Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Música para Alaúde

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Música para Alaúde

Um bonito e tranquilo disco — com momentos lindos e outros nem tanto, mas que jamais chegam a ser maus — adequado para as horas de reflexão ou quando se quer algo culto, de nível, que não incomode muito. Weiss foi um dos compositores mais importantes e mais prolíficos da música alaúde da história e um dos alaudistas mais conhecidos em sua época. Ele escreveu cerca de 600 peças para alaúde, a maioria delas agrupadas em ‘sonatas’ (para não confundir com a sonata clássica posterior, baseada na forma da sonata) ou suítes, que consistem principalmente em peças de dança barroca. Como as deste disco. Weiss também escreveu originalmente um extenso repertório de música de câmara, duetos alaúde e concertos, mas apenas as partes solo sobreviveram. Setenta suítes, no entanto, são conhecidas em sua totalidade; a maioria dura cerca de 20 a 25 minutos. A música de Weiss é caracterizada pela compreensão única das capacidades de seu instrumento, seus pontos fortes e fracos. Weiss também era procurado como professor. Seus muitos alunos aristocráticos incluíam o jovem Frederico, o Grande, e suas irmãs Wilhelmena (mais tarde Margravine de Bayreutlt) e Anna Amalia, princesa da Prússia.

Silvius Leopold Weiss (1687-1750): Música para Alaúde

Suite D-moll
1 Preludio 2:42
2 Fantasia 3:12
3 Sonata 3:17
4 Sarabande 4:55
5 Gique 2:15

Suite A-moll
6 Capricio 1:56
7 Allemande En Double 3:51
8 Courante 2:40
9 Fantasia 3:05
10 Gique 2:41
11 Capricio F-dur 3:08
12 Gique 2:21
13 Menuet 1:48

Suite D-moll
14 Prelude 0:58
15 Allamande 5:34
16 Courante 2:51
17 Gavotte 1:51
18 Sarabande 4:49
19 Menuet 2:05
20 Gique 2:58

Suite C-moll
21 Fantasia 2:03
22 Courante 2:18
23 Menuet I, II 3:06
24 Gique 2:50

Michael Freimuth, alaúde

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Silvius Leopold Weiss dá um sorrido maroto e despede-se deste horrível 2019

PQP

KAISERWALTZ – Waltz and Polkas – Wiener Philharmoniker, Karl Böhm

Agora sim, encerro os trabalhos de 2019 em grande estilo. Uma magnífica orquestra, um excepcional regente e um repertório, bem, esse repertório dispensa apresentações. Separem os móveis da sala, façam os pares e saiam valsando para saudar o novo ano. Não temam serem felizes. Precisamos de alegria e esperança neste ano que se inicia.

Karl Böhm regendo a Filarmônica de Viena, podermos assisti-los ao vivo, isso sim seria um sonho de consumo, impossível de ser realizado, infelizmente, afinal o grande maestro austríaco já nos deixou há bastante tempo. Mas esta excepcional Orquestra está lá, firme e forte, mesmo depois de 177 após sua fundação. Lhes garanto que se eu for o sortudo a ganhar os 300 milhões da Mega Sena da virada farei o possível para vê-los tocando.

Meus queridos e pacientes leitores – ouvintes deste longevo blog, já se vão treze anos desde que iniciamos este projeto utópico de levar-lhes música de alta qualidade. Passamos por diversos momentos críticos, e com certeza outros virão, não podemos garantir se ainda estaremos no ar, o mundo dá muitas voltas, mas garanto que faremos o possível estaremos continuarmos lhes proporcionando o prazer da boa música.

Como comentei acima, podem separar os móveis da sala, façam seus pares e podem sair valsando, para saudar o novo ano.

FELIZ 2020 !!!

Johann Strauss II (1825-1899)

01. An der schönen, blauen Donau, Op 314
02. Tritsch-Tratsch Polka, Op 214
03. Kaiserwalzer, Op 437
04. Unter Donner und Blitz Polka, Op 324
05. Rosen aus dem Süden, Op 388

Johann Strauss II & Josef Strauss (1827-1870)
06. Pizzicato Polka

Johann Strauss II

07. Annen-Polka, Op 117
08. Perpetuum mobile, Op 257

Wiener Philharmiker
Karl Böhm – Conductor

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Otto Nicolai (1810-1849) – Johann Strauss (1804-1849) – Josef Strauss (1827-1870) – Johann Strauss Filho (1825-1899) – Concerto de Ano Novo em Viena – Carlos Kleiber (1992)

61-QS8JumFLORIGINALMENTE PUBLICADO EM 31/12/2015, LINK REVALIDADO EM 31/12/2019 COM OS MESMÍSSIMOS PLANOS DE FOLGA PARA O ANO VINDOURO

Já imagino a claque tomateira rugindo:

– Pô, Vassily: VALSAS DE STRAUSS?
– Daqui a pouco tu tá postando André Rieu!
– Tá achando que o PQP Bach é lugar pra pai de debutante achar valsinha de quinze anos?
– Que chavãozinho, hein, postar concertinho de ano novo no Ano Novo?
– Você já ouviu música de verdade, Sr. Vassily Genrikhovich???

Ao que replico:

– Mas peraí, gurizada: já viram QUEM ESTÁ REGENDO???

Respeito, senhores: trata-se de Carlos Kleiber, figura enigmática e polêmica, mas – e isso ninguém discute – um dos maiores regentes do século XX. Crescentemente avesso a apresentações e gravações (o que, pressupomos, é bastante inconveniente para um regente), já estava bastante afastado dos palcos quando retornou (porque ele já o tinha feito em 1989) à Grande Sala do Musikverein (Associação de Música) de Viena para conduzir a Filarmônica daquela cidade no tradicional Concerto de Ano Novo de 1992. O ensaio meticuloso e o tremendo comando de Carlos sobre a orquestra garantem que estas peças bastante batidas, mas muito atraentes, soem como se as ouvíssemos pela primeira vez na vida – uma das características do “Estilo Kleiber”.

Sobre o final do ano, sou realmente meio cabreiro acerca das grandes mudanças que todos esperam para os trezentos e sessenta e poucos próximos dias do calendário. Não deixo aqui meus votos, portanto, mas antecipo uma resolução (mais que isso: uma autoimposição!) de Ano Novo: terei que reduzir a frequência de minhas postagens e resenhá-las, se tanto, mais sucintamente. Não que não tenha apreciado demais a oportunidade de postar quase diariamente desde meu ingresso na ademais fabulosa equipe do PQP Bach e de interagir com os poucos de vocês que se dispuseram, além de acessar o que lhes disponibilizo, a deixar-me um “joinha”, um resmungo ou algum pedido. Se desfrutaram de meus esforços um naquinho que seja do que eu desfrutei ao empenhá-los, imagino então que se divertiram.

1992 NEW YEAR’S CONCERT of the 150th Jubilee Year of the WIENER PHILARMONIKER – CARLOS KLEIBER

Carl Otto Ehrenfried NICOLAI (1810-1849)
01 – Die Lustigen Weiber Von Windsor: Abertura

Johann STRAUSS II (1825-1899)
02 – Stadt und Land, Polka Mazur, Op. 322

Josef STRAUSS (1827-1870)
03 – Dorfschwalben aus Österreich, Valsa Op. 164

Johann STRAUSS II
04 – Vergnügungzug, Polca Rápida Op. 281
05 – Der Zigeunerbaron: Abertura
06 – Tausend und Eine Nacht, Valsa Op. 346
07 – Neue Pizzicato-Polka, Op. 449
08 – Persischer Marsch, Op. 289
09 – Tritsch-Tratsch-Polka, Op. 214

Josef STRAUSS
10 – Sphärenklänge, Valsa Op. 235

Johann STRAUSS II
11 – Unter Donner und Blitz, Polca Rápida Op. 324
12 – An der Schöner Blauen Donau, Valsa Op. 314

Johann Baptist STRAUSS (1804-1849)
13 – Radetzky-Marsch, Op. 228

Wiener Philarmoniker
Carlos Kleiber, regência

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thats_all_folks_wallpaperVassily Genrikhovich

G. F. Händel (1685-1759): Süße Stille, sanfte Quelle (Neun deutsche Arien / Music For The Royal Fireworks)

G. F. Händel (1685-1759): Süße Stille, sanfte Quelle (Neun deutsche Arien / Music For The Royal Fireworks)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Que baita, tremendo CD! Que cantora é Nuria Rial e que maravilhosa é a Austrian Baroque Company! As Neun deutsche Arien (Nove árias alemãs) foram escritas entre 1724 e 1727. São lindas árias aparentemente simples para uma voz solo, um instrumento melódico que o acompanha e um baixo contínuo. Até os títulos das árias revelam que Händel — famoso como criador de óperas e oratórios suntuosos — está disposto ao intimismo e ao espírito do pietismo primitivo. Do poeta hamburguês Barthold Heinrich Brockes, ele pega textos calmos e sensíveis que não eram nem do italiano do início da carreira nem do inglês que usaria no futuro. Eles foram são retirados da coleção de poesia de Brockes, Prazeres terrenos em Deus, que apareceu em 1721. Seu humor terno, frugal e despretensioso permitiu a Handel expressar na música íntima o mesmo domínio que demonstrou nas paixões palpitantes ou emoções virtuosísticas de outros trabalhos. Tanto a letra quanto o cenário de Händel são característicos da mudança do barroco, no sentido mais restrito, para a Era do Iluminismo: o homem descobre o traço de Deus na beleza independente da natureza e agradece a ele, Criador, com louvores, às vezes alegres, às vezes íntimos. As Nove árias alemãs incomuns permaneceriam isoladas no trabalho de Handel mesmo depois de 1727, pois logo o compositor voltou a formas mais tonitruantes. Mas fica clara uma coisa: que compositor foi Händel!

Já a redução da Música para os Reais Fogos de Artifício, apesar de estar muito abaixo das árias, é uma gracinha.

G. F. Händel (1685-1759): Süße Stille, sanfte Quelle

Neun deutsche Arien
1 Künft’Ger Zeiten, Eitler Kummer, HWV 202 7:02
2 Das Zitternde Glänzen Der Spielenden Wellen, HWV 203 5:24
3 Süsser Blumen Ambraflocken, HWV 204 7:45
4 Süße Stille, Sanfte Quelle, HWV 205 4:53
5 Singe, Seele, Gott Zum Preise, HWV 206 4:44
6 Meine Seele Hört Im Sehen, HWV 207 6:09
7 Die Ihr Aus Dunklen Grüften, HWV 208 4:39
8 In Den Angenehmen Büschen, HWV 209 3:21
9 Flammende Rose, Zierde Der Erden, HWV 210 6:04

Music For The Royal Fireworks, HWV 351
Arranged By [Chamber Version] – Michael Oman

10 Ouverture 7:17
11 Bourée 1:06
12 La Paix 3:55
13 La Réjouissance 2:24
14 Menuet 0:51
15 Bourée 0:55

Bassoon – Wolfgang Heiler
Cello – Balázs Máté
Conductor, Recorder – Michael Oman
Guitar, Lute – Daniel Oman
Guitar, Theorbo – Thomas C. Boysen*
Harpsichord, Organ – Jeremy Joseph (3)
Oboe – Paolo Grazzi
Organ – Martina Schobersberger
Soprano Vocals – Nuria Rial (tracks: 1 to 9)
Violin – Riccardo Minasi

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Nuria dando um rolê pela Adega Inebriante de Vinhos da PQP Bach Corporation

PQP

Musica Antiqua Bohemica – Jan Křtitel Vaňhal (1739-1813): Sonatas para viola – Špelina – Hála

61gvLv85bLL._SS280Gostei dessa estratégia de postagens em série, pois ajuda este colecionador compulsivo a orientar-se em meio à sua Babilônia de gravações e deixa alguns de vocês (calculo que uns três ou quatro) na expectativa sobre o que mais virá.

Ao longo dessa semana, postaremos obras de compositores tchecos, alguns muito pouco conhecidos. Aliás, antes que perguntem: “tcheco” deriva de “Čech”, que quer dizer “boêmio” – o natural da Boêmia, uma das três regiões históricas que formam a atual República Tcheca, correspondendo aproximadamente às terras do antigo Reino da Boêmia que, desde sempre, foi centrado em Praga (as outras regiões são a Morávia, centrada em Brno, e a parte tcheca da Silésia, centrada em Ostrava).

