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Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonatas para Violino Op.5
Sim, amigos. Já postamos estas obras com Eduard Melkus, lembram? Porém, aqui, mostramos um subconjunto do Op. 5 numa gravação mais, mais, digamos, menos sanguínea do que a do conjunto vienense, mas talvez mais agradável aos xiítas da música por instrumentos originais. Antes que alguém me pergunte sobre minha opinião, respondo que, neste caso, sou tucano e muito antes pelo contrário. Aproveito para mudar de assunto dizendo que Sigiswald Kuijken é excelente violinista e regente. F.D.P. Bach inclusive já publicou várias sinfonias de Haydn sob sua compreensiva leitura e amanhã teremos a super-gravação da Missa em Si Menor com o insuperável Gustav Leonhardt!!!
(Ufa, mudei de assunto!)
Arcangelo Corelli – Sonate a Violino e Violone o Cimbalo Op.5
1-5 – Sonata Op. 5: no 3 in C major
6-10 – Sonata Op. 5: no 1 in D major
11 – Sonata Op. 5: no 12 in D minor “La Follia”
12-16 – Sonata Op. 5: no 6 in A major
17-21 – Sonata Op. 5: no 11 in E major
22 – EXTRA (Presente de P.Q.P. Bach) – O “La Follia” de Vivaldi
Wieland Kuijken (Cello)
Robert Kohnen (Harpsichord)
Sigiswald Kuijken (Violin)
.: interlúdio :.
Bons fluidos de ano novo, parte 2: o swing. Mais uma constelação: Ella Fitzgerald e Louis Armstrong interpretando as canções dos irmãos Gershowitz, ou melhor, Gershwin.
“I never knew how good our songs were till I heard Ella sing them” – I. Gershwin
Além de ser uma excelente trilha para celebrar, Louis deve sua história, de certo modo, a um reveillon. O de 1912 – em que festejou com tiros de pistola para cima. Um policial estava por perto e o recolheu; ele passaria os dois anos seguintes num reformatório, onde ganharia instrução musical, e acabaria se tornando líder daquela banda aos 13. Poucos anos depois, diria ao mundo que o ragtime era agora o jazz, e com seu trompete espalharia o sorriso que sempre trazia no rosto. Ella, apaixonante, é retratada aqui num período de excelência vocal – e se o leitor não conhece este disco, prepare-se para ter um novo referencial absoluto em canções como “They Can’t Take That Away from Me”, “A Foggy Day” e “Summertime”.
Our Love Is Here To Stay: Ella & Louis Sing Gershwin (192)
Composto por Ira & George Gershwin
Produzido por Norman Granz para a Verve
1956, 16/08 – 4, 9
1957, 23/07 – 5, 8, 12
1957, 14/10 – 10, 15
1957, 07/10 – 16
1957 – 1, 3, 11, 13
1959 – 2, 6, 7, 14
download – 91MB
01 I Got Plenty O’ Nuttin – 3’54
02 He Loves And She Loves – 2’48
03 A Woman Is A Sometine Thing – 4’49
04 They Can’t Take That Away From Me – 4’41
05 Let’s Call The Whole Thing Off – 4’13
06 Strike Up The Band – 2’36
07 Things Are Looking Up – 3’05
08 They All Laughed – 3’48
09 A Foggy Day – 4’33
10 How Long Has This Been Going On? – 6’01
11 Summertime – 5’01
12 Love Is Here To Stay – 3’59
13 There’s A Boat Dat’s Leavn’ Soon For New York – 4’55
14 ‘S Wonderful – 3’31
15 I Was Doing All Right – 3’24
16 Oh, Lady Be Good! – 3’59
Boa audição!
.: interlúdio :.
Com o natal para trás, é hora de pensar na trilha da passagem de ano.
Bons fluidos? Parte um, o bebop. Veloz, agitado, alegre, vivo. E o foi como nunca, talvez, naquele 15 de maio de 1953, em que o Massey Hall de Toronto recebeu um grupo que faria uma única apresentação, sob o nome de “The Quintet”. Parker, Gillespie, Mingus, Powell, Roach. Falem agora sobre supergrupos!
A qualidade da gravação não é das melhores, infelizmente. Mingus, que ficou com as fitas da noite em troca do cachê dos músicos – o Massey Hall não chegou a encher pela metade -, teve que regravar os improvisos de baixo em estúdio, já que a gravação era direta dos alto-falantes do clube. Lançou o disco pelo seu próprio selo (com Powell de sócio) e fez excelente dinheiro – mesmo creditado como “Charlie Chan”, para evitar problemas com a Verve, sua gravadora (que recusou a pedida de 100 mil dólares que Mingus fez pelas fitas). Por outro lado, não há registro que se pareça com a reunião daquela noite; um show que foi uma espécie de cair das cortinas para o bebop. Ases do jazz, que jamais haviam tocado juntos nessa formação, improvisando com prazer e divertindo a si mesmos e a platéia (como na fantástica leitura de “Salt Peanuts”, com Mingus e Gillespie implicando um com o outro na frase-tema).
São muitas as edições deste disco – freqüentemente citado como o maior concerto de jazz de todos os tempos. A apresentada aqui traz outras seis faixas que foram executadas naquela noite, por um time reduzido – Powell com Roach e Mingus. Peguem uma mesa no Massey Hall, entrem no climae ouçam com reverência.
The Quintet – Jazz at Massey Hall (VBR)
Dizzy Gillespie: trumpet
Charles Mingus: bass*
Charlie Parker: alto sax
Bud Powell: piano*
Max Roach: drums*
Produzido por Charles Mingus para a Debut
download – 89MB
01 Perdido (Tizol, Lengfelder, Drake) – 7’53
02 Salt Peanuts (Gillespie, Clarke) – 7’51
03 All the Things You Are (Hamerstein, Kern) – 8’10
04 Wee (Best) – 6’55
05 Hot House (Dameron) – 9’29
06 A Night in Tunisia (Gillespie, Paparelli) – 7’52
07 *Embraceable You (Gershwin, Gershwin) – 4’21
08 *Sure Thing (I. Gershwin, Kern) – 2’09
09 *Cherokee (Noble) – 4’51
10 *Jubilee (Gillespie) – 3’54
11 *Lulaby Of Birdland (Weiss, Shearing) – 2’33
12 *Bass-Ically Speaking (Gillespie) – 4’01
Boa audição!
Piotr Illich Tchaikowsky (1840-1893) – Symphony nº 5, n E minor, op. 64, e Symphony nº 6, in B Minor, op. 74, “Pathetique”
FDP Bach resolveu postar estas duas sinfonias juntas por dois motivos principais: um deles, mais óbvio, por serem suas duas últimas, e também para adiantar as suas postagens. Tudo bem, esse motivo não é tão nobre assim..
Enfim, duas obras primas do repertório sinfônico, dois monumentos da história da música ocidental. Deixo os detalhes referentes às suas causas, motivações, inspirações e demais detalhes que levaram à composição à cargo do booklet que acompanha a caixa, onde cada sinfonia é analisada em profundidade, dentro de seu contexto histórico-biográfico específico.
Mariss Jansons e sua Oslo Philarmonic Orchestra foram uma grata surpresa para mim. A afinidade entre o regente e a orquestra, sua noção de equilíbrio, e principalmente sua sensibilidade musical, na qual deixa transparecer elementos que não apareciam em outras gravações, como as de Karajan, tudo isso me fez ouvir Tchaikovsky sob outro ângulo, e a esse fato lhes sou grato. Antes que perguntem, não, não tenho as famosas gravações de Mvransky, sei que são referência mas nunca tive oportunidade nem acesso à elas. A torrente de paixões, o fluxo ininterrupto de emoções, como numa montanha russa, a que somos jogados quando ouvimos essas sinfonias, em Jansons tornam-se mais patentes, porém não tão violentas. Por exemplo, o segundo movimento da 6ª sinfonia, um “allegro com grazia”, nos dá vontade de sairmos dançando, num embalar lento e contínuo. Lembra os balés mais famosos do compositor.
Tchaikovsky dessa forma se consolida como um de meus compositores favoritos, apesar de seus excessos, e confesso que o que me atrai neles são exatamente esses excessos. Sua alma atormentada, seus conflitos internos, sua homossexualidade sempre oculta, tudo isso o levou a compor obras tão admiráveis que, apesar das críticas severas da época, se tornaram eternas, e até hoje, em pleno século XXI, nos emocionam…
P.S. – Infelizmente não será possível postar a Sinfonia “Manfred”. O arquivo desse cd veio corrompido, teria de baixar novamente no emule, e confesso que esperar novamente três meses, como esperei da primeira vez não me anima nem um pouco. Assim que possível, a postarei.
Piotr Illich Tchaikowsky (1840-1893) – Symphony nº 5, n E minor, op. 64, e Symphony nº 6, in B Minor, op. 74, “Pathetique”
CD 4 – Symphony nº 5, n E minor, op. 64
1 -I. Andante – Allegro con anima
02 II. Andante cantabile, con alcuna licenza
03 III. Allegro moderato
04 IV. Andante maestoso – Allegro vivace
CD 5 – Symphony nº 6, in B Minor, op. 74, “Pathetique”
01 – Adagio – Allegro non troppo
02 – Allegro con grazzia
03 – Allegro molto vivace
04 – Finale – Adagio lamentoso
Oslo Philarmonic Orchestra
Mariss Jansons – Director
SINFONIA Nº 5 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
J. S. Bach (1685-1750) – Variações Goldberg (Versão para metais)
Parece gozação, mas não é. O quinteto de metais Canadian Brass interpreta as Variações Goldberg de nosso pai. É um registro respeitoso que dá nova sonoridade a uma obra de tal forma polifônica que não pensaríamos numa versão deste tipo. Mas notem: no passado, o Canadian já tinha dado um banho de bola em A Arte da Fuga, que só possuo em vinil.
Não obstante, não posso deixar de rir ante o esforço que os canadenses fazem para vencerem alguns temas mais longos e com tantas notas que um instrumento tem de ser substituído por outro no meio da maior pauleira. É bonito de ver, ou melhor, de ouvir.
Ia fazer um grande texto sobre as Goldberg, sobre o adolescente de enormes mãos e o Conde Keyserling, mas deixo este trabalho para a melhor versão desta obra: a de Pierre Hantaï. Sim, sei que “a melhor” tem de ser a de Gould, mas não é! Ou talvez seja a melhor que utilize o piano, sei lá. Porém, não pensem que não gosto de Gould – tenho a primeira e segunda versões, ouço-as bastante, assim como o DVD da segunda e os guardo no meu Panteão -, só que o temperamental Hantaï o vence.
Tudo são opiniões e, como eu sempre digo, as minhas não têm maior validade fora do espaço ocupado por meu pobre e limitado cérebro. Com vocês,
Bach: Goldberg Variations, BWV 988 (Aria With Variations, From Clavier – Ubung, Part lV) transcribed for Brass Quintet, Canadian Brass
Release Date: 2000
MP3 320 kbps – 117 MB
01. Aria
02. Variation 1
03. Variation 2
04. Variation 3: Canon At The Unison
05. Variation 4
06. Variation 5
07. Variation 6: Canon At The Second
08. Variation 7
09. Variation 8
10. Variation 9: Canon At The Third
11. Variation 10
12. Variation 11
13. Variation 12: Canon At The Fourth
14. Variation 13
15. Variation 14
16. Variation 15: Canon At The Fifth
17. Variation 16: Overture
18. Variation 17
19. Variation 18: Canon At The Sixth
20. Variation 19
21. Variation 20
22. Variation 21: Canon At The Seventh
23. Variation 22
24. Variation 23
25. Variation 24: Canon At The Octave
26. Variation 25
27. Variation 26
28. Variation 27: Canon At The Ninth
29. Variation 28
30. Variation 29
31. Variation 30: Quodlibet
32. Aria
.: interlúdio :.
Primeiro, o aviso: alguns amigos tiveram problemas com os arquivos ogg deste disco do Pat Metheny e do John Scofield. Não mais temam: eis, neste link, o disco em formato mp3, 192k.
Mas já que vim atualizar o arquivo, aproveitei para trazer o homem por trás do disco de Scofield e Metheny – e de todos os outros guitarristas de jazz pós-1940: Lester Polfuss.
Les Paul tem um nome associado à produção do rock (por seu pioneirismo como inventor e luthier), mas foi um exímio, se não o maior, guitarrista de jazz. Tão bem-sucedido que começou, tocando nas rádios de Chicago, que quando lançou um disco de hillbilly, preferiu usar um pseudônimo.
Como pessoa, Les Paul é (sim, ainda está vivo aos 92, e toca toda segunda-feira) um gênio inquieto – refez a guitarra, criou o reverb e a gravação multipista, montou uma rádio pirata em NY, 1940. Como músico, foi apadrinhado por Bing Crosby e seu estilo pavimentou as estradas do guitar jazz. O disco trazido aqui é uma coletânea – o estilo veloz e de extremo virtuosismo de Paul passa pelo swing, segue firme com um bop de velocidade e técnica, lembra em momentos o blues rural e ainda flerta com regionalismos como o havaiano e o latinoamericano. Estas gravações foram feitas para a Decca e são anteriores ao período em que fez sucesso com sua esposa, Mary Ford – entre 1946 e 51. A compilação é de 1971.
The Guitar Artistry of Les Paul (320)
01 Begin The Beguine (Porter) – 3’03
02 Sweet Leilani (Owens) – 3’03
03 Dark Eyes (Traditional) – 2’41
04 My Isle Of Golden Dreams (Kahn, Blaufuss) – 2’45
05 Guitar Boogie (Smith) – 2’33
06 Blue Skies (Berlin) – 2’39
07 To You Swetheart Aloha (Owens) – 2’50
08 Dream Dust (Marcus, Wood, Seiler) – 2’54
09 Hawaiian Paradise (Owens) – 3’06
10 Steel Guitar Rag (Travis, McAuliffe, Stone) – 2’51
Boa audição!
Piotr Ilych Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia nº 4, in F minor, op. 36, Capriccio Italien, op. 45
Eis que passado o período natalino, FDP Bach volta à sua exploração da alma russa. Desta vez, trago mais uma sinfonia de Tchaikovsky, a de nº 4, e o famoso Capriccio Italiano, possivelmente a primeira obra que ouvi desse compositor, quando ainda era criança.
A interpretação sempre está a cargo de Mariss Jansons, à frente da Orquestra Filarmônica de Oslo. que optou por uma versão mais equilibrada.
Tchaikovsky compôs essa sinfonia com uma dedicatória à sua mecenas, Nadezhda von Meck. Maiores informações e uma análise mais apurada da sinfonia pode ser encontrada aqui.
Mas vamos ao que interessa.
Piotr Ilych Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia nº 4, in F minor, op. 36, Capriccio Italien, op. 45
01 I – Andante sostenuto – Moderato con anima
02 II – Andantino in modo di canzona
03 III – Scherzo- Pizzicato ostinato
04 IV – Finale- Allegro con fuoco
05 Capriccio Italien Op.45
Oslo Philarmonic Orchestra
Mariss Jansons – Director
.: interlúdio :.
Álbums de canções natalinas, quando não são piegas, são extremamente comerciais. Entre as exceções está o Silent Night de Chet Baker, gravado em 7 de janeiro de 1986. Um disco belo, técnico e honesto, para ser escutado poucas vezes ao ano. Aproveitem!
Chet Baker & Christopher Mason Quartet – Silent Night (128)
Chet Baker: trumpet
Christopher Mason: sax alto
Mike Pellara: piano
Jim Singleton: bass
Johnny Vidacovich: drums
01 Silent Night Pt.1 – 2’54
02 The First Noel – 2’06
03 We Three Kings – 2’28
04 Hark, the Herald Angels Sing – 2’01
05 Nobody Knows the Trouble I’ve Seen – 3’57
06 Amazing Grace – 3’38
07 Come All Ye Faithful – 4’28
08 Joy to the World – 2’41
09 Amen – 1’41
10 It Came Upon A Midnight Clear – 1’57
11 Swing Low, Sweet Chariot – 3’24
12 Silent Night Pt.2 – 4’01
Boa audição!
Charles Tessier (1550-1604) – Carnets de Voyages
Um CD belíssimo o deste Charles Tessier que desconhecia uma semana atrás. É melodioso, engraçado e muito bem interpretado pelo Le Poème Harmonique. Só depois de ouvi-lo – e de me surpreender – é que soube que o CD comemorava o 100º da extraordinária gravadora Alpha. Como diz este blog português aqui:
“A Alpha acaba de fazer 100 discos. Assinala o feito um colorido “caderno de viagens” de Charles Tessier (séc. XVI, contemporâneo de John Dowland e alaudista como este), com navegação a cargo do agrupamento mais emblemático da editora: Le Poème Harmonique, dirigido por Vincent Dumestre. Porque é Dumestre, volta a ser de mestre. E difícil seria igualmente conceber melhor súmula daquilo que constitui o perfil musical que a Alpha baralha aqui para nos dar por muitos mais discos.”
Já estava na hora de falar na Alpha, não? É uma gravadora tão boa quando as duas Harmonia Mundi. Que nos dê muitos CDs!
Na espetacular execução do Le Poème, um compositor na passagem do século XVI para o XVII – Charles Tessier, compositor da corte francesa de Henrique IV e que, fora da França, conheceu apenas a Alemanha e Londres – transforma em música suas viagens reais ou imaginárias: França, Inglaterra, Itália, Espanha, Império Otomano, Arábia. É curiosa a variação de ritmos, formas e instrumentação utilizada. Destaque especial para as faixas 2 e 3.
Imperdível!
Charles Tessier (1550-1604) – Carnets de Voyages
Performer: Le Poème Harmonique
1. Chansons turcquesques : Hel vel Aqueur & Tal lissi man
2. Air espagnol : No ay en la tierra
3. Chanson suisseee : Mattone mie care
4. Bransle de village (manuskrit Philidor)
5. Bransle de Lorraine (manuskrit Philidor)
6. Junckfraw deine schöne gstalt erfreüt mich sehr ( Leo Hassler)
7. Pavana del Sgr. Guilhelmo Keudelio (Maurice de Hesse)
8. Villanelle italienne : Madonna di Coucagna
9. Villanelle italienne : Vita di voria dar
10. Air de court : Me voilà hors du naufrage
11. The earle of Essex galiard (John Dowland)
12. Burth foth my tears (John Dowland)
13. Les Gascons (manuskrit Philidor)
14. Chanson : Je suis par trop longtemps pucelle
15. Air de court : Quand le flambeau du monde…
Playing time: 59′
Enregistrement du 28 octobre au 1er novembre 2005 à la chapelle Notre-Dame de Bon-Secours, Paris.
Le Poème Harmonique:
Claire Lefilliâtre, soprano
Bruno le Levreur, haute-contre
Jan van Elsacker, ténor
Arnaud Marzorati, basse
Catharina Andres, Johanne Maitre, bombarde, flûte
Franck Poitrineau, sacqueboute
Stéphane Tamby, Mélanie Flahaut, flûte et dulciane
William Dongois, cornet
Kaori Uemura, dessus de viole
Sylvia Abramowicz, Isabelle Saint-Yves, basse de viole
Françoise Enock, violone
Michèle Claude, percussions
Vincent Dumestre, guitare, théorbe & direction
Georg Philip Telemann (1681-1767) – Concertos
Existem muitos CDs com coletâneas de concertos de Telemann, muitos mesmo. Mas, sabe?, o melhor de Telemann talvez seja aquela Suíte para Flauta e Orquestra – FDP postou-o aqui com o Rampal – e o incrível Concerto para Flauta Doce, Flauta Transversa, Cordas e Contínuo que fecha mais este belo CD do Musica Antiqua de Köln.
Aviso aos navegantes que forem adquirir o CD: ele não saiu pela subsidiária Archiv e sim pela mamãe DG. Não façam como eu que, anos atrás, botei no Google “Musica Antiqua Koln Telemann Archiv” e passei horas procurando o tal CD… Sem resultados. Não sejam trouxas como eu.
Telemann – Concertos
Konzert A-dur fur zwei skordierte Violinen und Continuo
1 Affettuoso
2 Vivace
3 Aria
4 Bourée
Konzert D-dur fur vier Violinen ohne Continuo
5 Adagio
6 Allegro
7 Grave
8 Allegro
Konzert a-moll fur Blockflote, Viola da gamba, Streicher und Continuo
9 Sem indicação de tempo
10 Allegro
11 Dolce
12 Allegro
Konzert g-moll fur Blockflote, Violinen und Continuo
13 Allegro
14 Siciliana
15 Bourée
16 Menuett
Konzert C-dur fur vier Violinen ohne Continuo
17 Grave
18 Allegro
19 Largo e staccato
20 Allegro
Konzert e-moll fur Blockflote, Traversflote, Streicher und Continuo
21 Largo
22 Allegro
23 Largo
24 Presto
Musica Antiqua Koln, Reinhard Goebel
Modest Petrovich Mussorgsky (1839-1881), Alexander Porfiryevich Borodin (1833-1887), Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakov (1844-1908)
Ausente por alguns dias do blog, devido a compromissos pessoais, FDP Bach está prestes a entrar em férias, mas antes estará disponibilizado mais algumas pérolas da música, escolhidas a dedo.
Esta minha postagem é uma espécie de contraposição à anterior feita pela minha colega Clara Schumann. Enquanto ela se dedica de corpo e alma à causa francesa, FDP continua envolvido com a alma russa. E esse cd que estou postando hoje é, como o de Clara, uma espécie de coletânea também, só que de música russa. Três grandes compositores que souberam captar a alma russa e transmiti-la para sua música. E os três pertencentes ao famoso “Grupo dos Cinco”, grupo de compositores russos nacionalistas, que procuravam produzir uma música especificamente russa.
Sou fã ardoroso de Mussorgsky, principalmente de seus “Quadros de uma Exposição”, já postada aqui em versão para piano, se não me engano. Pois nessa coletânea teremos “Uma Noite no Monte Calvo” (com o perdão da tradução tosca, mas foi a que me pareceu mais adequada). Quem não se lembra do clima sombrio capturado por Walt Disney em seu “Fantasia” ? Eu era um garoto quando assisti pela primeira vez à este clássico da animação, e confesso que fiquei com um certo temor, pela atmosfera conseguida pela interpretação de Stokowsky e as imagens de Disney: uma combinação genial.
Borodin comparece duas vezes, e Rimsky-Korsakov 3 vezes, com sua magnífica “Russian Easter Overture”, obra da qual PQP Bach já se declarou fã, a prova de fogo para qualquer instrumentista, “Flying of the Bumble Bee”, e claro, o indefectível “Capriccio Espanol”, sempre presente nessas coletâneas de música “ligeira”.
André Cluytens é um regente experiente, e consegue capturar e transmitir essa alma russa a que me referi no começo da postagem.
Enjoy it.
Alexander Borodin, Modest Mussorgsky, Rimsky Korsakov – Musique Russe
1 – Modest Mussorgsky: Night on the Bald Mountain
2 – Alexander Borodin: In the Steppes of Central Asia
3 – Nikolai Rimsky-Korsakov: Capriccio Espagnol
Philharmonia Orchestra, André Cluytens (Rec. 1960)
4 – Nikolai Rimsky-Korsakov: Russian Easter, Festival Overture
5 – Nikolai Rimsky-Korsakov: The Flight of the Bumble-Bee
6 – Alexander Borodin: Polovtsian Dances from ‘Prince Igor’
Société des Concerts du Conservatoire
Andre Cuytens – Director
Philharmonia Orchestra, André Cluytens
Société des Concerts du Conservatoire
.: interlúdio :.
Passei tanto tempo pesquisando e montando as datas e line-ups das gravações que o dia virou. Então deixemos as delongas de lado e passemos a uma compilação magnífica de uma das maiores entre todas – em seu apogeu, formando estilo, fazendo escola, arrepiando até a espinha do ouvinte.
Billie Holiday – Original Decca Masters (192)
[1] 17/08/49, Buster Harding and his Orchestra
[2] 19/10/49, Gordon Jenkins and his Orchestra
[3] 08/09/49, Sy Oliver and his Orchestra
[4] 08/03/50, Holiday and her Orchestra
[5] 22/01/46, Billie Holiday accompanied by Bill Stegmeyer Orchestra
[6] 29/08/49, Sy Oliver and his Orchestra
[7] 04/10/44, Billie Holiday with Toots Camarata Orchestra
[8] 30/09/49, Louis Armstrong and Sy Oliver Orchestra
[9] 13/02/47, Billie Holiday accompanied by Bob Haggart Orchestra
download AQUI – 67MB
01 Ain’t Nobody’s Business If I Do (Grangier) [1] – 3’23
02 Baby Get Lost (Feather) [1] – 3’17
03 Them There Eyes (Tauber) [6] – 2’51
04 Keeps on Rainin’ (Williams) [6] – 3’16
05 God Bless the Child [4] – 3’10
06 Do Your Duty (Sox Wilson) [3] – 3’17
07 You’re My Thrill (Clare) [2] – 3’24
08 Gimmie a Pigfoot (And a Bottle of Beer) (Sox Wilson) [3] – 2’46
09 Crazy He Calls Me (Sigman) [2] – 3’05
10 Now or Never (Lewis) [8] – 3’18
11 Please Tell Me How (Pope) [2] – 3’15
12 Lover Man (Where Can He Be) (Sherman) [7] – 3’23
13 Good Morning Heartache (Fisher) [5] – 3’09
14 Solitude (DeLange) [9] – 3’11
15 This Is Heaven to Me (Reardon) [4] – 2’52
Boa audição!
Problemas em Casa – A Rádio da Universidade
Obs.: Notei o apagão de nossa rádio e, hoje, recebi o e-mail que transcrevo abaixo.
PROBLEMAS COM A RÁDIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Meus amigos.
Nós gaúchos sempre nos orgulhamos da nossa pioneira das Rádios Universitárias no país e que já completou meio século de extraordinário e reconhecido trabalho na divulgação da música erudita.
Nos últimos dias, contudo, a Rádio saiu do ar por várias horas sendo que, neste fim de semana, ficou muda por 48 horas e o motivo, os senhores verão, está a evidenciar que sérios problemas estão ocorrendo na emissora.
Pasmem! Apenas DOIS funcionários são responsáveis pelo funcionamento das torres de transmissão (em Guaíba). Um entrou em licença-saúde e o outro…estava de folga.
Solução: TIRA-SE A RÁDIO DO AR! É o cúmulo! Como vamos chamar isso: negligência? Desleixo? Imprevidência?
Em defesa ao atual Diretor, jornalista ANDRÉ PRYTOLUK, seus reiterados pedidos de complementação de pessoal, pois a Rádio perdeu mais de dez funcionários nos últimos três anos, a maioria por aposentadoria.
Solicitamos, então, à Secretária de Comunicações da UFRGS, professora SANDRA DE DEUS, que providencie, em caráter de urgência, soluções que impeçam a repetição do inusitado “apagão”. Ao Reitor JOSÉ CARLOS HENNEMANN, damos ciência dos fatos e da mesma forma solicitamos providências.
Aury Hilario, da Agenda Lírica de Porto Alegre.
Piotr Ilich Tchaikovsky (1840-1893) – Symphony No. 3 In D Major Op. 29
FDP Bach volta às sinfonias de Tchaikowsky.
Desta vez, segue a Sinfonia nº3, bela, melancólica, em outros momentos pungente, mas angustiante, é um retrato de um artista angustiado, atormentado, melancólico, eternamente em luta contra seus demônios interiores, mas que ao mesmo tempo produziu uma obra belíssima, com melodias inesquecíveis.
A regência de Jansons como sempre é segura e vibrante.
P.S. Uma correção: na postagem anterior informei que Jansons era lituano. Me equivoquei, e graças à um leitor atento nosso, fui corrigido: Na verdade ele nasceu em Riga, na Letônia, portanto é letão.
1- Symphony No. 3 In D Major Op. 29: I – Moderato assai (Tempo di marcia funebre) – Allegro brillante – P.I. Tchaikovsky
2. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: II – Alla tedesca: Allegro moderato e semplice
3. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: III – Andante elegiaco
4. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: IV – Scherzo: Allegro vivo
5. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: V – Finale: Allegro con fuoco – Tempo di polacca
Oslo Philarmonic Orchestra
Mariss Jansons – Director
Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonatas para Violino Op.5 (completas)
O mais importante opus de Corelli recebe aqui tratamento de luxo nesta gravação de 1972, diversas vezes reeditada pela Archiv. Um pouco mais nervosa que os registros mais modernos, Melkus dá uma demonstração de competência e virtuosismo ao lado da Capella Academica de Viena, um dos conjuntos precursores da música com instrumentos “autênticos” (de época). No meu vinil, está escrita a data em que o comprei pela primeira vez: 10/10/1979. Desde então os sons do Grave-Allegro da Sonata Nro. 1 que abre o CD1 e o Adagio inicial da Sonata Nro. 3 passaram a fazer, de certa forma, parte de mim. Um CD imperdível. Atenção para a Follia final.
Arcangelo Corelli – 12 Violin Sonatas Op. 5
CD1:
1-5 Sonata I in D major
6-10 Sonata II in B flat major
11-15 Sonata III in C major
16-20 Sonata IV in D minor
21-25 Sonata V in E minor
26-30 Sonata VI in A Major
CD2:
1-4 Sonata VII in F major
5-8 Sonata VIII in G minor
9-12 Sonata IX in A major
13-17 Sonata X in F Major
18-22 Sonata XI in E Major
23 Sonata XII in D minor (“Follia”)
Capella Academica Wien
Eduard Melkus (violin)
Huguette Dreyfus (harpsichord, organ)
Garo Atmagayan (violoncello)
Karl Scheit (lute)
Aviso aos Navegantes
Durante esta semana ouvi três vezes a Paixão Segundo São Mateus do divino Bach e cada vez com o mesmo sentimento de infinita admiração. Quem desaprendeu totalmente a cristandade tem a chance de ouvi-la como um evangelho.
Friedrich Nietzsche
No próximo final de semana, a Paixão Segundo São Mateus será postada em nosso blog, completa e a cores, em perfeito mp3 Eastmancolor, na versão de John Eliot Gardiner. Aguardem.
Carl Orff (1895-1982) – Carmina Burana (Jochum)
Carl Orff é um caso isolado na história da música alemã. Foi autodidata, chegou tardiamente à composição e pensava suas músicas como “teatro musical”. Saltou por cima de toda a ópera para imaginar novas representações a partir do espírito do teatro antigo e das danças rituais.
O primeiro sucesso desta estética pessoal foi Carmina Burana, de 1937. É uma música popularíssima, primitiva, repetitiva e obstinada, de harmonia rudimentar e de vocabulário melódico simples. Orff, fiel a suas repetições, criou um método de ensino de música através do ritmo, associando-o a batidas de mãos e pés. Enquanto viveu, seu método difundiu-se; hoje está esquecido, mas o compositor deixou vasta obra, da qual apenas Carmina faz parte do repertório regular das orquestras e corais.
Você já ouviu a abertura desta obra, certamente. Muitos programas de rádio e TV utilizam seu tema inicial e também outros trechos em suas aberturas, mas foi o filme Excalibur e a HBO que o difundiram ad nauseum. O pior foram as cópias. Qualquer filme de terror que inclua um ritual (exemplo: A Profecia, The Omen) solicita ao responsável pela trilha sonora uma composição parecida com Carmina Burana.
Esta gravação que apresentamos a vocês é de longe a melhor. Eugen Jochum é o regente e a concepção foi autorizada pelo próprio Orff, que esteve presente no estúdio.
Gosto de Carmina Burana quando consigo esquecer todos os maus filmes e programas de TV aos quais está associada… É um exercício mental interessante.
Carl Orff (1895-1982) – Carmina Burana (1937)
1. Fortune, Empress Of The World: O Fortune
2. Fortune, Empress Of The World:I Bemoan The Wounds Of Fortune
3. I Spring: The Merry Face Of Spring
4. I Spring: The Sun Warms Everything
5. I Spring: Behold, The Pleasant Spring
6. On The Green: Dance
7. On The Green: The Noble Woods Are Burgeoning
8. On The Green: Shopkeeper, Give Me Colour
9. On The Green: Those Who Go Round And Round
10. On The Green: If All The World Were Mine
11. II In The Tavern: Burning Inside
12. II In The Tavern: Once I Lived On Lakes
13. II In The Tavern: I Am The Abbot
14. II In The Tavern: When We Are In The Tavern
15. III The Court Of Love: Cupid Flies Everywhere
16. III The Court Of Love: Day, Night And Everything
17. III The Court Of Love: A Girl Stood
18. III The Court Of Love: In My Heart
19. III The Court Of Love: If A Boy With A Girl
20. III The Court Of Love: Come, Come, O Come
21. III The Court Of Love: In The Balance
22. III The Court Of Love: This Is The Joyful Time
23. III The Court Of Love: Sweetest One
24. Blanchefleur And Helen: Hail, Most Beautiful One
25. Fortune, Empress Of The World: O Fortune
Gundula Janowitz / Gerhard Stolze / Dietrich Fischer-Dieskau
Coro e Orquestra da Ópera de Berlim
Eugen Jochum
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 1
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 2
PQP Bach
Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia Nº 10, Op. 93 (1953)
Algumas orquestras e regentes soviéticos eram motivo de orgulho nacional e isto não era tolo ufanismo. Naqueles anos, o trabalho de Evgeny Mravinsky e sua Orquestra de Leningrado quase sempre me chegaram em gravações ao vivo, como esta que publico aqui hoje. E eram sempre espantosas. Por exemplo, sua gravação da Música para Cordas, Percussão e Celesta de Bartók é imbatível e ainda vinha com a 7ª Sinfonia de Sibelius! É dos poucos LPs que ouço até hoje.
Além de Mravinsky havia Kondrashin, Svetlanov e Roszdesvensky, um super-quarteto.
Agora, de forma inteiramente casual, encontrei na rede este registro ao vivo da 10ª de Shostakovich. Apesar da tosse da platéia e do som mono. Mravinsky demonstra seu vigor um ano após a morte de Shostakovich. A tensão dramática a que Mravinsky chega aqui é digna de nota. Ele era amigo de Shosta, que havia-lhe dedicado a 8ª Sinfonia.
Este monumento da arte contemporânea mistura música absoluta, intensidade trágica, humor, ódio mortal, tranqüilidade bucólica e paródia. Tem, ademais, uma história bastante particular.
Em março de 1953, quando da morte de Stalin, Shostakovich estava proibido de estrear novas obras e a execução das já publicadas estava sob censura, necessitando autorizações especiais para serem apresentadas. Tais autorizações eram, normalmente, negadas. Foi o período em que Shostakovich dedicou-se à música de câmara e a maior prova disto é a distância de oito anos que separa a nona sinfonia desta décima. Esta sinfonia, provavelmente escrita durante o período de censura, além de seus méritos musicais indiscutíveis, é considerada uma vingança contra Stalin.
Primeiramente, ela parece inteiramente desligada de quaisquer dogmas estabelecidos pelo realismo socialista da época. Para afastar-se ainda mais, seu segundo movimento – um estranho no ninho, em completo contraste com o restante da obra – contém exatamente as ousadias sinfônicas que deixaram Shostakovich mal com o regime stalinista. Não são poucos os comentaristas consideram ser este movimento uma descrição musical de Stálin: breve, é absolutamente violento e brutal, enfurecido mesmo, e sua oposição ao restante da obra faz-nos pensar em alguma segunda intenção do compositor. Para completar o estranhamento, o movimento seguinte é pastoral e tranqüilo, contendo o maior enigma musical do mestre: a orquestra pára, dando espaço para a trompa executar o famoso tema baseado nas notas DSCH (ré, mi bemol, dó e si, em notação alemã) que é assinatura musical de Dmitri SCHostakovich, em grafia alemã. Para identificá-la, ouça o tema executado a capela pela trompa. Ele é repetido quatro vezes. Ouvindo a sinfonia, chega-nos sempre a certeza de que Shostakovich está dizendo insistentemente: Stalin está morto, Shostakovich, não. O mais notável da décima é o tratamento magistral em torno de temas que se transfiguram constantemente.
P.Q.P. Bach adverte: não ouça o segundo movimento previamente irritado. Você e sua companhia poderão se machucar.
Evgeny Mravinsky Conducts Shostakovich
(Leningrad Masters 1995)
Shostakovich`s Symphony No. 10, in E Minor, Op. 93
(gravação mono e ao vivo de 1976)
1. Moderato (22min 24)
2. Allegro (4min 08)
3. Allegretto (11min 10)
4. Andante – Allegro (11min 17)
Orquestra Filarmônica de Leningrado
Reg.: Evgeny Mravinsky
Tempo Total: 48min 58
PQP Bach
Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Adventskantaten – BWV 36, 61 e 62
Já envolvido pelo clima natalino, e também cumprindo uma parte do que prometera, de postar obras relacionadas ao Natal, FDP Bach resolveu voltar a prestar homenagens ao seu pai, já há muito tempo por ele deixado de lado. Em outras palavras, temos aqui o clássico caso de um filho ingrato tentando recuperar a estima de seu progenitor.
Tratam-se das cantatas de compostas por nosso pai em homenagem ao Advento. FDP reconhece que está atrasado com esta postagem, afinal, este já é o segundo domingo do advento. Tiremos o atraso, portanto.
A gravação está a cargo de Philippe Herreweghe e seu Collegium Vocale, especialistas em barroco.
Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Adventskantaten – BWV 36, 61 e 62
01 – BWV 36 Part 1 – Chorus
02 – BWV 36 Part 1 – Choral
03 – BWV 36 Part 1 – Aria
04 – BWV 36 Part 1 – Chorale
05 – BWV 36 Part 2 – Aria
06 – BWV 36 Part 2 – Chorale
07 – BWV 36 Part 2 – Aria
08 – BWV 36 Part 2 – Chorale
09 – BWV 61 – Ouverture
10 – BWV 61 – Recitativo
11 – BWV 61 – Aria
12 – BWV 61 – Recitativo
13 – BWV 61 – Aria
14 – BWV 61 – Chor
15 – BWV 62 – Choral
16 – BWV 62 – Aria
17 – BWV 62 – Recitativo
18 – BWV 62 – Aria
19 – BWV 62 – Recitativo
20 – BWV 62 – Choral
Sibylla Rubens, Sarah Connoly, Christoph Prégardien e Peter Kooy – Solistas
Collegium Vocale
Philippe Herreweghe – Director
Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Symphony nº 1 in G Menor, op. 13 “Winter Daydreams”, Symphony nº 2 in C Minor, op. 17 Little Russian
Começo a postar as sinfonias de Tchaikowsky, inúmeras vezes solicitadas aqui no blog.
Optei por essa versão do jovem Mariss Jansons (lituano, nascido em 1943)devido aos comentários elogiosos lidos em alguns sites especializados. E creio que ninguém irá se decepcionar com a escolha. Quando gravou essa integral, Jansons tinha pouco mais de 40 anos, e já era diretor da Filarmônica de Oslo, após ter estudado no conceituado Conservatório de Leningrado (atual St. Petersburg)e após ter sido assistente de nunguém mais, ninguém menos do que Herr Karajan na Filarmônica de Berlim. Currículo invejável.
Mas temos aqui as duas primeiras sinfonias de Tchaikowsky. Obras de juventude, porém que já mostram o espírito e a alma russas devidamente impregnadas, e que também já mostram um compositor preparado para vôos maiores.
À elas, pois…
Symphony nº 1, in G minor, op. 13, “Winter Daydreams”
1 – Allegro tranquilo
2 – Adagio cantabile ma non tanto
3 – Scherzo. Allegro scherzando giocoso
4 – Finale. Andante lugubre – Allegro maestoso
Symphony nº 2, in C Minor, op. 17, “Little Russian”
5 – Andante sostenuto – Allegro vivo
6 – Andantino marziale, quasi moderato
7 – Scherzo and Trio – Allegro molto vivace
8 – Finale. Moderato assai – Allegro vivo.
Oslo Philarmonic Orchestra
Mariss Jansons
W. A. Mozart (1756-1791) – Grande Missa em Dó Menor K.427
Nada como terminar a semana com uma grande obra-prima numa clássica interpretação que já recebeu três capas diferentes da EMI. Pensei até que fosse outra gravação, pois tenho o CD desde 1989 e não achava minha edição… (A capa que mostramos é a mais recente.) Quem não se arrepiar no Kyrie inicial ou não gosta de música ou acabou de deixar de gostar.
CD obrigatório com Leppard em perfeita forma e Kiri nem se fala. Esta nasceu para cantar Mozart.
Missa em Dó Menor K. 427 de Wolfgang Amadeus Mozart
01.Mass In C Minor, K.427: I Kyrie (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 08:09
02.Mass In C Minor, K.427: Gloria In Excelsis (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 02:52
03.Mass In C Minor, K.427: Laudamus Te (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 04:53
04.Mass In C Minor, K.427: Gratias Agimus Tibi (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 01:30
05.Mass In C Minor, K.427: Domine Deus (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 02:52
06.Mass In C Minor, K.427: Qui Tollis Peccata Mundi (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 06:27
07.Mass In C Minor, K.427: Quoniam Tu Solus Sanctus (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 04:17
08.Mass In C Minor, K.427: Jesu Christe (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 00:46
09.Mass In C Minor, K.427: Cum Sancto Spiritu (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 04:12
10.Mass In C Minor, K.427: Credo In Unum Deum (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 03:58
11.Mass In C Minor, K.427: Et Incarnatus Est (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 08:28
12.Mass In C Minor, K.427: IV Sanctus (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 02:03
13.Mass In C Minor, K.427: Osanna (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 02:16
14.Mass In C Minor, K.427: V Benedictus (Raymond Leppard/New Philharmonia Orchestra/Dame Kiri Te Kanawa) 06:30
Kiri te Kanawa
Ilena Cotrubas
Werner Krenn
Hans Sotin
John Aldis Choir
New Philharmonia Orchestra
Raymond Leppard (Dirigent)
PQP Bach
Jean-Philippe Rameau (1683-1764) – Cantates Profanes e Pièces en Concert
Um belo CD. Principalmente na parte exclusivamente instrumental. Um show. Mas não apressemos as coisas.
P.Q.P. Bach estava preocupadíssmo com a situação da música francesa por aqui. Estava dormindo mal, até. A história deste blog demonstra que as observações desconfiadas de PQP sobre a música francesa foram recebidas, certa vez, com a hostilidade de alguns europeus. Pois agora, paradoxalmente, é ele quem levanta bem alto (Raise high the roof beam, carpenters) a bandeira da França de tão belas mulheres e de música tão desigual.
Mas nem sempre foi assim: houve Rameau e outros. E há este grande CD que mistura a música instrumental (extraordinária, meus amigos) do compositor com sua música vocal.
Jean-Philippe Rameau nasceu em Dijon e faleceu em Paris. Filho do organista da catedral Notre-Dame de Dijon, distinguiu-se, desde cedo, como um organista de especial talento para a composição musical. Também tinha grande talento para a matemática embora não tenha contribuído para ela.
Foi enquanto organista em Clermont-Ferrand que ele escreveu seu famoso tratado de harmonia. Era também muito conhecido como professor de cravo, bastante em moda na Paris de sua época. A técnica da dedilhação dos instrumentos de teclado deve muito a Rameau e só foi modificada por meu pai, Johann Sebastian Bach, seu contemporâneo, com o uso mais efetivo do polegar. No final de sua vida, tornou-se “compositor do rei” e, ao falecer, teve todas as honras da nobreza e funeral público com grande pompa e circunstância.
Teórico eminente e amigo de Voltaire, protegido de poderosos representantes da nova burguesia, era bem o homem novo, que os progressistas de então tiveram a loucura de não reconhecer. As suas óperas (especialmente as suas obras-primas criadas entre 1733 e 1745) representam, no campo musical, um renascimento da ópera clássica francesa, apesar dos temas e encenações convencionais que ligam às “pompas de Versalles”. Aí, notam-se, especialmente, algumas aquisições italianas (ária da capo, grandes melodias do bel canto, importância da orquestra): arte muito mais audaciosa do que a de Lully, tanto do ponto de vista melódico como harmônico. As peças descritivas, especialmente notáveis, têm origem numa arte totalmente nova (o tremor de terra das Indes galantes, por exemplo).
A música religiosa, pelo contrário, adotou, de forma bastante convencional, o grande estilo italiano: parece que, ao contrário dos seus antecessores, Rameau considerou a composição para igreja uma obrigação fastidiosa. A música religiosa é ótima, prezado Jean-Philippe, mas a igreja é, com efeito, fastidiosa.
(O texto acima é meu, mas também é da Wiki e daqui.)
P.Q.P. Bach.
Jean-Philippe Rameau (1683-1764) – Cantates Profanes e Pièces en Concert
1. Pièce En Concert N.1 : La Coulicam
2. Pièce En Concert N.1 : La Livri
3. Pièce En Concert N.1 : La Vezinet
4. L’ Impatience : Récit : Ces Lieux Brillent …
5. L’ Impatience : Air Gai : Ce N’est Plus …
6. L’ Impatience : Récit : Les Oiseaux …
7. L’ Impatience : Air Tendre : Pourquoi Leur Envier …
8. L’ Impatience : Récit : Mais Corine Parait
9. L’ Impatience : Air Léger : Tu Te Plais …
10. Pièce En Concert N.3 : La Poplinière
11. Pièce En Concert N.3 : La Timide
12. Pièce En Concert N.3 : 1er Et 2e Tambourin
13. Thétis : Prélude
14. Thétis : Récit : Muses, Dans Vos Divin Concerts
15. Thétis : Air : Volez Tirans Des Airs
16. Thétis : Récit : Neptune En Ce Moment
17. Thétis : Air : Parlez, Volez …
18. Thétis : Récit : Quel Aveugle …
19. Thétis : Air Gracieux : Beauté …
20. Pièce En Concert N.5 : La Forqueray
21. Pièce En Concert N.5 : La Cupis
22. Pièce En Concert N.5 : La Marais
Christophe Coin (Violoncelliste, Gambiste),
Bernard Deletre (Basse),
Willem Jansen (Clavecin),
Sandrine Piau (Soprano),
Irene Troi (Violon)
.: interlúdio :.
Sim, mais um interlúdio, mais momento de jazz nesse blog que preza antes de tudo a boa música.
Blue Dog veio de Miles, PQP veio de Gary Peacock/Ralph Towner, então FDP resolveu também jogar pesado, e vir com outro clássico, desta vez juntando dois gênios, dois dos maiores músicos da história do jazz, quiçá da história da música no século XX: Duke Ellington e John Coltrane.
Existem certos temores quando dois músicos deste nível se reunem, mas analisemos o seguinte: Ellington nessa época, 1962, já era o grande gênio da música americana, e Coltrane estava se estabelecendo em definitivo como o gênio que era. Verdade seja dita: quem se destaca no cd é o próprio Coltrane, seu sax soprano, e em alguns momentos, tenor, comanda, seus solos são altamente elaborados e detalhistas, porém extremamente controlado, e só a versão de “In the Sentimental Mood” já vale o disco. A formação é a seguinte:
Duke Ellington – Piano
John Coltrane – Saxophones
Jimmy Garrison – Bass
Elvin Jones – Drums
Sam Woodyard – Drums
Ou seja, o base clássica de Coltrane, adicionando simplesmente Ellington no piano e Sam Woodward, que era músico de Ellington. Não há como não concordar com o resenhista da amazon.com :
“Duke Ellington and John Coltrane are, individually, two tremendously influential and vital figures in the world of jazz who could do no wrong as far as I’m concerned. But when you combine their talents on record, then you have a recording that’s not only music, it’s also a piece of history.”
Enjoy it…
Duke Ellington & John Coltrane
1. In A Sentimental Mood
2. Take The Coltrane
3. Big Nick
4. Stevie
5. My Little Brown Book
6. Angelica
7. The Feeling Of Jazz
.: interlúdio :.
Este interlúdio caprichado deveria ter sido postado na sexta, para acompanhá-los no fim de semana glorioso que chegava – porém não pude escrever e ainda pouco posso. Mas que isso não os impeça mais de ter contato com um grande registro.
Discos de jazz gravados ao vivo no Village Vanguard – 178 7th Av South, NYC – são uma “franquia” renomada. Qual o primeiro (de mais de uma centena) gravado no clube, aberto em 1935? Este, de Sonny Rollins, que hoje faz pouco mais de 50 anos – traduz o dia 3 de novembro de 1957, em duas sessões; uma matinê e outra noturna. De Rollins, digo o básico que deveria se saber: embora jamais tenha tido o reconhecimento que Davis e Trane tiveram, Sonny foi um instrumentista – e não compositor, por isso o degrau abaixo – fantástico, o melhor do sax tenor. Antes dos 20 já tocava com Monk. Após o período usual de recupeção de heroína (no início dos 50), estabeleceu-se como uma das maiores expressões do jazz. E, hoje, tendo nascido em 1930, é umas das poucas figuras ainda vivas – e ativas – daquele tempo.
Atentem para o strolling, estilo corajoso perpetrado por Rollins que dispensa o uso de piano na banda. Notem a felicidade de um músico de 27 anos, no auge de seu talento. Trago aqui a edição de 1999 que leva o selo do produtor, Rudy Van Gelder, e traz a sessão completa de gravações. Os arquivos estão compactados separadamente – ou seja, se você não tem uma conta paga do Rapidshare, pode curtir a primeira parte enquanto espera o limite de tempo para baixar a segunda.
Sonny Rollins: tenor saxophone
Donald Bailey: double bass [afternoon]
Pete LaRoca: drums [afternoon]
Wilbur Ware: double bass [evening]
Elvin Jones: drums [evening]
download AQUI – parte 1 (86 mB) parte 2 (MB)
01 A Night In Tunisia [afternoon] – 8’16
02 I’ve Got You Under My Skin [afternoon] – 10’03
03 A Night in Tunisia [evening] – 9’03
04 Softly As In A Morning Sunrise [evening] – 6’43
05 Four [evening]- 8’26
06 Introduction [evening] – 0’20
07 Woody ‘n’ You [evening] – 8’29
08 Introduction #2 [evening] – 0’29
09 Old Devil Moon [evening] – 8’21
10 What Is This Thing Called Love? [evening]- 14’03
11 Softly As In A Morning Sunrise – 8’03
12 Sonnymoon for Two [evening] (Rollins) – 8’46
13 I Can’t Get Started – 4’54
14 I’ll Remember April [evening] – 9’20
15 Get Happy [evening] – 9’08
16 Striver’s Row (Rollins) [evening] – 5’59
17 All The Things You Are [evening] – 6’46
18 Get Happy – 4’40
Boa audição, e boa semana!
Blue Dog