Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in B flat major, Op. 67 e Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34 (CD 2 de 5)

Após alguns dias de ausência eu retorno ao PQP Bach para dá continuidade ao ciclo de postagens com o material camerístico de Brahns, iniciado há alguns dias atrás. Nesta ocasião teremos o Quarteto in B flat maior, Op. 67 e o o famoso Quinteto para dois pianos, dois violinos, viola e violoncelo em F menor, Op. 34. Para um dia como este é uma música agradavelmente adequada. Os comentários são dispensáveis. Que a música forneça suas explicações. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in B flat major, Op. 67 e Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34

String Quartet in B flat major, Op. 67 [32:13]
01. 1.Vivace
02. 2. Andante
03. 3. Agitato(Allegretto Non Troppo)
04. 4. Poco Allegretto Con Variazioni

Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34 [41:21]
05. 1. Allegro Non Troppo
06. 2. Andantem, Un Poco Adagio
07. 3. Scherzo.Allegro-Trio
08. 4. Finale.Poco Sostenut

Amadeus Quartet

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Carlinus

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

Não tenho conseguido parar de ouvir estes quartetos do compositor italiano Ferruccio Busoni. Ele apareceu pouco por aqui. Busoni era filho de músicos e possuía habilidades incomuns. Deu o seu primeiro concerto público aos sete anos de idade, o que o coloca na categoria de um Mozart ou de um Mendelssohn. Sua música é complexa. A wikipédia diz que a música de Busoni “é feita de diversas linhas melódicas entremeadas. Ainda que sua música não seja jamais de fa(c)to atonal no sentido schönbergiano do termo, suas obras tardias distinguem-se freqüentemente por uma tonalidade indeterminada, como as últimas de Franz Liszt. Nas notas de programa para sua Sonatina seconda de 1912, Busoni descreve sua peça como sendo senza tonalità (italiano para: sem tonalidade). Johann Sebastian Bach e Franz Liszt são regularmente citados como tendo tido uma influência decisiva sobre o compositor italiano, pois sua música contém elementos de neoclassicismo, e inclui melodias que se assemelham à aquelas de Wolfgang Amadeus Mozart. Busoni escreveu numerosas peças para piano”. Ouça e tire as suas conclusões. Uma boa experimentação.

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

String Quartet in C, Op.19
01. I. Allegro moderato, patetico
02. II. Andante
03. III. Menuetto
04. IV. Finale. Andante con moto, alla marcia

String Quartet in D, Op.26
05. I. Allegro energico
06. II. Andante con moto
07. III. Vivace assai
08. IV. Andantino – Allegro con brio

Pellegrini-Quartett
Antonio Pellegrini, violino
Thomas Hofer, violino
Charlotte Geselbracht, viola
Helmut Menzler, cello

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Carlinus

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – "Heróica"

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Depois de uma semana de silêncio pleno, estou de volta com um baita CD, daqueles que fazem a gente perder a voz e ouvir com absurda devoção. Afinal, trata-se de Beethoven, do inominável Beethoven. Entre as sinfonias do alemão, a de número 3 é uma das minhas preferidas. Ela constitui uma plêiade de sentimentos morais. É um micro-mundo, uma representação da existencialidade complexa de Beethoven. O compositor era um campo de batalha. Este CD é um portento. Uma maravilha. É uma gravação realizada no ano de 1958 por Ferenc Fricsay à frente da Filarmônica de Berlim. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – “Heróica”
01. Allegro con brio
02. Marcia funebre: Adagio assai
03. Scherzo: Allegro vivace
04. Finale: Allegro molto

Berliner Philharmoniker
Ferenc Fricsay, regente

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Carlinus

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 (CD 1 de 5)

Já venho há dois meses com o intento de postar os quartetos de cordas de Brahms, uma joia, uma pérola, algo para qual nos falta palavras. Mas foi somente hoje que disse para mim mesmo: “Hoje a criança nasce!”. E como estou entusiasmado com estas postagens! Nutro uma profunda admiração pela música brahmsiana. Com o compositor não havia tempo para devaneios ou produções que fugiam àqueles elementos tão típicos da música genuinamente clássica. Deve ser por isso que ele não compôs balê ou ópera. Seus pés estavam fincados no terreno da música pura. Música-música (se é que existe esta expressão). Toda as vezes que vou postar Brahms corre dentro de mim certa expectação reverente. A alemão não era brincadeira. Sua música é um atestado de sua competência e seriedade. Em sua época o que vigorava eram as megalomanias de Wagner e dos compositores programáticos. Brahms conseguiu se impor compondo música absoluta – a mesma que compusera Beethoven, Mozart e Haydn. Tudo isso amalgamado ao espírito profundo do Romantismo. Resta-nos apenas ficar com o primeiro CD com os dois primeiros quartetos – O opus 51 no. 1 e 2. Estes quartetos são verdadeiras obras primas. Possuem uma capacidade de síntese, concentração e honestidade musical invejáveis, dificilmente encontráveis em outros compositores. Prestem atenção: falo “dificilmente”. Páro por aqui: é preciso ouvir para sentir estas duas maravilhas. Aprecie sem moderação, incontidamente!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2

String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 [30:10]
01. Allegro
02. Romanze. Poco Adagio
03. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco piu animato
04. Allegro

String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 [31:04]
05. Allegro non troppo
06. Andate moderato
07. Quasi Minuetto, moderato – Allegretto vivace
08. Finale. Allegro non assai

Amadeus Quartet

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Carlinus

Coleção Grandes Compositores 15/33: Piotr Tchaikovsky (1840-1893) (2)

Queriam mais Tchaikovsky?! Pois bem, este é mais um daqueles raros compositores que mereceram bis nesta coleção. O repertório é semelhante ao volume anterior. Um concerto; desta vez temos o Concerto para Violino em Ré. Duas peças orquestrais avulsas; a Fantasia Romeu e Julieta e a Marcha Eslava. Uma suíte de balé; agora com O Quebra Nozes. Faltou uma sinfonia, mas temos a belíssima Serenata para Cordas em Dó para finalizar o álbum. Enfim, um excelente repertório e uma grande oportunidade para os iniciantes terem, um pouco mais, contato com as mais populares obras de um dos maiores compositores de todos os tempos.

Nascido de uma família russa de classe média, Tchaikovsky parecia destinado à carreira jurídica. Aos 19 anos, tendo completado seus estudos de direito, ele arranjou um emprego como funcionário do Ministério da Justiça. Mas a atração pela música, que ele sentia desde criança, demonstrou-se irresistível. Entrou para o conservatório musical de São Petersburgo e abandonou o emprego para dedicar-se inteiramente à arte.
Desde o início, ele foi uma voz musical forte e independente. Mantinha relações amistosas com Balakirev e Rimsky-Korsakov, compositores nacionalistas russos. Mas, ainda que com frequência Tchaikovsky buscasse inspiração nas canções folclóricas de sua terra, continuava a usar as formas e técnicas dos mestres clássicos de maneira absolutamente pessoal. Os primeiros anos que dedicou à música foram difíceis, mas trouxeram-lhe crescente reconhecimento. Apesar de inseguro sobre as suas habilidades e atormentado por sua homossexualidade, produziu uma série de composições famosas – óperas, sinfonias, balés e outras partituras -, que são o legado de sua genialidade.

Na última década do século XIX, Tchaikovsky já era reconhecido como o maior compositor russo. Fora condecorado pelo czar, suas obras eram aplaudidas por toda a Europa e até por plateias da América. O caminho para a fama e o sucesso, no entanto, havia sido tortuoso e marcado pelas angustiantes crises emocionais que continuariam a assombrar o compositor até o final de sua vida.

Fonte: Encarte do álbum.

