Em 19 de dezembro de 2011, no Théâtre des Champs-Élysées de Paris, o Le Concert d’ Astrée, sob a direção de sua fundadora e maestrina Emmanuelle Haïm, deu um concerto intitulado “Fetes Baroques” para comemorar seu 10º aniversário de fundação.Juntaram-se a Haïm e à orquestra nada menos que 24 dos mais famosos cantores do repertório barroco do mundo.
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Palhinha: 30. Giulio Cesare – Act III : E pur così in un giorno… Piangerò – avec Sandrine Piau/Olivier Bénichou (UMA DELICADEZA!)
Une Fête Baroque Jean-Philippe Rameau (France, 1683-1764)
01. Les Indes galantes : Les Sauvages – Danse du Calumet de la Paix et duo Forêts Paisibles – avec Natalie Dessay/Stéphane Degout
02. Hippolyte et Aricie – Acte IV : Quelle plainte en ces lieux m’appelle? – avec Anne Sofie von Otter
03. Dardanus : Acte IV: Ritournelle (gracieusement, un peu gai)
04. Dardanus : Calme des sens
05. Dardanus : Tambourins
06. Hippolyte et Aricie – Acte V : Rossignols amoureux (La bergère) – avec Jaël Azzaretti/David Plantier/Alexis Kossenko
07. Hippolyte et Aricie – Acte IV : A la chasse, à la chasse – avec Aurélia Legay/Jeroen Billiet/Yannick Maillet
08. Dardanus – Acte IV : Voici les tristes lieux… Monstre affreux, monstre redoutable – avec Stéphane Degout
09. Platée – Acte II : Formons les plus brillants concerts…Aux langueurs d’Apollon (La folie) – avec Patricia Petibon
10. Hippolyte et Aricie : Bruit de tonnerre
11. Castor et Pollux – Acte I : Tristes apprêts (Télaïre) – avec Karine Deshayes
12. Dardanus : Chaconne – avec Karine Deshayes
13. Les Indes galantes: Les Sauvages: Régnez, plaisirs et jeux (Zima) – avec Sonya Yoncheva
14. Dardanus – Acte IV : Lieux funestes (Dardanus) – avec Topi Lehtipuu
15. Dardanus – Acte III : Paix favorable, paix adorable – avec Francoise Masset/Stéphane Degout
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)
16. Thésée: Acte I: Marche
17. Thésée – Acte V : Vivez contents dans ces aimables lieux – avec Jaël Azzaretti/Francoise Masset/Topi Lehtipuu/Stéphane Degout
Henry Purcell (England, 1659-1695)
18. King Arthur or the British Worthy – Act III : What Power art thou (Cold Genius) – avec Christopher Purves
19. Come, ye Sons of Art : Sound the Trumpet – avec Philippe Jaroussky/Pascal Bertin
Georg Friedrich Händel (Germany,1685-England,1759)
20. Rinaldo – Act III : In quel bosco di strali… Al trionfo del nostro furore – avec Laura Claycomb/Lorenzo Regazzo
21. Rinaldo – Act II : Lascia ch’io pianga avec – Ann Hallenberg
22. Agrippina – Act III : Come nube che fugge dal vento – avec Renata Pokupic
23. Dixit Dominus : De torrente via bibet
24. Orlando – Act I : T’ubbidiro, crudele….Fammi combattere – avec Marijana Mijanovic
25. Il Delirio Amoroso : Un pensiero voli in ciel – avec Magali Léger/Stéphanie-Marie Degand
26. La Resurezzione : Piangete, si, piangete – avec Sara Mingardo
27. Tamerlano – Act I : Ciel e terra armi di sdegno – avec Rolando Villazon
28. Giulio Cesare – Act I : Son nata a lagrimar – avec Philippe Jaroussky/Anne Sofie von Otter
29. Il trionfo del tempo e del disinganno : Voglio tempo per risolvere – avec Jaël Azzaretti/Ann Hallenberg/Marijana Mijanovic/Topi Lehtipuu
30. Giulio Cesare – Act III : E pur così in un giorno… Piangerò – avec Sandrine Piau/Olivier Bénichou
31. Rinaldo – Act I : Venti turbini – avec Philippe Jaroussky/David Plantier/Philippe Miqueu
32. Aci, Galatea e Polifemo : Benchè tuoni e l’etra avvampi – avec Delphine Haidan
33. Giulio Cesare – Act II : Che sento… Se pietà – avec Natalie Dessay
34. Theodora – Act III : How strange their ends
35. Messiah : Hallelujah – Le Concert d’Astrée avec solistes invités
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Une Fête Baroque – Baroque Festival of Voice – 2011
Eu tenho um blog sobre literatura e otras cositas. Lá, invisto um pouco mais de angústia. Aqui, é pura diversão. Mas, uma vez, fiquei muito decepcionado com o PQP. Lembrei disto hoje, ao ver que quase toda a lista de compositores acima já tinha sua categoria no blog, apesar de não possuir posts correspondentes. Acontece que tivemos um participante do blog que postava muita música elisabetana e música do barroco francês, além de Debussy, Schubert e tudo aquilo que se referisse a Alfred Brendel. Este participante avisou que não teria mais tempo para postar e que se retiraria. OK, sem problemas. Só que, sem avisar, ele deletou todos os seus posts e ficamos destituídos de um verdadeiro tesouro. Até hoje tento entender o que o levou a fazer aquilo. Falei com ele, perguntando-lhe o motivo do tresloucado ato. A resposta foi: “Ora, estava saindo, achei natural deletar”… Bem, deixemo-lo de lado. Cada um tem de cuidar da própria loucura.
Estes são os discos mais sem graça da coleção. Os Purcell, como sempre, são ótimos, mas o resto… É só legalzinho, divertidozinho, maisoumenoszinho… Putz, fiquei de mau humor ao lembrar das deleções. Tenho quase todos os arquivos comigo, mas que coisa irritante!
The Gustav Leonhardt Edition (CDs 13, 14 e 15 de 21)
CD 13:
Henry Purcell
01. Overture In D Minor, Z771
02. Pavan In B Flat Major, Z750
03. Ground In D Minor, Z222
04. Overture (With Suite) In G Major, Z770
05. Pavan In A Minor, Z749
06. Fantasia (Chaconne): Three Parts On A Ground In D Major, Z731
07. Overture In G Minor, Z772
08. Suite In D Major, Z667
09. Pavan Of Four Parts In G Minor, Z752
10. Sefauchi’s Farewell In D Minor, Z656
11. A New Ground In E Minor, Z682
12. Sonata In A Minor, Z804
13. Fantasia A 4 No. 7
14. Fly Swift, Ye Hours
15. The Father Brave
16. Return, Revolting Rebels
Max Van Egmond, bass (14-16)
Bruegen-Consort (13)
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ
William Lawes
02-04. Suite: No. 1 In C Minor
05-06. Suite No. 2 In F Major
07-09. Sonata No.7 In D Minor
10. In Nomine (From Suite No. 3 In B flat Major)
Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
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François Couperin (1668-1733), Alessandro Poglietti (?-1683), Nicolas de Grigny (1672-1703), Jean-Philippe Rameau (1682-1764) e Henry Purcell (1659-1695): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 10, 11 e 12 de 21)
CD 10: François Couperin
Messe a L’usage Ordinaire Des Paroisses
01. Offertoire Sur Les Grands Jeux
L’Art De Toucher Le Clavecin
02-09. Preludes 1-8
Alessandro Poglietti
10. Ricercar Primi Toni
Nicolas de Grigny
11. Cromorne En Taille A Deux Parties
Jean-Philippe Rameau
Pieces De Clavecin
12. La Triomphante
13. L’Entretien Des Muses
14. Menuet In G Major – Menuet In G Minor
15. Les Tourbillons
16. Sarabande In A Major
17. La Villageoise
CD 12: Henry Purcell
01. Rejoice In The Lord Alway, Z49
02. Blow Up The Trumpet In Sion, Z10
03. O God, Thou Art My God, Z35
04. Chacony In G Minor, Z730
05. O God, Thou Hast Cast Us Out, Z36
06. My Heart Js Inditing, Z30
07. Remember Not, Lord, Our Offences, Z50
James Bowman, countertenor (01-03, 05 & 06)
Nigel Rogers Tenor (01-03, 05 & 06)
Max Van Egmond, bass (01-03, 05 & 06)
The Choir Of King’s College, Cambridge
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ
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Os ingleses detestam falar da longa noite que passaram entre Purcell e Britten. Entre estes dois picos, os grandes compositores simplesmente negavam-se a nascer na ilha que tanto ama a música. Esta gravação é boa, mas já ouvimos melhores, mais coloridas, principalmente em termos de bruxas.
