Volto rapidamente de minhas férias sabáticas a pedidos, para poder concluir esta série fenomenal, com um fenômeno chamado Arthur Rubinstein, o maior dos pianistas dos século XX e o maior dos intérpretes do compositor polonês.
Temos aqui então as famosas Mazurkas. Como não poderia deixar de ser, Rubinstein desfila todo o seu talento e virtuosismo nos oferecendo uma interpretação robusta, segura e clara.
Tratam-se de gravações que devem ser ouvidas com toda a atenção, sem distrações, e também, claro, sem moderação.
Espero que apreciem.
Rubinstein Plays Chopin – CDs 7 e 8 de 10 – Mazurkas
CD 7
01 – No. 1 in F-sharp minor
02 – No. 2 in C-sharp minor
03 – No. 3 in E major
04 – No. 4 in E-flat minor
05 – No. 1 in B-flat major
06 – No. 2 in A minor
07 – No. 3 in F minor
08 – No. 4 in A-flat major
09 – No. 5 in C major
10 – No. 1 in B-flat major
11 – No. 2 in E minor
12 – No. 3 in A-flat major
13 – No. 4 in A minor
14 – No. 1 in G minor
15 – No. 2 in C major
16 – No. 3 in A-flat major
17 – No. 4 in B-flat minor
18 – No. 1 in C minor
19 – No. 2 in B minor
20 – No. 3 in D-flat major
21 – No. 4 in C-sharp minor
22 – No. 1 in G-sharp minor
23 – No. 2 in D major
24 – No. 3 in C major
25 – No. 4 in B minor
26 – No. 1 in C-sharp minor
27 – No. 2 in E minor
28 – No. 3 in B major
29 – No. 4 in A-flat major
Cd 8
01 – No. 1 in G major
02 – No. 2 in A-flat major
03 – No. 3 in C-sharp minor
04 – No. 1 in B major
05 – No. 2 in C major
06 – No. 3 in C minor
07 – No. 1 in A minor
08 – No. 2 in A-flat major
09 – No. 3 in F-sharp minor
10 – No. 1 in B major
11 – No. 2 in F minor
12 – No. 3 in C-sharp minor
13 – No. 1 in G major
14 – No. 2 in G minor
15 – No. 3 in C major
16 – No. 4 in A minor
17 – No. 1 in C major
18 – No. 2 in A minor
19 – No. 3 in F major
20 – No. 4 in F minor
21 – Mazurka ‘a Emile Gaillard’ in A minor
22 – Mazurka ‘Notre temps’ in A minor
Dei um tempo nessa coleção para os senhores melhor poderem apreciar o talento de Rubinstein, principalmente quando toca Chopin, seu compositor favorito.
Hoje estou trazendo os dois volumes com os Noturnos. Aos que não conhecem, informo que o que temos aqui são obras de profunda meditação, para serem apreciadas degustando um bom vinho, na frente de uma lareira, em uma noite bem fria. Rubinstein extrai o mais profundo sentimento de cada nota, e a expressa com tanta emotividade que muitas vezes pode nos levar às lágrimas, dependendo do quanto os senhores estejam suscetíveis á fortes emoções.
Chega de falar. Deixo os senhores com um dos maiores músicos de todos os tempos, e o mais importante intérprete de Chopin, Arthur Rubinstein, interpretando os nossos amados Noturnos.
CD 5
1 Nocturnes, Op. 9: No. 1 in B-Flat Minor
2 Nocturnes, Op. 9: No. 2 in E-Flat Major
3 Nocturnes, Op. 9: No. 3 in B
4 Nocturnes, Op. 15: No. 1 in F major
5 Nocturnes, Op. 15: No. 2 in F-Sharp
6 Nocturnes, Op. 15: No. 3 in G Minor
7 Nocturnes, Op. 27: No. 1 in C-Sharp Minor
8 Nocturnes, Op. 27: No. 2 in D-Flat
9 Nocturnes, Op. 32: No. 1 in B Major
10 Nocturnes, Op. 32: No. 2 in A-Flat
CD 6
1 Nocturnes, Op. 37: No. 1 in G Minor
2 Nocturnes, Op. 37: No. 2 in G
3 Nocturnes, Op. 48: No. 1 in C Minor
4 Nocturnes, Op. 48: No. 2 in F-Sharp Minor
5 Nocturnes, Op. 55: Nocturne in F Minor, No. 1
6 Nocturnes, Op. 55: No. 2 in E-flat
7 Nocturnes, Op. 62: No. 1 in B
8 Nocturnes, Op. 62: No. 2 in E
9 Nocturne No. 19 in E Minor, Op. 72 , No. 1
Mais um volume desse coleção imperdível. Rubinstein continua desfilando seu talento e maestria na interpretação destas peças tão particulares que são as Polonaises. Baseadas em uma dança tradicional, ainda hoje presente em festas típicas, principalmente alemãs, essas peças são tradicionalmente alegres, inspiram os dançarinos a compartilharem sua alegria. Mas como estamos falando de Chopin, não podemos deixar de notar certa melancolia, e eu diria até mesmo nostalgia nestas peças.
01 – Polonaise No. 1, Opus 26, No. 1 in C-sharp minor
02 – Polonaise No. 2, Opus 26, No. 2 in E-flat minor
03 – Polonaise No. 3, Opus 40, No. 1 in A major, ‘Military’
04 – Polonaise No. 4, Opus 40, No. 2 in C minor
05 – Polonaise No. 5, Opus 44 in F-sharp minor
06 – Polonaise No. 6, Opus 53 in A-flat major, ‘Heroic’
07 – Polonaise-Fantaisie, Opus 61 in A-flat major
08 – Andante spianato, Opus 22 in E-flat major
09 – Grande Polonaise, Opus 22 in E-flat major
Algumas obras para violoncelo e piano são diálogos contrapontísticos densos, podendo soar alegres e até dançantes nos movimentos mais rápidos, por exemplo as Sonatas de Beethoven e de Brahms para os dois instrumentos ou as Sonatas para Viola da Gamba e Cravo de Bach (tocadas por violoncelo e piano). E há outras obras em que os sons graves do violoncelo são usados para expressar sentimentos de difícil tradução em palavras ou em sons, próximos da melancolia, do ennui francês, do spleen britânico ou das saudades brasileiras. As obras de Liszt e Chopin aqui presentes se enquadram no segundo caso. Ao piano, Maria João Pires, portuguesa conhecida por seu toque delicado e sutil. Seus parceiros no violoncelo são o veterano brasileiro Antonio Meneses e o jovem russo Pavel Gomziakov. As gravações são todas ao vivo.
Maria João ganhou fama internacional ao conquistar o primeiro prêmio do concurso internacional ocorrido em Bruxelas, em 1970, por ocasião do bicentenário do nascimento de Beethoven. Mais recentemente, também foi elogiada e premiada por suas gravações dos concertos de Beethoven. Então é surpreendente que ela nunca tenha gravado oficialmente as sonatas para piano e violoncelo.
Pires/Gomziakov ensaiando em São Paulo
Em sua Lugubre Gondola o septuagenário Liszt reflete sobre a morte de seu amigo e genro Wagner e sobre a sua própria morte.
A sonata para piano e violoncelo em sol menor foi umas das últimas obras compostas por Chopin e a última publicada durante sua vida. Em uma carta de 1846 ele deixa claro que demorou bastante tempo para finalizá-la: “Quanto à minha sonata com violoncelo, às vezes estou satisfeito, às vezes insatisfeito. Coloco-a em um canto e depois retomo.”
O Chopin de Pires e Gomziakov é introspectivo, com as emoções românticas sempre contidas e sóbrias. Deixo-os com trechos de uma resenha do concerto dos dois, com o mesmo programa, em San Sebastián, Espanha:
Os dedos, o coração, os sentidos: tudo, do detalhe ao conjunto, conquistou o público. Interpretação maravilhosa da portuguesa Maria João Pires, enquanto o jovem russo Gomziakov fez seu instrumento cantar de forma romântica, contida, triste e lírica.
O recital soou como uma homenagem a um amigo morto recentemente, como se Chopin tivesse acabado de desaparecer. Não houve bis, nem aplausos entre a Sonata para Violoncelo e Piano e a última mazurka (op. 68 número 4, a última criação de Chopin), apenas introspecção, lirismo e expressão triste que se tornou alegria diante de uma arte tão bem feita. Meditação final que conduziu ao entusiasmo respeitoso e caloroso do público completamente conquistado pela magia e técnica de dois artistas gigantes.
Beethoven: Sonate für Violoncello und Klavier No. 3, Op. 69 (A-Dur)
Neste quarto CD, para variar, Rubinstein dá um show, interpretando algumas das valsas chopinianas. Nunca fui um bom dançarino, mas às vezes dá vontade de sair bailando pela casa. Creio que muita gente foi apresentada à obra de Chopin por meio destas valsas, seja através de recitais, cds, ou então por meio de campanhas publicitárias que já tiveram como trilha sonora a “Grande valse brillante”, que abre esse cd, talvez a mais famosa das valsas.
Já falei que Rubinstein é referência nesse repertório? Não preciso, né?
01 – Valse, Op. 18 in E-flat major, Grande valse brillante
02 – Valse, Op. 34, No. 1 in A-flat major, Valse brillante
03 – Valse, Op. 34, No. 2 in A minor, Valse brillante
04 – Valse, Op. 34, No. 3 in F major, Valse brillante
05 – Valse, Op. 42, in A-flat major, Two-four
06 – Valse, Op. 64, No. 1 in D-flat major, Minute
07 – Valse, Op. 64, No. 2 in C-sharp minor
08 – Valse, Op. 64, No. 3 in A-flat major
09 – Valse, Op. 69, No. 1 in A-flat major, L’adieu
10 – Valse, Op. 69, No. 2 in B minor
11 – Valse, Op. 70, No. 1 in G-flat major
12 – Valse, Op. 70, No. 2 in F minor
13 – Valse, Op. 70, No. 3 in D-flat major
14 – Valse, Op. Posth., in E minor
15 – Impromptu No. 1 in A-flat major, Opus 29
16 – Impromptu No. 2 in F-sharp major, Opus 36
17 – Impromptu No. 3 in G-flat major, Opus 51
18 – Fantasie-Impromptu in C-sharp minor, Opus 66
19 – Bolero in A major, Opus 19
A brasileira de olhos ébrios de música e a sorte de um LP que sobreviveu à ditadura
Nestes tempos em que o Brasil parece repetir 1964 como farsa, o meu patriotismo tem encontrado apenas um refúgio inabalável: uma brasileira com os olhos ‘ébrios da música’ e aquele poder de isolar-se de tudo que a cerca – faculdade raríssima – que é a marca bem característica do artista. É assim que Debussy descreveu Guiomar Novaes quando ela tinha 13 anos. Mais de 60 anos depois, ela gravou seu segundo LP com música de Debussy*, e se trata de uma intérprete ideal, não só por ter conhecido o compositor quando estudou em Paris**, mas também pelo estilo de Guiomar, de toque delicado, cuidadoso, às vezes forte mas nunca percussivo, considerado “feminino” naquela época distante em que mulheres deviam ser belas, recatadas e do lar.
O senso comum diz que esse toque feminino não deveria tocar as obras musculosas e diabólicas de Liszt, não é? Pois o senso comum mundial se rendeu a Guiomar. Segundo o American Record Guide, 1962:
“O surpreendente, e que vale à pena gritar do alto dos telhados, é que, pela primeira vez em quarenta anos, Novaes registrou aqui algumas de suas incomparáveis interpretações de Liszt. Sua performance na Dança dos Gnomos é tão brilhante e ritmicamente intoxicante quanto a de Emil von Sauer em um clássico 78 r.p.m., e sua 10ª Rapsódia está no nível da gravação histórica de Paderewski. É fácil entender por que no início do século ela foi apelidada a Paderewska dos Pampas***.”
Falar de Guiomar tocando Chopin é chover no molhado, pois as gravações completas dos Noturnos, Estudos, Valsas, Prelúdios, Concertos e de algumas preciosas Mazurkas estão por aí em LPs, CDs, youtube, no PQPBach, muito mais disponíveis do que este raro LP, o único de Guiomar pela Decca, e que nunca nem se cogitou lançar em CD.
O áudio que eu trago vem de um LP de família, e aqui começam as suposições, pois se mal conhecemos as histórias de parentes perseguidos nos anos de chumbo, o que dizer de um mero LP? Meus avós compraram este vinil importado por volta de 1963-64, devem ter ouvido poucas vezes e ele ficou no fundo de um armário carioca por décadas. No Brasil, um armário que dura décadas precisa de uma dose de sorte: um irmão de vovó teve a casa incendiada pelo regime militar. Se tivessem incendiado a casa dela (e foi por pouco que não), o LP viraria fumaça. Uma coisa é certa: a música sobreviveu.
* O primeiro, com os Prelúdios Livro I, em mono, tem qualidade de som bastante inferior
** O professor dela em Paris, Isidor Phillip, foi o amigo que dava a Debussy “conselhos de notação para que os pianistas pudessem entender melhor suas nuances e approach. Após considerável deliberação, ambos decidiram que quase nenhuma marca de pedal deveria ser usada” (wikipedia)
*** Pelo crítico James Huneker, biógrafo de Chopin e Liszt, que entendia mais de música do que de geografia
Guiomar Novaes Plays Chopin, Liszt, Debussy
Decca LP, circa 1962
A1. Barcarolle Op. 60 (Chopin)
A2. Les collines d’Anacapri (Preludes – Book 1) (Debussy)
A3. Soirée dans Grenade (Estampes) (Debussy)
A4. Poissons d’or (Images) (Debussy)
A5. Minstrels (Preludes – Book 1) (Debussy)
B1. Waldesrauschen (Forest Murmurs) (Liszt)
B2. Gnomenreigen (Dance of the Gnomes) (Liszt)
B3. Liebestraume No. 3 in A flat (Liszt)
B4. Valse oubliée no. 1 (Liszt)
B5. Hungarian Rhapsody no. 10 (”Preludio”) (Liszt)
Guiomar Novaes, piano
Títulos em português: Barcarola (Chopin) / As colinas de Anacapri, Noite em Granada, Peixes de ouro, Menestréis (Debussy) / Murmúrios da floresta, Dança dos Gnomos, Sonhos de amor, Valsa esquecida, Rapsódia húngara (Liszt)
As “Baladas” de Chopin estão entre as peças para piano favoritas de muita gente, inclusive deste que vos escreve. Cada compasso, cada nota traz uma explosão de cores, sentimentos e por que não dizer, dores. Chopin conseguiu extrair de seu piano uma torrente de emoções como poucas vezes se viu, ou ouviu, na história da música.
Beethoven escreveu uma Sonata que intitulou “Patética”, Tchaikovsky escreveu uma sinfonia que também levava essa alcunha, eu diria que diversas obras de Chopin poderiam ser enquadradas neste adjetivo, se seguirmos à risca o conceito deste termo no Dicionário Aurélio:
“Adj. Que comove a alma, despertando um sentimento de piedade ou tristeza, que revela forte emoção.”
Aí reside outro ponto que discuti dia destes quando levantei a questão do gênio. Um gênio como o de Chopin conseguiu extrair: “altíssimo grau de capacidade mental criadora.” E quando um gênio do porte de Arthur Rubinstein senta-se ao piano, sua genialidade, aliada à genialidade chopiniana, consegue como poucos elevar essa capacidade mental criadora à enésima potência. Coisa de louco.
Não, não esqueci dos “Scherzos”. Como esquecer do nº 2, talvez a primeira peça de Chopin que eu tenha ouvido na minha vida, em um velho LP com a maravilhosa Bella Davidovitch estraçalhando seu piano? A sensação de soco no estômago, ou como dizia um amigo, de secura na boca do estômago, deixa-nos prostados diante de tal enormidade de sensações que a obra transmite.
Chega de papo furado e vamos ao que interessa.
01 – Ballade No. 1, Opus 23. Largo – Moderato in G minor
02 – Ballade No. 2, Opus 38. Andantino in F major
03 – Ballade No. 3, Opus 47. Allegretto in A-flat major
04 – Ballade No. 4, Opus 52. Andante con moto in F minor
05 – Scherzo No. 1, Opus 20. Presto con fuoco in B minor
06 – Scherzo No. 2, Opus 31. Presto in B-flat minor
07 – Scherzo No. 3, Opus 39. Presto con fuoco in C-sharp minor
08 – Scherzo No. 4, Opus 54. Presto in E major
09 – Tarantelle, Opus 43. Presto in A-flat major
Alguns músicos nasceram para serem os intérpretes fundamentais de determinados compositores. O pianista Arthur Rubinstein nasceu para ser o intérprete de Chopin. E isso não sou apenas eu a dizê-lo. Ainda em vida, o bom velhinho, já no alto de seus oitenta e poucos anos, já considerado uma lenda viva, ainda encantava platéias com suas performances, claro que não apenas da obra do polonês, mas principalmente. Ele foi um grande intérprete de Beethoven, de Schumann, de Grieg, mas sua paixão pessoal sempre foi Chopin.
Se não me engano já postei essa caixa ainda nos primórdios do PQPBach, não tenho certeza. Muitas dessas gravações que irei postar, para mim, e para muitos fãs do bom velhinho, continuam imbatíveis. Com certeza essa seria uma caixa que eu levaria para uma praia deserta.
No primeiro cd, a coisa já começa tensa, com a maravilhosa Sonata nº2 e sua “Marcha Fúnebre”. Não precisam preparar suas caixas de lenços, mas que é emocionante de arrepiar, ah, isso é…
01 – Piano Sonata nº2 in B Flat minor, op. 35 I. Grave – Doppio movimento
02 – II. Scherzo
03 – III. Marche funebre. Lento
04 – IV. Finale. Presto
05 – Piano Sonata nº3 in B Minor, op. 58 I. Allegro maestoso
06 – II. Scherzo. molto vivace
07 – III. Largo
08 – IV. Presto ma non tanto
09 – Fantasie in F minor, Opus 49
10 – Barcarolle in F-sharp major, Opus 60
11 – Berceuse in D-flat major, Opus 57
— Como era ser um jovem pianista no país do samba, do carnaval e do futebol? Nelson Freire: — O Brasil é um país de grande tradição pianística. Pense em Magda Tagliaferro, por exemplo. Os brasileiros gostam imensamente do piano. É só ver os programas dos anos 1920-30 para perceber que todos os pianistas do mundo estiveram no Brasil.
Com essa frase otimista de Nelson eu dou as boas vindas ao PQPBach. O entrevistador europeu tenta estabelecer o grande pianista brasileiro como um peixe fora d’água, e Nelson lhe dá um banho de história. Pretendo mostrar a vocês que ele não está errado: que temos e tivemos uma tradição de pianistas que nada devem aos estrangeiros, apesar de todos os esforços de alguns em nosso país para, a cada 15 anos, esquecermos o que foi feito nos últimos 15 anos.
Sou frequentador deste canto da internet há muitos anos e, depois de alguns passeios e compras por praças belgas, sebos de Copacabana e sites russos, formei um acervo de LPs, CDs, e gravações não oficiais de piano e de órgão que vou dividir aqui.
Vou estrear trazendo Guiomar Novaes (1894, São João da Boa Vista/SP – 1979, São Paulo/SP) tocando algumas obras indispensáveis de Chopin, em um CD da revista francesa Diapason. Após décadas de esquecimento, os franceses recentemente redescobriram Guiomar, que estudou em Paris e tinha qualidades tipicamente francesas descritas assim pelo musicólogo Arnaldo Senise: “…pulsos flexíveis, mãos nonchalantes, descansando maleável e mansamente espalmadas sobre as teclas… Jamais o ímpeto, nem a rigidez nem a força.” E um je ne sais quoi de brasilidade também, é claro.
A Sonata e o Noturno estão disponíveis em outros CDs, e já foram até postados aqui no PQP Bach, mas este disco aqui é outra digitalização a partir dos originais. E é o primeiro lançamento em CD de Guiomar tocando mazurkas, essas danças polonesas que ela tocava com a sua delicadeza de sempre. Como a Diapason selecionou 7 das 11 mazurkas que Guiomar gravou, tomei a liberdade de colocar como bônus as 11 mazurkas em LP, com chiado e tudo.
Ah mas ela só sabia tocar Chopin, dirão as más línguas… Não é bem assim. Em breve teremos aqui Guiomar tocando Mozart, Beethoven, Schumann, Grieg, Liszt, Mendelssohn, Debussy… Os três últimos direto do vinil, porque até hoje não foram lançados em CD.
Fréderic Chopin (1810-1849) – Les indispensables de Diapason (Guiomar Novaes)
Sonate no. 2 in B-Flat Minor, Op. 35 “Funèbre”
1. I. Grave – Doppio movimento
2. II. Scherzo
3. III. Lento – Attaca
4. IV. Finale. Presto
5. Berceuse in D-Flat Major, Op. 57
6. Fantaisie in F Minor, Op. 49
7. Valse No. 1 in D-Flat Major, Op. 64 “Minute”
8. Impromptu No. 2 in F-Sharp Major, Op. 36
9. Nocturne No. 2 in F-Sharp Major, Op. 15
10. Mazurka No. 2 in D Major, Op. 33
11. Mazurka No. 1 in C-Sharp Major, Op. 41
12. Mazurka No. 4 in B Major, Op. 33
13. Mazurka No. 4 in B-Flat Major, Op. 24
14. Mazurka No. 2 in A-Flat Major, Op. 59
15. Mazurka No. 2 in C Major, Op. 24
16. Mazurka No. 4 in A Minor, Op. 17
Bônus:
LP Guiomar Novaes – 11 Mazurkas (1953)
1. Mazurka Op. 56 No. 2 in C Major
2. Mazurka Op. 59 No. 2 in A-Flat Major
3. Mazurka Op. 63 No. 1 in B Major
4. Mazurka Op. 17 No. 4 in A Minor
5. Mazurka Op. 24 No. 2 in C Major
6. Mazurka Op. 24 No. 4 in B-Flat Minor
7. Mazurka Op. 33 No. 2 in D Major
8. Mazurka Op. 33 No. 3 in C Major
9. Mazurka Op. 33 No. 4 in B Minor
10. Mazurka Op. 41 No. 1 in C-Sharp Minor
11. Mazurka Op. Posth. in A Minor, à Émile Gaillard
Ah, as Baladas de Chopin …!!! São minhas obras favoritas do polonês, principalmente a de nº 1. Já suspirei muito ouvindo ela. A conheço desde meus 10 anos de idade, e já ouvi algumas dezenas de intérpretes. Dentre os antigos, minha preferência sempre será Arthur Rubinstein. Entre os atuais, o jovem pianista chinês Yundi dá um show. Esta obra chopiniana expõe a alma do compositor e o pianista tem que estar apaixonado para encará-la. É um estado de espírito, eu diria, e não permite apenas uma execução mecânica, sem emoção, sem alma e sem personalidade.
01 – Four Ballades – No. 1 in G minor, op.23 – Largo – Moderato – Presto con fuoco
02 – Four Ballades – No. 2 in F major, op.38 – Andantino – Presto con fuoco
03 – Four Ballades – No. 3 in A flat major, op.47 – Allegretto
04 – Four Ballades – No. 4 in F minor, op.52 – Andante con moto
05 – Berceuse in D flat major, op.57 – Andante
06 – Four Mazurkas – No. 1 in B flat major, op.17 – Vivo risoluto
07 – Four Mazurkas – No. 2 in E minor, op.17 – Lento ma non troppo
08 – Four Mazurkas – No. 3 in A flat major, op.17 – Legato assai
09 – Four Mazurkas – No. 4 in A minor, op.17 – Lento ma non troppo
Sem mais a dizer, Discaço, IM-PER-DÍ-VEL !!! Chopin por um de seus melhores intérpretes da atualidade, Rafal Blechacz. Ando muito emotivo ultimamente, principalmente depois de uma viagem que fiz neste final de semana em que reencontrei velhos amigos. Acho que este discaço resume meu estado de espírito atual.
Boa Audição !!!
1 – Piano Concerto No. 1 in E minor, Op. 11 – 1. Allegro maestoso
2 – Piano Concerto No. 1 in E minor, Op. 11 – 2. Romance. Larghetto
3 – Piano Concerto No. 1 in E minor, Op. 11 – 3. Rondo (Vivace)
4 – Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 – 1. Maestoso
5 – Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 – 2. Larghetto
6 – Piano Concerto No. 2 in F minor, Op. 21 – 3. Allegro vivace
Rafal Blechacz
Royal Concertgebow Orchestra
Jerzy Semkow
Recebam, então, as faixas restantes da coleção “The Real Chopin”.
Elas sobraram das publicações anteriores, feitas aqui e ali, por serem a repetição, ou mesmo dupla repetição, de uma obra na série.
Para facilitar a vida de vocês, dividi o saldão em três pequenos arquivos, separados por gêneros.
Há uma série praticamente integral das valsas, feita por Marek Drewnowski, em andamentos consideravelmente mais rápidos que os escolhidos por Tatiana Shebanova na gravação que eu já lhes alcancei. De lambuja, a bonita Berceuse numa leitura bastante reverberante de Nikolai Demidenko.
Entre as mazurcas, aparecem interpretações do veterano Fou Ts’ong, um mito que não me pareceu estar em seus melhores dias. Nada para se desesperar, até porque, como diria um amigo meu, todo Marlon Brando tem seu dia de Alberto Roberto.
Quanto aos noturnos, eu confesso não me lembrar sob o efeito de que entorpecente eu estava para deixar de lado duas faixas do ótimo Dang Thai Son. Acho que foi o azeite de dendê, mas…
Enfim: feito o carreto, amigos. CONSVMMATVM EST.
FRYDERYK FRANCYSZEK CHOPIN (1810-1849)
THE REAL CHOPIN – VALSAS (faixas alternativas)
01 – Grande Valse Brillante em Mi bemol maior, Op. 18
02 – Três Valsas, Op. 34 – No. 1 em Lá bemol maior
03 – Três Valsas, Op. 34 – No. 2 em Lá menor
04 – Três Valsas, Op. 34 – No. 3 em Fá maior
05 – Valsa em Lá bemol maior, Op. 42
06 – Três Valsas, Op. 64 – No. 1 em Ré bemol maior
07 – Três Valsas, Op. 64 – No. 2 em Dó sustenido menor
08 – Três Valsas, Op. 64 – No. 3 em Lá bemol maior
09 – Duas Valsas, Op. 69 – No. 1 em Lá bemol maior
10 – Duas Valsas, Op.69 – No. 2 em Si menor
11 – Três Valsas, Op. 70 – No. 1 em Sol bemol maior
12 – Três Valsas, Op. 70 – No. 2 em Fá menor
13 – Três Valsas, Op. 70 – No. 3 em Ré bemol maior
14 – Valsa em Mi maior, WN 18†
15 – Três Valsas, Op. 64 – No. 2 em Dó sustenido menor †
16 – Berceuse em Ré bemol maior, Op. 57 ††
Marek Drewnowski, piano Pleyel (1848)
† Janusz Olejniczak, piano Érard (1849)
†† Nikolai Demidenko, piano Pleyel (1848)
01 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 1 em Si maior – Dina Yoffe [P]
02 – Cinco Mazurcas, Op. 7 – No. 2 em Lá menor – Fou Ts’ong [E]
03 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 3 em Lá bemol maior – Janusz Olejniczak [E]
04 – Quatro Mazurcas, Op. 17 – No. 4 em Lá menor – Janusz Olejniczak [E]
05 – Quatro Mazurcas, Op. 24 – No. 1 em Sol menor – Janusz Olejniczak [E]
06 – Quatro Mazurcas, Op. 30 – No. 2 em Si menor – Janusz Olejniczak [E]
07 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 1 em Sol sustenido menor – Fou Ts’ong [E]
08 – Quatro Mazurcas, Op. 33 – No. 4 em Si menor – Fou Ts’ong [E]
09 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor – Fou Ts’ong [E]
10 – Três Mazurcas, Op. 59 – No. 1 em Lá menor – Fou Ts’ong [E]
11 – Três Mazurcas, Op. 63 – No. 2 em Fá menor – Fou Ts’ong [E]
12 – Quatro Mazurcas, Op. 68 – no. 4 em Fá menor – Fou Ts’ong [E]
13 – Quatro Mazurcas, Op. 41 – No. 1 em Mi menor – Janusz Olejniczak [E]
01 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 2 em Fá sustenido menor – Dang Thai Son [E]
02 – Três Noturnos, Op. 15 – No. 3 em Sol menor – Tatiana Shebanova [E]
03 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 1 em Dó sustenido menor – Dang Thai Son [E]
04 – Dois Noturnos, Op. 27 – No. 2 em Ré bemol maior – Nikolai Demidenko [P]
05 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 1 em Si maior – Kevin Kenner [P]
06 – Dois Noturnos, Op. 32 – No. 2 em Lá bemol maior – Kevin Kenner [P]
07 – Dois Noturnos, Op. 55 – No. 1 em Fá menor – Dina Yoffe [P]
08 – Peças Póstumas para piano, Op. 72 – No. 1: Noturno em Mi menor – Janusz Olejniczak [E]
09 – Noturno para piano em Dó sustenido menor, Lento con Gran Espressione, Op. póstumo – Janusz Olejniczak [E]
A segunda – e muito menos conhecida – fotografia de Chopin, tomada em 1846 ou 1847. O original, bastante deteriorado, foi provavelmente destruído na II Guerra Mundial. Esta cópia foi encontrada pelo pianista inglês Jack Gibbons num livro da década de 80. Grande entusiasta do compositor, Gibbons não tem medido esforços para divulgar esta imagem. Eu também a considero fascinante: apesar do mau estado de conservação, é vivo o contraste com a outra fotografia existente de Chopin, que o mostra já muito doente no 1849 em que morreria. Além disso, é muito mais parecida com seus retratos em pintura, particularmente o mais célebre deles, de autoria de Eugène Delacroix. Mais sobre a figura de Chopin no blog de Gibbons.
Antes de tocar meu barco para outras praias e prosseguir com a desova do bocado de música que creio ter a compartilhar convosco, volto brevemente para mais dois rápidos estrebuchos que concluirão a série “The Real Chopin”, cuja maior parte já foi publicada em duas mamúticas postagens feitas pelo patrão PQP – a primeira aqui, a segunda ali.
Na ocasião, alertei que muito conteúdo fora propositalmente deixado de fora, uma vez que este arbitrário curador que vos fala atentou tão só a seu gosto pessoal e prestou contas somente à coerência (não muita) que cabe em seu matutante melão. E, antes que sobre ele chovam tomates, lembro os resmungões de que os 21 discos da coleção, na maioria em forma de recitais, foram reorganizados gratuita e abnegadamente por mim de acordo com gênero musical, tarefa que facilita bastante a vida dos melômanos e que, se não exatamente hercúlea, me queimou alguma pestana.
No entanto, diante da boa repercussão das postagens originais, e de alguns pedidos de leitores do PQP Bach, revi minha posição enfastiada. Assim, os venerandos pianos Pleyel e Érard voltam a este blogue para completar a série em duas prestações.
A primeira delas deverá atender, entre vós outros, somente aqueles colecionadores obsessivos, os que fazem absoluta questão do completo, do integral, do inteirinho, compasso por compasso, colcheia por colcheia, sem perder uma só fermata. Esses tipos, garanto, poderão em breve repousar sob o dossel da serenidade, mesmo que isto signifique ter que escutar, por exemplo, alguns compassos escritos para os cachorros de George Sand, amante do compositor.
Diferentemente de Beethoven, que volta e meia vendia alguma bobagem escrita em dois toques para não terminar o mês no vermelho, Chopin foi mais criterioso quanto ao que submetia à publicação. De sua primeira obra-prima consumada (os Estudos Op. 10) até a última obra publicada em vida (a Sonata Op. 65 para violoncelo e piano), foram poucos os passos em falso que levou para a prensa. Muito o que cai fora desse intervalo – obras infantojuvenis, exercícios para conservatório, peças de ocasião e esboços deixados de lado – aparece nas gravações a seguir.
ooOoo
FRYDERYK FRANCISZEK CHOPIN (1810-1849)
THE REAL CHOPIN – RONDOS
A despeito do título, o volume inclui também a curiosa Sonata em Dó menor, exercício de composição dos tempos de Conservatório de Varsóvia. Nela, originalidade do compositor aparece em lampejos, sufocada pelas exigências da forma-sonata. Tem-se a sensação de se ouvir Chopin brigando para romper uma dura carapaça que, estranhamente, me soa como um pastiche de Hummel
1 – Rondó em Dó menor, Op. 1 – Nikolai Demidenko [P]
2 – Rondó à la Mazur em Fá maior, Op. 5 – Tatiana Shebanova [E]
3 – Rondó em Mi bemol maior, Op. 16 – Nikolai Demidenko [P]
4 – Rondó em Dó maior para dois pianos, Op.73 – Tatiana Shebanova [E] e Jarosław Drzewiecki [P]
5 – Rondó em Dó maior, Op. 73 [versão preliminar para piano solo] – Tatiana Shebanova [E]
E = piano Érard, 1849
P = piano Pleyel, 1848
6 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Allegro maestoso
7 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Minuetto. Allegretto
8 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Larghetto
9 – Sonata no. 1 em Dó menor, Op. 4 – Finale. Presto
Esse volume é um balaio de gatos que começa com as interessantes variações sobre “Là ci darem la mano”, em versão para piano solo (o original para piano e orquestra, com Nelson Goerner e Frans Brüggen, foi postado aqui), e termina com o bizarro Gallop em Lá bemol, que é a tal da peça escrita para os dois cachorros da amante: o primeiro, chamado Dib, que é citado numa anotação sobre a pauta do manuscrito; e o outro, Marquis, certamente o preferido, que deu o título à composição.
Digna de nota, em meio ao balaião, é a variação que Chopin escreveu para a obra coletiva “Hexaméron”, coordenada por Liszt, e que contou também com colaborações de Thalberg, Pixis, Czerny e Herz – praticamente o panteão pianístico da época. Entre uma bobagenzinha e outra, também se encontra a única fuga escrita pelo compositor, a duas vozes e em Lá menor. Produto de sua última década de vida, foi publicada postumamente. Talvez Chopin pretendesse prestar com ela uma modesta homenagem a Bach, a quem venerava, e cujo “Cravo bem Temperado” era a base das lições ministradas a seus alunos.
01 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Introdução [Allegro]
02 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Tema [Allegretto]
03 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação I [Brillante]
04 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação II [Veloce, ma accuratamente]
05 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação III [Sempre sostenuto]
06 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação IV
07 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Variação V [Adagio]
08 – Variações em Si bemol maior sobre “Là ci darem la mano”, da ópera “Don Giovanni” de Mozart, para piano solo, Op. 2 – Finale – Alla Polacca
Nikolai Demidenko, piano Pleyel (1848)
09 – Variações em Si bemol maior sobre “Je vends des escapulaires” da ópera “Ludovic” de Hérold, Op. 12
10 – Variações em Mi maior sobre a canção alemã “Der Schweizerbulb”, B. 14
11 – “Souvenir de Paganini”, Variações em Lá maior sobre “O Carnaval de Veneza”, B. 37
12 – Variações sobre uma canção irlandesa de Thomas Moore, para piano a quatro mãos, B12A †
13 – Variação em Mi maior sobre a marcha da ópera “I Puritani” de Bellini, para o “Hexaméron”
14 – Peças para piano, Op. 72 – no. 3: Três Escocesas – no. 1 em Ré menor
15 – Peças para piano, Op. 72 – no. 3: Três Escocesas – no. 2 em Sol maior
16 – Peças para piano, Op. 72 – no. 3: Três Escocesas – no. 3 em Ré bemol maior
17 – Peças para piano, Op. 72 – no. 2: Marcha Fúnebre em Dó menor
18 – Contradança em Sol bemol maior ††
19 – Cantabile em Si bemol maior ††
20 – Largo em Mi bemol maior
21 – Moderato em Mi maior, “Feuille d’Album”
22 – Allegretto em Fá sustenido maior, “Mazurka”
23 – Canções Polonesas, Op. 74 – No. 2: “Wiosna” (versão para piano solo)
24 – Fuga em Lá menor
25 – Gallop em Lá bemol maior, “Marquis”
Tatiana Shebanova, piano Érard (1849)
† Tatiana Shebanova e Stanisław Drzewiecki, piano Érard (1849)
†† Ewa Pobłocka, piano Pleyel (1848)
Uma das duas únicas fotografias conhecidas de Chopin – e, de longe, a mais famosa – tomada por L. A. Bisson em 1849, ano da morte do compositor. Acho fascinante como este retrato destoa das poses caprichadas (até porque o tempo de exposição dos daguerreótipos era muito longo!) da época. Parece quase um instantâneo. O olhar de Chopin é inquisitivo, mesmo penetrante, e o desconforto em seu semblante, pelo menos para mim, perturbador.
Belíssimo disco de gatinhos do maestro e pianista Barenboim. O tal “piano novo” foi uma encomenda do pianista feita sob medida a Chris Maene. Dizer que funciona direitinho é pouco. Recomendo a todos os pianistas, o Maene é bom mesmo… DB tomou inusitadas liberdades em suas Scarlatti, mas eu curti a K. 380 intimista inventada por ele. No resto, dá um banho de competência. Ele gravou 3 vezes o ciclo de Sonatas de Beethoven, então era justo que fizesse o mesmo com as 32 Variações. Estão maravilhosas. O Chopin está OK. O ponto alto do disco talvez seja a Marcha Solene de Wagner. A interpretação de Barenboim traz a quantidade certa de poesia e gravidade para esta música envolvente. Difícil de parar de ouvir. A complicadíssima Valsa de Mephisto, de Liszt, é tocada com perícia e sensibilidade que talvez nunca ouvidas. Recomendo não somente o Maene, tá?
On My New Piano, com Daniel Barenboim
1 Scarlatti: Sonata In C Major, Kk. 159 2:22
2 Scarlatti: Sonata In D Minor, Kk. 9 4:13
3 Scarlatti: Sonata In E Major, Kk. 380 6:39
4 Beethoven: 32 Piano Variations In C Minor On An Original Theme, WoO 80 12:37
5 Chopin: Ballade No. 1 In G Minor, Op. 23 9:58
6 Wagner: Solemn March To The Holy Grail From Parsifal, S. 450 7:50
7 Liszt: 10 Harmonies poétiques et religieuses, S. 173 – No. 7 Funérailles 12:24
8 Liszt: Mephisto Waltz No.1, S. 514 12:10
Esta foto nada tem a ver com o CD, mas vocês já viram tanto talento junto em uma foto? São Pollini, Barenboim e Claudio Abbado no La Scala. Bota logo num quadro, rapaz.
Este álbum duplo que me caiu nas mãos é algo bastante original. In Memory Of… Classics for Funerals é uma série de highlights lentos, tristes e pouco barulhentos. A respeitada gravadora Chandos resolver perder o pudor e chamou a coletânea de Clássicos para Funerais, ou seja, se algum familiar seu morrer e você quiser colocar uma música culta e digna em honra a seu morto, aí está! Lembrem do PQP quando ouvirem a trilha no velório, por favor. É o mínimo.
A primeira faixa do disco, a Marcha Fúnebre de Chopin é tocada com orquestra e isso me incomodou. Depois, o nível da coisa sobe muito e o morto pode seguir de forma decorosa para o vazio. Há belas lembranças de obras que não relaciono com a morte — como se fizéssemos alguma coisa neste mundo que não tivesse relação com a morte! –, mas que agora, sei lá, talvez passe a relacionar. Apesar de ser uma incrível colcha de retalhos, misturando, épocas e gêneros, gostei de ouvir o disco de mais de 150 minutos.
Boa morte a todos! Coloquem música no lugar do padre! Basta de recaídas religiosas na hora da morte! É de péssimo gosto!
In Memory Of… Classics for Funerals (Sugestões de Repertório para seu Velório)
1.Frédéric Chopin Piano Sonata No. 2 in B flat minor, Op. 35, CT. 202 : Funeral March 7:05
2.Giuseppe Verdi Requiem Mass, for soloists, chorus & orchestra (Manzoni Requiem) : Agnus Dei 5:23
3.Johann Sebastian Bach Komm, süsser Tod, for voice & continuo (Schemelli Gesangbuch No. 868), BWV 478 (BC F227) 5:07
4.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Pie Jesu 3:24
5.Edward Elgar Enigma Variations, for orchestra, Op. 36 : Nimrod 3:31
6.George Frederick Handel Messiah, oratorio, HWV 56 : I know that my redeemer liveth 6:01
7.Johann Sebastian Bach Concerto for 2 violins, strings & continuo in D minor (“Double”), BWV 1043 : Largo 6:56
8.Gabriel Fauré Pavane, for orchestra & chorus ad lib in F sharp minor, Op. 50 6:24
9.Sergey Rachmaninov Vocalise, transcription for orchestra, Op. 34/14 4:29
10.Henry Purcell Dido and Aeneas, opera, Z. 626 : When I am laid in earth 3:26
11.Jules Massenet Thaïs, opera in 3 acts : Méditation 4:51
12.Maurice Ravel Pavane pour une infante défunte, for piano (or orchestra) 6:25
13.Percy Grainger Irish Tune from County Derry (Londonderry Air), folk song for string orchestra with 2 horns ad lib. (BFMS 15) 4:22
14.Samuel Barber Adagio for strings (or string quartet; arr. from 2nd mvt. of String Quartet), Op. 11 8:25
15.Wolfgang Amadeus Mozart Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 : Introitus 5:20
16.Jules Massenet La Vierge, sacred legend in 4 acts : Le dernier sommeil de la Vierge 3:31
17.César Franck Panis angelicus for tenor, organ, harp, cello & bass 3:47
18.Gustav Mahler Adagietto, for orchestra (from the Symphony No. 5) 10:51
19.George Frederick Handel Saul, oratorio, HWV 53 : Dead March 5:20
20.Johann Sebastian Bach St. John Passion (Johannespassion), BWV 245 (BC D2) : Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine 6:56
21.Arvo Pärt Cantus in Memory of Benjamin Britten, for string orchestra & bell 6:18
22.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Agnus Dei 5:49
23.William Walton Henry V, film score : Touch her soft lips and part 1:37
24.Edvard Grieg Peer Gynt Suite for orchestra (or piano or piano, 4 hands) No. 1, Op. 46 : Death of Åse 4:11
25.Johann Sebastian Bach Cantata No. 147, “Herz und Mund und Tat und Leben,” BWV 147 (BC A174) : Jesu, Joy of Man’s Desiring 3:02
26.Edward Elgar Sursum Corda, elévation for brass, organ, strings & 2 timpani in B flat major, Op. 11 7:11
27.Ludwig van Beethoven Symphony No. 3 in E flat major (“Eroica”), Op. 55 : Marcia funebre 15:05
A relação com os artistas envolvidos:
Disc: 1
1. Funeral March From Op.35 – BBC Philharmonic
2. Agnus Dei – Richard Hickox
3. Komm Susse Tod – BBC Philharmonic
4. Pie Jesu – Libby Crabtree
5. ‘Nimrod’ – Alexander Gibson
6. ‘I Know That My Redeemer Liveth’ – Joan Rodgers
7. Largo – Simon Standage
8. Pavane – BBC Philharmonic
9. Vocalise – Detroit Symphony Orchestra
10. ‘When I Am Laid In Earth’ – Emma Kirby
11. ‘Meditation’ – Yuri Torchinsky
12. Pavane Pour Une Infante Defunte – Louis Lortie
13. Irish Tune – BBC Philharmonic
14. Adagio For Strings, Op.11 – Neeme Jarvi
Disc: 2
1. Introitus – Choir Of Saint John’s College
2. ‘Le Dernier Sommeil De La Vierge – BBC Philharmonic
3. Panis Angelicus – BBC Philharmonic
4. Adagietto – Neeme Jarvi
5. ‘Dead March’ – BBC Philharmonic
6. ‘Ruht Wohl, Ihr Heiligen Gebeine’ – Harry Christophers
7. Cantus-In Memory Of Benjamin Britten – Neeme Jarvi
8. Agnus Dei – City Of Birmingham Symphony Chorus
9. ‘Touch Her Soft Lips And Part’ – Richard Hickox
10. ‘Death Of Ase’ – Vernon Handley
11. ‘Jesu, Joy Of Man’s Desiring’ – Michael Austin
12. Sursum Corda, Op.11 – Bournemouth Sinfonietta
13. Marcia Funebre – Walter Weller
Quando eu era criança em Porto Alegre, Roberto Szidon era nosso orgulho. Na área da cultura, era dos poucos porto-alegrenses famosos em âmbito mundial. E ele era bom mesmo. Andou por longo tempo sumido na Alemanha e morreu em 2011, aos 70 anos, quando pretendia voltar a dar recitais na cidade. Meu pai tinha todos os seus discos e, pianista amador, tentava imitá-lo no instrumento.
Foi um grande artista . Especialista não apenas em Villa-Lobos como no repertório romântico. Era artista da DG.
1. Scherzo No.1 in B minor, Op.20 10:49
2. Scherzo No.2 in B flat minor, Op.31 10:54
3. Scherzo No.3 in C sharp minor, Op.39 8:23
4. Scherzo No.4 in E, Op.54 11:26
5. Impromptu No.1 in A flat, Op.29 4:21
6. Impromptu No.2 in F sharp, Op.36 6:25
7. Impromptu No.3 in G flat, Op.51 5:23
8. Impromptu No.4 in C sharp minor, Op.66 “Fantaisie-Impromptu” 5:07
Assim como acontece com a georgiana Khatia Buniatishvili, a chinesa Yuja Wang (ou seus agentes) aposta fundo na beleza física. Não é proibido, mas acho chato ver hoje mais discos das duas do que de Maria João Pires e Martha Argerich, por exemplo. Jovens e belas, ambas nascidas em 1987, Wang e Buniatishvili são boas pianistas, não há dúvida, mas estão longe de merecer o Olimpo. O destaque deste CD é a excelente escolha do repertório. Chopin e Scriabin entremeados por dois Ligeti, com a grande Sonata de Liszt ao final é realmente de entusiasmar pelo bom gosto. Dá vontade de ouvir e o desempenho de Wang é satisfatório, mesmo que não nos faça flutuar como faria alguém com maior maturidade artística. Afinal, ao menos aqui, estou mais interessado em meus ouvidos.
Chopin · Scriabin · Liszt · Ligeti: Sonatas para Piano e Estudos
Chopin: Piano Sonata No.2 In B Flat Minor, Op.35
1 1. Grave – Doppio movimento 7:50
2 2. Scherzo – Più lento – Tempo I 6:49
3 3. Marche funèbre (Lento) 8:25
4 4. Finale (Presto) 1:28
Ligeti: 6 etudes pour piano, premier livre
5 – Etude Nº 4 – Fanfares 3:40
Scriabin: Piano Sonata No.2, In G Sharp Minor Op.19 “Sonata Fantasy” –
6 1. Andante 8:18
7 2. Presto 4:02
8 Ligeti: Etude No.10 “Der Zauberlehring” 2:15
Liszt: Piano Sonata In B Minor, S.178 – Edited By Alfred Cortot
9 1. Lento assai – Allegro energico – Grandioso-Recitativo 12:24
10 2. Andante sostenuto 7:45
11 3. Allegro energico – Andante sostenuto – Lento assai 11:05
Maravilhoso disco formado por dez peças menores de compositores que apenas se unem por terem sido vanguardistas em seu tempo. Num recital que abarca 3 séculos, o pianista Lubimov dá uma aula sobre como montar um repertório erudito. Inicia com uma daquelas estranhas Fantasias do mano CPE que, para falar com a inteligência de Maitê Proença, é tudo di bom. Numa demonstração de parentesco inteiramente provocativa, mas pertinente, Lubimov dá seguimento ao recital com In a landscape, de John Cage. É notável como ambas combinam. E depois ele segue adiante com uma série de peças meditabundas. O mosaico fica lindo. O CD é da ECM. Com efeito, Manfred Eicher veio ao mundo para viabilizar as idéias mais doidas dos artistas. E para nos mostrar fatos nunca dantes pressentidos.
Alexei Lubimov – Der Bote
1 Carl Philipp Emanuel Bach: Fantasie für Klavier f-Moll
2 John Cage: In a landscape
3 Tigran Mansurian: Nostalgia
4 Franz Liszt: Abschied
5 Michail Glinka: Nocturne f-Moll “”La séparation””
6 Frédéric Chopin: Prélude c-Moll op. 45
7 Valentin Silvestrov: Elegie
8 Claude Debussy: Elégie
9 Béla Bartók: Vier Klagelieder op. 9a, Nr. 1
10 Valentin Silvestrov: Der Bote
Andor Foldes (1913-1992) pertenceu a uma geração impressionante de músicos húngaros. Como ele, Geza Anda, Gyorgy Sandor, Edith Farnadi, Irene Malik, Annie Fischer — sem levar em conta a elite de regentes famosos (Fricsay, Dorati, Reiner) ou solistas (Szigetti) Dentre eles, Foldes ocupava um lugar de destaque no universo pianístico. Este disco é um tesouro de incrível repertório: Bach, De Falla, Poulenc, Bartok, Beethoven, Liszt, Copland, Barber, Debussy e Chopin .
Foldes foi um músico consumado, inteiramente dedicado a extrair e fazer-nos sentir o espírito de cada peça que ele tocava. Seu nível de musicalidade corre inversamente proporcional à sua fama. Negligenciado e esquecido por muitos, ele representa a estatura de músicos forjados na primeira metade do século XX, como Bartók e Kodály.
Andor Foldes: Wizard of the Keyboard
CD 1:
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Chromatic Fantasia and Fugue in D minor, BWV 903
1) Fantasia [6:44]
2) Fuga [4:35]
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Piano Sonata No.6 in F, Op.10 No.2
3) 1. Allegro [4:18]
4) 2. Allegretto [3:46]
5) 3. Presto [2:36]
Johannes Brahms (1833 – 1897)
16 Waltzes, Op.39
6) 1. in B [0:48]
7) 2. in E [1:09]
8. 3. in G sharp minor [0:46]
9) 15. in A flat [1:34]
Manuel de Falla (1876 – 1946)
El amor brujo
10) Ritual Fire Dance [3:31]
Francis Poulenc (1899 – 1963)
Nocturnes Nos.1-8
11) No.4 in C minor [1:26]
Claude Debussy (1862 – 1918)
Préludes – Book 1
12) 8. La fille aux cheveux de lin [2:41]
Frédéric Chopin (1810 – 1849)
4 Mazurkas, op.41
13) 2. Mazurka in E minor: Andantino [2:05]
14) Nocturne No.13 in C minor, Op.48 No.1 [5:52]
Franz Liszt (1811 – 1886)
15) Mephisto Waltz No.1, S.514 [10:38]
Béla Bartók (1881 – 1945)
Suite, BB 70, Sz. 62 (Op.14)
16) 1. Allegretto [1:55]
17) 2. Scherzo [1:43]
18) 3. Allegro molto [2:05]
19) 4. Sostenuto [2:53]
Sonata for Piano, Sz. 80 (BB 88)
20) 1. Allegro moderato [4:06]
21) 2. Sostenuto e pesante [5:00]
22) 3. Allegro molto [3:29]
23) Allegro barbaro, BB 63, Sz. 49 [2:29]
CD 2:
Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Piano Sonata (1924)
1) 1. Viertel = 112 [3:07]
2) 2. Adagietto [5:05]
3) 3. Viertel = 112 [2:42]
Samuel Barber (1910 – 1981)
Excursions, Op.20
4) 1. Un poco allegro [2:43]
5) 2. In slow blues tempo [3:32]
6) 3. Allegretto [2:28]
7) 4. Allegro molto [2:10]
Aaron Copland (1900 – 1990)
Piano Sonata (1941)
8. 1. Molto moderato [8:21]
9) 2. Vivace [4:38]
10) 3. Andante sostenuto [9:28]
Zoltán Kodály (1882 – 1967)
11) Marosszéki táncok (Dances of Marosszèk) [12:30]
7 Piano Pieces, Op.11
12) 1. Lento [1:40]
13) 2. Székely keserves. Rubato, parlando [2:20]
14) 3. “il pleut dans mon coeur…”. Allegretto malinconico [1:30]
15) 5. Tranquillo [2:04]
16) 6. Székely nóta. Poco rubato [3:08]
Igor Stravinsky (1882 – 1971)
17) Circus Polka for a Young Elephant [3:55]
Virgil Thomson (1896 – 1989)
18) Ragtime Bass in C sharp [1:41]
Isaac Albéniz (1860 – 1909)
19) Tango, Op.165, No.2 [2:46]
Sigamos com o nosso empreendimento chopiniano. Há pessoas esperando por postagens com a música do franco-polaco e como prometir que retomaria a homenagem iniciada pelo FDP e pelo Strava, avante! O próprio Strava já informou que continuará a postar. Hoje, eu apresento um outro pianista de relevância quando o que está em jogo é a interpretação de peças de Chopin – Mikhaylovna Bella Davidovich. A pianista nasceu em Baku, Azerbaijão, quando o seu país era ainda uma República Satélite da União Soviética. Começou a estudar piano aos seis anos de idade. É descendente de uma família de músicos. Mudou-se para Moscou quando possuía apenas 11 anos para estudar música. Aos dezoito, ingressou no Conservatório de Moscou. Durante 28 temporadas seguidas foi a solista da Orquestra Filarmônica de Leningrado. Em 1978, mudou-se para os Estados Unidos e se naturalizou neste país. Era o período da fuga dos artistas e intelectuais soviéticos. Com a Glasnost e Perestroika, Davidovich se tornou a primeira dos músicos emigrados e naturalizados em outros países a ser convidada a tocar em solo soviético. Os dois CDs aqui postados traz gravações de um nível de beleza incomum. A gravação é muito boa e vale ser conferida. A beleza vaga, saliente, recatada, com necessidade de ser desvelada em seus segredos silenciosos, deseja ser abraçada. Isso se dá a cada dedilhar de Bella Davidovich quando toca ao piano. Uma boa apreciação!
01. Ballade No.1 in G minor Op. 23
02. Ballade No.2 in F major Op. 38
03. Ballade No.3 in A flat minor Op.47
04. Ballade No.3 in F minor Op.52
05. Impromptu in A flat major Op. 29
06. Impromptu in F sharp major Op. 36
07. Impromptu in G flat major Op. 51
08. Fantasie-Impromptu in C sharp minor Op. 66
Disco 2
01. Prelude Op. 28 No.1 in C major, agitato
02. Prelude Op. 28 No.2 in A minor, lento
03. Prelude Op. 28 No.3 in G major, vivace
04. Prelude Op. 28 No.4 in E minor, largo
05. Prelude Op. 28 No.5 in D major, allegro molto
06. Prelude Op. 28 No.6 in B minor, lento assai
07. Prelude Op. 28 No.7 in A major, andantino
08. Prelude Op. 28 No.8 in F sharp minor, molto agitato
09. Prelude Op. 28 No.9 in E major, largo
10. Prelude Op. 28 No.10 in C sharp minor, allegro molto
11. Prelude Op. 28 No.11 in B major, vivace
12. Prelude Op. 28 No.12 in G shapr minor, presto
13. Prelude Op. 28 No.13 in F sharp major, lento
14. Prelude Op. 28 No.14 in E flat minor, allegro
15. Prelude Op. 28 No.15 in D flat major, sostenuto
16. Prelude Op. 28 No.16 in B flat mminor, presto con fuoco
17. Prelude Op. 28 No.17 in A flat major, allegretto
18. Prelude Op. 28 No.18 in F minor, allegro molto
19. Prelude Op. 28 No.19 in E flat major, vivace
20. Prelude Op. 28 No.20 in C minor, largo
21. Prelude Op. 28 No.21 in B flat major, cantabile
22. Prelude Op. 28 No.22 in G minor, molto agitato
23. Prelude Op. 28 No.23 in F major, moderato
24. Prelude Op. 28 No.24 in D minor, allegro appassionato
25. Krakowiak in F major Op. 14*
*London Symphony Orchestra
Sir Neville Marriner, regente
O legal destas séries históricas é podermos apreciar a evolução do artista. Horowitz é amado e odiado na mesma proporção, aqui mesmo no PQPBach ele tem defensores e detratores. Me incluo no meio do caminho, há coisas dele realmente fantásticas, outras evito. Lembro de te-lo conhecido por meio de um CD com Sonatas de Bethoven, e fiquei realmente encantado.
Na pressa, sem tempo, trago hoje o segundo CD desta série histórica, que mostra todo o talento e versatilidade de um dos grandes pianistas do século XX.
Problemas alheios a minha vontade, ligados a questão de saúde, me tem deixado afastado do blog, e infelizmente assim será por um tempo.
Para cobrir estas minhas ausências, na medida do possível, tenho procurado agendar postagens, como vai ser o caso desta sequência de CDs de Wladimir Horowitz, para o desespero do colega PQPBach, e alegria de nosso querido e sumido Vassily Genrikhovich.
Estes três primeiros CDs então são exclusivamente dedicados a Chopin.
Como se trata de uma retrospectiva da carreira de Horowitz, algumas destas gravações são ainda da década de 50 e até mesmo de 40. Espero que apreciem.
CD 1
01. Chopin – Polonaise-Fantaisie in A-flat, Op. 61
02. Chopin – Ballade No. 1 in G minor, Op. 23 (Recorded May 22, 1982)
03. Chopin – Barcarolle, Op. 60
04. Chopin – Etude in C-sharp minor, Op. 25, No. 7
05. Chopin – Etude in G-flat, Op. 10, No. 5 (Black Keys) (recorded 1979-80, in concert)
06. Chopin – Ballade No. 4 in F minor, Op. 52
07. Chopin – Waltz in A-flat, Op.69, No. 1 (recorded Nov 1, 1981, in concert at the Metrop
08. Chopin – Andante spianato in E-flat, Op.22
09. Chopin – Grande Polonaise in E-flat, Op. 22 (recorded Oct 6, 1945, in NYC)
Até agora, tinha pouca coisa desse impressionante pianista franco-cipriota (?) chamado Cyprien Katsaris. Sabia que ele gravou a integral das sinfonias de Beethoven em sua versão de Liszt para Piano, entre outras gravações elogiadas. Mas não conhecia o seu Chopin.
Não consegui ainda ter uma opinião formada, pois só tive acesso a esse material há pouco tempo atrás. Mas eu facilmente classificaria Katsaris, ao menos nas duas primeiras sonatas, como um Tsunami. A calmaria, e de repente, a agitação culminando com gigantes ondas, inundando tudo, não deixando pedra sobre pedra. Deixem um pouco de lado a emotividade a flor da pele da nossa querida e delicadíssima Khatia Buniatshivilli. Com Katsaris as emoções são mais fortes, diria até mesmo mais explícitas.
Na Terceira Sonata parece que ele se acalma um pouco, com um terceiro movimento, um Largo, quase perfeito.
Então, para os fãs de Chopin, e de que também gostam de fortes emoções, Cyprien Katsaris é o intérprete perfeito.
01 Chopin Piano Sonata No. 1 – I. Allegro maestoso
02 II. Menuetto
03 III. Larghetto
04 IV. Finale- Presto
05 Chopin Piano Sonata No. 2 – I. Grave – Doppio movimento
06 II. Scherzo
07 III. Marche funebre
08 IV. Finale- Presto
09 Chopin Piano Sonata No. 3 – I. Maestoso
10 II. Scherzo
11 III. Largo
12 IV. Finale- Presto, non tanto
Para não me alongar demais, esse CD com a gravação dos concertos para piano de Chopin com o Rubinstein me acompanha há mais de 30 anos, e pretendo que me acompanhe até o final de meus dias. Trata-se de um daqueles cds que com certeza iria me acompanhar se eu fosse para uma ilha deserta.
Vão surgir,e já surgiram outros grandes pianistas que gravaram estes concertos, ou que vão gravar, em gravações memoráveis, mas, assim como o Segundo de Brahms com o Kovacevich, para mim essas são as gravações definitivas destas obras primas. Rubinsten nasceu com um dom absoluto, capaz de transformar notas musicais em poesia, e assim como um bom vinho, quanto mais velho ficava, melhor tocava. Conhecia estas obras de cor, e com sua postura impecável, seu fraseado elegante e sempre com olhos fechados, sentia cada nota, cada silëncio. Um fenômeno da natureza. E tenho dito.