.: interlúdio :. The Heliocentric Worlds of Sun Ra, Vol. Two / Freak Out! (1966)

Não sei vocês, mas eu acompanhei com certa distância as eleições nos EUA, assim como os filmes de Hollywood eu não assisto tanto assim e, quando assisto, não é raro o espanto com certos clichês de gosto duvidoso. Mas enxergo uma importante contribuição dos americanos do norte em termos culturais ali no pós 2ª guerra, período em que houve rápida melhoria nas gravações (estéreo a partir dos anos 1950) e surgimento de instrumentos como o sintetizador, a guitarra e o baixo elétrico. Isso tudo seria relevante apenas nos textos sobre técnicas de gravação e construção de instrumentos, se não tivessem surgido junto cenas musicais enormemente interessantes.

Mas ainda no tema das tecnologias à época recentes: era um período e lugar de bonança econômica que permitiram a existência de músicos gravando em dezenas de estúdios e LPs fabricados aos montes, permitindo assim a profissionalização não só de uma meia dúzia de artistas famosos, mas de cenas de jazz com público reduzido porém fiel, com pequenas gravadoras lançando álbuns de variados estilos como o free jazz de Ornette Coleman, Don Cherry e etc., o jazz com percussões latino-americanas e caribenhas, até chegar ao jazz bastante popular de Miles Davis e de Louis Armstrong, que gravavam, ambos, pela Columbia, gravadora de grandes nomes como Lenny Bernstein e Bob Dylan.

Falando em Dylan, ele foi um dos que alcançaram um público bastante amplo com um tipo de persona pública do artista preocupado com questões sociais, com canções de letras longas e sérias, cheias de uma ironia e de uma (falsa ou verdadeira) inteligência que muitos tentariam imitar. Também o Frank Zappa, já no seu primeiro álbum, Freak Out! (1966), tinha um grande foco em letras de crítica social com chutes no saco e cusparadas voltadas para as famílias norte-americanas defensoras dos bons costumes e do “american dream”.

O pianista e band leader Sun Ra, na sua extensa discografia (e a prolixidade de registros em estúdio e ao vivo é uma característica em comum com Zappa), além de dar entrevistas enigmáticas sobre o sonho americano e o racismo, também teve álbuns com música cantada, com letras de crítica social, por exemplo aqui. Neste “The Heliocentric Worlds of Sun Ra vol II” (1966), não temos a cantora June Tyson, que entraria na Arkestra de Sun Ra poucos anos depois. Também não temos aqui uma banda gigante cheia de sopros: apenas cinco músicos entre saxofones, trompete, clarinete baixo e flauta, o que é pouco em comparação com discos dos anos 1970 e 80 em que a Arkestra era uma big band maior. Aqui, então, temos um total de oito músicos incluindo Sun Ra (piano e clavioline, um tipo de sintetizador). Ele tira do instrumento eletrônico sons muito mais grotescos e imprevisíveis do que os sons elegantes do piano elétrico Fender Rhodes, que aliás tanto Ra quanto Zappa usariam na década seguinte. Aqui, curiosamente, os sons eletrônicos de Sun Ra lembram um pouco a sonoridade do saxofone, mais do que a de um piano. O outro destaque maior de “Heliocentric Worlds Vol. II” é o contrabaixista Ronnie Boykins (1935 – 1980) que, como também os saxofonistas, estava próximo do que havia de mais atonal nas sonoridades do jazz dos anos 60.

Sun Ra usou teclados elétricos anos antes de quase todo mundo, sendo um dos pioneiros desses instrumentos no jazz junto com Joe Zawinul e poucos outros, uns cinco a dez anos antes de se falar em jazz fusion. Sun Ra se comportava à parte dessas classificações e terminologias, misturando big band com free jazz, roupas coloridas com solos atonais, liderando improvisos instrumentais mas também dando entrevistas com declarações sérias como as de Dylan e Zappa… Ou seja, era brabo na música e brabo no gogó, com as roupas esquisitas dando-lhe um certo passaporte para falar coisas sérias, afinal, como disse seu contemporâneo Thelonious Monk, às vezes é até bom que as pessoas te considerem louco (“Sometimes it’s to your advantage for people to think you’re crazy”).

Sem aderirem totalmente às modas de cada momento, porque ambos era esquisitos demais para aderir a qualquer moda, Frank Zappa e Sun Ra as tangenciaram às vezes. Aqui, nesses dois discos de 1966, enquanto Zappa faz colagens e distorções de sons – aliás, algo que ele aprendeu ouvindo discos de Edgar Varèse nos anos 1950 (aqui ele fala a respeito).

Mais um detalhe: esta postagem traz o som ripado do LP original de Zappa, no qual a contracapa trazia textos excêntricos e enigmáticos do próprio Zappa. Também o disco de Sun Ra trazia na contracapa trazia um poema do líder da Arkestra. Mais uma semelhança entre esses dois discos de 1966.

The Heliocentric Worlds of Sun Ra, Vol. Two (1966)
1. The Sun Myth (17:20)
2. A House Of Beauty (5:10)
3. Cosmic Chaos (14:15)
Sun Ra – piano, tuned bongos, clavioline, compositions and arrangements
Marshall Allen – alto saxophone, piccolo, flute, percussion
Pat Patrick – baritone saxophone, percussion
Walter Miller – trumpet
John Gilmore – tenor saxophone, percussion
Robert Cummings – bass clarinet, percussion
Ronnie Boykins – bass
Roger Blank – percussion

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Heliocentric Worlds Vol II

The Mothers of Invention – Freak Out! [single vinyl rip] (1966)
A1 Hungry freaks, daddy
A2 I ain’t got no heart
A3 Who are the Brain Police?
A4 Motherly love
A5 Wowie Zowie
A6 You didn’t try to call me
A7 I’m not satisfied
A8 You’re probably wondering why I’m here
B1 Trouble comin’ every day
B2 Help, I’m a rock / It can’t happen here
B3 The Return of the son of monster magnet (Unfinished Ballet in Two Tableaux)
all selections arranged, orchestrated and conducted by Frank Zappa

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Freak Out!

Bach, Beethoven, Mozart e Haydn comemorando os 18 anos do PQP Bach

Pleyel

.: interlúdio :. É Carnaval! – A História da Guitarra Baiana, parte 1 – Armandinho: A Cor Do Som ao vivo em Montreux

Carnaval: celebração coletiva que afronta o individualismo e a decadência da vida em grupo; conjunto de ritos que reavivam laços contrários à diluição comunitária, fortalecem pertencimentos e sociabilidades e criam redes de proteção social nas frestas do desencanto. (Luiz Antônio Simas)

Não me leve a mal que hoje é Carnaval então vou poupá-los dos textos longos. Como sabemos, a guitarra baiana é um instrumento elétrico de tamanho mais próximo do bandolim ou do cavaquinho do que da guitarra inventada pelos gringos. Instrumento essencial nos primeiros trios elétricos de Salvador, foi inventada por Dodô e Osmar, que também inventaram o trio – em resumo um bloco carnavalesco com música microfonada e amplificada. Mas naquela época, anos 1950, o instrumento ainda era chamado “pau elétrico” ou “cavaquinho elétrico”. No fim dos 60, Armandinho, filho de Osmar, começou a fazer com o instrumento solos de linguagem guitarrística inspirada em Jimi Hendrix, mas ao mesmo tempo, é claro, sem perder a reverência a Jacob do Bandolim, ao frevo pernambucano e a ligação anual com a festa de rua mais popular de Salvador, sem falar no berimbau também típico da cidade mais africana do Brasil.

Armandinho é sinônimo de Carnaval baiano e guitarra baiana até hoje. Mas durante o resto do ano ele também tem outros talentos: no fim dos anos 1970 criou a banda A Cor do Som, com colegas cariocas também interessados em misturar o rock de Londres com coisas como o chorinho tão carioca de Ernesto Nazareth, sem esquecer a guitarra baiana.

A Cor do Som – em atividade até hoje, com alguns longos hiatos – também poderia ser entendida historicamente como uma terceira onda de influência sincrética baiana no eixo Rio-São Paulo: a maioria dos músicos fazia parte das bandas de apoio de Moraes Moreira e outros dos Novos Baianos, que por sua vez tinham esse nome para diferenciá-los da leva anterior de baianos da Tropicália (Gil, Caetano, Gal e Bethânia).

A Cor do Som: Ao Vivo em Montreux (1978)
1 Dança Saci (Mu)
2 Chegando da terra (Armandinho)
3 Arpoador (Mu/Dadi/Gustavo/Armandinho)
4 Cochabamba (Aroldo/Moraes Moreira)
5 Brejeiro (Ernesto Nazareth)
6 Espírito infantil (Mu)
7 Festa na rua (Mu/Aroldo/Dadi/Armandinho)
8 Eleanor Rigby (McCartney/Lennon)

Armandinho – guitarra baiana
Aroldo – guitarra baiana
Mú – teclados
Dadi – baixo
Gustavo – bateria
Ari – percussão

Gravado ao vivo em julho de 1978 durante apresentação no 12º Festival de Jazz no Cassino de Montreux, Suíça

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A Cor do Som em 2014 (Ary Dias, Armandinho e outros fora da foto) com participação do inesquecível Moraes Moreira

Pleyel

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition (Emerson, Lake & Palmer)

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition (Emerson, Lake & Palmer)

Após alguns pedidos insistentes, e também consultar o mano PQP Bach, resolvi trazer a versão da banda de rock progressivo inglesa, Emerson, Lake & Palmer para a “Pictures at an Exhibition”, de Mussorgsky. Trata-se de uma visão muito pessoal da obra, e como aqui no PQP estamos abertos a todas as possibilidades, resolvi sair um pouco do meu repertório básico, a saber, barroco, clássico  romântico.

Como para muitos outros, este foi meu primeiro contato com Mussorgsky. Posteriormente caiu-me em mãos a versão do Alfred Brendel para piano, e então pude entender melhor a estrutura da obra. O outro lado deste mesmo LP trazia a versão orquestral, não me lembro com qual regente, mas mesmo assim me apaixonei pela obra.

Os três músicos dessa banda têm formação musical acadêmica, e todos são virtuoses em seus respectivos instrumentos. O próprio Keith Emerson, tecladista, compôs um concerto para piano muito interessante, claramente inspirado em Prokofiev e Stravinsky.

Os discos da banda sempre trouxeram trechos de obras de diversos compositores do século XX, como os já citados Stravinsky, Prokofiev, além de Bártok, Copland, entre diversos outros.

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an Exhibition (Emerson, Lake & Palmer)

1. Promenade
2. The Gnome
3. Promenade
4. The Sage
5. The Old Castle
6. Blues Variations
7. Promenade
8. The Hut Of Baba Yaga
9.The Curse of Baba Yaga
10. The Hut Of Baba Yaga
11. The Great Gates Of Kiev
12. Nutrocker

Keith Emerson – Keyboards
Greg Lake – Bass, Guitar & Vocals
Carl Palmer – Drums

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Keith, Greg, Carl

FDP Bach

Steve Hackett & Djabe – In the Footsteps of Attila and Genghis

Reconheço que meio que viciei nesse espetacular CD desde que me foi repassado por um querido amigo, que disse com palavras de quem já me conhece há bastante tempo: ouça pois tenho certeza de que vais amar.

E como não amar e se encantar com essa verdadeira viagem pela tal da “World Music” (nem sei se poderia classificá-lo desta forma), que reúne o lendário guitarrista da banda de Rock Progressivo Genesis Steve Hackett e o Grupo de Jazz húngaro Djabe? Poucas vezes ouvi a música ser tão universal, reunindo Ocidente e o Oriente. É até difícil classificá-los, pois o que ouvimos é uma perfeita junção do Jazz ocidental com a música oriental.  Só ouvindo para entenderem o que quero expressar.

Acompanho a carreira de Steve Hackett já há bastante tempo, e nunca deixo de me surpreender com a sua originalidade. Ele nunca teve medo de ousar, desde os tempos do Genesis, quando, ao lado de Peter Gabriel, Phil Collins, Mike Rutherford  e Tony Banks nos proporcionaram momentos de muito prazer com uma discografia impecável, mas isso é assunto para outra postagem. O foco aqui é o “Djabe”. Hackett já os acompanha há bastante tempo, então sua interação é perfeita. O mago inglês da guitarra entende que é apenas mais um, e deixa os outros músicos a vontade para improvisar. O que se ouve é uma aula de como se toca ao vivo, e claro, uma aula de improviso. Destacaria entre estes grandes músicos o baixista Tamás Barabás (seu solo na faixa 7 é algo digno de figurar entre os grandes solos do instrumento na história da música), e os trompetistas Ferenc Kovács e Áron Koós-Hutás (que me proporcionou um dos momentos mais memoráveis do álbum, na faixa “Ace Wands”), mas todos os músicos são excepcionais e fica difícil dizer qual a melhor faixa, mas arriscaria na faixa 7 do CD1, “Distance Dances”, onde os músicos do Djabe se sentem a vontade para improvisar. Coisa de gente grande mesmo.

Espero que apreciem. A empolgação que esse CD me causou me fez sentar novamente na frente do computador para preparar uma postagem depois de alguns meses. Não temo em dizer que é o melhor registro ao vivo que já ouvi em muito tempo.

CD 1

  1. Erdõ, Erdõ
  2. Firth of Fifth
  3. Dark Soup
  4. City of Habi
  5. The Steppes
  6. Pécs
  7. Distance Dances
  8. Clouds Dance
  9. Wind and Bell
  10. Sákira
  11. Ace of Wands

CD 2

  1. Dorombo
  2. Butterfly
  3. Last Train to Istambul
  4. In that Quiet Earth
  5. Genghis´Sword
  6. Behind the Veil
  7. Omachule – excerpt
  8. Steve´s Acoustic Set
  9. Scenes
  10. Los Endos

Steve Hackett – Guitarras elétricas e acústicas

Djabe

Szilárd Banai – Bateria
Tamás Barabás – Baixo
Áttila Égerházi – Guitarra, percussão e vocal
Ferenc Kovács – trompete, violino e vocal
Zoltán Kovács – Teclados
Áron Kóos-Hutas – Trompete

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.: interlúdio :. Your Mother Should Know – Brad Mehldau plays Beatles

.: interlúdio :. Your Mother Should Know – Brad Mehldau plays Beatles

Eu gosto muito dos Beatles. Sou daqueles que boto a agulha para ouvir meu vinil original de Rubber Soul e fico na expectativa, na espera do início de Drive my car. Aquela guitarra de abertura me comove de forma avassaladora. Minha (boa) infância retorna com tudo, principalmente com sua alegria. Bem, este álbum solo ao vivo de Brad Mehldau apresenta interpretações do pianista para nove canções de Lennon e McCartney e uma de Harrison. Embora outras canções dos Beatles tenham sido a base dos shows solo e trio de Mehldau, ele não havia gravado nenhuma das músicas deste Your Mother Should Know antes. O álbum termina com um bis de David Bowie, o que estabeleceria uma conexão entre os Beatles e os compositores que vieram depois. Your Mother Should Know foi gravado em setembro de 2020 na Philharmonie de Paris. “Há uma universalidade indiscutível nos Beatles”, disse Mehldau, na época. “Sua música atravessa linhas culturais e geracionais, à medida que novos ouvintes continuam a descobri-la. Há um imediatismo e uma integridade em suas canções que atraem a todos. Quando eu estava começando no instrumento, os Beatles ainda não estavam no meu radar. Eu não sabia que muito da música pop duradoura que eu ouvia no rádio surgira a partir deles. Essa música se tornou parte da minha personalidade musical e, quando descobri os Beatles mais tarde, tudo se conectou. A música deles, e sua ampla influência sobre outros artistas, continua a fazer parte do que faço. Há muita coisa boa e original na série de álbuns revolucionários que começam com Rubber Soul e Revolver até seu álbum final, Let It Be.”

Eu? Eu gostei muito de algumas coisas e menos de outras. Para mim, os pontos altos são I am the…, Your Mother…, I saw…, She said…, If I needed…, Golden Slumbers, etc. Um bom disco!

.: interlúdio :. Your Mother Should Know – Brad Mehldau plays Beatles

1 I Am The Walrus
2 Your Mother Should Know
3 I Saw Her Standing There
4 For No One
5 Baby’s In Black
6 She Said, She Said
7 Here, There And Everywhere
8 If I Needed Someone
9 Maxwell’s Silver Hammer
10 Golden Slumbers
11 Life On Mars?

Brad Mehldau, piano

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Brad Mehldau: um beatlemaníaco da mais alta estirpe

PQP

.: interlúdio :. The Michael Landau Group: Organic Instrumentals

.: interlúdio :. The Michael Landau Group: Organic Instrumentals

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Olhando assim, Michael Landau não parece um guitarrista de rock. Sua natureza discreta guarda no currículo atuações junto a Joni Mitchell, James Taylor, Pink Floyd e… também Miles Davis, para citar alguns. Mas ele tem um grupo fantástico a seu serviço. Um discreto grupo fusion. É rock e blues com belas improvisações. Porém, ao contrário de alguns de seus contemporâneos roqueiros, Landau evita frescuras de guitar hero, concentrando seus talentos na criação de peças musicais que nos tocam em um nível mais profundo. Cada faixa é independente, mas leva você para a próxima. Não é um CD não superproduzido, mas também não é áspero. Como diz o título, é orgânico. Todas as composições são ótimas, com excelentes atuações de todos os envolvidos. Minhas preferidas são Delano, Smoke e Big Sur Howl.

.: interlúdio :. The Michael Landau Group: Organic Instrumentals

1 Delano
Bass – Jimmy Haslip
Drums – Charley Drayton
Electric Organ [Hammond Organ] – Larry Goldings
Guitar – Michael Landau

2 Sneaker Wave
Bass – Teddy Landau
Drums – Vinnie Colaiuta
Electric Organ [Hammond Organ] – Larry Goldings
Guitar, Bass – Michael Landau

3 Spider Time
Bass – Jimmy Haslip
Drums – Gary Novak
Electric Organ [Hammond Organ], Piano – Larry Goldings
Guitar – Michael Landau

4 The Big Black Bear
Bass – Andy Hess
Drums – Gary Novak

5 Karen Mellow
Bass – Andy Hess
Drums – Gary Novak
Electric Organ [Hammond Organ] – Larry Goldings
Guitar – Michael Landau

6 Ghouls And The Goblins
Bass – Chris Chaney
Drums – Gary Novak
Electric Organ [Hammond Organ] – Larry Goldings
Guitar – Michael Landau

7 Big Sur Howl
Drums – Gary Novak
Electric Organ [Hammond Organ] – Larry Goldings
Flugelhorn – Walt Fowler
Guitar – Michael Landau

8 Woolly Mammoth
Bass – Andy Hess
Drums – Charley Drayton
Electric Organ [Hammond Organ] – Larry Goldings
Guitar – Michael Landau

9 Smoke
Electric Organ [Hammond Organ], Organ [Estey Reed Organ], Carillon – Larry Goldings
Guitar – Michael Landau

10 The Family Tree
Guitar – Michael Landau

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Landau: um roqueiro sem cara de roqueiro

PQP

.:interlúdio:. Grateful Dead ao vivo em Paris, 4 de maio de 1972

Em 1967, oito grupos de rock de São Francisco conseguiram algum hype instantâneo ao aparecer no Monterey Pop Festival: Big Brother & The Holding Co., Country Joe & the Fish, the Electric Flag, the Grateful Dead, Jefferson Airplane, Moby Grape, Quicksilver Messenger Service e Steve Miller Blues Band.

The Dead (para os íntimos) eram basicamente uma banda de blues sem um cantor de blues – Pigpen tentou, Jerry Garcia nem tentou. O disco de estreia, de 67, tinha poucos destaques, espetacular apenas em sua uniformidade, e vendeu menos do que qualquer um dos outros grupos citados. Você tem que vê-los ao vivo, é o que todo mundo diz. (Robert Christgau)

Há exatos 50 anos, em sua primeira turnê na Europa, o Grateful Dead fez uma das suas apresentações mais originais e mais reverenciadas pelo séquito de fãs “deadheads”, alguns dos quais acompanhavam a banda nas turnês em que cada show era bem diferente dos outros.

Este é um show ao vivo, sem playbacks ne edições posteriores, com mais de três horas de música. Para os não iniciados na música do Grateful Dead, alguns avisos aos navegantes:

    • Melhor começar pela segunda parte do show: antes da pausa, os blues dolorosos (Hurts me too, The Stranger) e as baladas country (El Paso, Beat it on down the line) são de menos interesse exceto para os especialistas… ou então talvez sejam só para quem nasceu ao norte do México;
    • Após o intervalo, começam as jams mais saborosas: em Good Lovin’, Ron ‘Pigpen’ Mckernan comanda a banda como um grupo de câmara em improvisos livres guiados pelo frontman em tempo parcial (porque a banda nunca teve um cantor em tempo integral, sempre revezaram). As indicações “just keep it nice, easy, smooth…” e “shift gears” (troca de marcha) vão guiando os músicos. Pigpen não tinha a voz de um Howlin’ Wolf ou de um James Brown, mas ninguém imita a forma como ele conduz os músicos (duas guitarras, um baixo, um piano, um órgão e bateria) por caminhos cheios de blues, de mojo* e outras palavras intraduzíveis;
    • Esses improvisos coletivos tomavam direções realmente imprevisíveis e mudavam muito entre um show e outro. Por exemplo essa canção Good Lovin’, neste show em Paris, durou 23:18, enquanto na noite anterior havia durado 16:53; em outros shows da turnê europeia durou apenas 10 minutos;
    • Ainda sobre os improvisos coletivos guiados por Pigpen, um dos mais interessantes de toda a carreira do grupo é Turn On Your Lovelight neste show de 1970, com a participação de Janis Joplin. Pigpen e Janis eram amigos muito queridos e vizinhos em San Francisco;
Janis Joplin e Pigpen
  • Além disso, havia improvisos desses que se ouve mais frequentemente: solos de um instrumento, ou dois se revezando, enquanto a banda seguia uma harmonia e andamento previstos. Por exemplo os solos de gaita e de guitarra que se alternam em Big Boss Man, ou a estrutura de Goin’ Down the Road Feeling Bad, em que um refrão se repete alternando com vários solos dos dois guitarristas;
  • Os membros mais recentes do Grateful Dead em 1972 eram o pianista Keith Godchaux e sua esposa que faz uma participação vocal em duas ou três canções. O piano de Godchaux, mais próximo do jazz, faz uma dobradinha com o órgão Hammond B-3 de Pigpen, bem mais blues;
  • Apesar do nome e do uso de caveiras em suas capas de discos (aqui, uma gárgula parisiense), o Grateful Dead não está nada próximo do heavy metal que então nascia com bandas como Black Sabbath. A guitarra raramente (pra não dizer nunca) usa distorção, o som é mais limpo do que o blues de um Jimi Hendrix;
  • Após os blues de Pigpen, afinal chegamos ao tema do grupo sobre o qual se criou a mística mais forte: Dark Star, cantada por Jerry Garcia. Se no disco Live/Dead, de 1969, havia dois bateristas e era tudo mais percussivo e acelerado, aqui em 1972 em Paris o improviso toma rumos bem mais meditativos, mais minimalistas, com o baixo guiando boa parte do percurso. Sim, este é um daqueles discos ao vivo com solos de baixo e de bateria;
  • O baixista Phil Lesh, que esteve desde a primeira até a última formação do Grateful Dead, é o membro com mais estudos formais. Em seu período de estudante (quando tocava trompete), conheceu o também californiano Terry Riley, além dos compositores europeus Luciano Berio e Darius Milhaud quando estes deram cursos na Califórnia;
  • Em resumo é uma performance ao vivo com espaços para o inesperado e apontando para temáticas muito diversas: jazz no piano e na bateria, blues no órgão hammond e nos solos de guitarra, proximidade dos compositores minimalistas e também da divina Janis Joplin, tudo isso se misturou na região de San Francisco, que sempre viveu um certo Fla-Flu com Los Angeles, considerada pelos primeiros superficial e vendida. Com desprezo por Hollywood, mas ainda falando em nome da Califórnia, o Grateful Dead ao vivo em Paris é isso tudo na mesma noite.

Grateful Dead Live at Olympia Theater, Paris, France, 1972-05-04
Set 1
Greatest Story Ever Told, Deal, Mr. Charlie, Beat It On Down The Line, Brown Eyed Women, Chinatown Shuffle, Playin’ In The Band, You Win Again, It Hurts Me Too, He’s Gone, El Paso, Big Railroad Blues, Two Souls In Communion, Casey Jones

Set 2
Good Lovin’, Next Time You See Me, Ramble On Rose, Jack Straw, Dark Star-> Drums-> Dark Star-> Sugar Magnolia, Sing Me Back Home, Mexicali Blues, Big Boss Man, Uncle John’s Band, Goin’ Down The Road Feelin’ Bad-> Not Fade Away, Encore: One More Saturday Night

Jerry Garcia – lead guitar, vocals
Donna Jean Godchaux – vocals
Keith Godchaux – piano
Bill Kreutzmann – drums
Phil Lesh – electric bass, vocals
Ron “Pigpen” McKernan – organ, harmonica, percussion, vocals
Bob Weir – rhythm guitar, vocals

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – FLAC – Parte 1

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – FLAC – Parte 2

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – MP3 320 kbps

*Mojo: Probably of Creole origin, cognate with Gullah moco (“witchcraft”), Fula moco’o (“medicine man”). 1. A magic charm or spell. 2. Supernatural skill or luck. 3. (slang) Personal magnetism; charm. 4. (slang) Sex appeal; sex drive.

Pleyel

.: interlúdio :. Xhol Caravan – Altena 1969

.: interlúdio :. Xhol Caravan – Altena 1969

Este CD vem de longe e nem sei porque ele estava no meu HD, catalogado como jazz. O Xhol Caravan, de Wiesbaden, mais parece um The Doors alemão. A mesma sonoridade, o mesmo órgão enchendo o saco. Este é um show que ocorreu na pequena e bela cidade de Altena (Alemanha) em 1969. Xhol Caravan, que se autodenominava Soul Caravan, tocava uma mistura de rock psicodélico, rock progressivo, jazz fusion, blues e alguns elementos étnicos. O grupo esteve ativo entre 1967 e 1972 e dizia ser de Krautrock — também chamada de kosmische Musik, “música cósmica”, que é um amplo gênero de rock experimental que se desenvolveu na Alemanha Ocidental no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 entre artistas que combinavam elementos de rock psicodélico, música eletrônica e composição de vanguarda.

Com 80 minutos completos, o CD chega ao limite. Os anúncios das canções, dados em suas formas e durações originais, transmitem de maneira brilhante a atmosfera do evento. Freedom Opera, com duração de quase uma hora, pode ser ouvida na íntegra.

Xhol Caravan – Altena 1969

01. Olé
02. So Damn, So Down And So Blue
03. Psychedelic Sally
04. Emptiness
05. Freedom Opera

Tim Belbe, saxophones
Gilbert “Skip” van Wych III, drums and percussion
Klaus Briest, bass guitar
Hansi Fischer, flutes and saxophones (1967–70)
Gerhardt Egmont “Öcki” Von Brevern, Hammond organ (1969–72)
James Rhodes, vocals (1967–69)
Ronnie Swinson, vocals (1967–68)
Werner Funk, electric guitar (1967–69)

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O show do Xhol neste castelo alugado por PQP Bach para o evento. Até hoje não fomos pagos,

PQP

.: interlúdio :. Joni Mitchell: Blue

.: interlúdio :. Joni Mitchell: Blue

Ontem, muita gente estava comemorando os 50 anos do álbum Blue, de Joni Mitchell. Um amigo até me mandou um link do Guardian onde uma série de artistas que foram inspirados pelo trabalho de Joni escolhiam sua canção preferida do disco. Mais de 6 delas foram citadas. Blue tem 10.

Eu fiz questão de reouvir o disco para escolher a minha. Fiquei entre a comovente River e as harmonias de A Case of You. Eu não posso escolher só uma delas.

Conheci Blue lá por 1975 e acho que o ouço a cada dois ou três anos — o que é muito pra mim — e ele só melhora. Sou meio desligado da música popular, mas há coisas que vêm e ficam. Joni é uma grande compositora, letrista e contadora de histórias.

Aliás, que ano foi 1971! Construção (Chico), London London (Caetano), Who`s Next (The Who), Led Zeppelin IV, Fa-Tal (Gal), Ela (Elis Regina), Tapestry (Carole King), Ram (Paul McCartney), Imagine (John Lennon), Aqualung (Jethro Tull), All things must pass (George Harrison), o que mais?

.: interlúdio :. Joni Mitchell: Blue

1 All I Want 3:32
2 My Old Man 3:33
3 Little Green 3:25
4 Carey 3:00
5 Blue 3:00
6 California 3:48
7 This Flight Tonight 2:50
8 River 4:00
9 A Case Of You 4:20
10 The Last Time I Saw Richard 4:13

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Blue, uma das obras-primas de Joni

PQP

.: interlúdio :. Creedence Clearwater Revival – Chronicle, Vol. 1: The 20 Greatest Hits – 1976


Creedence Clearwater Revival

Chronicle, Vol. 1: The 20 Greatest Hits

1976

 

Estamos muito down!!!! Vamos levantar nossa moral. A humanidade vivencia uma experiencia única com o Covid-19. Tem muitas coisas boas e coisas ruins. Uma das coisas boas é este CD do Creedence Clearwater Revival! Ouça e deixe cair!

Postagem dedicada aos semi-novos que galhardamente enfrentamos esta pandemia.

01 – Suzie Q
02 – I Put A Spell On You
03 – Proud Mary
04 – Bad Moon Rising
05 – Lodi
06 – Green River
07 – Commotion
08 – Down on The Corner
09 – Fortunate Son
10 – Travelin’ Band
11 – Who’ll Stop The Rain
12 – Up Around The Bend
13 – Run Through The Jungle
14 – Looking Out My Backdoor
15 – Long As I Can See The Light
16 – I Heard It Through The Grapevine
17 – Have You Ever Seen The Rain
18 – Hey Tonight
19 – Sweet Hitch Hiker
20 – Someday Never Comes

Palhinha- 17 – Have You Ever Seen The Rain

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Archive Extractor is a small and easy online tool that can extract over 70 types of compressed files, such as 7z, zipx, rar, tar, exe, dmg and much more.

Supported formats:7z, zipx, rar, tar, exe, dmg, iso, zip, msi, nrg, gz, cab, bz2, wim, ace and 54 more.
Supports password-protected archives. Can unpack multi-part archives (zip.001, rar.part1, z01, etc).

 

Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Rick Wakeman (1949) – Journey to the Centre of the Earth

Como um cliente  / comentarista da amazon escreveu, mesmo depois de quarenta e cinco anos passados de sua gravação, este histórico registro ao vivo do tecladista Rick Wakeman continua atualizadíssimo. É um divisor de águas, eu diria. Partindo do livro clássico de Julio Verne, Wakeman nos leva a um mundo onírico, enriquecido com paisagens sonoras que nos tiram o fôlego em todos os momentos.

Juntar uma banda de rock com uma orquestra sinfônica não era novidade lá em 1974, vide o Concerto para Banda e Orquestra, do Deep Purple, lançado alguns anos antes. A novidade aqui é a introdução de um coro com dezenas de vozes e os teclados de Wakeman, que são o grande destaque do LP. Ele cria um universo sonoro com infinitas possibilidades, tendo como suporte, além do English Rock Essemble, banda que o acompanhava, “apenas” a Orquestra Sinfônica de Londres e o English Chamber Choir. Ah, sim, o registro da gravação foi feito no Royal Albert Hall, templo da música londrina.

Desde a impactante abertura, os incríveis solos de Wakeman e a fantástica performance  de seus vocalistas, Ashley Holt e Garry Pickford-Hopkins, e a narração, que cita passagens do livro de Verne, cada minuto desta aventura sonora é minuciosamente pensada em seus mínimos detalhes, uma produção impecável, mesmo se tratando de um registro ao vivo, direto do Royal Albert Hall.

Por incrível que pareça, Rick Wakeman trouxe esta loucura toda para o Brasil em 1975, em três apresentações memoráveis no Maracanazinho, no Rio, no Estádio da Portuguesa em São Paulo e no Gigantinho em Porto Alegre. Foi acompanhado pela Orquestra Sinfônica Brasileira, nos shows do Rio e de São Paulo, e na capital gaucha, pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, sempre sob a regência de Isaac Karabitchewsky.

Wakeman trouxe consigo uma parafernália de equipamentos que somavam dezenove toneladas. Os jornais da época contam que o músico era fã de futebol, e coincidiu que na mesma época do show do Rio, iria ocorrer a final do Campeonato Brasileiro entre o Cruzeiro e o Internacional de Porto Alegre, em pleno Estádio do Maracanã, e ele teria assistido a esta partida, vencida pelo time gaucho: “O espetáculo “acachapante” teve como momento de clímax (para os colorados) a homenagem que Wakeman, grande fã de futebol, fez ao Internacional, que dias antes, ali do lado, no Beira-Rio, tinha conquistado seu primeiro título de campeão brasileiro. No bis, Wakeman e seus músicos voltaram ao palco vestidos com camisetas vermelhas do time. Ele lógico, com a 3, do capitão Figueroa, autor do gol contra o Cruzeiro que garantiu a taça.” (Jornal Zero Hora, 29/10/2014).

Meu irmão mais velho contou certa vez que estava lá no Maracanazinho, e que nunca mais esqueceu o espetáculo que assistiu. Foram duas horas de uma loucura sonora e visual, que impactou todos os que lá estavam.

Dia desses me desafiaram a identificar os dez discos que mais me influenciaram, e este aqui com certeza está na lista. Quem não conhece, espero que goste, e para os saudosistas, como eu, serve para matar saudades.

  1. The Journey / Recollection
  2. The Battle / The Forest

The Band :

Garry Pickford-Hopkins & Ashley Holt – Vocals
Guitar – Mark Egan
Electric Bass – Roger Newell
Drums – Barney James

Music Arranged for the London Symphony Orchestra and The English Chamber Choir by Will Malone & Danny Beckerman

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O mago dos teclados em ação.

 

 

Andrew Lloyd Webber (1948): Jesus Christ Superstar (uma Paixão contemporânea?)

Andrew Lloyd Webber (1948): Jesus Christ Superstar (uma Paixão contemporânea?)

Jesus Christ Superstar 1974 - capaHoje, 14.03.2014, estreia em São Paulo a segunda montagem brasileira desta chamada ‘rock opera’ – passados 45 anos de sua composição, 43 da estreia mundial, 42 da primeira montagem brasileira, e 40 da gravação apresentada aqui, regida por André Previn, como trilha de filme dirigido por Norman Jewison.

Achei um bom momento para revalidar o link desta postagem feita originalmente em 21.04.2011 – acrescentando um vídeo sobre a atual montagem brasileira (cujo protagonista – segredo aqui entre nós! – é parente de um membro da nossa equipe). SEGUE O TEXTO ORIGINAL DA POSTAGEM:

.  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .
Eu devia ter 17 anos e viajei a São Paulo especialmente para ouver a São Mateus no Teatro São Pedro (tudo em família…)

Ainda não tinha o menor preparo para avaliar a regência do Eleazar de Carvalho – só lembro que achei atroz a pronúncia do alemão do evangelista estadunidense que ele havia trazido. E que na volta do intervalo meu vizinho de cadeira, um senhor português pelo menos 40 anos mais velho, puxou papo e, me tratando de “o senhor”, acabou perguntando se eu já havia visto Jesus Christ Superstar, que havia entrado há pouco nos cinemas, quatro anos depois de estrear no palcos de Londres rotulada como ópera em rock.

Devo ter feito uma espécie de cara de nojo, pois meu vizinho se apressou em dizer que também tinha ido ver com muita resistência, mas havia sido conquistado e saído do cinema encantado. O resultado foi que, de volta a Curitiba, fui quase que envergonhadamente ao Cine Condor – e saí também eu debaixo de uma espécie de sortilégio que me levou ao cinema mais quatro vezes em duas semanas.

Achei tão bom assim? Não, o ponto não era “ser bom” – o que também não quer dizer que achei ruim! Acho que primeiro de tudo foi uma experiência estética – musical e cênica – diferente de tudo o que eu já tinha ouvisto. Segundo, era uma maneira totalmente diferente – uma maneira minha contemporânea – de se relacionar com o material mítico cristão, de que quase cada minuto da minha formação havia sido impregnada.

É evidente que hoje percebo que o material temático é bastante limitado para 1 h 36 min de música – o que pode ser visto tanto como insuficiência quanto como virtude -, e que ao lado de trechos onde a linguagem blues-rock soa forte e autêntica há alguns de um “popismo” quase constrangedor… Seja como for, confesso que, no mínimo pelo papel que desempenhou em minha própria descoberta do mundo, não consigo deixar de ter estima pela obra.

E aqui me apresso a esclarecer que não empreguei o adjetivo “contemporâneo”, no título da postagem, como sinônimo de “experimental” com referência à linguagem musical – sentido em que Paixão segundo São Lucas de Penderecki, do ano anterior, seria muito mais legitimamente “uma Paixão contemporânea”.

No entanto Penderecki coloca em uma nova linguagem musical apenas palavras e sentimentos ortodoxamente católicos, que poderiam ter sido sentidos de modo idêntico mil anos antes, enquanto que o libreto de Tim Rice tenta se aproximar do material mítico cristão de uma forma questionadora, embora não sem uma tentativa de compreensão compassiva – ou seja: de uma forma tensa, complexa, de certa forma comparável à que Saramago apresentará depois no seu Evangelho segundo Jesus Cristo – e é nisso que eu vejo sua contemporaneidade – no meu ver ainda não esgotada neste 42.º ano da obra.

Pra terminar quero contar por quê não escolhi a gravação da versão de palco original de Londres, feita em 1970, e sim esta regida por André Previn, que é a trilha do filme de Norman Jewison lançado em 1974: foi sobretudo pra não abrir mão do timbre e da força interpretativa inesquecíveis com que Carl Anderson abre a obra, em seu papel de Judas –

… o que na época gerou polêmicas de todos os lados: conservadores atacavam a obra como demoníaca por apresentar um Judas tão atraente e razoável, militantes a taxavam de racista por atribuir o papel de Judas a um negro (mesmo não sendo o único no elenco). E confesso a vocês que o fato de incomodar pra todos os lados tende a ser visto por mim como uma virtude artística em si.

Mas agora é com vocês, aí vai!

Cena do filme de Norman Jewison


Andrew Lloyd Webber (1948): JESUS CHRIST SUPERSTAR (1969)
Versão regida por André Previn em 1973-74
para a versão filmada por Norman Jewison

(mais informações no arquivo)
DISC 1:
01. Overture
02. Heaven On Their Minds
03. What’s The Buzz
04. Strange Thing Mystifying
05. Then We Are Decided
06. Everything’s Alright
07. This Jesus Must Die
08. Hosanna
09. Simon Zealotes
10. Poor Jerusalem
11. Pilate’s Dream
12. The Temple
13. I Don’t Know How To Love Him
14. Damned For All Time / Blood Money

DISC 2:
01. The Last Supper
02. Gethsemane (I Only Wanted To Say)
03. The Arrest
04. Peter’s Denial
05. Pilate And Christ
06. King Herod’s Song
07. Could We Start Again, Please?
08. Judas’ Death
09. Trial Before Pilate
10. Superstar
11. The Crucifixion
12. John Nineteen: Forty-One

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Link alternativo: BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

ENQUANTO BAIXA, ASSISTA O MAKING-OF DA ATUAL MONTAGEM BRASILEIRA. Contém observações sobre a música que me surpreenderam!

Ranulfus
Publicado originalmente em 21.04.2011

.: interlúdio :. Freddie Mercury, Montserrat Caballé: Barcelona

.: interlúdio :. Freddie Mercury, Montserrat Caballé: Barcelona

Um trabalho de Freddie Mercury (1946-1991) jamais seria totalmente ruim. Tudo o que ele produziu sempre teve alto capricho e acabamento. E suas qualidades vocais e afinação são um milagre. Mas neste Barcelona (1988), sua ego trip com Montserrat Caballé (1933-2018) não vai muito além de duas ou três boas faixas, como Barcelona, How can I go on e Overture Piccante. Se o Queen já era operístico, aqui Mercury aparece livre da influência roqueira de May, Deacon e Taylor. Uma pena, porque as coisas pioram bastante quando ele decididamente se coloca no crossover. A presença de Caballé é perfeita, só que o ego de Mercury tira-lhe espaço. O disco não é um fiasco e aprecio bastante de sua perfeição técnica e a atuação de todo mundo, apesar da música ser só mais ou menos.

Freddie Mercury, Montserrat Caballé: Barcelona

1 Barcelona 5:38
2 La Japonaise 4:49
3 The Fallen Priest 5:45
4 Ensueño 4:20
5 The Golden Boy 6:04
6 Guide Me Home 2:41
7 How Can I Go On 3:59
8 Overture Piccante 6:40

Cello – Deborah Ann Johnston
Horns – Barry Castle
Percussion – Frank Ricotti
Violin – Homi Kanga, Laurie Lewis
Backing Vocals – Carol Woods, Debbie Bishop, Lance Ellington, Madeline Bell, Mark Williamson, Miriam Stockley, Peter Straker
Lyrics By – Tim Rice
Bass – John Deacon

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Caballé & Mercury: dueto de peso.

PQP

.: interlúdio :. Marianne Faithfull: Broken English

.: interlúdio :. Marianne Faithfull: Broken English

Este disco não é uma obra-prima como Strange Weather, mas é muito bom. Broken English é um disco competentíssimo de pop-rock, sendo o sétimo álbum de estúdio da cantora inglesa Marianne Faithfull. Foi lançado em 2 de novembro de 1979 pela Island Records. O LP marcou o grande retorno de Faithfull após anos de uso de drogas, como moradora de rua e anoréxica. Muitas vezes é considerado sua “obra-prima”. Explicando melhor, Broken English foi o primeiro grande lançamento de Faithfull desde seu álbum Love in a Mist (1967). Depois de terminar seu relacionamento com Mick Jagger em 1970 e perder a custódia do filho, a carreira de Faithfull entrou em parafuso. Ela era dependente de heroína e vivia nas ruas de Londres. Uma laringite severa, associada às drogas, alterou permanentemente a voz de Faithfull, deixando-a rachada e mais grave. Avisamos: é um bom álbum elétrico e datado, cheio de teclados e das manias que se tornariam lei logo depois nos anos 80. Curiosidade: depois de todo o álbum gravado, o produtor Mark Miller sugeriu que os arranjos deveriam ser “mais modernos e eletrônicos” e trouxe Steve Winwood nos teclados. Então, musicalmente, Broken English é um new wave de rock com elementos de punk, blues e reggae. Vale a pena ouvir.

Marianne Faithfull: Broken English

1. “Broken English” (Marianne Faithfull Barry Reynolds Joe Mavety Steve York Terry Stannard) 3:45
2. “Witches’ Song” (Faithfull Barry Reynolds Joe Mavety Steve York Terry Stannard) 4:43
3. “Brain Drain” (Ben Brierley) 4:13
4. “Guilt” (Barry Reynolds) 5:05
5. “The Ballad of Lucy Jordan” (Shel Silverstein) 4:09
6. “What’s the Hurry” (Joe Mavety) 3:05
7. “Working Class Hero” (John Lennon) 4:40
8. “Why’d Ya Do It” (Heathcote Williams Barry Reynolds Joe Mavety Steve York Terry Stannard Faithfull) 6:45

Total length: 36:25

Marianne Faithfull – vocals
Barry Reynolds – guitar
Joe Mavety – guitar
Steve York – bass
Terry Stannard – drums
Dyan Birch – background vocals
Frankie Collins – background vocals
Jim Cuomo – saxophone
Isabella Dulaney – background vocals
Guy Humphries – guitar
Morris Pert – percussion
Darryl Way – violin
Steve Winwood – keyboards

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Foto de Faithfull na contracapa da “Deluxe Edition” de Broken English.

PQP

.: interlúdio :. Johnny Rivers PQP Greatest Hits – 1967

Johnny Rivers PQP Greatest Hits

1967

Uma dose de Johnny Rivers para terminar 2018 e começar bem 2019!

A todos os semi-novos e semi-novas um baita 2019! Só alegria, com Johnny Rivers, grande sucesso musical de 1967 que animava todas as festas dos Anos Dourados!

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Johnny Rivers PQP Greatest Hits
01. Do You Wanna Dance?
02. Poor Side Of Town
03. It’s Too Late
04. Lawdy Miss Clawdy
05. A Whiter Shade Of Pale
06. Where Have All The Flowers Gone
07. Brown Eyed Handsome Man
08. Baby I Need Your Lovin
09. Respect
10. Medley: La Bamba – Twist And Shout
11. Summer Rain
12. Hang On Sloopy
13. California Dreamin’
14. The way we live
15. Rhythm Of The Rain
16. Sunny
17. Hey Joe
18. Blue Suede Shoes
19. Roll Over Beethoven
20. Oh, Lonesome Me
21. That’s Alright Mama
22. Whole Lotta Shakin´ Goin´ On
23. Oh, Pretty Woman
24. (I Washed My Hands In) Muddy Water
25. Blue Suede Shoes (Tribute To Carl Perkins)
26.The Tracks Of My Tears
27. You’ve Lost That Lovin’ Feelin’
28. Cupid

Palhinha: ouça- 01. Do You Wanna Dance?

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MP3 | 320 KBPS | 215 MB

powered by iTunes 12.8.1 | 1 h 36 min

Boa audição!

Avicenna

.: interlúdio :. Marianne Faithfull: Strange Weather

.: interlúdio :. Marianne Faithfull: Strange Weather

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Marianne Faithfull (1946) foi uma das mulheres mais lindas, fotografadas e admiradas do Reino Unido durante os anos 60. Cantora e modelo, todos achavam-na uma gracinha ao lado do namorado Mick Jagger. Tolinhos, a doce moça das fotos era um furacão. Foi ela quem apresentou as drogas aos Rolling Stones todos, enquanto levava até sua cama metade dos músicos mais importantes da Inglaterra. Porém, como todo mundo, ela envelheceu e hoje é uma bela senhora inglesa que passou por diversas clínicas de reabilitação. Mas o que nos interessa aqui é que, desde aquela época, ela volta e meia lança um (grande) disco. Talvez nenhum tenha sido melhor do que este Strange Weather de 1987. É uma seleção de músicas inéditas e antigas de grandes autores, que vão desde Tom Waits, Bob Dylan e Jagger-Richards até compositores dos anos 40 como Jerome Kern — que obra-prima é Yesterdays! –, dos anos 30 como Kid Prince Moore e dos 20 como a dupla Dubin-Warren. Se fosse você, jamais deixaria de ouvir esta maravilhosa coleção de canções arranjadas por Bill Frisell e Michael Gibbs, interpretadas pela voz surrada de Faithfull.

Marianne Faithfull: Strange Weather

1 Stranger Intro
Written-By – Anonymous
0:30

2 Boulevard Of Broken Dreams
Violin – Michael Levine
Written-By – Al Dubin, Harry Warren (2)
3:04

3 I Ain’t Goin’ Down To The Well No More
Written-By – Alan Lomax, Huddie Ledbetter, John Lomax*
1:07

4 Yesterdays
Flute – Chris Hunter
Written-By – Jerome Kern, Otto Harbach
5:18

5 Sign Of Judgement
Written-By – Kid Prince Moore
2:53

6 Strange Weather
Accordion – Garth Hudson
Written-By – Kathleen Brennan, Tom Waits
4:13

7 Love Life And Money
Piano – Mac Rebennack
Written-By – Henry Glover, Julius Dixon
4:05

8 I’ll Keep It With Mine
Acoustic Guitar – Bill Frisell
Written-By – Bob Dylan
3:46

9 Hello Stranger
Arranged By [Horns] – Michael Gibbs
Electric Piano – Mac Rebennack
Guitar – Fernando Saunders
Saxophone [Alto] – Chris Hunter, Steve Slagle
Written-By – Doc Pomus, Mac Rebennack
2:30

10 Penthouse Serenade (When We’re Alone)
Written-By – Val Burton, Will Jason
2:34

11 As Tears Go By
Accordion – William Schimmel
Written-By – Andrew Oldham*, Keith Richards, Mick Jagger
3:42

12 A Stranger On Earth
Trumpet – Lew Soloff
Written-By – Rick Ward (2), Sid Feller
3:56

Arranged By – Bill Frisell
Arranged By [Strings & Horns] – Michael Gibbs
Arranged By [Strings] – Michael Gibbs
Bass – Fernando Saunders
Drums – J.T. Lewis
Guitar – Bill Frisell, Robert Quine
Piano – Sharon Freeman
Vocals – Marianne Faithfull

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Faithfull nos anos 60
E bem depois
Alain Delon, Marianne Faithfull e Mick Jagger em 1968: perdeu playboy.

PQP

.: interlúdio :. ‘S Different – Billy Butterfield & Ray Conniff and His Orchestra

'S-Different-capa-solo-web‘S Different
Conniff Meets Butterfield
1959

Quem já passou por esta vida e não dançou sentindo o calor do rosto da Amada, ao som da música de Ray Conniff & Billy Butterfield, pode ser mais, mas sabe menos do que eu.

Como dizia o poeta, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não

 

E como testemunhou o nosso amigo Wellington Mendes: este [Billy Butterfield] foi um dos maiores e mais elegantes trompetistas. Um som único e clássico, à maneira de outros como Al Hirt, Doc Severinsen, Bob Hacket, Ruby Braff… “

‘S Different (Conniff Meets Butterfield)
01. Beyond The Blue Horizon
02. You Must Have Been a Beautiful Baby
03. All The Things You Are
04. Oh , What a Beautiful Mornin´
05. Time On My Hands (You In My Arms)
06. Something To Remember You By
07. What a Diff´rence a Day Made
08. South Of The Border (Down Mexico Way)
09. Can´t We Be Friends
10. Rosalie
11. A Love Is Born (Song Of The Trumpet)
12. I Found a Millon Dollar Baby (In a Five And Ten Cent Store)
13. Summertime
14. Love Letters In The Sand

Palhinha: ouça 11. A Love Is Born (Song Of The Trumpet)

‘S Different – 1959
Billy Butterfield & Ray Conniff and His Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 228,8 MB

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MP3 320 kbps | 78,6 MB

Powered by iTunes 12.3.2 | 36 min |

Boa audição.

 The Dancers, por Fernando Botero
– The Dancers, por Fernando Botero

 

Avicenna

.: interlúdio :. Johnny Mathis – Open Fire, Two Guitars – 1959

Open_Fire,_Two_Guitars_(Johnny_Mathis_album_-_cover_art)Johnny Mathis
Al Caiola
Tony Mottola
1959

Johnny Mathis canta com o apoio de duas guitarras interpretadas pelos excelentes Al Caiola e Tony Mottola, mais um contra-baixo (Frank Carroll em nove das faixas, Milt Hinton as outras) para suporte rítmico.

O resultado é que a pureza, a sensibilidade e a beleza da voz de Johnny Mathis brilham surpreendentemente. O álbum é uma prova da estatura de Johnny Mathis em 1959, de tal maneira que Columbia Records registrou este álbum fora da fórmula comprovada de seus álbuns anteriores, bem como a coragem do artista em permitir que seu instrumento vocal fosse tão completamente exposto, sem a segurança de uma orquestra completa.

Uma façanha para um cantor de 23 anos de idade, com apenas dois anos de experiência de gravação atrás dele.

O resultado é um triunfo artístico para Mathis e o álbum continua a ser um dos seus mais valiosos entre sua legião de fãs. O álbum foi o 4º mais vendido e tocado nos USA em 1959, segundo a revista Billboard.

A dificílima My Funny Valentine é uma demonstração da qualidade artística de Johnny Mathis.

Open Fire, Two Guitars
01. Open Fire
02. Bye Bye Blackbird
03. In The Still Of The Night
04. Embraceable You
05. I’ll Be Seeing You
06. Tenderly
07. When I Fall In Love
08. I Concentrate On You
09. Please Be Kind
10. You’ll Never Know
11. I’m Just A Boy In Love
12. My Funny Valentine

Open Fire, Two Guitars – 1959
Johnny Mathis – vocal
Al Caiola & Tony Mottola – guitars
Frank Carroll & Milt Hinton – upright bass

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MP3 320 kbps | 95,7 MB

Powered by iTunes 12.3.1 | 43 min |

Dedicado ao Luke D. Chevalier, pois foi quem me deu a inspiração para esta postagem!!

agradecendo_o_papai_noelWEB

 

 

 

 

 

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Avicenna

.: interlúdio :. The Rat Pack (Frank Sinatra, Dean Martin & Sammy Davis Jr.)

ratpack Certa vez Lauren Bacall, irritada com os constantes bebuns que seu marido, Humphrey Bogart, tomava com os amigos, principalmente com Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr., exclamou: “Vocês parecem um maldito bando de ratos” (You look like a goddamn rat pack).

Pronto, foi o estopim para a formação do famoso grupo vocal “The Rat Pack”, e a Lauren Bacall ficou sendo a madrinha.

Gravaram bem humorados LPs, filmes e apresentaram shows inesquecíveis.

A seguir, algumas apresentações do “The Rat Pack”, celebrando o 100º aniversário do unforgettable Ol’ Blue Eyes.

Mais sobre Frank Sinatra, AQUI.

The Rat Pack
01. I Left My Heart in San Francisco
02. I’ve Got You Under My Skin
03. That Old Black Magic
04. Night And Day
05. What Kind Of Fool Am I
06. Sam’s Song
07. Oo-Shoo-Be-Doo-Be
08. Dream A Little Dream Of Me
09. The Lady is a Tramp
10. Bewitched, Bothered and Bewildered
11. Let’s Fall in Love
12. Come fly with me
13. You’re Nobody Till Somebody Loves You
14. Mack The Knife
15. My Funny Valentine
16. That’s Amore
17. Volare
18. You’ll never get rid of me

https://youtu.be/wz1DPR5EDqM

The Rat Pack (Frank Sinatra, Dean Martin & Sammy Davis Jr.) – anos 60

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MP3 +/- 192 kbps | 57 MB

Powered by iTunes 12.3.1 | 54 min |

Boa audição.

Frank_Sinatra_100

Avicenna

.: interlúdio :. Billboard 1956 Top Hits

Billboard-Top-100-Hits-Of-1956-CD2-cover Mais uma postagem dedicada aos “semi-novos” da minha geração.

Billboard é uma revista de música americana, publicada pela primeira vez em 1 de Novembro de 1894. Considerada uma das mais antigas revistas comerciais do mundo, originalmente era focada na afixação de cartazes e externas de entretenimento antes de se especializar na indústria da música na década de 1950, quando então tornou-se a Bíblia da música popular americana, até hoje.

Pesquisava os discos mais vendidos e as músicas mais tocadas nas rádios e publicava seu famoso ranking.

Abaixo, alguns sucessos que estiveram presentes no “Top 100 Hits of 1956”.

Bill Doggett
01. Honky Tonk, Part 1
02. Honky Tonk, Part 2
Billy Vaughn
03. Theme From 3 Penny Opera
The Dream Weavers
04. It’s Almost Tomorrow
Fats Domino
05. Blueberry Hill

06. My Blue Heaven
The Flamingos
07. I’ll Be Home
Gale Storm
08. Memories Are Made of This
Gene Vincent
09. Be-Bop-A-Lula

Ivory Joe Hunter
10. Since I Met You Baby
Jim Lowe
11. The Green Door

Jimmie F. Rodgers
12. Kisses Sweeter Than Wine
Little Richard
13. Slippin’ And Slidin’
14. Rip It Up
Little Willie John
15. Fever
Mickey & Sylvia
16. Love Is Strange
Mitchell Ayres & Ray Charles Singers
17. Moonglow
The Penguins
18. Earth Angel
The Platters
19. The Great Pretender
20. My Prayer
21. Only You

Sonny James
22. Young Love

Billboard 1956 Top Hits
Coletadas pelo meu amigo Lauro Mendonça

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MP3 320 kbps | 120,2 MB

Powered by iTunes 12.3.1 | 57 min |

Boa audição.

Screen Shot 2015-12-04 at 06.09.13

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

.: interlúdio :. The Cash Box Magazine – Tops 1958

.: interlúdio :. The Cash Box Magazine – Tops 1958

cash box 1958 pngEsta postagem é dedicada aos ‘semi-novos’ da minha geração.

Quem de nós não se deliciava ouvindo e dançando The Everly Brothers, The Teddy Bears, Perez Prado, The Champs, Conway Twitty
.
E o vozerão do Domenico Modugno cantando Nel blu dipinto di blu, heim, heim?

Eita anos dourados !!!

A memorável revista “The Cash Box Magazine” trazia mensalmente a relação dos LPs mais vendidos nos Estados Unidos e, ao fim do ano, relacionava os mais vendidos do ano.

A postagem abaixo relaciona os mais vendidos durante 1958. É só alegria !!!!!

01. At The Hop (Danny & The Juniors)
02. The Stroll (The Diamonds)
03. Get a Job (Silhouettes)
04. Don’t (Elvis Presley)
05. Tequila (The Champs)

06. He’s Got The Whole World In His Hands (Laurie London)
07. Twilight time (The Platters)
08. Witch Doctor (David Seville)
09. All I Have To Do Is Dream (The Everly Brothers)

10. The Purple People Eater (Sheb Wooley)
11. Yakety Yak (The Coasters)
12. Patricia (Perez Prado)
13. Nel blu dipinto di blu (Volare) (Domenico Modugno)

14. It’s All In The Game (Tommy Edwards)
15. Topsy Part 2 (Cozy Cole)
16. It’s Only Make Believe (Conway Twitty)
17. (Hang down your head) Tom Dooley (The Kingston Trio)

18. To know him is to love him (The Teddy Bears)
19. The chipmunk song (Alvin & the Chipmonks)
20. Jo-Ann (The Playmates)
21. March from the River Kwai and Colonel Bogey (Mitch Miller)
22. (Who Wears) Short Shorts (Royal Teens)

23. Magic Moments (Perry Como)

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192 kbps – 78,6 KB –59,2 min
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Boa audição.

Avicenna

.: Interlúdio :. The Ink Spots

23iw93nThe Ink Spots
Grandes sucessos dos anos 40
É só ouvir e sair dançando!

The Ink Spots foi um grupo vocal americano popular nos anos 1930 e 1940. Sua música levou aos gêneros musicais “rhythm and blues” e “rock and roll”, e ao subgênero “doo-wop”. O grupo foi amplamente aceito em ambas as comunidades brancas e pretas, em grande parte devido ao estilo balada apresentado ao grupo pelo vocalista Bill Kenny. O grupo foi incluido no Hall da Fama do Rock & Roll em 1989. Desde que os The Ink Spots se desfizeram em 1954, houve mais de 100 grupos vocais que se autodenominam “Ink Spots” sem qualquer direito ao nome, e sem quaisquer membros originais do grupo. Estes grupos geralmente se apresentam como sendo uma “segunda geração” ou The Ink Spots “terceira geração”. Muitos desses grupos ainda estão em turnê atualmente.

Apresentamos aqui 25 genuínos sucessos do The Ink Spots, todos gravados nos anos 40 e que estiveram incluídos na lista das músicas mais vendidas nos Estados Unidos.

Palhinha: ouça: 17. We Three (My Echo, My Shadow and Me)

The Ink Spots
01. The Best Things In Life Are Free
02. A Lovely Way to Spend an Evening
03. Java Jive
04. The Gypsy
05. Ev’ry Night About This Time
06. I’m Getting Sentimental Over You
07. When the Swallows Come Back to Capistrano
08. Memories of You
09. My Prayer
10. I Don’t Want to Set the World On Fire
11. I’m Making Believe
12. Maybe
13. Don’t Get Around Much Anymore
14. I’m Begining to See the Light
15. I’ll Never Smile Again
16. Someone’s Rocking My Dream Boat
17. We Three (My Echo, My Shadow and Me)
18. You’re Breaking My Heart All Over Again
19. If I Didn’t Care
20. Address Unknown
21. Stop Pretending
22. I’ll Get By (As Long As I Have You)
23. (That’s Just My Way Of) Forgetting You
24. Whispering Grass (Don’t Tell The Trees)
25. Into Each Life Some Rain Must Fall

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My Echo, My Shadow and Me ...
My Echo, My Shadow and Me …

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Postagem dedicada ao meu amigo Kawabundo.

Avicenna

.: interlúdio :. The Moscow Symphony Orchestra — The Music of Deep Purple

.: interlúdio :. The Moscow Symphony Orchestra  — The Music of Deep Purple

Eu fui um adolescente que ouvia a música erudita de meu pai TODAS AS NOITES e rock durante o dia. Eu e minha irmã gostávamos. Ela amava os Beatles e eu os Beatles e todo o resto. Tive sorte, pois, em 1969, tinha 12 anos. Peguei vários discos hoje clássicos quando de seus lançamentos. Tenho-os em vinil, perfeitamente conservados. Comprei-os, digamos, na primeira edição.  Então, discos, como Machine Head, In Rock, Burn, Fireball e Who do we think we are, do Deep Purple, são meus íntimos. Quase não os ouço mais, mas eles estão na minha discoteca.

O que temos aqui? Ora, um baita disco de crossover conduzido por Constantine Krimets e arranjado por Stephen Reeve e Martin Riley. Foi gravado em estúdio em 1992. Não há bateria nem guitarra — não há, de fato, nenhum instrumento de rock, apenas uma orquestra sinfônica. Todas as faixas foram cuidosamente rearranjadas, e umas soam mais fieis que outras aos originais. Child in Time é particularmente bem sucedida, The Mule e Pictures of Home idem, muito graças às belas melodias. Gostei também de Highway Star… Não pude evitar. Krimets disse que quase toda a orquestra conhecia a fundo os temas, de tanto ouvi-los em casa.

Se compararmos estes arranjos com o que ouvimos nos crossover das orquestras brasileiras, nossa, isso aqui é Stockhausen de tão complexo. Mas penso que este disco apenas possa interessar aos nostálgicos que conhecem cada original. Em resumo, Crossover é só curiosidade boba. E kitsch.

The Moscow Symphony Orchestra – The Music of Deep Purple

01. Smoke On The Water
02. Space Trucking
03. Child In Time
04. Black Night
05. Lazy
06. The Mule
07. Pictures Of Home
08. Strange Kind Of Woman
09. Burn
10. Highway Star
11. Fireball
12. Coda And Reprise

Moscow Symphony Orchestra
Constantine Krimets

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A formação clássica do Deep Purple: Gillan, Blackmore, Paice, Glover e Lord.
A formação clássica do Deep Purple: Gillan, Blackmore, Paice, Glover e Lord.

PQP

.: interlúdio :. Nick Drake (1948-1974): • Five Leaves Left • Bryter Layter • Pink Moon (os três discos oficiais)

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Depois do excelente impacto da postagem de 13 de outubro, com dois dos sete álbuns póstumos do Nick Drake, aqui vão os três álbuns que o moço lançou em vida – dos 21 aos 24 anos, antes de sua precoce partida em 1974, aos 26.

Sugestão: se você, como eu, achar as capas um tanto de mau gosto, não se deixe enganar: o conteúdo musical e poético está, de modo geral, muito acima delas. (Digo “de modo geral” apenas porque o segundo álbum não me parece estar no mesmo nível de tudo mais que que já ouvi dele; chega a parecer um esforço de ser o que ele menos era: pop).

Se, além da música, quiser conhecer um pouco da pessoa e sua história, o leitor DiMenez compartilhou com a gente o link de um documentário de 48 min., legendado em português. Valeuzaço, DiMenez… e agora deixo vocês com o vídeo… e sobretudo com a música!

Nick Drake: FIVE LEAVES LEFT (1969)
01 Time Has Told Me
02 River Man
03 Three Hours
04 Way To Blue
05 Day Is Done
06 Cello Song
07 The Thoughts Of Mary Jane
08 Man In A Shed
09 Fruit Tree
10 Saturday Sun

Nick Drake: BRYTER LAYTER (1971)
01 Introduction
02 Hazy Jane II
03 At The Chime Of A City Clock
04 One Of These Things First
05 Hazey Jane I
06 Bryter Layter
07 Fly
08 Poor Boy
09 Northern Sky
10 Sunday

Nick Drake: PINK MOON (1972)
01 Pink Moon
02 Place To Be
03 Road
04 Which Will
05 Horn
06 Things Behind The Sun
07 Know
08 Parasite
09 Free Ride
10 Harvest Breed
11 From The Morning

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Ranulfus

.: interlúdio :. Nick Drake (1948-1974): álbuns póstumos Time of No Reply (1987) • Family Tree (2007)

Entre as revelações que o jovem Daniel the Prophet fez a este velho monge destaca-se a música do inglês Nick Drake, usualmente catalogada como folk. Até há um mês eu nunca tinha ouvido falar, mas agora posso ouvir seu canto introvertido por horas e horas como se fosse uma única música, mais ou menos como faço com Purcell – o que poderia suscitar a hipótese de se dever à anglicidade dos dois… se o efeito não se estendesse a, entre outros exemplos, as lamentações vocais do inequivocamente franco Couperin.

Nicholas Rodney Drake nasceu na então Birmânia, que, muito britanicamente, era o local de trabalho do pai. Quando tinha quatro anos a família voltou pra Inglaterra, para uma vila de 3 mil habitantes não longe de Stratford-upon-Avon, terra daquele dramaturgo insignificante que vocês sabem o nome. Nick aprendeu piano com a mãe, Molly, que também tocava cello, compunha e cantava (do que há alguns testemunhos – gravações informais feitas em casa – no álbum Family Tree) – e talvez tenha legado ao filho também a sensibilidade exacerbada.

To make a long story short, Nick aprendeu escolarmente também clarinete e sax, e informalmente o violão, com colegas – justo o instrumento em que mais se destacou. Aos 19 anos foi estudar literatura em Cambridge – o que não faz pouco sentido, quando se constata o refinamento poético das letras. Aos 21, 23 e 24 anos lançou três discos que pouquíssima gente ouviu. E aos 26 morreu de overdose do que os médicos atochavam como antidepressivo na época.

Fim? Muito pelo contrário: nos 33 anos seguintes foram lançados sete outros discos com material que Nick havia deixado gravado (entre músicas inéditas e versões alternativas), e se é verdade que seus admiradores ainda constituem uma seita (sentido original, aliás, da palavra cult), essa seita não parou de crescer.

De início pensei em compartilhar aqui os três álbuns lançados em vida, mas ouvindo um pouco mais optei pelo terceiro e o sétimo dos póstumos. A razão é que Nick me parece ser daqueles artistas cujo talento brilha ao máximo no despojamento, na quase ausência de produção.

Pra terminar, declaro solenemente que estou morrendo de curiosidade quanto ao que vocês vão achar – e portanto adorarei que vocês não deixem de comentar!

TIME OF NO REPLY (1987)
01. Time Of No Reply
02. I Was Made To Love Magic
03. Joey
04. Clothes Of Sand [letra abaixo / lyrics bellow]
05. Man In A Shed
06. Mayfair
07. Fly
08. The Thoughts Of Mary Jane
09. Been Smoking Too Long
10. Strange Meeting II
11. Rider On The Wheel
12. Black Eyed Dog
13. Hanging On A Star
14. Voice From The Mountain

FAMILY TREE (2007)
01 Come Into The Garden (Introduction)
02 They’re Leaving Me Behind
03 Time Piece
04 Poor Mum (by Molly Drake)
05 Winter Is Gone
06 All My Trials (by Gabrielle Drake and Nick Drake)
07 Kegelstatt Trio For Clarinet, Viola And Piano by The Family Trio
08 Strolling Down The Highway
09 Paddling In Rushmere
10 Cocaine Blues
11 Blossom
12 Been Smoking Too Long
13 Black Mountain Blues
14 Tomorrow Is A Long Time
15 If You Leave Me
16 Here Come The Blues
17 Sketch 1
18 Blues Run The Game
19 My Baby’s So Sweet
20 Milk And Honey
21 Kimbie
22 Bird Flew By
23 Rain
24 Strange Meeting II
25 Day Is Done (Family Tree)
26 Come Into The Garden
27 Way To Blue (Family Tree)
28 Do You Ever Remember? (by Molly Drake)

BÔNUS
Clothes of Sand (ToNR 04) por Renato Russo (1994) [letra abaixo / lyrics bellow]

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Who has dressed you in strange clothes of sand?
Who has taken you, far from my land?
Who has said that my sayings were wrong?
And who will say that I stayed much too long?

Clothes of sand have covered your face
Given you meaning but taken my place
So make your way on, down to the sea
Something has taken you so far from me.

Does it now seem worth all the colour of skies?
To see the earth, through painted eyes?
To look through panes of shaded glass?
See the stains of winter’s grass?

Can you now return to from where you came?
Try to burn your changing name?
Or with silver spoons and coloured light
Will you worship moons in winter’s night?

Clothes of sand have covered your face
Given you meaning but taken my place
So make your way on, down to the sea
Something has taken you, so far from me.

Ranulfus