Dido e Enéas é a primeira ópera inglesa, tendo sido a única escrita por Purcell (1659-1695). Ainda que tenha vivido pouco, ele nos deixou um número expressivo de odes para coro e orquestra, cantatas, canções, hinos, serviços, sonatas de câmara e obras para teclado, além de mais de quarenta peças para música de cena. Henry Purcell alcançou em vida relativo prestígio. Foi nomeado, em 1679, organista da abadia de Westminster e da Chapel Royal, em 1682, além de ocupar cargos importantes em várias instituições musicais londrinas.
A ópera foi escrita em 1689 para o internato feminino Josias Priest, de Chelsea, Londres, a partir de um libretto de Nahum Tate (1652-1715), poeta e dramaturgo inglês. O enredo segue a história de amor entre a lendária rainha de Cartago, Dido, e o refugiado troiano Enéas, narrada no livro IV da Eneida de Virgílio. Quando o mítico herói e sua tropa naufragam em Cartago, ele e a rainha se enamoram. Mas, por inveja, as bruxas conspiram contra os amantes e convencem Enéas a partir, pois seu destino, traçado pelos deuses, é o de fundar uma nova Troia, a cidade de Roma. Enéas, mesmo blasfemando contra a inclemência dos deuses, aceita seguir viagem e comunica a Dido que partirá naquela manhã. A rainha, esmagada pela dor, imola-se, apesar de Enéas, comovido e mudando o desígnio, afirmar preferir enfrentar a cólera dos deuses a abandoná-la.
A partitura é uma obra-prima de concisão e uma modelo para toda ópera de bolso: a orquestra inclui cordas e contínuo, há uns poucos papéis principais e a duração dos seus três atos não ultrapassa uma hora. Nela, Purcell incorporou tanto os desenvolvimentos da escola inglesa do século XVII, como influências musicais continentais. Combina, por exemplo, danças e coros, elementos próprios da tradição francesa, com árias que seguem em geral os modelos das óperas barrocas italianas. Os recitativos, por seu turno, a cavaleiro das tradições francesas e italianas, nada têm de artificial – são livres, melódicos e plasticamente moldados ao texto.
A abertura é francesa: um adágio solene inicial dá lugar a uma seção mais animada que introduz a cena. Já os coros homofônicos construídos com base em ritmos de dança, recordam os de Lully, assim como o minueto do coro Fear não danger to ensue (“Não temas os perigos que possam vir”). No entanto, cabe salientar a melodia tipicamente inglesa de Pursue thy conquest, Love (“Persegue tua conquista, Amor”) e a do coro Come away, fellow sailors (“Vinde, camaradas de marinheiros”), no início do terceiro ato. Esta alegre e singela canção marinheira carrega evidente matiz popular.
Algumas árias da ópera foram construídas sobre um baixo ostinato. A última delas, e a mais importante, é o famoso Lamento de Dido: When I am laid in earth (“Quando eu descer à terra”), uma das mais tocantes de todo repertório lírico. Nela, além do ostinato, os intervalos descendentes e as harmonias com retardos intensificam o infortúnio da rainha.
O coro final, With drooping wings (“Com asas caídas”) parece inspirado no de Vénus and Adonis, de Blow – de quem Purcell foi, aliás, discípulo. Possui forte caráter elegíaco, sugerido pelo uso de escalas menores descendentes e pelas impressionantes pausas após a expressão “never part” (“nunca parta”).
1 Overture 2:03
2 Act I: Shake the cloud from off your brow (Belinda, Chorus) 1:08
3 Act I: Ah! Belinda, I am press’d with torment (Dido) 6:40
4 Act I: Grief increases by concealing (Belinda, Dido, Chorus) 0:50
5 Act I: Whence could so much virtue spring? (Dido, Belinda, 2nd Woman, Chorus) 4:22
6 Act I: See, your Royal guest appears (Belinda, Aeneas, Dido, Chorus) 0:53
7 Act I: Cupid only throws the dart (Chorus) 0:40
8 Act I: If not for mine, for Empire’s sake (Aeneas, Belinda) 1:09
9 Act I: Guitar Chaconne 2:32
10 Act I: To the hills and the vales (Chorus) 1:03
11 Act I: The Triumphing Dance 1:27
12 Act II: Wayward sisters (Sorceress, 1st Witch, Witches) 2:12
13 Act II: The Queen of Carthage, whom we hate (Sorceress, Chorus) 0:40
14 Act II: Ruin’d ere the set of sun? (Witches, Sorceress, Chorus) 2:26
15 Act II: In our deep vaulted cell (Chorus) 1:19
16 Act II: Echo Dance of Furies 1:16
17 Act II: Ritornelle 0:50
18 Act II: Thanks to these lonesome vales (Belinda, Chorus) 2:59
19 Act II: Guitar Passacaille 3:05
20 Act II: Guitar Dance: Oft she visits this lone mountain (2nd Woman) 1:47
21 Act II: Behold, upon my bended spear (Aeneas, Dido) – Haste, haste to town (Belinda, Chorus) 1:22
22 Act II: Stay, Prince! and hear great Jove’s command (Spirit, Aeneas) 2:38
23 Act II: Groves’ Dance: Then since our charms have sped (Chorus) 1:31
24 Act III: Come away, fellow sailors (1st Sailor, Chorus) 2:17
25 Act III: See, the flags and streamers curling (Sorceress, 1st and 2nd Witches) 1:02
26 Act III: Our next motion (Sorceress) 1:16
27 Act III: The Witches’ Dance 1:22
28 Act III: Your counsel all is urg’d in vain (Dido, Belinda, Aeneas) 7:48
29 Act III: Great minds against themselves conspire (Chorus) 1:00
30 Act III: Thy hand, Belinda; darkness shades me (Dido) 5:05 <— Lamento de Dido
31 Act III: With drooping wings ye cupids come (Chorus) 4:53
Sarah Connolly (Dido)
Gerald Finley (Aeneas)
Lucy Crowe (Belinda)
Patricia Bardon (Sorceress)
William Purefoy (Spirit)
Sarah Tynan (Second Woman)
John Mark Ainsley (Sailor)
Carys Lane & Rebecca Outram (Witches)
Choir of the Age of Enlightenment & Orchestra of the Age of Enlightenment
Steven Devine and Elizabeth Kenny (directors)
Cântico dos Cânticos: clérigos promovem as canções como uma representação alegórica da relação de Deus e Israel como marido e mulher. Quando lidas fora do contexto, as canções revelam uma coleção erótica, se não singularmente carnal de poesia de amor. Esta dicotomia entre o sagrado e o carnal nos Cântico dos Cânticos tem sido um dos temas favoritos entre os compositores desde a Renascença.
O livro de Cântico dos Cânticos, também chamado de Cantares, Cântico Superlativo, ou Cântico de Salomão, faz parte dos livros poéticos do Antigo Testamento, vem depois de Eclesiastes e antes do livro de Isaías. Representa, em hebraico, uma fórmula de superlativo; significa o mais belo dos cânticos, Cântico por Excelência ou o cântico maior. É um canto poético curto, com somente 8 capítulos.
De acordo com o título em 1.1, o Cântico dos Cânticos foi escrito por Salomão, filho do Rei Davi. Pode-se dizer que é “de Salomão”, pois a expressão hebraica “de Salomão”(1.1) pode ser traduzida “de” Salomão (como o seu autor) ou “para Salomão (como a pessoa à qual o livro é dedicado). A opinião tradicional entre judeus é a de que Salomão foi o seu autor (Cf. 1Rs.4.32), para os católicos este livro pertence ao agrupamento dos Sapienciais, que condensam a sabedoria infundida por Deus no povo de Israel. Como pertence ao grupo dos sapienciais, recebe como autor a figura simbólica de Salomão, o modelo da sabedoria em Israel, tem sua escrita estimada por volta do ano 400 a.C, e constitui-se de uma coletânea de hinos nupciais.
Por ser um poema escrito em uma linguagem considerada sensual, sua validade como texto bíblico já foi questionado ao longo dos tempos. O poema fala do amor entre o noivo e sua noiva. O nome de Deus só aparece nele de forma abreviada, em 8,6, “uma chama de Iah(weh)”[6]. A interpretação alegórica, segundo a qual o amor de Deus por Israel e o do povo por seu Deus são representados como as relações entre dois esposos, tornou-se comum entre os judeus a partir do séc. II DC, tal interpretação tem paralelo no tema da alegria nupcial que os profetas desenvolveram a partir de Oséias.
O Cântico dos Cânticos ou Shir há´Shirim, além das inúmeras interpretações que recebeu ao longo dos séculos, é um dos mais belos poemas de amor já escritos. Seus protagonistas são uma amada e seu amado. A menção do amado como rei e pastor pode ser uma alusão à tradição judaica que, durante o casamento, considera o noivo um rei e a noiva uma rainha. Ao longo do texto, eles dialogam entre si ou com um coro e, apesar de o original não diferenciar explicitamente o que dizem ele e ela, é possível deduzir a qual deles pertence cada palavra pela diferente flexão que têm o masculino e o feminino em hebraico. O aparecimento do protagonista “coro” também parece apontar para uma influência grega.
