O segundo CD do duo Labèque Sisters traz um repertório bem mais eclético, que vai de Tchaikovsky a Berio, passando por Brahms, Dvorák entre outros. Outro grande momento das irmãs, impecáveis em sua incrível capacidade de tocarem juntas como se fossem uma só.
Já trouxe em outra ocasião a gravação das Danças Húngaras de Brahms com essa dupla, mas já faz bastante tempo, então os links também já eram.
2.001. Tchaikovsky Swan Lake, Op.20, TH.12 – Arr. for piano duet – Russian dance
2.002. Brahms Hungarian Dance No.1 in G Minor, WoO 1 No.1 – for piano duet – Allegro molto
2.003. Brahms Hungarian Dance No.20 in E Minor, WoO 1, No.20 – Arr. for piano duet – Poco allegretto – Vivace
2.004. Brahms Hungarian Dance No.5 in G Minor, WoO 1 No.5 – for Piano Duet – Allegro – Vivace
2.005. Dvorák 8 Slavonic Dances, Op.72, B.147 – For Piano Duet – No.2 in E Minor (Allegretto grazioso)
2.006. Dvorák 8 Slavonic Dances, Op.46, B.83 – For Piano Duet – No.8 in G Minor (Presto)
2.007. Bizet Jeux d’enfants, Op.22 – 12 pieces for Piano duet – 11. Petit mari, petite femme
2.008. J. Strauss II Pizzicato Polka – for Piano Duet – Pizzicato Polka
2.009. J. Strauss II Auf der Jagd, Op.373 – for Piano Duet – Polka (Schnell)
2.010. Fauré Dolly Suite, Op.56 – for piano duet – 1. Berceuse
2.011. Poulenc L’Embarquement pour Cythère, valse-musette pour deux pianos FP 150
2.012. Milhaud Scaramouche – for 2 Pianos Op.165b – 3. Brazileira (Mouvement de samba)
2.013. Grainger Country Gardens (Handkerchief Dance) – Arr. for Piano Duet – Country Gardens (Handkerchief Dance)
2.014. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – I. Allegro ben ritmato e deciso, in B flat
2.015. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – II. Andante con moto e poco rubato, in C sharp minor
2.016. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – III. Allegro ben ritmato e deciso, in E flat minor
2.017. Stravinsky Three Easy Pieces (for Piano Four-Hands) – II. Waltz
2.018. Stravinsky 5 Easy Pieces for Piano Duet – 5. Galop
2.019. Lutoslawski Variations on a Theme of Paganini – Arr. for two pianos – Variations on a Theme of Paganini
2.020. Berio Polka, for piano quatre-mains
Me comovi e senti um certo temor ao ler o comentário de um certo leitor que se diz ‘um baiano arretado’ que vive em SC, quando lamenta o fato de determinado CD das nossas musas Katia & Marielle Labèque não ter mais um link ativo. Resolvi então um presente para ele, assim pretendo cobrir esta falta, ainda mais levando em consideração que infelizmente o Vassily não faz mais parte de nossa equipe, sua passagem foi rápida, porém intensa.
Enfim, tratam-se de seis CDs em caixa recém lançada pela Deutsche Grammophon, em que o duo desfile seu imenso talento, num repertório eclético, que vai de Mozart a Satie, incluindo Stravinsky, Ravel entre outros. Digamos que este vai ser meu presente de Natal para todos os fiéis leitores – ouvintes e também serve para compensar minhas constantes ausências do blog, e elas serão ainda mais constantes e longas.
Neste primeiro CD temos a magnífica Fantasia in F Minor de Schubert, tão adorada pelo nosso colega Ranulfus e a Sonata para Dois Pianos de Mozart. Isso com certeza eu chamo de um repertório perfeito.
P.S. Meu caro baiano arretado perdido em SC, espere um pouquinho e logo terás teu aguardado CD da dupla tocando Debussy.
Então vamos ao que viemos.
1.001. Schubert Fantasy in F minor, D. 940 (Op.103) for piano duet – 1. Allegro molto moderato
1.002. Schubert Fantasy in F minor, D. 940 (Op.103) for piano duet – 2. Largo
1.003. Schubert Fantasy in F minor, D. 940 (Op.103) for piano duet – 3. Allegro vivace
1.004. Schubert Fantasy in F minor, D. 940 (Op.103) for piano duet – 4. Tempo I
1.005. Schubert Divertissement sur des motifs originaux français, in E minor, D.823 – 2. Andantino varié
1.006. Mozart Sonata in D Major for 2 Pianos, K.448 – 1. Allegro con spirito
1.007. Mozart Sonata in D Major for 2 Pianos, K.448 – 2. Andante
1.008. Mozart Sonata in D Major for 2 Pianos, K.448 – 3. Allegro molto
O Messias é o oratório mais popular de Handel. É grande número dos corais que atacam, confiantes e sorridentes, o coral Hallelujah. Eles estão certos, não serei eu que irei criticá-los. Só que esta peça está longe de figurar entre o que há de melhor neste oratório cheio de lirismo e de um melodismo raro, riquíssimo. É difícil de se encontrar árias mais inspiradas do que He shall feed His flock, Ev`ry valley shall be exalted, Why do the nations?, corais como For unto us a child is born, And the glory of the Lord, And He shall purify, além da ária-coral O thou thet tellest good tidings to Zion. Handel era genial e aqui tem seu ponto mais alto. A popularidade de O Messias é merecida.
O Messias normalmente ouvido por nós, principalmente no célebre Hallelujah, está bem longe daquilo que foi planejado originalmente por Handel. Pode parecer surpreendente a muitos o fato de que Handel, enquanto compunha o Oratório, lutava contra problemas administrativos que o levaram a utilizar um grupo pequeno de músicos, pela simples razão de que não os havia na Dublin de 1742 e de que era oneroso buscá-los em outras cidades. Handel dispunha apenas de 16 cantores-solistas e uma orquestra mínima e a estreia foi assim mesmo como Butt faz aqui. No curso destes mais de 270 anos, o popular Messias foi executado de todas as formas imagináveis. Nas antigas gravações da obra e até hoje, são ouvidos enormes corais, oboés dobrando as vozes – não há oboés na versão original -, fagotes no baixo contínuo – fagotes, que fagotes? – etc.
Nos anos 70, quando ouvi esta obra prima pela primeira vez, foi na mastodôntica versão de Karl Richter. Achei uma maravilha o que hoje acho estranho. Richter usou enorme coral e um potente conjunto instrumental, tudo muito pouco barroco. Só que os anos seguintes nos trouxeram as gravações em instrumentos originais, com as obras sendo executadas dentro de formações mais próximas do prescrito pelos compositores e muitas obras foram definhando em potência sonora para ganhar outros coloridos. A partir da década de 80, fomos nos acostumando a deixar o volume sonoro para compositores mais modernos e a fruir da delicadeza barroca. Não, não é proibido ouvir as velhas gravações que utilizam exércitos fortemente armados na interpretação deste oratório – e nem as novas que ainda fazem o mesmo! -, mas alguém com tendências puristas como eu, teve de acostumar-se ao uso de forças menores na interpretação do powerful Messiah. Hoje, parece a mim uma desonestidade ouvir uma obra interpretada dentro de uma concepção tão longínqua das intenções do compositor, ou seja, tão longe daquilo que Handel ouvia. Sei que estou em terreno perigoso e que há fóruns que estão discutindo isto há anos. Tudo começa com alguém perguntando “Mas, e se Handel dispusesse de um coral de 96 elementos e pudesse quadruplicar a orquestra, a música seria diferente?”. Tenho posições nestas questões, porém aqui a intenção é a de modestamente descrever e louvar um pouco de O Messias, esta delicada e poderosa obra de câmara…
É lendária velocidade com que Handel escrevia suas obras. Imaginem que os mais de 140 minutos deste oratório foram escritos em apenas 21 dias. Seus doze concerti grossi, opus 6, foram escritos em 24 dias, quando há pessoas que não conseguiriam sequer copiá-los neste período! Quando inspirado, o homem era rápido mesmo.
Mais curiosidades? Quando houve a elogiada e aplaudidíssima estréia em Dublin (em 13 de abril de 1742), Londres recebeu a obra com calculado distanciamento pela simples razão de que os londrinos não podiam ouvi-la. Ocorria que era proibido falar de coisas sagradas nos teatros e não se podia trazer profissionais dos teatros para cantarem numa igreja. Então o oratório, tal qual uma alma penada, caiu no limbo espírita. Mas Handel, velhinho, ainda teve tempo de ver seu oratório triunfar na capital.
O nome de Handel também aparece como Händel ou Haendel. Este alemão que produziu parte de sua obra na Inglaterra teve seu nome grafado nas três formas citadas. Seu nome original é Georg Friedrich Händel, mas ele tornou-se George e Handel na Inglaterra. Como sempre, o PQP usa todas as formas, dependendo da estação.
