 9.47
SYMPHONY NO.1 IN C MINOR (Linz version, 1866) ut mineur (Version de Linz) · c-Moll (Linzer Fassung)
5 I Allegro molto moderato 12.01
6 II Adagio 13.02
7 III Scherzo: Lebhaft
8 IV Finale: Bewegt, feurig 12.39
SYMPHONY NO.2 IN C MINOR ut mineur · c-Moll Robert Haas Edition, 1938
9 I Ziemlich schnell 17.40
10 II Adagio. Feierlich, etwas bewegt 15.10
11 III Scherzo: Schnell 8.11
12 IV Finale: Mehr schnell – Sehr schnell 17.20
SYMPHONY NO.3 IN D MINOR (Second version, 1877) ré mineur “Wagner-Symphonie” (Version de 1877) d-Moll (Fassung von 1877)
13 I Gemäßigt, mehr bewegt, misterioso 19.20
14 II Adagio. Bewegt, quasi andante 14.42
15 III Scherzo: Ziemlich schnell 6.58
16 IV Finale: Allegro
Com a lentidão habitual do nosso SAC, respondemos aqui à pergunta do René em comentário de 2019: Estas são as gravações que foram lançadas em LP no Brasil, nos anos setenta e oitenta? Com aquelas capas com pinturas de castelos e sempre emolduradas? Inclusive a Sinfonia No. 4, “Romântica”, foi lançada em uma coleção nas bancas, com excelentes gravações da Philips?
Sim, ao que tudo indica é uma reedição das mesmas gravações, feitas entre 1965 e 71. É o que diz o excelente site discogs.
Os críticos de jazz são tão obcecados com inovação, modernidade e pirotecnia que correm o risco de ignorar o maior ideal da música: a expressão pessoal. O saxofonista tenor italiano Marco Pignataro, que dirige o Global Jazz Institute no Berklee College of Music, não usa eletrônica, não faz cover do Radiohead e não impressiona com solos alucinantes. Em vez disso, ele cria melodias e as toca de forma linda e fluida que fazem você querer rir e chorar. Produzido pelo lendário baixista Eddie Gomez, Sofia’s Heart é, nas palavras de Pignataro, “um diário musical pessoal”. Cada uma das sete músicas — cinco originais — fala a uma pessoa, lugar ou época de sua vida . Apoiado por Gomez, o pianista Mark Kramer, o flautista Matt Marvuglio e o baterista Billy Drummond, Pignataro toca frases divagadoras, inserindo velocidade quando o espírito o move. Ele homenageia um local de férias favorito com a bonita Sleepless in Ocean Park, celebra um bom amigo com a alegre Grande Theodore e conta a história de sua filha na melodia final e mais comovente do álbum, Sofia’s Heart, uma balada tão bela que chega a doer.
Marco Pignataro: Sofia`s Heart
1. Sleepless in Ocean Park 7:21
2. Homesick 8:38
3. Interplay 6:56
4. Bologna d’Inverno 13:17
5. Grande Theodore 6:16
6. Estate 12:23
7. Sofia’s Heart 9:10
Marco Pignataro, sax
Eddie Gomez, baixo
Mark Kramer, piano
Matt Marvuglio, flauta
Billy Drummond, bateria
3 Rondos on Slovak folktunes é um belo início para este volume 23. É uma coleção de três pequenas peças para piano. Como já cansamos de escrever, Béla Bartók teve grande interesse artístico pela música folclórica, principalmente da Romênia e da Hungria dos dias modernos. Estes rondós foram compostos em 1916, junto com muitas outras composições baseadas em canções folclóricas húngaras e romenas. O primeiro é uma transcrição um tanto fiel de uma melodia infantil chamada Lánc, lánc, eszterlánc, com algumas ornamentações, que fez numa das suas viagens. Os outros dois rondós foram compostos em 1927 e seguem um estilo muito diferente do primeiro. Suas estruturas são muito mais complexas e os ritmos são mais enfatizados do que no primeiro rondó. Béla Bartók admitiu ter tentado incluir um terceiro tema para o segundo rondó, ao passo que os rondós geralmente têm apenas dois temas, mas acabou decidindo não fazê-lo.
A Petite Suite , Sz. 105, BB 113 é uma redução para piano de seis dos 44 Duos para Dois Violinos de Bartók, arranjados pelo compositor em 1936 e já postados por nós nesta coleção.
Teremos tempo de falar no Mikrokosmos mais adiante, pois ele tomará todo o volume 24 e boa parte do 25. Mas adiantamos que trata-se da obra didática mais importante de Béla Bartók, escrita entre 1926 e 1937 e publicada em 1940. Ao longo da coleção, Bartók introduz ao estudante distintos problemas rítmicos, melódicos, harmônicos e pianísticos. É claro que hoje o Mikrokosmos é também peça de concerto, tal sua qualidade.
O que dizer das interpretações? Olha, imbatíveis, sensacionais!