Um dos incontáveis prazeres de se viver em Praga (o que fiz por sete meses, em tempos imemoriais) é desfrutar da grande música feita por excelentes músicos, e na maioria das vezes em joias arquitetônicas de extraordinária acústica. De quebra, ainda se encontram gravações baratíssimas (menos que um lanche lá naquele palácio da gordura trans e dos arcos dourados), em CD e vinil, do ótimo selo Supraphon, cujo catálogo parece um poço sem fundo donde não para de se encontrar coisa boa.

Uma das séries do Supraphon, “Musica Antiqua Bohemica” (da qual já postamos, na semana passada, a gravação com as sonatas para harpa solo de Krumpholz), aborda justamente tesouros pouco tocados, ou recém redescobertos, da música daquela região. É impressionante a quantidade de bons compositores cujas obras volumosas jazem nas bibliotecas da Boêmia. Os músicos daquela época não se enxergavam como gênios que compunham para eras vindouras, mas sim como artífices que trabalhavam para cumprirem seus deveres laborais. Dessa feita, eles compunham obras para alguma ocasião ou intérprete e, uma vez executadas, elas perdiam sua razão de ser e acabavam, muitas vezes vendidas pelo preço de papel velho, nalguma estante poenta.

Jan Křtitel Vaňhal, também conhecido como Johann Baptist Wanhal – a versão alemã, com menos diacríticos e muito mais amistosa de seu nome – já estreou no PQP numa postagem de nosso patrão. O que trago hoje para vocês é uma gotícula no verdadeiro manancial que é a sua obra: sonatas escritas para a viola com acompanhamento de cravo e piano. A essas cinco sonatas juntar-se-ão pelo menos outras oito, redescobertas e reconstruídas por uma querida violista e musicóloga de Brno que pretende fazer sua primeira gravação tocando-as ela mesma, com acompanhamento deste que vos fala.

Já pensaram? Uma estreia mundial, aqui neste eudaimônico blogue? Se o improvável encontro for gravado, e se talvez eu beber MUITO – quiçá uns Keep Coolers a mais no Ano Novo -, prometo postar a gravação aqui no PQP!

VAŇHAL – SONATAS FOR VIOLA AND HARPSICHORD (PIANO)

Jan Křtitel VAŇHAL (1739-1813)

Quatro Sonatas para viola e cravo, com baixo ad libitum, Op. 5

Sonata no. 4 em Dó maior
01 – Allegro moderato
02 – Adagio
03 – Finale con variazioni

Sonata no. 2 em Ré maior
04 – Allegretto moderato
05 – Arieta
06 – Finale. Andante

Sonata no. 3 em Fá maior
07 – Allegreto moderato
08 – Adagio
09 – Allegreto

Sonata no. 1 em Dó maior
10 – Allegro moderato
11 – Minuetto
12 – Rondo. Allegro.

Karel Špelina, viola
Josef Hála, cravo
Ladislav Pospíšil, violoncelo

Sonata em Mi bemol maior para viola e piano
13 – Allegro vivace
14 – Poco adagio
15 – Rondo. Allegretto.

Karel Špelina, viola
Josef Hála,
piano

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Vassily Genrikhovich

Agulhas em palheiros: a biblioteca do Clementinum de Praga (foto do autor)
Agulhas em palheiros: a biblioteca do Clementinum de Praga (foto do autor)

Cazzati / Grossi / Jacchini / Lazzari / Melani / Scarlatti / Stradella / Torelli / Vitali / Vivaldi: Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque

Cazzati / Grossi / Jacchini / Lazzari / Melani / Scarlatti / Stradella / Torelli / Vitali / Vivaldi: Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque

Um excelente disco do tempo em que Alison Balsom ainda não era a grande estrela que é hoje – com total merecimento. Até meados do século XVII, o trompete era essencialmente um instrumento cerimonial, tocado por soldados e atendentes da corte. Era normalmente utilizado em bandas de trompetes e bateria, nas quais fanfarras e músicas populares eram tocadas. No entanto, compositores alemães como Michael Praetorius e Heinrich Schütz começaram a experimentar o uso de trompetes em concertos por volta de 1620, e logo após 1650 os compositores começaram a escrever muitas peças para uma ou duas trombetas com órgão e com cordas e continuo. Este é o repertório que é explorado neste disco. Pensa-se normalmente que as primeiras sonatas da trompete foram escritas em Bolonha. E, com efeito, as primeiras sonatas de trompete impressas foram publicadas em 1665 por Maurizio Cazzati, maestro di capella em San Petronio, em Bolonha. No entanto, existem sonatas para trompete em manuscritos nas bibliotecas do norte da Europa que são mais antigas. Um exemplo disso é a sonata do compositor e cantor romano Alessandro Melani. Ela pode ser encontrada em manuscritos de Uppsala, na Suécia, provavelmente copiada nas décadas de 1680 ou 90, embora uma versão mais curta para uma única trombeta em um manuscrito de Oxford possa remontar à metade do século.

Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque

Sonata a 6 in D major[5’43] Ferdinando Lazzari (1678-1754)
1 Presto e spicco[1’58]
2 Grave[0’35]
3 Canzona[0’59]
4 Grave[0’31]
5 Presto[1’40]

6 Sonata a 4 in G minor ‘La sampiera'[3’36]Maurizio Cazzati (1620-1677)

Sonata a 5 in D major Op 3 No 10[5’29] Andrea Grossi (1680-1690)
7 Vivace[1’11]
8 Adagio[2’06]
9 Grave[0’59]
10 Presto[1’13]

Sonata a 5 in D major[4’08] Giuseppe Maria Jacchini (c1663-1727)
11 Grave – Allegro[1’08]
12 Grave[0’38]
13 Allegro[1’06]
14 Grave – Allegro[1’16]
15 Sonata in A minor ‘La sassatelli’ Op 5 No 10[3’06]Giovanni Vitali (1632-1692)

Sonata a 5 in C major[10’19] Alessandro Melani (1639-1703)
16 Adagio – Allegro[2’01]
17 Allegro[3’14]
18 Canzona – Grave[2’42]
19 Vivace[2’22]
20 Sonata in E minor Op 10 No 17[5’15]Giovanni Legrenzi (1626-1690)

Il barcheggio[6’01] Alessandro Stradella (1639-1682)

21 Sinfonia in D major Movement 1: [Allegro][0’56]
22 Sinfonia in D major Movement 2: Andante[2’13]
23 Sinfonia in D major Movement 3: Allegro ma non troppo[1’16]
24 Sinfonia in D major Movement 4: Allegro[1’36]

Sonata a 5 in D major G7[5’23] Giuseppe Torelli (1658-1709)
25 Grave – Allegro[1’02]
26 Adagio[1’26]
27 Allegro[1’11]
28 Grave – Allegro[1’44]

Sonata a 4 No 1 in F minor[5’46] Alessandro Scarlatti (1660-1725)
29 Grave[0’51]
30 Allegro[1’38]
31 Larghetto[2’09]
32 Allemanda[1’08]

Concerto in C major RV537[6’41] Antonio Vivaldi (1678-1741)
33 Vivace[2’52]
34 Largo[0’33]
35 Allegro[3’16]

Crispian Steele-Perkins (trumpet)
Alison Balsom (trumpet)
The Parley of Instruments

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Vocês pensam que Vermeer não gostava de trompete?

PQP

André Danican Philidor L’Aisné (c1652-1730): Recueil De Plusieurs Airs

André Danican Philidor L’Aisné (c1652-1730): Recueil De Plusieurs Airs

André Danican Philidor, o velho [em francês: l’aîné] foi um membro da família de músicos franceses Philidor, conhecido também como André Danican Philidor le père depois de 1709. Ele era um bibliotecário musical, instrumentista e compositor. É conhecido principalmente como organizador e o principal copista do que hoje é conhecido como partituras manuscritas da Coleção Philidor de barroco francês. Philidor l’aîné foi nomeado para um cargo anteriormente ocupado por seu tio, Michel Danican, nos fuzileiros navais de Cromornes et Trompettes em 1659. Ele tocou oboé nos mosqueteiros reais de 1667 a 1677. Aparece em libretos dos balés e óperas de Lully como instrumentista de sopros e percussão. Ele tocava 33 instrumentos (!!!), incluindo oboés, flautas, flautas doces, fagotes e todo tipo de percussão. Compôs peças ocasionais ao longo de sua carreira e começou a escrever para o palco (óperas-ballets) após a morte de Lully, em 1687.

André Danican Philidor L’Aisné (c1652-1730): Recueil De Plusieurs Airs

Musiques De L’Enfance Du Dauphin
1 Pavane Pour La Petite Guaire, Fait Pour Les Cornetz En 1601 (MS Philidor Pag. XXVI) 2:19
2 Gaillarde, En Suitte (MS Philidor Pag. XXVII) 1:46
3 Muzette “Ma Mignone” 1:31
4 Pavane Fait Au Mariage De Mr. Vandosme En 1609 (MS Philidor Pag. XVI) 2:38
5 Branle En Faubourdon (Fait En 1540) (MS Philidor Pag. XXXI) 0:36
6 Gaillarde En Suitte (MS Philidor Pag. XXXII) 0:34

Musiques Pour Le Sacre Du Roy Faites Le 17 Octobre 1610
7 Pavanne Pour Les Hautbois Fait Au Sacre Du Roy (MS Philidor Pag. XVIII) 1:33
8 2e Air En Suitte (MS Philidor Pag. XIX) 0:42
9 3e Air En Suitte (MS Philidor Pag. XX) 0:57

Musiques Pour Le Mariage Du Roy Louis XIII Faites En 1615
10 Pavanne Du Mariage De Louis XIII, 1615 (MS Philidor Pag. 120) 3:29
11 Bourée D’Avignonez (MS Philidor Pag. XXII) 1:59
12 Ballet A Cheval Pour Le Grand Carousel, Fait A La Place Royale Pour Le Mariage De Louis XIII, Joué Par Les Grands Hautbois, 1615 (MS Philidor Pag. 106) 0:59
13 2e Air En Suitte (MS Philidor Pag. 108) 0:36
14 3e Air En Suitte (MS Philidor Pag. 108) 0:17
15 4e Air En Suitte (MS Philidor Pag. 109) 0:53

Concert Donné A Louis XIII En 1627 Par Les 24 Viollons Et Les 12 Grands Hautbois
16 Les Ombres (MS Philidor Pag. 1) 3:13
17 2e. Air Pour Les Mesmes (MS Philidor Pag. 2) 1:34
18 Charivaris Pour Les Hautbois (MS Philidor Pag. 4) 0:50
19 Gavotte En Suite (MS Philidor Pag. 6) 0:41
20 Les Suisses, Air Pour Les Viollons (MS Philidor Pag. 9) 2:25
21 Les Suissesses (MS Philidor Pag. 11) 1:58
22 Les Gascons (MS Philidor Pag. 13) 2:36
23 Entrée De Mr. De Liancourt (MS Philidor Pag. 14) 1:51
24 Les Ballets De La Faiste (MS Philidor Pag. 15) 2:18
25 Les Nimphes De La Grenouillere (MS Philidor Pag. 17) 2:47
26 Les Bergers (MS Philidor Pag. 20) 2:32
27 Les Ameriquains (MS Philidor Pag. 22) 3:00

Les Musiques Royales De 1634 À 1650
28 Fanfare (Improv.) 0:39
29 Intrada – Gavotte – Sarabande, Vers 1648 (Cassel) 2:31
30 Charivaris Pour Les Hautbois, 1648 (Mr. Dumanoir) (MS Philidor Pag. 26) 1:18
31 Courante De La Reine D’Anglaterre, 1634 (MS Philidor Pag. 117) 2:23
32 Gavotte, Vers 1648 (Cassel) 1:06
33 Fantaisie “Les Pleurs D’Orphée”, 1648 (L. Rossi) (Cassel) 3:40
34 Libertas (MS Philidor Pag. 113) 1:55
35 Sarabandes & Tambourin (Cassel) 2:13
36 “A L’Impero D’Amore” (Sarabande Italienne) (MS Philidor Pag. 116)

