Menahen Pressler (1923) tem uma carreira gloriosa, marcada pelos 53 anos como líder do esplêndido Beaux Arts Trio (1955 – 2008), certamente o melhor trio de todos os tempos. Pois agora, aos 94 anos, Pressler vem com sua extrema classe lançar seu sexto disco solo. Aliás, todos os seus discos solo foram elogiadíssimos — e gravados após os 90 anos do pianista. Curta com todo o cuidado o mestre. Não precisa mexer no volume, deixe Pressler agir. Aos 94 anos, ele está no auge, desfilando enorme sensibilidade num repertório nada simples. Se você tiver alguma dúvida, ouça as peças mais famosas do CD. Clair de Lune reaparece belíssima com uma dinâmica única. Já a Pavana para uma Infanta Morta, transformada em peça kitsch por alguns abusadores de melodias — principalmente jazzmen –, resplandece renascida, novinha, digna e linda nas mãos deste mágico. Acho que é obrigatório ouvir — e provavelmente curvar-se a — Pressler. Uma aula de estilo e sutileza.
Debussy / Fauré / Ravel: Várias Peças com Menahem Pressler
Debussy
1 Arabesque No.1 (From Deux Arabesques, L. 66) 5:27
2 Rêverie, L. 68 5:24
3 Clair De Lune (From Suite Bergamasque, L. 75) 6:14
4 The Little Shepherd (From Childrens’s Corner, L. 113) 3:15
5 La Plus Que Lente, L. 121 5:53
Préludes Book I, L. 117
6 Danseuses De Delphes 3:49
7 Voiles 5:01
8 La Fille Aux Cheveux De Lin 3:11
9 La Cathédrale Engloutie 7:33
10 Minstrels 2:33
Fauré
11 Barcarolle No. 6 In E Flat Major, Op. 70 5:30
Ravel
12 Pavane Pour Une Infante Défunte, M. 19 7:45
13 Oiseaux Tristes (From Miroirs, M. 43) 5:13
Nosso leitor Breno agradeceu nos comentários a possibilidade de conhecer outras obras de Ravel que não sejam o famigerado Bolero, o Daphné et Chloe ou a Rapsódia Espanhola. Pois ele capturou o espírito da coisa. Esse é o objetivo desta coleção, e desta postagem: mostrar que Ravel compôs muito mais que as obras mais gravadas e conhecidas.
E para dar continudade a esta “descoberta” trago mais três cds desta belíssima coleção da DECCA, dedicadas a voz. São várias peças, uma mais curiosa, interessante e bela que outra. Começa com poemas de Mallarmé, na voz de Felicity Palmer, passando por alguns outros poetas menos conhecidos, e até mesmo Cecilia Bartoli aparece por aqui. São pequenas peças, algumas muito delicadas. Vale cada minuto gasto em sua audição.
CD 6
1-3 Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé
4-6 Chansons madécasses
7-11 07. Histoires natruelles
Felicity Palmer – Soprano
John Constable – Piano
The Nash Essemble
Simon Rattle
CD 7
01. Ballade de la reine morte d’aimer
02. Ronsard à son ame
03. Un grand sommeil noir
04. Chanson du rouet
05. Noel des Jouets
06. Deux Épigrammes de Clément Marot 1
07. Deux Épigrammes de Clément Marot 2
08. Sainte
09. Don Quichotte à Dulcinée 1
10. Don Quichotte à Dulcinée 2
11. Don Quichotte à Dulcinée 3
12. Manteau de fleurs
13. Si morne
14. Reves
15. Les grand vents venus d’outremer
16. Sur l’herbe
Inva Mula – Soprano 1
David Abramovitz – Piano 1-5, 12-14
Laurent Naouri – Baritone 2,3
Claire Brua – Mezzo Soprano 4,5 14
Dalton Baldwin – Piano 6-11, 15-16
Gérard Souzay – Baritone 8-11, 15-16
Válérie Millot – Soprano 12, 13
CD 8
01. 01. Shéhérazade – ouverture féerie
Orchestre Symphonique du Montréal
02. Shéhérazade – Trois Poèmes de Klingsor – I. Asie
03. Shéhérazade – Trois Poèmes de Klingsor – II. La Flûte enchantée
04. Shéhérazade – Trois Poèmes de Klingsor – III. L’Indiférent
Régine Créspin – Soprano
L´Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor
05. Deux Mélodie hébraïques – I. Kaddisch
06. Deux Mélodie hébraïques – II. L’Énigme éternelle
07. Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé – I. Soupir
08. Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé – II. Placet futile
09. Trois Poèmes de Stéphane Mallarmé – III. Surgi de la croupe et du bond
Suzanne Danco – Soprano
L´Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor
10. Trois Chansons – I. Nicolette
11. Trois Chansons – II. Trois Beaux oiseaux du Paradis
12. Trois Chansons – III. Ronde
Monteverdi Choir
Nicola Jenkin, Susan Gritton – Soprano
Nicolas Robertson – Tenor
Julian Clarkson – Baritone
John Elliot Gardiner
13. Tzigane
Joshua Bell – Violin
Royal Philharmonic Orchestra
Andrew Litton – Conductor
Estes dois cds com a produção de música de câmara de Ravel são belíssimos, não apenas pela qualidade da música, mas principalmente pelos músicos e opções escolhidas.
Começando pela famosa “Tzigane”, onde a violinista Chantal Juillet, desconhecida por mim até agora, dá um show, acompanhada por Pascal Rogé, que toca uma espécie de piano chamado Lutheal. Detalhe: a Tzigane foi originalmente composta por Ravel para o violino ser acompanhado exatamente por um Luthéal Piano. Maiores detalhes sobre esse instrumento os senhores podem encontrar na Wikipedia. A participação da violinista Chantal Juillet é um detalhe a parte. Sua técnica é impecável, que nos mostra uma instrumentista madura, segura de sua capacidade e virtuosismo.
A “Sonata Posthume pour Violin et Piano” também é lindíssima, Novamente a parceria Juillet / Rogé funciona perfeitamente, assim como na pouquíssimo gravada “Sonate pour Violin et Violoncello”, onde Chantal junta-se ao violoncelista Truls Mork, um dos grandes nomes do instrumento de sua geração.
O segundo CD também é belíssimo, mas ali a coisa engrossa mesmo, com a presença do Melos Quartet e do Beaux Ars Trio. Gente grande tocando música de gente grande.
CD 4
01 – Tzigane
02 – Pièce en forme de habanera
03 – Sonate posthume pour violin et piano [1897]
04 – Berceuse sur le nom de Gabriel Fauré
05 – Sonate pour violon et violoncelle – I. Allegro
06 – Sonate pour violon et violoncelle – II. Très vif
07 – Sonate pour violon et violoncelle – III. Lent
08 – Sonate pour violon et violoncelle – IV. Vif, avec entrain
09 – Kaddish (transcr. Lucien Garban)
10 – Sonate pour violin et piano – I. Allegretto [1927]
11 – Sonate pour violin et piano – II. Blues; Moderato
12 – Sonate pour violin et piano – III. Perpetuum mobile; Allegro
Chantal Juillet – Violin
Pascal Rogé – Piano, Piano Luthéal
Truls Mork – Cello
01. Ravel String Quartet In F Major (1903) 1. Allegro Moderato. Très Doux
02. Ravel String Quartet In F Major (1903) 2. Assez Vif. Très Rythmé
03. Ravel String Quartet In F Major (1903) 3. Très Lent
04. Ravel String Quartet In F Major (1903) 4. Vif Et Agité
Melos Quartet
05. Ravel Introduction And Allegro
Osian Ellis – Harp
Melos Quartet
06. Ravel Piano Trio In A Minor 1. Modéré
07. Ravel Piano Trio In A Minor 2. Pantoum (Assez Vif)
08. Ravel Piano Trio In A Minor 3. Passacaille (Très Large)
09. Ravel Piano Trio In A Minor 4. Final (Animé)
Novos Links !!! RECOMPACTEI O CD 3 E SUBI NOVAMENTE PARA O MEGA. ESPERO QUE AGORA ESTEJA OK !
