Música na Corte Brasileira – Vol. 4 de 5: Na Corte de D. Pedro II (Acervo PQPBach)

mua%cc%83a%cc%8asica-na-corte-brasileira-vol-4_-na-corte-de-d-pedro-iiMúsica na Corte Brasileira – Vol. 4
Na Corte de D. Pedro II
1965

 

O período de incertezas e agitação política, em que transcorreram a menoridade do Imperador-menino, D. Pedro II, e a sua mocidade, foi desfavorável à música nas suas expressões próprias. Ocorreu, então, um longo hiato, preenchido somente pelo movimento operístico, com a vinda assídua de companhias italianas. D. Pedro II, filho de musicistas, fez estudos musicais muito menos acurados do que os de seus pais. Ainda assim, criou condições para a formação de personalidades como Carlos Gomes e Pedro Américo. Assistia aos espetáculos de ópera e aos Concertos dos Clubes Mozart e Beethoven, que fazia questão de prestigiar.

Elias Álvares Lobo (1834-1901), paulista de Itu, é autor da primeira ópera composta e representada no Brasil. O libreto é de José de Alencar: A Noite de São João. Os festejos tradicionais cearenses que tinham inspirado o patriarca de nosso romance, análogos àqueles que ocorriam no interior de S. Paulo, inspiraram a primeira manifestação do nosso regionalismo no terreno da ópera. Foi representada no Rio de Janeiro (14-12-1860), e repetida seis vêzes, sob a regência do seu co-provinciano Carlos Gomes, dois anos mais môço que ele. A seguir, escreveu a ópera em 4 atos A Louca, sôbre libreto do Dr. Antonio Aquiles de Miranda Varejão. Não conseguindo levá-la à cena, vítima de maquinações insidiosas, renunciou à carreira de operista. A Abertura de A Louca é de extrema singeleza de recursos expressivos.

Nesse periodo a personalidade que se afirmou com maior relêvo foi a de Henrique Alves de Mesquita (1838-1906), compositor carioca, pistonista notável, que estudou em Paris com Francois Bazin e lá fez executar a Abertura Étoile du Brésil e a opereta Noivado em Paquetá, ali representada com o título de Une nuit au château. O seu maior êxito foi, porém, com O Vagabundo, a mais forte dentre as óperas de autores brasileiros anteriores às que Carlos Gomes escreveu a partir de O Guarani. A Abertura de A Noite no Castelo é a da antiga Noivado em Paquetá. Não confundir esta peça com a ópera juvenil de Carlos Gomes Noite do Castelo.

Pedro Teixeira de Seixas, mais conhecido por Pedro Teixeira, português, autor duma Missa em Mi Bemol ou “da Coroação“, é considerado pelo Visconde de Taunay “artista de mérito”, assinalou-se pela sua contribuição para o abastardamento da música sacra entre nós. Escreve dele Taunay: “Pedro Teixeira / …… /foi o principal propulsor da reforma da música sagrada, e o que ousou mais amplamente dramatizar os trênos sagrados, e converter a pedra d’ara dos altares no pavimento do hipocênio, onde se compassam as voluptuosas melodias da ópera italiana” … Pedro Teixeira foi proclamado o reformador da música, o homem do gosto moderno, e todos os artistas o foram imitando. Tínhamos, nas grandes festas, missa do Barbeiro, da Pêga Ladra, de Aureliano, da Cenerentola e da Italiana em Argel … No entanto, como escreve o alemão Bd. Theodor Boesch, eram aquí excelentes os bailados e dignos dos palcos da Europa. A Abertura do bailado Triunfo do Amor, de Pedro Teixeira, é bem de “ballet” pelos seus giros de índole coreográfica.

A Abertura A Castanheira, atribuída a Luiz Inácio Pereira, músico português, leve e de certa graciosidade devido ao caráter popular do seu tema, levanta o problema da autoria, já que entre os 15 entrementes, burletas e farsas portuguêsas de Marcos Portugal existe uma A Castanheira. A partitura, porém, menciona Luiz Inácio Pereira.

Eleutério Feliciano de Sena é anunciado como Mestre de Música, no Rio de Janeiro, no período entre 1855 e 1867. Eml 14-3-1848, publica um Hino em Aplauso do Faustosíssimo Dia do Aniversário Natalício de S. M. a Imperatriz do Brasil, com letra de Possidônio Antônio Alves. De sua autoria êste Andante Para Grande Orquestra.

A vinda ao Brasil de Louis Moreau Gottschalk (1829-1869), em 1869, ano em que aqui faleceu, teve consequências importantes para a evolução do teor operístico de nossa música. Brilhantíssimo virtuoso (a peroração da sua celebérrima Grande Fantasia Triunfal Sôbre o Hino Nacional Brasileiro foi incorporada por lsidor Philipp ao seu tratado das oitavas), os seus programas de concertos eram constituídos de obras de sua autoria, do gênero “salão”, porém, encerrando dificuldades técnicas, principalmente na parte da mão direita. Quase nenhum pianista trouxera ao nosso público, fanatizado pela ópera, a antiga música barroca dos tempos que findaram com a morte de José Maurício; e nem Beethoven, nem Schumann ou Chopin. Gottschalk fascinou incomparavelmente. Foram, porém, as suas peças “características” que despertaram o interêsse dos nossos compositores. Gottschalk, nascido em Nova Orleans, era norte-americano sulista, portanto de região de influência africana, além de espanhola e da do clima tropical. Daí as afinidades com os que aqui buscavam os elementos de caracterização da nossa música própria. Le Banjo, Esquisse Américaine, op. 15 (assim descrito no programa de 1-9-1869: “Nesta peça o autor procura imitar os bailes crioulos das fazendas norte-americanas e o instrumento com que êles se acompanham“) foi de efeito fulminante, e está longinquamente na raiz de numerosas “danças negras” compostas no Brasil.

Bamboula, Danse de Nègres (ou Bâmbola), op. 2, ainda teve alcanse mais direto para a nossa linguagem pianística. Certas das fórmulas que ali aparecem terão influído até em Ernesto Nazareth, nos seus tangos brasileiros e nas suas valsas, estas muito afins com as de Gottschalk.

Típico de costumes sociais da época é este Exulta, Oh Brasil, de Savério Mercadante (Altamura, Bari, 1795 – Napoles, 1870). Melodramático bastante prezado no seu tempo, autor de 60 óperas, e cuja La Vestale terá tido (apud Fernando Lopes Graça) alguma influência sobre o jovem Verdi, contra quem manifestou progressivo ressentimento, Mercadante escreveu esta peça com intenção manifestadamente laudatória.
Andrade Muricy, da Academia Brasileira de Música, 1965 (extraído da contra-capa do LP)

Elias Álvares Lôbo (1834-1901)
01. Abertura da ópera “A Louca”
Henrique Alves de Mesquita (1838-1906)
02. Abertura da ópera “A Noite no Castelo”
Pedro Teixeira de Seixas (?-1832)
03. Abertura do ballet “O Triunfo do Amor”
Luiz Inácio Pereira (Séc. XIX)
04. Abertura da ópera “A Castanheira”
Eleutério Feliciano de Senna (Séc. XIX)
05. Andante para Grande Orquestra
Louis Moreau Gottschalk (1829-1869)
06. Le Banjo, Esquisse Américaine, op. 15
07. Bamboula, Danse de Nègres, op. 2

Savério Mercadante (1795-1870)
08. Exulta, Oh Brasil

Música na Corte Brasileira, Vol. 4 de 5: Na Corte de D. Pedro II – 1965
Collegium Musicum da Rádio M.E.C. Maestrina Julieta Strutt & Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C. Maestro Alceo Bocchino

Piano: Honorina Silva; Tenor: Mário Cesar Oliveira; Soprano: Ermelinda CoutoSelo Angel/Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre

LP digitalizado por Avicenna.

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MP3 320 kbps – 80,5 MB – 38,4 min
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Avicenna

Alma Latina: Ex Cathedra: Baroque Music from Latin America – vol 2: Moon, sun & all things

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Top Ten Records of the Year(The Sunday Times)
Disc of the month (BBC Music Magazine)

 

‘bursting with fun and uplifting music. The liturgical items shine with melodic beauty and joy’ (The Times)

‘… ending in a frenzy of whoops and shrieks – Ex Cathedra more exhilaratingly uninhibited than I’ve heard them before. After such abandoned exuberance, Vesoers ends with an endearingly unaffected recessional hymn. Instruments and voices are reduced, one by one, until nothing remains but hummed voices lingering in the air – and the memory of a most impressive disc’ (BBC Music Magazine)

‘Ex Cathedra enter into the festive spirit with the infectious enthusiasm for this newly discovered treasure-trove that also pervades their crisp, stylish performances of the more sober pieces’ (Daily Telegraph)

‘truly sublime…all beautifully played, sung and recorded’ (The Sunday Times)

‘Skidmore and Ex Cathedra fill this album with some of the most alive, infectious and uplifting Baroque polyphony I’ve ever heard … A very special release’ (Classic FM Magazine)

‘Jeffrey Skidmore and Ex Cathedra turn the dead contents of dusty archives into a thrilling programme … one of the finest albums of early baroque music to grace its catalogue’ (Music Week)

‘A fascinating re-creation’ (The Guardian)

‘This second collection from Jeffrey Skidmore fizzes with excitement and energy and is every bit as engrossing as his first’ (The Independent)

‘Here is a truly wonderful disc, by reason of the splendours of the works chosen and the superbly controlled enthusiasm and skill of the performers … an absolute winner’ (International Record Review)

‘In an engagingly personal note, Jeffrey Skidmore tells of his exploratory journeys to Latin America, where he uncovered vast amounts of a treasure store of repertoire that is evident not only from his words, but also the performances he inspires from Ex Cathedra. To induce such idiomatically colourful singing and playing on October days in London is an achievement warranting unreserved plaudits. Viva! Viva, Jeffrey!’ (Fanfare, USA)

‘The musicians of Ex Cathedra under Jeffrey Skidmore add further lustre to their reputation with some ravishing vocal and instrumental performances which are by turns exuberantly sophisticated and intensely moving in their simplicity. A short review cannot hope to do justice to this wonderful CD. Buy it!’ (Cathedral Music)

‘IM-PER-DÍ-VEL’ (Guess Who)

Baroque Music from Latin America – vol 2: Moon, sun & all things
Anonymous (Ritual, Lima 1631)
01. Hanacpachap cussicuinin (The bliss of Heaven)
Juan Gutiérrez de Padilla (1590-1664)
02. Deus in adiutorium
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646 – Chuquisaca, 1712)
03. Dixit Dominus
Diego José de Salazar (c1660-1709)
04. ¡Salga el torillo hosquillo!
Domenico Zipoli (1688 – 1726)
05. Beatus vir
Gaspar Fernandes (1570-1629)
06.¡Viva Ignacio! ¡Viva!
Francisco Lópes Capillas (c1605-1674)
07. Laudate Dominum
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646 – Chuquisaca, 1712)
08. ¡Aqui, Valentónes!
Hernando Franco (1532-1585)
09. Dios itlazonantziné
Domenico Zipoli (1688 – 1726)
10. Ave maris stella
Francisco Lópes Capillas (c1605-1674)
11. Magnificat
12. Cui luna, sol et omnia
Manuel de Sumaya (c1678-1755)
13. ¡Albricias, mortales!
Francisco Hernández (1517-1587)
14. Sancta Maria, e!
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646 – Chuquisaca, 1712)
15. ¡Ay, andar!
Anonymous
16. Dulce Jesús mío

Baroque Music from Latin America – vol 2: Moon, sun & all things – 2005
Ex Cathedra Choir & Ensemble and QuintEssential Sackbut & Cornett Ensemble
Conductor: Jeffrey Skidmore

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MP3 320 kbps – 201,9 MB – 1,2 h
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Boa audição.

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Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 3 de 5: Na Corte de D. Pedro I (Acervo PQPBach)

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Na Corte de D. Pedro I
1965

 

A Arquiduquesa d’Áustria, D. Leopoldina de Habsburgo, primeira esposa de D. Pedro I e mãe de D. Pedro II, escrevendo a seu pai, o lmperador Francisco I, em data de 19-11-1821, encaminha a este uma Missa cantada de Sigismond Neukomm e acrescenta que essa obra “contem duas fugas que, todos sabemos, vós muito gostais”. Passa então ao principal: “O meu marido é compositor também, e faz-vos presente de uma Sinfonia e Te Deum, compostos por êle; na verdade são um tanto teatrais, o que é culpa do seu professor (Marcos Portugal), mas o que posso assegurar é que êle próprio os compôs sem auxílio de ninguém”. D. Pedro I estudou teoria, harmonia, composição, flauta, clarineta, fagote, trombone, violino, celo. Tinha boa voz e cantava acompanhando-se êle próprio ao cravo e à guitarra. No entanto, os interesses afetivos e as preocupações políticas do monarca impediam-no de dar assídua atenção à vida musical. Assim, com a abdicação de D. Pedro I encerrou-se um período ainda de relativo esplendor devido principalmente, e de qualquer modo, à presença daqueles mestres insígnes, José Maurício, Marcos Portugal e Neukomm.

