Papa Ratz ensina música para vocês, tolinhos

Cidade do Vaticano, 29 Abr (EFE).- O papa Bento XVI transformou-se num consagrado crítico musical com seu livro “Lodate Dio con arte“, que compila os seus discursos e outros escritos sobre arte e, especialmente, sobre música.

A Música de Ratzinger

O Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Sagrada Congregação para a Fé (ex-Santo Ofício) num ensaio consagrado à liturgia, em 11 de Fevereiro de 2001, criticou severamente a música rock e pop e manifestou reservas em relação à ópera que acusa de ter “corroído o sagrado” de tal modo que – cita – o papa Pio X “tentou afastar a música de ópera da liturgia”, donde se deduz que ela é claramente desajustada à salvação da alma.

Eu já tinha desconfiado que certa música é a “expressão de paixões elementares” e que “o ritmo perturba os espíritos”, estimula os sentidos e conduz à luxúria. Salvou-me de pecar a dureza de ouvido que tinha por defeito e, afinal, era bênção.

Mas nunca uma tão relevante autoridade eclesiástica tinha sido tão clara quanto aos malefícios da música, descontada a que se destina à glorificação do Senhor, à encomendação das almas ou a cerimónias litúrgicas, outrora com o piedoso sacrifício dos sopranistas.

Espero que o gregoriano, sobretudo se destinado à missa cantada, bem como o Requiem, apesar do valor melódico, possam ressarcir-nos a alma dos danos causados pelo frenesim da valsa, a volúpia do tango ou a euforia de certos concertos profanos.

Só agora, mercê das avisadas palavras de Sua Eminência, me interrogo sobre a acção deletéria do Rigoleto ou da Traviata, dos pensamentos pecaminosos que Aida ou Otelo poderão ter desencadeado em donzelas – para só falar de Verdi – ou dos instintos acordados pela Flauta Encantada, de Mozart, ou pelo Fidélio, de Beethoven! E não me venham com a desculpa de que há diferenças entre a ópera dramática e a cómica, ou entre esta e a ópera bufa.

A música, geralmente personificada na figura de uma mulher coroada de loiros, com uma lira ou outro qualquer instrumento musical na mão, já nos devia alertar para o pecado oculto na harmonia dos sons.

Sua Eminência fez bem na denúncia. Espera-se agora que, à semelhança das listas que publicou com os pecados veniais e mortais e respectivas informações complementares para os distinguir, meta ombros à tarefa ciclópica de catalogar as várias músicas e os numerosos instrumentos em função do seu potencial pecaminoso.

Penso que a música sacra é sempre de louvar (desde que dispensados os eunucos), enquanto a música de câmara, a ser executada em reuniões íntimas, é de pôr no índex. Na música instrumental, embora o adjectivo seja suspeito, talvez não haja grande mal, mas quanto à música cifrada não tenho dúvidas de que transporta uma potencial subversão.

Nos instrumentos há-os virtuosos, como o sino, o xilofone, as castanholas e quase todos os de percussão, deixando-me algumas dúvidas, mais por causa do nome, o berimbau.

Nos de corda, excepção para o contrabaixo e, eventualmente, o piano (excluídas perigosas execuções a quatro mãos) quase todos têm riscos a evitar. A lira, o banjo, a cítara, o bandolim e o violino produzem sons que conduzem à exacerbação dos sentidos.

Mas perigosos mesmo – a meu ver – são os instrumentos de sopro. Abro uma excepção para os órgãos de tubos que nas catedrais se destinam a glorificar o Altíssimo. Todos os outros me parecem pecaminosos. A flauta, o clarim, o fagote, o pífaro e a ocarina estimulam directamente os lábios e, desde o contacto eventualmente afrodisíaco aos sons facilmente lascivos, tudo se conjuga para amolecer a vigilância e deixar-nos escravizar pelos sentidos. Nem o acordeão, a corneta de pistões ou a gaita-de-foles me merecem confiança.

Apreciemos o toque das trindades dos sinos dos campanários e glorifiquemos o Senhor no doce chilrear dos passarinhos. Cuidado com a música e, sobretudo, com os efeitos luminosos associados. Estejamos atentos às palavras sábias do Cardeal Ratzinger.

(Retirado daqui)

Publicado por PQP

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 6 em A maior WAB 106

Não tecerei comentários demasiados sobre este extraordinário post. A obra se auto-explica. É grande. Poderosa. Esmagadora. É um dos trabalhos mais densos de Bruckner. Gravação ao vivo! Boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 6 em A maior WAB 106

01. 1. Maestoso
02. 2. Adagio – Sehr Feierlich
03. 3. Scherzo, Trio
04. 4. Finale

Staatskapelle Dresden
Bernard Haitink, regente

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Carlinus

Frédéric Chopin (1810-1849) – Waltzes (CD 8 de 13)

Após as últimas postagens feitas pelo CVL e pelo Ranulfus, eu fiquei meio desconcertado. A Guiomar e o Nelson Freire são nomes graúdos quando o que está em jogo a interpretação de Chopin. Mas não olvidarei a missão e darei continuidade ao ciclo de postagens desse excelente material com o Ashkenazy. Ademais, acredito que quanto mais postarmos o compositor polaco, mais possibilidades teremos de avaliarmos as interpretações. Neste mês de abril houve um surto de música francesa aqui no PQP Bach. Bom deleite!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Waltzes

01 – Waltz No.1 in E flat, Op.18 (Grande valse brillante)
02 – Waltz No.2 in A flat, Op.34 No.1 (Valse brillante)
03 – Waltz No.3 in A minor, Op.34 No.2
04 – Waltz No.4 in F, Op.34 No.3
05 – Waltz No.5 in A flat, Op.42 (Grande valse)
06 – Waltz No.6 in D flat, Op.64 No.1 (Minute)
07 – Waltz No.7 in C sharp minor, Op.64 No.2
08 – Waltz No.8 in A flat, Op.64 No.3
09 – Waltz No.9 in A flat, Op.posth.69 No.1 (BI 95) (L’adieu – farewell)
10 – Waltz No.10 in B minor, Op.posth.69 No.2 (BI 35)
11 – Waltz No.11 in G flat, Op.posth.70 No.1 (BI 92)
12 – Waltz No.12 in F minor-A flat, Op.posth.70 No.2 (BI 138)
13 – Waltz No.13 in D flat, Op.posth.70 No.3 (BI 40)
14 – Waltz No.14 in E minor, Op.posth.P1 No.15 (BI 56)
15 – Waltz No.15 in E, Op.posth.P1 No.12 (BI 44)
16 – Waltz No.19 in A minor, Op.posth.P2 No.11 (BI 150)
17 – Waltz No.16 in A flat, Op.posth.P1 No.13 (BI 21) (Emily Elsner)
18 – Waltz No.18 in E flat, Op.posth.P2 No.10 (BI 133) (Sostenuto)
19 – Waltz No.17 in E flat, Op.posth.P1 No.14 (BI 46) (Emily Elsner)

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Hector Berlioz (1803-1869) – Le Carnaval Romain Overture, Op. 9 e Symphonie Fantastique for Orchestra, H.48, Op. 14

FDP postou há algum tempo atrás uma versão da Sinfonia Fantástica de Berlioz. Após ouvir esta convincente interpretação da obra de Berlioz com Abbado, resolvi postar. Fará frente àquela versão postada por FDP. O texto abaixo foi extraído da Wikipédia.

A Sinfonia Fantástica Opus 14, nome oficial Episódio da Vida de um Artista, Sinfonia Fantástica em Cinco Partes (em francês Épisode de la vie d’un artiste, symphonie fantastique en cinq parties), foi a primeira sinfonia de Hector Berlioz , composta no ano de 1830. é o verdadeiro nome da obra, apresentada no dia 5 dezembro de 1830 no Conservatório de Paris, sob a batuta do maestro François-Antoine Habeneck. Esta apresentação difere da que conhecemos hoje, uma vez que Berlioz revisou o trabalho durante anos e só veio a republicá-la em 1845.

É o trabalho mais conhecido de Berlioz e foi criado por inspiração de sua paixão pela atriz irlandesa Harriet Smithson, após vê-la representar o papel de Ofélia na peça Hamlet, de Shakespeare, no Teatro de Paris, em 1827, e também pela leitura de Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe. A obra é um marco na música francesa, pois inaugura o sinfonismo na França. Berlioz quebra a estrutura formal da sinfonia, formada de quatro movimentos, quando a apresenta com um movimento a mais. Berlioz redigiu um roteiro impresso em 1831 em que indicava o que o protagonista imaginava em cada movimento da obra. Para o autor, o artista, sob efeito do ópio, tem alucinações e estas são traduzidas em cinco situações indicadas através dos cinco movimentos.

Movimentos

* Movimento I
Visões e Paixões – Largo; Allegro Agitato e Appassionato Assai.

* Movimento II
Um Baile – Valse: Allegro Ma Non Troppo.

* Movimento III
Cena Campestre – Adagio.

* Movimento IV
Marcha para o Cadafalso – Allegretto Non Troppo.

* Movimento V
Sonho de uma Noite de Sabá – Larghetto; Allegro Assai.

História

A Sinfonia Fantástica foi executada pela primeira vez em 5 de dezembro de 1830 com a Orquestra formada por membros do Conservatório de Paris, tendo como condutor François-Antoine Habeneck. Sofreu inúmeras revisões pelo autor até ser publicada em 1845. O seu roteiro explicativo, que segundo o autor “é indispensável à completa intelecção do plano dramático da obra” também sofreu revisões ao longo do tempo.

Texto extraído DAQUI

Hector Berlioz (1803-1869) – Le Carnaval Romain Overture, Op. 9 e Symphonie Fantastique for Orchestra, H.48, Op. 14

Le Carnaval Romain Overture, Op. 9
01. Le Carnaval Romain Overture, Op. 9

Symphonie Fantastique for Orchestra, H.48, Op. 14
02. 1. Rêveries, Passions
03. 2. Un Bal
04. 3. Scène Aux Champs
05. 4. Marche Au Supplice
06. 5A. Songe D’Une Nuit Du Sabbat (Opening)
07. 5B. Dies Irae
08. 5C. Ronde Du Sabbat
09. 5D. Dies Irae & Ronde Du Sabbat

Berlin Philhamonic Orchestra
Chicago Simphony Orchestra

Claudio Abbado, regente

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Carlinus

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 2 in Dó maior, op. 73 e Sinfonia Nº 3 in Fá Maior op. 90 (CD 2 de 3)

Mais duas obras dessa integral com as sinfonias de Brahms. Agora surgem as majestosas números 2 e 3. São densas, maravilhosas, aterradoras. A número 2 em particular assume uma postura mais doce, menos trágica que a Primeira. Foi composta em 1877. Brahms segue os passos da composição clássica. Sua estrutura é grandiosa e eloquente. Já a Sinfonia número 3 foi composta em 1883. À época da composição da Terceira, Brahms já era internacionalmente reconhecido como um dos maiores compositores da sua época. A Terceira confirmava o seu gênio. Hans Richter, o primeiro executor da Sinfonia, a denominou a “Eróica de Brahms”, fazendo uma referência à Terceira de Beethoven, também conhecida como “Eróica”, embora tal verossimilhança não seja tão exata. O primeiro movimento é esmagador, atordoante. Encurtemos a fala, fiquemos com estas duas fenomenais sinfonias. Acredito que dois dos mais importantes trabalhos compostos na história da música. Boa audição!

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 2 in Dó maior, op. 73 e Sinfonia Nº 3 in Fá  Maior op. 90

Sinfonia No. 2 in D major, op. 73
01. I. Allegro non troppo
02. II. Adagio non troppo
03. III. Allegretto grazioso (quasi andantino) – Presto ma non assai – Tempo I
04. IV. Allegro con spirito

Sinfonia Nº 3 in F Major, op. 90
05. I. Allegro con brio
06. II. Andante
07. III. Poco Allegretto
08. IV. Allegro

Berliner Philharmoniker
Simon Rattle, regente

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Carlinus

César Franck (1822-1890) – Sinfonia em Ré menor, Les Éolides e Le Chausseur Maudit

César Franck é um compositor belga-francês que começou a sua obra tardiamente. Somente depois dos 50 anos é que ele deu início à criação de trabalhos significativos. Chegou a ter um grande conhecimento da obra de Beethoven. Outro importante compositor que o influenciou foi Liszt. Numa época em que a Europa se rendia ao wagnerianismo, Franck seguiu um caminho próprio, singular. Essas inovações foram responsáveis por gerar um estranhamento no público acostumado com as “megalomanias” de Wagner. Mas, como lhe era devido, o compositor encontrou o merecido reconhecimento, por conta do labor de seus discípulos. Como classificar César Franck? Ele não era nem Romântico nem Pós-Romântico. César Franck era César Franck. Este aspecto é importante para compreendermos a obra do compositor. Temos aqui nesta postagem a famosa Sinfonia em D menor, uma das obras mais importantes do século XIX. Ela estreou em 1889, um ano antes da morte do compositor. E quando da estréia, não logrou êxito. Foi mal recepcionada. Julgada como uma obra incompreensível e “espessa”. O mesmo que se deu com a Sinfonia Titã de Mahler, apenas para traçar um paralelo. Carpeaux diz algo importante sobre essa peça peça: “A Sinfonia em ré menor é uma das maiores do século XIX: alguns descobrem nela um programa religioso, outros a expressão de filosofia pessimista e estóica; mas é música absoluta.” O poema sinfônico Les éolides, composto no verão de 1875 é uma espécie de homenagem a Liszt. Por sua vez, a última peça, Le chausseur maudit, foi escrita em 1882. Inspira-se em uma balada e conta a história de um conde que ignora os deveres religiosos e sai para caçar em pleno domingo. Os fiéis ao verem a negligência de Rhin (nome do conde), clamam contra a infração à lei sagrada que manda respeitar o dia dedicado à oração e ao repouso. No meio do caminho, seu cavalo se detém e a trompa de caça fica muda, ao mesmo tempo em que uma voz de além-túmulo o amaldiçoa pelo seu pecado. Ele foge envolto em chamas e é perseguido por um bando de espectros. A obra tem uma forte influência dos poemas sinfônicos de Franz Liszt, como se pode perceber. Não deixe de ouvir este importante registro. Uma boa apreciação!

César Franck (1822-1890) – Sinfonia em Ré menor, Les Éolides e Le Chausseur Maudit

Sinfonia em Ré menor
1. Lento – Allegro non troppo [19:10]
2. Allegretto [10:39]
3. Allegro non troppo [10:45]

Les Éolides
4. Les Éolides [10:50]

Le Chausseur Maudit
5. Le Chausseur Maudit [15:12]

Royal Phialharmonic Orchestra
Raymond Leppard, regente

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Carlinus

Frédéric Chopin (1810-1849) – Polonaises (CDs 6 e 7 de 13)

Mais dois CDs do franco-polaco Frédéric Chopin. Dessa vez surgem as ondulantes polonaises escritas pelo compositor. As “Polonesas” ou “Polacas”, ou melhor, Polonaises são danças de sua terra natal, a Polônia. Acredito que uma das mais famosas dessas peças, seja a Polonaise No. 3 – “Militar”. Boa apreciação!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Polonaises

Disco 06

01 – Polonaise No.1 in C sharp minor, Op.26 No.1
02 – Polonaise No.2 in E flat minor, Op.26 No.2
03 – Polonaise No.3 in A, Op.40 No.1 (Military)
04 – Polonaise No.4 in C minor, Op.40 No.2
05 – Polonaise No.5 in F sharp minor, Op.44
06 – Polonaise No.6 in A flat, Op.53 (Heroic)
07 – Polonaise No.7 in A flat, Op.61 (Polonaise-Fantaisie)

Disco 07

01 – Polonaise No.8 in D minor, Op.posth.71 No.1 (BI 11)
02 – Polonaise No.9 in B flat, Op.posth.71 No.2 (BI 24)
03 – Polonaise No.10 in F minor, Op.posth.71 No.3 (BI 30)
04 – Polonaise in B flat minor, Op.posth.P1 No.5 (BI 13) (La Gazza Ladra)
05 – Polonaise in G flat, Op.posth.P1 No.8 (BI 36)
06 – Polonaise in G minor, Op.posth.S1 No.1 (BI 1)
07 – Polonaise in B flat, Op.posth.P1 No.1 (BI 3)
08 – Polonaise in A flat, Op.posth.P1 No.2 (BI 5)
09 – Polonaise in G sharp minor, Op.posth.P1 No.3 (BI 6)

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Cello Octet Conjunto Ibérico – Marlos Nobre (1939) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

O complicadíssimo português da soprano espanhola Pilar Jurado é terrivelmente problemático nas interpretações em que ela aparece no presente CD, mas a seleção de obras – todas de primeiro nível – faz valer a pena o download. É o caso até de se pensar uma nova reedição desse repertório, com uma boa solista nacional, ou que pelo menos seja fluente em português.

As execuções das duas Bachianas, se não são das mais sublimes quando comparadas a outras gravações, também não fazem feio pois estão a cargo de um dos poucos octetos para violoncelos da atualidade em contínua atividade, senão o único.

E, Marlos Nobre, a pedido do Octeto Ibérico, adaptou algumas obras para a formação celística que Villa-Lobos consagrou, e mostrou porque é o compositor brasileiro vivo de maior projeção no exterior. Particularmente excepcional é a primeira das três canções sobre poema de Ascenço Ferreira (conterrâneo do mesmo estado de Marlos, Pernambuco), intitulada Maracatu.

Aí vai o poema, para compensar a dicção da solista:

Zabumba de bombos,
Estouro de bombas,
Batuques de ingonos,
Cantigas de banzo,
Rangir de ganzás…

– Luanda, Luanda, onde estás?
Luanda, Luanda, onde estás?

As luas crescentes
De espelhos luzentes,
Colares e pentes,
Queijares e dentes
De maracajás…

– Luanda, Luanda, onde estás?
Luanda, Luanda, onde estás?

A balsa do rio
Cai no corrupio
Faz passo macio,
Mas toma desvio
Que nunca sonhou…

– Luanda, Luanda, onde estou?
Luanda, Luanda, onde estou?

***

1. Bachianas Brasileiras nr. 5: Aria
2. Bachianas Brasileiras nr. 5: Dansa
3. Três canções negras (op. 88): Maracatú
4. Três canções negras (op. 88): Cantilena
5. Três canções negras (op. 88): Candomblé
6. Desafio XXXII
7. Canto A García Lorca (op. 87)
8. Três canções de Beiramar (op. 21 bis): Estrêla do mar
9. Três canções de Beiramar (op. 21 bis): lemanjá ôtô
10. Três canções de Beiramar (op. 21 bis): Ogum de lê
11. Bachianas Brasileiras: Introduction
12. Bachianas Brasileiras: Preludio
13. Bachianas Brasileiras: Fugue

Cello Octet Conjunto Ibérico, regido por Elias Arizcuren
Soprano: Pilar Jurado

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CVL

W. A. Mozart (1770-1791) – Piano Concerto No.23 In A, K.488 e Piano Concerto No.24 In C Minor, K.491

Um excelente CD. Foi lançado recentemente. Traz dois dos principais concertos para piano e orquestra de Mozart. Uchida, uma das principais pianistas da atualidade, dignifica a música de Mozart com uma execução primorosa. O interessante é que Uchida atua nestes concertos como regente e pianista. Só tenho a dizer: “Boa apreciação!”

Wolfgang Amadeus Mozart (1770-1791) – Piano Concerto No.23 In A, K.488 e Piano Concerto No.24 In C Minor, K.491

Piano Concerto No.23 In A, K.488
01. Allegro [11:43]
02. Adagio [6:47]
03. Allegro Assai [8:18]

Piano Concerto No.24 In C Minor, K.491
04. (Allegro) [14:43]
05. Larghetto [8:04]
06. (Allegretto) [9:55]

Cleveland Orchestra
Mitsuko Uchida, piano e regência

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Carlinus

György Ligeti (1923-2006) – Special Edition 2006

Há pouco menos de um mês, PQP postou um box de 5 CDs de obras ligetianas aqui. Meu box tem somente três (e algumas repetidas) mas que também valem muito a pena – especialmente pelas obras de câmara do terceiro álbum e pelas interpretações dos quartetos de corda no segundo.

***

Ligeti: Requiem Aventures Nouvelles Aventures

1. Requiem
2. Aventures
3. Nouvelles Aventures

Michael Gielen (Conductor), Friedrich Cerha (Conductor), Andrzej Markowski (Conductor), Barbro Ericson (Performer), Liliana Poli (Performer)

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Ligeti: String Quartets Nos. 1 & 2

1. String Quartet No. 1 (‘Métamorphoses nocturnes’)
2. String Quartet No. 2: Allegro nervoso
3. String Quartet No. 2: Sostenuto, molto calmo
4. String Quartet No. 2: Come un meccanismo di precisione
5. String Quartet No. 2: Presto furioso, brutale, tumultuoso
6. String Quartet No. 2: Allegro con delicatezza

Arditti String Quartet

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György Ligeti: Continum; Zehn Stück für Bläserquintet; Artikulation

1. Continuum Fur Cembalo – Antoinette Vischer
2. Zehn Stucke Fur Blaserquintett – Blaserquintett Des Sudwestfunks, Baden-Baden
3. Artikulation, Elektronische Komposition – Gyorgy Ligeti/Gottfried Michael Koenig/Cornelius Cardew
4. Glissandi, Elektronische Komposition – Gyorgy Ligeti
5. Etuden: No. 1 Harmonies – Zsigmond Szathmary
6. Etuden: No. 2 Coulee – Zsigmond Szathmary
7. Volumina: 1. Fassung – Karl-Erik Welin

Helmut Muller (Performer), Hans Lemser (Performer), Gyorgy Ligeti (Composer), Southwest German Radio Wind Quintet (Performer), Baden-Baden Bläserquintett des Südwestfunks (Performer), Kraft-Thorwald Dilloo (Performer), Antoinette Vischer (Performer), Karl Arnold (Performer), Helmut Koch (Performer), Zsigmond Szathmáry (Performer), Karl-Erik Welin (Performer)

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CVL

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Órgão – Sinfonieta – Suite Francesa

Aí vai mais Poulenc…

Sei que muitos leitores-ouvintes gostam de Poulenc, mas essa postagem quero dedicar ao camarada CDF, já que o mesmo, certa vez, afirmou nos comentários de uma outra postagem, que adora o Concerto para Órgão.

A volta ao passado, é a principal característica das obras desse álbum. Aqui, Poulenc usa de toda sua criatividade e sensibilidade, produzindo peças baseadas em estilos antigos, mas sem deixar de ser original.

Baseado na Renascença Francesa, o Concerto para Órgão é uma obra que por seu estilo de improviso, lembra muito as tocatas e fantasias de Bach e Buxtehude. Dramática, leve, lírica, empolgante, são alguns dos diversos adjetivos que cabem nessa peça fabulosa.

Na Sinfonietta, Poulenc cria uma atmosfera leve e descontraída. Sua estrutura formal e colorido orquestral lembra muito as sinfonias de Haydn.

O álbum termina com a deliciosa Suite Française, composição leve e bem concatenada, também, inspirada nos modelos da Renascença Francesa.

Uma ótima audição!

.oOo.

Poulenc: Concerto para Órgão – Sinfonieta – Suite Francesa

Concerto for organ, strings & timpani in G minor, FP 93 (1938)
1.  Andante 3:22
2.  Allegro giocoso 2:05
3. Subito andanate moderato 7:40
4. Tempo allegro. Molto agitato 2:46
5. Très calme. Lent 2:38
6. Tempo de l’allegro initial 2:02
7. Tempo introduction. Largo 3:02

Sinfonietta, for chamber orchestra, FP 141 (1947)
8. No. 1, Allegro con fuoco 9:10
9. No. 2, Molto vivace 5:56
10. No. 3, Andante cantabile 6:57
11. No. 4, Final (Prestissimo et tres gai) 6:55

Suite française (d’après Claude Gervaise), for winds, percussion & harpsichord, FP 80 (1935)
12. No 1, Bransle de Bourgogne 1:22
13. No 2, Pavane 2:33
14. No 3, Petite marche militaire 1:05
15. No 4, Complainte 1:35
16. No 5, Bransle de Champagne 1:43
17. No 6, Sicilienne 2:10
18. No 7, Carillon 1:44

Andre Isoir, órgão Henri Didier (1899) da Catedral de Laon
Orchestre de Picardie, Edmon Colomer

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Marcelo Stravinsky

Camille Saint-Säens (1841-1904) – Sinfonia No. 3 em C menor, Op. 78 – Sinfonia com órgão, Pháeton, Op. 39, Danse Macabre, Op. 40 e Danse Bacchanele from Samson et Dalila, Act III

Eis que surge a Sinfonia No. 3 de Saint-Säens como prometi. Gosto bastante dela. É cheia de um  extraordinário colorido orquestral, o que a torna em um grande trabalho. O segundo movimento é uma reflexão belissíma. Aparecem ainda três outras peças significativas: Phaéton, Op. 39, Danse Macabre, Op. 40 e Danse Bacchanale. Na condução temos o grande Maazel. Bom deleite!

Camille Saint-Säens (1841-1904) – Sinfonia No. 3 em C menor, Op. 78 – Sinfonia com órgão, Pháeton, Op. 39, Danse Macabre, Op. 40 e Danse Bacchanele from Samson et Dalila, Act III

Sinfonia No. 3 em C menor, Op. 78 – Sinfonia com órgão
1. Adagio [9:52]
2. Poco Adagio [11:11]
3. Allegro moderato [7:29]
4. Maestoso [8:17]

Pháeton, Op. 39 [8:19]
5. Pháeton, Op. 39

Danse Macabre, Op. 40 [6:24]
6. Danse Macabre, Op. 40

Danse Bacchanele from Samson et Dalila, Act III [7:16]
7. Danse Bacchanele from Samson et Dalila, Act III

Total: 58’58

Pittsburgh Symphony Orchestra
Lorin Maazel, regente
Anthony Newman, órgão

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Carlinus

Enquanto isso, nas internas do PQP

Avicenna, em nosso googlegroups:

A campanha “Queremos gravar o seu LP” está dando um resultado muito bom. Alguns ouvintes já me enviaram links de CDs que possuiam. Outros tem enviado a lista do que possuem para eu escolher o que é interessante, etc.

1. recebí mais de 10 LPs, absolutamente virgens, pelo Sedex, ouro puro, ouro puro. Somente obras de Henrique Oswald e Nepomuceno! LPs dos anos 60 e 70.

2. neste sábado me encontrei às 12:00 na Capela de Sta. Luzia, no centro de S. Paulo, com um nosso ouvinte. Ele me presenteou com 10 LPs, absolutamente virgens também, somente de música sacra colonial brasileira. Levei um CD que já tinha postado de presente para ele. Era um senhor de uns 50 anos. Quando percebí a raridade que ele me presenteava (e ao PQP Bach também), perguntei como ele tinha aqueles LPs. Ele, que era baxinho e magrinho, se agigantava conforme respondia minha pergunta:

— O senhor escreveu que quem não tivesse LP que fosse a um sebo. Pois eu tenho conhecimento em sebos e conseguí estes para o senhor.

— Eu não tenho palavras para lhe agradecer, respondí.

— O senhor não precisa agradecer. O seu agradecimento será quando o senhor postar estes LPs para os outros.

Emoção, emoção.

3. acabei de receber um email com o levantamento de um ouvinte de Belo Horizonte: 27 LPs de música sacra colonial brasileira!!! E mais 207 LPs de música brasileira de concerto do século 18, 19 e 20, fora uma cacetada de CDs que ele está retirando da garagem para contar … Vou de carro para BH para pegar tudo isso!

PQP

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Prelúdios e árias das Bachianas Brasileiras

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Esse CD é uma mera compilação de movimentos retirados da integral das Bachianas Brasileiras com Karabtchevsky à frente da OSB. Infelizmente merece o inédito DE-CEP-CIO-NAN-TE, menos pela orquestra do que pelo maestro (exceto na ária da Bachianas n° 6, onde não há dedo dele… Vá lá, a Modinha da primeira Bachianas também saiu razoável).

***

Villa-Lobos : Arias & Preludios, Das Bachianas Brasileiras

1. Cantilena – BB 5
2. Modinha ( Prélude) – BB 1
3. O canto da nossa terra ( Aria) – BB 2
4. Modinha ( Aria) – BB 3
5. Cantiga ( Aria) – BB 4
6. Aria – BB 6
7. Ponteio (Prélude) – BB 7
8. Modinha ( Aria) – BB 8
9. Preludio & Fuga – BB 9

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CVL

Carmina – Na trilha do novo mundo

Já que postei o Syntagma e o Anima, aqui vai um superdisco do Carmina, o melhor álbum dos três em escolha de repertório. O texto a seguir foi retirado do Submarino:


Quando os navegadores ibéricos apontaram as proas de suas naus para o desconhecido, em fins do séc. XV, traziam consigo não apenas as ferramentas materiais com que iriam construir o Novo Mundo. Traziam também um vasto repertório de cantigas, romances, villancicos, folias, fandangos, moaxajas, zéjeles e outras formas musicais, muitas delas nutridas na riqueza multicultural vivida pela Península entre 711 e 1492, quando da dominação árabe. Nos oito séculos anteriores ao Descobrimento – ou melhor, à Conquista – das Américas, as terras de al-Andalus viveram uma fase de esplendor cultural e grande tolerância religiosa: hispanos, árabes, judeus, orientais e africanos ali conviviam em plena harmonia, num dos mais elevados momentos da história da civilização. Nesse ambiente, desde os tempos do lendário Ziryab (séc. IX), música e poesia eram artes privilegiadas e cultivadas por califas e reis. Foi exatamente a música gestada nesse grande caldeirão ibérico que desembarcou no Novo Mundo com Colombo e Cabral. Este CD do Grupo Carmina deve ser saudado não só por sua grande qualidade musical, mas também por nos dar a oportunidade de conhecer parte da proto-história da música do Brasil. Dividido em jornadas como um auto medieval, ele narra uma epopéia de sonho, despedida, viagem, medo, celebração e, por fim, Encontro – o momento surpreendente, capaz de nos revelar como uma das Cantigas de Santa Maria (de D. Alfonso X, o Sábio, séc. XIII) sobrevive até hoje num canto de reisado brasileiro. Confira!