Já ensaiei postar essa coleção há um tempo atrás, mas desisti. Vamos ver se agora vai.
A proposta da gravadora DECCA é interessante, e traz todas as gravações realizadas por esse selo das obras do genial compositor francês. Entre os intérpretes, figurinhas carimbadas desse repertório, como os maestros Charles Dutoit e Ernest Ansermet, e pianistas do nível de Martha Argerich, Jean-Ives Thibaudet e Pascal Rogé.
Começamos então com uma postagem tripla, trazendo os três cds com as obras para piano. Destaques? Thibaudet arrasando na “Pavane pour une infante defunte” e na “Sonatine”, e claro, Martha Argerich inspiradíssima nas “Valses nobles et sentimentales”.
CD 1
01 – Serenade grotesque
02 – Menuet antique
03 – Pavane pour une infante defunte
04 – Jeux d’eau
05 – Sonatine – I. Modere
06 – Sonatine – II. Mouvement de menuet
07 – Sonatine – III. Anime
08 – Menuet sur le nom de Haydn
09 – Prelude
10 – A la maniere de Borodine
11 – A la maniere de Chabrier
12 – Le Tombeau de Couperin- I. Prelude
13 – Le Tombeau de Couperin- II. Fugue
14 – Le Tombeau de Couperin- III. Forlane
15 – Le Tombeau de Couperin- IV. Rigaudon
16 – Le Tombeau de Couperin- V. Menuet
17 – Le Tombeau de Couperin- VI. Toccata
01 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 1. Pavane De La Belle Au Bois Dormant
02 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 2. Petit Poucet
03 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 3. Laideronnette, Impératrice Des Pa
04 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 4. Les Entretiens De La Belle Et De
05 – Ma Mère L’oye – For Piano Duet _ 5. Le Jardin Féerique
Pascal & Denise-Françoise Rogé – Pianos
06 – Frontispice For Two Pianos
Alfons & Aloys Kontarsky – Piano
09 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 1. Prélude À La Nuit
10 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 2. Malagueña
11 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 3. Habanera
12 – Rapsodie Espagnole – Arr. 2 Pianos By Ravel _ 4. Feria
13 – La Valse
Vladimir & Vovka Ashkenazy
14 – Debussy – Nocturnes – Transcription For Piano Duet By Maurice Ravel
15 – Debussy – Nocturnes – Transcription For Piano Duet By Maurice Ravel
16 – Debussy – Nocturnes – Transcription For Piano Duet By Maurice Ravel
Este primor de gravação é uma das melhores que já ouvi desta obra magnífica que é “Daphnes et Chloé”, de Maurice Ravel. O maestro suiço Charles Dutoit está impecável com sua Sinfônica de Montreal, uma parceria que durou algumas décadas e produziu inúmeras gravações altamente elogiadas.
Charles Munch realizou outra gravação matadora desta obra prima do compositor francês, lá nos anos 50, com a Sinfônica de Boston. Já a postei, não sei se o link ainda está ativo. Se estiver, não perca a oportunidade de baixar. Munch foi um dos maiores especialistas em Ravel do século XX.
Mas o Charles aqui é outro, o Dutoit. Além de “Daphnes et Chloé” temos outras duas pérolas de Ravel, “La Valse” e a sublime “Pavane pour une infante défunte”, uma das mais belas obras já compostas pelo ser humano. De arrepiar de emoção a intensidade que Dutoit extrai da Orquestra.
Espero que apreciem.
01. Introduction et Danse religieuse
02. Danse generale
03. Danse grotesque de Dorcon
04. Danse legere et gracieuse de Daphnis
05. Danse de Lyceion
06. Danse lente et mysterieuse
07. Introduction
08. Danse guerriere
09. Danse suppliante de Chloe
10. Lever du jour
11. Daphne et Chloe miment l’aventure de Pan et de Syrinx
12. Danse generale
13. Pavane pour une infante defunte
14. La Valse
Choeur et Orchestre Symphonique de Montréal
Charles Dutoit – Conductor
Este é mais um disco de Aimard do que de Boulez. O regente está burocrático, o pianista está demais. Raramente se ouve uma versão do concerto para piano (duas mãos) tão bem tocada, principalmente no Adagio Assai, típico movimento que parece simples, mas onde é fácil cair no precipício da vulgaridade. Pierre-Laurent Aimard é aquele tipo de músico que só grava quando tem a compreensão completa da peça. Ele busca a intimidade e apenas vai para o estúdio quando a obra está completamente analisada em cada detalhe dentro de sua concepção. Vi-o uma vez no Cadogan Hall em Londres. O cara é extraordinário.
Maurice Ravel (1875-1937): The Piano Concertos / Miroirs
1 Piano Concerto For The Left Hand In D – Lento – Andante – Allegro – Tempo 1 18:51
2 Piano Concerto In G – 1. Allegramente 8:30
3 Piano Concerto In G – 2. Adagio Assai 9:28
4 Piano Concerto In G – 3. Presto 4:24
5 Miroirs, M.43 – 1. Noctuelles 4:53
6 Miroirs – 2. Oiseaux Tristes 4:09
7 Miroirs – 3. Une Barque Sur L’océan 7:38
8 Miroirs – 4. Alborada Del Gracioso 6:31
9 Miroirs – 5. La Vallée Des Cloches 6:08
Pierre-Laurent Aimard
The Cleveland Orchestra
Pierre Boulez
Deixarei este CD a cargo do Departamento de Polêmicas. As escolhas tomadas pela notável violinista Patricia Kopatchinskaja (diz-se Copatchínscaiá) foram bem estranhas. No Ravel, a dança cigana não acelera — ou acelera e trava, acelera e trava –, o Bartók é muito pessoal… Não gostei tanto quanto poderia. Mas amo ver Kopatchinskaja no YouTube e fico pensando se sua magnética presença cênica não esconde certo descuido. Quando vemos Janine Jansen é uma coisa esplêndida. Ela é linda e toca demais. Quando apenas a ouvimos, notamos seu grande esmero nos detalhes e ela permanece. E a moldava? Parece que do vídeo para o áudio algo se perdeu. Mas Patricia é uma gênia e mantenho minha enorme admiração por ela. O problema deve ser eu. Ouçam!
Poulenc / Delibes / Bartók / Ravel: Deux (peças para violino e piano)
Francis Poulenc
1 Violin Sonata, FP 119: I. Allegro con fuoco
2 Violin Sonata, FP 119: II. Intermezzo. Très lent et calme
3 Violin Sonata, FP 119: III. Presto tragico
Léo Delibes
4 Coppélia: No. 2, Waltz (Arr. E. Dohnányi for Piano)
Béla Bartók
5 Violin Sonata No. 2, Sz. 76: I. Molto moderato
6 Violin Sonata No. 2, Sz. 76: II. Allegretto
Maurice Ravel
7 Tzigane, M. 76
Patricia Kopatchinskaja, violino
Polina Leschenko, piano
Retomo esta coleção depois de um ano pelo simples motivo de ter perdido o acesso a estes CDs . Reencontrei-os hoje, por acaso, quando procurava outra coisa. É sempre assim, né?
