Olivier Messiaen (1908-1992): Visons de l’amen (Aimard, Stefanovich) + peças curtas de Enescu, Knussen, Birtwistle

Após sua experiência no front e como prisioneiro de guerra, Messiaen voltou para Paris e compôs três obras bastante distantes de qualquer comentário mais engajado sobre os horrores da 2ª Guerra, talvez por buscar na religião a sanidade que tantos soldados tinham perdido. Essas três obras são: Visões do amém (1943), para dois pianos; 20 olhares sobre o menino Jesus, para piano (1944); Três pequenas liturgias (1944), para orquestra com importantíssima participação do piano. São três obras em que os truques de mágica pianística se repetem e se complementam, sendo interessante ouvi-las em sequência, mais ou menos como é interessante ouvir as Sinfonias 3 e 4 de Mahler e os ciclos de Lieder que ele compôs na mesma época e que se repetem nas sinfonias (guardadas as proporções entre dois compositores tão diferentes como Mahler e Messiaen).

Entre os truques, invenções e manias pianísticas de Messiaen, o pianista francês Pierre-Laurent Aimard chama atenção para um que, confesso, eu não havia reparado, mas é daquelas coisas que, uma vez que lhe abrimos os olhos, podemos enxargá-la por todos os lados: me refiro aos frequentes sons de sinos nas Visions de l’amen. Com a palavra, Aimard:

Eu toquei as Visions de l’Amen desde os quinze anos, virei as páginas quando Yvonne Loriod e Messiaen as executaram, as estudei com ele e toquei incontáveis vezes – inevitavelmente transportado pela força irresistível da visão de Messiaen.
Se ter uma casa realmente significa alguma coisa, então esta obra é minha casa.
Os inúmeros sinos que intoxicam o Amém da Criação e o da Consumação encontrarão um complemento musical nas composições do profético Enescu, do poético Knussen e do radical Birtwistle. Elas ressoam para nos mostrar o quanto o som do sino, esse choque inicial com desdobramentos harmônicos infinitos, é emblemático da música de Messiaen. (Pierre-Laurent Aimard)

Olivier Messiaen (1908-1992): Visons de l’amen
1 I. Amen de la Création
2 II. Amen des étoiles, de la planète à l’anneau
3 III. Amen de l’agonie de Jésus
4 IV. Amen du Désir
5 V. Amen des Anges, des Saints, du chant des oiseaux
6 VI. Amen du Jugement
7 VII. Amen de la Consommation

Tamara Stefanovich, piano I
Pierre-Laurent Aimard, piano II

George Enescu (1881-1955)
8 Carillon Nocturne (from Suite No. 3, Op. 18 “Pièces Impromptues”) (piano: Aimard)

Oliver Knussen (1952-2018)
9 Prayer Bell Sketch, Op. 29 (piano: Stefanovich)

Harrison Birtwistle (1934-2022)
10 Clock IV (from Harrison’s Clocks) (piano: Aimard)

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PS: O amém é aquele mesmo, pronunciado no fim das orações… Com o significado mais imediato de “que assim seja” e outros por extensão, o “amém” deu asas à imaginação de Messiaen nessa obra de mais de 40 minutos.

Olivier Messiaen (esq.) e Laurent Aimard (dir.)

Pleyel

George Enescu / Leoš Janácek / Albert Roussel: Sonatas para violino e piano (Jodry, Steen-Nokleberg)

George Enescu / Leoš Janácek / Albert Roussel: Sonatas para violino e piano (Jodry, Steen-Nokleberg)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu sou um sujeito de ascendência 100% portuguesa nas três últimas gerações, tenho cara de judeu — não sou, acho eu –, e amo a música cigana. Enescu nasceu em Liveni, na Romênia, num 19 de agosto. Esta data é a melhor data para se nascer. Quem nasce em 19 de agosto é inteligente, bonito, tem bom caráter e dança bem. Mas chega de besteira. Este disco de 1993 recebeu prêmios por onde foi e, nossa, é muito folclórico e cigano. Enescu (ou Enesco), Janácek e Roussel foram beber nas fontes gitanas e voltaram de lá embriagados. Bem, OK, Enescu bebeu muito, Janácek bebeu um pouco e Roussel declinou… Mas embriaguemo-nos todos! Baita disco!

Enescu
Sonata para Violino e Piano Nº 3 (em estilo folclórico romeno), Op. 25

1 Moderato malinconico
2 Andante sostenuto e misterioso
3 Allegro con brio, ma non troppo mosso

Janácek
Sonata para Violino e Piano

4 Con moto
5 Ballada
6 Allegretto
7 Adagio

Roussel
Sonata para Violino e Piano, Nº 2, Op. 28

8 Allegro con moto
9 Andante
10 Presto

Annie Jodry, violino
Einar Steen-Nokleberg, piano

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Ciganos fazendo uma visita à sede campestre de Morungava (RS) da PQP Bach Corp.

PQP

George Enescu (1881-1955): Sinfonia Nº 3 / Rapsódia Romena Nº 1

George Enescu (1881-1955): Sinfonia Nº 3 / Rapsódia Romena Nº 1

Escrita durante os anos instáveis ​​da Primeira Guerra Mundial, a Sinfonia Nº 3 de Enescu é um trabalho em três movimentos totalizando quase uma hora de duração. A obra está ancorada em um scherzo maligno e alucinante, que é cercado por um primeiro movimento às vezes meditativo, às vezes eruptivo e terceiro movimento coral sem texto. O som é extraordinário, cheio de colorido, mas também capturando tremores íntimos. Gennady Rozhdestvensky (1931-2018) faz um trabalho maravilhoso ao repassar de forma incólume o nacionalista Enescu para a BBC inglesa. Os caras tocam (quase) como romenos. Só que eu, talvez um caráter vulgar, adoro é a Rapsódia Romena Nº 1, com seus agitados temas ciganos, tanto que a ouvi várias vezes, até decorar.

George Enescu (1881-1955): Sinfonia Nº 3 / Rapsódia Romena Nº 1

Symphony No. 3, Op. 21 In C Major (54:42)
1 I. Moderato, In Poco Maestoso 20:27
2 II. Vivace, Ma Non Troppo 15:21
3 III. Lento, Ma Non Troppo 18:59
Chorus – Leeds Festival Chorus
Chorus Master – Simon Wright (11)

4 Romanian Rhapsody, Op. 11 No. 1 In A Major (12:57)

Leeds Festival Chorus
BBC Philharmonic
Gennady Rozhdestvensky

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É quase impossível para um brasileiro pronunciar corretamente o nome do natalino Rozhdestvensky

PQP

George Enesco (1881-1955) / Franz Liszt (1811-1886): Rapsódia Romena Nº 1 / Rapsódias Húngaras Nº 1-6

George Enesco (1881-1955) / Franz Liszt (1811-1886): Rapsódia Romena Nº 1 / Rapsódias Húngaras Nº 1-6

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu sou contra a divulgação de gravações históricas apenas porque eram aquelas que tínhamos em casa — ai, que saudades — ou meramente pelo nome do regente, do executante ou da orquestra — ai, deve ser bom. Mas algumas têm de ser resgatadas por sua qualidade ou escândalo. Aqui, o caso é de extrema qualidade. Na minha opinião, só o Enescu deste disco já vale a audição. E Enescu nasceu num 19 de agosto, que é a data mais correta para um bom homem nascer. Mas o velho e veemente Dorati faz a orquestra de Londres tornar-se meio cigana e dá um show também nas Rapsódias de Liszt. Liszt não sabia muito bem o que era a música cigana de raiz, digamos assim, só a música das cidades, mas, nossa, que melodias e orquestração! Quem foi a campo buscar a verdadeira musica cigana húngara e romena foram Bartók e Kodály, com quem Dorati estudou. E está feita a confusão e parte do mérito deste CD.

Enesco (1881-1955) / Liszt (1811-1886): Rapsódia Romena Nº 1 / Rapsódias Húngaras Nº 1-6

Enesco
1 Roumanian Rhapsody No 1 Op 11 12:02

Liszt
2 Hungarian Rhapsody No 1 In F Minor 10:47
3 Hungarian Rhapsody No 2 In D Minor 9:41
4 Hungarian Rhapsody No 3 In D Major 8:25
5 Hungarian Rhapsody No 4 In D Minor 10:40
6 Hungarian Rhapsody No 5 In E Minor (“Héroïde Elégaique”) 10:00
7 Hungarian Rhapsody No 6 In D Major (“Carnival In Pesth”) 12:12

London Symphony Orchestra
Antal Dorati

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Dança tradicional húngara para turista ver.

PQP

Maurice Ravel, Pablo Sarasate, Georges Enescu, Vittorio Monti, Georges Boulanger: Gypsic

Maurice Ravel, Pablo Sarasate, Georges Enescu, Vittorio Monti, Georges Boulanger: Gypsic

Um belo e surpreendente disco de música cigana com todo aquele ambiente exótico e sem grandes pasteurizações ou tentativas de tornar a coisa mais “elegante” (sim, entre aspas). Então, amigos puristas, por favor, fujam, evitem ouvir este Gypsic da violinista romena-francesa Sarah Nemtanu.

O restante de vocês, no entanto, deve ouvir e, talvez, ficar intrigado. O álbum não é um conjunto convencional de peças orientais e orientadas para o cigano como são tocadas há meio século. Experimente ouvir com atenção, concentrando-se especialmente nas faixas 2, 3 e 8 para que saber bem no que está se metendo. O álbum de Nemtanu também tenta adicionar elementos de transição modernos à forma tradicional do concerto cigano-clássico. Mais tradicional é a sua versão da Sonata para Violino No. 3 em Lá menor, op. 25, “On Popular Romanian Themes”, de Georges Enescu, interpretado por Nemtanu e pelo pianista Romain Descharmes de uma maneira direta que não exagera os elementos ciganos. A Tzigane de Ravel já é meio suja e ESPETACULAR. Então a diversão se acentua… O Sarasate tem uma parte adicionada. O tecladista francês nascido no Canadá, Chilly Gonzales, adiciona elementos de eletrônica às Czárdás de Vittorio Monti… Mais inacreditável ainda é o movimento Blues da Sonata de Ravel para violino e piano de 1927. Esta peça recebe de Gonzales o que Nemtanu chama de “etno-percussão” — a melodia é reformulada como um pedaço do pop etíope. É um risco, pois parece não combinar o resto da música do álbum, só com a versão das Czárdás. Talvez seja uma tentativa de criar um ponto de encontro entre a França e a Romênia. Nemtanu choca com conceitos de como a música clássica e os eletrônicos de sabor internacional podem ser juntados e seus esforços valem a pena serem ouvidos. Enfim, um disco excelente e diferente.

Maurice Ravel, Pablo Sarasate, Georges Enescu, Vittorio Monti, Georges Boulanger: Gypsic

1 Vittorio Monti – Czardas
2 Maurice Ravel – Tzigane
3 Maurice Ravel – Berceuse
4 George Enescu – Sonate premier mouvement
5 George Enescu – Sonate deuxième mouvement
6 George Enescu – Sonate troisième mouvement
7 Pablo de Sarasate – Airs Bohémiens
8 Maurice Ravel – Blues
9 Georges Boulanger – Avant de mourir

Sarah Nemtanu – Violin
Chilli Gonzales – Piano, organ farfisa, Drum, Percussion
Romain Desmarches – Piano
Iurie Morar – Cimbalom

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Frans Hals — A Menina Cigana

PQP

George Enescu (1881-1955): Poema Romeno, Op. 1 e Rapsódias Romenas Nº 1 e 2, Op. 11

George Enescu (1881-1955): Poema Romeno, Op. 1 e Rapsódias Romenas Nº 1 e 2, Op. 11

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O compositor romeno George Enescu não é tão conhecido em nosso país. Não é fácil encontrar material sobre este grande compositor do leste europeu. Lembro-me que os primeiros contatos que tive com o compositor se deu há alguns anos atrás num programa de rádio que é transmitido aqui em Brasília e se chama Clássicos de Todos os Tempos. É um extraordinário programa diário. Duas horas de música erudita – das 20 horas às 22 horas. Neste programa entrei em contato com as rapsódias romenas, que são majestosas. É música folclórica. Enescu nasceu em 1881 e morreu em 1955. Aos quatro anos já tocava violino. Com 12 anos era uma sensação nas salas de concerto da Europa. Estreou como compositor ao 17 anos (Poema Romeno, Op. 1). As suas famosas rapsódias romenas foram escritas em 1901-02. Com a extensão do seu trabalho, Enescu chegou a se tornar o diretor de orquestras americanas – Nova York e Filadélfia. No que tange às composições deste CD que ora posto, já tive oportunidade de ouvir por várias vezes durante a semana. O Poema Romeno para orquestra e coro, Op. 1 é maravilhoso e demonstra toda a precocidade de um gênio. Há a participação de um coro. Já a Rapsódia Romena no. 1 é a mais conhecida e de melodia doce e agradável. E aparece ainda a Rapsódia Romena no. 2 de fulgurante leveza orquestral. É de uma beleza silenciosa. Faz lembrar Sibelius. Acredito que este CD impressione. É uma oportunidade positiva para se conhecer George Enescu que há muito deveria ter aparecido aqui no PQP Bach. Boa apreciação!

George Enescu (1881-1955) – Poema Romeno, Op. 1 e Rapsódias Romenas nos. 1 e 2, op. 11 no. 1 e 2

01 – Romanian Poem Op.1 – Moderato – Adagio – Allegro vivo – Adagio – Moderato – Presto [30:06]
02 – Romanian Rhapsody No.1 in A major Op.11 No.1 [12:22]
03 – Romanian Rhapsody No.2 in D major Op.11 No.2 [11:48]

Coro e Orquestra da Rádio e Televisão Romena
Iosif Conta, regente

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Enescu: mais um nascido em 19 de agosto
Enescu: mais um nascido em 19 de agosto

Carlinus

George Enesco (1881-1955) – Roumanian Rhapsody, n°1, op. 1, Franz Liszt (1811-1886) – Hungarian Rhapsodies, n° 1 – 6

Um CD delicioso, divertido, daqueles que temos vontade de sair dançando quando ouvimos suas belas e alegres melodias. E olha que ele foi gravado há 50 anos atrás.
O elemento central dessas obras é a música folclórica em suas variantes. No caso de Enesco, temos o folclore romeno, e no caso de Liszt, o folclore de seu país natal, Hungria. Adoro assistir aqueles grupos de danças folclóricas. Poloneses, russos, húngaros, romenos, não importa. Sua cultura é riquíssima, e as coreografias sempre tem suas particularidades.
O CD inicia com uma obra para mim até pouco tempo atrás desconhecida, A Rapsódia Romena n°1, do compositor romeno Georges Enescu, que tenho ouvido com mais atenção nos últimos tempos. A obra tem um ritmo contagiante, e as melodias são riquíssimas. Ponto para Dorati ao acrescentar esta obra, num CD que tem as deliciosas Rapsódias Húngaras de Franz Liszt, obras que creio que todos conhecemos, se não todas, ao menos algumas passagens memoráveis. E são estas Rapsódias que trazem a energia pulsante e colorida do folclore húngaro. Tenho estas mesmas obras tocadas no piano, mas nada como uma Sinfônica de Londres para dar o brilho e mostrar a riqueza da orquestração. É este o meu Liszt favorito.
Lembro de ter ouvido uma destas rapsódias pela primeira vez quando ainda era adolescente, num LP que pertencia à uma velha coleção de obras chamadas Clássicos Ligeiros, que encontrei na casa de minha avó. Ela acabou me dando aquele LP que tinha Chabrier, Liszt, Bizet, entre outras destas obras mais vivas e alegres, ou ligeiras, como eles a chamavam.
Antal Doráti está como sempre impecável neste repertório. É a sua praia. E a Sinfônica de Londres não precisa de apresentação. Como sempre, um dos melhores grupos orquestrais que existe. Sugiro, se possível, botarem o volume bem alto quando ouvirem este CD, ele é contagiante, quando vocês menos esperarem estarão dançando pela sala.

01. George Enesco – Roumanian Rhapsody n°1, op.11
02. Franz Liszt – Hungarian Rhapsody n°1 in F Minor
03. Franz Liszt – Hungarian Rhapsody n°2 in D Minor
04. Franz Liszt – Hungarian Rhapsody n°3 in D Major
05. Franz Liszt – Hungarian Rhapsody n°4 in D Minor
06. Franz Liszt – Hungarian Rhapsody n°5 in E Minor « Héroïde Élégiaque »
07. Franz Liszt – Hungarian Rhapsody n°6 in D Major « Carnival in Pesth »

London Symphony Orchestra
Antal Dorati – Conductor

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FDPBach

Leopold Stokowski – Rhapsodies – Liszt, Enescu, Smetana e Wagner

Enquanto digito estas palavras ouço este CD maravilhoso, repleto daquelas peças que nos marcam. Devo dizer que todas as obras que estão neste post fazem parte da minha caminhada como apreciador de música clássica. Tinha essas gravações em fita K-7. Ouvi tanto que as fitas estão imprestáveis. Ressalto, por exemplo, a Rapsódia Romena No. 1 de Enescu e o Moldávia de Smetana, peças de uma beleza singular. Nos tempos da fita K-7 eu ouvia, repetia, voltava a fita e ouvia mais uma vez. Outro aspecto importante desse registro é a presença inominável de Leopold Stokowski, um dos maiores regentes do século XX. Ou seja, é um CD para se ouvir várias vezes, inquestionavelmente. Não deixe de fazê-lo. Boa apreciação!

Franz Liszt (1811-1886) – Hungarian Rhapsody No.2 in C-Sharp Minor
01. Hungarian Rhapsody No.2 in C-Sharp Minor

George Enescu (1881-1955) – Roumanian Rhapsody No.1 in A, Op.11
02. Roumanian Rhapsody No.1 in A, Op.11

Bedrich Smetana (1824-1884) –
The Moldau
03. The Moldau

The Bartered Bride: Overture
04. The Bartered Bride: Overture

RCA Victor Symphony
Leopold Stokowski, regente

Richard Wagner (1813-1883)
Tannhauser · Overture and Venusberg Music
05. Tannhauser · Overture and Venusberg Music

Tristan und Isolde · Prelude to Act III
06. Tristan und Isolde · Prelude to Act III

Symphony of the Air
Leopold Stokowski, regente

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Carlinus