Les Voix Baroques, sob a direção do fundador Matthew White, reuniu 16 músicas, todas inspiradas nos Cânticos dos Cânticos, que vão desde John Dunstable do século 15 para Sir William Walton do século 20, abrangendo a Inglaterra medieval, a Itália renascentista, o barroco da Alemanha e França, e o Canadá e Inglaterra do século 20. O grupo agilmente desenvolve cada um dos períodos da música coral com instrumentos e estilos de época.
(textos retirados da internet)
O Cântico começa com as palavras da amada: Beija-me com beijos de tua boca,
Teus amores são melhores do que o vinho;
O alento do teu corpo me embriaga
E pronunciar teu nome desperta fragrâncias que impregnam tudo.
Por isso te amam as donzelas.
Leva-me contigo; corramos ao teu quarto e gozemos com alegria.
Evocar tuas carícias embriaga mais do que o vinho.
Com razão se enamoram de ti.
Filhas de Jerusalém, sou morena, mas sou graciosa;
Morena como as tendas do deserto,
Cheia de graça como os pavilhões do rei.
Não me negligencies por eu ser morena,
É que o sol me queima.
Dize-me, amor, onde vais apascentar teu rebanho e onde descansas ao meio-dia
Para que, buscando-te, eu não me extravie entre os rebanhos de teus companheiros.
Ao que ele responde: Se não sabes onde me encontrar, bela entre as donzelas, segue as pisadas do meu rebanho e leva teu rebanho a pastar junto às tendas dos pastores.
Oh, bela, minha amada, tens a prestância dos corcéis do faraó.
Que delicado é teu rosto ornado por teu cabelo! Que graça tem teu pescoço com os colares!
E ela replica: O perfume do meu corpo vai atrás do meu amado aonde quer que vá.
Quando descansa entre meus seios, ele é para mim uma porção de lavanda, um punhado de ervas aromáticas.
E ele: Que bela és, amada, que bela! Teus olhos são pombas de serenidade e graça.
E, finalmente, responde ela: Que belo és, amor! Que prazer! No campo temos estendido nossa cama, os ramos dos ciprestes são nosso telhado e os cedros são as colunas de nossa casa. (Tradução de Eziel Belaparte Percino)
Palhinha: ouça 03 – Symphoniae sacrae, Op. 6: Anima mea liquefacta est, SWV 263
Canticum Canticorum
Orlando de Lassus (Franco-Flemish, 1532/1530-1594) 01 – Veni in hortum meum
Giovanni Pierluigi da Palestrina (c.1525-1594) 02 – Osculetur me osculo oris sui
Heinrich Schütz (Germany, 1585-1672) 03 – Symphoniae sacrae, Op. 6: Anima mea liquefacta est, SWV 263
04 – Symphoniae sacrae, Op. 6: Adjuro vos, filiae, SWV 264
Domenico Mazzocchi (Italy, 1592-1665) 05 – Dialogo della cantica
Healey Willian (Anglo-Canadian, 1880-1968) 06 – Rise up, my love, my fair one, B 314
07 – I beheld her beautiful as a dove, B 312
Sir William Walton (England, 1902-1983) 08 – Set me as a seal upon thine heart
Thomas Tomkins (England, 1572-1656) 09 – My beloved spake unto me
Heinrich Schütz (Germany, 1585-1672) 10 – Cantiones sacrae, Op. 4: Ego dormio, et cor meum, SWV 63
11 – Cantiones sacrae, Op. 4: Vulnerasti cor meum, SWV 64
Marc-Antonie Charpentier (France, 1643-1704) 12 – Dilecti mi, H 436
Marin Marais (France, 1656-1728) 13 – Passacaille
Marc-Antonie Charpentier (France, 1643-1704) 14 – Antienne pour les Vêpres de l’Assomption de la vierge: Après Lauda Jerusalem Dominum, H 52
John Dunstaple (or Dunstable) (England, c.1390 – 1453) 15 – Quam pulchra es, MB 44
Henry Purcell (England, 1659-1695) 16 – My beloved spake, Z 28
Canticum Canticorum – 2007
Les Voix Baroques
Director: Matthew White
Este álbum duplo que me caiu nas mãos é algo bastante original. In Memory Of… Classics for Funerals é uma série de highlights lentos, tristes e pouco barulhentos. A respeitada gravadora Chandos resolver perder o pudor e chamou a coletânea de Clássicos para Funerais, ou seja, se algum familiar seu morrer e você quiser colocar uma música culta e digna em honra a seu morto, aí está! Lembrem do PQP quando ouvirem a trilha no velório, por favor. É o mínimo.
A primeira faixa do disco, a Marcha Fúnebre de Chopin é tocada com orquestra e isso me incomodou. Depois, o nível da coisa sobe muito e o morto pode seguir de forma decorosa para o vazio. Há belas lembranças de obras que não relaciono com a morte — como se fizéssemos alguma coisa neste mundo que não tivesse relação com a morte! –, mas que agora, sei lá, talvez passe a relacionar. Apesar de ser uma incrível colcha de retalhos, misturando, épocas e gêneros, gostei de ouvir o disco de mais de 150 minutos.
Boa morte a todos! Coloquem música no lugar do padre! Basta de recaídas religiosas na hora da morte! É de péssimo gosto!
In Memory Of… Classics for Funerals (Sugestões de Repertório para seu Velório)
1.Frédéric Chopin Piano Sonata No. 2 in B flat minor, Op. 35, CT. 202 : Funeral March 7:05
2.Giuseppe Verdi Requiem Mass, for soloists, chorus & orchestra (Manzoni Requiem) : Agnus Dei 5:23
3.Johann Sebastian Bach Komm, süsser Tod, for voice & continuo (Schemelli Gesangbuch No. 868), BWV 478 (BC F227) 5:07
4.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Pie Jesu 3:24
5.Edward Elgar Enigma Variations, for orchestra, Op. 36 : Nimrod 3:31
6.George Frederick Handel Messiah, oratorio, HWV 56 : I know that my redeemer liveth 6:01
7.Johann Sebastian Bach Concerto for 2 violins, strings & continuo in D minor (“Double”), BWV 1043 : Largo 6:56
8.Gabriel Fauré Pavane, for orchestra & chorus ad lib in F sharp minor, Op. 50 6:24
9.Sergey Rachmaninov Vocalise, transcription for orchestra, Op. 34/14 4:29
10.Henry Purcell Dido and Aeneas, opera, Z. 626 : When I am laid in earth 3:26
11.Jules Massenet Thaïs, opera in 3 acts : Méditation 4:51
12.Maurice Ravel Pavane pour une infante défunte, for piano (or orchestra) 6:25
13.Percy Grainger Irish Tune from County Derry (Londonderry Air), folk song for string orchestra with 2 horns ad lib. (BFMS 15) 4:22
14.Samuel Barber Adagio for strings (or string quartet; arr. from 2nd mvt. of String Quartet), Op. 11 8:25
15.Wolfgang Amadeus Mozart Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 : Introitus 5:20
16.Jules Massenet La Vierge, sacred legend in 4 acts : Le dernier sommeil de la Vierge 3:31
17.César Franck Panis angelicus for tenor, organ, harp, cello & bass 3:47
18.Gustav Mahler Adagietto, for orchestra (from the Symphony No. 5) 10:51
19.George Frederick Handel Saul, oratorio, HWV 53 : Dead March 5:20
20.Johann Sebastian Bach St. John Passion (Johannespassion), BWV 245 (BC D2) : Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine 6:56
21.Arvo Pärt Cantus in Memory of Benjamin Britten, for string orchestra & bell 6:18
22.Gabriel Fauré Requiem, for 2 solo voices, chorus, organ & orchestra, Op. 48 : Agnus Dei 5:49
23.William Walton Henry V, film score : Touch her soft lips and part 1:37
24.Edvard Grieg Peer Gynt Suite for orchestra (or piano or piano, 4 hands) No. 1, Op. 46 : Death of Åse 4:11
25.Johann Sebastian Bach Cantata No. 147, “Herz und Mund und Tat und Leben,” BWV 147 (BC A174) : Jesu, Joy of Man’s Desiring 3:02
26.Edward Elgar Sursum Corda, elévation for brass, organ, strings & 2 timpani in B flat major, Op. 11 7:11
27.Ludwig van Beethoven Symphony No. 3 in E flat major (“Eroica”), Op. 55 : Marcia funebre 15:05
A relação com os artistas envolvidos:
Disc: 1
1. Funeral March From Op.35 – BBC Philharmonic
2. Agnus Dei – Richard Hickox
3. Komm Susse Tod – BBC Philharmonic
4. Pie Jesu – Libby Crabtree
5. ‘Nimrod’ – Alexander Gibson
6. ‘I Know That My Redeemer Liveth’ – Joan Rodgers
7. Largo – Simon Standage
8. Pavane – BBC Philharmonic
9. Vocalise – Detroit Symphony Orchestra
10. ‘When I Am Laid In Earth’ – Emma Kirby
11. ‘Meditation’ – Yuri Torchinsky
12. Pavane Pour Une Infante Defunte – Louis Lortie
13. Irish Tune – BBC Philharmonic
14. Adagio For Strings, Op.11 – Neeme Jarvi
Disc: 2
1. Introitus – Choir Of Saint John’s College
2. ‘Le Dernier Sommeil De La Vierge – BBC Philharmonic
3. Panis Angelicus – BBC Philharmonic
4. Adagietto – Neeme Jarvi
5. ‘Dead March’ – BBC Philharmonic
6. ‘Ruht Wohl, Ihr Heiligen Gebeine’ – Harry Christophers
7. Cantus-In Memory Of Benjamin Britten – Neeme Jarvi
8. Agnus Dei – City Of Birmingham Symphony Chorus
9. ‘Touch Her Soft Lips And Part’ – Richard Hickox
10. ‘Death Of Ase’ – Vernon Handley
11. ‘Jesu, Joy Of Man’s Desiring’ – Michael Austin
12. Sursum Corda, Op.11 – Bournemouth Sinfonietta
13. Marcia Funebre – Walter Weller
O que dizer dos discos de Jordi Savall? Talvez o mais sensato seja logo falar que são excepcionais, necessários mesmo. E o mais razoável seria falar deles na forma de um poema. Ele é artista de tal qualidade que não saiu de moda, apesar de a música antiga ser hoje pouco ouvida em comparação com o que era nos anos 70, por exemplo. Ele nos prova que o conhecimento histórico é tão importante quanto o conhecimento científico e, quando ouço suas aulas sobre nosso passado musical, ganhou alguns centímetros.
