George Philipp Telemann (1681-1767): Aberturas, Sonatas e Concertos

O prolífico e popular Telemann dominou a música daqueles pequenos principados e reinos que hoje chamamos Alemanha. Ele já está numa posição entre Bach e seus filhos, dando os primeiros passos dentro do estilo galante — muito mais simples, despreocupado e metido a bonitinho. Telemann era um imenso talento, mas sua música sem grandes dramas ficou para trás, meio perdida em meio à profundidade bachiana, à grandiosidade handeliana, aos saracoteios italianos de Vivaldi e os grandes compositores que vieram logo a seguir: Haydn e Mozart.

Hoje, deve ter menos gravações do que o mano CPE Bach, um consistente e agressivo antecessor de Beethoven, a quem parece ter passado magicamente o amor aos temas curtos e afirmativos, aquela coisa de macho. (Nada temos a favor de Bolsonaro, desejamos mais é que ele vá tomar no cu).

Este grupo de 5 CDs é uma joia que postamos hoje para comemorar a morte de Jesus Cristo, célebre personagem fantástico presente em muitas músicas. A piada é que ele teria morrido hoje e ressuscitado três dias depois — segunda-feira, portanto. A ressurreição é considerada por muitos como base para o cristianismo. Jesus foi crucificado, morreu e foi enterrado. Então, teria descido até o inferno. Só que, no terceiro dia, ele voltou da morte, ascendeu ao céu e sentou-se ao lado direito de Deus, Pai Todo-Poderoso. Ninguém viu mas foi assim, dizem os cristãos e deístas.

Como ele nunca aparece e para não precisarmos ficar contando essas lorotas para elas, no domingo enchemos nossas crianças de chocolates. Elas ficam na delas, felizes. É assim.

A Páscoa existiria para nos lembrar deste espetáculo i-ni-gua-lá-vel.

Well, divirtam-se com Telemann.

George Philipp Telemann (1681-1767): Aberturas, Sonatas e Concertos

CD 1

Sonata F-dur TWV43:F01 2 violins, viola & BC

Concerto C-dur TWV51:C01 recorder, 2 violins, viola & BC

Ouverture fis-moll TWV55:fis01 2 violins, viola & BC

Quadro g-moll TWV43:g04 recorder, violin, viola & BC

Concerto G-dur TWV51:G09 viola solo, 2 violins, viola & BC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD 2

Concerto d-moll TWV43:d02 2 violins, viola & BC

Concerto F-dur TWV52:F01 recorder, basson, 2 violins, viola & BC

Sonate f-moll TWV44:32 2 violins, 2 violas & BC

Sonate D-dur TWV41:D06 cello & BC

Ouverture h-moll TWV55:h04 solo violin, 2 violins, viola & BC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD 3

Concerto D-dur TWV43:D04 2 violins, viola & BC

Concerti di camera g-moll TWV43:g03 recorder, 2 violins & BC

Sonatina c-moll TWV41:c02 basson & BC

Ouverture F-dur TWV55:F2 2 violas & BC

Sonatina a-moll TWV41:a4 recorder & BC

Sonate corellisante h-moll TWV42:h3 2 violins & BC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD 4

Concerto G-dur TWV43:G5 2 violins, viola & BC

Ouverture E-dur TWV55:E2 Oboe d’amore, 2 violins, viola & BC

Concerto B-dur TWV52:B1 2 recorders, 2violins, viola & BC

Sonata D-dur TWV41:D1 violin & BC

Concerto a-moll TWV43:a3 recorder, oboe, violin & BC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD 5

Concerto A-dur TWV43-A4 2 violins, viola & BC

Sonata d-moll TWV42-d10 recorder, violin & BC

Ouverture g-moll TWV55-g8 violin solo, 2 violins in ripieno & BC

Quadro G-dur TWV43-G6 recorder, oboe, violin & BC

Sonata C-dur TWV40-203 4 violins without bass

Partia 5 e-moll TWV41-e1 2 violins, viola & BC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Musica Alta Ripa

Anne Rohrig (violin)
Ulla Bundies (violin)
Christoph Heidemann (violin, viola)
Susanne Dietz (violin)
Juris Teichmanis (cello)
Albert Bruggen (cello)
Michael McCraw (bassoon)
Dennis Götte (theorbo, baroque guitar)
Barbara Hofmann (violone)
Bernward Lohr (harpsichord)
Danya Segal (recorder)
Hans-Peter Westermann (oboe. oboe d’amore)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Integral das Sinfonias com Nikolaus Harnoncourt

Por alguma razão, FDP Bach postou os dois primeiros CDs desta série e a abandonou. Depois, mesmo os dois primeiros arquivos foram deletados e tudo ficou perdido. Agora, em um arquivo de duas partes, enfio para vocês todos os 4 CDs desta bela integral realizada por Harnoncourt bem a seu modo, revisando todas as indicações e andamentos originais de Schubert. O resultado é deslumbrante, sendo, comparativamente muito superior ao trabalho análogo desenvolvido na integral de Beethoven. As críticas para estes registros são de realmente unânimes. Mesmo os mais hostis às manias e à neurose das interpretações originais foram obrigados a cair de quatro e abrir as pernas.

Minha preferência vai para as Sinfonias Nº 4, 5, 8 e 9, mas aqui tudo é bão.

Franz Schubert (1797-1828): Integral das Sinfonias com Nikolaus Harnoncourt

CD1
1. Symphony No. 1 in D major, D82 Adagio. Allegro Vivace
2. Symphony No. 1 in D major, D82 Andante
3. Symphony No. 1 in D major, D82 Menuetto: Allegretto
4. Symphony No. 1 in D major, D82 Allegro Vivace

5. Symphony No. 4 in C major, D417 ‘Tragic’ Adagio Molto/Allegro Vivace
6. Symphony No. 4 in C major, D417 ‘Tragic’ Andante
7. Symphony No. 4 in C major, D417 ‘Tragic’ Menuetto: Allegro vivace
8. Symphony No. 4 in C major, D417 ‘Tragic’ Allegro

9. Overture in the Italian Style in D major, D590
10. Overture in the Italian Style in C major, D591

CD2
1. Symphony No. 2 in B-flat major, D 125: I. Largo – Allegro vivace
2. Symphony No. 2 in B – flat major, D 125: II. Andante
3. Symphony No. 2 in B – flat major, D 125: III. Menuetto: Allegro vivace
4. Symphony No. 2 in B – flat major, D 125: IV. Presto vivace

5. Symphony No. 6 in C major, D 589 ‘Little’: I. Adagio – Allegro
6. Symphony No. 6 in C major, D 589 ‘Little’ – II. Andante
7. Symphony No. 6 in C major, D 589 ‘Little’: III. Scherzo: Presto – Più lento
8. Symphony No. 6 in C major, D 589 ‘Little’ – IV. Allegro moderato

CD3
1. Symphony No. 3 in D major, D 200: I. Adagio maestoso – Allegro con brio
2. Symphony No. 3 in D major, D 200: II. Allegretto
3. Symphony No. 3 in D major, D 200: III. Menuetto (Vivace) – Trio
4. Symphony No. 3 in D major, D 200: IV. Presto vivace

5. Symphony No. 5 in B flat major, D 485: I. Allegretto
6. Symphony No. 5 in B flat major, D 485: II. Andante con moto
7. Symphony No. 5 in B flat major, D 485: III. Menuetto – Allegro molto
8. Symphony No. 5 in B flat major, D 485: IV. Allegro vivace

9. Symphony No. 8 in B minor, D 759 (Unfinished): I. Allegro moderato
10. Symphony No. 8 in B minor, D 759 (Unfinished): II. Andante con moto

CD4
1. Symphony No. 9 in C major, D 944 ‘Great’: I. Andante – Allegro ma non troppo
2. Symphony No. 9 in C major, D 944 ‘Great’: II. Andante con moto
3. Symphony No. 9 in C major, D 944 ‘Great’: III. Scherzo (Allegro vivace)
4. Symphony No. 9 in C major, D 944 ‘Great’: IV. Allegro vivace

Royal Concertgebouw Orchestra
Nikolaus Harnoncourt

Recording:
May & November 1992, The Concertgebouw, Amsterdam

BAIXE A PARTE 1 AQUI – DOWNLOAD PART 1 HERE (RapidShare)
BAIXE A PARTE 2 AQUI – DOWNLOAD PART 2 HERE (RapidShare)

PQP

O dia em que o espetáculo foi para o lado de fora do Municipal. Dentro, só vaias

Conheça o caso aqui.

Por Thomas Pires Soares

Eu estava presente na frente do Teatro Municipal!!!

Foi uma bela manifestação! Pacífica, com vaias naturalmente, àqueles personagens já conhecidos da história que chegavam para o concerto. A parte dentro do Teatro, eu só vi no youtube! Depois, foi comovente a saída do público, sendo aplaudido pelos músicos demitidos que estavam TODOS (ao contrário do que o jornal O Globo noticiou) do lado de fora.

Os demitidos que usaram a camiseta com o escrito “SOS OSB” estavam do lado de FORA do Teatro. As vaias dentro da “casa” vieram do público. Houve algumas pessoas do público indignadas com a situação, pois queriam ver o concerto, entretanto, isto pode se dever ao fato de estas pessoas desconhecerem a questão do processo todo.