***

Carmina – Na trilha do novo mundo

1. Ondas do Mar de Vigo Ondas do Mar de Vigo
2. Estampie Estampie
3. História Baetica História Baetica
4. La Mañana de S. Juan La Mañana de S. Juan
5. Como La Rosa em La Guerta Como La Rosa em La Guerta
6. Cuando el Rey Nimrod Cuando el Rey Nimrod
7. Meus Olhos Van Per lo Mare Meus Olhos Van Per lo Mare
8. Pavana Pavana
9. Ay, Santa Marya Ay, Santa Marya
10. Ay Luna que Reluzes Ay Luna que Reluzes
11. Ya Cantan los Gallos Ya Cantan los Gallos
12. Recercada Segunda Recercada Segunda
13. Ay, Triste que Vengo Ay, Triste que Vengo
14. Já Não Podeis Ser Contentes Já Não Podeis Ser Contentes
15. La Spagna La Spagna
16. Hoy Comamos Y Bevamos Hoy Comamos Y Bevamos
17. Ondas do Mar de Vigo/Rainha Encantada Ondas do Mar de Vigo/Rainha Encantada
18. Bendito do Menino Jesus/Canção de Cego Bendito do Menino Jesus/Canção de Cego
19. Bendito Bendito
20. Sereia do Mar Sereia do Mar
21. Chula Ponteada Chula Ponteada
22. Cantiga de Santa Maria/Abrição de Portas Cantiga de Santa Maria/Abrição de Portas
23. Ondas do Mar de Vigo Ondas do Mar de Vigo
24. Partite Sopra la Aria Della Folia da Espagna Partite Sopra la Aria Della Folia da Espagna

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CVL

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 1 in C minor, Op. 68 (CD1 de 3)

Estiver a olhar as postagens das sinfonias de Brahms aqui do blog e pude constatar que não existe nenhuma integral com as referidas obras. Temos todas as sinfonias do compositor alemão com postagens avulsas – Bernstein, Kleiber, Jochum e outros (se não estou equivocado). Após ouvir as sinfonias de Johannes regidas por Rattle, achei oportuno postá-las.  Brahms é um dos meus compositores favoritos, sem qualquer titubeio. Tenho 6 compositores que não abro mão deles – Beethoven, Mozart, Bach, Mahler, Shostakovich e o meu querido Brahms. Brahms é um mundo de horizontes e cores. Suas obras são cordas grossas que se amarram no torno do ser da alma da gente. E como gosto de de suas Sinfonias. As quatro são verdadeiras enciclopédias de arte e beleza. Elas possuem suas particularidades. Mas a que mais gosto é de número 1. Enquanto digito estas palavras, estou a ouvi-la (terceiro movimento). Já estou ouvindo pela terceira vez no dia de hoje. Esta versão com Rattle é  convincente. Ainda não conhecia. Devo ter para mais de 20 versões dessa sinfonia no. 1 e não me canso de ouvi-la e admirá-la. Resolvir iniciar hoje essa integral com as Sinfonias de Brahms, conduzidas por Simon Rattle, por causa do outono que sempre me inspira. É a melhor das estações. A mais poética das estações. E como acho que poesia e Brahms são sinônimos, acredito que essa integral das sinfonias de Brahms vem em boa hora. Havia separado duas outras integrais. Uma com Celibidache e outra com o Abbado, mas essa com o Rattle é especial, por isso vai ela mesma. Uma boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897)Sinfonia No. 1 in C minor, Op. 68

01. Un poco sostenuto-allegro-meno allegro
02. Andante sostenuto
03. Un poco allegretto e grazioso
04. Finale

Berliner Philharmoniker
Simon Rattle, regente

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Carlinus

Pyotr Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893) – Serenade for Strings in C major Op. 48, Nutcracker Ballet Suite, Op. 71a, selection, Francesca da Rimini, symphonic fantasy after Dante, Op. 32, Symphony No. 5 in E minor, Op. 64, Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet e Capricio Italien, Op. 45 (CDs 1 e 2 de 10)

Após a última postagem do PQP eu fiquei meio aturdido. Fiquei a pensar se postava esse box com 10 CDs trazendo obras regidas por Mravinsky. Como acredito que Mravinsky foi o maior regente do século XX, vai  aqui uma postagem mais que passional. Como esta é a primeira postagem, seguem alguns dados biográficos extraídos da wikipédia.

Yevgeny Aleksandrovich Mravinsky (ou Evgeny) (em russo: Евгений Александрович Мравинский, Evgenij Aleksandrovič Mravinskij, 4 de Junho de 1903 – 19 de Janeiro de 1988) foi um regente russo, considerado um dos grandes regentes do século XX. Yevgeny Mravinsky nasceu em São Petersburgo. Seu pai faleceu em 1918 e, no mesmo ano, ele começou a trabalhar como estagiário no Teatro Mariinsky. Antes de entrar no Conservatório de Leningrado, ele estudou biologia na universidade em Leningrado. Sua primeira regência em público aconteceu em 1929. Mravinsky tinha inicialmente um repertório de músicas para balé, conduzindo o Balé Kirov (Teatro Maryinsky) e o Ópera Bolshoi (em Moscou). Em setembro de 1938, venceu a Competição dos Condutores da União em Moscou; em outubro do mesmo ano, Mravinsky tornou-se o regente diretor da Leningrad Philharmonic Orchestra, cargo que ocuparia até 1988.  Essa parceira de 50 anos entre Mravinsky e a Leningrad PO só é superado por Willem Mengelberg com a Concertgebouw Orchestra, Ernest Ansermet com a Orchestre de la Suisse Romande e Eugene Ormandy com a Philadelphia Orchestra. Sob comando de Mravinsky, a Leningrad PO ganhou reputação internacional, particularmente com a música russa como as de Tchaikovsky e Shostakovich. Durante a Segunda Guerra Mundial, Mravinsky e a orquestra foram evacuados para a Sibéria. Entre as interpretações lendárias de Mravinsky estão seis sinfonias de Dmitri Shostakovich: a Sinfonia n.º 5, Sinfonia n.º 6, Sinfonia n.º 8, Sinfonia n.º 9, Sinfonia n.º 10 e Sinfonia n.º 12. Mravinsky fez gravações de estúdio, entre o período de 1938 a 1961. Suas gravações após 1961 foram feitas em concertos ao vivo. A sua última gravação aconteceu em abril de 1984, interpretando a Sinfonia n.º 12 de Dmitri Shostakovich. A-PRO-VEI-TE!

Disco 1

Pyotr Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893) – Serenade for Strings in C major Op. 48, Nutcracker Ballet Suite, Op. 71a, selection, Francesca da Rimini, symphonic fantasy after Dante, Op. 32, Symphony No. 5 in E minor, Op. 64, Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet e Capricio Italien, Op. 45

Serenade for Strings in C major Op. 48
01. Pezzo in forma di SOnatina
02. Walzer
03. Elegia
04. Finale

Nutcracker Ballet Suite, Op. 71a, selection
05. Dance of the Mirlitons
06. Chinese Dance
07. Arabian Dance

Francesca da Rimini, symphonic fantasy after Dante, Op. 32
08. Francesca da Rimini

Disco 2

Symphony No. 5 in E minor, Op. 64
01. Andante-allegro con anima
02. Andante cantabile, con alcuna licenza
03. Valse, allegro moderato
04. Finale, andante maestoso-allegro vivace-molto vivace-moderato assai

Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet
06. Pas de deux, from Sleeping Beauty Ballet

Capricio Italien, Op. 45
07. Capricio Italiano

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

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Carlinus

Richard Wagner (1813-1883) – Orchestral Favourites

Este post é para atender pedidos de alguns wagnerianos chorosos que me interpelaram outro dia.  Embora  não sucumbamos com tanta facilidade a preces, os wagnerianos acabaram tendo o pedido realizado. Afirmo de início: não gosto de Wagner. Isso mesmo! Não gosto do compositor alemão. Devo apresentar as minhas razões: Wagner me cansa. O aspecto “grandioso”, “pomposo”, de sua música me enche de  impaciência. Sua música é tão “densa” e “eloquente”, que nos mata por asfixia. Emprego aqui uma paráfrase de Brahms, quando se referia a Burckner, um wagneriano pleno. Johannes costumava dizer que “as sinfonias de Bruckner eram grandes serpentes”. O mesmo se pode dizer das obras do mestre de Bruckner. Ou seja, aproximam-se de nós e, após ter nos dominado, vai nos apertando, nos comprimindo, espremendo, até que não resistamos – embora eu goste das sinfonias de Bruckner. Encho-me de azia existencial todas as vezes que escuto Wagner. Mas respeito a importância do alemão. Não quero apenas detratá-lo. Sua contribuição para a música é positiva – Bruckner, Mahler, Richard Strauss (corrijam-me se estiver errado). Como para ouvir Wagner é necessário um bom regente, escolhi Solti. Boa apreciação!

Richard Wagner (1813-1883) – Orchestral Favourites

Disco 1

01. Rienzi – Overture
02. Der fliegende Hollander – Overture
03. Tristan und Isolde – Prelude, Act I
04. Tannhauser – Overture
05. Tannhauser – Bacchanale

Disco 2

1. Lohengrin – Prelude to Act I
2. Siegfried Idyll
3. Die Meistersinger von Nürnberg – Act 1 – Prelude & Hymn
4. Parsifal – Prelude
5. Götterdämmerung / Dritter Aufzug – Siegfried’s Funeral March

Wiener Philharmoniker
Sir Georg Solti, regente

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Carlinus

.: interlúdio – klezmer jazz :.

“John Zorn once remarked to that in the ’60s, “we didn’t want to hear Jewish music at our Bar Mitzvahs, we wanted to hear Hendrix.” Funny how a few decades and some intermarriage with post-bop jazz can change all that. However, if back then some very hip parents convinced the best free jazzers to do a Bar Mitzvah party set, the result could very likely have been something akin to this album.” leia mais

Se o leitor imagina este Blue Dog como um cusco impertinente, meio baqueado, que frequentemente sai explorando onde o nariz aponta e não se furta a cheirar o que lhe passa pelo nariz — acertou. E tem horas em que paro e olho pros lados e penso “mas como é que eu vim parar aqui?”

Penso por um instante, só. Porque não é importante.

O Klez-Edge é o projeto mais recente de Burton Greene, pianista de Chicago que gravou para a ESP nos anos 60, e radicou-se na Europa desde os 70 (começou por Paris, hoje na Holanda). Sua trajetória sempre teve o free jazz como base, mas, também um explorador, vem estudando suas relações com os mais diversos estilos — como a raga, o folclore dos Bálcãs e o klezmer, a música tradicional judaica. Lançado pela Tzadik, o selo de John Zorn, na série Radical Jewish Culture, Ancestors, Mindreles, NaGila Monsters apresenta uma soma simples: post-bop e improviso mais klezmer. Diferente de seu projeto anterior, o Klezmokum, tem um homem como vocalista: e prepare-se para ouvir o polonês Marek Balata fazer o scat como você jamais imaginou ouvir — não sem rir.

Que foi a minha primeira reação: rir! Não parecia sério. Senão, acompanhe: a abertura, uma canção folclórica romena chamada “Mindrele”, inicia com frases de tuba — reconhecidamente o mais engraçado dos instrumentos musicais. A primeira seção traz um clarinete choroso, piano acompanhando a tuba e o vocalista improvisando sílabas em tenor; usando a voz como instrumento e dentro do contexto do jazz (ou seja, solando). E com que fôlego! Porque os músicos são refinados e as harmonias, agradáveis, vão conduzindo a audição, logo a risada desaparece e deixa só um sorriso. Passada a estranheza, se percebe como o que se ouve é levado a sério — ou tão sério quanto uma fanfarra judaica uptempo pode ser. “Odessa on the Hudson” é ainda mais cativante, com o pulmão infinito de Balata dobrando notas junto a Greene a desaguar num refrão melódico em tons menores. Apesar do destaque todo ao vocalista e seu trabalho de “libertar” o klezmer, mantem-se o jazz: solos e solos de jazz modal, num grupo sem baixo — que é substituído, com mais textura, pela tuba.

O resultado é nada menos que hipnótico. Descobri o disco há pouco mais de uma semana e venho o escutando três vezes por dia desde então. Esteja avisado. E a não ser que seja judeu, espere o momento em que você estará com vontade de bater palmas durante a música, e se perguntará “…mas o que É que eu estou ouvindo mesmo?!?”

***

Embora o Klez-Edge seja, na minha opinião, bastante superior ao do Klezmokum, este post traz também dois discos desta banda. Que difere-se basicamente por ser bem mais contida nos improvisos, mais tradicional, e traz uma vocalista “típica”, cantando em iídiche. No entanto, o trabalho de Greene aparece mais; há momentos belíssimos de seu piano (gosto especialmente dos andamentos complexos de “Di Nakht”).

(Os discos do Klezmokum, pouco distribuídos, podem (e devem) ser comprados no site oficial. Ignore as capas horríveis.)


Klez-Edge – Ancestors, Mindreles, NaGila Monsters/2008 (320)
download – mediafire /115MB
Burton Greene: piano; Perry Robinson: clarinet; Marek Balata: vocals; Larry Fishkind: tuba; Roberto Haliffi: drums.
01 Mindrele 02 Odessa on the Hudson 03 Ancestral Folk Song 04 Funk Tashlikh 05 Prelude in D Minor for Andrzej 06 Oy Joy 07 Bagdad 08 Moldavian Blues 09 Have Another NaGila Monster


Klezmokum – ReJewvenation/1998 (320)
download – mediafire /160MB
Burton Greene: piano; Larry Fishkind: tuba; Roberto Haliffi: drums; Perry Robinson: clarinet; Patricia Beysens: voice, flugelhorn; Hans Mekel: clarinet, sax.
01 Atesh Tanz 02 Russian Sher N° 5 – Sherele 03 Ydid Nefesh 04 Doina in G Major 05 Shir Hashomer 06 El Rey por Muncha Madruga 07 Hora Mare 08 Shoror 09 Adonai Melech – Hodu L’adonai 10 Los Kaminos de Sirkidji 11 Desert Dance 12 Nevala


Klezmokum – Le Dor Va Dor/2000 (256)
download – mediafire /130MB
Mesma formação, mais Sofie van Lier: voice
01 Jews and Gypsies Suite: a) Tants, tants, tants b) Tsigaynerlid 02 Kineret 03 Di Nakht 04 Fun Tashikh 05 Dremlen Feygl 06 Yiddish Tango 07 A Nigun Variations 08 El Male Rachamim 09 Sa’dawi Variations

Shalom!
Blue Dog

Frédéric Chopin (1810-1849) – Estudos (CD 5 de 13)

Apesar do tempo que já faz desde que postei o último CD de Chopin, eu não esqueci do que havia iniciado. Surgem agora os maravilhosos Estudos do compositor. Boa apreciação!

Frédéric Chopin (1810-1849) – Estudos

01 – 12 Etudes, Op.10 No.1 in C
02 – 12 Etudes, Op.10 No.2 in A minor (Chromatique)
03 – 12 Etudes, Op.10 No.3 in E (Tristesse)
04 – 12 Etudes, Op.10 No.4 in C sharp minor
05 – 12 Etudes, Op.10 No.5 in G flat (Black Keys)
06 – 12 Etudes, Op.10 No.6 in E flat minor
07 – 12 Etudes, Op.10 No.7 in C
08 – 12 Etudes, Op.10 No.8 in F
09 – 12 Etudes, Op.10 No.9 in F minor
10 – 12 Etudes, Op.10 No.10 in A flat
11 – 12 Etudes, Op.10 No.11 in E flat
12 – 12 Etudes, Op.10 No.12 in C minor (Revolutionary)
13 – 12 Etudes, Op.25 No.1 in A flat (Harp Study)
14 – 12 Etudes, Op.25 No.2 in F minor
15 – 12 Etudes, Op.25 No.3 in F
16 – 12 Etudes, Op.25 No.4 in A minor
17 – 12 Etudes, Op.25 No.5 in E minor
18 – 12 Etudes, Op.25 No.6 in G sharp minor
19 – 12 Etudes, Op.25 No.7 in C sharp minor
20 – 12 Etudes, Op.25 No.8 in D flat
21 – 12 Etudes, Op.25 No.9 in G flat (Butterfly Wings)
22 – 12 Etudes, Op.25 No.10 in B minor
23 – 12 Etudes, Op.25 No.11 in A minor (Winter Wind)
24 – 12 Etudes, Op.25 No.12 in C minor

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Elisabeth Chojnacka – Energy

Bem, se você conhece obras contemporâneas para cravo, saiba que é muito provável que elas tenham por trás o dedo, digo, os dedos da virtuosa polonesa residente na França Elisabeth Chojnacka (pronuncia-se Roinatsca), que inexplicavelmente ainda não tinha aparecido aqui no blog.

O presente CD é um dentre vários que mostram as possibilidades que a instrumentista abriu através do estímulo a compositores contemporâneos do mundo inteiro. Seja fazendo o cravo dialogar com instrumentos “étnicos”, seja com meios acusmáticos, seja com as manifestações de vanguarda, ouvir Chojnacka sempre é uma instigante aventura. E caso não se goste de alguma dessas aventuras, pode-se embarcar em outra e se maravilhar com a nova tentativa. Taí uma instrumentista que verdadeiramente passa longe do previsível.

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Elisabeth Chojnacka – Energy

1. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 1
2. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 2
3. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 3
4. Umbhiyozo waze afrika, for harpsichord & african percussion: Movement 4
5. Càbala del caballo, for harpsichord & flamenco guitar
6. Tango fusion (new version) for harpsichord & bandonéon
7. Espressivo, for harpsichord & tape
8. Music of dreams, for harpsichord, chang & tape
9. Shingalana, for harpsichord & tape
10. Mirage, for shô & harpsichord
11. Phrygian Tucket, for harpsichord & tape

(Para informações sobre os intérpretes, clique no link da Amazon)

BAIXE AQUI – PARTE 1
BAIXE AQUI – PARTE 2

CVL

Brazilian Landscapes

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Este post aqui deve-se por completo à Maria Cristina Câmara, fã de Amaral Vieira e que preparou todo o conteúdo da pasta zipada que vocês agora podem baixar (eu tenho o disco, mas não tenho tempo de dedicar tanto esmero à preparação dos arquivos). Trata-se de uma das melhores gravações de música de câmara brasileira realizada nas últimas décadas no exterior – e por isso uma chance sem igual de ouvir o brilhante Quinteto Fronteiras, de Amaral Vieira, bem como os trios do Villa e de Guarnieri.

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Brazilian Landscapes

Villa-Lobos (1887-1959)

1 – Trio para violino, viola e violoncelo – Allegro
2 – Trio para violino, viola e violoncelo – Andante
3 – Trio para violino, viola e violoncelo – Scherzo: Vivace
4 – Trio para violino, viola e violoncelo – Allegro preciso e agitado

Camargo Guarnieri (1907-1993)

5. Trio para violino, viola e violoncelo – Enérgico e ritmado
6 – Trio para violino, viola e violoncelo – Sorumbático
7 – Trio para violino, viola e violoncelo – Com alegria

Amaral Vieira (1952)

8 – Quinteto para piano e cordas opus 297 “Fronteiras” – Molto lento, espressivo
9 – Quinteto para piano e cordas opus 297 “Fronteiras” – Molto lento
10 – Quinteto para piano e cordas opus 297 “Fronteiras” – Allegro festivo

ENSEMBLE CAPRICCIO:
Chouhei Min, violino – Korei Konkol, viola – Mina Fisher, violoncelo

Artistas convidados:
Max Barros, piano – William Schrickel, contrabaixo

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CVL