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 15 – Piotr Tchaikovsky (2)

DISCO A

Violin Concert in D,Op. 35
01 Allegro moderato (17:51)
02 Canzonetta: Andante; Finale: Allegro vivacissimo (16:43)
Kyung Wha Chung, violin
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

Romeo and Juliet, Fantasy Overture
03 (19:36)
Cleveland Orchestra, Riccardo Chailly

Marche Slave, Op. 31
04 (10:46)
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

DISCO B

Nutcracker Suite, Op. 71a
01 Miniature overture; Characteristic dances (3:13)
02 March (2:23)
03 Dance of Sugar-Plum Fairy (1:44)
04 Russian Dance (1:08)
05 Arabian Dance (Coffee) (3:54)
06 Chinese Dance (Tea) (1:05)
07 Dance of the Reed-Pipes (2:26)
08 Waltz of the Flowers (6:40)

Serenade of Strings in C, Op. 48
09 Pezzo in forma di sonatina: Andante non troppo – Allegro moderato (8:52)
10 Waltz: Moderato (Tempo di valse) (3:37)
11 Elégie: Larghetto elegiaco (8:54)
12 Finale: (Tema Russo): Andante – Allegro con spirito (7:07)

Academy of St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

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Marcelo Stravinsky

Anton Dvorak (1841-1905) – Carnival Overture, Op.92, The Wood Dove, Op.110 e Symphony No.9 in E minor, Op.95 "From the New World" (CD 6 de 6 – final)

Chegamos, finalmente, ao último CD dessa caixa com a integral do material sinfônico de Dvorak. Confesso que me sinto mais pacificado após ter conseguido ter finalizado o empreendimento. É que precisava mergulhar com mais detença nas sinfonias compostas por Dvorak. Conhecia apenas as de número 6 a 9. Das demais, eu escutara somente pedaços esparsos. Neste último CD, temos a sinfonia mais famosa de Dvorak, a de número 9, também conhecida como “Sinfonia do Novo Mundo”. O trabalho estreou em 1893, no Carnigie Hall de Nova York, com um sucesso extraordinário. A Sinfonia no. 9 expressa o sentir de Dvorak. O compositor se encontrava numa terra distante da sua. As paisagens eram diferentes. As fragrâncias eram outras. Isso fez com que Dvorak criasse uma peça na qual vemos um diálogo de temas eslavos com temas americanos. Ou seja, esse “intercâmbio” temático resultou numa obra com fortes elementos trágicos, de uma beleza singular. No fundo, Dvorak está celebrando a sua terra. É uma espécie de missiva que ele manda para os seus estando numa terra distante. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Anton Dvorak (1841-1905) – Carnival Overture, Op.92,The Wood Dove, Op.110Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World”

Carnival Overture, Op.92

01. Carnival Overture, Op.92

The Wood Dove, Op.110

02. The Wood Dove, Op.110

Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World”

03. 1. Adagio – Allegro molto
04. 2. Largo
05. 3. Scherzo (Molto vivace)
05. 4. Allegro con fuoco

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

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Carlinus

Dietrich Buxtehude (1637-1707) – Trio Sonatas

Apesar da sexta-feira dita santa ter acabado, essa postagem é para comemorar a data. Todos os anos a igreja e a TV alimentam o ideário de dor e sofrimento da paixão de Cristo. E para se unir ao suposto sofrimento de Cristo pela humanidade, tantas outras micro-paixões acontecem. Tantos outras pessoas cismam em se cortar a fim de reproduzir as dores e as chagas de Cristo. Curiosamente, a espiritualidade ocidental foi construída sobre a dor. Assim quanto mais uma pessoa sofre, tanto mais ela é virtuosa. Os ditos santos foram homens que sofreram. Nenhum um santo tornou-se santo por ser feliz. A alegria e a felicidade são sentimentos perigososos que um santo jamais deverá sentir. É necessário que, antes de tudo, ele compunja o semblante. Não tome banho. Não se perfume. Abomine a natureza. O amor carnal. As relações humanas. A música. A poesia. Em suma: a beleza. Quando penso nessas supostas virtudes, lembro-me de uma frase de Nietzsche: “Prefiro ser um sátiro a um santo”. E pensando nisso, chego à conclusão de que a vida é muito pequena para que nos fiemos apenas por uma face dela. O universo está cheio de belezas, de cintilações de mistério. É estúpido, ato de suprema desinteligência, olhar para a vida e fazer da dor apenas virtude. Viver um ascetismo moral, não fruindo das tantas maravilhas que o unievrso nos fornece como dádiva, é ser devoto da mais suprema imbecilidade. Os religiosos são cegos em sua jornada monocromática. É baseado nisso que faço essa deliciosa postagem, cheia de encantos, de beleza. Ou seja, perigosa para os santos. Não deixe de ouvir. Fui até à Alemanha e trouxe essa bela efeméride barroca para este dia ensolarado. Um bom deleite!

Dietrich Buxtehude (1637-1707) – Trio Sonatas

01 – Sonata I in F major, BuxWV 252
02 – Sonata II in G major, BuxWV 253
03 – Sonata III in A minor, BuxWV 254
04 – Sonata IV in Bb major, BuxWV 255
05 – Sonata V in C major, BuxWV 256
06 – Sonata VI in D minor, BuxWV 257
07 – Sonata VII in E minor, BuxWV 258

The Boston Museum Trio
Daniel Stepner, baroque violin
John Gibbons, cravo
Laura Jeppesen, viola da gamba

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Carlinus

Anton Dvorak (1841-1905) – Symphony No. 7 in D minor, Op. 70 e Symphony No. 8 in G major, Op. 88 (CD 5 de 6)

Mais duas sinfonias de Anton Dvorak. Agora, as de número 7 e 8. Das sinfonias compostas pelo tcheco, estas duas estão entre as que mais gosto. Acredito também que tenha sido as que mais ouvi. A Sinfonia no. 7 foi composta em 1885. É uma obra dura, com passagens turbulentas e taciturnas. Dvorak havia perdido parentes queridos à época da composição. Talvez esse clima infenso tenha permeado a mente e os sentidos de Dvorak. Já a Sinfonia No. 8 foi composta em 1889. É uma obra repleta de melodias doces, encantáveis; fortemente emotiva. Possui elementos musicais da Bohemia. Não deixe de ouvir mais esse importante e maravilhoso CD sob a direção de Kubleik.

Anton Dvorak (1841-1905) – Symphony No. 7 in D minor, Op. 70 e Symphony No. 8 in G major, Op. 88

Symphony No. 7 in D minor, Op. 70
01. 1. Allegro maestoso
02. 2. Poco Adagio
03. 3. Scherzo _ Vivace – Poco meno mosso
04. 4. Finale_ Allegro

Symphony No. 8 in G major, Op. 88
05. 1. Allegro con brio
06. 2. 2. Adagio
07. 3. Allegretto grazioso – Molto vivace
08. 4. Allegro, ma non troppo

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

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Carlinus

Coleção Grandes Compositores 14/33: Franz Schubert (1797-1828)

O 14º álbum da Coleção Grandes Compositores nos traz o brilhante Franz Schubert. O texto a seguir nos fala um pouco sobre a obra que julgo ter maior popularidade entre as presentes gravações,  o Quinteto para Piano “A Truta”. Um breve texto nos fala um pouco sobre algumas curiosidades envolvendo esta magnífica peça.

Quinteto para Piano em Lá Menor, Op. 114, “A Truta”, D. 667

Quando nasceu a ideia de abordar um gênero de música de câmara mais complexo que o quarteto de cordas, Schubert já havia composto várias obras de câmara. Nessa época, o compositor estava em Zseliz, em casa dos Estehazy, e recebeu uma encomenda de um excelente músico e melômano, Silvestre Paumgartner, que era violoncelista. Schubert encontrava-se na plenitude de suas faculdades criativas e tinha terminado a sua Sonata em lá para piano, escrita para Josefina Von Keller, quando começou a abordar esse gênero que era novo para ele, já que nunca tinha levado a cabo a tarefa de unir piano e cordas, excessão feita a um antigo rondó em que o piano dialoga com um trio de cordas.

Não se sabe se foi ele que teve a ideia do quinteto ou se a encomenda sugeria ou pedia expressamente essa formação. No entanto, é quase certo que a escolha pouco comum dos instrumentos de cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo) para acompanhar o piano tenha sido ideia de Schubert. Existe apenas um exemplo anterior, um quinteto de Hummel, mas que só foi publicado em 1821, e por isso Schubert não podia conhecê-lo, o que desmente a possível influência que pudesse ter sofrido. Talvez se possa encontrar outra possível influência nas antigas formações de câmara italianas, que incorporavam sempre um baixo contínuo. O que não se entende bem é por que razão Paumgartner, que tocava violoncelo, tinha colocado ainda um baixo que praticamente coincidia com ele e que podia roubar-lhe a primazia. A única explicação possível é o tema melódico escolhido: o de Lied, A truta, que, segundo comentário de Stadler, era uma obra que entusiasmava Paumgartner. O próprio Stadler afirmou ter participado da redação da obra, tendo copiado as partes para enviá-las a Zseliz.