Béla Bartók (1881-1945): 3 Rondos on Slovak folktunes / Petite Suite for piano / Progressive pieces for piano “Mikrokosmos” (Gabos / Tusa / Szücs) #BRTK140 Vol. 23 de 29
1 Rondos on Slovak folktunes, for piano, Sz. 84, BB 92: No. 1. Andante
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
3 Rondos on Slovak Folktunes, Sz. 84, BB 92, No. 1: Andante
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
3 Rondos on Slovak Folktunes, Sz. 84, BB 92
2:52
2 Rondos on Slovak folktunes, for piano, Sz. 84, BB 92: No. 2. Vivacissimo
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
3 Rondos on Slovak Folktunes, Sz. 84, BB 92, No. 2: Vivacissimo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
3 Rondos on Slovak Folktunes, Sz. 84, BB 92
2:24
3 Rondos on Slovak folktunes, for piano, Sz. 84, BB 92: No. 3. Allegro molto
piano:
Gábor Gabos (pianist)
recording of:
3 Rondos on Slovak Folktunes, Sz. 84, BB 92, No. 3: Allegro molto
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
3 Rondos on Slovak Folktunes, Sz. 84, BB 92
2:44
4 Petite Suite for piano arranged from fourty-four violin duos Nos. 28, 38, 43, 16, 36, & 32, Sz.105, BB 113: No. 1. Lassú
piano:
Erzsébet Tusa (pianist)
recording of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113: I. Slow Tune
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1931)
arranger:
Béla Bartók (composer) (in 1936)
version of:
44 Duos for Two Violins: No. 28, Bánkódáspart of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113
2:17
5 Petite Suite for piano arranged from fourty-four violin duos Nos. 28, 38, 43, 16, 36, & 32, Sz.105, BB 113: No. 2. Forgatós
piano:
Erzsébet Tusa (pianist)
recording of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113: II. Wallachian Dance
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1931)
arranger:
Béla Bartók (composer) (in 1936)
version of:
44 Duos for Two Violins: No. 32, Máramarosi táncpart of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113
0:48
6 Petite Suite for piano arranged from fourty-four violin duos Nos. 28, 38, 43, 16, 36, & 32, Sz.105, BB 113: No. 3. Pengetõs
piano:
Erzsébet Tusa (pianist)
recording of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113: III. Whirling Dance
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1931)
arranger:
Béla Bartók (composer) (in 1936)
version of:
44 Duos for Two Violins: No. 38, Forgatóspart of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113
1:22
7 Petite Suite for piano arranged from fourty-four violin duos Nos. 28, 38, 43, 16, 36, & 32, Sz.105, BB 113: No. 4. Oroszos
piano:
Erzsébet Tusa (pianist)
recording of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113: IV. Quasi pizzicato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1931)
arranger:
Béla Bartók (composer) (in 1936)
version of:
44 Duos for Two Violins: No. 43, Pizziccatopart of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113
0:59
8 Petite Suite for piano arranged from fourty-four violin duos Nos. 28, 38, 43, 16, 36, & 32, Sz.105, BB 113: No. 5. Dudás
piano:
Erzsébet Tusa (pianist)
recording of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113: V. Ruthenian Dance
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1931)
arranger:
Béla Bartók (composer) (in 1936)
version of:
44 Duos for Two Violins: No. 16, Burleszkpart of:
Petite Suite, Sz. 105, BB 113
1:10
9 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: I – VI. Hat unisono dallam
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 1: Six Unison Melodies, No. 1
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
2:55
10 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: VII. Kóta ponttal / VIII. Hangismétlés / IX. Szinkópák / X. Két kézzel felváltva
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 7: Dotted Notes
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
2:44
11 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: XI. Párhuzamos mozgás / XII. Tükörkép / XIII. Fekvésváltozás / XIV. Kérdés és felelet / XV. Falusi dal / XVI. Párhuzamos mozgás helyzetváltozással / XVII. Ellenmozgás
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 11: Parallel Motion
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
4:23
12 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: XVIII – XXI. Négy unisono dallam
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 18: Four Unison Melodies (1)
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
2:01
13 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: XXII. Imitáció és ellenpont / XXIII. Imitáció és fordítása / XXIV. Pastorale / XXV. Imitáció és fordítása
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 22: Imitation and Counterpoint
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
2:58
14 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: XXVI. Hangismétlés / XXVII. Szinkópák / XXVIII. Kánon oktávában / XXIX. Imitáció tükörképben / XXX. Kánon az alsó kvintben / XXXI. Tánc kánon-formában
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 26: Repetition (2)
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
3:44
15 Progressive pieces for piano, Sz. 107/1, BB 105/1–36 “Mikrokosmos”: Volume 1: XXXII. Dór-hangsor / XXXIII. Lassú tánc / XXXIV. Fríg hangsor / XXXV. Korál / . Szabad kánon
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I, No. 32: In Dorian Mode
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume I
4:49
16 Progressive pieces for piano, Sz. 107/2, BB 105/37–66 “Mikrokosmos”: Volume 2: XXXVII. Líd hangsor / XXXVIII – XLIX. Staccato and legato / XL. Délszlávos / XVI. Dallam kísérettel
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II, No. 37: In Lydian mode (Allegretto)