Conductor [Direction] – Jordi Savall
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Concertmaster [Concertino] – Manfredo Kraemer (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Double Bass [Basses De Violon] – Bruno Cocset (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Claire Giardelli (tracks: 29, 32), Laura Folch (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Tamas Varga* (tracks: 29, 32)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Viola [Hautes-contre De Violon] – Angelo Bartoletti (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Giovanni de Rosa (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Judit Földes (tracks: 29, 32), Martin Barrera* (tracks: 29, 32), Natan Paruzel (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Viola da Gamba [Violes De Gambe] – Eunice Brandao (tracks: 33, 36), Sergi Casademunt (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Sophie Watillon (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Violin [Violons] – David Plantier (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Davide Amodio (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Isabel Serrano (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Lydia Cevidalli (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Mauro Lopes* (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Pablo Valetti (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Santi Aubert (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36), Sílvia Mondino* (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des 24 Violons 1615-1650], Violone – Richard Myron (tracks: 29,32), Xavier Puertas (tracks: 10, 16, 17, 20 to 27, 29, 31 to 36)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Bassoon [Bassons] – Barbara Sela* (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Claude Wassmer (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Jean-Noël Catrice (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Josep Borràs (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Concert Flute [Flûte Traversière] – Marc Hantaï (tracks: 5, 6)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Cornet – Jean-Pierre Canihac (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Marie Garnier* (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Musette – Jean-Christoph Maillard* (tracks: 3)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Oboe [Hautbois] – Alfredo Bernardini, Béatrice Delpierre, Marcel Ponseele (tracks: 3, 5, 6)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Sackbut [Sacqueboutes] – Daniel Lassalle (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Elies Hernándis (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Harry Ries (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Nicolas Vallade (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Stephan Legée* (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Cornets Et Grands Hautbois 1601-1632], Trumpet [Trompettes] – Guy Ferber (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19), Roland Callmar (tracks: 1 to 9, 11 to 15, 18, 19)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Bassoon [Bassons] – Claude Wassmer (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Josep Borràs (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Flute [Flûtes Traversières] – Charles Zebley (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Marc Hantaï (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Oboe [Hautbois] – Alessandro Pique (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Ann Vanlancher* (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Marcel Ponseele (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Paolo Grazzi (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Taka Kitazato (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Ensemble Des Grands Hautbois 1634-1650], Trumpet [Trompettes] – Jean-Marc Imbert* (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35), Stephen Keavy (tracks: 28 to 30, 32, 34, 35)
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Guitar, Theorbo [Théorbe] – Rolf Lislevand (tracks: 3, 5, 6, 29, 35), Xavier Díaz*
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Harpsichord [Clavecin], Organ [Organo Di Legno] – Carlos García Bernal*, Luca Guglielmi, Michael Behringer
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Percussion – Marc Clos (tracks: 1, 2, 4, 7 to 9, 10 to 15), Michèle Claude (tracks: 28, 29, 35), Pedro Estevan
Ensemble [Les Basses Continues Et Percussions 1601-1650], Theorbo [Théorbes] – Eduardo Egüez, Mathias Spaeter*
Ensemble, Orchestra – Le Concert Des Nations

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André Danican Philidor em quadro da Pinacoteca PQP Bach

PQP

Sergey Rachmaninov – Piano Concerto nº 3 – Horowitz, Reiner, Ormandy

O Rach 3, como é mais conhecido, é um dos mais difíceis concertos para Piano já compostos. Que o diga o pianista australiano David Helfgott, menino prodígio, que encarou o desafio de tocá-lo em um concurso, porém, devido a um esgotamento mental devido às horas de ensaio, e a esquizofrênia ainda não diagnosticada, e e também à pressão do pai, que queria que fosse tudo perfeito, veio a sofrer um colapso mental no dia da sua apresentação. Está tudo retratado no belíssimo filme intitulado ‘Shine, Brilhante”, com o ótimo ator australiano Geoffrey Rush. Quem ainda não viu, não sabe o que perdeu.

Wladimir Horowitz foi um dos maiores pianistas do século XX, e este Concerto fazia parte de seu repertório. Tenho dois registros dele, o primeiro lá dos anos 50, 1951, para ser mais exato, onde ele é acompanhado por Fritz Reiner. Já em idade avançada, 75 anos, veio a gravar novamente, nas comemorações de seu Jubileu, com o grande Eugène Ormandy. São com certeza dois registros históricos, estou trazendo para os senhores poderem fazer as devidas comparações. Divirtam-se. São dois momentos únicos, vale a pena conhecer.

 

Sergey Rachmaninov (1873-1943) – Piano Concerto No. 3, In D Minor, Op. 30 (Gravação de 1951)

01. Allegro ma non tanto
02. Intermezzo Adagio
03. Finale. Alla breve

Wladimir Horowitz – Piano
RCA Victor Symphony Orchestra
Fritz Reiner – Conductor

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Sergey Rachmaninov (1873-1943) – Piano Concerto No. 3, In D Minor, Op. 30 (Gravação de 1978)

01. Allegro ma non tanto
02. Intermezzo Adagio
03. Finale. Alla breve

Wladimir Horowitz
Nwe York Philharmonic Orchestra
Eugene Ormandy – Conductor

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A Família das Cordas: Der Arpeggione – Gerhart Darmstadt #BTHVN250

CD esgotado!
CD esgotado!

Pensaram que tínhamos esgotado a família dos arcos? Nah: nós nos lembramos do esquecido arpeggione, que gozou de breve voga no começo do século XIX, quando um visionário fabricante de violões teve a ideia, que certamente considerou brilhante, de construir um violão que se tocava com um arco.

Sim, ideia medonha.

E não fosse um Schubert a lhe dedicar uma ótima sonata (que hoje faz parte do repertório de violistas e violoncelistas), hoje ninguém sequer se lembraria da criação de Herr Johann Georg Stauffer.

Taí o bicho.
Ei-la

 

Não pensem, entretanto, que esse ostracismo do arpeggione foi imerecido: o som do instrumento é acanhado, o que dificultava tanto seu uso em grandes salas de concerto quanto seus duos com outros instrumentos. Além disso, os trastos – exatamente iguais aos dos violões – e a pouca tensão nas cordas acarretavam problemas de articulação, que são notórios nas poucas gravações disponíveis no mercado, e mesmo nas mãos de especialistas. Um deles é Nicolas Deletaille, que já deu o ar de sua graça aqui a tocar a Sonata “Arpeggione” de Schubert com acompanhamento do incansável Paul Badura-Skoda e, depois de trocar seu arpeggione por um violoncelo, juntar-se a um quarteto de cordas no maravilhoso Quinteto D. 956 do mesmo compositor.

O outro é Gerhart Darmstadt, que estrela este álbum que, logicamente, serve a “Arpegionne” como prato principal, junto com um punhado de outras peças originais para o instrumento e de uma pitada de outras transcrições – algumas delas feitas por um certo Vincenz Schuster, que foi amigo de Schubert e carrega a distinção de ter sido o único, er, ARPEGGIONISTA profissional de toda a história do planeta. O acompanhamento – a cargo de um pianoforte de som bem menos robusto que um piano moderno e de uma guitarra romântica com cordas de tripa – tem o mérito de não sufocar o algo fanhoso protagonista.

DER ARPEGGIONE – GERHARDT DARMSTADT

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

01 – Sonatina (Adagio) em Dó menor, WoO 43a
02 – Árias Nacionais, Op. 107 – no. 7: Ária russa em Lá menor

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

03 – Quatro Canções do “Wilhelm Meister” de J. W. von Goethe, D. 877 – no. 4: Lied der Mignon em Lá menor

Franz Peter SCHUBERT

Sonata para arpeggione e pianoforte em Lá menor, D. 821

04 – Allegro moderato
05 – Adagio
06 – Allegretto

Louis (Ludwig) SPOHR (1784-1859)
transcrição de Vincenz Schuster (1800-?) para arpeggione e guitarra

07 – Tempo di Polacca em Lá maior, da ópera “Faust”

Bernhard Heinrich ROMBERG (1767-1841)
transcrição de Vincenz Schuster (1800-?) para arpeggione e guitarra

08 – Adagio em Mi maior

Folclore UCRANIANO
transcrição de Vincenz Schuster (1800-?) para arpeggione e guitarra

09 – Schöne Minka – Moderato em Lá menor

Johann Friedrich Franz BURGMÜLLER (1806-1874)

10 – Noturno em Lá menor para arpeggione e guitarra

Gerhart Darmstadt, arpeggione
Egino Klepper, pianoforte
Björn Colell, guitarra romântica

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Se fosse para reviver o arpeggione com esse formato, ele seria um sucesso instantâneo - ainda mais com esse gorrinho
Se fosse para reviver o arpeggione com esse formato (e com esse gorrinho) ele seria um sucesso instantâneo.

Vassily Genrikhovich

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Piano – Anna Vinnitskaya, Kremerata Baltica

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Piano – Anna Vinnitskaya, Kremerata Baltica

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Esse CD traz excelentes interpretações dos Concertos para Piano de Shostakovich. A jovem pianista russa Anna Vinnitskaya dá um show, acompanhada pela extraordinária Kremerata Baltica. Em outras palavras, trata-se de um baita CD.

Este é o CD de estreia de Vinnitskaya na Alpha. O repertório foi escolhido pela pianista, a qual revela duas facetas da música do compositor justapondo o Concerto N° 1 para Piano Op. 35, uma composição insolente com um caleidoscópio de atmosferas e registros estilísticos (romantismo russo, jazz americano, neoclassicismo) que surpreende constantemente o ouvinte e o mais tradicional N° 2, escrito para o filho Maxim e que irradia o alegria da juventude.

Sem mais,

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Piano – Anna Vinnitskaya, Kremerata Baltica

01 Piano Concerto No. 1 in C Minor, Op. 35 I. Allegretto
02 Piano Concerto No. 1 in C Minor, Op. 35 II. Lento
03 Piano Concerto No. 1 in C Minor, Op. 35 III. Moderato
04 Piano Concerto No. 1 in C Minor, Op. 35 IV. Allegro con brio

05 Piano Concerto No. 2 in F Major, Op. 102 I. Allegro
06 Piano Concerto No. 2 in F Major, Op. 102 II. Andante
07 Piano Concerto No. 2 in F Major, Op. 102 III. Allegro

08 Concertino for Two Pianos in A Minor, Op. 94

09 Tarantella for Two Pianos

Anna Vinnitskaya
Kremerata Baltica

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Link alternativo

Anna, em visita à sede social de gala — porque ela merece — da PQP Bach Corp.

FDP (com uma pequena atualização de PQP)

 

A Quatro Mãos: Claude Debussy (1862-1918) – En Blanc et Noir – Katia e Marielle Labèque

MI0000987092Se falávamos ontem que nem sempre ser uma das maiores virtuoses vivas transforma alguém numa boa duetista, hoje constataremos que o bom duo multiplica seus fatores. As irmãs Labèque são excelentes pianistas, seu duo é dos melhores que existem, e elas acumulam álbuns impecáveis. Sinceramente, tenho ao ouvi-las a impressão de que uma só pianista está a tocar com vinte dedos. E, se tocar Debussy com dez dedos já é complicado, que se dirá então de fazê-lo vinte conjuntos de falanges? Este álbum, que inclui obras da juventude e do final de sua vida do pai de Chouchou, mostra a capacidade das Labèque de transpor os desafios timbrísticos e de articulação propostos por este compositor tão peculiar para o teclado. Uma de minhas peças favoritas em todo repertório para duo pianístico é justamente aquela que dá nome ao álbum, e os velhinhos saudosistas como eu reconhecerão o primeiro movimento de “En Blanc et Noir” como a vinheta de abertura do programa “Teclado”, que o pianista Gilberto Tinetti apresentava semanalmente na FM Cultura de São Paulo nos anos 90.

EN BLANC ET NOIR – THE DEBUSSY ALBUM
KATIA AND MARIELLE LABEQUE

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)

En Blanc et Noir, para dois pianos
01 – Avec emportement
02 – Lent. Sombre
03 – Scherzando

Petite Suite, para piano a quatro mãos
04 – En bateau
05 – Cortège
06 – Menuet
07 – Ballet

Nocturnes para orquestra (versão para piano a quatro mãos)
08 – Nuages
09 – Fêtes

Épigraphes antiques, para piano a quatro mãos
10 – Pour invoquer Pan, dieu du vent d’été
11 – Pour un tombeau sans nome
12 – Pour que la nuit soit propice
13 – Pour la danseuse aux crotales
14 – Pour l’Égyptienne
15 – Pour rémercier la pluie au matin

16 – Lindaraja, para dois pianos

Katia e Marielle Labèque, pianos

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As irmãs Labèque: difícil saber onde termina uma e começa a outra
As irmãs Labèque: difícil saber onde termina uma e começa a outra

Vassily Genrikhovich

 

Ravel (1875-1937): Miroirs & La Valse – Stravinsky (1882-1971) – L’Oiseau de feu & Petrouchka – Beatrice Rana

Ravel (1875-1937): Miroirs & La Valse – Stravinsky (1882-1971) – L’Oiseau de feu & Petrouchka – Beatrice Rana

Ravel 

Stravinsky

Música para Piano

 

Por certo vocês já perceberam minha predileção pelo piano. Os compositores que se destacam por compor para este instrumento são sempre meus preferidos, especialmente aqueles que escreviam para piano antes que este fosse inventado e também por aqueles que desconstruíam seus primeiros protótipos com o exclusivo intuito de torná-los aquilo para o qual deveriam existir…

Quando encontro um disco que reúne repertório destes compositores interpretado por algum artista promissor, que traz uma certa ousadia ou um novo olhar para estas obras, não deixo de ouvir vezes e vezes. E foi isto o que aconteceu com este disco da postagem.

Dia destes postei um disco da Anne Queffélec interpretando a obra que abre este disco – Miroirs. Temos aqui uma outra espetacular interpretação, agora com a jovem e talentosíssima pianista italiana – Beatrice Rana. A moça é filha de pianistas profissionais e confessa que ficou chocada ao saber, ainda mais jovem, que as outras pessoas raramente têm pianos em suas casas.

Ravel e Stravinsky eram muito diferentes, mas tinham grande respeito um pelo outro. O ‘língua de trapo’ do Igor chamou Maurice de ‘o relojeiro suíço’ da música – é claro, caricaturando a obsessão de Ravel com a perfeição de suas peças. Mas também disse que Maurice fora o único que entendera sua música logo após o furor que foi a estreia de sua Sagração da Primavera. Além de Miroirs, o disco tem duas obras de Stravinsky. Alguns trechos do Oiseau de Feu transcritas para piano por Guido Agosti, um pianista que foi aluno de Ferruccio Busoni, entre outros, e três movimentos de Petrouchka, do próprio Stravinsky. Há uma gravação destes movimentos feita por Maurizio Pollini que é extraordinária, mas hoje o dia é da bela Beatrice.

Para completar o pacote, La Valse, de Maurice Ravel. Você verá que uma orquestra não cabe em um piano, mas quase. Além disso, não é hora de ficar procurando defeitos, agarre o par mais próximo e aproveite este disco espetacular!

Maurice Ravel (1875-1937)

Miroirs

  1. Noctuelles
  2. Oiseaux tristes
  3. Une Barque sur l’océan
  4. Alborada del gracioso
  5. La Vallée des cloches

Igor Stravinsky (1882-1971)

L’Oiseau de feu

  1. Dance infernale; Berceuse
  2. Finale

Petrouchka

  1. Danse russe; Chez Petrouchka; La Semaine grasse

Maurice Ravel (1875-1937)

La Valse

  1. La Valse

Beatrice Rana, piano

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FLAC | 160 MB

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MP3 | 320 KBPS | 108 MB

Ah, a bela Beatrice é capa da Gramophone, recebeu loas de todas as partes e teve um disco com as Variações Goldberg postado aqui pelo próprio PQP Bach. Então, ande, baixe logo o álbum, escute muitas vezes e venha logo aqui dizer que gostou. Pode clicar no ‘LEAVE A COMMENT’, bem em baixo do nome do compositor, no alto da nossa página, para dizer, mesmo com poucas e mal traçadas linhas, que gostou!

Aproveite!

René Denon

Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in B-flat minor op. 23 – Emil Gilels, Chicago Symphony Ochestra, Fritz Reiner

Ontem fiquei por três horas cozinhando em fogo lento em um congestionamento gigantesco, voltando das festas de Natal, e pensando no que iria postar quando chegasse em casa. Curiosamente, o congestionamento, assim como surgiu desapareceu, sumiu, escafedeu-se. E pude concluir minha viagem. Mas enfim, vamos ao que viemos.
Nada que escreva vai mudar o fato de que este Concerto para Piano de Tchaikovsky é com certeza uma das maiores criações do ser humano, desde que o dito cujo começou a se expressar artisticamente, lá nos tempos da Idade da Pedra.
Junte-se a isso três cúmplices peso pesadíssimos (tudo superlativo aqui hoje), Emil Gilels, Fritz Reiner e Sinfônica de Chicago. Fala sério, você ainda não correu para baixar esse CD? Faz o favor, né?
P.S. Claro que Emil Gilels gravou essa obra em outras ocasiões, mas convenhamos, o que ele faz aqui é coisa de outro mundo, se é que me entendem.

P.S2. Não, não tem os excertos do Quebra Nozes neste CD. Apenas o Concerto, talquei?

Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in B-flat minor op. 23

1 I Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito 20:20
2 II Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
3 III Allegro con fuoco – Allegro vivo

Emil Gilels piano
Chicago Symphony Orchestra
Fritz Reiner conductor

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Bedřich Smetana (1824-1884) – Má Vlast (Minha Pátria) – Rafael Kubelík (1990)

Ma_Vlast_KubelikUm CD sensacional com o registro de um dos mais significativos concertos da longa história da veneranda Orquestra Filarmônica Tcheca, na abertura do Festival Primavera de Praga em 12 de maio de 1990.

Nele, o legendário maestro Rafael Kubelík (1914-1996), ex-diretor artístico da Filarmônica, idealizador do Festival e regente do concerto de abertura de sua primeira edição, em 1946, retornava a seu país e ao pódio da magnífica Sala Smetana da Casa Municipal de Praga após um exílio de 42 anos.

Kubelík, que conseguira manter a Filarmônica ativa mesmo durante a brutal ocupação nazista da Tchecoslováquia, deixou o país após o golpe comunista de 1948, jurando só voltar depois que o país fosse liberado da opressão (“tendo vivido sob uma forma de tirania bestial, o Nazismo, por uma questão de princípios não iria viver sob outra”). Desenvolveu uma brilhante carreira no Reino Unido, Estados Unidos (onde teve problemas na Sinfônica de Chicago por aceitar músicos negros) e, principalmente, na Alemanha, elevando a Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara, sob sua batuta, à condição de um dos melhores conjuntos do mundo. Como o mais ilustre exilado tcheco de seu tempo, recebeu vários convites do governo comunista para retornar, ao que respondeu que só voltaria sob a condição de “liberdade de opinião, liberdade de criação, liberdade de expressão, e liberdade de movimento para qualquer tcheco e eslovaco decente, com ou sem talento” – o que, claro, só poderia acontecer depois do colapso do regime comunista da Tchecoslováquia, após a incruenta “Revolução de Veludo” liderada pelo escritor e dramaturgo Václav Havel em 1989.

“Esperei ansiosamente por este momento e sempre acreditei em que algum dia ele chegaria. Sou grato a Deus, à nossa nação inteira, aos amigos, e a todos vocês”, declarou Kubelík ao aterrissar em Praga e beijar o chão da pátria. Esta interpretação elétrica para o ciclo “Má Vlast” de Smetana – tradicional programa de abertura do Festival Primavera de Praga – só atesta sua excitação pela oportunidade longamente aguardada. Alguns leitores-ouvintes estranharão os andamentos escolhidos por Kubelík nesta sua quinta gravação da obra, em especial o do célebre “Vltava” (“O Moldava”), muito diferente do Allegro commodo non agitato prescrito pelo compositor. Entendo que, em lugar de considerar cada um dos poemas sinfônicos peças avulsas, como Smetana os concebeu, Kubelík preferiu abordá-los como movimentos de uma obra maior, enfatizando as citações dos Leitmotiven de cada um que vão ressurgindo nos demais e dando à obra uma coesão raramente vista em outras gravações. Especialmente tocante é a interpretação do solene hino hussita de “Tábor”, evocação da cidade-fortaleza fundada pelos seguidores do reformador Jan Hus e que, aqui, soa como o cerne emocional da obra.

SMETANA – MÁ VLAST – CZECH PHILARMONIC ORCHESTRA – RAFAEL KUBELÍK

Bedřich SMETANA (1824-1884)

Má vlast (“Minha Pátria”), Ciclo de Poemas Sinfônicos

01 – Vyšehrad
02 – Vltava
03 – Šárka
04 – Z českých luhů a hájů (“Das Florestas e Bosques da Boêmia”)
05 – Tábor
06 – Blaník

Česká filharmonie
Rafael Kubelík, regência
Gravado ao vivo na Sala Smetana da Casa Municipal de Praga (“Obecní dům”) na abertura do Festival Primavera de Praga (“Pražské jaro”) em 12 de maio de 1990

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE


Quem apreciou a gravação certamente gostará de assistir ao vídeo com a íntegra do concerto da Filarmônica Tcheca e do retorno de Kubelík do exílio. Notem a aclamação, durante a fanfarra de abertura (extraída da ópera “Libuše” de Smetana), que o presidente Vacláv Havel e sua esposa recebem ao ingressarem na tribuna de honra; o hino nacional tocado, que ainda é o tchecoslovaco – um híbrido do tcheco “Kde domov můj?” (“Onde está minha casa?”) e do eslovaco “Nad Tatrou sa blýska” (“Sobre os Tatras o clarão”), pois a dissolução pacífica da Tchecoslováquia só ocorreria dois anos depois; o comovente vigor com que Kubelík, então com 86 anos e já muito doente, conduz a Filarmônica Tcheca; e a maravilhosa arquitetura da Sala Smetana, uma das melhores casas de concerto do mundo, que fica dentro da não menos magnífica Casa Municipal de Praga, que é talvez o mais belo exemplo do estilo Art Nouveau e atração imperdível para todos que tiverem o privilégio de conhecer essa Rainha dos Superlativos que é a belíssima capital da Boêmia.

Vassily Genrikhovich

.: interlúdio :. Ella and Louis ∞ Christmas ∞ Ella Fitzgerald & Louis Armstrong

.: interlúdio :. Ella and Louis  ∞  Christmas ∞  Ella Fitzgerald & Louis Armstrong

 

 

Natal! Christmas! Natal!

 

 

 

Eu sei, é um pouco esquizofrênico estas canções falando de trenós, Natais brancos, homens de neve e coisas do gênero. Mas, (what the hell), é Natal!!!

Não temos os aficionados que ao menor possível sinal de neve nas serras gaúchas ou catarinenses desabam para lá em busca da tão sonhada paisagem?

Portanto, vamos de Christmas Album! Este disco pertence a uma inabalável tradição americana. De Elvis Presley, Nat King Cole, Johnny Mathis, Barbra Streisand, Sinatra (é claro!), Celine Dion até Rod Stewart (que é inglês), todos produziram pelo menos um Christmas Album.

Ella Fitzgerald e Louis Armstrong não ficaram de fora desta ilustre lista. E se cada um a seu turno faz grande sucesso, quando se juntam, aí é covardia!

Este “Ella & Louis Christmas” álbum é uma compilação. Não se preocupe por isto, você ouvirá cada um deles no que há de melhor e os dois juntos, algumas vezes, sempre gloriosos.

Temos um desfile de deliciosas canções, algumas nostálgicas, como é próprio da estação, outras humorosas, porque só de seriedade o homem acaba perecendo.

Se você não tiver tempo para todo o álbum, afinal, há que fazer compras de Natal, pagar promessas para ficar fora das listas dos que ganham meias e lenços (uma vez nesta lista, meu caro, you are gone!), ouça essa minha playlist:

∞ Have Yourself a Merry Little Christmas (só para entrar no clima…)

∞ Christmas Song (Ella at her best!)