Texto: Eduardo Rincón

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 14: Franz Schubert

DISCO A

Symphony Nº 9 in C, D. 944 “Great”
01 Andante; Allegro ma non troppo (13:53)
02 Andante con moto (15:22)
03 Scherzo: Allegro vivace (9:59)
04 Allegro vivace (15:57)

Vienna Philharmonic Orchestra, Sir Georg Solti

DISCO B

Piano Quintet in A, D. 667 “Trout”
01 Allegro vivace (9:08)
02 Andante (7:26)
03 Scherzo: Presto (4:08)
04 Theme and Variations: Andantino (7:30)
05 Finale: Allegro giusto (6:55)

Clifford Curzon, piano
Members of the Vienna Octet

Piano Sonata in B Flat, D. 960
06 Molto moderato (13:18)
07 Andante sostenuto (9:20)
08 Scherzo: Allegro vivace con delicatezza (4:16)
09 Allegro ma non troppo (7:34)

Clifford Curzon, piano

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Marcelo Stravinsky

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 8 em Dó menor e Richad Wagner (1813-1883) – Lohengrin – Preludio Acto 1, Siegfried Idyll e Parsifal etc

Este é um CD implacável. Sério. Estou ouvindo a sua música atordoante desde às 8 e meia da manhã. Em meio ao pandemônio da preparação de provas, planejamento semanal, correção de exercícios. Desde o dia de ontem, encontro-me nesse torvelinho. Meu final de semana está sendo terrível. Segunda recomeçará a roda-viva. O que me consola é a música poderosa de Bruckner. Entre as sinfonias do compositor, a sua número 8 me bota um sorriso bobo de espanto e contemplação. Como alguém como Bruckner conseguiu fazer algo assim? Mas, com certeza, tal aspecto apenas engrandece a fineza e a sensibilidade que lhe habitava o interior. A peça é uma viagem filósofica e religiosa. Um evento cartático, com transfiguração e redenção. As sinfonias de Bruckner, a partir da Terceira, constituem eventos notáveis, de perfeição exagerada, beirando o impossível. Esta versão com Hans Knappertbusch, gravada em 1963, é algo que impressiona e se estabelece como uma das melhores versões que já ouvi. Aparece ainda no post, Richard Wagner. Sei. É um post que causa uma impressão fundante. Saiam da frente que a música é grande, enorme, capaz de silenciar os homens e embalar o universo. Um bom deleite!

DISCO 01

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 8 em Dó menor

01. I. Allegro moderato
02. II. Scherzo. Allegro moderato-Trio. Langsam
03. III. Adagio- Feierlich langsam, doch nicht schleppend

DISCO 02

01. IV. Finale- Feierlich, nicht schnell

*Versión 1892 de Bruckner y Joseph Schalk. Ed. Haslinger-Schlesinger-Lienau

Richad Wagner (1813-1883) –

Lohengrin – Preludio Acto 1
02. Lohengrin – Preludio Acto 1

Siegfried Idyll
03. Siegfried Idyll

Parsifal – Preludio Acto 1
04. Parsifal – Preludio Acto 1

Münchner Philharmoniker
Hans Knappertbusch, regente

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Carlinus

Arnold Schoenberg (1874-1951) – The Complete String Quartets

Acredito que os quartetos de cordas de Schoenberg estão entre as produções mais rasgadamente revolucionárias de tudo aquilo que se produziu em matéria de arte no século XX. Junto com os quartetos de Bartok, formam uma espécie de manifesto da música do século passado. Inicialmente, os quartetos do compositor austríaco se mostram amendrotadores. A música é dura, técnica, lógica. Eu, inclusive, que sou dado (em muito) aos eflúvios do romantismo, sinto um certo estranhamento quando ouço algo assim: “árido”, “pedregoso”, com imensas arestas aos ouvidos pouco afeitos à música do século XX. Mas nem por isso deixa de ser um terreno menos empolgante. Não disponho de muitas versões desses quartetos. Acredito que esta gravação com o New Vienna String Quartet tenha vindo a mim há mais de um ano. Estava lá na minha conta no Rapidshare – abril de 2010. Havia enviado para lá há um bom tempo. Somente hoje pela manhã, enquanto organizava uma planilha de gastos, baixei os arquivos (não consegui localizar nos meus arquivos) e comecei a ouvir. Após essa operação, senti-me premido a postar. Não deixe de ouvir, de andar por esses corredores apertados da música modernista. Uma boa apreciação!

Arnold Schoenberg (1874-1951) – The Complete String Quartets

DISCO 01

String Quartet No.1 in D minor, Op.7
01. 1. Nicht zu rasch
02. 2. Kräftig (nicht zu rasch)
03. 3. Mäßig (langsame viertel)
04. 4. Mäßig (heiter) New Vienna String Quartet

String Quartet No.2, Op.10
05. 1. Mäßig
06. 2. Sehr rasch
07. 3. Litanei (Langsam)
08. 4. Entrückung (Sehr langsam)

DISCO 02

String Quartet No.3, Op.30
01. 1. Moderato
02. 2. Adagio
03. 3. Intermezzo (Allegro moderato)
04. 4. Rondo

String Quartet No.4, Op.37
05. 1. Allegro molto, energico
06. 2. Comodo
07. 3. Largo
08. 4. Allegro

New Vienna String Quartet
Evelyn Lear, soprano

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Carlinus

Alexandre Tharaud interpreta Mauricio Kagel (1931-2008)

Como prometido, aí está o cd do Alexandre Tharaud interpretando obras do compositor e cineasta argentino Mauricio Kagel (radicado na Alemanha desde que tinha vinte e poucos anos). Não que eu seja um connaisseur do compositor, mas já dei uma boa garimpada na discografia dele, e nada me agrada tanto quanto este álbum. Toda possível jovialidade e e todo bom humor que se esperam de Kagel estão aqui e, creiam, não é só encenação (o que, tristemente, me parece acontecer com alguma frequência), mas resultam em uma música atraente e instigante. O período das obras aqui apresentadas pega bem uma época de transição, saindo da fase serial do início de carreira (que pega os anos 1950 e início da década de 1960) para uma fase abertamente pós-moderna (seja lá o que isso signifique), que se sedimentou no chamado teatro musical, no qual o compositor volta a lançar mão da tonalidade, numa obra de sonoridade mais adocicada, mas colorida com elementos aleatórios, recursos eletrônicos e uma encenação cômica, num resultado que nem de longe parece indicar um retrocesso da vanguarda, bem ao contrário.

Além de postar o cd aqui, coloquei um vídeo do Youtube com seu filme mais famoso, Ludwig van (1969), para quem quiser dar uma olhadela, muito embora eu não me anime muito com ele. A obra apresentada no cd com o mesmo nome, em compensação, é bem mais interessante.

E sobre o cd em si, por preguiça, traduzo (grosseiramente) um texto da BBC Music Magazine:

Que compositor vivo nomearia uma peça segundo o termo médico para unha encravada (Unguis incarnatus est), lembrando-nos maliciosamente que a expressão ‘incarnatus est’ também ocorre na missa em latim; e então, na mesma peça, cita fragmentos distorcidos de Nuages gris de Liszt enquanto pede ao pianista para fazer  um calculado e indiscreto barulho com seu metafórico ‘Unguis incarnatus’, explicitamente com o pedal? Somente um: Mauricio Kagel, o bufão na corte solene da vanguarda. Seria inadequado chamar de perspicazes essas divertidas subversões da Grande Tradição Ocidental, elas são demasiadamente sinistras e violentas para isso. Alexandre Tharaud se lança nessa brincadeira com gosto, e ele também traz uma incrível variedade de toques para a própria música. Nem toda a música é escura: há momentos de beleza tranquila e iluminada em Rrrrrrr… (baseado em mecanismos musicais iniciados pela letra R, caso isso  interesse). E nos fragmentos semi-lembrados de Beethoven em Ludwig van parece até que o compositor baixou, o que é bem captado pelo excelente conjunto, que inclui o maravilhoso barítono francês François Le Roux. E a gravação é fabulosamente detalhada sem ser clínica. O CD é uma introdução atraente, senão de arrepiar, para um compositor extremamente influente.