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II
4:43
17 Progressive pieces for piano, Sz. 107/2, BB 105/37–66 “Mikrokosmos”: Volume 2: XLII. Kíséret tört hármasokkal / XLIII. Magyaros / XLIV. Ellenmozgás
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II, No. 42: Accompaniment in Broken Triads
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II
3:09
18 Progressive pieces for piano, Sz. 107/2, BB 105/37–66 “Mikrokosmos”: Volume 2: XLV. Meditation / XLVI. Növekedés-fogyás / XLVII. Nagyvásár / XLVIII. Mixolíd hangsor
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II, No. 45: Meditation
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II
2:53
19 Progressive pieces for piano, Sz. 107/2, BB 105/37–66 “Mikrokosmos”: Volume 2: XLIX. Crescendo – dimenuendo / L. Minuetto / LI. Ringás / LII. Kétszólamúság kézváltással / LIII. Erdélyies / LIV. Kromatika / LV. Triolák líd hangsorban / LVI. Tercelõ dallam
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II, No. 49: Crescendo – Diminuendo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II
4:16
20 Progressive pieces for piano, Sz. 107/2, BB 105/37–66 “Mikrokosmos”: Volume 2: LVII. Hangsúlyos / LVIII. Napkeleten / LIX. Dúr és moll / LX. Kánon tartott hangokkal / LXI. Pentaton dallam / LXII. Párhuzamos mozgás kis hatodhangközökben
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II, No. 57: Accents
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II
4:14
21 Progressive pieces for piano, Sz. 107/2, BB 105/37–66 “Mikrokosmos”: Volume 2: LXIII. Zsongás / LXIV. Vonal és pont / LXV. Párbeszéd / LXVI. Dallam elosztva
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II, No. 63: Buzzing
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume II
3:44
2
2 Progressive pieces for piano, Sz. 107/3, BB 105/67–96 “Mikrokosmos”: Volume 2: LXVII. Tercekhez egy harmadik szólam / LXVIII. Magyar tánc / LXIX. Akkordtanulmány / LXX. Dallamhoz kettõsfogások / LXXI. Tercek / LXXII. Sárkánytánc / LXXIII. Kettõs- és hármasfogások
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume III, No. 67: Thirds Against a Single Voice
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume III
6:31
23 Progressive pieces for piano, Sz. 107/3, BB 105/67–96 “Mikrokosmos”: Volume 3: LXXIV. Magyar párosító / LXXV. Triolák / LXXVI. Háromszólamúság / LXXVII. Gyakorlat / LXXVIII. Ötfokú hangsor
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume III, No. 74: Hungarian Matchmaking Song
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume III
3:14
24 Progressive pieces for piano, Sz. 107/3, BB 105/67–96 “Mikrokosmos”: Volume 3: LXXIX. Hommage à Johann Sebastian Bach / LXXX. Hommage à Robert Schumann
piano:
Loránt Szücs
recording of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume III, No. 79: Hommage à Johann Sebastian Bach
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Mikrokosmos, Sz. 107, BB 105: Volume III
Então chegamos finalmente àquele que muitos consideram o mais belo e mais perfeito Concerto para Piano já composto. Sua composição data de 1809, e desde sua estréia já foi aclamado e ovacionado como a obra prima que é, a suprema realização de Beethoven em seu mais caro e querido instrumento, o piano. A grandiloquência da obra, com sua abertura estonteante, deu-lhe a alcunha de “Imperador”.
E como comentei na primeira postagem desta série, considero esta gravação da dupla Perahia / Haitink contando com a cumplicidade dessa magnífica orquestra holandesa, como uma das melhores já realizadas. Serve para mim como padrão de referência para esse concerto, quando ouço alguma outra versão. O velho LP, comprado há uns trinta anos atrás, está ali na prateleira. Ele já me acompanhou em diversas mudanças, e provavelmente me acompanhará até o final de meus dias. O valor sentimental dele é muito grande para ser vendido.
Mas chega de lero-leros e óbvios ululantes e vamos ao que viemos, dando por concluído a postagem dessa magnífica integral dos Concertos para Piano de Beethoven com esse timaço, que não canso de repetir, bate um bolão, tornando cada um destes discos facilmente classificáveis como “IM-PER-DÍ-VEIS” !!!!
P.S. Dedico essa série a nosso colega Vassilly, que confidenciou-nos certa vez que de vez em quando troca e-mails com Murray Perahia e Andre Watts. Pediria inclusive ao Vassily que assim que possível, transmitir os cumprimentos a Mr. Perahia por essa magnífica gravação, da parte de um grande admirador de seu talento.
Ludwig van Beethoven – Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’
01. Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’; I. Allegro
02. Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’; II. Adagio un poco moto
03. Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’; III. Rondo Allegro
Murray Perahia – Piano
Royal Concertgebow Orchestra
Bernard Haitink – Conductor
Dando continuidade a essa integral, trago hoje os Concertos de nº 3 e 4. O intérprete é Murray Perahia, acompanhado por Bernard Haitink e a maravilhosa Concertgebow Orchestra, de Amsterdam, a melhor orquestra da atualidade, na verdade, diria que já fazem algumas décadas que ela ostenta esse título.
Como não poderia deixar de ser, a qualidade do intérprete, da orquestra e do regente, amplificam a qualidade destas obras, com Perahia totalmente a vontade, e explorando a verve mais romântica delas, sabendo-se que principalmente o Concerto nº 3 pertence a uma fase de transição nas composições de Beethoven. Prestem atenção movimento Largo do Terceiro Concerto para entenderem o que estou dizendo. Lírico, e profundamente emotivo, diria que os mais emotivos até segurariam uma lágrima ao ouvirem a forma com que Perahia se entrega em sua interpretação.
