Este é um daqueles CDs que você é obrigado a baixar, sentar e ouvir. Tudo é bom nessa gravação. É a música do mago Igor Stravinsky regida por um especialista no repertório da composição contemporânea, Pierre Boulez. As duas obras desse post são expressivas e estão inscritas naquele rol de composições mais importantes e marcantes da história da música, assim como a Nona de Beethoven ou a Sinfonia Leningrado de Shostakovich. Trata-se de peças que foram responsáveis por mudar o conceito de composição de música no século XX. A primeira, Pétrouchka, é a história sobre um fantoche tradicional russo, que é feito da palha e com um saco de serragem como corpo que acaba por tomar vida e ter a capacidade amar, uma história que se assemelha superficialmente àquela de Pinocchio. Já Le Sacre du Printemps ou “A Sagração da Primavera” é uma extravagância. Não uso o termo em sentido depreciativo. Quero apenas informar que a obra é um exagero de arrojo e perfeição. “A Sagração da Primavera” é largamente conhecida como uma das maiores, mais influentes e mais reproduzidas composições da história da música do Século XX sendo um ícone de toda música erudita por ter sido considerada a obra que marca o início do modernismo . Considera-se que ela inovou em quase todos os aspectos musicais correntes na época : estrutura rítmica, orquestração, timbrística, forma, harmonia, uso de dissonâncias, e particularmente uma valorização da percussão acima da harmonia e melodia como nunca tinha ocorrido antes. Desafiando bom número de regras e contestando tudo que se conhecia até então a obra causou um escândalo memorável na capital francesa, em que a plateia, diante de tanta revolução artística, não aceitava o que ouvia e via. A rejeição se reforçou pelas inovações de linguagem que Nijinsky incorporou à coreografia, valorizando movimentos “rústicos” inspirado em hierógrafos e pinturas em pedras de homens da caverna. Durante a apresentação não faltaram vaias, e o próprio Diaghilev chegou a acender as luzes da platéia numa tentativa de conter um pouco o caos que se instalou. Não tendo surtido muito efeito, a agitação continuou e marcou tanto a estreia que até hoje a peça é considerada uma das mais internacionalmente conhecidas e controversas obras na história da arte”.
A obra subdivide-se em duas partes principais:
1. A adoração da terra (8 seções);
2. O sacrifício (6 seções).
Por isso, não deixe de ouvir esse CD formidável. Bom deleite!
P.S. O texto acima é em sua maior parte extraído DAQUI e DAQUI
Igor Stravinsky (1882-1971) – Pétrouchka e Le Sacre du Printemps – “A Sagração da Primavera”
Pétrouchka
01. First Tableau
02. Second Tableau
03. Third Tableau
04. Fourth Tableau
Le Sacre du Printemps
05. Part 1 – L’Adoration de la Terre
06. Part 2 – Le Sacrifice
The Cleveland Orchestra
Pierre Boulez, regente

Carlinus


![Amaral Vieira (1952): Te Deum in stilo barocco e Missa Choralis [link atualizado 2017]](https://pqpbach.ars.blog.br/wp-content/uploads/2014/11/AmaralViera.jpg)










































