É Natal! Jesus nasceu e todos estão felizes fazendo compras como se o mundo fosse acabar. E aqui temos um excelente CD. SÉRIO! Bem, sei, melhor me acalmar. Um CD delicadíssimo e de alto nível artístico este da Nonesuch Records. Não é aquele barroco cheio de vigor, é tranquilo e autenticamente camarístico. As melhores obras do CD são as de Charpentier, o que não deixa de ser uma surpresa; afinal, Marc-Antoine é francês… Os americanos que o interpretam também são muito bons… Melhor rever meus conceitos (e preconceitos). Música sacra da melhor qualidade! Feliz Natal!
Anônimos / Charpentier / Monteverdi / Mozart, Franz Xaver / Purcell / Schein: A Baroque Christmas (The Boston Camerata / Joel Cohen)
1. A minuit fut fait un réveil / Anonymous (France), 17th century
2-6. Noëls pour les instruments/ Marc-Antoine Charpentier (1634-1704)
7. Hodie christus natus est/ Gregorian
8. Nun jauchzet mit hellem Ton / Johannes Schein (1586-1630)
9. Laudate dominum/ Claudio Monteverdi (1547-1643)
10. Non recedet laus tuus/ Gregorian
11. Salve Regina/ Claudio Monteverdi
12. The Blessed virgin’s expostulation/ Henry Purcell (1659-1695)
13-18. Messe de minuit sur des airs de Noël/ Marc-Antoine Charpentier
THE BOSTON CAMERATA
Anne Azéma, soprano
Elizabeth Weigle, soprano
Richard Duguay, tenor
Dan McCabe, baritone
Arizeder Urreiztieta, bass
Robert Mealy (concertmaster), baroque violin
Katherine Sutherland, baroque violin
Harold Lieberman, baroque viola
Carol Lewis, viola da gamba
Jesse Lepkoff, flute, recorder
Kathie Roth, flute
Owen Watkins, recorder
Michael Dolbow, violone
Olav Chris Henriksen, theorbo, baroque guitar
Frances Conover Fitch, organ
assisted by THE SCHOLA CANTORUM OF BOSTON
Frederick Jodry, director
Alice Dampman, Sandra Stuart, sopranos
Rob Dobson, Frederick Jodry, altos
John Delorey, Arthur Rawding, tenors
John Holyoke, bariton
Gregory Mancusi-Ungaro, bass
Joel Cohen, Director


Envolvido com outras questões, como os 200 anos de nascimento de Wagner, e, principalmente, com os problemas que estou tendo com minha operadora de telefonia, esqueci que um dos compositores favoritos do blog, Johannes Brahms, completaria hoje 180 anos de idade. Sim, o bom e velho Johannes está de aniversário.
Este que é mais um CD obrigatório para quem gosta de música barroca. É outro Vivaldi. É um sujeito concentrado, melancólico, quase triste em sua expressão camarística através do cello. Demonstrando ser um compositor que adequava-se à sonoridade dos instrumentos para os quais escrevia – assim como fazia em suas óperas adequando-se aos temas narrados -, temos aqui um Vivaldi quase germânico, como se tivesse nascido em Eisenach. Confiram e depois me contem se estou mentindo. E, como senão bastasse, é música arrebatadora e nada esquecível. CDs belíssimos. O grupo de membros do “famigerado” King`s Consort é simplesmente extraordinário. Por que “famigerado”? Ora, por 

O Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach não é uma “obra” de meu pai, Johann Sebastian Bach. Trata-se simplesmente, como diz nome, de um caderno de notas mantido por sua segunda mulher, a jovem Anna Magdalena Wilcken (ou Wülckens). Ali estavam anotadas as músicas que executávamos em nossos saraus noturnos. Servia a nossa diversão e a de nossos amigos, é um registro de um hábito que perdeu-se no século XX, substituído pela tela da TV. Antes, saraus com boa música; agora, Faustão. É, nem tudo é evolução. (Rimou…)
IM-PER-DÍ-VEL !!!

Gents, é o seguinte: este é um disco CONSISTENTE. Na minha opinião, não é nada extraordinário. Mas então por que é CONSISTENTE? Ora, porque os executantes são ótimos, a gravação é bem produzida, é tudo perfeito, porém o repertório — apesar da grife Vivaldi — não é das melhores coisas que aquele padre devasso produziu. Apesar da boa qualidade, a gente sempre espera mais do Totonho. Talvez estivesse entretido com alguma uma de suas alunas do Ospedale della Pietà e tivesse esquecido do mundo, sei lá. Porém… Ah porém… Amanhã postarei um disco altamente matador com as Sonatas para Violoncelo. As irmãs destas sonatas que posto hoje são maravilhosas. Ouçam e comparem. (Talvez o problema seja eu, por ficar feliz de ouvir coisas tristes). E este

A capa parece de comédia norte-americana. Um homem entre duas loiras. Seria melhor que ficassem juntos para sempre; afinal, tocam bem. Mas não sei se a cara deles revela alguma possível permissividade. Esqueçam. Este é um CD EXCELENTE que vale pelos Contrastes de Bartók e pelo sensacional Trio de Khachaturian. A redução da História do Soldado é boa, mas a versão original goleia. Contrastes — que é dedicada originalmente a Benny Goodman — é tão pouco tocada e Bartók é um compositor tão perfeito que a gente fica feliz de poder ouvir e reouvir a peça. O Trio de Khachaturian é maravilhosamente bem escrito, uma obra-prima mesmo. Cada um toca uma coisa diferente e sempre dá certo. E o Ensemble Incanto encanta… (peço desculpas pelo trocadalho do carilho). Falando sério, o conjunto é excelente, tem senso de estilo e apenas valoriza este excelente repertório.
Vocês conhecem os discos do MAK — Musica Antiqua Köln. Os caras pesquisam e desencavam verdadeiras joias como essas, encontradas no gélido Báltico, entre a Lübeck de Thomas Mann, a Dinamarca de Isak Dinesen e a Suécia do ignorado e grande Franz Berwald (vou postar Berwald para vocês conferirem como é bom). Só que aqui são apenas obscuros barrocos. Para variar, o MAK acerta.

IM-PER-DÍ-VEL !!!




IM-PER-DÍ-VEL !!!

IM-PER-DÍ-VEL !!! (para os amantes do barroco)

Pois é, senhores, volto com os quartetos de Bartók. Sei que todos aqui conhecem bem esses quartetos e falar deles é como falar dos seis últimos quartetos de Beethoven, ou seja, não preciso falar nada. São obras clássicas que devem estar na discoteca de todos. Por isso o principal motivo de trazê-los aqui é apenas pela gravação histórica e raríssima do Julliard String Quartet. Existem três gravações da integral feita pelo grupo, a clássica gravação de 1950 (se não me engano, a primeira integral dos quartetos) e que continua sendo a preferida pra muita gente, a desastrosa gravação dos anos 80 (os caras precisavam de vitamina) e essa de 1963 que trago pra vocês.

IM-PER-DÍ-VEL !!!



IM-PER-DÍ-VEL !!!
Uma imensa cantora e uma baita orquestra para revelar as Cantatas Italianas de Handel, antes desconhecidas para mim. O alemão não consegue ser “italiano” como foi depois “inglês”, mas as cantatas são de muito alto nível musical. Marc Minkowski e Magdalena Kozená matam a pau. A cantora realiza mais uma de suas grandes atuações, e Minkowski traz seu habitual entusiasmo e qualidade. Notem como o jovem Handel já estava interessado nos colorido orquestral, algo nada comum numa época em que os timbres não eram considerados conteúdo, sendo até intercambiáveis.


Já estamos quase na sexta-feira e o final de semana se aproxima benfazejo; este cão inicia os trabalhos – no clima e no temperamento, ao menos – jogando alto com a intensidade e a vivacidade do jazz de Wes Montgomery.

O conjunto Collegium Aureum foi fundado em 1962 na Alemanha, e sua especialidade é a música barroca tocada em instrumentos e informação de época. Vou trazer nas próximas postagens, algumas pérolas que este extraordinário conjunto gravou em seus cinquenta e três anos de existência. Nesta primeira postagem, temos dois concertos duplos de C.P.E. Bach, o filho mais talentoso do nosso mentor Johann Sebastian. A formação é um tanto quanto exótica, mas serve para melhor compreendermos o processo de transição entre e o barroco e o classicismo, e a ascensão do pianoforte enquanto instrumento solista. E só tem fera nessas gravações, gente que respira música barroca já há décadas, como Gustav Leonhardt, Alan Curtis e Jos van Immerseel.
Para qualquer fã sério de jazz fusion — não sou um deles –, o lançamento do álbum solo de estreia de Jaco Pastorius não foi nenhuma surpresa. Em grande parte autodidata, aos 22 anos ele já dava aulas de baixo na Universidade de Miami, onde criou uma forte amizade com o guitarrista Pat Metheny, que levaria os dois a gravarem juntos, lançando um LP nada conhecido (simplesmente intitulado Jaco) em 1974. Mas foi só quando ele se tornou um membro do fusion Weather Report que o começou a deixar sua marca. Jaco Pastorius, disco lançado em 1976, é uma vitrine para os talentos incríveis do baixista, sem mencionar sua maturidade como compositor. Junto com no estúdio estavam ninguém menos que alguns dos melhores músicos de jazz da época: Herbie Hancock, Wayne Shorter, Lenny White, David Sanborn, Hubert Laws e Michael Brecker. Até mesmo as lendas do soul / R&B Sam & Dave fazem uma aparição. Acho que este é o disco menos impressionante de Pastorius. Depois ele fez coisa muito melhor, em trabalhos próprios e de outros. Claramente, Jaco Pastorius era um mestre que morreu em circunstâncias trágicas em 1987 aos 35 anos. Jaco permanecerá para sempre um dos baixistas mais proeminentes que o mundo já ouviu. Ele tinha 24 anos quando gravou este disco.
IM-PER-DÍ-VEL !!!






Retorno às postagens de música sacra com um ousado projeto de Andrew Parrott e seu Taverner Consort and Players. Ousado pelo fato de Parrott só ter escolhido vozes femininas para seu coral, além das solistas.
IM-PER-DÍ-VEL !!!