Piano Concertos nº 3 e nº 4 – Perahia, Haitink, Royal Concertgebow Orchestra
01. Piano Concerto No 3 – Allegro con brio
02. Largo
03. Rondo Allegro
04. Piano Concerto No 4 – Allegro moderato
05. Andante con moto
06. Rondo vivace
Murray Perahia – Piano
Royal Concertgebow Orchestra, Amsterdam
Bernard Haitink – Conductor
ESTOU REVALIDANDO ESTES LINKS EM HOMENAGEM AO GRANDE BERNARD HAITINK, UM DOS MAIORES MAESTROS DO SÉCULO XX E XXI, E, COMO COMENTOU NOSSO VASSILY , ERA , “COM SOBRAS, O MAIOR REGENTE A RESPIRAR NESTA ATMOSFERA.” NOS PRÓXIMOS DIAS REVALIDAREMOS ANTIGAS POSTAGENS, E NOVIDADES QUE NUNCA APARECERAM POR AQUI. SUA DISCOGRAFIA ERA IMENSA, MAS TENTAREMOS, NA MEDIDA DO POSSÍVEL, TRAZER AO MENOS UMA AMOSTRA DO SEU TALENTO.
Esta foi a primeira integral dos Concertos para Piano de Beethoven que adquiri. Era muito popular e comum nas lojas de disco nos anos 80. OS velhos LPs já se foram, em uma crise financeira nos inícios dos anos 90 fui obrigado a vender muitos discos, o que lamento profundamente, nem gosto de lembrar daquela época de minha vida.
Mas foi através destas gravações de Beethoven que conheci Murray Perahia, e esta sua parceria com o imenso Bernard Haitink e a inigualável Royal Concertgebow Orchestra de Amsterdam marcou época. em minha vida. Seu Concerto Imperador é um primor de eficiência técnica e estilística, uma gravação que guardo com muito carinho e ao qual sempre recorro para fazer alguma comparação, ou até mesmo para satisfação pessoal.
Mas neste primeiro CD temos os dois primeiros concertos, e sempre que trago essas obras as defino como essencialmente mozartianas, mas já trazendo embutidos em sua alma o DNA beethovenniano. Ou ao contrário. Os senhores decidem.
P.S. Prestem atenção à cadenza do primeiro movimento, recentemente descoberta, e magistralmente interpretada por Perahia.
Nem preciso então dizer que trata-se de uma integral IM-PER-DÍ-VEL !!!.
01. Piano Concerto No 1 – I Allegro con brio
02. Cadenza
03. II – Largo
04. III – Rondo Allegro scherzando
05. Piano Concerto No 2 – I Allegro con brio
06. Cadenza
07. II – Adagio
08. III – Rondo Molto allegro
Murray Perahia – Piano
Royal Concertgebow Orchestra, Amsterdam
Bernard Haitink – Conductor
Um belo disco de música que pode não ser muito profunda, mas que é agradabilíssima, de alta qualidade. E o Amarillis é um excelente conjunto, digno da música que apresenta. O que sempre me deixa pasmo é a produção de Telemann. O Livro Guinness de Recordes lista Telemann como o compositor mais prolífico de todos os tempos, com mais de 800 trabalhos creditados. Porém, estudos mais recentes têm demonstrado que Telemann escreveu mais de 3000 composições, muitas das quais estão agora perdidas. Algumas das suas obras, que se imaginavam perdidas, foram recentemente descobertas pelo musicologista Jason Grant. Muitos dos manuscritos foram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. Mas aproveite esta pequena amostra do ultra prolífico GPT! Vale a pena!
G. P. Telemann (1681-1767): Voyageur virtuose ( Ensemble Amarillis)
1 Trio Sonata in D Minor, TWV 42:d10: I. Allegro 02:13
2 Trio Sonata in D Minor, TWV 42:d10: II. Adagio 02:09
3 Trio Sonata in D Minor, TWV 42:d10: III. Allegro 02:21
4 Trio Sonata in D Minor, TWV 42:d10: IV. Presto 01:48
5 Trio Sonata in G Minor, TWV 42:g5: I. Mesto 02:39
6 Trio Sonata in G Minor, TWV 42:g5: II. Allegro 03:14
7 Trio Sonata in G Minor, TWV 42:g5: III. Andante. Largo. Andante 03:33
8 Trio Sonata in G Minor, TWV 42:g5: IV. Vivace 01:51
9 Trio Sonata in B-Flat Major, TWV 42:B4: I. Dolce 02:07
10 Trio Sonata in B-Flat Major, TWV 42:B4: II. Vivace 01:40
11 Trio Sonata in B-Flat Major, TWV 42:B4: III. Siciliana 02:32
12 Trio Sonata in B-Flat Major, TWV 42:B4: IV. Vivace 01:47
13 Sonata in D Major, TWV 41:D6: I. Lento 01:55
14 Sonata in D Major, TWV 41:D6: II. Allegro 02:33
15 Sonata in D Major, TWV 41:D6: III. Largo 01:53
16 Sonata in D Major, TWV 41:D6: IV. Allegro 01:46
17 Trio Sonata in E-Flat Major, TWV 42:Es3: I. Largo 02:12
18 Trio Sonata in E-Flat Major, TWV 42:Es3: II. Vivace 02:39
19 Trio Sonata in E-Flat Major, TWV 42:Es3: III. Mesto 02:29
20 Trio Sonata in E-Flat Major, TWV 42:Es3: IV. Allegro 03:16
21 Trio Sonata in A Minor, TWV 42:a4: I. Largo 02:33
22 Trio Sonata in A Minor, TWV 42:a4: II. Vivace 02:24
23 Trio Sonata in A Minor, TWV 42:a4: III. Affettuoso 02:43
24 Trio Sonata in A Minor, TWV 42:a4: IV. Allegro 02:46
Bernard Haitink, o famoso maestro holandês, morreu em paz em casa com sua família, aos 92 anos.