∞ Let it Snow! Let it Snow! Let it Snow! (Esta eu canto com headphones e sunga…)

∞ White Christmas (onde Louis exibe todo o seu charme e talento)

∞ Baby, It’s Cold Outside (Aqui, Louis faz dueto com Velma Middleton. Espetacular! Delicioso!)

Louis & Velma

∞ I’ve Got My Love to Keep Me Warm (Louis e Ella, numa de suas mais lindas performances.)

∞ Jingle Bells (Como deixar de fora?)

∞ Woul You Like to Take a Walk? (Só para terminar com os dois cantando juntos.)

  1. Have Yourself a Merry Little Christmas (Ella)
  2. Sleigh Ride (Ella)
  3. The Christmas Song (Ella)
  4. Christmas Night in Harlem (Louis)
  5. Let it Snow! Let it Snow! Let it Snow! (Ella)
  6. Frosty The Snowman (Ella)
  7. Whitte Christmas (Louis)
  8. Cool Yule (Louis)
  9. Baby, It’s Cold Outside (Louis and Velma Middleton)
  10. I’ve Got My Love to Keep Me Warm (Louis & Ella)
  11. Santa Claus is Coming to Town (Ella)
  12. ‘Zat You, Santa Claus? (Louis)
  13. Jingle Bells (Ella)
  14. Rudolph The Red-Nosed Reindeer (Ella)
  15. Winter Wonderland (Louis)
  16. The Secret of Christmas (Ella)
  17. Christmas in New Orleans (Louis)
  18. What Are You Doing New Year’s Eve? (Ella)
  19. Would You Like to Take a Walk? (Ella & Louis)
  20. What a Wonderful Worls (Louis)

Louis Armstrong & Ella Fitzgerald

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 328 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 136 MB

Se você fizer uma outra playlist, pode mandar que ouvirei, mesmo que já seja Véspera de Ano Novo!

Aproveite e …

Feliz Natal!

René Denon

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal (Weihnachts-Oratorium / Christmas Oratorio) (Jacobs)

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal (Weihnachts-Oratorium / Christmas Oratorio) (Jacobs)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Natal está chegando e já estou montando uma árvore em meu coração para abrigar meus amigos e presentes, principalmente os últimos. Esta data — que é uma verdadeira e bela conspiração de amor — sempre me deixa, bem , muito irritado…

Até porque o Natal é uma festa de origem pagã que nos foi roubada pelos religiosos. A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. No hemisfério norte, o solstício de inverno era comemorado por marcar a noite mais longa do ano. No dia seguinte, ela seria paulatinamente mais curta, encaminhando o final do período ruim para as lavouras. Então, no solstício de inverno era festejada a melhoria das perspectivas. Era um tempo em que o homem deixava de ser caçador errante e começava a dominar a agricultura; então a volta dos dias mais longos significava a certeza de novas colheitas no ano seguinte. Na Mesopotâmia a celebração era enorme, com mais de dez dias de festa. Já os gregos cultuavam Dionísio no solstício, o deus do vinho e do prazer. Na China, as homenagens representavam a harmonia da natureza. Os povos antigos que habitavam a atual Grã-Bretanha criaram Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano. Então, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus propôs à Igreja a fixação do nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro. Aceita a proposta, a partir do século IV o Solis Invictus começou sua mutação. Ficou convencionado que Jesus nascera em 25 de dezembro e que as celebrações eram em sua honra. Ora, e meu pai caiu nessa.

Mas tergiverso.

Meus amigos, que Cantatas, que gravação, que belo trabalho de Jacobs com a Akademie für alte Musik Berlin. Quando digo que são Cantatas, não estou fazendo uma figura de linguagem: o Oratório de Natal foi escrito para o 25 de dezembro de 1734. Talvez por falta de tempo — o que era raro em Bach — , o compositor juntou algumas de suas Cantatas,  inclusive a música de três cantatas seculares (profanas), escritas entre 1733 e 1734, e a de uma cantata extraviada por meu irmão mais velho, aquele puto, que seria a BWV 248a.

Então, o oratório tem seis partes, sendo cada uma delas destinadas a apresentação em um dia das festas principais do período natalino. Modernamente, a peça é geralmente apresentada como um todo, ou dividida em duas partes iguais. A duração total da obra é aproximadamente três horas. De modo similar aos outros oratórios, um tenor Evangelista narra a história. A primeira parte (para o dia de Natal) descreve o nascimento de Jesus; a segunda (para o dia 26 de dezembro), a anunciação aos pastores; a terceira (para 27 de dezembro), a adoração dos pastores; a quarta (para o Ano Novo), a circuncisão (ui!) de Jesus; a quinta (para o domingo após o Ano Novo), a jornada dos Reis Magos, e a sexta (para a Epifania), a adoração dos Reis Magos.

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal

Weihnachts-Oratorium; BWV 248

Erster Teil / Am Ersten Weihnachtstag
1-1 1. Chor: Jauchzet, Frohlocket, Auf, Preiset Die Tage 7:31
1-2 2. Rezitativ – Evangelist: Es Begab Sich Aber Zu Der Zeit 1:19
1-3 3. Rezitativ – Alt: Nun Wird Mein Liebster Bräutigam 0:58
1-4 4. Arie – Alt: Bereite Dich, Zion, Mit Zärtlichen Trieben 4:48
1-5 5. Choral: Wie Soll Ich Dich Empfangen 1:41
1-6 6. Rezitativ – Evangelist: Und Sie Gebar Ihren Ersten Sohn 0:25
1-7 7. Choral – Sopran: Er Ist Auf Erden Kommen Arm / Rezitativ – Bass: Wer Will Die Liebe Recht Erhöhn 3:19
1-8 8. Arie – Bass: Großer Herr Und Starker König 4:51
1-9 9. Choral: Ach Mein Herzliebes Jesulein 1:22

Zweiter Teil / Am Zweiten Weihnachtstag
1-10 10. Sinfonia 7:48
1-11 11. Rezitaitv – Evangelist: Und Es Waren Hirten In Derselben Gegend 0:39
1-12 12. Choral: Brich An, O Schönes Morgenlicht 1:30
1-13 13. Rezitativ – Evangelist: Und Der Engel Sprach Zu Ihren / Engel: Fürchtet Euch Nicht 0:42
1-14 14. Rezitativ – Bass: Was Gott Dem Abraham Verheißen 0:38
1-15 15. Arie – Tenor: Forhe Hirten, Eilt, Acht Eilet 3:24
1-16 16. Rezitativ -Engel: Und Das Habt Zum Zeichen 0:20
1-17 17. Choral: Schaut Hin, Dort Liegt Im Finstern Stall 0:55
1-18 18. Rezitativ – Bass: So Geht Denn Hin, Ihr Hirten, Geht 0:51
1-19 19. Arie – Alt: Schlafe, Mein Liebster, Genieße Der Ruh 10:14
1-20 20. Rezitativ – Evangelist: Und Alsobald War Da Bei Dem Engel 0:14
1-21 21. Chor: Ehre Sei Gott In Der Höhe 2:19
1-22 22. Rezitativ – Bass: So Recht, Ihr Engel, Jauchzet Und Singet 0:23
1-23 23. Choral: Wir Singen Dir In Deinem Heer 1:52

Dritter Teil / Am Dritten Weihnachtstag
1-24 24. Chor: Herrscher Des Himmels, Erhöre Das Lallen 1:46
1-25 25. Rezitativ – Evangelist: Und Da Die Engel Von Ihnen Gen Himmel Fuhren 0:09
1-26 26. Chor: Lasset Uns Nun Gehen Gen Bethlehem 0:40
1-27 27. Rezitativ – Bass: Er Hat Sein Volk Getröst 0:36
1-28 28. Choral: Dies Hat Er Alles Uns Getan 0:56
1-29 29. Duett – Sopran, Bass: Herr, Dein Mitleid, Dein Erbarmen 7:04
1-30 30. Rezitativ – Evangelist: Und Sie Kamen Eilend Und Fanden Beide 1:24
1-31 31. Aire – Alt: Schließe, Mein Herze, Dies Selige Wunder 4:54
1-32 32. Rezitativ – Alt: Ja, Ja, Mein Herz Soll Es Bewahren 0:24
1-33 33. Choral: Ich Will Dich Mit Fleiß Bewahren 1:09
2-1 34. Rezitativ – Evangelist: Und Die Hirten Kehrten Wieder Um 0:25
2-2 35. Choral: Seid Froh 1:02
2-3 Chor (Da Capo Nr. 24): Herrscher Des Himmels, Erhöre Das Lallen 1:47

Vierter Teil / Am Fest Der Beschneidung
2-4 36. Chor: Fallt Mit Danken, Fallt Mit Loben 5:01
2-5 37. Rezitativ – Evangelist: Und Da Acht Tage Um Waren 0:28
2-6 38. Rezitativ – Bass: Immanuel, O Süßes Wort! / Choral – Sopran: Jesu, Du Mein Liebstes Leben 2:34
2-7 39. Arie – Sopran, Echo: Flößt, Mein Heiland, Flößt Dein Namen 5:34
2-8 40. Rezitativ – Bass: Wohlan, Dein Name Soll Allein / Choral – Sopran: Jesu, Mein Freud Und Wonne 1:44
2-9 41. Arie – Tenor: Ich Will Nur Dir Zu Ehren Leben 4:28
2-10 42. Choral: Jesus Richte Mein Beginnen 2:34

Fünfter Teil / Am Sonntag Nach Neujahr
2-11 43. Chor: Ehre Sei Dir, Gott, Gesungen 6:03
2-12 44. Rezitativ – Evangelist: Da Jesus Geboren War Zu Bethlehem 0:22
2-13 45. Chor: Wo Ist Der Neugeborne König Der Juden? / Rezitativ – Alt: Sucht Ihn In Meiner Brust 1:41
2-14 46. Choral: Dein Glanz All Finsternis Verzehrt 1:05
2-15 47. Arie – Bass: Erleucht Auch Meine Finstre Sinnen 4:29
2-16 48. Rezitativ – Evangelist: Da Das Der König Herodes Hörte 0:09
2-17 49. Rezitativ – Alt: Warum Wolt Ihr Erschrecken? 0:34
2-18 50. Rezitaitv – Evangelist: Und Ließ Versammlen Alle Hohenpriester 1:12
2-19 51. Terzett – Sopran, Alt, Tenor: Ach, Wenn Wird Die Zeit Erscheinen? 5:59
2-20 52. Rezitativ – Alt: Mein Liebster Herrschet Schon 0:29
2-21 53. Choral: Zwar Ist Solche Herzensstube 1:13

Sechster Teil / Am Epiphaniasfest
2-22 54. Chor: Herr, Wen Die Stolzen Feinde Schnauben 5:12
2-23 55. Rezitativ – Evangelist: Da Berief Herodes Die Weisen Heimlich / Rezitativ – Herodes: Ziehet Hin Und Forschet Fleißig Nach Dem Kindlein 0:42
2-24 56. Rezitativ – Sopran: Du Falscher, Suche Nur Den Herrn Zu Fällen 0:50
2-25 57. Arie – Sopran: Nur Ein Wink Von Seinen Händen 4:15
2-26 58. Rezitativ – Evangelist: Als Sie Nun Den König Gehöret Hatten 1:14
2-27 59. Choral: Ich Steh An Deiner Krippen Hier 1:45
2-28 60. Rezitativ – Evangelist: Und Gott Befahl Ihnen Im Traum 0:23
2-29 61. Rezitativ – Tenor: So Geht! Genug, Mein Schatz Geht Nicht Von Hier 1:54
2-30 62. Arie – Tenor: Nun Mögt Ihr Stolzen Feinde Schrecken 4:17
2-31 63. Rezitativ – Sopran, Alt, Tenor, Bass: Was Will Der Höllen Schrecken Nun 0:51
2-32 64. Choral: Nun Seid Ihr Wohl Gerochen 3:36

Dorothea Röschmann: soprano
Andreas Scholl: alto
Werner Güra: tenor
Klaus Häger: bass

René Jacobs (cond.)
RIAS-Kammerchor
Akademie für alte Musik Berlin

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René Jacobs, gênio total
René Jacobs, gênio total

