.: interlúdio – Nikolai Kapustin :.

Este post começa com uma pausa — para agradecimentos. Obrigado a todos os leitores do PQP Bach, em especial estes que embarcam nas peripécias jazzísticas (frequentemente experimentais) deste seu Blue Dog. Fico sinceramente feliz com o espaço e a companhia dos colegas autores e leitores. (E meus amigos também agradecem, porque assim diminuo a torrente de e-mails com indicações, espasmos e suspiros musicais variados. (Sou daqueles apaixonados chatos, que não conseguem calar a boca quando o assunto é o preferido.)) E embora eu não responda a todos os comentários deixados nos posts, saibam que não passo nenhuma dica; às vezes demora pra eu ouvir, noutras não é bem o idioma que ando escutando, mas eu sempre vou atrás. Foi o que aconteceu dessa vez, inclusive; está lá num post do ano passado sobre Mouse on the Keys, o César quem disse: “Interessante, a Toccatina do Sezession é o próprio estudo do Concert Etudes Op.40, do Kapustin. Esse compositor seria uma boa pedida para este blog, Blue Dog.”

Mais de um ano depois, fui conferir meio desconfiado. A Toccatina do Mouse on the Keys, excelente, um quase blues-funk, então é uma versão? De um compositor de nome russo, com nome da obra meio em francês, e ainda por cima um opus na referência? Naquele milissegundo do julgamento primário, me bateu muito mal; isso vai ser lento, e chato, certamente.

E foi aí que o cachorro tropeçou nas próprias patas.

A Toccatina original é trocentas vezes melhor. Rápida, energética, até feroz. Jazz? Sem dúvida, há todo aquele swing marcante. Mas há algo na estrutura; o fluxo das notas não parece nenhuma outra improvisação a que estejamos acostumados. A biografia explica: Nikolai Kapustin (nascido na Ucrânia em 1937) estudou música clássica durante anos a anos a fio, e então descobriu e apaixonou-se pelo jazz. Ele conta numa entrevista que viu seu sonho mudar; de um virtuose erudito, passou a desejar ser um compositor clássico para o jazz. A mesma proposta que a Third Stream queria produzir, mas com uma diferença: foco. Kapustin consegue fazer a fusão entre os dois mundos de maneira complexa e altamente satisfatória, sem divagar, e sem “unir duas partes”. Sua música traduz em si mesma o conceito que o autor desenhou, sem jamais soar como um Frankenstein.

Kapustin começou escrevendo para orquestra, e nos anos 1980, focou mais nas composições solo para piano. Suas gravações ganharam pequenas edições na Alemanha e no Japão; mas afora um pequeno círculo, era um desconhecido até mesmo do público russo até 2000, quando Steve Osborne e Marc-André Hamelin registraram, em disco e turnês, suas interpretações para Kapustin. Foi um pequeno foco de luz em seu trabalho, e algum reconhecimento; ainda assim, me parece demais escondida, a música deste senhor. A escassez de informações na internet é um sinal de que, apesar dos calorosos comentaristas do youtube, Kapustin ainda é uma excentricidade musical. Não me parece que sua música seja impopular; e se ele mesmo admite que não gosta de tocar ao vivo, e quase nunca se apresenta — o que certamente ajuda a mantê-lo obscuro — , disseminemos a informação, ora, por favor, e obrigado de novo pela valiosa dica, César. Aliás, se alguém souber como conseguir gravações dos anos 1960, quando Kapustin tocava na big band de Oleg Lundstrom, por favor, me avise. A discografia possível, brilhante e vigorosa que seja, não registra nada parecido com esta raridade, de 1964:

[youtube width=”500″ height=”375″]http://www.youtube.com/watch?v=agr38i9X0sA[/youtube]

E aqui temos ele tocando em 2007 – uma composição mais próxima aos discos do post. Não é fabuloso?

[youtube width=”500″ height=”375″]http://www.youtube.com/watch?v=vDWeGp4UE6M[/youtube]

A ficha de composições é imensa; esta lista é a melhor que encontrei, e ela para em 2009, no Opus 141. Não achei uma discografia decente, mas pude apurar que, afora pequenos registros já perdidos no tempo, seus primeiros discos foram uma série “Kapustin plays Kapustin” que saíram pela Melodiya russa, com uma curta tiragem internacional pela Bohéme. Mais tarde, nos anos 2000, com a atenção provocada por Osborne e Hamelin, a japonesa Triton relançou todos os seus discos, com nomes diferentes; e bancou mais alguns álbuns originais. Coloquei abaixo tudo que encontrei em boa qualidade, e é quase tudo que há disponível, parece; mas fiquei apenas nos que traz Kapustin como intérprete. Tenho escutado todos, mas volto com mais frequência ao Jazz Pieces for Piano e ao Jazz Portrait. (Aliás, a tristeza dele naquela foto da capa é de cortar o coração. Lembra até um certo meme da internet.) O disco em que ele toca com um quinteto é agradabilíssimo, principalmente as peças com duas flautas. Mantive as capas e datas originais, quando possível, mas as gravações são todas das reedições da Triton.

*update 02/01/13: link para torrent contendo todos os discos.