Essa notícia discreta dada ontem por seu agente coroou uma vida discreta, sempre marcada por mais preocupação com a música do que com manchetes de jornal.
Como relata o obituário do New York Times, ele deixava a música falar por si própria. Em 1967, a revista Time destacou que “em uma profissão onde a extravagância e a arrogância são frequentemente as marcas do talento, o tímido Haitink é uma anomalia.” Um artigo do New York Times em 1976 trazia a manchete “Por que Bernard Haitink não age como um superstar?”
Ao contrário de maestros famosos por seus ataques de pelanca, Haitink dizia que sua função era dar confiança aos músicos, mesmo quando as coisas não estavam funcionando perfeitamente. Com essa atitude no-nonsense, ele ajudou a forjar entre 1961 e 88 o famoso som da Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam. Depois, regeu muito em Londres, Munique, Dresden, Viena, etc. Não aderiu à corrente dos instrumentos antigos, mas parece ter aprendido muito – como Abbado – com os maestros historicamente informados.
Aqui no PQPBach, Haitink já foi muito homenageado em vida. Recentemente, tivemos sua integral de Beethoven (LSO, 2005-2006) e de Shostakovich (Concertgebouw, LPO, 1977-1983).
Também não dá pra não mencionar as suas gravações de Brahms, de Bruckner (aqui e aqui) e de Mahler (aqui e aqui no blog do amigo Carlinus). Provavelmente virão outras gravações desses últimos no PQPBach em breve. Fiquem de olho.
Este CD vem de longe e nem sei porque ele estava no meu HD, catalogado como jazz. O Xhol Caravan, de Wiesbaden, mais parece um The Doors alemão. A mesma sonoridade, o mesmo órgão enchendo o saco. Este é um show que ocorreu na pequena e bela cidade de Altena (Alemanha) em 1969. Xhol Caravan, que se autodenominava Soul Caravan, tocava uma mistura de rock psicodélico, rock progressivo, jazz fusion, blues e alguns elementos étnicos. O grupo esteve ativo entre 1967 e 1972 e dizia ser de Krautrock — também chamada de kosmische Musik, “música cósmica”, que é um amplo gênero de rock experimental que se desenvolveu na Alemanha Ocidental no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 entre artistas que combinavam elementos de rock psicodélico, música eletrônica e composição de vanguarda.
Com 80 minutos completos, o CD chega ao limite. Os anúncios das canções, dados em suas formas e durações originais, transmitem de maneira brilhante a atmosfera do evento. Freedom Opera, com duração de quase uma hora, pode ser ouvida na íntegra.
Xhol Caravan – Altena 1969
01. Olé
02. So Damn, So Down And So Blue
03. Psychedelic Sally
04. Emptiness
05. Freedom Opera
Tim Belbe, saxophones
Gilbert “Skip” van Wych III, drums and percussion
Klaus Briest, bass guitar
Hansi Fischer, flutes and saxophones (1967–70)
Gerhardt Egmont “Öcki” Von Brevern, Hammond organ (1969–72)
James Rhodes, vocals (1967–69)
Ronnie Swinson, vocals (1967–68)
Werner Funk, electric guitar (1967–69)
Quando pensamos em música para banda, logo nos vêm à mente uma banda militar em marcha, acompanhada por bozolóides. Mas se algum bolsomínion ouvir este bom CD, seus dois neurônios se abraçarão chorando de medo e, à noite, o bolsoasno vai sonhar como se estivesse na ponta da praia como vítima. A música de Persichetti é boa, melodiosa, reflexiva e séria, retirando-nos totalmente do clichê. Persichetti escreveu sinfonias inventivas e poderosas que seguiram as tradições de Piston, Roy Harris e William Schumann. Mas foi também um compositor de peças particularmente interessantes para conjuntos de sopros. Vale a pena ouvir este CD. A execução dos Winds LSO sob David Amos é virtuosística e contagiante.
Este recentíssimo CD traz de volta a Akademie für Alte Musik Berlin (AKAMUS), desta vez em uma ópera de Haydn. Como eu ouço meus CDs caminhando na rua, sem libreto, a impressão que me ficou foi a de “muito recitativo para poucas árias”, mas deve ser uma limitação causada por minhas condições. Bem, a ópera L’isola disabitata, de Joseph Haydn, traz um excelente quarteto de cantores. Oficialmente chamada de azione teatrale, L’isola é uma ópera séria sobre amor, perda e mal-entendidos com um final feliz, ambientada em uma exótica ilha deserta. O especial nesta ópera é que Haydn escolheu escrever acompanhamentos orquestrais para toda a obra, com recitativos fartamente orquestrados. Na partitura impressa de Haydn, muitas das elaboradas seções instrumentais foram deliberadamente cortadas, porque ele temia que exigissem muito dos músicos e que algumas audiências não fossem cultas o suficiente para apreciá-las plenamente. A Akademie für Alte Musik Berlin, liderada por Bernhard Forck, tocam esplendidamente, enquanto Anett Fritsch (Costanza), Sunhae Im (Silvia), Krystian Adam (Gernando) e André Morsch (Enrico) oferecem uma bela e virtuosística entrega vocal. A Akademie für Alte Musik Berlin é um dos melhores conjuntos de instrumentos de época da atualidade, sem dúvida, e este CD é mais uma comprovação do fato.
