Grieg: Symphony in C minor; In Autumn op.11; Piano Concerto op.16 – Noriko Ogawa, Ole Kristian Ruud BIS 2003

As grandes estrelas deste CD são duas obras orquestrais de Grieg muito pouco executadas, a abertura In Autumn e sua única Sinfonia, em Dó menor.

A Sinfonia é um caso à parte, por ser obra de juventude de Grieg, e que ele particularmente detestava, ao ponto de escrever “nunca deve ser tocada”. Com efeito, a obra ficou esquecida por muito tempo, até que, depois de muitas negociações com a família, foi executada em 1981 (113 anos após ter sido escrita) por Karsten Andersen e a Bergen Symphony Orchestra, gravado posteriormente pela DECCA. Conseguimos entender porque ele reprovou a obra: é uma sinfonia que tem muito pouco da eloquencia melódica de Grieg, que encontramos nas obras mais maduras, notadamente em Peer Gynt, por exemplo. Como é uma sinfonia de juventude, é muito influenciada por outros compositores, como Dvorak ou Glazunov. Mas, de qualquer jeito, é uma obra tipicamente norueguesa, e tem, mesmo que a contragosto, um timbre grieguiano inconfundível. Talvez ele também tenha se decepcionado com ela pela falta do frescor que obras de juventude teriam, é uma obra séria e de pretensões densas. Mas é muito boa música! Ainda bem que se resolveu o impasse, e pena que Grieg nunca mais tenha pensado em verter pelos caminhos da Sinfonia.
In Autumn é uma abertura, um pequeno poema sinfônico, mas muito contundente. Dramático até. Pensei em encontrar algo bucólico no estilo da inspiradíssima Última Primavera, ou ao estilo das peças Líricas. Ledo engano. Drama puro, até um pouco trágico. A primeira versão foi mostrada a Niels Gade, que disse: “Grieg, isso é lixo, vá pra casa e escreva algo melhor.” Precisa realmente ser muito amigo para dizer isso, e mais ainda para aceitar, voltar para casa e realmente escrever algo melhor. E esta segunda versão acabou sendo feita para dueto de piano, e posteriormente orquestrada, foi elogiada e passou no crivo de seu amigo.
E, por fim, o tal Concerto para Piano em lá menor. Deste não preciso dizer nada, já é uma peça por si só conhecidíssima e que tem um monte de versões aqui no PQP. Me limito a tecer dois comentários: 1) a japonesa Ogawa é uma grata surpresa no panteão canônico de intérpretes deste concerto, e 2) fiquei feliz que este não vem com o concerto de Schumann a tiracolo.

Boa audição!

Edvard Grieg (1843-1907)

In Autumn, Op. 11
Piano Concerto in A Minor, Op. 16
Symphony in C Minor, EG 119

Noriko Ogawa, piano
Bergen Philharmonic Orchestra
Ole Kristian Ruud
BIS, 2003

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CHUCRUTEN

Igor Stravinsky (1882-1971): Pétrouchka e Le Sacre du Printemps – "A Sagração da Primavera"

Igor Stravinsky (1882-1971): Pétrouchka e Le Sacre du Printemps – "A Sagração da Primavera"

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um daqueles CDs que você é obrigado a baixar, sentar e ouvir. Tudo é bom nessa gravação. É a música do mago Igor Stravinsky regida por um especialista no repertório da composição contemporânea, Pierre Boulez. As duas obras desse post são expressivas e estão inscritas naquele rol de composições mais importantes e marcantes da história da música, assim como a Nona de Beethoven ou a Sinfonia Leningrado de Shostakovich. Trata-se de peças que foram responsáveis por mudar o conceito de composição de música no século XX. A primeira, Pétrouchka, é a história sobre um fantoche tradicional russo, que é feito da palha e com um saco de serragem como corpo que acaba por tomar vida e ter a capacidade amar, uma história que se assemelha superficialmente àquela de Pinocchio. Já Le Sacre du Printemps ou “A Sagração da Primavera” é uma extravagância. Não uso o termo em sentido depreciativo. Quero apenas informar que a obra é um exagero de arrojo e perfeição. “A Sagração da Primavera” é largamente conhecida como uma das maiores, mais influentes e mais reproduzidas composições da história da música do Século XX sendo um ícone de toda música erudita por ter sido considerada a obra que marca o início do modernismo . Considera-se que ela inovou em quase todos os aspectos musicais correntes na época : estrutura rítmica, orquestração, timbrística, forma, harmonia, uso de dissonâncias, e particularmente uma valorização da percussão acima da harmonia e melodia como nunca tinha ocorrido antes. Desafiando bom número de regras e contestando tudo que se conhecia até então a obra causou um escândalo memorável na capital francesa, em que a plateia, diante de tanta revolução artística, não aceitava o que ouvia e via. A rejeição se reforçou pelas inovações de linguagem que Nijinsky incorporou à coreografia, valorizando movimentos “rústicos” inspirado em hierógrafos e pinturas em pedras de homens da caverna. Durante a apresentação não faltaram vaias, e o próprio Diaghilev chegou a acender as luzes da platéia numa tentativa de conter um pouco o caos que se instalou. Não tendo surtido muito efeito, a agitação continuou e marcou tanto a estreia que até hoje a peça é considerada uma das mais internacionalmente conhecidas e controversas obras na história da arte”.

A obra subdivide-se em duas partes principais:
1. A adoração da terra (8 seções);
2. O sacrifício (6 seções).

Por isso, não deixe de ouvir esse CD formidável. Bom deleite!

P.S. O texto acima é em sua maior parte extraído DAQUI e DAQUI

Igor Stravinsky (1882-1971) – Pétrouchka e Le Sacre du Printemps – “A Sagração da Primavera”

Pétrouchka
01. First Tableau
02. Second Tableau
03. Third Tableau
04. Fourth Tableau

Le Sacre du Printemps
05. Part 1 – L’Adoration de la Terre
06. Part 2 – Le Sacrifice

The Cleveland Orchestra
Pierre Boulez, regente

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Stravinsky mostrando suas armas
Stravinsky mostrando suas armas

Carlinus

Johann Stamitz (1717-1757) / Franz Xaver Richter (1709-1789): Early String Symphonies

Johann Stamitz (1717-1757) / Franz Xaver Richter (1709-1789): Early String Symphonies

Esta é uma tentativa de recriar uma época importante na história da música erudita, a do início da sinfonia clássica, entre os anos de 1745 a 1760. A música é do barroco tardio, mas quase já não é, se me entendem. Já estamos dando um passo para fora do estilo. Stamitz, um compositor checo, era um daqueles caras que escreveram quase cem sinfonias, a maioria delas no estilo atlético de Mannheim, onde serviu como concertino. Richter, austríaco, era um violinista, cantor, compositor, regente e teórico da música que também trabalhou em Mannheim mais ou menos na mesma época de Stamitz. Aí está a conexão entre ambos. A música vai agradar tanto os amantes do barroco como os ouvintes que desejam conhecer o início do desenvolvimento da sinfonia como forma de arte.

Johann Stamitz (1717-1757) / Franz Xaver Richter (1709-1789):
Early String Symphonies

1 Sinfonia a 4 in A Major: I. Allegro assai 4:35
2 Sinfonia a 4 in A Major: II. Andante 4:56
3 Sinfonia a 4 in A Major: III. Presto 2:25

4 Sinfonia a 4 in B-Flat Major: I. Spiritoso 3:48
5 Sinfonia a 4 in B-Flat Major: II. Andante 3:17
6 Sinfonia a 4 in B-Flat Major: III. Presto 3:38

7 Sinfonia a 4 in C Minor: I. Allegro ma poco 4:38
8 Sinfonia a 4 in C Minor: II. Tempo giusto 4:09
9 Sinfonia a 4 in C Minor: III. Allegro 2:05

10 Sinfonia a 4 in D Major: I. Presto 5:45
11 Sinfonia a 4 in D Major: II. Andante 7:05
12 Sinfonia a 4 in D Major: III. Presto 2:19

13 Symphony for Strings in D Major, Op. 11, No. 1: Andante non Adagio 5:44

The Chamber Orchestra of the New Dutch Academy
Simon Murphy

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Johann Stamitz, meio apressado para compor mais uma de suas 75 sinfonias
Johann Stamitz, meio apressado para compor mais uma de suas 75 sinfonias

PQP

.: interlúdio :. Ralph Towner: My Foolish Heart

.: interlúdio :. Ralph Towner: My Foolish Heart

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Logo após elogiadíssimos trabalhos com o trompetista Paolo Fresu (Chiaroscuro) e com os guitarristas Wolfgang Muthspiel e Slava Grigoryan (Travel Guide), Ralph Towner retorna a um trabalho solo com My Foolish Heart. O toque de Towner em seu violão de 12 cordas é imediatamente identificável e os trabalhos solo são uma parte importante da discografia deste multi-instrumentista que completa 77 anos no próximo dia 1º de março. My Foolish Heart segue a grande tradição de Diary, Solo Concert, Ana, Anthem e Time Line. O CD possui novas composições, todas muito boas — uma linda homenagem ao falecido Paul Bley (Blue As In Bley), bem como duas (Shard e Rewind) do Oregon, grupo do qual participa desde o Período Pré-Antigo. O único standard é My Foolish Heart, famosa na interpretação de Bill Evans. O 29º álbum de Towner para a ECM tem apenas 40 min, mas vale cada segundo.

Ralph Towner: My Foolish Heart

1 Pilgrim 4:31
2 I’ll Sing To You 4:32
3 Saunter 5:01
4 My Foolish Heart 3:51
5 Dolomiti Dance 4:24
6 Clarion Call 4:40
7 Two Poets 2:04
8 Shard 0:54
9 Ubi Sunt 1:20
10 Biding Time 1:29
11 Blue As In Bley 3:53
12 Rewind 3:43

Ralph Towner, violão de 12 cordas

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Ralph Towner e cada uma de suas doze cordas
Ralph Towner e doze cordas

PQP

 

 

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga / Abertura Francesa / Concerto Italiano / Prelúdio, Fuga e Allegro

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga / Abertura Francesa / Concerto Italiano / Prelúdio, Fuga e Allegro

LEONARDT
IM-PER-DÍ-VEL !!!

Gustav Leonhardt foi um monstro, um gênio e o pequepiano ouvinte-leitor André X. nos enviou este CD duplo para polinizarmos sua arte. Não lembro de Arte da Fuga melhor do que esta. Também penso não existir melhor Prelúdio, Fuga e Allegro, do qual ouvi uma versão atropelada, dia desses em Porto Alegre. Ah, e o CD ainda traz o Concerto Italiano e a Abertura Francesa. Ou seja, só obras-primas, nada além de obras-primas de Bach. Aproveitem porque a qualidade deste trabalho não se encontra rotineiramente por aí.

Die Kunst Der Fuge BWV 1080 / The Art Of The Fugue BWV 1080
1-1 Contrapunctus 1 4:14
1-2 Contrapunctus 4 6:39
1-3 Contrapunctus 2 3:35
1-4 Contrapunctus 3 3:31
1-5 Contrapunctus 5 3:59
1-6 Contrapunctus 6 4:33
1-7 Contrapunctus 7 5:10
1-8 Contrapunctus 8 6:41
1-9 Contrapunctus 9 2:58
1-10 Contrapunctus 10 5:21
1-11 Contrapunctus 11 7:49
1-12 Contrapunctus 12a 2:44
1-13 Contrapunctus 12b 2:54
1-14 Contrapunctus 18a 2:26
1-15 Contrapunctus 18b 2:27
2-1 Canon 14 3:57
2-2 Canon 15 2:42
2-3 Canon 16 5:53
2-4 Canon 17 2:07

Clavierübung II (1735) Partita BWV 831 H-moll/B Minor
(Ouvertüre Nach Französischer Art/Overture In The French Manner)

2-5 Ouvertüre 8:19
2-6 Courante 2:33
2-7 Gavotte I/II 2:40
2-8 Passepied I/II 3:04
2-9 Sarabande 2:39
2-10 Bourrée I/II 2:58
2-11 Gigue 2:03
2-12 Echo 3:16

Italienisches Konzert F-dur BWV 971 / Italian Concerto F Major BWV 971
2-13 Allegro 4:20
2-14 Andante 4:30
2-15 Presto 4:24

Praeludium, Fuge Und Allegro BWV 998 Es-dur/E Flat Major
2-16 Praeludium, Fuge Und Allegro BWV 998 Es-dur/E Flat Major 10:36

Gustav Leonhardt, cravo

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Gustav Leonhardt: Retrato do Monstro Quando Velho
Gustav Leonhardt: Retrato do Monstro Quando Velho

PQP

Monteverdi: Madrigali Guerrieri et Amorosi – Jordi Savall, La Capella Reial de Catalunya ASTRÉE 1995

Jordi Savall não é apenas uma sumidade artística, é um mago da música. Em suas mãos, os madrigais de Monteverdi deixam de ser peças de interesse histórico, passam a ser obras dignas de atenção para ouvintes de qualquer época.

Não sei como ele faz isso, mas é um trabalho já elogiado à exaustão, e sempre merecido.

Estes madrigais fazem parte do Livro Oitavo (ao todo são 9), datando de 1638, portanto já uma obra madura do compositor. O título completo seria “Madrigali guerrieri, et amorosi con alcuni opuscoli in genere rappresentativo, che saranno per brevi episodi fra i canti senza gesto.”

Nesta obra já existe o sentimento muito claro de que a polifonia renascentista começava a dar seus primeiros passos em direção a uma estilização de formas que será, em pouco tempo, chamado de Barroco. Para alguns, é o primeiro barroco, para outros, a última renascença. Coisa fina.

Boa audição!

Claudio Monteverdi (c1567-1643)
Madrigali Guerrieri et Amorosi

  1. I. Others Sing Of Love: Sinf
  2. I. Others Sing Of Love: Others Sing Of Love
  3. I. Others Sing Of Love: You Received The Cesar’s
  4. I. Others Sing Of Love: Accept This New And Fresh Work
  5. II. Circling Around The Enemy Insidious Love: Circling Around The Enemy
  6. II. Circling Around The Enemy Insidious Love: We Let Him Approach
  7. II. Circling Around The Enemy Insidious Love: False Weapons They Are Not
  8. II. Circling Around The Enemy Insidious Love: Search For The Eyes
  9. II. Circling Around The Enemy Insidious Love: There Is No Time Left
  10. II. Circling Around The Enemy Insidious Love: Oh My Heart, Running Is Useless
  11. III. Dance: Turning Around The Sky-Move To My Melodious Sound: Opening Before The Dance…
  12. III. Dance: Turning Around The Sky-Move To My Melodious Sound: Dance: Move To My Melodious Sound
  13. III. Dance: Turning Around The Sky-Move To My Melodious Sound: Ciaccona
  14. III. Dance: Turning Around The Sky-Move To My Melodious Sound: Second Part Of The Ballet…
  15. IV. Five Part Sym
  16. V. Others Sing Of Mars: Others Sing Of Mars
  17. V. Others Sing Of Mars: Two Beautiful Eyes
  18. VI. A Nymph’s Lament: Phoebus Had Not Yet
  19. VI. A Nymph’s Lament: A Nymph’s Lament
  20. VI. A Nymph’s Lament: So Among Disdainful Tears
  21. VII. Six Part Sym
  22. VIII. Now That The Sky: Now That The Sky And The Earth

  23. VIII. Now That The Sky: Only From One Clear And Lively Spring

La Capella Reial de Catalunya
Jordi Savall
ASTRÉE 1995

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Scarlatti / Beethoven / Chopin / Wagner / Liszt: On My New Piano, com Daniel Barenboim

Scarlatti / Beethoven / Chopin / Wagner / Liszt: On My New Piano, com Daniel Barenboim

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Belíssimo disco de gatinhos do maestro e pianista Barenboim. O tal “piano novo” foi uma encomenda do pianista feita sob medida a Chris Maene. Dizer que funciona direitinho é pouco. Recomendo a todos os pianistas, o Maene é bom mesmo… DB tomou inusitadas liberdades em suas Scarlatti, mas eu curti a K. 380 intimista inventada por ele. No resto, dá um banho de competência. Ele gravou 3 vezes o ciclo de Sonatas de Beethoven, então era justo que fizesse o mesmo com as 32 Variações. Estão maravilhosas. O Chopin está OK. O ponto alto do disco talvez seja a Marcha Solene de Wagner. A interpretação de Barenboim traz a quantidade certa de poesia e gravidade para esta música envolvente. Difícil de parar de ouvir. A complicadíssima Valsa de Mephisto, de Liszt, é tocada com perícia e sensibilidade que talvez nunca ouvidas. Recomendo não somente o Maene, tá?

On My New Piano, com Daniel Barenboim

1 Scarlatti: Sonata In C Major, Kk. 159 2:22
2 Scarlatti: Sonata In D Minor, Kk. 9 4:13
3 Scarlatti: Sonata In E Major, Kk. 380 6:39
4 Beethoven: 32 Piano Variations In C Minor On An Original Theme, WoO 80 12:37
5 Chopin: Ballade No. 1 In G Minor, Op. 23 9:58
6 Wagner: Solemn March To The Holy Grail From Parsifal, S. 450 7:50
7 Liszt: 10 Harmonies poétiques et religieuses, S. 173 – No. 7 Funérailles 12:24
8 Liszt: Mephisto Waltz No.1, S. 514 12:10

Daniel Barenboim, piano

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Esta foto nada tem a ver com o CD, mas vocês já viram tanto talento junto em uma foto? São Pollini, Barenboim e Claudio Abbado no La Scala. Bota logo num quadro, rapaz.
Esta foto nada tem a ver com o CD, mas vocês já viram tanto talento junto em uma foto? São Pollini, Barenboim e Claudio Abbado no La Scala. Bota logo num quadro, rapaz.

PQP

Love’s Illusion: Music from the Montpellier Codex 13th Century

Love’s Illusion: Music from the Montpellier Codex 13th Century

Um belo CD de música antiga da Harmonia Mundi. O Montpellier Codex (Montpellier, Bibliothèque Inter-Universitaire, Section Médecine, H196) é uma importante fonte da polifonia francesa do século XIII. O Codex contém 336 obras polifônicas provavelmente compostas entre os anos de 1250 e 1300, e compilado por volta do ano de 1300. Acredita-se que se originam de Paris. Foi descoberto pelo musicólogo Edmond de Coussemaker em 1852. Trata-se do maior e mais rico manuscrito de motetos medievais encontrado em todos os tempos. Ele esclarece que a polifonia da época era bem mais complexa do que se imaginava.

Love’s Illusion: Music from the Montpellier Codex 13th Century

1 Plus bele que flor – Quant revient – L’autrier joer – [Flos Filius] (Mo 21) 2:37
2 Puisque bele dame m’eime – [Flos Filius] (Mo 231) 2:02
3 Amours mi font souffrir – En mai – [Flos Filius] (Mo 111) 2:39
4 Ne sai, que je die – [Iohanne] (Mo 185) 1:23
5 Se je chante – Bien doi amer – [Et sperabit] (Mo 311) 2:06
6 Or ne sai je que devenir – Puisque d’amer – [Kyrieleyson] (Mo 267) 1:48
7 Hé Dieus, de si haut si bas – Maubatus – [Cumque] (Mo 92) 1:46
8 Celui en qui – La bele estoile – La bele, en qui – [Iohanne] (Mo 20) 2:53
9 Qui d’amours se plaint – [Lux magna] (Mo 215) 1:45
10 Amours, dont je sui – L’autrier, au douz mois – Chose Tassin (Mo 270) 2:21
11 Au cuer ai un mal – Ja ne m’em repentirai – Jolietement (Mo 260) 2:58
12 Quant voi la fleur – [Et tenuerunt] (Mo 241) 2:15
13 Quant se depart – Onques ne sai amer – [Docebit omnem] (Mo 131) 1:43
14 Joliement – Quant voi la florete – Je sui joliete – [Aptatur] (Mo 34) 3:04
15 Amor potest conqueri – Ad amorem sequitur (Mo 328) 1:23
16 Ce que je teing – Certes mout – Bone compaignie – [Manere] (Mo 33) 2:11
17 J’ai si bien mon cuer assiz – Aucun m’ont – [Angelus] (Mo 128) 2:15
18 Ne m’oubliez mie – [Domino] (Mo 236) 2:39
19 J’ai mis toute ma pensee – Je n’en puis – [Puerorum] (Mo 255) 2:23
20 Blanchete – Quant je pens – [Valare] (Mo 168) 2:32
21 Dame que je n’os noumer (Motet from the Montpellier Codex, 13th c.) 4:36
22 Li savours de mon desir – Li grant desir – Non veul mari (Mo 323) 2:08
23 Entre Copin – Je me cuidoie – Bele Ysabelos (Mo 256) 3:26
24 S’on me regard – Prennés i garde – Hé, mi enfant (Mo 325) 1:56
25 Quant yver la bise ameine – [In seculum] (Mo 223) 1:17
26 Ne m’a pas oublié – [In seculum] (Mo 207) 1:49
27 On doit fin[e] Amor – La biauté – [In seculum] (Mo 134) 1:28
28 Ja n’amerai autre que cele – [In seculum] (Mo 3) 1:09
29 Quant je parti de m’amie – [Tuo] (Mo 200) 1:20

Marsha Genensky
Ruth Cunningham
Susan Hellauer
Johanna Rose
Anonymous 4

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Página do Montpellier Codex. Love is not illusion.
Página do Montpellier Codex. Love is not illusion.

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonia No. 12 “1917”

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonia No. 12 “1917”

41hOYUmCRaLO ano de 1917 é provavelmente um dos mais importantes na história humanidade. Neste ano, acontece aquela que é conhecida como a primeira revolução socialista bem sucedida da história: A Revolução Russa.

É em 22 de Fevereiro do calendário Juliano (8 de Março no calendário gregoriano), que começam os primeiros protestos desde os acontecimentos de 1905. Essas sublevações iriam culminar na resignação do czar e a instauração de um governo provisório. Esse acontecimento é o primeiro no ano de 1917 que iria culminar na Revolução de Outubro de 1917, onde o Partido Bolchevique, com a mobilização dos sovietes de Petrogrado, conseguem parar fábricas, linhas férreas, linhas de comunicação e então derrubar o governo provisório num dos acontecimentos mais memoráveis do século XX. Uma revolução que, ao gosto dos pacifistas, não teve (quase) nenhuma morte, e foi feita de baixo para cima, com a liderança estratégica dos bolcheviques.

Shostakovich, já muito conhecido aqui no blog, teve muitos problemas com o regime stalinista que iria se tornar predominante na Russia pouco depois da revolução (e das guerras contra os países que tentaram impedi-la), mas de qualquer forma, seja para agradar o regime, ou seja porque realmente admirava o acontecimento, fez sua 12ª Sinfonia em homenagem ao ano de 1917 e à revolução.

Essa sinfonia originalmente tinha sido pensada para homenagear a Lenin, mas não conseguindo pensar e incluir um texto na obra, acabou mudando seu foco. Do ponto de vista estritamente formalista, não é a melhor de suas obras, mas o quarto movimento, chamado “O Amanhecer da Humanidade”, além de ter um ótimo nome, empolga.

Meu objetivo a partir de hoje, 22 de Fevereiro, até 26 de Outubro, é traçar um histórico mais ou menos panorâmico de compositores que se engajaram politicamente pelo socialismo e seu projeto por um mundo melhor e mais justo. Tudo isso em comemoração aos 100 anos dessa revolução que marcou o século XX que ousou desafiar o mundo como ele era, ousou tentar criar um mundo melhor e nos deixou um legado que pesa sobre nossos ombros até os dias de hoje.

À Luta camaradas, por um novo amanhecer da humanidade!

Dmitri Shostakovich (1906-1975):

Symphony No. 12 “The Year of 1917”

01 I. Revolutionary Petrograd
02 II. Razliv
03 III. Aurora
04 IV. The Dawn of Humanity

Gothenburg Symphony Orchestra
Neeme Järvi, regente

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Shosta genuinamente feliz.
Shosta genuinamente feliz.

Luke

 

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sonata para Violino No.1 / 5 Melodias / Cinderela / Romeu e Julieta

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sonata para Violino No.1 / 5 Melodias / Cinderela / Romeu e Julieta

IM-PER-DÍ-VEL !!!

“– Esta é uma sonata muito especial — disse meu professor, o Dr. Andrievsky, com uma expressão séria. Senti enorme tristeza em sua voz. Isto aconteceu quando eu comecei a estudar a Sonata Nº 1 de Prokofiev. Pensei ter entendido a Rússia sob Stálin após ler várias fontes escritas e filmes. Só que depois, toda vez que eu tinha aula, era esmagada pela grande tristeza do povo, que emanava da sonata. Cada canto da partitura revela sofrimento, gritos, desespero ou decepção. Prokofiev demorou 8 anos para finalizar a sonata, que expressa não apenas seus próprios sentimentos, mas também os dos que viveram nessa época. Já Cinderela e Romeu e Julieta transbordam de vivacidade e alegria de viver. Cada vez que os toco no poço da orquestra, meu coração dança aos sons elegantes e à expressão do amor. Estas obras de Prokofiev nunca deixam de tocar meu coração. Eu espero que você aprecie a versatilidade multifacetada de Prokofiev. Finalmente, gostaria de agradecer a todos aqueles que ajudaram a fazer essa gravação acontecer”. (Lisa Oshima)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sonata para Violino No.1 / 5 Melodias / Cinderela / Romeu e Julieta

01. Violin Sonata No. 1 in F Minor, Op. 80: I. Andante assai
02. Violin Sonata No. 1 in F Minor, Op. 80: II. Allegro brusco
03. Violin Sonata No. 1 in F Minor, Op. 80: III. Andante
04. Violin Sonata No. 1 in F Minor, Op. 80: IV. Allegrissimo

05. 5 Mélodies, Op. 35bis: No. 1. Andante
06. 5 Mélodies, Op. 35bis: No. 2. Lento ma non troppo
07. 5 Mélodies, Op. 35bis: No. 3. Animato, ma non allegro
08. 5 Mélodies, Op. 35bis: No. 4. Allegretto leggero e scherzando
09. 5 Mélodies, Op. 35bis: No. 5. Andante non troppo

10. Cinderella, Op. 87 (Arr. M. Fichtengoltz): No. 1. Waltz
11. Cinderella, Op. 87 (Arr. M. Fichtengoltz): No. 2. Gavotte
12. Cinderella, Op. 87 (Arr. M. Fichtengoltz): No. 3. Passepied
13. Cinderella, Op. 87 (Arr. M. Fichtengoltz): No. 4. Winter Fairy
14. Cinderella, Op. 87 (Arr. M. Fichtengoltz): No. 5. Mazurka

15. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act I: Introduction
16. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act I: Juliet
17. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act I: Tanz der Ritter
18. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act I: Balkonszene
19. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act II: Tanz der Paare
20. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act I: Mercutio
21. Romeo and Juliet, Op. 64 (Arr. L. Baich & M. Fletzberger for Violin & Piano): Act I: Kampf and Tybalts Tod

Lisa Oshima, violino
Stefan Stroissnig, piano

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Sergei Prokofiev jogando xadrez contra David Oistrakh, a violinista Liza Gilels observando.
Sergei Prokofiev jogando xadrez contra David Oistrakh, com a violinista Liza Gilels observando.

PQP

Stefano Pando: Peças para alaúde

Stefano Pando: Peças para alaúde

Stefano Pando é um alaudista contemporâneo que faz música como se estivesse no século XVI. É uma postura curiosa. É como se um autor atual tentasse escrever um livro como o Quixote, sei lá. Quando jovem, não gostava nem do neoclássico de Stravinsky e de vários compositores de seu grupo — andavam de avião e escreviam Concerti Grossi — , mas hoje sou bem menos xiíta. O CD de Pando é agradável e bastante bom, levando em conta a Idade Média…

Wellington Mendes escreveu: Belíssimo, a liberdade do alaudista traz ótimas novidades a velhíssimas peças, afinal, não sabemos como tocavam os antigos e muito possivelmente também iam muito mais longe do podemos imaginar.

Stefano Pando: Peças para alaúde

1. Galliard Et Sauterelle 2:02
2. Robin 2:26
3. Pavane Dellestarpe 1:54
4. Stanes Morris Dance 1:29
5. Ricercar 12 1:56
6. The Wind That Shakes the Barley 0:56
7. A Toy 0:59
8. My Lady Carey’s Dompe 1:46
9. Mache Anglaise 1:19
10. Eislein Liebstes 0:43
11. The Earl of Crawford 1:02
12. Earl of Oxford’s March 1:01
13. Almande Nonnette 1:00
14. Robin Hood 1:48
15. Branle Des Chevaux 2:15
16. Ricercar 9 1:45
17. Pavane Au Revoir Ma Douce Flame 2:24
18. Galliard Au Retour 0:44
19. Jouissance Vous Donneray 1:16
20. Basse Dance Sur Jouissance 1:53
21. Pavane La Sombre 3:25
22. Paduana 1:22
23. Ricercar 3 1:04
24. Untitled Passamezzo Antico 1:18
25. The Scolding Woman 1:00
26. Tombeau 3:20
27. Ein Welscher Tanz Wascha Nesa 1:23
28. Jaymeray Mieu Dormir 0:58
29. Pass E Mezzo 3:32
30. Tourdion 1:31

Stefano Pando, alaúde

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Stefano Pando: living in the past, como diria Ian Anderson
Stefano Pando: living in the past, como diria Ian Anderson

PQP

Balakirev: Symphonies 1 & 2; Russia, Tamara, Overture on Three Russian Themes – Svetlanov HYPERION 1992

Balakirev é outro compositor um pouco negligenciado, aparece em alguns programas, mas em geral não goza de muita notoriedade. Bem, compará-lo a Borodin, Korsakov e Mussorgsky não ajuda muito. Mas sua história e influência na música russa são inegáveis e das mais importantes, Ademais, era o único músico profissional do chamado “Grupo dos Cinco”, que incluia também César Cui (oportunamente postarei sobre ele). Balakirev foi um grande entusiasta do nacionalismo russo, apoiou, orientou e incentivou todos os seus colegas para aproximar a música folclórica e tradicional da Rússia dos padrões europeus. Muitas composições célebres de Tchaikovsky (a abertura Romeu e Julieta e a Sinfonia Manfredo, por exemplo), foram direta ou indiretamente influenciadas por suas ideias, incluindo sugestões de tonalidade, forma e orquestração.

Nada mais natural que se perguntar então: mas como é o tal do Balakirev como compositor? No fim das contas é para isso que estamos aqui. Bem, este post é uma das respostas. Suas sinfonias são suas obras mais conhecidas e revelam um compositor da mais alta competência, estética e formal. Falta-lhe, acredito, a inspiração da fluidez melódica que fizeram seus colegas mais famosos. Mas é música do mais alto nível. O disco ainda apresenta 3 poemas sinfônicos, Tamara, considerado sua melhor obra, Russia, e Abertura sobre 3 temas russos. Todas estas obras são exemplos práticos de suas ideias teóricas, unindo a música folclórica russa com formas da chamada música clássica européia. Especialmente estas obras nos revelam alguns temas que foram usados por Tchaikovsky e Stravinsky em outras composições, e que Balakirev denuncia. Você vai ouvindo e de repente fala: “Ei, mas isso é a 4a. sinfonia de Tchaikovsky!” Ou “pensei ter ouvido Petrouchka!”. Não, é música russa que ambos se apropriaram, como fizeram quase todos os nacionalistas, incluindo Villa-Lobos.
Boa audição!

P.S. Acho que este é o primeiro post sobre Balakirev, ele não estava na lista de categorias.

Mily Alexeyevich Balakirev (1837-1910)
CD1
Symphony no.1 in C major
Symphonic Poem “Russia”
CD2
Overture on Three Russian Themes
Symphonic Poem “Tamara”
Symphony no.2 in D minor

The Philharmonia
Yevgeny Svetlanov
Hyperion, 1992

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CHUCRUTEN

Johann Sebastian Bach (1685-1750): As Seis Partitas para Cravo (versão de Andras Schiff)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): As Seis Partitas para Cravo (versão de Andras Schiff)

Será que eu definitivamente passei a amar apenas as interpretações originais? Pois ao ouvir a versão de Schiff para as mesmas Partitas de ontem, meu coração não bateu muito mais forte. Falta ritmo, pulso, ousadia e alegria. Martins e Schiff são enormes pianistas, mas não chegaram àquele nível que os fariam first choices. Dentre os pianistas, ainda fico com Tatiana Nikolayeva e Angela Hewitt. Melhor ainda é ouvir Trevor Pinnock ao cravo. A versão presente aqui no PQP Bach e da qual devemos fugir é a de Scott Ross, que é realmente péssima.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) — As Seis Partitas para Cravo

Partita No.1 in B flat, BWV 825
1 1. Praeludium [2:04]
2 2. Allemande [2:56]
3 3. Corrente [2:53]
4 4. Sarabande [4:35]
5 5. Menuet I [1:20]
6 6. Menuet II [1:25]
7 7. Giga [2:14]

Partita No.2 in C minor, BWV 826
8 1. Sinfonia (Grave adagio – Andante) [4:39]
9 2. Allemande [4:21]
10 3. Courante [2:08]
11 4. Sarabande [3:00]
12 5. Rondeaux [1:41]
13 6. Capriccio [3:25]

Partita No.6 in E minor, BWV 830
14 1. Toccata [7:37]
15 2. Allemande [3:46]
16 Corrente – Air [6:28]
17 5. Sarabande [6:10]
18 6. Tempo di gavotta [2:13]
19 7. Gigue [5:59]

Partita No.3 in A minor, BWV 827
1 1. Fantasia [1:55]
2 2. Allemande [2:56]
3 3. Corrente [2:47]
4 Sarabande – Burlesca [5:27]
5 6. Scherzo [1:02]
6 7. Gigue [3:03]

Partita No.4 in D , BWV 828
7 1. Overture [6:05]
8 2. Allemande [8:03]
9 3. Courante [3:25]
10 4. Aria [2:17]
11 5. Sarabande [5:50]
12 6. Menuet [1:35]
13 7. Gigue [3:42]

Partita No.5 in G, BWV 829
14 1. Praeambulum [2:10]
15 2. Allemande [4:07]
16 3. Corrente [1:31]
17 4. Sarabande [4:04]
18 5. Tempo di minuetto [2:36]
19 6. Passepied [1:42]
20 7. Gigue [3:59]

András Schiff, piano

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Schiff: cara de quem tomou um baile da Angela Hewitt
Schiff: cara de quem tomou um baile da Angela Hewitt

PQP

Prokofiev (1891-1953): Piano Concerto No. 3 / Ravel (1875-1937): Piano Concerto in G-Dur & Gaspard de la Nuit (Argerich / Abbado)

Prokofiev (1891-1953): Piano Concerto No. 3 / Ravel (1875-1937): Piano Concerto in G-Dur & Gaspard de la Nuit (Argerich / Abbado)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Neste início de 2017, tive o imenso privilégio de ver Martha Argerich tocar o 3º Concerto de Prokofiev com a Filarmônica de St. Petersburgo — ex Filarmônica de Leningrado — regida por Yuri Temirkanov, no Southbank Center, em Londres. Ainda não me recuperei, foi um dos maiores momentos de minha vida. Tentei inutilmente segurar as lágrimas quando o concerto iniciou e vi Martita ainda é uma tremenda pianista, talvez até melhor do que era quando jovem. Ver aquilo foi demais para um latino-americano sem muito dinheiro como eu. E olha, não é exagero. Este é um dos dez discos que eu levaria para a ilha deserta. Com Argerich e Abbado jovens, acompanhados de uma tremenda orquestra, os dois com o maior tesão — aliás, Argerich tinha, na época, fama de devoradora de homens –, tocando de uma forma estupidamente perfeita música de primeiríssima linha. É ouvir e se apaixonar na hora. Uma vez, quando falei com Martha numa imensa fila de autógrafos, ela disse que não costumava ouvir suas próprias gravações, mas abria exceções para duas e confirmou que esta era uma delas. A outra ela não disse qual era, ficou querendo que eu adivinhasse. Tentei algumas, errei, e ela disse que a revelação ficaria para o próximo encontro…

Prokofiev (1891-1953): Piano Concerto No. 3 /
Ravel (1875-1937): Piano Concerto in G & Gaspard de la Nuit

Konzert Für Klavier Und Orchester Nr. 3 C-dur Op. 26
Composed By – Serge Prokofiev*
(27:04)
1 1. Andante – Allegro 9:01
2 2. Thema. Andantino – Variation I. L’istesso Tempo – Var. II. Allegro – Var. III. Allegro Moderato – Var. IV. Andantino Meditativo – Var. V Allegro Giusto – Thema. L’istesso Tempo 9:03
3 3. Allegro Ma Non Troppo 9:00

Konzert Für Klavier Und Orchester G-Dur
Composed By – Maurice Ravel
(21:05)
4 1. Allegramente 8:10
5 2. Adagio Assai 9:03
6 3. Presto 3:52

Gaspard de la Nuit
Composed By – Maurice Ravel
(22:21)
7 1. Ondine. Lent 6:19
8 2. Le Gibet. Très Lent 6:41
9 3. Scarbo. Modéré 9:21

Martha Argerich
Berlin Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado

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Claudio Abbado e Martha Argerich: perfeição, virtuosismo e calor
Claudio Abbado e Martha Argerich: sensibilidade, virtuosismo e alta temperatura

PQP

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Partitas, com Angela Hewitt

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Partitas, com Angela Hewitt

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Obrigado, Sydnei Leal pelo belíssimo e-mail. Repassei-o a todos os membros (ui) do PQP. Dizer que ficamos felizes é pouco.

Realmente satisfeito com o feriado que me permite uma pausa necessária e recém vindo de uma bela visita ao Mercado Público, brindo-vos — por pura e autêntica felicidade — com as Partitas para teclado de papai na belíssima gravação de Angela Hewitt para a Hyperion. Essa gravação ganhou uns premiozinhos por aí, a começar por um Editor`s Choice da Gramophone, o que sempre bom para um lançamento. Olha, vale a pena ouvir. Os dois CDs estão num só arquivo e viva Tiradentes!

(Um feriado muito mais consistente do que as merdas da Sexta Santa e do Domingo dos Chocólatras.).

J. S. Bach – As 6 Partitas, com Angela Hewitt

Track listing:
CD 1
1. Partita No. 1 in B flat major, BWV 825 (BC L1): Praeludium
2. Partita No. 1 in B flat major, BWV 825 (BC L1): Allemande
3. Partita No. 1 in B flat major, BWV 825 (BC L1): Courante
4. Partita No. 1 in B flat major, BWV 825 (BC L1): Sarabande
5. Partita No. 1 in B flat major, BWV 825 (BC L1): Menuet I / Menuet II
6. Partita No. 1 in B flat major, BWV 825 (BC L1): Gigue

7. Partita No. 2 in C minor, BWV 826 (BC L2): Sinfonia. Grave Adagio… Andante
8. Partita No. 2 in C minor, BWV 826 (BC L2): Allemande
9. Partita No. 2 in C minor, BWV 826 (BC L2): Courante
10. Partita No. 2 in C minor, BWV 826 (BC L2): Sarabande
11. Partita No. 2 in C minor, BWV 826 (BC L2): Rondeau
12. Partita No. 2 in C minor, BWV 826 (BC L2): Capriccio

13. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Overture
14. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Allemande
15. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Courante
16. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Aria
17. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Sarabande
18. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Menuet
19. Partita No. 4 in D major, BWV 828 (BC L4): Gigue

CD 2
1. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Fantasia
2. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Allemande
3. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Courante
4. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Sarabande
5. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Burlesca
6. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Scherza
7. Partita No. 3 in A minor, BWV 827 (BC L3): Gigue

8. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Praeambulum
9. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Allemande
10. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Courante
11. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Sarabande
12. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Tempo di Minuetto
13. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Passepied
14. Partita No. 5 in G major, BWV 829 (BC L5): Gigue

15. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Toccata
16. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Allemande
17. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Courante
18. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Air
19. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Sarabande
20. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Tempo di Gavotta
21. Partita No. 6 in E minor, BWV 830 (BC L6): Gigue

Angela Hewitt: piano

Total playing time: 143:22
Recorded 1996-97 | Released 1997
Recording: 24–26 June 1996 (CD1) & 6–8 January 1997 (CD2), Beethovensaal, Hannover

Hyperion CDA67191/2

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Um super show, Angie.
Um super show, Angie.

PQP

Igor Stravinsky (1882-1971): Jeu de cartes, Agon, Orpheus

Igor Stravinsky (1882-1971): Jeu de cartes, Agon, Orpheus

A fase neoclássica de Stravinsky recebe aqui tratamento luxuoso. Todos os três balés deste disco são colaborações de Strava com o coreógrafo norte-americano George Balanchine. A música também é extreordinária. Agon (1953-54) é um balé para 12 dançarinos. Não tem história, apenas movimentos para duplas, trios e quartetos, etc.  Jeu de Cartes é mais antigo. É de 1936-37. Gosto muito. E Orpheus é de 1948 e é o mais grandioso do trio, sendo dividido em 12 partes e previsto para 30 dançarinos. A música é realmente boa, mas, por favor, nunca me convidem para assistir a um espetáculo de balé.

Igor Stravinsky (1882-1971): Jeu de cartes. Agon, Orpheus

1. Jeu de cartes (Card Game), ballet in ‘three deals’ for orchestra: Deal 1: Introduction – Pas d’action – Entry and Dance of the Joker
2. Jeu de cartes (Card Game), ballet in ‘three deals’ for orchestra: Deal 2: Introduction – March of the Hearts and Spades – Variations
3. Jeu de cartes (Card Game), ballet in ‘three deals’ for orchestra: Deal 3: Introduction – Waltz – Battle of the Spades and Hearts – Finale

4. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Pas de quatre
5. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Double pas de quatre
6. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Triple pas de quatre
7. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Prelude
8. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: First Pas de trois: Sarabande – step –
9. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: First Pas de trois: Gaillarde –
10. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: First Pas de trois: Coda
11. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Interlude
12. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Second Pas de trois: Bransle Simple –
13. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Second Pas de trois: Bransle Gay –
14. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Second Pas de trois: Bransle Double
15. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Interlude
16. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Pas de deux
17. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Coda
18. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Four Duos
19. Agon, ballet for 12 dancers & orchestra: Four Trios

20. Orpheus, ballet in 3 scenes for orchestra: Scene 1: Orpheus weeps for Eurydice – Air de danse – Dance of the Angel of Death – Interlude
21. Orpheus, ballet in 3 scenes for orchestra: Scene 2: Pas des Furies – Air de danse – Interlude – Air de danse (conclusion) – Pas d’act
22. Orpheus, ballet in 3 scenes for orchestra: Scene 3: Apotheosis of Orpheus

BBC Scottish Orchestra
Ilan Volkov

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Stravinsky jogando cartas, ora. Não tem 'Jeu de Cartes' neste CD?
Stravinsky jogando cartas, ora. Não tem ‘Jeu de Cartes’ neste CD?

PQP

Arriaga; Voříšek: Symphonies – Sir Charles Mackerras, Scottish Chamber Orchestra HYPERION 1995

Este disco é bem esperto: traz à tona dois compositores que morreram muito cedo e, por conta de uma obra breve, acabam passando despercebido do grande público.

O primeiro é o tcheco Jan Václav Voříšek (1791-1825), que se tornou amigo de Schubert e conviveu com Beethoven, Spohr, Hummel e Moscheles em Viena. Sua única Sinfonia, esta em ré maior de 1821, é uma obra que mostra bem o que aprendeu de seus professores, um classicismo formalmente perfeito, e, não obstante, de ideias musicais abundantes e originais. Nada de cópias ou estudos de segunda mão. É uma sinfonia cativante que lembra o frescor da Sinfonia em Dó de Bizet.

Este mesmo frescor está presente na outra obra, ainda mais impressionante, por ter sido escrita por um jovem de apenas 19 anos, e que morreu exatamente com esta idade. O espanhol (ou antes, basco) Juan Crisóstomo de Arriaga (1806-1826) foi uma criança-prodígio que escreveu uma ópera (hoje perdida) aos 13 anos, música vocal, instrumental e sinfônica com uma espontaneidade de inspiração que nos deixa atônitos. Também por ter nascido no dia 27 de janeiro, e, claro, por semelhanças de vida, ficou conhecido como “Mozart espanhol”. Esta sua única sinfonia, também um deleite clássico, já usa tonalidades de ré maior e ré menor alternadas com tanta frequencia que não dá pra dizer qual delas predomina. Gênio.

De quebra, a abertura da ópera “Los esclavos felices” (apesar da contradição), sempre acompanha as gravações de Arriaga.

A Sinfonia de Arriaga já foi postada aqui anteriormente, numa gravação da Naxos, mas devo mencionar as virtudes desta, da Hyperion: a batuta precisa de Mackerras, um dos maestros mais inspirados do século xx. Pouco festejado, foi o responsável por, modestamente, trazer leituras modernas de diversos compositores e/ou obras pouco conhecidas. As óperas de Janácek ganharam vida em suas mãos.

Jan Václav Voříšek (1791-1825)
Symphony in D major
Juan Crisóstomo de Arriaga (1806-1826)
Los Esclavos Felices, overture
Symphony in D

Scottish Chamber Orchestra
Sir Charles Mackerras
HYPERION, 1995

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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 227Mb

CHUCRUTEN

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Violin Concertos – Orchestral Suite Nº 3 – Chaconne from Partita No. 2 (Ibragimova, BBC, Kraemer)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Violin Concertos – Orchestral Suite Nº 3 – Chaconne from Partita No. 2 (Ibragimova, BBC, Kraemer)

bach ibragimova KraemerIM-PER-DÍ-VEL !!!!

Como já fui acusado por “beneficiar” belas instrumentistas no PQP Bach, ou seja, como já fui chamado machista (idem para petralha e stalinista, tudo coisa de gente que não conhece minhas posições e independência), venho em minha defesa afirmar que antes ouvi o CD por duas vezes, apaixonei-me pela sonoridade da moça, fiz o upload do arquivo e apenas agora busquei sua imagem. O nome da violinista é Alina Ibragimova. Ela é linda, russa e reside na cidade da música: Londres.

O disco é uma maravilha, inicia com uma orquestra nervosa na Suíte (ou Abertura) Nº 3 para orquestra de Bach — a da maravilhosa ária, que nos chega aqui de forma aceleradinha e belíssima — , depois passa por dois concertos para violino de papai e finaliza deixando-nos a sós com a moça de 30 anos, recém completados. Entre nós dois, apenas a Chaconne, que é algo que não atrapalha nem impede nada. São utilizados instrumentos originais, nada de intermediários.

(suspiro)

Pasmem, Alina Ibragimova nasceu em 1985!
Pasmem, Alina Ibragimova nasceu em 1985!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Orchestral Suite Nº 3 in D major BWV 1068
1) Ouverture [5:59]
2) Air [4:17]
3) Gavotte I – II [3:24]
4) Bourrée [1:07]
5) Gigue [2:41]
Violin Concerto No. 1 in A minor BWV 1041*
6) Allegro moderato [3:40]
7) Andante [5:06]
8. Allegro assai [3:26]
Violin Concerto No. 2 in E major BWV 1042*
9) Allegro [7:09]
10) Adagio [6:05]
11) Allegro assai [2:29]
12) Chaconne from Partita No. 2 in D minor BWV 1004* [14:37]

BBC Scottish Symphony Orchestra
Alina Ibragimova, violin *
Nicholas Kraemer, harpsichord / director

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Ei, Alina, não vai embora, fica aí com a gente!
Ei, Alina, não vai embora, fica aí com a gente!

PQP

Igor Stravinsky (1882-1971): Pulcinella – Ballet avec chante en un acte, Suite No. 1 e Suite No. 2

Igor Stravinsky (1882-1971): Pulcinella – Ballet avec chante en un acte, Suite No. 1 e Suite No. 2

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Suite Pulcinella, com sua elegância e originalidade, é o coroamento da fase em que Stravinsky permaneceu retirado em seu refúgio na Suíça, quando dedicou-se particularmente à criação de uma grande e inspirada série de obras de câmara. Isto se deu um ano antes de sua mudança para Paris. Terminada a 20 de abril de 1920 e estreada com enorme sucesso a 15 de maio do mesmo ano, Pulcinella nasceu não só da encomenda de Sergei Diaghilev para o seu balé russo, mas foi também a realização, para Stravinsky, de um antigo sonho de trabalhar com Picasso, com quem há muito se identificava esteticamente. Já de seus encontros com o genial pintor espanhol nos idos de 1917, em Roma e Nápoles (onde Stravinsky estivera para reger Pássaro de Fogo e Fogos de Artifício com o balé russo), nascera o acordo entre os dois de trabalharem juntos no resgate de antigas aquarelas italianas para o palco das “commedia dell”arte” renascentistas. A encomenda de Diaghilev vinha de encontro a uma fase em que Stravinsky se ocupava intensamente com música antiga. Diaghilev sabia disso e não perdeu a oportunidade de se aproveitar destas condições favoráveis ao descobrir, em Nápoles e Londres, a música de Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736), que o encantou e seduziu. A ela juntou o texto escolhido de um compêndio composto por várias comédias do folclore napolitano, manuscrito datado de 1700 e encontrado em Nápoles, do qual foram excluídos os nomes dos autores. O texto chamava-se Os Quatro Pulcinellas Iguais e contava a história de Pulcinella, um rapaz aventureiro, amado por todas as moças do lugar e odiado pelos noivos destas. Então três destes enciumados rapazes se fantasiaram de Pulcinella e se apresentaram às suas noivas como tal, aproveitando-se da situação para atacar e se ver livre do que eles achavam ser o verdadeiro Pulcinella. Só que aquele que eles deixam estirado no chão como morto, pensando com isto terem se livrado de seu rival, não era outro senão um sósia que Pulcinella colocara em seu lugar ao perceber toda a trama. Pulcinella, então, fantasia-se de mágico, faz uma cena como que ressuscitando o morto e acaba casando os três noivos com três das noivas, tomando para si próprio a Pimpinella como mulher, a quem ele queria. Para o balé de oito cenas, Stravinsky escreveu 15 números musicais, que contaram não só com a sua genialidade, mas também com a de Picasso – que se encarregou dos cenários e dos costumes, a de Massine, responsável pela coreografia, e a de Diaghilev, dirigindo o balé russo. A Suite Pulcinella é uma forma concertante, portanto reduzida, do balé, a qual teve sua revisão definitiva em 1949. A fonte pode ser encontrada AQUI. Aparecem ainda as Suítes números 1 e 2. É ouvir e se deleitar com essa maravilha.

Igor Stravinsky (1882-1971) – Pulcinella – Ballet avec chante en un acte, Suite No. 1 e Suite No. 2

Pulcinella – Ballet avec chante en un acte*
01. Overture
02. Mentre l’erbetta pasce l’agnella
03. Contento forse vivere
04. Con queste paroline
05. Sento dire no’nce pace
06. Una te falan zemprece
07. Se tu m’ami
08. Gavotta
09. Variation 1
10. Variation 2
11. Pupillette fiammette

Suite No. 1
12. Andante
13. Napolitana
14. Española
15. Balalaïka

Suite No. 2
16. Marche
17. Valse
18. Polka
19. Galop

Northen Sinfonia Orchestra
Simon Rattle, regente
*Jennifer Smith, soprano
*John Fryatt, tenor
*Malcolm King, baixo

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Eu também já fui jovem, Rattle
Eu também já fui jovem, Rattle

Carlinus (revalidado por PQP)

Tchaikovsky: The Complete Orchestral Suites – Neeme Järvi Detroit SO CHANDOS 1998

Tchaikovsky é um compositor surpreendente. Quando achamos que já ouvimos todos os seus top hits e isso nos basta, eis que ele vem com ares novos, mostrando que na verdade o buraco é mais embaixo. Não duvide, Tchaikovsky é um compositor de primeiríssima grandeza, coisa fina.

Ele compôs 4 suites para orquestra (pensou em Bach?), destinadas principalmente à dança, mas sem um roteiro determinado, o que talvez tenham feito delas obras pouco visitadas, se comparadas com as suites de seus ballets com libreto. Eu mesmo cheguei a escutá-las, esporadica e espaçadamente, em alguns programas da Rádio Cultura de SP. Sempre me chamaram a atenção, mas a indústria fonográfica não lhes deu muito crédito. Eis que a internet fez aflorar estas pérolas: requintadíssimas no quesito orquestração, irresistíveis com seus ritmos russos, e uma verve melódica espantosa – aliás, que talento tinha esse cara para compor melodias! E, pasmem, a Suite no.1 começa com nada mais nada menos que uma Fuga, e das cabeludas. É realmente de se espantar: Tchaikovsky? Fuga? preciso ouvir isso!

Claro, não tem o mesmo apelo dramático que seus ballets ou sinfonias, são, neste quesito, bem mais modestas, mas… que música! A suite no.4 é uma homenagem, à sua maneira, do compositor que ele mais gostava, Mozart, e é de uma espontaneidade contagiante. Resumo: Imperdível.

Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893)
CD1
Orchestral Suite no.1 in D major op.43
Orchestral Suite no.2 in C major op.53
CD2
Orchestral Suite no.3 in G major op.55
Orchestral Suite no.4 in G major op.61 “Mozartiana”

Detroit Symphony Orchestra
Neeme Järvi
CHANDOS, 1998

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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 624Mb

CHUCRUTEN

Felix Mendelssohn (1809-1847): The Piano Trios / Works for Cello & Piano

Felix Mendelssohn (1809-1847): The Piano Trios / Works for Cello & Piano

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Em janeiro deste ano de 2017, tive a felicidade de ver este trio em ação no Wigmore Hall interpretando o Notturno e os Trios Op. 99 e 100 de Schubert. Foi uma noite inesquecível. Quando começou o recital, eu e minha mulher — que é violinista de primeira linha — tomamos um susto. Quem eram aqueles caras tão perfeitos, integrados, cantantes, seguros e sem estrelismo, que valorizam cada nota? Bem, eram Lucy Gould (violino), Alice Neary (cello) e Benjamin Frith (piano). Comprei um CD deles no intervalo e soube que Lucy Gould era apenas a spalla da Chamber Orchestra of Europe e que seus dois companheiros eram no mesmo calibre. Seu trio já tem 25 anos. Minha mulher disse que foi o melhor Schubert que já ouviu na vida e o mesmo digo eu. No final, fui pedir autógrafos dos músicos no meu CD com os Trios de Mendessohn, este CD que lhes mostro. Devo ter dito coisas muito boas, porque ganhei as assinaturas de todos e, de Lucy — que toca num Guarnierius — , mais um CD com o Trio Arquiduque.

Felix Mendelssohn (1809-1847): The Piano Trios; Works for Cello & Piano

Piano Trio No. 1 in D minor, Op. 49
1 Molto allegro agitato 9:16
2 Andante con moto tranquillo 6:19
3 Scherzo 3:41
4 Finale 8:34

5 Variations Concertantes for Cello & Piano in D major, Op. 17 9:10

Piano Trio No. 2 in C minor, Op. 66
6 Allegro energico e con fuoco 10:46
7 Andante espressivo 6:39
8 Scherzo 3:33
9 Finale 7:34

10 Albumblatt for Piano in E minor, Op. 117 2:01

11 Song Without Words for Cello & Piano in D minor, Op. 109 4:53

The Gould Piano Trio

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São perfeitos. Têm até a mesma altura, fato que percebi quando os vi no Wigmore Hall.
São perfeitos. Têm até a mesma altura, fato que percebi quando os vi no Wigmore Hall.

PQP

Igor Stravinsky (1882-1971) / Witold Lutoslawski (1913-1994): Violin Concerto / Chain 2 & Partita

Igor Stravinsky (1882-1971) / Witold Lutoslawski (1913-1994): Violin Concerto / Chain 2 & Partita

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este disco de 1990 é uma joia. E é também um CD de grandes artistas celebrando a talentosa violinista Anne-Sophie Mutter. Temos o imenso Paul Sacher regendo o Concerto de Stravinsky e Witold Lutoslawski conduzindo sua própria música. Garanto-lhes que você não poderá obter performances melhores desta música em CD. Ao menos por enquanto. O conhecido Concerto de Stravinsky é a peça mais conhecida e fácil de compreender neste CD. Mutter é absurdamente brilhante neste concerto. Os Lutoslawski são mais difíceis mas nada agressivos. Eu os colocaria em algum lugar na transição entre a música erudita conservadora do século 20 conservadora e os casos mais intrincados. De qualquer maneira, o prazer de ouvir Mutter é algo.

Igor Stravinsky (1882-1971) / Witold Lutoslawski (1913-1994): Violin Concerto / Chain 2 & Partita

Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Concerto en rPartie for violin and Orchestra
1) 1. Toccata [5:51]
2) 2. Aria I [4:09]
3) 3. Aria II [5:13]
4) 4. Capriccio [5:49]
Anne-Sophie Mutter
Philharmonia Orchestra
Paul Sacher

Witold Lutoslawski (1913 – 1994)
Partita (for Violin and Orchestra)
5) 1. Allegro giusto [4:14]
6) 2. Ad libitum [1:12]
7) 3. Largo [6:22]
8) 4. Ad libitum [0:47]
9) 5. Presto [3:51]
Anne-Sophie Mutter
Phillip Moll
BBC Symphony Orchestra

Witold Lutoslawski
Chain 2 Dialogue for Violin and Orchestra
10) 1. Ad libitum [3:48]
11) 2. A battuta [4:58]
12) 3. Ad libitum [4:58]
13) 4. A battuta – Ad libitum – A battuta [4:27]
Anne-Sophie Mutter
BBC Symphony Orchestra
Witold Lutoslawski

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Anne-Sophie Mutter em pode especial para o PQP Bach
Anne-Sophie Mutter em pose especial para o PQP Bach

PQP

.: intermezzo:. Carla Bley – The Lost Chords Find Paolo Fresu

.: intermezzo:. Carla Bley – The Lost Chords Find Paolo Fresu

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um CDs mais baixados do PQP Bach em todos os tempos. E merece. Tenho pouco a dizer. É um dos melhores discos de jazz que já ouvi. Mesmo. The Lost Chords Find Paolo Fresu é uma obra-prima desta tremenda compositora, pianista, arranjadora, band leader e dona do espetacular grupo The Lost Chords. Notável a elegância e sofisticação de lady Bley, aqui aos 71 anos, idade que tinha quando do lançamento do disco. Aqui, Carla Bley deixa inteiramente de lado seu humor anárquico e, tendo convidado o extraordinário trompetista italiano Paolo Fresu — uma das maiores revelações do jazz atual — , expõe inesperado e melancólico lirismo.

Se um dia eu chegasse à conclusão que não teria mais tempo ou disposição para seguir no PQP, este álbum seria uma bela despedida; mas ainda não penso nisso, pois acho que ainda devo auxiliar os melhores acordes perdidos a encontrar os mais compreensivos ouvidos.

(Os antigos ouvintes dos Beatles reconhecerão I want you (She`s so heavy) na faixa 4. Descubram lá!)

Carla Bley: The Lost Chords Find Paolo Fresu

1. One Banana 8:29
2. Two Banana 6:37
3. Three Banana 3:50
4. Four 4:51
5. Five Banana 7:51
6. One Banana More 1:23
7. Liver Of Life 7:13
8. Death Of Superman / Dream Sequence#1 – Flying 7:50
9. Ad Infinitum 7:42

Paolo Fresu: trumpet, flugelhorn
Andy Sheppard: soprano and tenor saxophones
Carla Bley: piano
Steve Swallow: bass
Billy Drummond: drums.

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E como procuraram Fresu antes de encontrá-lo!
E como procuraram Fresu antes de encontrá-lo!

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): As Seis Partitas (versão de João Carlos Martins)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): As Seis Partitas (versão de João Carlos Martins)

Confesso minha decepção. Adorava, amava e fantasiava com estas Partitas — as obras para teclado que mais gosto de Bach ao lado das Goldberg, do Concerto Italiano e dos Cravos Bem Temperados — tocadas pelo João Carlos Martins. Eu as tenho em vinil, mas por pura preguiça sempre as “tocava” dentro de minha cabeça mesmo. Talvez por ouvir tantas outras versões, não mantive intacta a interpretação de Martins na minha jukebox privada, antes deixei-a mais viva e melhor. Era a gravação ideal. Ledo engano. Agora, hoje, voltando à realidade, ouvi uma boa gravação, consistente e nada mais. Digo tudo isso sem o menor revanchismo contra o amigo de Paulo Maluf cuja prisão um dia foi decretada por crimes contra a ordem tributária.

Ah, na Sarabanda da Suíte Nº 6 há um problema qualquer, em um minuto passa. Tenho também desconfianças sobre a ordem dos movimentos desta mesma suíte, mas não revisei. Mesmo assim, vale tranquilamente o download.

Sobre estas Partitas, repito: dentre os pianistas, ainda fico com Tatiana Nikolayeva e Angela Hewitt. Melhor ainda é ouvir Trevor Pinnock ao cravo. A versão presente aqui no PQP Bach e da qual devemos fugir é a de Scott Ross, que é realmente péssima.

As Seis Partitas para Cravo – Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

No.1 BWV 825 in B flat Major
01 – Praeludium
02 – Allemande
03 – Corrente
04 – Sarabande
05 – Menuet I & II
07 – Gigue

No.2 BWV 826 in C minor
01 – Sinfonia
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Sarabande
05 – Rondeaux
06 – Capriccio

No.3 BWV 827 in A minor
01 – Fantasia
02 – Allemande
03 – Corrente
04 – Sarabande
05 – Burlesca
06 – Scherzo
07 – Gigue

No.4 BWV 828 in D Major
01 – Ouverture
02 – Allemande
03 – Courante
04 – Aria
05 – Sarabande
06 – Menuet
07 – Gigue

No.5 BWV 829 in G Major
01 – Praeambulum
02 – Allemande
03 – Corrente
04 – Sarabande
05 – Tempo di Minuetto
06 – Passepied
07 – Gigue

No.6 BWV 830 in E minor
01 – Toccata
02 – Allemande
03 – Corrente
04 – Air
05 – Sarabande
06 – Tempo di Gavotta
07 – Gigue

Piano: João Carlos Martins

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PQP

Wieniawski: Violin Concertos 1 & 2, Legend op.17; Sarasate: Zigeunerweisen – Gil Shaham, Foster, LSO DG 1991

Estes concertos são considerados, ao lado dos de Paganini, os carros-chefe do repertório virtuoso dos violinistas. Com efeito, são concertos dificílimos. Mas para quem não é violinista, ou não tem uma predileção especial pelo violino, são bem chatos. Tem lá seus bons momentos, mas foram escritos por um violinista e não por um compositor, então o virtuosismo se sobressai ao material musical. Nada contra. Apenas acho chato, lhe falta a fluência melódica que faz de seus concorrentes (Paganini mesmo) mais interessantes.
Mas esta gravação em especial me fez gostar mais destes concertos que de costume, não sei se pela sonoridade de Shaham ou pelos tempos de Lawrence Foster, mas eles me chamaram mais a atenção, e considero isto, neste caso específico, digno de nota. E, realmente, foi uma gravação elogiadíssima na ocasião de seu lançamento. Deve ser por isso.

Aproveitem!

Henryk Wieniawski (1835-1880)
Violin Concerto no.1 in F-sharp minor op.14
Violin Concerto no.2 in D minor op.22
Légende in G minor, op.17

Pablo de Sarasate (1844-1908)
Zingaresca, op.20

Gil Shaham, violin
London Symphony Orchestra
Lawrence Foster
Deutsche Grammophon, 1991

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Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 340Mb

CHUCRUTEN