De José Maurício Nunes Garcia pouco resta no gênero instrumental puro. E eis, porém, surge há pouco a Overtura em Ré (como está inscrito nas suas partes), a extraordinária Abertura em Ré. Vem-nos ela dum passado talvez mais do que sesquicentenário; chega-nos com as suas intatas vivências, nobre e dramática de acentos, dum vigoroso dinamismo. E estruturada com mão de mestre, nos elementos pouco numerosos porém incisivos.  De imediato, a Abertura em Ré colocou-se na culminância não somente da música instrumental do Reino e do Império, como de nossa música sinfônica de todos os tempos, entre o melhor que, nesse terreno, temos produzido.

A Sinfonia de D. Pedro I (Queluz, Portugal 12-X-1798 Porto, 14-IX-1834) a que alude D. Leopoldina será possivelmente a obra agora cognominada Abertura Independência, antes sempre mencionada como Sinfonia Para Grande Orquestra. Será a mesma a que se refere a seguinte carta, de Gioacchino Rossini a D. Pedro ll e que foi publicada por Álvaro Cotrim (Álvarus) no seu livro sobre Daumier, ed. do S. de D. do M.E.C.: “Pendant le trop court séjour de sa Majesté l’Empereur Don Pedro à Paris j’ai fait exécuter au Théatre Italien uneouverture de sa composition qui était charmante, elle eut un grand succès, et comme par discrétion je n’ai pas nommé l’auteur on m’adressa des compliments croyant peut-être que la susdite overture était composé par moi, erreur qui ne déplaira pas à son auguste fills, qui pourrait bien en souvenir m’adresser un peu d’un café si célèbre de vos contrées. (Ass. DG. Rossini/Paris  5 avril/1866)” zelosamente conservada em São João del-Rei, cujas tradicionais orquestras possuem preciosos arquivos, sobretudo de música do Oitocentos. Apresenta na parte de 1.a clarineta a seguinte inscrição: “Ouvertura composta pelo Senhor D. Pedro I na época da Independência do Brasil“. A sua propensão para a composição é de maior evidência em outras obras por ele deixadas, como o Te-Deum para o batizado da lnfanta D. Maria da Glória, futura D. Maria II, ou o Credo – outrora muito executado em todo o Brasil – da missa cantada em 5 de dezembro de 1829, na Capela Imperial, escrita especialmente para a celebração de suas bodas com a Arquiduquesa D. Amélia de Leuchtenberg, sua segunda esposa.

Sigismond Neukomm (Salzburgo, 10-VII-1778 – Paris, 3-IV-1858), vindo na comitiva do Duque de Luxemhurgo, embaixador da Áustria, teve aqui posição e atividades abaixo do seu merecimento. Retornou à Europa (Paris) em 1821. A ele, no entanto, se deve o reconhecimento do valor do Padre José Maurício, por êle declarado “o maior improvisador do mundo”; a regência por José Maurício do Requiem de Mozart foi nestes termos por êle comentada no “Allegemeine Musik-Zeitung”, de Viena: “A execução da obra-prima mozartiana nada deixou a desejar.” Deu lições a D. Pedro I e a Francisco Manuel da Silva. É de sua autoria a primeira obra conhecida em que aparece um tema musical brasileiro: o belo capricho O Amor Brasileiro, no qual engastou a melodia de um lundu, obra essa encontrada em Paris por Mozart de Araujo, que também alí verificou a existência de uma Fantasia Para Grande Orquestra Sobre uma Pequena Valsa de D. Pedro I. Harmonizou modinhas do músico popular carioca Joaquim Manuel.

A Abertura “Le Héros” (O Herói) dedicada a D. Pedro I, é cabalmente reveladora da segurança artesanal de Neukomm.

A Missa de Nossa Senhora da Conceição (de “8 de dezembro”), de José Maurício, escrita em 1810, está provavelmente completa, porque naquela época era frequente encontrarem-se partituras de missas contendo somente o Kyrie, mais o Gloria, ou o Credo. A sua feição é predominantemente teatral, a exemplo de tantas do melhor repertório barroco, aí incluídas as de Haydn e Mozart. João de Freitas Branco narra: “Aliás D. João VI manifestara a Marcos Portugal o seu real desejo de que tornasse a sua música sacra mais leve e parecida com a profana – de ópera, está claro. (H. da M. Portuguêsa, 1959, Lisboa, p. 142‘)”. Assim, compreende-se que tantos elementos da linguagem musical do melodrama estejam acusados nessas páginas das quais, ainda assim, não estão excluídas a nobreza natural de inflexões expressivas, caracteristicas da música do Padre-Mestre, bem como a sua superioridade no trato da matéria coral.

Para Marcos Portugal, operista de renome europeu, cantado nos maiores teatros, com peças traduzidas até para o russo e o alemão, a Modinha saloneira não passaria de simples aria-minor e despretensiosa. Assim, esta delicada Cuidados, Tristes Cuidados, em que se afirma o melodista experiente.

D. Pedro I deixou-nos uma página que nunca mais saiu do sentimento de todos os brasileiros, e hoje já com leve pátina de simpático arcaismo: o Hino da Independência, letra de Evaristo da Veiga. Após a abdicação, a bordo da corveta “D. Amélia”, em viagem da Ilha da Madeira para o Pôrto – a fim de confirmar no trono de Portugal a sua filha D. Maria II – compôs o Hino da Carta Constitucional, Carta que iria outorgar para contrapô-la ao absolutismo de seu irmão D. Miguel. Esse hino foi mantido como Hino Nacional Português até a Revolução Republicana de 1910.

Bernardo José de Sousa Queiroz, músico português, radicado no Rio de Janeiro desde, parece, antes da chegada da Côrte, foi bastante considerado como operista e autor de peças leves, como a valsa O Aniversário, de 1838, ou o Lundum Variado, de 1839. Pelo “Jornal do Commercio”, em 1835, “oferece seus préstimos” como “mestre de música e compositor”. A Abertura em Si Bemol, de 1814, mostra um músico senhor do seu “métier”.
Andrade Muricy, da Academia Brasileira de Música, 1965 (extraído da contra-capa do LP)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Abertura Em Ré Maior
Imperador D. Pedro I (Queluz, Portugal, 1798 – idem, 1834)
02. Independência – Abertura
Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
03. O Herói – Abertura
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
04. Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810 – Kyrie e Fuga
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
05. Cuidados, Tristes Cuidados
Imperador D. Pedro I (Queluz, Portugal, 1798 – idem, 1834)
06. Hino da Carta Constitucional
Bernardo José de Souza Queiroz (Séc. XIX)
07. Abertura em Sí Bemol (1814)

Música na Corte Brasileira – Vol. 3 de 5: Na Corte de D. Pedro I – 1965
* Faixa 01 a 06: Associação de Canto Coral. Maestrina Cleofe Person de Mattos & Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C. Maestro Alceo Bocchino
* Faixa 07 a 11: Collegium Musicum da Rádio M.E.C. Maestrina Julieta Strutt & Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C. Maestro Alceo Bocchino
Selo Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre

LP gentilmente ofertado pelo nosso ouvinte Antonio Alves da Silva e digitalizado por Avicenna.

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MP3 320 kbps – 93,6 MB – 40 min
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Avicenna

Alma Latina: Ex Cathedra: Baroque Music from Latin America – vol 1: New World Symphonies

s4csn6Record of the week (Classic FM Radio)
CD of the week (Daily Telegraph)
Editor’s choice (Gramophone)

 

‘This is arguably the most original CD of the year, and it’s generated a huge number of enquiries from Classic FM listeners. Jeffrey Skidmore and Ex Cathedra have tapped a rich seam of baroque choral music … Do not be put off by the unfamiliarity of the composers; this is wonderful music’ (John Brunning, Classic FM Magazine)

‘This is one of the most eye-opening CDs – or should I say ear-opening – that I have heard this year. What a magical concoction of sounds – and what brilliant playing!’ (Henry Kelly, Classic FM)

‘Hypnotically good’ (Simon Bates, Classic FM)

‘The expressive range is astonishing … a delight to commend’ (BBC Music Magazine)

‘This wonderfully colourful collection puts the vivid vocal qualities of Jeffrey Skidmore’s virtuoso choir Ex Cathedra into the foreground’ (Gramophone)

‘Sumptuously realised with a varied – but historically appropriate – panoply of voices and instruments … a richly rewarding CD … I have been driving around with it in my car and my 11-year old son now prefers it to David Bowie … Thoroughly recommended’ (Gramophone)

‘Jeffrey Skidmore unearths some scintillating examples of the Old World meeting the New, with Renaissance polyphony underpinned by African-Latin drums. The result is only a few beats removed from modern examples of Catholic worship. A fascinating disc’ (The Independent)

‘Ex Cathedra has unearthed some magnificent music here; there are plenty of fascinating discoveries, performed with great feeling and panache, and with potent seasoning from the period instruments. The disc has the markings of a bestseller, and certainly deserves to be’ (Daily Telegraph)

‘Terrific music, terrific singing’ (The Times)

‘Stunning … choral music of the most vibrant quality imaginable, performed by Ex Cathedra with equally vigorous zeal … the whole background is fascinatingly documented in Skidmore’s own invaluable insert-note … all vocalists display the group’s customary virtuosity in a range of languages … unmissable’ (Birmingham Post)

‘This really is an irresistible recording, offering a wealth of styles and colours and plenty of South American sunshine. Buy it and discover the New World for yourself’ (International Record Review)

‘Ex Cathedra and Jeffrey Skidmore are first-rate ambassadors for this music … the overall sound is beautiful and the performance, from instrumentalists and singers, has great conviction and energy … An album of unexpectedly wicked delight’ (BBCi)

‘Fascinatingly varied in idiom and influence, and Skidmore has unearthed some real gems’ (Choir and Organ)

‘This recording is highly recommended … These are polished, emotionally engaged performances, brightly recorded, of fascinating, exciting repertoire’ (Early Music Today)

‘This is one of the most exciting releases I’ve seen in awhile … The performance is flawless, with a wide range of emotional expression; the sound is excellent’ (American Record Guide)

‘Extremely rewarding, bringing yet further evidence of the richness of Latin American Baroque music … the performances are very accomplished indeed … splendid disc’ (Fanfare, USA)

‘Immaculately performed … fascinating’ (The Guardian)

‘IM-PER-DÍ-VEL’ (Guess Who)

Baroque Music from Latin America – 1: New World Symphonies – From Araujo to Zipoli: an A to Z of Latin American Baroque
Peruvian anonymous
01. Hanaq pachap kusikuynin (The bliss of Heaven)
Juan Gutiérrez de Padilla (Málaga, Spain 1590-Puebla, México 1664)
02. Missa Ego Flos Campi 1. Kyrie
03. Missa Ego Flos Campi 2. Gloria

Gaspar Fernandes (Évora, Portugal 1570-Puebla, México 1629)
04. Xicochi Conetzintle (Sleep, little child)
Juan Gutiérrez de Padilla (Málaga, Spain 1590-Puebla, México 1664)
05. Missa Ego Flos Campi 3. Credo
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres, Spain 1646 – Sucre, Bolívia 1712)
06. Los Coflades de la Estleya
Juan Gutiérrez de Padilla (Málaga, Spain 1590-Puebla, México 1664)
07. Missa Ego Flos Campi 4. Sanctus Benedictus
Alonso Lobo (Osuna, Spain 1555-Sevilla, Spain 1617)
08. Versa Est In Luctum
Juan Gutiérrez de Padilla (Málaga, Spain 1590-Puebla, México 1664)
09. Missa Ego Flos Campi 5. Agnus Dei
Hernando Franco (Galizuela, Spain 1532-Mexico City 1585)
10. Salve Regina
Peruvian anonymous
11. Qhapaq Eterno Dios (All powerful eternal God)
Juan de Araujo (Villafranca en León/En Cáceres ca. 1646-Chuquisaca, 1712)
12. Ut Queant Laxis
Domenico Zipoli (Prato, Italy 1688-Córdoba, Argentina 1726)
13. Missa San Ignacio 1. Kyrie
14. Missa San Ignacio 2. Gloria

Juan García de Zéspedes (Puebla, México 1619-1678)
15 Convidando Esta La Noche

Baroque Music from Latin America – vol 1: New World Symphonies – 2003
Ex Cathedra Choir & Ensemble and QuintEssential Sackbut & Cornett Ensemble
Conductor: Jeffrey Skidmore

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Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 2 de 5: Na Corte de D. João VI (Acervo PQPBach)

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Na Corte de D. João VI
1965

 

A música de classe, que no Rio de Janeiro de D. João VI se executava no palco dos teatros, no coro das igrejas ou nos salões arlstocráticos, girava em tôrno de três nomes principais: José Maurício Nunes Garcia, Marcos Antonio Portugal e Sigismond Neukomm.

Marcos Portugal (1762-1830), músico português de renome, que D. João fez nomear Diretor dos Teatros e das Funções Públicas da Corte, era sobretudo, um autor dramático e só por ordem do Príncipe Regente compunha música religiosa.

Como músico, Marcos Portugal reunia, por assim dizer, todos os defeitos e todas as qualidades da escola italiana, da qual foi êle o primeiro grande representante no Brasil.