F. J. Haydn (1732-1809): L’isola disabitata (Bernhard Forck, André Morsch, Anett Fritsch, Sunhae Im, Krystian Adam & Akademie für Alte Musik Berlin)
01. Overture
02. Recitative : Qual contrasto non vince
03. Recitative : Ah germana! Ah Costanza!
04. Aria : Se non piange un’infelice
05. Recitative : Che ostinato dolor!
06. Recitative : Ma sarà poi, Gernando
07. Aria : Chi nel cammin d’onoro
08. Recitative : Che fu mai quel ch’io vidi!
09. Aria : Fra un dolce deliro
10. Recitative : Ah presaga fu l’alma
11. Aria : Non turbar quand’io mi lagno
12. Recitative : Non s’irriti fra’ primi
13. Aria : Come il vapor s’ascende
14. Aria : Ah, che invan per me pietoso
15. Recitative : Giacché da me lontana
16. Arietta & Recitative : Giacché il pietoso amico
17. Recitative : Ignora il caro amico le sue felicità
18. Recitative : Costanza, Costanza?
19. Quartet : Sono contenta appieno
Bernhard Forck
André Morsch
Anett Fritsch
Krystian Adam
Sunhae Im
Akademie für Alte Musik Berlin
As Sonatas para Violino e Cravo formam um conjunto bem distinto entre as obras de câmara de Bach, ao apresentar o cravo como parceiro, dividindo igualmente o protagonismo da ação musical, ao lado do instrumento melódico. É lindo como o discurso musical é apresentado ora pelo violino, ora pelo teclado, um respondendo ao outro sobre o baixo que continua sustentando os dois protagonistas como, por exemplo, ocorre no início do segundo movimento da quinta sonata. Isso muito bem qualifica estas peças como verdadeiras sonatas em trio, Triosonaten. Uma explicação para toda essa novidade e inspiração de Bach pode ter sido, segundo o livreto que se encontra no arquivo, teria sido a chegada a Cöthen, em 1719, de um instrumento encomendado pelo Príncipe Leopoldo. O cravo era um instrumento tão maravilhoso que provocou uma extra centelha no gênio, resultando não só o conjunto de sonatas como também o primeiro dos concertos com instrumento de teclas solando, o Brandenburgo No. 5.
Eu sempre fui fascinado por estas obras e as gravações do conjunto completo que rondaram minhas primeiras audições foram as de Henryk Szeryng e Helmut Walcha no selo Philips-Living Baroque, mas sobretudo, de Arthur Grumiaux e Christiane Jaccottet.
As práticas autênticas com instrumentos de época mostraram suas armas com a gravação de Sigiswald Kuijken e Gustav Leonhardt e o mundo da música gravada nunca mais foi o mesmo. Para muitos esta gravação continua um marco intransponível. Na minha opinião, o balanço entre a presença do extrovertido e divertido Sigiswald e a sisudez de Herr Leonhardt acaba escorrendo mais para o lado do último…
Entre as pioneiras gravações HIP, a que me deixou um desejo enorme de ouvir foi a da dupla dos (então) jovens Monica Huggett e Ton Koopman. Vontade essa que só foi saciada dia destes. Não havia conseguido ouvi-la nos dias dos CDs e nestes tempos modernosos de arquivos digitais esse disco andou sumido, pelo menos nos meus terminais. Não mais, ainda bem…
Como gosto muito de Bach interpretado ao piano, sempre busquei gravações que usassem este instrumento, mas nem sempre com sucesso.
É conhecida a gravação feita por Jaime Laredo e Glenn Gould, que em geral aparece acompanhada da gravação feita por Leonard Rose e Glenn Gould, com violoncelo e piano, das sonatas para viola da gamba. Esta menção me faz lembrar da gravação destas obras com Maisky e Argerich, mas o parágrafo é muito pequeno para tantas personalidades e eu estou me afastando do assunto… O que dizer sobre estas gravações? Não fossem as cordas, eu talvez ainda as ouvisse.
Uma outra gravação desta época que eu ainda não consegui ouvir é a de Péter Csaba e Zoltán Kocsis, no selo Hungaroton. Kocsis que naquela época também gravou a Arte da Fuga, ao piano, que eu também não ouvi. De qualquer forma, devido a estatura dos artistas, achei que valia a pena mencionar e já me prometeram arranjar os arquivos…
Além disso, as gravações das quatro últimas sonatas com Renaud Capuçon e David Fray parcialmente me nutriram até agora e você poderá verificar se acessar esta postagem aqui.
Pois enfim chegamos ao disco da postagem, as seis sonatas interpretadas ao violino e piano – uma versão bastante contemporânea. A violinista Rahel Maria Rilling é filha do regente Helmuth Rilling, pré e pós HIP, especialista em música de Bach. Rahel Maria aprendeu tocar violinos desde a mais tenra idade e atua em orquestras como a NDR Elbphilharmonie de Hamburgo e frequentemente como convidada na Berliner Philharmoniker. Ela também tem carreira solo e como camerista.
O pianista Johannes Roloff atua como concertista internacional e também como solista de diversas orquestras, entre elas a Berliner Symphoniker e a RSO Berlin. Johannes também atua como compositor, arranjador musical de música para filmes, peças de teatro e operetas.