As irmãs Labèque encaram Ravel neste CD. A maravilhosa ‘Pavane pour une infante défunte, M.19’ ainda me emociona, mesmo depois de tanto ouvindo-a, tanto na versão orquestral quanto na versão para um ou dois pianos. Acho fantástica a naturalidade com que elas tocam, parece que nasceram tocando juntas.
Espero que apreciem.
1. Ravel Rapsodie espagnole, M.54 – Arr. 2 Pianos by Ravel – 1. Prélude à la nuit
2. Ravel Rapsodie espagnole, M.54 – Arr. 2 Pianos by Ravel – 2. Malagueña
3. Ravel Rapsodie espagnole, M.54 – Arr. 2 Pianos by Ravel – 3. Habanera
4. Ravel Rapsodie espagnole, M.54 – Arr. 2 Pianos by Ravel – 4. Feria
5. Ravel Ma mère l’oye, M.60 – For Piano Duet, M.60 – 1. Pavane de la Belle au bois dormant
6. Ravel Ma mère l’oye, M.60 – For Piano Duet, M.60 – 2. Petit poucet
6. Ravel Ma mère l’oye, M.60 – For Piano Duet, M.60 – 3. Laideronnette, Impératrice des Pagodes
7. Ravel Ma mère l’oye, M.60 – For Piano Duet, M.60 – 4. Les entretiens de la Belle et de la Bête
8. Ravel Ma mère l’oye, M.60 – For Piano Duet, M.60 – 5. Le jardin féerique
9. Ravel Pavane pour une infante défunte, M.19 – Transcr. for Piano Four-Hands – Pavane pour une infante défunte, M.19
10. Ravel Prélude en la mineur (1913), M.65
O recital de David Grimal e Georges Pludermacher começa com a Sonata de Debussy. Não sou apaixonado por ela, mas Grimal me convenceu, o que acontece raramente em um ouvinte como eu, que tem dificuldades com este compositor. Mas Debussy teve grande influência no início da carreira de um dos caras que mais amo, Bartók. A Sonata Para Violino Solo do húngaro é uma obra-prima que foi escrita de encomenda para Yehudi Menuhin. Acho que Grimal poderia ter sido mais agressivo, mas OK. (Creio que Vilde Frang tenha se saído melhor do que Grimal na obra. Aliás, amanhã postaremos uma versão também superior a de David, mas inferior à de Frang). E realmente gostei muito, muito mesmo, de sua interpretação da Sonata de Ravel, que me pareceu, secundado por Bartók, os filés do CD.
Debussy, Ravel: Sonatas para Violino e Piano / Bartók: Sonata para Violino Solo
Claude Debussy
Sonate Pour Violon Et Piano
1 Allegro Vivo 5:00
2 Intermède. Fantasque Et Leger 4:10
3 Finale Très Animé 4:09
Béla Bartok
Sonata For Solo Violin SZ 117
4 Tempo Di Ciaccona 9:53
5 Fuga 4:18
6 Melodia 6:14
7 Presto 5:00
Maurice Ravel
Sonate Nº2 Pour Violon Et Piano
8 Allegreto. Andante 7:45
9 Blues, Moderato 5:04
10 Perpetuum Mobile 3:31
Violin – David Grimal
Piano – Georges Pludermacher
Uma violinista sul coreana e um pianista romeno interpretando um repertório exclusivamente francês pode soar estranho, mas quando se trata de músicos deste nível não podia dar errado. Radu Lupu e Kyung-Wha Chung quase atingiram a perfeição, em um repertório impecável, em que se destaca a belíssima sonata de Cesar Franck, um primor do romantismo francês.
O Ravel e o Debussy só confirmam a qualidade, mesmo sendo obras pouco gravadas. A cumplicidade entre os dois músicos está presente em todos os momentos, e o destaque novamente fica para a sonata de Franck, uma das melhores gravações que já ouvi desta obra.
Trata-se de um CD de altíssima qualidade, e não sou apenas eu que assim o considero. As cinco estrelas são quase unânimes dentre os clientes da amazon. Sugiro abrirem uma garrafa de um bom vinho, sentarem-se em suas melhores poltronas para melhor apreciarem a beleza destas obras.
01. Cesar Franck – Sonata for Violin and Piano in A 1. Allegretto ben moderato
02. Sonata for Violin and Piano in A 2. Allegro- Quasi lento- Tempo 1 (Allegro)
03. Sonata for Violin and Piano in A 3. Recitativo – Fantasia (Ben moderato – Largamente – Molto vivace)
04. Sonata for Violin and Piano in A 4. Allegretto poco mosso
05. Claude Debussy – Sonata for Violin and Piano in G minor, L.140 1. Allegro vivo
06. Sonata for Violin and Piano in G minor, L.140 2. Intermede (Fantasque et leger)
07. Sonata for Violin and Piano in G minor, L.140 3. Finale (Tres anime)
Kyung-Wha Chung – Violin
Radu Lupu – Piano
08. Maurice Ravel – Introduction and Allegro
09. Claude Debussy – Sonata for Flute, Viola, and Harp, L. 137 1. Pastorale
10. Sonata for Flute, Viola, and Harp, L. 137 2. Interlude
11. Sonata for Flute, Viola, and Harp, L. 137 3. Finale
Mais uma maravilha vinda da grande Hyperion. Vamos relembrar o excelente texto de Adriano Brandão para o Concerto em Sol Maior (G Major) de Ravel ?
Chicotada! Marchinha de soldadinho de chumbo! Jazz!
Não, eu não fiquei maluco. É mais ou menos esse o esquema da exposição do primeiro movimento do famoso Concerto para piano em sol maior de Maurice Ravel, obra de 1931. O maluco, no caso, é ele 🙂
Ravel compôs dois concertos para piano e orquestra. O primeiro foi uma peça para ser tocada somente com a mão esquerda, em ré maior. Pouco tempo depois Ravel teve a ideia para um segundo concerto, para as duas mãos, fortemente influenciado pelo jazz americano.
Vale lembrar que o jazz estava na moda na França no anos 20 e 30. Gershwin mesmo esteve em Paris em 1928 e fez muito sucesso com sua “Rhapsody in blue“. O resultado é que vários compositores de concerto, como Poulenc e Milhaud, incorporaram tiques jazzísticos a suas obras.
Ravel não ficou imune, é claro. Seu primeiro contato com o jazz foi com as diversas bandinhas de New Orleans que visitavam Paris e depois nos EUA mesmo (quando conheceu Gershwin). Em 1927 ele já havia escrito sua Sonata para violino, com um movimento inteiro chamado “Blues”. O caminho para este Concerto em sol já havia sido traçado.
Chicotada! Marchinha de soldadinho de chumbo! Jazz! A mistura do primeiro movimento é tão inusitada e funciona muitíssimo bem. As milhares de blue notes, com seu som tão típico, são as responsáveis pela cor predominantemente jazzística do movimento. E o solo de piano nunca, nunca deixa de lembrar o da “Rhapsody in blue”…
É muito legal, mas arrisco dizer que é mesmo o segundo movimento que deixa a impressão mais duradoura no ouvinte. Nada de jazz – é um adagio de tranquilidade absoluta, no qual o solista derrama lirismo sobre a paisagem estática fornecida pela orquestra. É de uma simplicidade e uma beleza inacreditáveis! Vários outros compositores tentaram roubar-lhe o molde: penso imediatamente no americano Samuel Barber, mas tem também Camargo Guarnieri, o português Lopes Graça… Ravel criou aqui o formato do moderno movimento lento de concerto.