Nikolai Kapustin – Jazz Pieces for Piano /1985 [V0]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
01-08 Eight Concert Etude Op.40
09-12 Piano Sonata No.1 “Sonata Fantasy” Op.39
13 Suite in Old Style for Piano Op.28
14 Variations for Piano Op.41


Nikolai Kapustin – 24 Preludes in Jazz Style Op. 53 /1987 [320]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
01-24 24 Preludes in Jazz Style, Op. 53
25 Sunrise for Piano Op. 26
26 Toccatina for Piano Op.36
27 Meditation (Contemplation) for Piano Op.47
28 Sounds of Big Band for Piano Op.46
29 Moving Force for Piano Op.45


Nikolai Kapustin – Jazz Portrait /1991 [V0]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
01 Andante for Piano, Op.58
02-04 Sonata for Piano No.4, Op.60
05-14 Ten Bagatelles for Piano, Op.59
15-17 Sonata for Piano No.5, Op.61
18-20 Sonata for Piano No.6, Op.62


Nikolai Kapustin – Piano Sonatas Nos. 2 & 3 /1991 [320]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
01-04 Sonata for Piano No.2 Op.54
05 Sonata for Piano No.3 Op.55
06 Andante for Piano Op.58
07-08 Introduction and Scherzino for Violoncello Solo Op.93
09-11 Duo for Alto Saxophone and Violoncello Op.99


Nikolai Kapustin – Kapustin Piano Quintet etc /2001 [320]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
Nikolai Kapustin, piano; Alexander Korneev, Mariana Rubinstein, flute; Alexander Zagorinsky, cello; Alexander Chernov, Vladimir Spektor, violin; Svetlana Stepchenko, viola
01-03 Trio for Flute, Cello and Piano Op.86
04-07 Quartet for Two Violins, Viola and Cello Op.88
08-11 Quintet for Two Violins, Viola, Cello and Piano Op.89
12-14 Divertisment for Two Flutes, Cello and Piano Op.91


Nikolai Kapustin – 24 Preludes and Fugues for Piano Op.82 Violin Sonata etc /2001 [256]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
CD1: 01-34 24 Preludes and Fugues Op.82 – 1 a 17
CD2: 01-14 24 Preludes and Fugues Op.82 – 18 a 24
15 Elegy for Cello and Piano Op.96
16 Buriesque for Cello and Piano Op.97
17 Nearly Waltz for Cello and Piano Op.98
18-20 Sonata for Violin Op.70


Nikolai Kapustin – Last Recording /2004 [320]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
01-04 Sonata for Piano No.7 Op.64
05 Berceuse for Piano Op.65
06-08 Three Impromptu for Piano Op.66
09-11 Three Etudes for Piano Op.67
12 Impromptu for Piano Op.83
13 Paraphrase on a Theme by P. Dvoyrin Op.108
14-15 Sonata for Piano No.12 Op.102


Nikolai Kapustin – Kapustin Returns! /2008 [V2]
http://thepiratebay.se/torrent/7980318
01 Paraphrase on Aquarela do Brasil by Ary Barroso for piano Op.118
02-03 Two Etude-like Trinkets for Piano Op.122
04 End of the Rainbow Op.112
05 Humoresque Op.75
06 Fantasia Op.115
07 Gingerbread Man Op.111
08 Vanity of Vanities Op.121
09 Spice Island Op.117
10 Paraphrase on Blue Bossa by Kenny Dorham Op.123
11 Countermove Op.130
12-14 Sonata for Piano No.16 Op.131

Boa audição!
Blue Dog

Montserrat Figueras (Barcelona, 15 March 1942 – 23 November 2011)- Homenagem Póstuma – La Barcha d’Amore – Montserrat Figueras, Jordi Savall & Le Concert des Nations

Nós do PQPBach lamentamos profundamente a morte da soprano catalã Montserrat Figueras, uma das maiores intérpretes da Música Antiga e Medieval, talvez a maior delas.
Nossa antiga colaboradora, Clara Schumann, portuguesa da cidade do Porto, comentou certa vez que teve a oportunidade de assistir uma apresentação do Hespérion XXI e ficou maravilhada pela qualidade da apresentação do grupo, principalmente com a voz de Montserrat Figueras, e sua cumplicidade com o marido, Jordi Savall, tornaram o espetáculo tão magnifíco que sentia lágrimas nos olhos constantemente.
Me apropriando das bem escolhidas palavras do blog “Musikalische Opfer” podemos ter perdido uma das maiores sopranos do século XX, mas Deus ganhou mais uma bela voz para o seu coral.
Nossa singela homenagem a esta excepcional soprano é este maravilhoso CD da Alia Vox, “La Barcha d’Amore”, resultado de um trabalho incansável de pesquisa histórica e arqueológica musical que o grupo de Savall e Figueras realiza já há décadas.

01 – de Gorzanis – La Barcha del mio amore
02 – Caccini – Amor ch’attendi
03 – Caccini – Alme luci beate
04 – Caccini – Non ha’l ciel
06 – Monteverdi – Lamento della Ninfa – Non havea febo ancora
07 – Monteverdi – Lamento della Ninfa – Lamento della ninfa
08 – Monteverdi – Lamento della Ninfa – Si tra sdegnosi pianti
09 – Scheidt – Paduan Dolorosa a 4 Voc. Cantus V
10 – Allemagne – Samuel Scheidt – Courant Dolorosa a 4 Voc. Cantus IX
11 – Espagne – Senastian Duron – Sosiegen descansen
12 – del Vado – No te embarques
13 – Hidalgo – Ay que me rio de Amor
14 – Anonyme – Desperada
15 – Anonyme – Lullaby My little sweet darling
16 – Anonyme – Greensleves to a ground
17 – Anonyme-Jordi Savall – Une jeune fillette
18 – Lully – Rondeau du Mariage force
19 – du Bailly – La folia Yo soy la loucura
20 – Lully – Chaconne L’amour medecin

Montserrat Figueras – Soprano
Maria Cristina Kiehr – Soprano
Lambert Climent, Francese Garrigosa – Ténors
Daniele Carnovich – Basse
Hopkinson Smith – Luth
Rolf Lislevand – Theórbe
Ton Koopman – Clavecin
Andrew Lawrence-King – Harpe
Hespérion XXI
Le Concert des Nations
Jordi Savall – Viole de gambe et Direction

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FDPBach

Sergey Prokofiev (1891-1953) – Piano Concertos nº 2 in G Minor, op. 16, Piano Concerto nº3, in C Major, op. 26 – Gutiérrez, Järvi, RCO

Pois bem, senhores, concluindo esta caixa, aqui estão os dois Concertos para piano mais famosos de Prokofiev, o Segundo e o Terceiro. É difícil dizer qual deles é o meu preferido, creio que na verdade gosto dos cinco, mas esta introdução melódica do Segundo é de partir os corações mais duros.
Horácio Gutiérrez me era desconhecido até então, mas o rapaz é um assombro. É um virtuose de mão cheia que conhece muito bem seu instrumento, e não se deixa pegar nas armadilhas que Sergey colocou, e não são poucas. Os clientes da amazon foram quase unânimes em dar cinco estrelas à esta gravação, e com razão.

E porque hoje é sábado, usando uma frase muito usada no blog do nosso amigo Milton Ribeiro, vou deixá-los por aqui, e sair para aproveitar o dia.

Boa audição.

Sergey Prokofiev  – Piano Concertos nº 2 in G Minor, op. 16, Piano Concerto nº3, in C Major, op. 26

01 – Piano Concerto No. 2 in G minor Op. 16 – I. Andantino – Allegro
02 – II. Scherzo. Vivace
03 – III. Intermezzo. Allegro moderato
04 – IV. Finale. Allegro tempestuoso
05 – Piano Concerto No. 3 in C major Op. 26 – I. Andante – Allegro
06 – II. Tema. Andantino – Variations 1-5 – Tema. L’istesso tempo
07 – III. Alegro ma non troppo

Horácio Gutiérrez – Piano
Royal Concertgebow Orchestra
Neeme Järvi – Conductor

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FDPBach

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto for Piano, Cello & Orchestra, op. 56. Johannes Brahms (1837-1897) – Concerto for Violin, Cello & Orchestra, op. 102 – Trio Poseidon, Järvi, GSO

Não tenho bem certeza, mas acho que estas obras não aparecem há um bom tempo aqui no PQP, por isso resolvi trazer esta gravação recente, realizada em 2010,. São duas obras que dispensam apresentações, de dois dos compositores favoritos dos membros do blog, e creio que de todos os nossos leitores-ouvintes.
Estes concertos que ora trago tem suas peculiaridades, começando por sua proposta: Primeiramente, temos um piano, um violino e um violoncelo atuando como solistas, e isso por si só já mostra o tamanho da dificuldade de conciliá-los, afinal trata-se de um Trio com Piano, e o próprio Ludwig compôs peças imortais para esta formação. E juntar com uma orquestra completa, isso não é tarefa para qualquer um. Creio que a dificuldade de sua execução seja exatamente conciliar estes três instrumentos tão diferentes, encontrar o balanço ideal, sem deixar nenhum deles de fora. Alguns consideram uma obra menor de Beethoven, mas não concordo. Pode-se dizer que não está no mesmo nível do Concerto para Violino ou de algum dos concertos para piano. Mas daí à considerar uma obra menor existe uma grande diferença.
O Concerto Duplo para Violino, Cello e Orquestra é de uma grandiosidade tal que até hoje me sufoca. Sempre me vem à lembrança a gravação de David Oistrackh e Rostropovich,  que não foi superada até hoje. A dupla de solistas aqui é muito boa, claro que não dá para botarmos no mesmo nível desta outra que citei, mas são eficientes.
Não conhecia este Trio Poseidon até conseguir este CD. Trata-se de um excelente conjunto de jovens músicos, e acompanhados do renomado Neeme Järvi, um dos grandes nomes da regência da atualidade, com a excelente orquestra sueca de Gothenburg, realizaram um ótimo trabalho. Um disco para ser apreciado sem moderação, à vontade, podem se exceder que não terá maiores consequências, a não ser uma grande satisfação para suas almas.

Ludwig van Beethoven – Concerto for Piano, Cello & Orchestra, op. 56. Johannes Brahms – Concerto for Violin, Cello & Orchestra, op. 102

01. Beethoven – Concerto for Piano, Violin, Cello and Orchestra, Op.56 – I. Allegro – Più allegro
02. II. Largo –
03. III. Rondo alla Polacca – Allegro – Tempo I
04. Brahms – Concerto for Violin, Cello and Orchestra, Op.102 – I. Allegro
05. II. Andante
06. III. Vivace non troppo – Poco meno allegro – Tempo I

Trio Poseidon:
Sara Tröback Hessenlink – Violin
Claes Gunnarsson – Cello
Per Lundberg – Piano

Gothenburg Symphony Orchestra
Neeme Järvi – Conductor

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FDPBach

L. V. Beethoven (1770-1827) The Consecration of the House, Op. 124, Concerto para violino in D, Op. 61 e Abertura Leonora No. 3, Op. 72a (LINK REVALIDADO)

Como hoje o dia está nublado e indeciso, reverberando efeitos impressionáveis em minha alma, resolvi postar algo do meu compositor predileto – Beethoven. Tomei o intento de postar o concerto para violino em ré, opus 61. Ao meu modo de ver, este é um dos concertos para violino mais belos que já foram escritos. O opus 64 de Mendelssohn é belíssimo também; semelhante é o opus 35 de Tchaikovsky. Semelhantemente, o opus 61 de Beethoven é um espetáculo. Possui momentos de profundo lirismo, algo que é comum em Beethoven. Distigue-se dos concertos de Mendelssohn e Tchaikovsky pelo pessimismo, mas o final é um triunfo. Escolhi dois magos para interpretar esta maravilha: Menuhin ao violino e Klemperer na regência. É simplesmente uma das melhores gravações que já ouvi para este concerto. Aparecem ainda neste registro a The Consecration of the House e Abertura Leonora No. 3. Bom deleite!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) The Consecration of the House, Op. 124, Concerto para violino in D, Op. 61 e Abertura Leonora No. 3, Op. 72a

The Consecration of the House, Overture, Op. 124
1. The Consecration of the House [8:06]

Concerto para violino em D, Op. 61*
2. Allegro ma non troppo [24:24]
3. Larghetto [10:23]
4. Rondo (allegro) [10:07]

Yehudi Menuhin, violino

Leonore No. 3, Overture, Op. 72a
5. Leonore No. 3, Overture [14:35]

Total: 67′ 59”

Philharmonia Orchestra
*New Philharmonia Orchestra
Otto Klemperer, regente

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Carlinus

Maurice Ravel (1875-1937): Sonatas & Trio

Costumo ter cuidado com a música francesa. Evito 100% o uso da popular, trata-se de uma coisa horrível que deixa sequelas em quaisquer sensibilidades! E tenho muita parcimônia com os eruditos. Rameau, Couperin, Saint-Säens, Messiaen, Ravel… e o resto tem de ser muito bem escolhido. Este CD vem de dentro da zona de conforto. É um Ravel muito bom e muito bem interpretado pelos jovens Capuçons e pelo não menos Braley. Jamais imaginaria que as Sonatas e o Trio coubessem num só CD, mas Ravel era assim: compunha pouco e certo. Uma vez, dando uma olhada na relação de suas obras, descobri que conhecia a grande maioria. E é difícil encontrar algum equívoco do compositor andando por aí, né? O homem era mesmo talentoso e devia ter uma feroz autocrítica; apesar de francês, não lhe passava nada. Um CD consistente, muito bom.

Ravel: Sonatas & Trio

1. Piano Trio: I. Modéré 9:09
2. Piano Trio: II. Pantoum: Assez Vif 4:25
3. Piano Trio: III. Passacaille: Très Large 8:41
4. Piano Trio: IV. Finale: Animé 5:18
Renaud Capuçon/Gautier Capuçon/Frank Braley

5. Sonata For Violin And Piano: I. Allegretto 7:56
6. Sonata For Violin And Piano: II. Blues: Moderato 4:58
7. Sonata For Violin And Piano: III. Perpetuum Mobile 3:37
Renaud Capuçon/Frank Braley

8. Sonata For Violin And Cello (1920-22): I. Allegro 5:03
9. Sonata For Violin And Cello (1920-22): II. Très Vif 3:20
10. Sonata For Violin And Cello (1920-22): III. Lent 7:13
11. Sonata For Violin And Cello (1920-22): IV. Vif, Avec Entrain 5:58
Renaud Capuçon/Gautier Capuçon

12. Sonata Posthume For Violin And Piano 11:10
Renaud Capuçon/Frank Braley

Renaud Capuçon, violino
Gautier Capuçon, violoncelo
Frank Braley, piano

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PQP

.: interlúdio – Shakti :.

Tendo experimentado fama repentina e autodestruição em pouco mais de cinco anos, a Mahavishnu Orchestra marcou e mudou profundamente a cena do jazz dos anos 70 e em diante. Nesse curto período o grupo solidificou o fusion, deu cria à rebentos dos mais diversos, e ainda apresentou uma conexão indiana jamais ouvida no jazz. John McLaughlin, entre mudanças de formação e críticas públicas ao seu estilo de liderança, caminhava sobre os mortos e feridos; já estabelecido como uma grande força criativa, continuou gozando de excepecional reputação — tanto que a CBS topou, sem pestanejar, lançar os álbuns de seu novo grupo, Shakti. (Certamente assegurando-se os direitos completos sobre a arte das capas, como perceberemos nas imagens abaixo.)

E o que McLaughlin apresentou foi um aprofundamento no caminho da música indiana; sob olhares boquiabertos, largou a guitarra, puxou o violão e sentou no tapetinho — em meio a uma quase-orquestra indiana de facto. Acústico, mas não sem o vigor de antes, senão ao contrário; com o Shakti, McLaughlin toca mais rápido do que nunca — muitas vezes, seguindo nota a nota a marcação da tabla. Que era um virtuose, se sabia; que era apaixonado pela cultura indiana (com guru pessoal e tudo, como bem em voga na época), também; a surpresa ficou por conta do desassombro com que os músicos desenvolveram temas que vão do energético ao espiritual, do meditativo ao furioso, numa linguagem totalmente nova.

Ou ainda: bicho, é de cair o queixo.

O primeiro disco, autointitulado, é de 1976; um registro ao vivo, e por isso mesmo, o mais improvisado deles — incluindo uma quase-raga de meia hora como lado B. O segundo, do mesmo ano, gravado em Londres, demonstra uma proposta melhor consolidada, e provavelmente as melhores composições do grupo (Lady L pra mim, a qualquer hora do dia ou da noite.) O terceiro e último já vem num suspiro; Shakti não vendeu quase nada à época, e esse disco, de temas mais curtos e menos agressivos, foi a última (e fracassada) tentativa da gravadora em fazer alguns tostões, que, aliás, não viriam. Era outra vez a índole do inquieto McLaughlin, com seus projetos-relâmpago: já em 1977 o Shakti havia dito o que queria dizer, e ficava pra trás. (Ao menos até ganhar uma reunião na virada dos anos 2000, chamada Remember Shakti, e que até hoje faz turnês irregulares). E esse projeto, como tudo (ou quase tudo) que ele fez, transformou-se em objeto de culto e reverência.


Shakti – Shakti (live) /1976 [V0]
John McLaughlin, guitar; L. Shankar, violin; R. Raghavan, mridangam; T. H. Vinayakaram, ghatam, mridangam; Zakir Hussain, tabla
download – 88MB /mediafire

01 Joy (McLaughlin/Shankar) 18’13
02 Lotus Feet (McLaughlin) 4’44
03 What Need Have I for This/What Need Have I for That/I Am Dancing at the Feet of My Lord/All Is Bliss/All Is Bliss (McLaughlin/Shankar) 29’03


Shakti – A Handful of Beauty /1976 [320]
John McLaughlin, guitar; L. Shankar, violin, vocals; T. H. Vinayakram, percussion, vocals; Zakir Hussain, percussion, tabla
download – 109MB /mediafire

01 La Danse Du Bonheur (McLaughlin/Shankar) 4’48
02 Lady L (Shankar) 7’23
03 India (McLaughlin/Shankar) 12’31
04 Kriti (trad.) 2’58
05 Isis (McLaughlin/Shankar) 15’11
06 Two Sisters (McLaughlin) 4’41


Shakti – Natural Elements /1977 [320]
John McLaughlin, guitar; L. Shankar, violin; Zakir Hussain, percussion, tabla; T. H. Vinayakaram, ghatam
download – 89MB /mediafire

01 Mind Ecology (McLaughlin) 5’48
02 Face to Face (Shankar) 5’58
03 Come On Baby (Shankar) Dance with Me 1’59
04 The Daffodil and the Eagle (McLaughlin) 7’03
05 Happiness is Being Together (McLaughlin) 4’29
06 Bridge of Sighs (McLaughlin) 3’52
07 Get Down and Sruti (McLaughlin) 7’03
08 Peace of Mind (McLaughlin) 3’21

Boa audição!
Blue Dog

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Partitas – Robert Wooley

Devido às insistências, resolvi trazer este cd que já faz parte de meu acervo há algum tempo, com as Partitas bachianas interpretadas ao cravo pelo cravista inglês Robert Wooley, fundador do Purcell Quartet, grupo inglês especializado no repertório barroco.

Não sou tão radical assim como alguns de nossos leitores que não admitem estas obras interpretadas ao piano. Confesso que já fui mais radical, mas depois de ouvir algumas gravações, como a de Andras Schiff e da nossa nova musa bachiana, Angela Hewitt, tive de reconhecer que podemos sim ouvir estas obras interpretadas ao piano. Basta acostumarmos nossos ouvidos. A beleza e a genialidade de Bach estão ali presentes, mudando apenas a sonoridade.

Mas enfim, eis uma bela interpetração das Partitas ao cravo, apesar de não concordar com algumas escolhas de Wooley, mas quem sou eu para criticar um músico deste calibre? Gosto é gosto, como já discutimos algumas vezes.

O CD traz um bom encarte com um ótimo texto analisando as obras. Vale a pena dar uma olhada.

CD 1

01 Partita No1 BWV 825 – I – Praeludium
02 II Allemande
03 III Corrente
04 IV Sarabande
05 V Menuet I And II
06 VI Giga
07 Partita No2 BWV 826 – I – Sinfonia
08 II Allemande
09 III Courante
10 IV Sarabande
11 V Rondeux
12 VI Capriccio
13 Partita No 6 BWV 830 – I Tocatta
14 II Allemande
15 III Corrente
16 IV Sarabande
17 V Air
18 VI Tempo Di Gavotta
19 VII Gigue

CD 2

01 Partita No 3 BWV 827 – I Fantasia
02 Ii Allemande
03 Iii Courante
04 Iv Sarabande
05 V Burlesca
06 Vi Scherzo
07 Vii Gigue
08 Partita No 4 BWV 828 – I Overture
09 Ii Allemande
10 Iii Courante
11 Iv Sarabande
12 V Aria
13 Vi Menuet
14 Vii Gigue
15 Partita No 5 BWV 829 – I Praembulum
16 Ii Allemande
17 Iii Courante
18 Iv Sarabande
19 V Tempo Di Minuetta
20 Vi Passepied
21 Vii Gigue

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FDPBach

J. S. Bach (1685-1750) – 6 Partitas (Piano) – Vladimir Ashkenazy

O Grande Pai surge para embelezar e divinizar a nossa manhã de feriado – aqui, na Capital Federal, a chuva cai preguiçosa. Andei dando uma olhada e verifiquei que o PQP já postou estas mesmas Partitas do seu pai com Schiff, Nikolayeva e Angela Hewitt. PQP adora fazer laudatórios sobre o pai dele. Mas eu também faria caso tivesse um pai daquele. A seguir, uma sucinta explicação histórica a cerca dessas partitas tão especiais: “Em 1723, Bach já tinha estabelecido sua reputação de virtuoso tecladista quando ele foi apontado kantor da Igreja de São Tomás e diretor de música em Lípsia. Ele também era, igualmente, um compositor bem sucedido e muito hábil ao improvisar no órgão. Ele também já tinha provado que podia compor para vários estilos, de altamente complexas fugas à peças galantes como as suítes. Neste novo emprego, Bach pode ter querido impressionar os seus patrões, na ocasião, e mostrar que ele era mais do que capaz de manter a posição para qual fora chamado a assumir, pois para a comissão dos jurados na sua admissão ele apresentou uma série de trabalhos recentes que ele mesmo tinha preparado, noutrora, para alunos. Entre estes trabalhos, incluíam-se: “Invenções e Sinfonias” (1723), e “O Cravo Bem Temperado” (1722). O ocupante da cadeira que Bach iria assumir, até o último ano, era um compositor da mais alta reputação musical, Johann Kuhnau (1660-1722), este que tinha estabelecido as fundações da escola musical do cravo, na Alemanha. Bach já tinha também trabalhado com Kuhnau, em Halle, em 1716, examinando um órgão. Alem disto, o sobrinho de Kuhnau, Johann Andreas Kuhnau, era o copista das partes musicais das cantatas de Bach. Logo, era meio indicativo que Bach tinha que dar uma boa impressão aos seus novos empregadores e este legado da amizade entre os dois serviu para incentivar Bach a escrever as Seis Partitas. Era o outono de 1726, quando Bach finalmente publicou a primeira partita. Esta se seguiu com as: nº 2 e 3, em 1727, nº 4 em 1728, nº 5 e 6, em 1730. Em 1731 Bach juntou as seis e publicou mais uma vez como uma coletânea, pelo título de “Opus I”. Ele poderia capitalizar mais ainda em trabalhos já preparados e publicados anteriormente e com o dinheiro dos ganhos durante as primeiras publicações investir em futuras produções.

Daqui

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – 6 Partitas (Piano) – Vladimir Ashkenazy

DISCO 01

Partita No. 1 in B flat major. BWV 825
01. I. Praeludium
02. II. Allemande
03. III. Corrente
04. IV. Sarabande
05. V. Menuet I
06. V. Menuet II
07. VI. Giga

Partita No. 2 in C minor, BWV 826
08. I. sinfonia Garev adagio – Andante – Allegro
09. II. allemande
10. III. Courante
11. IV. Sarabende
12. V. Rondeaux
13. VI. Capriccio

Partita No. 3 in A minor. BWV 827
14. I. Fantasia
15. II. Allemande
16. III. Corrente
17. IV. Sarabande
18. V. Burlesca
19. VI. Scherzo
20. VII. Gigue

DISCO 02

Partita No. 4 in D major, BWV 828
01. I. Ouverture
02. II. Allemande
03. III. Courante
04. IV. Aria
05. V. Sarabande
06. VI. Menuet
07. VII. Gigue

Partita No. 5 in G major, BWB 829
08. I. Preambulum
09. II. Allemande
10. III. Corrente
11. IV. Sarabande
12. V. Tempo di Minuetto
13. VI. Passepied
14. VII. Gigue

Partita No. 6 in E minor, BWV 830
15. I. Toccata
16. II. Alemande
17. III. Corrente
18. IV. Air
19. V. Sarabanda
20. VI. Tempo di Gavotta
21. VII. Gigue

Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Camille Saint-Säens (1835-1921): Sinfonia Nº 3, do Órgão / Concerto Nº 4 para piano e Orquestra / Introdução e Rondó Caprichoso para violino e orquestra

É um CD que conta com a presença de Leonard Bernstein à frente da Filarmônica de Nova Iorque; é um CD que tem Casadeus e Francescatti; ou seja, não é qualquer coisa. Mas é inferior, penso, a outra gravação que recém postamos e que tem em comum a Sinfonia do Órgão, de Saint-Säens. Não obstante, as pessoas costumam babar por este registro. Vai ver que o problema sou eu. A Sinfonia do Órgão é fantástica e… Vocês sabem de que filme ela foi trilha sonora? Isso, acertaram! Ela aparece no final de Babe, O Porquinho Atrapalhado, excelente filme infantil do tempo que meus filhos eram pequenos e eu os levava ao cinema!!!

Camille Saint-Säens (1835-1921): Sinfonia Nº 3, do Órgão / Concerto Nº 4 para piano e Orquestra / Introdução e Rondó Caprichoso para violino e orquestra

Sinfonia No. 3 “do Órgão” em Dó menor, Op. 78
01. I. Adagio
02. II. Allegro moderato
03. III. Poco Adagio
04. IV. Allegro moderato
05. V. Presto
06. VI. Maestoso
07. VII. Allegro

Concerto Nº 4 para piano e orquestra em Dó menor, Op. 44
08. I. Allegro moderato – Andante
09. II. Allegro vivace – Andante – Allegro

Introdução e Rondó Caprichoso para violino e orquestra em Lá menor, Op. 28
10. Introdução e Rondó Caprichoso para violino e orquestra em Lá menor, Op. 28

Robert Casadeus, piano
Zino Francescatti, violino
New York Philharmonic
Leonard Bernstein, regente

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PQP

Antonin Dvorak – Violin Concerto in A Minor, op. 53, Pablo de Sarasate – Zigeunerweisen, Op.20, Carmen Fantasy, Op.25, Mazurek, Op.49

Curto e grosso: este CD é IM-PER-DÍ-VEL. Um baita CD.
Akiko Suwanai venceu simplesmente o Concurso Tchaikovsky e nos tem brindado com gravações sensacionais, vide os concertos de Bach com ela, postados aqui no PQP há um tempo atrás e que encantou a todos.
O repertório deste CD mescla estes dois elementos:  virtuosismo e técnica, mas também paixão e um sentimentalismo exacerbado, pero no mucho. O editor da amazon acertou em cheio em sua análise:
Akiko Suwanai, the youngest winner of the Tchaikovsky Competition, is a stunning virtuoso with a sensitive musical heart. Her tone is gorgeous: radiant on the high strings, dark and warm on the low ones, pure at all times. Her technique is brilliant, her intonation flawless. She executes the most hair-raising violinistic feats–runs at top speed, double and triple stops, harmonics–with effortless ease and a beautiful sound. Her program here seems to be arranged backward, with the dessert preceding the main course, perhaps to show that you need enough technique for bravura pieces to do justice to real music.
Sarasate’s “Zigeunerweisen” and “Carmen Fantasy” are played with virtuosic flair and idiomatic feeling. The former’s gypsy abandon and melancholy sometimes verge on sentimentality, but the latter’s passion, fire, and seductive charm almost make it sound like music. Dvorák’s “Mazurek” provides the link between the two composers: it is dedicated to Sarasate. It, too, is basically a virtuoso piece, but a lovely, pensive melody intermittently relieves the fireworks. In the Concerto, the first movement is most convincing. The treacherous opening is not only technically perfect, but highly dramatic and rhetorical; the rhythm is rock-steady, yet flexible, and Suwanai brings out its ardent romanticism with great warmth and inward expressiveness. The other two movements feel driven, as if time were running out. The slow one is restless, the Finale downright hectic, though she tries to make the most of the lyrical moments. The orchestra supports her splendidly throughout. The booklet contains much information about the music, but not a word about the violinist.
–Edith Eisler
Cubrindo a falha apontada pela editora no final do texto, Akiko Suwanai é nascida em 1972, ou seja, às vésperas de fazer 40 anos de idade, e foi vencedora do Concurso Tchaikovsky de 1990, com apenas 18 anos de idade. Detalhe: foi a mais jovem ganhadora deste importantíssimo prêmio.
Muita calma nesta hora: relaxem, sentem em suas melhores poltronas, aumentem o volume do aparelho de som para poderem apreciar a qualidade da interpretação e da música. Não, não precisam se ajoelhar. Basta fecharem os olhos e admirarem a capacidade humana de superar desafios e nos proporcionar momentos únicos como este. Afinal de contas, temos direito a momentos como este.

Antonin Dvorak – Violin Concerto in A Minor, op. 53, Pablo de Sarasate – Zigeunerweisen, Op.20, Carmen Fantasy, Op.25, Mazurek, Op.49

01 Zigeunerweisen, op. 20

02 Carmen Fantasy, op. 25

03 Mazurek, op. 49

04 Violin Concerto in A Minor, op. 53

05 Violin Concerto in A Minor, op. 53

06 Violin Concerto in A Minor, op. 53

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FDPBach

Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia No. 4 em Sol e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Exsultate, Jubilate, K. 165

Costumo afirmar que a Quarta Sinfonia é uma “porta dimensional” para o mundo de Gustav Mahler. Ela é, didaticamente, uma janela que se abre para que enxerguemos as planícies infinitas da música do compositor astríaco e nos assustemos com isso. A música de Mahler é grande, imensa. Ouvi-la é ser convidado para experimentar o conflito, a libertação e o êxtase. Escutar Mahler é abrir uma janela, prafraseando Mario Quintana. O poeta gáucho costumava dizer que quem “escreve um poema, abre uma janela”. Ou seja, a música de Mahler provoca em nós aquela sensação de liberdade, alívio e esperança, que são experimentados quando abrimos uma janela e recebemos um borrifo de vento. Didaticamente, poderia sugerir ao ouvinte pouco afeito à textura provocante e filósofica e que busca ingressar pelos portões do mistério e caminhar nas trilhas largas da música do compositor, que deva começar a sua caminhada pela Quarta Sinfonia e depois a Primeira, a Quinta, a Sexta, a Terceira, a Segunda, A Oitava, a Sétima e a Nona. Essa seria um trilha segura, sem sobressaltos e sustos. Quando quero perceber uma certa gradação, uma escadaria poética, geralmente disponho as sifonias do austríaco dessa forma. Esse CD que posto é uma joia. Já ouvi umas cinco vezes essa semana. Ainda temos Mozart com a sua deliciosa Exsultate, Jubilate. Verdadeiramente uma baita CD! Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia No. 4 em Sol

01. I. Bedächtig. Nicht eilen
02. II. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
03. III. Ruhevoll
04. IV. Das himmlische Leben. Sehr behaglich

Rafael Druian, violino solo
Judith Raskin, soprano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Exsultate, Jubilate, K. 165
I. Allegro
II. Andante
III. Allegro

Judith Raskin, soprano

Cleveland Orchestra
George Szell, regente

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Carlinus

Fórum das Letras!

O nosso ouvinte Jorge Tadeu, de Ouro Preto, informa:

A semana promete aqui em Ouro Preto. É o Fórum das Letras! Visitem o site:

http://www.forumdasletras.ufop.br/agenda.php

e no sábado, dia 12 de novembro:

21:00 – Via-Sacra Poética
Orquestra Ouro Preto
Matinas de Sábado Santo – Lobo de Mesquita
Regência: Maestro Rodrigo Toffolo
Local: Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Rua Brigadeiro Musqueira S/N – Centro)

Avicenna

Saint-Saëns: Sinfonia Nº 3, do Órgão / Poulenc: Concerto para Órgão / Barber: Toccata Festiva

Podem trazer Bernstein, Maazel e quem mais vocês acharem adequado, não adianta. Esta gravação meio descontrolada e ao vivo é a melhor versão que ouvi da Sinfonia do Órgão de Saint-Saëns. Tudo começa pela verdadeiramente festiva Toccata de Barber. Ela é assim assim, tá? Mas é festiva, tem solos interessantes de órgão com timpanos, aquela coisa. O CD melhora de forma espetacular com Poulenc — EU AMO POULENC, OK?, só que hoje ele não é o protagonista –, apesar de que o filé é a Sinfonia de nosso amigo SS. SS viveu muito (1835-1921), gostava de viajar e deu até concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo em 1899. Tem obra imensa — muitas coisas legais, outras nem tanto — , mas sua principal composição, a citada sinfonia, é complicada de tocar. Uma sinfônica, um órgão, piano, é muita coisa. Mas quando se consegue tocar é uma puta celebração. Como nesta gravação ao vivo, a plateia urra enlouquecida no final. URRA. É como um gol, um golaço de Eschenbach, Latry e da orquestra de Filadélfia.

Altamente recomendado. Volume bem alto, por favor.

Saint-Saëns: Sinfonia Nº 3, do Órgão / Poulenc: Concerto para Órgão / Barber: Toccata Festiva

Samuel Barber
1. Toccata festiva, Op. 36 15:49

Francis Poulenc
2. Organ Concerto in G minor: I. Andante – 3:35
3. Organ Concerto in G minor: II. Allegro giocoso – 2:04
4. Organ Concerto in G minor: III. Subito andante moderato – 8:24
5. Organ Concerto in G minor: IV. Tempo allegro, molto agitato – 2:36
6. Organ Concerto in G minor: V. Tres calme: Lent – 3:08
7. Organ Concerto in G minor: VI. Tempo de l’allegro initial – 1:47
8. Organ Concerto in G minor: VII. Tempo introduction: Largo 3:39

Camille Saint-Saëns
9. Symphony No. 3 in C minor, Op. 78, “Organ”: I. Adagio – Allegro moderato – 10:38
10. Symphony No. 3 in C minor, Op. 78, “Organ”: I. Poco adagio 11:32
11. Symphony No. 3 in C minor, Op. 78, “Organ”: II. Allegro moderato – Presto – Allegro moderato 6:55
12. Symphony No. 3 in C minor, Op. 78, “Organ”: II. Maestoso – Allegro – Piu allegro – Molto allegro – Pesante 8:56

Olivier Latry, órgão
Philadelphia Orchestra
Christoph Eschenbach

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PQP