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Sonatas para Violino e Cravo, BWV 1014 – 1019
Sonata para violino e cravo No. 1 em si menor, BWV1014
Adagio
Allegro
Andante
Allegro
Sonata para violino e cravo No. 2 em lá maior, BWV1015
Andante
Allegro assai
Andante un poco
Presto
Sonata para violino e cravo No. 3 em mi maior, BWV1016
Adagio
Allegro
Adagio ma non tanto
Allegro
Sonata para violino e cravo No. 4 em dó menor, BWV1017
Siciliano. Largo
Allegro
Adagio
Allegro
Sonata para violino e cravo No. 5 em fá menor, BWV1018
Largo
Allegro
Adagio
Vivace
Sonata para violino e cravo No. 6 em sol maior, BWV1019
Rahel, a bruta-fofa de olhos grandes (die Brut-Nette mit den großen Augen), deu sentido à palavra tocar violino, porque quando toca nas casas de show e nos clubes da capital, parece brincadeira de criança e uma ou outra ideia maluca está sempre no começo . Café também.
Rahel Rilling toca um violino feito por Tomaso Balestrieri, de Cremona, em 1767.
Além de seu treinamento de violino clássico, ela sempre se entusiasmou com outros repertórios, além do pop e do jazz. Aos 14 anos apareceu com o grupo pop “Bruder” na MTV e VIVA. Seguiram-se numerosas gravações de estúdio para bandas como Rosenstolz, Echt, Olli Dittrich, Mousse T., Mando Diao, Michael Bublé, Rod Stewart e Rufus Wainwright.
Aproveite!
René Denon
Para uma outra abordagem destas magníficas sonatas, talvez você queira visitar esta outra postagem aqui:
O mano CPE era o meu preferido. Esse era bróder mesmo. Talentoso, legal, feio pra caralho, quando a gente saía à noite sempre sobrava pra mim. Baita cara. Aqui neste CD, temos dois pilares da música historicamente informada — Anner Bylsma (1934-2019) e Gustav Leonhardt (1928-2012). E eles dão um show nestes lindos concertos já muito afastados do barroco de nosso pai. Os concertos são realmente de primeira linha, com amplos adágios e movimentos rápidos de motivos curtos e muito bonitos.
Descontando os bastardos como eu, CPE foi o quinto e segundo filho sobrevivente de Johann Sebastian Bach e Maria Barbara Bach. Seu segundo nome foi em homenagem a seu padrinho Georg Philipp Telemann, amigo de Johann Sebastian Bach. Ele foi um compositor influente que trabalhou numa época de transição entre o estilo barroco de seu pai e o estilo clássico que o seguiu. Sua abordagem pessoal, expressiva e frequentemente turbulenta, conhecida como empfindsamer Stil ou ‘estilo sensível’, aplicava os princípios da retórica e do drama às estruturas musicais. Seu dinamismo contrasta deliberadamente com o estilo galante mais educado, também em voga. Para distingui-lo de seu irmão Johann Christian, um talento menor, conhecido como o “Bach de Londres”, que nessa época foi o mestre da música da Rainha da Grã-Bretanha, CPE Bach era conhecido como o “Bach de Berlim” durante sua residência naquela cidade, e mais tarde, como o “Bach de Hamburgo”, quando sucedeu a Telemann como Kapellmeister na cidade. Para seus contemporâneos, ele era conhecido simplesmente como Emanuel. Eu o chamava de Mané. Pois Mané também foi um pedagogo influente, escreveu o famoso “Ensaio sobre a verdadeira arte (teu cu) de tocar instrumentos de teclado”, que seria estudado por Haydn , Mozart e Beethoven , entre outros.
C. P. E. Bach (1714-1788): Concertos para Violoncelo (Bylsma / Leonhardt)
Cello Concerto in A major Wq172 H439
[01] I. Allegro [6’31]
[02] II. Largo con sordini, mesto [7’42]
[03] III. Allegro assai [5’01]
Cello Concerto in A minor Wq170 H432
[04] I. Allegro assai [9’25]
[05] II. Andante [9’48]
[06] III. Allegro assai [6’31]
Cello Concerto in B flat major Wq171 H436
[07] I. Allegretto [8’12]
[08] II. Adagio [10’05]
[09] III. Allegro Assai [6’29]
Anner Bylsma (Cello)
The Orchestra of the Age of the Enlightenment
Gustav Leonhardt (Regência)
Um bom disco daquele Beethoven mainstream. A argentina Ingrid Fliter (1973) dá recitais de piano desde os 11 anos de idade, estreou no Colón aos 16 e estudou na Europa sob o patrocínio de Martha Argerich. É muito boa pianista e leva este repertório com classe. Eu amo especialmente a Patética.
Das três sonatas de Beethoven executadas neste CD, apenas uma recebeu um título da parte do compositor. Foi a Grand Sonate Pathétique, composta em 1798 em Viena e dedicada ao príncipe Karl Lichnowsky, um apoiador que apresentou Beethoven à aristocracia vienense. A Sonata foi composta em um momento em que Beethoven estava se tornando ciente de sua surdez.
Embora Beethoven não tenha nomeado a sonata Op. 31 No. 2 como Tempest, há relatos não confirmados de que ele pensou numa conexão com a peça homônima de Shakespeare. Ela veio à tona no ano do Testamento de Heiligenstadt (1802), uma carta endereçada a seus irmãos “para ser lida e executada após minha morte”. Nele, ela descreve seu desespero com o progresso da surdez, sua rejeição ao suicídio e sua decisão de “suportar esta existência miserável”.