G. F. Handel (1685-1757): Messiah (Dublin Version, 1742)
1 Messiah, HWV 56: Part I: Grave – Allegro moderato 3:05
2 Messiah, HWV 56: Part I: Comfort ye my people (Tenor) 3:16
3 Messiah, HWV 56: Part I: Ev’ry valley shall be exalted (Tenor) 3:10
4 Messiah, HWV 56: Part I: And the glory of the Lord shall be revealed (Chorus) 2:56
5 Messiah, HWV 56: Part I: Thus saith the Lord of Hosts (Bass) 1:17
6 Messiah, HWV 56: Part I: But who may abide the day of His coming (Bass) 3:13
7 Messiah, HWV 56: Part I: And He shall purify (Chorus) 2:27
8 Messiah, HWV 56: Part I: Behold, a virgin shall conceive (Alto) 0:19
9 Messiah, HWV 56: Part I: O thou that tellest good tidings to Zion (Alto) 3:38
10 Messiah, HWV 56: Part I: O thou that tellest (Chorus) 1:32
11 Messiah, HWV 56: Part I: For behold, darkness shall cover the earth (Bass) 2:03
12 Messiah, HWV 56: Part I: The people that walked in darkness (Bass) 3:27
13 Messiah, HWV 56: Part I: For unto us a child is born (Chorus) 3:48
14 Messiah, HWV 56: Part I: Pifa (Pastoral Symphony) 2:46
15 Messiah, HWV 56: Part I: There were shepherds (Soprano) 0:12
16 Messiah, HWV 56: Part I: And lo, the Angel of the Lord (Soprano) 0:16
17 Messiah, HWV 56: Part I: And the angel said unto them (Soprano) 0:28
18 Messiah, HWV 56: Part I: And suddenly there was with the angel (Soprano) 0:16
19 Messiah, HWV 56: Part I: Glory to God in the highest (Chorus) 1:54
20 Messiah, HWV 56: Part I: Rejoice greatly, O daughter of Zion (Soprano) 6:19
21 Messiah, HWV 56: Part I: Then shall the eyes of the blind be open’d (Soprano) 0:23
22 Messiah, HWV 56: Part I: He shall feed His flock like a shepherd (Soprano) 5:07
23 Messiah, HWV 56: Part I: His yoke is easy, his burthen is light (Chorus) 2:18
24 Messiah, HWV 56: Part II: Behold, The Lamb of God (Chorus) 3:09
25 Messiah, HWV 56: Part II: He was despised (Alto) 11:30
26 Messiah, HWV 56: Part II: Surely, He hath borne our griefs (Chorus) 1:46
27 Messiah, HWV 56: Part II: And with His stripes we are healed (Chorus) 1:41
28 Messiah, HWV 56: Part II: All we like sheep have gone astray (Chorus) 3:42
29 Messiah, HWV 56: Part II: But who may abide 0:27
Disc 2
1 Messiah, HWV 56: Part II: Recitative: All they that see Him (Tenor) 0:42
2 Messiah, HWV 56: Part II: He trusted in God that He would deliver Him (Chorus) 2:14
3 Messiah, HWV 56: Part II: Thy rebuke hath broken His heart (Soprano) 1:51
4 Messiah, HWV 56: Part II: Behold, and see if there be any sorrow (Soprano) 1:22
5 Messiah, HWV 56: Part II: He was cut off out of the land of the living (Soprano) 0:16
6 Messiah, HWV 56: Part II: But Thou didst not leave His soul in hell (Soprano) 2:12
7 Messiah, HWV 56: Part II: Lift up your heads, O ye gates (Chorus) 3:06
8 Messiah, HWV 56: Part II: Unto which of the Angels (Tenor) 0:17
9 Messiah, HWV 56: Part II: Let all the angels of God worship Him (Chorus) 1:26
10 Messiah, HWV 56: Part II: Thou art gone up on high (Bass) 3:00
11 Messiah, HWV 56: Part II: The Lord gave the word (Chorus) 1:07
12 Messiah, HWV 56: Part II: How beautiful are the feet (Soprano, Alto) 3:35
13 Messiah, HWV 56: Part II: Why do the nations so furiously rage together (Bass) 1:27
14 Messiah, HWV 56: Part II: Let us break their bonds asunder (Chorus) 1:48
15 Messiah, HWV 56: Part II: He that dwelleth in heaven (Tenor) 0:21
16 Messiah, HWV 56: Part II: Hallelujah (Chorus) 4:02
17 Messiah, HWV 56: Part III: I know that my redeemer liveth (Soprano) 5:11
18 Messiah, HWV 56: Part III: Since by man came death (Chorus) 2:03
19 Messiah, HWV 56: Part III: Behold, I tell you a mystery (Bass) 0:36
20 Messiah, HWV 56: Part III: The trumpet shall sound (Bass) 8:28
21 Messiah, HWV 56: Part III: Then shall be brought to pass the saying (Alto) 0:12
22 Messiah, HWV 56: Part III: O death, where is thy sting (Alto, Tenor) 0:59
23 Messiah, HWV 56: Part III: But thanks be to God (Chorus) 2:08
24 Messiah, HWV 56: Part III: If God be for us (Soprano) 4:29
25 Messiah, HWV 56: Part III: Worthy is the Lamb that was slain (Chorus) 3:18
26 Messiah, HWV 56: Part III: Amen (Chorus) 4:50
27 Messiah, HWV 56: Part II: He that dwelleth in heaven shall laugh them to scorn 0:11
28 Messiah, HWV 56: Part II: Thou shalt break them with a rod of iron 2:03
Susan Hamilton
Annie Gill
Clare Wilkinson
Nicholas Mulroy
Matthew Brook
Dunedin Consort
Dunedin Players
John Butt
Aqui estamos no terreno dos deuses. Temos uma São Mateus belíssima. O time dos sonhos destes 4 CDs deste post é Nikolaus Harnoncourt de luxe: Concentus Musicus Wien mais o King`s College Choir Cambridge, o Regensburger Domchor e um monte de cantores que alguém ficou de me ajudar a nomear a cada postagem do Bach 2000 e desistiu. A equipe que entrou em campo para os dois Magnificats — tão iguais e tão diferentes, como diria Wim Wenders — é exatamente a mesma.
IM-PER-DÍ-VEL
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 5
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BWV0243 Magnificat in D major 01 Chorus “Magnificat”
BWV0243 Magnificat in D major 02 Air “Et exultavit spiritus meus”
BWV0243 Magnificat in D major 03 Air “Quia respexit humilitatem”
BWV0243 Magnificat in D major 04 Chorus “Omnes generationes”
BWV0243 Magnificat in D major 05 Air “Quia mihi fecit magna”
BWV0243 Magnificat in D major 06 Duet “Et misericordia”
BWV0243 Magnificat in D major 07 Chorus “Fecit potentiam”
BWV0243 Magnificat in D major 08 Air “Deposuit potentes”
BWV0243 Magnificat in D major 09 Air “Esurientes implevit bonis”
BWV0243 Magnificat in D major 10 Trio “Suscepit Israel”
BWV0243 Magnificat in D major 11 Chorus “Sicut locutus est”
BWV0243 Magnificat in D major 12 Chorus “Gloria Patri”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 01 Chorus “Magnificat”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 02 Air “Et exultavit spiritus meus”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 03 Chorale “Vom Himmel hoch da komm’ ich her”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 04 Air “Quia respexit humilitatem”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 05 Chorus “Omnes generationes”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 06 Air “Quia mihi fecit magna”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 07 Chorale “Freut euch und jubilieret”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 08 Duet “Et misericordia”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 09 Chorus “Fecit potentiam”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 10 Chorale “Gloria in excelsis Deo”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 11 Air “Deposuit potentes”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 12 Air “Esurientes implevit bonis”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 13 Chorale “Virga Jesse floruit”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 14 Trio “Suscepit Israel”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 15 Chorus “Sicut locutus est”
BWV0243a Magnificat in E-flat major 16 Chorus “Gloria Patri”
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 6
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BWV0244 St Matthew Passion 01 Choir 1,2 “Kommt,ihr Töchter,helft mir klagen”
BWV0244 St Matthew Passion 02 Evangelist “Da Jesus diese Rede vollendet hatte”
BWV0244 St Matthew Passion 03 Chorale “Herzliebster Jesu,was hast du verbrochen”
BWV0244 St Matthew Passion 04a Evangelist “Da versammelten sich die Hohepriester”
BWV0244 St Matthew Passion 04b Choir 1,2 “Ja nicht auf das Fest”
BWV0244 St Matthew Passion 04c Evangelist “Da nun Jesus war zu Bethanien”
BWV0244 St Matthew Passion 04d Choir 1 “Wozu dient dieser Unrat”
BWV0244 St Matthew Passion 04e Evangelist “Da das Jesus merkete,sprach er zu ihnen”
BWV0244 St Matthew Passion 05 Recitative (alto 1) “Du lieber Heiland du”
BWV0244 St Matthew Passion 06 Aria (alto 1) “Buß und Reu”
BWV0244 St Matthew Passion 07 Evangelist “Da ging hin der Zwölfen einer”
BWV0244 St Matthew Passion 08 Aria (soprano 2) “Blute nur,du liebes Herz”
BWV0244 St Matthew Passion 09a Evangelist “Aber am ersten Tage der süßen Brot”
BWV0244 St Matthew Passion 09b Choir 1 “Wo willst du,daß wir dir bereiten”
BWV0244 St Matthew Passion 09c Evangelist “Er sprach”
BWV0244 St Matthew Passion 09d Choir 1 “Herr,bin ich’s”
BWV0244 St Matthew Passion 10 Chorale “Ich bin’s,ich sollte büßen”
BWV0244 St Matthew Passion 11 Evangelist “Er antwortete und sprach”
BWV0244 St Matthew Passion 12 Recitative (soprano 1) “Wiewohl mein Herz in Tränen schwimmt”
BWV0244 St Matthew Passion 13 Aria (soprano 1) “Ich will dir mein Herze schenken”
BWV0244 St Matthew Passion 14 Evangelist “Und da sie den Lobgesang gesprochen hatten”
BWV0244 St Matthew Passion 15 Chorale “Erkenne mich,mein Hüter”
BWV0244 St Matthew Passion 16 Evangelist “Petrus aber antwortete”
BWV0244 St Matthew Passion 17 Chorale “Ich will hier bei dir stehen”
BWV0244 St Matthew Passion 18 Evangelist “Da kam Jesus mit ihnen zu einem Hofe”
BWV0244 St Matthew Passion 19 Recitative (tenor 1,choir 2) “O Schmerz”,”Was ist die Ursach'”
BWV0244 St Matthew Passion 20 Aria (tenor 1,choir 2) “Ich will bei meinem Jesu wachen”
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 7
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BWV0244 St Matthew Passion 21 Evangelist “Und ging hin ein wenig”
BWV0244 St Matthew Passion 22 Recitative (bass 2) “Der Heiland fällt vor seinem Vater nieder”
BWV0244 St Matthew Passion 23 Aria (bass 2) “Gerne will ich mich bequemen”
BWV0244 St Matthew Passion 24 Evangelist “Und er kam zu seinen Jüngern”
BWV0244 St Matthew Passion 25 Chorale “Was mein Gott will”
BWV0244 St Matthew Passion 26 Evangelist “Und er kam,fand sie aber schlafend”
BWV0244 St Matthew Passion 27a Aria (soprano 1,alto 1,choir 2) “So ist mein Jesus nun gefangen”
BWV0244 St Matthew Passion 27b Choir 1,2 “Sind Blitze,sind Donner”
BWV0244 St Matthew Passion 28 Evangelist “Und siehe,einer aus denen”
BWV0244 St Matthew Passion 29 Chorale “O Mensch,bewein dein Sünde groß”
BWV0244 St Matthew Passion 30 2nd part – Aria (alto 1,choir 2) “Ach Nun ist mein Jesus hin”
BWV0244 St Matthew Passion 31 Evangelist “Die aber Jesum gegriffen hatten”
BWV0244 St Matthew Passion 32 Chorale “Mir hat die Welt trüglich gericht’t”
BWV0244 St Matthew Passion 33 Evangelist “Und wiewohl viel falsche Zeugen”
BWV0244 St Matthew Passion 34 Recitative (tenor 2) “Mein Jesus schweigt zu falschen Lügen stille”
BWV0244 St Matthew Passion 35 Aria (tenor 2) “Geduld”
BWV0244 St Matthew Passion 36a Evangelist “Und der Hohepriester antwortete”