Além disso, os BRAVOS músicos da OSBJovem foram recepcionados pelos músicos demitidos, familiares dos mesmos, músicos de outras orquestras do Rio com entusiasmo, lágrimas de muitos ali, que se emocionavam com o grande feito dos Jovens, que bravamente e com muita elegância, protestaram contra toda esta situação que fragiliza seus “professores”(músicos demitidos) simplesmente, se levantando e não aceitando “fazer música” com um dos arquitetos (como afirmou a FOSB na TV) do projeto das reaudições (ou avaliação de desempenho). Este foi um momento histórico para a cultura brasileira, para a música brasileira, para a sociedade!!!!

Que a democracia chegue até os palcos e, respeitadas as hierarquias orquestrais (maestro, spalla, chefes de naipe e músicos tuttistas), se faça música de qualidade, com respeito e dignidade aos profissionais, para o PÚBLICO DO BRASIL!!!

Publicado no O DIA ONLINE.

Público vaia maestro da OSB no Theatro Municipal por 20 minutos

A crise na Orquestra Sinfônica Brasileira teve novo capítulo na tarde deste sábado. Começaria a série de cinco apresentações da OSB no Theatro Municipal, intitulada Topázio. Mas com as divergências entre músicos e maestro – que reprovou quase metade dos profissionais da sinfônica e demitiu quem se rebelou contra as avaliações de desempenho – quem subiu ao palco para o show foi a OSB Jovem.

Em seguida, quando entrou o maestro Roberto Minczuk, a plateia reagiu com vaias, durante 20 minutos. O maestro acabou se retirando de cena, seguido pelos músicos da orquestra. Um dos músicos tentou ler um manifesto contra a forma como a OSB vem sendo administrada por Minczuk, mas o som do teatro foi cortado.

Pelos alto falantes, a direção avisou que o espetáculo estava cancelado e pediu que a plateia se retirasse. Do lado de fora do Municipal, na Cinelândia, os músicos da OSB tocavam na calçada, em protesto.

Ei, Minczuk, vai tomar no c…!!!

PQP

F. J. Haydn (1732-1809): Quartetos de Cordas, Op.9

Vocês sabem, Haydn é uma espécie de Tchékhov da música erudita, alguém modesto, nada grandioso, mas cujas numerosas peças formam um mosaico dos mais belos já vistos.

Esta gravação do Op. 9 é maravilhosa, vale a pena ouvir sua bela sonoridade. É , fora de dúvida, uma campeã. Os instrumentos de época do The London Haydn Quartet dão aos quartetos inesperadas profundidade, sutileza e sensibilidade, fazendo com que a mais simples das idéias se tornem algo digno de admiração. Passagens ou ornamentos que soam desapercebidas em outros registros, tornam-se aqui mágicos. É difícil imaginar interpretações melhores destes trabalhos. O som é brilhante e a quase ausência de vibratos adiciona curioso sabor ao esplêndido timbre do quarteto.

É mais um tremendo disco parido pela sempre oportuna Hyperion.

F. J. Haydn (1732-1809): Quartetos de Cordas, Op.9

CD 1:
1. String Quartet in D minor, Op 9 No 4 – I. Moderato
2. String Quartet in D minor, Op 9 No 4 – II. Menuetto
3. String Quartet in D minor, Op 9 No 4 – III. Cantabile adagio
4. String Quartet in D minor, Op 9 No 4 – IV. Presto

5. String Quartet in C major, Op 9 No 1 – I. Moderato
6. String Quartet in C major, Op 9 No 1 – II. Menuetto – Trio
7. String Quartet in C major, Op 9 No 1 – III. Adagio
8. String Quartet in C major, Op 9 No 1 – IV. Presto

9. String Quartet in G major, Op 9 No 3 – I. Moderato
10. String Quartet in G major, Op 9 No 3 – II. Menuetto
11. String Quartet in G major, Op 9 No 3 – III. Largo
12. String Quartet in G major, Op 9 No 3 – IV. Presto

CD 2:
13. String Quartet in E flat major, Op 9 No 2 – I. Moderato
14. String Quartet in E flat major, Op 9 No 2 – II. Menuetto
15. String Quartet in E flat major, Op 9 No 2 – III. Adagio – Cantabile
16. String Quartet in E flat major, Op 9 No 2 – IV. Allegro di molto

17. String Quartet in B flat major, Op 9 No 5 – I. Poco adagio
18. String Quartet in B flat major, Op 9 No 5 – II. Menuetto – Allegretto
19. String Quartet in B flat major, Op 9 No 5 – III. Cantabile largo
20. String Quartet in B flat major, Op 9 No 5 – IV. Presto

21. String Quartet in A major, Op 9 No 6 – I. Presto
22. String Quartet in A major, Op 9 No 6 – II. Menuetto
23. String Quartet in A major, Op 9 No 6 – III. Adagio
24. String Quartet in A major, Op 9 No 6 – IV. Allegro

The London Haydn Quartet

Catherine Manson: violin
Margaret Faultless: violin
James Boyd: viola
Jonathan Cohen: cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

PQP

Gilberto Agostinho (1986): Quartetos 1 e 2, Momenti, Suíte para Órgão, Sonata para Piano, Suíte em Estilo Antigo, Five postcards

O texto abaixo é do compositor Gilberto Agostinho, que aqui nos apresenta um bela seleção de obras de sua autoria. Como eu me chamo PQP e sou incontrolável, acrescentei uma obra de minha preferência àquelas escolhidas pelo autor. Desnecessário dizer que o fiz inteiramente sem sua autorização. Não tenho culpa se o cara me manda as músicas. Foda-se, para falar cortesmente. Em razão disso, a extraordinária Five postcards for flute and piano não é descrita no texto de Gilberto.

A foto de Gilberto Agostinho que acompanha o post foi descrita pelo autor pela expressão “Mamãe, olha como sou inteligente e educado”. Talvez seja.

PQP

~o~

Caros,

Para os que não me conhecem, meu nome é Gilberto dos Santos Agostinho Filho, nasci em São Paulo e tenho vinte e cinco anos, e eu sou um estudante de composição e regência. Eu fui estudante de música na USP, mas o curso de composição me deixou muito insatisfeito. Ao mesmo tempo, eu frequentava aulas particulares de composição com o meu grande mestre, Mário Ficarelli. Após um ano e meio de estudo intensivo com ele, eu fui aprovado no Conservatório de Praga, na República Tcheca, onde eu estudo há três anos, e em breve eu irei inicar meu curso na Academia de Artes de Praga.

E cá estou eu novamente me jogando na cova dos leões. Brincadeiras à parte, eu gostaria de apresentar algumas composições novas a vocês. De um ano e meio para cá, eu escrevo quase unicamente música dodecafônica. No começo, eu compunha em um estilo rigoroso, respeitando todas as regras propostas por Arnold Schönberg, mas com o passar do tempo eu desenvolvi uma visão pessoal desta técnica. Bem, mesmo o Schönberg quebrava suas próprias regras, então por que não ter uma visão renovada desta técnica composicional? Eu nunca me dei por satisfeito com o sistema tonal, sempre senti que é preciso um esforço desnecessário para evitar soluções triviais, e no final das contas este sistema está desgastado demais, e quase qualquer solução remete a algo já escrito. O sistema dodecafônico me deu a liberdade que eu tanto buscava, ao mesmo tempo que um estilo que muito me agrada.

Sobre estes arquivos de áudio, assim como a outra postagem das minhas músicas aqui no PQP, eles não são gravações feitas por instrumentistas reais, mas sim gravações “virtuais”, utilizando softwares de música. Mas a novidade é que eu estou utilizando uma nova tecnologia chamada “Virtual Studio Technology Instrument” (ou VSTi para os íntimos), que nada mais é do que uma gravação de um instrumento real, nota por nota, e não uma tentativa de replicar o som utilizando um sitetizador. Em termos mais simples: estes mp3 soam muito, mas muito melhor do que os anteriores!

Para finalizar, eu gostaria de escrever brevemente sobre cada uma das composições desta postagem.

Quarteto de Cordas No.1

Este quarteto foi a minha primeira obra dodecafônica, mas continua sendo uma das minhas composições favoritas. É dividido em três movimentos, o primeiro sendo rápido, o segundo lento e o terceiro uma fuga tripla, sendo que um dos três temas desta fuga é o tema principal do primeiro movimento. Esta é uma obra dodecafônica escrita de uma maneira rigorosa, respeitando todas as regras propostas por Schöenberg.

Quarteto de Cordas No.2 ‘Stabat Mater’

O segundo quarteto é relativamente mais fácil de se ouvir. Aqui eu já comecei a adaptar o sistema dodecafônico às minhas necessidades pessoais. Este quarteto é composto em dois movimentos, ambos lentos, e é baseado no texto medieval “Stabat Mater”. Mas eu já devo dizer que esta não é uma obra puramente religiosa; aqui o tema do texto é explorado de uma forma muito mais ampla, é o sofrimento, seguido da resignação, que importam, não a mãe bíblica. Na partitura, eu anexei o poema “Canção Amiga”, de Drummond, pois, de alguma forma, eu acredito que isto ajude a quebrar o caráter religioso de algumas possíveis interpretações.

‘Momenti’, para Violão, Clarinete e Trompa

Este trio utiliza uma séria dodecafônica criada por Schönberg, chamada “Série maravilhosa”, pois esta possui vários elementos interessantes de simetria. Sem que entremos em algo mais técnico, a idéia principal deste trabalho é, como o nome já diz, explorar pequenos momentos musicais. São seis movimentos, todos fluentes e pensados sempre em forma horizontal, ou seja, melodicamente. Na partitura, eu não utilizo nenhuma marcação de compassos, e isto ajuda a passar esta idéia de fluência e organicidade a qual eu tento explorar aqui.