A obra termina com um moto-perpétuo curtinho e mega virtuosístico, agora sim cheio de jazz. Ele consegue nos colocar de volta em solo firme após o movimento lento de sonho. E termina, sem muita cerimônia. Essa brevidade é esquisita de início, mas, sei lá, acho que faz sentido. Eu não conseguiria imaginar a graça de um finale muito elaborado após tamanha beleza. Chicotada! Pá pum! Tinha que terminar assim mesmo 🙂
Ravel: Os Concertos para Piano // de Falla: Noites nos Jardins da Espanha
Maurice Ravel (1875-1937) — Piano Concerto in G major [21’37]
1 Allegramente [8’18]
2 Adagio assai [9’24]
3 Presto [3’55]
Manuel de Falla (1876-1946) — Noches en los jardines de España G49 [23’11]
4 En el Generalife [10’01]
5 Danza lejana [4’45]
6 En los jardines de la Sierra de Córdoba [8’25]
7 Maurice Ravel (1875-1937) — Piano Concerto for the left hand in D major [18’13]
Steven Osborne (piano)
BBC Scottish Symphony Orchestra
Ludovic Morlot (conductor)
Da literatura francesa para piano solo da primeira metade do século XX, Kathryn Stott escolheu quatro “solitaires” — obras que, sob formas muito próprias, brilham muito, cada uma ocupando um lugar único na produção de cada compositor escolhido. O disco abre com o breve Prelúdio e fuga de Jehan Alain, composto em 1935. Alain, que morreu aos 29 anos durante a 2ª Guerra Mundial, é principalmente lembrado como um compositor de música de órgão e, de fato, preparou uma versão desta fuga para esse instrumento. Ele considerava o prelúdio demasiadamente pianístico e compôs um novo para a versão de órgão. Alain é acompanhado pela única sonata para piano de Henri Dutilleux, escrita para a esposa do compositor, Geneviève Joy, que também deu a primeira apresentação da obra em 1948. Nas próprias palavras de Dutilleux a música é “apresentada sobretudo como uma visão, um sonho. E, ao escutar, deve-se deixar levar sem constrangimento e sem se preocupar com análises”. Interessante forma de evitar a crítica… Composto em 1914-17, Le Tombeau de Couperin é a última obra de Maurice Ravel para piano solo — uma suite inspirada pelos grandes clavecinistas franceses do barroco. Os seis movimentos são homenagens dedicadas a amigos do compositor que morreram durante os anos iniciais da Primeira Guerra Mundial. Fechando o disco temos Le baiser de l’Enfant-Jésus do monumental afresco Vingt regards sur l’Enfant-Jésus (1944), de Olivier Messiaen. O próprio Messiaen descreveu esta obra como algo “que não visa nada além de ser tão suave quanto o coração do céu…”. Sei lá, entende? Kathryn Stott é uma incrível pianista e está perfeitamente à vontade neste repertório nada fácil e pouco explorado.
Alain / Dutilleux / Ravel / Messiaen: Solitaires – French works for solo piano
Jehan Alain
Prélude et fugue for piano, JA87A (1935) 4’21
01 Prélude (JA87) 3’10
02 Fugue (JA57A) 1’11
Henri Dutilleux
Piano Sonata (1946–48) 24’45
03 I. Allegro con moto 7’48
04 II. Lied. Assez lent 6’05
05 III. Choral et Variations (I–IV) 10’52
Maurice Ravel
Le tombeau de Couperin, suite for piano (1914–17) 24’43
06 I. Prélude. Vif 3’02
07 II. Fugue. Allegro moderato 3’33
08 III. Forlane. Allegretto 5’55
09 IV. Rigaudon. Assez vif 3’08
10 V. Menuet. Allegro moderato 4’51
11 VI. Toccata. Vif 4’14
Olivier Messiaen
from Vingt regards sur l’Enfant-Jésus (1944)
12 XV. Le baiser de l’Enfant-Jésus 13’28
Neste início de 2017, tive o imenso privilégio de ver Martha Argerich tocar o 3º Concerto de Prokofiev com a Filarmônica de St. Petersburgo — ex Filarmônica de Leningrado — regida por Yuri Temirkanov, no Southbank Center, em Londres. Ainda não me recuperei, foi um dos maiores momentos de minha vida. Tentei inutilmente segurar as lágrimas quando o concerto iniciou e vi Martita ainda é uma tremenda pianista, talvez até melhor do que era quando jovem. Ver aquilo foi demais para um latino-americano sem muito dinheiro como eu. E olha, não é exagero. Este é um dos dez discos que eu levaria para a ilha deserta. Com Argerich e Abbado jovens, acompanhados de uma tremenda orquestra, os dois com o maior tesão — aliás, Argerich tinha, na época, fama de devoradora de homens –, tocando de uma forma estupidamente perfeita música de primeiríssima linha. É ouvir e se apaixonar na hora. Uma vez, quando falei com Martha numa imensa fila de autógrafos, ela disse que não costumava ouvir suas próprias gravações, mas abria exceções para duas e confirmou que esta era uma delas. A outra ela não disse qual era, ficou querendo que eu adivinhasse. Tentei algumas, errei, e ela disse que a revelação ficaria para o próximo encontro…
Prokofiev (1891-1953): Piano Concerto No. 3 /
Ravel (1875-1937): Piano Concerto in G & Gaspard de la Nuit
Konzert Für Klavier Und Orchester Nr. 3 C-dur Op. 26 Composed By – Serge Prokofiev*
(27:04)
1 1. Andante – Allegro 9:01
2 2. Thema. Andantino – Variation I. L’istesso Tempo – Var. II. Allegro – Var. III. Allegro Moderato – Var. IV. Andantino Meditativo – Var. V Allegro Giusto – Thema. L’istesso Tempo 9:03
3 3. Allegro Ma Non Troppo 9:00
Konzert Für Klavier Und Orchester G-Dur Composed By – Maurice Ravel
(21:05)
4 1. Allegramente 8:10
5 2. Adagio Assai 9:03
6 3. Presto 3:52
Gaspard de la Nuit Composed By – Maurice Ravel
(22:21)
7 1. Ondine. Lent 6:19
8 2. Le Gibet. Très Lent 6:41
9 3. Scarbo. Modéré 9:21
Martha Argerich
Berlin Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado
Duas obras-primas da música de câmara francesa, aqui com algum sotaque russo. O Trio Nº 1 de Franck é esplêndido, denso, brahmsiano, lindo, ímpar. E o que dizer do Trio de Ravel, uma das maiores músicas do repertório de câmara de todos os tempos? A gravação é ao vivo. A química entre os três músicos (S. Richter, Kagan, Gutman) era especial e têm uma guardam uma “sensação de concerto” que é bastante emocionante. São típicas das performances tardias de Richter: há salpicos de notas erradas e momentos defeituosos, mas a maneira pela qual a música é reinventada é única.
César Franck (1822-1890) – Trio em Fá sustenido menor, Op. 1 No. 1 01. I. Andante con Moto
02. II. Alegro Molto 03. III. Finale Alegro Maestoso
Maurice Ravel (1875-1937) – Trio em Lá menor
04. I. Moderee
05. II. Pantoum Assez vif
06. III. Passacaille tres large
07. IV. Anime
Sviatoslav Richter, piano
Oleg Kagan, violino
Natalia Gutman, cello
Este álbum duplo que me caiu nas mãos é algo bastante original. In Memory Of… Classics for Funerals é uma série de highlights lentos, tristes e pouco barulhentos. A respeitada gravadora Chandos resolver perder o pudor e chamou a coletânea de Clássicos para Funerais, ou seja, se algum familiar seu morrer e você quiser colocar uma música culta e digna em honra a seu morto, aí está! Lembrem do PQP quando ouvirem a trilha no velório, por favor. É o mínimo.