PQP

Ariana Savall & Hirundo Maris – Silent Night – Early Christmas Music and Carols

Filho de peixe, peixinho é, reza o dito popular. E com Arianna Savall nada pode ser tão certo. Filha de Jordi Savall e de Montserrat Figueiras, a soprano e harpista segue carreira solo com o mesmo sucesso e qualidade dos pais, contando com a ajuda de músicos altamente qualificados, e que conhecem muito sobre música antiga.
Neste CD temos Canções de Natal de diversas culturas e tradições, desde escandinavas, irlandesas, provençal, norueguesas, catalãs. Um festival de ritmos estilos.
O texto abaixo foi livremente traduzido por mim, com a ajuda do Google. Peço desculpas pelos erros que aparecerem:

“Hirundo Maris, o grupo liderado pela catalã Arianna Savall e pelo norueguês Petter Udland Johansen, nos convida a uma viagem mística ao mundo mágico do inverno, do Advento e da música natalina. Este programa especial de música, montado por Hirundo Maris, contém músicas com raízes tradicionais e origens antigas, canções do Norte e do Sul, cheias de alegria e músicas do presente que abraçam as músicas do passado. Hirundo Maris se caracteriza por arranjos musicais muito pessoais e criativos e um amor pelo passado que se funde com o presente. Neste programa, o espírito antigo se harmoniza com o moderno.
As vozes puras e expressivas de Arianna e Petter se misturam em um diálogo delicado com uma grande variedade de instrumentos. Os músicos de Hirundo Maris são de muitos países europeus: Noruega, Inglaterra, Alemanha, Polônia, Espanha e Catalunha. Ouvimos gaitas de foles alegres, o virtuoso cornetto e violinos, flautas cheias de luz, a intensa hardingfele, o baixo profundo e constante, o poético Dobro, as harpas oníricas e a percussão cantada.”

Maiores informações no belo booklet que tem o link abaixo.

1 The Holly and the Ivy & El noi de la mare
(Trad. English & Catalan, arr. Arianna Savall & Petter Udland Johansen)
2 El desembre congelat
“Trad. Catalan, arr. Arianna Savall & Petter Udland Johansen”
3 Ay, que me abraso, ay!
Juan García de Zéspedes (c.1619–1679), arr. Arianna Savall & Petter Udland Johansen
4 Mitt hjerte alltid vanker
Trad. Scandinavian, arr. Arianna Savall & Petter Udland Johansen
5 Es ist ein Ros entsprungen
Michael Praetorius (1571–1621), arr. Arianna Savall
6 The Wexford Carol
Trad. Irish, arr. Arianna Savall & Petter Udland Johansen
7 Ô nuit brillante
Trad. Provençal, arr. Joseph Bovet, Arianna Savall & Petter Udland Johansen
8 El cant dels ocells
Trad. Catalan, arr. Jordi Savall
9 Kling no, klokka
Trad. Norwegian
10 La Salve
Arianna Savall
11 Rug Muire Mac do Dhia
Trad. Irish, arr. Arianna Savall
12 Stille Nacht
Franz Xaver Gruber (1787–1863) / Joseph Mohr (1792–1848) arr. Arianna Savall & Petter Udland Johansen

HIRUNDO MARIS
Arianna Savall soprano, Baroque triple harp, Renaissance harp
Petter Udland Johansen tenor, hardingfele, mandolin
Adam Taubitz violin (tr. 6) Sveinung Lilleheier Dobro, acoustic guitar
Gesine Bänfer cittern, flute, whistles
Ian Harrison whistle, border pipe, mute cornett
Miquel Àngel Cordero double bass Pedro Estevan percussion

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Hirundo Maris

Handel (1685-1759) ∞ Messiah ∞ Christopher Hogwood

Handel (1685-1759)   ∞   Messiah   ∞   Christopher Hogwood

Handel

Messiah

Hogwood

Eu odeio dezembros! Onde moro faz um calor insuportável e a barba coça, demais. Suo às bicas e a fantasia vermelha não ajuda. Quando me livro de tudo isso e tento voltar para casa, o trânsito é péssimo.

Ah, tem os famosos livros-de-ouro! Brotam dos mais inusitados cantos, brandidos por mãos que se esticam em minha direção, seguidas por caras sorridentes, que não costumo ver no resto ano!

Santa tirando um cochilo antes de distribuir os presentes para o pessoal do PQP

E nem me fale de panetone, não suporto. Passas então, tenho horror!

Mas, que fazer? Lá pelo dia 20 começo a ceder terreno e entrar no clima de frenesi de Natal!

Só o que me consola é a tradicional audição de música de Natal, em particular do Messias.

Every valley shall be exalted, and every mountain and hill made low: the crooked straight and the rough places plain.”

Is. XL, 4

Assim aproveito a ocasião para dividir essa maravilha com vocês e sem mais outras palavras que não sejam:

Feliz Natal!

Vejam lá, não vão esquecer o aniversariante!

George Frideric Handel (1685-1759)

MESSIAH

Foundling Hospital Version 1754

Judith Nelson, Emma Kirkby, sopranos
Carolyn Watkinson, contralto
Paul Elliott, tenor
David Thomas, baixo
Choir of Christ Church Cathedral, Oxford
dirigido por Simon Preston
The Academy of Ancient Music

Christopher Hogwood

Gravação: St. Jude-on-the-Hill, Londres
Produção: Peter Wadland
Hogwood, com os anjos…

CD1

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FLAC | 296 MB

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MP3 | 320 KBPS | 151 MB

CD2

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FLAC | 343 MB

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

For unto us a child is born!

Feliz Natal!

René Denon

Georg Friedrich Händel (1685-1759) – Messiah – Karl Richter

Finalmente, depois de treze anos, o PQPBach traz para os senhores, entusiastas ou não, uma das gravações mais emblemáticas da história da indústria fonográfica do século XX. Amada por uns, odiada por outros, foi minha porta de entrada para o universo handaelino, assim como para muitos outros.

Confesso que até há alguns anos eu tinha medo de postar esse CD. Mas acho que todos merecem uma chance neste mundo. E convenhamos, estamos falando de um dos maiores especialistas na obra de Bach no século XX, antes de Harnoncourt e Cia Ltda, e muito antes de Gardiner, Pinnock, entre outros, Essa sua gravação do Messiah pode até ser considerada um equívoco, mas ajudou a divulgar esta obra prima do barroco, uma das maiores composições e criações do ser humano desde que ele pisou na Terra.

Aqueles que não a conhecem, baixem e tirem suas conclusões, os que a odeiam, ignorem a postagem. Simples assim.

CD 1 DISC ONE

1. Symphony (Grave-Allegro Moderato)
2. Accompagnato (Tenor): Comfort Ye My People
3. Aria (Tenor): Ev’ry Valley Shall Be Exalted
4. Chorus: And The Glory Of The Lord Shall Be Revealed
5. Accompagnato (Bass): Thus Saith The Lord Of Hosts
6. Aria (Bass): But Who May Abide The Day Of His Coming
7. Chorus: And He Shall Purify
8. Recitative (Contralto): Behold, A Virgin Shall Conceive/Aria (Contralto): O Thou That Tellest Good
9. Chorus: O AThou That Tellest Good Tidings
10. Accompagnato (Bass): For Behold, Darkness Shall Cover
11. Aria (Bass): The People That Walked In Darkness
12. Chorus: For Unto Us A Child Is Born
13. Pifa (Pastoral Symphony)
14. Recitative (Soprano): There Were Shepherds Abiding In The Fields
15. Chorus: Glory To God In The Highest
16. Aria (Soprano): Rejoice Greatly, O Daughter Of Zion
17. Recitative (Contralto): Then Shall The Eyes Of The Blind /Duet: (Contralto, Soprano): He Shall Feed
18. Chorus: His Yoke Is Easy, His Burthen Is Light
19. Chorus: Behold The Lamb Of God
20. Aria (Contralto): He Was Despised
21. Chorus: Surely, He Hath Borne Our Griefs

DISC TWO

1. Chorus: And With His Stripes We Are Healed
2. Chorus: All We Like Sheep Have Gone Astray
3. Accompagnato (Tenor): All They That See Him
4. Chorus: He Trusted In God
5. Accompagnato (Tenor): Thy Rebuke Hath Broken His Heart
6. Arioso (Tenor): Behold, And See If There Be Any Sorrow
7. Accompagnato (Tenor): He Was Cut Off Out Of The Land/ Aria (Tenor): But Thou Didst Not leave His So
8. Chorus: Lift Up Your Heads, O Ye Gates
9. Recitative (Tenor): Unto Which Of The Angels/Chorus: Let All The Angels Of God Worship Him
10. Aria (Contralto): Thou Are Gone Up On High
11. Chorus: The Lord Gave The Word
12. Aria (Soprano): How Beautiful Are The Feet
13. Arioso (Tenor): Their Sound Is Gone Out
14. Aria (Bass): Why Do The Nations So Furiously Rage
15. Chorus: Let Us Break Their Bonds Asunder
16. Recitative (Tenor): He That Dwelleth In Heaven/Aria (Tenor): Thou Shalt Break Them
17. Chorus: Hallelujah
18. Chorus: Since By Man Came Death
19. Accompagnato (Bass): Behold, I Tell You A Mystery/Aria (Bass): The Trumpet Shall Sound
20. Recitative (Contralto): Then Shall Be Brought To Pass/Duet (Contralto, Tenor): O Death, Where Is Thy Sting?
21. Aria (Soprano): If God Be For Us
22. Chorus: Worthy Is The Lamb That Was Slain
23. Chorus: Amen

SOPRANO: HELEN DONATH
CONTRALTO: ANNA REYNOLDS
TENOR: STUART BURROWS
BASS: DONALD MCINTYRE
LONDON PHILHARMONIC ORCHESTRA
CHOIR: JOHN ALLDIS CHOIR
KARL RICHTER – CONDUCTOR

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Jakub Jan Ryba (1765-1815) – Česká mše vánoční (Missa de Natal Tcheca)

Não me lembro da fonte, mas li certa vez que os tchecos são o povo que menos frequenta igrejas na Europa. De fato, quem explora as cidades e vilarejos na Boêmia e Morávia encontra normalmente nas igrejas mais turistas do que locais, mais flashes do que orações. Por isso, considero um fenômeno que esta pequena Missa, escrita para amadores e num estilo pastoral, seja tão popular naquelas terras, e de tal modo que mesmo tchecos seculares lotem as igrejas na véspera de Natal (conhecida por lá como “Štědrý den”, ou “Dia Generoso”, devido à fartura das mesas humanas, que se estende até as manjedouras dos animais) para escutar essa peça tão arraigada às suas tradições de final de ano.

O compositor Ryba (“peixe”, em tcheco), mestre de música em várias escolas e pequenas igrejas da Boêmia, teve uma vida muito triste, que acabou por tirar de si depois de, pela milionésima vez, ter sido exonerado de suas funções. Numa deprimente ironia, um dos poucos monumentos à sua memória fica justamente no bosque em que se matou – além, claro, desse delicado memorial musical que é sua Missa de Natal Tcheca. Ainda que publicada com o pomposo título Missa solemnis Festis Nativitatis D. J. Ch. accommodata in linguam bohemicam musikamque redacta – que redacta per Jac. Joa. Ryba, a Missa de Ryba encanta justamente por nada ter de solene e pomposo. Ela é, por isso mesmo, imensamente popular em seu país: nas ruas de Praga, perto do Natal, escutei muitas pessoas assobiando ou cantarolando o “Hej, mistře!” (“Ei, mestre!”) que abre a obra.

Apesar dos títulos latinos do movimentos, a Missa é toda cantada na língua tcheca, que a música consegue, num pequeno milagre, fazer soar menos árida que o habitual. O libreto, do próprio Ryba, transpõe os acontecimentos da Judeia para os pequenos vilarejos da Boêmia, ao estilo das encantadoras e rústicas gravuras que, ainda hoje, os artesãos vendem nos mercados de Natal em toda República Tcheca.

Este álbum encantador também inclui alguns hinos natalinos, também em tcheco, harmonizados para as mesmas forças vocais e instrumentais da Missa. Espero que seja do agrado dos leitores-ouvintes de todos os credos, observantes ou seculares, e que enriqueça o “Dia Generoso” daqueles que o celebram.

JAKUB JAN RYBA – ČESKÁ MŠE VÁNOČNÍ – KOLEDY

Jakub Šimon Jan RYBA (1765-1815)

Missa de Natal Tcheca
01 – Kyrie
02 – Gloria
03 – Graduale
04 – Credo
05 – Offertorium
06 – Sanctus
07 – Benedictus
08 – Agnus Dei
09 – Communio

Hinos natalinos

10 – Čas radosti, veselosti
11 – Veselme se všichni nyní
12 – Vánoční hospoda
13 – Byla cesta, byla ušlapaná
14 – Nastal nám den veselý
15 – Vánoční roztomilosti
16 – Vánoční magnét a střelec
17 – Maria hustým lesem šla
18 – Vánoční vinšovaná pošta

Zdena Koublová, soprano
Pavla Vykopalová, mezzo soprano
Tomáš Černý, tenor
Roman Janál, barítono

Coro Infantil Kühn
Coro de Câmara da Rádio de Praga
Virtuosi di Praga

Oldřich Vlček, regência

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A partir de 6:30, a mesma Missa Tcheca numa gravação feita na magnífica Catedral de São Vito, no Castelo de Praga.

Vassily Genrikhovich

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concertos para Piano – Ronald Brautigam, Die Kölner Akademie & Michael Alexander Willens #BTHVN250

Chego atrasado para as comemorações do aniversário de 249 anos de Beethoven, porém trago para os senhores uma belíssima integral dos Concertos para Piano, recentemente lançada pelo selo BIS.
Ronald Brautigam é uma figura ímpar no cenário da música clássica. Excepcional pianista, e um dos principais intérpretes de Beethoven da atualidade, há alguns anos gravou uma das melhores integrais das Sonatas para Piano que já tive oportunidade de ouvir, porém tocadas em um fortepiano, sua especialidade.  Postamos estes volumes há alguns anos, e foram bem recebidos. Passados alguns anos, como seria de se esperar, gravou os Concertos para Piano do mesmo Ludwig, porém desta vez sentou-se em frente a um piano de cauda para encarar as obras. Novamente esta postagem foi muito bem recebida.
Pois bem, eis que neste final de década, o gajo resolve encarar novamente os mesmos concertos, porém desta vez voltou ao seu velho instrumento de guerra, o fortepiano. Antes disso, gravou alguns concertos de Mozart, com este mesmo instrumento. Curioso, não acham?
Mas esquisitices à parte, o que importa aqui é a qualidade da música e dos intérpretes envolvidos. Brautigam e o maestro Michael Alexander Willens já são parceiros de longa data e essa parceria tem gerado excelentes gravações. Então, vamos ao que viemos. Beethoven em altíssimo nível.

01. Piano Concerto No. 1 in C Major, Op. 15- I. Allegro con brio
02. Piano Concerto No. 1 in C Major, Op. 15- II. Largo
03. Piano Concerto No. 1 in C Major, Op. 15- III. Rondo. Allegro
04. Piano Concerto No. 2 in B-Flat Major, Op. 19- I. Allegro con brio
05. Piano Concerto No. 2 in B-Flat Major, Op. 19- II. Adagio
06. Piano Concerto No. 2 in B-Flat Major, Op. 19- III. Rondo. Molto allegro
07. Piano Concerto No. 4 in G Major, Op. 58- I. Allegro moderato
08. Piano Concerto No. 4 in G Major, Op. 58- II. Andante con moto
09. Piano Concerto No. 4 in G Major, Op. 58- III. Rondo. Vivace
10. Piano Concerto No. 3 in C Minor, Op. 37- I. Allegro con brio
11. Piano Concerto No. 3 in C Minor, Op. 37- II. Largo
12. Piano Concerto No. 3 in C Minor, Op. 37- III. Rondo. Allegro – Presto
13. Piano Concerto No. 5 in E-Flat Major, Op. 73 -Emperor– I. Allegro
14. Piano Concerto No. 5 in E-Flat Major, Op. 73 -Emperor– II. Adagio un poco mosso
15. Piano Concerto No. 5 in E-Flat Major, Op. 73 -Emperor– III. Rondo. Allegro

Ronald Brautigam – Pianoforte
Die Kölner Akademie
Michael Alexander Willens – Conductos

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O Mestre Esquecido, capítulo VII (Franck: Sonata – Szymanowski: Mythes – Wanda Wiłkomirska e Antonio Guedes Barbosa)

R-4147687-1356876153-5539.jpegPUBLICADO ORIGINALMENTE EM 6/11/2015

Um leitor-ouvinte apontou sons “alienígenas” na gravação que postei originalmente, frutos de meu semianalfabetismo em questões de mixagem. Com os devidos pedidos de desculpas pela bisonhice, e enquanto agradeço pela atenciosa notificação de minha patinada, convido as senhoras e senhores a baixarem a versão alien-free da ótima gravação de Wanda Wiłkomirska e de nosso “muso” Antonio.

Damos um tempo na interminável série sobre a Família das Cordas para atendermos ao coro uníssono de mimimis clamando por mais uma gravação com o Mestre Esquecido, nosso muso Antonio Guedes Barbosa.

Contentar gregos e troianos não é muito fácil, mas acho que esta gravação, estrelada por uma violinista, não deixará tão bicudos os amantes das cordas. Diferentemente do álbum anterior que postamos do duo, com miniaturas de Kreisler, neste aqui as obras têm partes bem mais importantes para o piano, ricos substratos para que nosso ídolo mostre seu brilho. A interpretação da Sonata de Franck é das melhores que conheço, e a tríade de peças de Szymanowski nos faz lamentar ainda mais que aquele maldito infarto do miocárdio tenha colhido o enorme talento de Barbosa antes que ele pudesse gravar outras coisas do polonês.

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)

Sonata em Lá maior para violino e piano
01 – Allegretto ben moderato
02 – Allegro
03 – Recitativo – Fantasia (ben moderato)
04 – Allegretto poco mosso

Karol Maciej Korwin-SZYMANOWSKI (1882-1937)

Mythes, Três Poemas para violino e piano, Op. 30
05 – No. 1: La Fontaine d’Arethuse
06 – No. 2: Narcisse
07 – No. 3: Dryades et Pan

Wanda Wiłkomirska, violino
Antonio Guedes Barbosa, piano
a partir de um LP de 1973 da Connoisseur Society. Gravação relançada em 1987 em CD, mas que, como sói acontecer com a discografia do Mestre Esquecido, em nenhuma das formas chegou ao Brasil

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Como não teremos imagens de Barbosa suficientes para completar a série, rendemos homenagem à ótima Wiłkomirska, que hoje vive na Austrália e, aos 86 anos, é muito ativa como professora.
Como não teremos imagens de Barbosa suficientes para completar a série, rendemos homenagem à ótima Wiłkomirska (1929-2018), ativa até o final da vida como professora.

Vassily Genrikhovich [revalidado em 15/1/2021]

Vivaldi (1678-1741): Concerti – Orchestra of the Age of Enlightenment

Vivaldi (1678-1741): Concerti – Orchestra of the Age of Enlightenment

 

Antonio Vivaldi

Concertos

 

A combinação de uma orquestra especializada em música barroca ou clássica, tocando sem regente em instrumentos de época, uma coleção magnífica e variada de concertos de Vivaldi, exibindo a criatividade do Padre Vermelho, gera grande expectativa para um excelente álbum. Ao final, você dirá…

A música de Veneza até uma geração antes de Vivaldi concentrava-se na Basílica de São Marco, onde músicos com Monteverdi e Legrenzi deram continuidade à tradição estabelecida por Andrea e Giovanni Gabrieli. Com Vivaldi, a referência passou a ser os orfanatos com suas orquestras formadas pelas órfãs que eram exímias instrumentistas, principalmente o Ospedale della Pietà.

A música que Vivaldi produziu neste ambiente e que organizou em várias coleções que foram publicadas em Amsterdam entre 1711 e 1729, influenciou a música em todos os grandes centros da Europa. Em Paris, em Dresden, onde estava Georg Johann Pisendel, na Corte de Weimar, com o entusiasmado jovem Johann Sebastian Bach, grande admirador de Vivaldi. Também em Londres, Praga e Viena.

Proteo

O disco traz uma coleção que ilustra bem a razão de tal influência. Começa com uma versão expandida do Concerto ‘Il Proteo o sia il mondo al rovescio’, para grande combinação de instrumentos. A alusão ao deus grego se deve a sua capacidade de assumir diferentes formas. Na versão original, os solos para violino e violoncelo são tais que podem ser tocados tanto por um quanto pelo outro solista.

A coleção tem alguns concertos para um instrumento solista. Há um concerto para oboé, um para violoncelo e um para flauta, intitulado ‘La Notte’, que especialmente bonito. Este concerto existe em uma versão para concerto de câmera e foi reescrito nesta forma estendida, para flauta transversa, para fazer parte da coleção publicada como o Opus 10. Além disso, é um típico concerto programático, em seis partes, algumas com títulos como ‘Fantasmi’ e ‘Il sonno’.

Os outros concertos do programa são do tipo ‘multi instrumenti’ ou concerto duplo, como o concerto para duas trompas, RV 539.

O concerto para alaúde e viola d’amore, que encerra o disco, era particularmente caro ao compositor, que gostava da viola d’amore, cujo som aqui é combinado ao do alaúde lindamente.

Enfim, um disco primoroso no qual os membros da orquestra se fazem solistas na medida em que os concertos demandam, com a produção cuidadosa da gravadora Linn, para alegrar os amantes da música barroca, e além!

Antonio Vivaldi (1678-1741)

Concerto em fá maior para duas flautas, dois oboés, violino, violoncelo e cravo – ‘Il Proteo o sia il mondo al rovescio’, RV 572
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto em ré menor para oboé e cordas, RV 454
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto em ré menor para duas flautas doces, dois oboés, fagote e dois violinos, RV 566
  1. Allegro assai
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto em fá maior para duas trompas, RV 539
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro
Concerto em sol maior para violoncelo, RV 413
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto de câmera em sol menor para flauta, oboé, fagote, violino e contínuo, RV 107
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto em sol menor para flauta – ‘La Notte’, RV 439
  1. Largo – Allegro – Largo – Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto em ré menor para alaúde e viola d’amore, RV 540
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Lisa Beznosiuk & Neil McLaren, flautas
Anthony Robson & James Eastway, oboés
Margaret Faultless & Alison Bury, violinos
David Watkin, violoncelo
Paul Nicholson & John Toll, cravos
Catherine Latham & Emma Murphy, flautas doces
Andrew Watts, fagote
Andrew Clark & Roger Montgomery, trompas
Elizabeth Kenny, tiorba e alaúde
Catherine Mackintosh, viola d’amore

Gravado no Abbey Studio, Londres, julho de 1999

Produção: Ben Turner

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FLAC | 368 MB

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MP3 | 320 KBPS | 191 MB

Veja como termina uma crítica sobre este disco: Talvez uma das melhores coisas sobre esta coleção é sua flexibilidade rítmica. Não há a menor sombra aqui do estereótipo ‘máquina de costura barroca’!

Aproveitem!

René Denon

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók

Béla Bartók (1881-1945): Pierre Boulez conducts Bartók

ATENDENDO A DIVERSOS PEDIDOS ESTOU MAIS UMA VEZ RENOVANDO OS LINKS DESTA HISTÓRICA POSTAGEM, UMA DE MINHAS FAVORITAS, NÃO APENAS PELA QUALIDADE DA MÚSICA MAS TAMBÉM PELO TALENTO DESTE MÚSICO EXTRAORDINÁRIO CHAMADO PIERRE BOULEZ. 

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Link revalidado por PQP, que não admite que esta extraordinária, notável, imbatível caixa esteja indisponível. (Pequena apresentação da repostagem de 2014)

Várias vezes declaramos aqui no PQP Bach nossa admiração e apreço pelo compositor hungaro Bèla Bartók. E também já declarei minha admiração pelo regente e compositor francês Pierre Boulez. Admiro mais sua carreira como regente, pois conheço pouco sua obra enquanto compositor.