BWV0244 St Matthew Passion 36b Choir 1,2 “Er ist des Todes schuldig”
BWV0244 St Matthew Passion 36c Evangelist “Da speieten sie aus”
BWV0244 St Matthew Passion 36d Choir 1,2 “Weissage uns,Christe”
BWV0244 St Matthew Passion 37 Chorale “Wer hat dich so geschlagen”
BWV0244 St Matthew Passion 38a Evangelist “Petrus aber saß draußen”
BWV0244 St Matthew Passion 38b Choir 2 “Wahrlich,du bist auch einer von denen”
BWV0244 St Matthew Passion 38c Evangelist “Da hub er an,sich zu verfluchen”
BWV0244 St Matthew Passion 39 Aria (alto 1) “Erbarme dich,mein Gott”
BWV0244 St Matthew Passion 40 Chorale “Bin ich gleich von dir gewichen”
BWV0244 St Matthew Passion 41a Evangelist “Des Morgens aber”
BWV0244 St Matthew Passion 41b Choir 1,2 “Was gehet uns das an”
BWV0244 St Matthew Passion 41c Evangelist “Und er warf die Silberlinge”
BWV0244 St Matthew Passion 42 Aria (bass 2) “Gebt mir meinen Jesum wieder”
BWV0244 St Matthew Passion 43 Evangelist “Sie hielten aber einen Rat”
BWV0244 St Matthew Passion 44 Chorale “Befiehl du deine Wege”
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 8
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BWV0244 St Matthew Passion 45a1 Evangelist “Auf das Fest aber”
BWV0244 St Matthew Passion 45a2 Choir 1,2 “Barabbam”
BWV0244 St Matthew Passion 45a3 Evangelist “Pilatus sprach zu ihnen”
BWV0244 St Matthew Passion 45b Choir 1,2 “Laß ihn kreuzigen”
BWV0244 St Matthew Passion 46 Chorale “Wie wunderbarlich ist doch diese Strafe”
BWV0244 St Matthew Passion 47 Evangelist “Der Landpfleger sagte”
BWV0244 St Matthew Passion 48 Recitative (soprano 1) “Er hat uns allen wohlgetan”
BWV0244 St Matthew Passion 49 Aria (soprano 1) “Aus Liebe will mein Heiland sterben”
BWV0244 St Matthew Passion 50a Evangelist “Sie schrieen aber noch mehr”
BWV0244 St Matthew Passion 50b Choir 1,2 “Laß ihn kreuzigen”
BWV0244 St Matthew Passion 50c Evangelist “Da aber Pilatus sahe”
BWV0244 St Matthew Passion 50d Choir 1,2 “Sein Blut komme über uns”
BWV0244 St Matthew Passion 50e Evangelist “Da gab er ihnen Barabbam los”
BWV0244 St Matthew Passion 51 Recitative (alto 2) “Erbarm es Gott”
BWV0244 St Matthew Passion 52 Aria (alto 2) “Können Tränen meine Wangen”
BWV0244 St Matthew Passion 53a Evangelist “Da nehmen die Kriegsknechte”
BWV0244 St Matthew Passion 53b Choir 1,2 “Gegrüßet seist du,Jüdenkönig”
BWV0244 St Matthew Passion 54 Chorale “O Haupt voll Blut und Wunden”
BWV0244 St Matthew Passion 55 Evangelist “Und da sie ihn verspottet hatten”
BWV0244 St Matthew Passion 56 Recitative (bass 1) “Ja Freilich will in uns das Fleisch”
BWV0244 St Matthew Passion 57 Aria (bass 1) “Komm,süßes Kreuz”
BWV0244 St Matthew Passion 58a Evangelist “Und da sie an die Stätte kamen”
BWV0244 St Matthew Passion 58b Choir 1,2 “Der du den Tempel Gottes zerbrichst”
BWV0244 St Matthew Passion 58c Evangelist “Desgleichen auch die Hohenpriester”
BWV0244 St Matthew Passion 58d Choir 1,2 “Andern hat er geholfen”
BWV0244 St Matthew Passion 58e Evangelist “Desgleichen schmäheten ihn auch die Mörder”
BWV0244 St Matthew Passion 59 Recitative (alto 1,choir 2) “Ach Golgatha”
BWV0244 St Matthew Passion 60 Aria (alto 1,choir 2) “Sehet,Jesus hat die Hand”,”Wohin”
BWV0244 St Matthew Passion 61a Evangelist “Und von der sechsten Stunde an”
BWV0244 St Matthew Passion 61b Choir 1 “Der rufet den Elias”
BWV0244 St Matthew Passion 61c Evangelist “Und bald lief einer unter ihnen”
BWV0244 St Matthew Passion 61d Choir 2 “Halt,laß sehen”
BWV0244 St Matthew Passion 62 Chorale “Wenn ich einmal soll scheiden”
BWV0244 St Matthew Passion 63a Evangelist “Und siehe da,der Vorhang im Tempel”
BWV0244 St Matthew Passion 63b Choir 1,2 “Wahrlich,dieser ist Gottes Sohn gewesen”
BWV0244 St Matthew Passion 63c Evangelist “Und es waren viel Weiber da”
BWV0244 St Matthew Passion 64 Recitative (bass 1) “Am Abend da es kühle war”
BWV0244 St Matthew Passion 65 Aria (bass 1) “Mache dich,mein Herze,rein”
BWV0244 St Matthew Passion 66a Evangelist “Und Joseph nahm den Leib”
BWV0244 St Matthew Passion 66b Choir 1,2 “Herr,wir haben gedacht”
BWV0244 St Matthew Passion 66c Evangelist “Pilatus sprach zu ihnen”
BWV0244 St Matthew Passion 67 Recitative “Nun ist der Herr zur Ruh gebracht”
BWV0244 St Matthew Passion 68 Choir 1,2 “Wir setzen uns mit Tränen nieder”
A capa deste álbum incomoda em três pontos: no design feio, no marketing e no esquecimento (ou será machismo?) de Ustvolskaya. A feiura da capa vocês podem perceber. O design é marketeiro pois coloca o nome de Górecki em caixa muito mais alta do que o nome de Pärt, que em 1994 — época do lançamento deste álbum — era menos conhecido que Górecki suponho eu. Esquecida pois mesmo as obras de Ustvolskaya ocupando a maior parte do álbum, o nome dela nem aparece na capa, só na parte de trás.
Mas apesar desses escorregões, é um álbum razoável.
As obras de Pärt vocês já estão cansados de ouvir. A sonata no. 1 e os quatro prelúdios de Górecki são tensos, imprevisíveis e violentos em alguns momentos. Algo que é inteiramente diferente da calmaria das obras de Pärt no começo do álbum, o que causa um estranhamento se ouvimos tudo em sequência.
Mas nada supera a deliciosa violência e tensão do piano de Ustvolskaya. Seus prelúdios dançam entre a leveza e a tensão. Se ouvirmos puramente os doze prelúdios, nos parece que falta algo na obra, como se estivesse inacabada. O álbum termina com a sonata no. 6 de Galina, tensa, densa e pesada. Tipicamente o estilo de Galina que assusta uns e leva outros ao gozo.
Arvo Pärt (1935):
01 Fur Alina
Variationen Zur Gesundung Von Arinushka
02 I: Moderato
03 II
04 III
05 IV: Piu Mosso
06 V
07 VI
Henryk Górecki (1933-2010):
Sonata No. 1
08 Allegro Molto, Con Fuoco
09 Grave Pesante E Corale
10 Allegro Vivace, Ma Non Troppo
Four Preludes
11 Molto Agitato
12 Lento-recitativo
13 Allegro Scherzando
14 Molto Allegro Quasi Presto
Galina Ustvolskaya (1919-2006):
Twelve Preludes
15 I
16 II
17 III
18 IV
19 V
20 VI
21 VII
22 VIII
23 IX
24 X
25 XI
26 XII
Penso que esta caixa de 5 LPs, salva por um santo no avaxhome, dê a perspectiva perfeita do que é a música de György Ligeti. A caixa é de 1984 e foi concebida pele gravadora Wergo Studio-reihe neuer Musik. O texto abaixo foi retirado da Wiki. Transcrevo-o aqui na esperança de que alguéns se interessem por Ligeti. Ah, e já preparei meu estômago para suportar as lastimáveis piadinhas daquelas pessoas limitadas a poucos compositores e estilos e que fazem piadas com “hehe”. Puro ruído de galinhas que gostariam de ser reconhecidas pelo ouvido absoluto de Schumann (essa foi muito mais elegante, exata e histórica do que a maioria de vocês imagina…; afinal, Schumann, o qual tinha ouvido absoluto, reconhecia suas galinhas através da tonalidade que emitiam e um dos hostis às modernagens do blog costuma melar a cueca com Bob Schu; OK, baixei o nível). Ah, IMPORTANTE: se um de vocês tiver a lista de músicos que participaram das gravações, peço que faça o favor de informar. Eu não sei nada, só sei que é bom demais.
IM-PER-DÍ-VEL !!!!
György Sándor Ligeti (Dicsőszentmárton, 28 de maio de 1923 — Viena, 12 de junho de 2006) foi um compositor húngaro judeu, amplamente considerado como um dos mais notáveis compositores de música erudita do século XX. Sua obra mais famosa é a ópera Le Grand Macabre. Também é conhecido por algumas músicas das trilhas sonoras de filmes como 2001: Uma Odisséia no Espaço e Eyes Wide Shut.
Biografia
Ligeti nasceu em Dicsőszentmárton (em romeno: Diciosânmartin, atualmente Târnăveni), na região da Transilvânia, Romênia. Era sobrinho-neto do violinista Leopold Auer. à época, Dicsőszentmárton era um povoado húngaro de população judaica. Ligeti dizia que seu primeiro contato com a língua romena foi em um dia quando ouviu policiais falando naquele idioma. Após deixar sua terra natal, não voltaria mais até a década de 1990.
Ligeti recebeu suas primeiras instruções musicais no conservatório de Cluj/Kolozsvár, no centro da Transilvânia. Sua educação parou em 1943 quando, por ser judeu, foi coagido a trabalhar para os nazistas. Seus pais, seu irmão e outros parentes foram deportados para o campo de concentração de Auschwitz, onde foram executados. Sua mãe foi a única que sobreviveu.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, Ligeti voltou a estudar, em Budapeste, graduando-se em 1949. Estudou com Pál Kadosa, Ferenc Farkas, Zoltán Kodály e Sándor Veress. Realizou um trabalho etnomusicológico sobre a música folclórica romena, mas, depois de um ano, voltou à antiga escola em Budapeste e foi nomeado professor de harmonia, contraponto e análise musical. Naquele tempo, o contato entre a Hungria e o ocidente estavam rompidos pelo, então, governo comunista, e Ligeti teve de ouvir secretamente as transmissões do rádio para se inteirar dos progressos musicais no mundo. Em dezembro de 1956, mudou-se para Viena e tornou-se cidadão austríaco.
Pôs-se, então, em contato com várias das figuras-chaves da música de vanguarda que nao eram conhecidas na isolada Hungria de seu tempo. Entre os vanguardistas, estavam compositores como Karlheinz Stockhausen e Gottfried Michael Koenig, que atuavam na música electrónica. Ligeti trabalhou com ela no mesmo estúdio que tinha em Colônia, e se inspirou com os sons que criava lá. Todavia, produziu pouca música propriamente eletrônica, concentrando-se mais nas obras isntrumentais com certas nuances que lembravam a música eletrônica.
Desde esse tempo, a obra de Ligeti começou a se tornar mais conhecida e respeitada. Mais recentemente, seus três livros de estudos para piano adquiriram grande difusão devido às gravações feitas por Pierre-Laurent Aimard, Fredrik Ullén, entre outros.
Ligeti deu aulas em Darmstadt, Hamburgo, Estocolmo e Stanford. Foi também professor na Hamburg Hochschule für Musik und Theater em 1973, retirando-se em 1989. No início da década de 1980, sofreu problemas cardíacos que o levaram a se ausentar por vários anos do cenário musical, até ter aparecido com o Trio para Trompa, Violino e Piano (1983). Desde então, sua produção foi abundante até os anos 1990. Após 2000, seus problemas de saúde voltaram a aparecer e nenhuma obra mais foi escrita desde o ciclo de canções Síppal, dobbal, nádihegedüvel (“Com pipas, tambores, violinos”, 2000). Faleceu em Viena, em junho de 2006.
Além da música, Ligeti também se interessou pela geometria fractal de Benoît Mandelbrot, e nas obras literárias de Lewis Carroll e Douglas R. Hofstadter.
O filho de Ligeti, Lukas Ligeti, é um compositor e percussionista que vive hoje em Nova York.