Também o nome Appassionata não foi escolhido pelo compositor, mas é muito adequado porque a obra é apaixonante e dramática. O título foi escolhido pela editora em 1838, 11 anos após a morte do compositor. A Appassionata foi composta em 1804/1805. Custou a Beethoven boa quantidade de tempo e esforço no mesmo período em que ele estava compondo a Sinfonia Eroica e a Sonata Kreutzer.
E já que aqui a gente é maluco mesmo, aqui está a Hiromi no Adagio cantabile da Patética. É pura diversão:
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas Pathétique, Tempest, Appassionata
Sonata No. 8 in C Minor, Op. 13 “Grande Sonate pathétique”
1) Grave – Allegro di molto e con brio
2) Adagio cantabile
3) Rondo: Allegro
Piano Sonata No. 17 in D Minor, Op. 31 No. 2 “Tempest”
4) I. Largo – Allegro
5) II. Adagio
6) III. Allegretto
Piano Sonata No. 23 in F Minor, Op. 57 “Appassionata”
7) Allegro assai
8) Andante con moto
9) Allegro ma non troppo
Ouvi muito este CD durante alguns anos de minha vida, dentro de um ônibus, indo de uma determinada cidade do interior para a capital do mesmo estado, e vice versa, e fiz essa viagem durante quase 10 anos. Costumava embarcar no final da tarde de domingo rumo a capital, e essa música embalava o entardecer. Esse CD me proporcionou momentos muito agradáveis, que ajudavam a quebrar a rotina das viagens.
Sou fã de John McLaughlin já há bastante tempo, desde minha adolescência, e sempre admirei o músico e a pessoa por trás daquela guitarra. E quando comprei esse CD, que homenageava um dos meus ídolos, John Coltrane, fiquei muito ansioso, principalmente pela participação mais do que especial do lendário baterista Elvin Jones, que tocara com o próprio Coltrane lá nos anos 60. O terceiro nome na época me era estranho, Joe DeFrancesco, e mais estranho o instrumento que ele tocava, um órgão Hammond. Que mistura exótica de sons poderia ouvir? Claro que a satisfação foi imensa ao constatar o talento do músico, e como aquele som se encaixava à perfeição. E um outro detalhe me chamou a atenção: onde estava o baixista? Mas logo entendi que não havia necessidade de um contrabaixo, fosse elétrico, fosse acústico. O Hammond podia cumprir perfeitamente essa ‘lacuna’.
Claro que em se tratando de músicos de tal quilate e tocando Coltrane, o que se destaca aqui é a improvisação. Cada faixa é uma aula de improvisação. E ouvindo novamente esse CD, vinte anos depois daquela cansativa rotina rodoviária, continuo encontrando nele a mesma sensação de frescor e liberdade de improvisação. Sente-se que os três músicos estão totalmente a vontade, tocando com prazer. O tempo passou, fiquei mais velho, me estabeleci finalmente no interior do estado, passei em um concurso público, e hoje posso ‘curtir’ essa estabilidade que a vida me proporciona, apesar de ainda levar uns tropeços de vez em quando.
01. Take The Coltrane
02. My Favourite Things
03. Sing Me Softly Of The Blues
04. Encuentros
05. Naima
06. Tones For Elvin Jones
07. Crescent
08. Afro Blue
09. After The Rain
John McLaughlin – Guitarra
Joe DeFrancesco – Teclado
Elvin Jones – Bateria
Dia destes nosso editor-chefe postou quatro concertos para piano de Mozart numa evidente relação de amor e ódio – sob a perspectiva da interpretação, é claro – com a solista Alicia de Larrocha e o regente, Georg Solti.
É impressionante como algumas gravações sofrem, com o passar do tempo, o efeito de carregarem os usos e modismos do momento em que foram feitas. Basta lembrar os LPs da Archiv Produktion com suas capas de fundo creme ornadas apenas pelo logotipo da AP, títulos e nomes dos compositores e músicos, com um ar que sugeria uma publicação científica, trazendo música antiga gravada pelos experts da época. Karl Richter um notório exemplo.
É fato que algumas gravações desafiam o tempo, enquanto outras rapidamente esmaecem e fenecem e passam a interessar a apenas uma magra fatia dos alucinados melômanos.
Estes não muito organizados pensamentos me ocorrem numa manhã linda de domingo enquanto me debato entre a necessidade de corrigir algumas avaliações, trocar de imóvel e escolher o almoço. Para afastar de vez todas estas maçantes atribuições, Mozart!
Este disco com dois espetaculares concertos para piano, interpretados pelo articuladíssimo pianista e cronista, Jeremy Denk, além de cair, na minha opinião, naquela categoria dos discos que desafiarão o tempo, vem bem a calhar.
A sua audição, acompanhada da leitura do artigo do Jeremy, que você pode encontrar aqui, muito contribuiu para minha boa disposição em chegar contente ao fim do domingo.
Ele menciona que o melhor de Mozart está nas suas óperas e concertos para piano. Eu não poderia concordar mais…
Um disco com dois concertos, primeiro o Concerto em dó maior, que se lança com ares marciais, lembrando a canção do Fígaro, e o outro, em ré menor, tão conhecido por seus tons mais trágicos. Os concertões são separados, ou melhor, unidos, pelo Rondo em lá menor, que devido ao seu caráter mais melancólico e tristonho funciona como um momento de reflexão para o ouvinte, gerando um intervalo entre eles.
Eis um disco que deve agradar a antigos ouvintes de Concertos para Piano de Mozart, assim como aqueles que os estão descobrindo agora. Certo, Miles?