Eu não deixo por menos: Ingmar Bergman foi o maior artista do século XX. E este é um disco para se ouvir imaginando as cenas dos filmes ou meramente como uma seleção de trechos aleatórios, mas de extremo bom gosto. Claro que é um choque sair da lindíssima Sarabanda da Suíte Nº 5 (violoncelo solo), de Bach, para a quase histeria do Op. 12, Nº 2 de Schumann, mas enfim, fazer o quê? As outras “passagens” me pareceram menos contundentes.
Bergman amava a música. Ela sempre foi fundamental em seus filmes. Sempre houve referências a ela na obra deste artista total. Ele filmou A Flauta Mágica de Mozart, Sonata de Outono — sobre uma pianista — e Sarabanda. A música, a literatura, o teatro e o cinema sempre se confundiram na obra deste gênio. E é muito legal que o pianista Roland Pöntinen e turma tenham assumido este projeto no ano dos 100 anos de nascimento de Ingmar Bergman. As interpretações são absolutamente de primeira linha, fantásticas.
Ingmar Bergman: Music from the Films (2018)
1. Bach: Cello Suite No. 5 in C minor, BWV 1011 : IV. Sarabande (Cries and Whispers, Saraband) 03:54
2. Schumann: Fantasiestücke, op. 12 : No. 2. Aufschwung (Music in Darkness, Smiles of a Summer Night) 03:23
3. Chopin: Nocturne No. 7 in C-Sharp Minor, Op. 27 No. 1 : Nocturne No. 7 in C-Sharp Minor, Op. 27, No. 1 (Fanny and Alexander) 05:09
4. Chopin: 24 Preludes, Op. 28 : 24 Preludes, Op. 28: No. 24 in D Minor (Music in Darkness) 02:41
5. Bach: Cello Suite No. 4 in E-Flat Major, BWV 1010 : IV. Sarabande (Autumn Sonata) 05:07
6. Mozart: Fantasia in C minor, K. 475 : (Face to Face) 12:33
7. Chopin: Mazurkas, Op. 17 : Mazurka No. 13 in A Minor, Op. 17, No. 4 (Cries and Whispers) 03:50
8. Schubert: Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960 : II. Andante sostenuto (In the Presence of a Clown) 09:43
9. Scarlatti: Keyboard Sonata in D Major, K.535/L.262/P.531 : (The Devil’s Eye) 03:18
10. Chopin: 24 Preludes, Op. 28 : No. 2 in A Minor (Autumn Sonata) 02:24
11. Scarlatti: Keyboard Sonata in E Major, K. 380/L.23/F.326 : (The Devil’s Eye) 04:25
12. Bach: Goldberg Variations, BWV 988 : Variatio 25. a 2 Clav. (The Silence) 06:47
13. Bach: Cello Suite No. 2 in D minor, BWV 1008 : IV. Sarabande (Through a Glass Darkly) 05:53
14. Schumann: Piano Quintet in E-Flat Major, Op. 44 : II. In modo d’una Marcia (Fanny and Alexander) 09:15
Personnel:
Roland Pöntinen, piano
Torleif Thedéen, cello
Stenhammar Quartet
MAIS UMA REPOSTAGEM COM NOVOS LINKS, COM DUAS DELICIOSAS GRAVAÇÕES DO SAUDOSO CLAUDIO ABBADO. COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, DUAS GRAVAÇÕES IMPERDÍVEIS !!!
Por algum motivo desconhecido, decidi que Mozart é o ideal para se ouvir neste final de semana com feriado caindo no sábado, Dia das Crianças, e Dia de Nossa Senhora Aparecida da, Padroeira do Brasil.
Trago então dois CDs deliciosos, ótimos para ouvir numa manhã de sábado de primavera.
Claudio Abbado reúne a excelente Orchestra Mozart para tocar uma peça infelizmente pouco interpretada de nosso querido Wolfgang, a Sinfonia Concertante para Sopros e Orquestra, e o belíssimo Concerto para Flauta e Harpa, K. 299.
A inusitada formação dos instrumentos solistas da Sinfonia Concertante, com oboé, clarinete, fagote e trompa, nos traz melodias lindíssimas, tocadas com muita sensibilidade e leveza, e que nos deixa de bem com a vida.
O Concerto para Flauta e Harpa já nos é conhecido, devem ter umas duas ou três versões publicadas nos últimos anos aqui no PQPBach, e traz, em minha opinião, uma das mais belas melodias já compostas na história da Música, seu segundo movimento, um Andantino. Os que não conhecem ouçam com atenção e depois me digam se não tenho razão. O segundo cd também nos traz Claudio Abbado e sua Orchestra Mozart, porém desta vez temos o 4 Concertos para Trompa, interpretados por Alessio Allegrini. Redundante seria dizer que trata-se de música para a alma e para o espírito, e que Mozart nos proporciona isso com certeza. Portanto, vamos ao que interessa.
01. Sinfonia concertante in E flat major K. 297b – I. Allegro
02. II. Adagio (Andante)
03. II. Andantino con variazioni
04. Concerto for Flute, Harp and Orchestra in C major K. 299 (297c) – I. Allegro
05. II. Andantino
06. III. Rondeau – Allegro
01. Concerto for Horn and Orchestra Nº1 in D mayor K. 412/514 – I. Allegro
02. II. Rondo (Allegro)
03. Concerto for Horn and Orchestra Nº2 in E flat mayor K. 417 – I. Allegro maestoso
04. II. Andante
05. III. Rondo
06. Concerto for Horn and Orchestra Nº3 in E flat mayor K. 447 – I. Allegro
07. II. Romanze (Larghetto)
08. III. Allegro
09. Concerto for Horn and Orchestra Nº4 in E flat mayor K. 495 – I. Allegro moderato
10. II. Romanza (Andante)
11. III. Rondo (Allegro vivace)
Querido Vassily Genrikhovich, autor original deste post:
Estamos com muitas saudades de você. Muitas mesmo. Bem, se você não quiser voltar, ficaremos tristes, claro, mas ao menos você poderia nos enviar os arquivos de suas esplêndidas postagens, não? Como esta, por exemplo. Que coisa fantástica este CD! O que Pandolfo faz é inacreditável. Ouçam a Sarabanda da Suíte Nº 4 só para começar, apenas como exemplo.
Ah, aviso aos visitantes que o arquivo com o livro do Pandolfo — link furadaço abaixo… –, só com nosso pranteado Vassily
Os cellomaníacos que nos acompanham certamente já empunharam seus tomates podres, indignados que estão com o fato de, nas quatro últimas semanas, a série dedicada às maravilhosas Suítes para violoncelo solo de J. S. Bach ter postado versões para contrabaixo, violoncello da spalla e violão, ao passo que seu queridinho espigonado permanece sumido desde a postagem da lancinante Sonata de Kodály.
Enquanto preparo a armadura para minha Tomatina particular, anuncio-lhes com prazer que o Sr. Cello voltará na semana que vem, pois cedeu com muito gosto seu lugar de toda sexta-feira para uma das mais lindas gravações jamais feitas dessas obras-primas: a do mago Paolo Pandolfo em sua viola da gamba.
Há uma longa discussão não só acerca da propriedade de tocar essas suítes na viola da gamba, como também sobre se o violoncelo foi um substituto à altura de sua antepassada menos robusta e ressonante. O próprio Pandolfo escreveu um delicioso diálogo fictício entre a gamba e o violoncelo sobre o assunto, cuja versão em inglês, no que não me é muito típico, eu também disponibilizei para baixar.
Deixemos o próprio Pandolfo contar-lhes os paranauês em minha macarrônica tradução do italiano:
“Parte-se do pressuposto de que a prática de transcrever música de um instrumento para outro tenha sido difundidíssima ao longo dos séculos, e que Bach foi frequentemente transcritor de si mesmo, transferindo composições próprias de um conjunto instrumental ao outro. Exemplo iluminante, para não irmos longe, é a própria Suíte no. 5, que existe integralmente em uma versão autógrafa para o alaúde.
Ainda que haja fatores de afinidade entre os instrumentos, para o complexo tema das diferenças e afinidades entre a viola da gamba e o violoncelo não bastaria certamente o pouco espaço concedido ao se prefaciar um CD, por ser longamente exaustivo: qualquer aceno neste sentido seria superficial e insuficiente. Basta dizer que eles são tão aparentemente afins quanto substancialmente diferentes, seja no plano organológico, seja naquele mais amplo e complexo do vocabulário musical que lhes é próprio.
É precisamente sobre este último campo que se desenvolve a justificativa mais forte acerca da elaboração das Seis Suítes para a viola. Tanto a própria forma da suíte quanto o tipo de escrita utilizado por Bach (com a contínua alternância entre monódia e polifonia) são indiscutivelmente elementos profundamente arraigados à viola da gamba e à sua história: mais ainda, pode-se afirmar que esses são elementos mais inerentes à primeira que ao segundo, cujo repertório tem nas Suítes de Bach talvez seu único exemplo num gênero do contrário intimamente entralaçado à história da viola da gamba da metade do século XVII às primeiras décadas do século XVIII.
No processo de elaboração, permiti que o instrumento sugerisse as soluções adequadas a cada momento. Busquei, pois, segui-lo e escutá-lo mais que conduzi-lo a rumos preestabelecidos. Isso determinou variações nada insignificantes, a primeira entre as quais aquela da tonalidade (das seis suítes, duas conservam a original), não obstante outras talvez menos óbvias, ainda que significativas. Assim, novas vozes parecem ornamentadas, ainda que não existissem, ou fossem tão só sugeridas; menos frequentemente, alguma voz desapareceu, para dar espaço à sugestão, à imaginação; em um caso, além de alterar a sonoridade da suíte, lancei mão do artifício da scordatura [alteração da afinação padrão]; para conservar o efeito de bordão, fui obrigado a fazer algumas vezes a transposição de uma oitava.
Em geral, deixei que ressonassem silenciosamente as inumeráveis suítes às quais a viola deu voz no longo curso de sua vida, ainda, e cada vez mais, capaz de falar uma língua antiga que se faz atual.
Paolo Pandolfo
Roma, 2001″
Pandolfo fala de sua viola como se fosse um ser vivo, e quem escutar essa extraordinária gravação não duvidará de que ela o é.