Ivan Hewett


Mauricio Kagel (1931-2008)


Mauricio Kagel – Alexandre Tharaud

1. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Ragtime – Waltz
2. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Rondeña (piano à quatre mains)
3. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Rosalie
4. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Rossignols enrhumés (piano préparé)
5. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Râga
6. Ludwig van, film score: I
7. Ludwig van, film score: II
8. Ludwig van, film score: III
9. Ludwig van, film score: IV
10. Ludwig van, film score: V
11. Ludwig van, film score: VI
12. Ludwig van, film score: VII
13. Ludwig van, film score: VIII
14. Ludwig van, film score: IX
15. Der Eid des Hippokrates (‘Hippocrates’ oath’), for piano, 3 hands
16. Unguis Incarnatus Est, for piano & any bass sustaining instrument
17. Mm51, for piano

BAIXE AQUI (mediafire)

itadakimasu

14th International New Music Week 2004 – Bucareste

Aí vai mais um cd de música romena. Embora seja sempre agradável ouvir um Niculescu, a peça gravada aqui, Sequentia (1994) para flauta, clarinete, violino, violoncelo e percussão, não é do que mais me surpreende nele. É de sua última fase, abertamente sacra, com peças em geral um pouco mais escuras e muito densas. Prefiro o momento anterior, doce sem deixar de ser denso, expressivo sem deixar de ser arrojado (ao contrário de compositores como Rautavaara, que realmente deram para trás para encontrarem comunicação). Ainda assim, como já dizia, a peça é interessante, guarda um sabor meio jocoso, apesar da sacralidade óbvia. Outras peças do período, como as sinfonias 4 e 5 também são muito fortes, com momentos de beleza soberba. O que me incomoda, talvez, é a sensação de reinserção na ambientação mais típica da música de vanguarda, ainda que com estilo. Sinto muita semelhança com o Lutoslawski de Mi-Parti e Livre para Orquestra (duas das minhas prediletas deles, por sinal) pelo ar grandioso, um tanto difuso, belo mas um tanto quanto assustador (sem falar na heterofonia). O Niculescu outsider me instigava mais.

O quer realmente pega aqui é a introspectiva rouaUruauor, para as 9 da manhã, de Octavian Nemescu (1940). O compositor usa durante quase toda a peça uma base eletrônica relativamente estática e vai ornamentando sem uma preocupação coesiva. Os lampejos sonoros que vão se sucedendo, pouco preocupados com conexões e desenvolvimento, são eivados de uma força religiosa, um transe, ainda que no final das contas a música não trate disso. A peça em questão faz parte de um ciclo que o compositor compôs para as 24 horas do dia.

Ainda que eu tenha enfatizado as peças do Nemescu (por ser a mais fantástica do cd, na minha opinião) e a do Niculescu (dada minha adoração pela música dele), as outras duas peças chamam igualmente a atenção. Para cello e fita magnética, a peça Shadow III, de Doina Rotaru, tem um início deslumbrante, e a fusão entre o cello e a fita magnética resulta em uma sonoridade muito cativante. Finalmente, o Concerto para sax de Sorin Lerescu é de uma doçura ímpar, às vezes até me recordando o Niculescu dos anos 80 (o que, aliás, não me parece fortuito, já que várias de suas peças me passam essa sensação). Vou ver se posto logo suas sinfonias (aproveitando que já tenho o link pronto) para ter opiniões sobre a semelhança, por exemplo, entre o clima das sinfonias 2 e 3 do Niculescu com as do Lerescu.

Mais informações sobre a Semana de 2004, clique aqui.

Boa audição!

14ª Semana Internacional de Música Nova de Bucareste (2004)

01 Stefan Niculescu – Sequentia (1994), para flauta, clarinete, violino, violoncelo e percussão
02 Doina Rotaru – Shadow III, para cello e fita magnética
03 Octavian Nemescu – rouaUruauor, para as 9 da manhã
04-05 Sorin Lerescu – Concerto para sax e orquestra

BAIXE AQUI (mediafire)

itadakimasu

Gerardo Dirié (1958) – Waiting for the Sound

Aqui está um compositor que me parece muito acessível, apesar da linguagem contemporânea, para estrear minha seção de autores latino-americanos. Dirié nasceu em Córdoba, na Argentina, e tem circulado pelo mundo desde então. Estudou e trabalhou na Universidade de Indiana e, mesmo vivendo atualmente na Austrália, parece manter vínculos com o Centro de Música Latina daquela instituição. Embora lance mão de recursos eletroacústicos e de técnicas típicas de música contemporânea, sua música é sempre muito delicada, muito envolvente e melodiosa. Talvez essa suavidade acabe por ser até um entrave para que sua música galgue a um patamar ainda mais significativo, mas, em seus melhores momentos, é uma delícia (e sempre que fica mais áspera, perco um pouco o interesse). Destaco neste cd as duas primeiras peças, Villancico al Nacimiento e Ti xiuhtototl, e o último movimento de La Espera, um daqueles momentos de delicadeza suprema.

Boa audição!

PS: um detalhe que sempre me intrigou é o fato de meus compositores argentinos prediletos (que julgo os mais significativos), Ginastera, Kagel e Dirié (sem falar de alguns raros mas interessantes momentos do Golijov) terem passado boa parte de suas vidas no exterior, abandonando a Argentina em geral para nunca mais voltar a morar. Se pensamos bem, é o contrário do que ocorreu no Brasil, onde mesmo um Villa-Lobos só passou pequenas temporadas no exterior, sempre tendo seu país como referência.

Gerardo Dirié (1958)

Waiting for the Sound

1. Villancico al Nacimiento (2000), acousmatic
2. Ti xiuhtototl (1997), for soprano, female chorus, harp, and electronics
3. Cinco canciones debajo del ladrillo (1988), for alto recorder, clarinet, violin, and 2 percussionists
4. Nocturno de la luna en tu frente (1996), for violin and harp
5. Swamp music (1994), for chorus and instrumental ensemble
6. Tu casa o este océano (1990), electronic

La Espera (1998), for chamber vocal and instrumental ensemble
07 I. Sinfonía
08 II. Recitativo del tiempo
09 IV. Canto nocturno
10 VII. The Rain in Woodstock
11 VIII. A Shroud for Laertes
12 IX. Bajo la luna
13 XI. Movimiento final

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itadakimasu

Grandes condutores do século XX – Ansermet – Stravinsky, Rimsky-Korsakov, Debussy, Bartok, Rachmaninov, Ravel e Chabrier

O século XX viu surgir regentes imortais, proeminentes, daqueles que colocam o nome na história. Estas figuras serão para sempre lembradas pelo trabalho fenomenal, dando vida à música dos grandes compositores. Assim, podemos citar alguns como Klemperer, Furtwängler, Mravinsky, Toscanini, Carlos Kleiber, entre tantos outros. Neste post que ora faço, surge um outro nome que figura de forma explícita na pequena lista que minha memória formulou. Refiro-me ao maestro suíço Ernest Ansermet, nascido em 1883 e morto no ano de 1969. Sua história é digna de ser conhecida (mais informações na WIKIPÉDIA). Neste post, Ansermet conduz Stravinsky, Korsakov, Debussy, Bartok, Rachmaninov, Ravel e Chabrier. No dizer de PQP: é algo IMPERDÍVEL! Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

DISCO 01

Igor Stravinsky (1882-1971) – Chant du Rossignol, poème symphonique
01. Introduction
02. Marche chinoise
03. Chant du rossignol
04. Jeu du rossignol mecanique

Orchestre de la Suisse Romande

Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Scheherazade, op. 35
05. The Sea and Sindbad’s Ship
06. The Story of the Kalender Prince
07. The Young Prince and the Young Princess
08. Festival at Baghdad, The Sea, The Sh…

Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire

Claude Debussy (1862-1918) – Prélude à l’après-midi d’un faune
09. Prelude a l’apres-midi d’un faune

Orchestre de la Suisse Romande

DISCO 02

Béla Bartók (1881-1945) – Concerto for Orchestra, Sz 116
01. Andante, non troppo
02. Allegro scherzando
03. Andante, non tropo
04. Allegretto
05. Pesante

Orchestre de la Suisse Romande

Sergei Rachmaninov (1873-1943) – The Isle of the Dead, op. 29
06. Isle of the Dead, Symphonic Poem

Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire

Maurice Ravel (1875-1937) – La Valse
08. La Valse

Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire

Emmanuel Chabrier (1841-1894) – Le Roi malgré lui: Fête polonaise
09. Le Roi malgre lui- Fete polonaise

Orchestre de la Suisse Romande

Ernest Ansermet, regente

BAIXAR AQUI CD1
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*Arte, by mestre Avicenna.