Já Sigismond Neukomm (1778-1858) era a antítese de Marcos Portugal. Possuindo, como este, uma sólida formação musical, sua obra era, no entanto, de cunho eminentemente camerístico e sinfônico, como convinha a um músico austríaco.

De Haydn, de quem foi o discípulo predileto, Neukomm assimilou as virtudes mais específicas da escola alemã.

Enquanto Marcos Portugal mandava reservar para sí o camarote de boca do Teatro S. João, para nele exibir, juntamente com a sua música, os seus punhos de renda e as suas comendas, Sigismond Neukomm, homem simples, comedido, preferia os saraus da residência do Consul da Rússia no Brasil, o Barão de Langsdorff, nos quais, em companhia do Padre José Maurício, executava as últimas novidades musicais chegadas da Europa.

Entre Marcos Portugal e Neukomm vagava a figura modesta, quase humilde, do Padre José Maurício (1767-1830), cuja obra, predominantemente sacra iria merecer, por isso mesmo, as preferências do Príncipe Regente, que, como se sabe, tinha entre as suas preocupações e vaidades a de ostentar o brilho da sua Real Capela.

Efetivamente, a produção do Padre, composta de mais de 400 obras, não inclui, segundo o Visconde de Taunnay, mais do que 4 obras profanas.

A êsse diminuto repertório pertence a ópera Zemira, da qual só chegou até nós a Abertura, datada de 1803 e em cuja partitura escreveu o autor que deveria ser executada “com relâmpagos e raios nos bastidores”.

Já no Te Deum, de 1811, o Padre-Mestre se integra no seu “métier” de autor sacro. O tratamento vocal, de admirável propriedade, é sublinhado por um suporte orquestral brilhante, enriquecido de contrastes dinâmicos e colorido de timbres. É uma peça magnífica, que se situa entre as melhores do catálogo do mestre.

De Marcos Portugal é a Abertura nº 16, peça que terá servido, porventura, de introdução ou prólogo a uma de suas óperas ou cantatas.

Antonio José do Rego, músico que suponho português, e Domingos Caldas Barbosa, o patriarca da modinha e do lundu, assinam, respectivamente a música e a letra da cantiga Ora Adeus Senhora Ulina. O original, para duo vocal e piano, foi publicado em Lisboa, em 1792, num curioso “Jornal de Modinhas” dedicado à S.A.R. a Princesa do Brasil D. Carlota Joaquina.

De autoria até bem pouco tempo controvertida, é a modinha Beijo a Mão que me Condena, peça muito citada pelos autores mas apenas atribuída a José Maurício. O próprio Mário de Andrade, nossa maior autoridade no assunto, não teve elementos para afirmar a verdadeira autoria da peça. Em 1958, porém, deparei na Biblioteca Nacional com a edição original, para voz e piano, dessa modinha famosa, saída da copistaria de P. Laforge, à Rua da Cadeia n.o 89 e em cujo frontispício se lê o nome por extenso do Padre-Mestre.

Na Chula Carioca, de Antonio da Silva Leite, Mestre de Capela do Porto, aparece pela primeira vez numa peça musical uma alusão à terra carioca. No original dessa peça, publicada em Lisboa em 1792, o autor recomenda o “acompanhamento de duas guitarras e hüa violla”.

Para as solenidades da Aclamação de D.João VI, em 1816, Marcos Portugal compôs e regeu o Hino da Aclamação, com o qual se encerra êste segundo volume da série “Música na Corte Brasileira”.
Novembro, 1965, Mozart de Araujo (extraído da contra-capa do LP)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Abertura da Ópera Zemira (1803) – Ouverture que Expressa Relâmpagos e Trovoadas
02. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 1. Te Deum Laudamus
03. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 2. Te Ergo Quae Sumus
04. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 3. Æterna Fac
05. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 4. Dignare Domine
06. Te Deum das Matinas de São Pedro (1809) – 5. In Te Domine Speravi

Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
07. Abertura nº 16
Antonio José do Rego (Séc. XVIII) & Domingos Caldas Barbosa (Séc. XVIII)
08. Ora a Deus Senhora Ulina
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
09. Beijo a mão que me condena
Antonio da Silva Leite (Portugal, séc. XVIII)
10. Chula carioca
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
11. Hino para a Aclamação de D. João VI

Música na Corte Brasileira, Vol 2 – Na Corte de D. João VI – 1965
Faixa 01 e 06: Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C., Regência: Alceo Bocchino
Associação de Canto Coral, Diretora: Cléofe Person de Mattos
Dircea Amorim, soprano. Juan Thibault, tenor. José Evergisto Netto, tenor.

Faixa 07 a 11: Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C., Regência: Alceo Bocchino
Collegium Musicum da Rádio M.E.C, Regência: Julieta Strutt. Olga Maria Schroeter, soprano
Selo Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre

LP gentilmente ofertado pelo nosso ouvinte Antonio Alves da Silva e digitalizado por Avicenna.

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Boa audição.

pinguim

 

 

 

Avicenna

Etenhiritipá: Cantos da tradição Xavante

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Cantos da tradição Xavante

 

O povo Xavante, como ficou conhecido pelos brancos, ou A’uwe, como se auto denominam, vive há muito e muito tempo na região centro-oeste do Brasil, nos vastos e abertos campos do Cerrado. São parte desse mundo, desde o tempo da criação, aprendendo com seus ancestrais a arte de viver nesse lugar.

Tudo o que precisam para a vida está alí: caça abundante, variedades de frutos e raízes, peixes, as folhas de palmelra para construir as casas e cestos, as árvores que dão bons arcos, flechas e bordunas, as plumas e cores das tintas naturais para a beleza do corpo e do espírito.

E do sonho vem o poder, o ensinamento para seguir no caminho da tradição, a proteção dos ancestrais para a vida cotidiana, a beleza dos cantos cerimoniais que renovam o ato da criação.

Por milhares de anos viveram ali, no Cerrado, percorrendo extensões enormes em suas expedições de caça, conhecendo cada pequeno pedaço de seu território, ao pé da Serra do Roncador.

Para esse povo o “Brasil” é uma novidade recente. Foi na década de 40, às vésperas do século XXI, depois de tempo difícil de muitas guerras e mortes que os Xavante decidiram “pacificar os brancos” e estabelecer contato com os “warazu”.

Assim, o grande chefe Ahöpowe (Apoena), às margens do rio que ficou conhecido como Rio das Mortes, na aldeia mãe do povo Xavante, abriu um novo tempo para sua gente que vive agora em dezenas de outras aldeias espalhadas pelo estado do Mato Grosso.

Hoje, os Etenhiritipá – “o povo A’uwe da Serra do Roncador”, netos e bisnetos de Ahöpowe, seguem vivendo no mesmo lugar, caçando, fazendo suas casas de palha de buriti, ensinando aos filhos as histórias antigas e buscando um jeito novo de se relacionar com os que chegaram: Este disco faz parte desse novo tempo e de um jeito novo de manter o contato com os “warazu”, os que não são A’uwe. Traz os cantos que surgem nos sonhos dos homens adultos, entregues pelo espírito dos antepassados, e que são depois apresentados pelos “sonhadores” a toda a aldeia que os incorpora às cerimônias. (extraído do encarte)

Etenhiritipá foi idealizado e realizado pelo Núcleo de Cultura Indígena e pela comunidade Xavante, em 1992.

Etenhiritipá: Cantos da tradição Xavante
01. Dú Nhõre – Canto da caçada com fogo
02. Darö Wihã – Canto de iniciação Wapté
03. Waté Aba Nhõre – Canto da furação de orelha
04. Daprába – Canto final da furação de orelha
05. Aweu Danhõre – Canto da madrugada
06. Dapara´rá – Canto da corrida das mulheres
07. Danhi Marataptó – Preparação da corrida das mulheres
08. Wai´á – Canto da cerimônia do Wai´á
09. Wanãrïdöbê – Canto dos padrinhos
10. Marã Wawa Danhõre – Canto dos Wapté
11. Datsi´waiõ – Canto da nomeação das mulheres
12. Pópara Nhõre – Canto de luta dos Wapté
13. Dahirata Nhõre – Canto da furação de orelha
14. Dahipópo – Canto da despedida dos Wapté
15. Dadza Rõno – Canto dos Wapté
16. Datsi Wapsi – Canto e dança coletiva
17. Wai´á Rõwáronãhã – Canto da cerimônia do Wai´á
18. Uiwede Nhõre – Canto da corrida de tora de buriti
19. Saúri Nhõre – Canto de chegada da corrida das mulheres
20. Bötösi Renã Danhõre – Canto para animar a aldeia
21. Daparawe – Canto final da cerimônia Wanãridobê
22. Mãrãwi Danhõre – Canto final da furação de orelha
23. Marãre Danhõre – Canto de luta dos Wapté com padrinhos
24. Röwaho Daprába – Canto das mulheres
25. Warã Daptó – Canto coletivo da furação de orelha
26. Datsi Uirï – Canto final da corrida de mulheres
27. Siubdatõ Amã Danhõre – Canto da furação de orelha
28. Bötöud Danhõre – Canto da furação de orelha
29. Marãre Daprába – canto da furação de orelha
30. Oi Oi Wá Dazarõni – Canto para preparar a luta das crianças
31. Howahou Dazarõnõ – Canto para os Wapté entrarem no rio

Etenhiritipá: Cantos da tradição Xavante – 1992

Um CD do acervo do morubixaba Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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Boa audição.

 

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Avicenna

Música na Corte Brasileira – Vol. 1 de 5: O Vice-Reinado (Acervo PQPBach)

qq7i3aMúsica na Corte Brasileira – Vol. 1 de 5
Rio de Janeiro – Vice-Reinado

LP de 1965

 

Até alguns anos passados, não seria possível realizar esta série de discos que a Odeon denominou “Música na Corte Brasileira” e com a qual se associa às comemorações do IV Centenário de Fundação da Cidade do Rio de Janeiro.

Efetivamente, o repertório de que se compõe este primeiro volume da série é, por assim dizer, inteiramente novo para os ouvidos das últimas gerações de brasileiros.

São peças buscadas nos arquivos de Lisboa, de Paris e do Brasil, que trazem, com o sabor característico de documentos amarelecidos pelo tempo, a evocação de uma época distante, quando o Rio de Janeiro, prestigiado com a presença da família real e da nobreza portuguesa, passou a ser a sede da Corte de D. Maria I, a Louca.

O Principe Regente, governando em nome de sua Augusta Mãe, era um Bragança e, como tal, portador de um atávico pendor para a música.

Nao é de estranhar que esse pendor se exercesse em primeiro lugar no templo, já que, filho de uma rainha cujo misticismo chegou ao delírio e à loucura, D. João trazia do berço o hábito de rezar o terço ouvindo o cantochão.

Fora do templo, havia o salão, onde se fazia música com viola e cravo. E, somente em dose diminuta, havia também a música de teatro.

O primeiro autor a figurar no repertório aqui apresentado é Joaquim Manuel, mestiço carioca nascido no século XVIII e que ainda em 1820 vivia no Rio de Janeiro. Joaquim Manuel passou à História graças à maneira excepcional com que executava “une petite viole française, appelée cavaquinho” e ao talento musical que revelava compondo modinhas.

Sem saber uma nota de música, Joaquim Manuel causou forte impressão em alguns viajantes e cronistas da época, entre os quais Freycinet e Balbi, além de Neukomm, o músico austríaco que, permanecendo no Rio de Janeiro de 1816 a 1821, levou para a Europa algumas das modinhas de Joaquim Manuel, harmonizando e fazendo-as publicar num album, em 1824, ano em que foi anunciado a venda, em Lisboa, no Armazém de Música de J. B. Waltmann.

A descoberta das modinhas de Joaquim Manuel se deve a Luis Heitor, que encontrou recentemente na Biblioteca do Conservatório de Paris as harmonizações autógrafas de Neukomm, para canto e piano. Do album impresso em Paris não há notícia de um único exemplar.

As modinhas de Joaquim Manuel constituem o que de melhor existe na música profana do Brasil Colonia e podemos ouvir aqui as seguintes: Se me Desses um SuspiroSe Queres Saber a Causa, Foi o Momento de Ver-te, Triste Salgueiro e Desde O Dia em que Nasci.

De Marcos Antonio (Marcos Portugal, 1762-1830), com poema de Domingos Caldas Barbosa (1740-1800), é a modinha Você Trata o Amor em Brinco, peça descoberta pelo autor destas notas na Biblioteca Nacional de Lisboa.

Marcos Portugal, o orgulhoso musico português cujo nome figura no programa dos principais teatros da Europa como autor de óperas, veio para o Rio de Janeiro em 1811, aqui permanecendo até 1830, quando, vitimado por um “ataque paralítico”, faleceu em estado de pobreza, na casa de uma velha fidalga que dele se apiedou, a Marquesa de Aguiar. Caldas Barbosa, autor do poema, é o criador da modinha e do lundu de salão. Transportando-se para Lisboa em 1770, foi ele o primeiro brasileiro a levar para os salões da aristocracia lisboeta esses dois gêneros musicais, nos quais repontam os primeiros indícios de nacionalidade brasileira.

Recolhidas pelo naturalista Von Martius em 1817/18, que as publicou no apêndice musical do seu monumental “Reise in Brasilien”, aparecem aqui duas modinhas anônimas: No Regaço da Ventura, modinha mineira cujo poema pude identificar como sendo da autoria de Tomas Antonio Gonzaga, e Uma Mulata Bonita, lundu da Bahia.

Canidê-Ioune (ave amarela) é a curiosa peça com que nos deparamos agora. A melodia harmonizada para coro por Villa-Lobos, foi recolhida dos índios Tamoios por Jean de Lery em 1557, na Baia de Guanabara, nas imediações do Rio Carioca, na Praia do Flamengo. A melodia, como se vê, é anterior à fundação da cidade.

Sendo a maior figura da musica colonial brasileira, o Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), deixou uma obra numerosa, da qual conhecíamos pouquíssimas peças. Graças às pesquisas de Cleofe Person de Mattos, começamos a ter do Padre-Mestre o conhecimento auditivo que nos faltava.

De José Maurício são as peças Crux Fidelis, de 1806, Judas Mercator Pessimus de 1809 e, finalmente, a Sinfonia Fúnebre, de 1790, executada nas exéquias do autor em 1830.
(Novembro, 1965, Mozart de Araujo, extraído da contra-capa do LP)

Anônimo da Bahia
01. Uma mulata bonita
Anônimo (Séc. XVIII) & Thomaz Antonio Gonzaga (Porto, 1744-Ilha de Moçambique, 1810)
02. No regaço da ventura
Joaquim Manoel Gago da Câmara (Séc. XVIII) & harmonizada por Sigismund Neukomm
03. Se me desses um suspiro
04. Se queres saber a causa
05. Foi o momento de ver-te
06. Triste salgueiro
07. Desde o dia em que nasci
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830) & Domingos Caldas Barbosa (1740-1800)
08. Você trata o amor em brinco

Anônimo (Rio, séc. XVI) & harmonizada para coro por Villa-Lobos
09. Canidê-Ioune
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
10. Crux fidelis
11. Judas mercator pessimus
12. Sinfonia Fúnebre

Música na Corte Brasileira, Vol 1 – Rio de Janeiro – O Vice-Reinado – 1965
Faixa 01 a 08: Collegium Musicum da Rádio M.E.C., Regência: George Kiszely
Olga Maria Schroeter, soprano
Faixa 09 a 11: Associação de Canto Coral, Diretora: Cleofe Person de Mattos
Faixa 12: Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio M.E.C., Regência: Alceo Bocchino

Selo Odeon, Coordenador-Assistente: Marlos Nobre
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.LP gentilmente ofertado pelo nosso ouvinte Antonio Alves da Silva. Não tem preço!!!!
Digitalizado por Avicenna

 

 

Boa audição.

 

 

 

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Avicenna

Ofício das Violetas e os Motetos para a Procissão de Ramos – Madrigal e Orquestra de Câmara do Departamento de Música da ECA-USP (Acervo PQPBach)

121tw11Ofício das Violetas
Motetos para a Procissão de Ramos
Madrigal e Orquestra de Câmara – ECA-USP

 

As obras de Lobo de Mesquita e de Dias de Oliveira encontram-se nos vários arquivos das Corporações musicais espalhadas por todo o Estado de Minas Gerais e norte do de São Paulo. Este é o caso da Missa Fúnebre de Lobo de Mesquita, da qual conhecemos quatro cópias: a do Museu da Música de Mariana (código F-1), a do Arquivo da Orquestra e Banda Lira Ceciliana de Prados e as de São João del Rei: uma no arquivo da Orquestra Lira Sanjoanense e a outra no arquivo particular de Aluisio José Viegas. O título Ofício das Violetas só consta nos manuscritos que estão em Prados e, provavelmente, foi dado, pelo autor dessas cópias, Joaquim de Paula Souza Bom Sucesso. Foram estes últimos que Cecília L. Tuccori escolheu para a montagem da partitura. Copiados entre 1798 e 1803, além de muito claros, esses manuscritos demonstram fidedignidade de referências por parte de Paula Souza. O apelido “violetas” deveu-se ao fato de a instrumentação de Emerico empregar violas na orquestra, suprimindo o uso de violinos.

Das nove Lições que compõem o Ofício de Defuntos, Lobo de Mesquita musicou apenas a primeira, quarta e sétima, não colocando em música nem os Responsórios e nem a Encomendação. Aqui apresentamos somente o lnvitatório do Oficio e a Missa de requiem, sem a Sequentia (Dies irae), que provavelmente nunca foi escrita pelo autor. Nos manuscritos de Mariana lê-se: “Sequentia fica para os Padres”. Esta observação, aliada ao fato de Emerico não ter incluído os Responsórios em sua obra, confirma a tendência do compositor de intercalar trechos em gregoriano durante a realização do Ofício. Sua escrita é clara, cuidada, vigorosa, sem recorrer a inúteis complexidades harmônicas ou rítmicas. As vozes do coro e da orquestra dialogam alternadamente; os instrumentos trabalham sempre aos pares, geralmente em terças paralelas, sendo raros os momentos em que um dos elementos do par sobressaia como solista. Por outro lado, a voz solista frequentemente dialoga com o coro e com os instrumentos afim de contrapor maior ou menor massa sonora. Notem-se estes procedimentos principalmente no Kyrie, em que o diálogo de soprano e contralto com as duas violas é feito através da melodia “espelhada”: as vozes apresentam o tema, que é respondido pelas cordas, ao contrário. Ou entao no Benedictus, o “Duo afetuoso”, que na verdade é um “solo” de dois duetos: as violas se contrapõem ao dueto das vozes apoiadas nas flautas.

Os três Motetos para a Procissão de Ramos, em sol maior, foram feitos para serem cantados na rua. A cópia respeitada para a presente gravação também é do arquivo pradense, feita por Paula Souza e recopiada por José Steves da Costa e Antonio Américo da Costa. Liturgicamente fazem parte da narração da entrada de Jesus em Jerusalém segundo São Mateus. A Antífona Cum appropinquaret é cantada durante o trajeto da procissão; quando ela volta para a frente da lgreja canta-se o Hino Gloria Laus e quando as portas são abertas, o Responsório Ingrediente Domino. A escrita dos três Motetos denuncia a outra profissão do compositor: organista. Não há independência das vozes, pois a escrita é cordal, por acordes; as vozes caminham sempre juntas e, às vezes, há pequenos duetos em terças paralelas. Se não fosse pela funcionalidade do texto na cerimônia religiosa, poderiam ser tocados num órgão sem perda de brilho. A simplicidade das obras evidencia o aspecto estritamente prático dessa música: ser cantada pelo coro da Irmandade, bem como pelos fiéis que participavam da procissão.

Os Motetos de Manoel Dias de Oliveira

Os Motetos de Manoel Dias de Oliveira tornaram-se bem mais populares que os de Emerico, pelo menos no que diz respeito às suas presenças nos arquivos das Corporações musicais de Minas Gerais. Eles são encontrados não só em Prados, Tiradentes e São João del Rei, como também em Pouso Alto, Aiuruoca, Mariana e Diamantina. As cópias empregadas aqui foram as do arquivo de Prados, principalmente por causa de uma particularidade: a existência de duas partes de baixo cifrado, originals do século XVIII e, portanto, contemporâneas do compositor. A escrita de Manoel Dias de Oliveira possui características próprias e muito marcantes. Aí são notáveis a harmonia, complexa, cheia de tensões e de surpresas, o emprego dramático do silêncio e um agenciamento melódico rico o suficiente para irrigar até mesmo a voz do baixo.
(texto parcial de Flávia Camargo Toni, extraído do LP)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
01. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 1. Invitatório
02. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 2. Requiem
03. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 3. Kyrie
04. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 4. Offertorio
05. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 5. Sanctus
06. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 6. Agnus Dei
07. Missa de Requiem (Ofício das Violetas) 7. Communio
08. Moteto para a Procissão de Ramos – Cum appropinquaret
09. Moteto para a Procissão de Ramos – Gloria Laus
10. Moteto para a Procissão de Ramos – Ingrediente Domino

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
11. Moteto – Domine Jesu
12. Moteto – Popule Meus
13. Moteto – Bajulans
14. Moteto – Miserere

Missa de Requiem e Motetos – sem data (alguém sabe?)
Madrigal e Orquestra de Câmara do Departamento de Música da ECA-USP. Regente: Olivier Toni (faixas 01 a 10)
Madrigal do Departamento de Música da ECA-USP. Regente: Marco Antonio da Silva Ramos (faixa 11 a 14)

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Este LP, sem data, foi comprado recentemente num sebo em S. Paulo e digitalizado por Avicenna.

 

 

Boa audição.

gordo e magro

 

 

 

 

 

Avicenna

Novos links para Avicenna e Bisnaga

Esta postagem-notícia é de abril de 2017.
Agora já podemos falar de alguns resultados:
100% das 220 postagens do BISNAGA estão com links novos. Podem ir lá que, se estiver escrito que é do Bisnaga, o download é garantido.
uns 60% das 808 postagens do AVICENNA já possuem novos enlaces. é uma questão de tempo para que tudo esteja disponível novamente.
O Bisnaga ainda trocou os links de 25 postagens do CVL, 11 do Strava, 06 de Gabriel Della Clarinet e 17 do Das Chucruten (tudo que ele tinha backup) e o Avicenna já trocou outros vários dos colegas.
Paciência, gente, a coisa tá caminhando!

ATENÇÃO! AVICENNA E BISNAGA ESTÃO TROCANDO OS LINKS

Eu tinha uma avó filha de portugueses que sempre dizia: “a gente se acostuma com tudo, até com a desgraça”. Os portugueses realmente têm ditados ótimos. Qualquer dia faço uma postagem deslindando alguns aqui…

Pois bem, a nossa grande desgraça, aqui dentro do PQP, é a maldição dos HDs virtuais. Vira e mexe, um deles sai do ar, ou muda a política, e deixa os nossos usuários-ouvintes a ver navios e, certamente, decepcionados (a gente sabe muito bem o que é isso, pois baixamos muita música espalhada por aí, em outros blogs amigos). Toca trocar tuuuuudo de base mais uma vez, o que cansa! Antes eu ficava desesperado, agora eu já não me desgasto tanto com isso: taí: acostumei-me com a desgraça!.

Bom, vai ser a quarta vez que troco todos os links! Já passei pelo Mediafire, pelo Rapidshare (R.I.P.), pelo PQPShare (o melhor que tivemos, que se diga! – R.I.P…) e agora o ADrive está nos dando (a mim e ao Avicenna) problemas: de um tempo pra cá, só quem tem conta pode baixar… Com isso, o PQPBach, maior repositório brasileiro de música clássica ficou menos… brasileiro, isso porque nós dois reunimos quase uns 90% de toda a música nacional postada aqui.

No entanto, somo incansáveis e não vamos deixar que a música que colocamos exposta aqui nesse receptáculo da beleza desapareça, ou simplesmente se mostre e só deixe os internautas só na vontade! Já subimos tudo que tínhamos em uma conta conjunta (tem casamentos que não se entendem bem assim como nós!) e vamos trocar todos os links mais uma vez. E trocaremos outras, se for necessário! Não os deixaremos órfãos, queridos usuários-ouvintes! Não se preocupem!

Agora, só vos peço paciência: são muitos arquivos e, portanto, muitos links para trocar. Vamos substituir mais de MIL arquivos (1/4 das postagens do PQP):
– 808 do Avicenna,
– 220 do Bisnaga,
– 22 do CVL,
– 17 do Strava,
– 07 do Gabriel Della Clarinet,
– 14 do Das Chucruten.

Isso vai levar alguns meses… Insistam! Se chegarem aqui nas postagens do Bisnaga ou do Avicenna e não conseguirem baixar os arquivos, deem um tempo, voltem depois de uns dias. Uma hora eles voltam! Todos vão ser repostados! Confiem!
Continuamos firmes no propósito e no afã de polinizar a beleza pela blogosfera!

José Siqueira (1907-1985) – Candomblé [Acervo PQPBach]

José Siqueira (1907-1985) – Candomblé [Acervo PQPBach]

SEN-SA-CIO-NAL !!! 

(Postagem de maior sucesso do Bisnaga, colocada no ar originalmente em 6 de julho de 2012. Como tinha os arquivos em AIFF, reposto hoje em MP3 e FLAC – inclui algumas trocas de arquivos, corrigindo alguns defeitos das músicas “mordidas” e nova divisão, em 28 faixas, além de remasterização dos MP3)

2015: 30 anos sem José Siqueira

Fonogramas cedidos por Harry Crowl ! Não têm preço!

Senhoras e senhores, devo neste momento jogar minha modéstia de lado e confessar-lhes que já conheço um bom tanto de música erudita (não sou o melhor repertório mental daqui nem de longe, mas não faço feio…) e, por esse motivo, é difícil que eu fique embasbacado facilmente quando ouço uma música nova. Mas dessa vez meu queixo caiu e saiu quicando!

O motivo da queda foi esse ESTUPENDO (estupendo é o mínimo: estou sinceramente de boca aberta ainda, uma semana depois de ter contato com o arquivo) Candomblé do maestro José Siqueira! Do pouco que me foi possível conhecer de sua obra, já gostei, mas essa é a mais arrebatadora delas. Em sua música, José Siqueira retira o negro da senzala, como se apagasse seu passado de humilhações, e o eleva para o topo do pedestal. O negro aqui é nobre! Seu Candomblé é grandiloquente, vibrante, glorioso! E Siqueira consegue unir, com uma fluência embasbacadora, o erudito e o popular, o som de raiz e o som de concerto, numa formação de orquestra e coro grandiosa, e até megalômana. O Compositor Ricardo Tacuchiam conta o impacto que teve quando assistiu à estreia dessa peça:

Dentre os concertos, o que mais me chamou a atenção foi o de estréia mundial de seu Oratório Candomblé I (escrito em 1958), para coro misto, coro infantil, seis solistas vocais, conjunto de percussão afro-brasileira e orquestra sinfônica. A obra era toda baseada em cantos de Candomblé que o maestro colhera na Bahia. Várias lideranças afro-descendentes, algumas vestidas a caráter (com batas vistosas e turbantes, em plena platéia do teatro) estavam presentes, numa noite que mais parecia uma festa que um concerto. O teatro estava lotado e, naquela época, a cidade do Rio de Janeiro era realmente maravilhosa. José Siqueira e todos os artistas que participaram do evento receberam uma retumbante ovação (Depoimento extraído do blog do crítico musical Carlos Eduardo Amaral).

Candomblé é parte de um conjunto de quilate de obras de José Siqueira baseadas na cultura africana, resultados de incessantes pesquisas do compositor, professor e teórico da música:

Em um período em que o negro ainda era bastante discriminado e sua contribuição para a nossa cultura muito pouco reconhecida, José Siqueira criou uma série de peças orquestrais como o bailado Senzala, a cantata negra Xangô, gravada em Paris, a suíte Carnaval Carioca e, para Leonardo Sá [diretor educacional da Orquestra Sinfônica Brasileira], sua obra-referência: Candomblé.

— “Ele passou alguns meses freqüentando um terreiro em Salvador. Escreveu esse oratório dando sua visão musical do ritual. A gravação feita em Moscou é sensacional [foi isso que escrevi no começo, e é essa gravação que estamos posto hoje] — conta. — Essa peça tem a marca da sua irreverência e é ousada para a época. Pegou uma forma católica de expressão para falar de um ritual afro-brasileiro. Mas juntava a essa temática seus conhecimentos sobre compositores modernos como Stravinsky (João Pimentel, Segundo Caderno, O Globo, 26/02/2007).

E sim, além de se embeber dos sons mais chãos que encontrava em solo brasileiro, ele seguia os cânones mais contemporâneos da música mundial. Nessa obra você poderá ver tudo isso. Se a cantata Xangô (aqui) te agradou, essa aqui vai te deixar em êxtase (eu ainda estou)! Apenas aviso que, infelizmente, por ter sido passada de vinil para cassete e de cassete para mp3, há alguns trechos curtos em que parece que o som foi “mordido” e ficou comprometido, mas o todo compensa qualquer dessas falhas. Em tempo, como as músicas apresentavam divisões muito distintas, acabei por fazer uma divisão em 28 faixas, diferente das 13 originais (não se preocupe: está tudo ali e nada se perdeu)

Em Candomblé, José Siqueira pirou com essas fusões sonoras, mas ele sabia pirar (e saber pirar é pra poucos)! Sua condução é excepcional frente a uma orquestra de peso e faz com que até os solistas soviéticos sejam fluentes cantando em língua nagô. Alice Ribeiro destaca-se com uma belíssima e envolvente interpretação. Há trechos eloquentes, vibrantes, melancólicos, suaves, sonhadores, delicados, em um espantoso equilíbrio. Em suma, é uma grande ode ao povo negro, a nossa cultura e ao Brasil! Me sinto extremamente honrado de disponibilizá-la.

Ah, é IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma joalheria inteira! Ouça!  Ouça! Ouça!

Como sou um anjo, deixo 4 palhinhas pra vocês morrerem de vontade de baixar:

Xangô:

Oração aos deuses:

Orixá – parte 3:

Orixá – introdução:

José Siqueira (1907-1985)

Candomblé, Oratório fetichista para Grande Orquestra, seis solistas, dois coros mistos a seis vozes, coro infantil e Orquestra de Percussão (1958)

01. Introdução
02. Ogum
03. Oxóssi
04. Xangô – Introdução
05. Xangô
06. Três Cantos a Xangô – Canto 1
07. Três Cantos a Xangô – Canto 2
08. Três Cantos a Xangô – Canto 3
09. Oração aos Orixás – Parte 1
10. Oração aos Orixás – Parte 2
11. Oxum – Parte 2
12. Oxum – Parte 2
13. Iansã – Introdução
14. Iansã – Parte 1
15. Iansã – Parte 2
16. Três Cantos a Iansã – Canto 1
17. Três Cantos a Iansã – Canto 2
18. Três Cantos a Iansã – Canto 3
19. Obaluaiê – parte 1
20. Obaluaiê – parte 2
21. Obaluaiê – parte 3
22. Obaluaiê – parte 4
23. Orixá – Introdução
24. Orixá – parte 1
25. Orixá – parte 2
26. Orixá – parte 3
27. Oração aos Deuses – Introdução
28. Oração aos Deuses

Alice Ribeiro, soprano
Solistas do Coro Estatal
Orquestra e Coros Adulto e Infantil da Rádio e TV Estatal Soviética
José Siqueira, regente
Moscou, URSS, 1975

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (abaixo)

FLAC  (160Mb)
MP3  (365Mb) – Remasterizado por Rogério Dec.

Partituras e outros que tais? Clique aqui
Quer saber um pouco mais sobre José Siqueira? Veja este blog.
Há ainda uma dissertação de mestrado sobre ele! Baixe!

UPDATE: O bonito é que muita gente se engaja e acaba nos ajudando. O Rogério Dec remasterizou o MP3 pra gente e deixou o áudio muito mais equilibrado. O áudio corrigido por ele já é o que está acima disponível para download. Aproveitem!
Abaixo, a descrição do esplendoroso Rogério Dec do trabalho realizado com as faixas:

Percebi que já haviam feito algum trabalho de correções sobre o seu áudio original, entretanto senti falta de uma melhor sonoridade.

Portanto resolvi submeter as 28 faixas a uma nova remasterização, onde dentre vários trabalhos, cito alguns que apliquei sobre as faixas:
Submeti todas as faixas a uma compressão dinâmica e puxei um pouco mais os graves pois estavam muito fracos;
Aumentei a “espacialização” dos canais, distribuindo mais amplamente as frequências nos canais esquerdo e direito; algumas faixas inclusive tocavam apenas no canal esquerdo;
Criei uma equalização analógica e destaquei um pouco mais os agudos, um pouco apagados no áudio original;
Maximizei o áudio a um nível um pouco maior diminuindo os contrastes excessivos nas dinâmicas;
Atenuei vários ruídos de fundo (chiados, cliques, pops, etc);
Todo o trabalho de masterização foi executado em arquivos WAV 32 bits, mas gerei os arquivos finais normalizados e renderizados em formato final MP3 em Variable Bit Rate (VBR) equivalente a 192 Kbps, onde não há perdas audíveis e ainda gera um arquivo pequeno de excelente qualidade final.
Dediquei várias horas a este trabalho, mas faço voluntariamente como uma forma de gratidão pelo fantástico trabalho de resgate de Harry Crowl, sem o qual não teríamos acesso a este e outros magníficos compositores.

Ouça! Deleite-se! … Mas, antes ou depois disso, deixe um comentário…

Ôxe! Mas esse rapaz José Siqueira é arretado mesmo!

Bisnaga

Missa em Dó Maior & Credo de São José do Tocantins – Orquestra Sinfônica de Goiânia (Acervo PQPBach)

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Música Colonial em Goiânia

Missa em Dó Maior
Credo de São José do Tocantins
Orquestra Sinfônica de Goiânia

 

O ouvinte Sr. Wottan foi o primeiro a atender nosso apelo e enviou uma pérola da música sacra colonial brasileira: Missa em Dó Maior & Credo de São José do Tocantins, interpretados pela Orquestra Sinfônica de Goiânia. Uma prova de quanta riqueza ainda está escondida por esse nosso Brasilzão. Obrigado, Sr. Wottan, quem sabe se esse seu gesto servirá de incentivo para outras contribuições dos nossos ouvintes!

Caprichoso, o Sr. Wottan enviou também um completo encarte em inglês e português, que faz parte do link abaixo. Segue um trecho do encarte:

Por volta dos séculos XVI e XVII a Capitania de Goiás foi uma das mais importantes rotas para as expedições dos bandeirantes, que se aventuravam pelo interior do Brasil. Atrás do ouro protegido pelos índios, chegou o bandeirante Bartolomeu Bueno em 1727, trazendo consigo o povoamento das principais cidades que se formaram em função da mineração. Vila Boa (Goiás), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Pilar, dentre outras, foram importantes cidades que se formaram a partir do ciclo de exploração do ouro e das pedras preciosas. A vida cultural destas cidades era rica e esplendorosa. Entretanto pouco sabemos de seus compositores e da autenticidade das obras musicais ali executadas anteriores ao séc. XX.
(Junior Cesar Bueno e Freitas, superintendente da Fundação Orquestra Sinfônica de Goiânia, no encarte)

Missa em Dó Maior & Credo de São José do Tocantins – Anônimo
01. Missa em Dó Maior – 1. Kyrie: Kyrie eleison (largo)
02. Missa em Dó Maior – 2. Kyrie: Kyrie eleison (Allegro)
03. Missa em Dó Maior – 3. Kyrie: Christe eleison
04. Missa em Dó Maior – 4. Kyrie: Kyrie eleison (Allegro)
05. Missa em Dó Maior – 5. Gloria: Gloria in excelsis
06. Missa em Dó Maior – 6. Gloria: Domine Deus
07. Missa em Dó Maior – 7. Gloria: Qui sedes
08. Missa em Dó Maior – 8. Gloria: Quoniam
09. Missa em Dó Maior – 9. Gloria: Cum Sancto Spiritu (Largo)
10. Missa em Dó Maior – 10. Gloria: Cum Sancto Spiritu (Allegro)
11. Credo de São José do Tocantins – 1. Credo: Patrem omnipotentem
12. Credo de São José do Tocantins – 2. Credo: Et incarnatus est
13. Credo de São José do Tocantins – 3. Credo: Crucifixus
14. Credo de São José do Tocantins – 4. Credo: Et resurrexit
15. Credo de São José do Tocantins – 5 Credo: Confiteor
16. Credo de São José do Tocantins – 6. Credo: Et exspecto resurrectionem
17. Credo de São José do Tocantins – 7. Credo: Et vitam venturi saeculi
18. Credo de São José do Tocantins – 8. Sanctus: Sanctus
19. Credo de São José do Tocantins – 9. Sanctus: Hosanna
20. Credo de São José do Tocantins – 10. Sanctus: Benedictus
21. Credo de São José do Tocantins – 11. Sanctus: Hosanna
22. Credo de São José do Tocantins – 12. Agnus Dei: Agnus Dei

Missa em Dó Maior & Credo de São José do Tocantins – 2001
Solistas da Fundação Orquestra Sinfônica de Goiânia
Soprano: Marília Álvares
Mezzo-soprano: Rita Mendonça
Tenor: Michel Silveira
Barítono: Ângelo Dias
Violinos: Anderson Rocha e Henrique Douglas
Violoncelo: Gidesmi Alves
Trompas: Roberson Gonçalves e Rubem Santos
Cravo: Beatriz Pavan
Direção musical e pesquisa: Marshal Gaioso

memoria

 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte)
MP3 192 kbps – 55,3 MB – 35,3 min

 

 

 

Boa audição!

 

girafa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Música em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em Fins do Século XVIII – Americantiga Ensemble (Acervo PQPBach)

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Americantiga Ensemble

 

Fundado em 1995 por Ricardo Bernardes, o Americantiga é um conjunto especializado em música brasileira, hispano-americana, portuguesa e italiana dos séculos XVIII e princípios do XIX. Com diferentes formações e enfoques interpretativos, o trabalho tem procurado a execução historicamente informada com o uso de instrumentos de época. Nos últimos anos tem realizado concertos nos Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Muitos desses concertos foram organizados por embaixadas e consulados brasileiros com o objetivo de difundir esta importante e pouco conhecida produção musical. Em sua discografia já se encontram quatro CDs e um DVD a ser lançado brevemente. O Americantiga tem sido elogiado pela crítica e público como um dos mais sólidos e ativos conjuntos de música antiga no terreno do repertório Luso-Brasileiro. A presente gravação foi realizada contando com excelentes músicos argentinos, no Palácio Pereda, sede da Embaixada do Brasil em Buenos Aires. (texto extraído do encarte)Captura de Tela 2017-10-10 às 15.32.36

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
01. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 1: Stabat Mater
02. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 2: Eia Mater
03. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 3: Quando Corpus
04. Stabat Mater Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo – 4: Amen

José Rodriguez Dominguez de Meirelez (séc. XIX, Pitanguí, MG)
05. Oh Lingua Benedicta Para Soprano Solo, Cordas e Continuo
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
06. Tota Pulchra Es Maria Para 4 Vozes, Flauta, Cordas e Continuo
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
07. Ego Enim (Verso Das Matinas De Quinta-Feira) Para Contralto Solo, Cordas e Continuo
Jerônimo de Souza “Queiroz” (Late 18c – 1826)
08. O Patriarca Pauperum Para Tenor Solo, 2 Flautas, Trompas, Cordas e Continuo
Frei Jesuino do Monte Carmelo (Santos, 1764 – Itú, SP, 1819)
09. Ladainha Em Sol Menor Para 4 Vozes e Continuo
10. Pange Lingua, Para 4 Vozes, Cordas e Continuo

Antonio Leal Moreira (1758-1819)
11. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 1: Te Dominum
12. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 2: Te Gloriosus
13. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 3: Tu Devicto
14. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 4: Te Ergo Quaesumus
15. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 5: Aeterna Fac
16. Te Deum 1778 Para 4 Vozes, Trompas, Cordas e Continuo – 6: In Te Domine

Brasil XVIII – XIX – Música em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em Fins do Século XVIII – 2009
Americantiga Ensemble
Conductor: Ricardo Bernardes

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (com encarte em Português, Español, English)
MP3 320 kbps – 124,1 MB – 58 min
powered by iTunes 12.5.1

Nossos agradecimentos por nos terem enviado este CD.

Boa audição.

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Avicenna

Yo-Yo Ma plays Ennio Morricone

Captura de Tela 2017-10-08 às 20.20.23Yo-Yo Ma (1955) é um músico norte-americano nascido na França, de origem chinesa, considerado um dos melhores violoncelistas da história.

Yo-Yo Ma nasceu na França numa família de origem chinesa com forte influência musical. Sua mãe, Marina Lu, era cantora, e seu pai, Hiao-Tsiun Ma, era maestro e compositor. Yo-Yo Ma começou estudando violino e depois viola, antes de se interessar pelo violoncelo, instrumento que começou a manipular aos quatro anos de idade, com seu pai. Depois de um primeiro concerto em Paris, aos seis anos de idade, a família de Yo-Yo Ma se muda para Nova York.

Yo-Yo Ma era uma criança prodígio, tendo aparecido na televisão norte-americanda com oito anos de idade, em um concerto conduzido por Leonard Bernstein. Ele entrou para a Juilliard School (na qual tinha aulas com Leonard Rose), e passou um semestre estudando na Universidade de Columbia antes de se matricular na Universidade de Harvard, mas se questionava sobre se valeria a pena continuar a estudar até que, nos anos 70, o estilo de Pablo Casals o inspirou. Retorna à França para tocar com a Orquestra Nacional da França e com a Orquestra de Paris, sob a direção de Myung-Whun Chung.

Já desde sua infância e adolescência, Yo-Yo Ma possuia uma fama bastante estável e havia tocado com algumas das melhores orquestras do mundo. Suas gravações e interpretações das Suites para violoncelo solo de Johann Sebastian Bach são particularmente aclamadas. Em 1978, Yo-Yo Ma se casou com a violinista Jill Hornor. Eles tem dois filhos, Nicholas e Emily. Sua irmã mais velha, Yeou-Cheng Ma, também nascida em Paris, é violinista e junto com Yo-Yo coordena um projeto chamado Children’s Orchestra Society (COS) em Long Island, nos EUA.

Atualmente, Yo-Yo Ma toca com o Silk Road Project, que visa juntar músicos de vários lugares do mundo de países pelos quais passava a histórica Rota da Seda. Conforme anúncio do secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em janeiro de 2006, Yo-Yo Ma se uniu à lista dos embaixadores da paz da ONU, a exemplo de vários outros músicos, como o tenor Luciano Pavarotti e o jazzista Wynton Marsalis, entre outros.

Ennio Morricone (Roma, 10 de Novembro de 1928), é um compositor, arranjador e maestro italiano. Ao longo da sua carreira foi responsável pela composição e arranjo de mais de 500 filmes e programas de televisão.

Morricone escreveu algumas das trilhas sonoras mais conhecidas dos western spaghetti do cineasta Sergio Leone: Per un pugno di dollari (br: Por um Punhado de Dólares), de 1964, Per qualche dollaro in più (br: Por Uns Dólares a Mais), de 1965, Il buono, il brutto, il cattivo (br: Três Homens em Conflito), de 1966, e Once Upon a Time in the West (br: Era uma Vez no Oeste), de 1968. Suas composições mais recentes incluem as bandas sonoras de Once Upon a Time in America (br: Era uma vez na América), de 1984, The Mission (br/pt: A Missão), de 1986, The Untouchables (br/pt: Os Intocáveis), de 1987, Nuovo cinema Paradiso (br: Cinema Paradiso), de 1988, Lolita, de 1997, Malèna, de 2000, e Inglourious Basterds (br: Bastardos Inglórios), de 2009.

Entre 1953 a 2011, tem sido o autor consagrado de trilhas sonoras para 503 filmes, seriados, mini-séries e documentários para a televisão (2 trilhas ainda estão em fase final). Desses, foi também o arranjador e/ou maestro de 112 títulos. Recebeu 6 Oscar e mais de uma centena de prêmios internacionais.
(Avicenna, da internet)

Palhinha: ouça The Lady Caliph 18 • Dinner & 19 • Nocturne

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The Mission
01 • Gabriel’s Oboe
02 • The Falls

Giuseppe Tornatore Suite
03 • The Legend of 1900: Playing Love
04 • Cinema Paradiso: Nostalgia
05 • Cinema Paradiso: Looking for You
06 • Malèna: Main Theme
07 • A Pure Formality: Main Theme

Sergio Leone Suite
08 • Once Upon a Time in America: Deborah’s Theme
09 • Once Upon a Time in America: Cockeye’s Song
10 • Once Upon a Time in America: Main Theme
11 • Once Upon a Time in the West: Main Theme
12 • The Good, the Bad, and the Ugly: Ecstasy of Gold

Brian De Palma Suite
13 • Casualties of War: Main Theme
14 • The Untouchables: Death Theme

Moses and Marco Polo Suite
15 • Moses: Journey
16 • Moses: Main Theme
17 • Marco Polo: Main Theme

The Lady Caliph
18 • Dinner
19 • Nocturne

Bonus tracks
20 • Legend of 1900 – Playing Love (Cello & Piano)
21 • The Mission: Gabriel’s Oboe (Cello & Piano)

Yo-Yo Ma Plays Ennio Morricone – 2004
Yo-Yo Ma (cello) & Roma Sinfonietta Orchestra
Yo-Yo Ma & Gilda Buttà on piano (tracks 20 & 21)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 192 kbps – 88,5 MB – 1,0 h
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pia-quebrada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

André da Silva Gomes (1752-1844): Stabat Mater & Moteto da Imaculada Conceição (Acervo PQPBach)

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Música Sacra Paulista – vol 1
André da Silva Gomes
1980

 Stabat Mater
A partitura do Stabat Mater foi restaurada entre 1970 e 1974 a partir de um protótipo manuscrito de Manoel José Gomes, de 1831, (foto abaixo), depositada no Arquivo Carlos Gomes, de Campinas. Não dispomos de nenhuma referência documental para datar a sua composição. Aqui, igualmente, o estudo de dezenas de manuscritos do autor e ánalise de inúmeros pormenores do processo composicional conduzem-nos a situar a época de sua composição entre 1785 e 1800, isto é, o último quartel do século XVIII.

O texto latino do Stabat Mater é tratado pelo autor com ligeiras variantes encontradas em edições do século XVIII. Compreende vinte estrofes com versos septissílabos cuja autoria é atribuída a Jacopone da Todi (1230-1306) e muito tardiamente incorporadas aos livros litúrgicos, integrando o Missal Romano como uma Sequentia, apenas em 1727. André da Silva Gomes musicou as estrofes de 1 a 10, saltando as de 11 a 14 retornando às de número 15 a 20. Além de pequenas variantes nas estrofes 4, 17 e 18, o autor adota uma variante completa na de número 19. Mantivemos o texto original da partitura conservando as variantes não só por fidelidade à obra e não ao texto poético medieval como também porque sua correção afetaria seriamente a prosódia dos trechos em questão, sobretudo as estrofes 17 e 19.

Moteto da Imaculada Conceição
O Moteto da Imaculada Conceição é uma obra composta provavelmente na década de 1780 e partimos, para sua restauração, de um manuscrito do autor, depositado no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo; o instrumental usado é modesto: violinos, trompetes e orgãos. Aliás, o franco destaque vocal, ainda quando está presente o acompanhamento instrumental, é uma tradição dos mestres europeus que cultivaram o moteto clássico até o século XVI. A riqueza tímbrica e harmônica aliada à maestria do autor no domínio da escritura, no tratamento das texturas, no uso versátil do âmbito geral das tessituras, dos graves dos baixos aos agudos dos sopranos, minimizam flagrantemente a ausência de uma orquestra superdimensionada, condição importante para o romântico século XIX que ia despontar.

O título da obra no original é: Moteto per violini/ Trombe, e quatro voce / col due Soprani di / Concerto / Per Festo deglimaculata Concezione / di Maria Ssma / Di Andrea da Silva Gomes.

A obra é tripartida: um Moderato, um Allegro e um Cantabile, para finalizar com um retorno ao Allegro intermediário. A escritura do Moderato é coral-harmônica, com parcos solos. O Allegro está construído sobretudo em escritura fugada e imitativa polifônica e o Cantabile é um dueto para dois sopranos, justificando o titulo geral.
(Texto de Régis Duprat, encontrado no LP, 1980)

André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
01. Stabat Mater: 1.Maestoso
02. Stabat Mater: 2.Presto
03. Moteto da Imaculada Conceição: 1.Moderato
04. Moteto da Imaculada Conceição: 2.Allegro
05. Moteto da Imaculada Conceição: 3.Cantabille
06. Moteto da Imaculada Conceição: 4.Allegro

Música Sacra Paulista – vol. 1 – 1980memoria
Madrigal e Orquestra São Paulo Pró Música
Regência: Maestro Jonas Christensen
LP digitalizado por Avicenna

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 81,7 MB – 39,1 min
powered by iTunes 12.5.1

 

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Avicenna

Música Sacra Paulista – Frei Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819) & Francisco de Paula Ferreira (1777-1833)

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Música Sacra Paulista – vol. 2
Frei Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819)
Francisco de Paula Ferreira (1777-1833)

 

As criações musicais do Brasil, no periodo anterior à lndependência, ainda são em grande parte desconhecidas, apesar do esforço de alguns musicólogos que vêm se dedicando ao levantamento de partituras antigas e à sua restauração. Esse trabalho, que vem sendo executado em diversos pontos do pais, procurando recuperar a memória musical brasileira do periodo colonial, tem em Régis Duprat um de seus principais nomes. Pesquisando especialmente a musica sacra paulista, uma das que menos tem sido divulgadas, o prof. Régis Duprat, formado na Universidade de São Paulo, doutor em música pela Universidade de Brasilia, já apresentou importantes resultados. A ele a historiografia musical brasileira deve a recuperação das obras de André da Silva Gomes e dos dois compositores constantes deste album.

O presente registro fonográfico inclui 4 obras inéditas, restauradas pelo prof. Régis Duprat entre 1970 e 1980 e compostas por Jesuino do Monte Carmelo (em ltú) e Francisco de Paula Ferreira (em Guaratinguetá) no começo do século XIX. A execução das músicas foi feita na capela do Orfanato mantido pelas irmãs Salesianas em Guaratinguetá, São Paulo, entidade fundada por uma das principais figuras da história da cidade, o Monsenhor Filippo. Assim, além de se prestar uma homenagem à cidade onde Francisco de Paula Ferreira compos suas músicas para a procissão de Domingo de Ramos, foi possível também divulgar o extraordinário trabalho das irmãs, nesse orfanato, onde são educadas mais de uma centena de meninas carentes.

A apresentação foi feita pelo Coral Vochallis e Orquestra sob regência do maestro Vitor Gabriel de Araujo, seu fundador. Vitor de Araujo, que além de promissor maestro (na apresentação do concerto aqui gravado, tinha apenas 26 anos) é também cantor de coral, tomou parte, nesta segunda condição, do disco Música Sacra Paulista vol. 1. O Coral Vochallis e seu regente têm participado de várias apresentações de música sacra, incluindo o programa “Música nas Capelas Históricas” promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e o Simpósio Internacional de Música Sacra e Cultura Brasileira.

Recuperar dados e elos perdidos de nossa história e de nosso passado é uma forma importante de consolidar a nação e projetar seu futuro.
(Texto adaptado de Mario Ernesto Humberg, 1982, da capa do LP)

Frei Jesuino do Monte Carmelo (Santos, SP, 1764 – Itú, SP, 1819)
01. Ladainha de Nossa Senhora
02. Procissão de Domingo de Ramos
03. Matinas de Quinta Feira Santa, 9º Responsório

Francisco de Paula Ferreira (Congonhas, MG, 1777 – Guaratinguetá, SP, 1833)
04. Ofício do Domingo de Ramos 1. Introito
05. Ofício do Domingo de Ramos 2. Distribuição dos Ramos
06. Ofício do Domingo de Ramos 3. Procissão
07. Ofício do Domingo de Ramos 4. Missa
08. Ofício do Domingo de Ramos 5. Paixão

Música Sacra Paulista – vol. 2 – 1982
Coral Vochallis e Orquestra
Vitor Gabriel de Araujo – regente
LP digitalizado por Avicenna

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MP3 320 kbps – 90,9 MB – 40,1 min
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Avicenna

Américantiga Coro e Orquestra de Câmara – Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII

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Américantiga Coro e Orquestra de Câmara
Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII

 

No primeiro CD do Américantiga Coro e Orquestra de Câmara, gravado em 1998, inconscientemente lançávamos aquele que seria o primeiro volume desta série que somente hoje se configura. Neste trabalho anterior, entitulado Música Brasileira e Portuguesa do século XVIII, iniciávamos a proposta de estabelecer conexões estilísticas entre essas duas produções musicais. Nesta série, que agora estruturamos, propomos traçar um panorama – por meio de gravações – das profundas relações existentes entre as produções artísticas, sobretudo a musical, do Brasil e da Hispano-américa do período colonial com as práticas musicais de Portugal e Espanha, que por sua vez foram influenciadas pela italiana, representada principalmente pelas assim chamadas “escolas” de Roma e Nápoles.

Para a compreensão deste fenômeno podemos citar os casos de Domenico Scarlatti, importante compositor que atuou nas cortes de Lisboa e principalmente Madri, e de Davide Perez – napolitano de origem espanhola – que veio a ser um dos principais compositores a serviço de D. José I de Portugal.

Outro fato importante é o de muitos jovens compositores portugueses terem se aperfeiçoado na Itália durante o reinado de D. João V (1706 – 1750), graças, sobretudo, à riqueza proporcionada pela descoberta de ouro na província brasileira das Minas Gerais. O estilo musical que absorveram será modelo para sua produção e, consequentemente, para a produção musical brasileira do período colonial, representada pelos compositores atuantes no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Nordeste.

O momento culminante deste processo para a história da música no Brasil é a vinda da corte de D. João VI para o Rio de Janeiro, em 1808, com a criação do Teatro de Ópera São João e da Real Capela de Música – o mais importante centro fomentador e de criação musical das Américas da primeira metade do século XIX.
(Ricardo Bernardes, no encarte)

O Barroco é puramente a origem do Jazz aonde o instrumentista, para ser bom, teria que improvisar o melhor possível. (Grout, Donald J.& Claude V. Palisca, History of Western Music, Norton, Londres, 2001)

Francesco Durante (Itália, 1684-1755)
01. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 1. Magnificat anima mea
02. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 2. Et misericordia eius
03. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 3. De possuit potentes
04. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 4. Suscepti Israel
05. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 5. Sicut locutus est
06. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 6. Sicut erat in principio

Nicola Fargo (Itália, 1677-1745)
07. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 1. Credo in unum Deum
08. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 2. Et incarnatus est
09. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 3. Crucifixux etiam pro nobis
10. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 4. Et ressurexir tertia die
11. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 5. Sanctus et Benedictus
12. Credo in unum Deum a 5 vozes e baixo contínuo – 6. Agnus Dei

José Alves (Portugal, sec. XVIII)
13. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 1. Dixit Dominus
14. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 2. Donec ponam
15. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 3. Juravit Dominus
16. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 4. Tu es sacerdos
17. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 5. Gloria Patri
18. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 6. Sicut erat in principio

José Totti (Itália, 1780 – Portugal, 1832)
19. Solitario bosco ombroso (duo de sopranos com teorba)
David Perez (Itália, 1711 – Portugal, 1778)
20. Requiem em fá menor a 4 vozes, fagote obbligato e baixo contínuo – 1. Requiem aeternam
21. Requiem em fá menor a 4 vozes, fagote obbligato e baixo contínuo – 2. Kyrie eleison

atrib. Antonio da Silva Leite (Séc. XVIII)
22. Xula Carioca
Anônimo brasileiro Séc. XVIII

23. Modinha: É delícia de amor
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
24. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 1. Te Deum laudamus
25. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 2. Te ergo quasumus
26. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 3. Aeterna fac

Compositores Brasileiros, Portugueses e Italianos do Século XVIII – 2002
Relações musicais nos séculos XVII, XVIII e XIX – Vol. II
Américantiga Coro e Orquestra de Câmara
Regente: Ricardo Bernardes

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Boa audição!

vitrola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Neukomm – Messe de Requiem suivie d’une Marche Funèbre

neukomm_-requiem
Sigismund Neukomm
Messe de Requiem suivie d’une Marche Funèbre
La Grande Écurie et La Chambre du Roy
Cantaréunion
Ensemble vocal de L’Océan Indien

 

Enquanto morava em Paris em março de 1838, o compositor austríaco Sigismund Neukomm, então com 60 anos, escreveu a sua 16ª missa, um Requiem incorporado ao “Service Funèbre complet”. Com efeito, mesmo quando Beethoven ainda era vivo, foi uma missa de Neukomm a escolhida para a comemoração da morte de Luís XVI no Congresso de Viena (1815). Também foi Neukomm o encarregado de escrever o “Te Deum” tocado em Notre Dame para a entrada solene de Luís XVIII em Paris, em 1814.  Alguns anos mais tarde, enquanto estava no Brasil, Neukomm compôs o Libera me com a intenção de concluir uma das primeiras apresentações do Requiem de Mozart na América do Sul. Dentre as 50 missas que o autor registra em seu nome, devemos mencionar a que foi escrita no Brasil para as festividades da aclamação de D. João VI ao trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Quase esquecido na atualidade, o prolífico compositor Sigismund Neukomm era extremamente famoso em seu tempo. Ele foi o convidado para reger a “Coronation” Mass and Requiem de Mozart, na inauguração do monumento ao compositor em Salzburg em 1842. Os oratórios de Neukomm eram particularmente admirados: David, por exemplo, foi escolhido para a inauguração do Birminghan Town Hall, durante o primeiro Festival de Música dessa cidade.

Disciple de Haydn, Neukomm sillonna l’Europe et le Brésil, laissant une œuvre immense trop méconnue. C’est en mars 1838 qu’il composa cette messe de Requiem comme un grand cérémonial funèbre liant les sombres accents des voix d’hommes à un ensemble de cuivres et, pour la procession finale, à un tam tam. Le résultat est prenant, d’une rare émotion, et la présence d’un chœur venu de l’Océan Indien confère à cette véritable découverte une puissante vérité sonore. (Disques K617)

Messe de Requiem
1. Requiem æternam dona eis Domine
2. Kyrie eleison
3. Dies iræ
4. Recordare Jesu pie
5. Lacrymosa dies illa
6. Domine Jesu Christe
7. Hostias et præces tibi
8. Sanctus & Benedictus
9. Pie Jesu
10. Agnus Dei
11. Libera me
12. De profundis

13. Marche Funèbre & Miserere

Messe de Requiem suivie d’une Marche Funèbre – 2008
Sigismund Ritter von Neukomm (Salzburg,1778 – Paris,1858)
La Grande Écurie et la Chambre du Roy & Cantaréunion, Ensemble vocal de L’Océan Indien
Regência: Jean-Claude Malgoire

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que nem nós

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

TUCA: Morte e Vida Severina – Nancy, 50 anos

CapaMorte e Vida Severina
TUCATeatro da Universidade Católica de São Paulo
1965

João Cabral de Melo Neto
Poema

Chico Buarque de Hollanda
Música

Em abril de 1965, cartazes espalhados pelo campus da PUC anunciavam: “O TUCA vem aí”. E a idéia de teatro universitário com função conscientizadora foi assumida pelo Departamento Cultural do Diretório Central dos Estudantes, que fez três contratações: Roberto Freire seria o diretor-geral do grupo de teatro, Silnei Siqueira, vindo da Record, seria diretor de atores e José Armando Ferrara responderia pela cenografia.

Depois de um contrato de liberação de verba com a Secretaria de Estado, estava formado o Teatro dos Universitários da Católica. Foram feitos testes para a seleção de atores e o texto “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, foi escolhido. Ele reunia muitas razões a seu favor: seu autor era brasileiro, tratava de um tema da realidade social, ia ao encontro da ideologia estudantil e poderia congregar um grande número de atores.

A montagem da peça envolveu vários setores da universidade. Alunos de Geografia, Direito, Letras e Psicologia, por exemplo, contribuíram substancialmente com seus conhecimentos em cada uma das áreas. O espetáculo foi musicado por Chico Buarque, que na época era estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e participava com freqüência dos ensaios do TUCA.

No dia 11 de setembro de 1965, o Auditório Tibiriçá foi inaugurado com a estréia de “Morte e Vida Severina”. Aplaudido de pé durante 10 minutos, reverenciado pelo público e pela crítica especializada, seria o grupo que emprestaria, a partir de então, seu nome ao teatro.

“Morte e Vida Severina” é um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Escrito pelo grande poeta pernambucano “João Cabral de Melo Neto” em 1955, o livro sempre foi uma das maiores obras da literatura nacional. Em 1965, com todo o sucesso do livro, “Morte e Vida Severina” teve sua estréia nos palcos do TUCA (Teatro da Universidade Católica) e foi dirigido por Silnei Siqueira. A peça fez um imenso sucesso no Brasil e no exterior, chegando a receber o prêmio de crítica e público no IV Festival de Teatro Universitário de Nancy, França, em 1966. Chico participou dessa apresentação em Nancy como violonista do espetáculo, pois o violonista original não pode viajar para esse festival.

No enredo da obra de João Cabral, o retirante Severino desce aberando o rio Capibaribe em direção do mar e da cidade do Recife encontrando em seu percurso diversas paisagens marcadas pela morte e pela miséria do semi árido, velórios, enterros, animais mortos, além de ver a morte com emprego, tamanha a sua incidência. Ao chegar à cidade, nos manguezais periféricos, assiste a um parto, onde a vizinhança traz seus presentes ao bebê, novas demonstrações da pobreza, rebatida pelo pai da criança com a única esperança: o próprio ato de nascer um novo ser humano.

O TUCA tem sua fachada principal e implantação volumétrica tombadas pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo desde 1998. O grande significado de acontecimentos artísticos, atos públicos e cerimônias promovidos no local o transformaram em referência para setores organizados da sociedade que resistiram à ditadura, o que justifica o tombamento do teatro.
(http://www.teatrotuca.com.br/noticias/exposicao_cdm_tuca.html)

Morte e Vida Severina – as músicas
01. Introdução
02. A quem estais carregando
03. Incelença
04. Essa vida por aqui
05. Funeral de um lavrador
06. Todo céu e a Terra
07. De sua formosura
08. Fala do mestre Carpina

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Morte e Vida Severina – a peça integral
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Ficha Técnica – Montagem de 1965
Autoria: João Cabral de Melo Neto
Cenografia: José Armando Ferrara
Direção: Silnei Siqueira
Direção musical: Zuinglio Faustini
Elenco/Personagem: Adolfo Musolino, Afonso Coaracy, Ana Lia Fernandes, Ana Lúcia Rodrigues, Ana Maria A. Ferreira, Andiara A. de Oliveira, Antônio Mercado, César Falcão, Clarizia de S. Prado, Dálcio Caron, Daniela Diez, Elizabeth Nazar, Evandro F. Pimentel, Iacov Hillel, Ignes Porto, José Roberto H. Maluf, Lamartino Leite Filho, Leticia Leite, Magaly Toledo Canto, Manoel Domingos, Marcos M. Gonçalves, Maria Cristina da Silva Martins, Maria da Penha Fernandes, Maria Helena Motta Julião, Marina Sprogis, Melchiades Cunha Júnior, Moema L. Teixeira, Moisés B. Agreste, Sandra Di Grazia, Sergio Davanzzo, Vera Lucia Muniz.
Figurino: José Armando Ferrara
Iluminação: Sandro Polloni
Produção: TUCA
Trilha sonora: Chico Buarque
Gravado ao vivo no Teatro da Universidade Católica de S. Paulo, em 1965

LP de 1966 digitalizado por Avicenna

Boas emoções!

Contra-capa
Contra-capa do LP

Avicenna

Profane deliriums: 18th-century Portuguese Love Songs (Acervo PQPBach)

love songs18th-century Portuguese Love Songs

The most voluptuous imaginable, the best calculated to throw saints off their guard and to inspire profane deliriums (William Thomas Beckford (1760 – 1844), usually known as William Beckford, was an English novelist, a profligate and consummately knowledgeable art collector and patron of works of decorative art, a critic, travel writer and sometime politician, reputed at one stage in his life to be the richest commoner in England.)

