— GRAMOPHONE RECOMMENDS CD OF THE MONTH
— BBC RADIO 3 CD REVIEW DISC OF THE WEEK
— BOSTON GLOBE TOP CLASSICAL ALBUMS OF 2009
Não preciso dizer mais nada além de que é um excelente disco que traz de volta a russa Ibragimova agora com o pianista Tiberghien. Uma joia raríssima. Música eslava de primeira linha, tocada por quem a compreende.
Igragimova e Tiberghien trabalhando duro
Karol Szymanowski (1882-1937): Complete Works For Violin & Piano
Svetlanov tem a mão mais pesada do que Mehta, Haitink e Bernstein. Sua versão não chega a ser um grande modelo de referência, mas convence. OK.
A Quarta Sinfonia em sol maior de 1899-1900 pode ser considerada um epílogo para as três primeiras sinfonias. É a sinfonia mais intimista e delicada de Mahler, com orquestra reduzida e sem grandiosidades. É também a mais curta da série. E das mais belas. Não se pode falar em ingenuidade em relação a uma composição tão sutil, mas a atmosfera é certamente infantil, de modo sumamente apropriado. Não admira que seja a mais popular e acessível sinfonia de Mahler, e é a primeira em que ele se conservou fiel aos quatro movimentos do modelo clássico. Pensou em chamá-la de Humoresque. Os movimentos estão tematicamente interligados à maneira usual de Mahler. “Eu queria realmente escrever um humoresque sinfônico que acabou se convertendo numa sinfonia completa, enquanto que antes, quando quis escrever a Segunda e Terceira sinfonias, acabei escrevendo cada uma delas com o tamanho de três.”
Sua composição demorou muito tempo para os padrões de Mahler: o quarto movimento Das Leben Himmlische (Vida Celestial) foi tomado do Des Knaben Wunderhorn, ciclo de lieder escrito em 1892. Este movimento deveria ser parte, inicialmente, da Terceira Sinfonia. Como esta já estava imensa, Mahler então decidiu colocá-lo no final da sua Quarta Sinfonia e escreveu seus três primeiros movimentos…
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia nº 4
1. Bedächtig. Nicht eilen – Recht gemächlich
2. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
3. Ruhevoll (Poco adagio)
4. Sehr behaglich: “Wir genießen die himmlischen Freuden”
Comprei este CD lá na loja da Margarida (a saudosa Sala dos Clássicos Eruditos – Rua dos Andradas, 1444 conj. 26 / Galeria Chaves, Porto Alegre – RS) em 1994. Não conhecia o cravista e, como sempre, ele entrou na minha fila de CDs para serem ouvidos (a fila na verdade é uma montanha). Fui ouvi-lo uns quatro meses depois e não entendi nada. Meus ouvidos diziam que era a melhor versão que já tinha ouvido. Não havia a Internet e procurei referências em publicações como a Diapason e a Gramophone. Por pura sincronicidade, era a revista dos melhores CDs de 1994. Na categoria Baroque Non-Vocal, o CD vencedor era Bach, Goldberg Variations, Pierre Hantaï (Opus 111). Dei os parabéns a meus ouvidos e fui ler: o crítico da revista — normalmente cuidadoso — dizia apenas isso: é a melhor versão até hoje gravada. Um dia será superada por outra, claro, mas ninguém até hoje alcançou tamanha perfeição e compreensão da obra.
Será mesmo?
J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (com Pierre Hantaï)
1. Goldberg Variations, BWV 988: Aria 4:40
2. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 1 a 1 Clav. 2:17
3. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 2 a 1 Clav. 1:50
4. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 3 Canone All’unisono 2:02
5. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 4 a 1 Clav. 1:08
6. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 5 a 1 Ovvero 2 Clav 1:41
7. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 6 Canone Alla Seconda 1:54
8. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 7 a 1 Ovvero 2 Clav. 1:51
9. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 8 a 2 Clav. 2:22
10. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 9 Canone Alla Terza a 1 Clav. 2:37
11. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 10 Fughetta a 1 Clav. 1:38
12. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 11 a 2 Clav. 2:28
13. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 12 Canone Alla Quarta In Moto Contrario 3:19
14. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 13 a 2 Clav. 5:37
15. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 14 a 2 Clav. 2:08
16. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 15 Canone a la Quinta In Moto Contrario a 1 Clav., Andante 2:59
17. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 16 Ouverture a 1 Clav. 2:55
18. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 17 a 2 Clav. 1:50
19. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 18 Canone Alla Sesta a 1 Clav. 1:30
20. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 19 a 1 Clav. 1:39
21. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 20 a 2 Clav. 1:58
22. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 21 Canone Alla Settima 3:23
23. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 22 Alla Breve a 1 Clav. 1:33
24. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 23 a 2 Clav. 2:20
25. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 24 Canone All’Ottava a 1 Clav. 3:16
26. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 25 a 2 Clav. 4:09
27. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 26 a 2 Clav. 1:53
28. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 27 Canone Alla Nona 1:50
29. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 28 a 2 Clav. 2:25
30. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 29 a 1 Ovvero 2 Clav. 2:06
31. Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 30 Quodlibet a 1 Clav. 2:16
32. Goldberg Variations, BWV 988: Aria Da Capo e Fine
Só para irritar o Conde Keyserling: Charles Auguste Emile Carolus-Duran “Sleeping Man” (1861)
Eu nunca tive insônia. Talvez, em razão de alguma dor ou febre, não tenha dormido repousadamente apenas uns dez dias em minha vida. Não é exagero. Quando me deprimo, durmo mais ainda e acordar é ruim, péssimo. O sono é meu refúgio natural. Mas há pessoas que reclamam (muito) da insônia. Saul Bellow escreveu que ela o teria deixado culto, mas que preferiria ser inculto e ter dormido todas as noites — discordo do grande Bellow, acho que ele deveria ter ficado sempre acordado, escrevendo, vivendo e escrevendo para nós. Também poucos viram Marlene Dietrich na posição horizontal, adormecida. Kafka era outro, qualquer barulho impedia seu descanso, devia pensar no pai e passava suas noites acordado, amanhecendo daquele jeito… Groucho Marx, imaginem, era insone, assim como Alexandre Dumas e Mark Twain. Marilyn Monroe sofria muito e Van Gogh acabou daquele jeito não por ser daltônico, característica que apenas gerainteligência e genitália avantajadas.
O Conde Keyserling sofria de insônia e desejava tornar suas noites mais agradáveis. Ele encomendou a Bach, Johann Sebastian Bach, algumas peças que o divertissem durante a noite. Como sempre, Bach fez seu melhor. Pensando que o Conde se apaziguaria com uma obra tranquila e de base harmônica invariável, escreveu uma longa peça formada de uma ária inicial, seguida de trinta variações e finalizada pela repetição da ária. Quod erat demonstrandum. A recuperação do Conde foi espantosa, tanto que ele chamava a obra de “minhas variações” e, depois de pagar o combinado a Bach, deu-lhe um presente adicional: um cálice de ouro contendo mais cem luíses, também de ouro. Era algo que só receberia um príncipe candidato à mão de uma filha encalhada.
O Conde tinha a seu serviço um menino de quinze anos chamado Johann Gottlieb Goldberg. Goldberg era o melhor aluno de Bach. Foi descrito como “um rapaz esquisito, melancólico e obstinado” que, ao tocar, “escolhia de propósito as peças mais difíceis”. Perfeito! Goldberg era enorme e suas mãos tinham grande abertura. O menino era uma lenda como intérprete e o esperto Conde logo o contratou para acompanhá-lo não somente em sua residência em Dresden como em suas viagens a São Petersburgo, Varsóvia e Postdam. (Esqueci de dizer que o Conde Keyserling era diplomata). Bach, sabendo o intérprete que teria, não facilitou em nada. As Variações Goldberg, apesar de nada agitadas, são, para gáudio do homenageado, dificílimas. Nelas, as dificuldades técnicas e a erudição estão curiosamente associadas ao lúdico, mas podemos inverter de várias formas a frase. Dará no mesmo.
O nome da obra — Variações Goldberg, BWV 988 — é estranho, pois pela primeira vez o homenageado não é quem encomendou a obra, mas seu primeiro intérprete.
O princípio de quase toda obra de variações consiste em apresentar um tema e variá-lo. (Lembram que Elgar fez uma obra de variações sem apresentar o tema, chamando-a de Variações Enigma?). Assim, o ouvinte tem a impressão de estar ouvindo sempre algo que lhe é familiar e, ao mesmo tempo, novo. A escolha de Bach por esta forma mostrou-se adequada às pretensões do Conde. E a realização não poderia ser melhor, é uma das maiores obras disponibilizadas pela e para a humanidade pelo mais equipado dos seres humanos que habitou este planeta, J. S. Bach. O jogo criado pelo compositor irradia livre imaginação e enorme tranquilidade. A Teoria Geral das Belas-Artes, espécie de Bíblia artística goethiana de 1794, diz o seguinte sobre as Goldberg: “em cada variação, o elemento conhecido está associado, quase sem exceção, a um canto belo e fluido”. E está correto. Só esqueceu de dizer que tudo isso tinha propósito terapêutico.
É muito provável que o enfermo Conde concordasse com a Theorie para descrever seu prazer de ouvir aquela música, mas diria mais. Seus efeitos fizeram que Goldberg a tocasse centenas de vezes para ele. O cálice repleto de ouro significava gratidão pela diversão emocional e intelectual. Dormimos por estarmos calmos e felizes, talvez.
Não posso distribuir cálices de ouro por aí, mas talvez devesse dar alguma coisa a Pierre Hantaï, o maior intérprete da obra. (Por favor, neste momento não me venham com Gould; afinal, o som do cravo é fundamental e só aceito fazer a final contra o grande Gustav Leonhardt. Gould ficou lá pelas quartas-de-final).
Não são Cantatas de Bach, mas não são ruins. Telemann foi o compositor mais prolífico de todos os tempos. Escreveu 3.000 obras. Há muita porcaria e MUITAS COISAS BOAS. Escreveu 72 cantatas e os 3 incríveis grupos de concertos da Musique de table, que são suas obras mais famosas, cada qual incluindo um concerto, uma suíte e várias peças de câmara. Durante sua vida, dedicou-se para que a música fosse difundida, publicando diversas obras de caráter didático, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado, entre outros. Telemann foi o compositor mais famoso da Alemanha na época de Bach. Compôs em todas as formas e estilos existentes àquela altura. Em qualquer estilo, sua música tem um caráter inconfundível — é clara e flui com leveza. Apesar de ser quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Händel, utilizou um estilo mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo clássico.
G.P. Telemann (1681-1767): The Cornett Cantatas (Rémy)
1. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Sehet An Die Exempel Der Alten – Klaus Mertens
2. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Es Ist Von Allen Keiner – Henning Voss
3. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Hofft Auf Den Hern – Wilfried Jochens
4. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Es Kommt Die Hilfe Zwar Nicht Allemal – Klaus Mertens
5. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Die Stunde Wird Doch Endlich Schlagen – Henning Voss
6. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Und So Soll Keine Pein Vermogend Sein – Wilfried Jochens
7. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: Ich Bleibe Fest Dabei – Mona Spagele
8. Cantata For The Second Sunday After Epiphanias: So Sei Nun, Seele, Seine – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens
9. Cantata For The Sunday Rogate: Erhore Mich, Wenn Ich Rufe – Wilfried Jochens
10. Cantata For The Sunday Rogate: Wahrlich, Wahrlich, Ich Sage Euch – Klaus Mertens
11. Cantata For The Sunday Rogate: Ich Rufe Tag Und Nacht – Wilfried Jochens
12. Cantata For The Sunday Rogate: Noch Keinen Hat Gott Je Verlassen – Klaus Mertens
13. Cantata For The Sunday Rogate: Ach! Manches Hab’ Ich Ja Begehret – Wilfried Jochens/Klaus Mertens
14. Cantata For The Sunday Rogate: Herr, Auf Dein Wort Verlass Ich Mich – Wilfried Jochens/Klaus Mertens
15. Cantata For The Sunday Rogate: Und Was Der Ew’ge Gut’ge Gott – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens
16. Cantata For The Sunday Exaudi: Ich Halte Aber Dafur – Wilfried Jochens
17. Cantata For The Sunday Exaudi: Gewiss, Die Zeiten Sind Schon Angegangen – Henning Voss
18. Cantata For The Sunday Exaudi: So Will Ich Mich Zufrieden Geben – Klaus Mertens
19. Cantata For The Sunday Exaudi: Der Trost Bei Allen Plagen – Wilfried Jochens
20. Cantata For The Sunday Exaudi: Herr, Die Kinder Deiner Knechte – Henning Voss
21. Cantata For The Sunday Exaudi: Ihr Sunder, Gott Der Heil’ge Geist – Klaus Mertens
22. Cantata For The Sunday Exaudi: Nichts Raubt Mir Das Herze – Mona Spagele
23. Cantata For The Sunday Exaudi: Du Heil’ge Brunst, Susser Trost – Mona Spagele/Henning Voss/Wilfried Jochens/Klaus Mertens
Carl Philipp Emanuel Bach é o mais famoso dos filhos de J.S. Bach. Sua obra é muito pessoal, distinta de tudo que se ouviu antes e depois. Ele tinha voz e estilo próprios. Meu meio-irmão escreveu um grande número de concertos para vários instrumentos e peças de teclado. Mas também se destacou na música vocal, continuando a tradição familiar, compondo, entre outros gêneros, cantatas e canções sacras e seculares. Suas peças respeitam as regras do estilo barroco mas também insinuam o alvorecer do clássico, posteriormente representado por Haydn e Mozart. O extraordinário grupo Café Zimmermann tem incluído a música de C. P. E. Bach em seus programas há anos. Quem ouve o sensacional Café Zimmermann, vai querer ouvir mais CPE. Palavra de PQP. Esta é uma parceria do Zimmermann com o tenor inglês Rupert Charlesworth. Vale a pena baixar.
O tenor Rupert Charlesworth
C. P. E. Bach (1714-1788): Der Frühling (A Primavera)
01. Der Frühling, Wq. 237 – ,
02. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: I. Allegro assai –
03. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: II. Andantino –
04. Sinfonia in A Minor for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 156: III. La coorl, tempo di minuetto –
05. Three Arias for Tenor, Wq. 211: I. Edle Freiheit, Götterglück – ,
06. Three Arias for Tenor, Wq. 211: II. Himmelstochter, Ruf der Seelen – ,
07. Three Arias for Tenor, Wq. 211: III. Reiche bis zum Wolkensitze – ,
08. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: I. Allegretto –
09. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: II. Largo con Sordini –
10. Trio Sonata in B-Flat Major for Two Violins and Basso Continuo, Wq. 158: III. Allegro –
11. Fürsten sind am Lebensziele, Wq. 214 – ,
12. Selma, Wq. 236 – ,
13. Sonatina in D Minor, Wq. 104: I. Adagio –
14. Sonatina in D Minor, Wq. 104: II. Allegro, ma non troppo –
15. Sonatina in D Minor, Wq. 104: III. Allegretto –
UM TREMENDO BANQUETE PARA OS AMANTES DO BARROCO! Tafelmusik significa “música para a mesa” ou “música para jantares”. Claro que estes concertos não foram escritos como fundo musical para os lanchinhos enjoativos do McDonalds, mas para ocasiões mais formais e de alto nível gastronômico. Trata-se de uma série de concertos para diferentes formações, cada um com personalidade própria. Uma espécie de Concertos de Brandemburgo de Telemann. Coisa de primeira linha e rara. Sim, pois não há muitas gravações completas de Tafelmusik de Telemann. Esta é muito especial. É realizada por um grupo de extraordinários músicos holandeses, daqueles dos quais se costuma dizer que tomam poucos banhos e andam sempre de sandálias com meias — o mais poderoso dentre os anticoncepcionais conhecidos — ou crocs.
Este grande trabalho foi um presente vindo de um antigo pequepiano português que nos mandou tudo organizadinho acompanhado da mensagem que segue. Muito obrigado, HB! Ficamos autenticamente comovidos!
Carta de Reconhecimento Eterno
Caríssimo PQP,
faz muito tempo que acompanho o seu blog desde Portugal. Descobri-o através de um amigo que me falou nele pouco tempo depois de ter iniciado. Havia acabado a universidade. À época, eu próprio tinha um blog de partilha de música, mas não com a dimensão pantagruélica do PQP. Escrevo porque queria expressar o meu agradecimento pelo vosso trabalho. Há quase dez anos, senão mais, já não sei, que tenho o ritual diário de ir ao PQP. Os excelentes textos que acompanham a música são sempre rastilho e combustível para o dia. Já me surpreendi rindo alto lendo alguns deles. Enfim, todo o dia me é oferecido algo, sem pedir nada, apenas que desfrute ou deixe comentário. Devo reconhecer que não sou um prolífico comentador, e por isso me penitencio. Mas meu agradecimento é eterno e gostaria que fosse concreto, e nessa medida pagarei com amor o amor que o PQP me devotou. Assim, envio uma obra de que gosto muito, a Tafelmusik do Telemann, numa caixa de 4cd da Brilliant Classics. Confesso que não sei em pormenor a história da gravação desta obra. Não faço ideia do valor desta versão, se é pior ou melhor do que outras. Sei que foi a primeira que adquiri, pelo valor baixo da compra, mas igualmente porque me apercebi do próprio valor da Brilliant Classics. Neste particular, deixo pois para vocês o texto final.
Acabo dizendo a todos que foram, e têm sido importantes na minha educação musical, e por isso vos agradeço lamentando ser incapaz de vos corresponder a essa eterna dádiva. Terão de se contentar com o meu igualmente eterno agradecimento… e uns cds do Telemann.
Abraço de Portugal
H.
G.P. Telemann (1681-1767): A Tafelmusik completa
Disc: 1
1. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Ouverture (Lentement – Vite – Lentement – Vi
2. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Réjouissance
3. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Rondeau
4. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Loure
5. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Passepied
6. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Air. Un peu vivement
7. Overture, suite for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/1), TWV 55:e1: Gigue
8. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Largo – Allegro – Largo
9. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Vivace – Moderato – Vivace
10. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Grave
11. Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik I/2), TWV 43:G2: Vivace
12. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Largo
13. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Allegro
14. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Grazioso
15. Concerto for flute, violin, cello, strings & continuo in A major (Tafelmusik I/3), TWV 53:A2: Allegro
Disc: 2
1. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Affetuoso
2. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Vivace
3. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Grave
4. Trio for 2 violins & continuo in E flat major (Tafelmusik I/4), TWV 42:Es1: Allegro
5. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Cantabile
6. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Allegro
7. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Dolce
8. Solo (Sonata), for flute & continuo in B minor (Tafelmusik I/5), TWV 41:h4: Allegro
9. Sinfonia (Conclusion) for 2 flutes, 2 oboes, bassoon, strings & continuo in E minor (Tafelmusik I/6), TWV 50:5
10. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Ouverture (Lentement – Vite – Lentemen
11. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Tempo giusto
12. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Vivace
13. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Presto
14. Overture, suite for trumpet, oboe, strings & continuo in D major (Tafelmusik II:1), TWV 55:D1: Air. Allegro
Disc: 3
1. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Andante
2. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Vivace
3. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Largo
4. Quartet for 2 flutes, recorder, bassoon (or cello or recorder) & continuo in D minor (Tafelmusik II/2), TWV 43:d1: Allegro
5. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Allegro
6. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Largo
7. Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik II/3), TWV 53:F1: Vivace
8. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Affetuoso
9. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Allegro
10. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Dolce
11. Trio for flute, oboe & continuo in E minor (Tafelmusik II/4), TWV 42:e2: Vivace
12. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Andante
13. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Vivace
14. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Cantabile
15. Solo, for violin & continuo in A major (Tafelmusik II/5), TWV41:A4: Allegro
Disc: 4
1. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Ouverture (Lentement – Pres
2. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Bergerie (un peu vivement)
3. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Allegresse (vite)
4. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Postillons
5. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Flaterie
6. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Badinage (très vite)
7. Overture, suite for 2 oboes, 2 violins, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/1), TWV 55:B1: Menuet
8. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Adagio
9. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Allegro
10. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Dolce
11. Quartet for flute, violin, cello & continuo in E minor (Tafelmusik III/2), TWV 43:e2: Allegro
12. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Maestoso
13. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Allegro
14. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Grave
15. Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik III/3), TWV 54:Es1: Vivace
16. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Andante
17. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Allegro
18. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Grave – Largo – Grave
19. Trio for 2 flutes & continuo in D major (Tafelmusik III/4), TWV 42:D5: Vivace
20. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Largo
21. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Presto – Tempo giusto – Presto
22. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Andante
23. Solo, for oboe & continuo in G minor (Tafelmusik III/5), TWV 41:g6: Allegro
24. Conclusion, sinfonia for 2 oboes, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik III/6), TWV 50:10
Wilbert Hazelzet transverse flute
Rémy Baudet violin
Jaap ter Linden cello
Musica Amphion
Pieter-Jan Belder harpsichord and concert master
Procurando na preciosa lista de compositores do PQP, me deparei com o curioso fato de que não consta o nome de Hugo Wolf (1860-1903). Verifiquei novamente, mas os fatos eram incontestáveis: PQP ainda não tem uma postagem deste importante compositor. Ignorância? Negligência? Esquecimento? Seja qual for a causa, que na verdade não importa, urge sanar esta lacuna. E eis que, então, posto o primeiro disco de Wolf.
Mais conhecido por ter sido um dos píncaros do gênero Lied pós-romântico, Wolf foi influenciado basicamente por Wagner, manteve certa antipatia pela causa neoclássica de Brahms, e no frigir dos ovos, acabou por se tornar, de certa forma, modelo para a geração posterior, representada pela Segunda Escola de Viena, em termos de intensidade dramática e concisão de ideias. Wolf é frequentemente colocado na linha sucessória de Schubert como herdeiro da tradição germânica do Lied, e muitos deles são diretamente comparados aos do seu mestre. Alguns se dizem superiores aos de Schumann, e tenho para mim que são mais fluentes que os de Richard Strauss. Não é pouca coisa.
Infelizmente, Wolf teve uma vida conturbada, tentando se estabelecer num cenário musical competitivo e desigual, o que lhe acarretou graves crises depressivas, e acabou enlouquecendo pela sífilis, ainda jovem.
Wolf escreveu pouco para orquestra, e tem apenas uma ópera acabada. Este disco reúne quase a totalidade de sua música orquestral, e, de certa forma, é uma ótima introdução à sua arte particular, que definitivamente precisa ser conhecida.
HUGO WOLF
Penthesilea, symphonic poem
Der Corregidor, opera: Vorspiel & Zwischenspiel
Italian Serenade
Scherzo & Finale
Orchestre de Paris
Daniel Barenboim
Gravação original de 1992, relançada em 2003.
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Quem ouve este respeitável senhor em seu Steinway, não imagina que ele tenha 82 anos, quase 83. Por cinco décadas, Ahmad Jamal liderou pequenas bandas de jazz a partir de seu piano, sempre com grande elegância e dando importância verdadeiramente africana ao ritmo. Nunca parou tocar ou criar e este Blue Moon não é apenas mais um CD de Ahmad Jamal, mas um dos melhores trabalhos de uma longa carreira. Miles Davis disse por diversas vezes que Jamal era uma de suas maiores inspirações e é possível admitir tal fato desde os primeiros acordes de Autumn Rain, a primeira faixa de Blue Moon.
Neste disco, Jamal reinventa de forma requintada várias canções do pós-guerra, demonstrando um amor insuspeitado por Hollywood. Ele vai desde a música-tema de Laura, filme de 1944 de Otto Preminger, até o clássico Blue Moon, que aparece desnuda, quase resumida a um minimalista ostinato de 10 minutos. Coisa de gênio.
A impressão que Jamal nos passa é a de ter atingido um grau de perfeição que simplesmente não é possível melhorar. Mas é o nível habitual, visitado e revisitado por ele. Resta saber o que come e bebe. Em 2010, aos 80 anos, Jamal lançou um dos álbuns mais belos de sua carreira, o esplêndido A Quiet Time. Agora, dois anos depois repete a dose. Esperamos mais e mais, Ahmad.
Ahmad Jamal: Blue Moon (2012)
1. Autumn Rain 7’45
2. Blue Moon 10’11
3. Gypsy 5’26
4. Invitation 13’21
5. I Remember Italy 13’14
6. Laura 6’33
7. Morning Mist 8’44
8. This Is the Life 7’38
9. Woody’n You 5’11
Ahmad Jamal – piano
Reginald Veal – double bass
Herlin Riley – drums
Manolo Badrena – percussion
Finalizando minha participação nas homenagens aos 100 anos de A Sagração da Primavera, relanço um dos CDs mais baixados este ano — este post é originalmente de 2013 — em nosso blog: a versão da Sagração para Jazz Trio. Ah, por falar nisso, este grupo está apresentando este mesmo arranjo hoje, em Nova Iorque.
Como é que é? Vão tocar a minha Sagração com um trio de jazz? Muito bom!
Grande The Bad Plus!
Acho que nunca mais aquele amigo do meu filho dirá novamente algo parecido para mim. Ele disse que um “power trio” tinha gravado toda a Sagração da Primavera e que era fantástico. Fiquei enchendo o saco dele para ouvir. Ele me mandou sua única fonte, um vídeo do YouTube, desses que mostram uma reles foto parada enquanto ouvimos a música. Putz, era realmente espetacular. Ao que indica esta reportagem, eles estrearam a Sagração no dia 26 de março de 2011, na Duke University, depois de passar 8 meses desvendando e domando o monstro. O resultado é espetacular.
O baixista, o pianista e o baterista. “É uma peça difícil…”.
Há declarações curiosas, como a do baixista Reid Anderson. Para aliviar as dificuldades da obra, a banda escolheu um plano curioso de ataque. Começaram pelo final e trabalharam dali para trás. “Nós inventamos que o último movimento era o mais difícil”, diz o baixista. “Era bom pensar assim do ponto de vista psicológico. Nós estávamos, cuidadosamente, tentando fazer da Sagração uma peça nossa, algo nosso”. O pianista Iverson diz pouca coisa além de “é uma peça difícil”.
No início, há alguns efeitos que achei estranhos, mas depois que engrena fica uma coisa de louco.
Igor Stravinsky (1882-1971): A Sagração da Primavera para Jazz Trio (!!!)
01 – First Part– Adoration Of The Earth- Introduction
02 – The Augurs Of Spring
03 – Ritual Of Abduction
04 – Springs Rounds
05 – Games Of The Two Rival Tribes–Procession Of The Sage
06 – The Sage–Dance Of The Earth
07 – Second Part– The Sacrifice- Introduction
08 – Mystic Circle Of The Young Girls
09 – Glorification Of The Chosen One
10 – Evocation Of The Ancestors–Ritual Action of The Ancestors
11 – Sacrifical Dance
The Bad Plus:
Ethan Iverson, piano
Reid Anderson, baixo
Dave King, bateria
Uma penca de divertidos covers jazzísticos de música popular pelo extraordinário trio estadunidense The Bad Plus, todos de Mineápolis, cidade de Prince. A seguir roubamos a resenha de Gabriel Sacramento, do grande blog Escuta Essa!
Caos que une o popular ao jazzístico
Por Gabriel Sacramento
The Bad Plus é um trio americano de jazz instrumental. Mas quando digo jazz, não me refiro ao jazz clássico, easy listening que é, em muitos momentos, trilha sonora de momentos românticos. O jazz desses caras é totalmente diferente, confuso (que aqui não é um demérito), intrigante e caótico.
A proposta sonora deles é o avant garde jazz, utilizando métodos inortodoxos e experimentais com o jazz para expressar sentimentos através da música. Além disso, eles costumam fazer covers de diversos artistas da música popular, trazendo o comum para o universo jazzístico meândrico no qual estão inseridos.
O novo disco – It’s Hard – é composto só por covers. Dentre os artistas que foram regravados estão Johnny Cash, Peter Gabriel, Prince e Neil Finn. E mais uma vez o grupo vem reafirmar a autoridade que tem quando se fala em avant garde mesclado com jazz. Isso fica claro, por exemplo, no caos sonoro de alguns momentos de “Maps” e nas notas estranhas de “Game Without Frontiers”. Eles misturam passagens realmente intrincadas com momentos mais calmos, como em “Time After Time”. Em “Alfombra Magica”, percebemos vários direcionamentos diferentes pelos quais a música segue, entrecortados por pausas periódicas.
Fazer covers é uma tarefa um tanto complicada. É preciso saber até onde se deve colocar sua pessoalidade e até onde se deve respeitar a criação original. Os caras do The Bad Plus mostram que são peritos na arte de desconstruir ideias antes gravadas e construí-las novamente, tomando como norte a livre improvisação. Nisso, eles também se mostram preocupados com a essência das criações originais. “I Walk The Line” do Johnny Cash é um exemplo claro. O trio mantém a melodia e o ritmo, enquanto trabalha a música dando-lhe sentimentos novos e seguindo novos rumos com a improvisação.
Se em vários momentos eles soam caóticos e complexos demais para uma primeira audição, em outros eles nos fazem perceber a beleza de poucas notas e melodias simples, enquanto a instrumentação nos envolve e nos eleva. A música do trio segue uma progressão impressionante, que se dá tanto do começo ao fim de cada faixas, quanto da primeira à última música do álbum.
É como se o caos que eles tentam criar fosse o mundo que enfrentamos diariamente com todos os problemas e o estresse do dia-a-dia, e o contraste com momentos mais limpos e calmos seria o chegar em casa, descansar e dormir. Essa analogia com o que vivemos torna mais fácil a compreensão do que os americanos tentam fazer. A completude e profundidade do que o trio tenta passar com sua música, aliado à sofisticação com que tudo é feito, é o que chama a atenção para o que ouvimos no disco.
Uma sonoridade criativa, complexa (e completa) feita por apenas três músicos. Um baixo, teclado e bateria, trabalhando o conceito de música de uma forma inventiva, falando a linguagem jazzística, mas tomando como base a produção pop. Um disco que vale a pena, mesmo que você não o entenda completamente na primeira vez que ouvir.
The Bad Plus — It’s Hard
1. “Maps” — Brian Chase, Karen Lee Orzolek, Nick Zinner 4:21
2. “Games Without Frontiers” — Peter Gabriel 4:19
3. “Time After Time” — Cyndi Lauper, Rob Hyman 6:14
4. “I Walk The Line” — Johnny Cash 3:18
5. “Alfombra Magica” — Bill McHenry 4:07
6. “The Beautiful Ones” — Prince 3:32
7. “Don’t Dream It’s Over” — Neil Finn 5:21
8. “Staring At The Sun” — Tunde Adebimpe, David Andrew Sitek 4:27
9. “Mandy” — Scott English, Richard Kerr 6:13
10. “The Robots” — Florian Schneider, Karl Bartos, Ralf Hütter 3:30
11. “Broken Shadows” — Ornette Coleman 3:32
The Bad Plus:
Reid Anderson – bass
Ethan Iverson – piano
David King – drums
Hoje, 3 de fevereiro, é aniversário de Felix Mendelssohn. Pensei muito no que postar, e vi que o PQP já tem praticamente tudo dele, alguns itens várias vezes. Mas este chucruten tem um trunfo, que nunca foi postado, e eis aqui em primeira mão a integral de suas Sinfonias de juventude escritas para orquestra de cordas.
Entre os 12 e os 14 anos, Mendelssohn escreveu 12 Sinfonias para serem executadas em ambiente privado, provavelmente uma orquestra de cordas que se reunia em sua casa, por ser um ambiente abastado cultural e monetariamente (ele era filho de um rico banqueiro judeu). A primeira eventual sinfonia em que acrescenta madeiras, metais e percussão, que ele considerava a sua 13a., ficou sendo a sua Sinfonia no.1 em dó menor op.11, escrita por ele aos 15 anos. Então, se o ouvinte se pergunta: mas como um rapaz de 15 anos poderia ter escrito tal sinfonia, e no pacote, em idades próximas, o fabuloso Octeto op.20 e a mágica abertura do Sonho de uma Noite de Verão? Bem, a resposta mais evidente é: ele treinou muito antes, com estas sinfonias para cordas. Quando resolveu investir numa orquestra completa, já era um compositor maduro. Ademais, é notório que Mendelssohn é frequentemente comparado, em relação à precoce inclinação musical e espontaneidade de ideias, a Mozart. Foi Schumann, por notar estas semelhanças, que o apelidou “Mozart do século XIX”. É ver pra crer.
Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847)
CD1
String Symphony No. 1 In C Major
String Symphony No. 2 In D Major
String Symphony No. 3 In E Minor
String Symphony No. 4 In C Minor
String Symphony No. 5 In B Flat Major
String Symphony No. 6 In E Flat Major
CD2
String Symphony No. 7 In D Minor
String Symphony No. 8 In D Major
String Symphony No. 9 In C Minor “Swiss Symphony”
CD3
String Symphony No. 10 In B Minor
String Symphony No. 11 In F Major
String Symphony No. 12 In G Minor
London Festival Orchestra
Ross Pople
Hyperion, 1991
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Para mim, o destaque do disco é a excelente performance da dupla Argerich-Abbado no Concerto para Piano de Ravel. O Concerto consiste de dois movimentos externos curtos, “jazzy”, que aninham um muito meditativo Adagio. A dupla e mais a Sonfônica de Londres, tocam a música à perfeição — ela cintila quando necessário e é tomada de calma no citado Adagio. Ouvi muitas performances deste Concerto ao longo dos anos e continuo a preferir esta inspirada interpretação. O pianista francês Michel Beroff é um nome menor do que Argerich, mas ele é conhecido por algumas ótimas interpretações da música impressionista, então Abbado fez uma escolha certa ao selecioná-lo para tocar o Concerto para Piano para Mão Esquerda. Este concerto foi escrito para Paul Wittgenstein, irmão do famoso filósofo, que tinha perdido o braço direito na Primeira Guerra Mundial. O início é bom para testar as frequências mais baixas do seu equipamento de áudio.
Os extras não são de jogar fora.
Maurice Ravel – Piano Concertos in G & D major (Martha Argerich, Michel Beroff, Claudio Abbado) (1993)
Classical
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado
1. Fanfare for the ballet “L’Eventail de Jeanne”
Martha Argerich, piano
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado
2. Piano Concerto in G – 1. Allegramente [8:43]
3. Piano Concerto in G – 2. Adagio assai [9:34]
4. Piano Concerto in G – 3. Presto [4:04]
Michel Beroff, piano
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado
5. Piano Concerto in D for the Left Hand
Lento – Andante – Allegro – Tempo1 [17:22]
Martha Argerich, piano
6. Gaspard de la Nuit – Ondine [6:18]
7. Gaspard de la Nuit – Le gibet [6:40]
8. Gaspard de la Nuit – Scarbo [9:16]
9. Sonatine – Modéré [4:00]
10. Sonatine – Mouvement de menuet [2:59]
11. Sonatine – Animé [3:38]
Martha Argerich, piano
Berlin Philharmonic Orchestra cond. Claudio Abbado
12. Piano Concerto in G – Adagio assai (fragment of 1967 rec.) [5:24]
Recorded in 1976 (tracks 6-12), 1988 (tracks 1-5)”
A interessantíssima suíte para piano Quadros de uma Exposição foi composta por Mussorgsky em junho de 1874, inspirada em uma mostra de desenhos do arquiteto e pintor Viktor Hartmann, amigo de Mussorgsky, falecido no ano anterior. A peça coloca cada quadro sob forma musical e há até um tema que descreve a caminhada entre um e outro. É uma visita à exposição. Décadas depois, Ravel realizou sua célebre versão orquestral, presente neste CD.
Modest Petrovich Mussorgsky foi um compositor e milico russo. Foi membro do nacionalista Grupo dos Cinco, ao lado dos músicos Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, César Cui e Nikolai Rimsky-Korsakov. Com a morte de sua mãe, quanfo Modest tinha 26 anos, em 1865, o alcoolismo passou a fazer parte de sua vida. Em 1867 compôs a peça orquestral Uma noite no Monte Calvo, presente neste CD, que Balakirev se recusou a reger em razão de sua modernidade… Aos 29 anos de idade começou a compor Boris Godunov, sua ópera mais conhecida e uma das peças mais importantes da história da música russa, baseada na obra de Pushkin. Utilizando o ritmo da fala dos mujiques ao invés de melodias líricas; com harmonias excêntricas na época, como a harmonia sacra eslava; coros e personagens populares com papéis importantes, Boris Godunov causou grande polêmica, sendo que a versão original de 1870 foi recusada. A estréia ocorreu no Teatro Maryinsky em 1873, após diversas alterações feitas por Mussorgsky e Rimsky-Korsakov. Após uma segunda apresentação de apenas alguns trechos, a ópera deixou de ser encenada. Após 1874 a qualidade de sua música começa a decair. Khovanshchina (1872-1881) é uma ópera em que predominam os motivos líricos. Nos anos que se seguiram, o alcoolismo passa a se intensificar. É dessa época o ciclo Canções e danças da morte (1875-1877), de sabor exótico e oriental. Em 1880 foi demitido de seu posto no serviço governamental por alccolismo. Mussorgsky uma semana após completar 42 anos.
Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition / Uma noite no Monte Calvo / Valsa do Lago dos Cisnes (Tchaikovsky)
01. Pictures At An Exhibition : Promenade I
02. Pictures At An Exhibition : Gnomus
03. Pictures At An Exhibition : Promenade II
04. Pictures At An Exhibition : The Old Castle
05. Pictures At An Exhibition : Promenade III
06. Pictures At An Exhibition : Tuileries Gardens
07. Pictures At An Exhibition : Bydlo
08. Pictures At An Exhibition : Promenade IV
09. Pictures At An Exhibition : Ballet Of The Unhatched Chicks
10. Pictures At An Exhibition : Samuel Goldenberg und Schmuÿle
11. Pictures At An Exhibition : The Market At Limoges
12. Pictures At An Exhibition : Catacombae (Sepulchrum Romanum)
13. Pictures At An Exhibition : Cum Mortuis In Lingua Mortua
14. Pictures At An Exhibition : The Hut On Chicken’s Legs
15. Pictures At An Exhibition : The Great Gate Of Kiev
16. Mussorgsky: Night On Bald Mountain
17. Tchaikovsky: Swan Lake Suite, Op.20a : 2. Waltz
Um grande repertório e um grande CD! Os clarinetistas são pessoas de sorte. Mozart e Brahms começaram a compor obras para o instrumento quando estavam em seus auges como compositores. O Concerto e o Quinteto para Clarinete de Mozart merecem estar em quaquer panteão de grandes obras. Ambos são esplêndidos e nesta gravação a DG teve o bom gosto de separar os dois monstros com outra bela obra da maturidade de Mozart, o Adágio e Fuga, K. 546. É música para você ouvir quinhentas vezes até decorar cada notinha, tá? E esses italianos são muito bons. O que tá esperando para ouvir?
W. A. Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete K.622 / Adágio e Fuga K.546 / Quinteto para Clarinete K.581
Mozart: Clarinet Concerto In A, K.622
01. Allegro
02. Adagio
03. 3. Rondo (Allegro)
Fabrizio Meloni
Artkronos
Ezio Rojatti
Mozart: Adagio and Fugue in C Minor, K.546 – Orchestral version
04. Adagio
05. Fugue
Artkronos
Ezio Rojatti
Mozart: Clarinet Quintet in A, K.581
06. Allegro
07. Larghetto
08. Menuetto
09. Allegretto con variazioni
Danilo Rossi
Fabrizio Meloni
Giovanni Gnocchi
Laura Bortolotto
Marco Rizzi
Aqui nós temos uma derrapada. A culpa não é de Jarrett, mas da viola de Kashkashian. Kim é impecável, coloca as notas todas em seus lugares, mas não faz mágica e aqui nós estamos em terreno de deuses; ou seja, é requerida a magia. Nós temos muitíssimas gravações melhores do que esta com na duplas de cravo e gamba ou piano e violoncelo. Acho que a escolha da viola foi fatal. Além da sonoridade alienígena, também há um sotaque moderno na viola de Kim que não combina com o cravo de Jarrett. Parece um registro… transdisciplinar (?). O cravo e a viola (por que tal escolha?) e, porra, Shosta, Bartók, Carter, Berio, Schnittke, Kodály, Hindemith… — estes parecem ser compositores bem mais Kashkashian-like, not Bach. A qualidade da música é extraordinária, por isso é que esperávamos um extraordinário CD.
J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Viola Da Gamba e Cravo
1. Sonata in G BWV 1027 – Adagio
2. Allegro ma non tanto
3. Andante
4. Allegro moderator
5. Sonata in D BWV 1028 – Adagio
6. Allegro
7. Andante
8. Allegro
9. Sonata in G minor BWV 1029 – Vivace
10. Adagio
11. Allegro
Paul Bley estava em turnê pela escandinávia com seu velho companheiro Gary Peacock no baixo e dois brilhantes jazzistas ingleses, o baterista Tony Oxley e o sax barítono e o clarone de John Surman, quando Manfred Eicher interrompeu a excursão chamando-os para gravar em Oslo. Era o ano de 1991. O CD é muito bom, consistindo de sete solos de puro improviso, três duetos e duas faixas onde toca o quarteto completo. Os temas são lentos, quase solenes. Olha, só músicos excepcionais como estes podem manter um disco interessante com tão alto grau de improvisação. Nada parece ter sido programado e, no entanto, são mostradas profundidades vertiginosas.
Paul Bley / Gary Peacock / Tony Oxley / John Surman: In The Evenings Out There
Afterthoughts 4:04
Portrait Of A Silence 5:55
Soft Touch 3:38
Speak Easy 2:44
Interface 5:19
Alignment 3:47
Fair Share 6:01
Article Four 8:26
Married Alive 4:14
Spe-cu-lay-ting 1:24
Tomorrow Today 2:15
Note Police 7:54
Baritone Saxophone, Bass Clarinet – John Surman
Bass – Gary Peacock
Drums – Tony Oxley
Piano – Paul Bley
Telemann gostava deste formato. Suas 12 Fantasias para Violino Solo foram publicadas em Hamburgo, no anos de 1735. É apenas uma das coleções de Telemann de música para instrumentos não acompanhados, sendo os outros as doze fantasias para flauta solo e as trinta e seis para cravo solo que foram publicados em Hamburgo em 1732-33. Há também um conjunto de doze fantasias para solo de viola da gamba que foi publicado em 1735, mas que hoje está perdido.
Telemann era um violinista autodidata. Muita das fantasias revelam a influência de sonatas e concertos italianos, mas o estilo-base é a polifonia alemã, tanto que as fantasias 2, 3, 5, 6, 10 incluem fugas.
Apenas dois anos depois da obra-prima de Jonathan Swift ser publicada, As Viagens de Gulliver foram musicadas na Alemanha. A suíte, escrita para dois violinos , se tornou uma sensação instantânea nos lares alemães. Afinal, quem não gostaria de seguir Gulliver em sua viagem emocionante?
Telemann interessava-se pela dança.A sátira de Swift deu-lhe ideia para uma diminuta suíte de danças programática, com cada um dos dedicados a cenas e personagens de Swift. Mais ousada do que imponente, é uma peça deliciosa.
Georg Philipp Telemann (1681-1767): 12 Fantasias para Violino Solo
01 Fantasia in B-flat major (Largo—Allegro—Grave—Si replica l’allegro)
02 Fantasia in G major (Largo—Allegro—Allegro)
03 Fantasia in F minor (Adagio—Presto—Grave—Vivace)
04 Fantasia in D major (Vivace—Grave—Allegro)
05 Fantasia in A major (Allegro—Presto—Allegro—Andante—Allegro)
06 Fantasia in E minor (Grave—Presto—Siciliana—Allegro)
07 Fantasia in E-flat major (Dolce—Allegro—Largo—Presto)
08 Fantasia in E major (Piacevolumente—Spirituoso—Allegro)
09 Fantasia in B minor (Siciliana—Vivace—Allegro)
10 Fantasia in D major (Presto—Largo—Allegro)
11 Fantasia in F major (Un poco vivace—Soave—Da capo un poco vivace—Allegro)
12 Fantasia in A minor (Moderato—Vivace—Presto)
13 – Gulliver Suite (para dois violinos): Intrada
14 – Chaconne of the Lilliputians
15 – Gigue of the Brobdingngians
16 – Daydreams of the Laputians and their attendant flappers
17 – Loure of the well-mannered Houyhnhnms & Wilddance of the untamed Yahoos
Hindemith compôs mais de 30 sonatas para os mais diversos instrumentos e, vejam bem, ele podia tocar todas elas!!! Esta fascinante seleção de obras escritas entre 1935 (quando se tornou persona non grata na Alemanha nazista) e 1948 (a brilhante sonata de violoncelo para Piatigorsky) é interpretada por alguns dos melhores solistas de hoje, com o grande Alexander Melnikov ao piano. Quantas vezes alguém ouve uma Sonata para Althorn (uma trompa diferente, variando em forma, algo não muito agudo, mas não tão grave quanto um cello ou fagote), publicada junto com um poema escrito pelo compositor? Aqui temos também as notáveis Sonatas para Violino e para trompete. Felicidade completa.
Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)
Sonata for Althorn and Piano
01. I. Ruhig bewegt (02:05)
02. II. Lebhaft (03:30)
03. III. Sehr langsam (02:04)
04. IV. Das Posthorn (04:00)
Sonata for Violoncello and Piano
05. I. Pastorale (06:34)
06. II. Moderately fast – Slow – Tempo I (06:16)
07. III. Passacaglia (08:42)
Sonata for Trombone and Piano
08. I. Allegro moderato maestoso (02:54)
09. II. Allegretto grazioso (03:11)
10. III. Lied des Raufbolds (02:10)
11. IV. Allegro moderato maestoso (02:52)
Sonata for Violin and Piano
12. I. Ruhig bewegt (03:57)
13. II. Langsam – Sehr lebhaft – Langsam – Wieder lebhaft (06:34)
Sonata for Trumpet and Piano
14. I. Mit Kraft (05:22)
15. II. Mässig bewegt – Lebhaft – Wie zuerst (02:19)
16. III. Trauermusik (08:31)
Alexander Melnikov, piano
Teunis van der Zwart, althorn (1-4)
Alexander Rudin, violoncello (5-7)
Gérard Costes, trombone (8-11)
Isabelle Faust, violin (12-13)
Jeroen Berwaerts, trumpet (14-16)
Um CD bem humorado de improvisações e brincadeiras sobre a música do ultra vienense Strauss. Pegue uma valsa de Strauss, adicione algumas expressões jazzísticas, técnica, improvisação, e você saberá o que é este All that Strauss. Claro que a projeto representava um desafio. Neste caso, o tratamento dado pelos arranjos foi muito bem concebido a fim de ficar bem longe dos conceitos sinfônicos. A coesão da Vienna Art Orchestra é notável. Acho que Strauss ficaria feliz de ouvir a loucura que esses vienenses fizeram com ele. Se o compositor tivesse vivido mais 25 anos, ouviria o jazz.
A Vienna Art Orchestra
Vienna Art Orchestra: All that Strauss
01. Wein, Weib und Gesang (09:12)
02. Process-Plolka (02:04)
03. Ein Morgen, ein Mittag, ein Abend in Wien (07:58)
04. Mit Extrapost (03:29)
05. Albion-Polka (03:52)
06. Gruss an Prag (03:16)
07. Lagunen-Walzer (09:00)
08. Persischer Marsch (03:20)
09. Hellenen Polka (04:40)
10. Marienklange walzer (07:09)
11. Eljen a Magyar (04:10)
12. Czardas (04:51)
13. Donauwalzer (10:51)
Giacomo Facco foi um violinista, maestro e compositor barroco italiano. Mesmo sendo um dos mais famosos compositores italianos de sua época, foi completamente esquecido até 1962, quando seu trabalho foi redescoberto. O ciclo de concertos Pensieri Adriarmonici — para violino, cordas e órgão — são suas obras mais importantes. Facco também compôs cantatas e outras obras sacras. O curioso é que ele mesmo escrevia os textos. Era respeitado também como poeta. Facco é bom, mas lembra Vivaldi e isto é péssimo para o primeiro. Sem a inspiração de Totonho, Giacomo tem a leveza, o estilo e o som do mestre veneziano. Só que é muito inferior. A L’arte dell’arco e Federico Guglielmo dão mais uma demonstração de sua altíssima qualidade. O disco finaliza com Vivaldi, o que é uma tremenda sacanagem com Facco.
1 Concerto in E Minor, Op. 1, No. 1: I. Allegro 3:38
2 Concerto in E Minor, Op. 1, No. 1: II. Adagio 3:20
3 Concerto in E Minor, Op. 1, No. 1: III. Allegro 2:43
4 Concerto in B flat major, Op. 1/2: Allegro assai (I) 3:31
5 Concerto in B flat major, Op. 1/2: Grave staccato (II) 2:39
6 Concerto in B flat major, Op. 1/2: Allegro assai (III) 1:55
7 Concerto in E major, Op. 1/3: Allegro assai (I) 2:05
8 Concerto in E major, Op. 1/3: Adagio (II) 1:49
9 Concerto in E major, Op. 1/3: Allegro assai (III) 2:05
10 Concerto in C minor, Op. 1/4: Allegro (I) 4:46
11 Concerto in C minor, Op. 1/4: Grave (II) 4:27
12 Concerto in C minor, Op. 1/4: Allegro (III) 3:15
13 Concerto in A major, Op. 1/5: Allegro (I) 2:57
14 Concerto in A major, Op. 1/5: Grave (II) 4:03
15 Concerto in A major, Op. 1/5: Allegro (III) 2:21
16 Concerto in F major, Op. 1/6: Allegro (I) 4:23
17 Concerto in F major, Op. 1/6: Adagio cantabile (II) 3:44
18 Concerto in F major, Op. 1/6: Allegro (III) 2:58
19 Concerto in G minor, RV 157: Allegro (I) 2:02
20 Concerto in G minor, RV 157: Largo (II) 1:27
21 Concerto in G minor, RV 157: Allegro (III) 1:56
Mais um do repertório básico. Como concerto sinfônico para violino, esta obra-prima de Tchaikovsky só pode ombrear-se com outros gigantes como o concerto de Brahms, o de Beethoven, o de Sibelius, o de Berg e o segundo de Bartók. O resto fica atrás. A gravação de Mutter e Karajan não é uma referência. A gravação é de 1988, com HvK já com 80 anos e os tempos utilizados podem ser discutidos. Mutter está dramática, tentando dar expressividade à monotonia de Karajan. Os campeões estão, em sua maioria, mais ao oriente, o que é compreensível: procure por Oistrakh, Stern, Heifetz, Mullova e Ferras. Esses são os caras do concerto para violino de Tchai. O FDP Bach deve ter quase todos. O homem tem tudo. Peçam para ele e vocês tomarão um susto com a qualidade que este concerto pode ter.
Um grande disco com um belo concerto e três das melhores Aberturas (ou Suítes) de Telemann. Gosto muito de La Bouffonne e da Grillen, mas adoro mesmo é a Alster, com sua radical irreverência. A versão deste disco é mais comportada do que a da Akademie für alte Musik Berlin, mas ainda assim é muito digna. No vídeo abaixo, temos a Akademie dando um banho de conhecimento sobre como abordar o grande Telemann, compositor muito inferior a Bach, mas infinitamente mais popular do que o mestre em suas épocas. Ouçam por exemplo o vídeo abaixo a partir dos 8min30. A Akademie se esparrama, enquanto que O Collegium Musicum 90 apenas se deita.
Babem:
Telemann:
Concerto in D Major / La Bouffonne / Grillen-Symphonie / Alster Overture
1 Concerto for 3 Corni da caccia, 2 Oboes and Violin in D Major, TWV 54:D2: I. Allegro 4:07
2 Concerto for 3 Corni da caccia, 2 Oboes and Violin in D Major, TWV 54:D2: II. Grave 3:27
3 Concerto for 3 Corni da caccia, 2 Oboes and Violin in D Major, TWV 54:D2: III. Presto 2:45
4 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: I. Overture 7:09
5 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: II. Loure 2:17
6 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: III. Rigaudon I and II 3:11
7 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: IV. Menuett I and II 3:36
8 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: V. Entree 2:30
9 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: VI. Pastourelle 3:04
10 Sinfonia in G Major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: I. Etwas lebhaft 3:44
11 Sinfonia in G Major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: II. Tandelnd 2:38
12 Sinfonia in G Major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: III. Presto 3:05
13 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: I. Overture 5:15
14 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: II. Die canonierende Pallas (Pallas in canon) 3:01
15 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: III. Das Alster-Echo (Alster Echo) 1:56
16 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: IV. Die Hamburgischen Glockenspiele (Hamburg Carillons) 2:37
17 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: V. Der Schwanen Gesang (Swan Song) 2:53
18 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: VI. Der Alster Schaffer Dorff Music (Village music of the Alster shepherds) 2:03
19 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: VII. Die concertierenden Frosche und Krahen (Concertizing frogs and crows) 3:02
20 Overture (Suite) In F Major, Twv 55:F11, “Alster”: VIII. Der Ruhende Pan (Pan At Rest) 3:51
21 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: IX. Der Schaffer und Nymphen eilfertiger Abzug (The hurried departure of nymphs and shepherds) 3:29
Papai faz anos e quem ganha o presente são vocês. Eu, FDP Bach, e meu irmão, PQP, estaremos hoje postando só obras de papai; afinal, não é todo dia que alguém completa 324 anos e continua tão vivo e emocionante.
Já cogitei em certa ocasião postar a integral das cantatas, mas, visto o tamanho da empreitada, acabei desistindo. Digo isso porque estou postando um dos melhores intérpretes de papai, Tom Koopman e sua Amsterdam Baroque Orchestra & Choir. Estou postando o primeiro box, que contém 3 cds. Ah, recomendo o excelente booklet, que traz um histórico das cantatas, além das letras das mesmas, traduzidas para o inglês e para o francês. As traduções para o português sugiro buscarem no site listado ao lado, Cantatas de Bach, feito por especialistas da área.
Quando consegui esta série fiquei me perguntando quando diabos teria tempo de ouvir tudo isso, afinal de contas são 67 cds. Mas passados 5 anos, posso dizer que já ouvi uma boa parte, e tiro o chapéu para a interpretação de Koopman, sempre correta, e sempre contando com excepcionais solistas, além de uma orquestra montada por músicos especialistas no repertório não apenas bachiano, mas também barroco. Possuo outras duas integrais, a de Helmut Rilling, que não se importou com o aspecto “histórico” da interpretação, mas isso de forma alguma tira o mérito da empreitada, e aquela considerada por muitos a melhor de todas, dirigida por Nikolaus Harnoncourt, num projeto em que esteve envolvido durante mais vinte anos, e auxiliado simplesmente por Gustav Leonhardt. Coisa de gente grande que viveu e respirou a música de papai durante suas vidas inteiras.
“Aus der Tiefe rufe ich, Herr, zu dir” BWV 131 22’15
Penitential Service? – Bußgottesdienst? – Office de Pénitence?
12 Sinfonia-Choral: “Aus der Tiefe rufe ich, Herr, zu dir” 4’18 Oboe, Fagotto, Violino, Viole, Violone, Organo
13 Aria (Basso, Choral): “So du willst, Herr, Sünde zurechnen” 4’20 Oboe, Violoncello, Organo
14 Coro: “Ich harre des Herrn” 3’35 Oboe, Fagotto, Violino, Viole, Violone, Organo
15 Aria (Tenore, Choral): “Meine Seele wartet auf den Herrn” 6’05 Violoncello, Organo
16 Coro: “Israel, hoffe auf den Herrn” 3’57 Oboe, Fagotto, Violine, Viole, Violone, Organo
“Ich hatte viel Bekümmernis” BWV 21 (Appendix):
17 Coro: “Sei nun wieder zufrieden'” 5’48 Oboe, Tromboni, Cornetto, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Contrabasso, Organo
“Gottes Zeit ist die allerbeste Zeit” (Actus tragicus) BWV 106 19’40
1 Sonatina 2’26 Flauti dolci, Viole da gamba, Violone, Organo
2 a [Coro]: “Gottes Zeit ist die allerbeste Zeit” 8’24
b [Arioso] (Tenore): “Ach Herr, lehre uns bedenken”
c [Arioso] (Basso): “Bestelle dein Haus; denn du wirst sterben” Flauto dolce, Viola da gamba, Violone, Organo
3 a [Aria] (Alto): “In deine Hände befehl ich meinen Geist” 5’56
b [Arioso – Choral] (Alto, Basso): “Heute wirst du mit mir im Paradies sein” Viole da gamba, Flauti dolci, Violone, Organo
4 Coro: “Glorie, Lob, Ehr und Herrlichkeit” 2’54 Flauti dolci, Viole da gamba, Violone, Organo
“Der Herr denket an uns” BWV 196 10’54
Wedding cantata – Trauungskantate – Cantate de mariage
5 Sinfonia . 1’41 Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
6 Coro: “Der Herr denket an uns” 1’53 Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
7 Aria (Soprano): “Er segnet, die den Herrn fürchten” 2’35 Violino, Violoncello, Organo
8 Duetto (Tenore, Basso): “Der Herr segne euch” 2’09 Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
9 Coro: “Ihr seid die Gesegneten des Herrn” 2’36 Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
Eis Bongers, soprano
Richard Bryan, alto
Joost van der Linden, tenor
Matthijs Mesdag, bass
“Gott ist mein König” BWV 71 18’15
Ratswechsel – For the Town Council Inauguration – Pour le changement du Conseil municipal • Mühlhausen, 4.2.1708
10 Coro: “Gott ist mein König” 1’48 Trombe, Timpani, Flauti, Oboi, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Violone, Organo
11 Aria – Choral (T, S): “Ich bin nun achtzig Jahr” • “Soll ich auf dieser Welt” 3’29 Organo obbligato
12 Coro [a 4 voci]: “Dein Alter sei wie deine Jugend” 1’31 Organo
13 Arioso (Basso): “Tag und Nacht ist dein” 2’52 Flauti, Oboi, Fagotto, Violoncello, Organo
14 Aria (Alto): “Durch mächtige Kraft” I’ll Trombe, Timpani, Organo
15 Coro: “Du wollest dem Feinde nicht geben” 3’51 Flauti, Oboi, Fagotto, Violini, Viola, Violoncello piccolo, Violone, Organo
16 Coro [Soli, Coro]: “Das neue Regiment” 3’33 Trombe, Timpani, Flauti, Oboi, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Violone, Organo
“Nach dir, Herr, verlanget mich” BWV 150 14’34
Occasion unspecified – Ohne Bestimmung – Sans destination
17 Sinfonia 1’24 Fagotto, Violini, Violone, Organo
18 Coro: “Nach dir, Herr, verlanget mich” 3’08 Fagotto, Violini, Violone, Organo
19 Aria (Soprano): “Doch bin und bleibe ich vergnügt” 1’37 Violine, Violoncello, Organo
20 Coro: “Leite mich in deiner Wahrheit” 1’41 Fagotto, Violini, Violone, Organo
21 Aria (Terzetto: Alto, Tenore, Basso): “Zedern müssen von den Winden” 1’2O
22 Coro: “Meine Augen sehen stets zu dem Herrn” 2’03 Fagotto, Violini, Violone, Organo
23 Coro: “Meine Tage in dem Leide” 3’21 Fagotto, Violini, Violone, Organo
Anne Grimm, soprano
Peter de Groot, alto
Joost van der Linden, tenor
Donald Bentvelsen, bass
“Der Himmel lacht! die Erde jubilieret” BWV 31 20’56
On the 1st day of Easter – Am 1. Osterfeiertag – Pour la lère Fête de Pâques
1 Sonata 2’33 Trombae, Timpani, Oboi, Taille, Violini, Viole, Fagotto, Violone, Violoncello, Organo
2 Coro (Coro, Soprano, Alto): “Der Himmel lacht! die Erde jubilieret” 3’36 Trombe, Timpani, Oboi, Fagotto, Violini, Viole, Violone, Violoncello, Organo
3 Recitativo (Basso): “Erwünschter Tag! Sei, Seele, wieder froh” 2’05 Violoncello, Organo
4 Aria (Basso): “Fürst des Lebens, starker Streiter” 3’24 Violoncello, Organo
5 Recitativo (Tenore): “So stehe dann, du gottergebne Seele” l’O7 Violoncello, Organo
6 Aria (Tenore): “Adam muß in uns verwesen” 2’18 Violini, Viole, Violoncello, Violone, Organo
7 Recitativo (Soprano): “Weil dann das Haupt sein Glied” 0’50 Violoncello, Organo
8 Aria (Soprano): “Letzte Stunde, brich herein” 4’04 Oboe, Violini, Viole, Violoncello, Violone, Organo
9 Choral (Coro): “So fahr ich hin zu Jesu Christ” 0’59 Oboi, Taille, Violini, Viole, Fagotto, Tromba, Violone, Organo
“Barmherziges Herze der ewigen Liebe” BWV185 14’30
For the 4th Sunday after Trinity – Am 4. Sonntag nach Trinitatis – Pour le 4ème Dimanche après la Trinité
10 Aria (Duetto: Soprano, Tenore): “Barmherziges Herze der ewigen Liebe” 4’05 Oboe, Violoncello, Soprani di Coro, Organo
11 Recitativo (Alto): “Ihr Herzen, die ihr euch” 1’58 Violini, Viola, Violone, Organo
12 Aria(Alto): “Sei bemüht in dieser Zeit” 3’43 Oboe, Violini, Viola, Violone, Organo
13 Recitativo (Basso): “Die Eigenliebe schmeichelt sich” I’ll Organo, Fagotto
14 Aria (Basso): “Das ist der Christen Kunst” 2’19
Organo, Fagotto
15 Choral (Coro): “Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ” 1’14 Oboe, Violini, Viola, Violone, Fagotto, Organo
«Christ lag in Todesbanden” BWV 4 18’50
For the 1st day of Easter – Am 1. Osterfeiertag – Pour la lère Fête de Pâques
16 Sinfonia 1’1O Violini, Viole, Violone, Organo
17 [Coro] Versus I: “Christ lag in Todesbanden” 3’42 Violini, Viole, Violone, Organo
18 [Duetto] (Soprano, Alto) Versus II: “Den Tod niemand zwingen kunnt” 3’45 Cometto, Trombone, Violoncello, Organo
19 [Aria] (Tenore) Versus III: “Jesus Christus, Gottes Sohn” 2’03 Violino, Violone, Organo
20 [Coro] Versus IV: “Es war ein wunderlicher Krieg” 2’08 Violone, Organo
21 [Aria] (Basso) Versus V: “Hier ist das rechte Osterlamm” 2’55 Violini, Viole, Violone, Organo
22 [Duetto] (Soprano, Tenore) Versus VI: “So feiern wir das hohe Fest” 1’57 Violone, Organo
23 Choral (Coro) Versus VII: “Wir essen und leben wohl” l’IO Violini, Viole, Violone, Organo
“Christ lag in Todesbanden” BWV 4 (Appendix):
24 Sinfonia l’O9 Violini, Viole, Violoncello, Contrabasso, Organo
25 [Coro] Versus I: “Christ lag in Todesbanden” 3’47 Violini, Viole, Cornetto, Tromboni, Violoncello, Contrabasso, Organo
26 [Duetto] (Soprano, Alto) Versus II: “Den Tod niemand zwingen kunnt” 4’10 Cometto, Trombone, Violoncello, Organo
27 Choral (Coro): Versus VII: “Wir essen und leben Wohl” 1’18 Violini, Cornetto, Viole, Trombone, Violoncello, Contrabasso, Organo
The Amsterdam Baroque Orchestra & Choir
Simon Schouten, Choirmaster
Tom Koopman, Conduktor
A Amazon resolveu mostrar este baita disco de costas, vá entender! E é um tremendo CD. Vim trabalhar hoje com ele nos ouvidos. Impossível não chegar feliz ao local da tortura diária. O desigual Telemann é maravilhoso e cheio de bom humor aqui. (Basta ouvir o final da Abertura Hamburger Ebb und Flut para comprovar!). Mesmo quando Steger se entusiasma, não deixa de ser musical (e barroco). E o som da Akademie Fur Alte Musik Berlin é, como sempre, impecável. Um disco que recomendo sem medo para os pequepianos de todas as latitudes e longitudes.
Georg Philipp Telemann (1681-1767): Suites & Concertos para Flauta Doce
1 Suite in A- Minor: Ouverture
2 Les Plaisirs
3 Air a l’Itailien
4 Menuett 1/ Meneutt 2
5 Rejouissance
6 Passepied 1/ Passepied 2
7 Polonoise
8 Concerto In C Major: Allegretto
9 Allegro
10 Andante
11 Tempo di Minuet
12 Overture in C Major ( “Hamburger Ebb und Flut”): Grave
13 Sarabande Thetis Asleep
14 Bourree Thetis Awakening
15 Loure Neptune in Love
16 Grave Naiads at play
17 Harlekinade Triton making merry
18 Der sturmende Aeolus (Blustery Aeolus
19 Minuet Pleasant Zephyrus
20 Gigue Ebb and Flow
21 Canaire Jolly Sailors
Maurice Steger, flauta doce
Akademie Fur Alte Musik Berlin
Raramente postamos esses discos de clássicos populares e este é um deles. Não sei se a boa violinista Leila Josefowicz quis ou foi a gravadora que exigiu, mas garantimos que a moça divertiu-se bastante com toda a função. Estava animada. O programa não exigiu nada de seu intelecto, foi só trabalho para os dedos e braços. Como ocorre nestes trabalhos, o som do violino soa muito alto em relação à orquestra. Parece que estamos a um metro de Leila. A coisa vai indo mais ou menos até que… Bem, lembro de uma aluna de minha mulher que foi tocar a Meditação de Thais num recital da escola. A professora tinha-lhe dito — delicadamente, com outras palavras — para não cometer vulgares excessos melodramáticos. Mas a menina resolveu expressar-se… Calma, Leila não comete os mesmos erros. Curti mesmo foi a Tzigane de Ravel. O Poema de Chausson quase me matou.