A primeira faixa do disco, a Marcha Fúnebre de Chopin é tocada com orquestra e isso me incomodou. Depois, o nível da coisa sobe muito e o morto pode seguir de forma decorosa para o vazio. Há belas lembranças de obras que não relaciono com a morte — como se fizéssemos alguma coisa neste mundo que não tivesse relação com a morte! –, mas que agora, sei lá, talvez passe a relacionar. Apesar de ser uma incrível colcha de retalhos, misturando, épocas e gêneros, gostei de ouvir o disco de mais de 150 minutos.
Boa morte a todos! Coloquem música no lugar do padre! Basta de recaídas religiosas na hora da morte! É de péssimo gosto!
In Memory Of… Classics for Funerals (Sugestões de Repertório para seu Velório)
1.Frédéric Chopin Piano Sonata No. 2 in B flat minor, Op. 35, CT. 202 : Funeral March 7:05
2.Giuseppe Verdi Requiem Mass, for soloists, chorus & orchestra (Manzoni Requiem) : Agnus Dei 5:23
3.Johann Sebastian Bach Komm, süsser Tod, for voice & continuo (Schemelli Gesangbuch No. 868), BWV 478 (BC F227) 5:07
4.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Pie Jesu 3:24
5.Edward Elgar Enigma Variations, for orchestra, Op. 36 : Nimrod 3:31
6.George Frederick Handel Messiah, oratorio, HWV 56 : I know that my redeemer liveth 6:01
7.Johann Sebastian Bach Concerto for 2 violins, strings & continuo in D minor (“Double”), BWV 1043 : Largo 6:56
8.Gabriel Fauré Pavane, for orchestra & chorus ad lib in F sharp minor, Op. 50 6:24
9.Sergey Rachmaninov Vocalise, transcription for orchestra, Op. 34/14 4:29
10.Henry Purcell Dido and Aeneas, opera, Z. 626 : When I am laid in earth 3:26
11.Jules Massenet Thaïs, opera in 3 acts : Méditation 4:51
12.Maurice Ravel Pavane pour une infante défunte, for piano (or orchestra) 6:25
13.Percy Grainger Irish Tune from County Derry (Londonderry Air), folk song for string orchestra with 2 horns ad lib. (BFMS 15) 4:22
14.Samuel Barber Adagio for strings (or string quartet; arr. from 2nd mvt. of String Quartet), Op. 11 8:25
15.Wolfgang Amadeus Mozart Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 : Introitus 5:20
16.Jules Massenet La Vierge, sacred legend in 4 acts : Le dernier sommeil de la Vierge 3:31
17.César Franck Panis angelicus for tenor, organ, harp, cello & bass 3:47
18.Gustav Mahler Adagietto, for orchestra (from the Symphony No. 5) 10:51
19.George Frederick Handel Saul, oratorio, HWV 53 : Dead March 5:20
20.Johann Sebastian Bach St. John Passion (Johannespassion), BWV 245 (BC D2) : Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine 6:56
21.Arvo Pärt Cantus in Memory of Benjamin Britten, for string orchestra & bell 6:18
22.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Agnus Dei 5:49
23.William Walton Henry V, film score : Touch her soft lips and part 1:37
24.Edvard Grieg Peer Gynt Suite for orchestra (or piano or piano, 4 hands) No. 1, Op. 46 : Death of Åse 4:11
25.Johann Sebastian Bach Cantata No. 147, “Herz und Mund und Tat und Leben,” BWV 147 (BC A174) : Jesu, Joy of Man’s Desiring 3:02
26.Edward Elgar Sursum Corda, elévation for brass, organ, strings & 2 timpani in B flat major, Op. 11 7:11
27.Ludwig van Beethoven Symphony No. 3 in E flat major (“Eroica”), Op. 55 : Marcia funebre 15:05
A relação com os artistas envolvidos:
Disc: 1
1. Funeral March From Op.35 – BBC Philharmonic
2. Agnus Dei – Richard Hickox
3. Komm Susse Tod – BBC Philharmonic
4. Pie Jesu – Libby Crabtree
5. ‘Nimrod’ – Alexander Gibson
6. ‘I Know That My Redeemer Liveth’ – Joan Rodgers
7. Largo – Simon Standage
8. Pavane – BBC Philharmonic
9. Vocalise – Detroit Symphony Orchestra
10. ‘When I Am Laid In Earth’ – Emma Kirby
11. ‘Meditation’ – Yuri Torchinsky
12. Pavane Pour Une Infante Defunte – Louis Lortie
13. Irish Tune – BBC Philharmonic
14. Adagio For Strings, Op.11 – Neeme Jarvi
Disc: 2
1. Introitus – Choir Of Saint John’s College
2. ‘Le Dernier Sommeil De La Vierge – BBC Philharmonic
3. Panis Angelicus – BBC Philharmonic
4. Adagietto – Neeme Jarvi
5. ‘Dead March’ – BBC Philharmonic
6. ‘Ruht Wohl, Ihr Heiligen Gebeine’ – Harry Christophers
7. Cantus-In Memory Of Benjamin Britten – Neeme Jarvi
8. Agnus Dei – City Of Birmingham Symphony Chorus
9. ‘Touch Her Soft Lips And Part’ – Richard Hickox
10. ‘Death Of Ase’ – Vernon Handley
11. ‘Jesu, Joy Of Man’s Desiring’ – Michael Austin
12. Sursum Corda, Op.11 – Bournemouth Sinfonietta
13. Marcia Funebre – Walter Weller
Para mim, o destaque do disco é a excelente performance da dupla Argerich-Abbado no Concerto para Piano de Ravel. O Concerto consiste de dois movimentos externos curtos, “jazzy”, que aninham um muito meditativo Adagio. A dupla e mais a Sonfônica de Londres, tocam a música à perfeição — ela cintila quando necessário e é tomada de calma no citado Adagio. Ouvi muitas performances deste Concerto ao longo dos anos e continuo a preferir esta inspirada interpretação. O pianista francês Michel Beroff é um nome menor do que Argerich, mas ele é conhecido por algumas ótimas interpretações da música impressionista, então Abbado fez uma escolha certa ao selecioná-lo para tocar o Concerto para Piano para Mão Esquerda. Este concerto foi escrito para Paul Wittgenstein, irmão do famoso filósofo, que tinha perdido o braço direito na Primeira Guerra Mundial. O início é bom para testar as frequências mais baixas do seu equipamento de áudio.
Os extras não são de jogar fora.
Maurice Ravel – Piano Concertos in G & D major (Martha Argerich, Michel Beroff, Claudio Abbado) (1993)
Classical
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado
1. Fanfare for the ballet “L’Eventail de Jeanne”
Martha Argerich, piano
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado
2. Piano Concerto in G – 1. Allegramente [8:43]
3. Piano Concerto in G – 2. Adagio assai [9:34]
4. Piano Concerto in G – 3. Presto [4:04]
Michel Beroff, piano
London Symphony Orchestra cond. Claudio Abbado
5. Piano Concerto in D for the Left Hand
Lento – Andante – Allegro – Tempo1 [17:22]
Martha Argerich, piano
6. Gaspard de la Nuit – Ondine [6:18]
7. Gaspard de la Nuit – Le gibet [6:40]
8. Gaspard de la Nuit – Scarbo [9:16]
9. Sonatine – Modéré [4:00]
10. Sonatine – Mouvement de menuet [2:59]
11. Sonatine – Animé [3:38]
Martha Argerich, piano
Berlin Philharmonic Orchestra cond. Claudio Abbado
12. Piano Concerto in G – Adagio assai (fragment of 1967 rec.) [5:24]
Recorded in 1976 (tracks 6-12), 1988 (tracks 1-5)”
Raramente postamos esses discos de clássicos populares e este é um deles. Não sei se a boa violinista Leila Josefowicz quis ou foi a gravadora que exigiu, mas garantimos que a moça divertiu-se bastante com toda a função. Estava animada. O programa não exigiu nada de seu intelecto, foi só trabalho para os dedos e braços. Como ocorre nestes trabalhos, o som do violino soa muito alto em relação à orquestra. Parece que estamos a um metro de Leila. A coisa vai indo mais ou menos até que… Bem, lembro de uma aluna de minha mulher que foi tocar a Meditação de Thais num recital da escola. A professora tinha-lhe dito — delicadamente, com outras palavras — para não cometer vulgares excessos melodramáticos. Mas a menina resolveu expressar-se… Calma, Leila não comete os mesmos erros. Curti mesmo foi a Tzigane de Ravel. O Poema de Chausson quase me matou.
A Petrushka de Wang não é tão boa quanto a de Pollini, o Scarlatti dela não chega aos pés de Leonhardt ou Sokolov, seu Brahms nem se aproxima do de Serkin, muito menos seu Ravel é o de Argerich ou Bavouzet, mas a notável escolha de repertório e certa inteireza quase poderiam dar a este CD nosso selo máximo de IM-PER-DÍ-VEL !!! A gente ouve e fica feliz. Yuju Wang nasceu em Pequim em 1987, numa família de músicos. Ingressou no Conservatório Central de Música de Pequim com sete anos e estudou lá por três anos. Aos 14 anos mudou-se para o Canadá a fim de aprender inglês e estudar no Mount Royal University Conservatory em Calgary. Vive atualmente em Nova Iorque, mas viaja a maior parte do tempo para apresentação de concertos. Esta menina vai longe, sem dúvida. Tem apenas 29 anos e é uma grande especialista em Prokofiev. Vou tentar ouvir outros discos da bela moça.
Igor Stravinsky — Three Movements From “Petrushka” (15:23)
1 Danse Russe. Allegro Giusto 2:30
2 Chez Pétrouchka 4:16
3 La Semaine Grasse. Con Moto — Allegretto — Tempo Giusto — Agitato 8:37
4 Domenico Scarlatti — Sonata In E Major K. 380: Andante Comodo 5:21
Johannes Brahms — Variations On A Theme By Paganini Op. 35 (19:44)
5 Book I: Thema. Non Troppo Presto 0:27
6 Book I: Variation 1 0:24
7 Book I: Variation 2 0:25
8 Book I: Variation 3 0:26
9 Book I: Variation 4 1:00
10 Book I: Variation 5 0:46
11 Book I: Variation 6 0:27
12 Book I: Variation 7 0:28
13 Book I: Variation 8 0:29
14 Book I: Variation 9 1:00
15 Book I: Variation 10 1:23
16 Book I: Variation 11 1:17
17 Book I: Variation 12 1:12
18 Book II: Variation 1 0:43
19 Book II: Variation 2 0:36
20 Book II: Variation 5 0:24
21 Book II: Variation 6 0:21
22 Book II: Variation 7 0:19
23 Book II: Variation 8 0:29
24 Book II: Variation 10 0:41
25 Book II: Variation 11 0:25
26 Book II: Variation 12 1:10
27 Book II: Variation 13 0:56
28 Book II: Variation 3 0:30
29 Book II: Variation 4 0:54
30 Book I: Variation 13 0:32
31 Book I: Variation 14 1:58
32 Domenico Scarlatti — Sonata In F Minor/C Major K. 466: Andante Moderato 5:36
Um CD perfeito, impecável. Registro ao vivo do concerto apresentado pelos pianistas no Festival de Salzburgo em 2009, este Salzburg é uma enorme demonstração não apenas de talento, mas da integração entre dois artistas de primeiríssima linha. Argerich e Freire são grandes amigos, talvez mais do que isso, e têm há anos estas peças em seu repertório. Apresentaram-nas em Porto Alegre faz uns oito anos e, quando dos autógrafos, levei um vinil com parte daquele repertório gravado pelos dois. A capa (abaixo) era quente, com Martha e Nélson encarando-se como se fossem se atirar um sobre o outro. Martha olhou a capa, pôs a mão sobre a boca, olhou para mim, olhou para a capa e escreveu algo assim: “Mira, yo no era la bruja que soy hoy!”. Me entregou o disco com um enorme sorriso e perguntou se eu tinha gostado do concerto. Respondi com a obviedade esperada. Li a dedicatória. Gaguejei, mas saiu alguma coisa como “Imagina, tu não és e nunca serás uma bruxa!”. Ao lado, Freire leu a dedicatória de Martha, sorriu e apenas assinou ao lado. Tenho o disco até hoje, claro, é uma das minhas poucas relíquias.
Johannes Brahms (1833-1897) — Variations on a Theme by Haydn, ‘St Antoni Chorale’, Op. 56b
1. Variations On A Theme By Haydn,”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Chorale St. Antoni: Andante 2:01
2. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. I: Andante Con Moto (Poco Più Animato) 1:01
3. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. II: Più Vivace 0:57
4. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. III: Con Moto 1:45
5. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. IV: Andante Con Moto 1:45
6. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. V: Poco Presto (Vivace) 0:53
7. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. VI: Vivace 1:15
8. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. VII: Grazioso Martha Argerich 2:47
9. Variations On A Theme By Haydn, “St. Anthony Variations”, Op. 56b – Var. VIII: Poco Presto 0:49
10. Variations On A Theme By Haydn, ”St. Anthony Variations”, Op. 56b – Finale: Andante 3:55
Sergei Rachmaninov (1873-1943) — Symphonic Dances, Op. 45
11. Symphonic Dances, Op.45 – Two Pianos – 1. Non Allegro 11:17
12. Symphonic Dances, Op.45 – Two Pianos – 2. Andante Con Moto (Tempo Di Valse) 8:11
13. Symphonic Dances, Op.45 – Two Pianos – 3. Lento Assai – Allegro Vivace 12:30
Franz Schubert (1797-1828) — Rondo for Piano 4 hands in A major, D 951 “Grand Rondo”
14. Grand Rondeau In A Major, D 951 – Allegretto Quasi Andantino 11:10
Maurice Ravel (1875-1937) — La valse
15. La Valse – Poème Choréographique – La Valse – Poème Choréographique 12:09
Eis a segunda parte da postagem iniciada uma semana atrás, com 4 CDs de Debussy por Jean Martinon: agora são quatro de Ravel, e desta vez Martinon rege não a Orchestre de l’ORTF, mas a Orchestre de Paris.
Não quero falar muito, mas também não quero perder a oportunidade de dizer que não acredito na lenda de que Ravel era altamente criativo no início da carreira e teria decaído gradualmente, possivelmente devido aos graves problemas de saúde que o acompanharam em boa parte da vida, terminando por afetar seriamente o sistema nervoso central.
Acredito que Ravel seja, sim, um compositor desigual – mas qual não é, alguns em maior medida (como, entre nós, Caetano Veloso e Milton Nascimento), alguns em medida menor (como Chico Buarque)? Pois minha impressão é que Ravel é igualmente desigual em todas as épocas de sua vida.
Vejamos: aos 33 anos Ravel compôs algumas de suas peças que considero mais inspiradas – talvez até mesmo sua obra prima: os cinco movimentos originais de Ma Mère l’Oye (faixas destacadas em negrito no CD 5), baseados em contos de fadas e escritos inicialmente para piano a quatro mãos, como presente para duas não pouco privilegiadas garotinhas. Mais tarde o compositor os orquestrou, atingindo neles alguns de seus mais belos efeitos de instrumentação – mas ao mesmo tempo, tendo em vista um ballet, escreveu e enxertou mais seis movimentos que me parecem incomparavelmente inferiores – puro enchimento, ainda que cintilante. Exemplo da perda de inspiração que teria vindo com os anos? Ora, os seis movimentos complementares foram compostos meros três anos depois dos cinco originais – e vinte anos mais adiante encontramos Ravel produzindo os dois concertos para piano, que é preciso ser muito metido a besta para avaliar como obras de um compositor que perdeu sua inspiração e habilidades… (Ainda a propósito de Ma Mère l’Oye: muitos regentes optam por apresentar e gravar apenas os cinco movimentos originais. Assim, confesso que para meu uso pedi licença à sombra de Martinon e criei uma pasta separada só com eles).
Pra terminar o papo, duas curiosidades sobre solistas desta gravação: o solista de violino em Tzigane (última faixa da coletânea) é ninguém menos que Itzhak Perlman, então com 28-29 anos – e, mais surpreendente, quem faz o solo de corne inglês no segundo movimento do Concerto em Sol é Jean-Claude Malgoire – que a essa altura já dirigia o extraordinário conjunto renascentista e barroco que é La Grande Écurie et la Chambre du Roy.
CD 5
01. Bolero (ballet) (Marcel Galiègue, trombone)
02. Une Barque Sur L’Ocean (Miroirs: No.3) MA MERE L’OYE (ballet)
03. Prelude
04. Premier Tableau: Danse Du Rouet et Scene
05. Deuxieme Tableau: Pavane De La Belle Au Bois Dormant
06. Interlude
07. Troisieme Tableau: Les Entretiens De La Belle Et De La Bete
08. Interlude
09. Quatrieme Tableau: Petit Poucet
10. Interlude
11. Cinquieme Tableau: Laideronnette, Imperatrice Des Pagodes
12. Interlude
13. Sixieme Tableau: Le Jardin Feerique . . .
14. Alborada Del Gracioso (Miroirs: No.4) (Andre Sennedat, fagote) RAPSODIE ESPAGNOLE
15. I: Prelude A La Nuit
16. II: Malaguena
17. III: Habanera
18. IV: Feria
CD 6
01. Sheherazade: ouverture de féerie
02. La Valse (poème choregraphique) LE TOMBEAU DE COUPERIN
03. I: Prelude
04. II: Forlane
05. III: Menuet
06. IV: Rigaudon
07. Menuet Antique
08. Pavane Pour Une Infante Defunte – Michel Garcin-Marrou, trompa VALSES NOBLES ET SENTIMENTALES
09. 1. Moderé
10. 2. Assez Lent
11. 3. Moderé
12. 4. Assez Animé
13. 5. Presque Lent
14. 6. Assez Vif
15. 7. Moins Vif
16. 8. Epilogue: Lent
CD 7
DAPHNIS ET CHLOE (symphonie choréorgraphique)
Avec les Choeurs du Theatre National de L’Opera
01. Première partie: Introduction
02. Danse Religieuse
03. Scene
04. Danse Generale
05. Scene
06. Danse Grotesque de Dorcon
07. Danse Legere et Gracieuse de Daphnis
08. Scene
09. Nocturne
10. Danse Lente et Mysterieuse des Nymphes
11. Interlude
12. Deuxième partie: Introduction
13. Danses Guerrieres et Diverses
14. Danse Suppliante de Chloe
15. Troisième partie: Introduction
16. Lever du Jour
17. Pantomime
18. Danse Generale – Bacchanale
CD 8 CONCERTO POUR LA MAIN GAUCHE (Aldo Ciccolini, piano)
01. Lento
02. Piu Lento
03. Allegro CONCERTO EN SOL MAJEUR
(Aldo Ciccolini, piano; Jean-Claude Malgoire, solo cor anglais)
04. I: Allegramente
05. II: Adagio Assai
06. III: Presto TZIGANE – rapsodie de concert pour violon et orchestre
(Itzhak Perlman, violon)
07. Lento, Quasi Cadenza – Moderato
Jean Martinon regendo a Orchestre de Paris (1973-74)
Este disco é bom demais, mas tem limitações, sabem? O Brahms é MESMO NOTÁVEL, o Bach é LINDO DE MORRER, o Ravel é EXTRAORDINÁRIO, mas depois o pequepiano de verdade deverá desligar o computador ou o CD Player porque a coisa fica suspeita. Após uma transição meio estranha a cargo de Chausson — um francês que achei mela-cueca — , o tal Waxman faz um medley de Carmen que é das piores coisas que ouvi ultimamente. OK, o CD tem cara de recital. Daquele gênero de recital que começa com o filé e termina com aquela concessão ao gosto do público mais vulgar. É um estilo do qual não gosto. Mas, como diz Milton Ribeiro, futebol é bola na rede e o resto é secundário. Então ouçam o que e como quiserem. Mas de uma coisa tenham certeza, esses armênios aê são bons pra caralho.
Brahms, Bach, Ravel, Chausson, Waxman: Música para violino e piano
Brahms:
1. Violin Sonata No. 3 in D minor Op. 108: I. Allegro
2. Violin Sonata No. 3 in D minor Op. 108: II. Adagio
3. Violin Sonata No. 3 in D minor Op. 108: III. Un poco presto e con sentimento
4. Violin Sonata No. 3 in D minor Op. 108: IV. Presto agitato
Bach:
5. Ciaccona from Partita No.2 in D minor, BWV 1004 for violin solo
Ravel:
6. Tzigane, Rhapsodie de Concert
Chausson:
7. Poème Op. 25
Waxman:
8. Carmen Fantasie for Violin and Piano base on Themes from the Opera of Georges Bizet
Sergey Khachatryan, Violino
Lusine Khachatryan, Piano
Vladimir Khachatryan, Piano
Após os excelentes álbuns Duo e Credo, ambos postados no PQP Bach, Hélène Grimaud nos chega com um disco onde aparece claramente a sua militância pelas causas ecológicas. Water é um trabalho incomum. Aqui, Grimaud executa peças de vários períodos — clássicas, românticas e contemporâneas — cuja temática é a água. Além do fascínio pela água, além das evocações tradicionais de rios, lagos, mares, flocos de neve, e gotas de chuva, o álbum também reflete uma perspectiva contemporânea sobre a água e a falta dela. As peças de diferentes compositores são amarradas através das Transitions, sons de água e de instrumentos musicais compostos, gravados e produzidos por Nitin Sawhney, um celebrado compositor de World Music. Ele também é DJ, produtor, multi-instrumentista, compositor orquestral e pioneiro cultural. Reafirmando sua posição como uma das artistas mais interessantes da música erudita, Grimaud combina a cultura com seu compromisso com os desafios ecológicos, ambientais e humanitários de nossos dias. Então, Water é um projeto com três níveis distintos de aspiração criativa: artístico, inventivo e ativista. Além disso é bom pacas de ouvir.
Albéniz / Berio / Debussy / Fauré / Janáček / Liszt / Ravel / Sawhney / Takemitsu: Water
1 Wasserklavier (No.3 From 6 Encores – Per Antonio Ballista) (Luciano Berio) 2:11
2 Water – Transition 1 (Nitin Sawhney) 1:18
3 Rain Tree Sketch II (In Memoriam Oliver Messiaen) (Toru Takemitsu) 5:25
4 Water – Transition 2 (Nitin Sawhney) 1:41
5 Barcarolle No.5 In F Sharp Minor (op.66) (fis-moll En Fa Diese Mineur Allegretto Moderato) (Gabriel Fauré) 6:39
6 Water – Transition 3 (Nitin Sawhney) 1:33
7 Jeux D’eau (Music Note=144) (Tres Doux) (Maurice Ravel) 5:10
8 Water – Transition 4 (Nitin Sawhney) 1:27
9 Almeria (No.2 From Iberia II Allegretto Moderato) (Isaac Albéniz) 10:06
10 Water – Transition 5 (Nitin Sawhney) 0:55
11 Les Jeux D’eaux A La Villa D’Este (No.4 From Annees De Pelerinage III S 163 Allegretto) (Franz Liszt) 7:38
12 Water – Transition 6 (Nitin Sawhney) 1:34
13 In The Mists: No.1 (Andante) (Leoš Janáček) 4:33
14 Water – Transition 7 (Nitin Sawhney) 1:16
15 La Cathedrale Engloutie (No.10 From Preludes I Profondement Calme) (Claude Debussy) 6:03
16 Water Reflections (Helene Grimaud’s Thoughts On The Permutations Of Water) 10:49
Até ter acesso a esse CD o belga Guillaume Lekeu me era totalmente desconhecido. Mas graças a Alina Ibragimova pude conhecer este jovem compositor, que morreu com apenas vinte e quatro anos de idade e compôs apenas quinze obras, sendo esta sonata a sua peça mais conhecida. Ligado ao grupo de Cesar Frank, vejo Lekeu como um romântico tardio e sua belíssima sonata é extremamente emotiva desde seus primeiros compassos.
Creio que estas sonatas de Ravel já tenham aparecido cá por estas plagas, e sua Tzigane, então, nem se fala. É bem conhecida.
Alina Ibragimova, a cada novo CD, vem se firmando como uma das grandes violinistas de sua geração. Tenho certeza que este seu CD, lançado já há alguns anos atrás, vai satisfazer a muita gente.
1. Lekeu Violin Sonata in G major – Movement 1 Tres modere
2. Lekeu Violin Sonata in G major – Movement 2 Tres lent
3. Lekeu Violin Sonata in G major – Movement 3 Tres anime
4. Ravel Violin Sonata No 1 in A major
5. Ravel Violin Sonata No 2 in G major – Movement 1 Allegretto
6. Ravel Violin Sonata No 2 in G major – Movement 2 Blues. Moderato
7. Ravel Violin Sonata No 2 in G major – Movement 3 Perpetuum mobile. Allegro
8. Ravel Tzigane ‘Rapsodie de concert’
9. Ravel Berceuse sur le nom de Gabriel Faure
Alina Ibragimova – Violin
Cédric Tiberghien – Piano
Um CD pirata da melhor qualidade, certamente gravado a partir de uma transmissão radiofônica. São obras agitadas da conturbada primeira metade do século XX — e como Liszt coube bem nelas! O Concerto para Mão Esquerda é a comprovação do contato de Ravel com uma época terrível para a Europa. Ele foi composto, quase como um desafio, para o eminente pianista austríaco Paul Wittgenstein, que tinha perdido o braço direito num combate da Primeira Guerra Mundial e cuja carreira parecia terminada. Contudo, Wittgenstein, com enorme coragem, recusou conformar-se com o fato, e escreveu a vários compositores, pedindo-lhes que escrevessem músicas que ele pudesse tocar apenas com a mão esquerda. Ravel achava-se ocupado com a composição de o Concerto para piano em sol maior. Contudo, movido, pelo apelo, e cedendo ao seu amor inato pela experimentação e pelo incomum, Ravel enfrentou a prova técnica. Sem suspender a composição do outro concerto, atirou-se ao trabalho a fim de escrever algo que pudesse atender às necessidades do pianista tão gravemente sacrificado. O resultado foi excelente e muitos pianistas até hoje deixam o braço direito descansar para interpretar a admirável obra.
Mas o restante da gravação também é extraordinária.
A dupla Dutoit e Thibaudet esmerilham neste CD pirata.
Ravel (1875-1937): Concerto para piano e orquestra para mão esquerda e La Valse, Liszt (1811-1886): Totentanz para piano e Orchestra e Rachmaninov (1873-1943): Danças Sinfônicas, Op. 45
Maurice Ravel (1875-1937) – Concerto para piano e orquestra em D (para “mão esquerda”)
01. Lento
02. Allegro
03. Tempo I
Franz Liszt (1811-1886) – Totentanz para piano e Orchestra
04. Totentanz para piano e Orchestra
Sergei Rachmaninov (1873-1943) – Danças Sinfônicas, Op. 45
05. Non allegro
06. Andante con moto (Tempo di valse)
07. Lento assai – Allegro vivace
Maurice Ravel (1875-1937) –La Valse 08. La Valse
Chicago Symphony Orchestra
Charles Dutoit, regente
Jean-Yves Thibaudet, piano
Um grande, excelente, notável álbum! Ravel é um de meus compositores favoritos, e o de muita gente que sabe que sua obra vai muito além do famigerado “Bolero”, e sua produção pianística é uma das mais belas do século XX. E é essa obra que estou trazendo nesta postagem dupla, com o excelente pianista francês Jean-Efflam Bavouzet, gravação que ganhou 5 estrelas da maior parte dos comentaristas e clientes da amazon. Se não me engano, Bavouzet viria se apresentar no Brasil esse ano. Alguém tem alguma informação? Não sei se pelo Mozarteum Brasileiro, Cultura Artística, ou por algum outro destes patrocinadores. Uma curiosidade: Bavouzet nesta gravação utiliza um piano Steinway construído em 1901, ou seja, muito semelhante ao utilizado por Ravel para compor estas obras.
CD 1
1. Gaspard de la nuit, for piano: Ondine
2. Gaspard de la nuit, for piano: Le Gibet
3. Gaspard de la nuit, for piano: Scarbo
4. Jeux d’eau, for piano
5. Sonatine for piano in F sharp minor: Modéré
6. Sonatine for piano in F sharp minor: Mouvement de Menuet
7. Sonatine for piano in F sharp minor: Animé
8. Miroirs, for piano (or orchestra): Noctuelles
9. Miroirs, for piano (or orchestra): Oiseaux tristes
10. Miroirs, for piano (or orchestra): Une barque sur l’océan
11. Miroirs, for piano (or orchestra): Alborada del gracioso
12. Miroirs, for piano (or orchestra): La vallée des cloches
CD 2
1. Le tombeau de Couperin, for piano: Prélude
2. Le tombeau de Couperin, for piano: Fugue
3. Le tombeau de Couperin, for piano: Forlane
4. Le tombeau de Couperin, for piano: Rigaudo
5. Le tombeau de Couperin, for piano: Menuet
6. Le tombeau de Couperin, for piano: Toccata
7. Prélude, for piano
8. Sérénade grotesque, for piano
9. À la manière de. . . , for piano: A la manière de Borodine (Valse)
10. À la manière de. . . , for piano: A la manière de Chabrier (Paraprhase sur un air de Gounod)
11. Menuet antique, for piano (or orchestra)
12. Menuet sur le nom d’Haydn, for piano
13. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): I. Modéré – très franc
14. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): II. Assez lent
15.Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): III. Modéré
16. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): IV. Assez animé
17. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): V. Presque lent
18. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): VI. Vif
19. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): VII. Moins vif
20. Valses (8) nobles et sentimentales, for piano (or orchestra): VIII. Epilogue. Lent
21. Pavane pour une infante défunte, for piano (or orchestra)