A música de Ligeti
As primeiras obras de Ligeti são uma extensão da linguagem musical de seu compatriota Béla Bartók. Por exemplo, suas peças para piano Musica Ricercata (1951 – 53), foram comparadas com as do Mikrokosmos de Bartók . A coleção de Ligeti tem onze peças ao todo, A primeira usa somente uma nota “lá” executada em diversas oitavas. Só no fim da peça é possível escutar a segunda nota – “ré”. A segunda peça emprega três notas diferentes, a terceira emprega quatro, e assim até o fim, de tal forma que a décima-primeira peça usa todas as doze notas da escala cromática.
Nessa primeira parte de sua carreira, Ligeti foi afetado pelo regime comunista da Hungria daquele tempo, que impunha a estética do realismo socialista. A décima peça da Musica Ricercata foi proibida pelas autoridades por considerarem-na “decadente”. Isto se deveu provavelmente ao uso muito livre dos intervalos de segunda menor. Devido à ousadia de suas intenções musicais, é fácil de supor a razão por ter decidido deixar a Hungria.
Uma vez estabelecido em Colônia, começou a compor música electrónica junto a Karlheinz Stockhausen. Entretanto, suas obras para essa linguagem se resumem em três:, dentre as quais Glissandi (1957) e Artikulation (1958), antes de voltar à música instrumental e à vocal. Suas composições, então, apareceram influenciadas por suas experiências eletrônicas e muitos dos efeitos sonoros que criou lembram outras obras eletrônicas. A obra Apparitions (1958-59) foi a primeira a atrair a atenção da crítica, mas foi sua obra seguinte, Atmosphères, a mais conhecida atualmente. Foi usada, junto com fragmentos de Lux aeterna e seu Réquiem como parte de la trilha sonora de 2001: Uma Odisséia no Espaço de Stanley Kubrick – sem a autorização do próprio Ligeti.
Atmosphères (1961) é uma peça para uma grande orquesta sinfônica. É considerada peça-chave na produção de Ligeti e contém muitos dos recursos explorados durante a década de 1960. Abandonou o foco na melodia, na harmonia e no ritmo, para se concentrar apenas no timbre dos sons, uma técnica conhecida como “massa de som. Cada nota da escala cromática soa em cinco oitavas. A peça se desenvolve a partir desse acorde, com nuances sempre distintas.
Ligeti cunhou o termo “micropolifonia” à técnica composicional que usou em Atmosphères, Apparitions e outras obras daquela época. Assim a definiu: “a complexa polifonia das partes individuais está fundida num fluxo harmônico-musical, no qual as harmonias não mudam subitamente; em vez disso, mesclam-se umas com as outras. É uma combinação de intervalos claramente reconhecível e que vai se tornando nebulosa. Nesta nebulosidade, pode-se distingüir uma nova combinação de intervalos se formando”.
Da década de 1970 em diante, Ligeti se afastou do cromatismo total e começou a se concentrar no ritmo. Interessou-se, particularmente, nos aspectos rítmicos da música africana, em especial na dos pigmeus. Em meados de 1970, escreveu a ópera “Le Grand Macabre”, com base no teatro do absurdo com muitas referências escatológicas. Sua música dos anos 1980 e 90 deram ênfase a complexos mecanismos rítmicos, em uma linguagem menos densamente cromática (tendendo a favorecer as tríades maiores e menores deslocadas e estruturas polimodais).
A última obra de Ligeti foi o Concerto de Hamburgo para trompa e orquestra de câmara (1998-99, revisado em 2003).
Lista de obras
Andante e Allegro para quarteto de cordas (1950)
Baladi joc para dois violinos (1950)
Concert românesc para orquestra (1951)
Musica ricercata para piano (1951-1953)
Seis bagatelas para quinteto de sopros (1953)
Quarteto de cordas nº 1 “Métamorphoses nocturnes” (1953-54)
Glissandi, música eletrônica (1957)
Artikulation, música eletrônica (1958)
Apparitions para orquestra (1958-59)
Atmosphères para orquestra (1961)
Volumina para órgão (1961-62, revisado em 1966)
Poème Symphonique para 100 metrônomos (1962)
Réquiem para soprano e mezzosoprano solistas, coro misto e orquestra (1963-65)
Concerto para violoncelo e orquestra (1966)
Lux Aeterna para 16 solistas (1966)
Lontano para orquesta (1967)
Dois estudos para órgão (1967, 1969)
Continuum para cravo (1968)
Ramifications para 12 instrumentos de corda solistas (1968-69)
Quarteto de cordas nº 2 (1968)
Dez peças para quinteto de sopros (1968)
Concerto de câmara para 13 instrumentos (1969-70)
Melodien para orquestra (1971)
Concerto duplo para flauta, oboé e orquestra (1972)
Clocks and Clouds para 12 vozes femininas (1973)
San Francisco Polyphony para orquestra (1973-74)
Le Grand Macabre, ópera (estreada en 1978)
Études pour piano, Premier livre (1985)
Concerto para piano e orquestra (1985-88)
Concerto para violino e orquestra (1992)
Études pour piano, Deuxième livre (1988-94)
Concerto de Hamburgo para trompa e orquestra de câmara com quatro trompas naturais obligato (1998-99, revisado em 2003)
Síppal, dobbal, nádihegedűvel: Weöres Sándor verseire (2000)
Études pour piano, Troisième livre (1995-2001)
Prêmios
Grawemeyer Award for Music Composition (Etudes for Piano) (1986)
Prémio Balzan (1991)
Schock Prize for Musical Arts (1995)
Kyoto Award (2001)
Polar Music Prize (2004)
György Ligeti – Selected Works 5-LP Box Set
1-01 Streichquartett No 1
1-02 Streichquartett No 2
1-03 Streichquartett No 2
1-04 Streichquartett No 2
1-05 Streichquartett No 2
1-06 Streichquartett No 2
2-01 Continuum
2-02 Zehn Stucke fur Blaserquintett
2-03 Artikulation
2-04 Glissandi
2-05 Etuden No.1 Harmonies
2-06 Etuden No.2 Coulee
2-07 Volumina
3-01 Kammerkonzert
3-02 Ramifications Version fur Streichorchester
3-03 Ramifications Version fur 12 Solostreicher
3-04 Lux aeterna
3-05 Atmospheres
4-01 Konzert fur Violoncello und Orchester
4-02 Lontano
4-03 Doppelkonzert
4-04 San Francisco Polyphony
5-01 Requiem
5-02 Aventures
5-03 Nouvelles Aventures
E finalmente chegamos à Missa em Si Menor, BWV 232, tida por muitos como a maior obra de Bach e quiçá de todos os tempos. A gravação de Harnoncourt é realmente muito boa, assim como a das Missas Breves dos CDs 3 e 4 desta caixa. As faixas estão indicadas de forma miraculosamente correta, coisa anormal nesta coleção algo confusa.
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 1
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BWV0232 Mass in B minor 01 Kyrie eleison
BWV0232 Mass in B minor 02 Christe eleison
BWV0232 Mass in B minor 03 Kyrie eleison
BWV0232 Mass in B minor 04 Gloria in excelsis Deo
BWV0232 Mass in B minor 05 Laudamus te
BWV0232 Mass in B minor 06 Gratias agimus tibi
BWV0232 Mass in B minor 07 Domine Deus
BWV0232 Mass in B minor 08 Qui tollis
BWV0232 Mass in B minor 09 Qui sedes
BWV0232 Mass in B minor 10 Quoniam tu solus
BWV0232 Mass in B minor 11 Cum Sancto Spiritu
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 2
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BWV0232 Mass in B minor 12 Credo in unum Deum
BWV0232 Mass in B minor 13 Patrem omnipotentem
BWV0232 Mass in B minor 14 Et in unum Dominum
BWV0232 Mass in B minor 15 Et incarnatus est
BWV0232 Mass in B minor 16 Crucifixus
BWV0232 Mass in B minor 17 Et resurrexit
BWV0232 Mass in B minor 18 Et in Spiritum
BWV0232 Mass in B minor 19 Confiteor
BWV0232 Mass in B minor 20 Et expecto
BWV0232 Mass in B minor 21 Sanctus
BWV0232 Mass in B minor 22 Osanna
BWV0232 Mass in B minor 23 Benedictus
BWV0232 Mass in B minor 24 Osanna
BWV0232 Mass in B minor 25 Agnus Dei
BWV0232 Mass in B minor 26 Dona nobis pacem
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 3
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BWV0233 Mass in F major 1 Kyrie
BWV0233 Mass in F major 2 Gloria
BWV0233 Mass in F major 3 Domine Deus
BWV0233 Mass in F major 4 Qui tollis
BWV0233 Mass in F major 5 Quoniam
BWV0233 Mass in F major 6 Cum Sancto Spiritu
BWV0234 Mass in A major 1 Kyrie
BWV0234 Mass in A major 2 Gloria
BWV0234 Mass in A major 3 Domine Deus
BWV0234 Mass in A major 4 Qui tollis
BWV0234 Mass in A major 5 Quoniam
BWV0234 Mass in A major 6 Cum Sancto Spiritu
BWV0239 Sanctus in D minor
BWV0240 Sanctus in G major
BWV0241 Sanctus in D major
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Bach 2000 – Caixa 6, CD 4
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BWV0236 Mass in G major 1 Kyrie
BWV0236 Mass in G major 2 Gloria
BWV0236 Mass in G major 3 Gratias agimus tibi
BWV0236 Mass in G major 4 Domine Deus
BWV0236 Mass in G major 5 Quoniam
BWV0236 Mass in G major 6 Cum Sancto Spiritu
BWV0235 Mass in G minor 1 Kyrie
BWV0235 Mass in G minor 2 Gloria
BWV0235 Mass in G minor 3 Gratias agimus tibi
BWV0235 Mass in G minor 4 Domine Fili
BWV0235 Mass in G minor 5 Qui tollis
BWV0235 Mass in G minor 6 Cum Sancto Spiritu
BWV0237 Sanctus in C major
BWV0238 Sanctus in D minor
BWV0242 Christe eleison in G minor
Hoje não farei uma análise propriamente minha, pois estou com pouco tempo, mas deixo aqui uma ótima análise de um consumidor da Amazon (se alguém requisitar, posso traduzir depois):
“This disc is a single-composer study, of which it can be said that some items are better examples of his work than others. Two works on this disc show Part’s tintinnabuli style in full bloom. “Miserere” itself is over thirty minutes long, and by far the best item in the programme. A setting of Psalm 51 in Latin (the same text as set in the famous Allegri “Miserere”) with verses interpolated from the “Dies Irae” of the Missa pro Defunctis, this work shows how Part’s style can magically draw a wealth of emotions from the simplest of musical concepts. Indeed, the work opens with the barest of motifs: the words of the psalm are chanted on three notes by a high solo tenor, interspersed with triadic statements (the so-called tintinnabuli pitches) on clarinet, and moreover bound together with distinct silences. This develops as the text unfolds: a solo counter-tenor joins the tenor in a haunting duet; meanwhile the instrumental ensemble expands to include other woodwinds and organ, all of which offer what appears to be a delicate wordless commentary. An abrupt change of pace comes with the “Dies Irae” verses, sung by a four-part chamber choir with massive, apocalyptic statements from woodwinds, brass, organ, percussion and electric guitars (!) – yet all is in the same style as the opening. After this massive outburst of terror, the opening discourse returns, sung by soloists (soprano, counter-tenor, two tenors and a bass). The interplay of voices and instruments carries the text forward in strikingly beautiful and sensitive ways. The work ends, in pure penitence and supplication, with a further choral statement, this time sung with heart-rending quietness: the “Rex tremendae” verse of the “Dies Irae,” bringing the work to a close. It truly is one of Part’s masterpieces – a proof that the extreme simplicity of the tintinnabuli style need not be limited to small-scale works, and can indeed break free of sounding annoying or repetitive. Recorded here in a very generous acoustic, played and sung with clarity and gravity, and carrying a beautifully sustained emotional weight, this is a definitive performance – a real gem.
The other tintinnabuli work (track 2) is “Festina lente” – “hurrying slowly” – which is scored for string orchestra and harp and makes use of the mensuration canon technique employed by the composer in “Miserere” and other works. This is a softer and more direct piece than “Miserere,” but the effect is refreshing after the profound writing of the former – and like “Miserere,” it is sensitively performed here.
The last work on the disc may at first seem off-putting. “Sarah was ninety years old” was composed just prior to Part’s formation of tintinnabuli (he had previously written serial music, like that of Schoenberg). It is a minimalist piece – the first four minutes or so feature nothing but a single drum, played with two beaters to produce alternating timbres of sound. These timbres are hacked out in a single rhythmic pattern that never seems to end: this is said to symbolise the ninety years of barren life lived by Sarah, wife of Abraham in the biblical book of Genesis. Presently, two tenors enter with an array of chords, cycling around each other and also set to a basic repeating rhythm. After more knocking from the drum and more very simple vocal droning, the organ enters, massive yet restrained, and an ecstatic solo soprano takes up the wordless narrative – Sarah conceives a child, the first of many that became the Israelites in the Genesis story. At first hearing (and perhaps several subsequent ones) this piece will seem dull and pointless; it does have a remarkable meaning, however, and it is quite gem-like even as it is barren and seemingly devoid of musical content.
Having described the contents of this disc, I feel that ultimately no description, not even the more explicitly-detailed ones given in the booklet, can prepare the listener for this music. If you like Arvo Part, it is essential listening; if you like the Hilliard Ensemble, it is one of their outstanding performances beyond any doubt. Some listeners may find it tedious, others may simply find it too overwhelming and give it a miss. However, with its excellent performances and intricate designs (such as are a hallmark of ECM New Series), this record is certainly very special.”
Arvo Pärt (1935): Miserere
01 Miserere
02 Festina Lente
03 Sarah Was Ninety Years Old
The Hilliard Ensemble
Orchester Der Beethovenhalle Bonn
Dennis Russell Davies, conductor
A pianista canadense Angela Hewitt é provavelmente o grande nome do piano da atualidade quando falamos em Bach. Nosso mentor e guru PQP Bach é fã de carterinha dela.
Então ele vai ficar muito feliz com essa nova gravação de sua musa, novamente encarando as magníficas Variações Goldberg, quinze anos após sua primeira gravação.
A primeira gravação que ouvi destas Variações foi do grande cravista e musicólogo norte americano Ralph Kirkpatrick, há uns quarenta anos atrás, LP este que ainda possuo, e graças a tecnologia consegui recuperar esta gravação, que postei há alguns anos atrás, mas com certeza o link já se foi há bastante tempo.
Digamos que este seja meu presente de Natal para ele e para todos os nossos fiéis leitores – ouvintes.
P.S. Problemas técnicos alheios à minha vontade tornaram esta postagem uma postagem a quatro mãos, escrevi o texto, e PQPBach subiu o arquivo para o servidor. Um belo trabalho de equipe.
Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Goldberg Variations – Angela Hewitt (2016)
Aqui Steve Reich permanece mais uma vez fiel a seu corolário de dialogar com a música popular e traz, além dos guitarristas mandando bala na Electric Counterpoint — dedicada e gravada originalmente por Pat Metheny — e dos seis pianos de Piano Counterpoint, Radio Rewrite, que é baseada em canções do grupo inglês Radiohead.
Não canso de deixar clara uma das opiniões do genial Reich:
Todos os músicos do passado, começando na Idade Média, estavam interessados na música popular. A música de Béla Bartók se fez inteiramente com fontes de música tradicional húngara. E Igor Stravinsky, ainda que gostasse de nos enganar, utilizou toda a sorte de fontes russas para seus primeros balés. A grande obra-prima Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill, utiliza o estilo de cabaret da República de Weimar. Arnold Schoenberg e seus seguidores criaram um muro artificial, que nunca existiu antes. Minha geração atirou o muro abaixo e agora estamos novamente numa situação normal. Por exemplo, se Brian Eno ou David Bowie recorrem a mim e se músicos populares reutilizam minha música, como The Orb ou DJ Spooky, é uma coisa boa. Este é um procedimento histórico habitual, normal, natural.
Steve Reich
O terceiro movimento de Electric Counterpoint (Fast):
Steve Reich (1936): Radio Rewrite
1. Electric Counterpoint: I. Fast
2. Electric Counterpoint: II. Slow
3. Electric Counterpoint: III. Fast
4. Piano Counterpoint (para seis pianos)
5. Radio Rewrite: I. Fast
6. Radio Rewrite: II. Slow
7. Radio Rewrite: III. Fast
8. Radio Rewrite: IV. Slow
9. Radio Rewrite: V. Fast
O BWV, diferentemente do catálogo Koechel das obras de Mozart, não é um catálogo cronológico. Como o Bach 2000 foi organizado por ordem de BWV é óbvio que há partes mais frias e partes mais quentes. Digo que a coisa só está esquentando — a próxima obra já é a Missa em Si Menor, depois vêm o Magnificat e as Paixões — e que estes CDs já são bem difíceis de segurar nas mãos por longo tempo…
Enjoy!
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Bach 2000 – Caixa 5, CD 9
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BWV0214 Cantata 1 Coro “Tönet ihr Pauken- Erschallet,Trompeten”
BWV0214 Cantata 2 Recitativo (tenor) “Heut ist der Tag”
BWV0214 Cantata 3 Aria (soprano) “Blast die wohlgegriffnen Flöten”
BWV0214 Cantata 4 Recitativo (soprano) “Mein knallendes Metall”
BWV0214 Cantata 5 Aria (alto) “Fromme Musen”
BWV0214 Cantata 6 Recitativo (alto) “Unsre Königin im Lande”
BWV0214 Cantata 7 Aria (bass) “Kron und Preis gekrönter Damen”
BWV0214 Cantata 8 Recitativo (bass) “So dringe in das weite Erdenrund”
BWV0214 Cantata 9 Coro “Blühet,ihr Linden in Sachsen”
BWV0215 Cantata 1 Coro (coro1,2) “Preise dein Glücke,gesegnetes Sachsen”
BWV0215 Cantata 2 Recitativo (tenor) “Wie können wir,großmächtigster August”
BWV0215 Cantata 3 Aria (tenor) “Freilich trotzt Augustus’ Name”
BWV0215 Cantata 4 Recitativo (bass) “Was hat dich sonst,Sarmatien,bewogen”
BWV0215 Cantata 5 Aria (bass) “Rase nur,verwegner Schwarm”
BWV0215 Cantata 6 Recitativo (soprano) “Ja,ja- Gott ist uns noch mit seiner Hülfe nah”
BWV0215 Cantata 7 Aria (soprano) “Durch die von Eifer entflammeten Waffen”
BWV0215 Cantata 8 Recitativo (soprano,tenor,bass) “Laß doch,o teurer Landesvater,zu”
BWV0215 Cantata 9 Coro “Stifter der Reiche,Beherrscher der Kronen”
A nona sinfonia de Beethoven. Primeira sinfonia que utilizou coro em sua composição. Ao longo da história, utilizada com fins políticos tanto por socialistas, conservadores e liberais. Aclamada como o hino nacional da União Europeia em 1972. Foi escolhida, por Carl Sagan e outros cientistas, dentre todas as obras musicais da humanidade para integrar o disco de ouro que juntamente com milhares de outras informações sobre a humanidade, foi acoplada à sonda Voyager, que hoje já está fora de nosso sistema solar. Foi a partir do tamanho necessário para gravar uma interpretação completa sua (60-75 minutos em média), que foi definido o diâmetro atual de um CD. Já foi postada dezenas de vezes aqui no blog. O que há mais para dizer sobre esta sinfonia que vocês não saibam?
Gosto bastante dessa interpretação de Karl Böhm. Ele sabe diminuir a velocidade na hora certa e ser rápido e conciso quando é necessário. Embora em algumas partes ele possa ser lento até demais.
Divirtam-se.
Beethoven: Symphonie No. 9
Ludwig van Beethoven (1770-1827):
Symphony No. 9 in D minor Op. 125 “Choral”
01 I. Allegro ma non troppo, un poco majestoso
02 II. Molto vivace
03 III. Adagio molto e cantabile
04 IV. Presto
05 V. ‘O Freunde, nicht diese Töne’ – Allegro assai
Konzertvereinigung Wiener Staatsopernchor
Wiener Philharmoniker
Karl Böhm, conductor
Jessye Norman, soprano
Brigitte Fassbaender, mezzo-soprano
Plácido Domingo, tenor
Walter Berry, bass
Excelente gravação de Concertos para Violino de Vivaldi. Aqui, Vivaldi comprova o que todos sabem: o fato de que era capz de compor música boa e feliz. A alegre aparência dos seus trabalhos estão entre as razões da vasta popularidade da sua música. Esta popularidade rapidamente o tornou famoso em países como a França, na época muito fechada em seus valores nacionais, e na Alemanha. Johann Sebastian Bach foi influenciado por Vivaldi, tendo transcrito alguns de seus concertos para o cravo e para o órgão, bem como alguns para orquestra, incluindo o famoso Concerto para Quatro Violinos e Violoncelo, Cordas e Baixo Contínuo (RV580). Contudo, nem todos os músicos demonstraram o mesmo entusiasmo: Igor Stravinsky afirmou em tom provocativo que Vivaldi não teria escrito centenas de concertos — escreveu 477 deles — mas um único, repetido centenas de vezes. Não sou um admirador hiper entusiasmado de Vivaldi, mas discordo do Igor.
Antonio Vivaldi (1678-1741): 6 Concerti per violino
Concerto in re maggiore per violino, archi e continuo op. 8
“Il cimento dell’armonia e dell’inventione”
n.11 – FI n.30 – RV 210
1. Allegro (5:18)
2. Largo (3:01)
3. Allegro (4:53)
Concerto in mi minore per violino, archi e continuo
“Il favorito” – FI n. 208 – RV 277
4. Allegro (4:45)
5. Andante (4:21)
6. Allegro (4:48)
Concerto in mi maggiore per violino, archi e continuo
“L’amoroso” – FI n. 127 – RV 271
7. Allegro (4:11)
8. Cantabile (2:16)
9. Allegro (3:44)
Concerto in la minore per 2 violini, archi e continuo op.3
“L’estro armonico” – n.8 – FI n. 177 – RV 522
10. Allegro (3:53)
11. Larghetto e spiritoso (4:13)
12. Allegro (3:36)
Concerto in do maggiore per violino, archi in 2 cori e continuo
“Per la Ss. Assontione di Maria Vergine” – FI n.13 – RV 581
13. Adagio e staccato – Allegro (5:24)
14. Largo (3:02)
15. Allegro (4:26)
Concerto in fa miaggiore per violino, archi e continuo
“Per la solennità di S.Lorenzo – FI n.20 – RV 286
16. Largo molto e spiccato (5:57)
17. Allegro (3:05)
18. Allegro non molto (5:09)
Se você tiver que escolher um post de Cantatas para baixar, deve escolher este. Grandes Cantatas estas PROFANAS, a maioria sob a regência de Ton Koopman. Aqui estão a do Café e todas as outras. Um notável grupo de obras de Bach!
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Bach 2000 – Caixa 5, CD 5
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BWV0205 Cantata 01 Coro “Zerreißet,zersprenget,zertrümmert die Gruft”
BWV0205 Cantata 02 Recitativo (bass) “Ja- Ja- Die Stunden sind nunmehro nah”
BWV0205 Cantata 03 Aria (bass) “Wie will ich lustig lachen”
BWV0205 Cantata 04 Recitativo (tenor) “Gefürcht’ter Aeolus”
BWV0205 Cantata 05 Aria (tenor) “Frische Schatten,meine Freude”
BWV0205 Cantata 06 Recitativo (bass) “Beinahe wirst du mich bewegen”
BWV0205 Cantata 07 Aria (alto) “Können nicht die roten Wangen”
BWV0205 Cantata 08 Recitativo (soprano,alto) “So willst du,grimmger Aeolus”
BWV0205 Cantata 09 Aria (soprano) “Angenehmer Zephyrus”
BWV0205 Cantata 10 Recitativo (soprano,bass) “Mein Aeolus,ach”
BWV0205 Cantata 11 Aria (bass) “Zurücke,zurücke,geflügelten Winde”
BWV0205 Cantata 12 Recitativo (soprano,alto,tenor) “Was Lust- Was Freude”
BWV0205 Cantata 13 Aria (Duetto) (alto,tenor) “Zweig und Äste”
BWV0205 Cantata 14 Recitativo (soprano) “Ja,ja- ich lad euch selbst zu dieser Feier ein”
BWV0205 Cantata 15 Coro “Vivat August”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 01 Recitativo (tenor) “Schweigt stille,plaudert nicht”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 02 Aria (bass) “Hat man nicht mit seinen Kindern”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 03 Recitativo (soprano,bass) “Du böses Kind,du loses Mädgen”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 04 Aria (soprano) “Ei,wie schmeckt der Coffee süße”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 05 Recitativo (soprano,bass) “Wenn du mir nicht den Coffee läßt”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 06 Aria (bass) “Mädgen,die von harten Sinnen”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 07 Recitativo (soprano,bass) “Nun folge,was dein Vater spricht”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 08 Aria (soprano) “Heute noch”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 09 Recitativo (tenor) “Nun geht und sucht der alte Schlendrian”
BWV0211 Cantata (Coffee Cantata) 10 Coro (soprano,tenor,bass) “Die Katze läßt das Mausen nicht”
Quero discutir com vocês um pouco sobre música modal. Para entender melhor boa parte das obras de Pärt que postei até agora e as que virão no futuro, é bom ter uma noção do que se está escutando.
Imaginem algo circular, que não tem um fim, mas apenas uma progressão estável e contínua, variando muito pouco em sua forma e sempre retornando para os mesmos pontos. Essa ideia de circularidade não é apenas a ideia de história que tinham, por exemplo, os gregos antigos, ou os povos ameríndios do século XVI, é uma ideia que predominou na construção musical que veio do oriente e que se fixou por séculos no ocidente, o chamado cantochão (mais conhecido como canto gregoriano). A música ocidental como a conhecemos, a qual chamamos tonal, só veio a nascer com a Ars Nova no século XIII. Ao contrário da música modal, que anda em círculos, a música tonal possui uma construção teleológica, ou seja, com um telos, ou um fim. A música tonal poderíamos dizer, é como uma montanha russa, cheia de altos e baixos, enquanto a música modal, permanence constante e linear.
Um bom exemplo do que quero dizer é o segundo movimento de Tabula Rasa, Silentum, onde a música permanece constante e parece estar num ciclo infinito. Semelhantemente, quando forem ouvir a Kanon Pokajanen, entre um Ode e outro pode lhes parecer estar na mesma música, e durante vários momentos ao longo do álbum alguns modos se repetem. Se pensarmos bem, é até contraditório que o cristianismo, religião que delimita um fim pra história, possa conter em sua cultura algo de cíclico, sem fim. Mas a musica modal ocidental é resultado do contato com o oriente, cuja visão da história é, em algumas culturas, cíclica. Por isso que, um compositor, que em pleno final do século XX recupera a imemorável tradição musical medieval sacra, veio a surgir justamente no leste europeu, sob o cristianismo ortodoxo, que, querendo ou não, ainda conserva certas influências do oriente medieval.
Este é um álbum para se ouvir no momento mais espiritual e calmo possível. Um dia nublado, silencioso, uma enorme paz no espírito e aquele sentimento de que ouvir qualquer coisa dramática demais não vai cair bem. Desligue a TV (como brincou o próprio Pärt sobre como essa música deveria ser ouvida), o celular, e sinta a beleza e o imenso poder de uma fé.
Arvo Pärt (1935): Kanon Pokajanen for soloists & mixed choir
CD1
Kanon Pokajanen
01 Ode I
02 Ode III
03 Ode IV
04 Ode V
05 Ode VI
CD2
01 Kondakion
02 Ikos
03 Ode VII
04 Ode VIII
05 Ode IX
06 Prayer After the Canon
Estonian Philharmonic Chamber Choir
Tõnu Kaljuste, conductor
Ave Moor, alto
Kaia Urb, soprano
Tiit Kogerman, tenor
Este vinil foi digitalizado pelo extraordinário blog holandês 33 toeren klassiek ao qual agradecemos muitíssimo. Conheci este vinil na antiga coleção The Bach Guild com o The Griller String Quartet e William Primrose na viola (gravação de 1956). A gravação que ora apresentamos é com o célebre Budapest String Quartet e Walter Trampler na viola. E é da mesma forma excelente. O Budapest é sensacional, mesmo em registro mono, de 1945, da Columbia Masterworks!
Este belíssimo par de quintetos — que inspiraram Schubert a escrever o seu, também notável — foram escritos em abril e maio de 1787, com Mozart no auge. No século XIX, os críticos, certamente por influência de Schumann, tinham este dois quintetos como o ponto mais alto da música de câmara. Podia ser. Arthur Rubinstein disse que queria ouvi-los quando estivesse morrendo. Talvez eles tenham perdido parte da fama, mas este é um disco para você ouvir ad infinitum. O Adagio ma non troppo, seguido pelo Adagio – Allegro do K. 516, por exemplo, é uma das maiores músicas que já ouvi, mas tudo, tudo, tudo aqui é de chorar de tão lindo.
W. A. Mozart (1756-1791): Quintetos de Cordas K. 515 e 516
Budapest String Quartet
(Violins – Alexander Schneider, Joseph Roisman
Viola – Boris Kroyt
Cello – Mischa Schneider)
Walter Trampler, viola
Tempo total: 1:03:36
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Bach 2000 – Caixa 5, CD 1
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BWV 134a – Die Zeit, die Tag und Jahre macht, serenata (secular cantata) for 2 voices, chorus & orchestra, (BC G5)
Performed by Amsterdam Baroque Orchestra
with Michael Chance, Paul Agnew
Conducted by Ton Koopman
1. Recitativo(alto, tenor): Die Zeit, die tag und Jahre macht
2. Aria(tenor): Auf, Sterbliche, lasset ein Jauchzen ertönen
3. Recitativo(alto, tenor): So bald, als dir die Sternen hold
4. Aria Duetto(alto, tenor): Es treiten, es siegen/prangen die kunftigen/voringen Zeiten
5. Recitativo (alto, tenor: Bedenke nur, beglucktes Land
6. Aria (alto): Der Zeiten Herr hat viel vergnugte Stunden
7. Recitativo alto, tenor): Hilf, Hochster, hilf, dass mich die Menschen preisen
8. Coro: Ergotzet auf Erden, erfreuet von oben
BWV 173a – Durchlauchtster Leopold, serenata for 2 voices (soprano, bass), flute, bassoon, strings & continuo, (BC G9)
Composed by Johann Sebastian Bach
Performed by Amsterdam Baroque Orchestra
with Lisa Larsson, Klaus Mertens
Conducted by Ton Koopman
9. Recitativo: Durchlauchtster Leopold
10. Aria: Güldner Sonnen frohe Stunden
11. Aria: Leopolds Vortrefflichkeiten
12. Aria: Unter seinem Purpursaum
13. Recitativo: Durchlauchtigster, den Anhalt Vater nennt
14. Aria: So schau dies holden Tages Licht
15. Aria: Dein Name gleich der Sonnen geh
16. Nimm auch, großer Fürst, uns auf
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Bach 2000 – Caixa 5, CD 3
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BWV0202 Cantata 1 Aria (soprano) “Weichet nur,betrübte Schatten”
BWV0202 Cantata 2 Recitativo (soprano) “Die Welt wird wieder neu”
BWV0202 Cantata 3 Aria (soprano) “Phoebus eilt”
BWV0202 Cantata 4 Recitativo (soprano) “Drum sucht auch Amor sein Vergnügen”
BWV0202 Cantata 5 Aria (soprano) “Wenn die Frühlingslüfte streichen”
BWV0202 Cantata 6 Recitativo (soprano) “Und dieses ist das Glücke”
BWV0202 Cantata 7 Aria (soprano) “Sich üben im Lieben”
BWV0202 Cantata 8 Recitativo (soprano) “So sei das Band der keuschen Liebe”
BWV0202 Cantata 9 Gavotte (soprano) “Sehet in Zufriedenheit”
BWV0203 Cantata 1 Aria (bass) “Amore traditore”
BWV0203 Cantata 2 Recitativo (bass) “Voglio provar”
BWV0203 Cantata 3 Aria (bass) “Chi in amore ha nemica la sorte”
BWV0209 Cantata 1 Sinfonia
BWV0209 Cantata 2 Recitativo (soprano) “Non sa che sia dolore”
BWV0209 Cantata 3 Aria (soprano) “Parti pur e con dolore”
BWV0209 Cantata 4 Recitativo (soprano) “Tuo saver al tempo e l’età contrasta”
BWV0209 Cantata 5 Aria (soprano) “Ricetti gramezza e pavento”
Estreamos aqui hoje o compositor escocês James MacMillan. Católico que é, grande parte de suas obras são sacras, mas também adora compor pra orquestra. Seu primeiro concerto para percussão, chamado “Veni, Veni, Emmanuel” ganhou o mundo e parece ser a obra mais executada do compositor.
Cheguei a assistir a estreia do segundo concerto para percussão na Sala São Paulo, que ao contrário de seu antecessor, não tem um nome. Impressionado, e acreditando que poderia encontrar coisas mais picantes — graças a toda propaganda que a Osesp fazia de MacMillan e de seu primeiro concerto para percussão — resolvi procurar mais coisas e encontrei este álbum.
Certamente o segundo concerto para percussão é melhor. Em Veni, Veni, Emmanuel MacMillan parece não saber o que está fazendo, apenas sabe que está fazendo barulho e para empolgar um pouco, coloca um dança entre um movimento e outro do concerto, além de repetir o tema principal de várias formas diferentes até o final do concerto. Mesmo assim, parece faltar o sal necessário para que possamos sentir o gosto da música. Talvez ao vivo seja melhor.
Em “…as others see us…” o compositor tenta criar “pinturas musicais” de alguns personagens históricos britânicos, como Henry VIII, George Byron, T. S. Elliot e Dorothy Hodgkin. Faz tudo isso a partir de um mesmo tema escocês. Não acho que a brincadeira dê muito certo.
As três principais obras do álbum fazem um uso extensivo da percussão e a incrível Evelyn Glennie as executa muito bem, embora em “…as others see us…” e Three Dawn Rituals, Glennie não possa fazer milagres com a falta de criatividade de MacMillan.
As musicas de MacMillan parecem ser mais experimentações infantis do que resultado de conflitos internos que o compositor supera por meio da composição. Olhem Pärt, Schnittke ou Boulez por exemplo. Cada um desses compositores, divididos entre o conhecimento tradicional de composição que aprenderam e a época em que viviam, usaram de sua música para superar essa contradição. Uns demoraram mais, outros menos, mas todos os três, e alguns outros da mesma época, superaram suas contradições. Podemos sentir isso claramente na música desses compositores.
Em MacMillan não sentimos nada disso. A música dele, dependendo da obra, parece mesclar serialismo, colagem de outras obras, dissonâncias, adagios, e nada disso parece satisfazer a música ou o ouvinte. Ele não parece estar querendo buscar resolver nada no sentido ideal — ou material no resultado de sua própria música — mas fazer apenas umas brincadeiras em meio à qualquer plano de fundo musical que lhe venha à mente.
…As Others See Us…
10 “…As Others See Us…” : Henry VIII (1491-1547)
11 “…As Others See Us…” : John Wilmot (1647-1680)
12 “…As Others See Us…” : John Churchill (1650-1722)
13 “…As Others See Us…” : George Gordon (1788-1824) and William Wordsworth (1770-1850)
14 “…As Others See Us…” : Thomas Stearns Eliot (1888-1965)
15 “…As Others See Us…” : Dorothy Mary Hodgkin (b. 1910)
Three Dawn Rituals
16 Larghetto
17 Allegro moderato
18 Andante
19 Untold
Members Of The Scottish Chamber Orchestra
James MacMillan, conductor
Armida al campo d’Egitto (RV 699) é uma ópera em três atos do compositor veneziano Antonio Vivaldi (1678-1741) com libreto de Giovanni Palazzi. A obra estreou no carnaval de 1718 no Teatro San Moisè em Veneza. No mesmo local, ela foi reencenada em abril do mesmo ano e novamente em fevereiro de 1719 com Anna Girò (Anna Giraud) no papel título. Essa contralto de origem francesa manteve um relacionamento próximo com Vivaldi. (Entendo…) Ela e a irmã, Paolina, moraram durante muitos anos na mesma casa que o compositor. Apesar das suspeitas, ele sempre afirmou que ambas não passavam de suas amigas e o ajudavam nos afazeres domésticos. Em 1720 deu-se outra montagem em Vicenza com o título Gli inganni per vendetta (RV 720/699c). Por fim, a obra foi reencenada no Teatro Sant’Angelo em 1738 com diversas modificações na partitura e a inclusão de árias de Leonardo Leo (1694-1744). O libreto foi dedicado a Augusto Brandofer. A abertura de Armida foi reutilizada por Vivaldi para a ópera Ercole sul Termodonte (RV 710), apresentada em Roma em 1723.
A Armida de Antonio Vivaldi faz parte de uma série de mais de cinquenta óperas cujo argumento deriva da história de Rinaldo e Armida, personagens do poema épico de Torquato Tasso (1544-1595), Gerusalemme Liberata, de 1580. Dentre os autores que musicaram os versos de Tasso utilizando diferentes libretistas destacam-se Jean-Baptiste Lully, Georg Friedrich Händel, Christoph Willibald Glück e Joseph Haydn.
A trama se desenrola em Gaza e coloca em cena a doce Erminia e a feiticeira Armida, a qual fascinou diversos compositores e libretistas pelo seu poder de sedução sobre todos os homens, exceto sobre aquele que ela realmente ama. Mas, como regra, as óperas similares centram foco no amor de Armida pelo cruzado Rinaldo (ou Renaud). O libreto de Pallazzi, utilizado na obra de Vivaldi, ao contrário, narra a história da heroína vingativa, Armida, em busca de apoio junto ao rei do Egito, cujas tropas, estacionadas em Gaza, preparam-se para atacar a retaguarda do exército cristão que está cercando Jerusalém. Esse enredo foi inspirado no Canto XVII do poema de Tasso.
A obra sobreviveu incompleta e o segundo ato, perdido, foi reconstruído por Rinaldo Alessandrini e Delame Frederick para uma montagem moderna, realizada em Viena em 2009. Essa também é a fonte da gravação feita pela Naïve no âmbito da coleção Vivaldi Edition.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Armida al campo d’Egitto (Tesori del Piemonte, Vol. 44)
Disc: 1
1. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Sinfonia. Allegro
2. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Sinfonia. (Andante)
3. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Sinfonia. Allegro molto
4. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 1. Recitativo
5. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 1. Coro. Viva del Mondo il Lume
6. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 2. Recitativo
7. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 2. Duo. Questo ferro, e questo core
8. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 3. Recitativo
9. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 3. Aria. A detti amabili
10. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 4. Recitativo
11. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 4. Aria. Ardo sì per il mio bene
12. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 5. Recitativo
13. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 5. Aria. Il mio fedele amor
14. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 6. Recitativo
15. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 7. Recitativo
16. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 7. Aria. Pensa che quel bel seno
17. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 8. Recitativo
18. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 8. Aria. Nasce da tuoi diletti
19. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 9. Recitativo
20. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 9. Aria. D’un bel volto arde alle face
21. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 10. Recitativo
22. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 10. Aria. So, che combatte ancor
23. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 11. Recitativo
24. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 11. Aria. Sento brillarmi in sen
25. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 12. Recitativo
26. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 12. Aria. Cerca pur con men rossore
27. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 13. Recitativo
28. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 1. Scene 13. Aria. Armata di furore
Disc: 2
1. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Recitativo
2. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Coro. Di dolci nettare
3. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Recitativo
4. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Coro. Dall’alta sede
5. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Recitativo
6. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Coro. Ite felici
7. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Recitativo
8. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 1. Coro. Al solo folgore
9. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 2. Recitativo
10. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 2. Aria. Lascia di sospirar
11. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 4. Recitativo
12. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 4. Duetto. Farfalletta alla sua face
13. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 4. Recitativo
14. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 5. Recitativo
15. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 5. Aria. Tra l’oscuro di nembi e procelle
16. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 6. Recitativo
17. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 6. Aria. Lasciar d’amar non so
18. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 7. Recitativo accompagnato
19. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 7. Aria. Augelletti garruletti
20. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 8. Aria. Segui pur, chi t’innamora
21. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 9. Recitativo
22. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 9. Aria. Quando in seno alla tua bella
23. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 10. Recitativo
24. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 10. Aria. Languire costante
25. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 11. Recitativo
26. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 11. Aria. Tal’or il gelsomin piange nel prato
27. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 12. Recitativo
28. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 13. Recitativo
29. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 14. Aria. Innocente esser vorresti
30. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 15. Recitativo
31. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 16. Recitativo
32. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 2. Scene 16. Aria. Chi alla colpa fa tragitto
Disc: 3
1. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 1. Recitativo
2. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 1. Aria. Tù mi togli alle ritorte
3. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 2. Recitativo
4. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 3. Recitativo
5. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 3. Aria. Nò, bel labbro, men sdegnoso
6. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 4. Recitativo
7. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 4. Aria. Quel torrente, ch’alza l’onde
8. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 5. Recitativo
9. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 5. Aria. Agitata de’ venti dall’onde
10. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 6. Recitativo
11. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 6. Aria. Se correndo in seno al Mare
12. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 7. Recitativo
13. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 8. Recitativo
14. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 8. Aria. Tender lacci tù volesti
15. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 9. Recitativo
16. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 10. Recitativo
17. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 10. Aria. Se penar dovessi amando
18. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scene 11. Recitativo
19. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scena ultima. Recitativo
20. Armida al camp d’Egitto, opera in 3 acts (act 2 lost), RV 699 A/D: Act 3. Scena ultima. Coro. A pugnar, a ferir, a svenar
Furio Zanasi
Marina Comparato
Romina Basso
Martín Oro
Sara Mingardo
Monica Bacelli
Raffaella Milanesi
Concerto Italiano
Rinaldo Alessandrini
A grande Cantata desta coleção é a BWV 198. Harnoncourt vai bem nela, porém, se compararmos sua versão com a de Gardiner, ele toma uma goleada já no primeiro tempo.
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Bach 2000 – Caixa 4, CD 13
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BWV0194 Cantata 01 part 1 Coro “Höchsterwünschtes Freudenfest”
BWV0194 Cantata 02 part 1 Recitativo (bass) “Unendlich großer Gott”
BWV0194 Cantata 03 part 1 Aria (bass) “Was des Höchsten Glanz erfüllt”
BWV0194 Cantata 04 part 1 Recitativo (soprano) “Wie könnte dir,du höchstes Angesicht”
BWV0194 Cantata 05 part 1 Aria (soprano) “Hilf,Gott,daß es uns gelingt”
BWV0194 Cantata 06 part 1 Choral (coro) “Heilger Geist ins Himmels Throne”
BWV0194 Cantata 07 part 2 Recitativo (tenor) “Ihr Heiligen,erfreuet euch”
BWV0194 Cantata 08 part 2 Aria (tenor) “Des Höchsten Gegenwart allein”
BWV0194 Cantata 09 part 2 Recitativo (Duetto) (soprano,bass) “Kann wohl ein Mensch”
BWV0194 Cantata 10 part 2 Aria (Duetto) (soprano,bass) “O wie wohl ist uns geschehn”
BWV0194 Cantata 11 part 2 Recitativo (bass) “Wohlan demnach,du heilige Gemeine”
BWV0194 Cantata 12 part 2 Choral (coro) “Sprich Ja zu meinen Taten”
Dou uma pausa na polinização de música contemporânea para trazer este álbum que traz os belíssimos trios para piano de Brahms, Schubert e o primeiro de Mendelssohn, interpretados por esse trio de peso: Isaac Stern no violino, Leonard Rose no violoncelo e Eugene Istomin no piano.
Adquiri esse álbum só pelo Trio No. 2 do Schubert, cujo segundo movimento compõe a trilha sonora do belíssimo Barry Lyndon, filme dirigido por Stanley Kubrick. Mas acabei que me deliciei com todos eles, principalmente o primeiro de Brahms e o primeiro de Mendelssohn. Não cheguei a ouvir muitas interpretações desses trios, até porque essa interpretação sempre conseguiu satisfazer minha alma, mas acho que cinco estrelas na Amazon não é pouca coisa. É o tipo de coisa que o PQP ou o FDP categorizariam como imperdível.