J. S. BACH – THE SIX SUITES PAOLO PANDOLFO – VIOLA DA GAMBA
Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Seis Suítes para violoncelo solo, transcritas para viola da gamba
DISCO 1
Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007 (transposta para Dó maior)
01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuets I & II
06 – Gigue
Suíte no. 3 em Dó maior, BWV 1009 (transposta para Fá maior)
07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrées I & II
12 – Gigue
Suíte no.5 em Dó menor, BWV 1011 (transposta para Ré menor)
13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavottes I & II
18 – Gigue
DISCO 2
Suíte no. 2 em Ré menor, BWV 1008
01 – Prélude
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Menuets I & II
06 – Gigue
Suíte no. 4 em Mi bemol maior, BWV 1010 (transposta para Sol maior)
07 – Prélude
08 – Allemande
09 – Courante
10 – Sarabande
11 – Bourrées I & II
12 – Gigue
Suíte no. 6 em Ré maior, BWV 1012
13 – Prélude
14 – Allemande
15 – Courante
16 – Sarabande
17 – Gavottes I & II
18 – Gigue
POSTAGEM ORIGINAL DE 2012. NOVOS LINKS !!! IMPERDÍVEL !!!
Faz muito calor, mas muito calor mesmo na minha cidade. A temperatura média tem sido de 30 graus, então não dá para imagina sair para fora do ar condicionado.
E nada melhor para aguentar esse calor do que Mozart. Duvido que algum de nossos leitores-ouvintes que tenham baixado esta coleção não estejam extremamente satisfeitos com a beleza das obras e com a impecável interpetração da dupla Mutter-Orkis. é de se ouvir de joelhos, como bem descreveu nosso querido PQPBach, que por sinal, pediu férias sabáticas do blog por um período para refletir sobre o que fazer com seu problema com o rapidshare. Por sinal, eu mesmo também pensei em pedir um tempo, mas enfim, quem tem postado basicamente somos eu, PQPBach, Avicenna e Bisnaga e ocasionalmente Monge Ranulfus. Os restantes membros do blog, devido a compromissos profissionais, ou quaisquer que sejam seus motivos, também precisaram se afastar.
Mas vamos em frente que atrás vem gente, como dizia a saudosa filósofa dos “baixinhos”, Xuxa. Talvez a obra mais conhecida de todas estas sonatas mozartianas seja de a de K. 306. Tenho esta mesma obra com outros intérpretes, como Szering/Haebler e Podger/Cooper, e todos eles nos dão uma leitura absolutamente vibrante da peça. O lírico adagio cantabile é deveras inspirador, e recomendado para os corações apaixonados. E nossa querida musa alemã extrai de um de seus inúmeros Stradivarius um lirismo apaixonante, e dialogando com o piano de Orkis, nos traz um dos mais belos momentos do CD.
CD 3
01 – Mozart Sonata in C major, K.296 – I. Allegro vivace
02 – Mozart Sonata in C major, K.296 – II. Andante sostenuto
03 – Mozart Sonata in C major, K.296 – III. Rondeau. Allegro
04 – Mozart Sonata in E-flat major, K.380 (374f) – I. Allegro
05 – Mozart Sonata in E flat major, K.380 (374f) – II. Andante con moto
06 – Mozart Sonata in E flat major, K.380 (374f) – 3. Rondeau. Allegro
07 – Mozart Sonata in F major, K.547 – I. Andantino cantabile
08 – Mozart Sonata in F major, K.547 – II. Allegro
09 – Mozart Sonata in F major, K.547 – III. Thema. Andante – Var. I-VI
10 – Mozart Sonata in D major, K.306 (300l) – I. Allegro con spirito
11 – Mozart Sonata in D major, K.306 (300l) – II. Andantino cantabile
12 – Mozart Sonata in D major, K.306 (300l) – III. Allegretto
CD 4
1 Sonata For Piano And Violin In C, K.296 – 1. Allegro vivace (Live)
2 Sonata For Piano And Violin In C, K.296 – 2. Andante sostenuto (Live)
3 Sonata For Piano And Violin In C, K.296 – 3. Rondo (Allegro) (Live)
4 Sonata For Piano And Violin In E Flat, K.380 – 1. Allegro (Live)
5 Sonata For Piano And Violin In E Flat, K.380 – 2. Andante con moto (Live)
6 Sonata For Piano And Violin In E Flat, K.380 – 3. Rondeau (Allegro) (Live)
7 Sonata For Piano And Violin In F, “für Anfänger”, K.547 – 1. Andantino cantabile (Live)
8 Sonata For Piano And Violin In F, “für Anfänger”, K.547 – 2. Allegro (Live)
9 Sonata For Piano And Violin In F, “für Anfänger”, K.547 – 3. Tema (Andante) con variazioniLive @ Philharmonie, Munich / 2006 (Live)
10 Sonata For Piano And Violin In D, K.306 – 1. Allegro con spirito (Live)
11 Sonata For Piano And Violin In D, K.306 – 2. Andantino cantabile (Live)
12 Sonata For Piano And Violin In D, K.306 – 3. Allegretto (Live)
Dado o interesse que a Sinfonia dos Orixás na interpretação do Benito Juarez teve aqui, resolvi postar uma gravação não-comercial feita ao vivo na Sala São Paulo, em 2005. A interpretação do Cláudio Cruz é bem mais lenta, melodiosa e delicada e ressalta bem mais os aspectos aleatórios da partitura.
Sendo franco, prefiro bem mais a interpretação do Benito Juarez: a delicadeza do Cláudio Cruz me soa excessiva, e a aleatoriedade, muito didática. Além do mais, no chamado de Exu, no início da música, o músico parece gritar Essu. Mas, claro, a Osesp é uma orquestra muito melhor que a Sinfônica de Campinas.
De qualquer forma, esta é provavelmente a obra orquestral do Almeida Prado que mais me agrada. É quando ele já se afastava de um música extremamente áspera e pesada (às vezes muito interessante, como na Abertura Cidade de Campinas, em Exoflora e na Sinfonia Campinas), produzindo uma música muito lírica. Por outro lado, esse lirismo, costumeiramente aliado a uma preocupação com a acessibilidade para um público mais amplo, não me parece diluir a peça, ao contrário do penso que ocorre em várias outras, como a Sinfonia Apocalipse, as Cartas Celestes 8 “Oré-Jacytatá” e as Variações Sinfônicas (que, no entanto, são obras interessantes, principalmente as duas primeiras). A Sinfonia dos Orixás é como uma obra de transição, na qual a acessibilidade não era trava na busca intensidade, mas a intensidade também não se confundia com aspereza. Por isso, temos o melhor dos mundos.
Boa audição!
José Antonio Rezende de Almeida Prado (1943-2010): Sinfonia dos Orixás (1985)
01 Saudação a Exu
02 I Chamado aos Orixás – Ritual Inicial
03 II Manifestação dos Orixás
04 II.1 Obatalá, o Canto do Universo
05 II.2 Ifá, o Canto de Adoração
06 Interlúdio I: As Águas do Rio Níger
07 II.3 Oxalá I: o Canto da Luz
08 II.4 Xangô I: o Canto das Alturas e dos Abismos
09 II.5 Oxalá II: o Jogo dos Búzios
10 II.6 Oxum: o Canto dos Lagos e dos Rios
11 Interlúdio II: As Águas do Rio Níger
12 II.7 Ogun-Obá: a Dança da Espada de Fogo
13 II.8 Ibeji: Cantiga para Cosme e Damião
14 II.9 Omulu: o Canto da Noite e do Mistério
15 II.10 Oxalá III: o Canto do Amor e da Alegria
16 II.11 Oxóssi-Ossaim: o Canto das Matas
17 II.12 Iemanjá: o Canto dos Sete Mares
18 II.13 Iansã: o Canto da Paixão
19 II.14 Xangô II: o Canto das Tempestades
20 II.15 Oxumaré: o Canto do Arco-Íris
21 III Ritual Final
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Cláudio Cruz, regente
POSTAGEM ORIGINAL DE 2012. LINKS NOVOS !!! IMPERDÍVEL !!
Sei lá, entende, por algum motivo inexplicável nunca haviamos postado as sonatas para Violino e Piano de Mozart. Falha nossa, reconheço. Na verdade, não são obras muito conhecidas, apesar de serem inúmeras, nunca parei para contar.
A escolhida para tal empreitada foi nossa eterna musa, Anne-Sophie Mutter, quase perfeita na interpretação, ao lado de seu fiel escudeiro, Lambert Orkis. Porém, entretanto, todavia, ela não gravou todas as elas, mas apenas aquelas que satisfizeram a musa e claro, a Deutsche Grammophon. Mas a escolha foi perfeita, tenho certeza de que os senhores irão gostar. E se não gostarem, bem, existem outros blogs por aí. Fiquem à vontade para procurar outras opções.
São quatro cds, e tentarei botar um por semana no ar, dependendo, é claro, das condições normais de tempo e temperatura, pressão aerodinâmica… e da boa vontade da minha operadora de telefonia principalmente.
Agora falando sério, Anne-Sophie está muito à vontade tocando estas obras. Claro está que a maturidade técnica e artística que alcançou após tantos anos de estrada e de estúdio a ajudaram a nos oferecer um Mozart fresco, leve, não diria sem compromisso, ao contrário, muito compromissado em deixarmos de bem com a vida, e conosco mesmos. Diria até que, parodiando Joyce, seria uma espécie de Retrato do Artista quando Maduro.
Um fator importante a destacar é sua cumplicidade com o pianista Lambert Orkis, parceiros de não tão longa data, mas parece que tocam juntos há décadas, e que fornece o apoio e a segurança necessárias para sua interpretação.
Eis o que comenta Robert Levine, editor da amazon:
There are many excellent recordings of Mozart’s Violin Sonatas on disc to choose from, but Anne-Sophie Mutter’s interpretations rise quickly to the top. Her approach is certainly closer to “old fashioned” than “authentic instrument.” She sings the lines as if they were arias and uses vibrato liberally to emphasize the unwritten texts. Her use of dynamics can be extreme, from a soft murmur to a full-blooded cry. There is a sense of warmth and even rapture in some of the slow movements that is absent from most of the “authentic” recordings. Mutter’s vigorous approach to the allegros captures attention. Her great technique is most welcome in the formality of the menuettos. Lambert Orkis’s piano accompaniments are handsome and supportive throughout, and his work as a fortepianist pays off well. He has an ingratiating touch and really shines in K. 454 and K. 481, where the piano is given equal footing with the violin. There are almost four-and-a-half hours of music here, and all of it is beautifully performed. – Robert Levine
Cd 1
01 – Mozart Sonata in F major, K.376 (374d) – I. Allegro
02 – Mozart Sonata in F major, K.376 (374d) – II. Andante
03 – Mozart Sonata in F major, K.376 (374d) – III. Rondeau. Allegretto grazioso
04 – Mozart Sonata in E flat major, K.302 (293b) – I. Allegro
05 – Mozart Sonata in E flat major, K.302 (293b) – II. Rondeau. Andante grazioso
06 – Mozart Sonata in G major, K.379 (373a) – I. Adagio – Allegro
07 – Mozart Sonata in G major, K.379 (373a) – II. Thema. Andantino cantabile – Var. I-V. Allegretto
08 – Mozart Sonata in B flat major, K.454 – I. Largo – Allegro
09 – Mozart Sonata in B flat major, K.454 – II. Andante
10 – Mozart Sonata in B flat major, K.454 – III. Allegretto
cd 2
1 Sonata For Piano And Violin In A, K.305 – 1. Allegro di molto
2 Sonata For Piano And Violin In A, K.305 – 2. Tema con variazioni: Tema – Var. I/VI
3 Sonata For Piano And Violin In B Flat, K.378 – 1. Allegro moderato
4 Sonata For Piano And Violin In B Flat, K.378 – 2. Andantino sostenuto e cantabile
5 Sonata For Piano And Violin In B Flat, K.378 – 3. Rondo (Allegro)
6 Sonata For Piano And Violin In G, K.301 – 1. Allegro con spirito
7 Sonata For Piano And Violin In G, K.301 – 2. Allegro
8 Sonata For Piano And Violin In E Flat, K.481 – 1. Molto allegro
9 Sonata For Piano And Violin In E Flat, K.481 – 2. Adagio
10 Sonata For Piano And Violin In E Flat, K.481 – 3. Allegretto (con variazioni)
Publicado originalmente por Vassily em 11/12/2015, links restaurados por Pleyel em 8/8/2018 e, novamente, por Vassily em 17/1/2021.
Atendendo a pedidos, trazemos de volta uma das grandes gravações do pianista paraibano que completaria 75 anos este ano[Pleyel, 2018]
Mais uma gravação PROVERBIAL de nosso “muso” Barbosa: as 51 Mazurcas de Chopin, acompanhadas do “Rondó à la Mazur”, Op. 5. O domínio sobrenatural do Mestre Esquecido sobre o teclado, os sensacionais lampejos de virtuosismo entremeando a placidez habitual dessas obras, e sua assimilação das sutilezas do ritmo da mazurca e do rubato tão essencial a Chopin tornam sua leitura – para mim e para muitos – a definitiva.
Poucos pianistas gravaram as mazurkas completas: Rubinstein, Kapell, François e Barbosa, além daqueles que gravaram as obras completas: Biret, Ashkenazy, Magaloff… De todas essas mazurkas, Barbosa certamente está no top 5. E vou além: com as gravações incompletas de Novaes e de Freire, as mazurkas são para mim as obras em que os pianistas brasileiros mais brilham, com um ritmo, um cantabile exemplares. É claro que é subjetivo o que vou falar: por sua sonoridade, ritmo e cantabile, Barbosa não foi o maior, mas foi o mais brasileiro dos pianistas. (Pleyel se metendo na postagem original)
CHOPIN – AS 51 MAZURCAS – RONDO À LA MAZUR – ANTÔNIO GUEDES BARBOSA
Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
CD 1
01 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 1 em Fá sustenido menor
02 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 2 em Dó sustenido menor
03 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 3 em Mi maior
04 – Quatro Mazurcas, Op. 6 – No. 4 em Mi bemol menor
05 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 1 em Si maior
06 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 2 em Lá menor
07 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 3 em Fá menor
08 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 4 em Lá bemol maior
09 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 5 em Dó Maior
10 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 1 em Si maior
11 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 2 em Mi menor
12 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 3 em Lá bemol maior
13 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 4 em Lá menor
14 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 1 em Sol menor
15 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 2 em Dó maior
16 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 3 em Lá bemol maior
17 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 4 em Si bemol menor
18 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 1 em Dó menor
19 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 2 em Si menor
20 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 3 em Ré bemol maior
21 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 4 em Dó sustenido menor
22 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 1 em Sol sustenido menor
23 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 2 em Dó maior
24 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 3 em Ré maior
25 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 4 em Si menor
26 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor
27 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 2 em Si maior
28 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 3 em Lá bemol maior
29 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 4 em Dó sustenido menor
01 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 1 em Sol maior
02 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 2 em Lá bemol maior
03 – Três Mazurcas, Op. 50 – No. 3 em Sol sustenido menor
04 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 1 em Si maior
05 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 2 em Dó maior
06 – Três Mazurcas, Op. 56 – No. 3 em Dó menor
07 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 1 em Lá menor
08 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 2 em Lá bemol maior
09 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 3 em Fá sustenido menor
10 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 1 em Si maior
11 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 2 em Fá menor
12 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 3 em Dó sustenido menor
13 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 1 em Sol maior
14 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 2 em Sol menor
15 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 3 em Dó maior
16 – Quatro Mazurcas, Op. 67 – No. 4 em Lá menor
17 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 1 em Dó maior
18 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 2 em Lá menor
19 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 3 em Fá maior
20 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – No. 4 em Fá maior
21 – Mazurca em Lá menor, ‘Notre Temps’
22 – Mazurca em Lá
23 – Rondó à la Mazur em Fá maior, Op. 5
Nosso leitor Breno agradeceu nos comentários a possibilidade de conhecer outras obras de Ravel que não sejam o famigerado Bolero, o Daphné et Chloe ou a Rapsódia Espanhola. Pois ele capturou o espírito da coisa. Esse é o objetivo desta coleção, e desta postagem: mostrar que Ravel compôs muito mais que as obras mais gravadas e conhecidas.
E para dar continudade a esta “descoberta” trago mais três cds desta belíssima coleção da DECCA, dedicadas a voz. São várias peças, uma mais curiosa, interessante e bela que outra. Começa com poemas de Mallarmé, na voz de Felicity Palmer, passando por alguns outros poetas menos conhecidos, e até mesmo Cecilia Bartoli aparece por aqui. São pequenas peças, algumas muito delicadas. Vale cada minuto gasto em sua audição.
CD 6
1-3 Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé
4-6 Chansons madécasses
7-11 07. Histoires natruelles
Felicity Palmer – Soprano
John Constable – Piano
The Nash Essemble
Simon Rattle
CD 7
01. Ballade de la reine morte d’aimer
02. Ronsard à son ame
03. Un grand sommeil noir
04. Chanson du rouet
05. Noel des Jouets
06. Deux Épigrammes de Clément Marot 1
07. Deux Épigrammes de Clément Marot 2
08. Sainte
09. Don Quichotte à Dulcinée 1
10. Don Quichotte à Dulcinée 2
11. Don Quichotte à Dulcinée 3
12. Manteau de fleurs
13. Si morne
14. Reves
15. Les grand vents venus d’outremer
16. Sur l’herbe
Inva Mula – Soprano 1
David Abramovitz – Piano 1-5, 12-14
Laurent Naouri – Baritone 2,3
Claire Brua – Mezzo Soprano 4,5 14
Dalton Baldwin – Piano 6-11, 15-16
Gérard Souzay – Baritone 8-11, 15-16
Válérie Millot – Soprano 12, 13
CD 8
01. 01. Shéhérazade – ouverture féerie
Orchestre Symphonique du Montréal
02. Shéhérazade – Trois Poèmes de Klingsor – I. Asie
03. Shéhérazade – Trois Poèmes de Klingsor – II. La Flûte enchantée
04. Shéhérazade – Trois Poèmes de Klingsor – III. L’Indiférent
Régine Créspin – Soprano
L´Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor
05. Deux Mélodie hébraïques – I. Kaddisch
06. Deux Mélodie hébraïques – II. L’Énigme éternelle
07. Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé – I. Soupir
08. Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé – II. Placet futile
09. Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé – III. Surgi de la croupe et du bond
Suzanne Danco – Soprano
L´Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor
10. Trois Chansons – I. Nicolette
11. Trois Chansons – II. Trois Beaux oiseaux du Paradis
12. Trois Chansons – III. Ronde
Monteverdi Choir
Nicola Jenkin, Susan Gritton – Soprano
Nicolas Robertson – Tenor
Julian Clarkson – Baritone
John Elliot Gardiner
13. Tzigane
Joshua Bell – Violin
Royal Philharmonic Orchestra
Andrew Litton – Conductor
Lulu é uma ópera em três atos. O libreto foi adaptado das peças Erdgeist (1895), de Frank Wedekind e de A Caixa de Pandora (1903), do próprio Berg. O compositor só começou a trabalhar na obra que seria intitulada Lulu em 1929, depois de ter terminado sua outra ópera, Wozzeck. Berg trabalhou em Lulu até 1935, quando a morte de Manon Gropius, filha de Walter Gropius e Alma Mahler, induziu-o a interromper o trabalho para escrever seu Concerto para Violino, sua peça mais conhecida.
Berg concluiu o concerto rapidamente, mas o tempo gasto com ele significou a impossibilidade de terminar Lulu antes de sua morte, ocorrida na véspera do Natal de 1935 — ele tinha completado a obra até o compasso 268 do Terceiro Ato, Cena 1, deixando o resto da peça em notação resumida, com indicações de instrumentação para a maior parte.
A ópera foi encenada de forma incompleta em 1937. Erwin Stein fez a parte vocal de todo o Terceiro Ato, em seguida à morte de Berg. Com relação à orquestração, Helène Berg, viúva de Alban, pediu para Arnold Schoenberg completar. Apesar de ter aceito inicialmente, Schoenberg – depois de ter visto cópias dos rascunhos de Berg – mudou de idéia, dizendo que seria tarefa muito mais demorada do que imaginava.