Capa: Girl Listening to a Guitar (1796) by Francisco de Goya (1746-1828)

O L’Avventura London e seu diretor Zak Ozmo e as duas sopranos portuguesas Sandra Medeiros e Joana Seara fazem a sua estreia na Hyperion com um álbum deliciosamente espirituoso de canções de amor portuguesas do século XVIII. Descrito por um visitante contemporâneo como “voluptuosas e fascinantes”, estas modinhas têm uma génese incerta, mas é provável que tenham chegado a Portugal a partir do Brasil. Dois estilos altamente contrastantes predominam: um melancólico e lírico, e outro, luminoso e ritmado, muitas vezes com ritmos sincopados na voz. Também são intercaladas por obras instrumentais do período. (extraido da internet)

Anônimo
01. Ganinha, Minha Ganinha
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
02. Tempo Que Breve Passaste
03. Tocata Do Sr Francisco Gerardo
Anônimo
04. Foi Por Mim, Foi Pela Sorte
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
05. Onde Vas Linda Negrinha
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
06. Minuet IV
Anônimo
07. A Minha Nerina
08. E Delicia Ter Amor
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
09. Voce Trata Amor Em Brinco
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
10. Minuete
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
11. Ja, Ja Me Vai, Marilia
Joze Mauricio (Coimbra, 1752- Figueira da Foz, 1815)
12. Sobre As Asas Da Ternura
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
13. Toccata #8
José Maurício (Portugal, 1752-1815)
14. Que Fiz Eu A Natureza?
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
15. Minuet VI
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
16. Cuidados, Tristes Cuidados
José Maurício (Portugal, 1752-1815)
17. E Amor A Lei Suave
Giuseppe Domenico Scarlatti (Nápolis, 1685 – Madri,1757)
18. Sonata In F Minor, Kk 466
Anônimo
19. Os Me Deixas Que Tu Das

18th-Century Portuguese Love Songs – 2012
L’Avventura London. Maestro Žak Ozmo
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Mais outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

puro prazer

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Avicenna

Les Swingle Singers – Jazz Sébastian Bach (vol 1)

jazz-sebastian-bach-vol-1
Jazz Sébastien Bach vol 1
Les Swingle Singers
LP de 1963

 

Se é para soltar a franga, Avicenna ataca de Swingle Singers, grupo francês que se notabilizou nos anos 60 quando lançou o seu primeiro LP: Jazz Sébastian Bach. Sucesso mundial!

Grupo vocal de jazz, interpretam Bach com humor, alegria, ternura e respeito, sem modificar nada do original: nem uma nota acrescentada ou omitida.

Interpretam no gogó, no blá-blá-blá, obras de Bach originalmente compostas para harpsicórdio ou órgão, acompanhados somente de um contra-baixo e uma bateria. Oooh, yeah!!

1. Fugue in D Minor from ‘The Art of the Fugue’, BWV 1080
2. Choral No.1- ‘Wake, Arise, The Voices Call Us’, BWV 645
3. Air for G String (Suite No.3 in D Major BWV 1068)
4. Prelude No.11 from The Well-Tempered Clavier, in F Major, Book 2, BWV 880
5. Boureè from English Suite No.2 in A Minor, BWV 807
6. Fugue No.2 in C Minor from The Well-Tempered Clavier, Book 2, BWV 871
7. Fugue No.5 in D Major from The Well-Tempered Clavier, Book 1, BWV 850
8. Prelude No.9 from The Well-Tempered Clavier, Book 2, BWV 878
9. Sinfonia from Partita No.2 in C Minor, BWV 826
10. Prelude No.1 from The Well-Tempered Clavier, in C Major, Book 2, BWV 870
11. Canon
12. Two-Part Invention No.1 in C Major- BWV 772
13. Fugue No.5 in D Major from The Well-Tempered Clavier, Book 2, BWV 874

Como bônus, uma obra-prima do jazz, Les Swingle Singers & The Modern Jazz Quartet, briga de cachorro grande, gravado em 1967:
14. Air for G String (Suite No.3 in D Major BWV 1068)

Jazz Sébastian Bach – 1963
Les Swingle Singers

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MP3 320kbps – 79,9 MB – 37,6 min
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Boa audição!

selfie Davi

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Les Swingle Singers – Jazz Sébastian Bach – vol. 2

jazz-sebastian-bach-vol-2
Jazz Sébastien Bach vol 2
Les Swingle Singers
1968

 Avicenna ataca de novo de Swingle Singers, aquele grupo francês de jazz que interpreta Bach com humor, alegria, ternura e respeito, no go-gó, no blá-blá-blá, acompanhados somente de um contra-baixo e uma bateria.
Em 1968 gravaram o 2º volume do Jazz Sébastien Bach. Novo sucesso mundial!

Mais informações sobre Les Swingle Singers e as cantatas de Bach podem ser encontradas aquí em Bach-Cantatas

1. Vivace from Concerto for Two Violins in D Minor, BWV 1043
2. Prelude and Fugue No.10 in E Minor from The Well-Tempered Clavier, Book 1, BWV 855
3. Cantata, Choral ‘Jesus Shall Remain My Gladness’, BWV 147
4. Gavotte from Partita No.3 for Solo Violin in E Major, BWV 1006
5. Prelude and Fugue No.1 in C Major from The Well-Tempered Clavier, Book 1, BWV 846
6. Fugue in G Major from Prelude and Fugue, BWV 541
7. Adagio from Sonata No.3 for Violin and Harpsichord in E Major, BWV 1016
8. Prelude and Fugue No.3 in C-sharp Major from The Well-Tempered Clavier, Book 1, BWV 848
9. Choral ‘Now Come, The Gentile’s Savior’ from Leipzig Chorales, BWV 859
10. Fugue No.21 in B Flat Major from The Well-Tempered Clavier, Book 1, BWV 866

Jazz Sébastian Bach – vol. 2 – 1968
Le Swingle Singers

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MP3 320 kbps – 66,3 MB – 31 min
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Oooh, yeah!!

a-criação-da-internet

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Fantasia – Leopold Stokowski and the Philadelphia Orchestra

fantasia-leopold-stokowski-and-the-philadelphia-orchestraFantasia
Walt Disney
Philadelphia Orchestra
Trilha sonora

 

Essa postagem do Marcelo Stravinsky sobre Cartoon Concerto me fez viajar no tempo.

Imediatamente lembrei-me do primeiro desenho animado que assistí no cinema quando era criança: Fantasia, de Walt Disney, produzido em 1940, um marco na história do cinema.

Não me lembro quantas vezes meus pais foram obrigados a me levar ao cinema para assistir Fantasia. Fiquei hipnotizado pelas músicas e deslumbrado em ver na tela e em cores aquilo que eu só conhecia dos gibís.

Stokowski costumava tocar a sua transcrição para a Tocatta & Fugue somente em ensaios da orquestra. Por muitos anos jamais foi tocada em concerto. Quando dispunham de tempo extra no ensaio, dizia para os músicos:” Vocês se incomodam se tocarmos um pouco de Bach?” – e então tocavam a Tocatta & Fugue só para a própria satisfação. Seus amigos da Orquestra de Filadélfia ouviram, gostaram e pela primeira vez ela foi tocada em concerto. O público gostou. Posteriormente foi imortalizada na obra de Walt Disney, Fantasia.

Compartilho com meus amigos esse encantamento musical.

1. Toccata & Fugue In D Minor, BWV 565 – Bach, Johann Sebastian
2. The Nutcracker Suite, Op. 71A;  Dance Of The Sugar Plum Fairy – Tchaikovsky
3. The Nutcracker Suite, Op. 71A;  Chinese Dance – Tchaikovsky
4. The Nutcracker Suite, Op. 71A;  Dance Of The Reed Flutes – Tchaikovsky
5. The Nutcracker Suite, Op. 71A;  Arabian Dance – Tchaikovsky
6. The Nutcracker Suite, Op. 71A;  Russian Dance – Tchaikovsky
7. The Nutcracker Suite, Op. 71A;  Waltz Of The Flowers – Tchaikovsky
8. The Sorcerer’s Apprentice – Dukas, Paul Abraham (1865-1935)
9. The Rite Of Spring – Stravinski
10. Symphony No.6 ‘Pastoral’, Op.68; I.Allegro Ma Non Troppo – Beethoven
11. Symphony No.6 ‘Pastoral’, Op.68; II.Andante Molto Mosso – Beethoven
12. Symphony No.6 ‘Pastoral’, Op.68; III.Allegro- IV.Allegro- V.Allegretto – Beethoven
13. Dance Of The Hours From The Opera ‘la Gioconda’ – Ponchielli, Amilcare (1834-1886)
14. A Night On Bald Mountain – Mussorgsky
15. Ave Maria, Op.52 No.6 – Schubert

Fantasia
Leopold Stokowski and the Philadelphia Orchestra
Remastered Original Soundtrack Edition
1940

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Boa audição!

mulher

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Missa de Nossa Senhora da Conceição & Credo em Sí bemol (Acervo PQPBach)

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Pe. José Maurício Nunes Garcia
Missa de Nossa Senhora da Conceição & Credo em Sí bemol
Austin Chamber Singers

 

José Maurício Nunes Garcia, é o exemplo máximo de todo o avanço em direção à linguagem tida como mais moderna e ao gosto da corte, seguindo os modelos da ópera italiana dos primeiros anos do século XIX, para a qual Marcos Portugal, Paisiello, Cimarosa e, posteriormente, Rossini serviram de modelo.

O tempo de José Maurício à frente da Real Capela é claramente um período de transição estilística entre suas duas práticas, já há muito estabelecidas pelos pesquisadores de sua obra: antes e depois da chegada da corte. Se, antes, escrevia para grupos pequenos e possivelmente com limitações técnicas, vê-se obrigado, a partir de então, a escrever uma música mais brilhante e virtuosística, com o objetivo de se aproximar do “estilo da Capela Real”. O que justamente caracteriza este período como de transição é a síntese através da qual José Maurício adapta sua música e sua linguagem, obtendo um estilo híbrido em sua criação, ainda com resquícios fortes da primeira fase, mas já alçando vôos em direção ao estilo que iria caracterizar sua segunda fase: mais madura e moderna.

A grande obra do período de José Maurício à frente da Real Capela é sem dúvida a Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810. É a obra mais complexa e grandiloquente das que havia composto até então, e uma das mais sofisticadas de toda a sua carreira, composta num momento de plena maturidade: José Maurício contava com 43 anos.

A Missa da Conceição (C.P.M. 106) unida ao Credo em Sí bemol (C.P.M 129) é sua primeira missa com coro e grande orquestra, e apresenta uma mudança do estilo severo empregado nos tratamentos anteriores ao mesmo texto. É uma obra com características únicas em sua criação, pois conta com estruturas e elementos que não virão a se repetir, mesmo em obras posteriores, como a utilização de uma orquestração extremamente refinada com divisões em todas as cordas, a presença de um sexteto solista e, principalmente, o uso de três grandes processos imitativos chamados de fugas ou fugatos.
(Ricardo Bernardes, musicólogo e maestro, editor da Missa de Nossa Senhora da Conceição, do Padre José Maurício).

Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810
01. Kyrie
02. Christie (fuga)
03. Kyrie
04. Gloria
05. Et in terra pax hominibus
06. Gloria
07. Laudamos te
08. Gratias agimus tibi
09. Propter magnam gloriam tuam
10. Domine Deus
11. Qui tollis peccata mundi
12. Suscipe deprecationem
13. Qui sedes ad dexteram Patris
14. Quoniam tu solus sanctus
15. Cum Sancto Spiritu
16. Cum Sancto Spiritu (fuga)
Credo em Sí bemol
17. Credo
18. Et incarnatus est
19. Crucifixus
20. Et resurrexit
21. Cujus regni
22. Et vitam venturi saeculi
23. Sanctus
24. Hosanna in excelsis
25. Beneditus
26. Hosanna in excelsis
27. Agnus Dei

University of Texas at Austin Chamber Singers, James Morrow (dir)
Sacred Music of José Maurício Nunes Garcia
1995

memoria

 

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Boa audição!

moça ao vento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

 

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Missa Pastoril para a Noite de Natal – Associação de Canto Coral (Acervo PQPBach)

 671522_145Apresentamos um LP de 1965 da Associação de Canto Coral, dirigida pela maestrina e musicóloga Cleofe Person de Mattos. Uma raridade!

Missa Pastoril para a Noite de Natal: uma delicadeza. IM-PER-DÍ-VEL! (™PQP).

 

A Missa Pastoril para a Noite de Natal data do ano de 1811: consegue refletir na singeleza e ternura inerentes ao espírito da noite de Natal, as ciscunstâncias que lhe determinaram o aparecimento. Por um lado, a ingenuidade da invenção melódica, de feição pastoral, em um 6/8 que envolve diversos momentos da missa com a mesma idéia cuidadosamente articulada nas formas tradicionais. Essa unidade temática confere à Missa Pastoril caráter repousante, que é reforçado pelo balouçante movimento rítmico que lhe serve de base.
(da contra-capa)

1. Kyrie
2. Gloria
3. Laudamus Te
4. Gratias
5. Qui Tollis
6. Qui Sedes
7. Cum Sancto Spiritu
8. Credo
9. Et Incarnatus
10. Crucifixus
11. Et Resurrexit
12. Sanctus
13. Benedictus
14. Agnus Dei

Monumento da Música Clássica Brasileira – Vol. 2 – Missa Pastoril
Paulo Fortes, barítono
Dircéia Amarim, soprano
Maura Moreira, contralto
Isauro Camino, tenor
Orquestra da Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro, regência de Francisco Mignone
Coro da Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro, direção de Cleofe Person de Mattos
LP de 1965 digitalizado por Avicenna

memoria

 

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Conheça o site exclusivo do Padre José Maurício, em http://www.josemauricio.com.br/

 

IM-PER-DÍ-VEL! (™PQP)

Gustav Klimt, Apple Tree, 1912
Gustav Klimt, Apple Tree, 1912

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna