Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 4 – 9 ("The War Symphonies") — 5 CDs

Já postamos tantas e tantas versões das sinfonias de Shosta que nem vale a pena escrever novamente a respeito. Esta coleção de Gergiev é realmente muito boa. Trata-se da nova estrela da regência russa. O homem é um monstro e merece a audição.

Sim, vai receber o selo de qualidade:

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 4 – 9 (“The War Symphonies”) — 5 CDs

CD 1:
1. Symphony No.4 in C minor, Op.43 – 1. Allegro poco moderato 16:06
2. Symphony No.4 in C minor, Op.43 – 2. Presto 12:54
3. Symphony No.4 in C minor, Op.43 – 3. Moderato con moto 8:02
4. Symphony No.4 in C minor, Op.43 – 4a. Largo – 6:23
5. Symphony No.4 in C minor, Op.43 – 4b. Allegro 13:24
6. Symphony No.4 in C minor, Op.43 – 4c. Allegro 7:26

CD 2:
1. Symphony No.5 in D, Op.47 – 1. Moderato 16:26
2. Symphony No.5 in D, Op.47 – 2. Allegretto 5:13
3. Symphony No.5 in D, Op.47 – 3. Largo 14:45
4. Symphony No.5 in D, Op.47 – 4. Allegro non troppo 11:37

CD 3:
1. Symphony No.6 in B minor, Op.54 – 1. Largo 18:53
2. Symphony No.6 in B minor, Op.54 – 2. Allegro 6:47
3. Symphony No.6 in B minor, Op.54 – 3. Presto 6:40
4. Symphony No.9 in E flat, Op.70 – 1. Allegro 5:54
5. Symphony No.9 in E flat, Op.70 – 2. Moderato 6:48
6. Symphony No.9 in E flat, Op.70 – 3. Presto – 4:15
7. Symphony No.9 in E flat, Op.70 – 4. Largo – 2:16
8. Symphony No.9 in E flat, Op.70 – 5. Allegretto 6:31

CD 4:
1. Symphony No.7, Op.60 – “Leningrad” – 1. Allegretto 27:35
2. Symphony No.7, Op.60 – “Leningrad” – 2. Moderato (poco allegretto) 13:12
3. Symphony No.7, Op.60 – “Leningrad” – 3. Adagio 18:02
4. Symphony No.7, Op.60 – “Leningrad” – 4. Allegro non troppo 20:05

CD 5:
1. Symphony No.8 in C minor, Op.65 – 1. Adagio 25:37
2. Symphony No.8 in C minor, Op.65 – 2. Allegretto 5:58
3. Symphony No.8 in C minor, Op.65 – 3. Allegro non troppo 6:13
4. Symphony No.8 in C minor, Op.65 – 4. Largo 10:49
5. Symphony No.8 in C minor, Op.65 – 5. Allegretto 14:41

Mariinsky (Kirov) Theater Orchestra
Rotterdam Philharmonic Orchestra
Valery Gergiev

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 1 & 15 (com Gergiev)

A Sinfonia Nº 1 de Shosta foi escrita como um trabalho de aula para o Conservatório. Até hoje ouvimos este tremendo tema para casa. Mas vou contar uma coisa para vocês: olhando e revendo a totalidade delas, revirando e ouvindo tudo de novo, a Sinfonia Nº 15 — a última — é para mim a melhor de todas. É uma síntese. Não é tão profunda quando a 10ª ou a 6ª, não é tão clara em suas intenções quanto a 11ª, nem é tão literária e humana quanto a 13ª. Tem bom humor, sarcasmo, tristeza, desespero. Tem Rossini e Wagner. É uma sinfonia, mas sua estrutura tem tantos solos que talvez merecesse o apelido de Sinfonia Concertante. E não tem nenhum momento onde a qualidade ou o estilo faça meu interesse diminuir. Fico todo o tempo tenso, atento, meio que torcendo pela orquestra fazer tudo direitinho. E é uma espécie de despedida feita ao som de uma jocosa percussão. E olhem que não havia antidepressivos para o torturado Shostakovich, havia apenas um enorme artista fazendo renascer seu sarcasmo da juventude. Adoro!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Symphonies Nos. 1 & 15

1. Symphony No. 1: I. Allegretto 8:52
2. Symphony No. 1: II. Allegro 4:40
3. Symphony No. 1: III. Lento – Largo 8:45
4. Symphony No. 1: IV. Allegro molto – Lento – Adagio – Presto 9:35

5. Symphony No. 15: I. Allegretto 8:18
6. Symphony No. 15: II. Adagio 14:59
7. Symphony No. 15: III. Allegretto 4:04
8. Symphony No. 15: IV. Adagio – Allegretto 16:36

Mariinsky Orchestra
Valery Gergiev

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concertos para Violoncelo com… não sei

Eu ia postar aqui os dois CDs de Amy Winehouse. São bons demais, mas pode ser perigoso. Poucos sites têm. Os donos dos direitos poderiam ficar nervoso.

O fato é que nem imagino quem participa desta maravilhosa gravação dos Concertos para Violoncelo de Shostakovich. Eu suponho que seja resultado da fantástica parceria entre Mstislav Rostropovich e Seiji Ozawa, mas não posso jurar pelo que sussurram meus ouvidos.

Por falar em parceria, Rostrô e Shosta foram colaboradores nestes dois extraordinários concertos. Shosta escrevia uma parte e ia visitar Rostrô a fim de testá-la. O violoncelista era um dos poucos amigos na fase final depressiva e desesperada de Shosta. Os dois concertos são dedicados a Mstislav Rostropovich. Dois grandes homens, dois grandes humanistas, dois grandes concertos.

Já disse, chuto ouvir Mstislav Rostropovich e Seiji Ozawa neste extraordinário registro que ora vos posto.

(Acabo de ouvir mais uma vez e o segundo concerto não me paraceu ser Ozawa. Talvez nem Rostrô. Bem, se alguém puder me dizer quem é, diga).

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Shostakovich — Concertos para Violoncelo com…

Cello Concerto No. 1 Op. 107
1. Allegretto
2. Moderato
3. Cadenza
4. Allegro con moto

Cello Concerto No. 2 Op. 126
5. Largo
6. Allegretto
7. Allegretto

?, violocenlo
?, regência

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Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Canções e Valsas (coisa rara)

Este é um CD do mais alto nível que foi lançado no ano do centenário de nascimento de Shosta. Thomas Sanderling juntou-se ao famoso barítono russo Sergei Leiferkus para um emocionante levantamento das canções de Shostakovich, algumas das quais foram orquestradas exclusivamente para as celebrações de 2006 e apresentadas neste CD em estreia mundial. A coleção concentra-se no amor de Shostakovich pelos textos satíricos. Completando o disco, Sanderling gravou oito Valsas para orquestra — um outro conjunto de raridades. Para quem gosta de Shosta como eu, diria que este CD é um grande presente após dias e dias de chuva sobre Porto Alegre. Não aguento mais. A chuva e a incompetência do comentarista Falcão no comando do meu time deprimem qualquer um, mas este CD me fez sorrir e esquecer. Falcão, volta pra Globo, pelamor! O Galvão Bueno está com saudades!

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Canções e Valsas (coisa rara)

Four Verses of Captain Lebyadkin, Op. 146
1 Love of Captain Lebyadkin
2 Cockroach
3 Ball for the Benefit of Governesses
4 Radiant Personality
Satires (Pictures of the Past), Op. 109
5 To A Critic
6 Awakening of Spring
7 Descendants
8 Misunderstanding
9 Kreutzer Sonata
Five Romances on Words from “Krokodil” Magazine, Op. 121
10 First-hand Evidence ,
11 Tricky Request
12 Discretion
13 Irinka and the Shepherd
14 Extreme Delight
15 Preface to the Complete Edtion of My Works and a Brief Reflection Apropos This Preface, Op. 123
Eight Waltzes from film music
16 Waltz from the music to the film “Maxim’s Return” Op. 45
17 Waltz from the music to the film “Golden Mountains” Op. 30
18 Waltz from the music to the film “Michurin” Op. 78
19 Waltz from the music to the film “Pirogov” Op. 76
20 Waltz from the music to the film “The Gadfly” Op. 97
21 Waltz from the music to the film “The First Echelon” Op. 99
22 Waltz from the music to the film “Unity” (Song of the Great Rivers)Op. 95
23 Waltz from the incidental music to the play “The Human Comedy” Op. 37

Sergei Leiferkus, baixo-barítono
Russian Philharmonic Orchestra
Thomas Sanderling

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral dos Quartetos de Cordas (Emerson String Quartet)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral dos Quartetos de Cordas (Emerson String Quartet)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Há muitos anos acredito que os 15 quartetos de Shostakovich rivalizam com suas 15 sinfonias em qualidade. Sinto-me instado a ouvi-los sempre com a mesma ou maior atenção que dou às sinfonias. São certamente obras mais íntimas, mas quem disse que o intimismo deva ser menos considerado que os grandes painéis?

Esta é a quinta série completa que conheço. Tenho as dos quartetos Fitzwilliam, Borodin, Shostakovich e Éder (Naxos) e, olha, somando e pesando as qualidades de todos, acho que ficou com o Emerson, apesar do fundamental 8º Quarteto não ser tão DEVASTADOR quanto eu gostaria. Mas a musicalidade do grupo e seu grande senso de estilo dão-lhe o título provisório de campeões. Abaixo, algumas anotações que fiz ao longo dos anos. Não comento todos os quartetos. Minha escolha não significa que goste mais dos que comentei e menos dos outros, é puramente casual.

Quarteto de Cordas Nº 2, Op. 68 (1944)

Este trabalho em quatro movimentos foi escrito em menos de três semanas. A abertura é uma melodia de inspiração folclórica, tipicamente russa. O grande destaque é o originalíssimo segundo movimento, Recitativo e Romance: Adagio. O primeiro violino canta (ou fala) seu recitativo enquanto o trio restante o acompanha como se estivessem numa ópera ou música sacra barroca. O Romance parece música árabe, mas não suficientemente fundamentalista a ponto que a Al Qaeda comemore. Segue-se uma pequena valsa no mesmo estilo. O quarto movimento é um Tema com variações que fecha brilhantemente o quarteto.

É curioso que neste quarteto, talvez por ter sido composto rapidamente, há uma musicalidade simples, leve e nada forçada. Talvez nem seja uma grande obra como os Quartetos Nros. 8 e 12, mas é dos que mais ouço. Afinal, esta é uma lista pessoal e as excentricidades valem, por que não?

Quarteto de Cordas Nº 6, Op. 101 (1956)

Talvez apenas aficionados possam gostar deste esquisito quarteto. Ele tem quatro movimentos, dos quais três são decepcionantes ou descuidados. O intrigante nesta música é o extraordinário terceiro movimento Lento, uma passacaglia barroca que é anunciada solitariamente pelo violoncelo. É de se pensar na insistência que alguns grandes compositores, em seus anos maduros, adotam formas bachianas. Os últimos quartetos e sonatas para piano de Beethoven incluem fugas, Brahms compôs motetos no final de sua vida e Shostakovich não se livrou desta tendência de voltar ao passado comum de todos. Enfim, este quarteto vale por seu terceiro movimento e, com certa boa vontade, pelo Lento – Allegretto final.

Quarteto de Cordas Nº 7, Op. 108 (1960)

Mais um quarteto de Shostakovich com um lindíssimo movimento lento, desta vez baseado no monólogo de Boris Godunov (ópera de Mussorgski baseada em Puchkin), e mais um finale construído em forma de fuga, utilizando temas do primeiro movimento. Uma pequena e curiosa jóia de onze minutos.

Quarteto de Cordas Nº 8, Op. 110 e Sinfonia de Câmara, Op. 110a – Arranjo de Rudolf Barshai (1960)

Na minha opinião, o melhor quarteto de cordas de Shostakovich. Não surpreende que tenha recebido versões orquestrais. Trata-se de uma obra bastante longa para os padrões shostakovichianos de quarteto; tem cinco movimentos, com a duração total ficando entre os 20 minutos (na versão para quarteto de cordas) e 26 (na versão orquestral). O quarteto abre com um comovente Largo de intenso lirismo, o qual é seguido por um agitado Allegro molto, de inspiração folclórica e que fica muito mais seco na versão para quarteto. O terceiro movimento (Allegretto) é uma surpreendente valsinha sinistra a qual é respondida por outra valsa, muito mais lenta e com um acompanhamento curiosamente desmaiado. O quarteto é finalizado por dois belos temas ; o primeiro sendo pontuado por agressivamente por um motivo curto de três notas e o segundo formado por mais uma fuga a quatro vozes utilizando temas dos movimentos anteriores.

Quarteto Nº 9, Op. 117 (1964),
Quarteto Nº 10, Op. 118 (1964) e
Quarteto Nº 11, Op. 122 (1966)

Os quartetos de números 9, 10 e 11 são semelhantes em estrutura e espírito. São os três muito bons e têm em comum o fato de manterem por todo o tempo a alternância entre movimentos rápidos e lentos, sendo tais contrastes ampliados pelo fato de o nono e o décimo primeiro serem compostos por movimentos executados sem interrupções. O décimo ainda separa os primeiros movimentos, porém o Alegretto final surge de dentro de um Adágio. A postura de fazer com que surjam movimentos antagônicos um de dentro do outro é uma particularidade que torna estes quartetos ainda mais interessantes, sendo que o décimo primeiro é um inusitado quarteto de 17 minutos com sete movimentos; isto é, Shostakovich brinca com a apresentação de temas que fazem surgir de si outros muito diversos em estilo, como se o compositor estivesse sofrendo de uma incontrolável superfetação (*). É, no mínimo, desafiador ao ouvinte. Melodicamente são muito ricos, e exploram com insistência incomum os ostinatos, os quais são sempre no máximo belíssimos e no mínimo curiosos. Merecem inteiramente o lugar que modernamente obtiveram no repertório dos quartetos de cordas. É curioso como é fácil confundi-los. Estou ouvindo-os enquanto escrevo e noto quando o CD passa de um para outro, pois têm personalidades muito próprias, mas nunca sei se o que estou ouvindo é o nono ou o décimo. Certamente é uma limitação minha! Já no décimo primeiro, o paroxismo da criação de melodias chega a tal ponto, seus ostinatos são tão alucinados, que é mais fácil reconhecê-lo.

Aliás, o décimo primeiro apresenta aqueles finais tranquilos que constituíram-se uma das assinaturas do Shostakovich final. Esqueçam o gran finale. Sem fazer grande pesquisa, sei que os finais quietos, nada grandiosos, podem ser encontrados na 13ª, 14ª e 15ª sinfonias, neste quarteto e no sensacional Concerto para Violoncelo.

(*) Palavra pouco utilizada, não? Significa a concepção que ocorre quando, no mesmo útero, já há um feto em desenvolvimento.

Quarteto Nº 13, Op. 138 (1970)

Um pouco menos funéreo que a Sinfonia Nº 14, este quarteto foi escrito nos intervalos do tratamento ortopédico que conseguiu devolver-lhe do parte do movimento das mãos e antes do segundo ataque cardíaco. O décimo-terceiro quarteto é um longo e triste adágio de cerca de vinte minutos. O quarteto foi dedicado ao violista Vadim Borisovsky, do Quarteto Beethoven, e a viola não somente abre o quarteto como é seu instrumento principal. Trata-se de um belo quarteto cuja tranquilidade só é quebrada por um pequeno scherzando estranhamente aparentado do bebop (sim, isso mesmo).

Quarteto de Cordas Nº 14, Op. 142 (1972-73)

Este é quase um quarteto para violoncelo solo e trio de cordas, tal é a proeminência dada àquele instrumento. É um quarteto inspiradíssimo, escrito em três movimentos (Allegretto – Adagio – Allegretto), e que tem seu centro dramático em um dilacerante adagio de 9 minutos. Não consigo imaginar uma audição deste quarteto sem a audição em seqüência do Nº 15. Eles, que costumam aparecer juntos, seja em vinil ou em CD, formam, em minha imaginação, uma só música.

Quarteto de Cordas Nº 15, Op. 144 (1974)

Este trabalho, assim como a Sonata para Viola, são tidas como obras-primas e seriam os dois principais “réquiens privados” de Shostakovich. Concordo.

O que dizer de um obra escrita em seis movimentos, em que quatro deles são adagio e os outros dois são adagio molto, sendo que, destes dois últimos, um é uma marcha funeral e outro um epílogo…? Ora, no mínimo que é lenta. Porém, como estamos falando do Shostakovich final, estamos falando de uma obra que tem como fundo a morte. Há três movimentos realmente notáveis nesta música: a Serenata: Adagio, a Marcha Fúnebre – Adagio Molto e o musicalmente espetacular Epílogo – Adagio Molto. O Epílogo recebeu vários arranjos sinfônicos e costuma aparecer — separadamente ou não do resto do quarteto — em gravações orquestrais.

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975): Integral dos Quartetos de Cordas com o Emerson String Quartet

CD 1:
String Quartet No.1 in C major, Op.49
1. 1. Moderato [3:56]
2. 2. Moderato [3:59]
3. 3. Allegro molto [2:23]
4. 4. Allegro [3:44]
String Quartet No.2 in A major, Op.68
5. 1. Overture (Moderato con moto) [7:58]
6. 2. Recitative & Romance (Adagio) [9:05]
7. 3. Valse (Allegro) [5:29]
8. 4. Theme & Variations [10:44]
String Quartet No.3 in F major, Op.73
9. 1. Allegretto [6:52]
10. 2. Moderato con moto [4:22]
11. 3. Allegro non troppo [3:50]
12. 4. Adagio [4:44]
13. 5. Moderato [8:19]

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CD 2:
String Quartet No.4 in D major, Op.83
1. 1. Allegretto [3:51]
2. 2. Andantino [6:23]
3. 3. Allegretto [4:35]
4. 4. Allegretto [9:31]
String Quartet No.5 in B flat major, Op.92
5. 1. Allegro non troppo [11:19]
6. 2. Andante [8:29]
7. 3. Moderato [10:22]
String Quartet No.6 in G major op.101
8. 1. Allegretto [6:44]
9. 2. Moderato con moto [4:59]
10. 3. Lento – attacca: [3:58]
11. 4. Lento – Allegretto – Andante – Lento [6:33]

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CD 3:
String Quartet No.7 in F sharp minor, Op.108
1. 1. Allegretto [3:42]
2. 2. Lento [2:49]
3. 3. Allegro [5:06]
String Quartet No.8 in C minor, Op.110
4. 1. Largo [4:34]
5. 2. Allegro molto [2:38]
6. 3. Allegretto [4:05]
7. 4. Largo [4:46]
8. 5. Largo [3:34]
String Quartet No.9 in E flat major, Op.117
9. 1. Moderato con moto [4:24]
10. 2. Adagio [3:47]
11. 3. Allegretto [4:02]
12. 4. Adagio [3:00]
13. 5. Allegro [9:29]
String Quartet No.10 in A flat major, Op.118
14. 1. Andante con moto [4:13]
15. 2. Allegretto furioso [3:58]
16. 3. Adagio [4:49]
17. 4. Allegretto – Andante [8:41]

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CD 4:
1. Adagio (Elegy) for String Quartet [4:35]
2. Allegretto (Polka) for String Quartet [2:47]
String Quartet No.11 in F minor, Op.122
3. 1. Introduction: Andantino [2:12]
4. 2. Scherzo: Allegretto [2:42]
5. 3. Recitative: Adagio [1:08]
6. 4. Etude: Allegro [1:15]
7. 5. Humoresque: Allegro [1:02]
8. 6. Elegy: Adagio [4:12]
9. 7. Finale: Moderato [3:39]
String Quartet No.12 in D flat major, Op.133
10. 1. Moderato – Allegretto [6:29]
11. 2. Allegretto – Adagio – Moderato – Allegretto [19:24]
12. String Quartet No.13 in B flat minor, Op.138 [19:09]

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CD 5:
String Quartet No.14 in F sharp major Op.142
1. 1. Allegretto [8:14]
2. 2. Adagio [8:52]
3. 3. Allegretto [7:59]
String Quartet No.15 in E flat minor, Op.144
4. 1. Elegy [12:37]
5. 2. Serenade [5:47]
6. 3. Intermezzo [1:38]
7. 4. Nocturne [4:30]
8. 5. Funeral March [4:36]
9. 6. Epilogue [6:18]

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Emerson String Quartet

Shostakovich: no topo dos compositores

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 10 in E menor, Op. 93

Shostakovich compôs a Sinfonia No. 9 em 1953, após um intervalo de 8 anos. A No. 9 havia sido composta em 1945, logo após a Segunda Grande Guerra. Talvez os ressaibos com Stálin tenha feito Shosta adiar a publicação da Décima. Ela foge do modelo do realismo soviético. No ano da morte de Stálin, o compositor a divulga para o mundo. A grande questão é que esta sinfonia é tonitroante, megalomaníaca (no bom sentido), cheia de poderes, de vigor, de reflexões atordoaras, capaz de gerar em nós uma vontade terrível de correr o mundo e chutar as costelas do Universo. Há tragicidade, há fúria, há cólera, êxtase, tranquilidade bucólica. Somente Shosta para fazer algo assim. O segundo movimento é sombrio, violento, enérgico – dizem os comentaristas – que é um retrato musical de Josef Stálin e seus anos de governo obscurantista. Somente ouvindo atentamente para perceber; somente prestando atenção, poder-se-á sentir os poderes atordoadores da arte Shostakovich. Shosta provoca arrepios em mim quando o escuto”. Compositores assim valem a pena. Esta versão com Ormandy dispensa comentários. Um bom deleite!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 10 in E menor, Op. 93
01. Moderato
o2. Allegro
o3. Allegretto
o4. Andante – Allegro

Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy, regente

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Carlinus

Dmitri Shostakovich (1905-1976) – Sonata para piano e violino, Op. 134 e Sonata para piano e viola, Op. 147

Meus amigos, que CD! Dispensa comentários. A seguir, segue um texto escrito por PQP Bach. Como estou numa inanição terrível, não vou escrever nada. O calor chafurda minhas forças. Um langor terrível fermenta minha melancolia, assim como na música de Shosta. Estou pegajoso. Segue o texto bem urdido: “Esta é a última composição de Shostakovich e uma de minhas preferidas [Op.147]. Ele começou a escrevê-la em 25 de junho de 1975 e, apesar de ter sido hospitalizado por problemas no coração e nos pulmões neste ínterim, terminou a primeira versão rapidamente, em 6 de julho. Para piorar, os problemas ortopédicos voltaram: “Eu tinha dificuldades para escrever com minha mão direita, foi muito complicado, mas consegui terminar a Sonata para Viola e Piano”. Depois, passou um mês revisando o trabalho em meio aos novos episódios de ordem médica que o levaram a falecer em 9 de agosto. Sentindo a proximidade da morte, Shostakovich escreveu que procurava repetir a postura estóica de Mussorgski, que teria enfrentado o inevitável sem auto-comiseração. E, ao ouvirmos esta Sonata, parece que temos mesmo de volta alguma luz dentro da tristeza das últimas obras. A intenção era a de que o primeiro movimento fosse uma espécie de conto, o segundo um scherzo e o terceiro um adágio em homenagem a Beethoven. O resultado é arrasadoramente belo com o som encorpado da viola dominando a sonata”. O outro trabalho do post é a sonata para viola e piano, Op. 134. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1905-1976) – Sonata para piano e violino, Op. 134 e Sonata para piano e viola, Op. 147

Sonata para piano e violino, Op. 134
01. I. Andante
02. II. Allegretto
03. III. Largo

Oleg Kagan, violino
Sviatoslav Richter, piano

Sonata para piano e viola, Op. 147
04. I. Moderato
05. II. Allegretto
06. III. Adagio

Yiuri Bashmet, viola
Sviatoslav Richter, piano

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Carlinus

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Piano Sonata No.1, Op.12, 24 Preludes, Op.31, Piano Trio No.2, Op.67 e etc (CDs 4 e 5 de 5 – final)

Concluímos, assim, esta extraordinária série com 5 CDs com obras pianísticas e de câmara de Dmitri Shostakovich. Tenho um profundo entusiasmo pelas obras do russo. Shosta é uma paixão inexplicável. Há por trás de sua personalidade, uma turbilhão de fatos, eventos, sentimentos, emoções construídas com sangue, suor, medo e incertezas. Alguns o rotulam de covarde por ter silenciado ou ficado na União Soviética, quando uma safra de compositores e artistas decidiram deixar a pátria comunista. É muito fácil rotulá-lo, depreciá-lo, chamá-lo simplesmente de “covarde”. Uma faca foi posta em seus dentes. Um instrumento perfurador foi encostado em suas costelas. Qualquer movimento em falso representaria a fulminação. Todavia, Shosta permaneceu com sua personalidade ímpar – suportou com tremores, temores, ironias e anuências fingidas. Fez tudo isso, porque acreditava na música. Escreveu seu nome da história da cultura do século XX, como um dos maiores compositores de todos os tempos. Não deixe de ouvir estes dois últimos CDs. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Piano Sonata No.1, Op.12, 24 Preludes, Op.31, Piano Trio No.2, Op.67, Cello Sonata in D minor, Op.40, Moderato (for cello and piano), Two Pieces (for string quartet), Piano Quintet in G minor, Op.57

DISCO 4

Piano Sonata No.1, Op.12
01. Allegro –
02. Adagio
03. Adagio
04. Allegro – Poco meno mosso-
05. Adagio – Lento –
06. Allegro – Meno mosso – Moderato – Allegro

Lilya Zilberstein, piano

24 Preludes, Op.31
07. I. Moderato
08. II. Allegretto
09. III. Andante
10. IV. Moderato
11. V. Allegro vivace
12. VI. Allegretto
13. VII. Andante
14. VIII. Allegretto
15. IX. Presto
16. X. Moderato non troppo
17. XI. Allegretto
18. XII. Allegro non troppo
19. XIII.. Moderato
20. XIV. Adagio
21. XV. Allegretto
22. XVI. Andantino
23. XVII. Largo
24. XVIII. Allegretto
25. XIX. Andantino
26. XX. Allegretto furioso
27. XXI. Allegretto poco moderato
28. XXII. Adagio
29. XXIII. Moderato
30. XXIV. Allegretto

Olli Mustonen, piano

Piano Trio No.2, Op.67
31. I. Andante – Moderato – Poco più mosso
32. II. Allegro con brio
33. III. Largo –
43. IV. Allegretto – Adagio

Beaux Arts Trio
Isidore Cohen, violino
Bernard Greenhouse, cello
Menahen Pressler, piano

DISCO 5

Cello Sonata in D minor, Op.40
01. I. Allegro non troppo
02. II. Allegro
03. III. Largo
04. IV. Allegro

Moderato (for cello and piano)
05. Moderato (for cello and piano)

Lynn Harrell, cello
Vladimir Ashkenazy, piano


Two Pieces (for string quartet)
06. I. Elegy
07. II. Polka
Piano Quintet in G minor, Op.57
08. I. Prelude
09. II. Fugue
10. III. Scherzo
11. IV. Intermezzo
12. V. Finale

Fitzwilliam String Quartet
Vladimir Ashkenazy, piano
Lucy Russel, violino I
Jonathan Sparey, violino II
Alan George, viola
Andrew Skidmore, cello

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Carlinus

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Piano sonata no.2, Op.61, Three fantastic dances, Op.5 , Five preludes, e etc (CD 3 de 5)

Mais um excelente CD dessa caixa fantástica. Shosta tinha uma intimidade pouco comum para com o piano. Se tivesse se dedicado à carreira de pianista, teria feito fama internacional com muita facilidade. As peças aqui encontradas expressam de modo singular o que estou tentando esboçar. Não deixe de ouvir a música do russo que pagou um preço bastante caro por conta de suas intuições artísticas. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Piano sonata no.2, Op.61, Three fantastic dances, Op.5 , Five preludes, Lyric waltz (Dances of the dolls), Short piece (The gadfly, op.97), Spanish dance (The gadfly, op.97), Nocturne – The Limpid Stream, op. 39, Aphorisms, Op.13 e Polka – The Golden Age, op. 22


Piano sonata no.2, Op.61

01. I. Allegretto
02. II. Largo
03. III. Moderato con moto

Three fantastic dances, Op.5
04. I. Allegretto
05. II. Andantino – Allegretto
06. III. Allegretto

Five preludes
07. I. Allegro moderato e scherzando
08. II. Andante
09. III. Allegro moderato
10. IV. Moderato
11. V. Andantino

Lyric waltz (Dances of the dolls)
12. Lyric waltz (Dances of the dolls)

Short piece (The gadfly, op.97)
13. Short piece (The gadfly, op.97)

Spanish dance (The gadfly, op.97)
14. Spanish dance (The gadfly, op.97)

Nocturne – The Limpid Stream, op. 39
15. Nocturne – The Limpid Stream, op. 39

Aphorisms, Op.13
16. I. Recitative
17. II. Serenade
18. III. Nocturne
19. IV. Elegy
20. V. Marche funebre
21. VI. Etude
22. VII. Dance of Death
23. VIII. Canon
24. IX. Legend
25. X. Lullaby

Polka – The Golden Age, op. 22
26. Polka – The Golden Age, op. 22

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 4

O Cuervo López escreveu: Hemos analizado ya esta obra descomunal, y por mucho tiempo oculta, del compositor ruso Dmitri Shostakovich, centrándonos en la versión de Bernard Haitink con la London Philharmonic Orchestra. Pero aquí ofrecemos otra impresionante versión, correspondiente al ciclo integral que un experto en ciclos como Eliahu Inbal ofreció con la Wiener Symphoniker para el sello japonés Denon. Un sonido magnífico y una concentrada lectura, sello característico de Inbal, en este versión imperdible.

Milton Ribeiro escreveu: Sinfonia Nº 4, Op. 43 (1936)

Uma sinfonia decididamente mahleriana. Shostakovich estudara Mahler por vários anos e aqui estão ecos monumentais destes estudos. Sim, monumentais. Uma orquestra imensa, uma música com grandes contrastes e um tratamento de câmara em muitos episódios rarefeitos: Mahler. O maior mérito desta sinfonia é seu poderoso primeiro movimento, que é transformação constante de dois temas principais em que o compositor austríaco é trazido para as marchas de outubro, porém, minha preferência vai para o também mahleriano scherzo central. Ali, Shostakovich realiza uma curiosa mistura entre o tema introdutório da quinta sinfonia de Beethoven e o desenvolve como se fosse a sinfonia “Ressurreição”, Nº 2, de Mahler. Uma alegria para quem gosta de apontar estes diálogos. O final é um “sanduíche”. O bizarro tema ritmado central é envolvido por dois scherzi algo agressivos e ainda por uma música de réquiem. As explicações são muitas e aqui o referencial político parece ser mesmo o mais correto para quem, como Shostakovich, considerava que a URSS viera das mortes da revolução de outubro e estava se dirigindo para as mortes da próxima guerra.

Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 4

1. Symphony No. 4 In C Minor, Op. 43: I. Allegretto Poco Moderato 28:21
2. Symphony No. 4 In C Minor, Op. 43, II. Moderato Con Moto 9:11
3. Symphony No. 4 In C Minor, Op. 43: III. Largo – Allegro

Vienna Symphony Orchestra
Eliahu Inbal

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Final dos posts do PQP:

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Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nos 1, 2 e 3

A Sinfonia Nº 1 de Shosta é sensacional e é candidata ao prêmio de melhor obra erudita escrita na segunda década da vida de qualquer compositor. Shosta a escreveu aos 19 anos e foi seu trabalho de graduação. Que bonito! Acho que seu maior concorrente púbere é Mendelssohn, hein? Não me venham com Mozart, que foi um menino-prodígio como executante — eu o ouvi em Viena, não esqueçam que sou filho bastardo de J. S. Bach — , mas um compositor que desabrochou aos 22-23 anos. Não hesito em classificar a 1ª Sinfonia como uma das grandes obras de Shosta. É cheia de ideias e silêncios, é estranha e orientalizante, jovem e tesuda.

Por falar em tesão, não tenho o mesmo entusiasmo pela 2ª e 3ª. São complicadas, moderninhas e acabam ambas por um coral cantando alegremente os sucessos de uma jovem revolução que obedeceu à 4ª Lei da Termodinâmica (“Tudo acaba em merda”).

Opus 10: Symphony No. 1 F minor (1924-1925)
Movements:
1. Allegretto – Allegro non troppo 8:18
2. Allegro 5:08
3. Lento – Largo 8:46
4. Lento – Allegro molto – Adagio – Largo – Presto 9:28
Graduation piece.
First performance 12 May 1926 in Leningrad Philharmony by Leningrad PO under N. Malko.

Opus 14: Symphony No. 2 B major “To October” with chorus (1927)
After Aleksander Bezimensky’s poem “To October”, commissioned for the tenth anniversary of the revolution.
In one movement: Largo – Allegro molto – Meno mosso – Choral Finale 21:07
First performance: 5 November 1927 in Leningrad Philharmony by Leningrad PO and Academic Chorus under N. Malko.

Opus 20: Symphony No. 3 E flat major “The First of May” with chorus (1929)
In one movement: Allegretto 32:49
Text by S. Kirsanov.
First performance: 21 January 1930 in Leningrad by Leningrad PO and State Academic Chorus under A. Gauk.

London Philharmonic Orchestra y Coro.
Bernard Haitink

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 1 em Fá menor, op. 10 e Sinfonia No. 7 em Dó maior, op. 60 -"Leningrado"

Já fazia algum tempo que eu tencionava postar este CD com duas das sinfonias de Shostakovich, um dos meus compositores favoritos. É uma grande gravação com o Bernstein. Podemos ver duas versões de Shostakovich neste post: primeiro a do jovem que compõe a sinfonia número 1; habitado por aspirações intelectuais e sonhos de mocidade; e, segundo, a do compositor maduro que compôs a sinfonia número 7, alcançando o domínio da arte da composição sinfônica. Para alguns, a sinfonia número 7 – juntamente com a 8 – são as grandes obras de Shosta. Incluiria em minha humildade as de número 5, 11, 13 e 14. Lauro Machado Coelho diz que “Foi em Kúbishev que a Sétima estreou, em 5 de março de 1942, transmitida pelo rádio para todo país, sob a regência de Samossúd. A orquestra do Bolshói, que também fora evacuada, teve que ser aumentada com vários músicos extras, trazidos da frente de batalha. Foi um acontecimento político cercado de divulgação mais intensa. E em 22 de março, tendo podido retornar a Moscou, Samossúd e a orquestra do Bolshói, reforçada pela Vsiosoyúznaia Radio Orkiestra (a Orquestra da Rádio União), a executaram na capital”. O mais surpreendente no relato do Lauro Machado é a inclusão do depoimento do musicólogo Geórgui Shnêirson que descreve como se deu a execução da obra: “Antes do início do quarto movimento, o responsável pela defesa antiárea surgiu, de repente, ao lado do maestro. Ergueu a mão e anunciou, num tom calmo, para não semear pânico, que o alarme de ataque aéreo tinha soado. Ninguém abandonou seu assento e a sinfonia foi tocada até o fim. O seu poderoso finale, que anuncia a vitória sobre o inimigo, criou uma atmosfera inesquecível, que não deixou ninguém indiferente. O homem uniformizado apareceu de novo e repetiu as palavras que, naqueles dias, as pessoas já se tinham acostumado a ouvir: “Um alarme antiaéreo acaba de soar”. As pessoas responderam: “Nós já sabemos!” e a interminavel ovação continuou”. A Sétima Sinfonia está vinculada à guerra. Nasceu para ser eternizada. Ela fez nascer um sentimento nacionalista no povo soviético. Não deixe de ouvir esse relevante documento artístico fecundado no século XX, mas imortalizado como evento do mais alto valor para a arte. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 1 em F menor, op. 10 e Sinfonia No. 7 em C maior, op. 60 -“Leningrado”

Disco 1

Sinfonia No. 1 em F menor, op. 10
01. I. Allegretto [08:58]
02. II. Allegro, Meno Mosso [04:52]
03. III. Lento, Largo [10:19]
04. IV. Allegro Molto [10:50]

Sinfonia No. 7 em C maior, op. 60 -“Leningrado”
05. I. Allegretto [31:43]

Disco 2

01. II. Moderato [14:54]
02. III. Adagio [19:25]
03. IV. Allegro Non Troppo [18:51]

Chicago Symphony Orchestra
Leonard Bernstein, regente

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Carlinus

Mravinsky Edition – Shostakovich, Zhivotov, Bártok e Stravinsky (CDs 5 e 6 de 10)

O que dizer dos dois CDs que aparecem aqui? Simplesmente, ao meu modo de ver, uma das melhores gravações que já foram feitas da Quinta Sinfonia de Shostakovich e da Música para cordas, percussão e celesta de Bartok. É um assombro. É imperativo ouvir estes dois CDs. IM-PER-DÍ-VEL!!! Boa apreciação!

DISCO 5

Dmtri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 5 em Ré menor, Op. 47
01. Moderato
02. Allegretto
03. Largo
04. Allegro non troppo

Aleksey Zhivotov (1904-1964) – Poema Heróico
05. Poema Heróico

DISCO 6

Béla Bartok (1881-1945) – Music for string instruments, percussion and celesta, Sz. 106
01. I. Andante tranquillo
02. II. Allegro
03. III. Adagio
04. IV. Allegro molto

Igor Stravinsky (1882-1971) – Apollon Musagete
05. Scene 1 – Prologue – Naissance d’Apollon
06. Scene 2 – Apollon et les Muses
07. Scene 2 – Pas d’Action
08. Scene 2 – Var de Calliope
09. Scene 2 – Var de Polymnie
10. Scene 2 – Var de Terpsichore
11. Scene 2 – Var d’Apollon
12. Scene 2 – Pas de deux
13. Scene 2 – Coda – Apollon et les Muses
14. Scene 2 – Apotheose

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

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Carlinus

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto para violino e orquestra No. 1 em Lá menor, Op. 77 (Op.99) e Concerto para violino e orquestra No. 2 em Dó sustenido menor, Op. 129

Hoje, como não estou para brincadeira, vou logo sacando minha pistola e desferindo estampidos estraçalhadores; lampejos de fogo e fumaça polvorenta podem se verificar saindo do coldre. Claro, estou brincando. Estou usando essa linguagem bélica, marcial, de combate, para deixar claro que este CD é estonteante. O Shosta de Rostropovich emociona. Existe um rasgo trágico e de silêncio nas obras de Shostakovich que me prende a ele. Não é música para saraus e sim para velórios. Para reflexões firmes e atordoantes. Música para embalar eventos tenebrosos. Shosta foi um artista que soube como ninguém transpor para a sua arte os gritos de agonia que pervagavam em sua alma. E Stálin sabia impigir terror. Quando a agressão não era física, surgia de forma psicológica. Imagine você viver em um país em que as liberdades democráticas são suspensas – “em sentido burguês”, para usar um termo de Caio Prado Jr.

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Em todos os locais há “olheiros” a vigiarem os seus paços. A sensação de que tudo aquilo que você fala ao telefone está sendo ouvido por uma terceira pessoa. Que para sair do país é preciso pedir autorização das autoridades que regem o Estado. Ao voltar de sua viagem, seu passaporte é recolhido. De repente você nota que seus familiares, conhecidos e amigos estão sumindo misteriosamente. Uma onda impetuosa parece avançar em sua direção. Todos são levados, arrastados por ela, que não se detém em obstáculos. Você vive com o medo na alma. Uma sensação de asfixia lhe invade. Aquilo que você faz é vistoriado por olhos invisíveis. Uma serpente que não se mostra, que não pode ser apunhalada, envolve-lhe a cintura. Esmaga-lhe os ossos. Comprime as suas energias. Nem mesmo o sono você consegue divisar. O único meio que existe de você verbalizar qualquer coisa é com a arte, que deve ser direcionada para determinados fins. Era assim que Shosta vivia na União Soviética. Sob Stálin, Shosta amargou horas de intensa agonia. Alex Ross conta-nos um episódio bastante ilustrativo para mostrar como Shostakovich vivia. Em 1949, Shosta foi ao Estados Unidos – enviado por Stálin – e foi feito de “mártir” – e logo ele, o grande Shosta! Durate uma conferência promovida por certos grupos, que davam ensejo às primeiras disputas ideológicas durante a Guerra Fria, Shosta fez um discurso e alguém leu para ele. “O pronunciamento atacou Stravinski por ter traído sua Rússia natal e se aliado às hordas dos modernistas reacionários. ‘Seu começo foi promissor, mas […] suas aridez moral se revela em seus escritos abertamente niilistas, deixando claras a falta de sentido e a ausência de conteúdo de suas criações. Stravinski não tem medo desse profundo abismo espiritual que o separa da vida do povo’. O discurso prosseguiu denunciando ‘novos aspirantes à dominação mundial, agora empenhados em reviver a teoria e a prática do fascismo’. Essa ‘camarilha de semeadores de discórdias’ – provavelmente os guerreiros frios da administração Truman – estava engajado no desenvolvimento de armas de destruição em massa que barravam o caminho para a paz mundial”. E uma dose de execessiva de humilhação a Shosta foi encetada por um tal Nabokov, seu desafeto e inimigo do comunismo. Ross diz assim: “O fato de saber que Shostakovich não tinha liberdade para se expressar não evitou que Nabokov o forçasse a falar. O imigrante se levantou e perguntou se Shostakovich endossava a condenação de Jdánov a compositores como Stravinski, Schoenberg e Hindmith. Shostakovich não teve escolha a não ser responder: “Estou de pleno acordo com as afirmações feitas pelo Pravda”. Décadas depois, Arthur Miller era atormentado pela lembrança daquele momento de humilhação para Shostakovich: : ‘Deus sabe o que ele estava pensando naquele recinto, que rachaduras fendiam o seu espiríto'”. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto para violino e orquestra No. 1 em Lá menor, Op. 77 (Op.99) e Concerto para violino e orquestra No. 2 em Dó sustenido menor, Op. 129

Concerto para violino e orquestra No. 1 em Lá menor, Op. 77 (Op.99)
01. Nocturne: Moderato
02. Scherzo: Allegro
03. Passacaglia: Andante
04. Burlesque: Allegro con brio

Concerto para violino e orquestra No. 2 em Dó sustenido menor, Op. 129
05. Moderato
06. Adagio
07. Adagio – Allegro

London Symphony Orchestra
Mstilav Rostropovich, regente
Maxin Vengerov, violino

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Carlinus

D. Shostakovich (1906-1975): Trio para Piano Nº 1, 5 Peças para 2 Violinos e Piano, Quinteto para Piano

Num dos momentos mais cômicos de nosso blog, um de nossos comentaristas habituais chamou Shosta de “covarde” e tratou de dar-lhe um monte de saraivadas que não condizem com sua biografia. Isto ocorreu há algumas semanas e esta postagem, apesar de muito boa e ao vivo — como eu, PQP Bach, prefiro — não é uma resposta.

Muitos compositores descobriram que a combinação de piano, violino e violoncelo é difícil de equilibrar, o problema de dar pleno alcance de cada instrumento, sem afogar o violoncelo em seu registro menor ou deixar o piano dominando o conjunto. é complicado. Shostakovich, que tinha um ouvido perfeito para texturas instrumentais, gostava enfrentar tais desafios e compôs dois trios para piano — um no início, outro no meio da sua carreira, e um trio de piano com soprano (sobre texto de Alexander Blok) no final. Os três não poderiam ser mais diferentes na textura no efeito geral.

O Trio Nº 1 só foi publicado após a morte de Shostakovich. Ele começou a escrevê-lo em agosto de 1923 na Criméia, onde ele estava convalescendo, e terminou logo depois, em Petrogrado. Ele dedicou a peça (que também chamou Poème) à Tatyana Glivenko, um amor adolescente. Foi estreada pelo próprio compositor e dois de seus amigos em dezembro: a irmã mais nova de Shostakovich lembrou que eles a praticaram em suas sessões de cinema para filmes mudos… Podemos apenas imaginar o que o público pensava. Shosta tinha 17 anos, era o mais brilhante aluno do Conservatório de Petrogrado, começava a recolher ideias para a sinfonia que três anos mais tarde iria trazer-lhe a atenção de todos e a fama internacional. Foi um período em que ele estava tentando encontrar uma linguagem diversa dos sons do século XIX.

Na época, Shostakovich era um sincero comunista, um filho da revolução, e desejava queria compor música original para uma sociedade original. O Trio é um trabalho compacto em um único movimento, mas com uma grande variedade de ritmos e espíritos.

O estímulo para escrever seu Quinteto para Piano veio dos músicos do Quarteto de Cordas Beethoven, que lhe pediu um trabalho que todos pudessem tocar juntos. Foi sua primeira composição importante após a Sexta Sinfonia. Escrita durante o verão de 1940, foi estreada com o Quarteto Beethoven em Moscou, em 23 de novembro daquele ano. Shostakovich certamente sabia que o que estava escrevendo apresentava grandes problemas de equilíbrio e textura. A forma como ele os superou não só indica a seriedade com que ele se aproximou da tarefa, mas de forma mais significativa demonstra a originalidade e inventividade da sua imaginação: uma vez que o ouvinte aborde essa música, jamais imaginará outra combinação de instrumentos. O trabalho é muito econômico, o quinteto completo raramente é empregado ao mesmo tempo (além de no Scherzo frenético) e a ampla gama de efeitos instrumentais inclui expedientes como a que frequentemente têm a tocar piano na parte superior ou inferior de seu registro, fazendo uma força musical da sua incapacidade notória para misturar bem com instrumentos de cordas. Glenn Gould amava o Quinteto.

(O texto acima, a partir do segundo parágrafo, foi mal traduzido e adaptado por mim a partir de um comentário de Andrew Huth).

É, aí está todo o Quinteto, mas por três grupos diferentes. Não o encontrei completinho com os mesmos instrumentistas.

Shostakovich: Trio para Piano Nº 1, 5 Peças para 2 Violinos e Piano, Quinteto para Piano

1) Applause [0.20]

2) Piano Trio No.1 in C Minor, op.8 [11.33]

Five Pieces for 2 violins and piano
3) I Prelude [2.44]
4) II Gavotte [1.38]
5) III Elegy [2.49]
6) IV Waltz [1.50]
7) V Polka [1.33]

Piano Quintet in G minor, op.57
8. I Prelude [4.21]
9) II Fugue [10.20]
10) III Scherzo [3.13]
11) IV Intermezzo – [6.52]
12) V Finale [7.19]

13) Applause [0.38]

Julian Rachlin, violin I
Janine Jansen, violin II
Yuri Bashmet, viola
Mischa Maisky, cello
Itamar Golan, piano

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Cello Concertos

Fica difícil falar qualquer coisa depois de ouvir esse disco com obras do Shosta. São dois dos melhores concertos para violoncelo de todos os tempos (e morte pra quem disser o contrário por aqui). Vocês podem encontrar interpretações melhores e mais celebradas, mas a senhora Natalia Gutman conquistou o primeiro lugar da minha lista.
De brinde uma das mais virtuosas e empolgantes obras de Schnittke – Dialogue, for cello & 7 instruments. Esta obra escrita em 1965 é totalmente atonal e dentro dos moldes do modernismo pós-guerra, no entanto sua estrutura percorre todo tipo de ritmos e sentimentos (humor, raiva, leveza,..), antevendo o período poliestilístico do compositor.
Enfim, um cd IM-PER-DÍ-VEL…não, esse mote é do meu outro brother. Vou colocar meu próprio stamp: cd do CA-RA-LHO!

Faixas:

Dmitri Shostakovich (1906-1975)
1. Cello Concerto No. 1 op. 107 (1959) – Allegretto
2. Moderato
3. Cadenza – Allegro con moto
NATALIA GUTMAN, Violoncello
The USSR Radio and TV Symphony Orchestra
KYRILL KONDRASHIN

4. Cello Concerto No. 2 op. 126 (1966) – Largo
5. Allegretto – Allegretto
NATALIA GUTMAN, Violoncello
Moscow State Philharmony,
DMITRI KITAJENKO

Alfred Schnittke (1934-1998)
6. Dialogue for Violoncello and Seven Instruments (1965)
NATALIA GUTMAN, Violoncello
Gnessin Chamber Orchestra,
YURI NIKOLAEVSKY

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Dmtri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 5 em Ré menor, Op. 47 e Sinfonia No. 6 em Si menor, Op. 54

Apesar de ter uma quantidade considerável de música para postar, hoje me bateu uma profunda indecisão sobre o que trazer à tona. Olhei, analisei e acabei encontrando esta maravilha. Duas sinfonias – as de números 5 e 6 – de um dos meus compositores favoritos – Shostakovich. E não se trata de qualquer gravação. A regência das mencionadas sinfonias do Shosta é executada pelo deus da regência – Evgeny Mravinsky – e por Mstslav Rostropovich. Apenas fazendo uma digressão: encontrava-me entendiado antes de ouvir a música de Shosta com Mravinsky e após a sonoridade inconfundível da Filarmônica de Leningrado entrar pelos meus ouvidos e tomar todo o meu ser com a Quinta Sinfonia, fui acometido por um profundo entusiasmo. Boa apreciação desse CD que podemos chamar de IM-PER-DÍ-VEL.

Dmtri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 5 em Ré menor, Op. 47 e Sinfonia No. 6 em Si menor, Op. 54

Sinfonia No. 5 em Ré menor, Op. 47
01. Moderato
02. Allegretto
03. Largo
04. Allegro non troppo

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

Sinfonia No. 6 em Si menor, Op. 54
05. Largo
06. Allegro
07. Presto

National Symphony Orchestra
Mstislav Rostropovich, regente

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Carlinus

[Restaurado] Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto For Piano, Trumpet And Strings In C Minor, Op. 35, Concertino For 2 Pianos In A Minor, Op.94 e Quintet For Piano And Strings In G Minor, Op. 57

 

Como diria o PQP, este é um BAITA CD. O conjunto como um todo é extraordinário. Shostakovich, um dos meus compositores favoritos, surge aqui com o seu Concerto para piano, trompete e cordas, concerto pela qual nutro grande admiração. Ainda aparece para consagrar este registro fabuloso, o Quinteto para piano em Sol menor. Martha Argerich com todo o rigor técnico e habilidade indissociáveis aparece aqui executando estas obras de grande beleza e profundidade. Ouça sem moderação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto For Piano, Trumpet And Strings In C Minor, Op. 35, Concertino For 2 Pianos In A Minor, Op.94 e Quintet For Piano And Strings In G Minor, Op. 57

Concerto For Piano, Trumpet And Strings In C Minor, Op. 35
01. I. Allegro Moderato
02. II. Lento
03. III. Moderato
04. IV. Allegro con brio

Sergei Nakariakov, trumpet

Concertino For 2 Pianos In A Minor, Op.94
05. Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto

Lylia Zilberstein, piano

Quintet For Piano And Strings In G Minor, Op. 57
06. I. Prelude: Lento
07. II. Fugue: Adagio
08. III. Scherzo: Allegretto
09. IV. Intermezzo: Lento
10. V. Finale: Allegretto

Renaud Capuçon, violino
Alissa Margulis, violino
Lyda Chen, viola
Mischa Maisky, cello

Orchestra Della Svizzera Italiana
Alexander Vedernikov, regente
Martha Argerich, piano

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Carlinus

[restaurado por Vassily em 5/6/2021, em homenagem aos oitenta anos da Rainha!]

Dmitri Shostakovich (1906-1975): O Nariz (ópera)

O Nariz foi escrito no final da década de 1920 na União Soviética, quando houve uma política muito liberal para a música. Compositores se aventuravam a extremos que só o Ocidente conhecia. Depois, como sabemos, tudo mudou.

O Nariz, como vocês devem saber, é baseada na obra de Nikolai Gogol, talvez o mais cômico dos sutores russos. Shostakovich não se fez de rogado e nos preparou uma obra-prima em que há interlúdios entregues inteiramente à percussão, mas também há arrotos (eructações emitidas pelos cantores) e peidos (flatulências emitidas pelo fagote) e todo o gênero de estranhezas. É uma das maiores obras do jovem Shostakovich, um tour de force eletrizante de selvagem acrobacia vocal e instrumental. Um colorido absurdo teatral. O história, como TODOS vocês, pessoas cultas, sabem, é a de um alto e pomposo funcionário público, Kovalyov, que acorda um dia e descobre que seu nariz ganhou vida própria e saiu para uma caminhada ao redor da cidade de São Petersburgo. O resultado, nas mãos do cruel, sarcástico e irreverente de Shostakovich, é uma loucura.

Algumas observações retiradas do livro Shostakovich — Vida, Música, Tempo, de Lauro Machado Coelho:

No Nariz, o mecanismo dos mexericos peuqeno-burgueses é exposto com rara acuidade. As conversas estúpidas nascidas de coisa alguma, a anedota insignificante é inchada às dimensões de uma bolha de sabão fantástica, que acaba por estourar bruscamente, só deixando por trás dela — como era de se esperar — o mais total vazio. (Sollertínski)

O Nariz é a bomba na mão de um anarquista. (Gvózdiev)

As pessoas não cantam em o Nariz. Declamam, discutem, vociferam, arrotam, conversam fiado, sussurram, insulktam, fofocam. Um dos traços característicos dessa escrita será, aliás, a impiedosa exploração dos registros agudos. AS vozes de tenoe soprano dominam e recorre-se a elas até mesmo em situações banais, como a cação de Ivan, berrada a plenos pulmões, acima da pauta. As vozes graves pertencem, via de regra, a pessoas obtusas e sonolentas… (Kaminski)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Shostakovich — O Nariz

1. The Nose: Act I, Prologue, “U tebia, Ivan Yakovlevich…”
2. The Nose: Act I, Scene I, The Barber Shope of Ivan Yakovleich, “A…Segodnia ya…”
3. The Nose: Act I, Scene II, The Embankment, “Podymil! Von ty chto-to uronil”
4. The Nose: Act I, Interlude
5. The Nose: Act I, Scene III, Kovalev’s Bedroom, “Brr. Brr. Brr, brr.”
6. The Nose: Act I, Galop
7. The Nose: Act I, Scene IV, Kazan Cathedral, “A…A…A…”
8. The Nose: Act II, Prologue, “U sebia politsmeister?”
9. The Nose: Act II, Scene V, At the Newspaper Office, “Poverite li, sudar’…”
10. The Nose: Act II, Interlude
11. The Nose: Act II, Scene VI, Kovalev’s Apartment, “Nepobedimoi siloi…”

1. The Nose: Act III, Scene VII, Outskirts of St. Petersburg, “Vlast’iu moei daetsia…”
2. The Nose: Act III, Scene VIII, Kovalev’s Apartment And Podtochina’s Apartment, “Zdes’ Il Zhivet…”
3. The Nose: Act III, Interlude, “Nos Maior Kovaleva progulivaetsia zdes’…”
4. The Nose: Act III, Kovalev’s Apartment, “Vot on! Vot on! Nos!”
5. The Nose: Act III, Nevsky Prospect, “Zdravstvuite, Platon Kuzmichi!”

Zhanna Dombrovskaya
Tatiana Kravtsova
Elena Vitman
Andrei Popov
Sergey Semishkur
Sergei Skorokhodov
Yevgeny Strashko
Vladislav Sulimsky
Gennady Bezzubenkov
Vadim Kravets
Alexei Tanovitsky

Valery Gergiev
St. Petersburg Mariinsky Theater Orchestra
St. Petersburg Mariinsky Theater Chorus

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PQP

Sergei Rachmaninov – Piano Concerto nº3, Dmitri Shostakovich – Symhony nº 5 – Valery Gergiev – Rotterdam Philharmonic Orchestra

Esta postagem é para provocar o mano PQP, pois traz os dois extremos: seu adorado e amado Shosta e o odiado Rach.
Mais um broadcasting, desta vez com o belíssimo Concerto nº3 de Rachmaninov, nas mãos de Vladimir Feltsman e a Sinfonia nº5 de Shostakovich, sempre com um de meus regentes favoritos da atualidade, o Valery Gergiev.
O terceiro de Rach é umas mais belas obras do repertório pianístico, e também uma mais difíceis.  Conciliar o virtuosismo necessário para sua interpretação sem escorregar nas passagens mais escancaradamente românticas é o grande desafio do intérprete. Feltsman é um pianista experiente e conhece profundamente a obra para não se deixar cair nas armadilhas que a obra traz. Gergiev conduz a excelente Filarmônica de Rotterdam com a competência de sempre.

Esta noite de 2 de abril de 2006 deve ter sido muito intensa no Schwartz Center em Atlanta, Georgia, USA. Espero que apreciem.

Sergey Rachmaninov – Piano Concerto nº3, in D minor, op. 30

1 – Allegro ma non troppo
2 – Intermezzo: adagio.
3 – Allegro Vivace

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Symphony nº5, op . 47
1- Moderato
2 -Allegreto
3-Largo
4-Allegro ma non tropppo

Vladimir Feltsman – Piano
Rotterdam Philharmonic Orchestra
Valery Gergiev – Conductor

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The Dmitri Shostakovich Edition – CDs 25, 26 e 27 de 27

SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL!!! E MAIS UMA SÉRIE FINALIZADA !!!

CD 25

Os quartetos de números 9, 10 e 11 são semelhantes em estrutura e espírito. São os três muito bons e têm em comum o fato de manter por todo o tempo a alternância entre movimentos rápidos e lentos, sendo tais contrastes ampliados pelo fato de o nono e o décimo primeiro serem compostos por movimentos executados sem interrupções. O décimo ainda separa os primeiros movimentos, porém o Alegretto final surge de dentro de um o Adágio. A postura de fazer com que surjam movimentos antagônicos um de dentro do outro é uma particularidade que torna estes quartetos ainda mais interessantes, sendo que o décimo primeiro é um quarteto de 17 minutos com sete movimentos; isto é, Shostakovich brinca com a apresentação de temas que fazem surgir de si outros muito diversos em estilo, como se o compositor estivesse sofrendo de uma incontrolável superfetação (*). É, no mínimo, desafiador ao ouvinte. Melodicamente, são muito ricos, e exploram com insistência incomum os ostinatos, os quais são sempre belíssimos e curiosos. Merecem inteiramente o lugar que modernamente obtiveram no repertório dos quartetos de cordas. É curioso como é fácil confundi-los. Estou ouvindo-os enquanto escrevo e noto quando o CD passa de um para outro, pois têm personalidades muito próprias, mas nunca sei se o que estou ouvindo é o nono ou o décimo. Pode ser uma limitação minha! Já no décimo primeiro, o paroxismo da criação de melodias chega a tal ponto, seus ostinatos são tão alucinados, que é mais fácil reconhecê-lo.

Aliás, o décimo primeiro apresenta aqueles finais tranquilos que constituíram-se uma das assinaturas do Shostakovich final. Esqueçam o gran finale. Sem fazer grande pesquisa, sei que eles podem ser encontrados na 13ª, 14ª e 15ª sinfonias, neste quarteto e no sensacional Concerto para Violoncelo que será comentado a seguir.

(*) Palavra pouco utilizada, não? Significa a concepção que ocorre quando, no mesmo útero, já há um feto em desenvolvimento.

String Quartet No. 5 in B flat major Op. 92 (1952) 
1. Allegro non troppo  10:44 
2. Andante  10:41 
3. Moderato  10:25 

String Quartet No. 11 in F minor Op. 122 (1966) 
4. Introduction (andantino)  2:15 
5. Scherzo (allegretto)  2:57 
6. Recitativo (adagio)  1:18 
7. Etude (allegro)  1:19 
8. Humoresque (allegro)  1:08 
9. Elegy (adagio)  4:15 
10. Conclusion (moderato)  3:41 

String Quartet No. 12 in D flat major Op. 133 (1968) 
11. Moderato  6:41 
12. Allegretto  20:29 
       
Total:  76:15 
 
Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van den Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

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CD 26

Talvez apenas aficionados possam gostar do esquisito Quarteto Nº 6. Ele tem quatro movimentos, dos quais três são decepcionantes ou descuidados. O intrigante nesta música é o extraordinário terceiro movimento Lento, uma passacaglia barroca que é anunciada solitariamente pelo violoncelo. É de se pensar na insistência que alguns grandes compositores, em seus anos maduros, adotam formas bachianas. Os últimos quartetos e sonatas para piano de Beethoven incluem fugas, Brahms compôs motetos no final de sua vida e Shostakovich não se livrou desta tendência de voltar ao passado comum de todos. Enfim, este quarteto vale por seu terceiro movimento e, com certa boa vontade, pelo Lento – Allegretto final.

String Quartet No. 4 in D major Op. 83 (1949) 
1. Allegretto  4:27 
2. Andantino  6:35 
3. Allegretto  4:07 
4. Allegretto  10:28 

String Quartet No. 6 in G major Op. 101 (1956) 
5. Allegretto  6:42 
6. Moderato con motto  4:56 
7. Lento  5:57 
8. Lento-allegretto  7:44 

String Quartet No. 10 in A flat major Op. 118 (1964) 
9. Andante  4:32 
10. Allegretto furioso  4:16 
11. Adagio  6:13 
12. Allegretto  9:08 
       
Total:  75:18 
 
Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van den Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

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CD 27

Quarteto de Cordas Nº 14, Op. 142 (1972-73)

Este é quase um quarteto para violoncelo solo e trio de cordas, tal é a proeminência dada àquele instrumento. É um quarteto inspiradíssimo, escrito em três movimentos (Allegretto – Adagio – Allegretto), e que tem seu centro dramático num dilacerante adagio de 9 minutos. Não consigo imaginar uma audição deste quarteto sem a audição em sequência do Nº 15. Eles, que costumam aparecer juntos, seja em vinil ou em CD, formam, em minha imaginação, uma obra só.

Quarteto de Cordas Nº 15, Op. 144 (1974)

Este trabalho, assim como a sonata a seguir, são tidas como obras-primas e seriam os dois principais “réquiens privados” de Shostakovich. Concordo com esta opinião.

O que dizer de um obra escrita em seis movimentos, em que quatro deles são adagio e os outros dois deles são adagio molto, sendo que, destes dois últimos, um é uma marcha funeral e outro um epílogo…? Ora, no mínimo que é lenta. Porém, como estamos falando do Shostakovich final, estamos falando de uma obra que tem como fundo a morte. Há três movimentos realmente notáveis nesta música: a Serenata: Adagio, a Marcha Fúnebre – Adagio Molto e o musicalmente espetacular Epílogo – Adagio Molto. O Epílogo recebeu vários arranjos sinfônicos e costuma aparecer – separadamente ou não do resto do quarteto – em gravações orquestrais.

String Quartet No.1 in C major Op. 49 (1935) 
1. Modearto  3:57 
2. Moderato  4:43 
3. Allegro molto  2:12 
4. Allegro  3:03 

String Quartet No.14 in f sharp major Op.142 (1973) 
5. Allegretto  8:22 
6. Adagio  10:57 
7. Allegretto  8:44 

String Quartet No.15 in E flat minor Op. 144 (1974) 
8. Elegy (adagio)  12:23 
9. Serenade (adagio)  5:15 
10. Intermezzo (adagio)  1:49 
11. Nocturne (adagio)  4:54 
12. Funeral March (adagio molto)  4:38 
13. Epilogue (adagio)  6:40 
       
Total:  78:00 
 
Rubio Quartet
Dirk van de Velde, violin I
Dirk van de Hauwe, violin II
Marc Sonnaert, viola
Peter Devos, cello

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PQP

The Dmitri Shostakovich Edition (CDs 1, 2 e 3 de 27)

Esta caixa é tão, mas tão maravilhosa que nem vou perder tempo justificando a postagem de mais uma série. Apenas digo que serão 27 CDs em 320 kbps que trarão todas as 15 sinfonias, todos os 15 quartetos, todas as sonatas para algum instrumento + piano, o quinteto, trios, os concertos para piano, violino e violoncelo, as suítes… Enfim, é um tesouro! Enjoy!

Ah, tinha esquecido: IM-PER-DÍ-VEL!!!

(Os textos abaixo foram “roubados” do amigo Milton Ribeiro.

Sinfonia Nº 1, Op. 10 (1924-1925)

Shostakovich começou a escrever esta sinfonia quando tinha dezessete anos. Antes disso, tinha composto alguns scherzi que só interessaram à musicólogos. Sua estréia foi mesmo com esta Nº 1, terminada antes do autor completar vinte anos. Ela tornou aquele estudante de música, mais conhecido por ser o pianista-improvisador de três cinemas mudos de Petrogrado, internacionalmente célebre. Tal fama pode ser atribuída por Shostakovich ser o primeiro rebento musical do comunismo, mas ouvindo a sinfonia hoje, não nos decepcionamos de modo algum. É música de um futuro mestre.

Ela começa com um toque de trompete ao qual, se acrescentarmos um crescendo, tornar-se-á um tema de Petrouchka, de Igor Stravinski. Alguns regentes russos fazem esta introdução exatamemente igual à Petroushka. É algo curioso que o jovem Dmitri tenha feito esta homenagem, quando dizia que seus modelos – e isto foi comprovadíssimo logo adiante – eram Mahler, Bach, Beethoven e Mussorgski. Mas há mesmo algo de “boneca triste” no primeiro movimento desta sinfonia. O segundo movimento possui um curioso tema árabe, que é a primeira grande paródia encontrada em sua obra. Um achado.

O movimento lento, muito triste, é daqueles que a Veja consideraria uma comprovação do sofrimento do compositor sob o comunismo e de uma postura fatalista do tipo isto-não-vai-dar-nada-certo, porém acreditamos que a morte de seu pai, ocorrida alguns meses antes e a internação de Dmitri num sanatório da Criméia (ele contraíra tuberculose) tenha mais a ver. Há um belíssimo solo funéreo de oboé neste movimento.

CD 1
Symphony No. 1 in F minor Op. 10
1. Allegretto. Allegro ma non troppo
2. Allegro
3. Lento
4. Allegro molto, Lento Allegro molto

5. Symphony No. 2 in B major Op. 14 for Chorus & Orchestra

6. Symphony No. 3 in E flat major in E Flat major for Chorus & Orchestra

Rundfunkchor
WDR Sinfonieorchester
Rudolf Barshai

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Sinfonia Nº 4, Op. 43 (1936)
Uma sinfonia decididamente mahleriana. Shostakovich estudara Mahler por vários anos e aqui estão os monumentais ecos destes estudos. Sim, monumentais. Uma orquestra imensa, uma música com grandes contrastes e um tratamento de câmara em muitos episódios rarefeitos: Mahler. O maior mérito desta sinfonia é seu poderoso primeiro movimento, que é transformação constante de dois temas principais em que o compositor austríaco é trazido para as marchas de outubro, porém, minha preferência vai para o também mahleriano scherzo central. Ali, Shostakovich realiza uma curiosa mistura entre o tema introdutório da quinta sinfonia de Beethoven e o desenvolve como se fosse a sinfonia “Ressurreição”, Nº 2, de Mahler. Uma alegria para quem gosta de apontar estes diálogos. O final é um “sanduíche”. O bizarro tema ritmado central é envolvido por dois scherzi algo agressivos e ainda por uma música de réquiem. As explicações são muitas e aqui o referencial político parece ser mesmo o mais correto para quem, como Shostakovich, considerava que a URSS viera das mortes da revolução de outubro para a alienação e daí iria novamente para as mortes, representadas pela iminente segunda guerra. Trata-se de um Big Mac seríssimo.

CD 2
Symphony No. 4 in C minor Op. 43
1. Allegro poco moderato
2. Moderato con moto
3. Largo. Allegro

WDR Sinfonieorchester
Rudolf Barshai

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Sinfonia Nº 5, Op. 47 (1937)
Esta é a obra mais popular de Dmitri Shostakovich. Recebeu incontáveis gravações e não é para menos. O público costuma torcer o nariz para obras mais modernas e aqui o compositor retorna no tempo para compor uma grande sinfonia ao estilo do século XIX. Sim, é em ré menor e possui quatro movimentos, tendo bem no meio, um scherzo composto por um Haydn mais parrudo. Mesmo para os aficcionados, é uma obra apetitosa, por transformar a linguagem do compositor em algo mais sonhador do que o habitual. Foi a primeira sinfonia de Shostakovich que ouvi. Meu pai a trouxe dizendo que era uma sinfonia muito melhor que as de Prokofiev, exceção feita à Nº 1, Clássica, que ele amava. Alguns consideram esta obra uma grande paródia; eu a vejo como uma homenagem ao glorioso passado sinfônico do século anterior. A abertura e a coda do último movimento (Allegro non troppo) costuma aparecer, com boa freqüência, em programas de rádio que se querem sérios e influentes…

Sinfonia Nº 6, Op. 54 (1939)
Uma perfeição esta sinfonia cujo dramático, concentrado e lírico primeiro movimento (um enorme Largo) é seguido por dois allegros, sendo o último pra lá de burlesco, chegando a ser mesmo circense (Presto). A estrutura estranha e inexplicável tem o efeito, ao menos em mim, de uma compulsão por ouvi-la e reouvi-la. Acho que volto sempre a ela com a finalidade de conferir se o primeiro movimento é mesmo tão perfeito e profundo e para buscar uma explicação para a galinhagem final – isto aqui não é uma tese acadêmica, daí a palavra “galinhagem” ser permitida… Nossa sorte é que existe aquele segundo Allegro central para tornar a passagem menos chocante. Esta belíssima obra talvez faça a alegria de qualquer maníaco-depressivo. É uma trilha sonora perfeita para quem sai das trevas para um humor primaveril em trinta minutos. Começa estática e intelectual para terminar num circo. Simplesmente amo esta música! É um pacote completo e de só uma via com desespero, sorrisos e gargalhadas.

CD 3
Symphony No. 5 in D minor Op. 47
1. Moderato. Allegro non troppo. Moderato
2. Allegretto
3. Largo
4. Allegro non troppo. Allegro

Symphony No. 6 in B minor Op. 54
5. Largo
6. Allegro
7. Presto

WDR Sinfonieorchester
Rudolf Barshai

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PQP

Tchaikovski, Prokofiev, Shostakovich: Miniatures For Young Pianists

Duvido que algum de vocês encontre este belo CD na rede. E nem adianta revisar as faixas pela Amazon, pois estão incorretas. Trata-se de um álbum de miniaturas para jovens pianistas. Uma jóia delicada e simples, onde se vêm claramente a evolução da música russa do século XIX em direção ao XX. A intenção dos compositores não é apenas pedagógica — elas deveriam servir de entrenimento e de música para as crianças tocarem em festas e aniversários. A idéia de Tchaikovski foi inteiramente adotada por Prokofiev e Shostakovich e a coleção ficou como devia: bonitinha e agradável. A confessada inspiração de Tchai para criar tais peças foi Robert Schumann, o primeiro a compor peças simples dedicadas à infância e aos jovens pianistas.

É um CD bastante raro de se encontrar por aí. Desta forma, vocês devem ficar comportados durante o download; depois, peguem suas bonecas e divirtam-se. Ah, e não gritem enquanto papai posta.

Tchaikovski
Children’s Album: 24 Easy Pieces, for piano, Op. 39
1. Morning prayer
2. Winter Morning
3. Jouons à dada!
4. Mama
5. March of the Wooden Soldiers
6. The Sick Doll
7. The Doll’s Funeral
8. Waltz
9. The New Doll
10. Mazurka
11. Russian Song
12. The Accordion Player
13. Kamarinskaya
14. Polka
15. Italian Song
16. Old French Song
17. German Song
18. Neapolitan Song
19. Nanny’s Story
20. Baba-Yaga
21. Sweet Dreams
22. Lark Song
23. Chanson du joueur d`orgue de Barbarie
24. In Church

Prokofiev
Music for Children, easy pieces (12) for piano, Op. 65
25. No. 1, Morning
26. No. 2, Walk
27. No. 3, Fairy Tale
28. No. 4, Tarantella
29. No. 5, Repentence (Regrets)
30. No. 6, Waltz
31. No. 7, Grasshoppers’ Parade
32. No. 8, Rain and Rainbow
33. No. 9, Playing Tag
34. No. 10, March
35. No. 11, Evening
36. No. 12, The moon sails o’er the meadows

Shostakovich
37. Berceuse
38. Danse
39. Contredanse
40. Danse espagnole
41.Nocturne

A Child’s Exercise Book (Children’s Tetrad), for piano, Op. 69
42. No. 1, March
43. No. 2, Valse
44. No. 5, The Bear
45. No. 4, Merry Tale
46. No. 3, Sad Tale
47. No. 6, Clockwork Doll
48. No. 7, Birthday

Rimma Bobritskaia, piano

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PQP

Mendelssohn (1809-1847): Sinfonia Nº 4, “Italiana” / Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 5

Estranho repertório para um disco, mas talvez menos estranho se considerarmos que é um registro de um concerto realizado em Viena no ano de 1993 e os concertos, vocês sabem, costumam apresentar repertórios malucos… O grande Solti, morto em 1997, dá um show de competência em ambas as obras. A Italiana está como deve ser, muito agitada e jovial. Solti tenta obedecer Shostakovich ao fazer uma finale menos triunfante do que a versão de Bernstein, mas não chega à lentidão de Mravinsky que, ao que parece, fazia o que Shosta desejava. Na verdade, Solti obedece pela metade, faz uma bagunça Bernstein-like e, na parte lenta, é Mravinsky-like. Mas, afora estas questões, são interpretações altamente satisfatórias de duas obras famosas e sempre presentes no repertório sinfônico. Há também o DVD deste concerto à venda na Amazon.

O estranho é que gosto tanto de gravações ao vivo que, após ouvir o CD, achei a coisa mais natural do mundo ver as sinfonias mais célebres de Felix e Dmitri juntas e together.

Mendelssohn: Symphony No. 4 in A major (“Italian”), Op. 90
1. Allegro vivace
2. Andante con moto
3. Con modo moderato
4. Saltarello, Presto

Shostakovich: Symphony No. 5 in D minor, Op. 47
5. Moderato
6. Allegretto (Scherzo)
7. Largo
8. Allegro non troppo

Vienna Philharmonic Orchestra
Georg Solti

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PQP

The Dmitri Shostakovich Edition (CDs 13, 14 e 15 de 27)

SÉRIE IM-PER-DÍ-VEL!!!

CD 13

Aqui, temos a continuidade dos quartetos de cordas em arranjo para orquestra. O primeiro quarteto pode ser desprezado, o segundo absolutamente NÃO e o terceiro idem, mas com menos veemência.

Chamber symphony Op. 49a “Eine kleine Symphonie” (Arrangement of String Quartet No. 1)
1. Moderato 4:22
2. Moderato 4:53
3. Allegro Molto 2:44
4. Allegro 3:31

Chamber symphony Op. 110a (Arrangement of String Quartet No. 8 )
5. Largo 4:45
6. Allegro molto 3:40
7. Allegretto 4:29
8. Largo 4:29
9. Largo 3:41

Chamber symphony Op. 118a (Arrangement of String Quartet No. 10)
10. Andante 5:16
11. Allegretto furioso 4:14
12. Adagio 7:01
13. Allegretto 10:00

Orchestra Sinfonica di Milano Giuseppe Verdi
Rudolf Barshai, conductor

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CD 14

Em um famoso conto de Machado de Assis, Um Homem Célebre, havia um grande compositor de polcas, o Pestana, que queria fazer algo maior, grandioso, mas – que diabo! – só lhe saíam mais polcas. O que fazer? O personagem fazia o maior esforço, passava meses trancado em casa a fim de parir a grande obra, porém não produzia nada além de belas polcas, que logo se tornavam popularíssimas e eram assobiadas pelo povo nas ruas, para desespero do Pestana. Estas eram compostas copiosa e rapidamente. Acabou rico, infeliz e doente. Coitado.

Com Shostakovitch o caso é diferente. Compôs copiosamente obras-primas, tem obra profunda e numerosa, mas, um belo dia, resolveu escrever suítes para grupos de jazz. Vocês podem adivinhar o que aconteceu? Saíram apenas… polcas. Polcas e valsas. O timbre é o do jazz – não poderia ser diferente com aquela formação orquestral -, já a música são as polcas do personagem machadiano. Ah, vocês não acreditam? Então ouçam o CD abaixo. É um bom disco, há a espetacular Valsa 2 da Suíte Nro. 2, que foi utilizada por Stanley Kubrick na abertura de De Olhos bem Fechados, com um ritmo e um solo de sax que nos obriga a levantar e ensaiar uns passinhos pela sala, há várias polquinhas bem legais e há uma imitação marcial de Duke Ellington que dá para rolar de rir. É o “Grande Projeto Falhado” do imortal Shosta e, mesmo assim, é muito bom e divertido.

Suite For Variety Orchestra No.1 (Jazz Suite No.2)
1. March 3:04
2. Dance No.1 2:56
3. Dance No.2 3:39
4. Little Polka 2:33
5. Lyric Waltz 2:38
6. Waltz no.1 3:21
7. Waltz no.2 3:34
8. Finale 2:13

9. Overture On Rusian And Kirghiz Themes Op.115 9:19

Jazz suite No.1
10. Waltz 2:19
11. Polka 1:38
12. Foxtrot 3:47

13. Novorossijsk Chimes 2:32

14. Festive Overture Op.96 5:46

National Symphony Orchestra Of Ukraine,
Theodore Kuchar

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CD 15

Para o meu gosto, o CD mais fraco de toda a coleção. O Límpido Regato tem momentos… engraçadinhos.

The Bolt, Ballet Suite Op. 27a
1. Overture 6:34
2. Polka 2:36
3. Variation 1:49
4. Tango 5:07
5. Intermezzo 3:50
6. Finale 3:23

The Limpid Stream, Ballet Suite Op. 39a
7. Waltz 2:23
8. Russian Lubok 2:30
9. Galop 1:57
10. Adagio 7:19
11. Pizzicato 1:12

The Golden Age, Ballet Suite Op. 22a
12. Overture 3:54
13. Adagio 8:40
14. Polka 2:08
15. Dance 2:10

National Symphony Orchestra of Ukraine,
Theodore Kuchar

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PQP