Após a desistência de Schoenberg, Helène Berg não deu permissão a mais ninguém para completar a ópera e, assim, por mais de 40 anos, somente os primeiros 2 atos puderam ser encenados, algumas vezes com trechos da “Suite Lulu” tocados no lugar do Terceiro Ato. A ópera Lulu estreou nos Estados Unidos na Ópera de Santa Fe (Novo México), na temporada 1961-62, com a soprano Joan Carroll no papel-título.
A morte de Helène Berg em 1976 pavimentou o caminho para que uma versão completa pudesse ser feita por Friedrich Cerha. Publicada em 1979, essa versão teve estreia em 24 de fevereiro do mesmo ano na Ópera Garnier, em Paris, e foi dirigida por Pierre Boulez. O resultado obtido por Boulez é esta gravação que ora apresentamos.
Alban Berg (1885-1935): Lulu
Prolog
1. Hereinspaziert in die Menagerie [4:32]
Act 1
2. “Darf ich eintreten?” – “Mein Sohn!” … “Wie ist dir?” [5:09]
3. “Machen Sie auf!” … [Interlude] “Wollen Sie mir zuhaken” [9:06]
4. “Eva!” – “Befehlen?” – “Ich finde, du siehst heute reizend aus” [3:35]
5. “Den hab’ ich mir auch ganz anders vorgestellt” [4:27]
6. “Was tut denn Ihr Vater da?” Sonate “Wenn ich ihr Mann wäre” [7:03]
7. Monoritmica “Nun?” / “Du hast eine halbe Million geheiratet” [5:03]
8. “Ich darf mich jetzt hier nicht sehen lassen” [3:54]
9. Verwandlungsmusik [3:07]
10. “Seit ich für die Bühne arbeite” – “Noch etwas, bitte” [3:53]
11. “Über die liesse sich freilich ..” … ” Das hättest du dir besser erspart” [4:29]
12. “Wie kannst du die Szene gegen ..” … “Sehr geehrtes Fräulein ..” [7:13]
Act 2
1. “Sie glauben nicht” – “Könntest du dich für heute nachmittag” [5:29]
2. “Gott sei dank, dass wir endlich” … “Hast oben abgeschlossen?” [5:40]
3. “Die Matinée wird, wie ich mir denke” [6:15]
4. “Sein Vater!” … “Du Kreatur, die mich durch den Strassenkot” [3:46]
5. “Wenn sich die Menschen” … “Du kannst mich nicht dem Gericht” [6:13]
6. Filmmusik [2:49]
7. “Er lässt auf sich warten” [5:42]
8. “Sie wollten der verrückten Rakete” – “Mit wem habe ich … Sie?” [5:34]
9. “Hü, kleine Lulu” – “O Freiheit! Herr Gott im Himmel!” [7:26]
10. “Wenn deine beiden grossen Kinderaugen” – “Durch dieses Kleid” [4:58]
Act 3
1. “Meine Herrn und Damen!” … “Der Staatsanwalt bezahlt demjenigen” [9:22]
2. “Brilliant! Es geht brilliant” [2:06]
3. “Einen Moment! Hast du meinen Brief gelesen?” [3:12]
4. “Ich brauche nämlich notwendig Geld” [3:33]
5. “Behandeln sie mich doch wenigstens anständig” [2:41]
6. “Martha! Mein liebes Herz, du kannst mich heute vor ” [2:31]
7. “Wollen sie wohl diese Aktie akzeptieren” [2:45]
8. Verwandlungsmusik / Interlude [2:52]
9. “Der Regen trommelt zur Parade” [4:39]
10. “Wenn ich dir ungelegen komme” – “Ihr Körper stand auf dem Höhepunkt” [6:08]
11. “Komm nur herein, mein Schatz” [4:16]
12. “Der Herr Doktor haben sich schon zur Ruhe begeben” [2:42]
13. “Wer ist das?” [5:17]
14. “Das ist der letzte Abend” – “Lulu! Mein Engel!” [3:56]
Teresa Stratas (sop/ Lulu)
Franz Mazura (bar/ Dr Schön/ Jack)
Yvonne Minton (mez/ Countess Geschwitz)
Kenneth Riegel (ten/ Alwa)
Gerd Nienstedt (bass/ An Animal-tamer/ Rodrigo)
Toni Blankenheim (bar/ Schigolch/ Professor of Medicine / The Police Officer)
Robert Tear (ten/ The Painter/ A Negro)
Helmut Pampuch (ten/ The Prince/ The Manservant / The Marquis)
Jules Bastin (bass/ The Theatre Manager/ The Banker)
Ursula Boese (mez/ Her Mother)
Claude Meloni (bar/ A Journalist)
Pierre-Yves Le Maigat (bass/ A Manservant)
Hanna Schwarz (mez/ A Dresser in the theatre, High School Boy / A Groom)
Jane Manning (sop/ A fifteen-year-old girl)
Anna Ringart (mez/ A Lady Artist)
Paris Opéra Orchestra
Pierre Boulez
Ouvi apenas uma vez este CD. Nele, temos uma versão convincente da 9ª de Bruckner, uma versão opaca da 2ª de Sibelius e excelentes versões da 4ª e 5ª de Nielsen. É claro que esta é uma avaliação ultra superficial e discutível, mas sou assim mesmo, fazer o quê? Muito mais importante é garantir pra 6 tudo que é um álbum triplo com belíssimo repertório sinfônico interpretado por um grande regente com uma excelente orquestra à frente. Mas há um problema: o Vivacissimo – Attacca da Sinfonia de Sibelius está com defeito. É pouco se considerarmos o restante, mas se alguém aê conseguir nos mandar o mp3 do movimento faltante ficaríamos encantados. Beijo na bunda.
CD1
Symphony No. 9 In D Minor (Edition: Leopold Nowak)
Composed By – Anton Bruckner
(65:18)
1-1 I Feierlich. Misterioso 25:29
1-2 II Scherzo. Bewegt, Lebhaft – Trio. Schnell 10:42
1-3 III Adagio. Langsam, Feierlich 29:05
CD2
Symphony No. 2 In D Major Op. 43
Composed By – Jean Sibelius
(44:48)
2-1 I Allegretto 10:19
2-2 II Tempo Andante, Ma Rubato 14:18
2-3 III Vivacissimo – Attacca: 6:05
2-4 IV Finale. Allegro Moderato 14:02
CD3
Symphony No. 5 Op. 50 (FS 97)
Composed By – Carl Nielsen
3-1 I Tempo Giusto – 8:50
3-2 Adagio Non Troppo 8:56
3-3 II Allegro – 5:52
3-4 Presto – Andante Un Poco Tranquillo – Allegro 10:11
Symphony No. 4 Op. 29 (FS 76) “The Inextinguishable”
Composed By – Carl Nielsen
(35:28)
3-5 I Allegro – Attacca: 11:16
3-6 II Poco Allegretto – Attacca: 4:56
3-7 III Poco Adagio Quasi Andante – Attacca: 9:57
3-8 IV Allegro 9:19
Estes dois cds com a produção de música de câmara de Ravel são belíssimos, não apenas pela qualidade da música, mas principalmente pelos músicos e opções escolhidas.
Começando pela famosa “Tzigane”, onde a violinista Chantal Juillet, desconhecida por mim até agora, dá um show, acompanhada por Pascal Rogé, que toca uma espécie de piano chamado Lutheal. Detalhe: a Tzigane foi originalmente composta por Ravel para o violino ser acompanhado exatamente por um Luthéal Piano. Maiores detalhes sobre esse instrumento os senhores podem encontrar na Wikipedia. A participação da violinista Chantal Juillet é um detalhe a parte. Sua técnica é impecável, que nos mostra uma instrumentista madura, segura de sua capacidade e virtuosismo.
A “Sonata Posthume pour Violin et Piano” também é lindíssima, Novamente a parceria Juillet / Rogé funciona perfeitamente, assim como na pouquíssimo gravada “Sonate pour Violin et Violoncello”, onde Chantal junta-se ao violoncelista Truls Mork, um dos grandes nomes do instrumento de sua geração.
O segundo CD também é belíssimo, mas ali a coisa engrossa mesmo, com a presença do Melos Quartet e do Beaux Ars Trio. Gente grande tocando música de gente grande.
CD 4
01 – Tzigane
02 – Pièce en forme de habanera
03 – Sonate posthume pour violin et piano [1897]
04 – Berceuse sur le nom de Gabriel Fauré
05 – Sonate pour violon et violoncelle – I. Allegro
06 – Sonate pour violon et violoncelle – II. Très vif
07 – Sonate pour violon et violoncelle – III. Lent
08 – Sonate pour violon et violoncelle – IV. Vif, avec entrain
09 – Kaddish (transcr. Lucien Garban)
10 – Sonate pour violin et piano – I. Allegretto [1927]
11 – Sonate pour violin et piano – II. Blues; Moderato
12 – Sonate pour violin et piano – III. Perpetuum mobile; Allegro
Chantal Juillet – Violin
Pascal Rogé – Piano, Piano Luthéal
Truls Mork – Cello
01. Ravel String Quartet In F Major (1903) 1. Allegro Moderato. Très Doux
02. Ravel String Quartet In F Major (1903) 2. Assez Vif. Très Rythmé
03. Ravel String Quartet In F Major (1903) 3. Très Lent
04. Ravel String Quartet In F Major (1903) 4. Vif Et Agité
Melos Quartet
05. Ravel Introduction And Allegro
Osian Ellis – Harp
Melos Quartet
06. Ravel Piano Trio In A Minor 1. Modéré
07. Ravel Piano Trio In A Minor 2. Pantoum (Assez Vif)
08. Ravel Piano Trio In A Minor 3. Passacaille (Très Large)
09. Ravel Piano Trio In A Minor 4. Final (Animé)
O quarteto do pianista e escritor Ketil Bjørnstad com o violoncelista David Darling, o guitarrista Terje Rypdal e o baterista Jon Christensen é quase um estereótipo dos discos médios da ECM. Os dez temas originais deste CD têm um humor introspectivo e sombrio. Na verdade, os temas são menos importantes do que a atmosfera que eles criam, assim como os solos individuais dos músicos são menos significativos do que o som do conjunto. A coisa toda é um pouco sonolenta e o desenvolvimento das músicas é bem lento, embora haja alguns solos de fogo e rock do guitarrista Rypdal.