Isaac Stern Collection Vol. 1: Piano Trios
CD1
Johannes Brahms (1833-1897):
Piano Trio No. 1 in B major Op. 8
01 I. Allegro con brio
02 II. Scherzo: Allegro molto – Trio: Meno allegro
03 III. Adagio
04 IV. Allegro
Piano Trio No. 2 in C major Op. 87
05 I. Allegro
06 II. Adante con moto
07 III. Scherzo: Presto – Poco meno presto
08 IV. Finale: Allegro giocoso
CD2
Piano Trio No. 3 in c minor Op. 101
01 I. Allegro enérgico
02 II. Presto non assai
03 III. Andante graziozo
04 IV. Allegro molto
Franz Schubert (1797-1828):
Piano Trio in E-flat major No. 2 D. 929
05 I. Allegro
06 II. Andante con moto
07 III. Scherzo – Allegro moderato
08 IV. Allegro moderato
CD3
Piano Trio in B-flat major No. 1 D. 898
01 I – Allegro moderato
02 II – Andante un poco mosso
03 III – Scherzo: allegro
04 IV – Rondo: Allegro vivace
Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847):
Piano Trio in D minor Op. 49
05 I – Molto allegro agitato
06 II – Andante con moto tranquillo
07 III – Scherzo: Legiero e vivace
08 IV – Finale: Allegro assai appassionato
Isaac Stern, violin
Leonard Rose, cello
Eugene Istomin, piano
Creio que esta gravação ou é pirata ou veio de um DVD. A qualidade de som é boa, mas a plateia do Hollywood Bowl no dia 3 de outubro de 2009 estava insuportável. Há aplausos entre os movimentos e, bem, havia tanta ignorância no ar que a plateia resolveu bater palmas e assobiar mesmo naquela paradinha do Finale, tanta era a vontade de participar. A coisa não estava nada europeia no referido dia. Mas é divertido ouvir a concepção de Dudamel para uma das obras mais sobejamente conhecidas do repertório clássico. Imagino os sorrisos constrangidos de Dudamel e agora entendo melhor a pergunta que os jornais californianos costumam fazer sem obter resposta: “Where the hell is Dudamel?”. Olha, acho que ele está fugindo de Los Angeles escondido em Caracas ou Gotemburgo. Porque só fugindo mesmo.
Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 “Choral”
1 I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
2 II. Scherzo. Molto vivace – Presto
3 III. Adagio molto e cantabile
4 IV. Finale, Part. 1
5 IV. Finale, Part. 2
Los Angeles Philharmonic
Gustavo Dudamel
(Hollywood Bowl on October 3, 2009)
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Bach 2000 – Caixa 4, CD 11
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BWV0186 Cantata 01 part 1 Coro “Ärgre dich,o Seele,nicht”
BWV0186 Cantata 02 part 1 Recitativo (bass) “Die Knechtsgestalt,die Not,der Mangel”
BWV0186 Cantata 03 part 1 Aria (bass) “Bist du,der mir helfen soll”
BWV0186 Cantata 04 part 1 Recitativo (tenor) “Ach,daß ein Christ so sehr”
BWV0186 Cantata 05 part 1 Aria (tenor) “Mein Heiland läßt sich merken”
BWV0186 Cantata 06 part 1 Choral (coro) “Ob sichs anließ,als wollt er nicht”
BWV0186 Cantata 07 part 2 Recitativo (bass) “Es ist die Welt die große Wüstenei”
BWV0186 Cantata 08 part 2 Aria (soprano) “Die Armen will der Herr umarmen”
BWV0186 Cantata 09 part 2 Recitativo (alto) “Nun mag die Welt mit ihrer Lust vergehen”
BWV0186 Cantata 10 part 2 Aria (Duetto) (soprano,alto) “Laß,Seele,kein Leiden”
BWV0186 Cantata 11 part 2 Choral (coro) “Die Hoffnung wart’ der rechten Zeit”
BWV0187 Cantata 1 part 1 Coro “Es wartet alles auf dich”
BWV0187 Cantata 2 part 1 Recitativo (bass) “Was Kreaturen hält das große Rund der Welt”
BWV0187 Cantata 3 part 1 Aria (alto) “Du Herr,du krönst allein das Jahr”
BWV0187 Cantata 4 part 2 Aria (bass) “Darum sollt ihr nicht sorgen”
BWV0187 Cantata 5 part 2 Aria (soprano) “Gott versorget alles Leben”
BWV0187 Cantata 6 part 2 Recitativo (soprano) “Halt ich nur fest an ihm mit kindlichem Vertrauen”
BWV0187 Cantata 7 part 2 Choral (coro) “Gott hat die Erde zugericht”
O post de hoje é digno de duas rapsódias húngaras de Liszt. Temos aqui, CINCO compositores húngaros diferentes em dois álbuns, e, talvez tão extraordinário quanto isso, todos com obras para viola! Sério, só tá faltando o Gyorgy Lukács pra completar o bacanal… Brincadeira, Lukács apesar de húngaro, era filósofo, não músico. E antes que venham polemizar, já digo: Eötvös e Serly, nasceram em regiões que antes faziam parte da Hungria, embora hoje sejam regiões de outros países. E além disso, ambos são de família húngara, assim como também é György Kurtág, outro que nasceu na Romênia mas é húngaro.
Mas vamos falar da viola. Eu a adoro. Por ser um instrumento meio “hipster” na orquestra, diferentemente do violino ou piano, muito pouco foi feito por ela pelos compositores clássicos e românticos. Foram os modernos e os compositores contemporâneos que, abraçando esse instrumento “marginalizado” e tão satirizado, fizeram obras grandiosas. Só para citar dois bons exemplos de obras deliciosas para viola, o concerto para viola de Schnittke, e a sonata para viola de Shostakovich.
Existe uma afinidade eletiva aqui entre compositores húngaros cujo estilo é de vanguarda e o uso de um instrumento antes secundário, a viola. E não é ao acaso que todos eles sejam do século XX, época de grandes transformações sociais que vão influenciar diretamente a produção cultural. Os dois álbuns parecem saber disso, pela seleção de obras que fazem.
Em ambos os álbuns temos o Concerto para Viola de Bartók, que já foi postado muitas vezes aqui no blog, e o qual eu devo admitir não ter digerido muito bem, mas não pelo estilo de Bartók (o qual eu adoro), mas pelo próprio ethos húngaro que eu ainda não consegui absorver tão bem quanto acredito já ter absorvido o ethos russo e alemão, por exemplo. A interpretação dos concertos fica a cargo que ninguém menos que Lawrence Power e, respirem fundo, Kim Kashkashian. Não há do que reclamar aqui amiguinhos. Dois interpretes maravilhosos.
O álbum com Power começa com o Concerto para Viola de Miklós Rózsa, compositor muito conhecido pelas composições para Hollywood, que chegam a quase cem segundo a wikipedia. Assim como Bártok, também mesclou elementos da música húngara em suas composições e podemos sentir o ethos húngaro em sua música de forma semelhante a como sentimos na música de Bártok. Pelo menos é o que se pode dizer ouvindo o concerto para viola dele. Por causa disso, poderíamos dizer que ele também era um modernista. Seu concerto me lembra um pouco o primeiro concerto para violino de Shostakovich, principalmente o quarto movimento “Allegro con spirito”.
Tibor Serly, é mais conhecido por ter sido o responsável por terminar o Concerto para Viola de Bartók. E em sua época era mais conhecido como violinista, mas também era compositor e sua obra mais conhecida é a Rapsódia para viola e orquestra, que compõe o álbum com Power.
Do álbum com Kim, além de Bartók temos Péter Eötvös, que é regente e compositor. No álbum ele rege sua própria obra, um concerto para viola a que ele chama de Replica. Sua música parece uma mistura de Shostakovich e Schnittke, e diferentemente de Bártok, Serly ou Rozsa, não faz uma música essencialmente húngara. Sua música parece usar do serialismo integral, o que resulta numa música que não remete a nada específico. E, geralmente, tendo a dizer que quando isso acontece é sintoma do vazio no coração do homem pós-moderno. Ok, talvez eu tenha ido longe, mas acho que essa minha impressão dialoga muito com a ideia que ele tenta passar na obra de um “adeus de pessoas que estão indo à lugar nenhum”, segundo o libreto.
O álbum termina com a obra do indecifrável György Kurtág. Não consegui entender muito bem qual a “ideia por trás da matéria” de sua música. Fui descobrir um pouco dele e sei que ele gosta de fazer citações nas obras. Citações essas que vão desde Bach até Webern. Na obra aqui em questão, segundo o libreto, parece que tem Brahms, Haydn e Bartók. Não captei nenhum.
Viola Concertos by Rosza, Serly & Bartok
Miklós Rózsa (1907-1995):
Viola Concerto Op. 37
01 1. Moderato assai
02 Allegro giocoso
03 Adagio –
04 Allegro con spirito
Bela Bartók (1881-1945)
Viola Concerto (completed in 1949 by Tibor Serly), Sz 120, BB 128
05 I. Moderato –
06 II. Adagio religioso –
07 III. Allegro vivace
Tibor Serly (1901-1978)
08 Rhapsody for viola & orchestra
Bergen Philharmonic
Andrew Litton, conductor
Lawrence Power, viola
O que pode acontecer quando Jordi Savall resolve fazer um concerto com repertório de Bach e Vivaldi e convida Pierre Hantaï e Pablo Valetti (do Café Zimmermann) e mais a La Capella Reial de Catalunya para participarem dele? E ainda toca sua viola da gamba? Bem, meus caros, quem não consegue imaginar o resultado ouça o disco para comprovar a perfeição e adentrar no nirvana. Este concerto foi gravado ao vivo em 2013 na Capela Real de Versalhes e eu sugiro que você não apenas ouça como decore cada nota.
J. S. Bach e A. Vivaldi: Magnificat & Concerti
01 – Antonio Vivaldi – Concerto con 2 violini e viola da gamba, archi e continuo, RV 578- I. Adagio e spiccato – Allegro
02 – Antonio Vivaldi – Concerto con 2 violini e viola da gamba, archi e continuo, RV 578- II. Larghetto
03 – Antonio Vivaldi – Concerto con 2 violini e viola da gamba, archi e continuo, RV 578- III. Allegro
04 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- I. Magnificat
05 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- II. Et exultavit
06 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- III. Et misericordia eius
07 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- IV. Fecit potentiam
08 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- V. Deposuit potentes
09 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- VI. Esurientes
10 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- VII. Suscepit Israel
11 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- VIII. Sicut locutus est
12 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- IX. Gloria Patri
13 – Antonio Vivaldi – Magnificat en Sol mineur, RV 610- X. Sicut erat in principio
14 – Johann Sebastian Bach – Concerto pour clavecin en Re mineur, BWV 1052- I. Allegro
15 – Johann Sebastian Bach – Concerto pour clavecin en Re mineur, BWV 1052- II. Adagio
16 – Johann Sebastian Bach – Concerto pour clavecin en Re mineur, BWV 1052- III. Allegro
17 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- I. Magnificat
18 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- II. Et exultavit
19 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- III. Quia respexit
20 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- IV. Omnes generationes
21 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- V. Quia fecit mihi magna
22 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- VI. Et misericordia
23 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- VII. Fecit potentiam
24 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- VIII. Deposuit potentes
25 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- IX. Esurientes implevit bonis
26 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- X. Suscepit Israel
27 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- XI. Sicut locutus est
28 – Johann Sebastian Bach – Magnificat en Re majeur, BWV 243- XII. Gloria Patri
Personnel:
Solistes
Hanna Bayodi-Hirt, Johannette Zomer soprano
Damien Guillon contreténor David Munderloh ténor
Stephan MacLeod baryton
La Capella Reial de Catalunya
et participants sélectionnés de la IIIe Académie 2013
Le Concert des Nations
Pierre Hantaï clavecin
Manfredo Kraemer, Pablo Valetti violini concertanti