Suite para Órgão, baseada num tema de G.Mahler

Esta suite é baseada no tema do Adagio da Décima Sinfonia de Gustav Mahler. São quatro movimentos, finalizando com uma fuga. Este trabalho também é dodecafônico, mas aqui este sistema é utilizado de uma forma muito menos rigorosa, e portanto muito mais pessoal.

Sonata para Piano, No.1

Esta é a mesma sonata já postada aqui no PQP, mas revisada há pouco tempo atrás. Minha primeira obra atonal, foi uma das minhas composições que mais agradaram aos leitores do PQP na última postagem, e por isto eu decidi incluí-la novamente aqui. A qualidade do som está muito melhor do que na postagem antiga, devido ao novo software que eu utilizo para criar estes arquivos mp3. Além disto, eu acredito que ela esta está muito melhor estruturada depois da revisão.

Suite para Cravo e Violoncelo, em Estilo Antigo

E para finalizar, esta suite é uma obra nostálgica. Eu sou um grande admirador do período barroco, e também de música contrapontística de uma maneira geral, e por isto eu decidi me propor um desafio: será que eu ainda conseguiria escrever algo tonal e respeitando todas as regras do contraponto clássico? Pois bem, eis o resultado. Diga-se de passagem, esta obra é dedicada ao meu grande amigo Milton Ribeiro, que também tem um blog aqui no OPS!, o qual eu altamente recomendo.

Acho que é isto então. Caso alguém tenha interesse em entrar em contato comigo, meu email é [email protected], seja para fazer críticas ou tecer elogios – o importante é o feedback. E, desde já, muito obrigado pelo interesse nas minhas composições. Eu espero que elas agradem a vocês.

Um grande abraço a todos,
Gilberto Agostinho

Gilberto Agostinho (1986): Quartetos 1 e 2, Momenti, Suíte para Órgão, Sonata para Piano, Suíte em Estilo Antigo, Five postcards

01 String Quartet No.1 – Molto andante, Adagio, Allegro
02 String Quartet No.1 – Lento assai
03 String Quartet No.1 – Fuga-Andante deciso

04 String Quartet No.2 – Adagio Maestoso
05 String Quartet No.2 – Elegia-Grave

06 ‘Momenti’ for Clarinet, French Horn and Guitar

07 Suite for organ – Introduction
08 Suite for organ – Toccata
09 Suite for organ – Chorale
10 Suite for organ – Fuga

11 Sonata for piano – Allegro energetico
12 Sonata for piano – Fuga con variazione

13 Suite for Cello and Harpsichord – Overture
14 Suite for Cello and Harpsichord – Allemande
15 Suite for Cello and Harpsichord – Courant
16 Suite for Cello and Harpsichord – Sarabande
17 Suite for Cello and Harpsichord – Air
18 Suite for Cello and Harpsichord – Minuet
19 Suite for Cello and Harpsichord – Gigue

20 Five postcards for flute and piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Obra Completa para Piano com Mitsuko Uchida (8 CDs)

Prezado FDP Bach.

Apesar de nunca termos nos visto, meu respeito pelo Sr. beira a devoção. Desta forma gostaria de lhe informar respeitosamente que Mitsuko Uchida simplesmente humilha a gravação anterior postada pelo Sr. e trazia o dedilhado do pianista Wilhelm Walter Friedrich Kempff. Espero que o Sr. não se ofenda. Isso me deixa duplamente triste porque Kempff — além de ser admirado pelo dileto amigo — era um dos pianistas preferidos de meu pai e eu gostaria de manter uma boa lembrança dele. Porém, quando comparado à Sra. Uchida tocando Schubert, Kempff parece um ventríloquo ou alguém que mal abre a boca para falar. Sua dicção e fraseado, comparados aos da japonesa que ora trago, parece a de um moribundo. Passei dias ouvindo Kempff em casa e achando tudo meio sem graça. Pois agora, estes mesmos 8 CDs da mesma música com a Sra. Uchida abriram um clarão em meio à nuvens. Foi realmente like a bridge over troubled water, meu amigo. A versão das sonatas finais de Uchida são tão boas quanto às de Brendel e Pollini — temo que talvez ainda melhores — , deixando Kempff no segundo grupo deste Carnaval.

Peço desculpas e ouça, por favor, o que segue.

Abraço.

AB-SO-LU-TA-MEN-TE IM-PER-DÍ-VEL !!!
(O que há de mais genial está nos CDs 4, 6, 7 e 8, mas os outros não são esquecíveis).

CD1:
Piano Sonata No.7 in E flat, D. 568
1. Allegro moderato [9:33]
2. Andante molto [7:21]
3. Menuetto (Allegretto) [5:01]
4. Allegro moderato [9:13]

6 Moments musicaux, Op.94 D.780
5. No.1 in C (Moderato) [7:02]
6. No.2 in A flat (Andantino) [7:18]
7. No.3 in F minor (Allegro moderato) [1:48]
8. No.4 in C sharp minor (Moderato) [6:45]
9. No.5 in F minor (Allegro vivace) [2:28]
10. No.6 in A flat (Allegretto) [10:49]

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD2:
Piano Sonata in A minor, D537
1) I. Allegro ma non troppo (7:31)
2) II. Allegretto quasi Andantino (7:46)
3) III. Allegro vivace (4:48)

6 German Dances, D820
4) I. Tempo giusto: A flat major (0:51)
5) II. A flat major (1:34)
6) III. A flat major (1:37)
7) IV. B flat major (1:02)
8. V. B flat major (1:25)
9) VI. Ligato: B flat major (2:02)

Piano Sonata in A major, D664
10) I. Allegro moderato (8:05)
11) II. Andante (4:02)
12) III. Allegro (7:14)

12 German Dances (Ländler), D790
13) I. D major (1:58)
14) II. A major (1:05)
15) III. D major (0:58)
16) IV. D major (0:54)
17) V. B minor (1:32)
18) VI. G sharp minor (1:11)
19) VII. A flat major (1:21)
20) VIII. A flat minor (1:31)
21) IX. B major (0:50)
22) X. B major (0:58)
23) XI. A flat major (1:07)
24) XII. E major (1:48)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD3:
Piano Sonata in D major, D.850
1) 1. Allegro (vivace) (8:37)
2) 2. Con moto (11:55)
3) 3. Scherzo: Allegro vivace – Trio (9:09)
4) 4. Rondo: Allegro moderato (8:29)

Piano Sonata in A minor, D.784
5) 1. Allegro giusto (14:06)
6) 2. Andante (4:08)
7) 3. Allegro vivace (5:23)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD4:
Piano Sonata No.16 in A minor, D.845
1) 1. Moderato [13:29]
2) 2. Andante, poco mosso [11:41]
3) 3. Scherzo (Allegro vivace) – Trio (Un poco più lento) [7:32]
4) 4. Rondo (Allegro vivace) [4:58]

Piano Sonata No.9 in B, D.575
5) 1. Allegro ma non troppo [8:01]
6) 2. Andante [6:00]
7) 3. Scherzo (Allegretto) [6:23]
8. 4. Allegro giusto [5:39]

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD5:
Piano Sonata No. 15 in C, D. 840 “Reliquie”
1) 1. Moderato [17:42]
2) 2. Andante [11:09]

Piano Sonata No. 18 in G, Op. 78, D. 894
3) 1. Molto moderato e cantabile [18:28]
4) 2. Andante [8:03]
5) 3. Menuetto. Allegro moderato [4:48]
6) 4. Allegretto [8:58]

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD6:
Piano Sonata No.19 in C minor, D.958
1. Allegro [10:21]
2. Adagio [8:40]
3. Menuetto (Allegro) [3:38]
4. Allegro [8:13]

Piano Sonata No.20 in A, D.959
1. Allegro [15:31]
2. Andantino [8:48]
3. Scherzo (Allegro vivace) [5:16]
4. Rondo (Allegretto) [12:00]

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD7:
Piano Sonata No. 21 in B flat, D.960
1) 1. Molto moderato (21:53)
2) 2. Andante sostenuto (10:40)
3) 3. Scherzo. Allegro vivace con delicatezza (3:56)
4) 4. Allegro ma non troppo (8:01)

3 Klavierstücke, D.946
5) No. 1 in E flat minor (9:31)
6) No. 2 in E flat (10:32)
7) No. 3 in C (5:43)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD8:
Impromptus, Op.90, D.899
1. No.1 in C minor: Allegro molto moderato [9:33]
2. No.2 in E flat: Allegro [4:42]
3. No.3 in G flat: Andante [5:37]
4. No.4 in A flat: Allegretto [8:04]

Impromptus Op.142, D.935
5. No.1 in F minor: Allegro moderato [10:57]
6. No.2 in A flat: Allegretto [8:00]
7. No.3 in B flat: Theme (Andante) with Variations [11:57]
8. No.4 in F minor: Allegro scherzando [6:33]

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Mitsuko Uchida, piano

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Alexander Scriabin (1872-1915): Integral das Sonatas para Piano

Roberto Szidon é um dos maiores artistas brasileiros. Nasceu em 1941, 14 anos depois de meu pai, um de seus maiores admiradores. Lembro de Szidon tocando Rudepoema, de Villa-Lobos, na Reitoria da UFRGS. Eu devia ter uns 8 ou 9 anos e fiquei encolhido na cadeira ao lado de meu pai, com medo de que ele não conseguisse tocar aquela peça para mim impossível — eu tinha menos de dez anos e ficava achando que os executantes iam errar… Ficava nervoso, torcendo por eles, tamanha a empatia. Naquela noite, intuía merda no ar. No momento em que Szidon deu o primeiro dos três acordes finais — com a mão fechada, esmurrando o piano — uma corda se rompeu, fazendo um som mais do que estranho. Szidon, uma cara baixinho, gordinho e de voz apagada (minha lembrança), explicou timidamente: “a corda se rompeu”. Todos rimos. Foi a aplaudido de pé, não em razão da corda, mas do que tinha feito antes.