Bjørnstad, Darling, Rypdal & Christensen: The Sea II
1 Laila
2 Outward Bound
3 Brand
4 The Mother
5 Song for a Planet
6 Consequences
7 Agnes
8 Mime
9 December
10 South
Ketil Bjørnstad, piano
David Darling, cello
Jon Christensen, drums
Terje Rypdal, guitars
O Trio Op. 8 é algo tão impressionante que vale ser ouvido em todas as versões possíveis, apesar de que a a concorrência é muito grande. Parece que Brahms encontrava sempre uma forma acertar tudo de primeira. Independentemente do gênero — sinfonias, concertos, serenatas, sonatas para violino ou sextetos de cordas — Brahms consegue ser melhor e mais expressivo em suas primeiras tentativas. Tal é certamente o caso do seu primeiro trio de piano, que embora tenha sido substancialmente revisto décadas após a sua composição original, ainda se apresenta como uma obra-prima de contorno melódico, complexidade harmônica e forma. Compara aí com o segundo e veja se eu não tenho razão!
O Op. 87 é ótimo, é Brahms, mas o 8…
Johannes Brahms (1833-1897): Trios Op. 8 (Nro, 1) e Op. 87 (Nro. 2)
01. Piano Trio No. 1 in B, Op. 8 – Allegro con brio
02. Piano Trio No. 1 in B, Op. 8 – Scherzo (Allegro molto)
03. Piano Trio No. 1 in B, Op. 8 – Adagio
04. Piano Trio No. 1 in B, Op. 8 – Allegro
05. Piano Trio No. 2 in C, Op. 87 – Allegro
06. Piano Trio No. 2 in C, Op. 87 – Andante con moto
07. Piano Trio No. 2 in C, Op. 87 – Scherzo (Presto)
08. Piano Trio No. 2 in C, Op. 87 – Finale (Allegro giocoso)
Uma pequena joia. Este CD — cujo lançamento foi preferencialmente em vinil — traz poucos e deliciosos minutos com Tigran Hamassyan. Gyumri foi onde o nasceu este pianista armênio. Embora focado principalmente no universo do jazz, suas composições integram melodias e tradições armênias com ruídos ambientes e até mesmo heavy metal. Tudo com uma abordagem composicional de mente aberta e cheia de nuances. As melodias são bem concebidas, orientadas para o vocal e para as sofisticadas variações. Fica evidente que o pianista tem grande sutileza e escreve temas cheios de belos ganchos melódicos.
Tigran Hamasyan: For Gyumri
A1 Aragatz
A2 Rays Of Light
A3 The American
B1 Self-Portrait 1
B2 Revolving – Prayer
Novos Links !!! RECOMPACTEI O CD 3 E SUBI NOVAMENTE PARA O MEGA. ESPERO QUE AGORA ESTEJA OK !
Já ensaiei postar essa coleção há um tempo atrás, mas desisti. Vamos ver se agora vai.
A proposta da gravadora DECCA é interessante, e traz todas as gravações realizadas por esse selo das obras do genial compositor francês. Entre os intérpretes, figurinhas carimbadas desse repertório, como os maestros Charles Dutoit e Ernest Ansermet, e pianistas do nível de Martha Argerich, Jean-Ives Thibaudet e Pascal Rogé.
Começamos então com uma postagem tripla, trazendo os três cds com as obras para piano. Destaques? Thibaudet arrasando na “Pavane pour une infante defunte” e na “Sonatine”, e claro, Martha Argerich inspiradíssima nas “Valses nobles et sentimentales”.
CD 1
01 – Serenade grotesque
02 – Menuet antique
03 – Pavane pour une infante defunte
04 – Jeux d’eau
05 – Sonatine – I. Modere
06 – Sonatine – II. Mouvement de menuet
07 – Sonatine – III. Anime
08 – Menuet sur le nom de Haydn
09 – Prelude
10 – A la maniere de Borodine
11 – A la maniere de Chabrier
12 – Le Tombeau de Couperin- I. Prelude
13 – Le Tombeau de Couperin- II. Fugue
14 – Le Tombeau de Couperin- III. Forlane
15 – Le Tombeau de Couperin- IV. Rigaudon
16 – Le Tombeau de Couperin- V. Menuet
17 – Le Tombeau de Couperin- VI. Toccata
01 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 1. Pavane De La Belle Au Bois Dormant
02 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 2. Petit Poucet
03 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 3. Laideronnette, Impératrice Des Pa
04 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 4. Les Entretiens De La Belle Et De
05 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 5. Le Jardin Féerique
Pascal & Denise-Françoise Rogé – Pianos
06 – Frontispice For Two Pianos
Alfons & Aloys Kontarsky – Piano
09 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 1. Prélude À La Nuit
10 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 2. Malagueña
11 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 3. Habanera
12 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 4. Feria
13 – La Valse
Vladimir & Vovka Ashkenazy
14 – Debussy – Nocturnes – Transcription For Piano Duet By Maurice Ravel
15 – Debussy – Nocturnes – Transcription For Piano Duet By Maurice Ravel
16 – Debussy – Nocturnes – Transcription For Piano Duet By Maurice Ravel
Neste post compartilho com vocês a ópera Mefistofele de Arrigo Boito (24 de fevereiro de 1842 – 10 de junho de 1918) e um pouquinho da história resumida e inspirada do encarte dos Cd’s feito pelo Sr. Barrymore Scherer. Arrigo Boito começou a conceber uma obra inspirada em Goethe (1749 – 1832) durante uma viagem pela França e Alemanha nos idos de 1862, viagem essa concedida por uma bolsa de estudos governamental após conquistar o diploma do conservatório de Milão. Boito era dotado de uma forte inclinação literária, exemplo são seus libretos feitos para Verdi (Otello e Falstaff) ou para Ponchielli (La Gioconda). Ao longo da história ele foi considerado por muitos um compositor mais por vontade do que por inspiração (será?). Mefistofele teve sua estréia no Scala em 5 de março de 1868 e se revelou um dos maiores insucessos da história do teatro. Várias foram as razões para o êxito negativo, naquela época Boito fazia parte de um grupo de artistas que tencionava revolucionar as artes italianas do marasmo em que haviam caído, e em nome de uma afinidade com a cultura alemã, prometiam a tal revolução cultural. Foi feita uma propaganda antecipada de que a obra iria sacudir a Itália, foi fácil então predispor divisões entre os italianos, salientando o racha entre o público, e no dia da estréia muitos já esperavam por brigas e torcendo pelo fracasso. O prólogo, o quarteto no jardim e o Sabá clássico fizeram boa impressão; mas o resto foi vaiado. Boito retirou a partitura profundamente humilhado e desiludido. Por muitos anos ele ganhou a vida escrevendo e traduzindo libretos para publicações italianas de óperas estrangeiras. Entrementes, aplicava-se com toda calma à revisão de Mefistofele. Então o sucesso dessa nova versão estreada em Bolonha em 1875 contribuiu muito para devolver a confiança em si mesmo, assim como a edição sucessiva em Veneza em 1876, para a qual ele preparou posteriores modificações. Daí em diante só alegrias, Mefistofele passou a cumprir o giro nos teatros italianos e no circuito internacional começado no início dos idos de 1881, todavia foi o triunfal retorno da obra ao Scala em 25 de maio de 1881, com direção cênica de Boito e regência de Faccio, que assinalou o resgate definitivo. Por ser um compositor italiano do último terço do século dezenove, ele foi um anticonformista, ligado a linguagem musical de Berlioz. A influência deste é particularmente pronunciada na eletrizante majestosidade do prólogo e do epílogo, com seu acurado cromatismo orquestral, as fortes e agudas fanfarras e a absoluta predominância dos sons. A inspiração melódica de Boito é de um nível surpreendentemente alto nesta ópera não raro considerada de gélida grandeza. Motivos famosos como “Dai campi, dai prati”(CD1 faixa 13) e “Lontano Lontano, lontano”(CD2 faixa 11) são igualados à área invocação de Fausto e Margarida “Calma il tuo cor” (CD1 faixa 19), com a sua deliciosa cadência de sextas paralelas; tembém admirável o estupendo Sabá clássico, “Firma ideal puríssima” (CD2 faixa 19) que conduz ao apaixonado dueto de Fausto e Helena.
A lenda de Fausto tem sido um tema que se repete desde o século dezesseis no folclore e na literatura, naqueles tempos acreditava-se sinceramente na magia negra e no interminável choque entre o Poder dos Céus e as Potências das trevas, seres repugnantes dotados de botas e chifres…. Em 1509 a Universidade de Neidelberg, conferiu a láurera de doutor em teologia a um certo Johannes Faust, nascido em Knittlingen, no antigo território do reino de Württemberg, pelo ano de 1480. Conta-se que também estudara magia na universidade de Cracóvia (interessante dizer que na época esta disciplina era tão comum como Administração de Empresas nos dias de hoje). Conta a lenda oral que Faust poderia predizer o futuro, evocava heróis mitológicos em suas aulas, era tido como um pérfido dado a travessuras de extraordinária malignidade. Acabando por ir a prisão. Depois da misteriosa morte de Faust, por volta de 1540, quando ensinava a arte de voar, tornou-se comum a opinião que ele tivesse recebido seus ímpios poderes do próprio Demônio em troca de sua alma. Embora nebulosas historietas já houvessem aparecido durante a agradável vida do doutor, a oralidade logo se transformou em uma tradição escrita que do ponto de vista comercial demonstrou ser uma mina de ouro. O primeiro Faustbuch foi publicado na Alemanha em 1587 e pretendia ser uma assustadora advertência aos que se sentiam superiores às convenções religiosas. O Fausto de Goethe (1749 – 1832), é considerado uma das obras-primas da literatura universal e Boito escreveu seu libreto final dividindo da seguinte maneira: um prólogo, quatro atos e epílogo. Boito baseou o seu libreto em ambas as partes da obra de Goethe e esforçou-se por lhe dar o substrato da filosofia sobre o qual o mestre alemão criou a sua estrutura dramática, uma das mais belas partituras de ópera italiana, apesar de ser tão raramente ouvida e interpretada. Desta vez a sinopse foi copiada 100% do encarte:
Lugar: Alemanha e Grécia Antiga
Época: Idade Média e Antiguidade
Primeira apresentação: Teatro La Scala , Milão, 5 de março de 1868
Idioma original: italiano
Prólogo: Em algum lugar sem tempo definido, na nebulosa infinidade do espaço o som das trombetas e os raios rompem a névoa, seguidos de um grande hino de louvor entoado pelas invisíveis Falanges celestes. Quando cessam, aparece Mefistófeles, ironiza quanto a bondade do Céu, o poder de Deus e a debilidade do gênero humano. Perguntam-lhe se conhece o filósofo Fausto; responde saber bem quem seja e dele se ri porque dedica toda sua vida a indagar qual o sentido da fé. Neste ponto Mefistófeles desafia Deus a apostar se não conseguirá empurrar Fausto para o pecado. As vozes celestes aceitam o desafio, querendo oferecer um divertimento ao Demônio, mas quando um enxame de querubins levanta vôo, Mefistófeles sai inquieto. Os penitentes sobre a terra unem então suas vozes às das Falanges celestes em um cântico final de louvor.