Carlinus

Antonín Dvorak – Symphony No. 3 in E flat major, Op. 10, Symphony No. 5 in F major, Op. 76, Symphony No. 6 in D major, Op. 60 e etc (CDs 3 e 4 de 6)

Ainda não adentrei com toda a gana que se exige nos trabalhos sinfônicos de Dvorak. Devo assentir que se trata de uma lacuna vexosa, de uma omissão na minha caminhada de diletante como apreciador musical. Embora goste do compositor, percebo uma certa negligência. Dos trabalhos sinfônicos de Dvorak conheço com certa relatividade as sinfonias nos. 7, 8 e 9. Embora não tenha certa intimidade com as nove sinfonias do compositor, sempre estive a procurá-las. É como se elas estivessem à minha frente. Mas à medida que eu caminhava, elas se deslocavam também, constituindo uma caminhada em paralelo, com projeção equidistante. Possuo algumas versões dessas sinfonias – Maazel, Neuman, Solti, entre outros que a memória não consegue se fixar. Apesar de nunca tê-las escutado completamente, alicerçando assim possibilidade comparativa, a qualidade do som com Kubelik é excepcional. Por exemplo, estou ouvindo a Sinfonia No. 3 e ela me soa perfeitamente agradável. Romantismo tardio na medida certa com aquela pitada de paixão e sensibilidade encontrados na obra de Dvorak. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Antonín Dvorak (1841-1904) – Symphony No. 3 in E flat major, Op. 10, Symphony No. 5 in F major, Op. 76, Symphony No. 6 in D major, Op. 60 e Scherzo capriccioso, Op. 66

DISCO 03

Symphony No. 3 in E flat major, Op. 10
01. 1. Allegro moderato
02. 2. Adagio molto, tempo di marcia
03. 3. Allegro vivace

Symphony No. 5 in F major, Op. 76
04. 1. Allegro, ma non troppo
05. 2. Andante con moto – dopo una piccola pausa si continua
06. 3. Andante con moto, quasi l’istesso tempo – Allegro scherzando

DISCO 04

01. 4. Finale_ Allegro molto

Symphony No. 6 in D major, Op. 60
02. 1. Allegro Non Tanto
03. 2. Adagio
04. 3. Scherzo_ Furiant. Presto
05. 4. Finale_ Allegro con spirito

Scherzo capriccioso, Op. 66
06. Allegro Con Fuoco – Poco Tranquillo – Tempo I –

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

BAIXAR AQUI CD3
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Carlinus

Gustav Mahler ( 1860-1911 ) – Sinfonia Nº 8 – Sinfonia dos Mil – R.Kubelik – Bavarian Symphonic Orchestra

SINFONIA No.8 (para 8 solistas – 3 sopranos, 2 contraltos, tenor, barítono e baixo – 2 coros mistos, coro infantil, órgão e orquestra)
Apelido: ‘Dos Mil’ (oficial)
Tonalidade principal: Mi bemol Maior
Composição: 1906-1907
Revisão: não houve
Estréia: Munique, 12 de setembro de 1910 (solistas: Gertrud Förstel, Marta Winternitz-Dorda, Irma Koboth, Otillie Meyzger, Tilly Koenen, Felix Senius, Nicolo Geisse-Winkel, Richard Mayr. Leipzig Riedelverein, Viena Singverein, Coro Infantil da Escola Central de Munique, Orquestra do festival, regência de Mahler)
1a.Publicação: 1911 (Viena, Universal Editions)
Instrumentação:
2 piccolos
4 flautas
4 oboés
Corne-Inglês
Clarinete em Mib
3 clarinetes em Sib e La
Clarone
4 fagotes
Contrafagote
8 trompas
8 trompetes (4 fora do palco)
7 trombones (3 fora do palco)
Tuba
Tímpanos
Triângulo
3 pares de pratos
Bombo
Tam-Tam
Sinos grandes
Glockenspiel
Celesta
Piano
Harmônica
Órgão
2 harpas
Mandolim
Quinteto de cordas (violinos I, II, violas, cellos e baixos com corda C grave)
Soprano I (Magna Peccatrix)
Soprano II (Una poenitentium)
Soprano III (Mater Gloriosa)
Contralto I (Mulier samaritana)
Contralto II (Maria Aegyptiaca)
Tenor (Doctor Marianus)
Barítono (Pater ecstaticus)
Baixo (Pater profundus)
Coro infantil
Coro Misto SCTB I
Coro Misto SCTB II
Duração: aprox. 85-90 minutos
Movimentos:
I- Hymnus: Veni, Creator Spiritus
II- Final scene from Goethe’s ‘Faust’ part II
Texto:
1) ‘Veni, creator spiritus’, atribuído ao monge medieval Hrabanus Maurus
2) Cena final do Segundo Fausto de Goethe
Programa: É um dos mais interessantes de Mahler, uma sinfonia muito significativa em termos filosóficos e espirituais para o compositor. O primeiro movimento é um hino medieval que evoca o espírito criador, e o segundo movimento é a redenção humana através do Amor cristão, que Mahler achou, muito propriamente, nas palavras de Goethe.
Comentários: O subtítulo ‘Dos Mil’ foi colocado contra a vontade de Mahler, por razões comerciais, já que sua estréia realmente contava com um contingente instrumental de 1023 músicos. É a única sinfonia de Mahler inteiramente cantada, como uma grande cantata sinfônica, e que transparece um grande otimismo espiritual em seus únicos 2 movimentos. No último, entretanto, há subdivisões que indicam certa ordenação próxima à forma-sonata, ainda que bastante diluída. Somente o primeiro movimento e o final do segundo (o maior de Mahler, de aprox. 50 minutos) contém grandes efeitos de massa dignos da enorme instrumentação exigida, o que lhe valeram severas críticas e também raras execuções, apesar de poder ser executada com metade deste número (na estréia a orquestra e o coro estavam duplicados).Atualmente a Oitava passa, estranhamente, por ser uma sinfonia muito prolixa e de auto-ajuda (!)
retirado daqui : http://repertoriosinfonico.blogspot.com/2007/06/sinfonias-informaes-tcnicas.html

Clique aqui para fazer o download – Megaupload

Gabriel Clarinet

In memoriam Cussy de Almeida: Orquestra Armorial acompanha Duo Assad (1977)

Duo Assad e Orquestra Armorial http://i27.tinypic.com/b3wmjk.jpgBom, eis o disco sugerido pelo leitor Fausto Silva – que eu nem sabia que havia se tornado raridade. Só espero que não pensem que milagres assim são possíveis sempre: foi uma enorme “gata” que eu tivesse esse disco!

Como nosso maior interesse no momento é o trabalho de Cussy de Almeida à frente da Orquestra Armorial, coloquei no início o concerto do Radamés Gnattali (pronúncia Nhátali, para os mais novos), que no vinil ocupa o Lado B. As demais cinco faixas são apenas a dois violões.

Se me permitem… tenho a sensação de que está aí um disco que tinha tudo para acontecer e não aconteceu. A orquestra está perfeita, limpa… Os irmãos Assad são sempre grandes… e Radamés Gnattali escreve muito bem. Mas parece que faltou um clic para esses três elementos entrarem em sinergia e de fato levantarem o concerto.

Mesmo assim, concordo que não se pode deixar esse disco naufragar no olvido. No mínimo é um documento importante de certas vertentes da produção musical brasileira dos 2.º e 3.º terços do século XX.

Além disso, a gravadora Continental realmente boiou na maionese na hora de nomear: “Latino América para duas guitarras”… Por que guitarras, se o nome brasileiro consagrado dessa variante do instrumento é “violão”? E por que “Latino América”, quando quase 90% do repertório é brasileiro? Por causa das 4 Micro-Peças do cubano Leo Brouwer, que inclusive não puxam nada para o lado nacionalista ou “típico”? E onde fica o italiano Castelnuovo-Tedesco, que ocupa tanto espaço no disco quanto Brouwer?

Bom, hoje eu estou ranzinza mesmo, como vocês devem ter notado… mas de modo nenhum estou sugerindo que não valha a pena baixar e ouvir esse disco! Eu mesmo vejo mais razões para baixar que para não baixar. Ou então não o teria carregado nas 15 mudanças que já fiz desde que o tenho… (se é que não esqueci nenhuma!)
 
 
Sérgio e Odair Assad (violões) – com Moacir Freitas, da OSB (oboé)
e as cordas da Orquestra Armorial, regida por Cussi de Almeida

Edição em vinil: Continental, 1977
Digitalizado por Ranulfus, jul. 2010

Radamés Gnattali (Porto Alegre, 1909 – Rio, 1988):
Concerto para 2 violões, oboé e cordas (dedicado ao Duo Assad)
Gravado ao vivo no Conservatório Pernambucano de Música
01 Allegro moderato
02 Adagio
03 Con spirito

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
04 Alnilan (de “As Três Marias” – transcrição)

Francisco Mignone (1897-1986)
05 Lenda sertaneja (peça dedicada ao Duo Assad)
06 Lundu

Mario Castelnuovo-Tedesco (1895-1968)
07 Siciliana (da Sonatina Canônica para dois violões)

Leo Brouwer (*1939)
08 Cuatro Micro-Piezas

. . . . . BAIXE AQUI – download here (Megaupload)

Ranulfus

Gustav Mahler ( 1860-1911 ) – Sinfonia Nº 7 – Canto da Noite – R.Kubelik – Bavarian Symphonic Orchestra

Primeiramente preciso pedir desculpas pela ausência no blog. Estou muito enrolado com os estudos, tem dia que eu tenho 11 aulas e chego em casa morto. ”Segundamente” gostaria de agradecer aos quase 800 downlods que os Concertos de Stamitz com Sabine Meyer. E ”terceiramente” ao mestre Avicenna pela sua penúltima postagem ( Cantata ” O útltimo Cântico”) Coisa boa D+.
Vamos lá então.

SINFONIA No.7
Apelido: Canto da Noite (não-oficial)
Tonalidade principal: Si menor
Composição: 1904-1905
Revisão: 1909
Estréia: Praga, 19 de setembro de 1908 (regência de Mahler)
1a.Publicação: 1908 (Berlim, Bote & Bock)
Instrumentação:
Piccolo
4 flautas (uma alternando com piccolo II)
3 oboés
Corne-Inglês
Clarinete em Mib
3 clarinetes (La, Sib)
3 fagotes
Contrafagote
Tuba tenor em Sib (tenor horn)
4 trompas
3 trompetes
Corneta de pistão
3 trombones
Tuba
Tímpanos
Caixa Clara
Bombo
Pratos
Triângulo
Tam-Tam
Sinos de vaca
Sinos
Glockenspiel
Violão
Mandolin
2 harpas
Quinteto de cordas (violinos I, II, violas, cellos e baixos)
Duração: Aprox. 85 minutos
Movimentos:
I-Langsam – Allegro con fuoco. Allegro risoluto, ma non troppo
II- Serenade ( Nachtmusik). Allegro moderato
III- Scherzo. Schattenhaft
IV- Serenade (Nachtmusik). Andante amoroso
V- Rondo – Finale
Programa: É uma sinfonia que transparece um clima taciturno, que nos faz lembrar as Canções do viandante de Schubert. As duas músicas noturnas (Nachtmusik) da sinfonia, lembranças das melodias do Wunderhorn, dão o título à sinfonia.
Comentários: É uma das mais avançadas sinfonias, harmonicamente falando. Há 3 tonalidades predominantes: Si menor, Mi menor e Dó maior. A progressão harmônica é igualmente inovadora. Durante muito tempo foi esquecida, e tratada como a menos interessante sinfonia de Mahler, porque é a primeira em que se sente uma inspiração ‘forçada’ e, de certa maneira, desgastada enquanto forma. Hoje em dia é vista como uma epígrafe do pós-romantismo.
retirado daqui : http://repertoriosinfonico.blogspot.com/2007/06/sinfonias-informaes-tcnicas.html

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Gabriel Clarinet

Coleção Grandes Compositores 13/33: Antonio Vivaldi (1678-1741)

O décimo terceiro volume da Coleção Grandes Compositores, nos traz alguns dos mais famosos trabalhos do Padre Ruivo. Confesso que já tive vontade de me livrar dessa coleção de uma vez por todas, postando vários volumes de uma vez só e sem me preocupar em escrever algum texto sobre o compositor, mas pensei melhor e decidi que vale a pena fazer cada postagem individualizada. Infelizmente o 33º volume não vai poder ser postado, pois trata-se de Villa-Lobos, e acho que já é notório os problemas que tivemos com as postagens de obras do maior compositor das Américas.

Um grande abraço a todos!

Excetuando-se talvez o amor romântico, nenhum assunto inspirou mais os músicos do que as delícias da natureza. Ao longo dos séculos, grande número de compositores tentou traduzir em melodias os seus encantos: a Sinfonia Pastoral de Beethoven, La Mer de Debussy, as evocações florestais de Bruckner, Mahler e Sibelius, são apenas alguns dos exemplos mais famosos desse rico legado de músicas inspiradas na natureza. No topo dessa lista, ou bem perto dele, encontra-se  o quarteto de concertos para violino de Antonio Vivaldi, conhecido como As Quatro Estações, Op. 8.

Já adulto, na Itália das primeiras décadas do século XVIII, Vivaldi cultivava o concerto acima de todas as outras formas musicais. Compôs mais de 400 trabalhos desse tipo, tendo incorporado a eles uma grande variedade de timbres e efeitos instrumentais, assim como um estilo expressivo e ajustado de inventividade melódica. Nas Quatro Estações, Vivaldi utilizou esses recursos com o que se poderia chamar de finalidades pictóricas, para imitar fenômenos naturais como o vento, a chuva e o canto dos pássaros, bem como atividades humanas, como a dança e a caça. Para eliminar quaisquer dúvidas a respeito dessas alusões auditivas, ele chegou a registrar frases descritivas nas partituras das Estações, nos lugares correspondentes.

Além disso, quando publicou as Quatro Estações, em 1725, Vivaldi prefaciou cada concerto com um poema resumindo o programa ou “enredo” da música. Esses versos, sem dúvida, contribuíram muito para o rápido sucesso dos concertos. Durante sua vida, a obra foi fartamente executada em toda a Europa e recebida com entusiasmo. Consta que ninguém menos que o rei Luís XV, da França, solicitou a inclusão do concerto Primavera nas audições parisienses.

Cada um dos concertos que compõe as Quatro Estações foi composto segundo o esquema de três movimentos (rápido-lento-rápido) que Vivaldi adotara para esse tipo de composição. Dentro desse esquema bastante convencional, no entanto, os detalhes musicais não deixam de evocar a natureza e suas criaturas.

Fonte: Encarte do álbum.

Uma ótima audição!

.oOo.

Coleção Grandes Compositores Vol. 13: Antonio Vivaldi

DISCO A

Concerto Nº 1 em Mi, RV 269 “Primavera”
01 Allegro 3:30
02 Largo 2:28
03 Allegro 3:56
Solista: Christopher Hirons

Concerto Nº 2 em Sol Menor, RV 315 “Verão”
04 Allegro non molto 5:28
05 Adagio – Presto 2:03
06 Presto 2:44
Solista: John Holloway

Concerto Nº 3 em Fá, RV 293 “Outono”
07 Allegro 5:03
08 Adagio molto 2:22
09 Allegro 3:09
Solista: Alison Bury

Concerto Nº 4 em Fá Menor, RV 297 “Inverno”
10 Allegro non molto 3:23
11 Largo 2:01
12 Allegro 3:08
Solista: Catherine Mackintosh

Concerto Nº 5 em Mi Bemol, RV 253 “La Tempesta di Mare”
13 Presto 2:48
14 Largo 2:35
15 Presto 3:40
Solista: John Holloway

Concerto Nº 6 em Dó, RV 180 “Il Piacere”
16 Allegro 2:55
17 Largo 2:21
18 Allegro 2:46
Solista: Alison Bury

Academia de Música Antiga, Christopher Hogwood

DISCO B

Concerto para Cordas em Sol “alla rustica”, RV 151
01 Presto 1:08
02 Adagio 1:01
03 Allegro 1:31

Concerto para Oboé e Violino em Si Bemol, RV 548
04 Allegro 3:44
05 Largo 3:21
06 Allegro 2:10
Oboé: David Reichenberg – Violino: Simon Standage

Concerto em Dó “con molti stromenti”, RV 558
07 Allegro molto 5:21
08 Andante molto 1:45
09 Allegro 2:55
Flauta-doce: Philip Picket, Rachel Beckett
Chalumeau: Colin Lawson, Carlos Riera
Violino: Simon Standage, Micaela Comberti
Bandolim: James Tyler, Robin Jeffrey
Tiorba: Nigel North, Jakob Lindberg
Violoncelo: Anthony Pleeth

Concerto para Dois Violinos em Sol, RV 516
10 Allegro molto3:49
11 Andante (molto) 2:04
12 Allegro 3:05
Violinos: Simon Standage, Elizabeth Wilcock

Concerto para Oboé em Lá Menor, RV 461
13 Allegro non molto 4:13
14 Larghetto 3:14
15 Allegro 2:38
Oboé: David Reichenberg

Concerto para Dois Bandolins em Sol, RV 532
16 Allegro 4:01
17 Andante 2:09
18 Allegro 3:51
Bandolins: James Tyler, Robin Jeffrey

The English Concert
Cravo, órgão e regência: Trevor Pinnock

BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky

Marcus Ferrer – Viola em concerto

Pra quem ainda pensa que viola caipira só serve pra tocar música caipira e não vê que ela está cada vez mais se integrando a outros gêneros, como rock, blues, choro, metal e… música clássica. Neste álbum só há peças inéditas de compositores eruditos contemporâneos – talvez o primeiro a empreender coisa do tipo – e cada uma tem uma linguagem diferente da outra. Deem uma ouvida e comentem.

***

Quem me enviou o arquivo não sabe o nome das faixas, nem eu consegui obter via Google, só achei um release e uma notícia, mas sei que neste CD não tem nada de compositores já falecidos – todas as obras são inéditas e foram compostas para Marcus Ferrer.

[Update: setlist e encarte enviados pelo visitante Johannes Brahms]

1- Edino Krieger / Ponteando
2- Jorge Antunes / Em casa de ferrer, viola de pau
3- Pedro Kröger / Seresta
4- Roberto Velasco / Viola volpi
5- Roberto Victório / Prelúdio X
6- Rufo Herrera / Andinas nº 3
7- Marisa Rezende / Psssssiu!…
8- Eli-Eri moura / Crusmática
9- Edson Zampronha / Capriccio
10- Marcos Lacerda / Memória do nada
11- Maurício Dottori / Vago e florido firmamento de notas
12- Frederico Richter (Frerídeo) / Cantos expressivos

BAIXE AQUI O CD

BAIXE AQUI O ENCARTE

CVL

Antonín Dvorak (1841-1904) – Symphony No. 1 in C minor – 'The Bells of Zlonice', Symphony No. 4 in D minor, Op. 13 e Symphony No. 2 (CDs 1 e 2 de 6)

Antonin Leopold Dvorak nasceu em Nelahozeves (Rep. Tcheca), a 8 de setembro de 1841. Filho de um humilde comerciante, aos oito anos de idade Dvorak teve despertada sua vocação musical. Mas só pôde realizar os primeiros estudos em 1853, já residindo na cidade de Zlonice. Quatro anos depois instalou-se em Praga, onde iniciou uma vida de sacrifícios, aliviados quando foi premiado pela composição de um hino patriótico (1873).

Depois de uma fase influenciada por Wagner e Liszt, tornou-se adepto do movimento nacionalista tcheco iniciada por Smetana. O impulso decisivo para a sua carreira ocorreu em 1877 quando, sob recomendação de Brahms, os Duetos morávios foram editados na Alemanha. Desde então, os programas de concerto no estrangeiro passaram a colocar em destaque o nome de Dvorak.

Na Inglaterra, houve uma acolhida sobremodo entusiástica (iniciada com a apresentação das Danças eslavas), a ponto de quase se tornar a segunda pátria do compositor. Várias vezes Dvorak esteve em Londres e outras cidades britânicas, regendo as próprias obras, entre estas a Sinfonia em ré maior e o oratório Santa Ludmilla. Em 1891, a universidade de Cambridge lhe conferiu o título de doutor honoris causa.

Por essa época, já era numerosa a produção de Dvorak. Tinha abordado todos os gêneros, revelando-se especialista em música de câmara. O Trio para piano Op. 90 – Dumky (1891), foi logo incorporado ao repertório de todos os conjuntos camerísticos. A posição estética do compositor também já estava definida, como a de seu conterrâneo Smetana, igualmente abeberado nas fontes folclóricas.

Popularidade, fama, honrarias, tornaram-se comuns na vida de Dvorak. Em Praga, recebeu também o título de doutor honoris causa da universidade. Foi nomeado professor e mais tarde diretor do conservatório. Chegou a ser nomeado membro da câmara dos pares do império austríaco.

Sua fama atravessou o Atlântico. Dvorak foi dirigir o conservatório de Nova Iorque. Nos Estados Unidos, foi atraído pela melodia dos índios e dos negros. Três anos na América resultaram para Dvorak na fase mais conhecida de sua atividade criadora. A ela pertencem obras como a célebre Sinfonia n.º 9 em mi menor – Do Novo Mundo (1893); o Quarteto em fá maior Op. 96, arbitrariamente apelidado de Americano (1893); o Concerto para violoncelo em si menor Op. 104 – obra-prima no gênero; e uma coletânea de peças para piano intitulada Humoresques, das quais a sétima chegou a ser a música quase mais tocada em todo o mundo.

Quando retornou a Praga, a fidelidade às origens continuou inalterada. Dvorak dedicou-se à composições de peças sinfônicas e óperas. E nestas últimas, principalmente, os elementos musicais e dramáticos são de pura inspiração folclórica tcheca. A glória em vida acompanhou-o até a morte. Dvorak morreu em Praga, a 1.º de maio de 1904 e foi sepultado como herói nacional.

Dvorak apareceu como um improvisador, bem menos atento às regras de estruturação formal. Embora Smetana, sempre obediente às normas tradicionais, fosse seguidor de Liszt e Wagner – ao passo que Dvorak é discípulo de Brahms, Schumann e, sobretudo, de Schubert – Dvorak é bem mais, rapsódico. Daí, por certo, a popularidade que alcançou no mundo inteiro.

Da fase americana de Dvorak também resultou um equívoco, hoje esclarecido: dizia respeito ao aproveitamento do folclore dos Estados unidos, em detrimento das fontes eslavas; mas pesquisas musicológicas, levadas a efeito em Harvard, concluíram por confirmar o original caráter eslavo da Sinfonia n.º 9 e do Quarteto Americano.

Extraído DAQUI

Antonín Dvorak (1841-1904) – Symphony No. 1 in C minor – ‘The Bells of Zlonice’, Symphony No. 4 in D minor, Op. 13 e Symphony No. 2 in B flat major, Op. 4

DISCO 1

Symphony No. 1 in C minor – ‘The Bells of Zlonice’
01. 1. Allegro
02. 2. Adagio Molto
03. 3. Allegretto
04. 4. Finale_ Allegretto

Symphony No. 4 in D minor, Op. 13
05. 1. Allegro
06. 2. Andante sostenuto e molto cantabile

DISCO 2

Symphony No. 4 in D minor, Op. 13
01. 3. Scherzo. Allegro feroce
02. 4. Finale: Allegro con brio

Symphony No. 2 in B flat major, Op. 4
03. 1. Allegro con moto
04. 2. Poco Adagio
05. 3. Scherzo: Allegro con brio
06. 4. Finale: Allegro con brio

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

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Carlinus

Wolfgang A. Mozart e Leopold Mozart – Wind Concertos

Pai e filho juntos neste delicioso CD. Leopold Mozart, pai de Wolfgang Amadeus Mozart, não foi um extraordinário compositor como o filho. Leopold é mais conhecido como o indutor do filho prodígio. Mas apesar de ser um dos principais responsáveis pela educação musical do filho, Leopold compunha. Escreveu pouco coisa. Das obras que escreveu, talvez, seja o concerto para trompete em ré maior a sua principal obra. É belíssimo. Fato curioso é que eu possuía uma versão desse concerto gravado numa fita K-7, mas obliterou-se com o tempo. Até que consegui encontrar esta gravação. Quiça seja esse um dos fatores que me impelem a fazer esta postagem. Aparecem ainda três concertos de Mozart filho. Maravilhosos. Capazes de aturdir. Numa noite solitária como essa causam lances profundos. Ouço rumores distantes na rua. Há pouco choveu. A rua foi lavada. Os becos foram lavados. A minha está lavada pela solidão. Opa! estou a tresvariar. Talvez seja a música sensível que faz vibrar a minha alma, produzindo ecos em terrenos distantes do meu ser. É a música de Mozart – filho e pai! Boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Concerto para Clarinete em Lá maior, K. 622, Concerto para Trompa em Si bemol maior No. 4, K. 495 e Concerto para Oboé em Sol maior, K. 271k – “Ferlindes”

Concerto para Clarinete em Lá maior, K. 622
01. I. Allegro
02. II. Adagio
03. III. Rondo (Allegro)

Concerto para Trompa em Si bemol maior No. 4, K. 495
04. I. Allegro moderato
05. II. Romanza (Andante)
06. III. Rondo (Allegro vivace)

Concerto para Oboé em Sol maior, K. 271k – “Ferlindes”
07. I. Allegro aperto
08. II. Andante ma non troppo
09. III. Allegro

Leopold Mozart (1719-1797) – Concerto para Trompete em Ré maior
10. I. Adagio
11. II. Allegro moderato

Ensemble Orchestral de Paris
John Nelson, diretor
David Guerrier, trompa, trompete
Francois Leleux, oboé
Paul Meyer, clarinete

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Carlinus

Aniversários do mês de Fevereiro – Nascimentos e Mortes

03/02/1736 – J. G. Albrechtsberger – Nascimento
03/02/1904 – Luigi Dallapiccola – Nascimento
05/02/1962 – Jacques Ibert – Morte
07/02/1830 – Marcos Portugal – Morte
07/02/1994 – Witold Lutoslawski – Morte
08/02/1943 – Almeida Prado – Nascimento
09/02/1885 – Alban Berg – Nascimento
09/02/1964 – Ary Barroso – Morte
12/02/1760 – Jan Dussek – Nascimento
12/02/1894 – Hans Guido Von Bulow- Morte
12/02/1915 – Émile Waldteufel
13/02/1883 – Richard Wagner – Morte
15/02/1857 – Mikhail Glinka – Morte
15/02/1899 – Georges Auric – Nascimento
16/02/1987 – Dmitry Kabalevsky – Morte
17/02/1653 – Arcangelo Corelli – Nascimento
17/02/1973 – Pixinguinha – Morte
18/02/1956 – Gustave Charpentier – Morte
19/02/1986 – Francisco Mignone – Morte
20/02/1929 – Carl Czerny – Nascimento (algumas fontes citam o dia 21)
20/02/1929 – Toshiro Mayuzumi – Nascimento
20/02/1961 – Pierce Grainger – Morte
20/02/1996 – Toru Takemitsu – Morte
21/02/1795 – Francisco Manuel da Silva – Nascimento
21/02/1836 – Leo Delibes – Nascimento
22/02/1992 – William Schuman – Morte
23/02/1685 – G. F. Handel – Nascimento
23/02/1934 – Edward Elgar – Morte
27/02/1887 – Alexander Borodin – Morte
28/02/1935 – Chiquinha Gonzaga – Morte
29/02/1792 – Gioachino Rossini – Nascimento

por Marcelo Stravinsky

Coleção Grandes Compositores 12/33: Johannes Brahms (1833-1897)

Era a época de apogeu do romantismo, uma tendência que arrastava a maioria dos compositores, mas não os unia em uma mesma batalha nem no mesmo campo. É verdade que, contra Liszt e sua escola de Weimar, Brahms apoiou de maneira firme a postura de Robert Schumann, defensor do romantismo com uma clara ancoragem no clássico e menos ligado às exposições literárias que inundavam a música do húngaro e seus discípulos, assim como o teatro de Wagner e seus seguidores, mas respeitava sua criação, embora não participasse de seus excessos.

Foi então que começou a tendência a considerar Brahms, em um sentido pejorativo, “clássico”, até mesmo “conservador”, alguém que não participava da revolução que ia mudar o mundo da música e que verdadeiramente desempenhou um papel muito importante na mudança que se aproximava. Mas Johannes Brahms havia participado também desta mudança, embora sua contribuição  tenha sido menos ostensiva e estivesse contida mais nas cordas que nos trompetes, tubas e percussão, na falta de medida da orquestra e do andamento do tempo empregado em declarações românticas que levaram à hipertrofia dos pós-romantismo. Esta mudança que nos legou a música de Brahms está contida em suas obras para piano, em seus quartetos, no desenvolvimento da harmonia que os sustenta, na forma muito mais concisa em que as ideias  são expostas, na densidade de pensamento de suas sinfonias, de suas variações sinfônicas, de seus concertos, de seus Lieder, de suas obras corais. Diríamos que é de certa forma a postura clássica do verdadeiro pensador ante a dos líderes e agitadores políticos, que se perdem em declarações altissonantes e valorizam mais a maneira de dizer que as idéias que realmente levam à mudança. Embora participem delas, nem sempre as traduzem corretamente.

Não se pode negar a importância dos românticos revolucionários nas mudanças históricas produzidas depois da explosão romântica: seria estúpido não admitir a relevância da contribuição de Wagner, de Liszt – embora injustamente desvalorizado ao lado de seu genro -,  da mesma forma que seria estúpido negar o valor musical de suas obras. O que se pretende aqui, é esclarecer que é preciso reavaliar a ação e a atitude de Brahms nessa luta, reconhecer que ele foi relegado à alcunha de conservador, ou seja, de manifestar uma atitude passiva diante da mudança, de falta de combatividade, simplesmente porque sua intervenção nessas mudanças não foi exposta aos gritos, estentoreamente proclamada, embora talvez não menos efetiva.

Texto de Eduardo Rincon

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Coleção Grandes Compositores Vol. 12: Johannes Brahms

DISCO A

Symphony Nº 4 in E Minor, Op. 98
01 Allegro non troppo (13:17)
02 Andante moderato (12:41)
03 Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I (6:12)
04 Allegro energico e passionato – Più allegro (11:35)

Tragic Overture, Op. 81
05 Allegro non troppo – Molto più moderato – Tempo primo (14:16)

Vienna Philharmonic Orchestra, Leonard Berstein

DISCO B

Concerto for Violin and Orchestra in D, Op. 77
01 Allegro non troppo (23:32) [Cadenza: Joseph Joachim]
02 Adagio (9:41)
03 Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto (8:45)
Shlomo Mintz, violin
Berlin Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado

Academic Festival Overture, Op. 80
04 Allegro – L’istesso tempo, un poco maestoso – Animato – Maestoso (10:03)
Berlin Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado

Hungarian Dances
05 Nº 1: Allegro molto (2:53)
06 Nº 3: Allegretto (2:18)
07 Nº 10: Presto (1:36)
Vienna Philharmonic Orchestra, Claudio Abbado

BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky