Considerando-se que é um disco com obras de Albinoni, este CD é louco de bom. O disco é extremamente bem executado, é animado e bonitinho. Albinoni foi um compositor bem limitado que ficou famoso por causa de um italiano esperto, Remo Giazotto. Talvez você conheça um certo Adágio de Albinoni. Ele é amplamente conhecido por seu uso frequente em trilhas sonoras de filmes. Frequentemente aparece em gatinhos de clássicos barrocos curtos, porém… Na verdade, esta famosa obra não é de Albinoni. É uma criação de meados do século XX do musicólogo italiano Remo Giazotto, que alegou ter encontrado um fragmento de uma composição de Albinoni nos arquivos de uma biblioteca alemã bombardeada, a Staatsbibliothek (Biblioteca Estadual) em Dresden. Essa biblioteca continha um tesouro de composições de Albinoni que foram destruídas quando a cidade foi bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial, então a alegação de Giazotto era até plausível. De acordo com Giazotto, o fragmento continha apenas o baixo contínuo e algumas frases da própria melodia, num total de apenas seis compassos. A partir desse material escasso, Giazotto desenvolveu uma composição completa, criando algo mais ou menos no estilo de uma chacona, mas com toda a cara do romantismo. Se aquela mistureca faz parte do barroco, eu sou o George Clooney. O novo Adágio era, na verdade, quase inteiramente — e talvez até mesmo inteiramente — uma composição de Giazotto, escrita em 1949. Ele foi publicado pela editora italiana Ricordi em 1958, quase trezentos anos após o nascimento de Albinoni, e com os direitos sendo de (adivinhe?) de Giazotto. Este Adágio é provavelmente uma ficção, já que ninguém além de Giazotto viu esse suposto fragmento de Albinoni. Giazotto morreu em 1998, levando seu segredo para o túmulo, e a história do Adagio em Sol Menor provavelmente permanecerá um mistério. No final das contas, é difícil desembaraçar a história sem acesso ao manuscrito original, que nunca foi tornado público (possivelmente porque ele não existia). Hoje em dia, a maioria dos estudiosos considera a obra como de Giazotto, embora o debate ainda continue. Para o público em geral, no entanto, a obra ainda é conhecida como apenas uma coisa — é o Adágio de Albinoni e fim.
Tomaso Albinoni (1671-1751): Oboe Concerti Op. 9, Nos. 2, 3, 5, 8, 9 & 11 (Anthony Camden, The London Virtuosi, John Georgiadis)
Oboe Concerto in C major, Op. 9, No. 5
I. Allegro 3:29
II. Adagio (non troppo) 1:59
III. Allegro 3:19
Oboe Concerto in F major, Op. 9, No. 3
I. Allegro 4:45
II. Adagio (non troppo) 2:12
III. Allegro 3:45
Oboe Concerto in D minor, Op. 9, No. 2
I. Allegro e non presto 04:33
II. Adagio 5:23
III. Allegro 3:07
Oboe Concerto in B flat major, Op. 9, No. 11
I. Allegro 4:13
II. Adagio 3:26
III. Allegro 3:13
Oboe Concerto in G minor, Op. 9, No. 8
I. Allegro 3:57
II. Adagio 2:15
III. Allegro 4:04
Oboe Concerto in C major, Op. 9, No. 9
I. Allegro 4:00
II. Adagio (non troppo)
3:02 III. Allegro 3:24
Total Playing Time: 01:04:06
Anthony Camden, oboe
Performed by:London Virtuosi
Conducted by:John Georgiadis

PQP


Novamente: * Alberto Lizzio é um pseudônimo inventado pelo produtor musical e maestro Alfred Scholz e associado a gravações antigas, de antes da época dos CDs, muitas vezes dirigidas por Milan Horvat, Carl Melles ou pelo próprio Scholz. Essas gravações foram compradas por ele e usadas para lançar gravações clássicas baratas para o mercado de massa sob outros nomes, como se fossem novidades. Scholz escreveu uma biografia fictícia de Lizzio, alegando que ele nasceu em Merano, Tirol do Sul, em 30 de maio de 1926, estudou violino, composição e regência em Milão e que sua segunda esposa, com quem teve um filho, morreu em 1980 em um acidente de carro em que Lizzio ficou gravemente ferido. A biografia fictícia termina com a sua morte em 22 de outubro de 1999, em Dresden.

* Alberto Lizzio é um pseudônimo inventado pelo produtor musical e maestro Alfred Scholz e associado a gravações antigas, de antes da época dos CDs, muitas vezes dirigidas por Milan Horvat, Carl Melles ou pelo próprio Scholz. Essas gravações foram compradas por ele e usadas para lançar gravações clássicas baratas para o mercado de massa sob outros nomes, como se fossem novidades. Scholz escreveu uma biografia fictícia de Lizzio, alegando que ele nasceu em Merano, Tirol do Sul, em 30 de maio de 1926, estudou violino, composição e regência em Milão e que sua segunda esposa, com quem teve um filho, morreu em 1980 em um acidente de carro em que Lizzio ficou gravemente ferido. A biografia fictícia termina com a sua morte em 22 de outubro de 1999, em Dresden.





IM-PER-DÍ-VEL !!!
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Tá bom, Vivaldi afirmou que compôs sua ópera Tito Manlio em apenas cinco dias (a ópera tem 194 min, nesta gravação) para que estivesse pronta para celebrar o casamento do governador de Mântua, o príncipe Philipp de Hessen-Darmstadt, com a princesa Eleanora de Guastalla (a quem a ópera é dedicada). O enredo de desentendimento familiar e raiva sádica parece inadequado para uma celebração de um casamento, e talvez fosse apropriado que a princesa cancelasse a cerimônia antes mesmo de atravessar os muros da cidade. No entanto, o show deve continuar. O Tito de Vivaldi é um cônsul vilão que ameaça arrastar sua filha Vitélia nua pelas ruas de Roma porque ela se recusa a fazer um voto de ódio contra seus inimigos clamando por uma representação justa no Senado. O enredo se passa na antiga República Romana e se desenvolve em torno de conflitos entre sentimento e dever cívico. A fonte é o Livro VIII da História de Roma, de Tito Lívio. Mas a trama foi bastante alterada pelo libretista Matteo Noris. Tito Mânlio está envolvido na guerra contra as cidades latinas que se rebelaram contra Roma. Por isso faz um juramento solene de ódio aos inimigos e exige que seus filhos, Mânlio e Vitélia, além de seus seguidores, façam o mesmo. Vitélia está secretamente apaixonada por um líder latino, Gemínio e, por isso, se recusa a fazer o juramento. Tito a expulsa de Roma e dá ordens severas a seu filho, Mânlio, para que faça uma missão de reconhecimento junto aos latinos, mas não os ataque. Desobedecendo as ordens do pai, Mânlio mata o líder latino Gemínio, apesar ele, Mânlio, de estar apaixonado por sua irmã, Servília. Pela desobediência, Tito condena o próprio filho à morte. Lúcio, um latino aliado de Tito e dos romanos, tentar ajudar Mânlio a escapar da prisão, mas este se recusa a fugir. Antes de ser executado, Mânlio consegue o perdão do pai pela desobediência graças à intervenção de Décio, líder dos centuriões. Também é perdoado por sua amada Servília pela morte de seu irmão. Esse final feliz modifica a história real , descrita por Tito Lívio, segundo a qual Mânlio é, de fato, executado. Sem dúvida, Tito Manlio é uma das melhores obras de palco do Padre Rosso. Federico Maria Sardelli conduz esta gravação de 2005 que seria a da estreia mundial. (Não creio que seja, tenho uma versão dela em vinil sob a regência de Vittorio Negri). Sardelli comanda grandes quantidades de recitativos com sentido e clareza, embora o melhor aspecto de sua performance sejam as caracterizações ousadamente acentuadas do Modo Antiquo, trazidas à vida com muitas cores. A acústica é muito estrondosa, mas mesmo assim funciona. Sardelli captura todos os efeitos orquestrais da partitura de Vivaldi. ‘Se non v’aprite al di’ e ‘Combatta un gentil cor’ estão sensacionais. Solos de violoncelo, acompanhamentos de continuo inventivos, uma marcha fúnebre surpreendente e um solo de viola d’amore de tirar o fôlego (em ‘Tu dormi in tante pene’) contribuem muito. Duas outras árias de Manlio são particularmente notáveis: ‘Sonno, se pur sei sonno’ é uma abertura maravilhosamente sombria para o Ato 3, com acordes de cordas pulsantes e assustadores. ‘Ti lascerei gl’affetti miei’ é um momento sublime de melancolia em tom menor que começa com apenas um par de oboés e fagote antes de evoluir para um lamento profundamente comovente de beleza e sonoridade consideráveis que é eloquentemente moldado por Sardelli. Infelizmente, a performance de Sardelli é prejudicada por cantores que se inclinam para a competência em vez da expressão.















Um bom disco que seria excelente não fosse a loucura do engenheiro de som. O cara colocou o microfone para a flauta, que parece poderosíssima em relação ao cravo. Menos, né, querido? A execução é extraordinária, animada em espírito e tem a marca da sensibilidade distinta do compositor. Há muito carinho pelo idioma expressivo de CPE. Só que o equilíbrio entre flauta e cravo está quebrado. É evidente a dependência de CPE da geração anterior, ainda imersa a pleno na atmosfera barroca e monumentalmente representada pela obra de seu pai, de quem recebeu todo o seu treinamento. Ele tem sólido conhecimento da polifonia e do antigo sistema do baixo contínuo, do senso de forma, no gosto pelo contraste e pela dramaticidade, embora a partir desta base tomasse rumos bastante divergentes daqueles que Johann Sebastian escolheu para si. CPE parecia muito consciente da posição histórica da música de sua geração e foi um dos poucos compositores do século XVIII que empregavam a expressão “história da música”, pois tinha um vasto conhecimento da música de seu tempo e da produção das gerações anteriores e reconhecia a contribuição dos mestres do passado na construção de sua própria obra. Na música de CPE são encontrados todos esses elementos, modernos e antigos.
IM-PER-DÍ-VEL !!!


Excelente gravação. Velhinha mas boa. Das nove sinfonias compostas por Beethoven, seis estão na lista das minhas peças favoritas. São elas a 1, 3, 5, 6, 7 e 9. Entre estas seis, fazendo um refinamento, posso afirmar que as de número 3, 6, 9 são insuperáveis. Elas marcaram a minha existência em um dado momento. Talvez os acontecimentos singulares com as quais elas me marcaram, justifiquem a minha predileção. Neste CD fabuloso que ora posto sob a condução de Solti, encontramos três das seis sinfonias supra mencionadas – as de número 3, 5 e 7. É uma gravação primorosa como as peças de Beethoven merecem. Antes de postar, ouvir duas vezes. É música pura, plena, absoluta. Uma boa apreciação!
Muitos músicos dizem que A Arte da Fuga é uma daquelas obras da arte universal diante da qual só é possível calar-se. A obra seria a profissão de fé musical de meu pai, e seu conteúdo metafísico a colocaria no limiar de outro mundo. Ela seria “a abstração em música”, “a forma pura”, “um sopro de ar claro e gelado”, “uma caixa fria” repleta de invenções melódicas cheias de vida. Para muitos, a obra seria praticamente inexequível. O compositor Wolfgang Rihm escreveu: “O único espaço sonoro para a realização desta música continua sendo aquele reservado ao pensamento, situado abaixo da caixa craniana. Esse espaço, porém, é o mais amplo de todos, desde que se possa conceber em pensamento tal realidade sonora”. É algo que está lá no limite do que é música. Bach não definiu sua instrumentação e muitos acham que é algo mais para ser mais lido e admirado do que para ser ouvido. Eu não sei ler música, então só me resta ouvir e percebo que a obra é cheia de impossibilidades e arestas que vão sendo resolvidas de forma inesperada, como se a gente estivesse ouvindo um quadro de Escher. É tudo muito preciso e intrigante. Adorno chamou A Arte da Fuga de economia de motivos. para ele, o tema é esgotado até em seus mínimos componentes e disso resulta algo perfeito. A obra seria “a arte da dissecação”. O resultado é uma forma de insuperável precisão: a fuga. O cruzamento magistral da grande e pequena ordem, das grandes e pequenas formas. Com A Arte da Fuga, Johann Sebastian Bach, meu pai, teria se voltado para o passado e para o futuro. Nela, porém, o mais importante não seria a técnica, nem as leis do ofício da música, mas a expressão musical.
Um cedezinho mais ou menos, daqueles de gatinhos de Bach. Trata-se de um encontro de duas grandes estrelas estadunidenses da DG — Kathleen Battle e Itzhak Perlman. O resultado é agradável. Serve também como guia para algumas boas árias de meu pai, apesar de faltarem algumas extraordinárias que são também para soprano e violino. Na verdade, achei a seleção é pra lá de estranha. Battle vai muito bem, como sempre. Perlman parece meio desconfortável, mas sai com saldo positivo. Os gatinhos são árias de Cantatas e da Missa em Si Menor que só guardam em comum o fato de serrem para soprano e violino. Para pessoas com pouca vivência bachiana, o disco pode ser legal. Pra mim, ele é meio boboca.
Um velho disco bastante bom! Nicanor Zabaleta era um mestre em seu instrumento e aqui nos dá um recital solo tocando compositores espanhóis. Claro que todos são nacionalistas até a medula, mas não têm aquela psicose flamenca. As obras são mais delicadas e discretas, ninguém precisa bater violentamente com os pés no chão, bastando as melodias altamente representativas do estilo. São compositores que trabalharam no final do século XIX e no início do século XX. Se bem me lembro, de Falla e Turina viram a desgraça da Guerra Civil e suas consequências. O grande Albéniz, e, parece-me, Granados, não chegaram a viver sob Franco. Voltando à música, fiquei muito feliz de ouvir este disco e conferir que Zabaleta era um monstro.








Este CD é um mistério. Não sei onde o consegui, não sei seu número de referência, mas gravei alguns detalhes a respeito. Ele não é tão bom quanto aquele da dupla Pandolfi e Alessandrini (dois posts abaixo), mas é digno e não faz feio num final de tarde de sábado. A música de CPE Bach estava à frente de seu tempo em muitos aspectos, com sua profundidade emocional e experimentação de novas formas. Foi um grande compositor, assim como seu irmão WF. As sonatas para viola da gamba de CPE Bach são conhecidas por sua expressividade emocional, característica marcante da música do compositor. Elas foram escritas durante o período em que CPE Bach esteve em Hamburgo, onde assumiu papel significativo como compositor e diretor musical. Sua música para viola da gamba reflete a busca de um novo tipo de expressividade, mais livre e com maior liberdade emocional, alinhada à ideia do “Empfindsamkeit“, ou “estilo sentimental”, que era um movimento musical da época.
IM-PER-DÍ-VEL !!!







IM-PER-DÍ-VEL !!!

Edu e Bethânia (1966)
Camaleão (1978)
Tempo Presente (1980)
Elis Canta Edu (2009)
Tantas marés (2010)