Ato 1: Um domingo de Páscoa em Frankfurt no século 16; estudantes e camponeses comem e bebem numa atmosfera alegre. Fausto, entediado e cansado de sua vida de filósofo, passeia com seu discípulo Wagner. Ao crepúsculo observam um franciscano de ar sinistro que os seguiu durante todo o dia. Fausto acredita tratar-se do demônio mas Wagner repele a idéia. Todavia, procuram desorientar o frade, voltando ao estúdio de Fausto, onde o velho entoa uma apóstrofe à beleza da natureza. Sem ser visto, o franciscano seguiu Fausto e com um grito amedrontador salta para o interior da sala. Jogando fora o hábito cinzento, o frade revela ser Mefistófeles, nas vestes elegantes de um cavalheiro. Depois de se ter apresentado com um canto de zombaria, o Demônio oferece um pacto a Fausto: em troca da sua alma ele garantirá a juventude ao ancião e o servirá na terra. Fausto aceita com a condição de experimentar uma hora de completa satisfação espiritual. Firmado o pacto, Mefistófeles estende seu manto e voa para fora, juntamente com Fausto.
Ato 2, cena 1: Em um jardim, Fausto – sob o nome de Enrico – corteja ardentemente Margarida, uma jovem ingênua, da qual está enamorado. Entrementes, Mefistófeles entretém Marta, servindo-se para distraí-la de uma grande quantidade de tolices e brincadeiras. Fausto quer fazer amor com Margarida. Mas isso é impossível, desde que ela divide o quarto de dormir com a mãe, que tem sono leve. Fausto lhe dá uma poção sonífera, assegurando-lhe que apenas três gotas bastarão para assegurar-lhes toda a tranquilidade de que precisam sem molestar a mãe. Depois de uma viva sequência no jardim, os quatro se dispersam.
Ato2, cena 2: Mefistófeles leva fausto ao passo de Brocken, onde o folósofo é feito testemunhade todos os depravados festejos do inferno durante uma celebração da Noite de Valpurgis, o Sabá romântico. Enquanto as chamas iluminam o ar sulfuroso, bruxas e bruxos dançam furiosamente em selvagem abandono. As criaturas infernais proclamam Mefistófeles seu mestre e o homenageiam numa esfera de cristal que simboliza a Terra. Depois de ter jogado com ela, pondo em relevo a fragilidade dos seus habitantes, ele estilhaça a esfera por entre a zombaria geral. A orgia continua, mas quando ela atinge sua culminância Fausto é aterrorizado por uma visão de Margarida acorrentada. Não obstante a repugnância de Mefistófeles, ele insiste para ser levado a ela.
Ato 3: Na cela de uma prisão, Margarida jaz sobre um leito de palha murmurando aflita de si para si. Abandonada por Fausto, foi julgada culpada do assassinato do seu próprio filho (fruto de seu amor por Fausto) e do envenenamento da mãe (o sonífero era muito forte). A prova áspera a tornou demente, mas na expectativa da execução roga pelo perdão divino. Fausto chega em companhia de Mefistófeles, que lhe dá as chaves da prisão e recomenda que se apresse para fugir com a jovem. Fausto consegue acalmá-la, descrevendo-lhe a ilha distante na qual poderiam viver felizes se ela fugisse com ele. Mefistófeles interrompe esse sonho para lhe avisar quer o dia está chegando. Mas quando reconhece Fausto, Margarida começa a delirar. Margarida fica aterrorizada com a presença do maligno e, com uma última expressão de desgosto ante o outrora amante, morre entre os braços de Fausto, no momento mesmo em que o carrasco entra na cela. Mefistófeles pronuncia sua condenação, mas um coro angélico anula a sentença; o Demônio voa para fora com o seu protegido.
Ato 4: Grécia Antiga. Mefistofele leva Fausto às margens do Vale do Templo. Fausto é arrebatado com a beleza da cena enquanto Mefistofele descobre que as orgias do Brocken eram mais do seu gosto. “É a noite do clássico Sabá”. Um bando de jovens donzelas aparece, cantando e dançando. Mefistofele, irritado e confuso, se retira. Helena entra em coro e, absorvida por uma visão terrível, ensaia a história da destruição de Tróia. Fausto entra, ricamente vestido com o traje de um cavaleiro do século XV, seguido por Mefistofele, Nereno, Pantalis e outros, com pequenos faunos e sirenes. Ajoelhando-se diante de Helena, ele se dirige a ela como seu ideal de beleza e pureza. Assim, prometendo um ao outro seu amor e devoção, eles vagam pelos castelos e se perdem de vista. A ode de Helena, “La luna imóvel inonda l’etere” (Flutuando imóvel, a lua inunda a cúpula da noite); seu sonho da destruição de Tróia; o dueto de amor por Helena e Fausto, “Ah! Amore! misterio celeste” (“Tis amor, um mistério celestial”); e a o hábil fundo musical na orquestra e coro, são as principais características da partitura deste ato.
Epílogo: encontramos Fausto em seu laboratório mais uma vez – um homem idoso, com a morte se aproximando rapidamente, lamentando sua vida passada, com o volume sagrado da Bíblia aberto diante dele. Temendo que Fausto ainda possa escapar dele, Mefistofele espalha seu manto, e instiga Fausto a voar com ele pelo ar. Apelando ao Céu, Fausto é fortalecido pelo som das canções angélicas e resiste. Enfraquecido em seus esforços, Mefistofele evoca uma visão de belas sereias. Fausto hesita um momento, volta para o volume sagrado e grita: “Aqui, finalmente, encontro a salvação”; depois cair de joelhos em oração, supera eficazmente as tentações do maligno. Ele então morre em meio a uma chuva de pétalas rosadas e à música triunfante de um coro celestial. Mefistofele perdeu sua aposta e as influências sagradas prevaleceram.
Eu tenho este ábum há 28 anos, e essa gravação com o Placidão (1941), Samuel Ramey (1942) e com a Eva Marton (1943) é difícil de bater, foi a primeira gravação que ouvi da obra, tornou-se referência. Samuel Ramey é um dos maiores Barítonos e na época ele simplesmente fez Mefistofele reviver nos palcos, impressionante, é um papel feito sob medida para ele. E a dupla com Placido Domingo ai vira um bálsamo para os sentidos. Ouvimos um canto envelhecido e vacilante de Sergio Tedesco (1921 – 2012) como Wagner. Ele pode ter tido no passado uma voz de Tarzan, mas aqui com sessenta anos de idade, fica a desejar. Eva Marton convence como Margarida e canta lindamente como Helena, apesar dos seus conhecidos vibratos. Mas os verdadeiros superstars desta gravação são A Orquestra Estadual Húngara e o Coro da Ópera Húngara. Sob a direção de Guiseppe Patane (1932 – 1989), a orquestra e o coro tornam esta gravação excepcional (uma curiosidade é que o Maestro não chegou a ver a obra produzida, faleceu pouco tempo após o final das gravações). Então vamos ao que viemos (licença poética PQP) esta onda de esplendor musical se eleva nesta grandiosa gravação com Samuel Ramey, Placido Domingo, Eva Marton sob a batuta de Giuseppe Patané, compraz esperar que o espírito de Boito possa ouví-la e ter enfim a confirmação de que suas intermináveis fadigas não foram vãs.
A história “passo a passo” com fotos do encarte original do CD estão junto no arquivo de download com as faixas, o resumo da ópera foi extraído do livro “As mais Famosas Óperas”, Milton Cross (Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera). Editora Tecnoprint Ltda., 1983. Desta vez fiquei com preguiça e digitalizei as páginas do livro.
Pessoal, abrem-se as cortinas e deliciem-se com a magnífica obra de Arrigo Boito !
CD1: 1
1. Mefistofele: Prologue In Heaven – Preludio
2. Mefistofele: Prologue In Heaven – ‘Ave Signor’ (Coro)
3. Mefistofele: Prologue In Heaven – Scherzo instrumentale
4. Mefistofele: Prologue In Heaven – ‘Ave Signor’ (Mefistofele)
5. Mefistofele: Prologue In Heaven – ‘T’e noto Faust?’ (Coro, Mefistofele)
6. Mefistofele: Prologue In Heaven – ‘Siam nimbi volanti’ (Coro, Mefistofele)
7. Mefistofele: Prologue In Heaven – ‘Salve Regina!’ (Coro)
8. Mefistofele: Act One – ‘Perche di la?’ (Coro)
9. Mefistofele: Act One – ‘Qua il bicchier!’ (Coro)
10. Mefistofele: Act One – ‘Al soave raggiar’ (Faust)
11. Mefistofele: Act One – ‘ Movere a diporto’ (Wagner, Coro)
12. Mefistofele: Act One – ‘Sediam sovra quel sasso’ (Faust, Wagner, Coro)
13. Mefistofele: Act One – ‘Dai campi, dai prati’ (Faust)
14. Mefistofele: Act One – ‘Ola! Chi urla?’ (Faust, Mefistofele)
15. Mefistofele: Act One – ‘Son lo Spirito’ (Mefistofele)
16. Mefistofele: Act One – ‘Strano figlio del Caos’ (Faust, Mefistofele)
17. Mefistofele: Act One – ‘Se tu mi doni un’ora’ (Faust, Mefistofele)
18. Mefistofele: Act Two ‘Cavaliero illustre e saggio’ (Margherita, Faust, Mefistofele, Marta)
19. Mefistofele: Act Two – ‘Colma il tuo cor’ (Faust, Margherita, Mefistofele, Marta)
Disc: 2
1. Mefistofele: Act Two – ‘Su, cammina’ (Mefistofele, Coro)
2. Mefistofele: Act Two – ‘Folletto!’ (Faust, Mefistofele)
3. Mefistofele: Act Two – ‘Ascolta. Si’agita il bosco’ (Mefistofele, Coro)
4. Mefistofele: Act Two – ‘Largo, largo a Mefistofele’ (Mefistofele, Coro)
5. Mefistofele: Act Two – Danza di streghe – ‘Popoli!’ (Mefistofele, Coro)
6. Mefistofele: Act Two – ‘Ecco il mondo
7. Mefistofele: Act Two – ‘Riddiamo!’ (Coro, Faust, Mefistofele)
8. Mefistofele: Act Two – ‘Ah! Su! Riddiamo’ (Coro)
9. Mefistofele: Act Three – ‘L’altra notte in fondo’ (Margherita, Faust, Mefistofele)
10. Mefistofele: Act Three – ‘Dio di pieta!’ (Margherita, Faust)
11. Mefistofele: Act Three – ‘Lontano, lontano, lontano’ (Margherita, Faust)
12. Mefistofele: Act Three – ‘Sorge il di!’ (Mefistofele, Margherita, Faust)
13. Mefistofele: Act Three – ‘Spunta l’aurora pallida’ (Margherita, Faust, Mefistofele)
14. Mefistofele: Act Four – ‘La luna immobile’ (Elena, Pantalis, Faust)
15. Mefistofele: Act Four – ‘Ecco la notte del classico Sabba’ (Mefistofele, Faust)
16. Mefistofele: Act Four – Andantino danzante
17. Mefistofele: Act Four – ‘Ah! Trionfi ad Elena’ (Coro, Elena)
18. Mefistofele: Act Four – ‘Chi Vien? O strana’ (Coro)
19. Mefistofele: Act Four – ‘Forma ideal’ (Faust, Elena, Mefistofele, Pantalis, Nereo, Coro)
20. Mefistofele: Epilogue – ‘Cammino, cammina’ (Mefistofele, Faust)
21. Mefistofele: Epilogue – ‘Giunto sul passo estremo’ (Faust, Mefistofele)
22. Mefistofele: Epilogue – ‘Ecco la nuova turba’ (Faust, Mefistofele)
23. Mefistofele: Epilogue – ‘Vien! Io distendo questo mantel
Gravação em estúdio, lançado em 1990 pelo selo Sony Music
Mefistofele: Samuel Ramay, baixo
Fausto: Placido Domingo, tenor
Margarida / Helena: Eva Marton, soprano
Wagner: Sergio Tedesco, tenor
Marta: Tamara Tacáks, contralto
Pantalis: Éva Farkas
Nereo: Antal Pataki
Hungaroton Opera Chorus – Piergiorgio Morandi
Orquestra do Estado Húngaro – Giuseppe Pantané
O cravista norte americano Scott Ross apareceu muito pouco aqui no PQPBach, umas duas ocasiões, talvez, no máximo. E em nenhuma delas ela tocava Bach. Talvez seja a hora de suprir esta falta.
Gosto do som que emana do instrumento, talvez em alguns momentos prefira Gustav Leonhardt, por exemplo, ou até mesmo Glenn Gould, mas Ross me satisfaz plenamente na maior parte do tempo.
Scott Ross morreu muito jovem, meros trinta e seis anos de idade, vítima de complicações causadas pelo vírus do HIV. Mas produziu bastante, e se tornou um grande nome do instrumento, principalmente no repertório dos franceses, como Couperin e Rameau.
Estas Partitas abrem uma série de postagens que pretendo trazer com alguns CDs dedicados a Bach. Espero que apreciem.
01. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – I.Praeludium
02. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – II.Allemande
03. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – III.Corrente
04. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – IV.Sarabande
05. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – V.Menuet I
06. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – VI.Menuet II
07. Partita No.1 B-Dur BWV 825 – VII.Giga
08. Partita No.2 c-moll BWV 826 – I.Sinfonia
09. Partita No.2 c-moll BWV 826 – II.Allemande
10. Partita No.2 c-moll BWV 826 – III.Courante
11. Partita No.2 c-moll BWV 826 – IV.Sarabande
12. Partita No.2 c-moll BWV 826 – V.Rondeaux
13. Partita No.2 c-moll BWV 826 – VI.Capriccio
14. Partita No.3 a-moll BWV 827 – I.Fantasia
15. Partita No.3 a-moll BWV 827 – II.Allemande
16. Partita No.3 a-moll BWV 827 – III.Corrente
17. Partita No.3 a-moll BWV 827 – IV.Sarabande
18. Partita No.3 a-moll BWV 827 – V.Burlesca
19. Partita No.3 a-moll BWV 827 – VI.Scherzo
20. Partita No.3 a-moll BWV 827 – VII.Gigue
21. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – I.Ouverture
22. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – II.Allemande
CD 2
01. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – III.Courante
02. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – IV.Aria
03. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – V.Sarabande
04. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – VI.Menuet
05. Partita No.4 D-Dur BWV 828 – VII.Gigue
06. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – I.Praeambulum
07. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – II.Allemande
08. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – III.Corrente
09. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – IV.Sarabande
10. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – V.Tempo di Minuetto
11. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – VI.Passepied
12. Partita No.5 G-Dur BWV 829 – VII.Gigue
13. Partita No.6 e-moll BWV 830 – I.Toccata
14. Partita No.6 e-moll BWV 830 – II.Allemande
15. Partita No.6 e-moll BWV 830 – III.Corrente
16. Partita No.6 e-moll BWV 830 – IV.Air
17. Partita No.6 e-moll BWV 830 – V.Sarabande
18. Partita No.6 e-moll BWV 830 – VI.Tempo di Gavotta
19. Partita No.6 e-moll BWV 830 – VII.Gigue
Eu adorei este disco da música eletrônica do Stock. Posso não ter entendido nada, mas ouvi tudinho com rara atenção. Ouvi deitado num confortável sofá, ligadíssimo, gostando. Acho que não faz sentido fruí-lo sem um bom som estereofônico — fujam do som de um micro ou de um note sem boas caixas –, pois as massas sonoras andam da esquerda para a direita e vice-versa. O disco é de 1975 e a gravação de 1971, então podem imaginar o trabalho que deu botar no chinelo aquele tal rock progressivo. Prozession (procissão), foi escrita para tantam, viola, electronium, piano, microfones, filtros e potenciômetros em 1967. É o número 23 no catálogo das obras do compositor. A obra separa “forma” e “conteúdo”, apresentando aos artistas uma série de sinais de transformação que devem ser aplicados a materiais que podem ser alterados consideravelmente de uma performance para outra. Em Prozession, os artistas escolhem materiais de composições anteriores de Stockhausen, jogando e brincando com elas.
Karlheinz Stockhausen (1928-2007): Prozession
Piano – Aloys Kontarsky
Recorded By – WDR, Cologne*
Synthesizer [Electrochord With Synthesizer] – Peter Eötvös
Synthesizer [Electronium] – Harald Bojé
Tam-tam – Christoph Caskel
Este é um belo disco, mas tenho discordâncias com os produtores. OK, Commotio é uma obra do maior compositor dinamarquês, Carl Nielsen, porém para meu gosto, a composição mais satisfatória do CD é a Partita Concertante de Nørgård, cujo segundo movimento é absolutamente sublime e o restante não fica abaixo. Os donos do disco — cliquem na imagem ao lado — eliminaram da capa (de mau gosto) qualquer referência que não fosse a Nielsen. Tudo bem, Commotio é ótima, mas pobres dos outros. Eu acho que vale a pena baixar o CD, viram?
Nielsen (1865-1931), Gade (1817-1890), Syberg (1904-1955), Nørgård (1932): Commotio e outras obras dinamarquesas para órgão
Niels W. Gade
1. Tre Tonestykker, Op. 22: I Moderato 5:27
2. Tre Tonestykker, Op. 22: II Allegretto 2:32
3. Tre Tonestykker, Op. 22: III Allegro con fucco 4:11
Franz Syberg
4. Präludium, Intermezzo og Fugato: I Präludium – Allegro Moderato 5:58
5. Präludium, Intermezzo og Fugato: II Intermezzo – Adagio 5:03
6. Präludium, Intermezzo og Fugato: III Fugato 6:10
Per Nørgård
7. Partita Concertante, Op. 23: I Fantasia – Allegro vigoroso 7:06
8. Partita Concertante, Op. 23: II Canto variato 5:56
9. Partita Concertante, Op. 23: III Toccata – Allegro 6:42
Um dos discos que eu certamente levaria para a Ilha Deserta. Este CD da Erato, há anos fora do catálogo, é uma das melhores gravações de Rostropovich (1927-2007). Ele já tinha um longo histórico de colaborações com o maestro Seiji Ozawa e, aqui, eles decidiram interpretar dois concertos para violoncelo que foram dedicados ao russo. Na verdade, ambos os compositores contaram com sugestões de Rostrô durante o processo de composição. Foram obras-primas criadas quase a quatro mãos, entre amigos, por assim dizer. E que obras-primas! Você simplesmente não pode seguir vivendo sem conhecê-las. Não pode e não pode!
Serguei Prokofiev (1891-1953) e Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo
Sergei Prokofiev (1891-1953) Sinfonia Concertante para Violoncelo e Orquestra, Op. 125
1. Andante
2. Allegro giusto
3. Andante con moto
Dmitri Shostakovich (1906-1975) Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra, Op. 107
4. Allegretto
5. Moderato
6. Cadenza
7. Allegro con moto
Mstislav Rostropovich, violoncelo
London Symphony Orchestra
Seiji Ozawa
Sempre associei os Impromptus de Schubert com Alfred Brendel, seu maior intérprete, me perdoem os fãs ardorosos do Jurássico Wilhelm Kempff ou mais recentemente da divina Maria João Pires. Talvez seja influência de uma de nossas primeiras colaboradoras, que se denominava Clara Schumann e que tinha verdadeira veneração por seu “Brendelzinho”. Reconheço que a partir daquele momento comecei a ouvir este pianista com maior atenção.
Mais de quarenta anos se passaram desde que Brendel sentou-se em frente ao piano Stenway & Sons da gravadora Philips e realizou esta gravação impecável, e digo mais: poucos atingiram seu nível de excelência na interpretação destas pequenas jóias entre as diversas obras primas que Schubert compôs para piano.
Lembro de que meu primeiro contato com estas obras foi com Murray Perahia, nos bons tempos deste outro grande instrumentista. Se tratava de uma fita cassete que dei de presente para a minha mãe, que adorava estas obras.
01. Impromptus D.899 – 1 in C minor
02. Impromptus D.899 – 2 in E flat
03. Impromptus D.899 – 3 in G flat
04. Impromptus D.899 – 4 in A flat
05. Impromptus D.935 – 1 in F minor
06. Impromptus D.935 – 2 in A flat
07. Impromptus D.935 – 3 in B flat
08. Impromptus D.935 – 4 in F minor
09. 16 German Dances, D.783
CD 2
01. Impromptus D. 946 – 1 in E flat minor
02. Impromptus D. 946 – 2 in E flat major
03. Impromptus D. 946 – 3 in C major
04. Moments musicaux D. 780 – 1 in C major
05. Moments musicaux D. 780 – 2 in A flat major
06. Moments musicaux D. 780 – 3 – in F minor
07. Moments musicaux D. 780 – 4 in C sharp minor
08. Moments musicaux D. 780 – 5 in F minor
09. Moments musicaux D. 780 – 6 in A flat major
10. 12 German Dances D. 790
Olha, você pode até não gostar de Grieg — não é o meu caso –, mas garanto que dificilmente encontrará interpretação melhor deste repertório do que esta, a cargo de Augustin Dumay e Maria João Pires. O tom delicado e colorido de Dumay é ideal para essas peças deliciosas. É curioso que as ousadias estruturais impediam que as Sonatas para Violino de Grieg fossem consideradas obras-primas. Por exemplo, como temas contrastantes saltavam de um para outro sem transição suave, alguns comentaristas ciosos das regras ficavam nervosos. Mas, gente, garanto-lhes que estas Sonatas estão entre os pratos mais saborosos da música romântica para violino.
Só não entendo porque o engenheiro de som insistiu tanto em gravar a respiração de Dumay!
Edvard Grieg (1843-1907): Violin Sonatas
Grieg: Sonata For Violin And Piano In F Major, Op.8 (1865)
1. Allegro con brio 9:33
2. Allegretto quasi Andantino – Più vivo – Tempo I 4:45
3. Allegro molto vivace 9:59
Grieg: Sonata For Violin And Piano In G Major, Op.13 (1867)
4. Lento doloroso – Poco allegro – Allegro vivace 9:46
5. Allegretto tranquillo 6:29
6. Allegro animato 5:33
Grieg: Sonata For Violin And Piano No.3 In C Minor, Op.45
7. Allegro molto ed appassionato 9:35
8. Allegretto espressivo alla Romanza 6:28
9. Allegro animato 7:55
Belo CD duplo este da Philips, que traz os Concertos para Flauta e para Oboé do filho de Johann Sebastian, o Carl Phillip. A interpretação está em ótimas mãos, com Aurèle Nicolet no auge de sua carreira e de seu talento, entre os anos 60 e 70. A orquestra que o acompanha é a Netherlands Chamber Orchestra, dirigida pelo então jovem David Zinman. O maior dos oboístas, Heinz Holliger, é o responsável pelos concertos para o seu instrumento, também acompanhado pela tradicional English Chamber Orchestra, que aqui é dirigida por Raymond Leppard, um especialista na música do período barroco e clássico.
Espero que apreciem. Eu particularmente não canso de ouvir estas obras.
CD 1
01. Flute Concerto in A minor, Wq 166 1. Allegro assai
02. Flute Concerto in A minor, Wq 166 2. Andante
03. Flute Concerto in A minor, Wq 166 3. Allegro assai
04. Flute Concerto in B flat, Wq 167 1. Allegretto
05. Flute Concerto in B flat, Wq 167 2. Adagio
06. Flute Concerto in B flat, Wq 167 3. Allegro assai
07. Oboe Concerto in E flat, Wq 165 1. Allegro
08. Oboe Concerto in E flat, Wq 165 2. Adagio ma non troppo
09. Oboe Concerto in E flat, Wq 165 3. Allegro ma non troppo
Heinz Holliger
English Chamber Orchestra
Raymond Leppard – Conductor
10. Solo in G minor, Wq 135 for oboe and continuo 1. Adagio
11. Solo in G minor, Wq 135 for oboe and continuo 2. Allegro
12. Solo in G minor, Wq 135 for oboe and continuo 3. Vivace
Heinz Holliger
Ursula Holliger – Harp
CD 2
01. Flute Concerto in A, Wq 168 1. Allegro
02. Flute Concerto in A, Wq 168 2. Largo con sordini, mesto
03. Flute Concerto in A, Wq 168 3. Allegro assai
04. Flute Concerto in G, Wq 169 1. Allegro di molto
05. Flute Concerto in G, Wq 169 2. Largo
06. Flute Concerto in G, Wq 169 3. Presto
07. Oboe Concerto in B flat, Wq 164 1. Allegretto
08. Oboe Concerto in B flat, Wq 164 2. Largo e mesto
09. Oboe Concerto in B flat, Wq 164 3. Allegro moderato
Heinz Holliger – Oboe
English Chamber Orchestra
Raymond Leppard – Conductor
10. Solo in G, Wq 139 for harp 1. Adagio un poco
11. Solo in G, Wq 139 for harp 2. Allegro
12. Solo in G, Wq 139 for harp 3. Allegro
John Dowland foi um compositor e alaudista inglês do período renascentista, contemporâneo de William Shakespeare. Dizem que morreu uma grave crise de diarreia, coitado. Os discos que trazem música de Dowland costumam ser incrivelmente monótonos. NÃO É O CASO DESTE. Na verdade, suas canções são bastante repetitivas para meu ouvido, porém aqui temos música instrumental. Ignoro de quem é o mérito: se do repertório escolhido, se da extraordinária Capella de ministrers, se da notável qualidade de som do CD, se da minha idade — o fato é que me apaixonei por este disco e, sem a menor dúvida, pespego-lhe o selo de
IM-PER-DÍ-VEL !!!
(Estranhamente, não o encontrei para venda na Amazon).
John Dowland (1563-1626): Lachrimæ, Or Seven Teares (1604)
01. Lachrimae Antiquae
02. The King of Denmark’s Galiard
03. Lachrimae Antiquae Novae
04. The Earle of Essex Galiard
05. Lachrimae Gementes
06. Sir John Souch his Galiard
07. Lachrimae Tristes
08. M. Henry Noel his Galiard
09. Lachrimae Coactae
10. M. Giles Hobies his Gailard
11. Lachrimae Amantis
12. M. Nichols Gryffith his Gailard
13. Lachrimae Verae
14. M. Thomas Collier his Galiard
15. Semper Dowland semper dolen
16. Captaine Digiorie Piper his Galiard
17. Sir Henry Umpton’s Funerall
18. M. Buctons Galiard
19. Mistresse Nichols Almand
20. M. John Langston’s Pavan
21. M. George Whitehead his Almand
A presente postagem, áudio e texto, é uma colaboração do nosso ouvinte Aristarco.
A Arte de Fuga (Die Kunst der Fuge), de Johann Sebastian Bach, um dos picos do estilo contrapontístico barroco, também é uma das obras mais enigmáticas da história da música. Embora composta como uma série de fugas sobre o mesmo tema, JS Bach não especificou os instrumentos que deveriam tocá-los. Les Voix humaines viol consort registrou sua própria versão do trabalho final inacabado de JS Bach.
Desde 2001, algumas das melhores gambistas de Montreal juntam-se regularmente ao dueto de violas Les Voix humaines para formar o Voix Humaines Consort, especializado no vasto repertório do século XVII para consorte de violas. O quarteto regular é composto por Margaret Little, Mélisande Corriveau, Felix Deak e Susie Napper.
Les Voix humaines gravou cerca de quarenta discos, principalmente na etiqueta ATMA, que recebeu aclamação da crítica e prêmios de prestígio (Diapason D’or, Choc du Monde de la Musique, Repertório-Classica 10, Goldberg 5, Classics Today 10/10, Prix Opus, etc). Eles incluem vários discos com o soprano Suzie LeBlanc e o contratenor Daniel Taylor, um disco de Telemann com o renomado flautista belga Barthold Kuijken, um disco de Marin Marais com o mundialmente famoso Wieland Kuijken e as Fantasias completas de Purcell para violas. A sua gravação dos concertos completos a deux violes esgales de Sainte-Colombe (4 CDs duplos) foi a estreia mundial, e o quarto volume foi premiado com um Diapason D’or. (Aristarco)
Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 Johann Sebastian Bach (1685-1750) 01. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus I 02. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus II 03. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus III 04. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus IV 05. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus V 06. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus VI a 4 in Stylo Francese 07. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus VII a 4 per Augmentationem et Diminutionem 08. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus VIII a 3 09. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus IX a 4 alla Duodecima 10. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus X a 4 alla Decima 11. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus XI a 4 12. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus XII a 4 13. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus inversus XII a 3 14. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus XIII a 4 15. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Contrapunctus inversus XIII a 4 16. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Canon per Augmentationem in contrario motu 17. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Canon alla Ottava 18. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Canon alla Decima in Contrapunto alla Terza 19. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Canon alla Duodecima in Contrapunto alla Quinta 20. Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Fuga a 3 Soggetti (Contrapunctus XIV) .
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Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – 2012
Le Consort de violes des Voix humaines
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