The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)
1. Tye – Sit Fast a 3 (1570) 7:35
2. Dowland – Lacrimae Gementes a 5 4:25
3. Dowland – The Earl of Essex Galiard 1:31
4. Hume – Harke, harke (Bass-Viol) 2:05
5. Hume – A Souldiers Resolution 4:02
6. Coprario – Fantasia V a 3 3:37
7. Coprario – Almaine III (3 Lyra-Viols) 3:12
8. Coprario – Coranto (3 Lyra-Viols) 2:20
9. Gibbons- Fantasie X a 3 4:34
10. Gibbons – In Nomine a 4 2:20
11. Ferrabosco II – Almaine (Lyra-Viol) 4:06
12. Ferrabosco II – Coranto I 1:29
13. Ferrabosco II – Coranto II 1:46
14. Jenkins – The bell Pavan 5:53
15. Corkine – Walsingham (Lyra-Viol) 3:18
16. Corkine – The Punckes delight 1:45
17. Locke – Fantazie 3:30
18. Locke – Courante 1:03
19. Locke – Ayre 3:17
20. Locke – Saraband 1:22
21. Anonyme – The Lancashire Pipes (Lyra-Viol) 6:03
22. Purcell – Fantasia IX a 4 (23 June 1680) 5:08
23. Purcell – Fantasia upon one note a 5 3:03
Um CD que contém algumas das maiores melodias que já ouvi. Purcell era um genial melodista e, neste álbum duplo de Nancy Argenta para a Virgin, todo o seu talento exposto da forma mais clara possível. Se o primeiro CD já é maravilhoso, o segundo é aquele que possui as maiores obras-primas de Purcell no gênero canção. Retir’d from any mortal’s sight, Halcyon days, Music for a While e To arms, heroic prince, além de outras que seria enfadonho de citar moram no ventrículo esquerdo do coração deste ouvinte. Trata-se de uma das melhores antologias de Purcell que já ouvi e, para que fiquemos ainda mais felizes, há 74 minutos no CD 1 e 77 no 2.
Faça como eu. Dê este CD de presente a alguém. É uma série da Virgin Classics na qual um álbum duplo é vendido pelo preço de um. A mulher fica enternecida por receber um CD duplo e nem imagina que o custo foi a metade… Aprendam com o mestre!
IMPERDÍVEL!!!
Henry Purcell: Songs and Airs
CD 1
1. O solitude, my sweetest choice, song, Z. 406
with Nigel North, Nancy Argenta
2. Ah! How sweet it is to love (from “Tyrannic Love”), song, Z. 613/2
with Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
3. Not all my torments can your pity move, song, Z. 400
with Nigel North, Nancy Argenta, Paul Nicholson
4. Stript of their green our groves appear, song, Z. 444
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
5. Tell me, some pitying angel, (The Blessed Virgin’s Expostulation), sacred song, for soprano & continuo, Z. 196
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
6. If music be the food of love, song, Z. 379 (3 settings)
with Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
7. Hark! now the echoing air (from “The Fairy Queen”), soprano aria and chorus, Z. 629/48
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
8. The fatal hour comes on apace, song, Z. 421
with Nigel North, Nancy Argenta
9. Incassum, Lesbia, incassum rogas (The Queen Epicedium), song, Z. 383
with Nigel North, Nancy Argenta, Paul Nicholson
10. Sweeter than roses (from “Pausanius”), song, Z. 585/1
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta
11. Cupid, the slyest rogue alive, song, Z. 367
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
12. From silent shades and the Elysian groves (Bess of Bedlam), song, Z. 370
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
13. Dear pretty youth (from “The Tempest”), aria, Z. 631/10
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta
14. From rosir bow’rs (from “Don Quixote”), song, Z. 578/9
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
15. Now that the sun hath veiled his light, sacred song for soprano & continuo, Z. 193
with Nancy Argenta, Paul Nicholson
16. Beneath the poplar’s shadow (from Sophonisba or Hannibal’s Overthrow) Z. 590/1
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta
17. I attempt from Love’s Sickness to Fly (from “The Indian Queen”), Z630/17a
with Nancy Argenta, Paul Nicholson
18. Let Us Dance (from “Prophetess”), aria for soprano, Z. 627/app3
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Paul Nicholson
19. Fairest Isle (from “King Arthur”), aria for soprano, Z. 628/38
with Nigel North, Nancy Argenta
20. O solitude, my sweetest choice, song, Z. 406
with Richard Boothby, Nancy Argenta
CD2:
1. Nymphs and Shepherds (from “The Libertine”), song, Z. 600/1
with Nigel North, Fiona Huggett, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta, Trevor Jones
2. Amidst the shades and cool and refreshing streams, for soprano & continuo, Z. 355
with Nigel North, Nancy Argenta
3. Love in their little veins inspires (from “Timon of Athens”), aria for soprano, 2 flutes and continuo, Z. 632/3
with Nigel North, Richard Boothby, Nancy Argenta, Marion Scott, Rachel Beckett
4. Fly swift, ye hours, song, Z. 369
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta
5. They tell us that you mighty powers above (from “The Indian Queen”), soprano aria, Z. 630/19
with Nigel North, Fiona Huggett, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta, Trevor Jones
6. O let me weep (“The Plaint” from “The Fairy Queen”), aria, Z. 629/40
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta, Pauline Nobes
7. In the black, dismal dungeon of despair, sacred song for soprano & continuo, Z. 190
with Nigel North, John Toll, Nancy Argenta
8. See even Night herself is here (from “The Fairy Queen”), soprano aria, Z. 629/11
with Fiona Huggett, Nancy Argenta, Trevor Jones
9. Why should men quarrel (from “The Indian Queen”), soprano aria, Z. 630/4c-4d
with Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta, Marion Scott, Rachel Beckett
10. Seek not to know what must not be reveal’d (from “The Indian Queen”), aria, Z. 630/15
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Sophia McKenna, Nancy Argenta, Paul Goodwin
11. Retir’d from any mortal’s sight (from “The History of King Richard II”), song, Z. 581/1
with Nigel North, Nancy Argenta
12. To arms, heroic prince, (from “The Libertine”), prelude & song, Z. 600/3
with Nigel North, Richard Boothby, Mark Bennett, John Toll, Nancy Argenta
13. O lead me to some peaceful gloom (from “Bonduca”), song, Z. 574/17
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta
14. Halcyon days (from “The Tempest”), sopoano aria, Z. 631/15
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta, Pauline Nobes, Paul Goodwin
15. Come ye sons of art away (Birthday ode for Queen Mary), for soloists, chorus & instruments, Z. 323 No. 7, Bid the virtues
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta, Paul Goodwin
16. Lord, what is man?, sacred song for soprano & continuo, Z. 192
with Nigel North, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta
17. Music for a While (from “Oedipus”), song, Z. 583/2
with John Toll, Nancy Argenta
18. If music be the food of love, song, Z. 379 (3 settings)
with Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta
19. Sawney is a bonny lad, song, Z. 412
with Nigel North, Nancy Argenta
20. When I have often heard (from “The Fairy Queen”), soprano aria, Z. 629/23
with Nigel North, Fiona Huggett, Richard Boothby, John Toll, Nancy Argenta
21. Ah cruel, bloody fate (from “Theodosius”), song, Z. 606/9
with Nigel North, John Toll, Nancy Argenta
22. Thy hand, Belinda…When I am laid in Earth (from “Dido and Aeneas”), soprano aria, Z. 626/37
with Nigel North, Fiona Huggett, Richard Boothby, Nancy Argenta, Trevor Jones
Dizem que a primeira engenhoca eletrônica produtora de sons para fins musicais a usar o nome “sintetizador” foi a criada pela RCA em 1957 – mas foi Robert Moog, em 1964, quem criou o primeiro sintetizador utilizável de modo relativamente prático. E a primeira pessoa a gravar um disco de sucesso executado inteiramente com o Moog foi Wendy Carlos, com seu Switched-on Bach, em 1968.
Foi um trabalho de estúdio exaustivo: embora sintetizasse timbres nunca antes imaginados, o aparelho o fazia para uma nota de cada vez. Quer dizer: Wendy gravou voz por voz, separadamente, suas espantosas interpretações de Bach.
O outro pioneiro no uso do Moog foi o tecladista Keith Emerson, que se foi agora em 2016: em 1970 a banda Emerson, Lake and Palmer começou a levar o Moog para o palco, e em 1973 estrearia o Moog polifônico em Brain Salad Surgery.
Ao mesmo tempo (1970), Wendy propunha a Stanley Kubrick o uso de sua composição original Timesteps na trilha do filme A Laranja Mecânica, e saía feliz da vida com a encomenda de produzir toda a trilha do filme, inclusive recriações eletrônicas de Beethoven, Rossini e Purcell.
Não foi pequena, então, a decepção de Wendy em 1971: Kubrick havia usado no filme apenas fragmentos do seu trabalho, junto com versões orquestrais convencionais das obras de Beethoven e Rossini – e o LP oficial da trilha também continha só esses fragmentos.
P da vida – se me permitem -, em 1972 Wendy lançou outro disco, com a íntegra da sua produção destinada ao filme – ou quase a íntegra: as faixas 08 e 09 que vocês ouvirão só foram lançadas em 2000, na versão em CD.
Mais uma vez pioneira, o que Wendy introduziu desta vez foi o vocorder – simulador eletrônico de sons vocais – e o fez em nada menos que diversos solos e trechos corais da Nona de Beethoven (faixa 02), além de citações do hino gregoriano Dies Irae e de Singin’ in the Rain em sua própria composição Country Lane (faixa 10 – minha preferida).
Nos anos 70 este disco esteve entre os mais queridos do monge Ranulfus – mas só hoje, em 2016, graças ao trabalho de garimpagem de seu amigo Daniel the Prophet, o monge veio a ouvir as faixas 08 e 09. Notou sem surpresa que a última (Biblical Daydreams) parece construída a partir de hinos protestantes estadunidenses, mas na anterior (Orange Minuet) teve uma surpresa curiosa: o monge tem certeza de ter ouvido na obra do brasileiro Elomar Figueira de Melo a melodia usada na parte central do tal minueto! Terá Wendy ouvido Elomar, ou terão os dois se baseado em alguma fonte anterior, quer no próprio Nordeste brasileiro, quer no campo ibérico-provençal?
Termino confessando que muitas vezes pensei que o trabalho de Wendy Carlos ficaria pra trás como uma curiosidade datada – mas passado quase meio século a impressão se inverte: começo a pensar que a criatividade, sensibilidade e ousadia dessa mulher poderão ficar na história como emblemáticas do último terço do século XX – na história tanto da música quanto geral, pela ousadia, paralela à musical, de ter-se assumido como a mulher que desde a primeira infância sentia ser, mesmo pondo em risco a fama mundial já conquistada sob o nome masculino com que havia sido registrada ao nascer.
WENDY CARLOS’S CLOCKWORK ORANGE (1972)
Gravações de estúdio de Wendy Carlos com o sintetizador Moog (1972)
Versão em CD lançada em 2000
01 Timesteps – 13:47 (W.Carlos – na integra)
02 March from A Clockwork Orange
(Beethoven: Nona Sinfonia: Quarto Movimento, condensado) – 7:02
03 Title Music from A Clockwork Orange
(da Music for the Funeral of Queen Mary, de Purcell) – 2:23
04 La Gazza Ladra ouverture (Rossini, condensado) – 6:00
05 Theme from A Clockwork Orange
(‘Beethoviana’, variação sobre 03) – 1:48
06 Nona Sinfonia: Segundo Movimento: Scherzo (Beethoven) – 4:52
07 William Tell ouverture (Rossini, condensado) – 1:18
08 Orange Minuet (W.Carlos) – 2:35
09 Biblical Daydreams (W.Carlos) – 2:06
10 Country Lane (W.Carlos – versão aperfeiçoada) – 4:56
(citações: Dies Irae; Singing in the Rain)
Vir trabalho caminhando pelas ruas de Porto Alegre com Henry Purcell nos ouvidos nesta manhã, foi muito emocionante. Quase chorei. E olha que costumo ter coração duro. Como Scholl compreendeu bem estas maravilhosas canções! Que pessoa culta deve ser, que grande respeito e conhecimento de arte, que senso de estilo!
Esta é a primeira gravação de Scholl da música de Purcell. Sua voz é perfeita para as melodias do compositor Inglês. O álbum inclui peças escritas para o palco, a igreja e para saraus, algumas das quais Andreas Scholl têm cantado por muitos anos em recitais. Como grandíssimas árias, destaco Strike The Viol, Touch The Lute, What Power Art Thou?, o célebre lamento de Dido, When I Am Laid In Earth, Here The Deities Approve e Music For A While.
Colaboradora de longa data de Andreas Scholl, a Accademia Bizantina contribui com peças orquestrais.
Henry Purcell (1659-1695): O Solitude (árias e canções)
1. If Music Be The Food Of Love 2:15
2. Come Ye Sons Of Art – Sound The Trumpet 3:00
3. Come, Ye Sons Of Art, Away (1694) Ode For The Birthday Of Queen Mary II – Strike The Viol, Touch The Lute 4:18
4. Purcell: Chacony, Z628 3:37
5. King Arthur, Or The British Worthy (1691) / Act 5 – Fairest Isle 4:55
6. King Arthur, Or The British Worthy (1691) / Act 3 – What Power Art Thou? 3:09
7. Chacony In G Minor Z730 4:07
8. Purcell: The Fairy Queen / Act 2 – One Charming Night 2:24
9. Pausanius, The Betrayer Of His Country. (1695), Z585 – Original Version – Sweeter Than Roses 3:17
10. Dido And Aeneas / Act 3 – When I Am Laid In Earth – Dido’s Lament) 4:05
11. Purcell: The Gordian Knot Untied – Music For The Gordian Knot Unty’d 10:47
12. Ode For St. Cecilia’s Day, ”Welcome To All The Pleasures”, Z339 – Original Version – Here The Deities Approve 4:36
13. Purcell: Oedipus – Music For A While, Z583 4:14
14. O Dive Custos Auriacae Domus, Z504 6:59
15. O Solitude, My Sweetest Choice, Z406 5:32
16. Pavan In G Minor, Z752 4:49
17. An Evening Hymn, Z193 4:34
Andreas Scholl, contratenor
Accademia Bizantina
Stefano Montanari
Faço esta postagem ciente de estar navegando por águas desconhecidas. Conheço muito pouco a obra de Henry Purcell apesar de ter bastante coisa dele. Mas também sei que nosso mentor PQPBach é fã confesso dele. Já pensei em postar estes dois cds em outras ocasiões mas desisti.
Acho que trago esta coleção principalmente por causa do King´s Consort, conjunto inglês especializado no barroco e do qual sou fã. E estas gravações aqui são impecáveis, podemos reconhecer nelas que houve uma profunda pesquisa histórica para sua interpretação. E as vozes solistas estão impecáveis, principalmente o contra-tenor James Bowman.
Então neste primeiro momento vou trazer para os senhores o primeiro CD.
1 – 10 – Arise My Muse
2 – 17 – Welcome to All the Pleasures
18 – 28 – Now Does the Glorious Day Appear
The King´s Consort
Robert King – Harpsichord, Organ & Conductor
A música de cena, ou música incidental, é a música usada para uma produção dramática. A música incidental foi muito usada nas peças teatrais na Inglaterra, nas semi-óperas ou masques. Também eram usadas na França para as comédies-ballets de Molére e Lully. Essa prática musical perpassou toda história da música, chegando até os dias de hoje, encontrando um novo campo no cinema. Na ópera, o papel da música é preponderante. Há a fusão da música, drama e espetáculo. Em comum, esses gêneros foram feitos com a função de entreter, com cenas e música esplendorosas, conquistando um público ávido por divertimento, feitos para recém-criados teatros construídos especialmente para acomodar público, músicos e todo o aparato cênico que despontava naquela época. A música de cena para teatro, de tão extensa, recebia o nome de ópera na Inglaterra. Tinha abertura, entreatos e longos ballets ou cenas musicais.
Matthew Locke (1621-1677)
1 Introduction 1:07
2 The Fantastick / Corant 2:45
3 Where The Bee Sucks – Composed By Pelham Humfrey 1:04
4 The Pleasures That I Now Possess – Composed By Giovanni Battista Draghi 2:31
5 Saraband 2:25
6 Symphony 0:54
7 Curtain Tune 2:00
8 Where Are Thou, God Of Dreams Composed By Giovanni Battista Draghi 2:52
9 Act Tune 1:08
10 Full Fathom Five – Composed By John Banister 1:31
11 Fantazie 3:39
12 Saraband 1:17
13 Adieu To The Pleasures – Composed By James Hart 5:12
14 Fantazie 3:01
Henry Purcell (1659-1695)
15 Overture 2:33
16 Rondeau Minuet (Act Tune) 1:27
17 What Hope For Us Remains (On The Death Of His Worthy Friend Mr. Matthew Locke) 3:16
18 Chacone 2:05
19 Hornpipe (Act Tune) 0:48
20 Seek Not To Know 3:26
21 So When The Glit’ring Queen Of Night 4:14
22 Butterfly Dance 1:53
23 How Vile Are The Sordid Intrigues Of The Town 2:11
24 From Rosie Bow’rs (The Last Song The Author Sett, It Being In His Sickness) 6:12
25 Hornpipe On A Ground 1:24
La Rêveuse:
Harp [Triple] – Angélique Mauillon
Harpsichord, Organ, Virginal [Double] – Bertrand Cuiller
Painting – Wenceslaus Hollar
Recorded By – Manuel Mohino
Soprano Vocals – Julie Hassler
Theorbo, Classical Guitar, Directed By – Benjamin Perrot
Viol [Classical Viol] – Florence Bolton
Viola – Alain Pégeot
Violin – Stéphan Dudermel, Yannis Roger
Um disco de música sacra desta que é uma das maiores estrelas do canto lírico atual. Ela canta maravilhosamente peças que, na verdade, tira de letra. É uma utilidade, pois raramente um duo de voz e órgão é gravado, ainda mais neste nível. Aqui, ela passa por Franz Schubert, Johann Sebastian Bach, Hugo Wolf, Maurice Ravel, Bizet, Verdi, Purcell… e outros compositores dos quais a gente nem sabia de momentos carolas. Sabiam que ela vai gravar todas as canções de Schubert em uma série de recitais no Wigmore Hall? Ah, pois é, as pessoas têm de se informar. Vai gravar, sim..
Prayer: Música para Voz e Órgão com Magdalena Kozena e Christian Schmitt
Franz Schubert (1797-1828)
1. Totengräbers Heimweh, D 842 05:42
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
2. Komm, süßer Tod, komm, sel’ge Ruh!, BWV 478 03:16
Hugo Wolf (1860-1903)
3. Karwoche 03:54
Maurice Ravel (1875-1937)
4. Kaddisch 04:34
Georges Bizet (1838-1875)
5. Agnus Dei 03:08
Franz Schubert (1797-1828)
6. Ellens Gesang III (Hymne an die Jungfrau), D 839 05:44
Hugo Wolf (1860-1903)
7. Mühvoll komm ich und beladen 04:42
Henry Purcell (1659–1695)
8. Tell Me, Some Pitying Angel (The Blessed Virgin’s… 07:15
Antonin Dvorak (1841-1904)
9. Ave Maria, Op.19b 03:01
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
10. So gibst du nun, mein Jesu, gute Nacht!, BWV 501 02:10
Franz Schubert (1797-1828)
11. Himmelsfunken, D 651 02:54
Hugo Wolf (1860-1903)
12. Zum neuen Jahr 01:43
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
13. Die güldne Sonne, BWV 451 01:13
Franz Schubert (1797-1828)
14. Vom Mitleiden Mariä, D 632 03:46
Hugo Wolf (1860-1903)
15. Schlafendes Jesukind 03:11
Franz Schubert (1797-1828)
16. Litanei auf das Fest Allerseelen, D 343 04:41
Giuseppe Verdi (1813–1901)
17. Ave Maria 05:03
Hugo Wolf (1860-1903)
18. Gebet 02:02
Franz Schubert (1797-1828)
19. Der Leidende, D 432 01:52
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
20. Mein Jesu, was für Seelenweh, BWV 487 02:32
Maurice Duruflé
21. Notre Père, Op.14 01:25
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
22. Kommt, Seelen, dieser Tag, BWV 479 01:06
Petr Eben (1929-2007)
23. Die Hochzeit zu Kana 06:54
Leos Janacek (1854-1928)
24. Glagolitic Mass – 7. Varhany Solo 02:53
Magdalena Kozena, mezzo-soprano
Christian Schmitt, órgão
Alfred Deller foi o dono de uma das belas vozes que já existiram. O extraordinário contra-tenor inglês foi, praticamente sozinho, o responsável pelo renascimento da música para contra-tenor no século XX . Também foi um pioneiro na popularização da prática da música antiga com instrumentos originais. Durante os primeiros anos de sua carreira, Deller concentrou-se sobre o barroco inglês, principalmente em Purcell (de quem foi o maior divulgador) e Dowland. Sua enorme erudição e musicalidade trouxeram-lhe muitos admiradores. Em 1950, Deller formou seu próprio conjunto vocal e instrumental, o Deller Consort. De 1955 a 1979, o grupo trouxe a música da Renascença e do Barroco a um novo público que simplesmente desconhecia aquele gênero. Durante este período, Deller e seu grupo fizeram mais de 50 gravações para a Harmonia Mundi. Graças a estas gravações, sua voz excepcionalmente expressiva ainda pode ser apreciada.
Alfred Deller, Solo Songs
Anon.: Twelfth night, V, 1
1 The Wind and the Rain (When that I was)
Thomas Morley: As you like it, V, 3
2 It was a lover and his lass
Thomas Morley: Twelfth night or what you will, II,3
3 O mistress mine
Anon.: Othello, IV, 3
4 Willow song
Anon.: Henry V, mentioned at IV, 4
5 Caleno custure me
Anon., 17th c.:
6 Miserere my Maker
Thomas Campion:
7 I care not for these ladies
John Bartlett:
8 Of all the birds
Philip Rosseter:
9 What then is love
John Blow:
10 The Self-banished
Jeremiah Clarke:
11 The glory of the Arcadian groves
John Dowland:
12 Fine knacks for ladies
13 Flow my tears
Henry Purcell
14 If music be the food of love (Z 379a)
Henry Purcell: The Comical History of Don Quixote (Z 578)
15 (Act V) From rosy bow’rs
Este é realmente um bom CD duplo. Trata-se da reedição de dois discos do Palladian, de 1993 e 1994. Essas gravações receberam vários prêmios (incluindo dois Diapason d’Or, um para cada CD) e soam hoje tão sensacionais quanto quando de seu lançamento.
É música do século XVII. O primeiro CD recebe o curioso nome de An Excess Of Pleasure e apresenta obras de compositores ingleses e italianos que viveram e trabalharam na Inglaterra ou que venderam obras para ingleses. A música é excelente — alguns dos compositores são muito famosos, como Vivaldi ou Purcell. O segundo é uma coleção veneziana de nome ainda mais estranho — The Winged Lion — ,mas afirmo-lhes que tudo é bom demais.
Vários compositores barrocos: An Excess Of Pleasure / The Winged Lion
An Excess Of Pleasure (CD 1)
Marco Uccellini (1603-1680)
Aria Sopra La Bergamasca Nicola Matteis (fl. 1670) Ayres for the Violin: Aria Sagnuola A Due Corde · Diverse Bizzarie Sopra La Vecchia Sarabanda o pur Ciaconna Matthew Locke (1621/2-1677)
Broken Consort In D: Pavan · Ayre · Galliard · Ayre · Saraband Christopher Simpson (c.1605-1669)
Divisions Of John Come Kiss Me Now John Blow (1649-1708)
Sonata In A: Slow · Untitled · Brisk Biagio Marini (c.1587-1663)
Sonata Anon (c.1660)
Ciaconna Franceso Geminiani (1687-1762)
Scots Airs: Auld Bob Morrice · Lady Ann Bothwell’s Lament · Sleepy Body Nicolas Matteis
Ayres For The Violin: · Andamento Con Divisione · Aria · Grave · Ground In D, La Sol Re Per Fa La Mano Henry Purcell (1659-1695)
Two In One Upon A Ground Nicola Matteis
Bizzarie All’imor Scozzeze
The Winged Lion (CD2)
Dario Castello (fl. 1620)
Sonata Duodecima Giovanni Battista Vitali (1632-1692)
Ciaconnna Marcelo Uccelini (1603-1680)
Sonata Quarto Antoni Vivaldi (1676-1741)
Concerto in F major RV 100 · Allegro · Untitled · Allegro Giovanni Battista Buonamente (d.1642)
Suite (Book III 1626)
Gagliarda Seconda · Corrente terza e quarta · Brando terza · Avanti il Brando · Brando Quarto Franceso Cavalli (1607-1676)
Canzon Santiago De Murcia (fl..1700)
El Amor · La Jota Franceso Turini (1589-1656)
Sonata a tre Antonio Vivaldi
Concerto in D major RV.84: Untitled · Largo · Allegro Marco Uccelini
Aria undecima detta ‘Il Caporal Simon’ · Aria decimaquarta ‘la mia pedrina’ · Aira decimaquinta sopra ‘le scatola da gli ogghi’
Mais uma leva de discos imperdíveis… Esqueça Deller e outras velharias, fique com Scholl, Jacobs e com este maravilhoso contratenor Michael Chance. Este é um baita disco duplo da Archiv com alguns dos melhores trabalhos de Chance no selo. O primeiro CD é formado por árias esparsas do barroco alemão. Tudo ali já perfeito, mas a verdadeira festa está no segundo: ali encontram-se algumas peças de Purcell e três obras completas de Vivaldi: “Nisi Dominus”, “Stabat Mater” e “Salve Regina”. Olha, ouça e depois me diga se Chance não é um menino batuta.
IM-PER-DÍ-VEL !!!!
Handel, Schütz, J.S. Bach, Purcell, Vivaldi:
The Art of Countertenor, com Michael Chance
1. Handel – Semele – Aria- -Hymen, Haste, They Torch Prepare-
2. Handel – Semele – Aria- -Your Tuneful Voice My Tale Would Tell-
3. Handel – Semele – Aria- -Despair No More Shall Wound Me-
4. Handel – Messiah – Aria- -But Who May Abide The Day Of His Coming-
5. Handel – Messiah – Aria- -Thou Art Gone Up On High-
6. Schütz – -Auf Dem Gebirge Hat Man Ein Geschrei GehÖRet-
7. Bach, J.S. – Mass In B-Minor- 10. Aria -Qui Sedes Ad Dexteram Patris-
8. Bach, J.S. – Mass In B-Minor- 26. Aria -Agnus Dei-
9. Bach, J.S. – St. Matthew Passion- 39. Aria -Erbarme Dic, Mein Gott-
10. Bach, J.S. – St. Matthew Passion- 60. Aria -Sehet, Jesus Hat Die Hand-, Chorus- -Wohin–
11. Bach, J.S. – St. John Passion- 7. Aria -Von Den Stricken Meiner SÜNden-
12. Bach, J.S. – St. John Passion- 30. Aria -Es Ist Vollbracht-
13. Bach, J.S. – Herz Und Mund Und Tat Und Leben- 3. Aria -SchÄMe Dich, O Seele, Nicht-
14. Bach, J.S. – Lass Fürstin, Lass Noch Einen Strahl- 5. Aria -Wie Sarb Die Heldin So VergnÜGt-
15. Bach, J.S. – Actus Tragicus- 3a. Arioso -In Deine HÄNde Befehl Ich Meinen Geist-
16. Henry Purcell – Sound The Trumpet, Beat The Drum (Welcome Ode For James II), For 2 Altos, Tenors, Basses, Chorus, Strings & Continuo, Z. 335
17. Purcell – Of Old When Heroes Thought It Base (Yorkshire Feast Song), Ode For Soloists, Chorus & Instruments, Z. 333
18. Purcell – Of Old . . . – -Sound, Trumpets, Sound
Antonio Vivaldi – Nisi Dominus (Psalm 126), For Voice, Viola D’amore, Strings & Continuo In G Minor, RV 608
19. Vivaldi – Nisi Dominus- Nisi Dominus (Allegro)
20. Vanum Est Vobis (Largo)
21. Surgite (Presto-Adagio)
22. Cum Dederit (Largo-Andante)
23. Sicut Sagittae ({Resto-Allegro)
24. Beatus Vir (Andante)
25. Gloria Patri (Larghetto)
26. Sicut Erat In Principio
27. Amen (Allegro)
Antonio Vivaldi – Stabat Mater, Hymn For Voice, Strings & Continuo In F Minor, RV 621
28. Vivaldi – Stabat Mater-Stabat Mater (Largo)
29. Suius Animam (Adagissimo)
30. O Quam Tristis (Andante)
31. Quis Est Homo (Largo)
32. Quis Non Posset (Adagissimo)
33. Pro Peccatis (Andante)
34. Eja Mater (Largo)
35. Fac T Ardeat (Lento)
36. Amen (Allegro)
Antonio Vivaldi – Salve Regina, Antiphon For Voice, Double Chorus, 2 Recorders, Flute, Double Strings & Continuo In C Minor, RV 616
37. Salve Regina- Salve Regina (Andante)
38. Ad Te Clamamus (Allegro)
39. Ad Te Suspiramus (Larghetto)
40. Eja Ergo (Allegro)
41. Et Jesum (Andante Molto)
42. O Clemens (Andante)
Michael Chance, contratenor
English Chamber Orchestra, John Nelson
The English Concert, Trevor Pinnock
His Majesties Sagbutts and Cornetts, English Baroque Soloists, Monteverdi Choir, John Eliot Gardiner
+ Timothy Wilson + Ashley Stafford
Um pouco de radicalismo nesta manhã quente em Porto Alegre: este é o melhor CD de obras de Purcell que possuo e é o ponto alto da carreira de René Jacobs como cantor. Tinha este CD em vinil e agora comprei-o num ultra “budget price” da Amazon. A gravação é de 1978 e, apesar de todas as Nancy Argentas, Emma Kirkbys e outra(o)s terem tentado — algumas mais de uma vez –, ninguém chegou perto do trio Jacobs – W. Kuijken – Junghänel deste registro da Accent. Mais um CD fundamental para quem ama o barroco.
As canções são extraordinárias. Minhas preferidas são Musick for a While — é óbvio –, Retir’d from any mortal’s sight, Ah! cruel nymph!, as grandiosas Incassum, Lesbia, Young Thirsis’ fate e talvez todas as outras. É surpreendente que Purcell tenha sua melhor produção na música para o teatro e que, contrariamente à grande maioria, sua obra sacra seja menor.
Imperdível!
Henry Purcell – “Tis nature`s Voice” e outras canções e elegias
01 Tis Nature’s voice
02 Musick for a While (from “Oedipus”), song, Z. 583/2
03 Retir’d from any mortal’s sight (from “The History of King Richard II”), song, Z. 581/1
04 Since from my dear Astrea’s sight (from “Prophetess”), aria for soprano, Z. 627/App2
05 Pious Celinda goes to prayers, song, Z. 410
06 Incassum, Lesbia, incassum rogas (The Queen Epicedium), song, Z. 383
07 Ah! cruel nymph! you give despair for soprano & continuo, Z. 352
08 The fatal hour comes on apace, song, Z. 421
09 As Amoret and Thirsis lay, song (from “The Old Bachelor”), Z. 607/11
10 Sweeter than roses (from “Pausanius”), song, Z. 585/1
11 I lov’d fair Celia, song, Z. 381
12 Young Thyrsis’ fate, ye hills and groves, deplore (On the death of Thomas Farmer), song for soprano, bass & continuo, Z. 473
René Jacobs, contratenor
Wieland Kuijken, viola da gamba
Konrad Junghanel, tiorba
Grande homenagem da HM a seus Deller Years. Maravilhosa gravação do Rei Artur de Purcell. Nesta obra tem uma ária que faz minha alegria há anos. Está na faixa 7 do primeiro CD e — além de ser uma seqüência de gênio — é a seqüência do gênio do frio. O Cold Genius interpreta a ária trêmulo de frio, desejando a morte. E canta:
Cold Genius
What power art thou, who from below
Hast made me rise unwillingly and slow
From beds of everlasting snow?
See’st thou not how stiff and wondrous old
Far unfit to bear the bitter cold,
I can scarcely move or draw my breath?
Let me, let me freeze again to death.
Uma obra-prima! Acompanhem todo o libreto da ópera aqui. Como sobremesa, temos canções inglesas, algumas bem conhecidas.
Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CDs 3/29 E 4/29
King Arthur 1h38
Semi-ópera com libreto de John Dryden (1691) Henry Purcell
Disc: 3
1. Overture/Air/Overture
I Ato
2. Bass: Woden First To Thee/Chorus: Brave Souls/Counter-Tenor: I Call Ye All
3. Tenor And Chorus: Come If You Dare
II Ato
4. Philidel: Hither This Way Bend/Grimbald: Let Not a Moon-Born Elf/Philidel: Hither This Way/Philidel: Come Follow Me
5. 1 Shepherd: How Blest Are Shepherds/2 Shepherdesses: Shepherd, Leave Decoying/Hornpipe
III Ato
6. Prelude. Cupid: What Ho
7. Genius: What Power Art Thou/Cupid: Thou Dolting Fool Forbear/Prelude. Chorus: See, See
8. Cupid: Tis I, That Have Warm’d Ye/Cupid & Genius: Sound a Parley/Air
Disc: 4
IV Ato
1. 2 Syrens: Two Daugthers
2. Alto: How Happy the Lover/Fourth Act Tune
V Ato
3. Trumpet Time/Aeolus: Ye Blust’ring Brethren
4. Symphony/Song Tune. Nereid & Pan: Round Thy Coasts/Alto, Tenor & Bass: For Folded Flocks
5. Song Tune: Your Hay
6. Venus: Fairest Isle
7. Soprano: You Say/Bass: This Is Not My Passion/Bass: But One Soft Moment
8. Trumpet Tune/Honour: St. George
9. Chaconne
The Deller Consort & Choir
The King`s Musick
Alfred Deller
The Folksong Recital – Canções populares inglesas
10. The Three Ravens
11. Black Is the Colour Of My True Love’s Hair
12. Thomas Morley. Sweet Nymph, Come To Thy Lover
13. Thomas Morley. I Go Before My Darling
14. The Oak And the Ash
15. Barbara Allen
16. Lord Rendall
17. Water Is Wide
18. The Tailor And the Mouse
19. Down By the Sally Garden’s
20. I Will Give My Love An Apple
21. Thomas Morley. Miraculous Love’s Wounding
22. Robert Jones. Sweet Kate
23. Bushes And Briars
24. The Foggy, Foggy Dew
25. She Moved Through the Fair
26. Evening Prayer
Alfred Deller & Mark Deller, contra-tenores
Desmond Dupré, alaúde e guitarra
Maravilhoso CD da Hyperion com Emma Kirkby, David Thomas e Anthony Rooley. É um CD para interromper os estudos de FDP Bach para o concurso que ocorrerá daqui um mês. Não sei vocês sabem que FDP ama Kirkby e sua voz de anjo. Anjo? Anjo coisa nenhuma! Aqui ela canta amorosamente com Thomas e faz perguntas como “What can poor females do?”. Ora, Emma.
Como diz o comentarista da Grammophone, é um disco inocentemente sexy na sua forma mais charmosa (e completa, FDP: Kirkby can never sounded more celestial…). Acho lindas essas canções do grande Purcell, mas elas ficam só fazem sentido com as letras. Aí é que fica clara a genialidade do compositor inglês. Então, ou procurem-nas na rede ou adquiram o CD. Vale a pena.
A gravação é de 1982. Ela cantava ainda melhor do que em 2007, quando a vi em Buenos Aires? Acho que sim.
Henry Purcell (1659-1695) – Songs and Dialogues
1 In all our Cynthia’s shining sphere, song, Z. 496
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
2 Tell me why my charming fair (from “Prophetess”), duet for soprano & bass, Z. 627/35
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
3 As Amoret and Thirsis lay, song (from “The Old Bachelor”), Z. 607/11
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
4 For Iris and her swain (from “Amphitryon”), song, Z. 572/11
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
5 Go tell Amynta, song, Z. 489
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
6 Why, my Daphne, why complaining? (A Dialogue between Thirsis and Daphne), song for soprano, bass & continuo, Z. 525
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
7 What can we poor females do? song for soprano, bass & continuo, Z. 518
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
8 Hence, fond deceiver, song for soprano, bass & continuo, Z. 492
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
9 In some kind dream, song, Z. 497
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
10 What a sad fate is mine, song, Z. 428 (2 versions)
with David [bass] Thomas, Anthony Rooley
11 Lost is my quiet forever, song, Z. 502
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
12 Stript of their green our groves appear, song, Z. 444
with Emma Kirkby, Anthony Rooley
13 You say ‘tis love (from “King Arthur”), soprano aria, Z. 628/35a
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
14 King Arthur, or, The British Worthy, semi-opera, Z. 628 For love ev’ry creature is formed by his nature
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley
Emma Kirkby (soprano)
David Thomas (bass)
Anthony Rooley (alaúde)
Vamos novamente falar a sério. Aproxime-se, caro leitor-ouvinte do PQP. Sente-se. Os grupos de música barroca inventaram um novo e interessante gênero de CD. Eles selecionam uma série de obras afins – mesmo que secretamente afins… – e as interpretam como num recital. Sim, um recital com lógica e não como a maioria dos concertos que assistimos, meras livres e esquizofrênicas associações. Nesta categoria de CDs, há um grande campeão: o Musica Antiqua de Colônia. Reinhard Goebel é insuperável em conhecimento, descoberta e escolha de obras. Vocês não imaginam a incrível qualidade do CD que ora postamos e diria que a grande estrela dele é… Pezel. Hum… claro, mas quem é Johann Christoph Pezel? Amigos, não faço a menor idéia. Pesquisem e depois me informem.
Já a definição de chacona é fácil. Do italiano ciaccona, é uma forma musical baseada na variação de uma pequena progressão harmônica repetida. Originalmente, foi uma rápida dança-canção da Espanha, com um texto muitas vezes grosseiro, mas tornou-se uma dança lenta, às vezes muito lenta, em compasso ternário e que surgiu, inicialmente, no século XVI . Atualmente, a chacona é entendida, de uma maneira um tanto ou quanto arbitrária, como um conjunto de variações numa progressão harmônica em contraposição à variação baseada num padrão melódico do baixo, ao qual foi, da mesma forma, identificado artificialmente como uma passacaglia). Na história da música, considerando a maneira em que uma peça musical é construída, a razão para a escolha dos compositores entre os termos “chaconne” e “passacaglia” não é tão claramente distinguível. (Parágrafo copiado da Wikipedia; fiz alterações.)
Altamente recomendado. É um trabalho esplêndido do MAK.
1. Lully: Chanconne in G
2. Marini: Passacaglio in g
3. Corelli: Ciacona in G
4. Purcell: Chacony in g, Z 730
5. Purcell: Chacony in g, Z 807
6. Blow: Chacony in G
7. Mayr: Passacalia-Grave in B
8. Pezel: Sonata-Ciacona in B
9. Muffat: Chaconne in G
É aquele CD que tem tudo para ser bom, mas que não é tão bom assim… É médio. A música está dentro do espírito de Lully e Rameau, mas é muito inferior àquela composta por estes para o teatro.
P.Q.P. Bach.
1. Dioclesian: Overture 2. Dioclesian: Preludio 3. Dioclesian: Song Tune: ‘Let The Soldiers Rejoice’ 4. Dioclesian: Trumpet Tune 5. Dioclesian: Country Dance 6. Dioclesian: Aire 7. Dioclesian: Hornpipe 8. Dioclesian: Aire 9. Dioclesian: Canaries 10. King Arthur: Overture 11. King Arthur: Aire 12. King Arthur: Aire 13. King Arthur: Song Tune: ‘Fairest Isle’ 14. King Arthur: Hornpipe 15. King Arthur: Aire 16. King Arthur: Song Tune: ‘How Blest Are Shepherds’ 17. King Arthur: Aire 18. King Arthur: Song Tune: ‘Round Thy Coast’ 19. King Arthur: Song Tune: ‘Come, If You Dare’ 20. King Arthur: Trumpet Tune 21. King Arthur: Trumpet Tune 22. King Arthur: Chacone 23. The Fairy Queen: Overture 24. The Fairy Queen: Hornpipe 25. The Fairy Queen: Aire 26. The Fairy Queen: Aire 27. The Fairy Queen: Rondeau 28. The Fairy Queen: Preludio 29. The Fairy Queen: Hornpipe 30. The Fairy Queen: Overture 31. The Fairy Queen: Song Tune: ‘If Love’s A Sweet Passion’ 32. The Fairy Queen: Jigg 33. The Fairy Queen: Dance for Furies (Fairies) 34. The Fairy Queen: Aire 4 In 2 (Dance For The Followers Of Night) 35. The Fairy Queen: Song Tune: ‘Sing While We Trip It’ 36. The Fairy Queen: Aire 37. The Fairy Queen: Aire 38. The Fairy Queen: Song Tune: ‘Thus Happy And Free’ 39. The Fairy Queen: Chacone 40. The Fairy Queen: Aire 41. The Indian Queen: Overture 42. The Indian Queen: Trumpet Tune 43. The Indian Queen: Trumpet Tune 44. The Indian Queen: Aire 45. The Indian Queen: Hornpipe 46. The Indian Queen: Aire 47. The Indian Queen: Hornpipe 48. The Indian Queen: Aire 49. The Indian Queen: Song Tune: ‘We The Spirits Of The Air’ 50. The Indian Queen: Rondeau