Mas Boulez é o grande nome nesta caixa que ora começo a postar para os senhores. Desde a primeira vez que o ouvi como regente foi admiração imediata, digamos assim. Trata-se de um maestro mais afeito ao repertório do século XX, com poucas incursões no repertório do século XIX, com destaque para sua leitura de Wagner, polêmica, porém com grandes qualidades, de acordo com os especialistas da área, quando esteve à frente do Festival de Bayreuth, Mahler, do qual creio que já gravou todas as sinfonias, acho, e, é claro, Debussy, Boulez, na minha modesta opinião, é o grande intéprete da obra orquestral de Debussy.

Mas é no repertório do século XX que Boulez se encontra em casa. Bartók, Stravinsky, Berg, Schöenberg, Prokofiev, citando apenas alguns, entre dezenas de outros, tem no francês o seu referencial.

Esta caixa que estou começando a postar tem muitos méritos. Detalhe: são as gravações realizadas na Deutsche Grammophon. as realizadas pela antiga CBS, atual Sony, são outra história.

O nosso colega de blog CDFBach nos propôs há umas semanas atrás fazermos uma lista das nossas melhores postagens. Ao contrário dele, não sou muito afeito a listas. Resolvi então responder outra questão: quem era o grande compositor do Século XX na minha opinião, eu, FDPBach, reconhecidamente um romântico inveterado, com pouquíssimas incursões no século XX, escolher dentre dezenas de compositores que nem conheço? Escolhi então aquele que mais me atrai, e que melhor conheço: Bela Bartók. E no meio de diversas gravações que possuo, acho que o Boulez foi o regente que melhor conseguiu sintetizar aquilo que defino como o melhor para mim quando se trata desse compositor.

Listas são de gosto pessoal, e tenho certa dificuldade de realizá-las. Alguns mais céticos, ou críticos, poderão perfeitamente discordar de minhas opiniões, e de meus gostos. Dou-lhes toda razão, e é óbvio também que encontro alguns pontos fracos na caixa, que serão colocados no momento oportuno.

Béla Bartók – Four Orchestral Pieces, Op.12 (sz51), Concerto for Orchestra (Sz116)
CD 1

01 – Four Orchestral Pieces Op. 12 (Sz 51) – 1. Preludio – Moderato
02 – 2. Scherzo – Allegro
03 – 3. Intermezzo – Moderato
04 – 4. Marcia Funebre – Maestoso
05 – Concerto For Orchestra (Sz 116) – 1. Introduzione – Andante Non Troppo – Allegro vivace – Tempo I
06 – 2. Giuoco Delle Coppie – Allegretto Scherzando
07 – 3. Elegia – Andante, Non Troppo
08 – 4. Intermezzo Interrotto – Allegretto
09 – 5. Finale – Pesante – Presto

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Chicago Symphony Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

CD 2

01 – Tanz Suite Sz77 – 1. Moderato
02 – 2. Allegro molto
03 – 3. Allegro vivace
04 – 4. Molto tranquillo
05 – 5. Comodo
06 – 6. Finale- Allegro
07 – Two Pictures op10 Sz746 – 1. In voller Bluete
08 – 2. Dorftanz
09 – Hungarian Sketches Sz97 – 1. Ein Abend auf dem Lande – Lento rubato – Allegro
10 – 2. Barentanz – Allegro vivace
11 – 3. Melodie – Andante
12 – 4.Etwas angeheitert – Leggermente ubriaco
13 – 5. Ueroeger Schweinehirtentanz – Allegro molto
14 – Divertimento Sz113 – 1. Allegro non troppo
15 – 2. Molto adagio
16 – 3. Allegro assai

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CD 3

01 – Piano Concerto No.1 in E minor, Sz.83 (1926) – 1. Allegro moderato – Allegro
02 – 2. Andante – Allegro – attacca-
03 – 3. Allegro molto
04 – Piano Concerto No.2 in G major, Sz.95 (1930-1) – 1. Allegro
05 – 2. Adagio – Presto – Adagio
06 – 3. Allegro molto – Presto
07 – Piano Concerto No.3 in E major, Sz.119 (1945, Tibor Serly) – 1. Allegretto
08 – 2. Adagio religioso
09 – 3. Allegro vivace

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CD 4

01 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 1 Assai Lento
02 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 2 Lento Ma Non Troppo
03 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 3 Allegro Ma Non Troppo
04 – Concerto for violin and Orchestra 1 – 1 Andante Sostenuto
05 – Concerto for violin and Orchestra 1 – 2 Allegro giocoso
06 – Concerto for viola and Orchestra – 1 Moderato
07 – Concerto for viola and Orchestra – 2 Adagio Religioso
08 – Concerto for viola and Orchestra – 3 Allegro vivace

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CD 5

01 – Concerto for Violin and Orchestra no.2 Sz112 – 1. Allegro non troppo
02 – 2. Andante tranquillo
03 – 3. Allegro molto
04 – Rhapsody for Violin and Orchestra – 1. Lassú. Moderato
05 – 2. Friss. Allegretto moderato
06 – Rhapsody for Violin and Orchestra no.2 Sz90 – 1. Lassú. Moderato
07 – 2. Friss. Allegro moderato

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CD 6

01 – Prologue – ‘The Tale Is Old’ – ‘Here We Are Now’
02 – Judith – ‘Is This Really Bluebeard’s Castle’
03 – Judith – ‘Ah, I See Seven Great Shut Doorways’
04 – First Door – Judith – ‘Woe!’ – ‘What Seest Thou’
05 – Second Door – Bluebeard – ‘What Seest Thou’
06 – Third Door – Judith – ‘Mountains Of Gold!’
07 – Fourth Door – Judith – ‘Ah! Lovely Flowers’
08 – Fifth Door – Bluebeard – Look, My Castle Gleams And Brightens’
09 – Sixth Door – Judith – ‘I Can See A Sheet Of Water’
10 – Bluebeard ‘The Last Of My Doors Must Stay Shut’
11 – Judith – ‘Now I Know It All, O Bluebeard’
12 – Bluebeard – ‘Hearts That I Have Loved And Cherished’

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CD 7

01 – Cantata Profana I. there was once an old man
02 – II. but their father grew impatient
03 – III. Volt egy oreg apo
04 – The Wooden Prince – Introduction
05 – First Dance
06 – Second Dance
07 – Third Dance
08 – Fourth Dance
09 – Fifth Dance
10 – Sixth Dance
11 – Seventh Dance

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CD 8

01 – The Miraculous Mandarin, Op. 19, Sz 73- Beginning (Allegro)
02 – First seduction game- the shabby old rake (Moderato)
03 – Second seduction game
04 – Third seduction game (Sostenuto)
05 – The Mandarin enters and remains immobile in the doorway… (Maestoso)
06 – The girl sinks down to embrace him… (Allegro)
07 – The tramps leap out, seize the Mandarin and tear him away from the girl
08 – Suddenly the Mandarin’s head appears between the pillows and he looks longingly at the gio
09 – The terrified tramps discuss how they are to get rid of the Mandarin at last. (Agitato)
10 – The body of the Mandarin begins to glow with a greenish blue light. (Molto moderato)
11 – She resists no longer; they embrace (Più mosso – Vivo)
12 – Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz 106- Andante tranquillo
13 – Allegro
14 – Adagio
15 – Allegro molto

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Boulez:
Boulez: primeira foto é tua, guri

FDPBach

In memoriam Mariss Jansons (1943-2019) – Wolfgang Rihm (1952): Requiem-Strophen – Chor und Symphonieorchester des Bayerischer Rundfunks

Prestamos, antes tarde que ainda mais tarde, nossa homenagem ao magnífico Mariss Jansons, que deixou este vale de lágrimas no estrebucho do último novembro. Falo em lágrimas, e também de como Jansons, depois de longa enfermidade, deixou o mundo, antes mesmo de lembrar as duras circunstâncias em que veio a ele: na Letônia ocupada por Hitler, talvez o pior momento no século para se nascer letão e de ventre judeu, um pouco depois de sua mãe escapar do gueto de Riga e de sua liquidação. Cresceu sob a inspiração do pai regente, que sucumbiu a um infarto no palco, e de uma mãe cantora lírica, e seguiu sua formação no mesmo Conservatório de Leningrado em que depois lecionaria, no qual também estudaram Tchaikovsky e Shostakovich, que sempre estariam no cerne de seu repertório. O posto de assistente na Filarmônica local, liderada pelo legendário Mravinsky, trouxe-lhe notoriedade e convites, não sem várias pestanas queimadas por conta de seus opressores de Moscou, para trabalhar e estudar com Karajan e Swarowsky. Sob sua direção (1979-2000), a discreta Filarmônica de Oslo saltou para um patamar com que nunca sonhara entre as orquestras do mundo. Depois de mais de vinte anos a comandá-la, deixou-a para assumir a Sinfônica de Pittsburgh (1997-2004), não sem antes repetir a escrita do pai e infartar no palco, desgraça que só não foi completa porque foi prontamente atendido depois do colapso. Em seguida, encontraria os conjuntos mais importantes de sua formidável carreira: a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam (2004-2015) e, ainda mais notavelmente, a Sinfônica da Rádio Bávara, que conduziu até o final da vida, e com quem realizou a gravação ao vivo que ora compartilhamos.

O Réquiem de Wolfgang Rihm, composto em 2016 e cuja première nossos leitores-ouvintes apreciarão nas faixas a seguir, é, na tradição de “Um Réquiem Alemão” de Brahms, menos uma obra litúrgica do que uma reflexão sobre a vida e a morte, baseada em textos tão diversos quanto sonetos de Michelangelo, poemas de Rilke e salmos bíblicos, e concluída por “Strophen”, de Hans Sahl, donde seu epíteto. Constrito, ainda que com momentos de velada celebração, é uma composição que me deu, desde a primeira audição, a impressão de merecer manter-se no repertório. Jansons demonstra aqui sua fabulosa capacidade de compreender uma obra por inteiro – no caso, imensa, novíssima, inédita, sem qualquer tradição interpretativa em que se pudesse basear – e expressar em sua leitura um maravilhoso senso de continuidade e coerência. Rihm derramou-se em elogios, e nossos leitores-ouvintes, creio eu, hão de se lhe juntar ao coro.

Já com saudades do maiúsculo Maestro que, por todos os relatos, era um humilde servo da Música, tão exigente quanto gentil com seus colegas e generoso com seus muitos protegidos, e enquanto me desculpo pelo que talvez seja a indelicadeza de colocá-lo a reger seu próprio Réquiem, faço votos de que, lá nas Esferas, haja música tão extraordinária quanto a que nos deixou moldada pela batuta.

RIHM – REQUIEM-STROPHEN – MARISS JANSONS

Wolfgang RIHM (1952)
REQUIEM-STROPHEN, para solistas, coro e orquestra (ESTREIA MUNDIAL)

PARTE I

1 – I: Initial
2 – II
3 – III: Kyrie

PARTE II

4 – IV: Sonett I
5 – V.a: Psalm
6 – VI: Sonett II
7 – V.b: Psalm
8 – VII: Sonett III

PARTE III

9 – VIII
10 – IX: Lacrimosa I
11 – X: Sanctus
12 – XI

PARTE IV

13 – XII: Lacrimosa II
14 – XIII: Agnus Dei
15- XIV: Epilog (Strophen)

Mojca Erdmann e Anna Prohaska, sopranos
Hanno Müller-Brachmann, barítono
Coro e Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara
Mariss Jansons, regente

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Se eu fosse chefe do estagiário do G1 e lesse o “Neujahrskonzert”/’New Year’s Concert” (Concerto de Ano Novo) de Viena transfigurado em “Concerto de Nova York”, propor-lhe ia a pena de demissão sumária, demolição da habitação, banho de penas após submersão em piche, defenestração sobre uma piscina de ariranhas e – talvez aqui um pouco de crueldade – André Rieu no repeat. Como, no entanto, sou um mero estagiário do PQP Bach, contento-me a ficar aqui, ruminando fel…

 

 

 

 

… esperando que todos os maestros que também se consideram músicos depositem suas batutas (e Gergiev, seu palito de dentes) na jugular do infeliz.

Vassily