Depois, Szidon foi para a Alemanha, tornou-se pianista da Deutsche Grammophon, tocando cada vez mais. Pouco aparece em Porto Alegre, sua cidade natal. Não, nada de ressentimentos. Nossa, adoraria postar seus Villa-Lobos aqui, mas nosso maior compositor, sabemos, é assunto proibido em nosso blog.

Ontem à tarde, falava com Francisco Marshall e ele me veio com este CD de Scriabin. Disse que era um dos melhores que tinha, mas que ia dar de presente a um pianista amigo (Tiago Halewicz? NÃO. VER COMENTÁRIO DE FRANCISCO MARSHALL, FM, AO POST). Antes, porém, queria que o PQP Bach o publicasse. Bá, fiquei muito feliz. Fiz a conversão rapidamente e já já chamarei um motoboy para devolver-lhe o tesouro.

Scriabin é um romântico tardio. A sonoridade de sua primeira fase é chopiniana — outro compositor bastante visitado por Szidon. As formas são as mesmas: há noturnos, prelúdios, estudos e mazurkas. E sonatas. Posteriormente inspirado pelos impressionistas, pelo cromatismo de Liszt e Wagner, Scriabin foi personalizando e evoluindo o seu vocabulário musical, evolução que podemos seguir através das suas dez sonatas, das quais as últimas cinco revelam passagens claramente atonais. A articulação é muitas vezes substituída por “uma cortina sonora”, em que os várias vozes se cruzam e atropelam. Não é nada trivial nem esquecível.

É um privilégio poder postar assim de chofre toda a evolução de Scriabin através da interpretação de Roberto Szidon. Sim, tem que baixar.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

CD 1: Scriabin: Piano Sonatas Nos.1, 2 & 3

Piano Sonata No.1 in F minor, Op.6
1. Allegro con fuoco 9:56
2. 6:20
3. Presto 3:28
4. Funebre 6:23

Piano Sonata No.2, in G sharp minor op.19 “Sonata Fantasy”
5. Andante 8:04
6. Presto 3:42

Piano Sonata No.3 in F sharp minor, Op.23
7. Drammatico 7:29
8. Allegretto 2:15
9. Andante 4:58
10. Presto con fuoco 6:01

Roberto Szidon

Total Playing Time 58:36

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD 2: Scriabin: Fantaisie Op.28; Piano Sonatas Nos.4, 5, 6 & 7 “White Mass”

1. Fantasy in B minor, Op.28 9:34

Piano Sonata No.4 in F sharp major, Op.30
2. Andante 3:27
3. Prestissimo volando 5:00

4. Piano Sonata No.5 in F sharp major, Op.53 13:05

Piano Sonata No.6, Op.62
5. Modéré 11:35

Piano Sonata No.7 (“White Mass”), Op.64
6. Allegro 13:42

Roberto Szidon

Total Playing Time 56:23

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

CD 3: Scriabin: Piano Sonatas Nos.8, 9 “Black Mass” & 10; 2 Early Sonatas

1. Piano Sonata No.8, Op.66 14:30

2. Piano Sonata No.9, Op.68 “Black Mass” 9:58

3. Piano Sonata No.10, Op.70 13:44

Sonate-fantaisie in G sharp minor (1886)
4. Andante – Allegro vivace 8:16

Sonata in E flat minor (1887-89)
5. Allegro appassionato 7:50
6. (Andantino) – attacca: 6:41
7. Presto 4:27

Roberto Szidon

Total Playing Time 1:05:26

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Jan Sibelius (1865-1957) e Magnus Lindberg (1958): Concertos para Violino

Este é um CD que vale mais pela qualidade da música do que pela interpretação. Lisa Batiashvili nasceu na Georgia, ex-União Soviética, em 1979, e é um tesão. Estudou, mora na Alemanha e, bem, é linda. Boa para capas de discos. Também é excelente violinista, mas nós do PQP temos aquela mania da grande gravação, da melhor interpretação e, enfim, Heifetz nos deixou até hoje meio viciados. Pois sua interpretação do Concerto de Sibelius é absolutamente fluente, de uma forma que parece inimitável. O esplêndido Concerto do também finlandês Lindberg finaliza o CD de forma inesperada. Ah, nem preciso dizer que Lindberg escreveu seu Concerto especialmente para a beldade. Ignoramos se comeu ou apenas escreveu.

Olha, eu baixaria o CD.

Jean Sibelius (1865 – 1957)
Violin Concerto in D minor, Op. 47
1)Allegro moderato (16:17)
2) Adagio di molto (8:33)
3) Allegro, ma non tanto (7:36)

Magnus Lindberg (1958 – )
Violin Concerto
4) 1st movement (12:04)
5) 2nd movement (10:07)
6) 3rd movement (3:45)

Lisa Batiashvili, violin
Finnish Radio Smphony Orchestra
Sakari Oramo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Robert Schumann (1810-1856): Sonata Nº 1 e Humoreske

Este CD é, provavelmente, muito bom. Mas não na minha opinião. Estas obras do compositor estão naquele grupo que considero insuportável. OK, o problema é meu e de mais ninguém. Desprezo mesmo! Estou escrevendo este post apenas porque sei que devo estar errado e essas musiquetas de Bobby são muito consideradas e ouvidas. Quem conhece bem Schummy poderia fazer um belo comentário para que eu suba para o post, não?

Agradeço antecipadamente.

Robert Schumann (1810-1856): Sonata Nº 1 e Humoreske

Piano Sonata No.1 in F sharp minor Op.11
1. I. Introduzione: Un poco … (13:51)
2. II. Aria (4:31)
3. III. Scherzo e intermezzo… (5:27)
4. IV. Allegro un poco maestoso (13:06)

Humoreske in B flat major Op.20
5. I. Einfach – Sehr rasch und leicht… (5:44)
6. II. Hastig – Nach und nach immer l… (5:24)
7. III. Einfach und zart – Intermezzo (4:33)
8. IV. Innig – Sehr lebhaft – Mit ein… (6:32)
9. Zum beschluss (6:41)

Angela Hewitt, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Robert Schumann (1810-1856): Piano Sonata no1. in F-sharp minor, Op.11 & Carnaval, Op.9

Vocês sabem muito bem que eu não morro de amores por Bob Schumann, mas que há algumas obras que tocam meu duro coração bach-bartokiano. E o Carnaval é uma delas. Ouvi sem emoção a Sonata Nº 1. OK, deve ser uma maravilha e sou um idiota incompreensivo para com as belezas do período romântico. Mas me deixem assim, por favor. É uma questão genética, talvez. Me parece um mela-cueca sem sal, fazer o quê?

No Carnaval, Kissin dá um banho. Gostei muito. Que bom seria se ele abandonasse de vez Chopin e Schumann. Tenho esperanças de que ele canse logo.

Robert Schumann (1810-1856): Piano Sonata no1. in F-sharp minor, Op.11 & Carnaval, Op.9

Piano Sonata no1. in F-sharp minor, op.11
1. 1. Introduzione. Un poco Adagio -… (11:15)
2. 2. Aria. Senza passione, ma espre… (3:36)
3. 3. Scherzo ed Intermezzo. Allegri… (4:26)
4. 4. Finale. Allegro un poco maestoso (11:59)

Carnaval, scène mignonnes sur quatre notes (ASCH), op.9
5. 1. Préambule (2:08)
6. 2. Pierrot (1:09)
7. 3. Arlequin (1:01)
8. 4. Valse noble (2:08)
9. 5. Eusebius (2:09)
10. 6. Florestan (0:54)
11. 7. Coquette (1:33)
12. 8. Rélique (0:55)
13. 9. Papillons (0:41)
14. 10. ASCH/SCHA (Lett… (0:52)
15. 11. Chiariana (1:29)
16. 12. Chopin (1:18)
17. 13. Estrella (0:27)
18. 14. Reconnaissance (1:40)
19. 15. Pantalon et Col… (0:52)
20. 16. Valse allemande (0:55)
21. 17. Paganini (1:11)
22. 18. Aveu (1:09)
23. 19. Promenade (2:24)
24. 20. Pause (0:15)
25. 21. Marche des ‘Dav… (3:20)

Evgeny Kissin, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

G. F. Händel (1685-1759): As seis sonatas para dois oboés e contínuo

Não encontrei maiores referências a este excelente CD que me foi enviado pelo comentarista Sidney Leal. Não está à venda na Amazon. É daqueles discos que sei lá; só sei que existem porque há capas escaneadas e coisa e tal — além de um som maravilhoso. Na verdade, trata-se de um belo CD nacional da Paulus, de 1998. O fato de ser nacional explica o fato de ser injustamente obscuro… Olha, mas meus parabéns, é muito bom. Confiram! Fiquei feliz de ouvir.

Obrigado, Sid!

G. F. Händel (1685-1759): As seis sonatas para dois oboés e contínuo

01 – Sonata I in B flat..
02 – Sonata I in B flat..
03 – Sonata I in B flat..

04 – Sonata II in D min..
05 – Sonata II in D min..
06 – Sonata II in D min..
07 – Sonata II in D min..

08 – Sonata III in E fl..
09 – Sonata III in E fl..
10 – Sonata III in E fl..
11 – Sonata III in E fl..

12 – Sonata IV in F maj..
13 – Sonata IV in F maj..
14 – Sonata IV in F maj..
15 – Sonata IV in F maj..

16 – Sonata V in G majo..
17 – Sonata V in G majo..
18 – Sonata V in G majo..

19 – Sonata V in D majo..
20 – Sonata V in D majo..
21 – Sonata V in D majo..
22 – Sonata V in D majo..

Bert Lucarelli e Arcádio Minczuk, oboés
Fábio Cury, fagote
Helena Jank, cravo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

George Philipp Telemann (1681 – 1767): Essercizii Musici (Completos)

Este é tipo de álbum que fará a alegria dos amantes do barroco e da história da música. São 4 CDs com os Essercizii Musici de Telemann completos.

Telemann foi, talvez criminosamente, o compositor alemão mais famoso na época de Bach. Mas não precisamos detestá-lo por isso. Publicava e escrevia demais, era isso. Escrevia mais música do que Luiz Nassif publica de posts. Ele compôs em todas as formas e estilos existentes em sua época. Sua música tem caráter inconfundível, é clara e tão fluente quanto os gols do Mazembe no Inter. Apesar de ser apenas quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Haendel, utilizou um estilo um pouco mais moderno e pode ser considerado um precursor do clássico. Entre os diversos gêneros musicais que compôs, destacam-se a sua Música vocal sacra, sendo notável o extraordinário número de cantatas (aproximadamente 1700), a Música vocal secular, dentre as quais figuram nove óperas, a Música orquestral, a Música de câmara e a Música para teclado. Hoje, a gente ouve quase só a música instrumental e esta… não parece acabar nunca.

George Philipp Telemann (1681 – 1767): Essercizii Musici

01 Sonata for violin & continuo in F major (Essercizii Musici No. 1/1), TWV 41:F4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Cologne Camerata, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

02 Trio for recorder, oboe & continuo in C minor (Essercizii Musici No. 1/2), TWV 42:c2
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

03 Sonata for flute & continuo in D major No. 2 (Essercizii Musici No. 2/3), TWV 41:D9
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

04 Trio for viola da gamba, harpsichord & continuo in G major (Essercizii Musici No. 2/4), TWV 42:G6
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

05 Sonata for viola da gamba & continuo in A minor (Essercizii Musici No. 3/5), TWV 41:a6
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

06 Trio for violin, oboe & continuo in G minor (Essercizii Musici No. 3/6), TWV42:g5
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

07 Sonata for recorder & continuo in D minor (Essercizii Musici No. 4/7), TWV 41:d4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

08 Trio for flute, harpsichord & continuo in A major (Essercizzi Musici No. 4/8), TWV 42:A6
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

09 Solo, for oboe & continuo in B flat major (Essercizi musici No. 5/9), TWV 41:B6
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

10 Trio for recorder, violin & continuo in A minor (Essercizii Musici No. 5/10), TWV 42:a4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

11 Solo, suite for harpsichord in C major (Essercizii Musici No. 6), TWV 32:3
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

12 Trio for flute, viola da gamba & continuo in B minor (Essercizii Musici No. 6/12), TWV 42:h4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

13 Sonata for violin & continuo in A major (Essercizii Musici No. 7/13), TWV 41:A6
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

14 Trio for recorder, viola da gamba & continuo in F major (Essercizii musici No. 7/14), TWV 42:F3
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

15 Sonata for flute & continuo in G major (Essercizii Musici No. 8/15), TWV 41:G9
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

16 Trio for recorder, harpsichord & continuo in B flat major (Essercizii Musici No. 8/16), TWV42:B4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

17 Sonata for viola da gamba & continuo in E minor (Essercizii Musici No. 9/17), TWV 41:e5
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

18 Trio for flute, violin & continuo in E major (Essercizii Musici No. 9/18), TWV 42:E4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

19 Sonata for recorder & continuo in C major (Essercizii Musici No. 10/19), TWV 41:C5
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

20 Trio for violin, viola da gamba & continuo in D major (Essercizii Musici No. 10/20), TWV 42:D9
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

21 Sonata for oboe & continuo in E minor (Essercizii Musici No. 11/21), TWV 41:e6
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

22 Trio for flute, oboe & continuo in D minor (Essercizii Musici No. 11/22), TWV 42:d4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

23 Solo, suite for harpsichord in F major (Essercizii Musici No. 12), TWV 32:4
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

24 Trio for oboe, harpsichord & continuo in E flat major (Essercizii Musici No. 12/24), TWV42:Es3
Composed by Georg Philipp Telemann
with Sabine Bauer, Ghislaine Wauters-Zipperling, Mary Utiger, Harald Hoeren, Yasunori Imamura, Hans-Peter Westermann, Michael Schneider, Rainer Zipperling

CAMERATA KÖLN
Michael Schneider, recorder
Karl Kaiser, transverse flute
Hans-Peter Westermann, oboe
Mary Utiger, violin
Rainer Zipperling, viola da gamba / violoncello
Ghislaine Wauters, viola da gamba
Yasunori Imamura, theorbo
Sabine Bauer / Harald Hoeren, harpsichord / organ

BAIXE AQUI A PARTE 1 – DOWNLOAD PART 1 HERE (RapidShare)
BAIXE AQUI A PARTE 2 – DOWNLOAD PART 2 HERE (RapidShare)
BAIXE AQUI A PARTE 3 – DOWNLOAD PART 3 HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

A cultura e a ilusão do mercado

Por John Neschling

Juca Ferreira representa um tipo de político que chama para si a responsabilidade de viabilizar o que o mercado jamais terá interesse em fazer

Na abertura da temporada do Teatro Alla Scala de Milão, o evento mais importante da pauta operística do mundo, o maestro Daniel Baremboim dirigiu-se ao público presente na sala, fazendo sua a preocupação da comunidade produtora e consumidora de cultura na Itália e na Europa em relação aos cortes drásticos de subvenções e à retração do Estado de suas responsabilidades culturais.

Foi delirantemente aplaudido. Fora do teatro, uma grande manifestação popular de repúdio aos cortes estatais teve que se ver com a repressão policial do governo Berlusconi. Fosse italiano, o cineasta Luiz Carlos Barreto estaria do lado da turma do Berlusconi, gritando a plenos pulmões que o Estado não deve ser provedor de cultura.

Ao menos é o que se depreende da leitura de seu artigo “Nem fica nem sai Juca”, publicado nesta Folha no dia 9 deste mês.

No seu texto, na verdade um manifesto anti-Juca Ferreira, Barreto desclassifica toda uma mobilização espontânea de importante parte da classe artística, que vem apoiando a permanência de Ferreira no Ministério da Cultura, em diferentes partes do Brasil, afirmando que tal movimento não conta com a participação da “classe artística”.

E o que somos nós, músicos, cantores, diretores de teatro, pensadores culturais, dançarinos, produtores etc., que temos, sim, nos engajado publicamente pela sua recondução ao cargo?

Talvez Luiz Carlos ache que eu seja beneficiário de uma verba astronômica dirigida à “cultura de salão” e nem me considere artista digno de discutir a questão cultural no país. Talvez ele desconsidere a linguagem cultural que eu represento, a julgar pela forma pejorativa com que se refere à música clássica.

Barreto é o tipo de produtor artístico que Berlusconi tem como ideal para o século 21, aquele que recebe as benesses do Estado, mas o isenta da enfadonha responsabilidade de pensar a cultura e apresentar democraticamente propostas definidas de política cultural.

Evidentemente que, com esse perfil, Barreto jamais apoiará um ministro como Juca Ferreira. Ferreira representa um tipo de político que encara o Estado como um pensador e enunciador de política cultural, com projetos definidos, e que chama para si a responsabilidade de viabilizar aquilo que o mercado jamais terá interesse em realizar.

Curioso é perceber que justamente essa produção cultural “autônoma”, que Barreto enaltece, viveu as últimas décadas mamando nas tetas generosas do Estado, beneficiando-se justamente dos “mecanismos de clientelismo” que o produtor cinematográfico critica.

Reclamando eternamente da penúria em que são mantidos os “autônomos”, se opõe a um ministro que propõe uma discussão democrática sobre o emprego das verbas oficiais para a cultura, alegando que se trata de prática autoritária.

Realmente, para Barreto, como ele mesmo afirma, não é importante discutir se Juca fica ou não. Aliás, para essa tendência que representa, não é fundamental um ministro que pensa e que discute. Aliás, nem é importante ter um ministro da Cultura, sonho de Berlusconi. Basta um mecanismo de distribuição de verbas e esmolas para o pátio dos milagres das artes brasileiras.

********

JOHN NESCHLING, maestro, é diretor artístico da Cia. Brasileira de Ópera. Foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Também dirigiu os teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro e os teatros São Carlos (Lisboa), St. Gallen (Suíça), Massimo (Palermo) e a Ópera de Bordeaux.

PQP

Entrevista com Nikolaus Harnoncourt: "El sonido más fiel"

Retirada daqui.

Nikolaus Harnoncourt es un grande de la dirección de orquesta mundial y uno de los mayores intelectuales de la música. Con su formación, Concentus Musicus, devolvió la autenticidad y la esencia a la interpretación de la música antigua y barroca. Varias generaciones han seguido su estela. El libro La música es más que las palabras reúne toda su sabiduría.

Los preocupantes síntomas de hinchazón llevaron a Nikolaus Harnoncourt (Berlín, 1929) en los cincuenta a cambiar la historia de la música en la descorazonada Austria de posguerra. El entonces violonchelista había detectado un bulto romántico, según confiesa personalmente, el moratón repetitivo de un arte que había perdido carácter y corría el riesgo de infectar sin remedio los oídos del público con aburrimiento, programas previsibles y ejecuciones cansinas: Brahms y Beethoven; Beethoven y Brahms con un interludio de valses de Strauss por año nuevo.

Leonhardt tuvo reparos conmigo porque había pertenecido a las Juventudes Hitlerianas, pero, una vez le aclaré que no había más opciones, nos hicimos amigos

Él no era ningún nombre de postín todavía. Un disciplinado e inquieto miembro de la Sinfónica de Viena que dirigía por aquel entonces Herbert von Karajan. Corrían tiempos en los que las batutas ni admitían discusiones, ni réplicas, ni preguntas. Así que Harnoncourt y sus amigos tuvieron que reunirse clandestinamente en su casa para llevar a cabo el milagro: crear una corriente de interpretación de la música barroca y antigua con instrumentos de época. Bach y compañía recuperados en su pura esencia. “Objetivarlo todo”, como dice él en el libro La música es más que las palabras (Paidós).

Viena despertaba de la pesadilla monstruosa del nazismo entre guerras subterráneas de espías y añoranzas de un imperio que luego resultó rentable para el turismo. Pero seguía siendo el lugar donde casi siempre se había regenerado la música, a veces de forma violenta. Hoy, en el XXI, existen escuelas, grupos y miles de partituras recuperadas por todo el mundo gracias a esa revolución iniciada por él con su grupo Concentus Musicus.

En su ánimo imperaba la discusión, la obsesión por el debate. Los gérmenes de lo que luego le ha hecho pasar a la historia por sus discursos sabios y revolucionarios acerca de la interpretación. Entonces chocaba con las maneras dictatoriales de Karajan, a quien respetaba, por otra parte. Pero sobre todo con cierto conservadurismo que no podía combatirse. No se admitían peros. Esa era una actitud poco convincente con quien desde niño había aprendido a pensar por sí mismo precisamente por rebeldía. “Los directores entonces no admitían sugerencias. Yo hice tres preguntas en mi etapa de violonchelista y me respondieron: ‘Porque lo digo yo’. Ahora, cuando me preguntan a mí contesto hasta que se me acaban los argumentos y si no convenzo, entonces admito mi equivocación y cambio de opinión”.

A Harnoncourt, su paso por las Juventudes Hitlerianas -una obligación para los niños que no se podían permitir el lujo de quedar apestados- le enseñó a ponerlo todo en solfa. Tanto bramido, tanto dogma, le repelía. “Debía de obedecer, decir sí a cada orden, pero en mi interior me preguntaba constantemente: ¿y si en vez de sí es no?”.

Era un niño sensible, obsesionado con los teatros de marionetas. “De haber comprobado que podía ganarme la vida con ello, me hubiese dedicado a eso”, confiesa desde su casa del Tirol, rodeado de montañas nevadas que hoy ya no puede escalar, pero que aún le soplan el sonido acuchillado del viento. Pero fue la música la que le ofreció un futuro. La música que siempre estuvo ahí, compañera fiel.

Nunca imaginó que el destino le deparara un lugar así en la historia. Las inquietudes constantes le llevaron lejos. Desde aquellas reuniones ocultas para Karajan hasta su nombre reivindicado hoy como punto de referencia mundial, ha llovido. “No le decíamos a Karajan qué hacíamos. De mí, sabía que tocaba por entonces la viola de gamba y adoraba a Bach, pero todo era secreto”.

Tanto que comenzaron a ensayar y a reunirse en 1953, pero vieron la luz por primera vez en 1957. “Fue muy difícil, entonces no existían los instrumentos que necesitábamos. Tuvimos que pedirlos prestados en los museos para ensayar”, relata Harnoncourt. También decidieron leer y leer partituras. Despojarlas de las interpretaciones y los cambios que habían ido sufriendo con el tiempo. Volver radicalmente a la esencia, sobre todo con Bach, su obsesión, pero sin perder el ancla de su tiempo. “Decidimos que interpretaríamos a los barrocos, con toda su pureza, en el cincuenta por ciento de nuestro repertorio. La otra mitad sería para los creadores contemporáneos”.

El Concentus Musicus de Harnoncourt se convirtió así en doble referencia. “Acudieron a vernos trabajar desde Stravinski a Hindemith, que, por cierto, eran mucho menos fieles a sus propias partituras que nadie. Cambiaban sus tempos como les venía en gana, no se atenían a lo escrito. Muy curioso”.

Poco a poco fueron extendiendo una tela de araña que crecía, crecía y envolvía con una nueva dimensión la interpretación musical más antigua. La contradicción era gloriosa. El sonido puro más fiel a las épocas pasadas se revelaba como algo completamente nuevo. Un efecto de autenticidad impactante que convirtió aquella corriente en una religión de la que hoy son devotas tres generaciones de músicos. De Harnoncourt a Fabio Biondi, pasando por John Eliot Gardiner, William Christie, Jordi Savall, Ton Koopman…

Los lazos no tardaron en surgir. Primero llegaron los holandeses, con figuras como Gustav Leonhardt a la cabeza. A la larga, él ha sido más papista que el Papa. “Sé que al principio tuvo reparos conmigo porque había pertenecido a las Juventudes Hitlerianas, pero, una vez le aclaré que no había más opciones, nos hicimos amigos”. Luego apenas ha habido tensión entre ellos pese a que Harnoncourt ha seguido con todos los repertorios de las épocas que le ha apetecido y el holandés, una especie de monje de clausura de la música antigua, no quiere saber nada de instrumentos más modernos que el clave o el órgano: “A Leonhardt, un piano le da miedo”, asegura Harnoncourt. No puede entender que las partituras de Bach se adapten a un monstruo tan moderno.

Tampoco hace falta ser tan radical, cree el músico. “Yo lo soy, en muchas cosas, pero sé que nunca se puede lograr el cien por cien de los objetivos que se pone uno en la vida”. Harnoncourt siempre ha sabido distinguir y entender lo que es sagrado o no lo es. Como las estructuras de pensamiento. Ambos campos se relacionan para el director.

La música que él ha resucitado está consagrada a la gloria de Dios. Fue el principal motor de Bach. “Entender que el arte es lo que nos hace humanos puede ser una especie de bendición relativa a un sentimiento religioso. No existe pueblo en la tierra, entre Siberia o África, que no consagre su creatividad a un sentido elevado. Siempre nos enfrentamos a un gran misterio sobre lo sagrado”.

Las preguntas trascendentes nos diferencian de otras especies. “Creo que existen dos formas de pensamiento. La lógica y la fantástica. Un mono puede contar con la primera. Puede coger una piedra y partir una nuez. Es decir, utilizar la tecnología. Un mono podría fabricar un ordenador, pero no hacer un poema, para eso necesita el pensamiento fantástico. La música pertenece a este tipo de pensamiento”.

Tampoco es que reniegue de los avances. Aunque sí ha llegado a una conclusión: “No creo en el progreso, pero sí en el cambio”. Un matiz amplio que da para mucho, aunque las grandes preguntas, las grandes dudas en el arte permanecen intactas y sin posibilidad de resolución: “Desde los griegos, seguimos planteándonos las mismas cuestiones”.

Después está la emoción. Y gran parte de la culpa de que el Concentus Musicus se pusiera en funcionamiento tuvo que ver con la búsqueda de nuevas sensaciones. “Cuando interpretábamos música barroca producía aburrimiento. Eso nos llevó a preguntarnos algo muy sencillo: ¿Por qué si al contemplar una escultura de Bernini nos pone los pelos de punta no nos sucede lo mismo con la música que se hacía en la época?”.

La respuesta estaba clara. Cuando contemplaban una obra de arte lo hacían sin tapujos, transparentemente ante sus ojos, pero cuando escuchaban una partitura había sido tan despojada de su primitivo sentido, adaptada con tanto artificio a su tiempo, que había perdido la capacidad de emocionar.

Y esa búsqueda, para Harnoncourt, es intemporal. La concienzuda recuperación del pasado ha regenerado también la interpretación de todos los repertorios. También del romanticismo, periodo en el que este músico se centra sobre todo en su libro de entrevistas. En él realiza disquisiciones interesantes que abarcan la obra de Beethoven, Schubert o los Strauss. “El primero me parece un agitador de su época, un luchador por la libertad, el romántico de dimensiones heroicas, mientras que Schubert es el romántico pegado al alma, el de dimensiones íntimas y trágicas que no pudo llegar a escuchar sus sinfonías”.

En cuanto a los Strauss, para Harnoncourt guardan una dimensión crucial en la identidad vienesa: “Cada ciudad interesante tiene su folclore, los Strauss y en cierto sentido también Schubert son folclore vienés sin que eso signifique que hicieran una música frívola o ligera, en absoluto”.

La música es más que las palabras. Nikolaus Harnoncourt. Traducción de Isidro Arias Pérez. Paidós. Barcelona, 2010. 384 páginas. 29,90 euros.

PQP

Tres generaciones consagradas al barroco

Retirado daqui.

La interpretación historicista de la música pretérita es sin duda el debate de mayor calado que ha conocido este sector de la cultura a partir de la segunda mitad del siglo XX. De hecho se trata de un debate que entronca directamente con la modernidad por lo que tiene en su origen de experimentalismo. Solo que este, comparado con otros que no prosperaron, ha acabado por crear un nuevo público, es decir, un mercado dinámico y estable. ¿Cómo empezó todo? Nikolaus Harnoncourt, precisamente, ha reflexionado a fondo sobre el hecho de que, tan solo 200 años atrás, la música que se interpretaba y se escuchaba era la estrictamente contemporánea, mientras que la compuesta apenas unas décadas antes quedaba irremisiblemente arrumbada en el desván o, a lo sumo, reciclada como una extravagancia alla antica. Tenía que ser el historicismo romántico el que estableciera una nueva forma de aproximarse a ese repertorio como objeto de arte, portador de unos valores que volvían a conectar con el espíritu del hombre contemporáneo. Hay una fecha comúnmente citada como fundacional de esa inversión de óptica: la dirección de Felix Mendelssohn, en Berlín, en 1829, de la olvidada Pasión según san Mateo de Bach. Esa fue la punta de lanza destinada a atravesar el siglo XX: en su estela, a partir de los años treinta, Pau Casals normalizó las Suites para violonchelo como repertorio de concierto, mientras que Wanda Landowska haría lo propio con las Variaciones Goldberg. Ese afán por el redescubrimiento llega reforzado hasta nuestros días y en este sentido cabría concluir, con Adolfo Salazar, que seguimos siendo deudores del Romanticismo. Ahora bien, a partir de la década de los años cincuenta, en consonancia con el creciente interés que en todas las disciplinas artísticas suscita la cuestión del lenguaje, se introduce un nuevo cambio de perspectiva con el repertorio antiguo. La operación no es ya la de acercar el pasado a la sensibilidad contemporánea, sino al revés, de conducir a esta hasta un supuesto “sonido original” construido científicamente, es decir, previo contraste de fuentes, pormenorizado análisis de la partitura e investigación profunda de los instrumentos de época. Los dos grandes padres fundadores de esta tendencia fueron Harnoncourt y Gustav Leonhardt cuando acometieron la grabación de las cantatas de Bach. Esa operación revolucionaria suscitó un encendido debate entre apocalípticos e integrados: los primeros despreciaban la frialdad de laboratorio de esas interpretaciones y las pocas concesiones a la emoción que se permitían, al tiempo que los segundos defendían sus postulados como la única verdad revelada.

¿Qué ha ocurrido después? Pues que el oído del público ha aprendido a escuchar el “nuevo sonido original” y lo ha hecho mayoritariamente suyo. Ello ha sido posible gracias a la segunda generación de intérpretes con instrumentos originales, nacidos a partir de los cuarenta, como Ton Koopman, Christopher Hogwood, Eliot Gardiner o Jordi Savall. Este último sintetiza mejor que nadie el boom de esta música cuando, en 1991, recupera el repertorio para viola de Sainte-Colombe y Marin Marais (siglo XVII) para la película Tous les matins du monde, de Alain Corneau. Esa música, como el gregoriano de los monjes de Silos, se convirtió por esos años en un inesperado fenómeno de masas que entró incluso en las discotecas a la hora del cierre.

¿Dónde estamos ahora? Para la tercera generación de intérpretes de música antigua la discusión lingüística ha quedado definitivamente atrás. Se acercan al repertorio sin complejos, con la misma tenacidad que sus predecesores para volver a la luz las obras que lo merecen, pero con menos remilgos filológicos y restricciones interpretativas a la hora de consignarlas. Y si las dos primeras generaciones pertenecieron mayoritariamente al centro y el norte de Europa (no se olvide que Savall se formó en Basilea), la tercera ha ampliado hacia el sur su radio de acción. Dos casos han sido modélicos en la recuperación del repertorio barroco de sus respectivos países: el italiano Fabio Biondi, que se formó, entre otros, con Savall e intervino en la banda sonora de Tous les matins du monde, por la misma época en que fundaba su grupo Europa Galante; y el español Eduardo López Banzo, que estudió en Ámsterdam con Leonhardt y a su regreso en 1988 fundó el grupo Al Ayre Español. Son dos ejemplos vivos de que la música interpretada con instrumentos originales no ha dicho aún su última palabra. Pero para que ello sea posible hizo falta que una primera generación rompiera el hielo, ni que fuera con las armas de la intransigencia.

PQP

Almeida Prado

Por John Neschling

Acordei ontem tão chocado com a notícia do falecimento de José Antonio Almeida Prado que não tive coragem de sentar e escrever nada a respeito. Achei que tudo o que pudesse dizer não espelharia a enorme perda que teve a nossa música.

É difícil reconhecer os gênios, principalmente quando fazem parte do nosso cotidiano. Eles convivem conosco como pessoas comuns, e nós as tratamos assim, como pessoas comuns. Dizemos alô e ciao como se estivéssemos tratando com simples mortais como nós. São alguns lampejos de consciência, quando somos confrontados com a sua obra, que nos indicam a importância de sua criação e a singularidade de sua existência.

Tantas vezes a grandeza da obra não condiz com a pessoa do criador. Quase sempre prefiro manter distância das pessoas que admiro muito. Tenho medo de confundir a sua imperfeição humana com a perfeição de sua obra.

Conheci José Antonio nos anos 70, quando, ainda pouco experiente com a música de nossos dias, tive a oportunidade de dirigir um concerto na Semana de Musica Contemporânea de Graz, na Austria. Do concerto fazia parte a “Exoflora” de Almeida Prado, da qual ele mesmo foi solista ao piano.

Passamos aquela semana andando pelas ruas, ensaiando e assistindo a concertos, conversando sobre música contemporânea, rindo às gargalhadas de nós mesmos e da importância que tantos compositores davam a si mesmos.

José Antonio era de uma modéstia comovente, espiritualizada até.

Tinha já naqueles dias a noção de transcendência da música e de seu caráter inefável. Compunha e ouvia a sua própria música assim como a dos outros como se estivesse orando. Aprendi muito com ele, ao me concentrar no som dos pássaros, do vento, da chuva e ao reencontrar na sua música esse seu amor pela natureza e pela criação divina.

Nunca mais nos separamos. De tempos em tempos nos falávamos e quando assumi a OSESP, foi um dos compositores brasileiros que mais procurei executar. Em Campos de Jordão ouvi a Sonata para Violoncelo que José Antonio compôs para Antonio Menezes e saí do Auditório certo de que tinha ouvido uma obra da grandeza de uma sonata de Brahms.

Andava doente há tempos. Sofria muito com sua diabetes, mas nunca o ouvi proferindo uma palavra de queixa. Pelo contrário, conversar com ele era sempre uma celebração da vida e dos planos futuros. Nossas conversas eram tão simples e despojadas que eu, vez ou outra, nem me dava conta de que estava falando com um gênio de nossa cultura, um ser abençoado, capaz de criar obras que dão ao nosso cotidiano um outro sentido.

Sei que a obra do gênio perdurará. E os gênios, por isso mesmo, são imortais. A minha imensa tristeza é pela perda do Zé Antonio. Essa é difícil de enfrentar.

PQP

Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 4

O Cuervo López escreveu: Hemos analizado ya esta obra descomunal, y por mucho tiempo oculta, del compositor ruso Dmitri Shostakovich, centrándonos en la versión de Bernard Haitink con la London Philharmonic Orchestra. Pero aquí ofrecemos otra impresionante versión, correspondiente al ciclo integral que un experto en ciclos como Eliahu Inbal ofreció con la Wiener Symphoniker para el sello japonés Denon. Un sonido magnífico y una concentrada lectura, sello característico de Inbal, en este versión imperdible.

Milton Ribeiro escreveu: Sinfonia Nº 4, Op. 43 (1936)

Uma sinfonia decididamente mahleriana. Shostakovich estudara Mahler por vários anos e aqui estão ecos monumentais destes estudos. Sim, monumentais. Uma orquestra imensa, uma música com grandes contrastes e um tratamento de câmara em muitos episódios rarefeitos: Mahler. O maior mérito desta sinfonia é seu poderoso primeiro movimento, que é transformação constante de dois temas principais em que o compositor austríaco é trazido para as marchas de outubro, porém, minha preferência vai para o também mahleriano scherzo central. Ali, Shostakovich realiza uma curiosa mistura entre o tema introdutório da quinta sinfonia de Beethoven e o desenvolve como se fosse a sinfonia “Ressurreição”, Nº 2, de Mahler. Uma alegria para quem gosta de apontar estes diálogos. O final é um “sanduíche”. O bizarro tema ritmado central é envolvido por dois scherzi algo agressivos e ainda por uma música de réquiem. As explicações são muitas e aqui o referencial político parece ser mesmo o mais correto para quem, como Shostakovich, considerava que a URSS viera das mortes da revolução de outubro e estava se dirigindo para as mortes da próxima guerra.

Dmitri Shostakovitch (1906-1975): Sinfonia Nº 4

1. Symphony No. 4 In C Minor, Op. 43: I. Allegretto Poco Moderato 28:21
2. Symphony No. 4 In C Minor, Op. 43, II. Moderato Con Moto 9:11
3. Symphony No. 4 In C Minor, Op. 43: III. Largo – Allegro

Vienna Symphony Orchestra
Eliahu Inbal

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Final dos posts do PQP:

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nos 1, 2 e 3

A Sinfonia Nº 1 de Shosta é sensacional e é candidata ao prêmio de melhor obra erudita escrita na segunda década da vida de qualquer compositor. Shosta a escreveu aos 19 anos e foi seu trabalho de graduação. Que bonito! Acho que seu maior concorrente púbere é Mendelssohn, hein? Não me venham com Mozart, que foi um menino-prodígio como executante — eu o ouvi em Viena, não esqueçam que sou filho bastardo de J. S. Bach — , mas um compositor que desabrochou aos 22-23 anos. Não hesito em classificar a 1ª Sinfonia como uma das grandes obras de Shosta. É cheia de ideias e silêncios, é estranha e orientalizante, jovem e tesuda.

Por falar em tesão, não tenho o mesmo entusiasmo pela 2ª e 3ª. São complicadas, moderninhas e acabam ambas por um coral cantando alegremente os sucessos de uma jovem revolução que obedeceu à 4ª Lei da Termodinâmica (“Tudo acaba em merda”).

Opus 10: Symphony No. 1 F minor (1924-1925)
Movements:
1. Allegretto – Allegro non troppo 8:18
2. Allegro 5:08
3. Lento – Largo 8:46
4. Lento – Allegro molto – Adagio – Largo – Presto 9:28
Graduation piece.
First performance 12 May 1926 in Leningrad Philharmony by Leningrad PO under N. Malko.

Opus 14: Symphony No. 2 B major “To October” with chorus (1927)
After Aleksander Bezimensky’s poem “To October”, commissioned for the tenth anniversary of the revolution.
In one movement: Largo – Allegro molto – Meno mosso – Choral Finale 21:07
First performance: 5 November 1927 in Leningrad Philharmony by Leningrad PO and Academic Chorus under N. Malko.

Opus 20: Symphony No. 3 E flat major “The First of May” with chorus (1929)
In one movement: Allegretto 32:49
Text by S. Kirsanov.
First performance: 21 January 1930 in Leningrad by Leningrad PO and State Academic Chorus under A. Gauk.

London Philharmonic Orchestra y Coro.
Bernard Haitink

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Jan Dismas Zelenka (1679–1745): Oratório Gesù al Calvario

Olha, grande, grandíssimo CD do cara-de-doido-varrido Hermann Max. Antes de colocar uma informação biográfica de Zelenka — já não tinha feito isso em outro post? — copiada deste site, vai o selo de qualidade:

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Jan Dismas Zelenka (Lunovice, Bohemia, 16 de outubro de 1679 – Dresde, 22 de dezembro de 1745). Compositor barroco checo.

Sua vida

Jan Dismas Zelenka nasceu o 16 de outubro de 1679 em Lunovice, um pequeno povo ao sudoeste de Praga na República Checa. Ainda que não se conhece muito de sua infância e juventude, provavelmente foi seu pai, professor e organista desta cidade, quem o introduziu no mundo da música. Pensa-se que pôde ter recebido uma educação musical no colégio jesuita de Praga, chamado Clementinum.

Em 1709 foi contrabajo da capilla do Conde J.L. von Hartig em Praga e em 1710 da Capilla Real Sajona de Dresde. De 1715 a 1719 estudou com Johann Joseph Fux em Viena e com Antonio Lotti e Alessandro Scarlatti na Itália]]. Em 1719 fixou sua residência definitiva em Dresde, onde foi nomeado em 1721 vicemaestro de capilla no corte de Augusto II da Polónia, se convertendo em ayudante do grande compositor Johann David Heinichen. Em 1729 recebe o cargo de director de música da Igreja. Permaneceu nesta cidade até sua morte, em 1745.

Sua obra

Jan Dismas Zelenka compôs música instrumental e vogal, ainda que a maior parte de sua obra está dedicada à música religiosa. Sua música é pouco convencional e de grande originalidad. Apesar disso e devido a que Zelenka era considerado um compositor demasiado conservador em seu tempo (ao igual que Johann Sebastian Bach), a maior parte de sua obra ficou no esquecimento após sua morte, e não foi senão até finais do século XX que algumas de suas obras voltaram a se interpretar.

A maior parte de sua música religiosa foi escrita para o corte de Dresde, que se tinha convertido ao catolicismo por questões políticas. Nesta, Zelenka une as técnicas de composição arcaicas, baseadas sobretudo em um contrapunto muito estrito, com os elementos mais modernos de sua época, conseguindo assim obras de grande expresividad. Conhecem-se dele cerca de 20 missas, fragmentos de missa, responsorios, 2 Magnificats, um deles em re maior, que Johann Sebastian Bach fez copiar para seu filho Wilhelm Friedemann, numerosos salmos, responsorios a capella, elogiados por Telemann, e 3 oratorios: Gesù ao Calvario, Il Serpente de bronzo e I penitente ao Sepolcro.

O número de composições vocais profanas é muito reduzido. Entre estas destaca a ópera latina Sub olea pacis et palma virtutis.

Em sua música instrumental introduz Zelenka elementos da música popular checa. Entre suas obras instrumentales encontram-se: 6 sonatas de câmara, 5 capriccios para orquestra, uma sinfonía, uma suite-obertura, uma obertura de programa, Hipochondria, e um concerto para orquestra em sol maior.

Zelenka mostra-se próximo dos grandes maestros do Barroco tardio. Seu originalidad na invenção de temas, nas progressões armónicas, no uso constante de cromatismo e na busca de novas sonoridades, ao igual que sua escritura de grande virtuosismo, são muito apreciadas actualmente e o acercam notavelmente a Johann Sebastian Bach, quem o considerava um excelente compositor.

A música de Zelenka encontra-se registada e ordenada tematicamente no catálogo Zelenka-Werke-Verzeichnis (ZWV) de Wolfgang Reiche.

Jan Dismas Zelenka (1679–1745): Oratório Gesù al Calvario

CD 1
1. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: Introduzione
2. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘O figlie di Sionne’
3. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Misera Madre’
4. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Fiero dolor’
5. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Se in te fosse’
6. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Madre! Figlio!’
7. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Ah! se tu costi’
8. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Tanto amor che ti giova’
9. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘A che riserbano i cieli’
10. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Ed io, Signor’
11. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Si la morte’
12. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Smanie di dolci affetti’
13. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘S’una sol lagrima’
14. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Si crocifigga il Nazareno

CD 2
1. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Spasimi del cor mio’
2. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Se ingrato e ribelle’
3. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Alzate pur il gran trofeo’
4. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Santo amor, che tanto peni’
5. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Vinto da tanto amor’
6. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Che fiero martire’
7. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Ma di tragica scena’
8. Gesù al Calvario, oratorio for soloists, chorus, instruments & continuo, ZWV 62: ‘Questo è il monte salutare’

Sopran (Maria Vergine): Ingrid Schmithüsen
Sopran (Maria Maria Maddalena): Larissa Malikowa
Kontratenor (Gesù): David Corier
Kontratenor (San Giovanni): Kai Wessel
Alt (Maria Cleofe): Lena Susanne Norin

Rheinische Kantorei
Das Kleine Konzert
Hermann Max

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

John Zorn (1953): Chimeras (Edição revista, 2010)

Li em alguns lugares que este trabalho seria o melhor de John Zorn até hoje. Não consigo concordar de modo algum. Pode ser o mais erudito de seus trabalhos, nunca o melhor, na minha opinião. A sonoridade é muito, muitíssimo Pierrot Lunaire — a instrumentação é a mesma, apenas com mais percussão — e Zorn deve e fica devendo bastante a Arnold Schoenberg.

Recentemente revista, esta parece ser a versão definitiva de Chimeras. Dizem maravilhas deste disco, repito, mas algo trancou e não entrou direito na minha cabeça. Falem em violência, perversão, feminilidade, inocência e beleza… Juro que ouvi pouco disso na obra. Ouvi mesmo foram os ecos saudosos da Segunda Escola de Viena que, para Zorn, parece não ser apenas um importante período histórico no desenvolvimento da linguagem musical.

De qualquer maneira, é bom conferir, John Zorn é um sujeito talentoso. Faz e já fez coisas muito maiores e melhores do que Chimeras.

John Zorn: Chimeras (Edição revista, 2010)

1. John Zorn – One (1:50)
2. John Zorn – Two (2:42)
3. John Zorn – Three (2:04)
4. John Zorn – Four (1:24)
5. John Zorn – Five (3:16)
6. John Zorn – Six (4:16)
7. John Zorn – Seven (3:10)
8. John Zorn – Eight (2:48)
9. John Zorn – Nine (2:39)
10. John Zorn – Ten (0:55)
11. John Zorn – Interlude (2:54)
12. John Zorn – Eleven (1:44)
13. John Zorn – Twelve (2:55)
14. John Zorn – Postlude (0:16)

Ilana Davidson, soprano
Elizabeth Farnum, soprano
Tara O’Connor, flautas
Mike Lowenstern, clarinete
Jennifer Choi, violino
Fred Sherry, violoncelo
Stephen Drury, piano, orgão e celesta
William Winant, percussão

Bradley Lubman, regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (RapidShare)

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP